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Caro(a) estudante! Caro(a) estudante, depois de ter estudado os aspectos meramente teóricos, chegou a vez de analisarmos os aspectos práticos, onde iremos aprender a determinar o valor actual, o cash-flow, as amortizações, o capital investido, os encargos financeiros, o VAL, a TIR, o Payback, entre outros. A avaliação dos projectos com base neste critérios permite uma tomada de decisão mais cuidadosa pois, como o tutorando pode imaginar, investir é alocar fundos que muita das vezes esses fundos são provenientes de empréstimos tendo consequentemente o seu custo. Portanto uma adequada análise do risco é pertinente andes de se tomar uma decisão. Por isso, no final desta unidade você deverá estar apto a... Elemento de Competência da Unidade Didáctica Elementos de Competência da Unidade Didáctica Analisar a viabilidade de um projecto, tomando em conta a determinação do valor actual, do cash-flow, das amortizações, encargos financeiros, capital investido, lucro contabilístico, etc. Comparar os projectos viáveis recorrendo aos critérios do VAL, TIR, Payback, bem como análise do risco.

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Caro(a) estudante!

Caro(a) estudante, depois de ter estudado os aspectos meramente teóricos, chegou

a vez de analisarmos os aspectos práticos, onde iremos aprender a determinar o

valor actual, o cash-flow, as amortizações, o capital investido, os encargos

financeiros, o VAL, a TIR, o Payback, entre outros.

A avaliação dos projectos com base neste critérios permite uma tomada de decisão

mais cuidadosa pois, como o tutorando pode imaginar, investir é alocar fundos que

muita das vezes esses fundos são provenientes de empréstimos tendo

consequentemente o seu custo. Portanto uma adequada análise do risco é

pertinente andes de se tomar uma decisão.

Por isso, no final desta unidade você deverá estar apto a...

Elemento de Competência da Unidade Didáctica

Elementos de Competência da Unidade Didáctica

Analisar a viabilidade de um projecto, tomando em conta a determinação do

valor actual, do cash-flow, das amortizações, encargos financeiros, capital

investido, lucro contabilístico, etc.

Comparar os projectos viáveis recorrendo aos critérios do VAL, TIR,

Payback, bem como análise do risco.

Page 2: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

2

Competências a adquirir

No final desta unidade didáctica, espera-se que você seja capaz de :

1. Elaborar e analisar o mapa dos cash-flows de um projecto;

2. Determinar o valor actual de um projecto de investimento;

3. Determinar o capital investido;

4. Analisar a influência da fiscalidade no cálculo dos cash-flows do investimento.

5. Determinar o valor actual líquido de um projecto

6. Determinar a taxa interna de retorno

7. Determinar o período de recuperação de investimento

Page 3: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

3

1. AVALIAÇÃO DE PROJECTO DE INVESTIMENTO

1.1. AVALIAÇÃO DE UM PROJECTO

1.1.1 Avaliação Financeira

1.1.2 Avaliação Económica e Social

1.2. CUSTOS E BENEFÍCIOS

1.2.1. Custos de Investimento

1.2.2. Custos de Exploração

1.2.3. Benefícios

1.3. CONCEITOS BÁSICOS

1.3.1 Determinação do Valor Actual

1.3.2 Capital Investido

1.3.3 Cálculo das Amortizações

1.3.4 Determinação de Cash Flow

1.4. MÉTODOS DE AVALIAÇÃO

1.4.1 Método do valor Actual Líquido (VAL)

1.4.2 Método da Taxa Interna de Rentabilidade (TIR)

1.4.3 Método do Período de Recuperação do Investimento “Pay-back period”

2. BIBLIOGRAFIA

3. GLOSSÁRIO

4 EXERCÍCIO DE AUTOAVALIAÇÃO

5. CHAVE DE CORRECÇÃO DOS EXERCÍCIOS

Esquema de apresentação dos conteúdos

Page 4: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

4

1. AVALIAÇÃO DE PROJECTO DE INVESTIMENTO

1.1 Avaliação de um projecto

Na avaliação de um projecto o investidor tem por objectivo fundamentar a decisão

de investir em determinada actividade, por determinado processo e com vista a

atingir determinados fins. No capítulo anterior analisamos as fases de um projecto

onde na fase da avaliação foram abordadas três perspectivas de avaliação,

nomeadamente, avaliação financeira, económica e social. Vamos de seguida

detalhar cada uma das perspectivas.

1.1.1 Avaliação financeira

Vimos que a avaliação financeira consiste na determinação da rendibilidade e

análise da qualidade técnica e comercial do projecto. Esta análise tem como base a

apreciação dos balanços e demonstrações de resultados, recorrendo a um conjunto

de rácios adequados relacionados com a rendibilidade económica dos fundos

financeiros aplicados. Esta perspectiva visa conseguir o equilíbrio na utilização

racional dos capitais próprios que garantem a autonomia e estabilidade, enquanto os

capitais alheios proporcionam maior rendibilidade do capital próprio quando a

rendibilidade do activo total e superior ao

juro.

Na análise financeira procura-se determinar

até que ponto os meios financeiros alocados

são adequados. Ou não à manutenção do

seu desenvolvimento estável e lhe permitem

Desenvolvimento dos conteúdos

Contexto da realidade

Na análise financeira procura-se

determinar até que ponto os

meios financeiros alocados são

adequados.

Page 5: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

5

fazer face aos seus compromissos à medida que se vençam. Nesta avaliação

analisa-se a estrutura financeira da empresa, isto é, a proporção em que se utiliza os

meios próprios e os meios alheios para financiar os seus valores de activo. Analisa-

se também o nível de solvência, o grau de liquidez e a tesouraria.

1.1.2 Avaliação Económica e Social

A avaliação económica e social tem como objectivo a determinação e apreciação

dos efeitos directos e indirectos que o projecto trará na economia e na sociedade

nos seguintes aspectos: na produção, na distribuição de rendimento, no emprego,

nos sectores de produção e no ambiente. Na análise económica do ponto de vista

da empresa, interessa a maximização da rendibilidade dos capitais que aloca. A

rendibilidade económica mede a capacidade efectiva da empresa para remunerar

todos os capitais próprios ou alheios postos a sua disposição.

1.2 CUSTOS E BENEFÍCIOS

Na avaliação macroeconómica, além da análise e apreciação dos efeitos ou

impactos mais gerais que o projecto gera e repercute sobre o sector em que se

insere, isto é, na região, no emprego, na Balança de Pagamentos, no Produto

Nacional e noutros. Estuda-se também a sua

rendibilidade num sentido mais amplo, em

termos de custos e benefícios que o projecto

irá consumir e proporcionar,

respectivamente, para a colectividade, ou

seja, comparam-se os custos com os

benefícios que decorrem da implementação

do projecto, em termos da sua repercussão

na economia nacional.

Os conceitos de custo e benefício são diferentes e mais amplos do que os custos e

receitas empresariais que decorrem das compras e respectivos pagamentos ou das

vendas e respectivos recebimentos. Na avaliação da rendibilidade de um projecto

Contextualidade

Os custos, proveitos e benefícios

são encarados numa óptica

económica, enquanto que as

compras, despesas e

pagamentos, assim como as

vendas, receitas e recebimentos

correspondem à óptica financeira.

Page 6: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

6

distinguem-se dois tipos de custos, nomeadamente, custos de investimento e custos

de exploração.

1.2.1 Custos de investimento ou custos de implantação

Os custos de investimentos são valores monetários dos bens do consumo produtivo

utilizados na fase inicial do projecto, correspondentes ao capital fixo corpóreo e

incorpóreo e ao acréscimo de fundo de

maneio necessário para um adequado

funcionamento do projecto.

