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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Naiara Araújo da Costa Ordem Lepidoptera – Família Geometridae Monografia apresentada como parte da avaliação de uma disciplina do DEA, para a conclusão da Disciplina Entomologia Geral I, do Curso de Graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Sergipe. i

monografia geometridae

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Naiara Araújo da Costa

Ordem Lepidoptera – Família Geometridae

Monografia apresentada como parte da avaliação de uma disciplina do DEA, para a conclusão da Disciplina Entomologia Geral I, do Curso de Graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Sergipe.

SÃO CRISTÓVÃO - 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Naiara Araújo da Costa

Ordem Lepidoptera – Família Geometridae

Monografia apresentada como parte da avaliação de uma disciplina do DEA, para a conclusão da Disciplina Entomologia Geral I, do Curso de Graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Sergipe.Orientador: Dr. Genésio Tâmara Ribeiro

SÃO CRISTÓVÃO – 2007

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LISTA DE FIGURAS

Fig. 1 - Lagarta de Geometrideo (Oxydia sp.) (Enomiinae) (J. Pinto fot.).......... pág. 2

Fig. 2 - Atyria dicroides Prout (Lacerda del.).......................................................pág. 3

Fig. 3 - Perthophlebia sp. (H. W. Capps det.) ( ? Neuromelia festiva (Cramer) (Lacerda fot.).........................................................................................................pág. 3

Fig. 4 - Asas de Phrygionis sp. (Geometridae) (Lacerda del.)..............................pág. 4

Fig. 5 - Pantherodes pardalaria Hübner, 1823 (Geometridae) (Lacerda fot.).......pág. 5

Fig. 6 - Catoria sp. (H. W. Capps det.) (? Boarmia bipennaria Guenée, 1857) (Geometridae) (Lacerda fot.)................................................................................pág. 6

Fig. 7- Meticulodes odonaria (Oberthur) (= Azelina odonaria Oberthur), macho (Lacerda fot...........................................................................................................pág. 6

Fig. 8 - Nipteria incoloraria Guenée, 1857 (Geometridae) (Lacerda fot.)............pág. 7

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RESUMO

Araújo, Naiara. Lepidóptera – Geometridae. Monografia (Conclusão da disciplina Entomologia Geral I) – Curso de Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Sergipe, 2007.

O presente trabalho procurou realizar um estudo sobre a família de insetos Geometridae, constituinte da Ordem Lepidóptera e superfamília Geometroidea, dando ênfase à apresentação da determinada superfamília e sua única família, para um melhor conhecimento de seus caracteres, hábitos, desenvolvimento, classificação, por fim suas espécies mais interessantes. Sendo ela a segunda família, a maior dos Lepidópteros, classificada nas seguintes subfamílias: Alsophilinae, Archiearinae, Brephinae, Ennominae, Geometrinae, Hemitheinae, Larentiinae e Oenochromatinae. São mariposas de porte médio, asas grandes para o tamanho do seu corpo e de variadas cores e antenas simples, filiformes ou pectinadas nos machos. Hábitos em geral crepusculares e noturnos. Por possuírem uma característica determinante de suas lagartas, são conhecidas vulgarmente por lagartas mede palmo.

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SUMÁRIO

1. Introdução.................................................................................................................12. Revisão da Literatura 2.1. Caracteres...........................................................................................................2 2.2. Hábitos e Desenvolvimento...............................................................................4 2.3. Classificação......................................................................................................5 2.4. Espécies mais interessantes................................................................................63. Conclusão..................................................................................................................84. Referências Bibliográficas........................................................................................9

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ORDEM LEPIDOPTERA – SUPERFAMÍLIA GEOMETROIDEA, FAMÍLIA GEOMETRIDAE

Introdução

Lepidóptera é uma ordem de insetos muito diversificada que inclui as borboletas e um grupo chamado de traças em Portugal e mariposas no Brasil. O grupo inclui insetos com dois pares de asas membranosas cobertas de escamas e peças bucais adaptadas a sucção. O ciclo de vida dos lepidópteros engloba as seguintes etapas: ovo da borboleta, larva, chamada também de lagarta, pupa e imago, a fase adulta.

