77
UNIVERSIDADE POTIGUAR ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO SISTEMA DE MONITORAMENTO DE TEMPERATURA ATRAVÉS DA REDE ELÉTRICA Alann Karllo Gomes Xavier Marinho Daniel Câmara Gadê de Vasconcelos NATAL / RN JANEIRO DE 2007

MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

UNIVERSIDADE POTIGUAR ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO

SISTEMA DE MONITORAMENTO DE TEMPERATURA

ATRAVÉS DA REDE ELÉTRICA

Alann Karllo Gomes Xavier Marinho

Daniel Câmara Gadê de Vasconcelos

NATAL / RN

JANEIRO DE 2007

Page 2: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

ALANN KARLLO GOMES XAVIER MARINHO

DANIEL CÂMARA GADÊ DE VASCONCELOS

SISTEMA DE MONITORAMENTO DE TEMPERATURA

ATRAVÉS DA REDE ELÉTRICA

.

Exame de qualificação submetido à direção do curso de

Engenharia de Computação da Universidade Potiguar

como parte dos requisitos necessários para a obtenção da

graduação em Engenharia de Computação.

ORIENTADOR: Prof. Glaucus Brelaz

NATAL / RN

JANEIRO DE 2007

Page 3: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

3

“Não podemos construir uma máquina do tempo para mudar o passado porque

se o passado fosse mudado não construiríamos uma máquina do tempo.”

“Todos nós temos máquinas do tempo. As que nos levam ao passado são nossas

lembranças, e as que nos fazem ir em frente são os nossos sonhos.”

Herbert George Wells – “A Máquina do Tempo”

Page 4: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

4

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, o maior de todos os engenheiros, pela infinita bondade e

misericórdia, que cada dia nos proporciona vitórias como esta.

Agradecemos aos nossos pais e nossas namoradas que acham estranho ir para a

faculdade durante os fins de semana mesmo tendo ido durante toda a semana.

Ao Prof. Dr. Antonio Luiz Pereira de Siqueira Campos por ter iniciado este projeto

com a gente e nos ter dado a base para que nós a executamos.

Ao Prof. Glaucus Brelaz por nos ter acolhido durante o segundo semestre, nos ter

orientado e ter dado novas idéias que incrementaram o projeto mesmo com vários grupos para

orientar.

Aos nossos amigos e colegas de turma pelo companheirismo e pela convivência

durante as madrugadas, fins de semana e nas, infelizmente, raras viagens e “farras”.

A Carlos Evandro que nos disponibilizou o material de sua monografia e que nos foi muito útil.

Ao Google, por tornar nossa vida mais fácil, com a sua busca eficiente.

E a todos que de uma forma ou outra contribuíram para o sucesso deste projeto.

Page 5: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

5

SUMÁRIO SUMÁRIO 5

LISTA DE FIGURAS 7

LISTA DE TABELAS 9

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS 10

RESUMO 11

ABSTRACT 12

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 13

CAPÍTULO 2 - A REDE ELÉTRICA 15

2.1 A REDE ELÉTRICA COMO CANAL DE COMUNICAÇÕES 15

2.2 DISTÚRBIOS CARACTERÍSTICOS DA REDE ELÉTRICA 18

2.2.1 Impedância 19

2.2.2 Atenuação 20

2.2.3 Ruídos 20

2.2.4 Outros Distúrbios na Rede Elétrica 22

CAPÍTULO 3 - MODULAÇÃO 25

3.1 MODULAÇÃO DE ONDA CONTÍNUA ANALÓGICA 25

3.1.1 Modulação de Onda Contínua por Amplitude (AM) 26

3.1.2 Modulação de Onda Contínua por Ângulo 26

3.2 MODULAÇÃO DE ONDA CONTÍNUA DIGITAL 27

3.2.1 Modulação em Amplitude por Chaveamento (ASK) 27

3.2.2 Modulação em Freqüência por Chaveamento (FSK) 27

3.2.3 Modulação em Fase por Chaveamento (PSK) 28

3.3 MODULADOR E DEMODULADOR FSK 29

3.3.1 Modulador FSK 29

3.3.2 Demodulador FSK 30

3.3.2.1 Phase-Locked Loop (PLL) 31

3.4 LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÕES 32

CAPÍTULO 4 - TEMPERATURA 34

4.1 DEFINIÇÃO 34

4.2 MEDIÇÃO DA TEMPERATURA 34

Page 6: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

6

4.2.1 Instrumentos de Medição 34

4.2.1.1 Termistores 35

4.2.1.2 Termopares 36

4.2.1.3 Pirômetros 36

4.2.1.4 Sensores semicondutores 37

4.2.1.5 Circuitos integrados 37

CAPÍTULO 5 - MICROCONTROLADOR PIC16F877A 41

5.1 CONVERSOR A/D 42

5.2 COMUNICAÇÃO SERIAL I2C NO PIC16F877A 43

5.2.1 O I2C 43

5.2.2 Barramento I2C 43

5.2.3 Transmissão dos Dados 44

5.3 COMUNICAÇÃO SERIAL RS-232 NO PIC16F877A 46

5.3.1 Módulo USART 46

5.3.2 Protocolo de Comunicação Serial RS-232 47

5.3.3 Driver RS-232 47

CAPÍTULO 6 - INTERFACE DE ACOPLAMENTO 49

6.1 DRIVER DE SAÍDA (AMPLIFICADOR DE POTÊNCIA) 49

6.2 REDE DE ACOPLAMENTO 50

CAPÍTULO 7 - IMPLEMENTAÇÕES, TESTES E RESULTADOS 52

7.1 CIRCUITO COM TRANSMISSÃO ANALÓGICA DE MALHA ABERTA 52

7.2 CIRCUITO COM TRANSMISSÃO DIGITAL UTILIZANDO I2C 54

7.3 CIRCUITO COM TRANSMISSÃO DIGITAL UTILIZANDO O CONVERSOR

A/D 60

CAPÍTULO 8 - CONCLUSÃO 64

BIBLIOGRAFIA 66

ANEXO A - CIRCUITO TRANSMISSOR / RECEPTOR 69

ANEXO B - IMAGENS DOS TESTES 71

ANEXO C - PROGRAMA DO PIC16F877A 73

Page 7: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

7

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Diagrama de blocos do projeto 14

Figura 2.1 - Rede Telefônica 16

Figura 2.2 - Rede Wireless 16

Figura 2.3 - Rede Ethernet 17

Figura 2.4 - Rede Elétrica 18

Figura 2.5 - Freqüência (MHz) – Impedância de redes elétricas na Europa, por Malack

e Engstrom 20

Figura 2.6 - Espectro do ruído 22

Figura 3.1 - Modulação de Onda Contínua do tipo analógica 26

Figura 3.2 - Modulação de Onda Contínua do tipo digital 29

Figura 3.3 - Circuito para modulação FSK usando o XR-2206 30

Figura 3.4 - Diagrama de blocos do XR-2211 30

Figura 3.5 - Diagrama de blocos de um PLL básico 30

Figura 3.6 - Representação da faixa ocupada por um sinal 32

Figura 3.7 - Faixa de sincronismo de um sinal 32

Figura 4.1 - Variação do resistor dos termistores com relação à temperatura 36

Figura 4.2 - Vários tipos de termistores 36

Figura 4.3 - Variação temperatura x resistência elétrica 37

Figura 4.4 - Gráfico variação temperatura x erro de medição do LM35 38

Figura 4.5 - LM35 38

Figura 4.6 - Esquema interno do LM35 39

Figura 4.7 - Montagem para medições de temperatura entre -55ºC e 150ºC 39

Figura 4.8 - Montagem para medições de temperatura entre 2ºC e 150ºC 40

Figura 4.9 - Erro de medição (em ºC) do TMP101 x variação de temperatura (ºC) 40

Figura 5.1 - Representação da arquitetura de Von Neumann e de Harvard 41

Figura 5.2 - Diagrama de um barramento I2C 44

Figura 5.3 - Esquema de uma transmissão do protocolo I2C 45

Figura 5.4 - Níveis lógicos aleatórios presentes da transmissão de 8bits de dados 47

Figura 5.5 - Circuito de operação típico do MAX232 48

Figura 6.1 - Interface de Acoplamento 49

Page 8: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

8

Figura 6.2 - Circuito do amplificador classe AB 50

Figura 6.3 - Rede de Acoplamento Fase-Neutro 51

Figura 7.1 - Circuito com transmissão analógica de malha aberta 52

Figura 7.2 - Teste do sensor 53

Figura 7.3 - Esquema do circuito de condicionamento e do VCO 54

Figura 7.4 - Circuito com transmissão digital utilizando I2C 55

Figura 7.5 - Diagrama de blocos do programa do PIC16F877A para o sensor TMP101 56

Figura 7.6 - Estrutura do transmissor FSK 57

Figura 7.7 - Configuração dos componentes passivos do demodulador 58

Figura 7.8 - Circuito com transmissão digital utilizando o conversor A/D 60

Figura 7.9 - Organização dos registradores do conversor A/D do PIC16F877A 61

Figura 7.10 - Organograma básico do programa do PIC16F877A usado neste projeto 63

Figura A.1 - Circuito do transmissor 69

Figura A.2 - Circuito do receptor 70

Figura B.1 - Sensor de Temperatura 71

Figura B.2 - Saída do sensor mostrado no osciloscópio em escala 0.2 V/Div 71

Figura B.3 - Onda da saída do sinal da freqüência F2 modulador XR-2206 com

aproximadamente 98kHz 72

Figura B.4 - Onda da saída do sinal da freqüência F1 modulador XR-2206 com

aproximadamente 102kHz 72

Page 9: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Anomalias mais comuns provenientes da rede elétrica, suas causas e efeitos 22

Tabela 3.1 - Alocação de freqüências para redes de baixa tensão residencial 33

Tabela 5.1 – Níveis de tensão fornecidos pelo PIC16F877A e pelo padrão RS-232 48

Tabela 6.1 - Características dos amplificadores com configuração coletor comum 49

Tabela 7.1 – Valores de conversão da temperatura 61

Page 10: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

10

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

A - Unidade de medida elétrica em Ampéres.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

ASK - Amplitude Shift Keying.

A/D - Analógico / Digital.

bps - Bits por segundo.

C - Capacitância.

CEBus - Consumer Eletronics Bus

CENELEC - Comité Européen de Normalisation Electrotechnique.

CI - Circuito Integrado.

dB - deciBel, Unidade adimensional de ganho ou atenuação.

Fc ou F0 - Freqüência Central.

FSK - Frequency Shift Keying.

H - Unidade de indutância, Henry.

Hz - Unidade de freqüência, Hertz, um ciclo por segundo.

I2C - Inter-Integrated Circuit.

IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers.

L - Indutância.

LAN - Local Area Network.

MSSP - Master Synchronous Serial Port

PC - Personal Computer.

PLC - Power Line Communications.

PLL - Phase Locked Loop.

PSK - Phase Shift Keying.

s - Unidade de medida de tempo em segundos.

SDA - Serial Data Line.

SCL - Serial Clock Line.

USART - Universal Synchronous Asynchronous Receiver Transmitter

V - Unidade de tensão, Volt.

VCO - Voltage Controller Oscillator.

W - Unidade de medida elétrica em Watts.

Page 11: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

11

RESUMO

Este projeto tem a como objetivo a elaboração um sistema de monitoração remota de

temperatura de ambientes com transmissão dos dados através da rede elétrica. O trabalho

discorre toda a parte teórica necessária para a compreensão do mesmo, além de demonstrar a

montagem do circuito, testes realizados e os resultados obtidos.

Palavras chaves: Transmissão de Dados Via Rede Elétrica, PLC, Medição de Temperatura,

Modulação.

Page 12: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

12

ABSTRACT

This project has as objective the elaboration a system of remote temperature

monitoration of environments with transmission of the data through the power lines. The

work discourses the whole necessary theoretical part for the it’s understanding, as well as

demonstrating the circuit’s assembly, accomplished tests and the obtained results.

Keys Words: Power Line Communications, PLC, Measurement of Temperature, Modulation.

Page 13: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

13

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

A monitoração da temperatura é algo importante nos dias de hoje. Nas indústrias e no

comércio, ela é aplicada em salas de fabricação de componentes eletrônicos, em frigoríficos,

hospitais, escritórios, etc. Ela também é empregada nas residências visando melhorar o

conforto dos moradores. Este controle não é tratado apenas como um quesito de conforto ou

exigência técnica em locais com temperatura controlada, mas serve também para otimizar o

funcionamento de condicionadores e aquecedores de ar visando economizar energia e

diminuir os custos.

