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Título do trabalho A INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA NO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL INTRODUÇÃO nivel 1 I. Apresentação e Delimitação do Tema nivel 2 Com a chegada do novo milênio, observa-se que a humanidade vive transformações que apontam para um futuro com perspectivas nebulosas e muitas dificuldades entre avanços tecnológicos com descobertas anunciadas a cada dia. E, em meio a tantas mudanças, não se pode passar despercebido que para a sobrevivência humana não são suficientes somente as tecnologias, é imprescindível a manutenção da qualidade do meio ambiente, já que nós, seres humanos, dependemos de seus componentes: água, ar e terra (SCHUELTER, 2001, p.14). citação Segundo Lohn (1999, p.1), “... a questão ambiental está se tornando cada vez mais urgente e importante para a humanidade, o futuro depende da relação entre homem/natureza e o tipo de uso que a humanidade faz dos recursos naturais disponíveis”. Essa realidade torna essencial o conhecimento da Educação Ambiental, podendo-se chegar a um futuro com melhores condições de sobrevivência para a humanidade. Assim, a Educação assume um papel fundamental, tanto como processo voltado para mudanças radicais que ocorrem no mundo do trabalho, mas também, sobretudo para a construção da modernidade que seja ética e humanista. (SCHUELTER, 2001, p.1) Neste contexto, a ação docente e inovadora precisa contemplar a instrumentalização dos diversos recursos disponíveis, em especial, os computadores e a rede de informação. Cabe aos professores e alunos tomar parte de um processo conjunto para aprender de forma criativa, dinâmica e encorajadora, que tenha como essência o diálogo e a descoberta (FREIRE, 1996).

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Título do trabalhoA INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA NODESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃOAMBIENTAL

INTRODUÇÃO nivel 1I. Apresentação e Delimitação do Tema nivel 2Com a chegada do novo milênio, observa-se que a humanidade vive transformações que apontam para um futuro com perspectivas nebulosas e muitas dificuldades entre avanços tecnológicos com descobertas anunciadas a cada dia. E, em meio a tantas mudanças, não se pode passar despercebido que para a sobrevivência humana não são suficientes somente as tecnologias, é imprescindível a manutenção da qualidade do meio ambiente, já que nós, seres humanos, dependemos de seus componentes: água, ar e terra (SCHUELTER, 2001, p.14).citaçãoSegundo Lohn (1999, p.1),“... a questão ambiental está se tornando cada vez mais urgente e importante para a humanidade, o futuro depende da relação entre homem/natureza e o tipo de uso que a humanidade faz dosrecursos naturais disponíveis”.

Essa realidade torna essencial o conhecimento da Educação Ambiental, podendo-se chegar a um futuro com melhores condições de sobrevivência para a humanidade. Assim, a Educação assume um papel fundamental, tanto como processo voltado para mudanças radicais que ocorrem no mundo do trabalho, mas também, sobretudo para a construção da modernidade que seja ética e humanista. (SCHUELTER, 2001, p.1)Neste contexto, a ação docente e inovadora precisa contemplar a instrumentalização dos diversos recursos disponíveis, em especial, os computadores e a rede de informação. Cabe aos professores e alunos tomar parte de um processo conjunto para aprender de forma criativa, dinâmica e encorajadora, que tenha como essência o diálogo e a descoberta (FREIRE, 1996).Para que o aprendizado se concretize nas instituições de ensino, é necessário que os professores tenham conhecimentos adequados para transmitir aos seus alunos. E para que isto aconteça, o professor precisará conhecer mais amplamente os conceitos e os procedimentos da área para poder abordá-los de modo adequado à faixa etária, embora o mais importante não seja conseguir com que os alunos dominem a fundo os conceitos mais complexos, como por exemplo, diversidade e sustentabilidade, mas sim, que tenham noções básicas do que acontece em nosso planeta e o que devemos fazer para ajudar (FREIRE, op.cit.).Cabe ao docente buscar conhecer os conceitos cada vez melhor, para que a partir deles, possa integrar os diversos conteúdos e abordar a realidade natural e social de forma mais abrangente e rica, mostrando como os seus componentes se interconectam, se complementam e interagem entre si. A tecnologia, mais especificamente o computador, trouxe inúmeras e profundas mudanças sociais e culturais tais como, aproximação dos povos e culturas, evidenciando os contrastes nesse mundo interconectado e globalizado,

uso de aparelhos e máquinas facilitando as tarefas humanas no serviço, nos bancos, residências, etc (BASTOS, 2002).Daí, o computador não é somente mais uma invenção eletrônica, mas sim uma poderosa ferramenta que está mudando tão radicalmente não somente a Educação, mas todos os aspectos de nossas vidas. Olhando para o ponto de vista histórico dos séculos de mudanças educacionais, a informática não deve ser temida, ao contrário, ela deve ser encarada como dádiva que torna possíveis muitos ideais pelos quais os educadores têm tradicionalmente se esforçado (BASTOS, op.cit.).Compreende-se a resistência da maioria dos docentes quanto à aceitação do uso de computadores na sala de aula e em suas práticas pedagógicas, pois a introdução de um novo elemento, aparentemente um complicador acrescentando trabalho e estudo à sua carga de atribuições, tem causado pelo menos perplexidade (GIESEN, 2002).No entanto, mudanças somente ocorrerão na medida em que o professor estiver disposto a formar uma mentalidade nova, acreditando que é preciso tomar consciência, e se posicionar dentro do inexorável e irreversível processo de informatização da sociedade (BARROS, 2002). Não há necessidade de o professor se especializar na área de educação ambiental, mas que busque informações em várias fontes de pesquisa como em livros, com pessoas experientes da comunidade e também na rede mundial de computadores (a internet), que hoje é tida como a maior fonte de pesquisa para todas as áreas de estudos. Segundo Moran (1994) “... ensinar é orientar, estimular, relacionar, mais que informar e só orientar aquele que conhece, que tem base teórica e sabe comunicar-se. O professor vai atualizar-se sem parar, vai precisar abrir-se para as informações, vai trazer para o aluno, aprender com o aluno e interagir com ele”. O computador terá seu valor na educação quando o professor, após dominar o sistema computacional, encontrar sua melhor utilização dentro de sua área ou disciplina para a realização de trabalhos individuais ou em grupos (VALENTE, 1998).E assim proporcionar ao aluno, atendimento simultâneo e cooperativo com possibilidades de imediata retroalimentação, o que facilite a tarefa global de todos os componentes envolvidos neste dinâmico e diferente processo de construção de novos conhecimentos (VALENTE, op.cit.).Diante dessa premissa, para haver mudanças, são necessárias propostas com abordagens interdisciplinares no sentido de valorizar a construção do conhecimento do sujeito para uma formação integral. Por isso, esperamos que tais mudanças venham a contribuir de forma significativa nas posturas, tanto do professor, quanto do aluno.

Por que usar o computador, no processo de ensino-aprendizagem da educação ambiental? Nivel 3No processo de ensino-aprendizagem é necessário que se formem cidadãos conscientes para o exercício da cidadania. A mentalidade de preservação precisa surgir e, somente será realidade, quando o indivíduo perceber o seu papel e a importância dele neste processo. Fornecer elementos para que ele consiga essa percepção, é também tarefa da Educação Ambiental. O avanço tecnológico mostra novos modelos em relação ao saber, ao conhecer, proporcionando assim mais possibilidades para uma melhor interação entre as pessoas e o ambiente. Portanto, são fortes os desafios da educação ambiental, aliada à tecnologia, aliada à informática, propondo-se uma nova visão didática junto às unidades escolares. Primeiro, deverá ser uma ferramenta que permitirá a comunicação ente o mundo virtual e o real. Segundo, a informática poderá ser usada para apoiar a realização de uma proposta lúdica, fomentando novos projetos, os quais possam proporcionar novos

horizontes para docentes e discentes no que tange ao ensino-aprendizagem junto a uma futura sociedade sustentável.

II. Justificativa nivel 2As informações apresentadas a seguir sobre a Serra do Jabuticabal, foram obtidas por meio de um grande conhecedor da área, Miguel Anselmo Neto1. Miguel Anselmo, como é conhecido na cidade de Taquaritinga, sempre esteve pronto para responder a todas as questões referentes à Serra (localização, extensão, altitude, desmatamento, reflorestamento) e, principalmente, sobre a ONG “Amigos da Serra”, que é atualmente é a grande responsável pela proteção e pela recuperação da Serra do Jabuticabal.Em Taquaritinga-SP, encontramos em grande parte a Serra do Jabuticabal, que se inicia ao leste do município de Santa Ernestina e atravessa Taquaritinga em direção ao norte até o município de Monte Alto, perfazendo um total de 14 km de extensão e altitude máxima de 718 metros, com características físicas e bióticas bastante peculiares para essa região.Com escarpas cujas inclinações se iniciam com 45o, e em certos pontos chegam a 70º e declividades que atingem aproximadamente 260 metros, ela é o último remanescente relativamente contínuo da vegetação original desses municípios. É na Serra do Jabuticabal que se encontra quase a totalidade das fontes e nascentes que concorrem para a formação dos cursos d´água que percorrem esses municípios circunvizinhos e contribuem para o abastecimento público, como é o caso do córrego Ribeirãozinho, que atravessa a área urbana de Taquaritinga. Também é preciso ressaltar que, de acordo com sua constituição física, a Serra do Jabuticabal se enquadra nas alíneas d, e e g do Artigo 2º do Código Florestal Brasileiro (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965) que estabelece: Art. 2º - Considera-se de preservação permanente, pelo só efeito destaLei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:(...)d) no topo dos morros, montes, montanhas e serras;e) nas encostas ou parte destas com declividade superior a 45º, equivalente a 100% na linha de maior declive;(...)g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 m (cem metros) em projeções horizontais.Em maio de 2001, sensibilizados por um grande incêndio que devastou cerca de 15 hectares de encostas da Serra do Jabuticabal, um grupo de cidadãos procurou o Ministério Público de Taquaritinga com o intuito de impetrar uma ação civil pública que investigasse as responsabilidades sobre o referido incêndio. Depois de inúmeras visitas à Serra, com o apoio da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, no dia 30 de abril de 2002, lavrou-se em ata a aprovação do Estatuto e a constituição oficial da Associação Civil “Amigos da Serra” – uma ONG (organização não-governamental) reconhecida de utilidade pública pela Lei Municipal nº 3.271 de outubro de 2002.Desde então, os “Amigos da Serra” têm firmado uma série de parcerias (IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, DEPRN – Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais, Ministério Público, Prefeitura Municipal, UNESP - Universidade Estadual Paulista, etc.) que, entre outras atividades, visam desenvolver um levantamento topográfico de todas as áreas de preservação permanente da parte superior das encostas, inclusive das nascentes e de matas ciliares; uma planta planialtimétrica, a elaboração do projeto de revegetação em parceria com o Instituto Zoobotânico de Franca, etc.; o que

resultou até 2006, no plantio de 104.000 unidades de espécies arbóreas nativas da região (sistema sucessional), em uma área piloto de 47 ha, de um total de 299 ha a serem reflorestados.O município de Taquaritinga está inserido na Unidade de Gerenciamento de Recursos – UGRHI – 16 – Tietê/Batalha, localizada na região centro oeste do Estado de São Paulo e com uma área de drenagem de 13.394 km². O principal corpo hídrico dessa bacia hidrográfica é o rio Tietê, no trecho represado de 140 km existente entre as barragens das UHE (Usinas Hidrelétricas) de Ibitinga e de Promissão, denominado reservatório de Promissão.Apesar de todas as ações da ONG, elas não serão de grande valia, se não houver um forte processo de sensibilização para que a conscientização ambiental seja incrementada nas escolas, o que pode ter na informática, um bom instrumento de aceleração deste processo. citação“(...) Pensando em novas formas de ensinar e em uma proposta pedagógica que possa atender às normas da Lei número 9.795 de 28 de abril de 1999, que aborda a Educação Ambiental com uma visão multidisciplinar, temos como obrigação mudar paradigmas da educação deixando de ver a informática apenas como uma tecnologia e ciência de reprodução de conhecimento e vê-la como ciência capaz de contribuir para a busca de um equilíbrio sustentável” (VALENTE, 1999, p. 81-82).

