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especial pg. 12
JESUTAS BRASIL
Em EDIO 36ANO 4JULHO 2017INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO AOS POBRES
pg. 11
REVISO DAS PRIORIDADES APOSTLICAS DA 36 CG
pg. 18
NOVA SEDE DO PROJETO PAN-AMAZNICO DA CPAL
pg. 21
4 5Em Em
SUMRIO EDIO 36 | ANO 4 | JULHO 2017
EDITORIAL Em tempos sombrios tecemos esperana
Pe. Clovis Cabral, SJ
CALENDRIO LITRGICO
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Gratido pela misso
Pe. Itamar Carlos Gremon, SJ
O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Refugiados agradecem ao Papa por abrir as
portas da Igreja
Vaticano investir em startups Francisco lana mensagem para o Dia
Mundial dos Pobres
ESPECIAL Por uma sociedade mais justa e igualitria
MUNDO CRIA Gregoriana forma orientadores de EE Conselho Ampliado faz reviso das prioridades da 36 CG Nova Regio na Europa EL SALVADOR: jesutas pedem liberdade
para ex-coronel
Comisso Internacional do Apostolado da Educao Jesuta
Declarao pelo Dia Mundial dos Refugiados Nomeaes
AMRICA LATINA CPAL A Companhia unio em Cristo Encontro da REPAM Colmbia Misso dos estudantes jesutas Renovao do Projeto do ISCOS Nova sede do PAMSJ
SERVIO DA F Fiis participam de homenagens a So Jos de Anchieta Centro de Servio para a Colaborao, F e Espiritualidade
inaugurado
Colaboradores fazem Exerccios Espirituais no RS
6
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10
12
18
20
22
Uma caminhada de lutas: em 50 anos de histria, o CEAS (Centro de Estudos e Ao Social) fortaleceu sua atuao junto s populaes mais vulnerveis
4 5Em Em
CUIDADO DA AMAZNIA SARES levar projeto para assentamento indgena
EDUCAO FAJE est entre as dez melhores faculdades do Brasil Luiz Gonzaga Belluzzo faz palestra na Unicap Seminrio sobre educao acontece em setembro Polo Universitrio Santo Incio inaugurado
JUVENTUDE E VOCAES Brasileiros participam de encontro no Mxico Programa MAGIS Brasil promove Semana Socioambiental
JUBILEUS / AGENDA
EmJESUTAS BRASIL
25
26
29
31
INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
EXPEDIENTE
EM COMPANHIA uma publicao mensal
dos Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de
Comunicao BRA So Paulo.
COMUNICAO [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
DIRETOR EDITORIALPe. Anselmo Dias
EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
REDAOJuliana Dias
DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva
rica Silva
ESTAGIRIOSManuela Carpenter
Wallace Colares
ANNCIOSHanderson Silva
COLABORADORES DA 36 EDIOAna Maria Alzueta Sigaud, Bruno Alface, Bruno Fer-
nando Silva, Camila Antunes, Pe. Francisco de Assis
Secchim Ribeiro Kiko, Graziela Cruz, Pe. Jonas Ca-
prini, Lia Franco, Matheus Kiesling, Natlia Cmara,
Patricia Moreira, Rafael dos Anjos, Pe. Valrio Sartor
e Ana Ziccardi (reviso). Um agradecimento espe-
cial a todos que colaboraram com a matria especial
dessa edio.
FOTOSBanco de imagens / Divulgao
TRADUO DAS NOTCIAS MUNDO + CRIA GERALPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
6 7Em Em
EDITORIAL
EM TEMPOS SOMBRIOS TECEMOS ESPERANA
Pe. Clovis Cabral, SJEducador social, telogo afro-brasileiro, ativista do Movimento Negro e da Pastoral Afro-brasileira e integrante da diretoria do CEAS
Com o lema Em tempos sombrios tecemos esperana, o Centro de Estudos e Ao Social (CEAS) con-vida-nos para participar das diversas
iniciativas organizadas para celebrar seu
ano jubilar. Instituio da Companhia
de Jesus no Brasil, localizada em Salva-
dor (BA), o CEAS compe uma Rede de
Centros Sociais (em espanhol Centro de
Investigacin y Accin Social - CIAS),
articulados em outra Rede mais ampla,
nomeada Apostolado Social.
Fundado na segunda metade do s-
culo XX, em plena ditadura militar, o
CEAS foi uma resposta dos jesutas aos
desafios provocados pela permanncia
e, na maioria das situaes, pelo recru-
descimento da pobreza no nordeste bra-
sileiro e pela incapacidade de suas elites
em responderem, democraticamente,
aos clamores que brotavam do povo.
Os jesutas que esto no incio do
CEAS e os outros, mais os leigos, que ao
longo dos anos foram assumindo aque-
la Misso, experimentaram um itine-
rrio espiritual, baseados na convico
de que a nossa atitude em relao aos
pobres pode crescer, desenvolver-se
e amadurecer, no decorrer dos anos.
Como pode, igualmente, estagnar-se,
com o risco de ficarmos parados em
nosso relacionamento com o povo, a
quem queremos servir. Assim como
existem etapas na orao e fases do
crescimento no amor, tambm, em nos-
so compromisso com os pobres, existe
um itinerrio de crescimento espiritual
anlogo. Essa aventura espiritual vivida
ao longo desses 50 anos vem seduzindo dezenas de outros homens e mulheres.
A escolha do lema tem a ver com o
atual contexto brasileiro, em que en-
frentamos uma profunda crise pol-
tica, econmica, social e moral. Alis,
nesses 50 anos de existncia, vrias foram as crises que atravancaram os
caminhos das classes populares no
Brasil, desafiando a fidelidade criativa
do CEAS em seu trabalho de assessoria
poltico-pedaggica aos excludos no
campo e na cidade.
O CEAS engajou-se, desde cedo, na
luta pela reconstruo do Estado De-
mocrtico de Direito. Isso implica que
se fez presente nas lutas concretas,
dos estudantes, dos movimentos pela
Anistia, pela liberdade de organizao
partidria, pela liberdade de organiza-
o sindical, pela liberdade de impren-
sa e de livre manifestao; a esses mo-
vimentos acrescentavam-se as lutas
pelas reformas agrria e urbana. Sabe-
mos como toda essa movimentao
cristalizou-se de maneira excepcional
na luta pelas Diretas J, encontrando
eco mais tarde, durante todo o proces-
so constituinte de 1988.
Recentemente, o povo brasileiro vem
protagonizando outra srie de lutas, orga-
nizadas em movimentos; alguns de carter
regional, outros de abrangncia nacional.
Nomeados novos movimentos sociais,
incorporaram-se luta as mulheres, os
negros, os ndios, as diversas juventudes,
organizaes dos povos ribeirinhos, dos
quilombolas e das florestas; organizaes
de povos tradicionais ciganos e das
diversas tradies afro-brasileiras e o
Movimento LGBT (lsbicas, gays, bissexu-
ais, travestis e transexuais). Quando esses
novos personagens entram na cena pol-
tica nacional, vo operar novas mudanas
nos paradigmas que orientam a luta pela
transformao da sociedade, exigindo a
introduo de metodologias inovadoras,
que incorporam, portanto, novas tecno-
logias e plataformas comunicacionais,
possibilitadoras de novas respostas, cria-
tivamente, inculturadas.
Pela boca de Sun-Tzu, no livro A arte
da guerra, o CEAS lana uma provocao,
um convite: Por mais crticas que sejam
a situao e as circunstncias, no aceite
o desespero. Nas ocasies em que tudo
leva ao medo, no se deve ter medo de
nada; quando se est rodeado de peri-
gos, no se deve temer perigo nenhum;
quando se esgotaram os recursos, deve-
-se contar com todos os recursos; quando
se surpreendido, deve-se surpreender o
inimigo; pois, em tempos sombrios, de-
vemos aprender a tecer esperana.
Boa leitura!
[...]NESSES 50 ANOS DE EXISTNCIA, VRIAS FORAM AS CRISES QUE ATRAVANCARAM OS CAMINHOS DAS CLASSES POPULARES NO BRASIL, DESAFIANDO A FIDELIDADE CRIATIVA DO CEAS[...]
6 7Em Em
Bem-aventurado Incio de Azevedo
e companheiros mrtires
So Leo Incio Mangin
So Paulo Denn
Santa Maria Zhu Wu
e companheiros mrtires
Santo Incio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus JULHO
DIA 2
DIA 17
DIA 9
DIA 31
So Bernardino Realino
So Joo Francisco Rgis
So Francisco de Gernimo
Bem-aventurado Juliano Maunoir
Bem-aventurado Antnio Baldinucci
8 9Em Em
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO
Pe. Itamar Carlos Gremon, SJ
Aos 54 anos, recm-completados, o padre Itamar Carlos Gremon
o atual diretor da Casa de Sade e Bem-Estar Irmo Luciano
Brando, localizada em Belo Horizonte (MG). Em entrevista ao
informativo Em Companhia, o jesuta conta que, nessa misso,
essencial ser afetuoso e carinhoso com as pessoas.
Pe. Itamar, conte-nos um pouco de
sua histria (famlia, estudos, etc.).
Eu nasci em Bebedouro (SP), em
1963, sou o filho mais novo, tenho uma
irm, Sonia, e um irmo mais velho, Os-
cimar. Meu pai se chama Osvaldo e mi-
nha me, Anzia, j falecida. Ao longo
do tempo, fui estudando a histria da
minha famlia materna e paterna. Com
os relatos e documentos meus e deles,
verifiquei que minha famlia paterna
descendente dos italianos da regio de
Rovigo (Itlia) e que vieram trabalhar
nas culturas de lavoura de caf. J mi-
nha famlia materna descendente de
portugueses, indgenas e dos negros,
que vieram da Bahia (Caetit) arrumar
trabalho nas lavouras de caf. Cheguei
concluso de que a resposta para a
pergunta por que nascemos em um de-
terminado local? simples para mim e
para todos: porque ali tinha trabalho e
comida para os nossos pais manterem
a famlia.
Minha vida de estudos iniciou
quando fiquei na creche, ali aprendi a
desenhar, etc. Depois, fiz o ensino fun-
damental e mdio em escolas pblicas
e outros cursos gratuitos. Por conta
prpria, estudei Matemtica avanada,
Qumica, Fsica, Psicologia Jungiana,
GRATIDO PELA MISSO
Ingls, etc. O que me motivava a estu-
dar era o meu desejo de ser piloto mi-
litar de combate. Na Companhia de Je-
sus, eu fiz Filosofia, Teologia e outros
cursos que foram muito interessantes
e apropriados.
Profissionalmente, fui garom,
peo da construo civil, onde me
ensinaram a ser pedreiro, pintor,
carpinteiro, ferreiro, bombeiro, ler
plantas, etc. Com meu irmo e outros
profissionais, aprendi a ser montador
de carros, pintor automotivo, lanter-
neiro e um pouco de mecnica. Esses
profissionais da oficina ALARA de
Funilaria e Pintura eram muito exi-
gentes e experientes. Alm disso, fiz
cursos de informtica, eletricista ins-
talador residencial e industrial pelo
SENAI (Servio Nacional de Aprendi-
zagem Industrial).