O problema desta monitoração é que ele normalmente necessita de uma infra-estrutura

própria para ser instalado, como, por exemplo, o cabeamento. Por isso, o projeto de um prédio

tem que ser pensado visando à instalação dos sensores de temperatura, o que eleva o seu

custo.

Este projeto visa superar este problema utilizando a rede elétrica para a transmissão

dos dados dos sensores de temperatura. Com a transmissão dos dados via rede elétrica,

também conhecia como Power Line Communications (PLC), pode-se instalar um sistema de

monitoração de temperatura dependendo apenas da existência de uma tomada ligada à rede

elétrica, coisa comum em todos os estabelecimentos atuais. Ela também permite uma

integração com outros equipamentos elétricos visando automatizar determinados processos,

como por exemplo, o ar-condicionado.

A idéia de se transmitir sinais por linhas de potência remonta aos anos trinta.

Entretanto, nunca foi considerado um meio de comunicação viável devido à baixa velocidade,

baixa funcionalidade, alto custo de desenvolvimento e ao excesso de ruído no meio. A

transmissão dos sinais pela rede elétrica, só foi possível com o avanço das técnicas de

modulação e multiplexação, permitindo transmitir sinais diferentes sobre um mesmo meio

físico. Hoje essa técnica de transmissão de dados está em franco desenvolvimento e seu uso

está se difundindo rapidamente.

Page 14: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

14

Figura 1.1 – Diagrama de blocos do projeto.

No Capítulo 2 será estudada a rede elétrica. Serão descritas suas características, seus

problemas e os requisitos para que haja uma transmissão de dados por ela. Também serão

discutidos os tipos de modulações e suas características

No Capítulo 3 é a vez da temperatura ser debatida. Suas características, instrumentos

e métodos usados para fazer a sua medição.

No Capítulo 4 será estudado o protocolo I2C para transferência de dados serial entre

dispositivos.

As implementações deste trabalho, bem como os testes e seus resultados serão

apresentadas no Capítulo 5.

As conclusões e futuras implementações que podem ser feitas para melhorar o

projeto e dar continuidade serão apresentadas no Capítulo 6.

Page 15: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

15

CAPÍTULO 2

A REDE ELÉTRICA

2.1 A REDE ELÉTRICA COMO CANAL DE COMUNICAÇÕES

O uso da rede elétrica como meio de comunicação de dados nasceu a partir da

constatação que os imóveis tinham mais tomadas elétricas do que linha telefônicas fixas. Isto

quer dizer que é muito mais fácil se ter um ponto de acesso aos dados utilizando a rede

elétrica (que já está consolidada e amplamente difundida) do que utilizar qualquer outro meio

de transmissão de dados. Nas Figuras 2.1 a 2.4 apresentamos as formas mais comuns de

transmissão de dados em ambientes residenciais com seus prós e seus contras, além de

ilustrações mostrando um exemplo de infra-estrutura básica para cada tipo de transmissão de

dados:

a) Comunicação por Linha Telefônica:

- Prós: Alto desempenho (Ex.: conexão de internet via ADSL);

Infra-estrutura já existente.

- Contras: Poucas tomadas disponíveis.

Na Figura 2.1 temos uma exemplificação da estrutura de cabeamento da rede

telefônica em uma residência.

Page 16: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

16

Figura 2.1 – Rede Telefônica [2].

b) Comunicação por Radio Frequência (Wireless):

- Prós: Alto desempenho;

Ferramenta bastante flexível;

Fácil instalação.

- Contras: Tecnologia bastante cara;

Necessita de grandes espaços livres para se obter um bom desempenho;

Sujeita a interferências e à saturação do espectro.

Na Figura 2.2 temos uma exemplificação da estrutura de uma rede wireless em uma

residência.

Figura 2.2 - Rede Wireless [2].

Page 17: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

17

c) Comunicação por esquemas tradicionais de cabeamento:

- Prós: Cabos de transmissão são de baixo custo e alto desempenho;

- Contras: necessita fazer um estudo prévio das instalações elétricas do prédio ou da

residência para permitir a instalação destes cabos isolada dos cabos de energia, o

que encarece a construção do imóvel.

Na Figura 2.3 temos uma exemplificação da estrutura de cabeamento da rede Ethernet

em uma residência. Observe a quantidade exígua de pontos de acesso.

Figura 2.3 - Rede Ethernet [2].

d) Comunicação pela rede elétrica (PLC):

- Prós: Infra-estrutura já existente e bastante ampla;

Fácil instalação;

A tomada funciona para duplo propósito (fornecer energia e transmitir dados)

- Contras: Tecnologia ainda em fase de crescimento e aprimoramento;

Necessidade de bom isolamento;

Características elétricas variam de acordo com a carga da rede;

Possui baixa impedância.

Na Figura 2.4 temos uma exemplificação da estrutura de cabeamento da rede elétrica

em uma residência. Observe que os pontos de acesso à rede são mais numerosos que os meios

de comunicação anteriormente citados.

Page 18: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

18

Figura 2.4 - Rede Elétrica [2].

2.2 DISTÚRBIOS CARACTERÍSTICOS DA REDE ELÉTRICA

A natureza dinâmica com que as cargas são inseridas e removidas da rede e as

interferências de diferentes naturezas fazem deste ambiente o mais hostil, para a transmissão

de sinais. Mesmo a simples conexão entre duas tomadas de energia elétrica em uma mesma

instalação apresenta uma função de transferência bastante complicada devido principalmente

à falta de casamento entre as impedâncias das cargas nas terminações da rede. Desta forma, as

respostas em amplitude e fase variam numa faixa bem extensa com a freqüência. Em algumas

freqüências o sinal transmitido pode chegar ao receptor com poucas perdas, enquanto em

outras freqüências o sinal pode ser recebido com um nível de potência inferior daquele

apresentado pelo ruído, sendo completamente corrompido pelo canal [1].

Típicas fontes de ruído presente na rede elétrica são: motores com escovas, fontes

chaveadas, reatores de iluminação, dentre outras. Estes equipamentos introduzem

componentes de alta freqüência na rede. Constituindo outra forma de inserção de ruído, as

emissões irradiadas são aquelas provenientes de emissoras de rádio em geral. O impacto

destas diferentes fontes de interferência no sistema é que durante a transmissão dos dados, o

número de erros pode ser considerável, necessitando alguma forma de correção [1].

A rede elétrica é um meio de transmissão bastante provido por ruídos e interferências,

e a atenuação do sinal é razoavelmente alta, o que faz dele um ambiente muito desafiador para

Page 19: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

19

resultados confiáveis. Sistemas de comunicações que usam a rede elétrica dependem do

ambiente, ou seja, os parâmetros de comunicação se alteram de acordo com as cargas ligadas

nela intermitentemente.

Isso quer dizer que a qualidade da energia elétrica não pode ser completamente

controlada pelas concessionárias, uma vez que os aparelhos eletrônicos são suscetíveis a

distúrbios decorrentes de fenômenos naturais (como descargas atmosféricas, por exemplo) e

aqueles inerentes da própria operação do sistema, como curtos-circuitos causados por defeitos

de equipamentos, vandalismo, queimadas debaixo das linhas de transmissão, etc.

A transmissão de dados via PLC não interfere em nenhum eletrodoméstico, pois as

freqüências utilizadas por ela não são usadas por nenhum outro aparelho eletrônico.

Entretanto, outros equipamentos podem causar interferências em uma rede PLC, como

motores de escova utilizados em furadeiras e liquidificadores, por exemplo, e os dimmers de

luz.

2.2.1 Impedância

A Impedância Z (ohms) indica a oposição total que um circuito oferece ao fluxo de

corrente alternada, ou qualquer outra corrente variável em uma freqüência e pode ser obtida

calculando a relação entre o valor eficaz da diferença de potencial (U) e o valor eficaz da

corrente resultante (i) de um circuito.

Z = U / i (2.1)

O chaveamento aleatório de equipamentos eletroeletrônicos pode causar uma mudança

substancial na impedância da rede elétrica, fazendo com que esta varie durante períodos

diferentes. Em MALACK e ENGSTROM [3] mostraram que a impedância é determinada

basicamente por dois parâmetros: as cargas conectadas à rede elétrica e a impedância do

transformador de distribuição. São fatores como estes que dificultam a comunicação pela rede

elétrica [4].

Page 20: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

20

Figura 2.5 - Freqüência (MHz) – Impedância de Redes Elétricas na Europa, por Malack e Engstrom [4].

2.2.2 Atenuação

A atenuação de um sinal em qualquer meio de comunicação reflete em sua amplitude,

isto é, a atenuação é a diminuição da amplitude de um sinal ao longo do meio de transmissão.

Na rede elétrica não é diferente, no entanto esta atenuação varia em função de diversas

freqüências.

De acordo com HOOIJEN [5], as características de uma atenuação no ambiente de

baixa tensão podem ser alteradas da seguinte forma:

a) Um sinal de mesma freqüência e mesma amplitude tem diferentes graus de

atenuação, quando transmitido instantes diferentes;

b) A atenuação aumenta com a freqüência.

2.2.3 Ruídos

Em redes de alta tensão, o ruído do canal pode ser devido a relâmpagos, a operações

de disjuntores de circuito e aos transientes produzidos dentro de uma estação de força. Nas

redes de média tensão, especialmente o liga-desliga dos bancos de capacitores usados para a

correção de fator de potência, pode causar picos elevados de ruído. Na rede notoriamente

ruidosa de baixa tensão, os causadores de ruídos são os vários dispositivos residenciais

conectados à rede [1].

Mínimo

Page 21: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

21

No entanto, nunca houve a preocupação com interferências de alta freqüência em

redes de distribuição de energia, pois os sistemas operam em 60Hz. Deste modo, os cabos não

têm nenhum tipo de proteção contra ruídos como uma malha metálica (blindado) ou sequer

são trançados [4].

A rede de baixa tensão é um ambiente bastante ruidoso e os piores causadores destes

ruídos são os vários dispositivos residenciais e equipamentos de escritórios conectados a rede

elétrica. VINES [6] classifica os ruídos em baixa tensão da seguinte forma [4]:

a) Ruídos que têm componentes sincronizadas na freqüência do sistema de potência:

Os tiristores geram ruídos sincronizados com o sinal de 60Hz da rede elétrica, que

aparecem como um harmônico do sinal de 60Hz. Estes componentes são comuns em

controladores de iluminação.

b) Ruído com espectro suave:

A mais importante fonte de ruído de espectro suave são os motores universais, isto é,

pequenos motores com enrolamento, que podem ser encontrados em inúmeros

eletrodomésticos residenciais (uma furadeira, por exemplo). Estes eletrodomésticos

são geralmente usados por um curto período de tempo.

c) Ruído impulsivo de evento único:

Este é causado principalmente por chaveamentos, tais como os termostatos e pode ser

modelado como impulsos.

d) Ruído Não-Sincronizado:

Este é um ruído de pulso periódico que ocorre com uma freqüência não múltipla da

rede de tensão. A maior fonte de ruído tipo D é a televisão.

A Figura 2.7 mostra o espectro de tensão de algumas fontes de ruídos citadas acima.

Page 22: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

22

Figura 2.6 - Espectro do ruído [7].

2.2.4 Outros Distúrbios na Rede Elétrica

Tabela 2.1 - Anomalias mais comuns provenientes da rede elétrica, suas causas e efeitos [8]:

Anomalia O que é Causas Efeitos

Alteração da

Freqüência

É quando a freqüência

da rede sofre uma

variação. Normalmente,

seu valor é de 60Hz e é

para esta freqüência que

máquinas e equipamentos

foram projetados.

Esta anomalia é muito

mais comum em redes

alimentadas por

geradores a diesel ou

gasolina. É provocada

pelas variações de

potência da carga e o

tempo de resposta do

gerador.

Quando há uma grande

alteração da freqüência,

os efeitos variam desde

um simples mal

funcionamento até a um

superaquecimento e

consequentemente, a

queima de motores e

equipamentos elétricos

em geral.

RUÍDO DE FUNDO

RUÍDO DE FURADEIRA

RUÍDO DE TEMPORIZADORES DE LUZ

RUÍDO DE COMPUTADOR (FONTE CHAVEADA)

Page 23: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

23

Distorção Harmônica

É quando a rede elétrica

sofre uma alteração da

forma de onda.

São inúmeras as causas

desta anomalia, porém as

mais comuns são, fontes

chaveadas e motores

elétricos, ou então redes

alimentadas por

geradores de má

qualidade ou com

manutenção inadequada.

Mal funcionamento de

equipamentos que

possuam fontes lineares

ou motores. Os

computadores suportam

um maior nível de

distorção harmônica,

enfrentando assim,

menores transtornos,

Sobretensão de Rede

É um dos tipos de

anomalias mais comuns e

é caracterizada pelo

aumento da tensão eficaz

da rede elétrica.

