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Metamorfose da Vida é um texto que fala sobre mudanças, sobre sair da zona de conforto e amadurecer com as dificuldades. Acredito que todos nós, em um determinado momento, temos a chance ou somos levados a sofrer uma metamorfose. Vida, a frágil menina escocesa, descobre o seu lado forte ao embrenhar na Floresta Amazônica e se transformar numa magnífica onça-pintada, animal que para os índios representa a coragem e a força...
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Copyright © 2014 by Editora Baraúna SE Ltda
Capa AF Capas
Diagramação Felippe Scagion
Revisão Pricila Noiola
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________A866m
Assis, Marcia de Metamorfose da vida / Marcia de Assis. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2014.
ISBN 978-85-437-0097-7
1. Romance brasileiro. I. Título.
14-15771 CDD: 869.93 CDU: 821.134.3(81)-3
________________________________________________________________08/09/2014 11/09/2014
Impresso no BrasilPrinted in Brazil
DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br
Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo - SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br
Todos os direitos reservados.Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem a expressa autorização da Editora e do autor. Caso deseje utilizar esta obra para outros fins, entre em contato com a Editora.
A Rodrigo de Jesus, que sempre me incentivou e que tornou este projeto viável. A Pedro Terra, meu filho amado, que provocou mu-danças definitivas em minha vida.
Antes do mar, da terra e céu que tudo cobre, a natureza tinha, em todo o orbe, um só rosto
a que chamaram Caos, massa rude e indigesta […]E como ali houvesse terra e mar e ar, instável era a terra, a onda inavegável
e o ar sem luz; a nada aderia uma forma, e cada coisa obstava outras, pois num só corpo
o frio combatia o quente, o seco o úmido, o mole o duro, e o peso o que não tinha peso.
Deus ou douta natura esta luta sanou...(Ovídio, Metamorfoses, I, 5-21)
AgrAdecimentos
Gostaria de agradecer a minha pequena família: Ro-drigo, que sempre me incentivou a escrever e publicar, e Pedro, que na sua inocência, considera notável tudo o que faço. Pessoas maravilhosas que merecem um prêmio por compreenderem a minha constante inquietação, as-sim como os meus pais e minha irmã Marta.
Agradeço à Priscilla Rezende, minha amiga maravi-lhosa do tempo de colégio, a primeira leitora.
E por último, mantendo o paralelismo sintático, agradeço aos professores do curso de Letras da UFF, tanto os que me apoiaram, quanto aqueles que me considera-vam incapaz. Adoro ser desafiada.
sumário
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Old Valley . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
O lar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
As irmãs Sinclair . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Brianna, Gordon e Bonnibelle . . . . . . . . . . . . . . 49
O nascimento de Vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Noite do terror . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
O desaparecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Os primeiros passos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Professor Lazarus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
A formatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
A expedição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167
A lenda Inamawá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187
O encontro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199
O amor floresce . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 211
Aventura na mata . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221
O novo elo entre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263
Brasil e Europa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263
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Metamorfose da vida
introdução
Foram várias tentativas frustradas antes deste ro-mance de estreia. Sempre desejei escrever um livro. Era uma ideia que me perseguia desde a faculdade. No entan-to, anos depois de formada, casada e com um filho que me dava bastante trabalho, senti que devia tentar. Não tinha ideia alguma sobre o que escreveria.
Na verdade, ao ver um documentário sobre a escala bortle, tive um insight. Resumidamente, a escala bortle é utilizada para avaliar a quantidade de luz e a intensidade da escuridão, numa escala de 9 a 1 (em que 9 é usado para um céu de cidade grande e 1 para um céu que cobre desertos e oceanos). No mesmo programa, mencionaram um lugar no sudoeste da Inglaterra onde é possível ver o céu na escala 3. Trata-se de um vilarejo bem afastado chamado Widecombe in the moor. Lá, as fazendas, até a década de 70, não dispunham de energia elétrica. Era impossível enxergar um palmo diante do nariz, mas, em
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M a r c i a d e a s s i s
compensação, as estrelas eram vistas com uma nitidez ab-surda. Assim, criei Old Valley.
Mas por que o romance foi ambientando primeira-mente na Escócia? Bom, certa vez, ouvi que dos países oci-dentais, este era um dos mais místicos, concentrando boa parte de lendas de fadas, bruxas e castelos mal-assombra-dos. Evidentemente, isso mexeu com a minha imaginação.
Uma comunidade que vivia como na Idade das Tre-vas, uma bruxa misteriosa e uma tragédia familiar. Com esses elementos criei uma ficção que basicamente fala sobre mudanças, sobre sair da zona de conforto e ama-durecer com as dificuldades. Acredito que todos nós, em um determinado momento, temos a chance ou somos levados a sofrer uma metamorfose. Viver num mundo onde todo tipo de violência é institucionalizada no co-tidiano e apresentada no YouTube e nos telejornais com uma naturalidade revoltante exige muita superação. Exi-ge o esforço de cada um para mudarmos nós próprios e tudo o que está errado.
É evidente que precisava estender essa reflexão para o Brasil, mais especificamente para região amazônica. Procurei de forma bem leve evidenciar os conflitos socio-ambientais que têm assomado a região sendo um deles a extração ilegal de madeira, sobretudo em áreas de reserva indígena. Fiz muitas pesquisas sobre o assunto e aprendi que a ganância não nos leva a tão longe e que a sustenta-bilidade é o caminho.
É isso, caro leitor. Espero lhe proporcionar uma agradável leitura, enquanto aguarda para ser atendido em algum lugar, espera o filho na aula de natação, ou se pre-para para finalizar mais um dia de jornada.
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Metamorfose da vida
old VAlley
Era o ano de 1996. Vida pertencia a uma família escocesa que residia no isolado vilarejo de Old Valley, lo-calizado ao norte do país. Era um pedaço do paraíso na Terra. Todos desempenhavam suas funções com muita satisfação. As crianças brincavam nas ruas de terra tran-quilamente, uma vez que não havia trânsito. Antes de morarem ali, os habitantes chegaram de carro, mas o aposentaram tão logo se estabeleceram. Não fazia sentido tirar o veículo da garagem para andar nas ruas estreitas daquele lugar minúsculo.
A população não ultrapassava duzentos habitantes, pessoas que haviam sido maltratadas por dissabores corri-queiros das grandes cidades. Não havia divergências entre vizinhos ou qualquer outro tipo de discordância, talvez por todos estarem, digamos, no mesmo nível social. Não havia comércio. Não havia dinheiro. A moeda de troca era a habilidade. O carpinteiro consertava e fazia móveis