Como foi o seu processo de discer-
nimento vocacional? Por que a Com-
panhia de Jesus?
Quando eu tinha 19 anos, fui a Pi-rassununga (SP) para fazer um concur-
so militar. Na ocasio, fiquei hospe-
dado em um hotel longe dos amigos e
familiares. Ali, percebi que no queria
matar ningum, no queria jogar bom-
8 9Em Em
bas nem atirar em meus semelhantes.
Sei que muitos pilotos de combate no
gostariam de fazer isso, mas sero obri-
gados em caso de guerra. Ento, come-
cei a me fazer perguntas existenciais
fortes... Quando as provas do concurso
terminaram, voltei para casa inquieto.
Voltei a frequentar a Igreja Catlica e,
ao ler a Bblia, percebi que algumas pes-
soas que escreveram alguns dos livros
bblicos tambm tiveram perguntas
semelhantes s minhas. Na igreja, fui
me tornando um agente de pastoral da
juventude, catequese, estudei todos os
documentos do Vaticano II e fui conhe-
cendo mais a Igreja na qual fui batizado
e fiz a primeira comunho.
O senhor ingressou na Compa-
nhia de Jesus aos 26 anos. Como foi essa experincia?
Eu precisava de ajuda para poder
definir a minha opo vocacional
e, participando do GAVI (Grupo de
Acompanhamento Vocacional Ina-
ciano), em Campinas (SP), percebi
que, na Comunidade Vocacional
que funcionava em Juiz de Fora (MG)
, havia jesutas Pe. Luiz Antnio
do Canto Neto e Pe. Adroaldo Palao-
ro que poderiam me ajudar muito.
Assim, fui para l indiferente. Aps
um ano em Juiz de Fora, fui aprova-
do no plano de candidatos e me con-
vidaram para ir para o Noviciado. Na
poca, senti um grande medo, mas vi
que esse medo vem da imaginao,
ento, fui l no noviciado e as expe-
rincias me deram o conhecimento
necessrio para eu sair dos medos e
ver as coisas mais claras. Quando fui
aprovado para fazer os votos, eu disse
ao querido Pe. Quevedinho, mestre de
novios na poca, que at ali era o que
eu queria, mas no podia garantir que
essa opo duraria at o final de mi-
nha vida, ou seja, era uma definio,
mas no podia garantir ser definitivo.
Aos 27 anos, eu sabia que podemos e temos de definir o que queremos, mas
que no temos condies de garantir,
terminantemente, que ser definitivo,
pois, na vida, fazemos passo a passo
e nem tudo depende de ns. Porm, o
mais importante ali foi que tive a se-
gurana profunda do que eu precisava
saber: que eu e a Companhia de Jesus
amamos o que Deus ama. Os jesutas
me ensinaram que a Companhia um
meio para realizar esse amor de Deus
e sonhar junto com Ele e foi a que eu
topei ser jesuta.
A formao que recebemos da
Companhia de Jesus e tudo o que ela
nos d de oportunidades realmente
impressionante, mas o que mais im-
pressiona que ela nos ajuda a co-
nhecer, profundamente, Jesus Cristo
e Ele, junto com o Esprito Santo, nos
leva at o Pai e conhecemos o amor de
Deus. Agradeo isso Companhia.
Atualmente, o senhor diretor da
Residncia de Sade e Bem-Estar Ir-
mo Luciano Brando. Como a mis-
so de zelar pelo bem-estar dos compa-
nheiros mais idosos?
A minha misso a de efetivar o
carinho e a gratido que ns, jesutas,
temos por nossos companheiros mais
idosos ou enfermos. Eu fao isso com
a ajuda de muitas pessoas leigas e je-
sutas, que me ensinam a ser diretor,
me ajudam na administrao, no ge-
renciamento de pessoas e eu agrade-
o muito a colaborao deles. Muito
obrigado a todos vocs!
Que lio voc aprende da relao e
cuidado com jesutas de to variadas
experincias e formao?
Ouvindo as suas histrias, percebi
que a Igreja e a Companhia de Jesus no
Brasil passaram por diversas formas
de se organizar e eles vivenciaram
essas mudanas, mas o fundamental
que a Companhia de Jesus mante-
nha sempre o seu carisma e saiba se
atualizar aos tempos e lugares. isso
que eu percebo como sendo a motiva-
o fundamental nesse processo que
a Companhia de Jesus est realizando
no Brasil, com a Provncia dos Jesutas
do Brasil BRA.
Em sua opinio, o que necessrio
para que um jesuta, ainda jovem, pos-
sa se preparar para ter um envelheci-
mento saudvel?
Todos ns, jesutas e leigos, pode-
mos cuidar da sade descansando,
alimentando-se, trabalhando, fazen-
do exerccios, etc., mas isso cui-
dar da sade e ajuda muito, ou seja,
necessrio, mas no o suficiente,
pois o envelhecimento tem um di-
namismo muito mais amplo do que
simplesmente cuidar da sade. Pen-
so que no h uma preparao para
ficar velho, pois o envelhecimento
uma experincia prpria que cada
pessoa vai fazendo, conforme o tem-
po vai passando.
A MINHA MISSO A DE EFETIVAR O CARINHO E A GRATIDO QUE NS, JESUTAS, TEMOS POR NOSSOS COMPANHEIROS MAIS IDOSOS E/ OU ENFERMOS.
10 11Em Em
O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S
Na Baslica de So Joo de La-tro, onde esteve para aber-tura do Congresso Eclesial da Diocese de Roma (Itlia), o Papa Fran-
cisco reuniu-se com um grupo de 30
refugiados, acolhidos por parquias e
institutos religiosos. Tambm estavam
presentes o cardeal Agostino Vallini,
vigrio-geral de Roma, e o Mons. Enrico
Feroci, diretor da Caritas diocesana.
Em junho, o Vaticano anunciou a criao de uma aceleradora de startups, na qual planeja investir US$ 100 mil em at oito empresas que criem solues inovadoras para proble-
mas ligados a mudanas climticas.
Criada com o apoio do Papa Francisco
e liderada por dois investidores de ventu-
re capital, o Laudato Si Startup Challenge
vai apostar em empresas com alto poten-
cial de crescimento nos prximos meses.
Na prtica, ao receber o investimento, o
Vaticano ter direito a uma participao
VATICANO INVESTIR EM STARTUPS
REFUGIADOS AGRADECEM AO PAPA POR ABRIR AS PORTAS DA IGREJA
Fontes: Cano Nova/ www.caritasroma.it
Fonte: Exame
O encontro, que aconteceu em 19 de
junho, vspera do Dia Mundial do Refu-
giado, relembrou o apelo do Papa Fran-
cisco, em 6 de setembro de 2015, durante o ngelus dominical. Na ocasio, o Pon-
tfice exortou todas as parquias e insti-
tuies religiosas do mundo a partir
de sua diocese para fornecer hospitali-
dade s famlias de refugiados da guerra
e da violncia. A partir desse apelo, a Ca-
ritas de Roma promoveu dois projetos de
hospedagem, que criaram oportunidade
de hospitalidade para os solicitantes de
asilo e refgio em parquias, instituies
religiosas ou em famlias romanas.
O Papa elogiou esse trabalho de fra-
ternidade, que vai alm das religies.
Obrigado a quem os acolheu e a vocs,
que aceitaram ser acolhidos, disse ao
grupo, destacando o belo exemplo
dado por essas comunidades paro-
quiais, que aderiram a seu chamado.
No encontro, Francisco recordou
das pessoas que fogem da violncia
e das perseguies e deixou votos de
que essas histrias de dor e esperan-
a transformem-se em oportunidades
de encontro fraterno e verdadeiro.
O Papa ainda recebeu um car-
taz das mos de cinco crianas, com
agradecimentos em diversos idiomas.
Obrigado, Papa Francisco, por abrir o
seu corao e as portas da Igreja, di-
zia uma das mensagens.
Foto
: ww
w.r
omas
ette
.it
acionria entre 6% e 8% do negcio.Alm disso, durante quatro meses,
as startups recebero mentoria de pro-
fissionais especializados. Depois, eles
tero de viajar para Roma (Itlia) para
dois meses de trabalho intenso na star-
tup, o que vai culminar em um dia de
demonstraes, ou Demo Day, em que
os empreendedores apresentam seu
negcio ao pblico geral.
Os recursos, segundo o site da revista
norte-americana Fast Company, tero ori-
gem em um fundo privado de investido-
res. Entretanto, tudo ser feito com super-
viso prxima de membros do Vaticano.
As empresas precisam escolher
entre sete desafios das mudanas cli-
mticas, que incluem energia, comi-
da, gua, cidades populosas, potencial
humano, conservao e finanas. Se-
gundo um dos mantenedores do proje-
to, essas so reas que o prprio Papa
Francisco identifica como importantes
para resolver a questo climtica. O
programa de acelerao acontecer en-
tre 13 de julho e 9 de setembro.
10 11Em Em
O Vaticano divulgou, em 13 de junho, a mensagem do Papa Francisco para o primeiro Dia Mundial dos Pobres, que ser celebra-
do, todos os anos, no 33 Domingo do Tempo Comum, que, em 2017 ser 19 de novembro. Neste ano, o tema ser
No amemos com as palavras, mas com
as obras. Francisco afirma que amar
com obras e com a verdade um im-
perativo do qual nenhum cristo pode
prescindir. O amor no admite li-
bis: quem pretende amar como Jesus
amou, deve assumir o seu exemplo,
sobretudo quando somos chamados a
amar os pobres.
Da mesma forma como em alguns
momentos, os cristos se deixaram
contagiar pela mentalidade munda-
na, muitos deles ofereceram sua vida
a servio dos pobres, observa o Papa.
Ele destaca o exemplo de Francisco de
Assis, que foi seguido por tantos ou-
tros homens e mulheres ao longo dos
sculos. Assumamos, pois, o exem-
plo de So Francisco, testemunha da
pobreza genuna [], necessrio es-
cutar o grito dos pobres e comprome-
termo-nos a ergu-los do seu estado
de marginalizao.
A mensagem enfatiza que os pobres
no devem ser vistos como destina-
trios de uma caridade realizada para
deixar a conscincia em paz. Embora
essas aes sejam vlidas, deveriam
abrir a um verdadeiro encontro com os
pobres. Se realmente queremos encon-
FRANCISCO LANA MENSAGEM PARA O DIA MUNDIAL DOS POBRES
Fontes: Rdio Vaticana/Cano Nova
Foto
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tter
stoc
k
trar Cristo, preciso que toquemos o
seu corpo no corpo chagado dos pobres,
como resposta comunho sacramen-
tal recebida na Eucaristia.
