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MINISTÉRIO DAS CIDADES
Ministro das Cidades: Alexandre Baldy de
Sant'anna Braga
Secretário Executivo: Silvani Alves Pereira
Secretário Nacional de Saneamento
Ambiental: Adailton Ferreira Trindade
Diretor do Departamento de Planejamento e
Regulação: Ernani Ciríaco de Miranda
Coordenadora da UGP/SNSA: Wilma
Miranda Tomé Machado
Equipe Técnica do INTERÁGUAS: André
Braga Galvão Silveira, José Dias Corrêa Vaz
de Lima, Paulo Rogério dos Santos e Silva
Consultor INTERÁGUAS: Airton Sampaio
Gomes
BANCO MUNDIAL
Gerente de Projeto: Marcos Thadeu Abicalil
INSTITUTO INTERAMERICANO DE
COOPERAÇÃO PARA A AGRICULTURA –
IICA
Representante do IICA: Jorge Hernán
Chiriboga
Equipe Técnica IICA: Cristina Costa, Kilmara
Ramos, Gertjan Beekman
CONSÓRICO WMI - NG INFRA - SAGE
Equipe Técnica: Alexandra De Nicola,
Alexandre Savio Pereira Ramos, Álvaro José
Menezes da Costa, Ana Lúcia Floriano Rosa
Vieira, Andrey Barbosa Dantas Souza,
Augusto Nelson Carvalho Viana, Bertrand
Dardenne, Cássio Caçula de Lima, Clênio
Alberto Argôlo Lopes, Diogo da Fonseca Reis,
Eduardo Augusto Ribeiro Bulhões Filho,
Eudes de Oliveira Bomfim, Fátima Carteado,
Franz Bessa da Silva, Geraldo Prado de
Almeida, Hamilton Pollis, Heber Pimentel
Gomes, Hudson Tiago dos Santos Pedrosa,
Hugo Fagner dos Santos Pedrosa, Ítala
Gomes dos Santos Jesus, Jair Jackson Dias
Santiles, Jairo Tardelli Filho, Jardel Almeida de
Oliveira, Jean Morillas, João Gustavo Ferreira
Junior, João Roberto Rocha Moraes, José
Fabiano Barbosa, Julian Thornton, Ksnard
Ramos Dantas, Leandro Moreira, Lineu
Andrade de Almeida, Luís Carlos Rosas, Luís
Guilherme de Carvalho Bechuate, Luiz
Fernando Rainkober, Mariana Freire dos
Santos, Maurício Alves Fourniol, Maurício
André Garcia, Michel Vermersch, Milene
Cássia França Aguiar de Salvo, Nilson
Massami Taira, Paula Alessandra Bonin Costa
Violante, Paulo Cezar de Carvalho, Pedro
Frigério Paulo, Pedro Gilberto Rodrigues da
Mota, Pedro Paulo da Silva Filho, Pertony
Ribeiro Guimarães, Rodolfo Alexandre Cascão
Inácio, Rodrigo Andrade de Matos, Rodrigo
Martin Teresi, Sílvio Henrique Campolongo,
Thatiane Medeiros Soares de Almeida,
Vinicius Kabakian, Wantuir Matos de Carvalho,
Wellington Luiz de Carvalho Santos
COMPANHIA PERNAMBUCANA DE
SANEAMENTO - COMPESA
Comissão de Acompanhamento: Danilton
Henrique Sampaio Carneiro, Guilherme Duarte
Freire, José Leonardo Lemos da Silva, Lucy
Ferreira Calazans, Luís Henrique Pereira da
Silva, Maria Lúcia Martins de Lima, Saulo de
Carvalho Sá, Solon da Cunha Medeiros Neto
Unidade de Caruaru
Comitê Gestor: Danilton Henrique Sampaio,
Djailton Arruda da Silva, Itaguaci Gomes, José
Leonardo Lemos da Silva, Linaldo Mendes dos
Santos Júnior, Lívia Clemente de Andrade,
Luiz Evânio Rocha da Silva, Mario Heitor
Gade Filho
Grupos de Trabalho: Abmael Vasconcelos,
Adalto Pereira da Silva, André Luiz de
Almeida, Andrea Azevedo Abrante Oliveira,
Andrea Lemos Porto, Andreia Laurinda, Ayna
Miranda, Cláudia Virgínia Felipe da Silva,
Danilton Henrique Sampaio Carneiro, Delson
José Inácio da Silva, Djailton Arruda da Silva,
Érica Vanusa Siqueira dos Santos, Everton
José de Paula Santos, Fabiola Arruda
Gonçalves, Géssika Cambrainha, Gilvan de
Melo Galvão Filho, Guilherme José Gomes de
Santana, Ionara Laís da Silva, Jânio Nelson
Martins Batista Júnior, Jefferson da Silva
Santos, João Fernandes da Silva, João Pedro
de Miranda Batista, José Felicidade Filho,
José Leonardo Lemos da Silva, José Roberto
Gouveia dos Santos, José Tiago Barboza da
Silva, Joviniano Batista de Oliveira, Linaldo
Mendes dos Santos Junior, Lívia Clemente de
Andrade, Luiz Evânio Rocha da Silva,
Luzineide Maria da Silva, Marcelo Ricardo
Almeida Soares, Marco Polo Ferreira Soares,
Maria Roberta Almeida Silva, Mario José
Mota, Mário Teixeira Lucas Júnior, Nyadja
Rodrigues Menezes, Nilton Godê de
Vasconcelos, Paulo Rogério Vasconcelos
Soares, Rafael Cordeiro, Renato César da
Silva Florêncio, Rogério Bezerra Rodrigues,
Sofia Monteiro da Silva
Unidade de Salgueiro
Comitê Gestor: Alexsandro Chaves da Silva,
Ayla Sarah de Freitas Bezerra, Carlos Antônio
de Araújo Santos, Elvis Alves de Araújo,
Fabiano Alencar de Miranda, Maria de
Lourdes Pereira da Silva, Mário Solon Pereira
Junior, Rivaldo Neto Valente, Saulo de
Carvalho Sá, Saulo Emmanuel Constantino C.
Leão, Tarciana Luzia da Silva
Grupos de Trabalho: Alexsandro Chaves da
Silva, Ayla Sarah de Freitas Bezerra, Carlos
Antônio de Araújo Santos, Elvis Alves de
Araújo, Fabiano Alencar de Miranda, Januário
Nunes de Carvalho, Maria de Lourdes Pereira
da Silva, Mário Solon Pereira Junior, Rivaldo
Neto Valente, Saulo de Carvalho Sá, Saulo
Emmanuel Constantino Carneiro Leão,
Tarciana Luzia da Silva
Coordenação editorial: Alexandra De Nicola
(MTb 23.341-SP), Rodolfo Alexandre Cascão
Inácio
Redação: Alexandra De Nicola, Andrey
Barbosa Dantas Souza, Clênio Alberto Argôlo
Lopes, Jardel Almeida de Oliveira, José
Fabiano Barbosa, Maurício Alves Fourniol,
Pedro Paulo da Silva Filho, Rodolfo Alexandre
Cascão Inácio
Revisão: Alexandra De Nicola, Maurício Alves
Fourniol, Rodolfo Cascão Inácio
Diagramação: Ítala Gomes dos Santos Jesus,
Wellington Luiz de Carvalho Santos
Agosto/2018
Sumário
1 A SISTEMATIZAÇÃO DO PROJETO – METODOLOGIA E ESTUDOS DE CASO ................ 1
1.1 O REGISTRO DO PROJETO COM+ÁGUA.2 .......................................................... 1
2 O PROJETO COM+ÁGUA.2 – DESCRIÇÃO METODOLÓGICA GERAL .......................... 2
2.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL: ......................................................... 2
2.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS: ................................................................. 3
2.3 ÁREA TEMÁTICA 3 - PERDAS APARENTES: ........................................................... 3
2.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DA ENERGIA: .......................................................... 3
2.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO: .................................................... 3
2.6 CONHECER PARA MUDAR E MELHORAR OS PROCESSOS ............................................... 6
2.6.1 Capacitação em Processo ................................................................ 6
2.7 VISITAS DE INTERCÂMBIO TÉCNICO A PRESTADORES NACIONAIS ...................................... 7
3 A ÁREA PRIORITÁRIA DE CARUARU .............................................................. 8
3.1 CARUARU – ÁREA PRIORITÁRIA 1 .................................................................... 8
3.1.1 O Município ................................................................................ 8
3.1.2 Dados de Caruaru - PE ................................................................... 8
3.2 CARACTERÍSTICAS DA AP 1 - SISTEMA INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - SIAA CARUARU .. 9
3.2.1 Dados do SIAA Caruaru ................................................................... 9
3.3 CARACTERÍSTICAS DO DISTRITO DE MEDIÇÃO E CONTROLE – DMC BOA VISTA I .................... 10
3.3.1 Dados do DMC Boa Vista I (Setor 461) ............................................... 10
4 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO ....................................................................... 12
4.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ........................................................ 12
4.1.1 Diagnóstico ............................................................................... 13
4.1.2 A Implantação ........................................................................... 15
4.1.3 Resumo da Mobilização Social no COM+ÁGUA.2 ................................... 28
4.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ................................................................ 29
4.2.1 Generalidades ........................................................................... 29
4.2.2 Escolha e Implantação do DMC ....................................................... 30
4.2.3 Macromedição e Telemetria .......................................................... 32
4.2.4 Cadastro e Modelagem Hidráulica ................................................... 33
4.2.5 Controle Ativo de Vazamentos ....................................................... 36
4.2.6 Controle de Pressão e Gestão do DMC .............................................. 39
4.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES ......................................................... 40
4.3.1 Cadastro Comercial ..................................................................... 40
4.3.2 Micromedição ............................................................................ 43
4.3.3 Combate a Usos Não Autorizados .................................................... 46
4.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA ......................................................... 48
4.4.1 Metodologia das Medições (Evento de Diagnóstico E Monitoramento) ........ 50
4.4.2 Resumo do Diagnóstico Hidroenergético – Bomba da Inversão ................. 53
4.4.3 Resumo do Diagnóstico Hidroenergético – Bomba do Anel Oeste II ............ 60
4.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO ................................................... 70
5 IMPACTO E INDICADORES ........................................................................ 71
5.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ........................................................ 71
5.1.1 Indicador de Mobilização Social – IMOB ............................................. 71
5.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ................................................................ 71
5.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES .......................................................... 72
5.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA ......................................................... 72
5.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO ................................................... 73
6 AUTOAVALIAÇÃO DE IMPACTO DO COM+ÁGUA.2 NA AP 1 ................................ 75
6.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ........................................................ 75
6.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ................................................................ 76
6.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES .......................................................... 77
6.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA ......................................................... 78
7 A ÁREA PRIORITÁRIA DE SALGUEIRO .......................................................... 79
7.1 SALGUEIRO – ÁREA PRIORITÁRIA 2 (AP-2) ........................................................ 79
7.1.1 O Município .............................................................................. 79
7.1.2 Dados de Salgueiro - PE ................................................................ 80
7.2 CARACTERÍSTICAS DA AP-2 - SISTEMA INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - SIAA SALGUEIRO
80
7.2.1 Dados do SIAA Salgueiro ............................................................... 80
7.3 CARACTERÍSTICAS DO DISTRITO DE MEDIÇÃO E CONTROLE – DMC DISTRITO 2 ..................... 81
7.3.1 Dados do DMC Distrito 02 .............................................................. 81
8 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO ....................................................................... 82
8.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ........................................................ 82
8.1.1 Diagnóstico ............................................................................... 82
8.1.2 Organização .............................................................................. 82
8.1.3 Comunicação ............................................................................. 82
8.1.4 Educação .................................................................................. 83
8.1.5 Cultura .................................................................................... 83
8.1.6 A Implantação ........................................................................... 84
8.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ................................................................ 94
8.2.1 Generalidades ........................................................................... 94
8.2.2 Escolha e Implantação do DMC ....................................................... 95
8.2.3 Macromedição e Telemetria .......................................................... 97
8.2.4 Cadastro e Modelagem Hidráulica ................................................... 99
8.2.5 Controle Ativo de Vazamentos ...................................................... 101
8.2.6 Controle de Pressão e Gestão do DMC ............................................. 102
8.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES ......................................................... 103
8.3.1 Cadastro Comercial .................................................................... 103
8.3.2 Micromedição ........................................................................... 103
8.3.3 Combate a Usos Não Autorizados ................................................... 105
8.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA ........................................................ 105
8.4.1 Metodologia das Medições (Evento de Diagnóstico e Monitoramento) ....... 106
8.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO .................................................. 118
9 IMPACTO E INDICADORES ...................................................................... 119
9.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ....................................................... 119
9.1.1 Indicador de Mobilização Social – IMOB ............................................ 119
9.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ............................................................... 119
9.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES ......................................................... 120
9.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA ........................................................ 120
9.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO .................................................. 120
10 AUTOAVALIAÇÃO DE IMPACTO DO COM+ÁGUA.2 NA AP 2 ........................... 121
10.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ....................................................... 121
10.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ............................................................... 122
10.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES ......................................................... 123
10.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ..................................................... 125
11 RECOMENDAÇÕES PARA SUSTENTABILIDADE DO COM+ÁGUA NAS ÁREAS
PRIORITÁRIAS DA COMPESA ......................................................................... 126
11.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL ....................................................... 126
11.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS ............................................................... 127
11.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES ......................................................... 128
11.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ..................................................... 129
11.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO .................................................. 131
Lista de Figuras
SUBPROJETOS .............................................................................. 4 FIGURA 1.
FLUXO DE IMPLANTAÇÃO ................................................................. 5 FIGURA 2.
MAPA DE CARUARU ........................................................................ 9 FIGURA 3.
ÁREA ABRANGÊNCIA DMC BOA VISTA I ............................................... 10 FIGURA 4.
QUANTITATIVO DE FUNCIONÁRIOS – GNR AGRESTE CENTRAL CARUARU ....... 20 FIGURA 5.
BOLETIM INFORMATIVO COM+ÁGUA.2 ............................................... 23 FIGURA 6.
DELIMITAÇÃO DMC BOA VISTA I ....................................................... 30 FIGURA 7.
TELA DO SISTEMA DE TELEMETRIA .................................................... 33 FIGURA 8.
MODELO HIDRÁULICO DO DMC ........................................................ 35 FIGURA 9.
SUBSETORES PROPOSTOS NO QGIS - PREPARAÇÃO DO STEP TEST .............. 36 FIGURA 10.
TELAS DO COLETOR ELETRÔNICO DE DADOS ....................................... 42 FIGURA 11.
DEMANDA DE POTÊNCIA ATIVA – BOMBA DA INVERSÃO ........................... 58 FIGURA 12.
VAZÃO DE ÁGUA DE RECALQUE – BOMBA DA INVERSÃO ........................... 58 FIGURA 13.
VOLUME BOMBEADO DURANTE O PERÍODO DE MONITORAMENTO ............... 59 FIGURA 14.
GRÁFICO DE DESEQUILÍBRIO DE CORRENTE ENTRE FASES DO MOTOR .......... 59 FIGURA 15.
INSTALAÇÃO DO MEDIDOR DE VAZÃO PORTÁTIL NA ADUTORA DO ANEL OESTE IIFIGURA 16.
65
REGISTRO DE VAZÃO DE ÁGUA DE RECALQUE – BOMBA DO ANEL OESTE II .... 65 FIGURA 17.
VOLUME BOMBEADO DURANTE O PERÍODO DE BOMBEAMENTO .................. 66 FIGURA 18.
LINHA NEUTRA DE VARIAÇÃO DE ENERGIA .......................................... 67 FIGURA 19.
MAPA DE SALGUEIRO .................................................................... 79 FIGURA 20.
DISTRITOS DE ABASTECIMENTO SALGUEIRO ......................................... 81 FIGURA 21.
DELIMITAÇÃO DO DMC .................................................................. 95 FIGURA 22.
PLANTA/MAPA DMC DISTRITO 02 ..................................................... 96 FIGURA 23.
TELA DO EPANET COM EXEMPLO DE MODELAGEM HIDRÁULICA ................. 100 FIGURA 24.
ZONAS DE PRESSÃO SUGERIDAS NO DMC DISTRITO 2 ............................. 102 FIGURA 25.
DEMANDA DE POTÊNCIA ATIVA ....................................................... 112 FIGURA 26.
DADOS DE DEMANDA ................................................................... 114 FIGURA 27.
DADOS DE CONSUMO ESPECÍFICO .................................................... 114 FIGURA 28.
DADOS DE VAZÃO ....................................................................... 114 FIGURA 29.
DADOS DE CUSTO ESPECÍFICO DE ENERGIA ........................................ 115 FIGURA 30.
DADOS DE CONSUMO DE ENERGIA ................................................... 115 FIGURA 31.
Lista de Fotos
FOTO 1. REUNIÃO DOS CONSULTORES COM INTEGRANTES DO COMITÊ GESTOR DE
CARUARU ............................................................................................. 16
FOTO 2. REUNIÃO SETORIAL FOI O MOMENTO DE DISCUTIR PROPOSTAS PARA O COMBATE
AS PERDAS DE ÁGUA E USO EFICIENTE DE ENERGIA .......................................... 19
FOTO 3. APRESENTAÇÃO TEATRAL EM ESCOLA .................................................. 27
FOTO 4. O CURSO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL ENVOLVEU FUNCIONÁRIOS DE CARUARU E
SALGUEIRO E FOMENTOU O TEATRO DE MAMULENGOS ...................................... 27
FOTO 5. LUDICIDADE COM A CULTURA DO MAMULENGOS PARA ABORDAR CUIDADOS COM A
ÁGUA 28
FOTO 6. INSTALAÇÃO MEDIDOR REL BOA VISTA .................................................. 32
FOTO 7. MACROMEDIDOR BOA VISTA 2 ............................................................ 32
FOTO 8. SONDAGEM DE REGISTRO ................................................................. 34
FOTO 9. VAZAMENTO DETECTADO DURANTE CAPACITAÇÃO ................................... 36
FOTO 10. EQUIPAMENTOS PARA PESQUISA DE VAZAMENTO DA COMPESA - CARUARU ...... 37
FOTO 11. PESQUISA COM HASTE DE ESCUTA ....................................................... 37
FOTO 12. DESVIO DO RAP BOA VISTA ............................................................... 39
FOTO 13. DESVIO DO RAP BOA VISTA ............................................................... 40
FOTO 14. DEMONSTRAÇÃO DO USO DO CONJUNTO DATALOGGER E DO HIDRÕMETRO
VOLUMÉTRICO CLASSE C .......................................................................... 43
FOTO 15. TREINAMENTO SOBRE LEVANTAMENTO DE PERFIS DE CONSUMO EM CAMPO ..... 44
FOTO 16. TREINAMENTO SOBRE ENSAIOS DE BANCADA PARA DETERMINAÇÃO DA CURVA DE
ENVELHECIMENTO .................................................................................. 45
FOTO 17. INVESTIGAÇÃO EM CAMPO DE IRREGULARIDADES NAS LIGAÇÕES DE ÁGUA ...... 48
FOTO 18. TOTALIZADOR DE VOLUME E INDICADOR DE VAZÃO INSTANTÂNEA ................ 50
FOTO 19. MEDIDOR DE VAZÃO DO SISTEMA DA INVERSÃO, DO TIPO ELETROMAGNÉTICO
INTRUSIVO ........................................................................................... 50
FOTO 20. PONTOS PARA INSTALAÇÃO DE MANOMETROS E/OU TRANSMISSOR DE PRESSÃO 51
FOTO 21. PONTOS DE TOMADA DE PRESSÃO ....................................................... 51
FOTO 22. INSTALAÇÃO DOS TRANSMISSORES DE PRESSÃO NA BOMBA DO SISTEMA DA
INVERSÃO ............................................................................................ 52
FOTO 23. CONJUNTO MOTOBOMBA DO SISTEMA DA INVERSÃO ................................. 57
FOTO 24. CONJUNTO MOTOBOMBA DO ANEL OESTE II ........................................... 62
FOTO 25. MEDIÇÃO INSTANTÂNEA DE VIBRAÇÃO NA BOMBA DO ANEL OESTE II ............. 62
FOTO 26. CONJUNTO MOTOBOMBA.................................................................. 62
FOTO 27. TOMADA DE PRESSÃO NO BARRILETE DE RECALQUE DA BOMBA DO SISTEMA ANEL
OESTE II .............................................................................................. 63
FOTO 28. BARRILETES DE SUCÇÃO E RECALQUE DA BOMBA DO ANEL OSTE II ................ 63
FOTO 29. REGISTRADOR ELE REGISTRADOR ELETRÔNICO UNIVERSAL ......................... 63
FOTO 30. TOMADAS DE PRESSÃO NA BOMBA DO SISTEMA ANEL OESTE II ..................... 63
FOTO 31. INSTALAÇÃO DO MEDIDOR DE VAZÃO PORTÁTIL NA ADUTORA DO ANEL OESTE II64
FOTO 32. MEDIDOR DE GRANDEZAS ELÉTRICAS NO CENTRO DE CONTROLE DE MOTORES DO
MOTOR DO ANEL OESTE II ......................................................................... 64
FOTO 33. PARTICIPANTES DO CURSO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL ................................ 86
FOTO 34. REUNIÃO DOS CONSULTORES COM O GT MOB ......................................... 87
FOTO 35. INTEGRANTES DO COMITÊ GESTOR, CONSULTOR E PARTICIPANTES DA REUNIÃO
SETORIAL ............................................................................................. 88
FOTO 36. ATIVIDADE ABORDANDO CUIDADOS COM A ÁGUA EM ESCOLA MUNICIPAL ........ 92
FOTO 37. CAPACITAÇÃO DE ESTANQUEIDADE ..................................................... 97
FOTO 38. INSTALAÇÃO DO CAVALETE À JUSANTE DO MACROMEDIDOR NO DMC DISTRITO 02
98
FOTO 39. MACROMEDIDOR DO DMC.................................................................. 98
FOTO 40. TELA DO SISTEMA DE TELEMETRIA ...................................................... 99
FOTO 41. CURSO DE MODELAGEM HIDRÁULICA ................................................... 100
FOTO 42. CAPACITAÇÃO DE PESQUISA DE VAZAMENTOS ........................................ 101
FOTO 43. CAIXA DE INSPEÇÃO DE HIDRÔMETRO .................................................. 101
FOTO 44. TREINAMENTO SOBRE ENSAIOS DE BANCADA PARA DETERMINAÇÃO DA CURVA DE
ENVELHECIMENTO ................................................................................. 104
FOTO 45. TREINAMENTO SOBRE LEVANTAMENTO DE PERFIS DE CONSUMO .................. 104
FOTO 46. INVESTIGAÇÃO EM CAMPO DE IRREGULARIDADES NAS LIGAÇÕES DE ÁGUA ..... 105
FOTO 47. TRANSDUTORES DE CORRENTE E ANALISADORES DE GRANDEZAS ELÉTRICAS ... 107
FOTO 48. MEDIDOR DE VAZÃO ELETROMAGNÉTICO DE CARRETEL ............................ 107
FOTO 49. IMAGENS DA CAMERA DE TERMOGRÁFICA ............................................. 108
FOTO 50. MEDIDOR DE ROTAÇÃO DIGITAL SEM CONTATO (RPM) .............................. 108
FOTO 51. ESCALA DE RODÍZIO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .................................. 109
FOTO 52. CONJUNTOS MOTOBOMBA EEAT DISTRITO 02 ........................................ 110
Lista de Tabelas
TABELA 1. DADOS - DMC BOA VISTA I .............................................................. 31
TABELA 2. DADOS COLETADOS NO CAMPO........................................................ 41
TABELA 3. CARACTERÍSTICAS DA BOMBA DE INVERSÃO......................................... 53
TABELA 4. DADOS RESUMIDOS DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO ........................ 55
TABELA 5. CONSUMO ESPECÍFICO PARA O SISTEMA DA INVERSÃO ............................ 59
TABELA 6. CARACTERÍSTICAS DA BOMBA DO ANEL OESTE II – ETA PETRÓPOLIS ............ 60
TABELA 7. DADOS RESUMIDOS DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO ........................ 61
TABELA 8. CURVA DA BOMBA - ANEL OESTE II ................................................... 66
TABELA 9. CONSUMO ESPECÍFICO PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DO ANEL OESTE II
67
TABELA 10. SISTEMA DA INVERSÃO .................................................................. 68
TABELA 11. ANEL OESTE II ............................................................................ 69
TABELA 12. DADOS DMC DISTRITO 02 ............................................................... 96
TABELA 13. CARACTERÍSTICAS DA BOMBA......................................................... 110
TABELA 14. DADOS RESUMIDOS DO DIAGNÓSTICO HIDRO ENERGÉTICO ...................... 111
TABELA 15. MATRIZ DO BALANÇO HÍDRICO ....................................................... 116
TABELA 16. RESUMO DE AÇÕES DE EE – EEAT DISTRITO 02 ..................................... 117
1 A SISTEMATIZAÇÃO DO
PROJETO – METODOLOGIA E
ESTUDOS DE CASO
1.1 O REGISTRO DO PROJETO COM+ÁGUA.2
metodologia do Projeto COM+ÁGUA.2, para a gestão integrada e participativa
visando o combate e o controle das perdas de água e o uso eficiente de energia
elétrica em sistemas de abastecimento de água selecionados na Chamada Pública
nº 104/2014, está descrita em seis livretos que compõem o Compêndio Metodológico
COM+ÁGUA.2:
O Projeto COM+ÁGUA.2;
Caderno Temático 1 - Mobilização Social;
Caderno Temático 2 - Perdas Reais;
Caderno Temático 3 - Perdas Aparentes;
Caderno Temático 4 - Gestão da Energia;
Caderno Temático 5 - Planejamento e Gestão.
O primeiro caderno é uma apresentação geral do COM+ÁGUA.2, suas Áreas Temáticas –
AT e a integração entre elas, as capacitações gerais e em processo e aspectos
metodológicos. Os seguintes são dedicados a cada uma das AT, detalhando-as para melhor
compreensão e replicação da metodologia.
A aplicação prática do projeto nas duas áreas prioritárias selecionadas na chamada pública,
ocorrida por meio de assistência técnica de consultores do Consórcio WMI/NG
INFRA/SAGE às equipes da Companhia Pernambucana de Saneamento - COMPESA e
Empresa Baiana de Água e Saneamento S.A. - EMBASA, são apresentadas em dois
livretos de estudos de caso:
Estudos de Caso –COMPESA;
Estudos de Caso – EMBASA.
Juntas, as oito publicações compõem uma caixa de onde se podem sacar oportunidades de
conhecer uma metodologia diferenciada, em que a Gestão Integrada & Participativa e a
Mobilização Social se apresentam como fatores de mudança cultural a provocar as
empresas de saneamento a encontrarem um caminho fértil para o controle e diminuição das
perdas em seus sistemas de produção e abastecimento de água.
Boa leitura e uso!
A
2 O PROJETO COM+ÁGUA.2 –
DESCRIÇÃO METODOLÓGICA GERAL
om a média do índice de perdas por ligação no país de 343 litros/ligação/dia,
representando 38% de perdas na distribuição (SNIS, 2016) e a avaliação de
especialistas do setor energético de um potencial de economia no saneamento que
excede os 25% do consumo atual, o projeto COM+ÁGUA.2 foca sua metodologia para
alcançar os seguintes objetivos:
Modernizar os processos voltados à redução de perdas reais e aparentes de água,
uso eficiente de energia elétrica, cobrança justa e adequada de tarifas,
desenvolvimento gerencial, aumento da capacidade de investimento;
Institucionalizar rotinas de gerenciamento de perdas de água e energia elétrica
decorrentes dos processos operativos dos sistemas de abastecimento de água;
Aumentar a capacidade de desenvolvimento de projetos e do gerenciamento
energético;
Desenvolver a capacidade de mobilização e comunicação interna e externa para
dar sustentabilidade, governabilidade e perenidade aos programas implantados;
Estimular o intercâmbio e a replicação de experiências bem-sucedidas;
Contribuir para a universalização dos serviços de saneamento ambiental, com
benefícios adicionais para o meio ambiente e a saúde.
A primeira e a segunda versão do COM+ÁGUA apropriaram-se da moderna experiência
nacional e internacional para a melhoria do desempenho operacional dos sistemas de
abastecimento. O arcabouço metodológico voltado para o combate às perdas de água está
baseado no desenvolvido por pesquisadores da International Water Association - IWA e visa
internalizar e amplificar estas experiências no Brasil.
O destaque da metodologia COM+ÁGUA.2 é o planejamento e a execução de ações de
forma integrada e participativa, tendo a mobilização social como o diferencial para a
mudança cultural tanto interna, das equipes das empresas, quanto externa, das populações
atendidas pelo abastecimento de água. Essas ações são desenvolvidas por subprojetos,
que na segunda versão do COM+ÁGUA foram estruturados por Áreas Temáticas.
2.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL:
Desenvolvimento de Instâncias e da Gestão Participativa, Comunicação Interna e
Externa, Educação e Cultura.
C
2.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS:
Macromedição e Automação, Sistema Cadastral e Modelagem Hidráulica, Gestão
do Distrito de Medição e Controle - DMC, Controle de Pressão e Controle Ativo de
Vazamentos, Gestão de Ativos.