São os insetos que tanto nos fascinam pelas belíssimas cores que exibem em suas asas. Indiferentes à economia humana na forma adulta, muitos são os prejuízos que nos causam na fase de larva ou lagarta, quando vorazmente destroem grande número de plantas úteis. Excetuando-se as espécies que nos fornecem a seda, nada de benéfico obtemos destes insetos.

Sendo os insetos mais da metade de todas as espécies e havendo cerca de 180.000 espécies de lepidópteros, é de fundamental importância o estudo no conhecimento das variadas divisões dessa ordem de insetos e sobre a vida de cada família que a compõe, sendo ela classificada em 127 famílias. Onde está incluída a família Geometridae, incluída na superfamília Geometroidea ( Geometrina Rennie, 1832; Geometroidea Forbes, 1923), a qual se pretende expor todo o seu conjunto de características, o seu desenvolvimento, seu habitat e sua classificação com alguns de suas espécies representantes.

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Caracteres:

As mariposas desta superfamília são de porte médio. Muitas, porém, são pequenas e algumas relativamente grandes, como por exemplo, Amphidasys crebaria Guenée, 1857, espécie encontrada no Rio de Janeiro, com quase 60 mm de envergadura.

Fig. 1 - Lagarta de Geometrideo (Oxydia sp.) (Enomiinae) (J. Pinto fot.).

Quase todos os Geometrídeos têm asas anteriores triângulosubretangulares, relativamente grandes para o corpo mais ou menos grácil que apresentam, exibindo máculas ou áreas de cores as mais variadas; não raro são em grande parte verdes ou brancas. Há também espécies com asas de cores escuras, pardas (Microgonia

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Herrich-Schäffer e outros gêneros), ou negras, com áreas brancas (Melanchroia Hübner), ou amarelas (Atyria Hübner) (fig. 2).

Fig. 2 - Atyria dicroides Prout (Lacerda del.).

Vêm-se também nesta superfamília algumas espécies com asas anteriores distintamentes falcadas (Drepanodes Guenée; Microgonia Herrich-Schäffer), ou com estas e as posteriores de contorno suboval (Eudule Hübner). Nestas últimas, tanto as asas anteriores, como as posteriores, em geral, são uniformemente coloridas de amarelo ou laranja.

Alguns Geometrídeos apresentam asas brancas (ex. Neuromelia festiva (Cramer) (fig.3), ou de um branco pérola com linhas amareladas pouco distintas (Syllexis Guenée).

Fig. 3 - Perthophlebia sp. (H. W. Capps det.)(? Neuromelia festiva (Cramer) (Lacerda fot.).

Antenas simples, filiformes em ambos os sexos, ou pectinadas nos machos. Raramente dilatadas no ápice, neste caso, porém, os olhos são nus. Sem ocelos e sem palpos maxilares. Espirotromba mais ou menos desenvolvida; em várias espécies atrofiada. Chetosema presente.

Asas (fig. 4) anteriores com os ramos de Rs em forquilha e não raro formando uma ou duas células acessórias; cubitus, excetuando alguns gêneros (Eudule, Operophtera), aparentemente trífido.

Asas posteriores geralmente com Sc formando curva, mais ou menos acentuada, ou cotovelo perto da raiz da asa e não raro emitindo, da parte saliente da curvatura, um ramo dirigido para a base do frenulum; depois, aproximando-se ou coalescendo com Rs em menor ou maior extensão; cubitus também aparentemente trífido; Cu2 ausente; uma ou duas nervuras livres na área anal (1A + 2A e 3A).

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frenulum presente na maioria das espécies; as espécies que não o possuem, ou que o têm vestigial, apresentam o ângulo umeral distintamente expandido. Órgãos timpânicos bem desenvolvidos, na base do abdômen e com as aberturas subventrais, abaixo do espiráculo.

Fig. 4 - Asas de Phrygionis sp. (Geometridae) (Lacerda del.).

Nos Geometrídeos ocorre, em algumas espécies, o dimorfismo sexual, com fêmeas ápteras ou micrópteras.

Hábitos e desenvolvimento:

Os Geometrídeos, em geral, são mariposas noturnas ou crepusculares, ficando durante o dia pousados nas plantas, com as asas abertas e bem encostadas à superfície suporte. Há, todavia, muitos que são heliófilos, de hábitos diurnos, portanto. Assim, Melanchroia pylotis, segundo B. RAYMUND voa nas matas e clareiras húmidas durante o dia, principalmente nas últimas horas da tarde.

