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Cidadania nas escolas Como todos sabemos existe um afastamento dos jovens na vida política e cívica em Portugal. Descrentes do sistema político e da sociedade onde vivem, os jovens tendem a ver a política como um meio de “alguns” para alcançar fins pessoais e não como uma função nobre e enriquecedora da própria sociedade. Fruto desta descrença, os jovens tendem também a colocar-se assim muitas vezes à margem da vida cívica por falta de interesse na mesma. Neste sentido, a pergunta que se surge é: Não estaremos nós a criar uma geração de abstencionistas? No nosso ponto de vista, a eliminação da disciplina de formação cívica das áreas curriculares do ensino secundário, veio aumentar um vazio que nos parece premente ocupar. Esta proposta baseia-se na evidência de que os jovens de hoje irão amanhã necessitar de decidir o futuro do seu país, mas para que tal possa acontecer é necessário que lhes tenham sido dadas competências e conhecimentos, não só dos seus direitos e deveres cívicos, como também da importância que o indivíduo tem na nossa sociedade. Quer a formação cívica, quer a formação num significado mais amplo têm como objetivo principal dar uma visão dos perigos que corremos no nosso dia-a-dia, perigos esses como: a sexualidade; o tabagismo; o alcoolismo; entre outros. A formação é assim essencial na nossa vida enquanto cidadãos informados, e o conhecimento das formas de funcionamento da sociedade é uma necessidade tão emergente como os outros temas referidos. A formação cívica é espaço privilegiado para o desenvolvimento da educação para a cidadania, visando o desenvolvimento da consciência cívica dos alunos como elemento fundamental no processo de formação de cidadãos responsáveis, críticos, ativos e intervenientes, com recurso nomeadamente ao intercâmbio de experiências vividas pelos alunos e à sua participação individual e coletiva na vida da turma, da escola e da comunidade”. (Dec. Lei n.°6/2001, capítulo II, artigo 5°, ponto 3 c).

Moção "Cidadania nas escolas" da JSD Oeiras

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XXII Congresso Nacional da JSD

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Cidadania nas escolas

Como todos sabemos existe um afastamento dos jovens na vida política e cívica

em Portugal. Descrentes do sistema político e da sociedade onde vivem, os jovens

tendem a ver a política como um meio de “alguns” para alcançar fins pessoais e não

como uma função nobre e enriquecedora da própria sociedade.

Fruto desta descrença, os jovens tendem também a colocar-se assim muitas

vezes à margem da vida cívica por falta de interesse na mesma. Neste sentido, a

pergunta que se surge é:

Não estaremos nós a criar uma geração de abstencionistas?

No nosso ponto de vista, a eliminação da disciplina de formação cívica das áreas

curriculares do ensino secundário, veio aumentar um vazio que nos parece premente

ocupar.

Esta proposta baseia-se na evidência de que os jovens de hoje irão amanhã

necessitar de decidir o futuro do seu país, mas para que tal possa acontecer é necessário

que lhes tenham sido dadas competências e conhecimentos, não só dos seus direitos e

deveres cívicos, como também da importância que o indivíduo tem na nossa sociedade.

Quer a formação cívica, quer a formação num significado mais amplo têm como

objetivo principal dar uma visão dos perigos que corremos no nosso dia-a-dia, perigos

esses como: a sexualidade; o tabagismo; o alcoolismo; entre outros. A formação é assim

essencial na nossa vida enquanto cidadãos informados, e o conhecimento das formas de

funcionamento da sociedade é uma necessidade tão emergente como os outros temas

referidos.

A formação cívica é “espaço privilegiado para o desenvolvimento da educação

para a cidadania, visando o desenvolvimento da consciência cívica dos alunos como

elemento fundamental no processo de formação de cidadãos responsáveis, críticos,

ativos e intervenientes, com recurso nomeadamente ao intercâmbio de experiências

vividas pelos alunos e à sua participação individual e coletiva na vida da turma, da

escola e da comunidade”. (Dec. Lei n.°6/2001, capítulo II, artigo 5°, ponto 3 c).

A formação cívica quando lecionada de forma sistemática e pedagógica é uma

importante ferramenta para os jovens, e deverá ser instruída com níveis de

especificidade e complexidade adequados aos diferentes níveis de aprendizagem. Deste

modo, será possível preparar os jovens para uma cidadania activa, responsável e

esclarecida. Esta é uma necessidade absoluta e que terá consequentes implicações para o

futuro do país. Se preparamos melhor os jovens de hoje teremos amanhã melhores

políticos e decisores que conseguirão conduzir Portugal a melhores desígnios.

Nesse sentido, propomos a inclusão da disciplina de formação cívica no

ensino secundário, com frequência opcional, com uma carga horária de 45 minutos

semanais em horário lectivo. O docente da disciplina deve ter como missão dotar os

alunos de ferramentas que lhes permitam tornarem-se cidadãos com consciência cívica,

quer isto dizer, promover a discussão sobre determinado assunto presente na esfera

pública e política.

“Não existe sucesso ou felicidade sem o exercício pleno da cidadania e da ética

global.”

Carlos Roberto Sabbi.

1ª Subscritora - Susana Isabel Costa Duarte - 169831