Subtensão de Rede

A subtensão é

caracterizada pela

diminição da tensão

eficaz na rede elétrica por

um período de tempo

relativamente longo.

Provocada pela

variação da demanda

(aumento do consumo

num espaço de tempo

muito pequeno) em uma

rede subdimencionada.

[9]

Pode causar redução na

performance,

desligamento, mau

funcionamento e até

queima de equipamentos

eletrônicos. Em

computadores, os efeitos

podem variar,

provocando desde um

travamento, perda de

dados, até a queima da

fonte de alimentação.

Brownout

O brownout é

caracterizado pela

drástica diminuição da

tensão eficaz da rede

elétrica por um período

de tempo relativamente

longo.

Problemas no

fornecimento da

concessionária ou redes

elétricas sobrecarregadas.

Provável inoperância da

carga com possível

queima de equipamentos.

Surtos de Tensão

O surto de tensão,

também conhecido como

spike é caracterizado pelo

drástico aumento da

tensão instantânea da

rede elétrica (picos de

tensão).

Normalmente causado

por descargas

atmosféricas.

Pode provocar a

queima de placas de

computadores e de rede,

HD, fontes de

alimentação, hubs, fiação

de rede, telefones,

modems, etc.

Page 24: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

24

Afundamento de

Tensão - SAG

O SAG é caracterizado

pela redução

momentânea do valor

eficaz da tensão da rede

elétrica.

Geralmente são

causados por curto-

circuito na rede elétrica e

chaveamento de

equipamentos que

demandam altas

quantidades de energia.

Mal funcionamento da

carga (travamento,

“reset” de computadores,

etc.).

Page 25: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

25

CAPÍTULO 3

MODULAÇÃO

O desenvolvimento da tecnologia PLC só foi possível com o avanço das técnicas de

modulação, isto porque a modulação consiste no processo de transformar um sinal em uma

forma adequada para transmissão através de um determinado meio físico (canal) e assim,

torná-lo menos susceptível a ruídos e a erros, fazendo com que o sinal no módulo receptor

seja igual ou aproximado ao sinal original. Isto quer dizer que a modulação é a alteração

sistemática de uma onda portadora de acordo com a mensagem (sinal modulante), e que pode

incluir também uma codificação [13].

A maioria dos sinais, da forma como são fornecidos pelo transdutor, não podem ser

enviados diretamente através dos canais de transmissão. Consequentemente, uma onda

portadora cujas propriedades são mais convenientes aos meios de transmissão é modificada

para representar a mensagem a ser enviada. O receptor recria a mensagem original a partir do

sinal recebido através do canal (processo de demodulação). Entretanto, a presença de ruído e a

distorção no sinal recebido impossibilitam a recriação exata da mensagem original. A

degradação do sinal no sistema como um todo é influenciada pelo tipo de modulação usado,

sendo algumas técnicas mais sensíveis a ruídos e distorções que outras [10] e [11].

A modulação pode ser classificada em: modulação de onda contínua e modulação por

pulsos. Neste projeto iremos nos deter apenas na modulação de onda contínua, que, por sua

vez, se divide em analógica e digital. No nosso projeto usaremos a modulação digital por se

ter um melhor controle nos possíveis erros causados pela interferência das anomalias

presentes na rede elétrica (citadas anteriormente).

3.1 MODULAÇÃO DE ONDA CONTÍNUA ANALÓGICA

A modulação de onda contínua do tipo analógica usa uma onda portadora senoidal

para transmitir informação. Os tipos mais comuns desta modulação são a modulação por

amplitude (AM) e a modulação por ângulo.

Page 26: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

26

3.1.1 Modulação de Onda Contínua por Amplitude (AM)

Nesse tipo de modulação a amplitude da onda portadora é variada de acordo com o

sinal a ser transmitido. A vantagem da modulação em amplitude é a sua simplicidade.

Entretanto, suas desvantagens são:

a) Desperdício de potência: a onda portadora usada é independente da informação e é

transmitida junto com o sinal gastando mais potência;

b) Desperdício de banda: as bandas laterais superior e inferior do espectro da onda

modulada são simétricas em relação à freqüência da onda portadora [10].

3.1.2 Modulação de Onda Contínua por Ângulo

Nesse tipo de modulação o ângulo da onda portadora é variado de acordo com o sinal

a ser transmitido. Os dois métodos mais comuns desse tipo de modulação são: modulação em

fase (Phase Modulation PM) e modulação em freqüência (Frequency Modulation FM) [10].

A modulação em fase consiste em variar linearmente o ângulo do sinal modulado,

enquanto a modulação em freqüência varia, conforme o nome diz, a freqüência do sinal

modulado. Um sinal FM pode ser obtido de um sinal PM e vice-versa. Portanto, todas as

propriedades de um sinal FM podem ser deduzidas das propriedades de um sinal PM. A

Figura 3.1 faz um comparativo do resultado das modulações de onda contínua do tipo

analógica descritas.

Figura 3.1 – Modulação de Onda Contínua do tipo analógica [12].

Page 27: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

27

3.2 MODULAÇÃO DE ONDA CONTÍNUA DIGITAL

Também é denominada modulação discreta ou codificada. É utilizada em casos em

que se está interessado em transmitir uma forma de onda ou mensagem que representam um

conjunto de valores discretos.

No caso da comunicação binária, as mensagens são transmitidas por dois símbolos

apenas. Um dos símbolos representado por um pulso S(t) correspondendo ao valor binário "1"

e o outro pela ausência do pulso (nenhum sinal) representando o dígito binário "0" [10]. Por

isto é que este tipo de modulação é o mais indicado para transmissões via rede elétrica.

Do mesmo modo que há diversas técnicas de modulação para sinais analógicos, as

informações digitais também podem ser colocadas sobre uma portadora de diferentes modos.

As técnicas de modulação para sinais digitais mais utilizadas atualmente são: Modulação em

Amplitude por Chaveamento (ASK), Modulação em Freqüência por Chaveamento (FSK) e

Modulação em Fase por Chaveamento (PSK).

3.2.1 Modulação em Amplitude por Chaveamento (ASK)

ASK (Amplitude Shift-Keying) é a técnica de modulação mais simples entre as

utilizadas para modular sinais discretos (digitais). Consiste na alteração da amplitude da onda

portadora em função do sinal digital a ser transmitido. A amplitude da portadora é comutada

entre dois valores, normalmente ligado e desligado. A onda resultante consiste então em

pulsos que representam o sinal binário "1" e espaços representando o dígito binário "0". [10]

Esta técnica é equivalente à modulação AM para sinais contínuos com um sinal

modulante na forma de um pulso retangular. O preço desta simplicidade é a excessiva largura

de faixa da transmissão. A técnica de modulação ASK também representa perda de potência

relativa à onda portadora e é utilizada em transmissões onde o ruído é baixo e quando há

necessidade da construção de um sistema de baixo custo.

3.2.2 Modulação em Freqüência por Chaveamento (FSK)

O processo de modulação FSK (Frequency Shift-Keying), consiste em variar a

freqüência da onda portadora em função do sinal modulante, no presente caso, o sinal digital a

ser transmitido. Este tipo de modulação pode ser considerado equivalente à modulação em

Page 28: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

28

FM para sinais analógicos. Ela é utilizada em modem de baixa velocidade, transmissões via

rádio, etc.

A amplitude da onda portadora modulada é mantida constante durante todo o processo

da modulação. Quando ocorrer a presença de um nível lógico "1" no sinal digital, a freqüência

da portadora é modificada para poder ser depois compreendida no processo de demodulação.

A freqüência resultante transmitida será a freqüência da onda portadora fp acrescida de uma

freqüência de desvio fd. Matematicamente a onda resultante modulada será:

fr = fp + fd (2.2)

Se registrada a ocorrência de um nível lógico "0" no sinal digital, a freqüência

resultante aplicada será a freqüência da onda portadora diminuída da freqüência de desvio:

fr = fp – fd (2.3)

3.2.3 Modulação em Fase por Chaveamento (PSK)

A técnica de modulação conhecida por PSK (Phase Shift-Keying) é o processo pelo

qual se altera a fase da onda portadora em função do sinal digital a ser transmitido. Quando

ocorrer uma transição de nível lógico do sinal digital a ser transmitido (sinal modulante),

haverá uma mudança de 180 graus na fase da onda portadora com relação ao ângulo anterior.

A transição observada pode ser tanto de nível lógico "0" para "1" como de nível lógico "1"

para "0" [11].

Para este tipo de modulação deve se usar a detecção síncrona , já que esta tem como

base o conhecimento preciso a respeito da fase da onda portadora recebida, bem como da sua

freqüência. Esta técnica de modulação devido ao fato mencionado envolve circuitos de

recepção (demodulação) mais sofisticados, em compensação oferece melhor desempenho que

as técnicas ASK e FSK É utilizada em transmissões de alta velocidade como em rádios

digitais e modems de média velocidade. Abaixo é mostrado um gráfico comparativo entre os

tipos de Modulação de Onda Contínua do tipo digital citados anteriormente.

Figura 3.2 faz um comparativo do resultado das modulações de onda contínua do tipo

digital descritas.

Page 29: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

29

Figura 3.2 – Modulação de Onda Contínua do tipo digital [12].

3.3 MODULADOR E DEMODULADOR FSK

3.3.1 Modulador FSK

O sinal de saída do sensor precisa ser modulado para que seja enviado pela rede

elétrica. Como a sua saída corresponde apenas a uma tensão DC, precisamos de circuito para

modular esta tensão. Como vimos anteriormente, a melhor modulação para transmissões pela

rede elétrica é a modulação FSK. Para isto usaremos o XR-2206 da Exar Corporation. Este

CI tem uma excelente qualidade no sinal e boa estabilidade para sinais FSK. Ele trabalha com

freqüências entre 0.01Hz e 1MHz e é ideal para dispositivos de comunicações. A Figura 5.8

mostra a configuração do XR-2206 para ser usado como modulador FSK. O capacitor C e os

resistores R1 e R2 são quem definem as freqüências de saída dos níveis alto e baixo do

modulador respectivamente. A Figura 3.3 mostra o circuito indicado para fazer a modulação

FSK no XR-2206:

Page 30: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

30

Figura 3.3 – Circuito para modulação FSK usando o XR-2206 [19].

3.3.2 Demodulador FSK

A demodulação FSK é feita pelo XR-2211 também da Exar Corporation. Ele é um

PLL especializado na demodulação FSK e captura sinais entre 0.01Hz e 300kHz. A Figura 3.4

mostra o diagrama de blocos do XR-2211 e especifica, em vermelho, a organização de seu

PLL, e a Figura 3.5 mostram a configuração básica de um PLL:

Figura 3.4 – Diagrama de blocos do XR-2211 [35]. Figura 3.5 – Diagrama de blocos de um PLL básico [36].

Page 31: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

31

3.3.2.1 Phase-Locked Loop (PLL)

O PLL é um dispositivo muito usado em telecomunicação e outros campos, com as

mais diversas finalidades, como recuperação de portadora em PSK e QAM, recuperação de

relógio (sincronismo) em transmissões digitais, demodulação de sinais FM ou FSK e muitas

outras. Ele funciona basicamente da seguinte maneira [36]:

• O Detector de Fase gera uma tensão de saída Vd com uma componente

contínua Vc que representa a diferença de fase entre o sinal de entrada Ve e o

sinal do VCO Vv. Será a partir desta diferença que o XR-2211 irá reconstruir

os valores binários a partir de uma referência interna.

• Junto com o sinal Vc, a tensão de saída Vd do Detector de Fase, gera também

um sinal com o dobro da freqüência dos sinais (2fv) e a soma das fases. Para

remover estas componentes, utiliza-se um Filtro Passa Baixa na saída do

Detector de Fase.

• O VCO gera um sinal cuja freqüência Fv depende da tensão de controle Vc

criada no Detector de Fase.

• Na ausência de sinal de entrada Ve, a tensão Vc é zero e o VCO oscila na

freqüência central fo.

Com sinal de entrada Ve, e freqüência fe dentro da faixa de captura ou aquisição Fa,

aparece uma tensão Vd na saída do Detector de Fase, tal que a freqüência do VCO seja

alterada até ser igual à freqüência do sinal de entrada, porém mantendo um erro ou diferença

de fase constante e tal que gere um Vc que sustente esta nova freqüência do VCO. Nesta

condição estável, o PLL está sincronizado ou travado, à custa de uma diferença de fase dphi

entre Ve e Vv, (donde o nome de Elo Travado em Fase), mantendo a freqüência fv do VCO

exatamente igual a freqüência fe do sinal de entrada. Se fe variar dentro da faixa de

sincronismo Fs, a freqüência do VCO acompanha fe [36]. Nas Figuras 3.6 e 3.7 podemos

observar como funciona o travamento dos sinais no PLL:

Page 32: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

32

Figura 3.6 – Representação da faixa ocupada por um sinal. Figura 3.7 – Faixa de sincronismo de um sinal [36].

