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_________________________________ _______________________________
APOSTILA DO CURSO SOBRE ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS E
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS
_______________________________________________________________________________
Relatório: Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Revisão N: 2
Módulo 09:
Estudo de Caso: Análise de Riscos de Portos
Preparado para:
Ministério do Meio Ambiente Secretaria de Qualidade Ambiental
DET NORSKE VERITAS
RELATÓRIO TÉCNICO
DET NORSKE VERITAS REGION SOUTH AMERICA Rua Sete de Setembro 111, 12º / 14º andares - Centro CEP: 20050-006 - Rio de Janeiro RJ, Brasil Caixa Postal 286 Tel:+55 21 2517-7232 Fax:+55 21 2252 1695 http://www.dnv.com
Data primeira edição: Projeto Nº:
20/07/2006 WO53706056 Aprovado por: Unidade Organizacional:
Luiz Fernando Seixas de Oliveira DNV Principia
Cliente: Atenção a: Ministério do Meio Ambiente - Secretaria de Qualidade Industrial
Marcus Bruno Malaquias Ferreira e Rita Lima de Almeida
Apostila fornecida aos participantes dos cursos de Estudo de Análise de Riscos e Programa de Gerenciamento de Riscos para técnicos do Ministério do Meio Ambiente, IBAMA e OEMAs. A apostila é constituída de 14 módulos, correspondentes aos módulos de 0 a 13 do Curso. Uma relação com algumas das referências bibliográficas mais relevantes sobre os assuntos abordados nos módulos é apresentada no Módulo 0. Neste Módulo 9 é apresentado um estudo de caso de Análise de Riscos de Portos.
Relatório Nº Grupo de
Assunto:
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006
Indexing terms
Título Relatório: Palavras chaves: Área de serviço:
ISA 1
Setor de Vendas:
Módulo 09: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Portos
Curso APP AQR Risco
Trabalho executado por:
Flávio Luiz Barros Diniz, Luiz Fernando Seixas de Oliveira, Mariana Bahadian Bardy e Nilda Visco Vieira
Trabalho verificado por:
Cássia Oliveira Cardoso, Felipe Sodré e Tobias Vieira Alvarenga
Data desta edição: Rev. Nº.: Número de páginas:
03/04/2007 0 20
Não distribuir sem a permissão do cliente ou responsável da uinidade organizacional
Livre distribuição dentro da DNV após 3 anos
Estritamente confidencial
Distribuição irrestrita
© 2005 Det Norske Veritas Ltda. Todos os direitos reservados. Esta publicação ou parte dela não podem ser reproduzidas ou transmitidas em qualquer forma ou qualquer meio, incluindo fotocópias ou gravações sem o consentimento por escrito da Det Norske Veritas Ltda.
Módulo 09: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Portos – WO 53705093
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco
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ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................................1
2 ESTUDO DE CASO................................................................................................................................................3
3 ETAPAS DO TRABALHO.....................................................................................................................................4
4 PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DE ANÁLISES DE RISCO DE PORTOS.................................................5
4.1 Estrutura Geral do Procedimento de Avaliação de Riscos..............................................................................5
4.2 Identificação dos Cenários ..............................................................................................................................5
4.3 Análise de Vulnerabilidade............................................................................................................................16
5 RESULTADOS DA APP E VULNERABILIDADE...........................................................................................18
6 COMENTÁRIOS FINAIS ....................................................................................................................................20
Módulo 09: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Portos – WO 53705093
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco
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1 INTRODUÇÃO A análise de riscos de portos é um dos temas de grande atualidade em todo o mundo. Alguns acidentes, por terem ocasionados severos danos ambientais, como os vazamentos de óleo dos navios Exxon Valdez (1989 no Alasca) e Prestige (2002 na costa galega), tiveram grande repercussão e tornaram-se marcos significativos no sentido de enfatizar a necessidade de identificar, evitar ou minimizar os danos associados a vazamentos de óleo em portos/terminais. Acidentes relevantes também foram registrados no Brasil. Um dos primeiros aconteceu em São Paulo com o petroleiro Brazilian Marina em 1978 com a liberação de 6000 toneladas de óleo no Canal de São Sebastião, que atingiu até as praias de Ubatuba e sul do Rio de Janeiro. Posteriormente, outros acidentes, inclusive envolvendo produtos perigosos, ocorreram no país como, por exemplo, a explosão com o navio chileno Vicunã em 2004, que descarregava 11 mil toneladas de metanol, no Porto de Paranaguá. Segundo estatísticas da CETESB, 5% das emergências químicas atendidas por este órgão entre 1978 e 2005 foram em função de acidentes associados ao transporte marítimo, valor menor que os atendimentos com transporte rodoviário que somam 38% do total. O presente módulo visa apresentar as etapas e metodologia para Análise de Riscos de Portos, através de um estudo de caso.