No falta, na mensagem, a crtica
de Francisco desigualdade na dis-
tribuio das riquezas. Infelizmente,
nos nossos dias, enquanto sobressai,
cada vez mais, a riqueza descarada
que se acumula nas mos de poucos
privilegiados, frequentemente acom-
panhada pela ilegalidade e a explora-
o ofensiva da dignidade humana,
causa escndalo a extenso da pobre-
za a grandes setores da sociedade no
mundo inteiro. Perante esse cenrio,
no se pode permanecer inerte e, me-
nos ainda, resignado.
O texto tambm traz indicaes para
a semana que vai anteceder o Dia Mun-
dial dos Pobres. Francisco orienta as
comunidades crists a se empenharem
na criao de momentos de encontro e
amizade, solidariedade e ajuda concre-
ta. Uma sugesto dada por Francisco
convidar os pobres e os voluntrios
para participarem juntos na Eucaristia
do 33 Domingo do Tempo Comum. Neste domingo, se viverem no nos-
so bairro pobres que buscam proteo
e ajuda, aproximemo-nos deles: ser
um momento propcio para encontrar
o Deus que buscamos []. Na base das
mltiplas iniciativas concretas que se
podero realizar neste Dia, esteja sem-
pre a orao.
O Dia Mundial dos Pobres foi ins-
titudo pelo Papa Francisco ao final do
Ano da Misericrdia, na carta apost-
lica Misericordia et misera. No docu-
mento, o Santo Padre destaca que essa
data deve ser um sinal concreto do
Ano Santo extraordinrio, vivido pela
Igreja com foco na misericrdia.
[...] NECESSRIO ESCUTAR O GRITO DOS POBRES E COMPROMETERMO-NOS A ERGU-LOS DO SEU ESTADO DE MARGINALIZAO.
Papa Francisco
Data tem como objetivo inspirar caridade e orao, promovendo a cultura do encontro
12 13Em Em12 Em
ESPECIAL
Moradora da Vila do Caf, no municpio de Encruzi-lhada (BA), Lindaura La-cerda era me de sete filhos e esposa
de um pequeno agricultor. Apesar de
sua dura realidade e sem ter muito
conhecimento das letras, ela sempre
procurava manter-se informada so-
bre os problemas de sua comunidade
e do pas. Dona Lindaura era capaz de
compreender as contradies locais e
nacionais, mobilizar e coordenar as
principais lutas da sua vila e cidade,
isso tudo de forma espontnea e in-
dependente. A coragem e a sabedoria
dessa senhora surpreendiam e inspi-
ravam os integrantes do CEAS (Centro
de Estudos e Ao Social). Quando
qualquer um de ns chegvamos a
sua casa, ramos convidados a tomar
um caf na sua cozinha e, sentados ao
lado do fogo lenha, tnhamos que
responder a todas as suas perguntas.
Ao final da conversa, ela tinha feito a
sua prpria anlise da conjuntura ge-
ral e relacionado com a realidade local
dos assalariados do caf e da reforma
agrria, relembra Joaci Cunha, asses-
sor jurdico e membro da coordena-
o geral do CEAS.
Por muitos anos, o CEAS acompa-
nhou as lutas de dona Lindaura, j fale-
cida, e de sua comunidade. A trajetria
dela e de outros milhares de homens
e mulheres fazem parte da histria do
CEAS, que, em 50 anos de existncia, sempre manteve-se firme na misso de
assessorar e apoiar as lutas populares.
Fundada pela Companhia de Jesus, em
plena ditadura militar, a entidade pas-
sou por muitos desafios e transforma-
es em seu meio sculo de atuao. Seu
nascimento mesmo aconteceu em um
cenrio de mudanas na prpria Com-
panhia de Jesus. Aps a Segunda Guerra
Mundial, a ordem religiosa passou por
diversas transformaes no seu campo
de ao, com isso, comeou a priorizar,
em seu trabalho apostlico, as questes
sociais. A partir desse cenrio, foram
criados os Centros de Investigao e
Ao Social (CIAS), que tinham como
compromisso refletir as questes eco-
nmicas, polticas e sociais e, com isso,
contribuir para super-los, explica N-
lia Nascimento, historiadora e coorde-
nadora da equipe de memria do CEAS.
Assim, em 1967, nasceu o Centro de Estudos e Ao Social, com uma equipe
inicial formada por jesutas e leigos. O
padre Jos Antonio Pecchia, colabora-
dor do CEAS, lembra com saudades dos
jesutas Cludio Perani, Andres Mato e
Joo Confalonieri, que se destacaram na
itinerncia a servio dos assalariados
do campo e das reas urbanas margina-
lizadas. Eles saiam, quase diariamente,
para essas reas de interior e de perife-
ria da cidade e voltavam ao Centro para
registrar a memria de tudo que tinham
visto, ouvido e presenciado, recorda.
Entre os colaboradores leigos, o je-
suta destaca o papel de Joviniano Neto
e o de Jos Crisstomo, pelas anlises de
conjuntura poltica e estrutural do mo-
delo capitalista. Ele tambm ressalta o
papel de Antonio Dias, pela experincia
de organizao sindical, e de Ana Lucia,
Maria Helena e Antnia Garcia, pelo pro-
cesso de educao popular nas escolas
de associaes de bairro. Alm da con-
POR UMA SOCIEDADEMAIS JUSTA E IGUALITRIA
H 50 anos, o CEAS realiza um importante trabalho com as populaes
mais vulnerveis do nordeste brasileiro
12 13Em Em 13Em
tribuio de Elza e Gabriel Kraychete,
pela anlise e a experincia de economia
solidria. Padre Jos Antonio tambm
no se esquece do trabalho desenvolvi-
do pela assessora Beatriz Costa. Ela nos
acompanhou nas avaliaes peridicas
das nossas praticas populares e na divul-
gao das experincias de itinerncia no
meio dos trabalhadores rurais e urbanos,
por meio de publicaes do trabalho
com assalariados cacaueiros, canaviei-
ros e das lavadeiras, completa.
Na dcada de 1960, alm do CEAS, em Salvador (BA), surgiram outros 11 centros sociais da Companhia de Jesus na Amri-
ca Latina. A situao social e econmica,
no Brasil e na Amrica Latina, era, e conti-
nua sendo, de muita explorao e opres-
so, afirma padre Jos Antonio. Para ele, o
papel do CEAS foi muito importante, pois
possibilitou a criao de um espao de di-
logo e de parceria com todas as entidades
que tinham como objetivo e prtica o pro-
tagonismo e fortalecimento do movimen-
to popular, no campo e na cidade.
O CEAS participou no processo
de criao da CPT (Comisso Pastoral
da Terra), nacional e regional, e asses-
sorou outras organizaes dedicadas
ao servio das lutas populares. Mas a
caracterstica da atuao do CEAS era
a itinerncia, uma Igreja em sada, ou
seja, andar l onde havia mais urgn-
cia de apoio: aproximar-se dos traba-
lhadores rurais e urbanos, escutar os
gritos e as esperanas dos sofredores,
analisar as causas das injustias, ca-
minhar junto ao povo, elaborar textos
de reflexo para devolv-los s lide-
ranas populares, para capacit-las a
rever suas prticas de forma mais efi-
caz, ressalta o jesuta.
Ainda, segundo ele, Ao Anli-
se Nova Ao foi um mtodo que se
firmou na histria do CEAS. Conquis-
tas, em termos de resultados, no eram
o objetivo do CEAS, que questionava a
poltica de resultados dos sindicatos e
das ONGs. Para ns, o resultado dese-
jado era o protagonismo e o avano da
conscincia da cidadania e dos direitos
humanos. Considero uma conquista a
revista Cadernos do CEAS, que sobrevi-
veu diante de muitas dificuldades: per-
seguio militar, falta de financiamen-
to, desistncia de assinantes, etc., diz.
a publicao foi encerrada em 2009.
Aps um perodo de reestruturao,
em 2015, o CEAS estabeleceu uma
parceria com a Unicap (Universidade
Catlica de Pernambuco), por meio do
Instituto Humanitas, e com a UCSal
(Universidade Catlica do Salvador),
por meio do Programa de Ps-
Graduao em Polticas Sociais, com
a finalidade de retomar a publicao
da revista. Hoje, com a coedio
dessas instituies acadmicas e com
o suporte da internet, a publicao
se mantm viva e atuante. Acesse os
artigos e saiba mais sobre a revista em:
cadernosdoceas.ucsal.br.
REFLETIR PRECISO
Criada pelo Centro de Estudos e
Ao Social, em 1969, a revista Cadernos
do CEAS tem como finalidade articular
a investigao da realidade estudo
prtica ao. Do primeiro
nmero, publicado logo aps o AI-5 (Ato
Institucional nmero 5) pela ditadura
militar, passando pelos complexos
anos de 1980 e pelos difceis anos de
1990, a publicao adentrou o sculo
XXI como um espao de reflexo crtica,
plural, com fortes vnculos com os
movimentos sociais e muito prxima
da academia. Porm, neste novo sculo,
com o acirramento da concorrncia e
com a queda no nmero de assinantes,
O CEAS sempre manteve-se firme na misso de assessorar e apoiar as lutas populares
14 15Em Em14 Em
ESPECIAL
veram uma perspectiva de autonomia e
independncia frente ao Estado e ao mer-
cado, afirma Joaci.
Alm desses desafios, o nmero de
jesutas atuantes na entidade reduziu
progressivamente, enfraquecendo a ca-
pilaridade do CEAS no meio religioso e
sua abrangncia de atuao regional. A
revista impressa foi mantida, mas com
tiragens menores e com crescentes difi-
culdades financeiras. Essas dificulda-
des abarcariam a prpria manuteno
da equipe de assessores, da revista e
da biblioteca (aberta ao pblico exter-
no). Entretanto, uma grande conquista
desse perodo foi manter o CEAS, ainda
que com uma equipe reduzida, com a
mesma perspectiva crtica, sem se vin-
cular a partido ou governos e presente
no meio popular, apoiando suas lutas e
organizaes. Isso possibilitou, mesmo
em um contexto de grave reduo do
apoio financeiro externo, a manuten-
o do trabalho e o seu crescente reco-
nhecimento, explica ele.
Nesse perodo, o CEAS deixou de
atuar em Alagoas e Pernambuco, mas
consolidou e diversificou sua presena
na Bahia, capital e interior. Atualmen-
te, uma referncia para as questes
relacionadas moradia popular e, no
sul e sudoeste do estado, est presente
na luta pela terra, nas comunidades de
camponeses e de assentados da refor-
ma agrria. Segundo Joaci, a entidade
estimula a produo agroecolgica e a
comercializao direta da produo, na
defesa de territrios e na mobilizao
De acordo com Joaci, a trajetria
desses 50 anos do Centro de Estudos e Ao Social pode ser dividida em
dois momentos distintos. Nos pri-
meiros 25 anos (1967-1992), o CEAS consolidou-se como uma referncia
importante no processo de redemo-
cratizao e de apoio aos oprimidos,
por trs aes exitosas: a publicao
dos Cadernos do CEAS, revista funda-
mental para o entendimento do con-
texto de ao dos atores sociais popu-
lares na cidade e no campo, e, durante
os anos mais duros da ditadura, lida
at mesmo no crcere; a formao de
lideranas e agentes pastorais, com a
realizao de cursos sistemticos no
prprio CEAS ou nas entidades solici-
tantes; a presena solidria no meio
popular urbano em Salvador (BA) e,
especialmente, entre os canavieiros
de Alagoas e Pernambuco, os assala-
riados do cacau e do caf nas regies
sul e sudoeste da Bahia, afirma.