De acordo com a Figura 3.7, para o PLL poder sincronizar-se (travar) a partir da

condição não travada, é preciso que fe esteja acima de f1 ou abaixo de f3, ou seja, dentro da

faixa de aquisição Fa = f3 - f1. E uma vez sincronizado, o PLL se mantém sincronizado desde

que fe não passe acima de f2 e nem abaixo de f4, ou seja, fe não saia da faixa de sincronismo

Fs = f2 - f4 [36].

3.4 LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÕES

Quando se explora uma tecnologia nova é necessário considerar conseqüências da

aplicação, e a transmissão de dados via rede elétrica pode, entre outras coisas, interferir com

as mídias de telecomunicação já existentes de rádio e com eletrodomésticos [13].

Além disso, questões de segurança como radiação eletromagnética, robustez elétrica e

contra incêndio, privacidade e direitos do consumidor precisam ser definidas. A

regulamentação de transmissões via rede elétrica tem como principal requisito evitar conflitos

com a comunidade de radio-transmissão e suas normas, e para isso as freqüências que

produtos PLC podem utilizar são restritas a certas faixas, assim como a amplitude de sinal e

tipo de modulação[13].

A situação do PLC no Brasil, quanto à regulamentação e certificação, ainda é

incipiente, não existindo até o momento nada específico que discipline as atividades dos

fabricantes e fornecedores de equipamentos com relação à fabricação, certificação e

homologação de equipamentos baseados na tecnologia PLC. Como ainda não se

regulamentou a tecnologia PLC, os testes estão sendo realizados sob a outorga de permissões

para execução de serviços especiais para fins científicos ou experimentais, embasados

portanto na Resolução nº 024, de 22 de setembro de 1966, “NTC 22 – Serviço Especial para

Fins Científicos ou Experimentais” [4].

Banda do Sinal

Page 33: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

33

Um padrão de baixa freqüência nomeado por CENELEC 50065-1 foi estabelecido

pelo ETSI (European Telecommunications Standards Institute) da Comunidade Européia e

revisado em 1999 para comunicações em redes elétricas de baixa tensão. A alocação das

freqüências é mostrada na Tabela 3.1 [4].

Tabela 3.1 – Alocação de freqüências para redes de baixa tensão residencial, visão Européia.

O FCC (Federal Communications Commision), órgão regulamentador de

telecomunicações americano (EUA), padronizou a sua faixa de espectro entre 9kHz e 30MHz.

Entretanto, atualmente este restringiu a operação de sistemas PLC na faixa de 535 a 1705kHz,

de forma a evitar interferências diretas em outros sistemas que usam esta faixa [4]. Qualquer

aplicação que atenda às normas da CENELEC estará automaticamente cumprindo as normas

americanas (FCC), japonesas (MTP) e canadenses, que são menos rígidas [13].

Page 34: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

34

CAPÍTULO 4

TEMPERATURA

4.1 DEFINIÇÃO

A temperatura é a transferência da energia térmica, ou calor, entre sistemas. Quando

dois sistemas estão na mesma temperatura, eles estão em equilíbrio térmico e não há

transferência de calor. Quando existe uma diferença de temperatura, o calor será transferido

do sistema de temperatura maior para o sistema de temperatura menor até atingir um novo

equilíbrio térmico. Esta transferência de calor pode acontecer por condução, convecção ou

radiação. As propriedades precisas da temperatura são estudadas em termodinâmica. mas tem

também um papel importante em muitos campos da ciência, entre outros a física, a química e

a biologia.

4.2 MEDIÇÃO DA TEMPERATURA

A temperatura é uma das grandezas físicas mais medidas, sejam no dia-a-dia das

pessoas ou em processos industriais. Muitos métodos foram desenvolvidos para medir as

temperaturas. Muitos deles são baseados sobre o efeito da temperatura sobre matérias.

4.2.1 Instrumentos de Medição

Um dos dispositivos mais utilizados para medir a temperatura é o termômetro de

vidro. Consiste em um tubo de vidro contendo mercúrio ou outro líquido. O aumento da

temperatura provoca a expansão do líquido, e a temperatura pode ser determinada medindo o

volume do líquido. Tais termômetros normalmente são calibrados e assim podem mostrar a

temperatura simplesmente observando o nível do líquido no interior da coluna de vidro. Outro

tipo de termômetro que não é muito prático, mas é importante de ponto de visto teórico é o

termômetro de gás [28]. Outros instrumentos de medição da temperatura são:

Page 35: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

35

• Termistores

• Termopares

• Pirômetros

• Sensores Semicondutores

• Circuitos Integrados

4.2.1.1 Termistores

Termistores são resistores sensíveis à temperatura. Os elementos resistivos são óxidos

de metais como manganês, níquel, cobalto, cobre, ferro, titânio. Existem duas variedades

básicas de termistores:

• NTC (do inglês Negative Temperature Coefficient) - resistores cujo coeficiente de

variação de sua resistência com a temperatura é negativo, ou seja, a resistência diminui

com o aumento da temperatura [29].

• PTC (do inglês Positive Temperature Coefficient) - resistores cujo coeficiente de

variação de sua resistência com a temperatura é positivo, ou seja, a resistência

aumenta com o aumento da temperatura [29].

Uma das muitas aplicações do termistor é o controle de temperatura de motores

industriais. A desvantagem deste meio de medição é que o termistor não gera uma saída de

tensão linear com a temperatura, exigindo um circuito de revelação do sinal complexo. A

Figura 4.1 exemplifica a tensão de saída de um termistor PTC qualquer mostrando a sua saída

não linear e a Figura 4.2 mostra os diversos formatos de encapsulamentos que um termistor

pode ter.

Page 36: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

36

Figura 4.1 - Variação da resistência dos termistores com relação à temperatura [14].

Figura 4.2 - Vários tipos de termistores [14] e [15].

4.2.1.2 Termopares

Os termopares são dispositivos eletronicos com larga aplicação para medição de

temperatura. São baratos, podem medir uma vasta gama de temperaturas e podem ser

substituídos sem introduzir erros relevantes. A sua maior limitação é a exatidão, uma vez que

erros inferiores a 1ºC são difíceis de obter. Quando ligamos um conjunto de termospares em

série damos o nome de termopilha. Um exemplo da aplicação de termopares e termopilhas

pode ser a medição de temperaturas em linhas de gás [30].

4.2.1.3 Pirômetros

Um pirômetro (também denominado de pirómetro óptico) é um dispositivo que mede

temperatura sem o contato com o corpo ou com o meio do qual se pretende conhecer a

temperatura. Geralmente este aparelho é aplicado em materiais que medem temperaturas

superiores a 600ºC. Uma utilização típica é a medição da temperatura de metais

incandescentes em fundições.

Page 37: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

37

4.2.1.4 Sensores semicondutores

Parâmetros elétricos dos semicondutores variam com a temperatura. E, por isso, eles

podem ser usados como sensores térmicos. Um simples diodo de silício diretamente

polarizado é provavelmente o mais barato sensor de temperatura que pode existir. Diversos

fabricantes desenvolveram diodos específicos para a função [16]. A curva da Figura 3.3

exemplifica a curva de variação Temperatura x Resistência de um diodo utilizado como

sensor:

Figura 4.3 - Variação Temperatura x Resistência elétrica [16].

Entretanto, sempre há necessidade de circuitos auxiliares para compensar falta de

linearidade e para levar o sinal para níveis de operação do circuito de controle.

4.2.1.5 Circuitos integrados

Para isso, vários fabricantes produzem o conjunto sensor junto com circuitos auxiliares

em forma de circuito integrado. Existem tipos analógicos com saída de tensão ou saída de

corrente e os de saída digital para uso com microcontroladores. Experimentamos neste

trabalho o LM35 da National Semiconductor e o TMP101 da Texas Semiconductor

4.2.1.5.1 LM35

O LM35 da National Semiconductor é um circuito integrado que varia

proporcionalmente a tensão de saída com a variação de temperatura medida em graus Celsius

com uma exatidão de até ±1.0 ºC. Não é necessário um circuito extra para fazer a conversão

de outros formatos de medidas (como Kelvin ou Fahrenheit, por exemplo) e nem para

linearizar a saida do sensor.

Page 38: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

38

Figura 4.4 – Gráfico da variação temperatura x erro de medição do LM35 [17].

O LM35CA, usado nas experiências, opera com uma tensão de entrada (Vin) entre 4V

e 30V medindo temperaturas entre -40 até 110 ºC e possui um invólucro de plástico. As

medições de temperatura feitas pelo sensor são provenientes de seus contatos. Visto que a

temperatura da superfície e a do ambiente está próxima, este método de medição não traz

problema de precisão significativo.

Figura 4.5 - LM35 [18].

Este circuito integrado possui em seu interior uma configuração semelhante à descrita na

Figura 4.6:

ER

RO

DE

ME

DIÇ

ÃO

(ºC

)

TEMPERATURA (ºC)

Page 39: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

39

Figura 4.6 - Esquema interno do LM35 [17].

Observando o esquema acima, podemos notar que a saída (Vout) do CI varia 10 mV a

cada variação de temperatura em ºC. Isso pode ser calculado usando a formula:

Vout (mV) = 10mV x T

Onde:

Vout = Tensão de saída do LM35

T = Temperatura em º C

Esta regra é obedecida quando temos a seguinte ligação elétrica do LM35, descrita em

seu datasheet, que está representada na Figura 4.7:

Figura 4.7 - Montagem para medições de temperatura entre -55ºC e 150ºC [17].

Para ligações elétricas mais simples, o range de medição de temperatura é diminuído,

mas essa alteração não traz prejuízos ao uso prático do sensor, principalmente na região do

Nordeste do Brasil. Assim as ligações elétricas do sensor ficariam mais simples, como mostra

a Figura 4.8:

Page 40: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

40

Figura 4.8 - Montagem para medições de temperatura entre 2ºC e 150ºC [17].

Com essa alteração, o calculo da tensão de saída do sensor sofre uma pequena

mudança conforme descrito abaixo:

Vout (mV) = 10mV x T

Onde:

Vout = Tensão de saída do LM35

T = Temperatura em º C

4.2.1.5.2 TMP101

O TMP101 da Texas Semiconductor é um sensor de temperatura que possui como

principal diferencial a saída dos dados de forma serial utilizando o protocolo I2C

(abordaremos este protocolo no Capítulo 5.2.1). Deste modo, ele descarta a utilização de um

conversor A/D em transmissões digitais e este protocolo permite uma fácil programação em

um microcontrolador. Este sensor tem precisão de ± 2ºC e é capaz de medir temperaturas

entre -55ºC e +125ºC e possui uma saída especial para casos de emergência, como disparar

um alarme automaticamente a uma determinada temperatura, tudo definido via programação.

A figura 4.9 mostra um gráfico com o erro de medição do sensor com a variação de

temperatura.

Figura 4.9 – Erro de medição (em ºC) do TMP101 x variação de temperatura (ºC) [39].

Temperatura (ºC)

Err

o (

ºC)

Page 41: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

41

CAPÍTULO 5

MICROCONTROLADOR PIC16F877A

O microcontrolador PIC16F877A da Microchip Technology Inc foi escolhido para ser

usado neste projeto por ser o microcontrolador que tínhamos mais facilidade em adquirir com

uma arquitetura RISC com conversor A/D, interface I2C e compatível com comunicação

USART, funções utilizadas por este projeto.

A arquitetura deste microcontrolador de 40 pinos se destaca dos outros

microcontroladores por ser do tipo Harvard, isto é, a memória do programa é separada da

memória dos dados propiciando uma maior velocidade, visto que os dados são acessados

usando barramentos diferentes. Diferente da arquitetura de Von-Neuman que possui apenas

um local de armazenamento da memória do programa e dos dados. A Figura 5.1 ilustra estas

arquiteturas:

Figura 5.1 – Representação da arquitetura de Von Neumann e de Harvard respectivamente.