OBJETIVOS DESTE MÓDULO
APRESENTAR UM ESTUDO DE
CASO DE AVALIAÇÃO DE
RISCOS DE UM PORTO
Módulo 09: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Portos – WO 53705093
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco
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Os vazamentos de óleo de navio são, sem dúvida, perigos significativos quando se pensa em acidente em instalações portuárias, entretanto, não são os únicos. Outros perigos associados também às demais instalações pertencentes aos portos como silos, correias transportadoras e píeres, entre outros, devem também ser avaliados.
HISTÓRICO DE ACIDENTES
Colisão entre 2 embarcações
HISTÓRICO DE ACIDENTES
Explosão de Silo de Grãos no Paraná - Brasil
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2 ESTUDO DE CASO
Para exemplificar a metodologia e os resultados obtidos em uma avaliação de risco de um porto é apresentado o exemplo didático a seguir.
“O Porto de Santo Agostinho, da empresa Sucesso & Cia, é conhecido como o principal ponto de escoamento da região, ocorrendo mensalmente diversas operações de carregamento de navio. As principais características deste porto são as seguintes:
• O navio é carregado com granel sólido, não classificado como produto perigoso, porém, durante o carregamento ocorre a emissão de material particulado.
• O produto fica armazenado em um pátio de estocagem, sendo transferido para os porões dos navios por um sistema de correias transportadoras até os carregadores de navio”.
Correias Transportadoras Pátio de Estocagem
Píer
OPERAÇÃO DE CARREGAMENTO
RETROÁREA
TERMINAL
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3 ETAPAS DO TRABALHO
Grande parte dos estudos desenvolvidos atualmente para portos tem tido como objetivo principal a elaboração de Planos de Emergência. Em função disto, as principais etapas das avaliações de riscos de portos podem ser resumidas na identificação de perigos e no cálculo da vulnerabilidade.
1ª Etapa:Identificação dos
Cenários de Acidente
2ª Etapa: Vulnerabilidade(Determinação da Área de
Abrangência dos Acidentes)
3ª Etapa:Elaboração do Plano de
Ação de Emergência (PAE)
ETAPAS
-Análise Preliminar de Perigos
(APP)
- Uso de Software Específicos
- Estrutura Básica/Recursos- Procedimentos
- PEI
ETAPAS DO TRABALHO
4ª Etapa:Realização de Treinamento &
Simulado- Processo de Melhoria Contínua
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4 PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DE ANÁLISES DE RISCO DE PORTOS
4.1 Estrutura Geral do Procedimento de Avaliação de Riscos
De uma forma geral para portos, os passos necessários para a sua realização passam pela identificação dos cenários de acidente, através de uma técnica qualitativa, denominada Análise Preliminar de Perigos (APP), e pelo cálculo da vulnerabilidade, para que seja posteriormente possível o desenvolvimento de um plano de emergência e, finalmente, a realização de simulados e treinamentos.
4.2 Identificação dos Cenários Para identificação adequada dos cenários acidentais é fundamental o conhecimento das instalações e operações existentes no porto. Normalmente, para análise dos cenários divide-se a instalação dos portos em partes (ou subsistemas). Tipicamente um porto possui os seguintes subsistemas:
1. Píer
2. Correia Transportadora
3. Pátio de Estocagem
4. Almoxarifado / Galpão de Resíduos Perigosos
5. Carregadores de Navio
6. Sistema de Abastecimento de Água
7. Estação de Tratamento de Efluentes - ETE
10. Laboratórios
11. Oficinas
12. Prédios Administrativos
13. Refeitórios
14. Sistema de Água e Óleo (SAO)
15. Silos de Armazenagem
16. Centro de Combate a Incêndio
17. Subestações de Energia Elétrica
18. Áreas Comuns
19. Etc.
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No caso em questão a análise é dos três primeiros subsistemas mencionados: Píer, Correia
Transportadora e Pátio de Estocagem.
Os produtos envolvidos bem como suas principais características físico-químicas, ambientais e de segurança devem ser também conhecidos, pois influenciam diretamente os perigos e os efeitos associados a possíveis acidentes.