Os ovos, geralmente, são de contorno elítico, de tipo achatado, deitados e providos de micrópila lateral; excepcionalmente são erectos e com a micrópila num dos pólos. A escultura, ou é imperceptível, ou constituída por depressões hexagonais ou poligonais.

As posturas são feitas isoladamente ou em oóplacas, com cerca de 160 ovos, sobre a planta de que se alimentam as lagartas. Estas, nuas ou providas de pelos esparsos, apresentam a peculiaridade interessante, aliás, característica deste grupo de Lepidópteros, de não possuírem os 3 pares anteriores de pernas abdominais (fig.1), o que as obriga a andar de modo singular, mediante uma série de arqueamentos do corpo.

Sem dúvida foi esse tipo característico de locomoção, que nos dá a impressão de estar o inseto medindo a superfície de deslocamento, o que levou LINNAEUS a adotar o nome Geometra (“geo grego” (a terra) + “metron” (medida)), para o gênero deste grupo de Lepidópteros. Aliás, bem poucos desconhecem tais lagartas. Entre nós elas são apelidadas pelos nomes vulgares: lagartas mede palmo, medideiras ou geômetras.

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Ora apresentam-se uniformemente coloridas, ora com várias cores, não raro formando faixas longitudinais. Em Leucula nephodia (Hübn.), a parte dorsal negra do corpo (exceto a cabeça) é percorrida por limites ou faixas longitudinais amarelas.

É relativamente freqüente o dicromatismo nas lagartas geômetras, apresentando-se umas, por exemplo, de cor verde e outras, da mesma criação, de cor parda ou amarelada. Quando paradas, frequentemente ficam presas ao galho suporte somente pelas 4 pernas abdominais e com a parte anterior do corpo semi-erecta, atitude que as faz perfeitamente semelhante a um pequeno ramo (fig. 1).

HAMBLETON (1935), ao apresentar a lista das espécies de Hemitheidae apanhadas em Viçosa (Minas Gerais), diz o seguinte:

“As lagartas de Racheospila e Synchlora são providas de excrecencias tuberculiformes das quaes expellem uma substancia pegajosa que prende restos de partículas de seus alimentos, como pedaços de folhas, etc. A maior parte alimenta-se de flores e os indivíduos adultos são em geral de colorido verde”.

As lagartas dos Geometrídeos, quando completamente desenvolvidas, ou tecem o casulo sobre a planta em que viveram, ou encrisalidam no solo.

As crisálidas são delicadas e de cor clara, amarela esverdeada ou parda.

Fig 5 - Pantherodes pardalaria Hübner, 1823(Geometridae) (Lacerda fot.).

Classificação:

A superfamília Geometroidea compreende mais de 10.000 espécies descritas, universalmente distribuídas mesmo nas regiões mais inóspitas e de vegetação escassa, todas incluídas numa só família - Geometridae.

A região Neotrópica é uma das que possuem maior número de espécies; nela se encontram cerca de 5000 Geometrídeos.

Os Geometrídeos do mundo acham-se distribuídos nas seguintes subfamílias, aliás, consideradas famílias por alguns autores.

Alsophilinae (Alsophila aescularia March Moth, 1663).Archiearinae (Archiearis parthenias Orange Underwing, 1661; Archiearis

notha Light Orange Underwing, 1662)Brephinae (Brephidae Snellen, 1867; Monoctenidae). Sem representantes

brasileiros.Ennominae (Abraxas grossulariata Magpie Moth, 1884; Lomaspilis

marginata Clouded Border, 1887; Macaria notata Peacock Moth, 1889; Macaria

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liturata Tawny-barred Angle, 1893; Chiasmia clathrata Latticed Heath, 1894; Plagodis dolabraria Scorched Wing, 1904; ).

Geometrinae (Geometridae Stephens, 1929; Boarmiidae Guenée, auct.; Selidosemidae Meyrick; 1895 Selidosematidae).

Hemitheinae (Hemitheidae Braund, 1846; Geometridae Meyrick, 1895; Tillyard, 1926).

