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Meu Filho está usando Maconha. E agora?

Ana Carolina Schmidt de Oliveira Psicóloga

Especialista em Dependência Química Professora da Pós-Graduação Vida Mental/UNIP

Prevenção

• Conversa adequada à idade

• Infância – estimular as crianças a terem hábitos saudáveis

– não se deve falar da droga propriamente dita

• Adolescência – curiosidade e interesse sobre drogas

– falar faz com que as drogas deixem de ser tão misteriosas e tornem-se menos atraentes

– importante é que os pais estejam preparados para esta conversa

Prevenção

• Pais – refletir sobre a sua relação com as drogas, avaliando

o que consideram aceitável e o que considera inaceitável

– os pais devem informar os filhos sobre os riscos do uso de drogas.

– buscar conhecimentos básicos sobre cada droga e transmitir informações corretas

– tomar cuidado com as informações divulgadas na mídia

– cautela para não provocar o efeito contrário ao desejado, ao informar demais, pode se estimular à curiosidade dos jovens induzindo-os ao uso

Prevenção

• Pais

– conversas de pais com filhos não acontecem de uma hora para outra

– o interesse pela vida dos filhos, motivá-los e valorizá-lo são atitudes protetoras

– exemplo sadio, não ensinar que os problemas são resolvidos com substâncias e consumo

– não ser permissivo com álcool e tabaco

Motivos

• Razões múltiplas • Os pais não devem tirar conclusões - escutem com

muita atenção o que o filho ou a filha tem a dizer – a oportunidade surgiu e o jovem experimentou – o uso de drogas pode ser visto como algo excitante ou

ousado – as drogas podem modificar o que sentimos – muitas pessoas acreditam que os jovens acabam

consumindo drogas pela influência de colegas e amigos – o uso de drogas pode ser uma tentativa de amenizar

sentimentos de solidão, de inadequação, baixa autoestima ou falta de confiança

Desconfiança

• Mudanças de comportamento

• Os amigos do filho

– muda as amizades

– amigos também começam a ficar com comportamentos diferentes

• Piora do rendimento escolar na escola

• Irritável, trocar o dia pela noite, conversa menos dentro de casa

Fique Ligado

Fique Ligado

• Cheiros • Apetite • Atenção e raciocínio • Insônia • Motivação • Cultura de uso • Resistencia às conversas e convivência • Uso do dinheiro, e objetos que somem • Não apresentar amigos e passar muito tempo

fora de casa

Maconha

• Efeitos Agudos – taquicardia, dilatação das veias oculares, euforia

seguida por um momento de sonolência ou depressão, boca seca, ansiedade, pânico, alucinações, diminuição da atenção, dificuldade de coordenação motora, entre outros

• Efeitos Crônicos – Dependência, irritabilidade, insônia e ansiedade ao

não fumar, prejuízo da memória (déficit de atenção), tristeza, câncer no trato respiratório, câncer de cabeça e pescoço, bronquite, enfisema, tosse crônica, entre outros

O Jovem Pode Usar?

• Aspectos Clínicos

– Desenvolvimento

– Comorbidades clínicas

• Aspectos Mentais

– Psicose

– Outros Transtornos mentais

– Habilidades Sociais

O Jovem Pode Usar?

• Aspectos Neuropsicológicos – Desenvolvimento Neurológico – Escolaridade – Funções Executivas – Funções Cognitivas

• Aspectos Sociais – Situação de rua – Envolvimento com o tráfico e criminalidade – Imagem social – Violência – Acidentes

O que fazer?

• Observar o comportamento e rotina

• Conversar com o filho

– entender qual é o tipo de droga usado e a frequência

– grande parte dos jovens é capaz de se abrir quando os pais passam a ouvir mais e falar menos

– ajuda de pessoa que jovem confia

• Uso eventual - mesmo assim é perigoso e precisa de atenção

O que fazer?

• Relacionamentos familiares sólidos são mais importantes do que o conhecimento que os pais têm sobre drogas.

• Os pais nem sempre têm consciência do distanciamento que existe entre os membros da família.