Para o assessor jurdico e membro
da coordenao geral do CEAS, juntas,
essas aes (revista, formao e
presena) deram ampla visibilidade
ao CEAS, sobretudo, por meio dos
Cadernos do CEAS, cujas edies (de
at 3 mil exemplares) chegavam a todo territrio nacional e a dezenas
de instituies no exterior. Nesse
primeiro momento, a entidade contava
com uma presena muito importante
de jesutas em seus quadros, alm da
presena de assessores no jesutas,
possibilitando uma rica convivncia e
discusso, recorda.
A partir da dcada de 1990, o contexto
nacional e o do prprio CEAS mudaram.
Nesse segundo momento, o Centro de
Estudos e Ao Social deu continuidade
ao trabalho de apoio e assessoria aos mo-
vimentos sociais, no campo e na cidade, e
publicao dos Cadernos, iniciados no
perodo anterior, mas enfrentava outros
desafios. Agora, imperava a hegemonia
neoliberal, envolvendo, inclusive, alguns
setores antes identificados com a aborda-
gem crtica do CEAS, reduzindo, assim, a
incidncia poltica dos atores que manti-
A MISSO DO CEAS CONTRIBUIR PARA A SUPERAO DA MISRIA E DA EXCLUSO SOCIAL, POR MEIO DA ATUAO EM REGIES DO NORDESTE MARCADAS POR SITUAES DE POBREZA E DE DOMINAO E DO FORTALECIMENTO DA AUTONOMIA E DO PROTAGONISMO DOS PBLICOS QUE ACOMPANHA.
Em sua trajetria, o CEAS sempre acompanhou as lutas das populaes mais vulnerveis do nordeste
14 15Em Em 15Em
socioambiental das comunidades em
que atua. Hoje, o CEAS tambm uma
referncia para a formao de lideran-
as em vrios movimentos sociais e
pastorais que atuam no campo.
Para o padre Clovis Cabral, integran-
te da diretoria do CEAS, educador social,
telogo afro-brasileiro, ativista do Movi-
mento Negro e da Pastoral Afro-brasilei-
ra, a histria do Centro de Estudos e Ao
Social confunde-se com a saga das lutas
do povo brasileiro, que sempre levam a
questes como a de que pas temos e que-
remos. No demais assinalar o carter
atual dessas questes, acredita ele. Para
o jesuta, essas cinco dcadas de atua-
o fortaleceram a fidelidade criativa do
CEAS, ou seja, seu esforo de mutabilida-
de e adaptabilidade diante do surgimento
de novos cenrios e, portanto, de novos
desafios, completa.
A LUTA CONTINUA
A misso do CEAS contribuir para
a superao da misria e da excluso
social, por meio da atuao em regies
do Nordeste marcadas por situaes
de pobreza e de dominao e do forta-
lecimento da autonomia e do protago-
nismo dos pblicos que acompanha.
Nesses 50 anos, a clareza de sua misso consolidou o compromisso da entidade
com as lutas populares.
Hoje, o CEAS atua em trs regies:
Salvador, Sul e Sudoeste da Bahia e, por
meio da dimenso da assessoria popu-
lar, acompanha cerca de 20 mil famlias organizadas em movimentos sociais e
grupos populares. Na dimenso da for-
mao, esse impacto atinge cerca de 5 mil pessoas, entre leitores dos Cadernos
do CEAS e de outros contedos publi-
cados na internet, participantes de de-
bates e visitantes do acervo do centro
de informao. No mbito das parce-
rias, em 2016, a entidade estabeleceu relacionamento com mais de 40 orga-nizaes, entre elas, grupos popula-
res, associaes de bairros, sindicatos,
movimentos sociais, universidades, or-
ganizaes de assessoria, parceiros da
cooperao internacional, fruns, alm
de redes locais e internacionais.
Segundo Catarina Lopes, secretria
executiva do CEAS, esse trabalho s pos-
svel graas a duas frentes estratgicas. A
primeira est diretamente relacionada a
atividades de organizao e interveno
dos movimentos sociais, no mbito da
atuao e presena direta junto s ca-
madas sociais populares, que ocorre por
meio das nossas trs equipes interdisci-
plinares: Rural, Urbana e Memria. A
segunda, no nvel da reflexo, articulan-
do prtica e teoria, se d por meio da Re-
vista Cadernos do CEAS, publicada desde
1969, e do espao de Debate de formao sociopoltica, evento interno e aberto
ao pblico. Esse espao direcionado
equipe do CEAS, estudantes, formadores
de opinio, lideranas e assessorias de
movimentos populares, esclarece ela.
A Equipe Rural atua, diretamente,
com os trabalhadores do campo e seus
membros tm ampla experincia junto
aos movimentos populares, prestando
servios em atividades de assessoria. O
trabalho rural abrange as regies Sul e
Sudoeste da Bahia. No Sul, com o apoio
direto do CEAS, foram conquistadas, nos
ltimos 20 anos, a partir de ocupaes de latifndios improdutivos, cerca de
5.000 hectares de terras, a maioria delas foram transformadas em assentamentos
oficiais da poltica nacional de reforma
agrria, afirma Joaci. No Sudoeste do es-
tado, ele explica que a entidade age em
duas frentes. Uma frente apoia a tran-
sio agroecolgica em comunidades de
pequenos agricultores e quilombolas. A
outra frente foca a defesa do territrio a
partir de uma estratgia de articulao
socioambiental em prol da recuperao
de nascentes, matas ciliares, rios e ela-
borao de leis ambientais por meio da
iniciativa popular, diz.
A Equipe Urbana atua junto a mo-
vimentos populares de Salvador e de sua
Regio Metropolitana. Ao longo do tem-
po, desenvolveu-se uma metodologia de
trabalho que se mantm estvel, apesar
da grande variao de pblicos acompa-
nhados. Segundo Catarina, por meio
de um trabalho de base enraizado, junto
aos movimentos de luta pela moradia ou
que esto em situao de conflito fundi-
rio, que o CEAS desenvolve a formao de
lideranas que possam incidir, politica-
mente, na construo da cidade.
Nesse contexto, a Equipe de Me-
mria tem uma funo essencial para o
desenvolvimento desses trabalhos. A bi-
blioteca Cludio Perani, por exemplo,
uma das poucas no estado da Bahia, e do
Norte e Nordeste, especializada na rea
social. Situada nas imediaes de insti-
tuies de ensino superior, como a Uni-
versidade Federal da Bahia (UFBA) e a
Universidade Catlica do Salvador (UC-
Sal), seu acervo bibliogrfico foi includo
pelo Mestrado em Filosofia da Faculda-
de de Filosofia e Cincias Humanas da
UFBA para obteno do credenciamento
junto ao Ministrio da Educao (MEC).
Para Nlia, coordenadora da equipe de
memria, a localizao da biblioteca
favorece ainda o carter comunitrio,
16 17Em Em16 Em
ESPECIAL
j que, em seu entorno, existem, pelo
menos, dez bairros populares, carentes
de informao e leitura. Centenas de
jovens e crianas podem utilizar esse
espao livremente, convivendo com
pesquisadores e acadmicos da comuni-
dade universitria e da Casa da Memria
Popular (CAMPO), que concentra um rico
acervo produzido pelos movimentos
sociais, colaboradores e assessores do
CEAS nessas cinco dcadas, explica.
Para a realizao de todo esse trabalho,
o CEAS conta com cinco focos temticos
e, alm deles, a atuao da entidade prio-
riza o trabalho junto juventude e s mu-
lheres. A escolha dessas prioridades parte
da anlise da realidade. No trabalho com a
juventude, no podemos desconsiderar os
dados do contexto. Segundo o relatrio da
Comisso Parlamentar de Inqurito (CPI)
do Senado sobre o Assassinato de Jovens,
divulgado em 2016, por ano, so assassi-nados mais de 23 mil jovens negros, de 15 a 29 anos. A cada 23 minutos, um jovem assassinado. Essa a realidade da juven-
tude que acompanhamos e isso gera uma
pergunta: por que os jovens negros esto
sendo assassinados? Para que a juventude
protagonize e incida sobre essa e outras
pautas, o CEAS potencializa a articulao
entre a juventude e promove a formao
sociopoltica, afirma Catarina.
Alm de apostar no fortalecimento
das iniciativas da juventude, que apontam
sadas e formas de resistncia frente a essa
triste realidade, o CEAS luta ativamente
pela emancipao feminina. No trabalho
com as mulheres, em uma perspectiva es-
trutural, busca-se a superao da relao
poder e dominao entre os gneros. Nos
grupos que assessoramos, predominante
a presena das mulheres negras na frente
das lutas, seja no campo ou na cidade, elas
lutam pelo direito moradia, pelo acesso
terra e defesa dos territrios. fundamen-
tal aportar a luta dessas mulheres, para
superao das desigualdades e da visibili-
dade da mulher enquanto sujeito poltico,
defende a secretria executiva do CEAS,
que destaca: o trabalho com a juventude e
as mulheres so expresses concretas das
prioridades do Plano Apostlico da Pro-
vncia dos Jesutas do Brasil BRA.
POR MAIS 50 ANOS
Em tempos sombrios tecemos esperan-
a foi a temtica escolhida para celebrar
os 50 anos de histria e atuao do CEAS, em 2017. O centro social mais antigo da Companhia de Jesus na Amrica Latina,
ao lado do CEPAG (Centro de Estudos Pa-
raguaios Antonio Guasch), localizado no
Paraguai, olha para seu passado de lutas e
conquistas com a certeza de que h ainda
muitos outros desafios pela frente. Segun-
do Catarina, o tema escolhido nos provoca
a pensar sobre o ainda existente modelo
excludente de sociedade e nos convida a
construir caminhos para a sua superao.
A nossa misso assessorar populaes
que, historicamente, foram, e so, marca-
das e exterminadas por esse modelo ex-
cludente. As aes projetadas neste ciclo
celebrativo, em que se pretende avaliar e
projetar as nossas aes para os prximos
anos, tem significado poltico. Nesse pro-
cesso, alguns enfoques so de fundamen-
tal importncia: a construo de novas for-
mas de participao poltica, as relaes de
gnero e as dimenses tnicas, raciais, cul-
turais, socioambientais, a promoo dos
direitos e a superao das desigualdades
sociais com um sentido amplo, acredita.
A temtica deste ano jubilar reflete
tambm o atual cenrio poltico do Brasil
e a nossa postura diante dessa realida-
de. A nossa conjuntura poltica eviden-
cia um retrocesso nas conquistas pelas
quais, ao longo dos anos, lutamos junto
aos movimentos populares para garantir.