Neste sentido, pretendemos mostrar a importância da introdução da informática como instrumento auxiliar de ensino, não apenas para colocar em discussão os problemas ambientais, mas também com a finalidade de contribuir para o fomento de novas técnicas de conservação e de preservação ambiental por meio de pesquisas, diante da utilização de computadores em salas de aula. Por meio da visualização dos problemas ambientais da Serra do Jabuticabal, o uso da informática junto aos professores e alunos, pode contribuir para a formação de um maior senso crítico, para a conscientização ambiental e para a escolha de uma vida melhor no meio ambiente em que o indivíduo vive.Mesmo o professor não se especializando, precisa estar sempre atualizado, especialmente no tocante à área de conhecimento que leciona, bem como estar atento sobre os problemas ambientais que ocorrem ao seu redor e em sua própria cidade, para assim buscar desenvolver com seus alunos, projetos educacionais que tenham como objetivo a sustentabilidade. O estudo desenvolvido por esta pesquisa, aborda formas de ensinoaprendizagem, nas quais haja a integração entre o computador e a natureza local. Especificamente, é o uso do computador como instrumento no desenvolvimento de um projeto que associa internet e meio ambiente para capacitar o professor e, conseqüentemente, contribuir para o processo de conscientização de cada um dos seus alunos, entre outros sujeitos sociais, sobre os problemas ambientais que afetam sua cidade e sua região.

III. Problematização nivel 2A Serra do Jabuticabal, ao longo das últimas décadas, vem sofrendo um intenso processo de degradação por conta das ações antrópicas, à revelia da legislação que a define como Área de Preservação Permanente – APP, e, apesar da importância que ela assume e desempenha para os ecossistemas conexos e para o bem estar da população que direta ou indiretamente dela se beneficia, particularmente na área que abrange o município de Taquaritinga. Dentre vários outros fatores que contribuem para essa degeneração, podemos identificar e destacar os principais:

a) Coberturas de gramíneas agressivas de matéria seca, com capacidade de queimada espontânea ou criminosa; b) A via férrea que possibilita aos longos de seus trilhos a existência de um capim seco, onde quaisquer fagulhas ou faíscas de trilhos ocasionam queimadas que se alastram para pastagens próximas, atingindo partes da serra, comprometendo a regeneração natural da mesma;c) Ocupações desordenadas de loteamentos e assentamentos ao longo da estrada próxima à serra, com criações de animais, cercas, cortes de árvores para o uso doméstico sem autorização do órgão competente;d) Agricultura invadindo as áreas de preservação permanente, impedindo a regeneração, queimadas clandestinas das socas das culturas;e) A queimada da cana de açúcar no período da safra, também comprometendo os maciços vegetais próximos aos talhões de canas a serem queimados; Com isso, faz-se necessária a realização do reflorestamento e tambémproteger os últimos 30% de floresta da Serra, que tem início em Taquaritinga e ‘caminha’ para além da cidade de Monte Alto. A ONG “Amigos da Serra” (órgão público e sociedade civil), foi fundamental para o início deste projeto que prevê, nos próximos 10 anos, o reflorestamento de 500 mil árvores em 299 hectares. O reflorestamento começou em 2002, e já foram plantadas cerca de 104 mil árvores em locais destinados à preservação.Tal trabalho é muito importante e, a partir dele, pode ser gerado um projeto-pedagógico baseado no respeito pela natureza, envolvendo a ONG “Amigos da Serra” com seus projetos ecológicos, as escolas com a Educação Ambiental com a utilização da informática como instrumento importante no desenvolvimento de um ambiente virtual para a troca de informação, para a capacitação e a conscientização, dentro de um amplo processo educativo.

IV. Objetivos Objetivo Geral nivel 2Este trabalho tem por objetivo geral a proposição de um curso de capacitação via internet, que irá trabalhar com temáticas referentes à questão ambiental tanto local como regional, voltado para professores de instituições de ensino fundamental, no qual eles possam buscar assuntos diversos para serem ministrados em sala de aula. Este projeto estará diretamente ligado com a preservação da Serra do Jabuticabal na cidade de Taquaritinga-SP. Neste processo de conhecimento da referida serra, são levados em consideração os níveis de degradação dos ecossistemas nativos, fazendo-se assim, um levantamento das condições em que se encontram e qual a importância econômica destas para a sociedade taquaritinguense e região.Este projeto propõe ainda informar aos professores e também à sociedade de Taquaritinga, bem como de toda região, sobre a situação da Serra do Jabuticabal e sobre formas de conservação e de preservação desse ambiente. Esta pesquisa aborda formas de ensino-aprendizagem, as quais resultem em interação entre o universo da informática - “Internet” e o ambiente em que vivemos. O computador é o principal veículo da informação aqui utilizado, e esta informação deve ser transformada em conhecimento, visando o desenvolvimento de um projeto que associe internet às questões ambientais com o objetivo de capacitar o professor e, conseqüentemente, auxiliar nos processos de conscientização dos alunos sobre os problemas ambientais que ocorrem em sua cidade.

Objetivos Específicos nivel 3 a) Verificar em que circunstâncias os professores recebem os conceitos de Educação Ambiental, no sentido pedagógico e crítico que o assunto merece;

b) Verificar qual é o conhecimento dos professores em relação aos problemas ambientais com os quais sua cidade convive.c) Propiciar aos professores um site onde possam desenvolver cursos de capacitação, abordando informações importantes sobre os problemas ambientais tanto locais como regionais. d) Incluir nesta ferramenta o maior número de temas possíveis abordados na educação ambiental;e) Abrir os caminhos de pesquisa dos professores fornecendo links que tratam de assuntos sobre educação ambiental;f) Disponibilizar, futuramente, exercícios práticos realizados por professores e alunos em sala de aula e, também, visitais in loco para servirem de exemplos a serem seguidos por outros professores em outras instituições de ensino;g) Usar a internet como instrumento auxiliar aos processos de conscientização de professores, alunos e a comunidade.

V. Hipóteses nivel 2Esta pesquisa tem como hipótese, que a informática como instrumento aliado ao processo educativo pode ser fundamental na criação e desenvolvimento de um espaço interativo, fomentando discussões sobre os problemas ambientais, identificados por diversos atores sociais, a qual por meio da rede mundial, a Internet, apresenta-se como uma ferramenta facilitadora de conhecimentos e ensinamentos em toda a sociedade.

VI. Procedimentos Metodológicos nivel 2As questões ambientais da Serra do Jabuticabal são abordadas, nesta pesquisa, no sentido de se buscar soluções para seus atuais problemas, assim como, propor formas de se reverter o processo de degradação ambiental identificado na atualidade.Neste sentido, houve a seleção das principais questões ambientais, sendo, com estes conteúdos, desenvolvida nas escolas uma estratégia de ensino para a prática da Educação Ambiental. Portanto, os professores participantes desta pesquisa podem utilizar a informática, por meio da internet, como ferramenta para o desenvolvimento de sua capacitação, principalmente no que diz respeito às questões ambientais relacionadas à Serra do Jabuticabal, voltando-se para a sua própria conscientização, bem como de seus alunos e, principalmente, da sociedade de Taquaritinga e região.Para criar o curso de capacitação via Internet, diversas soluções foram desenvolvidas a fim de permitir ao usuário do site, páginas personalizadas e que oferecessem uma experiência de navegação mais dinâmica e interessante. (a) Aspectos Técnicos da Construção do SitePrimeiramente, houve a necessidade de se analisar sobre quais seriam os programas necessários para o desenvolvimento do sistema. Este tipo de análise constituiu-se no processo de levantamento de requisitos do sistema, quando se definiu qual seria a extensão do projeto e quais seriam os recursos necessários para a sua execução.Todo este levantamento foi realizado tanto na forma descritiva textual, como também na linguagem gráfica, como por exemplo, diagrama IDEF0. O diagrama IDEF0 (Integration Definition for Function Modelling), é um modelo de compreensão de atividades, relacionamentos funcionais e dados. Ele permite modelar processos em um modelo com uma representação hierárquica de suas etapas. Em seguida, houve a necessidade da utilização de um servidor Web. O servidor utilizado foi o Apache, por se tratar de um servidor livre. Ele é de fácil utilização, pois é um servidor compatível com o protocolo HTTP – Hyper Text Transfer Protocol