Outras características do microcontrolador PIC16F877A são:

• Freqüência de operação (clock) até 20MHz;

• Memória flash para o programa de 8Kbytes;

• Memória dos dados com 368 bytes de capacidade;

• Capacidade para 15 interrupções;

• 4 portas de I/O (entrada / saída);

Page 42: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

42

• 3 timers;

• 2 módulos PWM;

• Capacidade de comunicação serial utilizando o MSSP (protocolo I2C e ISP) e

USART (protocolo RS-232);

• Capacidade de comunicação paralela (PSP);

• Conversor A/D de 10bits com 8 canais de entrada;

• 2 comparadores analógicos;

• E um conjunto de apenas 35 instruções.

Como utilizamos apenas o conversor A/D e a comunicação serial via protocolo I2C e

protocolo RS-232, detalharemos o funcionamento destes a seguir.

5.1 CONVERSOR A/D

O PIC16F877A possui um conversor A/D com oito canais selecionáveis de entrada de

tensão, e uma resolução de 10bits. A técnica de conversão utilizada pelo PIC16F877A é

conhecida como aproximação sucessiva, que tem a vantagem de efetuar uma conversão

rapidamente, independente do número de bits de resolução [34].

Para se fazer a conversão antes precisou definir o número de passos (ou partes) em que

o nível de tensão será dividido. Quanto maior o número de passos melhor a fidelidade do sinal

[34]. Para se definir o número de passos, definiram-se os dois valores de referência, um

máximo (Vref+) e um mínimo (Vref-). Estes valores representam a faixa de tensão que o

conversor A/D pode receber em sua entrada e a diferença entre estes dois valores irá definir a

tensão correspondente a cada passo. Por exemplo, se utilizarmos o conversor de 10bits e

definirmos que Vref+ = 5V e Vref- = 0V, a faixa de tensão a ser convertida será de 5V e teremos

que dividir estes 5V por 1024 que é o número de partes de um conversor de 10bits (210),

ficando 5 / 1024 = 0,005. Quer dizer que a sensibilidade deste conversor, neste caso, é de

5mV, que é o valor de tensão correspondente a cada passo.

Page 43: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

43

5.2 COMUNICAÇÃO SERIAL I2C NO PIC16F877A

Em 1999, a Microchip introduziu o módulo MSSP nos modelos PIC16F87X [34]. Foi

este módulo que possibilitou a comunicação serial síncrona deste microcontrolador,

possibilitando a implementação por hardware no protocolo I2C. Antes disso, este protocolo

era implementado por software, a partir de uma técnica chamada de bit-bang. O módulo

MSSP do PIC16F877A tem suporte para endereçamento de 7bits e de 10bits, além de poder

operar com um clock numa transmissão I2C de no máximo 1MHz.

5.2.1 O I2C

O protocolo serial síncrono I2C foi criado pela Philips na década de 80 com o objetivo

de interconectar seus novos dispositivos eletrônicos. Sua principal finalidade é permitir a

comunicação entre dispositivos onboard, ou seja, dispositivos que estão instalados na mesma

placa de circuito impresso, mas nada impede a comunicação via barramento I2C entre

dispositivos instalados em placas diferentes desde que estejam próximas fisicamente. Para

uma comunicação a longa distância será necessária a utilização de um circuito integrado I2C

Bus Extender (Extensor de Barramento I2C), como o 82B715 fabricado pela Philips [34].

Ao longo do tempo o barramento I2C foi sofrendo atualizações de modo que os

primeiros CI’s fabricados com a interface I2C integrada podia transmitir e/ou receber dados a

uma velocidade máxima de 100kb/s (Standad-mode). Mais tarde a taxa de transferência

máxima foi ampliada para 400kb/s (fast-mode), e posteriormente para 3,4mb/s (high-mode)

[34].

5.2.2 Barramento I2C

Este protocolo tem um baixo nível de complexidade por ser composto fisicamente de

apenas dois fios: um cabo de transferência dos dados (SDA) e um cabo de clock (SCL) para o

sincronismo da transmissão. Por ter uma estrutura tão simples, este sistema tem um baixo

custo de implementação.

No barramento I2C os elementos envolvidos na comunicação são denominados de

Master (Mestre) e Slave (Escravo). O dispositivo mestre é sempre responsável pela geração

do sinal de clock. Sendo assim, a forma mais elementar de implementar um barramento I2C é

Page 44: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

44

configurar um dos dispositivos como mestre e os demais como escravos, como mostra a

Figura 5.2:

Figura 5.2 – Diagrama de um barramento I2C.

De forma geral, o papel de um dispositivo mestre é desempenhado por um

microcontrolador, enquanto os dispositivos escravos são periféricos como memória RAM,

driver de LCD, sensores, conversores A/D, etc. Os microcontroladores também podem ser

configurados para funcionar como dispositivo escravo. Embora um dispositivo mestre gere o

sinal de clock, ele pode tanto transmitir como receber dados dos dispositivos escravos, por

isso, um dispositivo conectado a um barramento I2C pode ser identificado em uma

transmissão como um dispositivo mestre-transmissor, mestre-receptor, escravo-receptor ou

escravo-transmissor [34].

5.2.3 Transmissão dos Dados

Uma das principais características do barramento I2C é o fato de o endereçamento ser

feito via software e é definido pelo dispositivo mestre, que coloca inicialmente na linha SDA

o endereço do dispositivo escravo com o qual quer se comunicar. Normalmente o tamanho do

endereço de um dispositivo é de 7bits, mas dependendo da quantidade de dispositivos

presentes no circuito, podemos usar um endereçamento de 10 bits.

A informação que trafega na linha SDA flui sempre em grupos de 8bits. Desta forma,

se o endereçamento for de 7bits, o mestre dará início à comunicação enviando 1byte pela

Page 45: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

45

linha SDA, sendo os 7bits primeiros o endereço do dispositivo escravo e o oitavo bit, o bit

R/W, que define se a comunicação será de leitura (R/W = 1) ou de escrita (R/W = 0) [34].

As linhas SDA e SLC são bidirecionais e devem se manter conectadas à linha de

alimentação VDD por meio de resistores de pull-ups para que, no momento em que o

barramento estiver ocioso, o sinal em qualquer uma das linhas esteja em nível lógico alto.

Deste modo, uma comunicação terá início quando ocorrer uma transição negativa na linha

SDA. Após a condição de START, o barramento deve ser considerado ocupado, pois uma

transmissão de dados está em andamento [34].

Após a condição de START o sinal de clock é enviado pelo dispositivo mestre. A

partir deste momento, os bits vão sendo colocados de forma serial na linha SDA a partir do bit

mais significativo, devendo o bit da vez assumir o nível lógico correto enquanto o sinal de

clock estiver em nível baixo. O receptor deve ler os bits enquanto o sinal de clock estiver em

nível lógico alto, período em que o bit presente na linha SDA deve se manter

obrigatoriamente estável. Na Figura 5.3 temos o esquema de uma transmissão do protocolo

I2C:

Figura 5.3 - Esquema de uma transmissão do protocolo I2C.

Depois que o dispositivo mestre envia byte de endereçamento, os bytes seguintes são

os dados propriamente ditos, não havendo limites para a quantidade de dados a serem

transmitidos.

Ao final de cada byte transmitido, o receptor tem que enviar um pulso de ACK

(acknowledge), conhecido como pulso de conhecimento. Isto é realizado fazendo a linha DAS

assumir nível lógico baixo. O pulso ACK indica para o transmissor que um byte foi

transmitido com sucesso. Caso o receptor não receba o byte corretamente, ele enviará para o

transmissor um sinal de NACK indicando um erro na transmissão. Neste caso, o dispositivo

Page 46: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

46

mestre finaliza a transmissão com uma condição de STOP e depois inicia uma nova

transmissão. Quando o dispositivo mestre quiser encerrar a transmissão, ele gerará um pulso

NACK e, assim, gerando uma condição de STOP.

5.3 COMUNICAÇÃO SERIAL RS-232 NO PIC16F877A

É muito comum hoje em dia o interfaceamento de um circuito microcontrolado com

um computador pessoal (PC). A porta serial é a forma mais popular de implementar uma

comunicação entre um microcontrolador e o PC. Alguns microcontroladores, inclusive o

PIC16F877A, possuem um módulo periférico que implementa o protocolo USART (protocolo

de comunicação síncrona e assíncrona universal), permitindo, desta forma, a comunicação

deste com o PC [34]. Este protocolo é a forma utilizada pelo PIC16F877A para enviar dados

compatíveis com o protocolo RS-232.

5.3.1 Módulo USART

O módulo USART pode ser configurado para funcionar no modo full-duplex

assíncrono (transmissão e recebimento de dados simultâneos) e no modo half-duplex (apenas

uma comunicação é feita por vez). Nós utilizamos o modo full-duplex assíncrono porque não

haverá o compartilhamento do clock na transmissão, podendo ainda ser iniciada a qualquer

momento, apenas o transmissor e o receptor precisam ter o mesmo baud rate.

Quando vamos implementar uma configuração USART, é preciso configurar alguns

parâmetros, entre eles o número de bits, inclusão ou não do bit de paridade e o mais

importante, a taxa de transferência utilizada na transmissão. O baud rate define o período do

bit, também chamado de intervalo de sinalização. O período do bit é o tempo que o bit

permanecerá na linha de transmissão. O baud rate é a quantidade de bits que pode ser

transmitida por segundo (bps). Existem alguns valores-padrão para de baud rate que são

utilizados na maioria das aplicações, os quais são dados em bps: 110, 300, 1200, 2400, 4800,

9600, 38400, 57600 e 115200 [34].

Page 47: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

47

5.3.2 Protocolo de Comunicação Serial RS-232

No protocolo de comunicação serial RS-232, caracteres são enviados um a um como

um conjunto de bits. A codificação mais comumente usada é o "start-stop assíncrono" que usa

um bit de inicio, oito bits de dados, possivelmente um bit de paridade, e um ou dois bits de

parada. O padrão RS-232, que também pode ser chamado EIA-232 após recentes atualizações,

define os níveis elétricos correspondentes aos níveis lógicos um e zero, a velocidade de

transmissão padrão e os tipos de conectores, tanto na comunicação síncrona como na

comunicação assíncrona. Na Figura 5.4 está representada a lógica presente na transmissão de

8bits do protocolo RS-232.

Figura 5.4 – Níveis lógicos aleatórios presentes da transmissão de 8bits de dados.

Observe que quando o meio de transmissão estiver ocioso, ele mantém nível lógico

alto, para se iniciar uma transmissão é necessário apenas o envio de um bit com nível lógico

zero (Start Bit) antes dos 8bits, e para parar a transmissão é necessário o envio de um ou dois

bits com níveis lógicos altos após os 8bits, e isso se repete para cada byte enviado.

5.3.3 Driver RS-232

Mas somente o USART não é suficiente para que o microcontrolador possa se

comunicar com o PC, visto que o padrão de comunicação físico usado pelo PC na

comunicação serial não é o mesmo dos PICs. Várias empresas fabricam um circuito integrado

que permite um microcontrolador, que na maioria dos casos utiliza a lógica TTL na

representação dos níveis lógicos 0 e 1, interfacear com o padrão RS-232. O que este CI faz na

verdade é converter os níveis de tensão correspondentes aos níveis de tensão correspondentes

à lógica TTL no padrão RS-232 e vice-versa. A Tabela 5.1 apresenta os níveis de tensão

Page 48: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

48

correspondentes aos níveis lógicos 0 e 1 que trafegam no padrão RS-232 e os níveis lógicos

correspondentes fornecidos pelo PIC16F877A para um VDD = 5V [34].

Tabela 5.1 – Níveis de tensão fornecidos pelo PIC16F877A e pelo padrão RS-232, respectivamente [34].

Nível Lógico PIC16F877A Padrão RS-232

0 ≤ 0,6V +5V a +15V

1 ≥ 5V – 0,6V -5V a -15V

Um dos dispositivos mais usados nesta operação é o CI MAX232 da Texas

Instruments O interfaceamento dele é fácil, necessitando de apenas de quatro capacitores de

1µF conectados externamente a alguns de seus pinos. Ele possui dois canais de conversão

TTL em RS-232 em cada sentido do fluxo, totalizando quatro canais no total [34]. A Figura

5.5 mostra a configuração padrão de instalação do MAX232 de acordo com o seu datasheet

[37].

Figura 5.5 – Circuito de operação típico do MAX232 [37].

Como usamos apenas a transferência de dados entre o PIC e o PC, utilizamos apenas

um canal de conversão TTL / CMOS para RS-232, e as entradas dos canais de controle (DSR,

RTS e CTS) são ligadas entre si (pinos 6, 7 e 8, respectivamente), já que o PIC16F877A não

tem suporte para estes canais. Mais detalhes sobre este circuito no Anexo B.