Entretanto, como a histria e a memria
da luta do povo est preservada, temos
essas histrias como referncia para con-
tinuarmos em frente, pois, em tempos
sombrios, sempre iremos tecer a esperan-
a, afirma Nlia.
Essa esperana somente mantida
e alimentada quando andamos juntos,
quando colaboramos uns com os outros.
Com esse esprito de trabalhar em rede e
como forma de dar continuidade ao ciclo
de atividades do ano jubilar do CEAS, dois
importantes eventos foram realizados
em junho, na cidade de Salvador (BA). A
X Assembleia da Rede dos Centros Sociais
Jesutas da Amrica Latina e Caribe, re-
alizado entre os dias 5 e 8, e o XXVII En-contro dos Delegados do Setor Social da
Conferncia dos Provinciais Jesutas da
Amrica Latina e Caribe (CPAL), que acon-
teceu nos dias 8 e 9. Para abrir esses eventos, o CEAS, em
parceria com a CPAL, realizou o Encontro
dos Movimentos Populares e Parceiros
dos Centros Sociais da Amrica Latina,
no dia 4. O evento contou com 150 parti-cipantes, que dialogaram sobre o mode-
lo de desenvolvimento colocado para a
Amrica Latina e as formas de resistncia
frente s excluses e violaes de direi-
tos. Para contribuir com essas anlises,
1
2
3
4
5
Proteger o acesso terra, moradia, e aos direitos territoriais;
Apoio produo agroecolgica e comercializao solidria;
Acompanhamento direto das comunidades, grupos e movimentos nos mbitos: jurdico-poltico, articulao e mobilizao;
Garantir preservao da memria e histria popular;
Contribuir para a (in)formao, realizao de pesquisas, qualificao do trabalho de assessoria popular e (in)formao dos grupos populares.
FOCOS TEMTICOS DE ATUAO
16 17Em Em 17Em
contamos com as presenas de Corina
Echavarra (Universidade Catlica de Cr-
doba Argentina), Charles Trocate (Movi-
mento Pela Soberania Popular na Mine-
rao Par-Brasil) e Importuno Potico
(Salvador Bahia), que deu corpo potico
ao debate, explica Catarina. Para garantir
a troca de experincia entre os grupos de
diferentes pases, mas que passam por
conflitos similares, foram organizados
quatro grupos de trabalho: Monocultura,
Minerao, Territrio e Cidade, e Juventu-
de. Os grupos compartilharam formas de
resistncia frente ao seu contexto. A pre-
sena dos movimentos foi fundamental
para construir pontes, a partir do trabalho
concreto, entre os movimentos assesso-
rados pelos centros sociais, ressalta.
O padre Jos Ivo Follmann, secre-
trio para a Justia Socioambiental da
Provncia dos Jesutas do Brasil BRA,
participou dos encontros. Para ele, os
eventos foram marcantes e ajudaram na
compreenso do atual contexto latino-
-americano e caribenho e os compro-
missos da Companhia de Jesus nesse
cenrio. Nesses dias, foram feitos al-
guns encaminhamentos importantes
em vista de uma compreenso comum
do conceito de Promoo da Justia So-
cioambiental. Neste ano, deu-se a feliz
coincidncia da celebrao dos 50 Anos de nosso Centro Social de maior dura-
o, o CEAS, afirma.
Para o jesuta, o CEAS de hoje conti-
nua levando a marca de padre Cludio Pe-
rani e de outros jesutas que ajudaram na
misso da entidade. Eu fiquei muito im-
pressionado com o poder de mobilizao
deste nosso Centro Social e a forma como,
com a sua mediao, os movimentos
populares e organizaes sociais conse-
guem se expressar e construir histria.
notvel como o CEAS que hoje existe, por
meio de sua valente equipe, herdeiro de
valores, princpios e de uma metodologia
muito consistente no trabalho popular e
na reflexo consequente, ressalta.
Assim como observa padre Jos Ivo, o
CEAS de hoje o resultado de um trabalho
realizado ao longo dos anos. Um trabalho
que foi sendo construdo por jesutas
e leigos. Para Nlia, celebrar os 50 anos
do CEAS uma forma de agradecimento
por todos os que j passaram pela enti-
dade. Eu acredito que todos marcaram
essa histria de alguma forma, seja na
contribuio como editores no Caderno
do CEAS, seja nas assessorias aos movi-
mentos populares. Todas essas pessoas
contriburam para o fortalecimento da
entidade, no toa que a nossa misso
continua a mesma desde a sua constru-
o. As pessoas saram do CEAS, mas o
CEAS nunca ir sair de dentro de cada
um desses sujeitos sociais, que tiveram a
oportunidade e experincia de vivenciar
os espaos de formao, os debates calo-
rosos em nosso salo, com pessoas de to-
das as classes, ir a campo dialogar com os
movimentos, pois todas essas so expe-
rincias empricas que o CEAS, com sua
pedagogia, conseguiu construir, afirma.
Agora, o CEAS projeta reabrir a sua
biblioteca e, como uma nova estratgia
de contribuio, mira a produo inten-
siva de contedo de comunicao popu-
lar. A ideia fazer esse material circular
massivamente, com o apoio de diversos
parceiros, no sentido da reconstruo da
democracia poltica e da estrutura socio-
produtiva do pas, sempre pautando-se
pelo respeito diversidade e natureza.
Em seus 50 anos, a certeza que temos de que os desafios continuam e a traje-
tria de lutas do CEAS tambm. Colabo-
rando h 21 anos na entidade, Joaci nos lembra que: o CEAS s se torna impor-
tante na medida em que se coloca, soli-
dariamente, presente e a servio das or-
ganizaes e lutas populares. Esperamos
ter conseguido cumprir esse papel nos
ltimos 50 anos e desejamos seguir nesse mesmo caminho pelo tempo que se fizer
necessrio. Para o futuro, porm, planeja-
mos tambm contribuir, mais seriamen-
te, com comunicao popular, esperando
merecer a confiana de quem possa nos
ajudar nessa nova e estratgica misso,
conclui. Vamos luta!
formao do continente latino-ameri-
cano. Devemos atuar motivados pela
f e justia e a partir do chamado de re-
conciliao que tambm nos faz, hoje,
o Superior Geral da Companhia de Je-
sus, padre Arturo Sosa.
O CEAS, que tambm integra essa
rede, contribui com a misso da Com-
panhia de Jesus no continente latino-
-americano e no Caribe. Olhando para
a histria do Centro de Estudos e Ao
Social, vemos seu compromisso e ca-
minhada com as pessoas nesses 50 anos de vida institucional, acompanhando
grupos populares e sociais, urbanos ou
rurais, desde suas famosas publicaes,
alm de outras muitas aes, desenvol-
vidas ao longo do tempo. Relembrando
o caminho percorrido, vemos os frutos,
que nos permitem, com alegria e grati-
do, reconhecer a importante contribui-
o do CEAS para o Apostolado Social da
Companhia de Jesus na Amrica Latina,
afirma Galo Bogarn.
O TRABALHO EM REDE
Atualmente, a Rede de Centros
Sociais da CPAL (Conferncia dos Pro-
vinciais Jesutas da Amrica Latina e
Caribe) composta por mais de 30 ins-
tituies, de 12 pases da Amrica Latina e do Caribe. Esses centros devem incor-
porar, em seu planejamento estratgi-
co, a pertena como membros da rede,
procurando trabalhar com viso e cons-
cincia latino-americana, de forma que
se promova responsabilidade solidria.
Segundo Galo Bogarn, coordena-
dor da Rede dos Centros Sociais, essa
organizao potencializa a ao social
realizada pela Companhia de Jesus na
Amrica Latina, atualizando e con-
cretizando as fronteiras e prioridades
apostlicas determinadas pelo Gover-
no da Companhia de Jesus e pela CPAL,
no projeto Apostlico Comum (PAC)
2011-2020, e no mbito dos Estatutos da Conferncia, explica. Ele afirma ainda
que a ideia central reforar o setor so-
cial e o compromisso de buscar a trans-
18 19Em Em
Ao longo do ano acadmico de 2017-2018, o Instituto de Espiri-tualidade da Pontifcia Univer-sidade Gregoriana, instituio catlica
sob direo dos jesutas, em Roma (It-
lia), oferecer um programa intensivo
de formao em Espiritualidade Inacia-
na, que acontecer em dois semestres e
resultar na obteno do Diploma em
Espiritualidade Inaciana.
O programa composto de cursos
obrigatrios, opcionais e de experi-
A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CRIA GERAL
CONSELHO AMPLIADO FAZ REVISO DAS PRIORIDADES DA 36 CG
EL SALVADOR: JESUTAS PEDEM LIBERDADE PARA EX-CORONEL
GREGORIANA FORMA ORIENTADORES DE EE
O Superior Geral da Compa-nhia de Jesus, padre Arturo Sosa, presidiu a reunio do Conselho Ampliado, entre os dias 5 e 9 de junho. Participaram do encontro os conselheiros gerais, os presiden-
O Pe. Geral, Arturo Sosa, aprovou a criao de uma nova Regio independente dos Pases Baixos NOVA REGIO NA EUROPA
Os jesutas de El Salvador pe-diram ao governo que atenue a sentena de priso do ex--coronel Guillermo Benavides, conde-
nado, em 1989, pelo assassinato de seis sacerdotes da Companhia de Jesus e de
ncias guiadas de acompanhamento
espiritual e vocacional e trabalho em
grupo. Todos os cursos e seminrios
oferecidos pelo Instituto de Espiritua-
lidade pertencem ao mbito da espiri-
tualidade inaciana.
Os contedos abordaro a vida,
converso, personalidade e experincia
mstica de Santo Incio de Loyola, o li-
vro dos Exerccios Espirituais, as Cons-
tituies da Companhia de Jesus e ou-
tras fontes inacianas importantes sobre
tes das Conferncias de Provinciais,
os diretores dos Secretariados da C-
ria (Educao secundria, Educao
Universitria, Justia social e Ecolo-
gia, e Cooperao). O tema central do
Conselho ampliado foi a reviso das
prioridades apostlicas em cumpri-
mento ao mandado pela 36 Congre-gao Geral. O procedimento adotado
tomou a forma de um discernimento
comunitrio, segundo o esprito da
mesma Congregao.
o Discernimento Espiritual, a dimenso
pedaggica da espiritualidade inaciana
e a construo espiritual feita por di-
versos jesutas. A nfase maior ser no
aspecto prtico de buscar, encontrar e
fazer a vontade de Deus, procurando
uma equilibrada proporo dentro do
conjunto de cursos e seminrios.
da Europa (ELC), que ser efetivada em
31 de julho. A nova regio compreende as atuais Provncias da Holanda (NER) e da
Blgica (BSE). O padre Johan Verschueren,
atualmente provincial das duas provn-
cias, foi nomeado superior regional.
uma empregada e sua filha. Ao apresen-
tar a petio no Ministrio da Justia e
Seguridade Pblica, a Companhia de Je-
sus reitera que perdoa o antigo coronel
Guillermo, que j cumpriu 26 anos de priso dos 30 a que foi condenado. Fa-
zemos essa petio fundados, desde
nosso ponto de vista, em que o pro-
cesso da verdade, justia e reparao
foram cumpridos, disse o padre An-
dreu Oliva, reitor da Universidade
Centro-americana (UCA).
