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NETINFO SELMA FIGUEIREDO ENFERMEIRA DO TRABALHO MEDICINA DO TRABALHO 1

Medicina Do Trabalho

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NETINFO

SELMA FIGUEIREDO

ENFERMEIRA DO TRABALHO

MEDICINA DO TRABALHO

2010/07

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INTRODUÇÃO A MEDICINA DO TRABALHO

A Saúde Ocupacional tem seu marco histórico desde 1633 com o nascimento em Capri na Itália de Bernardino Ramazzini historiador, peta, filósofo, clínico erudito, epidemiológico, médico, meteorologista e especialista em saúde pública, que aos 67 anos, em 1700, publica o trabalho que lhe valeu o título de “Pai da Medicina do Trabalho” nestas obras são descritas observações clínicas próprias e riscos específicos de diferentes profissões. Entre 1760 e 1830 ocorreu na Inglaterra a Revolução Industrial com o aparecimento de máquinas, recrutamento de mão de obra tanto de homens, mulheres, crianças e idosos, êxodo rural criando uma relação cada vez mais competitiva entre o capital e o trabalho, em regime semi-escravidão, deflagrando movimentos trabalhistas reivindicativos. Em 1802 o movimento Britânico aprovou a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes”, na qual estabeleceu que crianças das fábricas de algodão e de lã deveriam trabalhar no máximo 12 horas por dia, não deveriam realizar trabalho noturno e seus locais de trabalho deveriam ser ventilados e higienizados; esta não fixava idade mínima para emprego das crianças; em 1819 sai um ato fixando idade mínima para emprego em 9 anos; em 1825 outro ato que determinava que cada proprietário de moinho ou fábrica registrasse em um livro o nome de qualquer criança por ele empregada que parecesse ter menor de 9 anos, assim como o nome dos pais, que assinavam um documento declarando que a criança era de idade superior a estipulada em Lei. Um novo ato 1833 determina que cada criança empregada deveria ter um Atestado Médico declarando que ela tinha o aspecto e a força habitual de uma criança aos nove anos de idade. Em 1841, foi criada a primeira Lei do trabalho na França. A Lei de Fabricas foi implantada em 1867 quando passou a exigir proteção contra acidentes, ventilação mecânica para eliminação de poeira e proibir que os trabalhadores fizessem refeições no ambiente de trabalho das fabricas. Em 1895 foi contratada a primeira Enfermeira do trabalho norte americana pela Vermont Mable Company, A Miss Ada Stewart. A inspeção médica foi exigida, por lei a partir de 1897. À medida que o século XIX decorria, determinavam-se atos destinados a melhorar as condições de trabalho, as quais, pouco a pouco, foram melhorando. Melhoria, porém é um ermo relativo e muitas práticas deploráveis floresciam por volta do fim do século; Doenças Ocupacionais eram comuns e eram aceitas como uma conseqüência normal do trabalho. Muitas doenças ocupacionais eram conhecidas por nomes coloquiais, dos quais certos nomes persistem até os nossos dias. Isso denota o quanto eram comuns e que as pessoas em geral eram capazes de reconhecer-lhes e classificar-lhes os sintomas. A Inspetoria das fábricas criada em 1897, como órgão do Ministério do Trabalho Britânico, com o objetivo de realizar exames de saúde periódico no trabalhador, além de se propor a estudar as doenças profissionais, principalmente nas fabricas pequenas ou desprovidas de serviço médico próprio. Na Alemanha e Suíça surgiram as leis que determinavam a responsabilidade dos empregados nos acidentes e doenças ocupacionais dos empregados. Em 1919 foi fundada, em Genebra, a Organização Internacional do Trabalho – OIT, tendo o Brasil como seus signatários. Neste mesmo ano aconteceu a criação do Departamento Nacional de Saúde Pública do Ministério do Interior e Justiça, estabeleceram-se aqui, as primeira medidas concernentes a Medicina do Trabalho. Regulamentaram-se trabalho dos menores, a higiene e a proteção do trabalho da gestante, alem da criação das creches. A 1º de maio de 1943, com a prorrogação do Decreto nº5. 452, que trata da Consolidação das Leis Trabalhistas, são agrupadas, em seu capitulo V, os Artigos referentes a higiene e segurança do trabalho. Desde então, inúmeras Leis, Decretos e Portarias tem se somado ao acervo das conquistas da Lei para o setor.

Na França, e 1952, uma Circular Ministerial torna obrigatória a existência de serviço médico em estabelecimentos, tanto industriais como comerciais, de qualquer tamanho inclusive naqueles onde

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trabalhavam no mínimo 10mpessoas. Na Espanha em 1959, o Decreto nº 1.036 também torna obrigatória a existência de serviços médicos em empresas que tivessem pelo menos 500 trabalhadores. O mesmo tendo ocorreu e Portugal. A Organização Internacional do Trabalho – OIT- e Organização Mundial de Saúde – OMS – em 1950 constituíram uma comissão conjunta OIT- OMS sobre Saúde Ocupacional, onde estabeleceu os objetivos da Saúde Ocupacional e em 1953, a Conferência Internacional do Trabalho adotou princípios elaborando recomendações nº 97 sobre Proteção a Saúde dos Trabalhadores em locais de trabalho. Em 1958 a 42º Conferência Internacional do Trabalho, reunida em Genebra, decidiu estabelecer uma recomendação sobre o assunto e assim em 1959 na 43º Conferência Internacional do Trabalho estabeleceu a recomendação para Serviços de Saúde Ocupacional.

CONCEITUAÇÃO

Saúde Ocupacional é o seguimento da saúde publica, que tem por objetivo a segurança e higiene do trabalho, bem como a saúde do Trabalhador. E, 1950 o Comitê Misto formado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) reunidos em Genebra, estabeleceram os seguintes objetivos para a saúde Ocupacional, que a conceituam e estabelecem o seu âmbito de atuação:

1. Promover e manter o mais alto grau de bem estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as ocupações.

2. Prevenir todo prejuízo causado à saúde dos trabalhadores pelas condições do seu trabalho.3. Proteger os trabalhadores, em seu trabalho contra os riscos resultantes da presença de agentes

nocivos a sua saúde.4. Colocar e manter trabalhador em uma função que contenha as suas aptidões fisiológicas e

psicológicas.5. Adaptar o trabalho ao homem e cada homem ao seu trabalho.

A sua importância é para proteger o homem de riscos a saúde no próprio local de trabalho, onde deve ser oferecidas condições de higiene e conforto para que aconteça qualidade e produtividade no trabalho. Onde há saúde, o trabalho será mais produtivo, onde há segurança e higiene, a produção aumenta. A Saúde Ocupacional é uma atividade multiprofissional onde participa a Medicina do Trabalho, que se preocupa com a saúde física e mental do trabalhador, protegendo-o dos riscos de agentes nocivos e acidentes inerentes a ocupação, prevenindo as doenças ocupacionais, reduzindo os acidentes de trabalho, e o absenteísmo, baixando os coeficientes de morbi e mortalidade do trabalhador, e assim as despesas com seguro e indenizações, e aumentando a produtividade e qualidade de vida melhorando a higiene do trabalho que atua no reconhecimento, avaliação e controle dos riscos profissionais capazes de ocasionar danos a saúde do trabalhador.

Segurança do Trabalho – que são as medidas técnicas, e cientificas para prevenir os acidentes profissionais, e procedimentos capazes de eliminar ou minimizar os riscos. A relação com outros campos da atividade afins :

Educação: É um meio para se conseguir mudanças de atitude e comportamento do trabalhador.Psicologia: Que diante dos princípios básicos da psicologia do trabalho contribuirão para aumentar o bem estar do trabalhador, bem como, a produtividade.Nutrição: Usada para orientar as necessidades nutricionais e melhorar as condições de vida e de saúde do trabalhador.

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Fisiologia: O perfeito conhecimento de como funcionam os órgãos e sistemas do organismo humano, assim facilita o bom desempenho no trabalho com mais rendimento.Serviço Social: Atua na melhoria das condições sociais do trabalhador e das condições de trabalho.Administração: Fundamental para estruturação e organização dos serviços de saúde ocupacional.Legislação: Diante dos aspectos legais o trabalhador pode questionar os direitos e deveres para com o seu trabalho: Consolidação das Leis do Trabalho, Lei Orgânica da Previdência Social, Legislação sobre Acidentes de Trabalho, Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho.

DIRETRIZES BASICAS INTERNACIONAIS E NACIONAIS DE PROTEÇÃO E SAUDEDO TRABALHADOR

A Organização Internacional do Trabalho é uma organização tripartite, na qual participam de suas atividades os representantes dos Governos dos Empregados e Trabalhadores. A OIT – é constituída de três órgãos principais: Conferencia Internacional do Trabalho, O conselho de Administração e o Escritório Internacional do Trabalho. Na conferencia são discutidas as adoções dos convênios e das recomendações internacionais do trabalho, onde criam-se os grandes programas internacionais da OIT: reuniu-se anualmente em Genebra, o Conselho, é o órgão executivo eleito a cada três anos pela conferencia, onde são discutidos, examinados e decididos os programas e atividades da OIT.O escritório desempenha as seguintes funções:

Prepara as reuniões da conferencia do conselho e elabora relatórios. Dirige atividades de cooperação técnica. Publica e divulga obras, revistas especializadas Mantêm relação com organizações internacionais, organizações de empregadores e de

trabalhadores.

Desenvolve Ações como:

Cria e adota Normas Internacionais e vigia sua aplicação. Coopera diretamente com os Estados. Desenvolve Atividades de Investigações. Promove a difusão de Dados e de Informação.

Os Escritórios tem Escritórios de Área em alguns Países.

No Brasil existem duas associações que tem como finalidade a Prevenção de Acidentes de Trabalho. Associação Brasileira para Prevenção dos Acidentes – ABPA, fundada em maio de 1941, e a Liga Brasileira Contra os Acidentes de Trabalho criada em 1º. de maio de 1957. A Legislação Brasileira é uma das mais avançadas no mundo no que diz respeito à proteção do trabalhador contra as doenças e os acidentes de trabalho. Em 1966 é instituída em nosso país a Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO, com atuação efetiva a partir de 1969, aperfeiçoando o aparelhamento nacional destinado a proteger aqueles que trabalham.A partir da Recomendação nº 112 da Organização Internacional do Trabalho relativa aos “Serviços de Saúde Ocupacional nos Estabelecimentos de Trabalho,” a Medicina industrial começou a despertar interesse junto para promoção e proteção a saúde do trabalhador. Em 1972, a Portaria 3236 do Ministério do Trabalho institui o Programa Nacional de Valorização do Trabalho tendo a meta IV abrangido a Saúde Ocupacional.

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Ainda 1972, a Portaria nº 3273 tornou obrigatórios os Serviços de Medicina do Trabalhador nas Empresas com mais 100 empregados, incluindo somente o Auxiliar de Enfermagem do Trabalho na Equipe de Saúde Ocupacional. Em 1974, a Portaria nº 3442, preceituou a necessidade da formação de cursos de especialização para Enfermeiros do Trabalho, embora este profissional ainda não fizesse parte do quadro de Saúde Ocupacional. Somente á partir da portaria nº 3460, publicada em 31–12-75, o enfermeiro do trabalho passou a ser oficialmente incluído na Equipe de Saúde Ocupacional, embora este profissional já pertencesse ao quadro de algumas empresas do Brasil.