2.3 ÁREA TEMÁTICA 3 - PERDAS APARENTES:
Desenvolvimento do Cadastro Comercial, Desenvolvimento da Micromedição,
Combate aos Usos Não Autorizados.
2.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DA ENERGIA:
Medidas Administrativas e de Redução de Gastos com Energia Elétrica, Projetos de
Eficiência Energética com a Redução de Consumos e Demandas de Energia
Elétrica, Manutenção Preventiva e Preditiva Eletromecânica, Alternativas e
Oportunidades de Microgeração em Sistemas de Abastecimento de Água.
2.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO:
Abordagem sobre a Revisão de Critérios de Projeto e Construção, Gestão e o
Controle de Qualidade na Aquisição de Materiais, Equipamentos e Serviços, Gestão
de Ativos de Infraestrutura, Mudança no Conceito de Operação e Gestão de
Sistemas Distribuidores nos DMC, Contratos de Desempenho Aplicados a Atividade
de Redução e Controle de Perdas de Água e Eficiência Energética, Balanço Hídrico
Top Down, Modelagem Bottom Up, Indicadores.
A estrutura das Áreas Temáticas é um artifício didático para facilitar a compreensão e o
envolvimento do maior número de pessoas no planejamento e execução das ações, pois
caso contrário, se forem entendidos de forma segmentada, ferem o cerne do
COM+ÁGUA.2, ou seja, a gestão integrada e participativa. É preciso olhar a metodologia
vendo o todo e as partes, nesse fluxo contínuo das particularidades que compõem o todo.
Esta visão não é uma tarefa simples, pois há uma diversidade de ações que vão da
engenharia complexa como a modelagem hidráulica e compilação de dados para compor o
Balanço Hídrico, passando pela gestão de contas de energia elétrica, processos comerciais
e de mobilização social.
O conteúdo de cada Área Temática, descrito acima, tem uma série de ações a serem
desenvolvidas por seus pares nos prestadores e que devem ser detalhadas quando da
elaboração dos planos de ação na forma de subprojetos. E estes, de forma integrada
comporão o Plano de Gestão Integrada – PGI.
A implantação do COM+ÁGUA.2 inicia com a pactuação da direção quanto a metodologia e
suas necessidades, entre elas a constituição do Comitê Gestor - CG e dos Grupos de
Trabalho – GT. São essas instâncias que vão elaborar os planos de ação para cada Área
Temática, tendo como roteiro os subprojetos e dessa forma integrá-los no PGI. Entre as
ações iniciais está o diagnóstico técnico-social que apontará o caminho para estabelecer o
Distrito de Medição e Controle – DMC e suas necessidades para o combate e redução das
perdas de água, servindo de base para o CG e os GT no planejamento dos planos de ação
e das versões do PGI. O DMC pode ser definido como a área da rede de distribuição obtida
pelo fechamento permanente ou temporário de válvulas limítrofes, na qual a quantidade de
água que entra e sai é medida. Em paralelo, as equipes das empresas de saneamento
básico passam por intenso processo de capacitação, participando de cursos e encontros
temáticos como também sendo acompanhados por consultores especialistas em suas
rotinas, em capacitação em processo e oficinas. O organograma abaixo sistematiza as
etapas do COM+ÁGUA.2.
SUBPROJETOS FIGURA 1.
Fonte: COM+ÁGUA
FLUXO DE IMPLANTAÇÃO FIGURA 2.
Fonte: COM+ÁGUA
O DMC passa a ser então um laboratório de campo no qual as equipes técnicas,
comerciais, sociais e operacionais executam atividades técnicas, a partir de um
planejamento integrado previamente estabelecido no Comitê Gestor e onde são aplicados
os conhecimentos teóricos das capacitações. Esse experimento híbrido que envolve a
comunidade e a empresa visa a colher um conjunto de dados e interpretações para a
produção de um balanço hídrico que irá balizar ações efetivas de diminuição das perdas
reais e aparentes nos DMC. Esse procedimento é introjetado como uma nova cultura de
gestão intersetorial e então exportado para outros setores do sistema, numa progressão que
visa a uma diminuição sustentável do índice de perdas.
2.6 CONHECER PARA MUDAR E MELHORAR OS
PROCESSOS
O projeto COM+ÁGUA.2 tem por objetivo o fortalecimento técnico e institucional dos
prestadores de serviço a partir de atividades de capacitação e assistência técnica para a
implantação de ações de redução e controle de perdas de água e uso eficiente de energia
elétrica. A transferência de conhecimento e a implantação da metodologia de gestão
eficiente de água e energia nos sistemas de abastecimento selecionados se deram por meio
de três categorias de capacitação: em processo, encontros temáticos e cursos. As
atividades contaram com um público não só das equipes das duas Áreas Prioritárias, como
também de outras unidades e setores afins, uma vez que a metodologia está implantada em
algumas unidades e em processo de ampliação para toda a companhia.
2.6.1 CAPACITAÇÃO EM PROCESSO
Durante o período de assistência técnica do Ministério das Cidades, por meio dos
consultores do Consórcio WMI/NG INFRA/SAGE, para a implantação do COM+ÁGUA.2 nas
Áreas Prioritárias, foram realizadas dezenas de visitas. Estas consistiram no
acompanhamento às equipes de cada Área Temática em suas rotinas de campo e
procedimentos cotidianos visando à implantação da metodologia do projeto e dos
conhecimentos aprimorados ou apresentados durante os encontros temáticos e cursos.
Foram realizados 20 encontros temáticos, sendo 10 na COMPESA e 10 na EMBASA, com
oito horas de carga horária, com participação total de 682 pessoas. Os eventos eram
realizados por palestrantes de renome nacional e internacional, ora nas unidades do interior,
ora nas capitais dos Estados, com participação ampliada para equipes de outras unidades e
setores afins. Os encontros tinham seus conteúdos relacionados às Áreas Temáticas.
Os cursos foram capacitações com aprofundamento teórico e prático, com 24 horas de
duração, e a exemplo dos Encontros Temáticos, também revezavam o local de realização
entre as capitais e as cidades do interior das unidades. Realizados por especialistas de
renome nacional e internacional, contaram com a participação de 545 pessoas, tanto das
Áreas Prioritárias quanto de outras unidades e setores afins e os conteúdos estavam
relacionados aos subprojetos das Áreas Temáticas.
2.7 VISITAS DE INTERCÂMBIO TÉCNICO A
PRESTADORES NACIONAIS
O COM+ÁGUA.2 teve ainda intercâmbio técnico, com visitas de profissionais da COMPESA
e EMBASA à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP, em
São Paulo/SP; à Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento – SANASA, em
Campinas/SP e à a BRK AMBIENTAL, Unidade Limeira/SP. O objetivo foi conhecer, por
meio de exposições e visitas técnicas, as experiências exitosas em controle de perdas de
água e eficiência energética desses prestadores de serviço. Os temas priorizados nas
visitas foram:
Processos de aquisição de materiais, equipamentos e serviços;
Critérios de projeto e obras em sistemas de água;
Gestão do parque de hidrômetros;
Gestão de pressões;
Controle ativo de vazamentos;
Regularização de usos não autorizados;
Balanço Hídrico.
3 A ÁREA PRIORITÁRIA DE
CARUARU
3.1 CARUARU – ÁREA PRIORITÁRIA 1
3.1.1 O MUNICÍPIO
ocalizada no Vale do Ipojuca, a cidade de Caruaru é o município mais populoso do
interior de Pernambuco e destaca-se como o mais importante polo econômico,
médico-hospitalar, acadêmico, cultural e turístico do Agreste,
3.1.2 DADOS DE CARUARU - PE
Área territorial (IBGE, 2016): 920,610 km².
População (IBGE, Censo 2010): 314.912 pessoas.
População estimada (IBGE, 2017): 356.128 pessoas.
Domicílios particulares permanentes (IBGE, 2010): 96.310.
Número de economias ativas abastecidas residenciais (IBGE, 2008): 91.972.
Densidade demográfica (IBGE, 2010): 342,07 hab./km².
Esgotamento sanitário adequado (IBGE, 2010): 81,3 %.
Internações por diarreia (IBGE, 2016): 0,3 internações por mil habitantes.
Clima: tropical do tipo semiárido, com pouca pluviosidade ao longo do ano, sendo
junho e julho os meses mais chuvosos e outubro o mês mais seco.
Temperatura: entre 21.7 °C a 24°C.
Altitude: 554 m.
L
Índice pluviométrico: 551 mm.
3.2 CARACTERÍSTICAS DA AP 1 - SISTEMA
INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - SIAA
CARUARU
O abastecimento de água da cidade de Caruaru é realizado através do manancial do Prata,
localizado a 36,6 km de distância da cidade, por meio dos Sistemas Prata, Pirangi e
Jucazinho. A água bruta captada é bombeada para uma estação de tratamento por três
conjuntos motobombas em paralelo, com potência de 900 CV, através das adutoras do
Prata (500 mm de AÇO) e de Camevô (600 mm de FoFo), com extensão de 36 km cada
uma.
A Estação de Tratamento de Água - ETA tem uma concepção de filtração tipo ascendente,
com capacidade de tratamento de 830 L/s, atualmente operando com uma vazão total de
450 L/s. E a distribuição de água tratada ocorre, na maioria da cidade, por meio de
gravidade, com redes variando de 100 mm a 600 mm. Apenas uma parte dos bairros é
abastecida por meio de sistemas de bombeamento.
3.2.1 DADOS DO SIAA CARUARU
Captação: Barragem do Prata.
Estação de Tratamento de Água: ETA Petrópolis (compacta) e ETA Salgado
(convencional).
Reservação: 16 unidades com capacidade total de 13.655m3.
Municípios atendidos: Caruaru.
Zonas de Abastecimento: 23.
MAPA DE CARUARU FIGURA 3.
Alagoas
Bahia
Paraíba
Pernambuco
Ceará
Piauí Caruaru
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Caruaru#/media/File:Brazil_Pernambuco_location_map_Municip_Caruaru.svg
Ligações existentes: 105.081 (ligações ativas com referência de abril/2018).
Ligações ativas hidrometradas: 92.560 (referência abril/2018).
Economias ativas: 113.904.
Habitantes atendidos: 420.324.
Equipe própria março/2017: 153.
Equipe terceirizada março/2017: 198. Estagiários março/2017: 7.
Jovem Aprendiz: 1.
3.3 CARACTERÍSTICAS DO DISTRITO DE MEDIÇÃO E
CONTROLE – DMC BOA VISTA I
O DMC Boa Vista I está localizado no Bairro Boa Vista, um conjunto habitacional implantado
pela Cohab, com quadras e arruamentos bem definidos, predominância de ocupações
regulares e que foi entregue com rede de distribuição de água.
Atualmente bem estruturado e
caracterizado predominantemente
por ocupações de classe média, Boa
Vista conta, no seu entorno (Boa
Vista I e II), com diversas entidades e
equipamentos sociais, tais como a
Associação dos Moradores do Boa
Vista I e II, Centro de Saúde, UPA,
Escola de Referência em Ensino
Médio Professor Lisboa, Colégio
Mestre Divino, Centro Educacional
Vital, Paróquia Nossa Senhora de
Fátima, Pastoral Social, Igreja Batista
Memorial, Casa Allan Kardec,
Sociedade Esportiva Boa Vista, além
de quadras de esporte para usufruto
da população. Destaca-se ainda um
espaço para feira, realizada
semanalmente.
A região, especialmente na Av. Caruaru (que divide os dois bairros), possui um comércio
bastante diversificado, contando com supermercados, padarias, farmácias, lojas, oficinas
mecânicas e diversos outros estabelecimentos.
3.3.1 DADOS DO DMC BOA VISTA I (SETOR 461)
Reservação: 355m3.
Zona de Abastecimento: Setor 461.
Ligações existentes: 2.825.
Ligações ativas hidrometradas: 2.545.
Economias ativas: 3.180.
ÁREA ABRANGÊNCIA DMC BOA FIGURA 4.VISTA I
Fonte: Google Maps
Habitantes atendidos: 7.184 habitantes.
Extensão de rede de água: 10.953,61 m.
4 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO
4.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL
o Brasil, as perdas de água e de energia têm sido um dos principais problemas que
afetam a eficiência dos serviços de abastecimento de água. Trata-se de um dos
pontos frágeis dos sistemas de saneamento e das empresas que operam esses
serviços, mostrando a fragilidade da gestão de grande parte do setor, evidenciando um
desafio às três esferas governamentais.
Conforme INÁCIO & PORTELLA (s/d)1:
“historicamente, os Programas de Controle e Redução de Perdas de Água têm sido focados nas ações técnico-operacionais (macromedição, instalação de novos hidrômetros, modernização de trechos das redes de distribuição, etc.) e/ou em campanhas educativas de uso racional da água para os usuários. Esses programas demonstraram uma eficácia limitada, uma vez que os resultados imediatos decorrentes da sua implantação, muitas vezes, não permanecem sustentáveis a médio e longo prazo”.
Num processo de mobilização social parte-se do entendimento de que um programa
eficiente e sustentável de controle e redução das perdas de água deve contribuir para um
processo de mudança cultural, que deve ser internalizado por todos os funcionários do
prestador de serviço e, da mesma forma, disseminado na sociedade. Um programa que
envolva a concertação de objetivos comuns e ações articuladas envolvendo todos os
setores da estrutura organizacional e todas as classes de usuários do sistema de
abastecimento.
Nessa perspectiva, o componente da mobilização social assume um papel de grande
importância no combate às perdas de água na medida em que contribui para o
fortalecimento de uma cultura onde a água é percebida como patrimônio do planeta,
condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. E sendo o direito à água
um dos direitos fundamentais do ser humano, sua manipulação deve ser feita com
racionalidade, precaução e parcimônia2.
No âmbito do Projeto COM+ÁGUA.2, a mobilização social pode ser descrita como um
processo dinâmico e permanente de envolvimento, comprometimento e mudança de valores
e comportamentos, através da implantação de uma gestão integrada e participativa que
aciona e contém quatro dimensões, que possuem interfaces e interdependências:
Organização, Comunicação, Educação e Cultura.
1 Inácio, Rodolfo Alexandre Cascão & Portella, Rosalva Alves. A Mobilização Social nos Programas de
Controle e Redução de Perdas de Água. 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 2 Declaração Universal dos Direitos da Água – 1992
N
4.1.1 DIAGNÓSTICO
O primeiro passo para o planejamento da gestão integrada e participativa de combate às
perdas de água e uso eficiente de energia elétrica nos sistemas de abastecimento de água
é fazer o diagnóstico técnico-operacional dos quatro eixos estruturantes da mobilização
social: organização, educação, comunicação e cultura. A esse levantamento de dados
juntam-se impressões gerais que estabelecem a radiografia do estado da arte da
mobilização social e da existência ou não de uma cultura institucional de uso eficiente de
água e energia, culminando na elaboração de um diagnóstico situacional para um primeiro
panorama das potencialidades existentes e de alguns dos desafios a serem enfrentados
pela AT 1, ao longo do percurso do projeto.
Na Área Prioritária do SIAA Caruaru, o cenário de implantação do COM+ÁGUA.2, em
agosto/2016, apontava para o que segue.
4.1.1.1 ORGANIZAÇÃO
O Núcleo de Articulação Socioambiental - NAS, sediado em Caruaru, está vinculado à
Assessoria de Articulação Socioambiental – AAS/Diretoria de Articulação e Meio Ambiente -
DAM, ambas em Recife, sendo composto por uma assistente social e duas estagiárias. O
NAS faz o trabalho de relação com a comunidade, atende as demandas das Gerências de
Negócios Regional - GNR Agreste Central (incluindo Caruaru e Riacho das Almas), GNR de
Ipojuca (Belo Jardim), Alto Capibaribe (Santa Cruz do Capibaribe) e Una (Agrestina).
Para o atendimento à população existem duas lojas em Caruaru, uma no centro, com
funcionários terceirizados, e outra, Expresso Cidadão, no Caruaru Shopping, que conta com
funcionários próprios e terceirizados. O NAS eventualmente é acionado pelos atendentes
dessas lojas para que possa apoiá-los nos casos de dificuldades/atrasos no
equacionamento de demandas da população. Realiza ainda laudos sociais para o
cadastramento de moradores na tarifa social e quando as redes de abastecimento ou
esgoto estouram e provocam algum tipo de dano às residências, visando reparos e
eventuais indenizações. O NAS tem um ferramental de registro histórico dos atendimentos
de cada usuário incluindo informações como tipos de demandas, atendimentos, repasses de
informações, entre outras.
Há uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CIPA, composta por 14
funcionários, entre efetivos e suplentes, para um mandato de dois anos. Reúne-se
mensalmente e é organizada em comissões. Entre os trabalhos realizados, destacam-se a
inspeção periódica dos locais de trabalho, que geram relatórios encaminhados às
coordenações e à direção, pesquisas de clima organizacional, semanas de palestras e
atividades, entre outras atividades junto aos funcionários.
Em Caruaru não existe um núcleo/setor responsável especificamente pelo combate às
perdas de água, nem um trabalho mais articulado e contínuo entre as coordenações, onde
se planeje, execute e avalie as ações de combate às perdas.
4.1.1.2 COMUNICAÇÃO
Caruaru não conta, no organograma, com uma área de comunicação e/ou assessoria de
imprensa; apenas um profissional de jornalismo terceirizado, residente na cidade, faz
assessoria de imprensa junto aos jornais locais e os grandes canais de televisão que têm
repetidoras locais. Na sede, em Recife, há uma Assessoria de Comunicação que realiza
toda comunicação externa, capta matérias da imprensa, coleta informações junto às
unidades do prestador e produz releases para a imprensa. Mantém o blog externo, site da
COMPESA, perfis no Twitter e Facebook, sendo também responsável pela produção de
materiais informativos e educativos voltados para o público externo.
Em 2016 criou-se a Elo, uma equipe que trabalha com a comunicação interna. A partir da
reestruturação da intranet foram publicados o Elonews (notícias na intranet ou por e-mail),
Elozap (Whatsapp) e EloMulher (notícias e matérias voltadas ao público feminino). Produz
também um boletim eletrônico, folhetos e materiais educativos internos ou de divulgação em
pequena escala. Existem também murais em todos os andares da unidade, bem como nas
Estações de Tratamento de Água - ETA, onde são afixadas informações de ações
específicas.
4.1.1.3 EDUCAÇÃO
As ações de educação ambiental são desenvolvidas pelo NAS predominantemente em
Caruaru, sendo voltadas para o público externo, envolvendo visitas e palestras em escolas
e junto a outros segmentos. Para esse trabalho, que mescla ações sociais e ambientais, há
um kit de apoio com jogos e outros materiais didáticos. Também promove visitas guiadas às
unidades da COMPESA com lideranças comunitárias, alunos de escolas e de
universidades, entre outros públicos.
Dentre as ações desenvolvidas, destaca-se o Projeto Por Dentro da COMPESA (atualmente
denominado Universo COMPESA), que permite aos usuários conhecer os serviços
prestados e seus aspectos operacionais, bem como entender o percurso interno de uma
eventual demanda junto a empresa, tais como: falta de água na residência, problemas no
hidrômetro, entre outras.
O NAS tem outros programas e projetos socioambientais com interfaces com a mobilização
social, envolvendo ações junto às escolas, famílias, comunidades, empresas e outros
segmentos, como o De Bem com a Rede e o Encontro com Parceiros. Costuma também
realizar palestras e gincanas por solicitação das escolas ou articuladas com algum projeto
em curso, bem como realiza e participa de eventos e campanhas junto a parceiros locais
(prefeituras, órgãos estaduais, TV, ONG, etc.), apresentando as ações desenvolvidas pela
COMPESA.
Para os processos de capacitações e treinamentos internos, a unidade de Caruaru dispõe
de auditório com Datashow e a possibilidade de parcerias com instituições locais. O núcleo
promove também treinamentos/acompanhamentos pontuais junto às equipes sociais que
são contratadas quando da realização de obras de saneamento, orientando-as acerca dos
procedimentos adotados pela COMPESA junto à população, formas de comunicação, entre
outras ações de apoio e suporte.
4.1.1.4 CULTURA
As atividades culturais acontecem especialmente quando dos eventos de integração e
informais, promovidos pelos próprios funcionários. Não existe um núcleo artístico que possa
apoiar as ações de sensibilização, mobilização e educação ambiental voltadas tanto para o
público interno quanto para o externo. Em alguns casos, buscam parceiros locais ou
contratam por apresentações. No entanto, existem talentos internos (palhaço, cordelistas,
atores, mamulengos, forrozeiros, músicos, cantores) com potencial para os trabalhos de
mobilização social.
4.1.2 A IMPLANTAÇÃO
O desenvolvimento da AT 1, que compreende ações nos quatro eixos estruturantes da
mobilização social, se dá pela implantação dos três subprojetos que integram a mobilização
social: Desenvolvimento de Instâncias e da Gestão Participativa; Comunicação Interna e
Externa e Educação e Cultura, seguindo as ondas da mobilização, partindo do núcleo
central que é o Comitê Gestor - CG, ampliando para os Grupos de Trabalhos - GT das AT,
reuniões setoriais, Agentes de Combate às Perdas - ACP, lideranças e comunidade em
geral.
Na implantação do COM+ÁGUA.2, as diretrizes metodológicas da AT 1 serviram de
referência no percurso do projeto, norteando tanto o planejamento das ações quanto a
elaboração e implementação dos planos de ação, por parte do Grupo de Trabalho da
Mobilização Social - GT MOB, num processo de diálogo permanente com a consultoria.
4.1.2.1 SUBPROJETO DESENVOLVIMENTO DE INSTÂNCIAS E DA GESTÃO
PARTICIPATIVA
Comitê Gestor - CG
Parte importante das atividades preparatórias de implantação do COM+ÁGUA.2 envolveu a
constituição do Comitê Gestor, instância fundamental para o adequado desenvolvimento do
projeto, especialmente em função de não haver, em Caruaru, conforme diagnóstico
situacional, ações intersetoriais estruturadas para o combate às perdas. Como instância
estratégica, o Comitê Gestor, em diálogo permanente com a consultoria das diversas Áreas
Temáticas - AT, era o responsável pelo monitoramento e a avaliação periódica das ações
do projeto, promovendo os devidos ajustes no processo, cabendo à assistência técnica em
mobilização social o acompanhamento, apoio e suporte ao mesmo.
Em Caruaru, o Comitê Gestor não foi institucionalizado através de portaria, decreto ou outro
instrumento formal, apesar das recomendações da consultoria e de encaminhamentos
nesse sentido. No entanto, tinha sua composição respaldada pela Gerência Regional,
também integrante do mesmo.
A capacitação do Comitê Gestor e dos Grupos de Trabalho era realizada através das visitas
regulares da assistência técnica, oficinas, encontros temáticos e cursos, abrangendo
conteúdos de engenharia e de mobilização social, planejamento e gerenciamento de
projetos. A AT 1, através da consultoria e do GT MOB, promoveu, ao longo do percurso do
projeto, oito reuniões com o CG que visavam ao nivelamento e compartilhamento de
informações, como também a discussão de problemas e desafios enfrentados, bem como a
definição de encaminhamentos necessários para o adequado andamento do projeto.
Nessas visitas técnicas evidenciou-se a pouca regularidade das reuniões do Comitê Gestor,
o que comprometia o planejamento e o monitoramento das ações. Dificuldade decorrente
tanto da inexistência de uma cultura interna de trabalhos mais articulados e intersetoriais,
como também em função das inúmeras e frequentes demandas diante do quadro de
escassez hídrica, de rodízios e problemas no abastecimento enfrentados em Caruaru.
Aliado a isso, as dificuldades enfrentadas na disponibilização de recursos e equipamentos
também comprometeram a implementação das ações necessárias.
Diante desse cenário, a partir do Encontro Temático de Sensibilização de Dirigentes e
Gestores, realizado em abril/2017, na sede da COMPESA, em Recife, avaliou-se a
importância de visitas técnicas integradas periódicas com a presença dos consultores das
demais AT no sentido de possibilitar, através de reuniões e oficinas com os GT e Comitê
Gestor, um diálogo mais integrado frente aos desafios enfrentados e a pactuação de ações,
encaminhamentos e prazos.
Apesar dos problemas enfrentados e da crise hídrica vivenciada em Caruaru, que
sobrecarregou de forma significativa as equipes da COMPESA comprometendo o
andamento do COM+ÁGUA.2, foram destacados nas avaliações do CG os seguintes
aspectos:
Significativa evolução interna, relacionada ao combate às perdas, visualizando-se
uma mudança de paradigma, especialmente relacionada à Área Temática 2 -
Perdas Reais, devendo-se ampliar essa disseminação interna dos preceitos do
FOTO 1. REUNIÃO DOS CONSULTORES COM INTEGRANTES DO COMITÊ GESTOR DE CARUARU
Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2
COM+ÁGUA.2 para as equipes de campo, que atuam na ponta, e ao nível de
operação;
A excelência e importância das capacitações, que possibilitaram maior qualificação
dos funcionários;
Atuação do Grupo de Trabalho da Mobilização Social - GT MOB, conseguindo
agregar um grupo de funcionários voluntários que, apesar de não serem da área
social, tiveram boa interação, criatividade, desenvolvendo ações diferenciadas,
interna e externamente, destacando-se apresentações de teatro e mamulengo. E
que, havendo um incentivo institucional, existe potencial para a desenvolvimento de
diversas ações de comunicação e mobilização social;
Maior engajamento e implicação dos funcionários, abrindo/ampliando os canais de
comunicação, o que acabou por triplicar o número de solicitações de combate à
vazamentos e desperdícios;
Os resultados alcançados, mesmo com a não efetivação do DMC, possibilitando
expressiva economia de recursos;
Constatação de que, diante do estágio em que se encontram, frente aos resultados
alcançados no DMC Boa Vista, podem avançar/concluir as ações, existindo um
desejo de continuidade, de avançarem na mudança de paradigma, com a
perspectiva de avanços importantes nas demais áreas da cidade.
Grupo de Trabalho de Mobilização Social – GT MOB
A estrutura da COMPESA, em especial do NAS, em Caruaru, foram de fundamental
importância para o desenvolvimento das ações da AT 1/GT MOB, servindo de suporte para
a organização dos materiais disponibilizados pelo projeto, bem como para as reuniões de
planejamento e monitoramento das ações. O GT MOB, além da assistente social e
estagiárias, integrantes da equipe do NAS, era composto também por funcionários de
diversas áreas da COMPESA Caruaru, sendo que essa composição foi sendo enriquecida
ao longo da execução do trabalho.
Essa composição diversa, com integrantes de várias áreas da operadora trouxe, além das
habilidades e talentos, importantes olhares e contribuições para o trabalho do GT MOB,
favorecendo um melhor entendimento da cultura organizacional e dos processos internos
relacionados ao combate às perdas de água, enriquecendo as discussões, o diálogo com o
Comitê Gestor, bem como o planejamento e o desenvolvimento das ações.
A partir do diagnóstico situacional, ponto de partida para implantação do COM+ÁGUA.2, os
primeiros esforços da consultoria da AT 1 junto ao GT MOB se deram no sentido da
capacitação de seus integrantes para o trabalho de mobilização social, envolvendo os
objetivos centrais, os eixos de trabalho e a importância do diálogo permanente com as
demais AT.
Destaca-se, nas atividades preparatórias do projeto, o papel importante do GT MOB na
constituição do Comitê Gestor e dos Grupos de Trabalho e, especialmente, no apoio às
consultorias no processo de elaboração dos Planos de Ação/Plano de Gestão Integrada -
PGI, dando suporte no agendamento, comunicação e organização das reuniões periódicas
com o CG quando das visitas técnicas.
No percurso do trabalho, uma das fragilidades identificadas dizia respeito ao processo de
compartilhamento de informações pelas demais AT com o GT MOB acerca do andamento
do projeto, dos resultados alcançados e desafios enfrentados ao longo do percurso, o que
subsidiaria a produção periódica de boletins informativos (em meio digital e/ou impresso) a
serem encaminhados aos funcionários, no sentido de atender a um dos objetivos centrais
do trabalho de mobilização social.
A ênfase na importância desse compartilhamento de informações foi sempre um tema
importante das reuniões do CG, tendo sido criado, no percurso do projeto, formulário que
possibilitava um melhor registro das ações desenvolvidas, bem como alternativas de
comunicação interna, utilizando-se um e-mail específico e grupo via ferramenta WhatsApp,
no sentido de uma maior/melhor difusão das informações.
Plano de Gestão Integrada - PGI
A elaboração dos PGI, conforme metodologia de implantação do COM+ÁGUA.2, se
configurava como uma etapa preparatória de grande importância para o desenvolvimento
das ações do projeto. Durante o processo de elaboração do PGI versão 1 – PGI 1 foram
feitos diversos contatos e reuniões dos consultores com os GT/CG, no sentido de
esclarecimentos e orientações, culminando no encaminhamento do mesmo, pela Gerente
Regional, em outubro/16, à equipe do Consórcio.
Tendo como referência o PGI encaminhado e as análises realizadas pelo Consórcio, o
encontro temático, ocorrido em abril/17, que contou com a presença do Ministério das
Cidades e da COMPESA, possibilitou uma avaliação crítica do panorama do projeto nas
unidades de Caruaru e Salgueiro e de suas perspectivas, viabilizando a discussão e
definição de encaminhamentos visando ajustes e avanços no projeto.
