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Metodologia de Análise Econômica
Fernando Nogueira da Costa Professor do IE-‐UNICAMP
h<p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/
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Estrutura da apresentação
Metodologia Econômica
Correntes do Pensamento Econômico
Metodologia Econômica
Classificação Tríplice de Níveis de Abstração no Pensamento Econômico
localização metodológica da políHca econômica
• Embora seja um instrumento de intervenção na realidade, a polí3ca econômica não está isolada do resto do mundo, pois ela tem limites sociais e políHcos.
• Portanto, não existe algo que possa ser considerado uma Teoria Econômica Pura da PolíHca Econômica.
• A parCr do pré-‐requisito de conhecimentos teóricos, é no plano mais concreto que se demonstra a arte, a sensibilidade ou a habilidade no uso dos instrumentos de polí3ca econômica em curto prazo. 4
Metodologia Econômica
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CIÊN
CIA PO
SITIVA
OU PURA
A disCnção entre o posiHvo (“o que é”) e o normaHvo (“o que deveria ser”) surgiu da aplicação do método deduHvo-‐racional à Ciência Econômica. O método histórico-‐induHvo a parCr de dados fornecidos pela experiência sensível seria o adequado para a descoberta da verdade.
CIÊN
CIA INTERD
ISCIPLINAR
Conhecimentos não-‐econômicos tomados de outras Ciências (Sociologia, Polí3ca, Psicologia, etc.) são requeridos, além dos julgamentos de valor (premissas é3cas extra-‐ cienEficas), para resolver problemas práCcos. Camada intermediária de abstração em que se reincorpora todas as outras ciências antes abstraídas.
CIÊN
CIA NORM
ATIVA OU
REGU
LADO
RA
“Arte” da Economia: o plano menos abstrato da solução de problemas práCcos. Esta arte da tomada de decisões práHcas seria a elaboração de normas ou regras comportamentais para “o que se tornará a economia no futuro”.
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No nível mais elevado de abstração, estão as teorias puras que revelam a consistência no uso dos instrumentos
de polí3ca econômica.
No nível intermediário de abstração, o analista deve reincorporar todos os conhecimentos das ciências afins e todos os conflitos de interesse antes abstraídos.
Neste âmbito dos conflitos sociais e polí3cos entre interesses antagônicos, via eleições democráCcas, que se estabelece a definição do regime macroeconômico. Define-‐se, então, para determinado mandato, qual será a caracterísHca estrutural do planejamento do desenvolvimento em longo prazo, condicionante do manejo dos diversos instrumentos das polí3cas públicas.
No nível mais baixo de abstração, quando (e onde) há a necessidade de se contextualizar, ou seja, datar e localizar os eventos, que se capta os imperaCvos de dada conjuntura na práCca da arte de tomadas de decisões práHcas.
Vício Ricardiano: saltar, diretamente, do abstrato para o concreto, p.ex., da idealização
da ordem espontânea ao tateio dos preços rela3vos de referência: câmbio, juro e tarifas.
Economia NormaHva: O Que Deveria Ser
Economia PosiHva: O Que É
Precificação conforme fundamentos: Finanças Racionais
DECISÕES RACIONAIS DO HOMO ECONOMICUS
HIPÓTESE DO MERCADO EFICIENTE
DIVERSIFICAÇÃO DE RISCOS
FLUXOS DE CAIXA
DESCONTADOS
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Precificação conforme vieses heurísHcos: Finanças Comportamentais
DECISÕES EMOCIONAIS DO HOMO SAPIENS
INEFICIÊNCIA DO MERCADO
DEPENDÊNCIA DA FORMA
VIESES HEURÍSTICOS
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Precificação conforme apostas: Arte da Especulação
PRÁXIS DO HOMO PRAGMATICUS
LIMITES PARA PERDAS E GANHOS
SEM DIVERSIFICAÇÃO
SEM ILUSÃO DE ORDEM
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Classificam-‐se as políHcas econômicas em três Hpos segundo os objeHvos governamentais:
1. Estrutural: voltada para a modificação da estrutura econômica do país, por exemplo: – alterando a forma de propriedade vigente, – regulando o funcionamento do mercado em defesa da concorrência,
– criando empresas públicas, – regulamentando os conflitos trabalhistas, – alterando a distribuição de renda, – nacionalizando empresas estrangeiras, etc.
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Classificam-‐se as políCcas econômicas em três Cpos segundo os objeCvos governamentais:
2. Estabilização conjuntural: visa a superação em curto prazo de problemas macroeconômicos como:
– inflação, – desemprego, e – déficit do balanço de transações correntes.
3. Expansão sustentada: tem por objeCvo a manutenção ou a aceleração do crescimento econômico em longo prazo.
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Correntes do Pensamento Econômico
Premissas do Neoclassicismo, Monetarismo, Novo-‐classicismo,
Novo-‐keynesianismo, Finanças Racionais e Finanças Comportamentais
falseamento de hipótese
• Karl Popper adota o falsificacionismo: para serem cienEficas, as teorias devem ser passíveis de serem empiricamente falseadas.
• Assim, marxismo ou insHtucionalismo não seriam teorias cienEficas, pois suas hipóteses baseadas na história não teriam como ser testadas e, eventualmente, provadas falsas.
• São meras descrições...
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testes de hipóteses
• Nesta linha, as teorias ciencficas não são sugeridas pelos fatos.
• São produtos da livre imaginação humana.
• O método teórico-‐deduHvo supera, entre os economistas posiCvistas, o método histórico-‐induHvo.
• Depois de formuladas, as teorias devem passar por testes que visem a refutá-‐las.