CLT – Consolidação das Leis do Trabalho

A Lei nº 6.514 de 22 de dezembro de 1977 altera o Capitulo V, do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, Aprovada pelo Decreto Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho. A referida lei implementa a segurança e saúde nos locais de trabalho, onde nas Seções, a lei faz referência a inspeção prévia e do embargo ou interdição; órgão de segurança e da medicina do trabalho nas empresas; equipamento de proteção individual; medidas preventivas de medicina do trabalho; edificações; iluminação; conforto térmico; instalações elétricas, movimentação, armazenagem e mecanismo de materiais; máquinas e equipamentos; caldeiras, fornos e recipientes sob pressão, atividades insalubres ou perigosas; prevenção de fadiga; outras medidas especiais de proteção; penalidades.

ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE DO TRABALHADOR

O Ministério do Trabalho, através da NR 04, através da Portaria nº3214/ estabelece a obrigatoriedade dos serviços médicos da empresa, segundo critérios de grau de risco e número de empregados – SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.

Objetivo SESMT.

Promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

Os SESMT’s deverão ser integrados por: Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho e Auxiliar ou Técnico de Enfermagem do Trabalho. Os profissionais deverão ter curso de especialização conhecidos e inscritos nos conselhos de classes correspondentes., deverão manter entrosamento permanente com a CIPA, para estudar os riscos das atividades desenvolvidas e propor soluções corretivas e preventivas. De acordo com a NR os SESMT’s, hoje só estão implantados nos estabelecimentos industriais, pois o setor do comércio só tem obrigatoriedade quando atingem mais de 1000 empregados, o que é muito raro.

QUADRO IIDIRECIONAMENTO DOS SESMT’S

Ver no livro.

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PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL PCMSO – NR 07

Esta Norma Regulamentadora – NR 07 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implantação, por parte de todos os empregados e instituições que admitiam trabalhadores como empregados. O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.

Objetivos do PCMSO.

- Promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.- Diagnósticos precoces dos agravos à saúde relacionados ao trabalho.

Da responsabilidade.

Ao empregador – garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como selar pela sua eficiência. Indicar um coordenador responsável pela execução do PCMSO.

Ao médico coordenador – realizar os exames médicos previstos na NR.

Desenvolvimento do PCMSO.

- Realização obrigatória dos exames médicos.

a) Admissionalb) Periódicoc) De retorno ao trabalhod) De mudança de funçãoe) Demissional

- Emissão do atestado de saúde ocupacional.- Uso em duas vias, que deverá ser mantido por um período de 20 anos após o desligamento do trabalhador. - O PCMSO deverá ter planejamento em que estejam previstos as ações de saúde a serem executadas durante o ano com relatório anual.- O relatório anual, deverá ser apresentado e discutido na CIPA.- No caso de ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, o médico coordenador deverá solicitar a empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT.

Dos Primeiros Socorros.

Dos primeiros socorros deverá estar equipado com material necessário a prestação dos primeiros socorros.

PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS PPRA – NR 09

Esta norma regulamentadora – NR – estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do PPRA, por parte de todos os empregados e instituições que admitam trabalhadores como empregados.

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Objetivo do PPRA.

- Prevenção da saúde e a integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho tendo em consideração a proteção do meio ambiente e de recursos naturais.Estrutura do PPRA.- Planejamento anual com estabelecimento de metais, prioridades e cronograma.- Estratégia e metodologia de ação.- Forma de registro, manutenção e divulgação dos dados.- Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA.

Desenvolvimento do PPRA.

- Antecipação e reconhecimento dos riscos.- Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores.- Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia.- Monitoramento da exposição aos riscos.- Registros e divulgação dos dados.

Das Medidas de Controle.

- Deverão ser adotadas as medidas necessárias e suficientes para eliminação, a minimização ou o controle dos riscos ambientais.

Do nível de ação.

- Considerando-se nível de ação o valor acima do qual devem ser indicadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições e agente ambientais ultrapassem os limites de exposição. As exposições devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico.

Do monitoramento.

- Deve ser realizada avaliação sistemática e repetitiva da exposição a um dado risco.

Do registro de dados.

- Os dados do PPRA deverão ser mantidos por um período mínimo de 20 anos.- O registro de dados deverá estar sempre disponível aos trabalhadores interessados ou aos seus representantes e para as autoridades competentes.

Das responsabilidades.

- De o empregador estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA.

Dos trabalhadores – Colabora na implantação e execução do PPRA.

CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS DE TRABALHONR – 24 –

Instalações Sanitárias. As instalações sanitárias deverão ser separadas por sexo.

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Os locais onde se encontrarem instalações sanitárias, deverão ser submetidos a processo permanente de higienização, de sorte que sejam limpos e desprovidos de quaisquer odores, durante toda a jornada de trabalho.

Será exigido no conjunto de instalações sanitárias, um lavabo para cada 10 (dez) trabalhadores.

O lavabo deverá ser provido de material de limpeza, enxugo ou secagem das mãos, proibindo-se o uso de toalhas coletivas.

Os banheiros dotados de chuveiro. As paredes dos sanitários deverão ser construídas em alvenaria de tijolo comum ou de

concreto, e revestidas de material impermeável e lavável. Os pisos deverão ser impermeáveis, laváveis, de acabamento liso, inclinados para os ralos

de escoamento providos de sifões hidráulicos. A cobertura das instalações hidráulicas terem estrutura de madeira ou metálica, e as

talhas poderão ser de barro ou de fibrocimento. Serão mantidas em estado de asseio e higiene. Os gabinetes sanitários deverão:a) Ser instalados em compartimentos individuais, separados.b) Ser ventilados para o exterior.c) Ser dotados de portas independentes, providas de ferro que impeçam o devassamento.d) Ser mantido em estado de asseio de higiene.e) Possuir recipientes com tampa, para guardar de papéis servidos quando não ligados diretamente à rede ou quando sejam destinados às mulheres. Vestiários: haverá local apropriado, dotada de armários individuais observados a separação de sexos. As paredes dos vestiários deverão ser construídas em alvenaria de tijolo comum ou de concreto, e revestidas de material impermeável e lavável. Os pisos deverão ser impermeáveis, laváveis, de acabamento liso, inclinados para os ralos de escoamento providos de sifões hidráulicos. A cobertura das instalações hidráulicas terem estrutura de madeira ou metálica, e as talhas poderão ser de barro ou de fibrocimento. Deverão ser pintadas com tintas laváveis, ou revestidas com fórmica, se for o caso. Os armários de compartimentos duplos. Refeitórios. Nos estabelecimentos em que trabalhem mais de 300 (trezentos) operários é obrigatória a existência de refeitório. O referido deverá ser instalado em local apropriado, não se comunicando diretamente com locai de trabalho, instalações sanitárias e locais insalubres ou perigosos. Condições de conforto:

a) Local adequado fora da área de trabalho.b) Piso lavável.c) Limpeza, arejamento e boa iluminação.d) Mesas e assentos ao número correspondente ao de usuários.e) Lavatórios e pias instaladas nas proximidades ou no local.f) Fornecimento de água potável aos empregados.

Cozinhas. As paredes das cozinhas serão construídas em alvenaria de tijolo comum, em concreto ou madeira com revestimento de material liso, resistente e impermeável – lavável em toda a extensão. Nos alojamentos deverão ser obedecidas as seguintes instruções gerais de uso:

a) Todo quadro ou instalação deverá ser conservado limpo e todos eles serão pulverizados de 30 em 30 dias.

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b) Os sanitários deverão ser desinfetados diariamente.c) O lixo deverá ser retirado diariamente e colocado em local adequado.d) É proibida, nos dormitórios, a instalação para eletrodomésticos e o uso de fogareiro ou

similares. É vedada a permanência de pessoas com moléstias infecto-contagiosa. Em todos os locais de trabalho deverá ser fornecida aos trabalhadores, água potável em condições higiênicas, sendo proibido o uso de recipientes coletivos. Onde houver rede de abastecimento de água deverão existir bebedouros de jato inclinado e guarda protetora, proibida sua instalação em pias e lavatórios e na proporção de 01 bebedouro para cada 50 empregados. Os locais de trabalho deverão ser mantidos em local de limpeza com o gênero de atividades. O serviço de limpeza será realizado, sempre que possível, fora do horário de trabalho e por processos que reduzam ao mínimo o levantamento de poeiras. Higiene pessoal. Uniforme – para proteção pessoal e deve ser lavado na empresa. Banho – o trabalhador deverá iniciar antes de começar a jornada de trabalho e no término ao voltar para o domicílio. Fumo – evitar no local de trabalho.

NOÇÕES DE EPIDEMOLOGIA

O termo Epidemiologia foi originariamente empregado no sentido de uma ciência que estudava a ocorrência de epidemias. Atualmente é considerada como :“o campo de ciência que trata dos vários fatores e condições que determinam a ocorrência e a distribuição da saúde, doenças, defeito, incapacidade, e grupos de indivíduos”.

Tem como função principal: colecionar variedade de dados de diversas fontes, construir cadeias de inferência lógica para explicar os múltiplos fatores na casualidade de fenômenos já citados. Fundamenta-se no método científico e tem como princípios:

A observação exata (estrita, rigorosa, acuradas, precisa) A interpretação correta (livre de erro) A explicação racional (inteligente, sensata, razoável) A sistematização científica (por meio de conhecimento específico e habilidade

técnica).São várias as definições existentes para a epidemiologia, todas acentuam o aspecto populacional, aquele destinado a estudar os agravos a saúde ocorrente em conjuntos de indivíduos. A epidemiologia significa o estudo desses desvios da saúde, levando em conta o que ocorre no organismo humano, no grupo populacional estudando os efeitos e pesquisando as causas das alterações que ela pode apresentar. Destina-se a examinar o corpo do paciente, descrever as alterações de seu funcionamento normal, diagnosticar os motivos e prescrever o tratamento. A epidemiologia descreve os agravos que ali ocorrem, aponta as causas e orienta as soluções desses problemas através da indicação dos meios de controle e profilaxia.

Na epidemiologia, não como fugir à contingência de filiá-la a ter duas finalidades e a três técnicas. As duas finalidades como se viu, residem na descrição dos agravos e determinação de suas causas. As três técnicas destinam-se fundamentalmente, ao estabelecimento das distribuições desses eventos, no tempo, no espaço e associá-las às características dos indivíduos que compõe a população. Compreende-se que o campo de ação dessas técnicas deva sofrer as limitações determinadas pelas causas procuradas.