A partir do Encontro Temático foram realizadas visitas técnicas integradas que contaram
com a presença dos consultores das AT atuantes no projeto, possibilitando o adequado
monitoramento das ações, o acompanhamento do processo da disponibilização de recursos
e equipamentos e a definição de ajustes necessários ao prosseguimento das ações.
Reuniões Setoriais
Como etapa importante no processo de implantação do COM+ÁGUA.2, as reuniões
setoriais, tinham como finalidade promover o envolvimento e a participação dos funcionários
no projeto através da apresentação de seus objetivos e eixos centrais, bem como
possibilitar o levantamento, discussão e construção coletiva de propostas de ações, a serem
integradas ao PGI. E também solicitar a adesão de voluntários como Agentes de Combate
ao Desperdício - ACD, atuando como multiplicadores do COM+ÁGUA 2.
Inicialmente programadas para dezembro/16, foram realizadas, em Caruaru, em março/17,
em função do processo de revisão/finalização do PGI, que demandou a necessidade de
remanejamento de datas e atividades então programadas. Foram precedidas de encontros
da consultora da AT 1 junto ao GT MOB e ao Comitê Gestor para o planejamento e
organização das setoriais, envolvendo:
Levantamento da quantidade de funcionários por áreas e diálogo com as
respectivas coordenações visando o agendamento da participação;
Estruturação da programação, com a discussão e definição dos conteúdos a serem
abordados, responsáveis e dispositivos a serem utilizados;
Encaminhamento dos convites aos participantes.
Visando a divulgação/apresentação das reuniões setoriais foi produzido um boletim
informativo, com convite encaminhado via WhatsApp, bem como banner explicativo
contendo os objetivos e a programação. Também cabe destacar, como parte da
programação, a apresentação de um teatro de mamulengos, produzido e encenado pelos
integrantes do GT MOB.
Foram realizadas ao longo da semana, em Caruaru, 10 reuniões setoriais, de três horas de
duração. Posteriormente, foi realizada uma nova reunião, agora junto aos leituristas.
A Gerência de Negócios Regional possuía, em 2017, um total de 339 funcionários, sendo
198 terceirizados, 153 de quadro próprio, sete estagiários e um Jovem Aprendiz.
Participaram das reuniões setoriais, 84 funcionários do quadro próprio e 111 terceirizados
(somando aqui com os estagiários e Jovem Aprendiz), equivalendo a 53% de participação
do total.
FOTO 2. REUNIÃO SETORIAL FOI O MOMENTO DE DISCUTIR PROPOSTAS PARA O COMBATE AS PERDAS DE ÁGUA E USO EFICIENTE DE ENERGIA
Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2
As reuniões setoriais favoreceram uma maior sensibilização dos participantes acerca da
realidade hídrica de Pernambuco e Caruaru, dos desafios que envolvem o abastecimento
de água e da importância de uma atuação mais planejada para o combate às perdas. E
como resultado das discussões, foram levantados diversos problemas e propostas,
sugerindo revisões/aprimoramentos em uma série de práticas cotidianas e rotinas
operacionais. Essas propostas foram sistematizadas e encaminhadas ao Comitê Gestor,
para as devidas análises, visando à devolução aos ACD e incorporações ao PGI.
Agentes de Combate ao Desperdício - ACD
Na ocasião das reuniões setoriais foram constituídos 57 ACD, funcionários que, a partir das
apresentações e discussões ocorridas, se voluntariaram a participar do projeto como
agentes multiplicadores e executores das ações do COM+ÁGUA.2. O objetivo central era
envolver os ACD no trabalho de mobilização social, apoiando as ações a serem
desenvolvidas pelo GT MOB, previstas no Plano de Ação da AT 1 tanto junto ao público
interno, quanto as destinadas à população do DMC. No entanto, algumas dificuldades se
fizeram presentes, comprometendo a participação dos ACD, destacando-se a redução das
atividades no DMC, por parte da área de engenharia, em função de dificuldades/entraves na
liberação de recursos e de equipe, gerando insegurança no GT MOB em empreender ações
mais assertivas de mobilização na região.
Nesse sentido, apesar das ações previstas no Plano de Mobilização Social, que envolviam,
entre outras, a formação/capacitação dos ACD e participação dos mesmos nas atividades
de mobilização junto à população do DMC, a ausência de um trabalho mais sistemático de
sensibilização e comunicação junto aos ACD, acabou por comprometer um maior
envolvimento dos mesmos.
Em junho/17, foi promovida, pelo GT MOB, uma primeira reunião com os ACD, mas que
contou com uma participação pouco expressiva dos envolvidos, sendo avaliado que, além
das dificuldades de ausentar-se de seus respectivos locais de trabalho, em função das
QUANTITATIVO DE FUNCIONÁRIOS – GNR AGRESTE CENTRAL CARUARU FIGURA 5.
Fonte: COMPESA
inúmeras demandas locais (agravadas pelas chuvas intensas que estavam impactando a
região nesse período), existia um sentimento de desinformação, decorrente das fragilidades
no processo de compartilhamento das informações, gerando dúvidas por parte dos
funcionários com relação ao andamento do projeto.
Apesar disso, foram resgatados, nessa reunião, os objetivos centrais do COM+ÁGUA.2,
promovendo também o nivelamento de informações acerca do andamento das ações e do
trabalho de mobilização social, avaliando-se que existe um potencial que ainda pode ser
utilizado pela operadora em prol do controle e redução das perdas de água e do uso
eficiente de energia elétrica.
Nos processos de revisão/ajustes do Plano de Mobilização Social foi destacada a
importância do trabalho junto aos ACD, com planejamento de novas reuniões e incremento
do envolvimento dos mesmos nas ações de mobilização, ações essas que acabaram não se
efetivando em função das dificuldades/entraves no projeto. Mas cabe destacar, conforme
avaliações, que grande parte dos ACD teve papel importante no processo de
compartilhamento das informações a partir das alternativas de comunicação criadas pelo
GT MOB, implicando-se com os objetivos centrais do COM+ÁGUA 2.
4.1.2.2 SUBPROJETO COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA
Nas diversas reuniões realizadas, tanto junto ao GT MOB e Comitê Gestor, enfatizava-se a
importância da construção, ao longo do percurso do projeto, de estratégias e dispositivos
diversos de sensibilização e comunicação interna, no sentido de favorecer uma melhor
compreensão das ações em curso, dos desafios enfrentados, resultados alcançados, entre
outros, no sentido de manter os funcionários informados, sensibilizados e mobilizados para
o alcance dos objetivos centrais do COM+ÁGUA.2.
No entanto, as dificuldades enfrentadas nessa difusão de informações foi um dos principais
fatores que comprometeram um melhor desenvolvimento das ações de comunicação interna
em Caruaru. Entre elas, a falta de conhecimento das ações que estavam sendo
desenvolvidas pelas demais AT, fundamentais para a produção de boletins periódicos
internos sobre o andamento do projeto.
Também merece destaque a sobrecarga de trabalho da assistente social, figura de
referência do GT MOB, que, além das atribuições inerentes ao cargo, também atuava como
suporte ao Comitê Gestor e demais Grupos de Trabalho, estabelecendo contatos
permanentes com os consultores no intuito de garantir a realização das atividades de cursos
e capacitações e participação dos empregados. E as dificuldades de deslocamento,
demandas e cobranças internas (em diferentes setores/coordenações), dificultando uma
maior dedicação dos demais integrantes do GT MOB.
Nessa perspectiva, houve um grande esforço do GT MOB no sentido de encontrar
alternativas que pudessem fazer frente às dificuldades enfrentadas, buscando formas mais
simples e viáveis de incrementar a comunicação e potencializar a divulgação de
informações e o envolvimento dos funcionários. Nessa perspectiva, no âmbito da
comunicação interna, destacam-se as seguintes ações:
A criação de e-mail: [email protected] visando o compartilhamento de
informações acerca do percurso do COM+ÁGUA.2, possibilitando a difusão
periódica das ações desenvolvidas/previstas, visitas técnicas, reuniões, cursos,
capacitações, entre outras informações. Esse e-mail possibilitou ainda, a partir da
opção da ferramenta de armazenamento do Google Drive, o armazenamento e o
compartilhamento de arquivos por parte de todos os integrantes dos Grupos de
Trabalho, como materiais de estudo, apresentações em PowerPoint e vídeos;
Criação de um grupo geral pelo aplicativo Whatsapp, no sentido da difusão rápida
de informações acerca de ações do projeto, de demandas e encaminhamentos
internos, bem como o compartilhamento de fotos, vídeos e outros registros das
atividades que estavam sendo realizadas;
Elaboração do 1º Boletim Informativo (março/17) quando das reuniões setoriais,
apresentando o COM+ÁGUA.2 e informações sobre os objetivos e período das
atividades;
Veiculação, pela EloCompesa, de matéria sobre o Curso de Capacitação em
Mobilização Social: Colaboradores participam de Curso de Mobilização Social pelo
projeto COM+ÁGUA.2;
Fonte: COMPESA
BOLETIM INFORMATIVO COM+ÁGUA.2 FIGURA 6.
Veiculação, pela EloCompesa, destacando as atividades desenvolvidas pelo GT
MOB (teatro e mamulengos) nas escolas de Caruaru: Atividades socioeducativas da
Semana da Água COMPESA no interior;
29 mar 2017
DAM, Notícias
Atividades socioeducativas da Semana da Água Compesa no interior
Os Núcleos de Articulação Socioambiental (NAS) distribuídos nas gerências do Interior de Pernambuco, nas regiões do Sertão, Agreste e Matas, desenvolveram diversas ações dentro da programação da Semana da Água Compesa.
Em Petrolina, o NAS Sertão levou ações de educação socioambiental a mais de 400 crianças de diversas escolas do município, através de contação de histórias, apresentação da maquete virtual, dinâmicas e jogos educativos abordando o tema da campanha Água: Preservar e Defender!, promovida pela Compesa este mês, alusiva ao Dia da Água, comemorado no último 22 de março.
Em Caruaru, o NAS Agreste Central promoveu peças teatrais e apresentações de mamulengos encenadas por colaboradores da própria gerência, em escolas do ensino fundamental, alcançando 370 crianças. A temática abrangeu o consumo consciente da água e a preservação dos recursos hídricos, absolutamente essenciais numa região que sofre com a escassez hídrica como é o caso do Agreste pernambucano. Houve ainda mobilização entre os colaboradores e uma visita a ETA Petrópolis com alunos da rede pública estadual de ensino.
No Agreste Setentrional, o Núcleo de Articulação e Meio Ambiente (NAM), em Garanhuns,
24 fev 2017
Colaboradores participam de Curso de Mobilização Social pelo projeto
Com Mais Água 2
Entre os dias 20 e 22 de fevereiro colaboradores das gerências de Caruaru e Salgueiro participaram do Curso ‘Mobilização Social’ promovido pelo projeto Com Mais Água 2, do Ministério das Cidades, programa do Governo Federal. Também participara os empregados que fazem parte dos comitês gestores do projeto que estão sendo desenvolvidos nestas cidades. Durante o evento foram trabalhados assuntos que envolvem a mobilização social, através de oficinas práticas de teatro, mamulengo, abordagens, etc.
A Compesa participou de uma concorrência pública com outras empresas de saneamento do país e foi selecionada junto com a Embasa (Bahia). “As duas companhias recebem apoio técnico para realizar um projeto numa área piloto, o DMC – Distrito de Medição e Controle, onde vazões, pressões e distribuição na rede de água são controladas com o intuito de diminuir perdas de água”, contou a assistente social do Núcleo de Articulação Socioambiental – Agreste Central, Lívia Clemente.
O projeto é dividido em eixos: Mobilização Social, Perdas Reais, Perdas Aparentes, Eficiência Energética e Planejamento e Gestão. “É de suma importância que, num cenário de escassez hídrica, duas cidades que estão respectivamente no Agreste e Sertão do Estado, monitorem sua distribuição de água para redução de perdas. Desta forma poderá controlar melhor a quantidade de água disponibilizada por bairro e poupar seus mananciais. Tudo isso refletirá numa redução de custos financeiros também”, complementa Lívia.
O objetivo do projeto é reduzir perdas de água e eficiência energética, através de uma série de ações de engenharia e mobilização social.
Fonte: http://www.elocompesa.com.br/colaboradores-participam-de-curso-de-mobilizacao-social-pelo-projeto-com-mais-agua-2/
Fonte: COMPESA
realizou atividades socioeducativas em escolas, sempre focando na educação socioambiental das crianças, que são multiplicadoras desse conhecimento em seus meios de convívio. Houve ainda uma visita à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) com alunos e professores do curso de engenharia alimentar da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Campus Garanhuns.
Na Zona da Mata, a equipe do NAS Matas, levou palestras, jogos e dinâmicas a escolas das cidades de Vitória de Santo Antão, Carpina, Timbaúba e Paudalho. Em Carpina, houve ainda uma oficina de produção de sabão, abordando a importância de descartar corretamente o óleo de cozinha e de reaproveitar esse material, evitando o seu descarte na rede coletora e nos corpos hídricos. O Núcleo também realizou uma visita a Estação de Tratamento de Água (ETA) Vitória com alunos da rede pública de ensino do município de Vitória de Santo Antão.
Segundo o diretor de Articulação e Meio Ambiente, Aldo Santos, até o final do mês, ainda estão programadas diversas ações em todo o estado. “Nosso objetivo é sensibilizar o maior número possível de pessoas sobre a importância do papel de todos, sociedade e governo, para evitar desperdícios hídricos e preservar os mananciais, garantindo um consumo mais consciente e sustentável desse recurso essencial, porém finito”, destacou o diretor.
As equipes dos Núcleos estão divulgando ainda, durante todo o mês de março, o concurso cultural Água: juntos vamos preservar, promovido pela Compesa em parceria com a Secretaria de Educação de Pernambuco, para estudantes da rede pública de ensino. Para mais informações, acesse: http://www.educacao.pe.gov.br/portal/?pag=1&cat=36&art=3360.
http://www.elocompesa.com.br/atividades-socioeducativas-da-semana-da-agua-compesa-no-interior/
Veiculação, via intranet, de matéria sobre Encontro Temático realizado na sede da
COMPESA: Colaboradores da COMPESA recebem mais um treinamento do
Ministério das Cidades.
19 jul 2017
DTE
Colaboradores da Compesa recebem mais um treinamento do Ministério das Cidades
O novo Encontro Temático do Programa “Com + Água II”, do Ministério das cidades, foi realizado nesta quarta-feira (19), no Centro Administrativo da Compesa. O tema foi “Opções de software de gestão operacional de sistemas distribuidores e gestão de ativos de infraestrutura e softwares para cadastro e modelagem hidráulica de sistemas de abastecimento de água”.
O treinamento contou com a participação de colaboradores da Gerência de Cadastro Técnico e das Gerências Regionais do Interior. “A capacitação mostra a possibilidade de integração entre os softwares relacionados aos sistemas de abastecimento de água que a Compesa utiliza, como por exemplo, o ArcGis, o Alpha, entre outros”, destacou a gerente de Planejamento Operacional, Maria Lúcia Martins.
O encontro é fruto de um convênio firmado, em agosto de 2016, entre o Ministério das Cidades e o Governo de Pernambuco, através da Compesa.
http://intranet.compesa.com.br/colaboradores-da-compesa-recebem-mais-um-treinamento-do-ministerio-das-cidades/
Fonte: COMPESA
Fonte: COMPESA
Com relação à comunicação externa foram realizadas as seguintes atividades:
Visitas de campo ao DMC (na região dos Bairros Boa Vista I e II), envolvendo os
consultores da AT1 e integrantes do GT MOB, no sentido de realizar os contatos e
ampliar o conhecimento sobre a extensão e perfil da região e os espaços e
entidades de referência, tendo em vista as atividades comunitárias previstas para
ocorrerem durante a efetivação do DMC;
Contatos e entrevistas com lideranças da região do DMC, realizadas pelos
integrantes do GT MOB, quando do processo de elaboração do diagnóstico social
da área, que envolveu, além do levantamento das lideranças locais, o mapeamento
dos equipamentos socioculturais existentes, no sentido de subsidiar futuros
contatos e ações a serem ali desenvolvidas;
Reunião na Associação dos Moradores dos Bairros Boa Vista I e II, reunião essa
comprometida em função da pouca participação do público convidado, tendo sido
apresentados apenas alguns informes e explicações mais gerais acerca do projeto;
Reunião na Escola Estadual Prof. Lisboa, situada na região do DMC, que contou
com a presença de 15 funcionários da escola, entre diretores e professores. Na
ocasião foram apresentados, pelos integrantes do GT MOB, os objetivos centrais do
CM+ÁGUA.2, os eixos centrais do trabalho e destacada a importância do
envolvimento da população no sentido do alcance dos objetivos do projeto.
Destaca-se a receptividade e a disposição dos diretores e professores em apoiar
esse trabalho de sensibilização junto aos alunos e pais, quando das ações no DMC.
O trabalho de comunicação externa, no entanto, não teve a devida continuidade em função
da não efetivação do DMC, etapa que deveria ampliar as ações de comunicação e o maior
envolvimento dos ACD no projeto.
4.1.2.3 SUBPROJETO EDUCAÇÃO E CULTURA
Com relação às ações no âmbito do Subprojeto de Educação e Cultura, destaca-se a
participação dos integrantes do GT MOB na criação e apresentação de esquete teatral e
teatro de mamulengos. Essas atividades, criadas e encenadas pelos integrantes do GT
MOB, foram fomentadas a partir do Curso de Mobilização Social, aproveitando-se os
talentos existentes em Caruaru, tendo sido realizadas nos seguintes locais:
Teatro de mamulengos apresentado nas 11 reuniões setoriais realizadas junto aos
funcionários da COMPESA, no período de 13 a 17/03 e no dia 21/06/17;
Duas apresentações de teatro com mamulengos na Escola Batista de Caruaru;
Apresentação de esquete teatral na Escola Espaço Educacional Construtivo. Essas
ações foram objeto de divulgação, pela EloCompesa, em 29/03/17.
Também merece destaque a Oficina de Grafitagem, que fazia parte do Projeto
ComViver COMPESA, realizada junto a crianças e jovens residentes no entorno da
COMPESA Salgado, culminando na grafitagem do muro com temáticas
Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 4. O CURSO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL ENVOLVEU FUNCIONÁRIOS DE CARUARU E SALGUEIRO E FOMENTOU O TEATRO DE MAMULENGOS
FOTO 3. APRESENTAÇÃO TEATRAL EM ESCOLA
Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2
relacionadas ao combate ao desperdício de água.
4.1.3 RESUMO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL NO COM+ÁGUA.2
Comitê Gestor: composto por nove integrantes, não institucionalizado.
Grupos de Trabalho: constituídos para AT 1, AT 2, AT 3 e AT 4, envolvendo ao todo 41
pessoas.
Plano de Gestão Integrada: o PGI 1 foi elaborado e encaminhado, tendo sido objeto de
revisões e ajustes ao longo do percurso, em função dos desafios e limitações enfrentadas.
Reuniões Setoriais: realizadas 11 reuniões, com 195 funcionários próprios e terceirizados,
com sugestões propositivas de ações para 91 problemas levantados.
Agentes de Combate às Perdas: 57 ACD (30%), entre funcionários próprios e
terceirizados.
Núcleo artístico: criação de um grupo que se envolveu em apresentações de mamulengos
e teatro, criando e apresentando esquetes e peças do COM+ÁGUA.2 para público interno e
externo.
Comunicação: criados e-mail do projeto, grupo no Whatsapp, boletim informativo e usado o
Google Drive para armazenamento de dados. Utilizados a Intranet e o boletim EloCompesa.
Fonte: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 5. LUDICIDADE COM A CULTURA DO MAMULENGOS PARA ABORDAR CUIDADOS COM A ÁGUA
Principais ações internas:
Teatro de mamulengos apresentado nas reuniões setoriais;
Criação de e-mail possibilitando a difusão periódica das ações
desenvolvidas/previstas, visitas técnicas, reuniões, cursos e capacitações,
armazenamento e o compartilhamento de arquivos por parte de todos os
integrantes dos Grupos de Trabalho no Google Drive;
Criação de um grupo geral pelo aplicativo Whatsapp, no sentido da difusão rápida
de informações, demandas e encaminhamentos internos, bem como o
compartilhamento de fotos, vídeos e outros registros das atividades;
Elaboração de Boletim Informativo quando das reuniões setoriais.
Principais ações externas:
Reunião junto à Associação dos Moradores dos Bairros Boa Vista I e II;
Reunião na Escola Estadual Prof. Lisboa, situada na região do DMC;
Apresentações de esquete teatral e de teatro de mamulengos na Escola Batista de
Caruaru e na Escola Espaço Educacional Construtivo.
4.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS
4.2.1 GENERALIDADES
A captação de água do município de Caruaru é realizada a partir dos Sistemas Prata,
Pirangi e Jucazinho. A barragem do Prata tem capacidade de 43 milhões de m³ e
Jucazinho, 327 milhões de m³. Em Pirangi, a captação se dá por meio de um canal de
aproximação, com capacidade de até 500 L/s. A água bruta é bombeada para a Estação de
Tratamento de Água – ETA por três conjuntos motobombas em série, com potência de 900
CV, através da adutora do Prata/Camevô, diâmetro de 500 mm de aço e 600 mm de ferro
fundido.
O sistema conta com duas ETA, sendo uma do tipo compacta – ETA Petrópolis, com
capacidade de 830 L/s, e outra do tipo convencional – ETA Salgado, com capacidade de
500 L/s. A distribuição de água tratada ocorre mediante bombeamento e por gravidade. O
sistema de abastecimento é operado em regime de rodízio devido à pequena
disponibilidade hídrica dos mananciais.
No início do projeto, o rodízio era de cinco dias com fornecimento de água e 15 dias sem.
Atualmente, o prestador opera o sistema disponibilizando água por cinco dias e
interrompendo o abastecimento durante 10 dias.
4.2.2 ESCOLHA E IMPLANTAÇÃO DO DMC
Durante a estruturação dos trabalhos para implantação do DMC na área prioritária, foi
elaborado o plano de ação da AT 2. Foram realizadas quatro capacitações para desenvolver
e discutir o plano que depois foi incorporado ao Plano de Gestão Integrada – PGI. O
primeiro aspecto que veio à tona foi a definição do setor/zona para implantação do DMC, o
qual seria objeto de aplicação da metodologia proposta pelo projeto COM+ÁGUA.2.
Visando adequar o prazo inicialmente previsto para execução do projeto, as variáveis
rodízio, disponibilidade de recursos financeiros e pessoal do prestador, além de questões
técnicas como por exemplo extensão de rede, quantidade de ligações e infraestrutura
adequada, foram cruciais para definir a implantação de apenas um DMC na área prioritária
do prestador.
Dentre os setores sugeridos, o bairro da Boa Vista foi o escolhido. Essa localidade
encontra-se inserida na sede urbana de Caruaru e corresponde ao conjunto habitacional
implantado pela Companhia de Habitação - COHAB, com quadras e arruamentos bem
definidos, predominância de ocupações regulares e que possui infraestrutura satisfatória.
A avaliação da topologia (arruamento, topografia e rede de distribuição) do bairro permitiu
inferir que seria possível implantar o DMC na parte Norte ou Sul do bairro Boa Vista. Após
avaliar os critérios de quantidade de ligações e extensão de rede, estimou-se que o esforço
necessário para implantação do DMC seria menor na parte Sul do bairro, localizada ao Sul
da Avenida Caruaru, conforme figura abaixo.
DELIMITAÇÃO DMC BOA VISTA I FIGURA 7.
Fonte: Google Earth
O bairro da Boa Vista foi entregue pela COHAB com rede de distribuição de água. Para
operar o sistema, a COMPESA construiu dois reservatórios, apoiado e elevado, confira as
especificações do DMC a seguir:
Tão logo se iniciaram as primeiras capacitações em campo para conhecimento e definição
de ações a serem realizadas no DMC, evidenciou-se uma série de questões na operação do
sistema que deveriam ser tradadas ao longo do projeto:
Abastecimento por rodízio do DMC e de toda cidade, sendo cinco dias com
fornecimento de água e 15 dias de suspensão;
Rede de recalque do Reservatório Apoiado - RAP para Reservatório Elevado - REL
com derivações ou injetamentos direto na rede de distribuição, ou seja, o DMC e
outras zonas recebiam água bombeada direto da rede e não a partir do REL;
Cadastro técnico carente de atualização.
À medida que as ações de verificação de confinamento se desenvolviam, constatou-se que
as informações cadastrais eram falhas e de pouca confiabilidade, sendo necessário realizar
grande quantidade de sondagens e intervenções na rede de distribuição, tais como:
interligações, capeamentos, instalações e/ou retirada de registros para viabilizar isolamento
do DMC. Dessa forma, realizaram-se cerca de 40 intervenções, sendo 25 sondagens de
registros.
DMC BOA VISTA I MÊS DE
REFERÊNCIA VOLUME
CONSUMIDO LIGAÇÕ
ES ATIVAS
LIGAÇÕES ATIVAS (com
hidrômetro)
LIGAÇÕES ATIVAS
(sem hidrômetro)
LIGAÇÕES EXISTENTES
Nº ECONOMIA
S (sem
hidrômetro)
TOTAL DE ECONOMIAS
nov/17 25.052 2.710 2.557 465 3.022 3.548 3.548
dez/17 22.493 2.713 2.558 465 3.023 3.547 3.547
jan/18 22.786 2.713 2.558 465 3.023 3.546 3.546
fev/18 18.822 2.712 2.558 465 3.025 3.549 3.549
mar/18 18.613 2.713 2.558 465 3.027 3.551 3.551
abr/18 18.613 2.716 2.557 459 3.027 3.548 3.548
TABELA 1. DADOS - DMC BOA VISTA I
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
4.2.3 MACROMEDIÇÃO E TELEMETRIA
No transcorrer do projeto, as ações de confinamento ou isolamento do DMC para verificar
estanqueidade ocorreu concomitante à implantação da macromedição.
O DMC Boa Vista I tem o abastecimento de água a partir da tubulação de descarga do REL.
A tubulação foi projetada em PVC DEFoFo e DN 250 mm.
O prestador aproveitou a disponibilidade em almoxarifado de um macromedidor tipo
eletromagnético carretel, no mesmo diâmetro da rede (250 mm), para utilizar na entrada do
DMC.
O macromedidor foi instalado em janeiro de 2017. Esse equipamento possui medidor
secundário, alimentado com corrente de 04 a 20 mA, acoplado ao medidor primário, que
registra e totaliza o volume disponibilizado ao DMC. Além do macromedidor do DMC Boa
Vista I, foi necessário instalar um medidor na derivação que abastece o Boa Vista II, pois o
volume disponibilizado seria mensurado por diferença.
Na gerência de Caruaru não se constatou rotina de aferições do parque de
macromedidores, tampouco um planejamento de manutenções preventivas e corretivas
deste ativo tão relevante para monitoramento, controle e redução de perdas.
No REL da Boa Vista havia também o medidor de nível que enviava comando para
acionar/desligar a bomba existente no RAP. Essa automação evitava extravasamentos no
REL. Tão logo foi implantado o macromedidor, instalou-se o sistema de telemetria. O Data
logger utilizado conta com um sistema de transmissão de dados via GSM ou coleta local via
cabo infravermelho conectado ao notebook. Esse equipamento apresenta Grau de Proteção
IP 68, canal de vazão com saída pulsada e um canal de pressão.
FOTO 6. INSTALAÇÃO MEDIDOR REL BOA VISTA
FOTO 7. MACROMEDIDOR BOA VISTA 2
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
Os dados foram coletados a cada 15 minutos e enviados, via GSM, uma vez por dia para
um servidor, o operador do sistema tem a possibilidade de acompanhar dados via internet
ou a partir de Smartphone, com grande flexibilidade.
4.2.4 CADASTRO E MODELAGEM HIDRÁULICA
A base cartográfica atualmente utilizada pelo prestador advém de um projeto do Governo
Estadual desenvolvido em 2014, denominado Programa Pernambuco Tridimensional - PE
3D. Os resultados partiram de um aerolevantamento que gerou ortofotocartas. O modelo
Digital de Terreno - MDT e o Modelo Digital de Superfície - MDS foram provenientes de um
aerolevantamento com restituição planialtimétrica na escala 1:1.000, que cobriu a região
metropolitana de Recife. Vale destacar que para os demais municípios de Pernambuco, a
escala de levantamento é de 1:5.000, com algumas variações, como em Caruaru, que
possui mapeamento na escala de 1:1.000.
Com o desenvolvimento de capacitações voltadas ao cadastro técnico, observou-se que o
prestador havia priorizado o cadastro das ligações ativas, concomitante à atualização do
cadastro técnico da rede e acessórios. As projeções iniciais, sem a devida apresentação de
TELA DO SISTEMA DE TELEMETRIA FIGURA 8.