18 19Em Em
DECLARAO PELO DIA MUNDIAL DOS REFUGIADOS
NOMEAES
COMISSO INTERNACIONAL DO APOSTOLADO DA EDUCAO JESUTA
Fonte: Boletim da Cria dos Jesutas (N10 e 11/Junho 2017)
A Comisso Internacional do Apostolado da Educao Jesu-ta (ICAJE) celebrou um encon-tro em Roma (Itlia), entre os dias 24 e 27 de maio. A reunio anual ofereceu uma oportunidade para que os seis de-
legados regionais, o secretrio para a
Educao e os assistentes do secretrio
se encontrassem para partilhar o esta-
do da educao jesuta no mundo e os
projetos do secretariado. Na ocasio, fo-
ram apontadas iniciativas que ajudem
a constituir uma Rede de Escolas da
Companhia. Um dos principais temas
Em 20 de junho, Dia Mundial dos Refugiados, o Servio Jesuta aos Refugiados JRS (sigla em ingls) apelou aos pases ricos para
que tomem, sobre si, a responsabili-
dade das feridas de nosso planeta. Em
abordados foi o prximo Congresso In-
ternacional de Delegados da Educao
Jesuta JESEDU-Rio 2017, que aconte-
declarao conjunta com outras orga-
nizaes crists, o JRS afirmou: So-
mos testemunhas de como cada vez
se constroem mais muros pelo mun-
do todo para evitar que os deslocados
possam entrar: no apenas muros fsi-
cer em outubro, no Rio de Janeiro (RJ),
e incluir os resultados da reunio vir-
tual realizada em maro.
cos, seno tambm muros de medo, de
preconceitos, de dio e de ideologias.
Tentemos todos, como uma nica fa-
mlia humana, construir pontes de so-
lidariedade em vez de muros de divi-
so. Nossas irms e irmos refugiados
oferecem-nos uma oportunidade para
nos enriquecer e crescer mutuamente:
Deus que nos une.
O Padre Geral nomeou: O Pe. Damian Howard (50) pro-vincial da Provncia Britnica. O Pe. Andrew Fernandes (49) pro-
vincial da Provncia de Pune.
O Pe. Leonard Chiti (49) provincial da Provncia de Zambia-Malawi.
O Pe. Dalibor Renic (40) provincial da Provncia de Crocia.
O Pe. Danis Ponniah (54) provin-cial da Provncia de Madurai.
O Pe. Johan Verschueren (BSE) su-
perior regional da nova Regio dos
Pases Baixos de Europa (ELC).
O Papa Francisco nomeou:
O Pe. Alexander Aloysius Alan
McGuckian (HIB), bispo da Dio-
cese de Raphoe, Irlanda. Nascido
em 1953, McGuckian entrou na Companhia em 1972 e foi ordena-do sacerdote em 1984.
20 21Em Em
A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL
A COMPANHIA UNIO EM CRISTO
Pe. Roberto Jaramillo Bernal, SJPresidente da CPAL
No h nenhum campo humano vetado para os companheiros de Jesus. Onde quer que seja possvel reconhecer e trabalhar pela dig-
nidade das pessoas e das comunidades
para crescermos juntos medida da ima-
gem que Cristo Jesus, pode haver um je-
suta exercendo a sua vocao: colaborar
na misso do Cristo.
Toda realidade humana lugar te-
olgeno: onde a Divindade aparece e
manifesta-se. Por isso, pode ser, tam-
bm, um lugar teolgico: onde o divino
experimentado e compreendido; e, ao
mesmo tempo, um lugar pastoral: onde
a fraternidade manifesta-se no servio
de uns e outros. Essa especial densida-
de da nossa vida baseia-se no mistrio
da encarnao: Deus, em sua incompre-
ensibilidade absoluta, manifesta-se na
limitao de nossas culturas, histrias,
pessoas e povos. O mistrio revelado, o
continente contido, o infinito limitado,
o Outro feito prximo.
Essa uma dinmica divina que ex-
cede nossa compreenso e que requer de
ns, diariamente, o melhor dos recursos
espirituais que temos: uma experin-
cia positiva da realidade Princpio e
Fundamento , a prtica constante de
discernir o Esprito desejar e escolher
e uma atitude de reconhecer que tudo
dom e graa contemplao na ao.
A 36 CG (Congregao Geral) foi ins-pirada pela lembrana de que Santo In-
cio e os primeiros companheiros, duran-
te a sua estada em Veneza (Itlia), no
ficaram sempre juntos, mas, sim, dis-
persaram-se, assumindo tarefas diferen-
tes; e de que, em meio a essa disperso
e multiplicidade de tarefas e carismas,
viveram a experincia de formar um
nico grupo e de permanecerem unidos
no seguimento de Cristo. E continua:
tambm ns, jesutas de hoje, nos entre-
gamos a variadas formas de apostolado
que, com frequncia, exigem especiali-
zao e consomem energia, mas, se nos
esquecemos de que somos um corpo,
unido em e com Cristo, perdemos nossa
identidade como jesutas e a capacidade
de dar testemunho do Evangelho. Mais
do que nossas competncias e habilida-
des, o que d testemunho da Boa Nova
a unio entre ns e com Cristo (No. 7).
Temos o desafio de fazer com que
nossa misso seja concreta em aes,
propostas, projetos, instituies que
promovam, ajudem e demonstrem,
com fatos e palavras, o que Deus quer
que acontea entre os homens. Esse
servio, se for segundo o Esprito, pro-
duz e alimenta-se, ao mesmo tempo, de
uma dinmica consciente de identifi-
cao pessoal e comunitria com Jesus
[...]SOMENTE SE PERMANECERMOS ATIVAMENTE UNIDOS EM E COM CRISTO, PODEREMOS SER VERDADEIRAMENTE COMPANHEIROS DE JESUS
Cristo. Dinmica que no somente
nem principalmente contedo, ideia,
metodologia, mas, sim, presena, con-
verso, libertao, mistrio de salvao,
que instaura nova relao entre as pes-
soas, com as coisas e com Deus.
Nada disso acontece sem orao pes-
soal sria, profunda, preparada, avalia-
da; nada disso acontece sem um exame
consciente de nossas atitudes e decises
cotidianas; nada disso acontece se no
houver celebrao comum da f. ali
onde est em jogo a fidelidade vocao
para a qual fomos chamados e, em ltima
instncia, a nossa felicidade e nosso tes-
temunho de vida. Estou convencido de
que o maior desafio que temos, pessoal
e comunitariamente, neste mundo atual
e digo isso como uma confisso de mi-
nha prpria experincia frgil e pecadora
a recuperao, caso seja necessria, e
a manuteno cotidiana de uma experi-
ncia profunda de orao, de exame, de
celebrao da f.
A Companhia de Jesus uma Unio
e no uma Unidade, costumava insistir
o Pe. Kolvenbach. Pois bem, somente se
permanecermos ativamente unidos em
e com Cristo, poderemos ser verdadeira-
mente Companheiros de Jesus.
20 21Em Em
ENCONTRO DA REPAM COLMBIA
RENOVAO DO PROJETO DO ISCOS
MISSO DOS ESTUDANTES JESUTAS
NOVA SEDE DO PAMSJ
Entre os dias 19 e 24 de junho, cer-ca de 100 pessoas, pertencentes Rede Eclesial Pan-Amaznica REPAM Colmbia, participaram de um
encontro na cidade colombiana de Let-
cia. O encontro teve como intuito refletir
sobre a presena da Igreja na realidade
da Amaznia colombiana e de definir
estratgias de trabalho conjunto para o
cuidado com o bioma Amaznico.
Em junho, Hung Nguyen e Argenis Garca, dois estudantes jesutas de Teologia, de Bogot (Colmbia), colaboraram com o PAMSJ e vivenciaram
a experincia amaznica. Na primeira
semana, Argenis participou da Semana
Vocacional da Diocese de Alto Solimes,
na parquia de Tonantins, na qual traba-
lhou com as crianas e jovens das esco-
las da rea urbana e com as comunida-
des da cidade e ribeirinhas. Na mesma
Em 7 de junho, o padre Valrio Sartor participou da apresen-tao da renovao do Proje-to Solimes Sustentvel, executado
pelo ISCOS (Instituto Sindical pela
semana, Hung esteve no lado peruano,
acompanhando os freis franciscanos na
parquia de Caballo Cocha, com ativida-
des nas comunidades ribeirinhas.
Nas ltimas duas semanas, eles
acompanharam a equipe pastoral nas
comunidades indgenas do lado co-
lombiano, onde, junto com as cate-
quistas, visitaram as famlias, fizeram
celebraes da Palavra e realizaram
atividades com os jovens e as crianas.
Cooperao ao Desenvolvimento),
que atua na regio do Alto Solimes.
A iniciativa pretende trabalhar com
as comunidades indgenas e ribeiri-
nhas de nove municpios da regio
O padre Valrio Sartor celebrou as mis-
sas dominicais em Nazareth e Arara.
Ambos os estudantes ficaram muito
agradecidos pela acolhida da equipe do
PAMSJ e pela receptividade das comu-
nidades. Dessa forma, retornaram para
Bogot animados com a experincia de
conhecer a regio, tanto com suas ri-
quezas culturais e naturais quanto com
os desafios que se apresentam traba-
lhando na Amaznia.
em um perodo de trs anos. A en-
tidade aliada da ao que realiza o
PAMSJ, no processo de sistematiza-
o de experincias socioeconmi-
cas produtivas.
O evento foi organizado pelas
equipes da Pastoral Social Nacional de
Leticia e dos jesutas do PAMSJ (Proje-
to Pan-amaznico da CPAL) e contou
com a presena dos bispos da regio
Amaznica. Buscou-se fortalecer a
identidade da REPAM luz da enc-
clica Laudato Si, como caminho para
a reconciliao com a criao e a pro-
teo da Amaznia colombiana, bem
como reforar o trabalho em Rede e
definir aes estratgicas conjuntas
como Igreja.
Depois de alguns meses de bus-ca, a Provncia dos Jesutas da Colmbia comprou uma casa na cidade de Leticia e cedeu-a para a
comunidade jesuta, na condio de
pagamento de aluguel. Nos ltimos
dias de junho, aconteceu a mudan-
a para a nova casa, que ser a sede
do PAMSJ. Os jesutas do projeto
agradecem Provncia da Colmbia
pela gesto dessa aquisio, diante
do importante passo para a misso e
para a presena nessa fronteira. Ano-
te o endereo: Calle 10, n 5 - 14, Leti-cia (Colmbia).
Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal (n 39/Junho 2017) Acesse www.jesuitasbrasil.com/cartapanamazonia e leia a ntegra desta e de outras edies.