(Protocolo de Transferência de Hipertexto). Este protocolo é o responsável por fazer a transferência dos dados entre o usuário e o servidor. Além de distribuir páginas em HTML - Hyper Text Markup Language (Linguagem de Formatação de Hipertexto), este servidor também pode ter a sua funcionalidade estendida por meio de módulos. Estes módulos são componentes de software que adicionam funcionalidades para o servidor. O módulo utilizado foi o interpretador PHP. Esta linguagem é muito similar à linguagem C e permite programação estruturada e orientada a Objetos. Os scripts PHP são incorporados dentro de uma página HTML e são executados no servidor antes que a página seja envida ao navegador. O PHP é gratuito e seu código é aberto.Para a implementação da solução de software proposta para este trabalho, que utiliza a internet como interface, fez-se necessário escolher um banco de dados que permitisse explorar as características básicas para implementação de um aplicativo cliente-servidor. O aplicativo utilizado foi o MySQL, que é um gerenciador de banco de dados relacional, implementado em linguagem de programa C e C++, que utiliza o SQL - Structured Query Language (Linguagem Estruturada para Pesquisas) como forma de acesso e na manipulação dos dados armazenados. Ele é um software aberto e é distribuído gratuitamente.(b) A Utilização do Site pelos ProfessoresCom o site desenvolvido e registrado na internet como www.ceparnet.com.br, iniciou-se a pesquisa junto às escolas, que teve a participação de 48 professores do Ensino Fundamental de 3 escolas particulares nos horários de HTPC - Hora de Trabalho Pedagógico em Conjunto, que são realizados nas escolas em todas as semanas e têm duração de duas horas.Neste processo de capacitação, o professor, após acessar o site, caso seja a primeira vez que o faça, tem que se cadastrar, inserindo todos os seus dados pessoais e profissionais. Para fazer o curso no site, o professor tem que preencher obrigatoriamente todos os campos para que estes dados possam fazem parte de um registro pessoal no banco de dados do sistema. Finalmente, após realizar o cadastro, o professor digitando os campos do usuário e da senha, desenvolve uma avaliação inicial no sentido de verificar qual é o seu grau de conhecimento referente à Educação Ambiental e qual a importância da mesma para a conservação e preservação da Serra do Jabuticabal. Esta avaliação é feita por meio do preenchimento de um questionário (Anexo 1), que foi desenvolvido através do levantamento de informações obtido junto a ONG “Amigos da Serra” sendo elaborado com questões fechadas, podendo as respostas ser positivas ou negativas, cabendo ao professor optar por uma resposta, e caso a resposta seja positiva, o professor tem que explicar o porquê da escolha da mesma, justificando-a, em espaço aberto adequado. Após esta primeira avaliação, o site gera um relatório com as perguntas e respostas do questionário respondido, demonstrando ao professor seus conhecimentos referentes à Serra do Jabuticabal no que diz respeito às suas características, ao seu tamanho, à sua formação e problematização. E é, a partir deste relatório obtido pelas informações digitadas pelos professores na avaliação inicial, que o sistema permite ao docente iniciar o curso definitivo referente à conservação e preservação, além da problematização da Serra, de modo a se obter informações básicas, ampliando seus conhecimentos e, por conseguinte, difundindo-os e os multiplicando em projetos de Educação Ambiental com seus alunos.Após o professor terminar o curso on-line, o qual pode ser realizado por três vezes, o sistema solicita a realização da avaliação final. Esta avaliação também será um

questionário com questões abertas, podendo ser positivas ou negativas. Após o término da mesma, o próprio site gera um novo relatório, demonstrando qual foi o seu desempenho.A partir dos relatórios gerados de cada professor, pode-se avaliar e comparar suas respostas, com o intuito de verificar se a informática é uma importante ferramenta de iniciação a este tipo de capacitação e se contribui para o desenvolvimento da Educação Ambiental neste contexto.

Começo de capítulo nivel 11. A EDUCAÇÃO AMBIENTAL, OS PCNs E A INFORMÁTICA NO CONTEXTO DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA REDE DE ENSINO

1.1. Aspectos Conceituais da Educação Ambiental nivel 2A Educação Ambiental (EA), de modo sintético, trata de um processo que visa à formação do cidadão, em relação às questões ambientais e sua problemática. Há de se observar que o conceito em si pode ser encontrado de formas diferenciadas em obras de vários autores diferentes, porém seus fundamentos são sempre os mesmos, pois se referem a um método contínuo da formação da cidadania em relação aos aspectos ambientais em toda a sua amplitude, sendo esta formação dependente, ou melhor, com conteúdos integrados de todas as disciplinas (CARVALHO, 2001).As definições de Educação Ambiental estão intimamente ligadas às definições do meio ambiente. É um processo que aborda a dimensão ambiental, contextualizada e adequada à realidade interdisciplinar, vinculada aos termos ambientais locais e globais (espaço físico) (CARVALHO op. cit.).citaçãoSegundo Reigota (1998), “... a educação ambiental é interdisciplinar, orientada para a resolução de problemas locais, possuindo características específicas: é participativa, comunicativa, criativa e valoriza a ação”!

A Educação Ambiental é a realidade vivenciada, formadora da cidadania, a qual transforma valores e atividades através da construção de novos hábitos, conhecimentos e cria uma ética conscientizadora para relações conjugadas entre o ser humano, a sociedade e a natureza, objetivando equilíbrio local e global visando a melhoria da qualidade devida de todos os níveis de vida (SCHUELTER 2001, p.37).Segundo Meyer (1991), Educação Ambiental é um processo contínuo de aprendizagem e exercício de cidadania, fornecendo meios para o indivíduo ter uma visão crítica da realidade e uma atuação consciente no espaço social. Ainda Stapp et at. (apud Dias, 1994, p.25), definiram a Educação Ambiental como “... um processo que deve objetivar a formação de cidadãos, cujo conhecimento acerca do ambiente biofísico e seus problemas associados, possam alertálos a resolver seus problemas”.Na conferência de Tbilisi, Dias (1994, p.26) definiu a Educação Ambiental, “... como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da educação, orientada para a resolução dos problemas concretos do meio ambiente através de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade”.Dias (1994, p.26) diz que o CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente – defendeu a Educação Ambiental como “... um processo de formação e informação, orientado para o desenvolvimento da consciência crítica sobre as questões ambientais, e de atividades que levam à participação das comunidades na preservação do equilíbrio ambiental”.Um trabalho de Educação Ambiental bem feito tem como grande enfoque a formação de uma consciência crítica nos indivíduos, para que possam ser capazes de se situarem no contexto geral no mundo em que vivem e poderem participar de soluções dos

problemas ambientais. Assim, para Porto (1996, p.21), “... a Educação Ambiental, visa desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o meio ambiente e com os problemas que lhe são associados, e que tenha conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar individual e coletivamente na busca de soluções para os problemas existentes e para a prevenção dos novos”. A Educação Ambiental é fundamental no processo de conscientização para a busca do desenvolvimento sustentável, porém a ignorância ainda é um grande obstáculo na melhoria das relações entre o ser humano e a natureza. Como está ainda em processo de formação, passando por profundas contradições e com um histórico complexo, a Educação Ambiental, segundo afirmativa de Medina (1998), “... é um processo que consiste em propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar valores e desenvolverem atitudes que permitam adotar uma posição consciente e participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação e adequada utilização de recursos naturais, para a melhoria da qualidade de vida com a eliminação das desigualdades sociais e o consumismo desenfreado”.Neste contexto, a Educação Ambiental busca, por meio de ações pontuais, estimular a solução de problemas mais próximos à população, em particular de cada região. Assim sendo, os efeitos surgidos destas ações, se somados, podem acarretar benefícios em proporções maiores, do mesmo modo que acontece em relação às ações humanas nocivas ao meio, que se iniciam localmente, porém, se somadas, podem resultar em impactos em escalas espaciais maiores, tornando-se mesmo, globais (o aquecimento global, por exemplo) (CARVALHO, 2001).De modo complementar a este pensamento, pode-se dizer que a Educação Ambiental é um processo que depende muito da formação do cidadão, pois para que ele efetue uma ação ambiental com sucesso, é preciso que conheça pelo menos os princípios da conservação/preservação do meio ambiente e, também, a magnitude da problemática ambiental local, para assim chegar a um olhar mais crítico do assunto a ser solucionado (CARVALHO op. cit.).Capra (1996, p. 231), na obra “Teia da Vida”, defende que se necessita de cidadãos ecologicamente alfabetizados, ou “eco-alfabetizados”, significando aqueles que entendem os princípios de organização ecológica dos ecossistemas, e que podem usar estes princípios para criar comunidades humanas sustentáveis.Segundo este autor, citação“(...) precisamos revitalizar nossas comunidades, inclusive nossas comunidades educativas, comerciais e políticas, de modo que os princípios da ecologia se manifestem nelas como princípios de educação, de administração e de política”.

Capra (1996, p.231) afirma ainda que citação“(...) naturalmente, há muita diferença entre ecossistema e comunidades humanas. Nos ecossistemas não existe auto percepção, nem linguagem, nem consciência e nem cultura; portanto, neles não há justiça, nem democracia, mas também não há cobiça e nem desonestidade. Não podemos aprender algo sobre valores e fraquezas humanas a partir de ecossistemas.Mas o que podemos aprender, e devemos aprender com eles é como viver de maneira sustentável. Durante mais de três bilhões de anos de evolução, os ecossistemas do planeta têm se organizado de maneiras sutis e complexas, a fim de maximizar a sustentabilidade. Essa sabedoria da natureza é parte essencial da eco-alfabetização”.

Prossegue ainda, dizendo que,citação

“(...) baseando-se no entendimento dos ecossistemas como redes autopoéticas e como estruturas dissipativas, podemos formular um conjunto de princípios de organização, que podem ser identificados como princípios básicos da ecologia e utilizados como diretrizes para construir comunidades humanas sustentáveis”.

Assim, têm-se importantes elementos que valorizam a formação de cidadãos como a grande chave para se encontrarem caminhos que nos levem ao desenvolvimento sustentável. Portanto, este processo está também fortemente apoiado na maneira como o cidadão é educado, daí a necessidade e a responsabilidade do sistema convencional de educação na preparação de profissionais aptos nas mais variadas áreas de conhecimentos, bem como no estímulo ao empenho em se engajar junto a esse novo processo educacional, juntamente com seus educandos, no caso dos professores.1.2. Alguns Antecedentes Históricos da Educação Ambiental nivel 2A Educação Ambiental também tem a sua história. Indícios da preocupação mais pública com a conservação e preservação do meio ambiente começaram a aparecer no ano de 1932, com a realização do Primeiro Congresso Internacional a favor da Proteção da Natureza. Em 1949, foram escritos por Aldo Leopoldo os primeiros artigos sobre ética no uso da terra (IBAMA, 1997).Segundo Reigota (1994), a explosão da bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945, representou um forte motivo para se preocupar com a questão ambiental do planeta, pois estas bombas representaram a possibilidade de destruição, através de um objeto produzido industrialmente pelo desenvolvimento científico e tecnológico dos próprios seres humanos.Entre os anos 50 e 60 foi surgindo um movimento contra o poderio, a partir deste episódio, ocorrendo uma grande corrida armamentista principalmente entre Estados Unidos e a antiga União Soviética. Começou a surgir, então, uma consciência planetária em relação à necessidade cada vez maior em se acabar com a produção de armas nucleares (SILVEIRA 2003, p.36).Paralelamente a isto, havia também grande preocupação quanto ao crescimento da população, principalmente nos países pobres, com maiores taxas de natalidade, e detentores da maior parte dos recursos não renováveis, sabendo-se ainda que estes recursos representem a base para o sucesso econômico de desenvolvimento industrial capitalista. Ao lado desta questão, uma diferença econômica cada vez maior entre os paises ricos e pobres foi se estabelecendo, gerando-se elites econômicas cada vez menores, com padrões de vida cada vez mais elevados, consumindo cada vez mais recursos naturais (SILVEIRA op. cit.).Segundo Leão e Silva (1998, p.15),citação“(...) as décadas de 60, 70 e 80, foram marcadas por fortes impactos na relação do homem com a natureza. Esse período ficou conhecido como o momento da alienação do homem com o próprio homem e deste com a natureza. Milhares de hectares de florestas são derrubadas, bilhões, gastos com armamento, produtos tóxicos sendo usados indiscriminadamente, erosão dos solos crescentes em todos os paises, a poluição do ar provocando doenças, mortes e comprometendo a temperatura e o clima do planeta; nos paises pobres, o índice de mortalidade cresce a cada dia, esgotos correm a céu aberto, a quantidade de lixo produzido é assustadora, os mananciais hídricos em estado de degradação, a fauna ameaçada e indústrias pesadas e poluidoras, continuam se consolidando em escala crescente. Esses cenários foram os alarmes que soaram em nível mundial nos meados dos anos 60, chamando a atenção do mundo para a exaustão dos recursos naturais e de fontes de energia, e que alertam para o comprometimento da vida em sociedade”.