Fonte: Sistema de Telemetria
critérios técnicos de avaliação, indicaram que esse cadastro estava com 60% de
atualização. Cabe elucidar que uma alternativa para evoluir no quesito atualização de
cadastro é disseminar dentro do prestador a utilização da ferramenta GISCOMP, que
corresponde ao Sistema de Informações Geográficas Corporativo, compatível com a
plataforma ARCGIS. Essa ferramenta serve de apoio a diversos setores do prestador e
mostra, por meio de cartografia, toda a base de informações georreferenciadas,
disponibilizando gráficos e relatórios para tomada de decisões.
Visando promover e disseminar o uso do GISCOMP, foi realizada, em Caruaru, uma
capacitação para a equipe do Cadastro da sede. Um dos produtos foi a elaboração do
procedimento de atualização do cadastro técnico de redes para a ferramenta de atualização
no GISCOMP.
Diante do exposto, ficaram evidentes as principais demandas relativas ao cadastro técnico
do prestador:
Elaborar um manual técnico de procedimento padrão para coleta de informações e
as atualizações do cadastro técnico de redes em campo, com o retorno das
informações devidamente georreferenciadas;
Adquirir equipamentos de cadastro em campo, principalmente GPS GNSS L1/L2 ou
similar;
Criar um procedimento de coleta de dados georreferenciados em campo para
atualização do cadastro de redes;
Realizar a capacitação das equipes de campo através dos procedimentos criados e
nos equipamentos adquiridos;
Implantar uma política de manutenção preventiva e corretiva para a atualização do
cadastro de redes em campo;
Incluir nas normas da companhia os detalhamentos técnicos que devem ser
obedecidos para aprovação de novos projetos de implantação de redes de água,
pelo prestador ou terceiros, tais como: sistema de projeção (SIRGAS 2000),
precisão horizontal e vertical, layout dos arquivos digitais de acordo com o
FOTO 8. SONDAGEM DE REGISTRO
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
GISCOMP.
A deficiência ou desatualização do cadastro técnico do DMC pôde ser percebida à medida
que se realizaram sondagens para verificações de interligações, localização de registros,
etc. Praticamente toda inspeção realizada retornava com algo diferente do que estava
lançado em planta cadastral. Atualmente, o cadastro técnico está em fase de correção e
atualização na base Cad, consequência das sondagens, injetamentos, instalação de
macromedidor e confinamentos realizados.
No âmbito do COM+ÁGUA.2 também foi realizado o curso de Modelagem Hidráulica de
período estendido com utilização do Epanet e calibração de modelos aplicados ao DMC, no
qual foram apresentados conceitos, softwares disponíveis, além da construção de casos
práticos a partir de dados do DMC
Boa Vista I.
Mesmo diante de um cenário de
incertezas cadastrais, procurou-se capacitar os técnicos e engenheiros do prestador em
modelagem hidráulica. Dessa
maneira, foi desenvolvido um
procedimento operacional padrão
para construção de um modelo
hidráulico no Epanet, a partir dos
dados do cadastro de rede, em
formato DWG, e dos dados de
telemetria disponíveis, ou seja,
vazão de entrada, pressão de
entrada, pressão no ponto médio e
no ponto crítico, usando os
softwares QGIS, EPACAD.
Os consultores e os engenheiros do
prestador construíram, ao longo do projeto, diversas modelagens, inclusive simulando o
regime de rodízio que ocorre no DMC. Sempre que possível, novas simulações eram
realizadas mediante as atualizações no cadastro da rede.
Outra aplicação interessante da modelagem hidráulica foi a elaboração, no Epanet, de um
seccionamento fictício da rede com objetivo de avaliar em quais subsetores havia maior
relevância de perdas reais. Na prática, esta simulação é conhecida como Step Test, e deve
ser simulada em campo, utilizando as medições de vazão e estudos piezométricos para
certificar ou calibrar a modelagem
MODELO HIDRÁULICO DO DMC FIGURA 9.
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
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Infelizmente, o rodízio no abastecimento associado à grande carência de colaboradores
operacionais inviabilizou, durante o projeto, a calibração das modelagens realizadas.
4.2.5 CONTROLE ATIVO DE VAZAMENTOS
SUBSETORES PROPOSTOS NO QGIS - PREPARAÇÃO DO STEP TEST FIGURA 10.
FOTO 9. VAZAMENTO DETECTADO DURANTE CAPACITAÇÃO
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
No tocante à pesquisa de vazamentos foram realizadas capacitações para dar maior
embasamento teórico e prático aos colaboradores da COMPESA.
Nessas capacitações, abordou-se
a metodologia preconizada pela
Associação Brasileira de Ensaios
não Destrutivos (ABENDI),
conforme PR-051.
Na Gerência de Caruaru não há
rotina contínua de pesquisa de
vazamentos definida por critérios
técnicos, tais como varrer trechos
de rede com maior incidência de
vazamentos, setores com fator de
pesquisa elevado, etc.; tampouco
foram constatados registros ou mapas temáticos com histórico de vazamentos por zona de
abastecimento, DMC ou bairros.
Na Unidade Caruaru, o Prestador dispõe de geofones eletrônicos e mecânicos, haste de
escuta e válvula geradora de golpe, no entanto, não há quantidade suficiente para implantar
rotina de pesquisa em larga escala, mas é satisfatória para iniciar pesquisa de vazamentos.
Loggers e Correlacionadores
de Ruído não estão
disponíveis.
Um dos grandes desafios
observados durante a capacitação de pesquisa de vazamentos no DMC Boa Vista I estava
relacionado ao tamanho e posição
das caixas de inspeção de
hidrômetros, que se localizam nos
passeios ou calçadas dos imóveis.
Este posicionamento prejudicou
sobremaneira a pesquisa de
vazamentos, uma vez que para
realizar a verificação da existência
de vazamento no ramal predial se
fazia necessário fechar o registro
geral do cavalete, para auscultar
ruídos propagados por vazamento
Durante o acompanhamento de algumas ações
realizadas no DMC Boa Vista I foi possível observar
que ramais prediais não estavam conectados à rede de
distribuição, mas em ramais prediais adjacentes, tal
FOTO 10. EQUIPAMENTOS PARA PESQUISA DE VAZAMENTO DA COMPESA - CARUARU
FOTO 11. PESQUISA
COM HASTE DE ESCUTA
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
ação provém principalmente da ausência de fiscalização do prestador de serviço na
implantação de novas ligações de água e falhas do cadastro técnico da rede.
Além disso, é possível que a prática de fazer ligações novas, a partir de ramais adjacentes,
seja comum em toda área prioritária. Esse cenário acarretará em empecilhos na detecção e
localização de vazamentos não visíveis e até na identificação de fraudes durante a pesquisa
acústica.
Na gerência de Caruaru todos os serviços relacionados aos reparos de vazamentos são
executados por empresas terceirizadas. Dessa forma, também não há um
acompanhamento por meio de indicadores relativos aos vazamentos, tais como tempo
médio de atendimento, quantidade de vazamentos no mesmo ramal, reincidência de
vazamentos de rede por setor ou zona, etc., ou seja, inexiste um histórico de falhas que dê
subsídios à tomada de decisão para substituição de redes e
ramais.
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
4.2.6 CONTROLE DE PRESSÃO E GESTÃO DO DMC
As pressões médias na rede de distribuição do DMC são relativamente baixas, cerca de 15
mca. O controle de pressão ocorre no REL de Boa Vista, conforme alterações da cota
piezométrica, ou seja, a variação do Nível de Água - NA mínimo ao máximo no REL, que é
de apenas 4,3 metros, o que promove o gradiente de pressão disponibilizada na rede.
O rodízio de fornecimento de água, as falhas nos equipamentos de telemetria, no
macromedidor e incertezas no cadastro técnico impactam sobremaneira na gestão do DMC.
Esse cenário inviabilizou a elaboração de uma modelagem de vazamentos Bottom Up a
partir de dados confiáveis de vazão e pressão, como também não foi possível implementar
a rotina de acompanhamento da vazão mínima noturna e fator de pesquisa.
A ausência de uma modelagem de vazamentos Bottom Up confiável impede a calibração do
Balanço Hídrico Top Down e, consequentemente, a segregação das perdas real versus
aparente.
Diante desse contexto, vale destacar que, quanto ao conhecimento e operacionalização do
DMC, ainda existem lacunas a preencher. Por outro lado, algumas situações evidenciadas
foram ajustas e corrigidas no transcorrer do
projeto, com destaque:
A partir de medições de pressão e vazão
em campo, com auxílio da pitometria,
concluiu-se que havia carga hidráulica
suficiente na subadutora para atender o REL
da Boa Vista sem a necessidade de recalcar a
água a partir do RAP. Foi feito um desvio ou
By-Pass do RAP para viabilizar a operação
neste novo cenário;
Interligações com bairros adjacentes ao DMC,
desconhecidas dos técnicos da COMPESA e
sem registro na planta cadastral. Nesta
situação, destacam-se as derivações
encontradas na tubulação do REL da Boa
Vista para o bairro Maria Auxiliadora, cujo
abastecimento de água deveria ocorrer em
períodos distintos ao do Boa Vista I durante
rodízio;
Interligação na Rua Joaquim do Norte (PVC
DEFoFo 1500 mm) com Av. Caruaru (PBA 160
mm) também sem registro no cadastro técnico e de desconhecimento dos
operadores do sistema. Esta derivação abastecia o Boa Vista II;
No início do projeto, antes de realizar as ações de perdas reais citadas, a vazão
média que chegava ao REL da Boa Vista era de 70,0 L/s, atualmente, o sistema
opera, nos dias de rodízio com vazão de 55,0 L/s
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 12. DESVIO DO RAP BOA VISTA
4.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES
4.3.1 CADASTRO COMERCIAL
As primeiras visitas técnicas que ocorreram na COMPESA com foco neste tema se
concentraram no diagnóstico da infraestrutura disponível para gerenciamento e execução
dos serviços de atualização do cadastro comercial.
Nessa temática específica, o prestador já tinha estabelecida uma diretriz de centralização
das decisões sobre a execução dos serviços na Unidade Sede, em Recife. Deste modo,
antes mesmo de qualquer interação mais profunda com a Área Prioritária, o Consórcio
buscou contato com a Gerência Técnica de Cadastro - GTC.
Partiu-se então para o contato com os responsáveis para investigar a rotina operacional, as
ferramentas de Tecnologia da Informação - TI e de Sistema de Informação Geográfica - SIG
utilizadas, equipamentos de coleta de dados, informações levantadas nas visitas,
quantidade de equipes trabalhando no serviço, elementos de logística, entre outros
aspectos.
Observou-se que o prestador já reservava grande atenção a esta temática e possuía uma
metodologia bem delineada, baseada em critérios técnicos e logísticos, envolvendo pessoal
próprio e terceirizado. O fluxo das informações era administrado por meio de sistema
informatizado, utilizando coletores eletrônicos portáteis em campo.
FOTO 13. DESVIO DO RAP BOA VISTA
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
As ferramentas de TI e SIG eram desenvolvidas pelo setor de informática do prestador,
ficando a cargo da terceirizada providenciar recursos humanos e elementos de logísticos e
de transporte. A equipe de escritório era composta também por terceirizados, com
supervisão de técnicos próprios do prestador, que realizava o controle de qualidade de
informações críticas de mudança de categoria.
Um aspecto nevrálgico em todo processo dizia respeito ao formulário de levantamento de
dados. O layout de coleta que o prestador trabalhava era satisfatório e já abrangia
investigação e auditoria de informações importantes em campo. Ainda assim, o Consórcio
sugeriu inclusão de alguns aspectos e pequenas alterações na rotina do programa. Dentre
as adequações sugeridas, destacou-se a necessidade de obrigatoriedade do registro
fotográfico do hidrômetro e fachada do imóvel, além da utilização de alertas de criticidade
em campos específicos do formulário.
TABELA 2. DADOS COLETADOS NO CAMPO
Foto: Elaboração COM+ÁGUA.2
Fonte: COMPESA
TELAS DO COLETOR ELETRÔNICO DE DADOS FIGURA 11.
Também foi analisado o sistema GISCOMP, ferramenta de SIG corporativo, no qual é
possível integrar o cadastro técnico de redes de água com o cadastro comercial de clientes.
A ferramenta era disponibilizada pela intranet, o que facilitava o acesso e a manutenção dos
dados nele inseridos. Estima-se que atualmente cerca de 60% dos imóveis atendidos pela
COMPESA estão georreferenciados.
Os técnicos do prestador apontaram que o sistema necessita de algumas pequenas
adequações no tocante à dificuldade de acesso em localidades mais afastadas do Estado,
em especial maior velocidade no tráfego de dados, além de ser necessário o
desenvolvimento de funcionalidades que facilitem atualizações, monitoramento e
elaboração de mapas temáticos, alimentando uma expectativa interna de que o GISCOMP
se torne um portal com diversas aplicações do GIS inseridas.
No âmbito das capacitações foram ministrados treinamentos diversos de combate às perdas
aparentes, sempre reservando atenção especial à temática da atualização dos dados
comerciais.
Ainda no contexto histórico do COM+ÁGUA.2, tornou-se necessário planejar a logística de
equipes para execução dos serviços no DMC. Cogitou-se, inicialmente, mobilização de
equipes residentes na Área Prioritária, sendo necessária a realização de treinamento e
estruturação de ambiente interno para administração da rotina. Porém, verificou-se como
melhor opção levar as equipes que atuavam na região metropolitana do Recife,
considerando que já possuíam contrato e treinamento adequado para execução dos
serviços.
Nesse período, iniciou-se um processo licitatório no prestador para renovação do contrato
de terceirização dos serviços de atualização do cadastro comercial. Esse procedimento
demandou uma série de etapas burocráticas e levou um tempo significativo para ser
finalizado. Durante todo o processo da nova contratação observou-se que a demanda por
serviços se acumulou e, no momento em as equipes ficaram disponíveis, precisaram
atender uma série de prioridades definidas pelo prestador. Infelizmente, até a finalização do
projeto, o prestador não havia iniciado a pesquisa de atualização cadastral em campo.
4.3.2 MICROMEDIÇÃO
A campanha de visitas técnicas com foco no desenvolvimento da micromedição buscou
dotar os técnicos dos prestadores de conhecimento sobre rotinas técnicas de levantamento
de dados para diagnóstico da submedição do parque, com utilização de metodologia
orientada pela Norma Técnica NBR ABNT 15.538/2014.
Estas capacitações tiveram por objetivo reconhecer o comportamento de consumo dos
clientes e o padrão de envelhecimento dos hidrômetros. Com esses treinamentos buscou-se
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 14. DEMONSTRAÇÃO DO USO DO CONJUNTO DATALOGGER E DO HIDRÕMETRO VOLUMÉTRICO CLASSE C
que o prestador absorvesse o conhecimento sobre uma primeira fase do processo de
otimização da micromedição e se tornasse capaz de executar as rotinas técnicas e
operacionais inerentes a este serviço. Foram apresentados os conceitos teóricos que
envolveram a gestão da micromedição. Utilizaram-se para a discussão aspectos inerentes
ao funcionamento dos hidrômetros e a relação entre o instrumento e a dinâmica de
consumo do cliente. Os envolvidos puderam conhecer melhor algumas especificações dos
medidores e o modo de funcionamento do instrumento para, a partir disso, poderem
entender os objetivos do levantamento dos perfis de consumo.
Neste período foi promovido o primeiro contato com os data loggers e os hidrômetros que
seriam utilizados nos levantamentos em campo. Buscou-se realizar uma demonstração
minuciosa da utilização dos equipamentos, indicando a importância de cada componente no
processo e apresentando a sequência de passos a serem seguidos para a correta
utilização.
Os levantamentos foram programados para monitoramento durante sete dias corridos, de
maneira a acompanhar a rotina semanal do cliente e garantir a adequada amostragem do
perfil de consumo. Como procedimento intermediário, a equipe deveria retornar a campo
para averiguar as instalações e o andamento da coleta de dados. Esta etapa foi
extremamente importante, considerando que seria uma oportunidade de verificar se o
levantamento estava ocorrendo dentro do planejado.
A capacitação envolveu participantes que pertenciam à área de hidrometria do prestador,
que centraliza as ações de compra, ensaios e distribuição dos hidrômetros para as áreas
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 15. TREINAMENTO SOBRE LEVANTAMENTO DE PERFIS DE CONSUMO EM CAMPO
operacionais. Participaram também colaboradores da área comercial da COMPESA. Os
colaboradores responsáveis pelo setor de medição de água, lotados nos escritórios
comerciais também participaram dessa capacitação. Os técnicos das áreas comerciais de
Caruaru e Salgueiro eram tanto do nível gerencial, como operacional, permitindo assim a
discussão e análise do tema da capacitação em aspectos diversos, mostrando a
importância do embasamento teórico, por meio do estudo da Norma ABNT 15.538/2014 e
do Regulamento Técnico Metrológico, da Portaria do Instituto Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO 246/2000.
No treinamento procurou-se demonstrar a aplicação prática da norma através da realização
dos ensaios de desempenho de medidores no Laboratório de Hidrometria, a formatação dos
resultados dos ensaios através da elaboração conjunta dos relatórios e gráficos que
demonstram o ciclo de vida de um medidor de água, finalizando com a análise dos
resultados e discussão do impacto destes resultados no desempenho da medição de água,
que tem influência direta no faturamento da companhia e viabilidade econômico-financeira
do negócio.
Foram tratados temas inerentes ao processo, tais como a abordagem sobre a Norma ABNT
NBR 15.538/2014, a importância da curva característica de envelhecimento do parque de
medidores, levantamento do perfil de consumo e determinação dos pesos no cálculo do
Erro Médio Ponderado – EMP e do Índice de Desempenho Metrológico – IDM, sugestão de
critérios de seleção de amostras para ensaios e interpretação dos resultados, programação
de rotinas operacionais, além de realizar uma avaliação da infraestrutura e trazer sugestão
FOTO 16. TREINAMENTO SOBRE ENSAIOS DE BANCADA PARA DETERMINAÇÃO DA CURVA DE ENVELHECIMENTO
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
de melhorias nas bancadas de ensaios e apresentar as melhores práticas de laboratório,
minimizando as incertezas de medição na determinação de erros.
Foi utilizada a bancada de ensaios em hidrômetros do Laboratório de Hidrometria, da
COMPESA, na Unidade da Cabanga, no Recife, que atendeu às necessidades por
contemplar os requisitos mínimos exigidos pelo INMETRO, por meio da Norma de
Procedimentos NIE DIMEL 016-r03.
Houve um longo período sem avanços no processo de aquisição dos materiais e
equipamentos necessários para iniciar os trabalhos por parte da COMPESA. Desde quando
foi submetida a lista de materiais necessários para execução dos serviços, a empresa
manifestou que teria dificuldades financeiras para aquisição de todos os equipamentos,
instrumentos e ferramentas. No espírito de parceria, o Consórcio se comprometeu em
apoiar o prestador cedendo alguns equipamentos, evitando a necessidade de aquisição e
promovendo uma otimização do recurso financeiro disponível. Dentre os equipamentos
emprestados, estavam os conjuntos data logger para levantamento de perfil de consumo.
Ocorre que os equipamentos do Consórcio possuem um arranjo de componentes e
possuem conexão com somente um modelo de hidrômetro de fabricante específico. Diante
do cenário, em comum acordo, decidiu-se que a COMPESA adquiriria o modelo de
hidrômetro indicado pelo Consórcio e o trabalho seria executado nessa parceria, o que
também não foi adiante.
Já na reta final do projeto, em reunião ocorrida entre o Consórcio, o Ministério das Cidades
e a COMPESA, o Consórcio se comprometeu em adquirir uma quantidade mínima de
hidrômetros, no modelo especificado e emprestar todo o arranjo necessário para os
levantamentos. Dessa forma, diante do longo período decorrido do último treinamento
realizado, foi necessário realizar as capacitações novamente.
Uma vez que este procedimento já havia sido objeto de detalhada capacitação em visita
anterior, buscou-se direcionar a energia nos procedimentos principais referentes à operação
do data logger, instalação em campo e descarga e armazenamento dos dados levantados.
A seleção de clientes precisou ter critérios menos restritivos, considerando o rígido regime
de rodízio no abastecimento. Como resultado final, alguns perfis foram levantados em
campo, mas com poucos períodos de abastecimento, o que inviabilizou uma análise mais
pormenorizada dos resultados.
4.3.3 COMBATE A USOS NÃO AUTORIZADOS
Os serviços de combate aos usos não autorizados foram foco de grande atenção no âmbito
das capacitações do COM+ÁGUA.2. Observando a relevância do tema na gestão das
perdas de água, especificamente das perdas aparentes, foi desenvolvida uma abordagem
multidisciplinar, combinando a engenharia e a mobilização social, sempre buscando
segmentar os diversos casos, segundo o tipo de intervenção irregular praticada, as
condições socioeconômicas da comunidade e a finalidade do uso consumo não autorizado.
Buscou-se realizar um planejamento das ações que abrangesse uma diversidade de casos
como a modelagem do Balanço Hídrico sugere, de modo que as práticas servissem tanto
para atender metodologicamente o dimensionamento dos volumes de água perdidos por
usos não autorizados como também para o combate efetivo do problema e melhoria de
indicadores.
Existiu uma dinâmica de capacitações que buscou apresentar a classificação definida pelo
Balanço Hídrico para cada caso de irregularidade de consumo. O objetivo era que essa
segregação se tornasse uma importante referência no tratamento dos casos, sendo
implantada uma padronização de conceitos nos serviços de campo.
Também se buscou demonstrar os diversos tipos de abordagens e penalidades que devem
ser aplicadas para cada tipo de situação, considerando que a finalidade do uso da água, os
volumes estimados consumidos irregularmente, o contorno social que se localiza cada caso
e a renda estimada do cliente fraudulento.
Buscou-se abordar nas capacitações a forma como o Balanço Hídrico segmenta os usos
não autorizados e como a modelagem auxilia o operador no planejamento das premissas e
melhora dimensionando os volumes de água perdidos. Dentro dessa classificação, destaca-
se a segregação em blocos de natureza de irregularidade.
Um primeiro grupo se refere às ligações clandestinas, que representam os casos de
consumidores não reconhecidos pelo prestador, ou seja, não constantes no banco de dados
de clientes. Outra classificação abrange todos os casos de fraudes nas instalações de
fornecimento de água e considera prioritariamente consumos não contabilizados em
ligações ativas. Em um último bloco, a modelagem contabiliza casos de falhas de cadastro,
os quais se enquadram ligações com fornecimento interrompido por regras de cobrança e
religado à revelia, além de situações de localidades com abastecimento regular provido pelo
prestador, porém com clientes não cadastrados e com consumo não contabilizado.
Outro tema de grande relevância nas capacitações se referiu às estratégias para
identificação de casos suspeitos e direcionamento dos esforços na pesquisa de usos não
autorizados. O adequado planejamento das ações representa grande economia de recursos
e eleva o sucesso do trabalho. Uma das principais estratégias trabalhadas nos treinamentos
focou na avaliação do banco de dados comerciais dos clientes e no estabelecimento de
critérios técnicos de seleção de casos suspeitos de irregularidades. A riqueza dessa base
de informações serve como um importante pilar de tomada de decisão, favorecendo a
operação logística de ataque a áreas com concentração de suspeitas, tanto do ponto de
vista da engenharia como também da mobilização da comunidade.
Especificamente sobre a dinâmica da mobilização e sensibilização social, buscou-se avaliar
a disponibilidade de instrumentos necessários na área de abrangência do DMC. Algumas
interações com líderes comunitários foram realizadas e algumas campanhas de divulgação
do projeto planejadas. As práticas de mobilização foram bem recebidas pelos técnicos do
prestador e algumas experiências foram ensaiadas em campo.
A capacitação de abordagem da mobilização tevê por foco regiões e ocupações com baixo
padrão de renda, as quais apresentavam concentração significativa de ligação inativa e
onde residia uma importante parcela de usos não autorizados. Para essas áreas, planejou-
se disseminar as intenções do COM+ÁGUA.2 por meio de audiências públicas, visitas em
domicílios e propaganda audiovisual. O tratamento dos casos de usos não autorizados
necessitaria de um trabalho relevante de sensibilização.
Também foram ministrados treinamentos para pesquisa e combate aos usos não
autorizados com foco em residências de maior renda e atividades comerciais/industriais.
Nesses casos, realizou-se capacitações com foco na abordagem policial e na aplicação de
penalidades, aproveitando-se de experiências de sucesso em diversos estados do Brasil,
mais especificamente na SABESP.
Apesar da carga significativa de capacitações, as ações práticas no campo não tiveram
avanços. Em reflexo do cenário geral do COM+ÁGUA.2 no prestador, observaram-se
grandes dificuldades financeiras para mobilizar os serviços de combate aos usos não
autorizados.
4.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA
Em Caruaru, a AT 4 contou com a formação de um Grupo de Trabalho para a elaboração do
plano de ação específico e sua implementação, tendo a coordenação do Comitê Gestor.
Dentre as ações para aumentar a eficiência energética destacaram-se:
FOTO 17. INVESTIGAÇÃO EM CAMPO DE IRREGULARIDADES NAS LIGAÇÕES DE ÁGUA
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
Sensibilização dos colaboradores do prestador em relação ao tema energia no
seguimento de saneamento;
Identificação de oportunidades para ações de eficiência energética e de
microgeração de energia através fontes renováveis;
Elaboração de metodologia para realização do diagnóstico hidroenergético;
Especificação de equipamentos e ações a serem implementadas;
Acompanhamento e análise dos resultados após implementação da metodologia,
através de indicadores de desempenho;
Realização de treinamentos em geral, através de cursos e capacitações em
processo, com a realização de visitas a campo.
Para atender a metodologia COM+ÁGUA.2 de gestão da energia, orienta-se que seja
identificada, de preferência no DMC, a unidade operacional que possa servir como piloto
para a realização de estudos e ações de eficiência energética. Na avaliação da estrutura da
COMPESA identificou-se a Coordenação de Eficiência Energética – CEN, localizada na
sede, em Recife. Atualmente a CEN não atua na identificação de oportunidades de
eficiência energética nas unidades operacionais, apenas a avaliação das faturas de energia
elétrica recebidas mensalmente e gestão dos contratos de demanda, e também monitora a
cobrança de multas por baixo fator de potência. Quando se identifica uma unidade
operacional com baixo fator de potência, é deslocada uma equipe de manutenção da CEN
para realização de manutenções e correção nas instalações. Em 2018 foi integrado à sua
estrutura um engenheiro para identificar oportunidades de realização de eficiência
energética nas unidades operacionais da COMPESA.
Em Caruaru não há equipe dedicada à identificação de oportunidades e desenvolvimento de
ações de eficiência energética, mas no quadro da equipe de manutenção existem alguns
colaboradores que atuam em ações de eficiência em conjunto com a CEN. A unidade conta
com um coordenador técnico e o apoio de um eletrotécnico para desenvolvimento de
atividades de correção de fator de potência quando necessário, e algumas ações de
eficiência energética. A unidade operacional mais representativa em relação ao consumo de
energia elétrica é a ETA Petrópolis. Seu valor anual faturado é de R$ 1,2 milhões, que
representa 6,4%, do valor gasto com energia na gerência de Caruaru.
A captação do Rio do Prata é constituída de quatro conjuntos motores bombas de 900cv
recentemente adquiridos, alimentados em média tensão (2.300V). Esses conjuntos
recalcam a água bruta para a ETA Petrópolis, que fica distante 36 km da captação. Antes da
ativação da captação do Rio do Prata, a principal unidade de captação e de maior consumo
de energia elétrica era o sistema do Jucazinho, que teve as operações paralisadas em
meados de 2016 devido à escassez hídrica, que secou o reservatório. Entretanto, essa
unidade voltou a operar em junho/2018, com 6,5% de sua capacidade.
Em Caruaru foram então desenvolvidos dois diagnósticos hidroenergéticos com o propósito
de sensibilizar e capacitar o corpo técnico gerencial:
EAB Inversão – ETA Petrópolis;
EEAT Anel Oeste II – ETA Petrópolis.
4.4.1 METODOLOGIA DAS MEDIÇÕES (EVENTO DE DIAGNÓSTICO E
MONITORAMENTO)
A realização dos eventos de monitoramento contou com equipe multidisciplinar, com
especialistas em elétrica e hidráulica/mecânica e foram utilizados os seguintes
equipamentos:
Analisadores/registradores de energia elétrica;
Registradores de pressão;
Termômetros digitais;
Tacômetros digitais sem contato;
Câmera termográfica;
Câmera fotográfica;
Alicate volt-amperímetro;
Medidor de vibração;
Trenas;
GPS.
Os registros dos eventos de monitoramento se apresentam a seguir:
FOTO 18. TOTALIZADOR DE VOLUME E INDICADOR DE VAZÃO INSTANTÂNEA
FOTO 19. MEDIDOR DE VAZÃO DO SISTEMA DA INVERSÃO, DO TIPO ELETROMAGNÉTICO INTRUSIVO
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 20. PONTOS PARA INSTALAÇÃO DE MANOMETROS E/OU TRANSMISSOR DE PRESSÃO
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 21. PONTOS DE TOMADA DE PRESSÃO
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 22. INSTALAÇÃO DOS TRANSMISSORES DE PRESSÃO NA BOMBA DO SISTEMA DA INVERSÃO
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
Usar figura que ilustre a
descrição acima.