Larentiinae (Larentidae Guenée, 1858; Larentiidae Butler, 1879; Hydriomenidae Meyrick, 1895).

Oenochromatinae (Oenochromidae Guenée, 1857).As mariposas da família Sematuridae foram incluídas por COMSTOCK em

Geomettroidea.Embora lhe falte autoridade para discordar da opinião desse autor, aliás,

esposada por FORBES (1942), que considera os Sematurídeos mais estreitamente ligados aos mais primitivos Geometrídeos, prefere incluí-los em Uranioidea, como o fazem outros autores.

Fig. 6 - Catoria sp. (H. W. Capps det.) (? Boarmiabipennaria Guenée, 1857) (Geometridae) (Lacerda fot.).

Espécies mais interessantes:

Alguns Geometrídeos, em outros países, comportam-se como verdadeiras pragas, pois as lagartas destroem a folhagem de fruteiras e de essências florestais.

Na Europa são bem, conhecidos os danos causados aos pomares e bosques pelas lagartas de Operophtera brumata (L.) (Cheimatobia brumata) (Larentiidae), cujas fêmeas são micrópteras.

No Brasil, entretanto, como há poucos Geometrídeos, não há um de importância econômica equivalente à da espécie há pouco citada; as lagartas de quase todos alimentam-se de plantas silvestres.

Em São Paulo COTAIT e GIANNOTTI apresentaram recentemente interessante trabalho sobre a biologia de Neuromelia festiva (Cramer) (fig. 3), cujas lagartas atacam a hera.

Ultimamente o Eng. Agr. JAYME PINHEIRO enviou-lhe, para determinação, exemplares de Thyrinteina arnobia (Cramer, 1758), com a informação de estarem as lagartas devastando plantações de Eucalyptus da Companhia Paulista.

Alguns Geometrídeos rivalizam com as borboletas na apresentação de desenhos de cores vistosas ou brilhantes nas asas.

Assim, Pantherodes pardalaria Hübner, 1823 (subfamília Geometrinae) (fig. 5) cujo desenvolvimento foi estudado por F. HOFFMANN (1930), é uma mariposa

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de asas amarelas, cor de gema de ovo, com manchas redondas, desiguais, de cor cinzenta ou pardacenta, mais escura na margem e no centro.

Fig. 7- Meticulodes odonaria (Oberthur) (= Azelinaodonaria Oberthur), macho (Lacerda fot.

Mais belas ainda lhe parecem as espécies de Phrygionis Hübner (Geometrinae – Palyadini), como Phrygionis polita (Cramer, 1782), uma das mais encontradiças em nosso país.

Nos livros de MABILDE (1896) e de BENEDITO RAYMUNDO (1907) e nos trabalhos de HOFFMANN (1931, 1932 e 1939) encontram-se notas relativas ao desenvolvimento de alguns dos nossos Geometrídeos.

BOURQUIN, em seu livro “Mariposas Argentinas” (1945), estuda o desenvolvimento de: Gynopteryx gladiaria scriaria Guenée, 1858 (Ennomini), Perizoma impromissata (Walker, 1862) e Racheospila gerularia (Hübner, 1823) (Hemitheinae).

Fig. 8 - Nipteria incoloraria Guenée, 1857(Geometridae) (Lacerda fot.).

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CONCLUSÃO

A Família Geometridae, da Ordem dos Lepidópteros, são mariposas de porte médio, havendo muitas espécies belas que apresentam desenhos de cores vistosas ou brilhantes nas suas asas. As lagartas dessa Família às vezes se comportam como verdadeiras pragas, alimentando-se de plantas silvestres, como o Eucaliptos. Sendo assim, tanto as mariposas quanto as lagartas chamam atenção para estudos voltados para o melhor conhecimento desta Família.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

A. DA COSTA LIMA. Insetos do Brasil. 1949. Monografia (Conclusão da disciplina Entomologia Geral I, do curso de graduação em Engenharia Florestal) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão.

CARRERA, MESSIAS. Entomologia para você. 1907. Monografia (Conclusão da disciplina Entomologia Geral I, do curso de graduação em Engenharia Florestal) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão.

BARTH, RUDOLF. Entomologia Geral. 1972. Monografia (Conclusão da disciplina Entomologia Geral I, do curso de graduação em Engenharia Florestal) – Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão.

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