Com isto, fica comprovado que a relação homem/natureza é desarmônica e continua provocando grandes problemas ambientais, os quais estão longe de serem resolvidos. Como velhos e novos exemplos disto, temos que: a população do mundo continua a crescer consideravelmente e os famintos morrem sem que suas necessidades básicas sejam atendidas; as atividades agrícolas continuam a ser realizadas de modo a atender apenas a fatores econômicos e não os sociais, acarretando assim diferenças cada vez maiores entre os países ricos e os países pobres; a atmosfera continua recebendo quantidades diárias cada vez maiores de poluentes, acarretando-se problemas conhecidos como efeito estufa acelerado (aquecimento global) e diminuição da camada de ozônio.No ano de 1968, reuniram-se na cidade de Roma (Itália) trinta especialistas em questões ambientais nos seus vários aspectos, provenientes de vários países, para discutir a crise do esgotamento de alguns recursos naturais, o chamado Clube de Roma; o qual, segundo Reigota (1994), enfatizou em seus debates os problemas ambientais planetários, e apontou a necessidade, bem como gerou subsídios para a realização da Primeira Conferência Mundial do Meio Ambiente Humano em Estocolmo na Suécia pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1972.Ainda segundo Reigota, o tema central desta reunião foi a poluição ocasionada pelas indústrias, gerando-se um consenso entre os países participantes de que era necessário haver seu controle, excetuando-se desta posição o Brasil e a Índia, que viviam na época o chamado “milagre econômico” e defenderam a idéia de que a poluição era o preço que se pagava pelo “progresso”. Foi na conferência de Estocolmo que se reconheceu, através de recomendação número noventa e seis, o desenvolvimento da Educação Ambiental como elemento crítico para o combate à crise ambiental no mundo (DIAS, 2001). Para isto, enfatizou-se a necessidade de os seres humanos reordenarem suas prioridades, reconhecendo-se também a importância de se divulgar os assuntos ambientais para o público em geral, por meio do treinamento dos professores e do desenvolvimento de novos recursos institucionais, métodos e programas, objetivando-se educar o cidadão comum para a compreensão dos mecanismos de sustentação da vida na Terra, como um caminho para o manejo e controle do meio ambiente (DIAS, op. cit.).A partir das sugestões apresentadas por esta conferência, por meio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) da UNESCO, a ONU passou a coordenar a política mundial das Nações Unidas para o meio ambiente. Assim, a UNESCO, promoveu em 1975, em Belgrado (Iugoslávia), um encontro internacional (Programa Internacional de Educação Ambiental – PIEA), com sessenta e cinco países diferentes, para debaterem e formularem proposições relativas à Educação Ambiental (SILVEIRA 2003, p.38). Salientou-se a importância de se reformular as alterações nos sistemas educacionais, colocando a Educação Ambiental como um processo contínuo e multidisciplinar que priorizasse as diferenças regionais de cada país e buscasse formatar um novo e produtivo relacionamento entre estudantes, professores, entre a escola e a comunidade, entre o sistema educacional e a sociedade, tudo isso publicado na chamada “Carta de Belgrado” .A “Carta de Belgrado”, que muito significou para a evolução da Educação Ambiental, recomenda que os recursos do mundo devam ser utilizados de modo que beneficie toda a humanidade e proporcione a todos, a possibilidade do aumento da qualidade de vida, reforçando a necessidade de uma ética global (SILVEIRA 2003, p.41).Em 1977, houve a Primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Tbilisi, Geórgia (ex-URSS), a qual foi também promovida pela UNESCO. Esta conferência foi considerada um marco conceitual em Educação

Ambiental, pois nela buscou-se elaborar uma identidade para a Educação Ambiental, definindo-se seus objetivos, suas características e também as estratégias necessárias para o seu desenvolvimento a nível nacional e também internacional (SILVEIRA, op. cit., p. 41). Paralelamente a isto, definiu-se também a necessidade de implantação da Educação Ambiental em todos os níveis do processo educativo, considerando-se que a mesma não deve se constituir em uma disciplina suplementar dos programas existentes, e sim partir da interdisciplinaridade, exigindo a cooperação entre as disciplinas tradicionais, no intuito de compreender a complexidade do meio ambiente, propondo-se assim soluções para os mesmos (ASSUNÇÃO, 1995).Segundo Silveira (op. cit), em 1979 foi realizado na Costa Rica, e também promovido pela UNESCO, o Encontro de Educação Ambiental para a América Latina, o qual promoveu uma série de seminários, constituindo-se num dos mais fecundos encontros em termos de implantação de conduta filosófica para o desenvolvimento da Educação Ambiental. Em 1983, a Assembléia Geral da ONU decidiu criar a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) conhecido como “Comissão Brundthand”, a qual, segundo Barbieri (1997), teve como objetivos: propor estratégias ambientais de longo prazo para se obter um futuro “desenvolvimento sustentável”; desenvolver uma maior cooperação entre os países com o intuito de interligar as pessoas, o meio ambiente e o desenvolvimento; criar meios e maneiras pelos quais a população internacional pudesse lidar com mais eficiência com as questões ambientais; e ajudar a definir noções e esforços necessários comuns para tratar com êxito os problemas ambientais. Em 1987, o PNUMA realizou a Segunda Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, em Moscou, quando foram analisadas e reafirmadas as conquistas e dificuldades da Educação Ambiental em todo o mundo. Nesta ocasião, foram traçadas metas para a década de noventa.Entre elas, ficou claro que se deveria objetivar modificações comportamentais nos campos cognitivo e afetivo, sendo necessárias atividades tanto em sala de aula como fora dela, orientadas por meio de projetos e programas coletivos e interdisciplinares, priorizando-se a capacidade docente, a utilização de novos meios de comunicação e de métodos pedagógicos mais adequados para a época .Em 1992, realizou-se no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, onde estiveram reunidos representantes de cento e setenta paises, tornando-se um dos mais importantes eventos do século. Dias (2001) descreve os principais objetivos do Rio-92:a. Examinar a situação ambiental do mundo e as mudanças ocorridas depois da Conferência de Estocolmo;b. Identificar estratégias regionais e globais para as ações apropriadas referentes às principais questões ambientais;c. Recomendar medidas a serem tomadas nacional e internacionalmente, referentes à proteção ambiental através de política e desenvolvimento sustentado;d. Promover o aperfeiçoamento da legislação ambiental nacional; e. Examinar estratégias de promoção de desenvolvimento, entre outros.Segundo Assunção (1995), nesta conferência, foram criados dois documentos importantes para a história da Educação Ambiental. O primeiro é o tratado para “Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global”, produzido durante o Fórum Global, evento simultâneo à Rio-92, quando educadores de todo o mundo, provindos de movimentos sociais e organizações não-governamentais reuniram-se na “Jornada de Educação Ambiental” (SÉ, 1999); e o segundo referese ao capítulo 36 da Agenda 21 (um dos documentos da Rio-92) que trata da “Educação, Capacitação e Sensibilidade

Pública”. Estes dois documentos estão interligados na construção de processos educativos voltados para a constituição de sociedades e desenvolvimentos sustentáveis.Silveira (op. cit.) diz que em 2002, a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio +10), reuniu líderes dos cinco continentes, durante dez dias em Johannesburgo (África do Sul), tendo como propostas: Reduzir à metade a proporção de seres humanos que não têm acesso à água potável e nem acesso aos meios de saneamento decentes, conforme o objetivo enunciado na Declaração do Milênio de Desenvolvimento até o ano de 2015; A base para um crescimento econômico contínuo, diminuição da pobreza e criação de empregos, são sólidas políticas econômicas, instituições democráticas e melhora de infra-estrutura. Daí a importância de um bom governo para o sucesso do desenvolvimento sustentável;Administrar de forma racional os produtos químicos ao longo de seu ciclo de vida, da forma que antes do ano de 2020 os processos de utilização e fabricação não prejudiquem a saúde dos humanos; O comprometimento da comunidade internacional em se empenhar na ajuda pública em relação ao desenvolvimento, anunciados em Monterrey. Aos países que ainda não o fizeram, requere-se com insistência, que se dediquem a alcançar o objetivo de uma vida pública ao desenvolvimento que representa 0,7% de seu produto nacional;Manter ou restabelecer as reservas a um nível que permitam obter um rendimento máximo sustentável no intuito de atingir com urgência esse objetivo para as reservas que estão se esgotando se for possível antes de 2015;A redução significativa do ritmo atual de empobrecimento da biodiversidade e a aplicação da Convenção sobre a biodiversidade daqui até 2010 do fornecimento de novos recursos técnicos e financeiros aos paises em desenvolvimento;Ao mesmo tempo em que persistem graves desafios, crises financeiras, insegurança, pobreza e desigualdade, a globalização oferece novas oportunidades para o crescimento da economia mundial, desenvolvimento e a melhoria de vida mundial;Os estados que ratificaram o Protocolo de Kyoto apelam aos que ainda não o fizeram para ratificá-lo.Importa aqui ressaltar que estas importantes recomendações acerca da problemática gerada pelo modelo predominante de desenvolvimento no mundo, são de mais difícil alcance e resolução se não forem acompanhadas de processos de Educação Ambiental com a população mundial, a principal protagonista, em toda a sua diversidade de sujeitos, e em todos os sentidos, da resolução destas questões. Assim, em face disto tudo, compreende-se que são difíceis os caminhos para o desejado “desenvolvimento sustentável”, sendo para isto necessário modificar a mentalidade humana por meio de uma profunda revisão das ações, das atitudes humanas, de seus princípios e valores, rumo a um caminho chamado educação, no qual se inclui a Educação Ambiental. Neste sentido, formar cidadãos mais conscientes, sensíveis e perceptíveis, em um processo continuamente melhorado, pode auxiliar na busca da melhoria da qualidade de vida humana com sustentabilidade planetária.nivel 21.3. Educação Ambiental no Brasil: aspectos importantes para esta pesquisa Os primeiros passos do movimento ambientalista começaram a se delinear inspirados no movimento sócio-cultural existente na Europa e EUA. Em 1968, o movimento político cultural anunciou as bandeiras de luta por um novo modelo de sociedade e por novas relações entre os seres humanos. O relatório oficial do Clube de Roma apontou os paises subdesenvolvidos como responsáveis pela diminuição dos recursos naturais, devido à sua população crescente, enquanto na conferência de Estocolmo gerou-se o