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Os fatores externos que constituem a epidemiologia são razões pelas quais indivíduos são atingidos e outros não, e às possibilidades de manipulação dos riscos. Tais causas devem ser necessariamente expressas em termos de ralações entre indivíduos, que constituem a população, ou entre eles e o meio em que vivem sem deixar de lado as associações de eventos que pode ser observadas num mesmo indivíduo.E desse modo, a Epidemiologia sempre persegue os dados que possam dar idéia de relações com número de casos/população. Tais são as causas dos desvios da saúde que a simples observação individual dificilmente poderá determinar. O domínio da epidemiologia tem aumento consideravelmente em épocas mais recentes, pois, inicialmente, o interesse residia exclusivamente no estudo das epidemias. Na atualidade, o estudo epidemiológico inclui não apenas os estudos relativos às doenças transmissíveis, mas também as não transmissíveis e os desvios dos estados fisiológicos normais devido as mais variadas causa. Gradualmente, até nossos dias, ocorreram mudanças sensíveis nessa situação graças às quais a Epidemiologia passou a ocupar posição mais central, embora ainda com muitos pontos em comum com aqueles e outras especialidades. E tal modificação adveio principalmente do fato de que o conhecimento de distribuição de uma doença na população reveste de enorme importância para a caracterização dessa entidade mórbida. A interpretação correta desses dados pode levar à revelação das causa, Além disso, ao pretender compreender realmente um agravo a saúde, é imprescindível o conhecimento de alguns aspectos epidemiológicos tanto quanto os patológicos, imunológicos, clínicos, etc... Em outras palavras, trata-se de estabelecer o “quadro completo da história natural da doença”, e isso só poderá se concretizar através do concurso de EPIDEMIOLOGIA. Muitas entidades mórbidas atuais poderão alcançar completo esclarecimento, através do estudo epidemiológico. Entre elas encontram-se o câncer, doenças mentais e cardiovasculares. Na atualidade, despontam ainda como campos abertos a esse tipo de investigação os efeitos do ambiente. O uso amplo de produtos químicos para controle de pragas, bem como, a poluição resultante da urbanização e comercialização, levam as questões concernentes a sua possível repercussão sobre a saúde. São perguntas completas que nem a microbiologia nem a toxicologia poderão responder, sem o concurso da Epidemiologia. Na época atual estão surgindo problemas como resultantes imediatos do artificialismo da vida. Nos países do mais alto nível econômico, assumem aspectos sérios os agravos à saúde determinados pelo uso de drogas medicamentos rotulados sob o nome de doenças Iatrogênicas. A atribuição de mal-formação congênita ao uso da talidomia por gestantes foi possível através de investigações puramente epidemiológicas.

Assim, deduz-se que os objetivos da Epidemiologia são essencialmente:

1º A descrição da história natural das doenças ou agravos à saúde.2º Descobrir as causas e os meios adequados de afastá-los da população.

É, pois, através da Epidemiologia que a saúde pública pode auferir subsídios para o reconhecimento e solução dos problemas sanitários. Embora não exista sobre eles definição precisa, pode-se considerá-los á luz de condições que, quando ocorrem, os denunciam.

Determinado agravo à saúde pode ser rotulado como “Problema da Saúde Pública”, no caso de ocorrer uma ou mais situações seguinte:

1. Quando existem métodos eficientes de prevenção e controle.2. Quando se constituem em causa freqüente de morbidade e de mortalidade.3. Quando esses métodos não são adequadamente empregados.4. Quando destinada por campanha destinada erradicá-lo, dá-se sua persistência além

do que tinha previsto.

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Epidemiologia Ocupacional é o estudo dos fatores aos quais os indivíduos estão expostos em seus ambientes de trabalho e seu efeito sobre a saúde da população. Os problemas de saúde originados da natureza de trabalho ao qual o homem está submetido são certamente tão antigas quanto as atividades desenvolvidas pelo homem. O tipo de doença Ocupacional e risco encontrado em qualquer atividade estão relacionados com os meios e tecnologia disponíveis. Com a industrialização e a tecnologia avançada vieram também os danos à saúde do trabalhador.

EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA.

Os dados que servirão para caracterizar determinado quadro epidemiológico são colhidos como coeficientes e índices. Estes serão utilizados na descrição e estimativa dos problemas e do estado de saúde da população. Como foi dito, de maneira geral, ele indicam a freqüência dos agravos e dos óbitos, mas podem também focalizar atributos de interesses, tais como, elementos clínicos, ocupacionais, econômicos, administrativos, etc...Os conhecimentos assim, adquiridos, constituem as informações básicas imprescindíveis para o planejamento e avaliação das medidas de controle e profilaxia. Assim sendo, a Epidemiologia descritiva que são objetos de estudo. É evidente que exames de determinados aspectos ou mesmo da totalidade de um problema, ainda desconhecidos, deverão iniciar-se pela procura de respostas ás perguntas da natureza amplamente geral. Em seguida, a restrição progressiva desse caráter irá levar a especialidade cada vez maior, até chegar-se à particularidade desejada. Contudo, no caso específico da Epidemiologia, essa conduta apresenta grandes dificuldades para ser seguida à risca. O seu campo de ação se obriga a levar em linha de conta o custo e o tempo necessário para executá-la, e por conseguinte, na prática, na descrição de um quadro epidemiológico, é obrigada a recorrer as informações disponíveis. A etapa epidemiológica descrita procurará responder a tríplice pergunta: “quem”, “quando” e “onde” é atingido pelo agravo? Isso equivale a perguntas quais características de população que paga tributo e determinado problema, bem como, em época e lugar isso ocorre ou ocorreu. Em outras palavras a descrição do quadro Epidemiológico deverá contar, necessariamente, informações de variáveis relativas às pessoas, ao tempo e ao espaço.

CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO ANTIGA

Qualquer entidade mórbida ou agravo da saúde afeta desigualmente os componentes da população. Doenças que atingem maior número a infância, ao lado de outras afetando a velhice, como as alterações circulatórias e suas conseqüências. De modo que, é elemento altamente valioso considerar os atributos populacionais pelo qual se distribui o problema a ser estudado. É o que será apresentado a seguir, bem como, as possíveis interpretações.

Na saúde ocupacional as características da população e o ambiente de trabalho e a ocupação.

IDADE - É elemento mais importante na fase descritiva, e as variações na sua freqüência comumente são mais importantes do as associações observadas com outras variáveis. Quando se comparam as populações em relação a determinado agravo da saúde, não pode ser ignorada a referência às diferenças de idade. A forma de distribuição etária da doença venha sofrer a influência de fatores estranhos a esse tipo de associação. Tais são as diferença nos quadros clínicos da mesma moléstia, de acordo com a idade, e certa tendência de diagnósticos mais acurados para os agrupamentos mais jovens.

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Existem, portanto várias possibilidades de associações interpretativas para levar à causa. Em primeiro lugar, a concentração de dados em determinada faixa de idade pode levar a pode suposição a presença de alterações no desenvolvimento. O aumento na freqüência de certas doenças com a doença é realmente muito comum ocorrer alteração nesse quadro, tudo indica a ocorrência de outra entidade mórbida. Às vezes pode-se observar, na distribuição etária, a presença de duas faixas etária atingidas com maior freqüência pela moléstia. Quando isso ocorre, pensa-se na possível presença de entidades diferentes ou de maneiras distintas de adquirir a doença. São múltiplos os fatores responsáveis pela variação da freqüência das doenças com a idade. De maneira geral, podem ser considerados como atribuíveis aos agentes, e sua suscetibilidade do organismo e ao ambiente. Para os dois primeiros deve-se levar em conta a acessibilidade das fontes, o poder imunogênico, a resistência orgânica, as alterações hormonais e metabólicas pela idade, etc... Quanto a variabilidade é grande, e o estabelecimento de associação casual requer boa capacidade de observação por parte do epidemiologista. Deve-se levar em conta que pode ocorrer a distribuição etária variar de acordo com a época considerada. A influência do saneamento, das imunizações em massa e das mudanças de hábito se faz sentir acentuadamente nesse particular.

SEXO - Sem considerar, por razões óbvias, as diferenças específicas resultantes de doenças que afetam os aparelhos genitais, é como ocorrência de diferentes entre dois sexos no que concerne a freqüência de vários agravos à saúde. Assinalou-se o fato, um pouco paradoxal, de que geralmente é maior nas mulheres, enquanto a mortalidade o é entre os homens. Parece que o sexo feminino adoece com maior freqüência, mas á custas de moléstia com menos gravidade, ao passo que o masculino para tributo agravou de letalidade elevada. Com freqüência, as diferentes observações com relação aos sexos, em determinadas doenças, indica a maior exposição de um agente etiológico. Então neste caso as moléstias de caráter profissional, que indicam com bastante precisão a associação causal, havendo portanto, uma acentuada relação com o ambiente de trabalho, qualidade de vida. As diferenças que as observam as afecções são tão acentuadas que constituem ainda problemas à espera de hipóteses causal. Está nesse caso o câncer pulmonar que, em alguns países, apresentam a surpreendente proporção de quatro homens para 1 mulher. O maior consumo por parte de cigarros até agora, constitui fator admitido como significante para explicar o fenômeno.

GRUPO ÈTNICO - O conceito ecológico de raça ou variedade implica com população com certo grau de isolamento genético que permitia encaminhar essa segregação tem sido cada vez mais atenuada, no que pesem serem ainda reconhecidas as raças brancas, negra e amarela. No que concerne a raça propriamente dita, grande parte dos trabalhos epidemiológicos procura certo significado na distribuição dos agravos à saúde pelos três grupos supracitados, á saber, branco ou caucasiano, negro ou negróide e amarelo ou mongolóide.

OCUPAÇÃO – São abundantes os exemplos de agravos da saúde diretamente associados com a ocupação. A atividade profissional é dos fatores mais discriminantes para formulação de hipóteses. Exemplo disso é dado por parte da gama de doenças e agravos que constituem o objetivo da Medicina do Trabalho e da Infortunísca em geral. É tais casos torna-se fácil proceder-se à associação, motivo pelo qual a profissão/ocupação figura freqüentemente no quadro descritivo da freqüência de muitos agravos à saúde. Acresce que os dados sobre o fator ocupacional são, de maneira comum, sistematicamente registrados por várias entidades em vista de satisfazer determinadas finalidades, o que os torna facilmente sucessivos e acessíveis aos estudos epidemiológicos. De maneira geral, a ocupação indica a condição socioeconômica, leva à identificação de determinados riscos, possibilita a medida de diferentes condições de trabalho.

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É ponto pacífico que a profissão constitui índices dos mais empregados, por sua sensibilidade, para caracterizar o estado sócio-econômico. As condições de trabalho podem agrupar as ocupações com características comuns neste particular. Assim é que aquelas que exigem mais atividades estão associadas com menos freqüência de doenças coronárias, do que as de aspectos mais sedentários. Da mesma maneira, as profissões que obrigam a permanência temporária em determinada posição como dentistas e bancário, etc... Condicionam com mais freqüência de vícios de postura e da circulação de retorno. Outro exemplo nos e dado pelo caso da estafa (STRESS) atingir mais motoristas de ônibus do que os cobradores desses mesmos veículos. Ao interpretar as possíveis associações de doenças com ocupações deve-se atentar, como sempre, na possibilidade de serem apenas aparentes. Podem existir fatores condicionantes dessa relação, e que pouco ou nada tenham a ver com essa relação propriamente dita. Assim é que entre os médicos as facilidades diagnosticadas podem resultar em maior freqüência de certos agravos. Certas ocupações podem determinar determinado grupo etário, sexo ou grupo étnico, que assim pode associar-se como risco. Algumas atividades selecionam indivíduos com estados rígidos diversos. É o caso de certas industriais exigirem jovens ou mesmo adolescentes, ao passo que outras ocupações, como porteiros ou zeladores, atraírem mais idosos, em grandes partes portadoras de doenças crônicas. Finalmente, as diferentes ocupacionais correspondem a também uma diversidade de outros aspectos bastante importantes como hábitos, alimentação, local de residência e outros. De qualquer maneira, a comparação das freqüências observadas pelas ocupações é método muito empregado e de grande utilidade na grande epidemiologia descritiva. Sua associação com fatores ambientais, sociais e culturais, constitui elemento muito promissor na procura dos agentes de vários agravos à saúde.