• O sucesso em testes sucessivos marca a qualidade da teoria, o que não quer dizer que seja verdadeira, mas apenas melhor que suas concorrentes.
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irrealismo das hipóteses não importa • Entre os economistas ortodoxos, é hegemônica a tese da
irrelevância das hipóteses, ou seja, o ponto de vista adotado por Milton Friedman de que o grau de realismo das hipóteses de uma teoria é irrelevante para sua validade.
• O que resolve as polêmicas é o poder de predição.
• Assim, não faz senCdo discuCr o realismo das hipóteses e/ou dos postulados (todo axioma é abstrato), mas sim a aderência estaEs3ca dos resultados de previsão.
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falsificacionismo • Na verdade, é impraCcável
o falsificacionismo em Ciência Econômica.
• Há a impossibilidade de testes isolados de construções teóricas e a falta de ajuste com dados empíricos, ou seja, condições controladas como nos laboratórios.
• Karl Popper afirma que a teoria que “todos os cisnes são brancos” é falseável por um simples cisne negro.
• Contra o monismo, adotamos o pluralismo metodológico derivado da metodologia dos Programas de Pesquisa CienEficos no senCdo de Lakatos.
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Programa de Pesquisa Ciencfica Programa de Pesquisa Ciencfica (PPC) • é o aglomerado de teorias
conectadas que derivam de hard core comum, ou seja, núcleo central ou “rígido” composto das crenças comuns que unem os seguidores de determinado PPC.
• O hard core é cercado pelo “cinturão protetor” de teorias testáveis.
Postulado ou Axioma • O postulado é uma proposição
não evidente nem demonstrável, que se admite como princípio de um sistema deduEvel, de uma operação lógica ou de um sistema de normas prá3cas.
• Usa-‐se também a expressão axioma , que é uma proposição que se admite como verdadeira porque dela se podem deduzir as proposições de uma teoria ou de um sistema lógico.
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paradigmas ciencficos
PPC progressivo • é o termo técnico da
metodologia para designar o PPC cujas formulações sucessivas explicam todos os fatos que falsearam previsões de PPC rival.
• Além disso, faz a previsão de fatos novos.
PPC em degeneração • ocorre quando, sem
confirmação de previsões, o núcleo rígido se mantém somente com emendas.
• São adotadas hipóteses ad hoc (adicionais) para explicar-‐se face às “crí3cas perturbadoras”.
• Revela sinais de fraquejar, na medida em que se mantém sem revisão das premissas do hard core.
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Neoclassicismo
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RACIONALIDAD
E Os agentes econômicos maximizam suas funções de uClidade e lucro, isto é, agem racionalmente.
ATOMISMO
Os mercados livres, inclusive o mercado de trabalho, tendem para o equilíbrio via flexibilidade de preços e salários.
SIMETRIA DE
INFO
RMAÇ
ÕES
Todos os agentes têm informação perfeita e jamais se enganam.
Monetarismo
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RACIONALIDAD
E
Os agentes econômicos maximizam suas funções de uClidade e lucro, isto é, agem racionalmente.
ILUSÃ
O M
ONETÁR
IA
Com taxas de inflação crescentes, os salários reais estariam sempre atrás do crescimento dos preços.
EXPECT
ATIVAS
ADA
PTAT
IVAS
São formadas a parCr da experiência passada, com ênfase maior para os períodos mais recentes.
Novo-‐classicismo
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RACIONALIDAD
E Os agentes econômicos maximizam suas funções de uClidade e lucro, isto é, agem racionalmente.
DESESTAB
ILIZAÇ
ÃO
Variações previstas na oferta da moeda não afetariam a produção, apenas as mudanças imprevistas o fariam.
EXPECT
ATIVAS
RAC
IONAIS Todos os agentes
têm o mesmo modo de entender a economia correspondente à lógica verdadeira de funcionamento.
Novo-‐keynesianismo
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RACIONALIDAD
E Os agentes econômicos agem racionalmente, não atuando contra os próprios interesses.
RIGIDE
Z DE
PRE
ÇOS Estuda
os fundamentos microeconômicos (insCtuições, contratos, clientela, etc.) para explicar a rigidez de salários e preços. DE
SCOORD
ENAÇ
ÃO
Rigidez de preços decorre de externalidades das decisões individuais e problemas de coordenação entre os agentes.
Finanças Racionais
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FLUXO
DE CA
IXA
DESCONTA
DO
Tempo é dinheiro: certa quanCa de dinheiro, se recebida hoje, vale mais do que a mesma quanCa recebida no futuro.
DIVE
RSIFICAÇ
ÃO DE RISCOS O poriolio com
aCvos cujos preços serão afetados em direções opostas por eventos futuros é menos arriscado do que cada a3vo que o compõe.
EFICIÊNCIA DO
MER
CADO
Como no mercado eficiente a informação está disponível para todos, exige-‐se acertar o caminho aleatório do conteúdo da próxima noxcia.
Finanças Comportamentais
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IRRA
CIONALIDAD
E Os investidores baseiam suas decisões em regras de bolso, cuja maioria é inconsistente, o que faz com que tenham crenças enviesadas. DE
PENDÊ
NCIA DA
FORM
A Os investidores têm sua percepção sobre o risco e o retorno de investimento bastante influenciada pela forma como o problema é apresentado.
INEFICIÊNCIA DO
MER
CADO
Vieses heurísticos e dependência da forma desviam os preços de seus fundamentos, não sendo apenas pequenas anomalias randômicas corrigidas por arbitragem.
[email protected] h<p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/