4.4.2 RESUMO DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO – BOMBA DA INVERSÃO
O Diagnóstico Hidroenergético - DHE foi realizado na ETA Petrópolis em duas estações
elevatórias, sendo uma de água bruta – sistema da inversão - e uma de água tratada,
constante do sistema associado ao DMC Anel Oeste II. A estação elevatória de água bruta
é composta por um conjunto motobomba de 250cv, conforme detalhado a seguir, e opera
em regime contínuo, abastecendo também a ETA Salgado em função da crise hídrica que
assola a região do sertão de Pernambuco já há alguns anos.
O DHE do sistema de inversão foi realizado entre setembro e dezembro/2017 com
atividades de levantamento de campo, eventos de monitoramento, coleta e análise de
informações, além de elaboração de relatório conclusivo.
4.4.2.1 DESCRITIVO DAS ATIVIDADES
Foram realizadas vistorias nas principais unidades operacionais da gerência de Caruaru
com o propósito de identificar-se um sistema que possuísse as características típicas de
outros sistemas de bombeamento. A escassez hídrica persistente impediu que se
conseguissem as condições operacionais ideais para a obtenção de máximo resultado
durante o evento de monitoramento, entretanto, foi possível demonstrar a metodologia a ser
adotada.
Entre julho e agosto/2017 selecionou-se o sistema da estação elevatória que abastece a
ETA Salgado (onde se localiza a gerência administrativa da COMPESA, em Caruaru),
composto por um conjunto motobomba de 250cv e bomba bipartida axialmente, que recalca
água bruta da ETA Petrópolis para a ETA Salgado. O sistema opera de forma contínua,
24h/dia, sete dias por semana, enquanto não houver outro sistema de abastecimento de
TABELA 3. CARACTERÍSTICAS DA BOMBA DE INVERSÃO
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
água bruta para a ETA Salgado.
4.4.2.2 CARACTERÍSTICAS DA BOMBA DA INVERSÃO – ETA PETRÓPOLIS
Os motores analisados possuem mais de 14 anos de fabricação, apesar de não haver
registros e históricos de manutenção, possuem indícios de restauração e rebobinamento,
que propicia na redução da eficiência e rendimento. No diagnóstico foi avaliado apenas um
conjunto motor bomba do sistema da Inversão, pois o segundo conjunto ainda não estava
disponível e em condições de operação.
A seguir os dados resumidos do diagnóstico da unidade selecionada na ETA Petrópolis.
Adicionalmente ao diagnóstico hidroenergético foram avaliadas as iniciativas de
desenvolvimento de programas e projetos de eficiência energética e a estruturação da CEN.
Para a estruturação da coordenação identificaram-se algumas ações e implementações
necessárias como:
Criação de novos Indicadores de Desempenho Energético - IDE, como o kWh/m³
bombeado. Atualmente a CEN e as AP consideram como indicadores de eficiência
energética o índice de ultrapassagem de demanda e cobrança de multas por parte
da Companhia Energética de Pernambuco - CELPE por baixo fator de potência;
A importância da criação de IDE tendo como base a norma ISO 50.001, que
estabelece uma estrutura para que as empresas possam gerenciar e melhorar o
consumo de energia elétrica;
Melhoramento de metodologias de gerenciamento e implantação de ações de
monitoramento do consumo energético online;
Desenvolvimento de metodologias de análise das faturas de energia, que possibilite
a realização de ações administrativas e técnicas nas unidades da COMPESA;
Gerenciamento efetivo dos contratos de fornecimento de energia elétrica,
envolvendo as unidades operacionais sendo que o valor anual pago é da ordem de
R$ 180 milhões/MM, que corresponde a terceira maior despesa operacional da
COMPESA, logo após as despesas com pessoal próprio e com pessoal
terceirizado;
Realização de treinamentos e capacitações em processo, teóricos e práticos, para
melhor disseminação do conceito e da importância do desenvolvimento de ações de
eficiência energética;
Implantação do programa de cadastro de ativos e elaboração de planos de
manutenções preventiva e preditiva nas AP. A implementação dos planos irá
facilitar o gerenciamento das atividades desenvolvidas em cada ativo (bombas,
Bombas Q
(m³/h) H (m) Pel (kW)
CE (kWh/m³)
CEN (kWh/m³/100)
Rendimento
Sistema Inversão
660 69,3 211,8 0,321 0,463 59%
TABELA 4. DADOS RESUMIDOS DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
motores, válvulas, transformadores e etc.), além de gerar histórico dos
equipamentos, permitindo um melhor acompanhamento da vida útil de cada um.
No modelo atual de gerenciamento e análise das faturas de energia elétrica aplicado na
COMPESA, as AP não recebem as faturas de energia, ficando restrito apena a CEN. Desta
forma os gestores operacionais das áreas ficam impossibilitados de realizar uma análise
mais criteriosa. As AP recebem uma planilha em meio digital, chegando quase trinta dias
após o faturamento, com as informações resumidas, cabendo ao gestor local apenas
analisar:
Verificação se o consumo de energia se está na média histórica;
Comparação da demanda lida, em relação à contratada, verificando se houve
redução ou ultrapassagem;
Verificação e correção do fator de potência lido nas instalações, sendo que este
deve ser maior que 0,92 obrigatoriamente.
Nas análises de campo foram identificadas algumas oportunidades de microgeração de
energia distribuída com o aproveitamento de potencial hidráulico, sendo este na chegada da
água bruta na ETA Petrópolis e nas estações elevatórias de água bruta do sistema de
captação do Rio do Prata. Outra oportunidade identificada foi a geração de energia
renovável com o uso de painéis solares, sendo estes instalados nos telhados dos prédios e
reservatórios da ETA Petrópolis.
No caso da ETA Petrópolis a oportunidade avaliada consistiu na instalação de uma
turbinada hidráulica, como projeto piloto, com potência estimada de 20 kW, aproveitando a
entrada de água bruta na estação. O custo de plantação foi avaliado em cerca de R$130 mil
e o período de retorno (payback) simples de 5,5 anos.
Ainda na ETA Petrópolis foi também avaliada a viabilidade de implantação de uma micro
usina solar fotovoltaica cuja os painéis seriam instalados nos telhados das edificações bem
como nos reservatórios apoiados. Em caráter também de projeto piloto o sistema consistia
da implantação de 30 kWp, que ocupariam uma área de cerca de 200 m² correspondendo a
um investimento de R$180 mil, e um período de retorno (payback) simples
aproximadamente de 6 anos.
As oportunidades identificadas nas estações elevatórias do Sistema do Prata estavam em
mudança em função da recente operação do sistema do Pirangy e seu potencial foi apenas
qualificado, ou seja, existe um potencial de implantação de turbinas hidráulicas neste
aproveitamento, ainda a ser quantificado.
Definiu-se ainda a necessidade de realização de evento de monitoramento dos parâmetros
elétricos, mecânicos e hidráulicos, de modo a obter-se informações precisas sobre a linha
de base do sistema, bem como dados para a análise e avaliação de eventuais
oportunidades de aumento da eficiência hidroenergética. As medições foram realizadas por
sete dias consecutivos, com registro de dados a cada três minutos.
4.4.2.3 RESULTADOS OBTIDOS
Os principais parâmetros foram registrados de forma sincronizada a cada três minutos,
durante período de sete dias. Os registros dos principais parâmetros medidos se
apresentam a seguir:
FOTO 23. CONJUNTO MOTOBOMBA DO SISTEMA DA INVERSÃO
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
DEMANDA DE POTÊNCIA ATIVA – BOMBA DA INVERSÃO FIGURA 12.
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
VAZÃO DE ÁGUA DE RECALQUE – BOMBA DA INVERSÃO FIGURA 13.
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
GRÁFICO DE DESEQUILÍBRIO DE CORRENTE ENTRE FASES DO MOTOR FIGURA 15.
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
VOLUME BOMBEADO DURANTE O PERÍODO DE MONITORAMENTO FIGURA 14.
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
TABELA 5. CONSUMO ESPECÍFICO PARA O SISTEMA DA INVERSÃO
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
4.4.3 RESUMO DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO – BOMBA DO ANEL OESTE II
O sistema do Anel Oeste II, na ETA Petrópolis, é uma estação elevatória de água tratada
composta por um conjunto motobomba de 60cv, operando em regime de rodízio,
abastecendo o DMC, em função da crise hídrica. O DHE foi elaborado entre setembro e
dezembro/2017, com atividades de levantamento de campo, eventos de monitoramento,
coleta e análise de informações, além de elaboração de relatório conclusivo.
4.4.3.1 DESCRITIVO DAS ATIVIDADES
Foram realizadas vistorias para identificação do sistema que possuísse as características
típicas de outros sistemas de bombeamento, mas, como já relatado, a escassez hídrica foi
uma característica predominante que impediu se obtivessem as condições operacionais
ideais. Nesse contexto, entre julho e agosto/2017, o sistema selecionado foi a estação
elevatória que abastece o DMC Anel Oeste II, composto por um conjunto motobomba de 60
CV. Esse sistema opera em forma de rodízio, 24h/dia durante nove dias por mês, devido à
situação de persistência da escassez hídrica na região.
4.4.3.2 CARACTERÍSTICAS DA BOMBA ANEL OESTE II – ETA PETRÓPOLIS
Assim como o outro motor, este também tem mais de 14 anos de fabricação e não possui
registros e históricos de manutenção, apenas indícios de restauração e rebobinamento, que
propiciam na redução da eficiência e rendimento. O DHE avaliou apenas um conjunto motor
bomba do sistema do Anel Oeste II.
A seguir os dados resumidos do diagnóstico na unidade selecionada na ETA Petrópolis.
TABELA 6. CARACTERÍSTICAS DA BOMBA DO ANEL OESTE I I – ETA PETRÓPOLIS
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
Em paralelo ao diagnóstico hidroenergético foram avaliadas algumas iniciativas de
desenvolvimento de eficiência energética e quanto à estrutura da CEN identificadas as
seguintes ações em desenvolvimento:
Criação de indicadores de desempenho energético, como o kWh/m³ bombeado.
Atualmente a CEN considera apenas o índice de ultrapassagem de demanda e
baixo fator de potência como indicador de eficiência energética;
Foi identificada a importância de criar indicadores de desempenho energético, tendo
como base a norma ISO 50.001, que estabelece estruturas para gerenciar e
melhorar o consumo de energia elétrica;
Melhorar as metodologias de análise das faturas de energia elétrica, possibilitando
a realização de ações administrativas e técnicas nas unidades operacionais;
Gerenciamento dos contratos de fornecimento de energia elétrica, sendo que a
COMPESA paga quase R$180 MM/ano, referente a faturas de energia elétrica;
Realizar treinamentos teóricos e práticos, para melhor desenvolvimento das ações
de eficiência energética;
Realização de cadastro de ativos e elaboração de planos de manutenções,
facilitando o gerenciamento das atividades desenvolvidas em cada ativo (bombas,
motores, válvulas, transformadores e etc.).
A gerência regional recebe uma planilha com atraso de quase trinta dias após o
faturamento, com as informações resumidas das contas, fazendo apenas a análise de:
Verificação do consumo de energia;
Comparação da demanda lida, em relação à contratada;
Verificação e correção do fator de potência quando estiver fora do valor aceitável.
Definiu-se ainda a necessidade de realização de evento de monitoramento dos parâmetros
elétricos, mecânicos e hidráulicos, de modo a obter-se informações precisas sobre a linha
de base do sistema, bem como dados para a análise e a avaliação de eventuais
oportunidades de aumento da eficiência hidroenergética. As medições foram realizadas por
sete dias consecutivos, com registro de dados a cada três minutos.
TABELA 7. DADOS RESUMIDOS DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
4.4.3.3 RESULTADOS OBTIDOS
Os registros dos eventos de monitoramento se apresentam a seguir:
Estação Elevatória do Anel Oeste II – vibração
FOTO 24. CONJUNTO MOTOBOMBA DO ANEL OESTE II
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 25. MEDIÇÃO INSTANTÂNEA DE VIBRAÇÃO NA BOMBA DO ANEL OESTE II
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 26. CONJUNTO MOTOBOMBA
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
Pressostato para monitoramento da pressão na adutora de recalque
FOTO 28. BARRILETES DE SUCÇÃO E
RECALQUE DA BOMBA DO ANEL OSTE II
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 27. TOMADA DE PRESSÃO NO BARRILETE DE RECALQUE DA BOMBA DO SISTEMA ANEL OESTE II
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 30. TOMADAS DE PRESSÃO NA
BOMBA DO SISTEMA ANEL OESTE II
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2 Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 29. REGISTRADOR ELE
REGISTRADOR ELETRÔNICO UNIVERSAL
Os principais parâmetros foram registrados de forma sincronizada, a cada três minutos,
durante período de sete dias. Os registros dos principais parâmetros medidos se
apresentam a seguir:
FOTO 31. INSTALAÇÃO DO MEDIDOR DE VAZÃO PORTÁTIL NA ADUTORA DO ANEL OESTE II
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 32. MEDIDOR DE GRANDEZAS ELÉTRICAS NO CENTRO DE CONTROLE DE MOTORES DO MOTOR DO ANEL OESTE II
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2 Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
INSTALAÇÃO DO MEDIDOR DE VAZÃO PORTÁTIL NA ADUTORA DO ANEL FIGURA 16.OESTE II
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
REGISTRO DE VAZÃO DE ÁGUA DE RECALQUE – BOMBA DO ANEL FIGURA 17.OESTE II
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
Valores Medidos
Bombas P2 [m]
Sucção
P3 [m]
Recalque
n
[rpm]
Q
[m³/h]
Q
[m³/s]
Pel
[kW]
Anel Oeste II 5,9 34 1777 250,8 0,07 44,5
Valores Calculados
Bombas H [m] Ph [kW] Pe [kW] ηM [%] ηB [%] ηC [%]
Anel Oeste II 33,7 23,2 37,8 85 61,4 52,2
TABELA 8. CURVA DA BOMBA - ANEL OESTE II
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
VOLUME BOMBEADO DURANTE O PERÍODO DE BOMBEAMENTO FIGURA 18.
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
4.4.3.4 DIAGNÓSTICO
Em função dos dados coletados e das análises realizadas pela equipe da AT 4, foram
avaliadas as seguintes situações:
Em função da ausência de registro documental, recolheram-se dados em campo
que indicaram que os conjuntos motobomba não são de alto rendimento e já foram
rebobinados;
A falta de manutenção preventiva e preditiva, constatada durante os levantamentos
de campo evidenciou a ausência de alguns procedimentos rotineiros como a
lubrificação de mancais e limpeza dos conjuntos, que são realizadas apenas
esporadicamente, sem uma definição e controle de periodicidade;
O conjunto motor-bomba está instalado na cota de elevação 590m, enquanto o
reservatório está na cota de elevação 587m;
Nas condições encontradas no sistema de inversão, o conjunto motor-bomba estará
sempre abaixo do nível da coluna de água, o que é denominado como NPSH3
positivo, mantendo o regime de operação sempre em condição afogada.
3 Net Positive Suction Head – em português - carga líquida positiva de sucção.
LINHA NEUTRA DE VARI AÇÃO DE ENERGIA FIGURA 19.
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
TABELA 9. CONSUMO ESPECÍFICO PARA O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DO ANEL OESTE II
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
4.4.3.5 RECOMENDAÇÕES
Redimensionamento do conjunto motobomba para atender a demanda de água
necessária do setor Anel Oeste II;
Substituição do motor existente no Anel Oeste II por outro de alto rendimento e com
potência adequada para atender a real necessidade de bombeamento;
Substituir motor do sistema da Inversão, pois há indícios de rebobinamento,
aquecimento acentuado na carcaça e também foi identificado desequilíbrio de
corrente consumida entre as fases próximo de 30%;
Implantação de Sistema de Gestão Energética - SGE, através de multimedidores de
grandezas elétricas e hidráulicas, nas bombas do sistema de inversão e nas
elevatórias do sistema de captação do Rio do Prata, cujas unidades possuem
grandes potências instaladas e consequentemente elevado consumo de energia
elétrica;
Implantação do sistema de controle de ativos, gerenciamento e plano de
manutenção, permitindo o cadastro de ativos, criação de registros e históricos de
intervenções corretivas, preventivas e preditivas;
Instalação de um segundo conjunto motobomba no sistema da Inversão, permitindo
a realização de alternância e também possuir um equipamento reserva;
Aquisição de instrumentações portáteis e realização de treinamentos da equipe de
medições, para verificação e aferição dos parâmetros elétricos, mecânicos e
hidráulicos;
A COMPESA pode ainda aprimorar a operação através da implementação,
acompanhamento e melhoria contínua de indicadores de desempenho, como
exemplo o consumo específico. Para tal pode ser necessário investimento em
sistemas de medição, e aquisição de dados para monitoramento individualizado das
elevatórias ou até de cada motor;
Além das ações propostas, a COMPESA deve investir em um sistema de
gerenciamento e controle da manutenção, além da criação dos planos de
manutenção e estruturação da equipe para realização das manutenções
preventivas e preditivas nos equipamentos eletromecânicos.
Os investimentos e benefícios associados às medidas de eficiência energética
TABELA 10. SISTEMA DA INVERSÃO
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
mencionadas, se relacionam a seguir:
Essas oportunidades, com investimento estimado da ordem de R$ 300 mil, podem resultar
na economia de R$ 280mil/ano, além de melhoria da gestão energética e operacional das
elevatórias.
Essas oportunidades, com investimento estimado da ordem de R$ 38 mil, podem resultar na
economia de R$ 14.4 mil/ano, além de melhoria da gestão energética e operacional das
elevatórias.
4.4.3.6 CONCLUSÕES
Foram identificadas oportunidades de redução do consumo de energia, apesar do cenário
peculiar de escassez hídrica no qual os equipamentos operam, apenas no momento em que
existe água para bombear, o fazendo com a maior capacidade possível e não priorizando a
questão da eficiência operacional. Apesar de não ter ocorrido ações físicas de eficiência
energética na COMPESA, tais como troca e instalações de equipamentos, houve grandes
avanços no entendimento das AP sobre o conceito e tema de eficiência energética.
Na fase final do projeto, os gestores entenderam a importância do assunto eficiência
energética e os benefícios que podem ser colhidos. Então designou um engenheiro
exclusivamente para elaborar, medir e melhorar os Indicadores de Desempenho Energético
– IDE para cada uma das AP, além de estudos de micro geração de energia distribuída.
A CEN continuará responsável pelo controle e análise das contas de energia elétrica emitida
pela CELPE e pela correção do fator de potência, quando necessário, além de apoiar as
demais áreas da COMPESA em assuntos correlatos, tais como:
Implementação de indicadores corporativos de eficiência energética, como exemplo
kWh/m3 bombeado, que deve ser acompanhado e apresentado mensalmente em
reuniões de resultados da COMPESA;
Possibilidade de realização de um projeto piloto de eficiência energética no sistema
da Inversão, com a possibilidade de instalação de inversores de frequência para
controle de pressão e vazão, possibilitando a modulação da rotação do motor e
consequentemente economia de energia elétrica.
TABELA 11. ANEL OESTE II
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
4.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO
O Balanço Hídrico e a metodologia Bottom Up representam importantes ferramentas de
gestão para modelar as componentes das perdas de água. A aplicação dos modelos
considera primordialmente os volumes de entrada no sistema distribuidor e a totalização de
volumes consumidos para dar a dimensão total do volume de perdas e envolve informações
secundárias para distribuí-las nas componentes de perdas reais e aparentes.
Partindo da decisão inicial de definição de uma área de experimentos práticos de redução
de perdas, foram reservados os esforços na delimitação e operacionalização de um DMC.
Esta área piloto deveria sofrer intervenções multidisciplinares desde o monitoramento da
macromedição e pressão média da rede, até as ações efetivas de combate e redução de
perdas. O monitoramento dos resultados de desempenho do DMC representaria a aplicação
da metodologia e dos conceitos clássicos defendidos pela IWA e revelariam de maneira
amostral as condições do sistema da Área Prioritária como um todo.
Tendo em vista a escassez de água e o rigoroso regime de rodízio praticado no sistema de
abastecimento, não foi possível estabelecer condições satisfatórias de operação do DMC,
principalmente no tocante à continuidade do abastecimento, que inviabilizou o adequado
monitoramento dos volumes de entrada e pressões de rede. A carga de capacitações para
elaboração dos modelos de dimensionamento das perdas foi intensa e mesmo na carência
de dados imprescindíveis, se buscou realizar exercícios e simulações do cenário de
operação do sistema e estimar, ainda que imprecisamente, o volume de perdas.
Essas tentativas foram válidas, considerando que a equipe técnica ficou submetida às
dinâmicas práticas da modelagem, aproximando-se de uma atividade que deve fazer parte
da rotina operacional do prestador. Os resultados dessas simulações não oferecem
precisão e confiabilidade satisfatória, de modo que não são apresentados nessa publicação.
Apesar da indisponibilidade dos valores de indicadores, deve-se reforçar a importância do
conhecimento oferecido nos cursos, visitas e treinamentos. Fica por conta do prestador
após a finalização do COM+ÁGUA.2 aplicar esta metodologia para monitorar o desempenho
de seu sistema.
5 IMPACTO E INDICADORES
5.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL
5.1.1 INDICADOR DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL – IMOB
Indicador de Mobilização Social – IMOB é composto pelos Índices de Mudança
Cultural – Imud e de Gestão da Mobilização – Iges. O primeiro indica as alterações
nos valores e atitudes interna (peso 0,7) e externa (peso 0,3); o segundo avalia o
grau de institucionalidade dos quatro eixos estruturantes. Dessa forma, Imud e Iges
compõem o IMOB com pesos 0,7 e 0,3, respectivamente.
Em Caruaru foram realizadas, ao longo do projeto, apenas duas verificações do IMOB. Uma
no início da implantação (linha de base) e outra, ao final. O resultado alcançado pela
operadora, cujo IMOB iniciou com 22,9% e, ao término da assistência técnica, fechou em
51,0%, foram decorrentes especialmente dos avanços alcançados na cultura interna,
envolvendo a constituição dos Agentes de Combate ao Desperdício, a formulação de
propostas pelos mesmos, as ações de comunicação e a identificação e atuação dos talentos
em atividades internas e externas.
5.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS
O projeto COM+ÁGUA.2 é, na sua essência, um programa literalmente voltado à
capacitação, mediante assistência técnica, para fortalecimento institucional e técnico dos
prestadores, em todos os aspectos inerentes as perdas de água e eficiência energética, em
cujo cerne, a princípio, não se objetivava ações e resultados expressivos na redução de
perdas. Entretanto, no que concerne ao prestador e ao Consórcio, sempre se cultivou e
semeou expectativas de redução ou melhoria nos indicadores de perdas, por dois motivos:
primeiro evidenciar na prática que a metodologia preconizada pela IWA é plenamente
aplicável e, segundo, motivar os colaboradores do prestador, de todos os níveis
hierárquicos, a internalizar e disseminar as boas práticas criando cenário de perpetuação e
continuidade da metodologia empregada.
À medida que as capacitações, cursos, encontros temáticos e oficinas foram evoluindo, o
Consórcio e o prestador se depararam com inúmeros obstáculos que impuseram severas
restrições para que se vislumbrasse, ao final do projeto, melhoria nos indicadores de
perdas, com especial destaque a macromedição, que impossibilitou a medição do volume
ofertado ao DMC. Sem mensurar o volume distribuído não há como apropriar o volume de
perdas reais, quer seja pela modelagem Bottom Up, quer seja no próprio Balanço Hídrico.
Contudo, foi possível verificar evolução de alguns aspectos, notadamente relativo à
mudança de cultura, disseminação e internalização da relevância, dos seguintes aspectos:
Estabelecimento de rotina de atualização do cadastro, inclusive com colaboradores
adotando a prática de levar a planta cadastral para campo;
O
Evolução na aplicação de técnicas de medição de vazão (Pitometria) como
ferramenta de diagnóstico de sistema de abastecimento de água;
Internalização da relevância e importância do balanço hídrico e indicadores de
desempenho como fator determinante na segregação das perdas;
Difusão da relevância da macromedição e telemetria como ferramentas de gestão;
Formação de um corpo técnico capaz de replicar a metodologia;
Internalização dos colaboradores e gestores de que DMC é algo a ser perseguido;
Disseminação da cultura da integração com planejamento e a execução de ações
de forma integrada e participativa.
Por fim, a internalização de que o rodízio no abastecimento não pode ser usado como
argumento para não implantar um programa contínuo de redução e controle de perdas de
água, sendo inclusive a redução das perdas um fator indutor ao fim do rodízio.
5.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES
Tal como exposto para as perdas reais, não se pôde observar uma evolução concreta de
melhoria de indicadores. Esta ocorrência está amplamente embasada pela não execução
das ações efetivas de redução de perdas, por conta da carência de recursos financeiros, a
severa escassez hídrica vivenciada, diretrizes de governança da companhia, entre outros
aspectos.
O COM+ÁGUA.2 surge como uma oportunidade de aprendizado de técnicas mais modernas
e de construção de uma vitrine de experiências que possa servir como plataforma para
implantação de um programa mais amplo, englobando limites mais extensos. Esse
momento não foi aproveitado em sua plenitude e a mensuração do sucesso do projeto deve
envolver uma visão sobre mudança de paradigmas enraizados na mentalidade da operação
do saneamento.
5.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA
Os indicadores mais relevantes para a avaliação das ações de gestão da energia no projeto
COM+ÁGUA.2 são:
Índice de Desempenho Energético - IDE, também designado por Coeficiente de
Consumo Específico, é calculado em função da energia consumida por volume de
água bombeado, ou seja, kWh/m³ em determinadas condições de operação do
sistema avaliado. Esse indicador pode ser determinado a diversos níveis, como por
exemplo para unidade operacional como uma ETA, ou para um único conjunto
motobomba. Quanto mais específico for o indicador, maior a precisão da análise,
porém, evidentemente que maior será o custo de realizar-se essa análise, em
função da maior quantidade de medidores e do tempo necessário para o
processamento dessas informações;
Custo da energia, expresso em R$/kWh, calculado em função dos componentes de
custo da fatura de energia da unidade consumidora. Em conformidade com a
resolução 414/2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, as tarifas
podem ser monômias (nas quais haverá apenas um valor associado ao consumo,
ou seja, R$/kWh consumido) ou binômias, quando o custo total é calculado em
função das componentes de consumo (kWh) e demanda máxima (kW) medida ou
contratada, a que for maior. As unidades operacionais enquadradas em contratos
de tarifação horo-sazonal possuem adicionalmente tarifas diferenciadas para o
horário de ponta4 e para o horário fora-de-ponta;
A combinação desses dois indicadores serve para calcular um terceiro indicador de
grande relevância, que é o de custo médio da energia em R$/m³ de água
bombeada. Exemplificando, um sistema com IDE de 0,7 kWh/m³, operando com
uma tarifa de R$ 0,60/kWh, terá um custo médio da energia de 0,7*0,6 = R$/m³
0,42, que significa, por exemplo, que cada m³ de água perdida, carrega um custo de
R$ 0,42;
Algumas operadoras utilizam indicadores de alerta, como por exemplo a ocorrência
ou não de baixo fator de potência, que conforme a resolução 414/2010 da ANEEL
possui valor mínimo de 0,92, expresso nas faturas em termos de “energia reativa
excedente”, ou seja, a existência de cobrança em função disso constitui-se de uma
penalização facilmente evitável;
Outro indicador também comumente utilizado é o da existência ou não de
ultrapassagem de demanda. Conforme a ANEEL, o registro de demanda superior
em 5% à demanda máxima contratada gera a incidência de cobrança adicional
equivalente a duas vezes o valor da tarifa normal, isto significa que a unidade
operacional com demanda contratada de 100 kW, que em um determinado mês
teve registrada uma demanda máxima de 110 kW, independente do motivo, terá
uma cobrança total equivalente ao custo de 130 kW, sendo 110 kW à tarifa normal
de demanda + 2 x 10 kW.
Devido às condições de desenvolvimento do projeto, as oportunidades identificadas tiveram
pouca possibilidade de implementação para que se pudesse observar uma evolução dos
indicadores, entretanto, nos sistemas objeto dos DHE foram estabelecidos seus respectivos
indicadores de desempenho energético (linha de base), para que os mesmos possam ser
acompanhados à medida que as ações de gestão energética recomendadas forem
implementadas. Os indicadores encontrados foram:
CARUARU - ETA Petrópolis:
EAB Inversão – kWh/m³ 0,321
EEAT Anel Oeste II – kWh/m³ 0,151
5.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO
A carência de condições para aplicação das metodologias do Balanço Hídrico e modelagem
Bottom Up leva inevitavelmente para um cenário de resultados pouco significativos. Não foi
possível calcular os indicadores que monitoram o desempenho do sistema, tanto no tocante
às perdas reais quanto às perdas aparentes.
4 Período de 3h/dia, durante os dias úteis, entre 17h e 21h.
Espera-se que o prestador realize os investimentos no projeto e possa estabelecer um
contexto de acompanhamento das perdas, verificando a efetividade das ações e a melhoria
da rotina de operação do sistema.
6 AUTOAVALIAÇÃO DE IMPACTO
DO COM+ÁGUA.2 NA AP 1
o término do período de assistência técnica do Ministério das Cidades, por meio dos
consultores do Consórcio, foi aplicado um questionário para a autoavaliação do
impacto do COM+ÁGUA.2 em Caruaru.