CONDIÇÃO SÓCIO-ECONÔMICA – Já se viu nas linhas recendentes a relação existente entre profissão e a relação sócio-econômica. Não é fácil definir esta última variável, pois seu conceito tem muito de abstrato, e, por outro lado, admitem-se classicamente diferenças atenuadas na freqüência de doenças, de acordo com a classe social. Além da ocupação, a condição sócio-econômica pode ser encarada pela renda, pelo tipo de residência, pelos hábitos, pelo grau de educação e pelo prestígio social. De acordo com o critério utilizado, as associações encontradas podem diferir substancialmente. Pode-se utilizar a renda familiar como variável, quando provenientes de sensos de caráter geral. Mas fidedignas são aquelas obtidas de comunidades mais limitadas, através de inquérito domiciliar. Em todo caso têm-se feito associações com esse fator mesmo em populações grandes.ESTADO CIVIL – Esta variável tem a vantagem de ser mais definível, e seus dados são conseguidos com maior facilidade de que as precedentes. Em compensação as associações com os agravos da saúde são facilmente interpretáveis. De maneira geral, admite-se que os casados apresentam menos mortalidade que s solteiros, viúvos e separados. Na verdade existe dificuldade na separação na separação nítida do estado conjugal, pois o simples registro civil não pode fornecer idéia precisa nesse particular. Como, porém, em se tratando da população em geral, não existem meios mais práticos, costuma-se considerar o grupo do “sempre casado” incluindo os solteiros. A divisão em tais grupos permite certas associações com aspectos advindos após o casamento propriamente dito. E, nesse sentido, tem-se atribuído a diferença citada no início deste parágrafo a influência de fatores vários. Entre eles cita-se a ação um tanto seletiva do casamento para as pessoas em melhores condições de saúde, sendo que as menos dotadas teriam menor oportunidade de casar. Além disso, a vida conjugal propicia maior regularidade de hábitos de vida, de alimentação e menor exposição a riscos e agravos resultantes de vários agentes mórbidos e traumáticos.

CARACTERÍSATICAS RELATIVAS AO TEMPO

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A epidemiologia tem de admitir a ocorrência de mudanças que advém com o transcurso do tempo, e não pode pois, limitar seus conhecimentos à época contemporânea, mas sim entendê-los a períodos passados e possíveis previsões futuras. Às vezes variações dos agravos à saúde, como tempo, são máximo de interesse, pois revela concomitantes variações na atividade do outro e na formulação da hipótese.

EPIDEMIA – O aparecimento em uma população, do mínimo de casos do determinado agravo, sensivelmente maior do que o esperado, normalmente constitui o que chama-se de “Epidemia”. Se o caso ocorre em curto espaço de tempo e tem caráter transitório costuma-se usar o termo “Epidemia Instantânea”. No caso do aumento ser detectado através da ocorrência por largo prazo e cm indícios de maior durabilidade, tem-se adotado a determinação de “estado epidêmico ou de epidemia”. Obviamente para julgar-se o aumento da freqüência, torna-se necessário conhecer seu valor, considerando como normal, seja em época, seja no mesmo período, mas em outras áreas. A isso denomina-se “endemia” e a flutuação em a incidência, incluindo as variações estacionais, é conhecida como “nível edêmico”. No estudo de uma epidemia, a unidade de tempo utilizada pode variar consideravelmente, desde minutos ou horas, até séculos. Tudo depende das circunstâncias e detalhes que se desejam. Em casos de intoxicação alimentar, importa-se saber as horas, pois as incubações menores que 5 a 6, sugerem responsabilidade da toxina estafilogica, ao outro passo que períodos maiores podem indicar a ação de salmonelas. Por outro lado, em doenças crônicas para se julgar a possível epidêmica tendência torna-se necessários dados referentes de várias décadas. Os casos individuais de determinados agravos podem ser agrupados de acordo com o tempo decorrido entre a sua manifestação e a ocorrência de fatores que podem ter associações causais, em períodos diversos.

VARIAÇÕES SAZONAIS – Observa-se também, para várias doenças, sensíveis variações de acordo com a estação do ano, e que são denominadas de maneira geral, “variações sazonais”. De início, esse aspecto apresenta-se como vetor biológico, especialmente alguma espécie de artrópode. A função sazonal na freqüência reflete fenômeno idêntico relativo a densidade populacional desse transmissor. É o que se observa com a malária, cujos valores máximos ocorrem nas estações quentes e úmidas. Em outras doenças transmissíveis, durante variação sazonal surge mudança de hábitos que favoreçam a propagação. Assim é que, nos períodos frios, a população tende a se aglomerar em ambientes confinados passando a maior parte do tempo dentro das casas e edifícios. Isso favorece a disseminação de agentes através do contágio, como podemos ver nas infecções das vias aéreas superiores. Em processos não infecciosos, a variação sazonal pode também indicar a ocorrência de fatores associados. É o caso das afecções incrementadas pela produção do pólen decorrente das florações primáveis. Mais difícil é a interpretação com doenças de decursos crônicos. Tudo isso, e mais outros fatores, também decorrentes de mudanças de hábito, propiciam incremento de certos agravos em determinadas estações. É o caso dos acidentes de automóveis nas estradas que aumentam no período estival, correspondente às férias coletivas.

CARACTERÍSTICAS RELATIVAS AO LUGAR

Assim como a vida em geral possui problemas de distribuição na fase da terra, os agravos que afetam as populações humanas também tendem a ter determinados dados que compõem a sua “patologia regional”. Assim sendo, a distribuição geográfica das doenças e ramo da Epidemiologia, cujo estudo encontra-se na dependência de meios técnicos disponíveis e do desenvolvimento da Saúde Pública nas diferentes regiões do globo. É bem verdade que o homem, tendo determinado fronteiras políticas artificiais, fez com que a mais das vezes sua

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adoção não represente a de verdadeiras barreiras ecológicas determinantes. Apesar disso são seguidas nos estudos de distribuições face à maior facilidade de obtenção dos dados que de outra maneira, custariam muito mais para serem conseguidos.

VARIAÇÕES INTERESTADUAIS – As variações regionais na distribuição das doenças não são tão significantes. Em geral, em se tratando de um mesmo país ou estado, a principal distribuição se faz entre populações rurais e urbanas. Nesse particular observam-se diferenças que podem ser acentuadas, levando em conta as associações úteis. É o que se observa nas moléstias veiculadas por artrópodes e que apresentam focos naturais. Nesses casos, a população rural encontra-se mais exposta do que a urbana e, portanto, paga a essa afecções mais tributo. O conhecimento da patologia regional assume o papel de relevo no plano de obras, povoamento e instalação de indústrias locais. Tais seriam os agravos a que estariam sujeitos não apenas os indivíduos empregados nessas atividades, mas a população ali residente. Sabe-se que malária, leishmaniose e arbovirose atingem os operários que se encontram construindo estradas na região Amazônica do Brasil. Por outro lado a instalação de focos de esquistossomose na região do Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo, deveu-se devido da rodovia Rio – São Paulo.

MAPAS DE LOCALIZAÇÃO – O método tem sido largamente usado em epidemiologia. Consiste em distribuir os casos em mapas da região localidades investigadas, e tentar verificar alguma associação entre a possível concentração de casos e a ocorrência de fatores locais. Isso é particularmente evidente em situações epidêmicas ou mesmo edêmica, de transmissíveis através de contaminação ambiental. Contudo, nem sempre o quadro é tão evidente a ponto de permitir interpretação adequada. Comumente não se conhece a verdadeira distribuição populacional, e assim a aglomeração dos casos pode ser aparente e obedecer apenas por fenômenos correspondentes por parte dos habitantes. Nas áreas rurais, os aspectos podem ser mais sugestivos, porém, com freqüência acontece ao contrário. É comum distribuir os agravos por municípios, sem especificar a localidade.

MIGRAÇÕES – A ocorrência de correntes migratórias enseja observações úteis. As informações sobre o tempo de residência e de aparecimento da doença permitem formular hipóteses sobre a duração da exposição e dos fatores desencadeantes. Os movimentos migratórios permitem também avaliar o risco de exposição não apenas das populações que entram em áreas endêmicas, mas também de residentes, e que sofrerão as conseqüências de instalação de uma edemia.

História Natural de Doenças e Nível de Aplicações de Medidas Preventivas.

Saúde - segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) é um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não somente a ausência de doenças e enfermidades.

Doença – é o desequilíbrio de um dos componentes (Biológicos, Psíquicos e Sociais), ou é um desequilíbrio entre o Homem e o Meio Físico e Social.

Agente – Hospedeiro – Meio Ambiente – Na prevenção temos estágios onde o profissional de saúde deve estar atento para agir. Estágio de suscetibilidade, pré-sintomático, clínico.

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No estado de suscetibilidade vamos ter os níveis de Prevenção primária que acontece através da Promoção a Saúde e Proteção específica.

Aspectos que devem ser observado na:

a)Promoção a saúde – que são medidas de caráter genérico que visam manutenção do Estado de Saúde:

Alimentação equilibrada em locais adequados. Água tratada – clorada. Iluminação adequada. Ventilada adequada. Conforto térmico. Controle do ruído excessivo. Condições para boa higiene corporal: banheiros limpos com chuveiro. Locais especialmente destinados para repouso e recreação. Educação sexual. Vestuário correto. Correção de distúrbios de acuidade visual.

b) Proteção específica – são medidas as medidas que visam a proteção contra danos específicos, podem ser dirigidas ao indivíduo e ao Meio Ambiente.

1-Ao indivíduo:

Imunização contra o tétano, febre tifóide, hepatite, etc... Quimioprofilaxia contra tuberculose, gripe, meningite, etc... Provimento de equipamento de proteção indivíduo como: protetor auricular, óculos de

segurança, máscaras, luvas, aventais, etc... Palestras educativas sobre prevenção de acidentes do trabalho, de trânsito ou doméstico. Palestras educativas sobre a prevenção de doenças profissionais e não profissionais.

2-Ao meio ambiente:

Controle de produto de ruído Controle de produção de poluentes atmosféricos. Controle de produção de calor. Modificações de métodos industriais, visando à substituição de matérias, substâncias

ou processos industriais nocivos a saúde.

Na prevenção secundária acontece diante do diagnóstico e prevê tratamento imediato.

a) Diagnóstico precoce e tratamento imediato.

O conhecimento perfeito pó parte do pessoal do serviço médico e enfermagem da empresa das funções exercidas, dos métodos de trabalho, e das condições existentes nos locais de trabalho.

A execução de uma programa de exames ocupacionais para todos os trabalhadores da empresa, devido serem chamados para exames em intervalos de tempos menores, aqueles trabalhadores que estão submetidos a condições de trabalhos onde os riscos são maiores.

Mudança de função ou local de trabalho, quando a saúde deste estiver sendo ajeitada pela atividade desenvolvida.

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Na prevenção terciária que corresponde ao estágio clínico, estão as atividades de limitação e invalides e reabilitação.

a) Limitação de invalidez – São medidas gerais e específicas para os momentos de incapacidade para o trabalho até o retorno das atividades laborativas normais.b) Reabilitação – São medidas que devem ser tomadas em caso de doenças ou tratamentos que deixam seqüelas definitivas.