22 23Em Em
COMPANHIA DE JESUS SERVIO DA F
A programao da Festa Nacio-nal de So Jos de Anchieta, uma das manifestaes catli-cas mais tradicionais do sul do Estado
do Esprito Santo, foi preparada com
muito carinho pela equipe do Santu-
rio Nacional de So Jos de Anchieta,
sob a coordenao do reitor padre Csar
Augusto dos Santos. Entre os dias 27 de maio e 18 de junho, os festejos reuni-ram milhares de devotos do apstolo e
padroeiro do Brasil.
Os festejos iniciaram-se com a Cami-
nhada Luminosa, da Praa da Sereia, em
Ub, Anchieta (ES), at o Santurio Na-
cional, em um percurso de 13 quilme-tros, que, por muitas vezes, foi feito pelo
padre Jos de Anchieta durante sua in-
tensa misso evangelizadora. Ao chegar
ao Santurio, os peregrinos foram recep-
cionados com uma Missa. Na ocasio,
os fiis fizeram um exerccio de reflexo
em honra ao testemunho do Padroeiro
do Brasil, ttulo concedido h dois anos,
ao lado de Nossa Senhora Aparecida,
um ano aps ter sido reconhecido como
Santo pelo Papa Francisco.
Com o tema Anchieta, o poeta de
Maria: Me, minha esperana, vida,
amor e glria!, teve incio o primeiro
dia da Novena, presidida pelo reitor do
Santurio, Padre Csar, em preparao
FIIS PARTICIPAM DE HOMENAGENS A SO JOS DE ANCHIETA
para a grande festa do dia 9 de junho. A escolha do tema esteve em sintonia
com o Ano Mariano e destacou o pro-
fundo amor de So Jos de Anchieta a
Maria Santssima. Durante a novena,
as celebraes foram presididas pelos
bispos e arcebispos: dom Fernando
Jos Monteiro Guimares, CSSR, arce-
bispo ordinrio militar do Brasil, Bra-
slia (DF); dom Dario Campos, OFM,
bispo de Cachoeiro de Itapemirim (ES);
dom Walmor Oliveira de Azevedo, ar-
cebispo de Belo Horizonte (MG); carde-
al dom Srgio da Rocha, arcebispo de
Braslia e presidente da CNBB (Confe-
rncia Nacional dos Bispos do Brasil);
dom Pedro Brito Guimares, arcebis-
po de Palmas (TO); dom Srgio Arthur
Braschi, bispo de Ponta Grossa (PR);
dom Jos Luiz Majella Delgado CSSR,
arcebispo de Pouso Alegre (MG).
Os devotos lotaram o Santurio, em
verdadeira demonstrao de f, espiri-
tualidade e amor ao Apstolo do Brasil.
Tambm estiveram presentes, no per-
odo da Novena, o Seminrio Nossa Se-
nhora da Penha, a Parquia Santa Maria
Goretti, de Cariacica; a Parquia Nossa
Senhora das Graas, de Vitria; a Par-
quia So Francisco Xavier e a Parquia
Nossa Senhora da Assuno, ambas de
Anchieta. Todas as noites foram marca-
das pela religiosidade, orao, louvor e
agradecimentos pelas graas alcana-
das por intermdio do padroeiro dos
catequistas, dos literatos e da cultura.
O ponto alto das homenagens ao Pa-
droeiro do Brasil se deu com a Missa So-
NO PATEO DO COLLEGIONos dias 9 e 10 de junho, o Pateo do Collegio celebrou So Jos de Anchieta com
missa, apresentao de danas populares das crianas do Projeto OCA e oficina
sobre Anchieta e a Botnica. As atividades movimentaram o Memorial da Compa-
nhia de Jesus em So Paulo (SP). A interao com os pessoas aconteceu de forma
espontnea e mostrou a diversidade e a riqueza da cultura popular brasileira.
Foto
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22 23Em Em
CENTRO DE SERVIO PARA A COLABORAO, F E ESPIRITUALIDADE INAUGURADO
Em 11 de junho, a Companhia de Jesus inaugurou seu Centro de Ser-vio para a Colaborao, F e Espi-ritualidade, em Campinas (SP). Estiveram
presentes, na celebrao eucarstica, cerca
de 100 pessoas, entre jesutas de vrias re-gies do pas e leigos. A obra ser refern-
cia para a articulao da colaborao entre
leigos e jesutas, alm de possibilitar a
irradiao da experincia transformadora
da f por meio dos Exerccios Espirituais
de Santo Incio.
Tomara que este Centro de Servio
seja a oportunidade e a mediao para
Deus passar. Nossas instituies apostli-
ESSA INAUGURAO D VISIBILIDADE IMPORTNCIA QUE A COLABORAO E A ESPIRITUALIDADE TM NA MISSO DA COMPANHIA DE JESUS.
Pe. Carlos Alberto Contieri, secretrio para a Colaborao com Outros, F e Espiritualidade da Provncia
cas so mediaes para que Deus passe
pela vida das pessoas, transformando-
-as, onde quer que estejamos, ressaltou
o padre Carlos Alberto Contieri, secret-
rio para a Colaborao com Outros, F e
Espiritualidade da Provncia dos Jesutas
do Brasil BRA, durante a cerimnia. Essa
inaugurao d visibilidade importncia
que a colaborao e a espiritualidade tm
na misso da Companhia de Jesus.
Durante a celebrao, o padre Vicente
Zorzo, superior da Plataforma Apostlica
Sul 1, tambm lembrou a importncia da misso do Centro de Servio. um tra-
balho improvvel e importante. H mui-
to a ser feito, o melhor ainda est por vir.
Temos uma misso difcil, pois vivemos
um momento difcil da humanidade e
temos de semear esperana e amor, afir-
mou o jesuta.
lene na tarde do dia 9 de junho, na Praia Central, presidida por dom Luiz Mancilha
Vilela, SSCC, arcebispo Metropolitano de
Vitria, e concelebrada pelo Pe. Csar, rei-
tor do Santurio, e pelos padres: Cleomar,
Felipe, Charles, Firmino, Jairo e Pierre. Na
ocasio, Padre Csar pediu para dom Luiz
descerrar o quadro de So Jos de Anchie-
ta, utilizado na missa de ao de graa pela
canonizao, celebrada pelo Papa Francis-
co em 24 de abril de 2014, e que foi doado ao Santurio. Na oportunidade, o bispo
tambm fez o rito da Bno das Rosas de
So Jos de Anchieta, abenoando todas
as flores levadas pelos fiis.
Tambm fizeram parte da progra-
mao religiosa a terceira edio da
Romaria dos Devotos, que saiu de Ja-
baquara, em Anchieta, em direo ao
Santurio Nacional, e a tradicional
caminhada Passos de Anchieta, que
resgata o trajeto percorrido pelo Padro-
eiro do Brasil nos ltimos dias de vida,
entre as cidades de Vitria e Anchieta,
em um percurso de 100 quilmetros em quatro dias. Ao chegar ao Santurio,
no ltimo dia dos festejos, 18 de junho, os peregrinos dos dois grupos foram
acolhidos pelo reitor, Padre Csar, e re-
cepcionados com uma Missa. As duas
caminhadas surgiram a partir da devoo
a So Jos de Anchieta. Foi um verdadeiro
encontro de amor e de f, marcado pela
orao e espiritualidade.
Alm da programao religiosa, a Festa
Nacional tambm contou com a realizao
da quermesse na Praa do Santurio e uma
variada agenda cultural, gastronmica e
musical. Para encerrar oficialmente os fes-
tejos, foi realizada a Santa Missa no Santu-
rio, na noite do dia 18 de junho, presidida
pelo reitor do Santurio padre Csar e con-
celebrada pelo padre jesuta Jonas Carva-
lho, que mora em So Paulo e participou da
peregrinao Passos de Anchieta.
24 25Em Em
COMPANHIA DE JESUS SERVIO DA F
COLABORADORES FAZEM EXERCCIOS ESPIRITUAIS NO RS
A tranquilidade e o verde am-plo, caractersticos do CECREI (Centro de Eventos Cristo Rei), em So Leopoldo (RS), deram forma a
um ambiente acolhedor e propcio aos
estudos e troca de experincias entre
os participantes da segunda etapa do
Projeto Pegadas de Santo Incio. O en-
contro foi realizado entre os dias 2 e 4 de junho e reuniu 36 profissionais, repre-sentando diversas instituies jesutas
do sul do Brasil: Associao Antnio
Vieira (ASAV), colgios Anchieta (Porto
Alegre/RS) e Catarinense (Florianpo-
lis/SC), Parquia Santo Incio (Casca-
vel/PR), Casa de Sade e Bem-Estar So
Jos (So Leopoldo/RS), Ncleo de Es-
piritualidade de Pelotas (RS) e da Fun-
dao F e Alegria, das cidades de Porto
Alegre (RS) e de Palhoa (SC).
Vinculado Provncia dos Jesutas
do Brasil BRA, o Projeto Pegadas de
Santo Incio tem por objetivo propor-
cionar uma experincia pessoal com
Deus por meio dos Exerccios Espiritu-
ais de Santo Incio de Loyola, incenti-
vando os participantes junto misso
da Igreja e da Companhia de Jesus.
O Projeto conta com cinco etapas e
esse segundo momento abordou a te-
mtica da Introduo Sagrada Escritu-
ra e a metodologia de orao inaciana.
No decorrer dos trs dias do encontro,
os participantes fortaleceram seus co-
nhecimentos e vivncias luz de Santo
Incio de Loyola e da Espiritualidade
Inaciana, por meio de palestras, ora-
es, partilhas em grupo e tambm da
exibio e anlise do filme sueco A vida
no paraso, que concorreu ao Oscar de
Melhor Filme Estrangeiro em 2004.Segundo padre Nereu Fank, educa-
dor do Colgio Catarinense e assessor
da segunda etapa do Projeto, esse tem-
po foi voltado aos estudos e orao,
a partir de mtodos inacianos e do uso
das Sagradas Escrituras. Durante o en-
contro, os participantes puderam estu-
dar, rezar e partilhar ricos momentos de
espiritualidade, a partir da experincia
do exame de conscincia, da meditao
e da contemplao inaciana. A experi-
ncia tambm possibilitou o contato
Profissionais de instituies jesutas participam do Projeto Pegadas de Santo Incio
mais prximo com a Bblia, estrada an-
tiga para o conhecimento de Deus, des-
tacou o jesuta.
A prxima etapa do Projeto Pegadas
de Santo Incio j tem data e local: de 21 a 24 de setembro, na Casa de Retiros Vila Ftima, em Florianpolis (SC).
DURANTE O ENCONTRO, OS PARTICIPANTES PUDERAM ESTUDAR, REZAR E PARTILHAR RICOS MOMENTOS DE ESPIRITUALIDADE, A PARTIR DA EXPERINCIA DO EXAME DE CONSCINCIA, DA MEDITAO E DA CONTEMPLAO INACIANA
Pe. Nereu Fank
24 25Em Em
SARES LEVAR PROJETO PARA ASSENTAMENTO INDGENA
A equipe do SARES (Servio Amaznico de Ao, Reflexo e Educao Socioambiental), com o objetivo de acompanhar, servir
e incidir na educao popular dife-
renciada de lideranas locais e comu-
nitrias, levar para o assentamento
indgena e no indgena Sol Nascente,
localizado na zona norte da cidade de
Manaus (AM), o projeto Aprendiza-
gem Socioambiental para uma Ecolo-
gia Integral.