Num projecto de investimento considera-se

capital fixo corpóreo a todos os elementos

tangíveis. Por exemplo, instalações,

maquinaria, mobiliário, etc. O capital fixo

incorpóreo consistirá em elementos

intangíveis tais como: despesas de instalação,

custos com pesquisa, marca de produto, software, etc.

O Fundo de maneio

Designa-se por Fundo de maneio a parte excedente do activo circulante que cobre o

passivo circulante, ou seja, a parte dos activos mais líquidos que cobre os passivos

que exigem liquidação a curto prazo. É necessária a existência de um fundo de

maneio, uma margem de segurança, para evitar rupturas de tesouraria.

Por outras palavras podemos definir o fundo de maneio como sendo a parte dos

capitais permanentes que não é absorvida no financiamento do imobilizado líquido e

que, consequentemente, vai cobrir (parcial ou totalmente) as necessidades de

financiamento do ciclo de exploração.

Para o cálculo do fundo de maneio podemos usar duas vias:

Fundo de maneio será igual ao activo circulante subtraindo o passivo circulante ou,

capitais permanentes subtraindo o imobilizado líquido.

Contexto da realidade

Todo projecto de investimento na

sua fase inicial incorre em custos

de implantação. Na fase seguinte

da implementação incorre em

custos de exploração.

Page 7: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

7

As necessidades de fundo de maneio irão consistir no somatório das rubricas

clientes e existências subtraído da rubrica fornecedores.

Necessidades de fundo de maneio =

+ clientes

+ existências

- fornecedores

Quem faz a gestão de uma empresa, sabe o quão relevante a gestão do fundo de

maneio se torna, chegando a ser tão importante ou quase tão importante quanto a

geração de resultados por parte da empresa. Isto acontece porque, a par com o

capex, o fundo de maneio é o principal local onde a empresa se vê geralmente

forçada a investir uma grande parte da sua liquidez. Os maus resultados das

empresas dão-se por falta de liquidez e não por insolvência técnica, é fácil uma

empresa se ver em dificuldades se os seus clientes começarem a pagar tarde ou a

não pagar, visto que uma série de credores da empresa (funcionários, Estado,

fornecedores) não apresentarão grande flexibilidade em termos de prazos de

pagamento.

Existem várias medidas que uma empresa pode tomar, para controlar o crescimento

das suas necessidades de fundo de maneio, limitando assim o investimento que tem

que fazer nessa área. Vamos de seguidas observar alguns exemplos:

Melhor controlo de stocks, usando sistemas de gestão de stock mais eficazes,

ERPs, etc.

Melhoria dos processos produtivos de forma a

possibilitar filosofias de aprovisionamento just

in time, e consequente minimização de stocks;

Estabelecimento de relações com

fornecedores próximos, de forma a possibilitar

aprovisionamento just in time, e consequente

minimização de stocks;

Conceptualização

Just in time refere-se a uma

filosofia bastante moderna e

dinâmica de gestão de stock

numa organização

Page 8: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

8

Uso de vendas de mercadorias em consignação, com a consequente menor

necessidade de financiar stock;

Esforço na gestão de recebimentos, eventualmente usando sistemas de gestão de

clientes mais eficazes;

Esforço nas cobranças de forma a minimizar saldos de clientes e prazos de

recebimento;

Incentivos ao recebimento mais rápido via descontos de pronto pagamento;

Uso de factoring para antecipar recebimentos (se o custo não for proibitivo);

Estabelecimento de relações fortes com fornecedores, de forma a obter mais crédito,

por mais tempo.

A lista não é, obviamente, exaustiva.

Genericamente as medidas enquadram-se em 3

campos:

Minimização das quantidades e valores

em stock;

Minimização dos prazos e montantes em recebimento;

Maximização dos prazos e montantes de pagamento

1.2.2 Custos de exploração ou de funcionamento

Os custos de exploração são custos fixos e variáveis correspondentes aos

consumos intermédios e serviços utilizados na produção, como sejam, as matérias-

primas e subsidiárias, energia e combustíveis, despesas com pessoal e outros

contabilizados na conta de exploração previsional. A conta de exploração reflecte os

proveitos ou receitas de uma empresa bem como os custos decorrentes do exercício

de sua actividade.

Observação reflexiva

Como controlar as necessidades

de fundo de maneio?

Page 9: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

9

1.2.3 Benefícios

Os benefícios correspondem ao valor dos recursos libertos pelo projecto, ou seja, os

proveitos que o projecto irá gerar, ao longo da sua vida útil, decorrentes do valor das

vendas e outros proveitos contabilizados também na conta de exploração

previsional, adicionados com o valor residual do investimento no fim da sua vida útil.

Corresponde ao valor residual os resíduos dos activos (máquinas, viaturas, etc) no

fim da sua vida útil. Este valor pode ser nulo ou mesmo negativo se carecer de

despesas adicionais tais como: desmontagem e remoção. Findo o período útil do

activo a empresa pode optar em vender os activos ou recuperá-los.

1.3 CONCEITOS BÁSICOS

Para a escolha de um projecto sob ponto de vista da empresa necessitamos

aprofundar nossa análise dos vários critérios que facilitarão nossa decisão sobre a

viabilidade ou não do projecto, nomeadamente, valor actual, capital investido,

amortizações, cash flow e conta de exploração previsional.

1.3.1 Determinação do Valor Actual

Antes de abordamos a questão do valor actual importa dizer que o valor de um

capital varia ao longo do tempo em que é cedido. Então para definirmos o seu valor

precisamos de referenciar-nos a um instante de tempo. Por convenção utiliza-se

normalmente o momento actual

como o momento de referência. Ao

valor desse capital nesse momento

de referência dá-se o nome de valor

actual.

Contexto da realidade

Um determinado investidor adquire um

bem (investimento) que em vez de

consumo imediato, se destina a produzir

um determinado valor no futuro (renda).

Portanto, procurar-se-á conhecer esse

valor agora.

Page 10: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

10

O valor actual irá nos dizer qual o valor, hoje, de uma receita ou despesa

realizada no futuro. Será a partir desse valor que o investidor tomará uma decisão

de implementar ou não um projecto de investimento.

Para melhor compreensão do conceito do valor actual analisemos o seguinte

exemplo:

Um indivíduo que irá receber um montante de

9.000,00MT, daqui a um ano, considerando

uma taxa de 12% ao ano, teria hoje

8.035,71MT.

Algebricamente teremos:

VA = 8.035,71

Onde:

i – considerado a taxa de actualização ou de desconto igual a 12%.

VA – Valor Actual

CF – Cash-Flow

ou seja,

VA = 9.000,00 x = 8.035,71

em que é o valor actual

Observação reflexiva

O que é o valor actual?

Page 11: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

11

então o valor actual vamos apresentar do seguinte modo, conforme o período

correspondente:

1º período

VA = CF ou VA = CF (1+ i)-1

2º período

VA2 = CF ou VA2 = CF (1 +i)-2

Sucessivamente até ao n ésimo período

VAn = CF x ; VAn = CF (1 + i)-n

Como pode ver, o valor actual é, neste caso, um factor de actualização que se

representa na seguinte fórmula:

VA = CF x ; ou VA = CF (1+ i)-n

Com este factor pode se calcular o valor actual líquido e taxa interna de

rentabilidade dos cash-flows não uniformes.

Determinação do valor actual dos cash-flows não uniformes

Estamos perante cash flows não uniformes quando por exemplo, um investimento de

300 mil liberta fluxos de 200, 150, 100 e 80 mil no 1º, 2º, 3º e 4º ano,

respectivamente.