6.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL
A
GESTÃO DE MOBILIZAÇÃ
O SOCIAL
O quanto mudou no seu dia-a-dia?
Procedimentos novos foram incorporados?
Há evidências de resultados?
nada pouca coisa
muita coisa
tudo não sim em vias de
em parte
nenhuma poucas muitas
Efetividade do Comitê Gestor
X X X
Atuação dos ACD
X X X
Envolvimento dos funcionários
X X X
Ações de comunicação interna
X X X
Ações de comunicação externa
X X X
Atividades culturais internas
X X X
Atividades culturais externas
X X X
Atividades de educação internas
X X X
Atividades de educação externas
X X X
6.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS
GESTÃO DE PERDAS REAIS
O quanto mudou no seu dia-a-dia?
Procedimentos novos foram incorporados?
Há evidências de resultados?
nada pouc
a coisa
muita coisa
tudo não sim em vias de
em parte
nenhuma poucas muitas
Técnicas de medição de vazão, pressão e nível
X X X
Diretrizes para macromedição do sistema
X X X
Revisão de base cartográfica
X X X
Procedimentos de atualização de modelagem
X X X
Modelagem do DMC/sistema
X X X
Capacitação em gestão da modelagem
X X X
Setorização e verificação de estanqueidade
X X X
Detecção e reparo de vazamentos não visíveis
X X X
Melhoria da rapidez no reparo de vazamentos
X X X
Controle de pressão
X X X
Gestão de redes e ramais
X X X
Institucionalização do Balanço Hídrico
X X X
Cálculo de indicadores de desempenho
X X X
Utilização de indicadores de desempenho
X X X
6.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES
GESTÃO DE PERDAS
APARENTES
O quanto mudou no seu dia-a-dia?
Procedimentos novos foram incorporados?
Há evidências de resultados?
nada pouca coisa
muita coisa
tudo não sim em vias de
em parte
nenhuma poucas muitas
Micromedição / gestão do parque de medidores
X X X
Cadastro comercial / gestão do cadastro
X X X
Combate a fraudes / clandestinas / inativas
X X X
Pesquisa do grau de submedição
X X X
Institucionalização do Balanço Hídrico
X X X
Cálculo de indicadores de desempenho
X X X
Utilização de indicadores de desempenho
X X X
6.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA
GESTÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
O quanto mudou no seu dia-a-dia?
Procedimentos novos foram incorporados?
Há evidências de resultados?
nada pouca
coisa
muita
coisa
tudo não sim em vias de
em parte
nenhuma poucas muitas
Capacitação em medições elétricas e hidráulicas
X X X
Gerenciamento do uso eficiente de energia
X X X
Mudanças de categoria tarifária
X X X
Oportunidades de projeto de eficiência energética
X X X
Cálculo de indicadores de desempenho
X X X
Utilização de indicadores de desempenho
X X X
7 A ÁREA PRIORITÁRIA DE
SALGUEIRO
7.1 SALGUEIRO – ÁREA PRIORITÁRIA 2 (AP-2)
7.1.1 O MUNICÍPIO
algueiro, fundado em 23 de dezembro de 1835, está localizado na Mesorregião do
Sertão de Pernambuco, na região de desenvolvimento do Sertão Central, a 518 km
da capital do Estado, Recife. Faz limites com Penaforte/CE (Norte), Belém de São
Francisco (Sul), Verdejante, Mirandiba e Carnaubeira da Penha (Leste) e Cabrobó, Terra
Nova, Serrita e Cedro (Oeste). A sua divisão geopolítica e administrativa é composta por
cinco distritos: Salgueiro (sede), Conceição das Crioulas, Umãs, Vasques e Pau Ferro.
A região onde o município se localiza foi habitada originalmente pelos índios Cariris, sendo
posteriormente ocupada por habitantes oriundos da região Sul do Ceará, atraídos pela
abundância e pela fertilidade dos solos. Salgueiro tem como atividades econômicas
predominantes a agricultura e o comércio varejista. Os principais produtos agrícolas são:
cebola, tomate, algodão herbáceo, milho, banana, feijão, arroz e manga. E as atividades
econômicas predominantes são a agricultura e o comércio varejista.
Conhecida por se situar na parte mais central do Nordeste, Salgueiro pode ser considerada
equidistante de praticamente todas as capitais nordestinas, sendo a principal cidade da
S
MAPA DE SALGUEIRO FIGURA 20.
Fonte:
ttps://pt.wikipedia.org/wiki/Salgueiro_(Pernambuco)#/media/File:Brazil_Pernambuco_location_map_Munic
ip_Salgueiro.svg
Alagoas
Bahia
Paraíba
Pernambuco
Ceará
Piauí Salgueiro
região do sertão central pernambucano, detendo, a nível regional, um comércio
diversificado.
7.1.2 DADOS DE SALGUEIRO - PE
Mesorregião: Sertão Pernambucano.
Área Territorial (IBGE, 2017): 1.686,814 km².
População (IBGE, Censo 2010): 56.629 pessoas.
População Estimada (IBGE, 2017): 60.453 pessoas.
Densidade Demográfica (IBGE, 2010): 33,57 hab./km².
Domicílios Particulares Permanentes (IBGE 2010): 15.033.
Esgotamento sanitário adequado 2010 (IBGE): 62,8 %.
Internações por diarreia 2016 (IBGE, 2016): 3,9 internações por mil habitantes.
Clima: Semiárido.
Temperatura: média anual de 25ºC.
Altitude: 420 m.
Índice pluviométrico: 450 a 600 milímetros por ano.
7.2 CARACTERÍSTICAS DA AP-2 - SISTEMA
INTEGRADO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - SIAA
SALGUEIRO
O abastecimento de Salgueiro ocorre através do manancial do Rio São Francisco,
localizado a 60 km de distância. A água bruta é bombeada para a Estação de Tratamento -
ETA através de três elevatórias em série. A ETA possui filtração ascendente com
capacidade de tratamento de 160 L/s, operando atualmente com 150 L/s.
A distribuição de água tratada realiza-se através de oito estações de bombeamento que
alimentam reservatórios elevados que abastecem por gravidade a cidade. A rede de
distribuição tem cerca de 180 km, estando subdividida em cinco distritos de abastecimento.
7.2.1 DADOS DO SIAA SALGUEIRO
Captação: Rio São Francisco.
Estação de Tratamento de Água: ETA Salgueiro.
Reservação: 3.500 m³.
Municípios atendidos: Salgueiro e Verdejante.
Ligações existentes: 18.153.
Ligações ativas hidrometradas: 15.997.
Economias ativas: 16.429.
Habitantes atendidos: cerca de 50.000.
Extensão de rede de água: 180 km (2012).
Perdas Reais: 21,57 % (2012).
Perdas Aparentes: 78,43 % (2012).
Perdas totais: 24,0 % (2012).
7.3 CARACTERÍSTICAS DO DISTRITO DE MEDIÇÃO E
CONTROLE – DMC DISTRITO 2
Formado inicialmente por mutuários da antiga Companhia Habitacional de Pernambuco -
COHAB, o Distrito 2, em Salgueiro, conta com uma população estimada de 12.500
moradores. Este distrito, e o seu entorno, possui diversas entidades e equipamentos
sociais: Associação dos Moradores da Cohab - AMOC, Centro de Referência de Assistência
Social - CRAS, Centro de Artes e Esportes Unificados - CEU, Praça CEU, Unidade de
Saúde da Família - USF, Escola Professora Maurina Rodrigues Dos Santos (pública) e
Escola Francisca Aurora dos Anjos (particular), entre outras.
7.3.1 DADOS DO DMC DISTRITO 02
Estação de Tratamento de Água: ETA Salgueiro.
Reservação: 250 m³.
Ligações existentes: 3.122.
Ligações ativas hidrometradas: 2.246.
Economias ativas: 2.371.
Habitantes atendidos: 12.500.
Extensão de rede de água: 29 km.
DISTRITOS DE ABASTECIMENTO SALGUEIRO FIGURA 21.
Fonte: COMPESA
8 ETAPAS DE IMPLANTAÇÃO
8.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL
8.1.1 DIAGNÓSTICO
primeiro passo para o planejamento da gestão integrada e participativa de combate
às perdas de água e uso eficiente de energia elétrica nos Sistemas de
Abastecimento de Água é fazer o Diagnóstico Técnico-operacional bem como dos
quatro eixos estruturantes da Mobilização Social: organização, educação, comunicação e
cultura. A esse levantamento de dados, juntam-se impressões gerais que estabelecem a
radiografia do estado da arte da Mobilização Social e da existência ou não de uma cultura
institucional de uso eficiente de água e energia.
Na Área Prioritária do SIAA Salgueiro, o cenário de implantação do COM+ÁGUA.2, em
agosto/2016, apontava para o que segue.
8.1.2 ORGANIZAÇÃO
A unidade de Salgueiro não conta com um Núcleo de Articulação Socioambiental – NAS.
Este está sediado em Petrolina (distante 235 km), estando vinculado à Assessoria de
Articulação Socioambiental – AAS/Diretoria de Articulação e Meio Ambiente - DAM, ambas
em Recife. O NAS, composto por uma assistente social e um estagiário, faz o trabalho de
relação com a comunidade, atendendo predominantemente à Gerência de Negócios
Regional São Francisco (foco central de atuação), bem como às GNR Araripe e GNR Sertão
Central (onde fica Salgueiro).
Esse núcleo possui um banco de dados das associações/lideranças de Salgueiro (cadastro
social da comunidade), delimitado por bairros. Além disso, conta com um ferramental que
permite o registro do histórico dos atendimentos de cada usuário (demandas, atendimentos,
repasses de informações, entre outras), o que permite uma qualificação dos contatos junto
aos mesmos. Entre as atribuições desse núcleo está a inclusão de usuários que se
encontram em situações de maior vulnerabilidade e na tarifa social.
Há uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho - CIPA, composta por
oito funcionários, entre efetivos e suplentes, para um mandato de dois anos, que costumava
reunir-se com maior regularidade. Com relação à existência de um núcleo/setor responsável
pelo combate às perdas de água, houve um primeiro esforço articulado de controle de
perdas, iniciado em 2012, com as obras de setorização, construção de reservatórios e
estações elevatórias, não havendo, entretanto, um núcleo/setor responsável, nem um
trabalho mais estruturado, articulado e contínuo, envolvendo as coordenações, onde se
planeje, execute e avalie ações de combate às perdas de água.
8.1.3 COMUNICAÇÃO
Não consta, no organograma da unidade, uma área de comunicação e/ou assessoria de
imprensa, existindo, em Petrolina, uma jornalista terceirizada que costuma prestar,
O
eventualmente, assistência a Salgueiro. E uma profissional da área de relações públicas
que atua exclusivamente em Petrolina, que poderia, em caso de negociações entre os
gerentes, colaborar com algumas ações. Nessa perspectiva, o diálogo com a população tem
sido restrito em Salgueiro. As ações de comunicação, de modo geral, só costumam
acontecer quando estão previstas no Plano de Metas.
Na sede, em Recife, há uma Assessoria de Comunicação que realiza toda comunicação
externa, capta matérias da imprensa, coleta informações junto às unidades do prestador e
produz releases para a imprensa. Mantém o blog externo, site da COMPESA, perfis no
Twitter e Facebook, sendo também responsável pela produção de materiais informativos e
educativos voltados para o público externo.
A exemplo da unidade de Caruaru, Salgueiro também conta com a veiculação de notícias
na Intranet e das publicações Elonews, Elozap e EloMulher. Os murais existentes na
unidade geralmente são utilizados pelos representantes do Sindicato dos Urbanitários e
pelos integrantes da CIPA.
Carros de som são utilizados muito eventualmente, em caso de necessidade de reunião em
algum bairro ou localidade. Para informações mais gerais e abrangentes, as rádios locais
são as ferramentas mais utilizadas.
8.1.4 EDUCAÇÃO
As ações de educação ambiental são desenvolvidas pela equipe do NAS, sediado em
Petrolina, na GNR Sertão São Francisco. Essa equipe atua predominantemente em
Petrolina, saindo esporadicamente para o atendimento a outras localidades. O trabalho
desenvolvido envolve ações mais voltadas para o público externo, junto a usuários e
população em geral, escolas públicas e privadas, instituições de ensino técnico e superior e
parceiros da COMPESA (ex.: Sistema S, entre outros).
Destacam-se ações de educação, apoio e esclarecimentos à população para o
entendimento do ciclo da água (desde a captação) e para o uso adequado das instalações
de água e esgoto. Também merece destaque o Projeto Por Dentro da COMPESA
(renomeado depois como Universo COMPESA), que visa contribuir para que os usuários
conheçam os serviços prestados pela empresa e seus aspectos operacionais, bem como
entendam o percurso interno de uma eventual demanda junto a empresa. E o COMPESA na
Escola, voltado para diretores, professores e alunos, envolvendo jogos educativos e
atividades lúdicas, que tratam da questão do abastecimento de água e do uso adequado
das instalações de esgotamento sanitário. As ações junto ao público interno da COMPESA
são muito esporádicas.
8.1.5 CULTURA
Existia uma significativa integração dos funcionários com a realização de eventos sociais ao
longo do ano, como festas de São João, confraternização de fim de ano e outras atividades
em datas comemorativas; eventos esses que se tornaram cada vez mais escassos. Em
Salgueiro, não existe um núcleo artístico que pudesse apoiar as ações de sensibilização,
mobilização e educação ambiental voltadas tanto para o público interno quanto para o
público externo; existindo, no entanto, talentos locais que podem se envolver nesses
trabalhos de mobilização.
8.1.6 A IMPLANTAÇÃO
A metodologia do COM+ÁGUA.2 tem os quatro eixos da Mobilização Social divididos em
três subprojetos para os quais estão previstas ações a serem desenvolvidas seguindo as
ondas da mobilização, que partem do núcleo central que é o Comitê Gestor - CG, ampliando
para os Grupos de Trabalhos - GT das AT, reuniões setoriais, Agentes de Combate ao
Desperdício - ACD, lideranças e comunidade em geral. Em Salgueiro, elas se
desenvolveram como descrito a seguir.
8.1.6.1 SUBPROJETO DESENVOLVIMENTO DE INSTÂNCIAS E DA GESTÃO
PARTICIPATIVA
Comitê Gestor – CG
Parte importante das atividades preparatórias de implantação do COM+ÁGUA.2 envolveu a
constituição do Comitê Gestor, instância fundamental para o adequado desenvolvimento do
projeto, especialmente em função de não haver, em Salgueiro, conforme Diagnóstico
Situacional, ações intersetoriais mais estruturadas de combate às perdas. Na unidade, o
Comitê Gestor não foi institucionalizado através de portaria, decreto ou outro instrumento
formal, apesar das recomendações da consultoria e de encaminhamentos nesse sentido,
tendo sido formatado um Regimento Interno para o funcionamento do mesmo.
A capacitação do Comitê Gestor e dos Grupos de Trabalho era realizada através das visitas
regulares da assistência técnica, oficinas, encontros temáticos e cursos, abrangendo
conteúdos de engenharia e de mobilização social, planejamento e gerenciamento de
projetos, sendo que a AT 1, em Salgueiro, através da consultoria e do GT MOB, promoveu
ao longo do percurso do projeto, nove reuniões com o CG que visavam o nivelamento e o
compartilhamento de informações, como também a discussão de problemas e desafios
enfrentados e definição de encaminhamentos necessários visando o andamento do projeto.
Nessas visitas técnicas evidenciou-se também a pouca regularidade das reuniões do
Comitê Gestor, o que comprometia o planejamento e o monitoramento das ações.
Dificuldade decorrente tanto da inexistência de uma cultura interna de trabalhos mais
articulados e intersetoriais, como também em função da equipe reduzida e das inúmeras e
frequentes demandas relacionadas aos problemas de abastecimento enfrentados em
Salgueiro.
Essa fragilidade foi contornada a partir da intensificação de visitas técnicas integradas
periódicas, com a presença dos consultores das demais AT no sentido de possibilitar,
através de reuniões e oficinas com os GT e Comitê Gestor, um diálogo mais integrado
frente aos desafios enfrentados e a pactuação de ações, encaminhamentos e prazos.
Nas avaliações feitas, especialmente na etapa final do projeto, os integrantes que
compunham o Comitê Gestor se ressentiram de um melhor funcionamento do mesmo,
avaliando que a sua institucionalização poderia ter contribuído para um trabalho mais
efetivo, gerando maior organização dos trabalhos e favorecendo um melhor
desenvolvimento das ações do projeto.
Apesar dos problemas enfrentados em Salgueiro, foram destacados os seguintes aspectos
nas avaliações feitas junto CG:
Maior internalização da cultura de combate às perdas e de eficiência energética,
apontando novas perspectivas com a incorporação de novos conceitos no âmbito
da atuação estratégica da COMPESA, procedimentos novos de campo e
repercussões diversas nas práticas em Salgueiro, como um dos grandes resultados
alcançados;
A excelência e importância das capacitações, que possibilitaram maior qualificação
dos funcionários (desde os encanadores até os analistas, engenheiros,
coordenações, etc.), possibilitando maior riqueza e qualidade nas discussões
internas, bem como o repasse, para outras coordenações, dos conhecimentos
adquiridos. O COM+ÁGUA.2 foi um divisor de águas na qualificação técnica;
A utilização dos conceitos e conhecimentos adquiridos nas capacitações,
possibilitando a superação de desafios internos envolvendo o abastecimento de
algumas áreas do município, gerou economias significativas;
O trabalho desenvolvido pela Área Temática 2 - Perdas Reais possibilitou o
aprimoramento/redirecionamento das ações, com base nos conceitos do projeto;
A necessidade e importância do trabalho social, das ações de comunicação e
mobilização social, de um diálogo mais contínuo com a população;
E a aplicação da metodologia do COM+ÁGUA.2, adaptada à realidade local, em
novos distritos de medição e controle, reforçando o conhecimento existente e sendo
foco para futuros trabalhos de combate às perdas.
Ressalta-se, no entanto, da mesma forma que em Caruaru, um descompasso entre a
demanda de alguns recursos e equipamentos necessários ao desenvolvimento das ações
do projeto e os processos, prazos e normativas que norteavam a solicitação, aquisição e
disponibilização dos recursos, impactando no desenvolvimento das ações previstas no
projeto.
Grupo de Trabalho de Mobilização Social – GT MOB
Em Salgueiro, um dos principais dificultadores para o planejamento e desenvolvimento das
ações de mobilização social foi o fato da operadora não contar com uma equipe NAS,
responsável pela relação com a comunidade local, em diálogo mais contínuo com a
população. As ações, restritas e esporádicas, eram desenvolvidas pela assistente social
lotada em Petrolina, que concentrava suas ações na GNR Sertão São Francisco. Além das
demandas locais, enfrentava restrições diversas para um trabalho mais regular e periódico
em Salgueiro. Apesar dessas limitações, houve um esforço inicial de participação da
assistente social nas etapas preparatórias do projeto, participando das reuniões e
compondo o Comitê Gestor e o GT MOB.
A participação, dentro do possível, do então Gerente Regional no GT MOB foi um fator
também positivo, respaldando o trabalho a ser desenvolvido pela AT 1. Destaca-se nas
atividades preparatórias do projeto, o papel importante do GT MOB na constituição do
Comitê Gestor e dos Grupos de Trabalho e, especialmente, no apoio às consultorias no
processo de elaboração dos planos de ação/PGI, dando suporte no agendamento,
comunicação e organização das reuniões periódicas com o CG quando das visitas técnicas.
A partir do diagnóstico situacional e das primeiras ações de capacitação de seus
integrantes, os esforços da AT 1/GT MOB concentraram-se na elaboração do Plano de
Mobilização Social, alinhado com os planos da demais Áreas Temáticas, posteriormente
objeto de análise crítica por parte da consultoria, contendo reflexões e considerações no
sentido de fortalecer um maior alinhamento das ações propostas com os objetivos centrais
do COM+ÁGUA.2 e, mais especificamente, com os eixos e objetivos da AT 1.
No entanto, a saída da assistente social em função de problemas de ordem pessoal, bem
como do então Gerente Regional, que também integrava o GT MOB, aliada às demandas
constantes das respectivas áreas de atuação dos demais integrantes do GT, fizeram com
que o mesmo ficasse restrito à participação de uma funcionária, que teve que se desdobrar,
em função de suas atividades na operadora e do apoio à AT 3, onde também tinha um
papel de destaque, o que comprometeu significativamente o trabalho da AT 1. Houve
tentativas de integração de novos membros no GT MOB, mas cuja participação acabou por
não se efetivar.
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 33. PARTICIPANTES DO CURSO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL
Plano de Gestão Integrada – PGI
A unidade de Salgueiro elaborou o PGI 1 a partir de diversos contatos e reuniões com os
consultores do Consórcio com os Grupos de Trabalho e o Comitê Gestor, culminando no
plano que foi analisado, em conjunto com o de Caruaru, no Encontro Temático de
Sensibilização de Dirigentes e Gestores, em Recife. Participaram os consultores, equipes
da operadora e representantes da diretoria da COMPESA e do Ministério das Cidades.
Plano de Mobilização Social
O Plano MOB, inicialmente proposto pelo GT MOB, em diálogo com a consultoria, foi
encaminhado pelo Comitê Gestor, junto com os planos das demais ATs, para o Consórcio,
em 10/10/16.
Esse primeiro Plano MOB foi objeto de análises e revisões periódicas, no sentido de um
maior alinhamento com as ações em curso, promovidas pelas demais ATs, repactuando-se,
nas visitas integradas dos consultores, novas ações e prazos.
Reuniões Setoriais
As reuniões setoriais, etapa importante na divulgação do projeto e mobilização dos
funcionários, inicialmente programadas para dezembro/16, foram realizadas em março/17.
Foram precedidas de reuniões da AT 1 junto ao GT MOB e ao Comitê Gestor e de
atividades preparatórias de planejamento e organização, a exemplo do que ocorreu na outra
Área Prioritária.
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 34. REUNIÃO DOS CONSULTORES COM O GT MOB
Nas reuniões setoriais, com participação de funcionários próprios e terceirizados, foram
realizadas palestras, promovidas pelas coordenações, e momentos de discussão em torno
da temática da redução das perdas. Também foram levantados diversos problemas e
propostas, analisadas e categorizadas por temas, sugerindo revisões/aprimoramentos em
uma série de práticas cotidianas e rotinas operacionais. Essas propostas foram
posteriormente sistematizadas e encaminhadas ao Comitê Gestor para as devidas análises,
visando a devolução aos Agentes de Combate às Perdas ACP e incorporações ao PGI.
Na sequência do trabalho foi produzido, pelo GT MOB, um Boletim Informativo sobre as
setoriais, destacando os objetivos centrais do projeto, o resultado das dinâmicas utilizadas,
bem como o processo de levantamento e discussão de propostas e constituição dos ACP.
8.1.6.2 AGENTES DE COMBATE ÀS PERDAS - ACP
Participaram das reuniões setoriais 54 funcionários, tendo sido constituídos 35 Agentes de
Combate às Perdas, funcionários que, a partir das apresentações e discussões ocorridas,
se voluntariaram a participar do projeto, dispostos a somar forças no trabalho a ser
desenvolvido junto ao GT MOB, demais GT e Comitê Gestor. As dificuldades presentes em
Salgueiro, no entanto, em função especialmente do quadro reduzido de pessoal,
comprometeram um maior envolvimento e participação dos ACP. Não foi viabilizada a
devolutiva das análises das propostas levantadas nas reuniões setoriais.
Também não houve um trabalho mais sistemático de sensibilização e comunicação junto
aos mesmos, no sentido de mantê-los informados, atuantes e comprometidos com os
objetivos do COM+ÁGUA.2, apesar das ações previstas no Plano de Mobilização Social que
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 35. INTEGRANTES DO COMITÊ GESTOR, CONSULTOR E PARTICIPANTES DA REUNIÃO SETORIAL
envolviam, entre outras, a formação/capacitação dos ACD e participação dos mesmos nas
atividades de mobilização junto à população do DMC.
8.1.6.3 SUBPROJETO COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA
Aliado aos problemas no funcionamento do GT MOB, restrito a uma única pessoa a partir do
início de 2017, as dificuldades enfrentadas no compartilhamento de informações foi também
um dos fatores que comprometeram um melhor desenvolvimento das ações de
comunicação interna em Salgueiro. Segundo avaliações do CG e GT MOB, faltou uma
maior comunicação, mais interação entre as AT para que fosse possível a continuidade do
trabalho de motivação/sensibilização interna e externa.
Mesmo com as dificuldades, no âmbito da comunicação interna, destacam-se as seguintes
ações realizadas:
Criação, a partir das setoriais, de um grupo geral pelo aplicativo Whatsapp,
envolvendo todos os funcionários, incluindo também a gerência e as coordenações,
no sentido da difusão rápida de informações acerca de ações do projeto, de
demandas e encaminhamentos internos, bem como o compartilhamento de fotos,
vídeos e outros registros acerca das atividades que estavam sendo realizadas;
Elaboração de Boletim Informativo, encaminhado à Elo após as reuniões setoriais,
apresentando informações sobre o COM+ÁGUA.2, sobre as discussões ocorridas e
a constituição dos ACP.
Atividades do Projeto Com+Água são realizadas em Salgueiro
Ações do Projeto Com+Água2 foram desenvolvidas na GNR Sertão Central em Salgueiro,
projeto este desenvolvido em parceria com o Banco Mundial, através do Consórcio WMI, NG
INFRA e SAGE através do INTERÁGUAS Programa de Desenvolvimento do Setor Água do
Ministério das Cidades, que tem por objetivo o gerenciamento integrado do controle e redução
das perdas de água e do uso eficiente de energia elétrica em sistemas de abastecimento de
água, propondo uma gestão integrada e participativa com mobilização social interna e externa.
As atividades foram realizadas nos dias 15, 16 e 17 de março, por meio da Diretoria Regional do
Interior (DRI), através da Gerência de Unidade de Negócios da Região, GNR Sertão Central,
contou com a organização dos membros do Comitê Gestor que é responsável pelo projeto junto
a Gerência. Foram realizadas palestras e momentos de discussão e sugestões com a temática
da redução das perdas entre os colaboradores de Salgueiro, funcionários e terceirizados.
“As contribuições das oficinas foram analisadas e categorizadas por temas. Procedeu-se a um
levantamento dos principais pontos sociais interessados na questão de organização e soluções,
a concepção de um plano de ação com a participação de todos” Josemar da Silva Leite, chefe
da loja de atendimento – Salgueiro. Para o Coordenador regional Elvis Araújo “as oficinas foram
muito produtivas pela interação que proporcionou entre os vários setores que compõem a GNR
Sertão Central”
A Compesa foi uma das selecionadas do projeto que, por meio de uma Chamada Pública,
selecionou e fez parceria com dez prestadores de serviços de saneamento de diversas regiões
interessados em implementar um novo modelo de gestão, com foco no gerenciamento integrado
e participativo do controle e redução das perdas de água e do uso de energia elétrica.
Momentos de discussão em grupo
O objetivo principal foi proporcionar aos colaboradores da empresa um maior conhecimento
sobre o combate às perdas e a disponibilidade de voluntariado por meio do Grupo de Agentes
de Combate às Perdas que foi composta por 36 integrantes e que darão continuidade ao
trabalho junto com o Comitê Gestor do projeto.
Veiculação, pela EloCompesa, de matéria sobre o Curso de Capacitação em
Mobilização Social: Colaboradores participam de Curso de Mobilização Social pelo
projeto Com Mais Água 2;
Veiculação, via intranet, de matéria sobre o Encontro Temático realizado na sede da
COMPESA: Colaboradores da COMPESA recebem mais um treinamento do
Ministério das Cidades.
Com relação à comunicação externa, não houve um trabalho mais expressivo de contatos,
comunicações e reuniões com a população. Os contatos com a população se restringiram
às ações iniciais de diagnóstico social junto à região do DMC, que visavam o levantamento
de lideranças e o cadastramento dos equipamentos sociais existentes, bem como quando
das visitas de campo, realizadas pelos consultores, com o apoio de integrantes do GT MOB
e de outras As, envolvendo a implementação das ações necessárias ao projeto.
No entanto, merece destaque a atividade promovida pelo GT MOB junto às crianças de uma
escola municipal de Salgueiro, abrangendo o tema de cuidado com a água.
Nas avaliações realizadas em Salgueiro, lamentou-se a ausência desse trabalho mais
sistemático junto à população, especialmente com às associações de moradores e
entidades comunitárias.
FOTO 36. ATIVIDADE ABORDANDO CUIDADOS COM A ÁGUA EM ESCOLA MUNICIPAL
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
8.1.6.4 SUBPROJETO EDUCAÇÃO E CULTURA
Com relação às ações no âmbito do Subprojeto Educação e Cultura também não houveram
ações que, aproveitando-se dos talentos existentes, favorecesse um trabalho diferenciado
de sensibilização interna e externa.
8.1.6.5 RESUMO DA MOBILIZAÇÃO SOCIAL NO COM+ÁGUA.2
Comitê Gestor: composto por 11 integrantes, não institucionalizado, mas com regimento
interno.