• Atitudes autoritárias e rígidas (diferente de autoridade) de perante os filhos

• Recorrer à outras pessoas

Fatores de Proteção

• Objetivos e vínculos escolares

• Relações positivas com amigos

• Participação em atividades sociais

• Relações familiares positivas

• Monitoramento e regras dos responsáveis

• Dificuldade de acesso

• Projeto de vida

Tratamento

• Família – buscar por orientação e cooperar com condutas

• Multiprofissional

• Ambiente familiar (diálogo apesar dos conflitos, segurança quanto à crenças e valores)

• Suporte dos amigos

• Apoio para entender o motivo do tratamento

• Grupos de apoio

• Ambientes de tratamento

Tratamento

• National Institute on Drug Abuse (NIDA)

• Princípio 1: Identificado e tratado o mais rápido possível.

• Princípio 2: Podem se beneficiar de uma intervenção para o uso de drogas mesmo que eles não sejam dependentes ainda.

• Princípio 3: Consultas de rotina podem ser boas oportunidades para rastrear o uso de drogas na adolescência.

• Princípio 4: Intervenções judiciais e pressão familiar desempenham importante papel na admissão e na manutenção do adolescente no tratamento.

NIDA

• Princípio 5: O tratamento deve ser adaptado às necessidades específicas de cada adolescente.

• Princípio 6: O tratamento deve atender às necessidades integrais dos adolescentes, e não apenas ter foco no uso de substância.

• Princípio 7: Terapia comportamental é eficaz no tratamento do uso de drogas na adolescência.

• Princípio 8: Incluir a família e a comunidade é um aspecto importante do tratamento.

NIDA

• Princípio 9: Para que o tratamento seja efetivo, é importante identificar e tratar quaisquer outras condições de saúde mental que os adolescentes possam ter.

• Princípio 10: Questões sensíveis, como violência, abuso e risco de suicídio, devem ser pesquisadas, identificadas e tratadas em todos os adolescentes usuários de substância.

• Princípio 11: É importante monitorar o uso de drogas durante o tratamento de adolescentes.

• Princípio 12: Permanecer em tratamento por um período de tempo adequado e manter continuidade são aspectos importantes.

• Princípio 13: É importante realizar testes para doenças sexualmente transmissíveis, principalmente HIV, hepatite B e hepatite C.

Conclusões

• Diminuir fatores de risco e aumentar os de proteção

• Não há solução mágica, nem tratamento único, nem adolescente único.

• Nunca confundir comportamentos próprios da adolescência com dependência química.

• Família é central!

Referências

• Site Álcool e Drogas sem Distorção (www.einstein.br/alcooledrogas) / NEAD - Núcleo Einstein de Álcool e Drogas do Hospital Israelita Albert Einstein

• http://www2.unifesp.br/dpsicobio/pergresp/preven.htm#b

• Site NIDA

Aspectos Forenses contra a Legalização da Maconha

Hewdy Lobo Ribeiro

Psiquiatra Forense

Coordenador de Pós-Graduação da Vida Mental/UNIP

A Legalização

• Comissão Global de Politicas de Drogas (2011) anunciou que a “guerra contra as drogas falhou”

• A legalização das drogas seria uma das respostas para conter o tráfico, a violência, o excessivo encarceramento e o consumo de drogas entre os mais jovens

• Não existem soluções “mágicas e simplistas”

A Legalização

• Termos: – Descriminalizar

• meio de oficializar o uso recreativo em locais preparados para venda e uso desta substância

– Regulamentar • meio de permitir uso de propriedades terapêuticas

dos derivados

– Legalizar • como sendo mais amplo e permissivo de acordo com

leis bem estabelecidas desde o cultivo até a distribuição comercial

Prevalência – Levantamento Nacional de Álcool e Drogas

(LENAD II)

Opinião sobre Legalização – LENAD II

Saúde Pública

• Transtorno por uso de Cannabis - DSM 5

• Padrão problemático uso de Cannabis

– Comprometimento e sofrimento significativos

– 2 critérios

– 12 meses

– Leve, moderada ou grave

DSM 5

1. Consumida em maiores quantidades ou período mais longo que pretendido

2. Desejo persistente ou esforços malsucedidos para redução ou controle do uso

3. Muito tempo gasto para obtenção, utilização e recuperação 4. Fissura 5. Fracasso em desempenhar papeis importantes 6. Uso apesar dos problemas sociais ou interpessoais 7. Abandono de atividades 8. Perigo para integridade física 9. Uso apesar de problemas físicos ou psicológicos 10. Tolerância 11. Síndrome de abstinência