Podemos calcular o valor actual deste investimento considerando uma taxa de

actualização de 10%

Page 12: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

12

Resolução:

Usando a fórmula, teremos:

VA = CF x ou VA = CF (1+ i)-n

Para facilitar a compreensão podemos apresentar a resposta numa tabela. Para tal

calculemos primeiro os factores de actualização de cada ano:

Ano 0 = = 1

Ano 1 = = 0.9091

Ano 2 = = 0.8265

Ano 3 = = 0.7513

Ano 4 = = 0.6830

Valor actual

Anos Cash-Flows Factor de

actualização

Valor actual Valor actual

acumulado

0 (300) 1.0000 (300) (300)

1 200 0.9091 181.82 (118.18)

2 150 0.8265 123.98 5,8

Page 13: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

13

3 100 0.7513 75.13 80.93

4 80 0.6830 54.64 135.57

Resposta: O valor actual do somatório dos 5 cash-flows é de 135,57 mil a uma taxa

de actualização de 10% ao ano.

Determinação do valor dos cash-flows uniformes

Estamos perante cash flows uniformes quando um investimento liberta fluxos

constantes durante a sua vida útil. O cálculo do valor actual deste tipo de cash

flows será dado pela seguinte fórmula:

ou ou cujo símbolo é:

a = = =

n (i)

Exemplificando:

Qual será o valor actual de um investimento que liberta cash-flows uniformes de 200

mil meticais por ano, durante um período de 4 anos, a uma taxa de actualização de i

= 15%?

Resolvendo:

1º Passo – Vamos esquematizar.

VA CF CF CF CF CF

______/______/______/______/_________________/_______/______

0 1 2 3 n-1 n

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14

Onde:

VA – Valor Actual do somatório dos cash flows;

CF – Cash-flows.

Então:

VA = CF x a

n (i)

VA 200 200 200 200

______/________/________/________/_______/______

0 1 2 3 4

2º Passo – Cálculo do valor actual

VA = 200 x a

(0.15) 4

VA = CF x = =

VA = 200 x ou 200 x

VA = 571

Como pode observar, o valor actual do somatório dos quatro cash-flows anuais de

200 mil, é de 571mil, para uma taxa de actualização de 15% e não de 800 mil, caso

Page 15: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

15

não houvesse depreciação monetária, pois a taxa de actualização é aplicada por

causa da previsão da depreciação da moeda

1- Diga qual é o objectivo da avaliação de um projecto.

2- O que difere a análise financeira da análise económica de um projecto?

3- Uma empresa adquiriu um determinado equipamento pelo montante de

600.000,00MT. Os cash-fllows relativos à sua exploração foram os seguintes:

Anos Cash-flows

1 300.000

2 200.000

3 100.000

4 90.000

a) Diga que tipo de cash flows a empresa apresenta?

b) Calcule o valor actual sabendo que a taxa de actualização é de 15 % ao ano.

4- Um projecto de investimento liberta cash-flows iguais no montante de 150 mil

meticais, durante 5 anos a uma taxa de actualização de 10% anual.

a) Calcula o valor actual

b) Diga que tipo de cash flows o projecto apresenta.

Experimentação activa (1)

Caro(a) Estudante!

Responda às questões que se seguem !!!!!!‼

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16

1.3.2 O capital investido

Para realização de qualquer investimento são necessários recursos para custear as

despesas de aquisição, de construção, custos para o funcionamento de maquinarias

transporte, de instalação e de montagem, de estudos e de formação do pessoal. Ao

conjunto desses recursos necessários chamaremos de despesas de montante

investido, ou seja, capital investido.

Naturalmente, ao longo do decurso do processo do investimento, desde o seu início

até a fase final, verificar-se-á um aumento de produção, daí a necessidade de

adicionar ao montante investido os acréscimos em fundo de maneio.

Observemos o seguinte exemplo de um projecto de construção de uma auto-estrada

onde será necessária, para a sua concretização, a alocação de recursos, tais como:

Material necessário (betão, areia grossa, pedra, cimento, etc) -------500.000,00

Aquisição de maquinaria-----------------------------------------------------------200.000,00

Despesa de instalação de maquinaria----------------------------- ---------------- 900,00

Estudos do solo ---------------------------------------------------- -----------------------800,00

Transporte---------------------------------------------------------------------------------1.000,00

Mão-de-obra----------------------------------------------- -------------------------------2.000,00

Necessidades de fundo de maneio-------------------------------------------------3.000,00

TOTAL DO CAPITAL INVESTIDO ----------------------- ------707.700,00

Assim, o capital investido para o projecto de construção de auto-estrada é de

707.700,00, determinado pela simples soma dos itens envolvidos.

Page 17: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

17

1.3.3 Cálculo das amortizações

Consideram-se amortizações à redução gradual do valor de uma dívida, através do

pagamento de prestações regulares até que o montante total emprestado tenha sido

reembolsado, neste caso, diz-se que se trata da amortização de um empréstimo.

Do ponto de vista contabilístico as amortizações também podem representar a perda

de valor de um equipamento no tempo (uma

peça de mobiliário, uma máquina de

produção, uma fotocopiadora, um automóvel,

uma fábrica, etc.) devido ao uso e desgaste

do mesmo. Neste caso, trata-se da

amortização de um activo

Existe vários métodos para a determinação

do valor das amortizações, mas para o nosso

estudo nos consideraremos dois, nomeadamente, método de quotas constantes e

método dos dígitos.

Método de quotas constantes

Este método é muito simples e consiste na razão entre o valor do custo e a vida útil

do activo a amortizar.

Onde:

A – Amortização;

Co – Valor do custo;

N – Período de vida útil.

Contexto da realidade

Uma empresa que se dedica ao

ramo de transporte (tendo como

seu activo autocarros), se não

amortizar os autocarros, passado

a vida útil dos mesmos, a

empresa não garante a sua

reposição.

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18

Assim teremos a seguinte fórmula no caso de método de quotas constantes:

A =

Exemplificando:

Adquiriu-se uma viatura por 20.000,00MT, cujo seu período de vida útil foi estimado

em 5 anos. Determina o valor das amortizações anuais.

Resolução:

A = = 4.000

Portanto, o valor da amortização anual é de 4.000,00MT, ou seja, a viatura sofre

uma depreciação (desgaste) anual de 4.000,00MT. Este valor, registado anualmente

na demonstração de resultados, possibilitará a empresa repor o valor da viatura no

fim da sua vida útil.

Método dos dígitos

Assim, para a determinação do valor das amortizações utilizando o método dos

dígitos, teremos a seguinte fórmula:

Onde:

Co – capital inicial

n – anos (do maior ao menor)

N – somatório de n

Exemplificando:

Page 19: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

19

Voltando ao exemplo anterior da aquisição de uma viatura por 20.000,00MT, cujo

seu período de vida útil estimado é de 5 anos, determinemos o valor das

amortizações anuais.

Co = 20.000,00

N = 1+2+3+4+5 = 15

n = 5

Então,

Temos,

Para o quinto ano será

Para o quarto ano será

Para o terceiro ano será

Para o segundo ano será

Para o primeiro ano será

Page 20: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

20

Efeitos das amortizações no cash flow

As amortizações correspondem a perdas de valor de um activo imobilizado em

função do tempo. Em termos económicos possibilita a empresa a recuperar os

fundos inicialmente investidos de modo a renovar o activo imobilizado, garantindo

uma produção contínua.

É importante salientar também que as amortizações não são sujeitas a imposto

fiscal, pois, constituem um custo de exploração, mas não representam uma saída de

dinheiro, ou seja, reflectem o consumo do factor de produção (imobilizado).

1.3.4 Determinação dos cash-flows

Na análise financeira de um projecto de investimento, o fluxo de caixa (designado

em inglês por "cash flow"), refere-se ao montante de caixa recebido e gasto por uma

empresa durante um período de tempo definido, algumas vezes ligado a um projecto

específico.

Existem dois tipos de fluxos:

- Outflow, de saída, que representa as saídas

de capital, subjacentes às despesas de

investimento.