HISTÓRIA NATURAL DE DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

Doença transmissível é aquela que é transmitida por contato direto. Para tanto deve-se necessariamente considerar a existência de três elementos fundamentais em toda doença transmissível. São eles: a fonte, o suscetível e o meio. A fonte é o organismo infectado, o suscetível é o homem são, e o meio é o ambiente que reúne a comunidade. A fonte ou reservatório e todo ser que encena o agente, assim os reservatórios que tem grande significado pela cadeia epidemiológica são os animais, incluindo o homem. Os vegetais desempenham algum papel nesse sentido como no caso de certas micoses. O homem como fonte de infecção, pode ser considerado caso declarado e o assintomático. Os portadores são os que têm doenças, transmitem e podem não apresentar sintomas ou sinais. O suscetível é o nome dado ao hospedeiro em virtude de condições próprias de defesa, permite a entrada do agente em seu organismo. Vários fatores podem incluir na resistência do indivíduo: Idade, grupo étnico, problemas nutritivos e metabólicos, condições profissionais, sexo. No meio ambiente as doenças transmissíveis devem ser encaradas como a ação de fatores físicos e biológicos tipo: Clima, relevo, hidrografia.

Transmissão pode ser considerada da seguinte maneira:

- por contato direto.- por contágio.- por contaminação do meio.- por vetor biológico.

Contato direto – contato íntimo de pessoa a pessoa.

Contágio – através de secreções em suspensão no ambiente confinado.

Contaminação do meio – no caso em que o agente sobrevive no meio por tempo prolongado.Ex: gastrenterites.

Vetores biológicos como agentes que necessitam fazer um ciclo biológico em outro hospedeiro.

HISTÓRIA NATURAL DAS DOENÇAS PROFISSIONAIS

AGENTE – HOPEDEIRO – AMBIENTE – HISTÓRIA NATURAL – PROFILAXIA.

Gases e Vapores.

MONÓXIDO DE CARBONO

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Agente – o monóxido de carbono em concentração na atmosfera acima do limite de tolerância.

Hospedeiro – a presença de anemia, o hábito de fumar, o esforço físico, facilitar a ação nociva dos gases e vapores.

Ambiente – produção e distribuição de gás na rua, exposição de emanação dos motores a exploração, queima incompleta de matéria orgânica nas fundições, constituem exemplos de ambiente de trabalho onde o monóxido de carbono é encontrado. A ventilação natural ou artificial em qualquer um desses ambientes constitui importante fator para manter a concentração do gás abaixo do tolerável.

História Natural – A exposição de longo tempo mesmo com a concentração abaixo do LT, pode aparecer alterações psico-fisiológica, principalmente na resposta a estimulem curto prazo com regressão total, ou casos leves de discreta cefaléia à visão de cores, náuseas e vômitos. Discute-se até hoje a existência real das desintoxicações crônicas por monóxido de carbono de evolução prolongada e perturbação psíquica duradoura ou permanente.

Profilaxia – proteção específica, eliminando totalmente o gás.

Gases Irritantes.

Agente – amônia, cloro, ácido clorídrico, etc

Hospedeiro – presença de infecções do trato respiratório.

Ambiente – pouca ventilação favorece a concentração.

História Natural – exposição por muito tempo pode causar edema agudo no pulmão irritação das mucosas oculares e respiratórias tornando insuportável a permanência nos ambiente, pode acontecer processos respiratórias: pneumonia lobar, tuberculose pulmonar e supuração pulmonar.

SULFETO DE HIDROGÊNIO.

Agente – concentração superior ao limite de tolerância de sulfeto de hidrogênio.

Ambiente – fábricas de raijon pelo processo de “viscose”, matéria orgânica ou putrefação.

Hospedeiro – profissão: trabalhador industrial, braçal, poceiro, funcionários de serviços de água e esgoto.

História Natural – efeito irritante sobre a mucosa ocular e também sobre o Sistema Nervoso Central quando em alta concentração.

Profilaxia – proteção específica, ventilação, exames periódicos, EPI.

SULFETO DE CARBONO.

Agente – vapores de sulfetos de carbono em concentração superior ao LT.

Hospedeiro – trabalhador da indústria.

Ambiente – Fábricas de raijon pelo processo “viscose”.

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História Natural – alterações de células e tecidos das paredes arteriais e sistema nervoso central. Aparecimento de hipertensão em jovem, neurite ótica, polineurite periférica e perturbação psíquica.

Profilaxia – proteção específica, substituição, ventilação local exaustora, isolamento, exames periódicos – hemograma.

METAIS

Chumbo

Agente – chumbo e seu composto em concentração superior ao LT, em forma de vapores, fumos e poeiras.

Hospedeiro – trabalhadores da indústria.

Ambiente – fabricação de acumuladores elétricos, acabamento de carrocerias de veículos, gráficas, fábricas de tintas.

História Natural – alterações biológicas, quadro clínico digestivo, neuro muscular, encefalopático, intoxicações leves com afastamento do trabalho e tratamento específico, intoxicações graves que podem produzir incapacidade permanente ou a morte.

Profilaxia – proteção específica, substituição, isolamento, ventilação local exaustora e modificação do processo de fabricação, exames periódicos.

Mercúrio

Agente – mercúrio e seus compostos acima de LT.

Hospedeiro – trabalhador da indústria e garimpo.

Ambiente – atividades de laboratório, fabricações de soda e cloro, emprego de fungicidas.

História Natural – lesões na mucosa do aparelho digestivo, gengivite, queda de dentes, enterocolites hemorrágicas, lesões cutâneas, distúrbio neuropsíquico.

Profilaxia – medidas de proteção específica.

Manganês

Agente – óxido de manganês e ligas e ferro.

Hospedeiro – trabalhadores de mineração.

Ambiente – mineração, metalúrgica.

História Natural – sinais da Síndrome de Parkinson.

Profilaxia – Medidas de proteção específica.

Dermatoses

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Agente – cimento, produtos de petróleo, cromo, níquel, madeira, caustico em geral, solventes, etc...

Hospedeiro – hábitos de higiene pessoal, resposta imunitária de cada pessoa, estado nutritivo, doenças cutâneas.

Ambiente – condições térmicas onde o trabalho é executado, limpeza, higiene sanitária: lavatório, chuveiros, toalhas, produtos de limpeza.

História Natural – irritação primária ou sensibilização, alteração inflamatória da pele, que é dermatite de contato.

Medidas Preventivas – promoção a saúde, proteção específica e reabilitação.

Tumores

Agente – cancerígenos: animais, aromáticas, benzeno, óleos, minerais, pixe, alcatrão, betume, arsênico, alianto, berílio, cromatos, níquel, carbonila, raios ultravioletas e radiação ionizante.

Hospedeiro – indivíduos jovens.

Ambiente – ambiente laborativo mesmo como vizinhança da indústria contaminação da atmosfera, água ou dos resíduos sólidos.

História Natural – são mais freqüentes lesões cancerosas de pele e aparelho respiratório, seguindo bexiga e outros órgãos.

Profilaxia – identificar o agente, eliminá-lo, educação sanitária, exames periódicos e especializados.

Pneumoconiose

Silicose

Agente – partículas de sílica.

Hospedeiro – aparelho respiratório desde as foças respiratórias até os alvéolos.Ambiente – fundação de ferro, desmontagem, jato de areia e tratamento de areia, cerâmica e vidraçaria, fabricação de abrasivos, mineração, etc...

História Natural – alteração de cédula e tecido dos pulmões, alteração bioquímica no sangue, alterações hormonais, tuberculose pulmonar e infecção respiratória levando á morte.

Profilaxia – promoção à saúde e proteção específica, diagnóstico precoce e tratamento específico.

Bissionese.

Agente – poeiras vegetais de algodão, junta e outras.

Hospedeiro – trabalhadores de fiação e tecelagem.

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Ambiente – abertura de fardos, operações com vegetais.

História Natural – dificuldade respiratória surge ao retorno ao trabalho depois de um afastamento, fim de semana, férias ou licença.

Profilaxia – proteção específica, diagnóstico precoce.

Outras Pneumonioses – asbestose, talcose, bagassose, pneumoniose do minério do carvão e outras.

NOÇÕES DE ESTATÍSTICA

É a parte da matemática aplicada que se ocupa em obter conclusões a partir de dados observados. Os dados referentes a eventos e fenômenos. Na estatística trabalhamos com população, universo, amostra.

POPULAÇÃO: É o conjunto finito ou é o conjunto dos elementos em estudo.

UNIVERSO: É um subconjunto de uma população.

Os trabalhadores estatísticos precisam ter:

CONFIABILIDADE: Só aceitar o que for evidente.

NEUTRALIDADE: Evitar influenciar ou sermos influenciados pelo fenômeno pesquisado.

RELEVÂNCIA: Preocupar com o que for realmente importante para o objetivo.

ABRANGÊNCIA: Evitar omissão.

ECONOMICIDADE: Racionalizar recursos.

DISPONIBILIZAÇÃO: Dados e resultados registrados, arquivados e divulgados.

Definições utilizadas em estatística, na Saúde Ocupacional.

HHT – Horas Homem Trabalhadas – é a soma de todas a horas efetivamente trabalhadas por todos os empregados do estabelecimento independente da função/atividade.Dias Perdidos – é o total de dia em que o acidentado fica incapacitado para o trabalho em conseqüência de acidente com incapacidade temporária.Dias Computados por Acidente – é a soma dos dias computados de cada acidentado no mesmo acidente.

Dias Computados Acumulados – é a soma dos dias computados a partir do 1º de janeiro.

CF – Coeficiente de Freqüência – número de acidentes com perda de tempo por um mil de H.H.T.

CG – Coeficiente de Gravidade – número de dias perdidos e dias debilitados por um mil de H.H.T.

Para achar os coeficientes de freqüência e gravidade podemos usar as seguintes fórmulas:

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CF= nº. de acidentes com perda de tempo X 1.000 Nº. de horas / homens trabalhada

CG= nº. de dias perdidos X 1.000 Nº. de horas / homem trabalhada

FASES DO TRABALHO ESTATÍSTICO

Coleta, Apuração, Interpretação e Utilização.

COLETA: Saber quais os dados são necessários para obtenção dos objetivos pretendidos pela pesquisa.

APURAÇÃO: Consiste em tabular e sintetizar os dados coletados.

INTERPRETAÇÃO: Consiste em tirar conclusões autorizadas pela técnica escolhida.

UTILIZAÇÃO: Consiste em aplica os dados conclusivos naquilo que foi previsto pelos objetivos de pesquisa e disponibilizar os dados e os resultados para terceiros ou para si mesmo, no futuro.

TÉCNICA DE COLETA:

Questionário com perguntas abertas e fechadas. Entrevista. Observação direta.

Apresentação dos dados através de:

Índices – multiplicamos por 100 Coeficientes – multiplicamos por 1.000

ABSENTEÍSMO: Ocorre quando, o empregado falta ao trabalho, é falta de assiduidade.

ABSENTEÍSMO: Total de homens – horas perdidas X 100

Total de homens – horas trabalhadas

Acidente de trabalho segundo os artigos 138 e 177 do Regulamente de Benefícios da Previdência Social – é o que ocorre pelo exercício de trabalho a serviço de empresa provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporário, também está incluído o acidente de projeto. Para previdência a doença profissional e a doença do trabalho os mesmos benefícios do acidente de trabalho desde que seja emitido a CAT, Comunicação de Acidente de Trabalho.