Impactos Individuais

• Biológicos crônicos – Lesão da traqueia – Lesões das vias aéreas – Inflamação pulmonar – Infecção pulmonar – Bronquite aguda ou crônica – Câncer de pulmão – Infertilidade – Alterações no desenvolvimento fetal – Disfunção sexual – Infertilidade

Impactos Individuais

• Psicológicos crônicos – Transtornos de ansiedade – Prejuízo cognitivo (memória, atenção, funções executivas

e controle inibitório de respostas) – Agravo de sintomas psicóticos em indivíduos que já os

apresentam – Síndrome amotivacional (caracterizada por desinteresse

em várias atividades da vida diária e diminuição da capacidade de tomada de iniciativa)

– Atraso escolar – Dificuldade de aprendizagem – Porta de entrada para outras drogas ilícitas de abuso

Impactos Individuais

• Sociais

– Desempenho Escolar

– Ganhos salariais / desempenho no trabalho

– Isolamento de atividades sociais

– Prejuízos nas relações sociais

– Outros

Impactos Forenses

• A maconha é a droga ilícita mais utilizada por mulheres grávidas em todo o mundo – A exposição in utero a Δ ⁹-tetrahidrocanabinol (Δ ⁹-

THC), está associada a um risco aumentado de anencefalia e deficiências neurocomportamentais nos bebes, incluindo déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dificuldades de aprendizagem e prejuízo de memória.

– Os custos envolvidos com tratamento destas crianças são altos. Quem de fato pagaria por eles? Os contribuintes? As famílias com seu ente adoecido? As indústrias produtoras da droga legalizada?

Impactos Forenses

• Maconha é a droga ilícita mais consumida entre os jovens no início na adolescência – Efeitos são mais graves e mais duradouros do que

em adultos

– Mais vulneráveis aos efeitos da maconha por exemplo, em induzir alterações morfológicas e comportamentais do cérebro

– Período caracterizado pela estruturação cerebral significativa, particularmente os lobos frontais

– Prejuízos escolares

Impactos Forenses

• Tratamento para pessoas em condições específicas:

– Quadros Psicóticos

– Quadros com Retardo Mental Grave

– Quadros com Demência

– Quadros com risco de suicídio

– Quadros com comorbidades psiquiátricas graves

Impactos Sociais

• Aumento do consumo destas substâncias especialmente entre os adolescentes e adultos jovens

• Muito provavelmente levará a uma queda nos preços das drogas comercializadas até então ilegalmente

• Uso associado a acidentes de trânsito • Aumento de taxas de tratamento para maconha • No Brasil não temos uma rede estruturada para

dar conta de tratar os que já usam droga neste momento

A Legalização

• Ponto de vista da Saúde Pública – Realidade dos prejuízos individuais e coletivos do

uso de maconha

– Difícil encontrar benefícios na legalização

– Observar o que já acontece com álcool e tabaco

– Observar o que já ocorreu em outros países (Holanda, Austrália, Afeganistão etc)

– A legalização as drogas neste momento no Brasil é atitude no mínimo precipitada, descuidada e errônea

Referência

• RIBEIRO, HL; DIEHL, A. Legalizar ou não legalizar as drogas no brasil? Revista debates em psiquiatria. Jan/Fev 2014.

• Relatório da Comissão Global de Políticas sobre Drogas, junho 2011.

• Laranjeira R. Legalização das Drogas e a Saúde Pública. Ciência e Saúde Coletiva. 2010; 15: 621-631. 3.

• Bessa MA. Contribuição à discussão sobre a legalização de drogas. Ciência e Saúde Coletiva, 2010, 15: 632-636.

UNIP

Pós-Graduação em Saúde Mental para Equipes Multiprofissionais Unidade Anchieta / Unidade Paraíso / Unidade Limeira / Unidade

Jundiaí / Unidade Campinas/ Unidade Goiânia

Pós-Graduação em Terapia Cognitivo-Comportamental para Atuação em Múltiplas Necessidades Terapêuticas

Unidade Anchieta / Unidade Paraíso / Unidade Limeira / Unidade Jundiaí / Unidade Campinas / Unidade Goiânia

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