- Inflow, de entrada, que é o resultado do

investimento. Valor que contrabalança com as

saídas e traduz-se num aumento de vendas

ou representa uma redução de custo de

produção, etc.

Na Contabilidade, uma projecção de fluxo de

caixa demonstra todos os pagamentos e

recebimentos esperados em um determinado

período de tempo. O gestor de fluxo de caixa necessita de uma visão geral sobre

todas as funções da empresa, como: pagamentos, recebimentos, compras de

Contexto da realidade

Só se pode avançar com um

projecto de investimento se o

estudo de viabilidade indicar que

o mesmo irá gerar fluxos

financeiros (receitas) que cobrirão

as despesas efectuadas com a

sua implementação e

funcionamento.

Page 21: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

21

matéria-prima, compras de materiais secundários, salários e outros, por que é

necessário prever o que se poderá gastar no futuro dependendo do que se consome

hoje.

Exemplo

Se uma pessoa recebe 5.000,00 mensais (ou

60.000,00 anuais), e gasta algo equivalente a

este montante com as despesas correntes,

seu fluxo de caixa é de igual valor, isto é, as

entradas são iguais às saídas. Com esse

fluxo de caixa ele poderá se planear para o

futuro de curto prazo, ele também estaria

impedido de tomar empréstimos vultosos,

comprar bens de alto valor ou empreender

projectos acima de 100.000,00, por exemplo.

Portanto, o fluxo de caixa "mede" o valor do negócio em que a empresa vem

operando.

Não adianta a empresa ser grande ou pequena demais, o valor desse

empreendimento estará no seu fluxo de caixa, ou melhor, se ambas tiverem um fluxo

de caixa de, digamos, 1 milhão, ambas terão o mesmo valor de mercado, por as

trocas de activos que eles realizam com o mercado serem idênticas.

O fluxo de caixa é uma óptima ferramenta para auxiliar o gestor de determinada

empresa na tomada de decisões. É através deste "mapa" que os custos fixos e

variáveis ficam evidentes, permitindo-se desta forma um controlo efectivo sobre

determinadas questões empresariais.

As diferentes medidas dos resultados do exercício (lucro) provocariam, caso se

utilizasse o lucro como medida de rentabilidade do projecto, que estes

procedimentos poderiam levar a considerar um bom projecto num mau projecto.

Para evitar a dependência da medida de rendibilidade do projecto do procedimento

contabilístico, utiliza-se como medida de rendibilidade do projecto o cash-flow.

Conceitualização

O conceito de cash-flow designa

o saldo dos meios líquidos

correspondente à diferença entre

as entradas e saídas de fluxos

monetários num determinado

período.

Page 22: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

22

O conceito de cash-flow designa os fluxos líquidos gerados pelo projecto que

assumem a forma de numerário. A vantagem do cash-flow relativamente ao lucro é

que o cash-flow é um conceito objectivo, bem definido, que é registável de forma

inequívoca. Os recebimentos e os pagamentos efectivos em numerário são os

registos relevantes para a medição do cash-flow.

Na definição do cash-flow é importante identificar os recebimentos e pagamentos do

projecto em numerário, bem como o período de tempo em que esse fluxo é gerado,

dado que o dinheiro tem valor no tempo. Este conceito é desagregável no projecto

de investimento em: Cash-flow de investimento e Cash-flow de exploração. O cash-

flow de investimento obtém-se a partir do plano global de investimento, e o de

exploração a partir do plano de exploração previsional. Estes conceitos são distintos

e medem coisas distintas. Se pretendermos medir a rendibilidade devemos usar o

conceito de cash-flow; se pretendemos medir a solvabilidade devemos utilizar o

conceito de fluxo de tesouraria.

Analisemos o esquema abaixo

FLUXOS IN

Rendimentos, subsídios, etc (benefícios)

__________________Entradas___

IN

CAIXA

___Saidas____________________

OUT

Consumos, aplicações (custos)

FLUXOS OUT

Page 23: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

23

Vejamos o seguinte exemplo:

Um investidor adquiriu um determinado equipamento pelo montante de

400.000,00MT, amortizável em cinco anos. Os cash-flows brutos relativos à sua

exploração são os seguintes:

Anos Cash-Flows

______ _________

1 80.000,00

2 100.000,00

3 120.000,00

4 90.000.00

5 90.000,00

O equipamento é amortizado a quotas constantes e a método dos dígitos durante a

sua vida útil.

Pretende-se: Cálculo do cash-flow líquido, utilizando para as amortizações, os dois

métodos.

Resolução:

Determinemos primeiro as amortizações:

Quotas constantes

400.000/5 = 80.000 anuais

Agora vamos calcular os cash-flows líquidos sabendo que os lucros são tributados a

uma taxa de 32%.

Page 24: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

24

Considerando amortizações constantes

Anos

Cash-

flow bruto Amortizações

Lucros

antes de

impostos

Impostos

Lucro

depois de

impostos

Cash-

flow

líquido

1 2 3 = 1 - 2 4 5 = 3 - 4 6 = 5 + 2

1 80.000 80.000 0 0 0 80.000

2 100.000 80.000 20.000 6.400 13.600 93.600

3 120.000 80.000 40.000 12.800 27.200 107.200

4 90.000 80.000 10.000 3.200 6.800 86.800

5 90.000 80.000 10.000 3.200 6.800 86.800

Método dos dígitos

Determinemos primeiro as amortizações anuais usando a seguinte fórmula:

Co x

Onde:

Co – capital inicial

n – anos (do maior ao menor)

N – somatório dos anos

Então,

400.000 x = 133.333;

400.000 x = 106.667;

400.000 x = 80.000;

Page 25: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

25

400.000 x = 53.333;

400.000 x = 26.667

Método dos dígitos

Anos

Cash-

flow bruto Amortizações

Lucros

antes de

impostos

Impostos

Lucro

depois de

impostos

Cash-

flow

líquido

1 2 3 = 1 - 2 4 = 3 x 32% 5 = 3 - 4 6 = 5 + 2

1 80.000 133.333 (53.333) 0 (53.333) 80.000

2 100.000 106.667 (6.667) 0 (6.667) 100.000

3 120.000 80.000 40.000 12.800 27.200 107.200

4 90.000 53.333 36.667 11.733 24.934 78.267

5 90.000 26.667 63.333 20.267 43..066 69.733

Observações:

1. Os cash-flows líquidos apresentam

valores anuais diferentes conforme

o método utilizado.

2. Conforme dito anteriormente, as

amortizações não estão sujeitas a

imposto fiscal. A amortização

constitui um custo de exploração,

mas não representa uma saída de

dinheiro, isto é, reflecte o consumo

de factor de produção (imobilizado)

Conceptualização

O cash flow é a diferença ou saldo

global entre o somatório dos

benefícios traduzidos em valores de

entradas de caixa e o somatório dos

custos de investimentos e de

exploração traduzido em valores de

saída de caixa

Page 26: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

26

Um investidor adquiriu um determinado equipamento pelo montante de

300.000,00MT, amortizável em cinco anos. Os cash-flows brutos relativos à sua

exploração são os seguintes:

Anos Cash-Flows

______ _________

1 70.000,00

2 90.000,00

3 110.000,00

4 80.000.00

5 80.000,00

O equipamento é amortizado a quotas constantes e a método dos dígitos durante a

sua vida útil.

Pretende-se: Cálculo do cash-flow líquido, utilizando para as amortizações, os dois

métodos.

1.3.5 O valor residual do investimento

O valor residual corresponde ao valor remanescente de um bem de investimento

depois da sua vida útil. Este valor é estimado em função do seu período de

funcionamento. A empresa fica na posse dos resíduos das máquinas que pode

Experimentação activa (2)

Caro(a) Estudante!