Grupos de Trabalho: constituídos para AT 1, AT 2, AT 3 e AT 4, envolvendo ao todo 11
integrantes, que, em sua maioria, integravam mais de um GT.
Plano de Gestão Integrada: O PGI1 foi elaborado e encaminhado, tendo sido objeto de
revisões e ajustes ao longo do percurso, em função dos desafios e limitações enfrentadas.
Reuniões Setoriais: realizadas três reuniões, com 54 participantes; 34 sugestões
propositivas de ações.
Agentes de Combate às Perdas: se voluntariaram 35 ACP (65%), entre funcionários
próprios e terceirizados.
Núcleo artístico: não foi constituído.
Comunicação: utilizadas mídias existentes – intranet, EloCompesa – e sociais – Whatsapp;
criado um boletim informativo.
Principais ações internas:
Criação de um grupo geral pelo aplicativo Whatsapp, envolvendo todos os
funcionários, incluindo também a gerência e as coordenações, no sentido da
difusão rápida de informações acerca de ações do projeto, de demandas e
encaminhamentos internos, bem como o compartilhamento de fotos, vídeos e
outros registros acerca das atividades que estavam sendo realizadas;
Elaboração de Boletim Informativo após as reuniões setoriais, apresentando
informações sobre projeto, as discussões ocorridas e a constituição dos ACP.
Principais ações externas:
Contatos com a população quando das ações iniciais de diagnóstico social junto à
região do DMC;
Visitas de campo realizadas pelos consultores com o apoio de integrantes do GT
MOB e de outras AT, envolvendo a implementação das ações necessárias ao
projeto;
8.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS
8.2.1 GENERALIDADES
A cidade de Salgueiro tem abastecimento de água realizado através do manancial do Rio
São Francisco, distante 60 km da cidade. A água bruta é bombeada para Estação de
Tratamento de Água - ETA através de três elevatórias em série, a primeira possui quatro
conjuntos motobomba em paralelo com potência de 100CV, as demais têm três conjuntos
motobomba em série com potência de 500 CV cada, através do Sistema Integrado
Salgueiro, com tubulações em aço e ferro fundido com extensão de 220 km, pois esse
sistema atende outras cidades, tais como Terra Nova, Serrita e Verdejante.
A ETA possui filtração ascendente, com capacidade de tratamento de 160 L/s, atualmente
operando com 150 L/s. A distribuição de água tratada ocorre através de oito estações de
bombeamento que alimentam reservatórios elevados, que abastecem por gravidade a parte
baixa da cidade. A rede de distribuição tem cerca de 180 km, está subdividida em cinco
distritos de abastecimento. Tais distritos não se encontram isolados ou confinados,
consequência de obras de extensão de rede de distribuição e de setorizações que não
chegaram a ser concluídas.
Com a paralisação das obras, as redes antigas permaneceram em carga,
concomitantemente com as redes novas implantadas. Os ramais prediais permaneceram
conectados às tubulações antigas. Tal cenário acarretou complicações adicionais na
operação e manutenção do sistema e acabou por contribuir para o incremento das perdas.
O abastecimento de água em Salgueiro se dá através de rodízio, o qual é desencadeado,
em grande parte, pelo furto ou desvios irregulares de água que ocorrem em adutoras,
válvulas ventosas, descargas etc., desde a captação até chegar a zona urbana. O uso
indevido é praticado por moradores lindeiros às adutoras, a água é utilizada para os mais
diversos usos. A percepção clara é de que houve aumento de casos de desvios de água
atribuído à escassez hídrica que assola a região Nordeste do país nos últimos sete anos.
Para combater os desvios de água, a COMPESA mantém o programa operação Água
Legal, que teve início em 2012, com o objetivo de fiscalizar os desvios e furtos de água no
Sertão de Pernambuco. Todo mês, durante uma semana, ocorrem as vistorias ao longo das
principais adutoras e redes de distribuição.
De modo geral, o abastecimento em Salgueiro ocorre por grupos de distritos, os quais ficam
dois dias com água e quatro sem. O rodízio é realizado a partir da ETA, da seguinte
maneira:
Distritos 01 e 02;
Distritos 03 parcialmente e 05;
Distritos 03 parcialmente e 04.
8.2.2 ESCOLHA E IMPLANTAÇÃO DO DMC
A fase de planejamento
do projeto COM+ÁGUA.2
no prestador trouxe à
tona debates e
discussões junto ao
Grupo de Trabalho
acerca da escolha de
qual seria a melhor área,
setor ou distrito para
implantação do Distrito
de Medição e Controle –
DMC que seria objeto de
aplicação da metodologia
do COM+ÁGUA.2.
As principais premissas
que nortearam a escolha
do DMC foram:
Setor com delimitações bem definidas e estanque, que possibilitasse uma menor
quantidade e porte de intervenções, sem a necessidade de obras para implantação
de reservatórios, rede de água e registros;
Macromedidor instalado;
Quantidade de ligações entre 2.000 a 5.000;
Cadastro técnico com nível satisfatório de confiabilidade.
Além das questões técnicas, levou-se em consideração também variáveis de custos e
investimentos na escolha da área. Foi escolhida a parte Sul do Distrito 02 (parcial) como
alvo para implantação do DMC, uma vez que ele atendia as premissas elencadas, além de
apresentar delimitação física bem definida, a rodovia federal BR-116 o separa do restante
da rede de distribuição de Salgueiro.
O Distrito 02 é subdivido em duas zonas ou setores, cada um com abastecimento por sub
adutoras que vem da Estação Elevatória de Água Tratada - EEAT existente na ETA:
Setor ou zona norte, ao Norte da BR-116, de menor abrangência, abastecido pela
rede de ferro fundido de 100 mm que vem da EEAT COHAB velha, esta linha
abastece em marcha o presídio;
Parte sul, ao Sul da BR-116, de maior abrangência ou área, é abastecida pela linha
DEFoFo de 200 mm que vem da EETA COHAB nova.
DELIMITAÇÃO DO DMC FIGURA 22.
Fonte: Google Maps
O isolamento ou confinamento do DMC se daria, então, através do fechamento de um único
registro de 100 mm.
Ainda na fase de implantação do DMC, realizou-se capacitação para demostrar métodos e
técnicas de verificação da estanqueidade em DMC. A capacitação realizada mesclou
atividades teóricas, nas instalações do prestador, e práticas, em campo, numa ação
conjunta do consultor do Consórcio com os técnicos e engenheiros da COMPESA.
Na ocasião dos ensaios ou testes em campo para verificação da estanqueidade do DMC,
constatou-se o que se previu inicialmente, de haver apenas uma interligação do DMC com
DMC DISTRITO 02 MÊS DE
REFERÊNCIA VOLUME
CONSUMIDO LIGAÇÕES
ATIVAS LIGAÇÕES
ATIVAS C/HID
LIGAÇÕES ATIVAS S/HID
LIGAÇÕES EXISTENTES
Nº ECONOMIAS
S/HID
TOTAL DE ECONOMIAS
nov/17 23.734 2.399 2.298 101 3.120 2.533 2.533
dez/17 24.380 2.398 2.298 100 3.121 2.531 2.531
jan/18 23.672 2.384 2.285 99 3.118 2.512 2.512
fev/18 20.902 2.377 2.278 99 3.105 2.455 2.455
mar/18 20.369 2.369 2.269 103 3.119 2.496 2.496
abr/18 20.347 2.355 2.255 100 3.120 2.480 2.480
TABELA 12. DADOS DMC DISTRITO 02
PLANTA/MAPA DMC DISTRITO 02 FIGURA 23.
Fonte: COM+ÁGUA.2
Fonte: COMPESA
outra parte da rede. Especificamente, tratava-se de uma ligação com o setor norte, que
compunha o então Distrito 02, através de uma rede de 100 mm, cujo confinamento ocorria
através do fechamento de um registro de manobra, também de 100 mm.
Ocorre que, com o abastecimento de toda cidade sendo efetuado em regime de rodízio,
acaba por existir a figura do manobrista, ou seja, tal colaborador é responsável por abertura
e fechamento de registros de manobra que direcionam água conforme calendário ou
programação de abastecimento. Entretanto, neste tipo de situação, pode ocorrer que o
manobrista acabe por decidir, por conta própria, sobre o direcionamento ou cumprimento do
regime de rodízio sem o conhecimento e consentimento dos gestores.
Aproveitando a capacitação em campo, foi realizado o fechamento do registro de
confinamento para verificar se o mesmo estava estanque. Constatou-se que o registro de
manobra na posição fechado não permitia a passagem de água.
8.2.3 MACROMEDIÇÃO E TELEMETRIA
O DMC Distrito 02 é abastecido a partir de um Reservatório Apoiado - RAP, com
capacidade de armazenar 250 m3 de água. A entrada do DMC Distrito 02, ou seja, onde
está instalado macromedidor DN 250 mm, eletromagnético carretel, fica a jusante do RAP.
Nessa tubulação também foi implantada uma Válvula Redutora de Pressão - VRP, também
DN 250 mm, ambos instalados durante a obra de setorização. A VRP não estava regulada e
tampouco havia o acompanhamento e registro do volume ofertado. Além disso, não se
dispunha de datalogger com telemetria para registro e acompanhamento do volume
distribuído e pressão.
FOTO 37. CAPACITAÇÃO DE ESTANQUEIDADE
Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2
Durante as capacitações observou-se que a rede de 250 mm, a jusante do reservatório,
onde estava instalado o macromedidor, não operava à plena seção, ou seja, com tubulação
totalmente preenchida nas primeiras horas de abastecimento, tal fato iria ocasionar erros na
totalização do volume ofertado ao DMC. A solução encontrada foi a implantação de um
cavalete, a jusante do medidor, de modo a propiciar que o macromedidor existente
FOTO 39. MACROMEDIDOR DO DMC
FOTO 38. INSTALAÇÃO DO CAVALETE À JUSANTE DO MACROMEDIDOR NO DMC DISTRITO 02
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
operasse com a tubulação sempre em plena seção.
A solução adotada para o macromedidor do DMC Distrito 02 está sendo replicada em outros
DMC de Salgueiro, que também são acometidos por rodízio e têm o mesmo problema
observado do Distrito 02. A implantação da telemetria no macromedidor, com foco no ponto
baixo, médio e crítico de pressão, inicialmente contou com apoio da Gerência de
Hidrometração - GHI e da Gerência de Automação -
GPA.
Os datalogger utilizados para fazer a telemetria,
foram instalados em abrigos de hidrômetros para
aproveitar um padrão já disponível pela COMPESA.
Entretanto, após a instalação dos equipamentos de
telemetria algumas dificuldades vieram à tona, de
forma recorrente, e não conseguiram ser sanadas
ao longo do desenvolvimento do projeto, tais como:
Ausência de equipamentos em quantidade e
qualidade necessários para atender a demanda não
só do DMC Distrito 02, mas da gerência de
Salgueiro;
Limitação de técnicos na unidade para
realizar as devidas instalações e manutenções
preventivas e corretivas;
Falhas recorrentes na bateria;
Ações de telemetria concentradas na sede
da companhia, em Recife.
8.2.4 CADASTRO E MODELAGEM HIDRÁULICA
Durante o transcorrer do projeto foram realizadas algumas atividades conjuntas dos
consultores com os técnicos e engenheiros do prestador, visando capacitá-los em cadastro
técnico e modelagem hidráulica. No que tange ao cadastro técnico foram planejadas:
sondagens em campo para verificação de redes, registros, VRP, interligações e etc. para
verificar ou avaliar o cadastro técnico disponível e porventura fazer os ajustes ou
atualizações necessárias, entretanto a Gerência de Salgueiro, por limitações corporativas,
não conseguiu aportar as equipes operacionais e equipamentos para realizar tais ações.
Com a evolução do projeto no prestador, percebe-se claramente que houve uma
disseminação e uma efetiva preocupação do corpo técnico local em atualizar o cadastro em
Salgueiro, utilizando como ferramenta o GISCOMP, software de GIS corporativo da
companhia. Mensalmente, os coordenadores das unidades locais de toda a gerência de
Salgueiro encaminhavam à coordenação de engenharia as novas extensões de rede para
serem lançadas no GISCOMP.
FOTO 40. TELA DO SISTEMA DE TELEMETRIA
Fonte: COMPESA
Embora haja incertezas relacionadas ao cadastro técnico, o Consórcio desenvolveu uma
série de ações voltadas à modelagem hidráulica, com utilização de softwares livres tais
como QGIS e Epacad. Foram realizadas capacitações de modelagem hidráulica aplicada ao
DMC com o objetivo de ampliar a qualificação dos técnicos e engenheiros de Salgueiro e
disseminar a cultura da modelagem hidráulica.
Durante a capacitação foi elaborado um modelo hidráulico experimental no Epanet, a partir
do cadastro de rede disponível, em formato DWG, com auxílio de softwares como QGIS e
Epacad. Os dados de vazão e pressão utilizados para fazer o modelo hidráulico
experimental foram provenientes de um breve período de funcionamento, tanto do
macromedidor como dos equipamentos de telemetria. Dentre as simulações realizadas,
verificou-se a implantação de VRP, seccionamento de redes para implantação de
subdistritos, dentre outras situações hipotéticas, a simulação reportou condições hidráulicas
satisfatórias para implantação de três subsetores no DMC.
FOTO 41. CURSO DE MODELAGEM HIDRÁULICA
Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2
TELA DO EPANET COM EXEMPLO DE MODELAGEM HIDRÁULICA FIGURA 24.
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
Outro destaque, no quesito modelagem hidráulica foi a elaboração de um guia de
modelagem hidráulica. Infelizmente os constantes problemas com os datalogger de
telemetria, associado ao regime de rodízio, inviabilizaram a calibração do modelo hidráulico
elaborado. Mesmo diante de muitos cenários adversos, observou-se êxito no objetivo de
disseminar a cultura da utilização da modelagem hidráulica, situações recentes nas
localidades de Riachinho e na adutora de Santo Antônio foram objetos de análises e
estudos com base em modelagens hidráulicas.
8.2.5 CONTROLE ATIVO DE VAZAMENTOS
Ainda no âmbito do COM+ÁGUA.2 foram ministrados cursos e capacitações sobre pesquisa
de vazamentos não visíveis. Foi dado enfoque na metodologia de pesquisa, conforme
manual de procedimentos PR- 051, da Associação Brasileira de Ensaios Não Destrutivos e
Inspeção - ABENDI, com adaptações às realidades locais do prestador.
O prestador dispõe, em Salgueiro, de geofone eletrônico e mecânico, haste de escuta,
válvula geradora de golpe ou ondas (VGO), mas não dispõe de correlacionador de ruídos,
haste de perfuração, locador de massa metálica, dentre outros equipamentos auxiliares
para realização da pesquisa de vazamentos.
Durante as capacitações em campo, tal como observado
em Caruaru, chamou atenção o fato de que a posição do
hidrômetro no passeio, padrão adotado pelo prestador,
gera dificuldades ao geofonista ou pesquisador, uma vez
que uma das técnicas de pesquisa, conforme manual
citado, reza: “ao ouvir um ruído suspeito no cavalete,
assegurar-se de que não está havendo passagem d'água
através do hidrômetro, fechando firmemente o registro
(certificar-se que o mesmo está vedando), pois um
pequeno vazamento
existente na tubulação
interna do imóvel também
pode provocar um ruído de
vazamento”.
O pequeno espaço disponível
no abrigo do hidrômetro
impõe restrições ao
fechamento da chave geral e,
muitas vezes, encontra-se
coberto por terra. Durante
uma das capacitações de
pesquisa de vazamentos foi
possível ir a campo no segundo dia de abastecimento de água
para o DMC Distrito 02. Observou-se que, na parte baixa do
FOTO 42. CAPACITAÇÃO DE PESQUISA DE VAZAMENTOS
FOTO 43. CAIXA DE INSPEÇÃO DE HIDRÔMETRO
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
DMC, havia vários casos de vazamentos visíveis em ramal.
Após as capacitações, com a internalização e disseminação da relevância de realizar
pesquisa de vazamentos, o prestador iniciou um programa de pesquisa acústica em
períodos noturnos, priorizando os trechos de rede de cimento amianto que apresentam
maior incidência de vazamentos.
Em sistemas operados mediante rodízio, a pesquisa acústica, via de regra, não pôde ser
realizada no primeiro dia de abastecimento. O prestador deve acompanhar, via
monitoramento dos pontos críticos (baixo, médio e alto), a pressão disponível para iniciar a
pesquisa de vazamentos. Obviamente, o reparo de vazamentos em setores com rodízio
deve ser realizado, nos dias em que o setor esteja sendo abastecido.
8.2.6 CONTROLE DE PRESSÃO E GESTÃO DO DMC
A gestão e controle de pressão no DMC foi realizada a partir da instalação de duas válvulas
redutoras de pressão, sendo uma de 200 mm e outra de 250 mm de diâmetro. Foi sugerida
também, pelo Consórcio, a instalação de uma VRP DN 100 mm, que possibilitaria implantar
três subsetores ou zonas de pressão no DMC Distrito 02, os quais permitiria a realização de
campanhas de medições e verificações, com intuito de identificar em qual subsetor se
concentravam as maiores perdas. Entretanto, a VRP não foi instalada.
ZONAS DE PRESSÃO SUGERIDAS NO DMC DISTRITO 2 FIGURA 25.
Fonte: COMPESA
A ausência de uma política de controle ativo de vazamentos, aliada ao enfoque apenas no
reparo dos vazamentos, sem registro ou histórico da causa e caracterização das falhas,
incorre ao prestador ausência de foco na renovação de redes e ramais. No decorrer do
projeto não se evidenciou evoluções no prestador no tocante à gestão de ativos.
Os constantes problemas de funcionamento do macromedidor e telemetria, aliados a
operação do sistema mediante rodízio, inviabilizaram uma apuração contínua do volume
disponibilizado ao DMC, bem como da pressão no ponto médio, parâmetros preponderantes
para elaboração da modelagem de vazamentos Bottom Up, ferramenta utilizada para
mensurar as perdas reais, a qual também pode ser utilizada para calibração do Balanço
Hídrico Top Down, conforme preconiza a IWA.
A mudança de paradigma que se buscava era gerir o DMC a partir do acompanhamento da
vazão mínima noturna, sendo este o instrumento para reduzir tempo de conhecimento dos
vazamentos e, por consequência, imprimir uma melhor gestão e controle e pressão ao
sistema. Contudo, a avaliação geral do GT de perdas do prestador e da gerência do
prestador é positiva, sobretudo na disseminação e implantação de uma cultura de combate
às perdas utilizando o DMC como instrumento.
8.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES
8.3.1 CADASTRO COMERCIAL
A evolução do tema e os treinamentos em Salgueiro se assemelham muito ao que foi
relatado em Caruaru. As duas áreas prioritárias estão inseridas numa condição de
disponibilidade hídrica semelhantes, não fazem parte da Região Metropolitana de Recife,
encontram-se em uma dificuldade de recursos humanos e materiais e possuem elevados
índices de perdas. No caso específico dos serviços de atualização de dados comerciais, as
semelhanças nas ocorrências são ainda mais expressivas, considerando a centralização de
decisões na sede, em Recife.
De forma idêntica à ocorrida em Caruaru, foi explorada toda a abordagem e discussões
sobre definição de layout cadastral, customização das ferramentas de TI, orientações sobre
ambiente SIG para espacialização de clientes, sugestões de logística dos serviços, critérios
de avaliação e controle de qualidade das informações atualizadas, entre outros aspectos.
8.3.2 MICROMEDIÇÃO
Também de forma idêntica à Caruaru, na área prioritária de Salgueiro seguiu-se uma linha
metodológica de capacitações, envolvendo os esforços para adequação da micromedição.
Dentro desse contexto cabe destaque para o caso específico da capacitação sobre ensaios
de bancada para determinação da curva de envelhecimento, que foi ministrado na sede,
para ambas as equipes.
Em Salgueiro também ocorreram visitas técnicas, cursos e treinamentos com foco no
levantamento de perfis de consumo e na curva de envelhecimento, além de orientações
sobre critérios e condições para elaboração do plano de ação de manutenção preventiva e
corretiva do parque de hidrômetros. As imagens a seguir são referentes às capacitações
realizadas em Salgueiro.
FOTO 45. TREINAMENTO SOBRE LEVANTAMENTO DE PERFIS DE CONSUMO
FOTO 44. TREINAMENTO SOBRE ENSAIOS DE BANCADA PARA DETERMINAÇÃO DA CURVA DE ENVELHECIMENTO
Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
8.3.3 COMBATE A USOS NÃO AUTORIZADOS
Por fim, o tema de usos não autorizados também teve uma dinâmica muito parecida com
aquela ocorrida em Caruaru. As capacitações realizadas se basearam em programação
praticamente idêntica e não foram verificados avanços e resultados significativos para
serviços de combate a irregularidades.
De todo modo, vale salientar os treinamentos ministrados com foco na abordagem da
mobilização social para tratar situações expressivas de usos irregulares em comunidades
carentes, como também para os casos de clientes irregulares que estejam em patamares de
renda mais elevados ou utilizem a água para fins comerciais ou industriais.
8.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA
Em Salgueiro também se formou um GT para junto com o CG implantar as ações do
COM+ÁGUA.2 e desenvolver as ações previstas no projeto:
Sensibilização dos colaboradores do prestador em relação ao tema energia no
seguimento de saneamento;
Identificação de oportunidades para ações de eficiência energética e de
microgeração de energia através fontes renováveis;
Elaboração de metodologia para realização do diagnóstico hidroenergético;
Especificação de equipamentos e ações a serem implementadas;
Acompanhamento e análise dos resultados após implementação da metodologia,
através de indicadores de desempenho;
FOTO 46. INVESTIGAÇÃO EM CAMPO DE IRREGULARIDADES NAS LIGAÇÕES DE ÁGUA
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
Realização de treinamentos em geral, através de cursos e capacitações em
processo, com a realização de visitas à campo.
Conforme o plano de ação, identificou-se uma unidade operacional piloto e realização de
estudos e ações de eficiência energética. Em Salgueiro, a unidade também está
subordinada à Coordenação de Eficiência Energética – CEN, que faz a avaliação das
faturas de energia elétrica recebidas mensalmente, gestão dos contratos de demanda e
monitora a cobrança de multas por baixo fator de potência. A coordenação realiza ainda as
manutenções e correções nas instalações. A exemplo de Caruaru, Salgueiro também não
tem equipe dedicada para identificação de oportunidades e desenvolvimento de ações de
eficiência energética, mas no quadro da equipe de manutenção existem alguns
colaboradores que atuam em ações de eficiência em conjunto com a CEN. Na unidade, as
atividades de correção de fator de potência são realizadas quando necessário, assim como
algumas ações de eficiência energética, apesar do escasso corpo técnico, cuja prioridade
de atuação é na manutenção corretiva.
A unidade operacional mais representativa em relação ao consumo de energia elétrica, em
Salgueiro, é o sistema de captação do Cabrobó, precedido pela ETA Salgueiro. O
diagnóstico hidroenergético, com o propósito de sensibilizar o corpo técnico gerencial, bem
como capacitar o mesmo ocorreu em:
Salgueiro:
EEAT – Distrito 02 – BB 01 – ETA Salgueiro
EEAT – Distrito 02 – BB 02 – ETA Salgueiro
8.4.1 Metodologia das Medições (Evento de Diagnóstico e Monitoramento)
A realização dos eventos de monitoramento contou com equipe multidisciplinar, com
especialistas em elétrica e hidráulica/mecânica e foram utilizados os seguintes
equipamentos:
Analisadores/registradores de energia elétrica;
Registradores de pressão;
Termômetros digitais;
Tacômetros digitais sem contato;
Câmara termográfica;
Câmara fotográfica;
Alicate volt-amperímetro;
Medidor de vibração;
Trenas;
GPS.
Os registros dos eventos de monitoramento se apresentam a seguir:
FOTO 47. TRANSDUTORES DE CORRENTE E ANALISADORES DE GRANDEZAS ELÉTRICAS
FOTO 48. MEDIDOR DE VAZÃO ELETROMAGNÉTICO DE CARRETEL
Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2
Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 50. MEDIDOR DE ROTAÇÃO DIGITAL SEM CONTATO (RPM)
Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2
FOTO 49. IMAGENS DA CAMERA DE TERMOGRÁFICA
Fotos: Acervo COM+ÁGUA.2
8.4.1.1 RESUMO DO DIAGNÓSTICO HIDROENERGÉTICO –DISTRITO 02
O Diagnóstico Hidroenergético - DHE foi realizado em uma elevatória constante do sistema
associado ao DMC Distrito 02. A Estação Elevatória de Água Tratada - EEAT Distrito II fica
então localizada na ETA Salgueiro e é composta por dois conjuntos motobomba de 50 CV
cada um e opera em regime de rodízio em função da crise hídrica que assola a região. O
diagnóstico foi elaborado entre setembro e dezembro/2017, com atividades de levantamento
de campo, eventos de monitoramento, coleta e análise de informações, além de elaboração
de relatório conclusivo.
8.4.1.2 DESCRITIVO DAS ATIVIDADES
Seguindo a metodologia COM+ÁGUA.2, foram realizadas vistorias com o propósito de
identificar um sistema com características típicas de outros sistemas de bombeamento, no
entanto, a escassez hídrica persistente impediu que se obtivessem as condições
operacionais ideais para a obtenção de máximo resultado durante o evento de
monitoramento.
Entre julho e agosto/2017 foi feita a seleção do sistema da estação elevatória que abastece
o Distrito 02. Composto por dois conjuntos motobombas, de 50 CV e 135 m³/h cada, opera
em distintos arranjos operacionais, de acordo com a escala do rodízio de água para
FOTO 51. ESCALA DE RODÍZIO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Fonte: COMPESA
suprimento às populações atendidas.
Definiu-se então a necessidade de realização de evento de monitoramento dos parâmetros
elétricos, mecânicos e hidráulicos, de modo a obterem-se informações precisas sobre a
linha de base do sistema, bem como dados para a análise e avaliação de eventuais
oportunidades de aumento da eficiência hidroenergética. Mas persistente escassez hídrica
levou a postergar, por algumas ocasiões, a realização do evento de monitoramento dos
parâmetros anteriormente citados, até que em outubro/2017 foi possível obter-se condições
operacionais mínimas que possibilitassem esse evento. Mesmo assim, do período
objetivado (medição por sete dias consecutivos, com registro de dados a cada três minutos),
apesar de plenamente realizado, apenas foi possível obter-se os dados por três dias.
8.4.1.3 CARACTERÍSTICAS DAS BOMBAS DO DISTRITO 02 – ETA SALGUEIRO
Os motores analisados possuem mais
de 10 anos de fabricação, apesar de
não haver registro de rebobinamento
e histórico de manutenção, não
possuem indícios de restauração e
rebobinamento, que possa ocasionar
redução da eficiência e rendimento.
TABELA 13. CARACTERÍSTICAS DA BOMBA
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
FOTO 52. CONJUNTOS MOTOBOMBA EEAT DISTRITO 02
Foto: Acervo COM+ÁGUA.2
No diagnóstico foram avaliados os dois conjuntos motor bomba da EEAT Distrito 02 que se
encontravam disponíveis e em condições de operação.
A seguir os dados resumidos do diagnostico realizado nas unidades selecionadas na ETA
Salgueiro.
Adicionalmente ao diagnóstico hidroenergético, também foram avaliadas iniciativas de
desenvolvimento de programas e projetos de eficiência energética, além da estruturação da
CEN. Na estruturação da coordenação identificou algumas ações e implementações
necessárias, sendo:
Criação de indicadores de desempenho energético tendo como base a Norma ISO
50.001, que estabelece uma estrutura para que as empresas possam gerenciar e
melhorar o consumo de energia elétrica;
Avaliação dos contratos de fornecimento de energia elétrica, em relação à
viabilidade de compra de energia no Mercado Livre, visto que o valor pago é da
ordem de R$ 180 milhão/ano, estando este entre os três maiores valores
operacionais pagos pela COMPESA;
Criação de novos Indicadores de Desempenho Energético - IDE, como o kWh/m³
bombeado. Atualmente a CEN e as AP consideram como indicadores de eficiência
energética o índice de ultrapassagem de demanda e cobrança de multas por parte
da Companhia Energética de Pernambuco - CELPE por baixo fator de potência;
Melhoramento de metodologias de gerenciamento e implantação de ações de
monitoramento do consumo energético online;
Desenvolvimento de metodologias de análise das faturas de energia, que possibilite
a realização de ações administrativas e técnicas nas unidades da COMPESA;
Gerenciamento efetivo dos contratos de fornecimento de energia elétrica, sendo
que o valor pago é da ordem de R$ 180 milhões/ano, estando este entre os três
maiores valores pagos pela COMPESA;
Realização de treinamentos e capacitações em processo, teóricos e práticos, para
melhor disseminação do conceito e da importância do desenvolvimento de ações de
eficiência energética;
Implantação do programa de cadastro de ativos e elaboração de planos de
manutenções preventiva e preditiva nas AP. A implementação dos planos de
TABELA 14. DADOS RESUMIDOS DO DIAGNÓSTICO HIDRO ENERGÉTICO
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
manutenção irá facilitar o gerenciamento das atividades desenvolvidas em cada
ativo (bombas, motores, válvulas, transformadores e etc.), além de gerar histórico
dos equipamentos permitindo melhor acompanhamento da vida útil de cada um.