MEDIDAS DE ACIDENTE DE TRABALHO.

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Incidência acumulada – I – é a estimativa do risco de um indivíduo acidentar – se, na população e no intervalo de tempo estudado.

I= nº. de AT ocorridos Nº. de trabalhadores no estudo

Densidade de Incidência – DI – é um indicador mais acurado para medir as ocorrências de acidentes de trabalho, pois leva em conta o número de horas/homens trabalhadas.

DI= nº. de AT ocorridas X 100.000 Nº. de horas/homens trabalhadas

Coeficiente de Mortalidade – CM – é o indicador do número de acidentes fatais, na população e no intervalo de tempo estudado.

CM= nº. de óbitos de AT População trabalhadora exposta (nº. médio)

Letalidade – L – é um indicador que mede a capacidade dos acidentes de trabalho de levar ao óbito.

L= nº. de AT fatais X 1.000 Nº. de AT ocorridos

Coeficiente de Gravidade de Acidente de Trabalho – CGAT – permite a avaliação quantitativa das perdas acarretadas pelos acidentes de trabalho, em conseqüência de incapacitação temporária ou permanência das vítimas deste evento.

CGAT= nº. de dias perdidos pó AT + nº. de dias debitados X 1.000 Nº. de horas/homem trabalhada.

EXEMPLO:

Em uma empresa onde faltam em dia 6 empregados que trabalham 8 horas /dia, sendo que 12 empregados estão trabalhando 8 horas / dia. Qual o índice de absenteísmo nessa empresa?

6 X 8 = 48 hs12 X 8 = 96 hs

AB = Total de homens / horas perdidas _____________________________ X100 Total de homens / horas trabalhadas

AB= 48 ___ X100 = 50% de horas 96

TOXICOLOGIA E DOENÇAS OCUPACIONAIS

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Doença profissional é a doença produzida por determinadas atividades no exercício do trabalho. Doença do trabalho – é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições me que o trabalho se desenvolve está relacionada diretamente.Toxicologia Ocupacional é a ciência que estuda as ações e efeitos tóxicos no organismo produzido por determinado agente no local de trabalho. Os agentes tóxicos causadores de doenças ocupacionais são facilmente encontrados no ambiente de trabalho: físicos, biológicos, químicos, etc... De acordo com a Portaria nº. 3.214/78 a NR – 7 deve o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO – constatar a ocorrência de doenças profissionais. Podemos então detectar alguns fatores para que ocorra:

A não visibilidade da melhoria das substâncias e poeiras tóxicas presentes no ambiente de trabalho.

A evolução silenciosa e o caráter cumulativo e demorado dos efeitos, dificultando a percepção do nexo causal entre trabalho e doenças.

Os profissionais da saúde não incluem o trabalho e suas relações com agentes determinantes de agravo à saúde do homem.

Os trabalhadores desconhecem os riscos à saúde e vida que estão inseridos nos diferentes tipos de trabalho.

Perda auditiva incluída pelo ruído – PAIR

A surdez profissional ou surdez induzida pelo ruído é uma das freqüentes no Brasil. O ruído provoca lesão em geral bilateral e tem evolução insidiosa com perda auditiva e irreversível diretamente relacionado com o tempo de exposição e os níveis de pressão sonora. Além de perda auditiva pode ocorrer zumbido, estresse, distúrbios de atenção, distúrbios do sono e do humor, alteração transitória na pressão arterial, distúrbio gástrico.

Fatores causais: Nível de rido e tempo de exposição – NR-15. Suscetibilidade individual. Tipo de ruído – ex. ruído de impacto.

Diretrizes e Parâmetros Mínimos para Avaliação e Acompanhamento de Audição em Trabalhadores Expostos a Níveis de Pressão Sonora Elevada de 9 de abril de 1998 trás como principais determinações.

Deve ser submetido a exames audiométricos de referencie e seqüência quem trabalha em ambientes cujos níveis de pressão sonora ultrapassam os limites de tolerância estabelecidos na NR-15.

O exame de referência deve ser realizado cabine ou ambiente acusticamente preparado, conforme os parâmetros de norma ISO 8253.1.

Para exames seqüenciais, este critério não é obrigatório.

O primeiro exame será na admissão, o segundo após 6 meses, depois uma vez por ano.Antes de cada exame o trabalhador deve permanecer em repouso auditivo por um período mínimo de 14 horas. Na interpretação dos resultados será levada em conta a evolução ocorrida entre os exames

de referência e os exames seqüenciais, conforme critério detalhado na instrução técnica, ou seja, além de considerar isoladamente os resultados de cada exame, médico deverá também compará-los para determinar se houve piora da capacidade auditiva entre um e outro.

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O diagnóstico de perda auditiva, por si só, não é indicativo de inaptidão para o trabalho, devendo o médico levar em consideração os fatores, entre os quais idade do trabalhador, suas histórias clínicas e Ocupacionais, a demanda auditiva do trabalho, os programas de conservação auditiva da empresa, a exposição a pressão sonora elevadas fora da empresa.

Diagnóstico.

Audiometria.

Critérios de Avaliação da PAIR pelo Instituto Nacional de Segurança Social.

Audição Normal – redução no mínimo de 30 dB

Redução grau mínimo perda média 31 a 50 dB.Redução grau médio perda média 51 a 70 dB.Redução grau máximo perda média 71 a 90 dB.Perda da audição perda média mais de 90 dB.

Programa de Conservação Auditiva – PCA

É um conjunto de medidas a serem desenvolvidas com o objetivo de prevenir a instalação ou evolução da perda auditiva. O PCA deve estar em Consonância com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO – NR-17 e com o Programa de Prevenção de Risco Ambiental – PPRA – NR-09.

Medidas de Proteção Coletiva.

Redução de jornada de trabalho; Introdução de pausas durante o trabalho; Mudança do setor de trabalho ou rodízio com outras funções compatíveis; Alternância de funcionamento de máquinas e equipamentos ruidosos.

Medidas de Controle Ambiental.

Manutenção de máquinas e equipamentos; Reengenharia do layout; Colocação de silenciosos em máquinas e equipamentos; Enclausuramento de máquinas; Isolamento de setores; Tratamento acústico; Construção de cabine isolante para pausa; Uso de protetores auriculares: conchas ou Plug; Programas educativos; Tratamento da surdez profissional.

RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES

CONCEITO

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São radiações não-ionizantes as radiações eletromagnéticas cuja energia não é suficiente para ionizar (provocar a remoção de elétrons) os átomos dos meios nos quais incidem ou atravesse.

TIPOS DE RADIAÇÃO NÃO IONIZANTES.

Microondas. Raios infravermelhos. Raios ultravioletas. Laser.

Microondas.

Uso: Militar – na detecção de objetos que refletem as radiações como aviões e submarinos; Medicina – são usadas quando se precisa aumentar a circulação do sangue e o ritmo

metabólico – fisioterapia. Forno microondas – cozimento rápido de comidas. Efeitos no organismo podem ser divididos em térmicos e não térmicos e em agudos ou

crônicos (segundo a qualidade de energia absorvido pelos tecidos).b.1) Térmicos provém do aquecimento dos tecidos do corpo de forma semelhante aos alimentos no microondas.

Olhos: catarata, lesão da córnea; Testículos: diminuição do número de espermatozóides; Cérebro: distúrbios comportamentais.

b.2) Não térmicos: cefaléia, ansiedade, olhos lacrimejantes, efeitos sobre os ritmos de ECG e EEG;b.3) Efeitos crônicos: diminuição do ritmo cardíaco, hiper ou hipertensão, hiperatividade, tireoideana, diminuição olfativa.

B4).Efeitos agudos: Cataratas ou morte(exposição acidentais em instalação de radar ou operando geradores de microondas). Os portadores do marcapasso devem ser cuidadosamente avaliados antes da exposição a fontes de rádio freqüência;

RAIOS INFRAVERMELHOS

Chamamos de calor radiante todos os objetos que emitem radiação infravermelha na dependência de sua temperatura.

a) Fontes – Fontes de calor radioativo; fogo, sol

USO:

Geologia e área militar(fotografia e levantamento de zonas poluídas de zonas poluídas em lagoas ou mares)

Indústria – representa perda de energia e sobrecarga térmica (ex. fundições de metais e vidro)

b) Efeitos. Sobrecarga Térmica nos ambientais industriais (calor); Queimaduras na pele;

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Cataratas(doenças do sopradores de vidro) Lesões na córnea e retina

Ultravioleta: No aspecto eletromagnético localiza-se da fase entre 200 a 400 manome- tros(nm) e é submetida em três substancias.

UVC- 200 – 280 nm(região da luz negra) UVB- 280 -200nm(região de eritema) UVA – 320 – 400 nm(região gemicida).

a) Fontes e uso:

Sol ( maior Fonte) Processo de desgaste de mercúrio, lâmpada fluorescente de acordo total,lâmpadas de

bronzeamento; Esterilização de alimento,água e ar(Lâmpadas germinicidas) Produção de vitaminas; Tratamento médico:

b)Efeitos: Limitação à pele e aos olhos

b.1-Pele

Eritema: começa duas horas após a exposição na dose limite e alcança seu pico cerca de seis horas após.

Exposição severa de bolhas e descamação: Algumas pessoas expõem-se voluntariamente aos raios ultravioletas para adquirir cor de verão.

Câncer de pele: Exposição durante longo tempo a radiação solar como o caso de trabalhadores agrícolas.

b.2 – Olhos:

Conjuntivite actínia: irritação conjuntival, fotofobia, dor e blefarite; Ceratite: Inflamação da córnea(sensação de areia nos olhos)

Laser – Ampliação da luz por emissão estimulada de radiação. A radiação de um laser, ao contrário de outras fontes de radiação é emitida em apenas uma direção e com o mesmo comprimento de onda, o que faz com que seja uma radiação concentrada cuja pressão é insignificante. Os laseres podem ser projetados para emitir radiação na faixa infravermelha, visível ou ultravioleta.

a) Uso:

Indústria de construção: operação de drenagem, abertura de túneis, tubulação, construção de pontes, soldagem e peças microscópicas, balanceamento de rodas; Medicina: microcirurgias, em oftalmologia, queimaduras de de verrugas. Pode afetar os olhos (é o órgão sujeito a lesões) e a pele, e são similares aos efeitos das radiações infravermelhas e ultravioleta.

Luz Visível de alta intensidade:

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A luz visível encontra-se na região compreendida entre os valores de 380(violeta ) ate 750nm(vermelha)., estas ultrapassam a córnea e o cristalino sendo focalizado na retina.

a) Fonte Fontes de luz artificial (flash eletrônicos, soldas em geral, estroboscopicos, lasers);

b) Efeitos Queimaduras na retina Cataratas(luz de cor azul) Fadiga visual (excesso de brilho-operdores de vídeo) Queimaduras

Hipertermia e Intermação

É o quadro grave e muitas das vezes leva a morte. Em primeira estância é causada por uma falha do mecanismo regulador térmico do corpo e manifestar-se pela ausência de transpiração.

Geralmente ocorre em uma das seguintes situações: No individuo não adaptado ao trabalho em ambiente quente No obeso; Bebida alcoólica antes do trabalho (aumenta a vasodilatação cutânea) Roupa de trabalho inadequada não permitindo a evaporação do suor.