Entrada CMOS / TTL

Saída CMOS / TTL

Saída RS-232

Entrada RS-232

+12V

-12V

Page 49: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

49

CAPÍTULO 6

INTERFACE DE ACOPLAMENTO

A Interface de Acoplamento é composta de um Driver de Saída, que nada mais é do

que um amplificador de potência, e uma Rede de Acoplamento que é basicamente um filtro

passam faixa. A Interface de Acoplamento que usamos foi desenvolvida em [4]. A Figura 6.1

mostra uma representação da interface de acoplamento.

Figura 6.1 – Interface de Acoplamento.

6.1 DRIVER DE SAÍDA (AMPLIFICADOR DE POTÊNCIA)

Faz-se necessário o uso deste amplificador, pois o sinal proveniente do modulador é

incapaz de transpor a rede de acoplamento devido à sua baixa impedância, logo o sinal a ser

transmitido é totalmente drenado pela rede. Isto quer dizer que o amplificador de potência

amplifica sinais modulados a um nível de potência que sobreponha o ruído e evite o excesso

de emissão eletromagnética que interfira no sinal. A Tabela 6.1 mostra as principais

características do Amplificador Classe AB.

Tabela 6.1 - Características dos amplificadores com configuração coletor comum [4].

Tabela Característica do Amplificador Classe AB

Impedância de Entrada Alta

Impedância de Saída Baixa

Ganho de Tensão Baixo

Ganho de Corrente Alto

Ganho de Potência Médio

Page 50: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

50

O amplificador usado tem uma configuração do tipo AB, onde serão usados dois

transistores de potência juntos com diodos para amplificar o sinal a ser transmitido, como

mostra a Figura 6.2.

Figura 6.2 - Circuito do amplificador classe AB [4].

Os transistores de potência BD329 e BD330 são utilizados para amplificar o sinal, o

BD329 opera no semiciclo positivo, enquanto que o BD330 no semiciclo negativo. Os diodos

D1 e D2 são utilizados para controlar a temperatura desses transistores, ou seja, proporcionam

uma estabilização térmica da corrente quiescente no estágio de saída. O estágio de saída de

um amplificador Classe AB dissipa uma potência abaixo das condições quiescentes. A

dissipação desta potência aumenta a temperatura interna dos TBJ’s (Transistores de Junção

Bipolar). Se este aumento de temperatura não for contido, o disparo térmico leva os TBJ’s à

destruição [4].

6.2 REDE DE ACOPLAMENTO

Para transmissão de informações em sistemas PLC’s, os sinais com freqüências acima

de 60Hz têm que ser acoplados à rede elétrica. A interface de acoplamento tem um importante

papel nestes sistemas, pois além de acoplar o sinal de transmissão ao meio de comunicação,

bloqueiam o sinal de 60Hz proveniente da rede elétrica [9].

O tipo de rede de acoplamento utilizado no projeto é o modo diferencial ou fase-

neutro, no qual este par é usado para injetar o sinal, ou seja, o condutor ativo (fase) é usado

Page 51: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

51

como um terminal, e o condutor neutro usado como o outro terminal. A Figura 6.3 ilustra o

esquema elétrico deste tipo de rede de acoplamento.

Figura 6.3 - Rede de Acoplamento Fase-Neutro [4]

Nesta topologia, os dois capacitores C1 e C2, são colocados para o caso de não se

saber qual condutor é o fase, estes bloqueiam a freqüência da rede elétrica (60Hz) e evitam a

saturação do transformador. Um terceiro capacitor (Cs) de sintonização é adicionado à

topologia e, como os capacitores de bloqueio C1 e C2 são maiores que o Cs, conclui-se que

estes capacitores não contribuem para a alteração na sintonização da freqüência de interesse.

O transformador foi projetado com relação e espiras de 1:1. Os diodos servem para proteção

contra sobre-tensão.

Page 52: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

52

CAPÍTULO 7

IMPLEMENTAÇÕES, TESTES E RESULTADOS

No decorrer do desenvolvimento deste projeto, foram verificadas algumas

oportunidades de melhorias do mesmo devido a oportunidade de se corrigir algumas

deficiências e devido a alguns problemas de implementação de alguns componentes. Foram

desenvolvidos três esquemas básicos para a construção deste projeto, vamos a eles:

7.1 CIRCUITO COM TRANSMISSÃO ANALÓGICA DE MALHA ABERTA

A Figura 7.1 mostra o nosso primeiro esquema que obtivemos partindo do diagrama

de blocos da Figura 1.1, projetamos um circuito simples para a monitoração remota da

temperatura.

Figura 7.1 – Circuito com transmissão analógica de malha aberta.

O sensor de temperatura usado foi o LM35, pois se pretendia construir o circuito de

forma mais simples possível. A medição realizada para testar o sensor ocorreu utilizando um

termômetro digital da Minipa, modelo MT-401A. A Figura 7.2 mostra um teste feito com o

sensor à temperatura ambiente:

Page 53: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

53

Figura 7.2 – Teste do sensor.

Fazendo comparações com o termômetro digital e aplicando a fórmula desenvolvida,

ficou comprovado que ocorreram erros de aproximadamente 1ºC que, segundo o seu

datasheet, está dentro do limite tolerável de erro, como visto no Capítulo 4.2.1.5.1.

Vout (mV) = 10mV x (T + 2) = 10 * (30 + 2) = 10 * 32 = 320mV

Saída do sensor = 314mV

Erro = |Saída do sensor – Saída desejada| = 6mV = 0,6ºC

Na saída do sensor foi usado um amplificador operacional como condicionador do

sinal para fazer os ajustes no sinal do mesmo. Para modular o sinal, foi usado o CI XR-2211

operando como um VCO que criaria uma freqüência dependendo a tensão de entrada

proveniente do circuito de condicionamento e enviaria esta freqüência para a interface de

acoplamento, que foi visto no Capítulo 6, para ser enviada pela rede elétrica. No receptor, a

rede de acoplamento retiraria este sinal da rede elétrica, enviaria ao demodulador que geraria

a tensão de entrada no VCO. Esta tensão esta enviada a um conversor A/D e depois mostrada

em um display de sete segmentos. A Figura 7.3 mostra a configuração do circuito de

condicionamento e do CI XR-2211 usado como um VCO.

Page 54: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

54

Figura 7.3 – Esquema do circuito de condicionamento e do VCO.

Este projeto tem dois grandes defeitos: primeiro, como vimos no Capítulo 2, a rede

elétrica é bastante ruidosa e poderia alterar a freqüência do sinal, causando um erro na leitura

do mesmo, segundo, ocorrendo esses erros, nós não podíamos descobri-los facilmente porque

este circuito é d e malha aberta, isto é, não há um controle de erros.

7.2 CIRCUITO COM TRANSMISSÃO DIGITAL UTILIZANDO I2C

Na tentativa de melhor a eficiência e a confiabilidade dos dados transmitidos,

resolvemos transmitir os valores do sensor de forma digital. Após uma pesquisa, utilizamos

um sensor que já estava em nosso poder, o TMP101 da Texas Semiconductor. Por causa disto

colocamos também o microcontrolador PIC16F877A no circuito a fim de converter os dados

transmitidos do sensor do protocolo I2C para o protocolo RS-232. A Figura 7.4 mostra como

ficou este nosso novo circuito.

Page 55: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

55

Figura 7.4 – Circuito com transmissão digital utilizando I2C.

O microcontrolador se comunicava com o sensor de temperatura e convertia esses

dados para o protocolo RS-232 no modo assíncrono porque não havia o compartilhamento do

clock entre o microcontrolador e o PC. Foi desenvolvido um algoritmo para que o

microcontrolador efetuasse a captação dos dados no sensor, os convertessem para o protocolo

RS-232 e os transmitisse. A Figura 7.5 mostra o diagrama de blocos do algoritmo

desenvolvido.

Page 56: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

56

Figura 7.5 – Diagrama de blocos do programa do PIC16F877A para o sensor TMP101.

Depois do microcontrolador, o sinal era enviado para o transmissor FSK. Este era

responsável por receber os dados provenientes do microcontrolador e passá-los para a rede

elétrica. Ele é composto por um modulador FSK, continuamos usando o XR-2206 porque ele

Page 57: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

57

também é capaz de modular em FSK, e uma interface de acoplamento. A Figura 7.6

representa um transmissor FSK.

Figura 7.6 – Estrutura do transmissor FSK.

Configuramos o modulador para trabalhar na faixa entre 85kHz e 102kHz para

facilitar os cálculos do demodulador, que ficaria com a freqüência central em 100kHz. Para

transmitir utilizando essas freqüências, foram necessários alguns cálculos para se descobrir os

valores de C, R1 e R2 de acordo com a fórmula Fn=1/RnC, visto no Capítulo 3.3.1.

( )

11

11

1

1

1

1

1

102 *10

980

fR C

Rf C

RkHz nF

R

=

=

=

≅ Ω

( )

22

22

2

2

1

1

1

98 *10

1020

fR C

Rf C

RkHz nF

R

=

=

=

≅ Ω

(7.1)

Escolhendo o valor do capacitor C como 10nF, calculamos os valores dos resistores R1

e R2. Como são valores muito específicos, usamos trimpots para se chegar a este valor e fazer

o ajuste fino. No Anexo B tem algumas fotos do resultado dos nossos testes com este

modulador.

O Receptor FSK é responsável por receber os dados provenientes da rede elétrica,

tratá-los e enviá-los para o driver de comunicação do protocolo RS-232 com o PC, visto no

Capítulo 5.3.3. Ele é composto por uma Rede de Acoplamento e por um demodulador FSK,

no caso usamos o XR-2211 que foi descrito no Capítulo 3.3.2. E a rede de acoplamento é

idêntica ao do transmissor, ela filtra a faixa da freqüência do sinal transmitido na rede elétrica.

Page 58: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

58

A configuração do demodulador FSK consiste no ajuste de alguns componentes

passivos que fazem parte do mesmo. A Figura 7.7 mostra a topologia indicada pelo fabricante

para a configuração dos componentes do demodulador:

Figura 7.7 – Configuração dos componentes passivos do demodulador [35].

O XR-2211 foi projetado inicialmente com o resistor R0 = 10kΩ, que está obedecendo

a faixa de valores indicados pelo fabricante (entre 10KΩ e 100KΩ). Depois foi calculada a

freqüência central f0 pela Equação (7.2):

210 FFf = , lembrando que F1 = 102kHz e F2 = 98kHz. (7.2)

Foi encontrado o valor de 99,97kHz, ele será o valor da freqüência central do

demodulador, e agora podemos encontrar o valor de C0 com a Equação (7.3):

000

1

fRC = (7.3)

Depois de achado o valor de C0 = 1nF, calculamos o valor do resistor R1 pela Equação

(7.4). Ele vai definir a banda do sinal a ser demodulado.

221

001 ff

fRR

−= (7.4)

Page 59: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

59

Foi encontrado o valor de R1 = 500kΩ e foi usado um resistor de 470kΩ, resistor

comercial mais próximo. Calcula-se então o valor do capacitor C1 pela Fórmula (7.5). Ele vai

calcular a constante de tempo do Detector de Fase. O fabricante recomenda um ζ = 0.5.

21

01

1250

ςR

CC = (7.5)

Encontrado o valor de C1 = 10pF, foi calculado o valor dos resistores RF e RB. O

fabricante recomenda um valor de Rf = 5R1 e Rb = 5Rf, onde foi obtido Rf = 2,35MΩ e Rb =

11MΩ. Após efetuados estes cálculos, pode-se calcular o Rsum que é dado pela Equação (7.6).

(7.6)

Depois de calculado o valor de Rsum = 2,15MΩ e utilizando a Equação (7.7),

calculamos CF, adotando um Baund Rate = 1200.

(7.7)

Efetuando o calculo acima descrito, pode-se encontrar um valor para CF = 0,12µF. O

fabricante recomenda um RD = 470kΩ para a maioria das aplicações, assim o CD pode ser

calculado usando a seguinte Fórmula (7.8), onde CD é medido em µF e ∆f em Hz. CD é o filtro

do detector de travamento e ∆f é a largura de banda do projeto.

(7.8)

Após os cálculos efetuados, achamos um CD = 4nF. Agora temos definidos todos os

componentes que são usados no demodulador XR-2211.

No caso deste circuito o grande problema que nós enfrentamos foi em relação ao

encapsulamento do nosso sensor TMP101. Ele utiliza o encapsulamento SOT23, o que torna

Page 60: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

60

muito difícil a sua implantação física para pessoas sem experiência e sem equipamentos

adequados para isto. A solução encontrada foi voltar a utilizar o sensor de temperatura LM35.