receio de bloqueios no processo de industrialização e exploração dos recursos naturais para estes mesmos países. Assim, a delegação brasileira em tal conferência, distribuiu cartazes que despertavam a preocupação do Brasil em relação à continuidade do progresso e do modelo de desenvolvimento: “Bem-vindos à poluição, estamos abertos a ela. O Brasil não tem nenhuma restrição. Temos várias cidades que receberiam de braços abertos sua poluição; o que nós queremos são dólares para o nosso desenvolvimento. A pior poluição é a miséria e a pobreza” (CARVALHO, 2001, p.17).Neste contexto, em meio a preocupações e protestos internos e externos, em 1973, houve a criação no Brasil da Secretaria Especial de Meio Ambiente – SEMA, vinculada à Presidência da República do governo militar. Após dois anos, em 1975, realizou-se a revisão da proposta de ciências naturais. Nesta época surgiram vários movimentos ambientalistas em diferentes estados brasileiros (AGAPAN-RS “Associação Gaúcha de Proteção a Natureza”, ASPAN-PE “Associação de Proteção a Natureza de Pernambuco” e Movimento Arte e Ecologia - SP, entre outros) (CARVALHO op. cit., p.18).A questão acadêmica da Educação Ambiental no Brasil, iniciou-se com a criação de cursos de Pós-Graduação, em 1976, nas Universidades do Amazonas, Brasília, Campinas, São Carlos e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE em São José dos Campos. Em 1981, foi instituída a Política Nacional do Meio Ambiente e consolidado o Sistema Nacional de Meio Ambiente, fortalecendo-se os órgãos estaduais do meio ambiente – CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, FEEMA - Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente, CPRH - Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, IAP - Instituto Ambiental do Paraná, etc. O Departamento do Ensino Médio do Ministério da Educação e Cultura do Governo Federal - MEC e a CETESB, publicam o documento “Ecologia – Uma proposta para o Ensino de 1º e 2o Graus”, em 1979. O Parecer 819/85 do MEC, em 1985, reforça a necessidade da inclusão de conteúdos ecológicos ao longo do processo de formação do ensino de 1o e 2o Graus, integrados em todas as áreas do conhecimento de forma sistematizada e progressiva, possibilitando a “formação da consciência ecológica do futuro cidadão” (ZUCCHI, 2002, p. 36).Segundo Carvalho (2001, p.19), entre 1986 e 1988, houve a realização dos primeiros cursos de Especialização em Educação Ambiental (Universidade de Brasília/SEMA), criou-se o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, integrando a este a SUDEPE – Superintendência do desenvolvimento de Pernambuco e o antigo IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. Novos cursos de Especialização em Educação Ambiental – Universidade Federal de Nato Grosso – UFMT e IBAMA, surgiram em 1990.Em 1991, aconteceu o encontro nacional de políticas e metodologias para Educação Ambiental – MEC/SEMA. Publicou-se também, a Portaria 678 - Ministério da Educação, a qual trata do caráter interdisciplinar da Educação Ambiental, determinando que a educação escolar deveria contemplar a Educação Ambiental juntando todo o currículo dos diferentes níveis e modalidades de ensino, sendo ainda enfatizada a necessidade de se investir na capacitação de professores (CARVALHO, 2001, p.19).Neste período, foi também publicada a Portaria 2421/91 do MEC, quando se instituiu um grupo de trabalho em Educação Ambiental para definir junto às Secretarias Estaduais de Educação, as metas e estratégias para a implantação da Educação Ambiental no país e elaborar proposta de atuação do MEC na área da educação formal e não formal para a conferência da ONU sobre o meio ambiente e desenvolvimento (a futura Rio-92) (ZUCCHI, 2002, p. 37). Em 1993, foi instituída a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Ambiental – Cap. VII, Educação Ambiental , Art. 36, Inciso I –

Caráter Interdisciplinar . Em 1994, realizou-se o III Fórum de Educação Ambiental, em São Paulo na Pontifícia Universidade Católica - PUC. Foi também criado o Programa Nacional de Educação Ambiental - PRONEA, com o objetivo de capacitar o sistema de Educação formal e não-formal supletivo e profissionalizante, em seus diversos níveis e modalidades (LEÃO & SILVA, 1998, p.17-21).Já em 1995, surgiram novos cursos de Especialização em Educação Ambiental na UFPE - Universidade Federal de Pernambuco e FUNDAJ - Fundação Joaquim Nabuco. Também foi criada a Câmara Técnica Temporária de Educação Ambiental no Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, determinante para o fortalecimento da Educação Ambiental . A Lei nº 9.276/96 que estabelece o Plano Plurianual do Governo 1996/1999, define como principais objetivos da área de Meio Ambiente a “promoção da Educação Ambiental, através da divulgação e uso de conhecimentos sobre tecnologias de gestão sustentável dos recursos naturais”, procurando garantir a implementação do PRONEA (ZUCCHI, 2002, p. 37).Segundo o MMA/MEC (1997, p.11): Citação“(...) a Co nstituição Federal estabelece no inciso VI do § 1º do seu art. 225, como competência do poder público, ‘promover a Educação Ambiental em todos o s níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente’. O dever do Estado, entretanto não exime a responsabilidade individual e coletiva; em referência ao direito ao meio ambiente equilibrado, o mesmo artigo constitucional diz que se impõe ao ‘poder público e à coletividade o dever de defendê-la e preservá-la para as presentes e futuras gerações”.

Segundo Zucchi (2002), em novembro de 1997, após 20 anos de Tbilisi, elaborou-se a Declaração de Brasília para a Educação Ambiental, documento que constituiu a síntese de uma construção coletiva para resgatar o saber acumulado, e que confirmou a Educação Ambiental como o espaço de criação da ecocidadania. Esta declaração resultou de um processo participativo entre Governo e entidades da sociedade civil, sendo conseqüência dos relatórios regionais da 1ª Conferência Nacional de Educação Ambiental - CNEA. Ainda de acordo com Zucchi (op. cit,), a Declaração de Brasília consolidou as grandes linhas em que se podem propagar as ações governamentais, as iniciativas do setor privado e os trabalhos de organizações não-governamentais, e ainda apresentou as problemáticas e as recomendações para que se consiga êxito nos objetivos de se fazer Educação Ambiental, nos mais variados temas por ela abordados. Tal documento apontou questões de cada região distinta do Brasil, tratando cinco temas distintos, constatando-se que as palavras ‘carência’ e ‘falta’ estão entre as mais presentes.Os temas abordados na Declaração de Brasília para Educação Ambiental são, segundo Zucchi (op. cit.):1º Tema: “Educação Ambiental e as Vertentes do Desenvolvimento Sustentável”.2º Tema: “Educação Ambiental Formal: Papel e Desafios”.3º Tema: “Educação Ambiental no Processo de Gestão Ambiental: Metodologia e Capacitação”.4º Tema: “ Educação Ambiental e as Políticas Públicas”.5º Tema: “Educação Ambiental, ética e Formação de Cidadania: Educação, Comunicação, e Informação da Sociedade”.A declaração cita o capítulo 36 da Agenda 21, o qual aponta que o ensino fundamental tem grande importância no sucesso do desenvolvimento sustentável e na formação de indivíduos que possam responder aos desafios colocados pelo estilo de desenvolvimento dominante. Ainda segundo o mesmo autor, são apresentadas algumas problemáticas registradas nas diferentes regiões do país, em relação ao 2º Tema:

A insensibilidade dos professores quanto à complexidade das questões ambientais.A carência qualitativa e quantitativa dos recursos humanos na área da Educação Ambiental e a ineficiência de metodologias apropriadas para o desenvolvimento da mesma. A falta de capacitação de gestores ambientais, visando a sensibilização para o desenvolvimento sustentável.A falta de recursos humanos qualificados para a educação formal e não-formal.A falta de materiais didáticos para a Educação Ambiental que contemplem as peculiaridades regionais.A dicotomia entre a teoria (discurso) e a prática dos educadores na busca de uma sociedade mais justa e igualitária.A falta de trabalhos de extensão, nas universidades, de modo a sensibilizar a comunidade para as questões ambientais.A carência de subsídios metodológicos e pedagógicos na área de Educação Ambiental.A inexistência de recursos financeiros para a qualificação de profissionais na área de Educação Ambiental.A falta de recursos humanos qualificados para a educação formal e não-formal.A escola tradicional está fechada nela mesma, não se integrando às comunidades as quais atende, não estando voltada para a matriz ambiental e cultural local. Os Professores de todos os níveis ainda estão pouco envolvidos com as questões ambientais e a falta de espaço para que os professores possam ter tempo, para a dedicação, em projetos de Educação Ambiental. A inexistência de centros especializados em Educação Ambiental nos estados da Federação, com o objetivo de capacitar pessoal e divulgar conhecimentos sócio-ambientais. Em 1999, a Lei nº 9975, dispõe sobre a educação ambiental, no seu artigo 1º, que se entendem por educação ambiental, os processos por meio dos quais o “(...) indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências, voltadas à conservação do meio ambiente, bem como de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sustentabilidade”.Educação Ambiental, no artigo 2º, é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e nãoformal. No seu artigo 4º, a lei determina os princípios básicos da educação ambiental dos quais podemos citar o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo. O artigo 5º coloca os objetivos fundamentais da educação ambiental, o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos (BRASIL,1997).1.3.1. Os Parâmetros Curriculares Nacionais e as Questões Ambientais nivel 2O lançamento dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), apesar de não tratar exclusivamente a educação ambiental, pois em seu conteúdo estão inseridos os chamados “temas transversais” - ética, saúde, orientação sexual, pluralidade sexual, meio ambiente, trabalho e consumo, eles levaram a uma proposta inovadora para um número recorde de pessoas; sendo que, somente no ensino fundamental, o censo escolar de 1994, marcou um Brasil com 31,2 milhões de alunos (as), estudando em 194.487 escolas, com 1,3 milhões de docentes (BRASIL, 1998, p.32).Os Parâmetros Curriculares Nacionais reproduzem a visão de que cada sociedade está vendo a questão ambiental com maior atenção, pois o futuro da humanidade depende da

relação entre natureza e a utilização racional dos recursos naturais disponíveis. Daí, a importância de se introduzir o tema Meio Ambiente nos currículos escolares, envolvendo toda a prática educacional de modo a contribuir com o desenvolvimento integral das potencialidades dos sujeitos. Assim, a criança pode aprender as qualidades da natureza em ciências, mas também ser sensibilizada, pintando e escrevendo o que vê, usando sucata para fabricar brinquedos e experimentos científicos, entre outras atividades que formem conhecimentos, valores e atitudes de cidadania (BRASIL, op. cit.).Dentro dos Parâmetros Curriculares, um tema transversal possui qualidades como: trata-se de um tema emergente e urgente, do qual a abordagem ultrapassa a mera transmissão de conhecimentos, inspirando os alunos a se mobilizarem a saber como fazer; é adequado ao trabalho com a faixa etária da criança e também pode ser considerado como linha orientadora que cada escola/professor pode adaptar à realidade local (por exemplo, a zona rural ou urbana) (BRASIL, op. cit.).A educação é um elemento indispensável para a transformação da consciência ambiental, e por isto, deve-se investir na mudança da mentalidade do indivíduo, conscientizando-o para a necessidade de adotar novos hábitos em relação ao meio, onde segundo expressão dos PCNs : Citação“(...) a questão ambiental – isto é, o conjunto de temáticas relativas não só à proteção da vida no planeta mas também à melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida das comunidades – compõe a lista dos temas de relevância internacional.” (BRASIL, 1997, p. 23)“(...) a Educação Ambiental como meio indispensável para se conseguir criar e aplicar formas cada vez mais sustentáveis de interação sociedade-natureza e soluções para os problemas ambientais. Evidentemente a educação sozinha não é suficiente para mudar os rumos do planeta, mas certamente é condição necessária para tanto.” (BRASIL, op. cit., p. 24)

