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Medidas de
Descontaminação
Dra Rinara A.A. Machado
Médica Toxcen
AVALIAÇÃO CLÍNICA INICIAL
Suporte básico
Investigar a ocorrência de intoxicação
Exame físico
Exames laboratoriais
Tratamento direcionado
EXCLUIR
OUTRAS CAUSAS
OBJETIVO TRATAMENTO
Estabilizar funções vitais
Evitar absorção do agente tóxico
Anular efeito do agente tóxico
Aumentar eliminação do agente tóxico
Prevenção de sequelas
EFICÁCIA = TEMPO
TRATAMENTO DIRECIONADO
Descontaminação
Aumento da excreção
Utilização de antídotos
Sintomáticos e suporte
CUTÂNEA
Retirar roupas contaminadas
Lavar com água corrente: 15min
Cabelos, unhas e pregas cutâneas
Evitar sabão nas queimaduras
O profissional deve estar protegido
OCULAR
Lavar olhos com pálpebras abertas
Sentido médio-lateral
Eversão palpebral
Água corrente: 10-30min
Evitar colírio anestésico/neutralizante
Oftalmologista
RESPIRATÓRIA
Remoção para ambiente com ar livre e corrente
Oxigenação: se necessário
Retirar roupas contaminadas
Lavagem corporal
Sinais precoces e tardios
GASTRINTESTINAL
Principal via de introdução do agente tóxico
Tempo decorrido é determinante
Realização varia com o agente tóxico:
Toxicidade da substância
Dose ingerida
Forma farmacêutica
Líquido: 30 min
Sólido: 1-2 horas
GASTRINTESTINAL
Lavagem gástrica
Carvão ativado
Catárticos salinos
Retirada endoscópica/cirúrgica
Métodos
LAVAGEM GÁSTRICA
Mais invasivo
Não remove bem cápsulas e
plantas
Atrasa o uso de carvão ativado
Ambiente hospitalar
Pessoal habilitado
Emocionalmente lesiva
Se rebaixamento do nivel de consciência = EOT
Explicar o procedimento ao paciente alerta.
NÃO realizá-lo sem a autorização do paciente (↑ complicação)
Indicações LAVAGEM GÁSTRICA
Overdose de substância muito tóxica (potencialmente fatais)
Até 1 hora após ingesta
Agentes que promovem sintomas rápidos
Em pacientes sintomáticos avaliar gravidade
Aplicável preferencialmente em adolescentes cooperativos e adultos ambiente hospitalar
Tratar o paciente e não o toxicante
agentes com rápido início de ação (carbamazepina)
substâncias não adsorvidas por carvão ativado
substâncias que contenham intoxicantes sistêmicos
(organofosforados)
Indicações LAVAGEM GÁSTRICA
Após 1 hora de ingestão,
a Lavagem Gástrica
só é aceitável nos casos
de substâncias que retardam
o esvaziamento gástrico
Contra-indicações LAVAGEM GÁSTRICA
Agitação, convulsão, coma: EOT
Grandes partículas do produto
Cáustico: risco de perfuração
Hidrocarboneto: EOT
Discrasias sangüíneas
Pós-operatório
Instabilidade clínica
Arritmias cardíacas (↑ risco de resposta vagal e PCR)
Fratura da base de crânio: SOG
Complicações
Trauma / Perfuração / Laringoespasmo
Pneumonia Aspirativa
Arritmia cardíaca (40%). Pequeno risco de PCR
Inserção traqueal / Enovelamento no estômago
Hipotermia (se líquido frio)
Sobrecarga hídrica em crianças e de pressão do conteúdo gástrico para
o intestino delgado, aumentando a absorção (se ↑ líquido)
LAVAGEM GÁSTRICA
Não há necessidade
de lavagem gástrica
na ingestão de doses
pequenas e moderadas
se o carvão ativado puder ser administrado prontamente
Dose única de CARVÃO ATIVADO,
mesmo sem esvaziamento
prévio do estômago, é tão
eficiente quanto a seqüência de
LG + CA
PREPARAÇÃO:
• pirólise de material orgânico a partir da polpa de madeira
(casca de côco)
• ativação: por passagem de gás oxidante em altas
temperaturas que remove substâncias previamente
adsorvida e produz uma fina rede de poros
Apresentação: Pó
Suspensão aquosa
Suspensão com sorbitol
CARVÃO ATIVADO
CARVÃO ATIVADO
CARVÃO ATIVADO
Agente mais importante
Adsorve moléculas: ↓ absorção gastrintestinal
Eficácia x tempo
Doses repetidas*: ↑ excreção
EOT: estado mental comprometido
Útil em pacientes assintomáticos
Dose: adultos - 50g, VO ou SNGcrianças - 1g/Kg, VO ou SNG
* dose única não usar catártico* diluir (1:4- 1:8) SF 0,9% ou SG5%
SUBSTÂNCIAS NÃO ADSORVIDAS PELO CARVÃO ATIVADO
Álcalis e ácidos
Cianeto
Etanol e outros álcalis
Etilenoglicol
Fluoreto
Sais inorgânicos
Ferro
Lítio
Ácidos minerais
Potássio
CARVÃO ATIVADO
Contra-indicações
Causticos
Hidrocarbonetos
Antídoto oral (NAC)
Íleo paralítico
Cirurgia abdominal recente
Complicações
Distenção gástrica
Broncoaspiração
Constipação intestinal /
Fecaloma
Catártico salino 20 min
após CA seriado
CATÁRTICO
Peristalse
Absorção do tóxico
Passagem do tóxico
Sulfato de magnésio, manitol, sulfato de sódio
Indicações
Doses múltiplas de CA
Remoção de medicamentos
de liberação lenta ou doses
com alto grau de toxicidade
Contra - indicações íleo adnâmico Diarréia Obstrução intestinal Insuficiência renal Cáusticos
CATÁRTICO
Dose: Ampolas de 10ml 10% e 50%Administrar 20-30’ após o CA por SNG
Crianças: 2,5ml/kg a 10% ou 0,5ml/kg a 50%
Adultos: 200ml a 10% ou 40ml a 50%
PROCEDIMIENTOS ENDOSCÓPICOS
E CIRÚRGICOS
Diagnóstico e avaliação de lesões digestivas
Retirada de Pilhas e Baterias
Drogas ilícitas – COM CUIDADO!!