No modelo atual de gerenciamento e análise das faturas de energia elétrica aplicado na
COMPESA, as AP não recebem as faturas de energia, ficando restrito apenas a CEN. Desta
forma os gestores operacionais de cada AP, tem mais dificuldade na realização de uma
análise mais criteriosa.
As AP recebem uma planilha em meio digital chegando quase trinta dias após o
faturamento, com as informações resumidas, cabendo ao gestor local a análise de:
Verificação do consumo de energia se está na média do histórico;
Comparação da demanda lida, em relação à contratada, verificando se houve
redução ou ultrapassagem;
Verificação e correção do fator de potência lido nas instalações, sendo que este
deve ser maior que é de 0,92 obrigatoriamente.
As oportunidades identificadas de microgeração de energia distribuída, apenas nos telhados
dos prédios e reservatórios da ETA Salgueiro.
Definiu-se ainda a necessidade de realização de evento de monitoramento dos parâmetros
elétricos, mecânicos e hidráulicos, de modo a obterem-se informações precisas sobre a
linha de base do sistema, bem como dados para a análise e avaliação de eventuais
oportunidades de aumento da Eficiência Hidroenergética. As medições foram realizadas por
sete dias consecutivos, com registro de dados a cada três minutos.
8.4.1.4 RESULTADOS OBTIDOS
Os principais parâmetros foram registrados de forma sincronizada, a cada três minutos,
durante período de sete dias. Os registros dos principais parâmetros medidos se
DEMANDA DE POTÊNCIA ATIVA FIGURA 26.
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
apresentam a seguir:
DADOS DE VAZÃO FIGURA 29.
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
DADOS DE CONSUMO ESPECÍFICO FIGURA 28.
DADOS DE DEMANDA FIGURA 27.
DADOS DE CONSUMO DE ENERGIA FIGURA 31.
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
DADOS DE CUSTO ESPECÍFICO DE ENERGIA FIGURA 30.
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
8.4.1.5 DIAGNÓSTICO
TABELA 15. MATRIZ DO BALANÇO HÍDRICO
Período de: 01/01/2017 até 01/07/2017
Volume Faturado Medido % do VE: Volume Faturado
282.873 m³/ano 167.755 34,1%
65 L/hab/dia Volume Faturado Não Medido % do VE: 282.873
115.118 23,4% m³/ano
491.867 m³/ano 282.873 m³/ano Volume Não Faturado Medido % do VE:Volume de Água
Não Faturada
0,00% Erro % 0 m³/ano 0 0,0%
2,00% Erro % 65 L/hab/dia #DIV/0! Erro %Volume Não Faturado Não
Medido% do VE:
112 L/hab/dia 9 L/s 0,00 L/hab/dia 0 0,0%
16 L/s Submedição % do VolEntregue 208.994
20.734 11,00% Erro %
Erro % 4,71%
41.398 m³/ano 20,02%
10,56% Erro %Clandestinos / Falhas de
cadastro% do VE % do VE
9 L/hab/dia 17.263 3,5% 42,49%
Erro %
7,89%
19,81% Fraudes % do VE
3.402 0,7%
Erro %
208.994 m³/ano 2,89%
Vaz em ramais % da PR
4,71% Erro % 150.836 90,00%
42,49 % do VE 167.595 m³/ano Vaz em redes % da PR
6,42% Erro % 16.760 10,00%
34,07% % do VE: Vaz em reservatórios % da PR
0 0,00%
MATRIZ DO BALANÇO HÍDRICO
12.000
VOLUME DE ENTRADA
DMC / DISTRITO IISISTEMA:
PERDAS REAIS
% de PA em relação ao total:
Consumo per capita médio (com água entregue)
(L/hab/dia)74,0
CONSUMO AUTORIZADO
Consumo Autorizado Faturado
População abastecida:
Consumo Autorizado Não Faturado
VOLUME DE PERDAS DE
ÁGUAPERDAS APARENTES
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
Em função dos dados coletados e das análises realizadas pela equipe da AT 4, foram
avaliadas as seguintes situações:
Os conjuntos motobombas são de alto rendimento e aparentemente não foram
rebobinados, segundo dados recolhidos em campo, em função da ausência de
registro documental;
A falta de manutenção preventiva e preditiva, constatada durante os levantamentos
de campo, ficou evidente em função da ausência de alguns procedimentos
rotineiros como a lubrificação de mancais e limpeza dos conjuntos, apesar do
estado de funcionamento estar razoável em função de intervenção não programada
realizada durante o ciclo de operação anterior ao da realização do evento;
As correntes dos motores se apresentavam dentro das suas características
nominais (In = 70,3 A);
Os painéis de partida/acionamento dos conjuntos são de partida direta, não
evitando picos de demanda durante a partida, nem os solavancos no acoplamento
da bomba;
Apesar de escassez hídrica, foi constatada variação da vazão durante alguns
períodos noturnos, nos quais o controle de vazão é realizado através de
estrangulamento de válvulas.
8.4.1.6 RECOMENDAÇÕES
Em função dos dados coletados e das análises realizadas pela equipe da AT 4, foram
avaliadas as seguintes situações:
A análise dos dados então identificou as seguintes oportunidades de redução dos gastos
através do aumento da eficiência energética:
Instalação de inversores de frequência;
Implantação de SGE – sistema de gestão de energia;
Desenvolvimento de Plano de manutenção preventiva e preditiva.
8.4.1.7 CONCLUSÕES
Pelo exposto, foram identificadas oportunidades de redução do consumo de energia, apesar
do cenário peculiar de escassez hídrica, no qual os equipamentos operam apenas no
momento em que existe água para bombear, o fazendo com a maior capacidade possível, e
não priorizando a questão da eficiência operacional. Essas oportunidades, com investimento
estimado da ordem de R$ 300 mil, podem resultar na economia de R$ 220 mil/ano, além de
melhoria da gestão energética e operacional das elevatórias.
Analisando-se apenas as ações referentes exclusivamente à EEAT do Distrito 02, o quadro
TABELA 16. RESUMO DE AÇÕES DE EE – EEAT DISTRITO 02
Fonte: Elaboração COM+ÁGUA.2
resumo das ações com sua respectiva análise econômica se apresenta a seguir:
8.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO
O DMC em Salgueiro deveria sofrer intervenções multidisciplinares, desde o monitoramento
da macromedição e pressão média da rede, até as ações efetivas de combate e redução de
perdas. O monitoramento dos resultados de desempenho do DMC representaria a aplicação
da metodologia e dos conceitos clássicos defendidos pela IWA e revelariam, de maneira
amostral, as condições do sistema da área prioritária como um todo. Tendo em vista os
problemas apontados no sistema, não foi possível estabelecer condições satisfatórias de
operação do DMC, que inviabilizou o adequado monitoramento dos volumes de entrada e
pressões de rede.
A carga de capacitações para elaboração dos modelos de dimensionamento das perdas foi
intensa e, mesmo na carência de dados imprescindíveis, buscou-se realizar exercícios e
simulações do cenário de operação do sistema e estimar, ainda que imprecisamente, o
volume de perdas. Essas tentativas foram válidas, considerando que a equipe técnica ficou
submetida às dinâmicas práticas da modelagem, aproximando-se de uma atividade que
deve fazer parte da rotina operacional do prestador. Os resultados dessas simulações não
oferecem precisão e confiabilidade satisfatória, de modo que não são apresentados nessa
publicação.
Apesar da indisponibilidade dos valores de indicadores, deve-se reforçar a importância do
conhecimento oferecido nos cursos, visitas e treinamentos. Fica por conta do prestador
após a finalização do COM+ÁGUA.2 aplicar esta metodologia para monitorar o desempenho
de seu sistema.
9 IMPACTO E INDICADORES
9.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL
9.1.1 INDICADOR DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL – IMOB
Indicador de Mobilização Social – IMOB é composto pelos Índices de Mudança
Cultural – Imud e de Gestão da Mobilização – Iges. O primeiro indica as alterações
nos valores e atitudes interna (peso 0,7) e externa (peso 0,3); o segundo avalia o
grau de institucionalidade dos quatro eixos estruturantes. Dessa forma, Imud e Iges
compõem o IMOB com pesos 0,7 e 0,3, respectivamente.
Em Salgueiro foram realizadas, ao longo do projeto, apenas duas verificações do IMOB,
uma no início da implantação (linha de base) e outra, ao final. O resultado alcançado pela
operadora, cujo IMOB iniciou com 14,2% e, ao término da assistência técnica, fechou em
38,6%, foram decorrentes especialmente dos avanços alcançados na cultura interna,
envolvendo uma atuação mais integrada dos componentes do Comitê Gestor, a constituição
dos Agentes de Combate às Perdas, abrangendo representantes de várias áreas, a
formulação de propostas pelos mesmos e os resultados alcançados pelas ações
alternativas de comunicação interna, que favoreceram um maior engajamento e implicação
dos funcionários com os objetivos centrais do COM+ÁGUA.2.
9.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS
Adicionalmente ao que foi relatado para área prioritária de Caruaru, em Salgueiro houve
maior engajamento ao projeto COM+ÁGUA.2. Todavia, este maior engajamento não se
reverteu em resultados, digamos assim, numéricos, mas certamente foi possível verificar
forte internalização de conceitos e mudança de cultura, com destaque para:
Ter macromedição disponível e funcional que permita apropriar volume de perdas;
Telemetria como ferramenta de monitoramento, acompanhamento e gestão;
Cadastro como algo vivo que precisa ser constantemente atualizado e revisado,
fazendo inclusive uso mais intensivo da ferramenta GISCOMP;
A modelagem hidráulica como ferramenta de avaliação, proposição de melhorias e
suporte técnico operacional, inclusive com aplicações práticas;
Balanço Hídrico e indicadores como ferramentas de gestão;
Controle ativo de vazamentos através de pesquisas de vazamentos não visíveis,
com pesquisas de vazamentos noturna direcionada a trechos de rede de cimento
amianto com maior recorrência de falhas;
Gestão de pressão como fator preponderante na redução de perdas;
DMC como algo a ser perseguido;
Corpo técnico capacitado e apto a replicar a metodologia.
O
9.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES
Tal como exposto para as perdas reais, não se pôde observar uma evolução concreta de
melhoria de indicadores. Esta ocorrência está amplamente embasada pela não execução
das ações efetivas de redução de perdas, por conta da carência de recursos financeiros,
diretrizes de governança da companhia, entre outros aspectos.
O COM+ÁGUA.2 surge como uma oportunidade de aprendizado de técnicas mais modernas
e de construção de uma vitrine de experiências que possa servir como plataforma para
implantação de um programa mais amplo, englobando limites mais extensos. Esse
momento não foi aproveitado em sua plenitude e a mensuração do sucesso do projeto deve
envolver uma visão sobre mudança de paradigmas enraizados na mentalidade da operação
do saneamento.
9.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – GESTÃO DE ENERGIA
Os indicadores mais relevantes são os mesmos cinco apresentados na avaliação de
Caruaru e devido às condições de desenvolvimento do projeto, principalmente por motivo de
força maior, as oportunidades identificadas tiveram pouca possibilidade de implementação
para que se pudesse observar uma evolução dos indicadores, entretanto, nos sistemas
objeto dos eventos de diagnóstico hidroenergético foram estabelecidos seus respectivos
indicadores de desempenho energético (linha de base), para que os mesmos possam ser
acompanhados à medida que as ações de eficiência energética recomendadas forem
implementadas. Os indicadores encontrados foram:
Salgueiro – ETA Salgueiro
EEAT Distrito II – BB 01 - kWh/m³ 0,289;
EEAT Distrito II – BB 02 - kWh/m³ 0,297.
9.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO
A carência de condições para aplicação das metodologias do Balanço Hídrico e modelagem
Bottom Up leva inevitavelmente para um cenário de resultados pouco significativos. Não foi
possível calcular os indicadores que monitoram o desempenho do sistema, tanto no tocante
às perdas reais quanto às perdas aparentes. Espera-se que o prestador realize os
investimentos no projeto e possa estabelecer um contexto de acompanhamento das perdas,
verificando a efetividade das ações e a melhoria da rotina de operação do sistema.
10 AUTOAVALIAÇÃO DE IMPACTO
DO COM+ÁGUA.2 NA AP 2
o término do período de assistência técnica do Ministério das Cidades, por meio dos
consultores do Consórcio, foi aplicado um questionário para a autoavaliação do
impacto do COM+ÁGUA.2 em Salgueiro.
10.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL
A
GESTÃO DE MOBILIZAÇÃO
SOCIAL
O quanto mudou no seu dia-a-dia?
Procedimentos novos foram incorporados?
Há evidências de resultados?
nada pouc
a coisa
muita coisa
tudo não sim em vias de
em parte
nenhuma poucas muitas
Efetividade do Comitê Gestor
X X X
Atuação dos ACD
X X X
Envolvimento dos funcionários
X X X
Ações de comunicação interna
X X X
Ações de comunicação externa
X X X
Atividades culturais internas
X X X
Atividades culturais externas
X X X
Atividades de educação internas
X X X
Atividades de educação externas
X X X
10.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS
GESTÃO DE PERDAS REAIS
O quanto mudou no seu dia-a-dia?
Procedimentos novos foram incorporados?
Há evidências de resultados?
nada pouca
coisa
muita
coisa
tudo não sim em vias de
em part
e
nenhuma poucas muitas
Técnicas de medição de vazão, pressão e nível
X X X
Diretrizes para macromedição do sistema
X X X
Revisão de base cartográfica
X X X
Procedimentos de atualização de modelagem
X X X
Modelagem do DMC/sistema
X X X
Capacitação em gestão da modelagem
X X X
Setorização e verificação de estanqueidade
X X X
Detecção e reparo de vazamentos não visíveis
X X X
Melhoria da rapidez no reparo de vazamentos
X X X
Controle de pressão
X X X
Gestão de redes e ramais
X X X
Institucionalização do Balanço Hídrico
X X X
Cálculo de indicadores de desempenho
X X X
Utilização de indicadores de desempenho
X X X
10.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES
(*) Não houve capacitação nessa temática
GESTÃO DE PERDAS
APARENTES
O quanto mudou no seu dia-a-dia?
Procedimentos novos foram incorporados?
Há evidências de resultados?
nada pouc
a coisa
muita coisa
tudo não sim em vias de
em parte
nenhuma poucas muitas
Micromedição / gestão do parque de medidores
x x x
Cadastro comercial / gestão do cadastro
x x x
Combate a fraudes / clandestinas / inativas (*)
Pesquisa do grau de submedição
x x x
Institucionalização do Balanço Hídrico
x x x
Cálculo de indicadores de desempenho
x x x
Utilização de indicadores de desempenho
x x x
10.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
GESTÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
O quanto mudou no seu dia-a-dia?
Procedimentos novos foram incorporados?
Há evidências de resultados?
nada pouca
coisa
muita coisa
tudo não sim em vias de
em parte
nenhuma poucas muitas
Capacitação em medições
elétricas e hidráulicas
X X X
Gerenciamento do uso
eficiente de energia
X X X
Mudanças de categoria
tarifária (*)
Oportunidades de projeto de eficiência energética
X X X
Cálculo de indicadores
de desempenho
X X X
Utilização de indicadores de desempenho
X X X
11 RECOMENDAÇÕES PARA
SUSTENTABILIDADE DO COM+ÁGUA
NAS ÁREAS PRIORITÁRIAS DA
COMPESA
11.1 ÁREA TEMÁTICA 1 – MOBILIZAÇÃO SOCIAL
oram diversos os desafios enfrentados pela AT1, envolvendo consultores e
integrantes dos GT MOB, no percurso do projeto junto às áreas prioritárias. A
fragilidade dos Comitês Gestores e os problemas na difusão e compartilhamento de
informações acerca das ações desenvolvidas pelas demais AT, trouxeram dificuldades
iniciais, tanto em Caruaru quanto em Salgueiro, para o processo de envolvimento e
mobilização dos funcionários.
Em Salgueiro, o quadro reduzido de funcionários, envolvidos em diferentes Grupos de
Trabalho, no âmbito do Com+Água.2, foi também fator limitador das ações do GT MOB.
No entanto, apesar dos problemas existentes nessas duas unidades, a atuação dos GT
MOB, com o envolvimento e comprometimento de funcionários de diversas áreas (em
Caruaru), a busca de alternativas de comunicação, bem como a intensificação do diálogo
entre as áreas, possibilitou a superação de algumas das dificuldades enfrentadas,
favorecendo um maior engajamento e implicação dos funcionários em torno dos objetivos
centrais do COM+ÁGUA.2.
Em relatos e avaliações realizadas, tanto em Caruaru quanto em Salgueiro, foram
destacados avanços importantes no sentido de uma mudança cultural e de incorporação de
novos procedimentos, expressando um desejo de continuidade e aprimoramento das ações
de combate às perdas de água.
Evidenciou-se também a importância de uma maior aproximação e de um diálogo mais
sistemático com a população, bem como a necessidade de um maior apoio institucional no
sentido de potencializar as ações de comunicação e mobilização social.
Nessa perspectiva, no sentido de favorecer a sustentabilidade do COM+ÁGUA, deverão
merecer especial atenção:
A importância da capacitação inicial do Comitê Gestor, reforçando suas atribuições
na gestão do projeto, a necessidade de regularidade das reuniões e a importância
da difusão permanente de informações;
Valorização do trabalho social e das ações de comunicação e mobilização social,
destacando-se a importância dos profissionais das áreas de assistência social,
comunicação, design gráfico, apoio administrativo, artistas e mobilizadores;
F
A importância do apoio institucional às ações de comunicação e mobilização social,
com a disponibilização de estrutura, recursos materiais e financeiros, bem como
liberação de funcionários (próprios e terceirizados) para o envolvimento nessas
atividades;
Atenção especial para a disponibilização, em tempo hábil, dos recursos materiais e
financeiros necessários ao desenvolvimento do projeto, nas várias Áreas
Temáticas, no sentido do não comprometimento dos objetivos e prazos.
11.2 ÁREA TEMÁTICA 2 – PERDAS REAIS
De maneira geral, a sustentabilidade do projeto no prestador deve ocorrer em consonância
com o planejamento estratégico da companhia, segundo uma diretriz macro gerencial que
englobe a corporação na sua integralidade, ou seja, é algo que deve ocorrer de cima para
baixo.
A referência ou contribuição que o COM+ÁGUA.2 pode deixar como diretriz para que o
projeto tenha continuidade no prestador é atacar a questão em diversas frentes, a começar
por implantar uma política de macromedição em consonância com os aspectos técnicos e
de custos do prestador, levando em consideração sempre a facilidade de reposição e
calibração. A ausência da macromedição inviabiliza o conhecimento do volume de perdas.
Deve-se incorporar na rotina da operação e manutenção o instrumento de atualização do
cadastro técnico e georreferenciá-lo, passando a vê-lo como ferramenta de extremo valor no
dia-a-dia da companhia. Também se deve utilizar um cadastro técnico atualizado e
georreferenciado para subsidiar modelos hidráulicos com maior grau de confiança,
utilizando a modelagem hidráulica como ferramenta essencial de apoio para promover uma
operação cada vez mais dinâmica do sistema de abastecimento.
Apesar do rodízio no abastecimento deve-se implantar uma rotina de controle ativo de
vazamentos, com histórico de falhas, mapas temáticos da localização de vazamentos,
acompanhamento da reincidência, fazer análise da causa dos vazamentos, promover a
capacitação constante dos geofonistas e encanadores. Importante que se implante o
controle e gestão de pressão mediante avaliações pautadas na modelagem hidráulica,
calibradas com levantamentos e medições de campo, buscando maior assertividade.
Deve-se adquirir equipamentos de telemetria para disseminar o monitoramento e
acompanhamento remoto, de forma a desenvolver ou implantar uma dinâmica de gestão
nos DMC baseada no acompanhamento do volume distribuído, na vazão mínima noturna e
pressão nos pontos críticos, possibilitando o controle ativo de vazamentos.
A centralização e forte dependência em relação à sede do prestador, em Recife, também se
mostra uma oportunidade de melhoria a ser destacada para evolução do projeto. Foram
muitas as ocasiões em que esta dependência ocasionou um entrave, praticamente
intransponível, chegando até a estagnar algumas ações voltadas as perdas reais, vide
casos da macromedição e telemetria, em que o suporte ficou totalmente a cargo de equipes
técnicas vinculadas à sede.
Por fim, ficou nítida a necessidade de ampliar o quadro funcional, com um programa
institucional de capacitações permanentes que viabilize a mudança do paradigma de olhar
apenas para operação e manutenção do sistema, mas dar o salto no sentido de implantar,
manter e gerenciar um programa de redução e controle de perdas de forma continuada.
As sugestões ou recomendações sugeridas ao prestador para as Áreas Prioritárias de
Caruaru e Salgueiro, com especial destaque às soluções gerenciais que a COMPESA
deverá adotar para minimizar a forte dependência em relação à sede, uma vez que
Salgueiro fica bem mais distante de Recife do que Caruaru, tais como:
Descentralização nos processos de compra;
Maior autonomia na contratação de serviços e equipamentos;
Prover estrutura para manutenção e correção de ativos;
Aumentar quadro de colaboradores, possibilitando não só manter e operar o
sistema, mas também implantar e gerenciar o DMC.
A COMPESA poderia instituir programa de capacitação, tendo os técnicos e gestores de
Salgueiro como facilitadores e replicadores da metodologia do projeto COM+ÁGUA.2.
11.3 ÁREA TEMÁTICA 3 – PERDAS APARENTES
Deverão ser priorizados os serviços de atualização do cadastro comercial,
preferencialmente abrangendo todas as Áreas Prioritárias, com auditoria dos imóveis,
atualização da base cartográfica, levantamento de dados sobre o sistema de micromedição
e investigação de irregularidade em ligações. Os resultados decorrentes desses serviços
garantirão às ações subsequentes uma base de informações precisa, com decisões
baseadas em uma realidade confirmada em campo, bem como promoverão o alcance dos
resultados esperados.
O sistema de micromedição também deverá ser melhor trabalhado, envolvendo o
levantamento de dados orientado pela NBR ABNT 15.538/2014 e desenvolvendo um plano
de manutenção preventiva e corretiva.
Os usos não autorizados necessitam de uma investigação mais aprofundada e precisam ser
melhor dimensionados nas Áreas Prioritárias. Os treinamentos ministrados no projeto
devem orientar os serviços em campo focando na preocupação de sempre envolver a frente
de mobilização social nas ações externas, principalmente quando se tratarem de
comunidades mais carentes. Deverão ser buscadas interações com entidades jurídicas e de
segurança pública para que as ações estejam respaldadas e possuam maior efetividade.
As irregularidades praticadas por clientes com renda mais elevada e consumidores
comerciais ou industriais deverão ser penalizadas mais severamente, com aplicação de
multas e perda de benefícios, para que se transmita uma mensagem de efetividade no
combate às fraudes e desestimulando a recorrência dessas práticas.
Para ambas as Áreas Prioritárias deverão ser priorizadas os serviços de atualização do
cadastro comercial, preferencialmente abrangendo toda a área prioritária, com auditoria dos
imóveis, atualização da base cartográfica, levantamento de dados sobre o sistema de
micromedição e investigação de irregularidade em ligações. Os resultados decorrentes
desses serviços garantirão às ações subsequentes uma base de informações precisa, com
decisões baseadas em uma realidade confirmada em campo, bem como promoverão o
alcance dos resultados esperados.
11.4 ÁREA TEMÁTICA 4 – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
De maneira geral, a sustentabilidade do projeto no prestador deve ocorrer em consonância
com o planejamento estratégico da companhia, segundo uma diretriz macro gerencial que
englobe a corporação na sua integralidade, ou seja, é algo que deve ocorrer de cima para
baixo.
Uma contribuição que o projeto COM+ÁGUA.2 trouxe para o prestador foi a forma de
enfrentar os desafios cada vez maiores e fazê-lo de maneira integrada. Na área de energia,
é fácil verificar-se que o principal ponto de desperdício são as fugas de água, ou as
chamadas perdas reais. Cada m³ de água perdida carrega uma quantidade significativa de
kWh que impacta significativamente no custo de quase R$ 200 milhões/ano que a
COMPESA desembolsa com as faturas de energia elétrica.
Na fase final do projeto, os gestores entenderam a importância do assunto eficiência
energética e os benefícios que podem ser colhidos. Então designou um engenheiro
exclusivamente para elaborar, medir e melhorar os Indicadores de Desempenho Energético
– IDE para cada uma das AP, além de estudos de micro geração de energia distribuída. A
CEN continuará responsável pelo controle e análise das contas de energia elétrica emitidas
pela CELPE, pela correção do fator de potência quando necessário, além de apoiar as
demais áreas da COMPESA em assuntos correlatos.
A CEN continuará responsável pelo controle e análise das contas de energia elétrica emitida
pela CELPE e pela correção do fator de potência, quando necessário, além de apoiar as
demais áreas da COMPESA em assuntos correlatos, tais como:
Implementação de indicadores corporativos de eficiência energética, como exemplo
kWh/m3 bombeado, que deve ser acompanhado e apresentado mensalmente em
reuniões de resultados da COMPESA;
Possibilidade de realização de um projeto piloto de eficiência energética no sistema
da Inversão, com a possibilidade de instalação de inversores de frequência para
controle de pressão e vazão, possibilitando a modulação da rotação do motor e
consequentemente economia de energia elétrica.
Outras ações de grande relevância como evitar-se o uso de motores de baixo rendimento e
rebobinados, além de ampliar-se o uso de inversores de frequência, trazem resultados
muito significativos, além de retorno geralmente em curto prazo, inferior a dois anos.
Entende-se então que as premissas básicas, embora não limitadas, incluem as seguintes
ações:
Elaboração de um cadastro de equipamentos com características completas, bem
como registro de intervenções de manutenção;
Adoção de critério de compras de motores com classificação IR3, que consomem
menos energia;
Manutenção e ampliação dos GT da AT 4 e com participação ativa nos CG,
inclusive como fórum de disseminação de boas práticas;
Adquirir e equipar as gerências regionais com instrumentos portáteis de medição de
parâmetros elétricos e hidráulicos que permitam a avaliação sistemática dos
conjuntos motobomba, evitando desperdício de energia e problemas prematuros
pela falta de acompanhamento;
Implantação de SGE em conformidade com a ISO 50.001, como forma de
possibilitar o monitoramento em tempo real, pelo menos dos principais
consumidores de energia, visto que a COMPESA não possui esse tipo de recurso,
que comprovadamente possibilita a obtenção de reduções de custo em torno de 3%
a 5% dos gastos com energia;
Implantação efetiva de projetos piloto de ações de gestão e eficiência energética,
com ampla divulgação de resultados, devidamente documentados e em acordo com
o Protocolo Internacional de Medição e Verificação de Performance - PIMVP;
Elaboração de IDE por gerência e por unidades operacionais relevantes, como
forma de priorizar as ações de eficiência energética. Esses indicadores (kWh/m³ e
R$/kWh) devem ser divulgados de forma destacada;
Elaboração e adoção de um Plano de Manutenção Preventiva e Preditiva na
regional de Caruaru, como forma de aumentar a segurança, a eficiência operacional
e reduzir o consumo de energia;
Adequação das equipes técnicas das gerências regionais ao desempenho dessas
atividades de gestão energética e manutenção preventiva e preditiva;
Adoção de plano de capacitação e atualização permanente do corpo técnico e
gerencial.
Especificamente para Salgueiro, em relação à EEAT Anel Oeste II, sugere-se:
Instalação de inversores de frequência a um custo de R$ 40 mil e que resultará em
economia de 16.750 kWh/ano, ou equivalente a R$ 6.500/ano;
Implantação de sistema de monitoramento do uso de energia em tempo real que
proporcionará melhoria da gestão energética e operacional das elevatórias,
equivalente a R$ 19.800/ano;
Outra iniciativa relevante, porém, já no âmbito de toda a ETA, seria a implantação
do sistema de gerenciamento e controle da manutenção, onde com a estimativa
financeira, com redução de horas extras e melhoria na confiabilidade do parque de
equipamentos, pode proporcionar uma redução de até R$ 220 mil/ano.
11.5 ÁREA TEMÁTICA 5 – PLANEJAMENTO E GESTÃO
O prestador deverá estabelecer um monitoramento constante do sistema através de
indicadores de desempenho sugeridos e orientados pela IWA. A rede deverá ser setorizada
e isolada em DMC para favorecer o dimensionamento das perdas reais através da
modelagem Bottom Up. Também necessitará ser elaborada uma sistemática de cálculo do
Balanço Hídrico, sempre calibrado com os resultados de perdas reais obtidos.
Os indicadores devem ser corretamente interpretados para que se possa compreender a
condição de operação do sistema, direcionando os esforços e aplicando a ação mais
adequada. Deverá ser aproveitado todo o conhecimento trazido pelo COM+ÁGUA.2 sobre
modalidades inovadoras de contratação de serviços e controle de qualidade na aquisição de
materiais. Dentro dessa abordagem, destaca-se também a necessidade de uma maior
atenção quanto à gestão de ativos da infraestrutura, principalmente no tocante à renovação
de redes e ramais.