Os PCNs (BRASIL, op. cit., p.27) firmam que a Educação Ambiental possui fortes conseqüências sociais. “(...) a Educação Ambiental está longe de ser uma atividade tranqüilamente aceita e desenvolvida, porque ela implica mudanças profundas e nada inócuas. Ao contrário quando bem realizada, a Educação Ambiental leva a mudanças de comportamento pessoal e a atitudes e valores de cidadania que podem ter fortes conseqüências sociais.” (BRASIL, op. cit., p. 26)Segundo Carvalho (2001), de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais, a principal função do tema Meio Ambiente, é contribuir para a formação de cidadãos conscientes através de informações e conceitos. Com ele, deve-se trabalhar com atitudes e formação de valores, ensinando a aprendizagem de habilidades e procedimentos com gestos simples de solidariedade, jogar lixo nos cestos, cuidar das plantas da escola, gestos estes que conflitam com os estímulos propostos pela mídia que mostra valores insustentáveis de consumismo, desperdício e irresponsabilidade.Para que este tema seja trabalhado de forma adequada junto aos alunos, é necessária a aquisição de muito conhecimento e informação por parte da escola. Ela deve oferecer meios efetivos para que os alunos compreendam o que é causado ou influenciado pelo ser humano no meio ambiente, para que possam desenvolver suas potencialidades, promovendo assim uma sociedade ambiental sustentável e justa, integrando-se a realidade, mudando seus hábitos já no estágio de desenvolvimento que se encontram e por conseqüência, possibilitando o exercício pleno de cidadania (CARVALHO, op. cit., p.36). Para que haja um comprometimento dos profissionais com os NovosPCNs, será necessário que os educadores tenham algum tipo de incentivo e valorização. É importante lembrar que um dos problemas é de recursos e de remuneração e que esta

nova qualidade da educação, vai exigir um professor atuante, muito bem informado, sintonizado com a contemporaneidade e preocupado com o trabalho interdisciplinar, mas o salário do professor tem que melhorar.De acordo com Zucchi (2002) o simples envio dos PCNs para as escolas, ou mesmo diretamente para cada educador localizado nos diversos municípios brasileiros, não vai garantir que as metas propostas serão consideradas e, muito menos, que a qualidade da educação vai melhorar. Será preciso um esforço bem maior do MEC e das Secretarias de Educação, promovendo seminários, cursos de atualização e centros de estudos remunerados, para que os professores, efetivamente, se interessem em conhecer o material produzido e procurem novas formas de capacitação.1.4. O Professor e a Tecnologia nivel 21.4.1. A História e o Professor nivel 3

Segundo Ripper (1996, p. 59-60), o primeiro método de ensinoaprendizagem e o primeiro modelo de professor vem da escola Socrática; inovador para a sua época, por volta do ano 400 a.C., o professor tinha o papel de induzir o aluno a criar suas próprias conclusões, fazendo com que nascesse do aluno a sua própria verdade. Porém, este método não se fixou; o que se cristalizou como modelo de escola no mundo cristão tinha uma proposta bastante diversa. Na Idade Média, a escola estava ligada ao poder religioso e era um privilégio de poucos. A prática pedagógica hegemônica foi o papel do professor como transmissor do conhecimento pronto e acabado, que deveria ser assim recebido pelos seus alunos. A forma de transmitir o conhecimento era realizada de modo autoritário e dogmático, tal qual a sociedade em que se inseria (ROTENBERG, 2002).Com a chegada da Revolução Industrial no século XVIII, houve também uma Revolução na Educação, em que “... aquela colocou a máquina no centro do processo produtivo; esta erigiu a escola em forma principal e dominante da educação” (SAVIANI, 1994, p. 163).Os pensadores desse período, como Smith, percebiam a necessidade da educação básica. Daí, a famosa frase a ele atribuída: “Instrução para os trabalhadores, porém, em doses homeopáticas” (SAVIANI, op. cit., p. 160). E Saviani (op. cit, p. 160) explica: “... é preciso um mínimo de instrução para os trabalhadores e este mínimo é positivo para a ordem capitalista, mas, ultrapassando esse mínimo, entra-se em contradição com essa ordem social.” Segundo Rotenberg (2002), com o surgimento da industrialização, a partir do século XIX, e a necessidade social de se atender à demanda de mão-deobra especializada, a escola se concretiza neste papel autoritário e dogmático. Com isso, a necessidade de novos conhecimentos e mudanças. Enquanto na Idade Média tinha-se como doutrina a religião, neste novo modelo de sociedade, a ciência passa a ser o objeto de conhecimento. O surgimento da ciência no processo produtivo envolve, a partir daí, a propagação da escrita e cria a necessidade da expansão escolar, porém não pode ser entendida como total processo de avanço. Assim como na sociedade da Idade Média, o professor continua com o seu papel de transmitir o conhecimento como algo pronto, sem permitir ao aluno criar novas curiosidades a este conhecimento que foi construído. No início do século XX, surgem organizações de trabalho também autoritárias apontadas pelos sistemas taylorista e fordista, os quais tinham como base de trabalho a automação, com a implementação da construção contínua da produção, a introdução de uma racionalização sistêmica e o fracionamento do trabalho, com a atribuição a grupos pequenos da responsabilidade por tarefas específicas. Segundo Machado (1994, p. 174): citação

“(...) a fragmentação do trabalho taylorista-fordista levou ao máximo a parcelização e a especialização como formas de intensificação do trabalho na produção seriada. À gerência se reservava o monopólio do conhecimento e toda a organização pressupunha um adestramento prático do trabalhador nas tarefas mecânicas e padronizadas, de tal maneira que ‘habilidade’ tornou-se sinônimo de repetição rápida e com margem mínima de erros de um pequeno número de gestos predeterminados e fixos”.

Com a produção padronizada e para o consumo em massa, com custos cada vez mais reduzidos, o fordismo representa a adaptação do taylorismo à linha de montagem (MACHADO, op. cit.).É na mesma linha de pensamento que a escola também foi influenciada por estes sistemas de produção. De acordo com Toffler (apud RIPPER, 1996, p. 61): “... o produto desta escola (...) é um indivíduo capaz de seguir ordens com atenção, não ser questionador, capaz de fazer algo sem se preocupar/interrogar por que é feito desse modo e não de outro, sempre confiante em que há alguém que já pensou por ele como fazer, e capaz de se esforçar para fazer o melhor em seu posto na linha de montagem”.Neste contexto, verifica-se que ao professor, comparando a escola como uma “linha de montagem”, também não é dada a oportunidade de inventar, ousar ou mudar (RIPPER, op. cit.); e, neste mesmo ambiente, entram os orientadores pedagógicos, os coordenadores e outros profissionais, os quais treinam os professores em como agir em suas práticas. O professor acaba sendo um mero transmissor de informações, que segue um script previamente estabelecido, em série, por outros especialistas, e ainda segundo Ripper (op. cit., p. 62), “... os poucos que ousam são logo postos de lado pela cultura hegemônica que não admite diversidade.”Já nos meados do século XX, surgem sinais de mudanças, pois “... na fábrica, os princípios do taylorismo/fordismo, o modelo da produção em massa, começaram a dar sinais de esgotamento já na década de 1950” (RIPPER, op. cit, p. 62) Porém, não podemos deixar de mencionar que, em alguns setores da sociedade, ele ainda está presente até os dias atuais. Agora, este novo operário tem que saber pensar pois ele passa a assumir certas responsabilidades na fábrica, como o controle da qualidade, sugerir mudanças para melhorar o processo de fabricação, e a escola até então não preparava o indivíduo para tal. Valente (1998b, p.31) sustenta esta idéia, quando diz que “... hoje, as mudanças do sistema de produção e dos serviços, as mudanças tecnológicas e sociais exigem um sujeito que saiba pensar, que seja crítico e que seja capaz de se adaptar às mudanças da sociedade”. É necessário que, nestas mudanças, surjam na sociedade visões mais críticas para enfrentar as situações-problema, com competência para a tomada de decisões quando necessário. 1.4.2. O Professor na Atualidade nivel 2Com a necessidade de um cidadão mais crítico, percebemos que sejam necessárias mudanças para um novo conceito pedagógico e, principalmente, um novo professor, que não transmita informações prontas e acabadas apenas. As nossas escolas e os nossos educadores, precisam se adaptar ao novo contexto social exigido atualmente, mesmo porque no mundo em que vivemos, com a velocidade e a facilidade de aquisição de informações, não existe mais lugar para o professor que só sabe transmití-las. Para os alunos, segundo Kenski (1996, p. 133), “... o professor não é mais a única, nem a principal fonte do saber. Eles aprendem, e aprendem sempre, em muitas e variadas situações. Já chegam à escola sabendo muitas coisas, ouvidas no rádio, vistas na televisão, em apelos de outdoors e informes de mercados e shopping centers que visitam desde bem pequenos. Conhecem relógios digitais, calculadoras eletrônicas, videogames, discos a laser, gravadores e muitos outros aparelhos que a tecnologia vem colocando à disposição para serem usados na vida cotidiana”.