Responda às questões que se seguem !!!!!!‼

Page 27: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

27

vender ou utilizar para outros fins. O valor residual pode ser nulo ou mesmo negativo

se se tratar de um bem que necessita de despesas de desmontagem.

O que frequentemente acontece é que chegado o período do fim da vida do activo, a

empresa procede a uma entrada de fundos que resulta em geral, na venda de tais

activos.

1.3.6 A vida económica de um investimento

A vida económica de um investimento representa o período de tempo durante o qual

o investimento está em exploração. Na determinação deste período de tempo deve-

se tomar maior atenção pois, é sobre este período que se faz a previsão dos cash

flows de um projecto, devendo-se distinguir o período de vida física do período de

vida económica dum bem de investimento.

O período da vida física de um bem de investimento é determinado em função de

um único factor de apreciação que é o seu uso físico. O uso físico manifesta-se sob

ponto de vista industrial, pela diminuição da produtividade física dos equipamentos,

seja pela perda de qualidade dos seus produtos, seja pelo acréscimo dos custos de

conservação e reparação necessários para o manter em funcionamento.

A determinação do período da vida física baseia-se em dados técnicos, assim como

pelas experiências passadas. No meio industrial dinâmico a depreciação qualitativa,

também chamada de desactualização ou obsolescência, inerente ao progresso

técnico, vem acelerar a duração da vida física e dar lugar a um período de duração

inferior que chamaremos de período de vida económica. Portanto, a análise

económica permite actualmente determinar o período de duração da vida óptima de

um investimento, findo o qual é aconselhável proceder-se à substituição.

Page 28: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

28

1.4 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO

Inicialmente a base da avaliação de um projecto de investimento tinha a ver com a

comparação das despesas de investimento efectuadas e as receitas geradas num

determinado período de tempo. Actualmente com o progresso das técnicas de

gestão do investimento conheceram-se outros métodos de avaliação,

nomeadamente, o Valor Actual Líquido (VAL), a Taxa Interna de Retorno (TIR), o

Período de Recuperação do capital Investido (payback period) e outros.

1.4.1 Método do Valor Actual Líquido (VAL)

O critério do valor actual líquido assenta na comparação dos cash-flows gerados por

um projecto, com o capital investido. A determinação do valor actual líquido de um

projecto segue as seguintes etapas:

Fixação da taxa de actualização

Taxa de actualização (Ta)

Ta = [ (1+t1).(1+t2).(1+t3)]

t1 = Custo de oportunidade dos capitais

próprios

t2 = risco económico e financeiro do projecto

t3 = Taxa de inflação esperada para o futuro

Determinação do capital investido

Se o projecto necessitar de várias despesas

de capital durante vários períodos, é necessário actualizar essas saídas de fundos

para o período zero.

Cada cash-flow anual é multiplicado pelo valor actual correspondente )

Contexto da realidade

Valor actual líquido é resultante

da implementação e exploração

de um projecto durante um

determinado período de tempo

correspondente à sua vida útil.

Page 29: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

29

A soma dos cash-flows actualizados representa o valor actual do cash-flow de

investimento.

A diferença entre o valor actual dos cash-flows de investimento e o seu custo

é igual ao valor actual líquido.

Diz-se que um projecto de investimento é rentável quando o seu VAL é positivo (VAL

> 0).

Podemos chegar também ao Valor Actual Líquido através da comparação entre os

benefícios e os custos de um projecto como a seguir se ilustra:

Soma dos custos actualizados do investimento;

Soma dos benefícios líquidos gerados pelo projecto durante a

exploração

O VAL será a diferença entre o somatório dos benefícios líquidos actualizados

gerados pelo projecto durante a sua exploração e o somatório dos custos

actualizados do investimento.

Analiticamente teremos:

Em que:

Page 30: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

30

B– Valor actual dos benefícios líquidos

I – Valor actual dos custos totais

i – Custo de oportunidade do capital

A decisão de investir segundo o critério VAL, deve

obedecer as seguintes condições:

VAL > 0: O projecto gerará benefícios em valores que

permitirão recuperar os recursos aplicados e

proporcionará uma rendibilidade superior à alternativa de

referência (i) que traduz o custo de oportunidade do

capital. Significa que o projecto remunera o capital investido a uma determinada taxa

i, recupera o investimento inicial, e gera um excedente correspondente ao VAL.

VAL = 0: É indiferente realizar o projecto ou não, na perspectiva da sua

rendibilidade, comparada com as outras alternativas de referência relativamente ao

valor de i utilizado. O projecto remunera o capital investido à taxa i que representa o

limite mínimo a partir do qual o investidor se motiva para investir no projecto e

permite recuperar o investimento feito, mas não gera um excedente.

VAL < 0: Os benefícios gerados pelo projecto são inferiores aos que seriam gerados

na alternativa de referência (i). Logo, com esta variante, o projecto é de rejeitarna

perspectiva da rendibilidade. Não remunera sequer o capital à taxa i.

Vamos de seguida ver as desvantagens de aplicação deste critério:

O valor actual líquido necessita de uma taxa de actualização previamente

seleccionada. Ou seja, tem de se definir previamente qual é o limite mínimo

de remuneração que o investidor aceita.

A aceitação ou rejeição de um projecto está em função da taxa de

actualização

Observação reflexiva

Como tomar a decisão de

investir com base no

critério do VAL?

Page 31: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

31

.A análise comparativa do mérito de dois projectos alternativos exige que as

actualizações estejam reportadas ao mesmo ano de referência. Caso

contrário, os valores constantes seriam diferentes.

Para clarificar a desvantagem da aceitação ou rejeição de um projecto em função da

taxa de actualização vamos ilustrar um exemplo.

“A aceitação ou rejeição de um projecto está em função da taxa de actualização ( i).

Considerando os valores do quadro seguinte, para um projecto hipotético, vamos

determinar o VAL com base em duas taxas de actualização (i1 = 10% e i2 = 20%).

Sendo:

t = anos

I = Investimento no ano t

C = Custos no ano t

B = Benefícios brutos no ano t

VR= Valor residual no ano t

Teríamos:

Tabela …..

Factor de Factor de

T I C B VR Cash flow actualicao Cash flow actualizacao Cash flow

i=10% actualizado i=20% actualizado

0 3000 -3000 1 -3000 1 -3000

1 100 1000 2100 1000 0.9 900 0.83 747

2 1100 2100 1000 0.83 830 0.69 572.7

3 1100 2100 1000 0.75 750 0.58 435

4 1100 2100 100 1000 0.68 680 0.48 326.4

VAL = 160 VAL = -918.9

Nota: Cash Flow = B – (I+C)

Neste caso para uma taxa i = 10%, o VAL = 160 > 0; é positivo, o projecto é viável, é

de se aceitar a sua implementação.

Page 32: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

32

Mas para i = 20%, o VAL = - 918.9 < 0; é negativo, o projecto é inviável, é de se

rejeitar.

Com base nos cálculos acima podemos chegar a seguinte conclusão:

No primeiro caso, a análise é favorável segundo o critério do VAL. Mas no segundo

caso ainda usando o critério do VAL, o projecto é inviável pelo facto de subida da

taxa de actualização de 10% para 20%, colocando o projecto desfavorável (VAL <

0).

O VAL é, pois, decrescente em função do crescimento da taxa de actualização (i),

ou seja, à medida que aumenta o valor da taxa de actualização (i), baixa o valor do

VAL.

Logo, podemos dizer que o VAL está em função da taxa de actualização ( i), isto é,

VAL = f (i)

No exemplo em causa, se utilizássemos apenas o critério da taxa de actualização, o

projecto seria de se aceitar caso a i = 10%, mas seria de rejeitar se i = 20%.