O aumento do metabolismo gerado pelo trabalho, a sobrecarga térmica do ambiente acrescido de fatores acima, leva o individuo a ganhar calor. Em seguida, a temperatura corpórea sem perda de calor. Se o mecanismo persiste, em pouco tempo a temperatura esta a 40ºC – 43º C que leva a desnaturação protéica e morte. O quadro clinico é de um individuo desorientado, com delírios, convulsões freqüentes, mas não obrigatórias, cessação da sudorese, ele quente e seca.O tratamento deve ser imediato com adoção de medidas de urgência para baixar a temperatura corpórea, como:

Imersão do paciente em banheira de água fria; Massagens nas áreas que tornaram-se frias para o retorno do sangue ; Temperatura a 39º - o tratamento pode ser interrompido, pois a este nível de temperatura, o organismo sozinho se encarrega de promover o abaixamento ainda necessário.

Tontura e desfalecimento

A )Por deficiência de sódio: ocorre em indivíduos não aclimatizados que perdem grande quantidade de sódio no suor ou naqueles que não tiverem reposição salina adequadas. O quadro clinico a nível muscular e de fraqueza, cansaço e cãibras. Ocorre anda náuseas, vômitos, cefaléia, irritabilidade, sincope e taquicardia. O individuo não ostra temperatura anormal e ano se queixa de sede. O tratamento consiste em afastá-lo do ambiente quente e repor adequadamente o sódio, seja por via oral,seja por via parenteral.B) Por Hipovolêmia: também conhecida com sincope de calor, ocorre em indivíduos não aclimatiza-dos. O trabalho muscular mais o alto débito do sangue para a pele diminuem a pressão sistêmica media levando ao acúmulo de sangue na periferia com conseqüente diminuição do retorno venoso e diminuição do debito cardíaco. O quadro clinico é igual ao desmaio comum: tonteiras, náuseas sudorese fria, palidez facial, respiração suspirosa, pulso lento e queda de pressão arterial.

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A temperatura da pele pode estar normal ou pouco aumentada. A recuperação é rápida, se o trabalhador deitar-se durante a crise ou sentar-se com a cabeça baixa.Reversão completa do quadro é complementada por repouso em ambiente frio.C) Por evaporação inadequada do suor: ocorre em indivíduos que estejam vestindo roupas impermeáveis à água ou que esteja trabalhando em ambientes úmidos ou sem ventilação. Os sintomas são de cansaço e pele quente que piorem com esforço físico e como conseqüência aparece taquipneia podendo ocorrer desfalecimento além de erupções cutâneas não pruriginosas. O tratamento deve ser a imediata remoção do individuo do ambiente quente.

DESIDRATAÇÃO AGUDA

Ocorre apenas quando a ingestão de água é insuficiente para compensar as perdas pela urina, pelo ar exposição e pelo suor. A perda de 5 a 8% do peso corpóreo causa diminuição da eficiência no trabalho, sinais de desconforto, sede, irritabilidade, sonolência, oliguria, pulso acelerado e temperatura elevada. A perda de 10% do volume é incompatível com o trabalho e a perda de 15% causa choque hipovolêmico. O tratamento consiste em remover o individuo para local frio e fazer a respiração hídrica, oral ou parenteral.

QUEIMADURAS

As queimaduras classificam de acordo com a profundidade dos danos sofridos pelos tecidos. A pele é formada extremamente pela epidêmia, que é a camada superficial não vascularizada, a derme que é mais profunda, revestida pela epidêmia e contém folículos piloto e as glândulas sudoríparas.

Embaixo da pele, na região subcutânea, existe uma malha de alimentos sanguíneos que alimentam os tecidos. Antigamente as queimaduras classificavam-se em: primeiro, segundo e terceiro graus com base principalmente nas características do ferimento. Mas recentemente as queimaduras foram classificadas conforme a profundidade: superficial, profunda e total.

Além das queimaduras térmicas outras podem ocorrer, por exemplo, a queimadura causada pela eletricidade que produz danos térmicos danos térmicos e profundos: a queimadura química resultante do contato com produtos químicos.

GRAU DE QUEIMADURA PROFUNDIDADE OU ESPESSURA

REGIÃO CARACTERÍSTICAS

Primeiro Superficial Epidêmia Eritema (avermelhamento), dor; cicatrização

parcial em 5-10 dias.Segundo Profunda Derme superficial Bolha, dor,

cicatrização parcial entre 2 semanas a um mês, deixa cicatrizes.

Terceiro Total Subcutâneo, plano muscular e partes

ósseas.

Pele destruída, possível destruição subcutânea e tecido profundo totalmente

danificado, ausência de dor, período extenso de cicatrização, deixa

seqüelas.

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As fontes mais freqüentes de queimaduras de origem ocupacional produzindo pelo calor são:1) Corpos sólidos:a) Metais aquecidos;b) Resinas;c) Piche asfalto;d) Inúmeros outros agentes aquecidos que, em contato com a pele possam lesá-la.

2) Líquidos:a) Água quente;b) Gorduras;c) Óleos;

3) Gases: a) Ar aquecido;b) Vapores;

4) Material inflamável:a) Madeira;b) Petróleo e seus derivados;c) Álcool;d) Chama de maçarico, etc...

DISTÚRBIOS CUTÂNEOS.

Miliária – Ocorre redenção sudoral com obstruirão da glândula sudorípara em três níveis diferentes do tegumento. a) Sudamina ou miliária cristalina: ocorre obstrução na epiderme.b) Profunda, é muito pruriginosa e pode ser confundida com dermatite de contato. As lesões são micropápulas eritematosas que possua o ósteo folicular. Pode ocorrer hiperpirexia quando compromete grandes áreas corporais.c) Profunda: obstrução da glândula sudorípara na derme superficial. As lesões são pápulas de 1 a 3 mm de diâmetro lembrando urticária colinérgica. O prurido é menos intenso. O tratamento baseia-se em refrescar o paciente para reduzis a sudorese com compressas frias.d) As soluções de KMN04 a 1:40 e solução e Burow a 1:30 são úteis.

ERITEMA AB – Igne

É caracterizada por hiperemia reticulada, teleangectasia e melanodermia. Ocorre por exposição direta e prolongada do tegumento a uma fonte calórica moderna, porém insuficiente para produzir queimaduras. Pode ocorrer pelo uso freqüente de bolsa d’água quente ou exposição do abdômen ou das pernas a fonte calórica como fogões e lareiras.

Na área Ocupacional podem ocorrer nos sopradores de vidro, ferreiros, cozinheiros, padeiros e outros trabalhadores expostos em fontes térmicas.

INTERTIGO

Caracteriza-se por erupção cutânea macerada em áreas de atrito e que ocorre com maior atrito e que ocorre com maior freqüência em operários obesos e com sudorese excessiva. Compromete principalmente as regiões interdigital, auxiliar, crural e interfermural.

Pode ocorrer infecção secundária por monilia.

URTICÁRIA PELO CALOR

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Pode ser dois tipos: localizada e difusa.A localizada é rara e ocorre na área de contato com a fonte calórica.A forma difusa é a mais comum e é conhecida como urticária colinérgica. As lesões são esparsa, raramente confluem e compreendem pápulas de 1 a 2 mm de diâmetro circundadas por mácula eritematosa. O tratamento consiste em anti – histamínicos, evitar calor excessivo, emoção e exercício.

CATARATA

Pode ocorrer após alguns anos (exposição crônica) de exposição à radiação infravermelha. É praticamente o único efeito deletério próprio do calor sobre o organismo e não sobre respostas fisiológicas. EX. catarata dos vidreiros.

DISTURBIOS PSICONEURÓTICOS

O trabalho em ambientes quentes são acompanhados de desconforto, perda de motivação para o trabalho e diminuição da eficiência, mesmo que este não seja qualificado.

No trabalho qualificado, a velocidade da tarefa diminui, ocorre perda da precisão e da continuidade além da diminuição da vigilância e aumenta da incidência de acidentes, tornando este ambiente impróprio para o trabalho mental e favorecido a descompensação de indivíduos que estejam em estado limítrofe de saúde mental.

A freqüência e a intensidade desses sintomas variam de indivíduos, porém variam principalmente com o tempo que esta exposição à agressão térmica.

LEGISLAÇÃO

Anexo nº 3 da Norma Regulamentadora nº 15, aprovada pela Portaria nº 3.214 de 8 de junho de 1978.

RADIAÇÕES IONIZANTES

CONCEITO

As radiações são uma forma de energia que se transmite pelo espaço através de ondas eletromagnéticas ou, em alguns casos, corpuscular.

TIPOS DE RAZÃO

Radiações ionizantes – ao atingir um átomo, a radiação tem capacidade para dividi-lo em duas parcelas eletricamente carregadas, chamadas de “pariônico”. As principais radiações ionizantes são: raios-x, raios gama, partículas alfa, partículas beta e nêutrons.

Radiações não ionizantes – ao atingir um átomo possui energia suficiente para ionizá-lo, apenas excita-o através do aumento de sua interna.

CLASSIFICAÇÃO DAS RADIAÇÕES IONIZANTES

Radiações ionizantes corpusculares – raios alfa e beta.Radiações ionizantes eletromagnéticas – raios gama.

APLICAÇÕES DAS RADIOATIVIDADES NOS DIAS ATUAIS

Radiologia e gamagrafia – método não destruído para detectar descontinuidades da matéria;

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São utilizadas para inspecionar qualidades de solda em tubulações, navios, componentes de avião etc... Medição de espessura, densidade e nível de matérias – é freqüentemente utilizado para medir níveis de líquidos dentro de recipientes fechados; Detecção de vazamento de líquidos ou gases; Medição de níveis de desgaste em equipamentos rotativos; Conservação de alimentos – na indústria alimentícia a radiação é utilizada para evitar que certas raízes ou tubérculos (cebolas, batatas) brotem durante o armazenamento, para eliminar insetos dos grãos e para preservar alimentos, destruindo as bactérias; Diagnósticos de doenças; Radioterapia; Alimentação de marca-passo; Aplicação sobre poluição atmosférica; Colocação de cristais; Datação de peças arqueólogas; Fabricação de armas nucleares; Produção de energia elétrica.

UNIDADE DE MEDIDA DAS RADIAÇÕES

Exposição: quantidade de radiação que produz uma determinada ionização, unidade de medida – Roentgen.

RADIAÇÃO INTERNA

É produzida por uma radiação que se depositou no interior do organismo, seja por ingestão, inalação ou absorção através da pele. A presença dessa fonte no organismo é extremamente perigosa, pois uma exposição continua até que a desintegração cesse ou a fonte seja eliminada do organismo.

TIPOS DE EXPOSIÇÃO

Aguda – doses maciças em um tempo de exposição curto. Crônica – doses baixas em um tempo de exposição longo.