O professor, de acordo com Rotenberg (2002), precisa assumir o papel como intermediador do processo de aquisição de informações e elaboração de conhecimentos; portanto, nesta nova realidade, pensamos que o professor precisa ensinar aos seus alunos uma nova forma de como pesquisar, como conhecer e como selecionar as informações mais relevantes estimulando a curiosidade dele, coordenar o trabalho com as informações coletadas, questionar esses dados e contextualizá-los dentro da realidade dos alunos, e não mais ser o transmissor de informação. Conforme comenta Giraffa (1993, p. 3), é importante “... ter cuidado para o professor não fazer as coisas pelos alunos, ser o orientador e não o realizador das tarefas, pois, procedendo assim, o aluno não vivencia a experiência e nem aproveita de maneira devida o recurso, não constrói o conhecimento”. Entendemos que o professor, também neste novo conceito, tenha o papel de coletar a informação, e também precise escolhê-la e trabalhá-la, confrontando visões, metodologias e resultados. Hoje, as novas exigências educacionais pedem um novo professor capaz de ajustar sua didática às novas realidades da sociedade, do conhecimento, do aluno, das novas tecnologias da comunicação e de informação (ROTENBERG, 2002). Libâneo (1998, p. 29) comenta de maneira adequada, o papel deste novo professor, agora como mediador do processo de ensino aprendizagem, ou seja:citação “(...) o ensino exclusivamente verbalista, a mera transmissão de informações, a aprendizagem entendida somente como acumulação de conhecimentos, não subsistem mais. Isso não quer dizer abandono dos conhecimentos sistematizados da disciplina, nem da exposição de um assunto. O que se afirma é que o professor media a relação ativa do aluno com a matéria, inclusive com os conteúdos próprios de sua disciplina, mas considerando os conhecimentos, a experiência e os significados que os alunos trazem à sala de aula, seu potencial cognitivo, suas capacidades e interesses, seus procedimentos de pensar, seu modo de trabalhar. Ao mesmo tempo, o professor ajuda no questionamento dessas experiências e significados, provê condições e meios cognitivos para sua modificação por parte dos alunos e os orienta, intencionalmente, para objetivos educativos. Está embutida aí a ajuda do professor para o desenvolvimento das competências do pensar, em função do que coloca problemas, pergunta, dialoga, ouve os alunos, ensina-os a argumentar, abre espaço para expressarem seus pensamentos, sentimentos, desejos, de modo que tragam para a aula sua realidade vivida. É nisso que consiste a ajuda pedagógica ou mediação pedagógica”.

Podemos perceber a necessidade de que os professores tenham mudanças em suas atitudes pedagógicas para as novas tecnologias e informações, as quais podem ser aliadas muito importantes nesta sua nova função, colocando o aluno num papel mais ativo diante do seu processo de aprendizagem. Foi assim com o rádio, a televisão, o vídeo cassete, a mídia impressa, etc. e, agora, com o computador, os softwares educacionais e, mais recentemente, com a Internet, que vem acrescentando novas dimensões ao processo educacional, as quais não estariam normalmente presentes em uma sala de aula tradicional (ROTENBERG, op. cit.).Para Valente (1998b, p. 49): Citação“(...) o computador deve ser utilizado como um catalisador de uma mudança do paradigma educacional. Um novo paradigma que promove a aprendizagem ao invés do ensino, que coloca o controle do processo de aprendizagem nas mãos do aprendiz, e que auxilia o professor a entender que a educação não é somente a transferência de conhecimento, mas um processo de construção do conhecimento pelo aluno, como produto do seu próprio engajamento intelectual ou do aluno como um todo”.

Neste sentido, Giraffa (1993, p.5) afirma que: “a questão fundamental é refletir e fazer um bom uso do computador dentro do processo educacional, enriquecendo a prática do professor e a aprendizagem do aluno”. E complementa: “(...) o problema de como o docente deve introduzir o computador no ensino é bem complexo e deve-se ter cuidado ao abordá-lo, pois se tratando de um recurso rico e poderoso, cuja capacidade e qualidade de exploração a ser feita realmente decidirão sua vida útil no contexto escolar, temos que evitar, justamente, tratar do assunto como se fosse somente uma tecnologia nova e torná-lo um outro mero modismo”. (GIRAFFA, op.cit., p. 8)Os recursos tecnológicos como o computador, softwares e a internet, podem facilitar a busca de conhecimentos ao aluno e até mesmo ao professor, mas não criar ou mudar a relação pedagógica entre eles, pois isto, entendemos que depende do projeto de homem e sociedade que o professor e a escola possuem. Se por um lado, uma atividade com os alunos utilizando a Internet, mediada por um professor com visão conservadora e individualista, poderá reforçar ainda mais o seu controle sobre os alunos, por outro lado, um professor mais comprometido com a educação, juntamente com a instituição escolar, poderá encontrar neste recurso um meio de ampliar a interação, a curiosidade e o desenvolvimento do aluno.Vale lembrar Kenski (1996, p. 131), quando coloca que: “(...) é importante que tenhamos consciência de que o papel do professor e da escola, nesta nova sociedade, mudou. Ainda que a escola – e, muitas vezes, o próprio professor – não tenha percebido isto. Na sociedade tradicional – a que criou o modelo de escola que nós ainda temos aí – a escola era o lócus privilegiado do saber. O professor era a principal fonte de onde emanava todo o conhecimento que as novas gerações precisavam adquirir para viver bem socialmente. A escola era a instituição responsável pela transmissão da memória social e cultural. Era a ‘formadora’ dos sujeitos e precisava garantir-lhes todos os instrumentos para a sua integração e realização profissional no âmbito da sociedade”.Portanto, nesta escola e nesta sociedade repletas de tecnologias de comunicação, de informação a serviço de seus cidadãos, entendemos que o professor deve se colocar no papel de mediador entre o aluno e a informação, de modo a ser, realmente, um agente facilitador do processo de (re) construção do conhecimento do aluno, transformando uma educação centrada no ensino, para aquela centrada na aprendizagem e colocando o aluno num papel ativo neste processo (ROTENBERG, 2002).1.4.3. Dificuldades dos Professores com a Tecnologia nivel 2

Muitos professores vêem hoje a tecnologia e os computadores como um bicho de sete cabeças, acham que nunca conseguirão ‘domá-los’, demonstram uma grande insegurança. Segundo Sandholtz et al (1997, p.78), à medida que os professores aprendem a utilizar a tecnologia para seu benefício no gerenciamento da sala de aula, descobrem que suas atitudes em relação aos computadores, vão sendo modificadas conforme o contato no dia a dia com a máquina.A grande revolução que o computador promove é permitir uma educação massificada no sentido de que há muita informação disponível e ao mesmo tempo individualizada. "(...) Ao contrário do que ocorreu no início, quando os professores expressavam preocupações sobre suas salas de aula computadorizadas, eles agora se preocupavam por terem que lecionar em salas de aula sem acesso à tecnologia" (SANDHOLTZ et al., op. cit., p.78). O que vai acontecer é que o ensino não vai mais se limitar ao livro didático. Os livros deverão ser melhores, adequados à informática, trazendo, até mesmo, sugestões de sites (LOZZA, 2002).Segundo Lozza (op. cit.), o papel é a forma mais fácil de acesso ao conhecimento, as aulas expositivas, os trabalhos de laboratório, as pesquisas de campo, as consultas à Internet são recursos complementares, que devem ser utilizados de maneira integrada e

inteligente. Exatamente o oposto do que faz a educação convencional, que desperdiça o mais precioso de todos os recursos, o professor, fazendo dele mero fornecedor de informações, quando deveria ser um organizador de situações de aprendizagem.citação“(...) novas habilidades precisam de reforço. Não se pode esperar que os professores, ou os alunos, participem de novas habilidades ou comportamentos se não receberem retorno e apoio logo após serem apresentados à nova atividade. Nós descobrimos que a empolgação e entusiasmo dos professores em relação à integração da tecnologia muitas vezes se esvaeciam se não recebiam apoio após algumas semanas. (SANDHOLTZ et al., 1997, p.157)O profissional em educação não deve pensar que irá perder seu emprego por conta da informática, e sim, utilizá-la como meio para melhorar a qualidade de ensino. O papel do profissional em educação é mostrar ao aluno para que serve o conhecimento. Ele precisa enxergar-se como apenas uma parte do processo de aprendizado (LOZZA, 2002). "Os professores são, devido à natureza de seu trabalho, pragmáticos. Eles têm que sobreviver a cada dia e estar prontos para o dia seguinte" (SANDHOLTZ et al., 1997, p.163).1.4.4. O Professor na Era da Informática nivel 2Assim como nos EUA e na França, no Brasil o uso do computador na educação teve início com algumas experiências em universidades, no princípio da década de 70 (BASTOS, 2002). Segundo Bastos (op. cit.), o uso da informática na educação, no Brasil se inicia com o primeiro e o segundo Seminário Nacional de Informática em Educação, realizados respectivamente na Universidade de Brasília, em 1981 e na Universidade Federal da Bahia, em 1982. Tais seminários firmaram um programa de atuação que originou o EDUCOM e uma forma de trabalho diferente de quaisquer outros programas educacionais iniciados pelo Ministério da Educação e Cultura - MEC. No caso da Informática na Educação, as decisões e as propostas nunca foram totalmente centralizadas no MEC; eram frutos de discussões e propostas feitas pela comunidade de técnicos e pesquisadores da área, e a função do MEC era a de acompanhar, viabilizar e implementar essas decisões. Portanto, a descentralização das políticas na implantação da informática da educação no Brasil, é a grande marca da diferença das políticas adotadas na França e nos Estados Unidos. No Brasil, as políticas de implantação e desenvolvimento não são produto somente de decisões governamentais, como na França, nem conseqüência direta do mercado como nos Estados Unidos. Segundo Almeida (1997), a informática segue duas linhas distintas: A primeira refere-se ao ensino de informática, onde visa preparar profissionais da área como programadores, analistas de sistema, engenheiros de softwares, etc.A segunda trata do aprendizado de conceitos de quaisquer áreas de estudo por meio do uso de computadores, onde a informática assume funções variadas de acordo com a abordagem e a perspectiva educacional adotada. Seguindo esta segunda linha de pesquisa, Valente (1993a, p. 2) aponta que, por meio do uso de computadores, o ensino torna-se realidade, podendo se realizar sob diferentes abordagens que se situam e "oscilam entre dois grandes pólos", cuja direção de uso dos seus componentes (computador, programa educacional e aluno) caracteriza a abordagem adotada. Ainda segundo o mesmo autor, em um dos pólos, observa-se o ensino sendo controlado pelo computador, a qual o mesmo é programado através de um software (programa educacional) chamado “Instrução”. Tal Instrução(software) transmite informações ao aluno ou verifica o volume de conhecimentos vistos sobre determinado assunto. Neste processo de aprendizagem, o professor se enquadra como um espectador do processo da exploração do software pelo aluno.