Algumas considerações a ter em conta na selecção de projectos com base no

critério do VAL:

Se os projectos forem mutuamente exclusivos (incompatíveis), selecciona-se

o projecto com maior VAL;

Se os projectos forem independentes, selecciona-se todos os projectos com

VAL > 0.

Page 33: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

33

1- Uma empresa adquiriu um determinado equipamento pelo montante de

600.000,00MT, amortizável em cinco anos. Os cash-flows relativos à sua

exploração são os seguintes:

Anos Cash-flows brutos

1 120.000

2 180.000

3 240.000

4 150.000

5 150.000

Pretende-se:

a) Cálculo dos cash-flows líquidos, sabendo que os lucros são

tributados a uma taxa de 32%;

b) Cálculo do VAL sabendo que a taxa de actualização é de 20%.

c) Interprete o resultado.

Experimentação activa (3)

Caro(a) Estudante!

Responda às questões que se seguem !!!!!!‼

Page 34: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

34

1.4.1. Método da Taxa Interna de Retorno (TIR)

A taxa interna de retorno é a taxa de actualização do projecto que dá o VAL nulo.

Este método permite apreciar os projectos de forma imediata, seleccionando os que

se situam acima de um valor estabelecido para a taxa de actualização e eliminando

os que se situam abaixo desse nível.

A TIR de um projecto confronta-se com o custo de oportunidade do capital (i) para o

investidor. O critério de decisão exige sempre uma taxa de juro de actualização que

é o referido custo de oportunidade do capital. Este confronto entre a TIR e o custo

de oportunidade indica a vantagem ou desvantagem, respectivamente, da alocação

dos recursos num determinado projecto em vez de alocar noutra alternativa dada a

referida taxa de actualização (i).

Assim:

Se a TIR for maior ou igual a taxa de actualização

(i) o projecto, segundo este critério, é considerado

válido. Se for menor do que a taxa de

actualização considera-se inválido. Ou seja:

Se a TIR ≥ i, aceita-se o projecto;

Se a TIR < i, rejeita-se o projecto.

Para além dos recursos que se alocam num

projecto de investimento, durante um

determinado período, obtêm-se ainda mais

uma percentagem acima do valor alocado (a

percentagem da TIR) no fim do período de

vida do projecto.

Contexto da realidade

Todo investidor que aloca seus

recursos num projecto de

investimento, espera um retorno

do capital investido.

Conceptualização

TIR é a taxa de actualização

para a qual o VAL de um

projecto é nulo.

Page 35: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

35

Analiticamente teremos:

Representação gráfica da TIR

VAL

VAL1

VAL2

VAL3

I1 i2 i3 i

Sendo:

COC = Custo de Oportunidade do Capital = i,

Teremos:

Para COC = i1, temos VAL1

Para COC = i2, temos VAL2

Page 36: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

36

Para COC = i3, temos VAL3

Portanto, pode-se concluir que:

i3 é a TIR, visto que é a taxa que torna o VAL = 0

Exemplificando:

Para a determinação da TIR recorremos a vários métodos e para o caso do nosso

estudo aprenderemos dois métodos, nomeadamente, o método de aproximações

sucessivas e o método de interpolação linear.

Método de aproximações sucessivas

Este método baseia-se nas tentativas sucessivas da taxa de actualização até que o

VAL seja igual a zero, como ilustra a tabela abaixo.

Cash flow Factor de Cash flow

Anos nao actualizado actualizacao actualizado

57.273%

0 -500 1 -500

1 370 0.6358 235.26

2 350 0.4043 141.50

3 250 0.2571 64.27

4 240 0.1634 39.23

5 190 0.1039 19.75

VAL = 0.00

Após as aproximações sucessivas da taxa de actualização chegamos ao VAL igual a

zero com a taxa de actualização de 57,273% logo, como referido anteriormente, que

a TIR é a taxa de actualização que torna o VAL igual a zero, então 57,273% é a

nossa TIR.

Para chegar-se a esta resposta, ensaiou-se várias taxa multiplicadas aos cash flows

não actualizados até que o VAL igualasse a zero.

Page 37: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

37

Método de interpolação linear

Este método baseia-se na utilização de duas taxas de actualização num mesmo

projecto de modo que os VAL obtidos a partir destas taxas sejam positivo e negativo

de maneira que interpolando as duas taxas, o VAL seja igual a zero.

Exemplo:

Cash flow Factor de Cash flow Factor de Cash flow

Anos nao actualizado actualizacao actualizado actualizacao actualizado

10% 35%

0 -100000 1 -100000 1 -100000

1 20000 0.9091 18181.82 0.7407 14814.81

2 40000 0.8264 33057.85 0.5487 21947.87

3 80000 0.7513 60105.18 0.4064 32515.37

4 100000 0.6830 68301.35 0.3011 30106.82

VAL = 79646.20 VAL = -615.12

Com base na informação da tabela acima podemos concluir o seguinte:

1. Que este projecto hipotético, para um custo de oportunidade do capital

de 10%, obtém-se um VAL = 79.646,2 contos.

2. O mesmo projecto, para um custo de oportunidade de 35%, obtém-se

um VAL negativo de 615,12 contos.

Então:

Estamos perante dois VAL, um positivo e outro negativo para o mesmo projecto, em

função do valor da taxa de actualização ou de custo de oportunidade do capital.

Nesta situação, estamos em condições de determinar por interpolação linear a taxa

que dá o VAL nulo, ou seja, a TIR.

Page 38: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

38

Teremos:

TAXA VAL

10% 79.646,2

TIR 0

35% (615,12)

Assim, por interpolação linear teremos:

(- 615,12 – 79.646,2) está para (0,35% - 0,10)

(0 – 79.646,2) está para (TIR – 0,10)

Logo:

𝑇𝐼𝑅 − 0,10 = 0 − 79646,2 (0,25)

(−615,12 − 79646,2)=

−79646,2 𝑋 0,25

−80261,32= 0,248

TIR – 0,10 = 0,248

TIR = 0,248 + 0,10

TIR = 0,348

Segundo os cálculos acima, a TIR é de 34,8%, aproximadamente. Foi obtida como

um ponto intermédio entre duas taxas com uma amplitude de 25%. A TIR assim

obtida, é uma aproximação e o erro é tanto maior quanto maior for a amplitude.

Sendo assim, é aconselhável minimizar o erro, determinando a TIR por

aproximações em que a amplitude entre as duas taxas não ultrapasse 5%. Nestes

termos, podemos agora ensaiar o seu cáclculo entre 34% e 35%, visto que a

amplitude entre as duas é inferior a 5%.

Page 39: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

39

Calculemos agora o VAL à taxa de 34%

Cash flow Factor de Cash flow Factor de Cash flow

Anos nao actualizado actualizacao actualizado actualizacao actualizado

10% 34.0%

0 -100000 1 -100000 1 -100000

1 20000 0.9091 18181.82 0.7463 14925.37

2 40000 0.8264 33057.85 0.5569 22276.68

3 80000 0.7513 60105.18 0.4156 33248.77

4 100000 0.6830 68301.35 0.3102 31015.64

VAL = 79646.20 VAL = 1466.46

Como podemos ver na tabela acima, o VAL a taxa de actualização de 34% é de

1466,46. Com este VAL vamos recalcular a TIR que torna o VAL igual a zero.

Recalculando teremos:

TAXA VAL

34% 1466,46

TIR 0

35% - 615,12

Interpolando teremos:

(– 615,12 – 1466,46) está para (35% – 34%)

(0 – 1466,46) está para (TIR – 34%)

Teremos:

TIR – 0,34 = 0,007

TIR = 0,007 + 0,34

TIR = 0,34

Page 40: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

40

1.4.3. Método do Período de Recuperação do Investimento “Pay-back period”

O período de recuperação do investimento, consiste no período do tempo

necessário para que no período de exploração sejam recuperados os recursos

aplicados no período inicial do investimento.