7.3 CIRCUITO COM TRANSMISSÃO DIGITAL UTILIZANDO O CONVERSOR A/D

A Figura 7.8 mostra que o circuito é praticamente idêntico ao anterior, a mudança que

ocorreu foi a troca do sensor de temperatura TMP101, que tem saída serial mas um

encapsulamento de difícil implementação, por um LM35, de fácil implementação, porém de

saída analógica.

Figura 7.8 – Circuito com transmissão digital utilizando o conversor A/D.

Para poder utilizar este sensor e gerar um sinal digital, é necessário o uso de um

conversor A/D. Como vimos no Capítulo 5.1, o microcontrolador PIC16F877A também

possui um conversor interno, o que mantém a maior parte do projeto como estava.

Para configurá-lo utilizaramos 1200bps como valor de baud rate devido à menor

ocorrência de erros e de não haver necessidade de uma alta velocidade de transmissão. Para

configurar o baud rate no PIC16F877A precisamos definir um valor para o registrador

SPBRG que controla o período da transmissão dos 8bits. Este valor pode ser encontrado

tabelado ou calculado a partir da sua freqüência de oscilação (clock) no datasheet [38] do

microcontrolador.

Page 61: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

61

Para utilizar a conversão de 10bits, o PIC16F877A utiliza dois bytes para acomodar o

resultado, mas isto dificulta o envio e o controle das informações pela rede elétrica, por isto

utilizaremos apenas os 8bits mais significativos da conversão para fazer o envio. Esta

modificação redução na resolução do conversor não irá causar problemas porque esta

resolução é suficiente para precisão do sensor de temperatura. A Figura 7.9 mostra como é

feita a divisão dos registradores do conversor A/D, no ADRESH ficam os bytes mais

significativos e no ADRESL ficam os bytes menos significativos. Em vermelho, a indicação

do registrador que utilizaremos no modo de conversão justificado à esquerda.

Figura 7.9 – Organização dos registradores do conversor A/D do PIC16F877A.

No nosso caso, queremos medir a temperatura entre 2ºC e 125ºC, utilizando apenas

8bits do conversor. Definindo Vref+ = 1280mV e Vref- = 0V ficamos com 1280 / 256 = 5mV.

Isto quer dizer que a temperatura será medida de 0,5ºC em 0,5ºC que valem 5mV. Deste

modo, os valores das temperaturas ficaram de acordo com a Tabela 7.1.

Tabela 7.1 – Valores de conversão da temperatura.

Dado transmitido

Valor decimal

Valor da temperatura medida pelo sensor

Temperatura medida

0 0 2 0 1 1 2,5 0,5 10 2 3 1 11 3 3,5 1,5 100 4 4 2 101 5 4,5 2,5 110 6 5 3 111 7 5,5 3,5 1000 8 6 4 1001 9 6,5 4,5

Page 62: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

62

1010 10 7 5 1011 11 7,5 5,5 1100 12 8 6 1101 13 8,5 6,5 1110 14 9 7 1111 15 9,5 7,5

10000 16 10 8 10001 17 10,5 8,5

11111110 254 129 127 11111111 255 127,5 125,5

Esta tabela pode ser obtida a partir da resolução da Fórmula (7.9).

22

TransmitidoTemperatura

= −

(7.9)

A Figura 7.10 mostra o diagrama de blocos do algoritmo usado no microcontrolador.

O programa completo pode ser encontrado no Anexo C.

Page 63: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

63

Figura 7.10 – Organograma básico do programa do PIC16F877A usado neste projeto.

O restante do projeto continua idêntico ao visto no Capítulo 7.2. O circuito completo

encontra-se no Anexo A e o controle dos valores que chegam ao computador, bem como os

cálculos da conversão dos dados provenientes do conversor A/D.

Page 64: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

64

CAPÍTULO 8

CONCLUSÃO

Através do levantamento bibliográfico realizado, foram obtidos conceitos

fundamentais para o entendimento e a análise deste projeto. Foi desenvolvido um projeto para

a monitoração de temperatura através da rede elétrica, método este, que visava ao usuário

final, uma maior facilidade para instalar sistemas de medição de temperatura.

Concluímos com este trabalho que este método de transmissão de dados é de difícil

implementação e ele trabalha apenas em imóveis com o sistema de energia monofásica,

necessitando um estudo sobre a topologia da rede elétrica do imóvel para se poder fazer a

instalação do sistema de monitoramento para se fazer a instalação em redes trifásicas.

Contudo, este sistema de monitoramento de temperatura é muito conveniente, prático, barato

e viável.

Este projeto foi inicialmente desenvolvido para ser transmitido pela rede elétrica

utilizando a modulação FM (analógica) sem o uso de protocolos ou de qualquer controle de

erros. Com o progresso foram feitas modificações visando melhorar a confiabilidades dos

dados transmitidos e de agregar mais conhecimento sobre transmissão de dados digitais.

Assim, foram feitos vários estudos e pesquisas sobre a transmissão dos dados pela rede

elétrica e concluímos que a modulação por chaveamento de freqüência (FSK) se comporta de

forma mais estável num meio tão ruidoso quanto a rede elétrica do em outros tipos de

modulação, como as modulações analógicas, ou mesmo as modulações digitais, como a PSK.

Assim foram projetados os circuitos do modulador e do demodulador FSK.

Também foi adicionada a comunicação RS-232 se mostrou bastante útil, pois

consegue organizar e codificar a mensagem a ser enviada pelo microcontrolador até o

computador de forma simples e eficiente.

Apesar de não usarmos, o protocolo I2C é uma ferramenta bastante útil e este estudo

que foi feito poderá ser usado para projetos futuros ou até para melhorias neste.

Devido a motivos de força maior, não foi possível implementar totalmente este

projeto. Alguns dos problemas foram: a falta de componentes nas lojas locais, sendo

necessário o pedido a distribuidores em São Paulo/SP e até a importação destes componentes;

Troca de orientador; Adequação e melhorias do projeto, passando de uma comunicação

Page 65: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

65

estritamente analógica, para uma completamente digital; Desconhecimento na programação

do PIC forçando ao estudo do mesmo o que nos deu maior conhecimento sobre os

microcontroladores; Houve dificuldade em se transferir os programas para o PIC devido a

uma incompatibilidade do software de programação com o gravador, sendo necessária a

compra de um gravador para o mesmo; Tivemos dificuldades em se calibrar corretamente o

demodulador e as redes de acoplamento e problemas com o encapsulamento do sensor de

temperatura TMP101 que nos forçou a abandonar o uso do protocolo I2C. Gostaria de

salientar também a falta de tempo que tivemos, com todos estes problemas, para tratar os

dados provenientes do microcontrolador no computador, ficando esta etapa, para

desenvolvimentos futuros.

Apesar de tudo isso, o trabalho foi válido pela “bagagem” de conhecimento e de

experiência que nós obtivemos ao tentar desenvolve-lo.

Gostaria de registrar também que este trabalho procurou, apesar da especificidade do

tema proposto, contextualizar da forma mais ampla possível os objetos de estudo envolvidos

no sistema PLC e poder contribuir para o avanço da tecnologia PLC no Rio Grande do Norte

e no Brasil.

Page 66: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

66

BIBLIOGRAFIA

[1] NETO, P. C.; BENTO, R. L. Transmissão de Dados Através da Rede Elétrica.

2003. Monografia (Graduação em Engenharia de Computação) – Departamento de

Engenharia e Ciências Exatas, Universidade Potiguar, Natal.

[2] How Power-line Networking Works. Disponível em:

http://www.howstuffworks.com/power-network.htm/printable > Acesso em: Maio 2006

[3] MALACK, J. A., ENGSTROM, J.R., RF Impedance of US and European Power

Lines. IEEE Transactions on Electromagnetic Compability, Vol. 18, nº 1. 1976.

[4] MONTENEGRO, R. H. M. Implementação de um Modem Half-Duplex para

Transmissão de Dados Através da Rede Elétrica. 2004. Monografia (Graduação em

Engenharia de Computação) – Departamento de Engenharia e Ciências Exatas, Universidade

Potiguar, Natal.

[5] HOOIJEN O. G., A Channel Model for the Residential Power Circuit used as a

Digital Communications Medium. IEEE Transaction on Electromagnetic Compability,

1998, EMC-40(4):333-336p.

[6] VINES et al. Noise on Residential Power Distribution Circuits. IEEE Transactions

on Electromagnetic Compability, vol. EMC-26, nº 4, Nov. 1984, pg. 161-168.

[7] FERREIRA, H. C., GROVÉ, H. M., HOOIJEN, O., HAN VINCK, A. J., Power Line

Communications: An Overview. Department of Electrical and Electronic Engineering, Rand

Afrikaans University, África do Sul, 2006.

[8] SMS - Guia de Problemas Provenientes da Rede Elétrica. Disponível em:

http://www.sms.com.br/sitenovo/dicas4.aspx > Acesso em Maio 2006

[9] FERNANDES, C. E. M., LIMA, W. C., Implementação de um Sistema de

Comunicação PLC Ponto-a-ponto para Monitoramento de Consumo Elétrico. 2005.

Monografia (Graduação em Engenharia de Computação) – Departamento de Engenharia e

Ciências Exatas, Universidade Potiguar, Natal.

[10] VARGAS, A. A.; PEREIRA, C. E.; LAGES, W. F.; CARRO, L. Comunicação de

Dados através da Rede Elétrica. 2003. Relatório de Pesquisa CEEE/2003 nº9920525,

UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

[11] Modulação - Repositório de Documentos Técnicos do Grupo de Redes – UFRGS.

Disponível em: http://penta2.ufrgs.br/Alvaro/modu.html > Acesso em Maio 2006

Page 67: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

67

[12] SILVA, L. M., Modulação Analógica de Onda Contínua. Teoria das

Telecomunicações – ENE – UnB, 2004.

[13] MARQUES, G. A. G., Transmissão de Dados Via Rede Elétrica. 2004. UFSC,

Florianópolis.

[14] Temperature Sensor - The Thermistor. Disponível em:

http://www.facstaff.bucknell.edu/mastascu/eLessonsHTML/Sensors/TempR.html > Acesso

em Abril 2006.

[15] Termistores – NTC. Disponível em: eletrica.ufpr.br/edu/ie00/transd/brenno/index.html

> Acesso em Abril 2006

[16] Medidas de Temperatura I. Disponível em: http://www.mspc.eng.br/fldetc/tpr1.asp

> Acesso em Abril 2006

[17] Datasheet do componente LM35 Precision Centigrade Temperature Sensors, 2000.

[18] Temperature Sensor - The LM35. Disponível em:

http://www.facstaff.bucknell.edu/mastascu/eLessonsHTML/Sensors/TempLM35.html.

Acesso em: Abril 2006.

[19] Datasheet do componente XR-2206 Monolithic Function Generator, 1997.

[20] Introdução a Amplificadores Operacionais. Disponível em:

http://www.ifi.unicamp.br/~kleinke/f540/e_amp1.htm. Acesso em: Abril 2006.

[21] MENDONÇA JÚNIOR, J. Desenvolvimento de Interfaces Microcontroladas para

Aplicação em Automação Residencial. 2004. Monografia (Graduação em Engenharia de

Computação) – Departamento de Engenharia e Ciências Exatas, Universidade Potiguar, Natal.

[22] LIN, Y., LATCHMAN , H. A., LEE, M.Y., A Power Line Communication Network

Infrastructure For Smart Home . IEEE Wireless Communications No 1070-9916/02.

University of Florida, 2002.

[23] SILVA, L. M., Modulação Angular. 2005. Teoria das Telecomunicações – ENE –

UnB, Brasília.

[24] Alguém Aí Tem Um Transformador Para Emprestar? Telecurso 2000 – Aula 46.

[25] Impedância. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Impedância > Acesso em:

Maio 2006

[26] PLC (Power Line Communications). Disponível em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/PLC > Acesso em: Maio 2006

Page 68: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

68

[27] HAAG, R., OLIVEIRA, L. M., VEIT, E. A., Coleta Automática e Interpretada de

Dados em um Laboratório Didático de Termologia. 2003. Instituto de Física – UFRGS,

Porto Alegre.

[28] Temperatura. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Temperatura > Acesso em

Abril 2006

[29] Termístor. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Termistor > Acesso em Abril

2006.

[30] Termopar. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Termopar > Acesso em Abril

2006.

[31] Pirômetro. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pirômetro > Acesso em Abril

2006.

[32] Sensor de Temperatura - Técnicas de Medição de Temperatura. Disponível em:

http://vinicius.brasil.vilabol.uol.com.br/eletronica/Sensortemp/SENSORTEMP.htm. Acesso

em Abril 2006.

[33] Voltage-Controlled Oscillator. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Voltage-

controlled_oscillator. Acesso em Junho 2006.