• Produtos Classe 2 da ONU - Gases , inflamáveis
não inflamáveis/tóxicos, gases não tóxicos
• Produtos Classe 3 da ONU - Líquidos Inflamáveis
• Produtos Classe 4 da ONU – Sólidos Inflamáveis
• Produtos Classe 5 da ONU – Oxidantes e Peróxidos
Orgânicos
• Produtos Classe 6 da ONU - Substâncias Tóxicas e
Substâncias Infectantes
• Produtos Classe 8 da ONU - Substâncias Corrosivas
• Produtos Classe 9 da ONU - Substâncias Diversas
LISTAR OS PRODUTOS ENVOLVIDOS
Rótulos deRisco
� Acetileno
� Acetona
� Ácido Clorídrico, solução
� Ácido Fluorídrico
� Ácido Fosfórico
� Ácido Nítrico
� Ácido Sulfúrico
� Álcool Isopropílico
� Argônio
� Cromato de Potássio
� Dióxido de Carbono
� Etanol
� Éter de Petróleo
� Flúor
� Fluoreto de Sódio
� Gás Liquefeito de Petróleo - GLP
� Hélio
� Hidrogênio (comprimido)
PRODUTOS ENVOLVIDOS
� Hidróxido de Sódio
� Lítio
� Metano
� Mistura P-10
� Mistura “Star Gold”
� Monóxido de Carbono
� Nitrato de Prata
� Nitrogênio
� Óleo Combustível
� Óleo Diesel
� Oxigênio Comprimido
� Potássio
� Preto de Ericromo
� Propano
� Solução de Titânio
� Tricloroeteno
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Como citado anteriormente, para identificação dos cenários de acidente a metodologia mais comumente utilizada é a Análise Preliminar de Perigos (APP).
A aplicação da técnica de APP é feita através do preenchimento de uma planilha, em reuniões
que contam com a participação de técnicos das áreas operacionais, de manutenção, segurança e
meio ambiente das unidades sob análise. Para portos foi feita uma adaptação da planilha usualmente
empregada para realização de APPs, visando permitir uma análise mais sistemática dos aspectos
ambientais associados à ocorrência de eventos acidentais nas instalações analisadas.
ANÁLISE PRELIMINAR DE PERIGOS - APP
Técnica qualitativa utilizada para a identificação prematura dos perigos potenciais existentes em unidades industriais e sua classifica ção (qualitativa)
em termos de Freqüência de ocorrência, Gravidade e Risco
IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS
Planilha de APP
1 2 3 4 5 6 7 8
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A primeira coluna a ser preenchida na APP está relacionada às fontes de risco (perigos)
identificadas no sistema sob análise, com potencial de dano ao meio ambiente, aos empregados, aos
contratados e ao público externo. No caso das instalações em análise temos como exemplos de
perigos:
Instalação: Píer
• Queda de homem ao mar; • Atropelamento de pessoas no Píer; • Incêndio no carregador de navio; • Vazamento de óleo lubrificante das redutoras dos motores; • Colisão de veículos/ equipamentos no Píer; • Emissão de material particulado durante carregamento; • etc.
Instalação: Correia Transportadora
• Perda da integridade (incêndio) das correias transportadoras; • Ruptura/rasgo das correias transportadoras; • Queda da estrutura de sustentação das correias transportadoras; • Queda de pessoas de níveis diferentes; • Contato com equipamentos rotativos; • etc.
Instalação: Pátio de Estocagem
• Tombamento de equipamentos (recuperadora-empilhadeira); • Descarrilamento de equipamentos (recuperadora-empilhadeira); • Queda do tambor da lança (empilhadeira-recuperadora); • Colisão com outros equipamentos/veículos ou pilha de minério; • Deslizamento da pilha de minério; • Perda da integridade de equipamentos/componentes (incêndio); • Atropelamento de pessoas (pá mecânica/veículos/ equipamentos); • Contato com superfície energizada; • etc.
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Na segunda coluna da planilha de APP são apresentadas as causas que podem levar aos
perigos, que consistem em eventos simples ou combinados que levam à consumação dos perigos
previamente identificados. No caso das instalações portuárias analisadas, por exemplo, os slides
seguintes ilustram algumas causas dos perigos anteriormente identificados.
2ª Coluna – Possíveis Causas
INSTALAÇÃO: Píer
(1) Queda de homem ao mar(2) Atropelamento de pessoas no Píer(3) Incêndio no carregador de navio (4) Vazamento de óleo lub. das redutoras dos
motores
(5) Colisão de veículos/ equipamentos no Píer(6) Emissão de material particulado no carregamento(7) Etc.