TRATAMENTO DIRECIONADO
Descontaminação
Aumento da excreção
Utilização de antídotos
Sintomáticos e suporte
a) Intoxicação muito grave com deterioração das condições clínicas
apesar da terapia de suporte
Ex: fenobarbital
b) A via normal de eliminação da substância não está funcionando
adequadamente
Ex: intoxicação por lítio em pacientes com insuficiência renal
c) Ingestão de dose letal ou níveis sanguíneos considerados letais
Ex: metanol
d) Paciente portador de patologia que pode aumentar o risco de coma
prolongado ou outras complicações
Ex: DPOC ou ICC
Aumento da excreção
Indicações
Diurese forçada
Débito urinário : 5-8ml/kg/h
Manipulação do pH urinário
Alcalinização
Acidificação
Diálise gastrintestinal
Remoção extra-corpórea
Hemoperfusão
Hemodiálise
Exsanguineotransfusão
Diálise peritonial
Aumento da excreção
Métodos
Alcalinização urinária: ↑excreção renal de ácidos fracos
Salicilatos, Fenobarbital, 2,4-D
Bicarbonato Na
Monitorar pH urinário (7,5 – 8) e potássio
Aumento da excreção
Promove a ionização e diminui a reabsorção renal de tóxicos ácidos
Diálise gastrointestinal
Doses repetidas de carvão ativado - máximo 48h
Interrompe ciclo entero-hepático:
combina-se com a droga e seus metabólitos
Dialise peritoneal:
difusão passiva do agente tóxico dos capilares da
mucosa intestinal para o lumen.
Adsorção continua da substância administrada por
via oral
Ex: Fenobarbital, antidepressivos triciclicos,
neurolepticos, carbamazepina, organofosforado …
Dose única de Carvão Ativado,
é usado para
descontaminação e Dose
seriada é usado para
Aumento de excreção da
droga
Hemodiálise: paraquat, fenobarbital, lítio, metanol
Substância de baixo peso molecular
Pequeno volume de distribuição
Baixa ligação proteica
hidrossolúvel
Aumento da excreção
Agentes capazes de neutralizar ou reduzir os efeitos
de uma substância potencialmente tóxica
Antídoto
Substância que se opõe ao efeito tóxico atuando sobre o toxicante
Antagonista
Substância que exerce ação oposta à do agente tóxico
Antídotos/Antagonistas
ANTIDOTOS AGENTE TOXICANTE
Atropina Carbamatos e Organofosforados
N-acetilcisteina Paracetamol
Flumazenil Benzodiazepinicos
Gluconato de Calcio Bloqueador de canal de calcio
Vitamina K Cumarinico
Biperideno Fenotiazinas, Metoclopramida, Butirofenonas(reação extra-piramidal)
Deferoxamina Ferro
Azul de metileno Metemoglobinizantes
Naloxona Opioides
Nitrito de sodio Cianeto
Dimercaprol / DMSA Metais (arsenico, mercurio, chumbo)
Oxigenio Monoxido de carbono
Etanol Metanol
Antídotos
A terapia de suporte é a etapa mais
importante no tratamento do paciente
intoxicado e, associada às medidas de
descontaminação proporciona
recuperação completa do paciente.
Devemos lembrar que as medidas de
descontaminação são limitadas
pelo TEMPO.
SUPORTE BÁSICO
Vias aéreas, ventilação e estabilidade hemodinâmica
Correção de fluidos e eletrólitos
Controle da temperatura corpórea – físicas
Analgésicos (dipirona, meperidina) e sedativos(diazepam, midazolam, fenobarbital); evitar haloperidol
Convulsão (BZD)
Antídotos - TIAMINA, GLICOSE E NALOXONA PODEM SER UTILIZADOS COMO MEDIDA EMPÍRICA INICIAL NO COMA
Suporte geral ao paciente em coma
Conforto ao paciente e sua família