[34] ZANCO, W. S., Microcontroladores PIC: Técnicas de Software e Hardware para

Projetos de Circuitos Eletrônicos Com Base no PIC16F877A. São Paulo: Érica, 2006.

[35] Datasheet do componente XR-2211 FSK Demodulator / Tone Decoder, 1997.

[36] PLL : Phase-Locked Loop ou Elo Travado em Fase. Disponível em:

http://paginas.terra.com.br/lazer/py4zbz/teoria/pll.htm. Acesso em Janeiro 2006.

[37] Datasheet do componente MAX232 – Dual EIA-232 Drivers / Receivers, 2004.

[38] Datasheet do componente PIC16F877, 2003.

[39] Datasheet do componente TMP101, 2003

Page 69: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

69

ANEXO A

CIRCUITO TRANSMISSOR / RECEPTOR

Figura A.1 – Circuito do transmissor.

Page 70: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

70

Figura A.2 – Circuito do receptor.

Page 71: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

71

ANEXO B

IMAGENS DOS TESTES

Figura B.1 – Sensor de Temperatura.

Figura B.2 - Saída do sensor mostrado no osciloscópio em escala 0.2 V/Div.

Page 72: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

72

Figura B.3 - Onda da saída do sinal da freqüência F2 modulador XR-2206 com aproximadamente 98kHz.

Figura B.4 - Onda da saída do sinal da freqüência F1 modulador XR-2206 com aproximadamente 102kHz.

Todas as medidas feitas no osciloscópio foram obtidas com 2µs/div.

Page 73: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

73

ANEXO C

PROGRAMA DO PIC16F877A

Este programa foi baseado no programa de Wagner da Silva Zanco em [34] com

adaptações para este projeto.

;************************************************** *************************************************** ***********

; ARQUIVOS DE DEFINICOES

;************************************************** *************************************************** ***********

#INCLUDE <P16F877A.INC> ;ARQUIVO PADRAO MICROCHIP PARA PIC16F877A

;************************************************** *************************************************** ***********

; BITS DE CONFIGURACAO

;************************************************** *************************************************** ***********

__CONFIG

_CP_OFF&_WRT_OFF&_DEBUG_OFF&_CPD_OFF&_LVP_OFF&_WDT_OFF&_BODEN_ON&_PWRTE_ON&_XT_OSC

;************************************************** *************************************************** ***********

;_CP_OFF ==> MEMORIA DE PROGRAMA DESPROTEGIDA CONTRA LEITURA

;_WRT_OFF ==> SEM PERMISSAO PARA ESCREVER NA MEMORIA DE PROGRAMA

;_DEBUG_OFF ==> DEBUG DESATIVADO

;_CPD_OFF ==> MEMORIA EEPROM PROTEGIDA CONTRA LEITURA

;_LVP_OFF ==> PROGRAMACAO EM BAIXA TENSAO DESABILITADA

;_WDT_OFF ==> WDT DESATIVADO

;_BODEN_ON ==> BROWN-OUT ATIVADO

;_PWRTE_ON ==> POWER-ON RESET ATIVADO

;_XT_OSC ==> OSCILADOR A CRISTAL (4MHz)

;************************************************** *************************************************** ***********

; PAGINACAO DA MEMORIA

;************************************************** *************************************************** ***********

;COMANDOS PARA ALTERACAO DE PAGINA DE MEMORIA

BANK0 MACRO ;MACRO PARA SELECIONAR BANCO 0

BCF STATUS,RP0

BCF STATUS,RP1

ENDM

BANK1 MACRO ;MACRO PARA SELECIONAR BANCO 1

BSF STATUS,RP0

BCF STATUS,RP1

ENDM

;************************************************** *************************************************** ***********

; CONSTANTES

;************************************************** *************************************************** ***********

;CONSTANTES UTILIZADAS PELO SISTEMA

INIC_TMR0 EQU .6 ;INICIALIZA TMR0

CONTA EQU .125 ;INICIALIZA COUNT

#DEFINE UM_SEG FLAGS,0

Page 74: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

74

;************************************************** *************************************************** ***********

; VARIAVEIS

;************************************************** *************************************************** ***********

;VARIAVEIS UTILIZADAS PELO SISTEMA

FLAGS EQU H'40'

COUNT EQU H'41'

DADO EQU H'46'

COUNT_T EQU H'5B'

COUNT1 EQU H'42'

;************************************************** *************************************************** ***********

; VETOR DE RESET

;************************************************** *************************************************** ***********

ORG 0x00 ;ENDERECO INICIAL DE PROCESSAMENTO

GOTO INICIO

;************************************************** *************************************************** ***********

; INTERRUPCAO

;************************************************** *************************************************** ***********

;AS INTERRUPCOES NAO SERAO UTILIZADAS

ORG 0x04 ;ENDERECO INICAL DA INTERRUPCAO

RETFIE ;RETORNA AO PROGRAMA PRINCIPAL

;************************************************** *************************************************** ***********

; INICIO

;************************************************** *************************************************** ***********

INICIO

BANK1 ;ALTERA PARA BANCO1

MOVLW B'00001101' ;DEFINE RA2, RA1 e RA0 COMO ENTRADA E DEMAIS PINOS COMO SAIDA

MOVWF TRISA

MOVLW B'00000000' ;DEFINE RB6:RB0 COMO SAIDA E RB7 COMO ENTRADA

MOVWF TRISB ; || ||

MOVLW B'00000000' ;DEFINE O PORTC COMO SAIDA

MOVWF TRISC ; || ||

MOVLW B'00000000' ;DEFINE O PORTD COMO SAIDA

MOVWF TRISD ; || ||

MOVLW B'00000000' ;DEFINE O PORTE COMO SAIDA

MOVWF TRISE ; || ||

MOVLW B'00000100' ;TMRO OPERANDO COMO TEMPORIZADOR

MOVWF OPTION_REG ;PRESCALER 1:32 NO TMRO

;PULL_UPS HABILIADOS, DEMAIS BITS IRRELEVANTES

MOVLW B'00000000' ;CHAVE GERAL DE INTERRUPCAO DESLIGADA

MOVWF INTCON ;DEMAIS BITS IRRELEVANTES

BANK0 ;RETORNA PARA O BANCO 0

;************************************************** *************************************************** ***********

; INICIALIZACAO DAS VARIAVEIS

;************************************************** *************************************************** ***********

Page 75: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

75

CLRF PORTA ;LIMPA PORTA

CLRF PORTB ;LIMPA PORTB

CLRF PORTC ;LIMPA PORTC

CLRF PORTD ;LIMPA PORTD

CLRF PORTE ;LIMPA PORTE

CLRF FLAGS ;LIMPA FLAGS

MOVLW CONTA

MOVWF COUNT_T ;INICIALIZA COUNT_T COM 25

MOVLW INIC_TMR0

MOVWF TMR0 ;INICIALIZA TMR0 COM 6

CLRF DADO ;LIMPA REG

;************************************************** *************************************************** ***********

;ESTA SUB-ROTINA CONFIGURA E ATIVA O CONVERSOR A/D

;************************************************** *************************************************** ***********

ATIVA_CONVERSOR_AD

BANK1 ;ATIVA BANCO 1

MOVLW B'00001111'

MOVWF ADCON1 ;JUSTIFICADO A ESQUERDA <7>

;ADRESH <9:2>, ADRESL <1:0>

;RA0/AN0 COMO ENTRADA ANANLOGICA <3:0>

;RE2:RE0 CONFIGURADO COMO I/O

;VREF+ = RA3/AN3 (+1,024V)

;VREF- = RA2/AN2 VSS (0V)

BANK0 ;ATIVA BANCO0

MOVLW B'01000001'

MOVWF ADCON0 ;FREQUENCIA = FOSC/8 <7:6>

;CANAL 0 SELECIONADO <5:3>

;MODULO A/D LIGADO <0>

;************************************************** *************************************************** ***********

;ESTA SUB-ROTINA CONFIGURA OS PARAMETROS DA TRANSMISSAO

;************************************************** *************************************************** ***********

TX_1200

BANK1 ;ATIVA BANCO 1

MOVLW .51

MOVWF SPBRG ;BAUD RATE = 1200 bps A 4MHZ

BCF TXSTA,TX9 ;NÃO HAVERÁ BIT DE PARIDADE

BCF TXSTA,SYNC ;ATIVA COMUNICACAO ASSINCRONA

BANK0 ;ATIVA BANCO 0

BSF RCSTA,SPEN ;HABILITA PORTA SERIAL

BSF RCSTA,CREN ;HABILITA RECEPCAO

;************************************************** *************************************************** ***********

;ESTA SUB-ROTINA LIMPA O BUFFER DE RECEPCAO DA USART (70h - 7Fh)

;************************************************** *************************************************** ***********

APAGA_BUFFER_RX

MOVLW .16

Page 76: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

76

MOVWF COUNT1 ;COUNT1 = 16

MOVLW 0x70

MOVWF FSR ;FSR APONTA PARA O ENDERECO 70h (END. INICIAL DO BUFFER)

MOVLW 0x30

STORE_02

MOVWF INDF ;END APONTADO POR FSR RECEBE VALOR

DECFSZ COUNT1,F ;DECREMNENTA COUNT1. COUNT1=0?

GOTO INCFSR_02 ;NAO, DESVIA

GOTO PRINCIPAL ;SIM, DESVIA

INCFSR_02

INCF FSR,F ;INCREMENTA FSR. APONTA PARA A PROXIMA POSICAO DO BUFFER

GOTO STORE_02 ;DESVIA

;************************************************** *************************************************** ***********

;ROTINA PRINCIPAL DO PROGRAMA

;************************************************** *************************************************** ***********

PRINCIPAL

CALL CONVERSAO_AD ;CHAMA A SUB-ROTINA. FAZ CONVERSAO A/D

CALL TRANSMITE ;CHAMA A SUB-ROTINA. TRANSMITE VIA RS-232

CALL TIMER_8mSEG ;CHAMA A SUB-ROTINA. AGUARDA 8 MILISSEGUNDOS

GOTO PRINCIPAL ;DESVIA. FAZER LOOP

;************************************************** *************************************************** ***********

;ESTA SUB-ROTINA EFETUA A CONVERSAO A/D E ARMAZENA O BYTE OBTIDO NA CONVERSAO NO REGS DADO

;************************************************** *************************************************** ***********

CONVERSAO_AD

BTFSS UM_SEG ;PASSOU 1 SEGUNDO?

BSF ADCON0,GO ;SIM, INICIA CONVERSAO

BTFSC ADCON0,GO ;CONVERSAO TERMINADA?

GOTO $-1 ;NAO, AGUARDA TERMINAR CONVERSAO

MOVF ADRESH,W ;SIM, W <== ADRESH

MOVWF DADO

BCF UM_SEG ;APAGA FLAG

RETURN ;RETORNA

;************************************************** *************************************************** ***********

;ESTA SUB-ROTINA TRANSMITE DADOS PARA O PC VIA RS-232.

;************************************************** *************************************************** ***********

TRANSMITE

BANK1 ; ALTERA P/ BANCO 1 DA RAM

BSF TXSTA,TXEN ;ATIVA COMUNICACAO

BANK0 ;ALTERA P/ BANCO 0 DA RAM

MOVWF TXREG ; SALVA WORK EM TXREG (INICIA TX)

BANK1 ; ALTERA P/ BANCO 1 DA RAM

BTFSS TXSTA,TRMT ; O BUFFER DE TX ESTÁ VAZIO ?

GOTO $-1 ; NÃO - AGUARDA ESVAZIAR

BANK0 ;ALTERA P/ BANCO 0 DA RAM

RETURN

Page 77: MONOGRAFIA DANIEL & ALANN FINAL

77

;************************************************** *************************************************** ***********

;ESTA SUB-ROTINA EFETUA CONTAGEM DO TEMPO

;************************************************** *************************************************** ***********

TIMER_8mSEG

BTFSS INTCON,T0IF TIMER 0 ESTOUROU?

GOTO $-1 ;NAO, ESPERA ESTOURAR

BCF INTCON,T0IF ;SIM, APAGA FLAGS T0IF

MOVLW INIC_TMR0 ;INICIALIZA TIMER 0 COM 6

MOVWF TMR0

DECFSZ COUNT_T,F ;PASSOU 1S?

RETURN ;NAO, RETORNA

MOVLW CONTA ;SIM, INICIALIZA COUNT_T COM 125

MOVWF COUNT_T

BSF UM_SEG ;SETA FLAG UM_SEG

RETURN ;RETORNA

;************************************************** *************************************************** **********

END ;FIM DO PROGRAMA

;************************************************** *************************************************** **********