Qualquer projecto de investimento possui no inicio

um período de despesas (em investimento) a que

se segue um período de receitas líquidas (líquidas

dos custos do exercício). As receitas recuperam o

capital investido. O período de tempo necessário

para as receitas recuperarem a despesa em

investimento é o período de recuperação.

Investimento implica saída imediata de dinheiro;

em contrapartida, espera-se receber fluxos de caixa que compensem essa saída ao

longo do tempo. O payback consiste no cálculo desse tempo (em número de

períodos, sejam anos, meses, semanas ou dias) necessário à recuperação do

investimento realizado.

Neste método, aceita-se o projecto quando o período de recuperação do

investimento for menor que o período de vida útil do projecto.

Em muitas análises de projectos este critério tem

sido usado com frequência, embora não ofereça

muita credibilidade. Pois, este método é neutro

em relação aos cash flows verificados após o

período em que o investimento foi recuperado, ou

seja, por hipótese, um investimento que tem uma

vida útil de seis anos, se ao fim de três anos for

recuperado totalmente e concluir-se que o

projecto é viável, fica-se por analisar os cash

flows dos outros três anos seguintes que por hipótese podem ser cash flows

Conceptualização

Payback é o tempo

decorrido entre o

investimento inicial e o

momento no qual o lucro

líquido acumulado se iguala

ao valor desse investimento

Contexto da realidade

O método de Payback é

adequado a projectos em

contexto de grande risco ou

em ciclos de vida curta, mas

não é adequado à avaliação

a projectos de longa

duração.

Page 41: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

41

negativos, que tornariam todo o projecto inviável. Daí conclui-se que este método

não é aconselhável para projectos de longa duração.

Analiticamente teremos:

Em que:

I – Valor do investimento

N – Número de anos do projecto de investimento

Exemplo:

É dado um projecto com investimento inicial de 400 contos e que liberta cash flows

anuais uniformes de 200 contos a uma taxa de actualização de 20% durante 5 anos.

Pretende-se a determinação do período de recuperação de investimento, ou seja, o

payback.

Page 42: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

42

1. Apresentemos os dados numa tabela para melhor compreensão:

Cash flow

Anos

nao

actualizado

0 -400

1 200

2 200

3 200

4 200

5 200

2. Usando a fórmula acima teremos:

Com este resultado significa que o capital investido no projecto é recuperado em 2

anos.

Analisando este procedimento de determinação do payback, observa-se que esta

análise não reflecte a desvalorização monetária. O período de recuperação deve ser

considerado com cash flow actualizado uma vez que não é correcto agregar cash

flows não actualizados como foi feito acima.

Entretanto, a determinação do período de recuperação do investimento, deverá ter

em conta a desvalorização monetária. Neste caso tomando em consideração a taxa

de actualização dada teremos os seguintes cálculos na tabela abaixo:

Page 43: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

43

Cash flow Factor de Cash flow Cash flow

Anos

nao

actualizado actualizacao actualizado acumulado

20%

0 -400 1 -400 -400

1 200 0.8333 166.67 -233.33

2 200 0.6944 138.89 -94.44

3 200 0.5787 115.74 21.30

4 200 0.4823 96.45 117.75

5 200 0.4019 80.38 198.12

Assim, tomando em consideração os cash flows actualizados e acumulados, a

determinação do período de recuperação do investimento é feita da seguinte

análise:

Podemos considerar que a recuperação do investimento verifica-se no ano

em que o valor dos mesmos cash flows actualizados e acumulados se torna

positivo. Neste caso concreto, o payback verifica-se no terceiro ano de

funcionamento.

Com maior precisão, o payback será igual ao último ano acumulado negativo

adicionado com a razão entre o cash flow acumulado desse ano e o casf flow

actualizado do ano seguinte ao último ano negativo, ou seja,

PR = 2 + 0,8159668222

PR = 2,815966822

Page 44: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

44

Então, PR = 2 anos,

0,815966822 X 12 = 9, 791601866

Isto é 9 meses

0,791601866 X 30 = 23,748

Isto é 23 dias

Resposta:

O investimento é recuperado em 2 anos, 9 meses e 23 dias, ou seja,

aproximadamente 3 anos.

Vantagens e desvantagens do método de recuperação de investimento

O método do PB apresenta o inconveniente de não ter em conta os cash

flows gerados depois do ano de recuperação, tornando-se assim,

desaconselhável na avaliação de projectos de longa duração.

Este método tem como principais vantagens:

O facto de ser bastante simples na sua forma de cálculo e de fácil

compreensão;

Fornece uma ideia do grau de liquidez e de risco do projecto;

Em tempo de grande instabilidade e pela razão anterior, a utilização deste

método é uma forma de aumentar a segurança dos negócios da empresa;

Adequado à avaliação de projectos em contexto de risco elevado;

Adequado à avaliação de projectos com vida limitada.

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45

Conclusão

Trata-se sobretudo de um critério de avaliação de risco, sendo, nesta perspectiva,

mais atraentes aqueles projectos que permitam uma recuperação do capital

investido em menor tempo. Outra forma de considerar o PB passa por estabelecer

um determinado período limite, relativamente ao qual o PB deve ser inferior ou igual.

O pay-back dá-nos a medida do tempo necessário para que um projecto recupere o

capital investido. É aplicável, sem restrições, a projectos convencionais de

investimento. Em projectos não convencionais, onde ocorrem múltiplas mudanças

de sinal nos cash flows, a análise do PB deve ser efectuada de forma cautelosa, tal

como a sua interpretação.

Apesar das suas limitações, o PB pode ser particularmente útil, como indicador

auxiliar no processo de análise.

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46

1. Uma empresa adquiriu um determinado equipamento pelo montante de

250.000,00MT, amortizável em cinco anos. Os cash-flows relativos à sua exploração

são os seguintes:

Anos Cash-flows brutos

1 120.000

2 180.000

3 240.000

4 150.000

5 150.000

Pretende-se:

a) Cálculo dos cash-flows líquidos, sabendo que os lucros são

tributados a uma taxa de 32%;

b) Cálculo do VAL sabendo que a taxa de actualização é de 20%.

Interprete o resultado.

c) Cálculo da TIR

d) Determinação do Pay-back period.

Experimentação activa (4)

Caro(a) Estudante!

Responda às questões que se seguem !!!!!!‼

Page 47: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

47

Marques, Albertino, - Concepção e análise de Projectos de Investimentos, Lisboa,

1998.

Mithá, Omar, - Análise de Projectos de Investimentos, 1ª Edição.

Barros, Hélio, - Análise de Projectos de Investimentos, Edições Silabo, 1991.

Soares, J.O., Fernandes, A.V., Março, A.A., Marques, J.P., Avaliação de Projectos

de Investimentos na óptica Empresarial, - 2ª Edição, Edições Silabos, 1991. Brealey,

R.A., Myers,

Gitman, L.J. –Princípios de Administração Financeira – 7ª ed. –ED. Harbra – 2002

S.c., Marcus, A.J. – Fundamentos da Administração Financeira –3ª ed. –Ed.

McGraw-Hill –2002

Ross, S. A., Westerfield, R.W., Jordan, B.D. – Princípios de Administração

Financeira – 2ª ed. – ED. Atlas – 2002.

Bibliografia

Page 48: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

48

ERP – Sistema de informação que integra todos os dados e processos de uma

organização em um único sistema.

Just in time – é um sistema de administração da produção que determina que nada

deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exacta.

Stock – produtos em armazém

Risco economico – é o valor de incerteza correspondente ao rendimento esperado

de um determinado investimento.

Taxa de inflação – representa o crescimento contínuo e generalizado dos preços dos

bens e ‘e calculada como a taxa de variação de índice de preços no consumidor.