A iniciativa ser aplicada na comu-
nidade a partir das experincias con-
cretas, encarnadas e inspiradoras da
vida cotidiana amaznica, dentro dos
marcos temticos da Igreja Catlica
Ecumnica e da Provncia dos Jesutas
do Brasil BRA.
A princpio, a equipe realizar vi-
sitas comunidade para ouvir suas
demandas e necessidades, coletar da-
dos e partilhar dos saberes das pesso-
COMPANHIA DE JESUS CUIDADO DA AMAZNIA
as, com o intuito de gerar uma troca
de conhecimentos e sensibilizao,
ampla e aberta, sobre temticas socio-
ambientais, modos de vida amazni-
cos e valorizao dos conhecimentos
tradicionais. Alm disso, pretende
criar um diagnstico e uma cartogra-
fia social.
O trabalho do SARES tem como obje-
tivo motivar e despertar para o compro-
misso e o cuidado da Amaznia, median-
te a troca de aprendizagem que contribua
para a sociedade do Sumak Kawsay.
A iniciativa tambm ajudar a descobrir
alternativas de transformao e harmo-
nizao na relao com as pessoas (Cida-
dania) e com a natureza (Florestania, que
significa cidadania na floresta).
ASSENTAMENTO SOL NASCENTE
O assentamento Sol Nascente sur-
giu da necessidade de oferecer um lu-
gar para servir de abrigo aos membros
da etnia Kaixana, originrios de Santo
Antnio do I, no rio Alto Solimes, h
333 km de Manaus, capital do Amazo-nas. Algumas pessoas de outras etnias
se juntaram, com o mesmo propsito
e desejo de constituir uma sede dentro
da capital. Assim, o Assentamento teve
incio em junho de 2013. As 12 etnias que residem no local so: Apurin,
Bar, Dessana, Kaixana, Kokama, Mira-
nha, Munduruku, Mura, Sater-Maw,
Tariano, TiKuna, Tukano.
Sumak Kawsay uma expres-
so originria da lngua Quchua,
idioma tradicional dos Andes,
que significa plenitude e viver.
usada como referncia ao mo-
delo de desenvolvimento que ga-
rante a realizao do bem viver
em uma sociedade.
26 27Em Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
FAJE EST ENTRE AS DEZ MELHORES FACULDADES DO BRASIL
A Faculdade Jesuta de Filosofia e Teologia (FAJE) confirmou, mais uma vez, seu lugar de destaque entre as instituies de ensino ao ficar
entre as 10 melhores faculdades do pas,
segundo o ndice Geral de Cursos (IGC) do
MEC. A avaliao analisou mais de 1700
faculdades do Brasil.
Eleita como a dcima melhor ins-
tituio de ensino superior, a FAJE
primeira colocada no estado de Mi-
nas Gerais. O ranking faz parte de uma
srie de indicadores de qualidade da
educao superior relativos a 2015 divulgados pelo Inep (Instituto Na-
cional de Estudos e Pesquisas Educa-
cionais Ansio Teixeira), em maro, e
atualizado dia 8 de junho, aps algu-mas instituies recorrerem para efe-
tuar correes na anlise.
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
ESCOLA BRASILEIRA DE ECONOMIA E FINANAS (FGV)
RANKING FACULDADES ESTADO ICG CONTNUO
ESCOLA DE ECONOMIA DE SO PAULO (FGV)
INSTITUTO TECNOLGICO DE AERONUTICA
FACULDADE FIPECAFI
FACULDADE DE ODONTOLOGIA SO LEOPOLDO
FACULDADES EST
ESCOLA SUPERIOR DE CINCIAS SOCIAIS (FGV)
FACULDADE FUCAPE
INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA
FACULDADE JESUTA DE FILOSOFIA E TEOLOGIA
RJ
SP
SP
SP
SP
RS
RJ
ES
RJ
MG
4,85
4,79
4,60
4,53
4,51
4,48
4,41
4,36
4,32
4,30
A FAJE parabeniza professores, fun-
cionrios, alunos e membros da direo
e coordenao, responsveis por essa
conquista. O reconhecimento motivo
de orgulho e de motivao para que a ins-
tituio prossiga trilhando esse caminho
de sucesso, buscando sempre o magis, a
partir de sua inspirao jesutica.
Fonte: INEP
Faculdade Jesuta de Filosofia e Teologia recebeu nota 4,30 na escala do IGC
26 27Em Em
SEMINRIO SOBRE EDUCAO ACONTECE EM SETEMBRO
Como parte das comemoraes por seus 150 anos, completados em maio de 2017, o Colgio So Lus promover, entre os dias 15 e 17 de setem-bro, o evento +150 anos Inventando Futu-ros Seminrio de Prticas Educativas.
O espao proporcionar trocas de ex-
perincias bem-sucedidas, assim como
pesquisas, que respondam eficazmente
aos desafios enfrentados no cotidiano
escolar. Podem participar pesquisadores,
estudantes e profissionais da rea educa-
cional, sejam da Rede Jesuta de Educao
(RJE) ou no.
No dia 15, o seminrio contar com a participao da professora e ps-doutora
Helena Singer, sociloga e consultora do
Centro de Referncias em Educao In-
tegral, que foi assessora especial do MEC
(2015). Helena tambm autora de livros e artigos e possui experincia na rea de
Educao e Direitos Humanos.
No segundo dia do evento (16), acon-tecer um debate envolvendo a professora
Luciene Tognetta e o padre jesuta Luiz
Fernando Klein. Luciene professora da
Faculdade da Unesp de Araraquara (Uni-
versidade Estadual Paulista Jlio de Mes-
Mais informaes em
www.saoluis.org/150anos
quita Filho) e autora de diversos livros
sobre temas socioemocionais relaciona-
dos ao cotidiano das escolas, como tica,
solidariedade e bullying. Padre Klein foi
reitor dos colgios So Lus e Santo Incio
(Rio de Janeiro) e, atualmente, assessor
pedaggico da Rede Jesuta de Educao
no Brasil.
A partir das reflexes e trocas realiza-
das ao longo do seminrio, o Colgio So
Lus espera contribuir com a conversao
acadmica e com o dilogo pedaggico
que acontecem, respectivamente, nas
universidades e nas escolas de Ensino
Fundamental e Mdio.
LUIZ GONZAGA BELLUZZO FAZ PALESTRA NA UNICAP
A necessidade de reconstruir o pensamento econmico, tendo o cidado comum como ator prin-cipal, foi uma das ideias defendidas pelo
economista e professor titular da Univer-
sidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Luiz Gonzaga Belluzzo. Ao lado da tambm
economista e consultora Tania Bacelar e
do presidente da Central nica dos Traba-
lhadores, em Pernambuco (CUT-PE), Car-
los Veras, Belluzzo participou de uma roda
de dilogos na Unicap (Universidade Ca-
tlica de Pernambuco), no dia 9 de junho.
Assessor por 20 anos de Ulysses
Guimares presidente da Assembleia
Nacional Constituinte, que elaborou e
promulgou a Constituio de 1988 , o
economista classificou o atual momen-
to do Brasil como sendo uma situao
singular. Belluzzo tambm fez crticas
ao sistema oligrquico da mdia brasi-
leira.
No entanto, sua fala abordou a conjun-
tura econmica global de prevalncia da
lgica do capitalismo rentista sobre o ca-
pitalismo de produo. O professor apon-
tou o capitalismo rentista como uma das
causas para a perda de direitos. Para ele, a
eleio de Donald Trump e a oposio de
parte da sociedade europeia s reformas
so os protestos de quem se sente aban-
donado aps perder as conquistas sociais
do ps-guerra. impossvel fazer reforma
trabalhista sem garantir direitos sociais.
O evento, promovido pela CUT-PE,
sindicatos dos bancrios e dos trabalha-
dores em educao, teve apoio do Ins-
tituto Humanitas Unicap e do curso de
Cincias Econmicas da Universidade
Catlica de Pernambuco.
Fico muito feliz em abrir esse espao
de dilogo e cidadania em uma hora em
que precisamos muito reconstruir nossa
vida democrtica, disse o reitor da Uni-
cap, padre Pedro Rubens Ferreira de Oli-
veira, ao dar as boas-vindas ao pblico.
Na foto (esq. p/ dir.), a economista Tnia Bacelar, o presidente da CUT/PE, Carlos Veras, e o economista e professor, Gonzaga Belluzzo.
A
28 29Em Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
POLO UNIVERSITRIO SANTO INCIO INAUGURADO
A qualidade acadmica de qua-tro instituies comunitrias, reunidas em um parceria in-dita no Cear, inaugura o Polo Uni-
versitrio Santo Incio, em Fortaleza.
A iniciativa rene a Unicap (Univer-
sidade Catlica de Pernambuco), o
Colgio Santo Incio de Fortaleza, o
movimento de educao popular F
e Alegria e a Unicatlica (Centro Uni-
versitrio Catlica de Quixad).
O Polo Universitrio, que funcio-
nar dentro do Colgio Santo Incio,
oferece duas especializaes, nas reas
jurdica ou de educao. A ps-gradua-
o em Direito Administrativo abordar
as tendncias atuais e busca capacitar
profissionais que atuam nos setores
pblico e privado com o direito tribut-
rio, financeiro, econmico, empresarial
e ambiental. J a especializao em Ges-
to de Aprendizagem visa desenvolver
metodologias criativas e inovadoras,
com o objetivo de conhecer as bases do
funcionamento neurolgico humano,
auxiliando na compreenso do proces-
so de aprendizado e suas relaes.
O reitor da Unicap, padre Pedro Ru-
bens Ferreira de Oliveira, explica que o
Polo um ponto de encontro que vai
reunir o melhor das instituies en-
volvidas na parceria, podendo oferecer
dupla titulao nas especializaes e
outras modalidades de cursos. Padre
Pedro cearense, de Vazantes, e o pri-
meiro brasileiro a tornar-se presidente
da Federao Internacional das Univer-
sidades Catlicas (FIUC).
Diante de um mundo de concor-
rncia entre instituies, apostamos na
parceria. Em tempos de crises, aposta-
mos na qualificao profissional e no
investimento nas pessoas. Essa parce-
ria nasce da natureza comum entre es-
sas instituies, bem como do compro-
misso com a qualidade, com a formao
integral e humanstica, com a respon-
sabilidade social, afirma o jesuta, que
tambm presidente da Associao
Brasileira das Universidades Comunit-
rias (ABRUC).
O reitor da Unicatlica, Prof. Ma-
noel Messias de Sousa, assegura que o
Polo de Ps-graduao, objeto da par-
ceria entre as instituies, ser uma
nova fase na consolidao de amplo
projeto de colaborao e ao compar-
tilhada no mbito da