Correias Transportadora
s
Pátio de Estocagem
Píer
OPERAÇÃO DE CARREGAMENTO
RETROÁREA
TERMINAL
- Imprudência de pedestre/motorista- Excesso de velocidade- Falta/deficiência na iluminação- Falta de sinalização- Sinalização inadequada- Ingestão de bebida alcoólica (tripulação do navio)
- Falha do sistema de aspersão(falta de água, energia,
falha de componentes, condiçõesmeteorológicas adversas
- Desequilíbrio- Piso escorregadio/avariado- Mal súbito- Atingido por equipamento emmovimento ou cabo de amarração
- Acesso inseguro- Ingestão de bebida alcoólica (tripulação do navio)
2ª Coluna – Possíveis Causas
Correias Transportadora
s
Pátio de Estocagem
Píer
OPERAÇÃO DE CARREGAMENTO
RETROÁREA
TERMINAL
- Travamento/aquecimento de roletes - Erro operacional- Acumulo de material- Realização de trabalhos a quentenas proximidades
- Vandalismo
- Excesso de carga- Fadiga da correia- Travamento de roletes- Falta de inspeção e manutenção - Fim da vida útil da correia- Emenda mal feita- Uso provisório de grampos- Acúmulo de material- Desalinhamento da correia- Vandalismo - Presença de corpos estranhos- Falha do sistema de controle (extrator de metais, detector de metais)
INSTALAÇÃO: Correia Transportadora
(1) Perda da integridade (incêndio) das correias transp.(2) Ruptura/rasgo das correias transportadoras (3) Queda da estrutura de sustentação das correias
transp. (4) Queda de pessoas de níveis diferentes (5) Contato com equipamentos rotativos (6) Etc.
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2ª Coluna – Possíveis Causas
Correias Transportadora
s
Pátio de Estocagem
Píer
OPERAÇÃO DE CARREGAMENTO
RETROÁREA
TERMINAL
- Erro de operação- Falta de manutenção (falha no sistema de automação)- Piso irregular- Desnível nos trilhos- Presença material indesejadosobre os trilhos
- Sobrecarga nos transportadores- Desbalanceamento do equipamento- Desnivelamento do trilho- Condições meteorológicas adversas (ventos fortes e chuvas intensas)
- Falta de manutenção- Erro de operação- Presença material indesejadosobre os trilhos
- Colisão com outro equipamento de grande porte (guindaste)- Piso irregular - Ruptura de rodeiro e eixo- Fadiga do trilho- Desnível nos trilhos
INSTALAÇÃO: Pátio de Estocagem
• Tombamento de equip. (recuperadora-empilhadeira)• Descarrilamento de equip. (recuperadora-empilhadeira) • Queda do tambor da lança (empilhadeira-recuperadora) • Colisão com outros equip./veículos ou pilha de minério • Deslizamento da pilha de minério • Perda da integridade de equip./componentes (incêndio) • Atropelamento de pessoas (pá mecânica/veículos/
equip.) • Contato com superfície energizada• Etc.
Os efeitos identificados na APP são as conseqüências danosas advindas da consumação dos
perigos identificados. No caso de análise das instalações portuárias, como mostrado na
categorização da gravidade, é dado um tratamento diferenciado à análise da gravidade destas
conseqüências, em função do tipo de dano previsto: à integridade física de pessoas ou ao meio
ambiente. Portanto, para cada perigo, são estudados os dois tipos de efeitos e colocados nesta
coluna, os efeitos sobre a segurança e, os efeitos sobre o meio ambiente.
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Após a identificação dos perigos e respectivas causas e efeitos, inicia-se a classificação das
categorias de freqüência e gravidade. No primeiro caso, é feita a indicação qualitativa da freqüência
esperada de ocorrência de cada cenário acidental identificado na análise, conforme tabela a seguir.
É importante ressaltar que um cenário de acidente é composto do perigo, das suas causas e efeitos.
Portanto, a freqüência é estimada considerando todo o cenário e não somente as causas.
Exemplo - Tabela de Categorias de Freqüência dos Cenários Acidentais
Categoria Denominação Característica
A Freqüente Várias ocorrências esperadas ao longo de um ano de operação.
B Pouco freqüente Pelo menos uma ocorrência esperada ao longo de um ano de operação.
C Provável Pelo menos uma ocorrência esperada ao longo de 10 anos de operação.
D Pouco provável Pelo menos uma ocorrência esperada ao longo da vida útil da instalação.