Glossário

Page 49: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

49

1. Um investidor pretende aplicar 500.000 contos por um período de 5 anos num

projecto que liberta os seguintes cash-flows (valores em contos):

Anos 1 2 3 4 5

__________________________________________________________

Cash-Flows 250 250 250 250 250

Calcule e interprete o VAL, sabendo que a taxa de actualização usada é de 15%.

2.. Um investidor adquiriu um determinado equipamento pelo montante de

600.000,00MT, amortizável em cinco anos. Os cash-flows brutos relativos à sua

exploração são os seguintes:

Anos Cash-Flows

______ _________

1 100.000,00

2 120.000,00

3 140.000,00

4 110.000.00

5 110.000,00

O equipamento é amortizado a quotas constantes e a método dos dígitos

durante a sua vida útil.

Pretende-se: Cálculo do cash-flow líquido, utilizando para as amortizações, os

dois métodos.

Exercícios de autoavalação

Page 50: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

50

3 Uma empresa adquiriu um determinado equipamento pelo montante de

800.000,00MT, amortizável em cinco anos. Os cash-flows relativos à sua exploração

são os seguintes:

Anos Cash-flows brutos

6 120.000

7 180.000

8 240.000

9 150.000

10 150.000

Pretende-se:

a) Cálculo dos cash-flows líquidos, sabendo que os lucros são

tributados a uma taxa de 32%;

b) Cálculo do VAL sabendo que a taxa de actualização é de 20%.

c) Determine a TIR

d) Interprete o resultado.

4.Uma empresa adquiriu um determinado equipamento pelo montante de

250.000,00MT, amortizável em cinco anos. Os cash-flows relativos à sua exploração

são os seguintes:

Anos Cash-flows brutos

1 120.000

2 180.000

3 240.000

4 150.000

5 150.000

Pretende-se:

e) Cálculo dos cash-flows líquidos, sabendo que os lucros são

tributados a uma taxa de 32%;

Page 51: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

51

f) Cálculo do VAL sabendo que a taxa de actualização é de 20%.

Interprete o resultado.

g) Cálculo da TIR

h) Determinação do Pay-back period.

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52

1. O objectivo da avaliação de um projecto é de fundamentar a decisão de

investir em determinada actividade, por determinado processo e convista a

atingir determinados fins.

2. A análise financeira consiste na determinação da rendibilidade e análise da

qualidade técnica e comercial do projecto, enquanto que a análise económica

tem como objectivo a determinação e apreciação dos efeitos directos e

indirectos que o projecto trará na economia e na sociedade nos aspectos de

produção, distribuição de rendimento, emprego, sectores de produção e

ambiente.

3. Primeiro calculamos o factor de actualização conforme aprendido

a) A empresa apresenta cash flows não uniformes

b) O valor actual do somatório dos 5 cash-flows é de 79,312 mil a uma taxa de

actualização de 15% ao ano.

Ano Cash flow

factor de Valor Valor actual

actualizacao actual acumulado

0 -450,000.00 1.0000 -450,000.00 -450,000.00

1 300,000.00 0.8696 260,880.00 -189,120.00

2 200,000.00 0.7561 151,220.00 -37,900.00

3 100,000.00 0.6575 65,750.00 27,850.00

4 90,000.00 0.5718 51,462.00 79,312.00

Chave de correcção da Experimentação Activa 1

Page 53: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

53

4. VA = CF x

VA = 150.000 X

VA = 568.618,00

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54

1.. Cálculo dos cash flow, considerando amortizações a quotas constantes

Investimento – 300.000,00

Duração – 5 anos

Amort. =

Anos

Cash flow Amortizacoes

Lucro antes

Impostos

Lucros depois Cash flow

de impostos

dos impostos liquido

1 2 3 = 1 - 2 4 = 3 X i 5 = 3 - 4 6 = 5 + 2

1 70,000.00 60,000.00 10,000.00 3,200.00 6,800.00 66,800.00

2 90,000.00 60,000.00 30,000.00 9,600.00 20,400.00 80,400.00

3 110,000.00 60,000.00 50,000.00 16,000.00 34,000.00 94,000.00

4 80,000.00 60,000.00 20,000.00 6,400.00 13,600.00 73,600.00

5 80,000.00 60,000.00 20,000.00 6,400.00 13,600.00 73,600.00

Chave de correcção da Experimentação activa 2

Page 55: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

55

2. Considerando o método do dígitos, teremos a seguinte forma:

Ano Cash flow Amortizacoes

Lucro antes Impostos

Luco depois

Cash flow

impostos de impostos liquido

1 2 3 = 1 - 2 4 = 3*.32 5 = 3 - 4 6 = 5 +

2

1 70000 100000 -30000 -9600 -20400 79600

2 90000 80000 10000 3200 6800 86800

3 110000 60000 50000 16000 34000 94000

4 80000 40000 40000 12800 27200 67200

5 80000 20000 60000 19200 40800 60800

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56

1. a) Mapa dos cash flows líquidos

Cash-flow amortizações Lucro antes Impostos Lucro depois Cash-flow

bruto de impostos de impostos líquido

Anos 1 2 3 = 1 - 2 4 5 = 3 - 4 6 = 5 + 2

1 120,000.00 60,000.00 60,000.00 19,200.00 40,800.00 100,800.00

2 180,000.00 60,000.00 120,000.00 38,400.00 81,600.00 141,600.00

3 240,000.00 60,000.00 180,000.00 57,600.00 122,400.00 182,400.00

4 150,000.00 60,000.00 90,000.00 28,800.00 61,200.00 121,200.00

5 150,000.00 60,000.00 90,000.00 28,800.00 61,200.00 121,200.00

b). Valor Actual Líquido

Cash-flow Factor de Cash-flow Cash-flow

Anos líquido actualização actualizado acumulado

0 (300,000.00) 1.00 (300,000.00) (300,000.00)

1 100,800.00 0,8333 83,996.64 (216,003.36)

2 141,600.00 0,6944 98,327.04 (117,676.32)

3 182,400.00 0,5787 105,554.88 (12,121.44)

4 121,200.00 0,4823 58,454.76 46,333.32

5 121,200.00 0,4019 48,710.28 95,043.60

Chave de correcção da Experimentação activa 3

Page 57: Modulo de Analise e gestao de projectos P1.pdf

57

1. Faça a

1. Mapa dos cash flows l’iquidos

Cash-flow amortizações Lucro antes Impostos

Lucro depois Cash-flow

bruto de

impostos de

impostos líquido

Anos 1 2 3 = 1 - 2 4 5 = 3 - 4 6 = 5 + 2

1 120,000.00 60,000.00

60,000.00

19,200.00

40,800.00

100,800.00

2 180,000.00 60,000.00

120,000.00

38,400.00

81,600.00

141,600.00

3 240,000.00 60,000.00

180,000.00

57,600.00

122,400.00

182,400.00

4 150,000.00 60,000.00

90,000.00

28,800.00

61,200.00

121,200.00

5 150,000.00 60,000.00

90,000.00

28,800.00

61,200.00

121,200.00

c) Valor Actual Liquido

Cash-flow Factor de Cash-flow Cash-flow

Anos líquido actualização actualizado acumulado

0 (250,000.00) 1.00

(250,000.00)

(250,000.00)

1 100,800.00 0,8333 83,996.64 (166,003.36)

2 141,600.00 0,6944 98,327.04 (67,676.32)

3 182,400.00 0,5787 105,554.88 37,878.56

4 121,200.00 0,4823 58,454.76 96,333.32

5 121,200.00 0,4019 48,710.28 145,043.60

Chave de correcção da Experimentação activa 4

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Os exercícios da autoavaliação deverão ser resolvidos e enviados ao tutor e,

posteriormente, será enviada a correspondente chave de correcção.

.

Chave de correcção dos exercícios de autoavaliação