No outro pólo, o processo é controlado pelo aluno, o qual utiliza determinado software para ensinar o computador a resolver um problema ou executar uma seqüência de ações (programa escrito em uma linguagem computacional), produzindo assim, resultados ou efeitos.Nesta última abordagem, observa-se um importante papel do professor no processo de aprendizagem do aluno, pois este constrói o conhecimento num ambiente onde é desafiado e motivado para a exploração, para a reflexão, para a depuração de idéias e para a descoberta de novos conceitos.O computador como ferramenta educacional é tido como "uma das maiores fontes de mudança do ensino e do processo de manipular informação", enquanto que as abordagens de instrução auxiliada por computador "podem ser caracterizadas como uma tentativa de computadorizar o ensino tradicional."(VALENTE, 1992; 1993a, p.11)Os sistemas aplicativos como Word, Excel, Access, Power Point, como outros, também podem ser usados como ferramenta educacional, por meio da exploração de processadores de textos, planilhas eletrônicas, gerenciadores de bancos de dados, programas de editoração gráfica, etc., os quais foram desenvolvidos para outros fins, não os educacionais, mas se constituem em excelentes ferramentas quando explorados adequadamente, permitindo a construção criativa e cooperativa.A preparação do professor na questão da utilização dos computadores em educação, é de fundamental importância, pois segundo Papert (1988) ele deve atuar não apenas como repassador de conteúdos, mas sim como “facilitador de aprendizagem do aluno”. Entretanto na preparação do professor, há de se considerar que deve haver uma integração entre informática e educação e não apenas a soma das mesmas. E, para que ocorra esta integração, é necessário que haja o domínio dos assuntos que estão integrados, e como parte deste processo de preparação, deve-se prover ao profissional participante de um curso preparatório, “(...) vivenciar situações em que a informática é usada como recurso educacional, a fim de poder entender o que significa o aprendizado através dela, qual o seu papel como educador nessa situação, e que metodologia é mais adequada ao seu estilo de trabalho” (VALENTE, 1993b, p.116).Este processo possibilita ao educador assumir uma postura crítica frente ao uso do computador, pois esta preparação permite a aquisição de "... uma dose de conhecimento, não apenas da realidade educacional do seu país, da região ou da sua área, como também do potencial dos instrumentos computacionais” (ALMEIDA, 1987, p. 55). A reflexão sobre a realidade, na qual o educador se insere, implica em um compromisso com as transformações que esta realidade vem exigindo. Assim, na preparação dos professores, deve-se criar espaços para a realização de estudos filosófico-antropológicos concomitantemente com estudos e apropriação de recursos da ferramenta computacional, pois, como afirma Paulo Freire, “... não é possível fazer reflexão sobre o que é a educação, sem refletirsobre o próprio homem". E ainda, “(...) se o meu compromisso é com o homem concreto, com a causa de sua humanização, de sua libertação, não posso porisso mesmo prescindir da ciência, nem da tecnologia, com as quais me vou instrumentando para melhor lutar por esta causa” (FREIRE, 1979, p. 22).Diante de tal linha de pensamento, Barros (2002) diz que cabe ao professor optar pelo seu papel como agente de transformação, por meio da escolha de uma linha filosófica-educacional, e da definição de seus métodos, técnicas e instrumentos de trabalho. Entretanto, o professor apresentando-se como uma importante peça deste contexto e um agente de mudança social, deve dar oportunidade aos educandos quanto ao desenvolvimento da sua autonomia como sujeitos da sua ação e do processo educacional. Assim, compreende-se a ação educativa como sendo uma ação interdisciplinar.

A proposta de uso dos computadores em educação dentro desta abordagem, parte das idéias de Papert, que, “(...) baseado na teoria de Jean Piaget sobre cognitivismo e epistemologia genética, propõe uma transformação na concepção do processo ensino-aprendizagem através do uso do computador como uma ferramenta que propicia ao aluno condições de explorar o seu potencial intelectual, desenvolvendo idéias nas mais diferentes áreas do conhecimento e realizando sucessivas ações, reflexões e abstrações, criando assim seus próprios modelos intelectuais” (ALMEIDA, 1991, p. 2).O professor que atua segundo essa abordagem, é aquele que “(...) intervém para promover o pensamento do sujeito e engaja-se com ele na implementação de seus projetos, compartilhando problemas, sem apontar soluções; respeitando os estilos de pensamento e interesses individuais; estimulando a formalização do processo empregado; ajudando assim o sujeito a entender, analisar, testar e corrigir os erros. Esse professor é um facilitador no sentido definido por Fagundes, que lhe atribui a função de propor desafios para desequilibrar as certezas inadequadas, indagar sobre algumas informações pertinentes, mas quando suas sugestões não surtirem efeito, ele deve interpretar isso como uma impossibilidade momentânea de assimilar a informação sugerida, isto é, à impossibilidade de atribuir à informação uma significação que a torne pertinente” (ALMEIDA, op. cit., p. 2).Assim, o papel ativo do aluno como construtor da sua aprendizagem, exige do professor características indicadas por Piaget, o qual afirma que as crianças se desenvolvem espontaneamente na medida em que interagem com um meio físico e social, mas acentua a responsabilidade do educador em propiciar lhes um meio que propicie tal interação, e desafios suficientes para que possa realizá-la ativamente (BARROS, 2002). Entretanto, o desenvolvimento da inteligência é decorrente das relações que se estabelecem entre o indivíduo e o meio, através da apropriação da herança cultural e da sua ação sobre o meio social e não apenas de um processo individual (BARROS, op. cit.). Os pensamentos de Vygotsky (1989), em relação ao estudo do desenvolvimento da cognição em seu contexto histórico-social, têm forte influência sobre a atuação do professor como autor do processo de aprendizagem em ambientes informatizados, pois, enquanto na perspectiva piagetiana, ‘o computador pode funcionar como uma tela projetiva do pensamento’, para Vygotsky, essa tela passa a ser também ‘uma representação do significado do mundo pelo aluno, um lugar onde ele poderá representar seus dados culturais’. No entanto, o mestre que procura trabalhar dentro dos parâmetros dessa abordagem, não interfere no processo de construção do aluno, e sim promove seu aprendizado, respeitando-lhe seu interesse, através do conhecimento e estilo cognitivo. 1.4.6. A Internet como ferramenta na Educação nivel 3De acordo com Merchán, Marcos e Perales (1998, p.191-192), as possibilidades de uso da Internet como ferramenta educacional está crescendo e os limites dessa expansão são desconhecidos. A cada dia, surgem novas maneiras de se usar a Internet como recurso para enriquecer e favorecer o processo de aprendizagem.Segundo Rotenberg (2002), com a explosão da internet no Brasil, ocorrida em 1996, às escolas, percebendo a necessidade desta importante ferramenta, começaram a providenciar suas conexões, a fim de atingir uma realidade que já vinha se manifestando na vida cotidiana de seus alunos. Muitos colégios deduzindo que esta ferramenta seria um aliado muito importante para a educação, passaram a atrair alunos usando o argumento do uso do computador e a conexão com a Internet, até com Portais Educacionais, os quais são portais de entrada para a Internet, pois se tratam de sites que oferecem as mais diversas ferramentas de comunicação e informação, todas ligadas à educação, incluindo ferramentas de busca que selecionam previamente a informação nas pesquisas, evitando que o usuário acesse sites não confiáveis.

1.4.7. A internet como ferramenta de apoio ao professor nivel 3Com o aparecimento de novas tecnologias, as escolas vem sofrendo bastantes mudanças, tanto de comunicação como também de informação, mas principalmente, no que diz respeito ao uso do computador na educação escolar. Estas mudanças têm provocado um questionamento dos métodos e da prática educacional, uma vez que a simples inserção da tecnologia não garante a melhoria do processo educacional.

Começo de capítulo nivel 12. A PESQUISA EMPÍRICA2.1. Apresentação do site e do curso on-line nivel 2Neste capítulo, apresentaremos o site CEPAR “Centro Educacional de Percepção Ambiental Regional”, que está no endereço www.ceparnet.com.br, criado com o objetivo de desenvolver cursos de capacitação para professores sobre os problemas ambientais, para que possam trabalhar com seus alunos em projetos de Educação Ambiental, relacionados à sua região. Para um maior entendimento do curso de capacitação de professores, elaborado e utilizado nesta pesquisa, apresentaremos todas as páginas do site, demonstrando-o passo a passo, desde o cadastro até a finalização do curso. O tema do curso escolhido para esta pesquisa foi sobre a Serra do Jabuticabal, a qual se localiza em grande parte no município de Taquaritinga, tem parte de sua extensão longitudinal passando por Monte Alto, e perfaz um total de 14 km de extensão, sendo bastante marcante sua degradação ambiental, caracterizada 70% de área da serra que hoje se encontram desmatados. Também serão apresentadas informações sobre o administrador do site, de como os relatórios são gerados, de como são criadas as questões do curso e como as avaliações são apresentadas e processadas. 2.1.1. Tela Principal nivel 3Na página principal do CEPAR, (figura 1), além de informações importantes sobre o Meio Ambiente, o usuário poderá ler artigos, verificar as últimas notícias, os problemas ambientais da região, assim como participar de fórum de discussões. O professor poderá fazer o pedido do curso criando seu cadastro no site.2.1.2. Criando seu Cadastro nivel 3Após o professor clicar no link ‘cadastrar’ uma nova página surgirá (figura 2), campos de preenchimento para que ele possa fazer todo o seu cadastro, alimentando assim o banco de dados com suas informações pessoais e também criando um Login (Usuário) e senha. Somente assim o professor terá acesso aos cursos do CEPAR.2.1.3. Iniciando o Curso nivel 3Depois que o professor terminou de preencher o seu cadastro, o sistema gera uma confirmação liberando o curso. O usuário então poderá entrar no setor de cursos on-line, digitando seu Login (Usuário) e senha.Após isto, poderá escolher o curso que deseja fazer, neste caso em especial, aquele sobre a Serra do Jabuticabal. O usuário também poderá trocar sua senha se for necessário ou clicar em sair (Logout), como mostra a figura 3 a seguir. A partir do momento em que escolheu o curso, o professor terá que responder uma primeira avaliação para saber qual é o seu conhecimento sobre o referido assunto.

REFERÊNCIAS nivel 1ALMEIDA, M. E. Informática e educação: reflexões sobre a formação de professores para o uso pedagógico do computador. 1991. Dissertação (Mestrado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 1991.________. O Computador como Ferramenta de Reflexão na formação e na Prática de Professores. São Paulo, Revista da APG, n. 11, ano VI, PUC - SP, 1997.ALMEIDA, F. J. de. Educação e Informática: os computadores na escola. São Paulo: Cortez, 1987.ALVES, R. M. Sistemas de Educação à Distância. Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisas Avançadas em Educação, 1998, p.94.ANN, H.; STILBORNE, L. Guia do professor para INTERNET: completo e fácil. Porto Alegre: Editora Artmed, 2000.ARETIO, L. G. Educación a Distancia Hoy. Madrid: Universidad Nacional de Educación a Distancia, 1994.ASSUNÇÂO, L. W. A. Educação Ambiental como um processo interdisciplinar: uma experiência com a coleta de lixo na escola estadual Joaquim Saraiva. 1995, 222f. Dissertação (Mestrado Centro de Ciências Humanas e Artes) Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia-MG, 1995.BARBIERI, J. C. Desenvolvimento e Meio Ambiente: as estratégias de mudanças da agenda 21. 156 f. Petrópolis, Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1997.