E Improvável Ocorrência não esperada ao longo da vida útil da instalação.
A categoria de gravidade é a indicação qualitativa do grau de severidade das conseqüências
(efeitos / impactos) de cada cenário acidental identificado na análise. Esta avaliação é efetuada com
base em critérios distintos, em função do tipo de dano previsto para integridade física de pessoas ou
para meio ambiente. Para danos à integridade física de pessoas (empregados, contratados ou público
externo) são adotadas as categorias de gravidade apresentadas na tabela a seguir.
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Exemplo - Tabela de Categorias de Severidade (Gravidade) para Danos - Segurança
Categoria Denominação Característica
I Baixa - Não ocorrem lesões em empregados, contratados ou público externo
II
Moderada
- Lesões leves em empregados, contratados ou público externo, causadas por:
• Exposição ligeira a pequenas concentrações de substâncias tóxicas
• Queimaduras superficiais e localizadas (1o grau)
• Traumas leves possivelmente Sem Perda de Tempo (SPT)
III Séria
- Lesões sérias em empregados, contratados ou público externo, causadas por:
• Exposição a concentrações perigosas de substâncias tóxicas
• Queimaduras de profundidade e extensão importantes (2o grau)
• Traumas importantes certamente Com Perda de Tempo (CPT)
IV Crítica
- Mortes ou lesões graves em empregados, contratados ou público externo, causadas por:
• Exposição prolongada a concentrações perigosas de substâncias tóxicas
• Queimaduras profundas e generalizadas (3o grau)
• Traumas severos com fatalidade(s) ou incapacidade permanente
Com relação aos danos ao Meio Ambiente, são adotados critérios de avaliação que permitam
levar em consideração a intensidade do impacto e a capacidade de suporte do meio.
Para determinação da intensidade do impacto (baixa, média ou alta), são avaliados o fluxo de
carga poluidora (alto ou baixo) e o intervalo de tempo (pequeno ou grande) de duração do impacto.
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A categoria de gravidade é, então, obtida através do cruzamento da intensidade do impacto com a
capacidade de suporte do meio ambiente (alta, média ou baixa).
Como critério complementar para determinação da gravidade do impacto, também é avaliado,
quando aplicável, o tempo de limpeza e de recuperação. No caso de discordância entre os dois
critérios adotados, a categoria final de gravidade do impacto corresponde sempre àquela mais
severa entre as duas.
CATEGORIAS DE GRAVIDADE CONSIDERANDO A INTENSIDADE DO IMPACTO E A CAPACIDADE DE SUPORTE DO MEIO AMBIEN TE
Fluxo de carga
poluidora
Intervalo de tempo
Intensidade do impacto
Capacidade de suporte do meio Categoria Denominação
Alta I Baixa
Média I Baixa Pequeno Baixa
Baixa II Moderada
Alta I Baixa
Média II Moderada
Baixo
Grande Média
Baixa III Séria
Alta I Baixa
Média II Moderada Pequeno Média
Baixa III Séria
Alta II Moderada
Média III Séria
Alto
Grande Alta
Baixa IV Crítica
Categorias de gravidade considerando o tempo de lim peza e recuperação
Tempo de limpeza e recuperação Categoria Denominação Menor que 1 dia I Baixa
Maior que 1 dia e menor que 1 mês II Moderada
Maior que 1 mês e menor que 6 meses III Séria
Maior que 6 meses IV Crítica
A indicação qualitativa do nível de risco de cada cenário acidental identificado na análise,
com base nas indicações anteriores das categorias de freqüência e gravidade. A matriz utilizada para
classificação de risco dos cenários acidentais encontra-se apresentada no slide a seguir.
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Finalmente, a sétima coluna da planilha da APP é usada para as observações relacionadas ao
cenário acidental analisado, justificativas da classificação de categorias e, principalmente, para o
registro das recomendações, medidas mitigadoras de risco, visando à redução da freqüência e/ou da
gravidade de cada cenário.
7ª Coluna: Observação/RecomendaçãoEsta coluna é usada para a inclusão das justificativas da Equipe de APP para as indicações das categorias de freqüência e gravidade de cada cenário, como também para as observações relacionadas ao cenário acidental analisado e para o registro das recomendações de medidas mitigadoras de risco, visando à redução da freqüência e/ou da gravidade de cada cenário.
R1) Padronizar todo o piso do almoxarifado, retirando chaparias,ondulações e canaletas de cabeamento elétrico.
R2) Melhorar a iluminação existente no almoxarifado.
R3) Instalar sensores de aproximação nas pontes rolantes.
R4) Relocar os produtos perigosos para área adequada, segura e devidamente isolada (p.ex.: área do galpão).
R5) Segregar os produtos perigosos de acordo com a incompatibilidade entre os mesmos.
R6) Implantar um Programa de Gerenciamento de Riscos, incluindo a realização de simulados de combate a emergências (inclusive de cenários de contaminação ambiental).
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4.3 Análise de Vulnerabilidade
O manuseio de produtos perigosos (tóxicos, inflamáveis ou reativos), seja durante o
transporte, processo ou estocagem, está sujeito à ocorrência de liberações destes produtos ou de
energia de forma descontrolada.
Estas liberações descontroladas geram os efeitos físicos dos acidentes (sobrepressões, fluxos
térmicos e nuvens de gases tóxicos) os quais podem ocasionar danos às pessoas, ao meio ambiente e
as instalações presentes na região atingida. A extensão dos possíveis danos é proporcional à
intensidade do efeito físico causador do dano. Os modelos de vulnerabilidade estabelecem a relação
entre a intensidade do efeito físico e o dano correspondente, permitindo obter-se o limite da zona
vulnerável a um determinado nível de dano.
Assim a etapa seguinte a APP é a Análise de Vulnerabilidade, que visa estimar a região ou
área vulnerável que pode ser atingida pelos efeitos danosos causados por cenários de acidentes com
liberações.
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8 kW/m 2 (1% de fatalidade em 60 segundos de exposição)12,5 kW/m 2 (1% de fatalidade em 30 segundos de exposição)37,5 kW/m 2 (50% de fatalidade em 20 segundos de exposição)
Bola de Fogo (Fireball)
1,07 bar (1% de fatalidade)0,3 bar (graves danos estruturais)0,1 bar (leves danos estruturais)
Explosão
Limite Inferior de Inflamabilidade ( LII) da substância(100% de fatalidade)
Incêndio em Nuvem
8 kW/m 2 (1% de fatalidade em 60 segundos de exposição)12,5 kW/m 2 (1% de fatalidade em 30 segundos de exposição)37,5 kW/m 2 (50% de fatalidade em 20 segundos de exposição)
Incêndio em Poça
Nível de Efeito FísicoEfeito Físico do
Acidente
NIVEIS DE EFEITOS FÍSICOS CONSIDERADOS -VULNERABILIDADE
Para obtenção das áreas sujeitas aos danos de um possível acidente a DNV possui um
programa computacional denominado PHAST (desenvolvido pela DNV e usado por várias
empresas e órgãos internacionalmente).
1. Caracterização dos cenários de acidente
2. Determinação do termo fonte (descarga)
3. Avaliação dos efeitos físicos
4. Cálculo das áreas vulneráveis
Vulnerabilidade (Determinação da Área deAbrangência dos Acidentes)
Eventos Iniciadores Selecionados
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5 RESULTADOS DA APP E VULNERABILIDADE
Para apresentação dos resultados obtidos na Análise Preliminar de Perigos é gerado um
relatório que contém a estatística com a distribuição do número de cenários identificados em cada
classe de freqüência, gravidade e riscos. Ressaltam-se ainda os cenários de gravidades mais críticas
e destacam-se as recomendações sugeridas para minimização dos riscos, seja por minimização das
freqüências ou das conseqüências.
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Os resultados da Análise de Vulnerabilidade são também apresentados em relatório, através
de tabelas ou, quando possível, plotados em mapas ou fotos.
Módulo 09: Estudo de Caso: Análise de Riscos de Portos – WO 53705093
Apostila do Curso de Análise de Risco/2006 Rev.: 1 Flávio Diniz, Luiz Fernando Oliveira, Mariana Bardy e Nilda Visco
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A maioria dos estudos realizados pela DNV no Brasil para instalações portuárias, até o momento, consiste em estudos qualitativos, que visam, principalmente, a identificação de cenários críticos para sugestão de medidas mitigadoras de riscos e a elaboração de planos de emergência.
A Análise Preliminar de Perigos (APP) tem sido adotada com sucesso na identificação dos perigos, possibilitando gerar medidas no sentido de evitar a ocorrência de possíveis acidentes ou reduzir seus danos. O conhecimento das situações de emergência e dos alcances associados aos seus efeitos, produto da análise de riscos, também representa o primeiro e importante passo para permitir o planejamento e a preparação de recursos e de ações necessárias ao atendimento destas emergências.