EXPOSIÇÃO AGUDA

Síndrome da radiação aguda – irradiação do corpo toda ordem de 500 a 2.000 rads enviadas em um curto período de tempo acarreta destruição tissular e morte em até uma semana. Dividi-se em quatro estágios: Primeiro estágio – curto período de latência de algumas horas em que não observa nenhum efeito nocivo. Segundo estágio – náuseas e vômitos que desaparecem dentro de 24 horas seguidos de um período de sintomas menores incluindo indisposição, anorexia, diarréias, sede, lentidão. Terceiro estágio – comparativo bem-estar, embora possam persistir anorexia e indisposição e pode haver febre baixa. Quarto estágio – náuseas e vômitos que desaparecem dentro de 24 horas seguidos de um período de sintomas menores incluindo indisposição, anorexia e podendo haver febre baixa. Quinto estágio (final) – Após cerca de 3 semanas ocorre súbita queda de cabelos (sinal de mal prognóstico) seguida de indisposição crescente, dores de garganta e na boca profunda trombocitopenia e leucopenia, causando purpúricas epistaxes e diarréia sanguinolenta. O sangramento devastador é a causa da morte do paciente. Se houver recuperação as células de

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medidas óssea e da mucosa gastrointestinal se regeneram e durante esse tempo são necessárias transfusões de sangue e plaquetas, alimentação parenteral e antibioticoterapia rápida e adequada. Irradiação aguda local – hipermia acentuada com lesão e necrose da pele (dores elevadas).

EXPOSIÇÕES CRÔNICAS

Alterações distúrbios da pele (degeneração carcinomatosa), alteração dos órgãos hematopoiéticos (leucemia) e alteração das gônadas (esterilidade e alterações genéticas).

Câncer de pele – há uma marcante incidência de câncer de pele radiologistas e mineiros de urânio. O período de latência varia inversamente com a dose e depende do tempo de exposição. Entre as fontes industriais de radiação. Incluem-se as operação com solda, produção de germicidas e processo de impressão. Câncer de pulmão – ocorre especialmente em radiologistas e empregados da indústria. Leucemia – dois principais fatores têm sido considerados como indutores de leucemia para os seres humanos, a radiação ionizante (mais conclusiva) e o benzeno. A variedade leucêmica mielógena é a que ocorre tanto na leucemia aguda quanto na crônica. Esterilidade – altas doses de radiação ionizante prejudicam a função testicular, causam esterilidade em mulheres e podem induzir a menopausa. A esterilidade masculina não está relacionada com a impotência ou desinteresse sexual, mas apenas com a sua capacidade de procriação. Imunodeficiência – a medula óssea possui alto grau de produtividade, baixa especialização e é muito radiosencível (Lei de Brogane e Tribondeau). O tempo de latência para o efeito biológico é inversamente proporcional à dose. A radiação promove danos ao DNA, inibição da divisão celular e formação de radicais livres com seus efeitos biológicos. Tempo médio de vida – parte dos danos resultantes de uma exposição à radiação com doses superiores à dose máxima permissível não é reparado, ocasionando uma redução média de vida proporcional à do total acumulado. É um dos efeitos tardios esperados na radiação.

LEGISLAÇÃO

Anexo nº. 5 da Norma Regulamentadora nº. 15 e Quadro II da Norma Regulamentadora nº. 7, ambas da Portaria nº. 4, de 11.04.94, da Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho (SSST – do MTB).

FRIO

CONSIDERAÇÕES GERAIS.

As ações divididas pela ação do frio atingem principalmente o tegumento e compreendem manifestações diversas nas extremidades e áreas salientes do corpo tais como: face, pavilhão, região mentoniana e joelhos.

PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES DERMATOLÓGICAS:

- Eritema pérnio- Frostbite- Fenômeno de Rainaud- Pé de imersão - Urticária pelo frio

ERITEME PÉRNIO

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Conceito – lesões eritematosas ou arroxeadas nas extremidades dos membros, que na fase inicial desaparecem à vitropressão.

Sinais e sintomas – queimação e prurido local, aparecimento de bolhas, ulcerações rasas, descamação à posterior, lesões da face, orelhas e nádegas.

Prevenção – roupas adequadas no frio, proteção de mãos e pés com luvas e meias especiais e botas apropriadas.

- Lavar as mãos e pés com água morna.- Evitar contato com água fria em ambientes frios.

FROSTBITE

São lesões que atingem predominantemente as extremidades, ocorrendo devido à intensa vasoconstrição e a deposição de microcristais nos tecidos quando a região exposta entra em contato com temperaturas que variam entre – 2º C ou mais.

CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A GRAVIDADE DAS LESÕES

1º Grau – lesões com hiperemia e edema.2º Grau - lesões com hiperemia, edema ou subcutâneo.3º Grau – lesões.

CUIDADOS

- Reaquecer as áreas em água morna (40 – 42 C) até a normalização do leito ungueal.

FENÔMENO DE RAYNAUD

Resposta colorida trifásica (palidez – cianose – rubor) à sensibilidade ao frio ou a estímulos emocionais. O elemento mais importante do ponto de vista diagnóstico é a palidez da qual os dedos se tornam completamente brancos. Este fenômeno faz parte de um quadro clínico de uma grande variedade de doenças, especialmente doença arterial crônica (tromboageite oblite-rante), doença do colágeno (LES, esclerodermia) exposição profissional a instrumento de vibração, envelhecimento com chumbo e arsênio, ingestão de drogas (ergotamina e popranolo), distúrbios hematológicos (criglobulinemia), bilaterais do plexo pranquial, seqüelas tardias de lesão bilateral pelo frio, hipertensão pulmonar primária e carcinoma oculto.

OCORRÊNCIA OCUPACIONAL

Operadores de martelete pneumático, tipistas, pianistas, e na industrialização do leite.

TRATAMENTO

Proteção do trabalhador contra o frio e o estresse emocional, evitar o fumo por sua ação vasoconstritora (indicada nas formas mais graves).

PÉ DE IMERSÃO

Ocorre em trabalhadores expostos a água fria ou em ambientes úmidos em longos períodos e sem proteção adequada.

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SINAIS E SINTOMAS

Pés frios, adormecidos, azulados, sem pulso e, às vezes, com tegumento macerado, suscetíveis de complicação por complicação pela isquemia tecidual.

TRATAMENTO

Vide tratamento do Frostibe.

URTICÁRIA PELO FRIO

É uma dermatose pouco comum que ocorre em trabalhadores em contato com objetos frios ou congelados.

DIAGNÓSTICO

O teste com cubo de gelo, por alguns segundos até três minutos, sobre a área afetada, pode ser positivo na detecção da lesão.

ATIVIDADES OCUPACIONAIS

Distribuidores de gelo, operadores em câmaras frigoríficas, operacionais me sorveteria, entregadores de bloco de gelo, servente de limpeza.

TRABALHO AGRÍCOLA E FRIO

O vento, a chuva, a geada e a unidade elevada do ar aumentam o frio em regiões temperadas, principalmente em regiões sulinas, e com isso aumentam o número de infecções das vias aéreas superiores, gripes, resfriados, faringites, dores articulares e, em alguns casos, pneumonias. Ocorrem em pessoas debilitadas (com baixa da resistência orgânica), sendo os idosos e as crianças os mais vulneráveis, principalmente os migrantes de regiões mais quentes sem a necessária aclimação.

PREVENÇÃO

Alimentação hipercalórica, roupas adequadas ao frio e a chuva, trabalho em ambientes protegidos durante o período de chuva, pois contribuem para a diminuição de riscos provenientes dos raios e faíscas elétricas: evitar abrigo em árvores isoladas e nas proximidades de cercas elétricas ou de arames; colocação correta do abrigo ou casas com pára-raios.

LEGISLAÇÃO

Anexo 9º da Norma Regulamentadora nº. 15, aprovada pela Portaria nº. 3.214/78, do Ministério do Trabalho.

VIBRAÇÕES

FORMAS

Vibração de corpo total – ex. tratores.Vibração localizada (mãos e braços) – ex. serras elétricas.

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VIBRAÇAO DE CORPO TOTAL.

A vibração elevada em nível elevado, entre 5 e 11 Hz, acarreta ressonância do corpo. Ficam expostos a vibração desta potência especialmente motoristas de ônibus, caminhão, trator e pilotos de avião e helicóptero, transmitidas a eles geralmente pelos assentos dos veículos. Importante: O risco potencial de sofrer lesões músculo-esqueléticas por vibrações em todo corpo é maior em pessoas jovens, que ainda não têm o sistema ósseo suficientemente consolidado para suportar toda a sobrecarga mecânica.

Efeitos.

a)Agudos – sensação de desconforto, queda de produtividade.b)Crônicos – dor lombar e torácica, degeneração precoce dos discos intravertebrais, hérnia de disco lombar e lesão do sistema nervoso periférico.

Vibração localizada.É transmitida especialmente às mãos e braços por serras elétricas e outros equipamentos

vibratórios.

Patologias.Osteoarticulares – artrose do cotovelo, osteonecrose do escafóide carpeano, lesão do osso

semilunar (doença de kohler).

Angioneuróticas – Ocorrem principalmente nas mãos e possui componente subjetivo de difícil avaliação clínica, como alteração de sensibilidade (parestesia – “formigamento”), isquemia dos dedos e cianose com recuperação dolorosa.

As evidências de comprometimentos de funções sexuais e reprodutivas (infertilidade, abortamento espontâneo, malformação genética) não são definitivas.

Trabalhadores expostos a vibrações de alta freqüência.TIPO DE MÁQUINA ATIVIDADE EXERCIDA / TIPO DE TRABALHO

Furadeiras elétricas manuais Indústria metalúrgica e mecânica, instaladoresMotosserras Indústria extrativa madeireira

Furadeiras pneumáticas Reparação de vias públicas, demolições, construção de túneis e estradas, extração de mármore.

SINAIS E SINTOMAS

Estágio inicial – “formigamento” que evolui para o torpor e a insensibilidade dos dedos.

Exposição contínua – branqueamento dos dedos que pode ocorre quando são tocados objetos frios. Nos casos mais graves, esse branqueamento surge por exposição do corpo a ambientes frios. O branqueamento também pode ocorrer durante o repouso, e este quadro persiste por 10 a 40 minutos, com perda da sensibilidade e dor, quando a circulação é restaurada. Além das perturbações circulatórias nas exposições e vibrações mão-braço, há lesões diretas dos nervos periféricos músculos, ossos e articulações. Em geral as duas mãos são afetadas, mas o comportamento dos polegares só ocorre em casos muito graves.

Estágio final – surgem alterações cutâneas, os dedos se tornam duros e dolorosos e perdem a habilidade pela falta de sensação tátil.

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DIAGNÓSTICO

História ocupacional – exposição habitual com máquinas que produzem vibração de alta freqüência.

Sinais – alteração da cor dos dedos afetados quando expostos ao frio (teste: mergulhar a mão em água fria – 4 a 10º C). O vasoespasmo é reversível (após o teste com água fria há o retorno à cor anterior). Nos casos clínicos mais avançados pode-se perceber a alteração na cor dos dedos mais afetados mesmo sem o teste com água fria.

PREVENÇÃO

Melhoria dos equipamentos com redução da intensidade das vibrações por segundo (essa providência causa mais sensível redução dos sintomas); Estabelecimento de períodos de repouso e rotatividade exposições contínuas e prolongadas; Evitar, através do exame admissional, que trabalhadores com quadro clínico de Doença de Raynaud, lúpus, esclerodermia e dermatomiosite exerçam essa atividade; Detecção precoce de lesões iniciais (“formigamento” adormecimento ou palidez em um ou dois dedos no inverno. Com a progressão, todos os dedos são envolvidos e os episódios de empalidecimento ocorrem tanto em estações frias como quentes) e adoção de escala de revezamento no posto de trabalho.

Importante: O fato de progredir a afecção mesmo com a mudança de atividade sugere que o dano sofrido é permanente.

TRATAMENTO

Não há tratamento eficiente para a doença DBV. A recuperação pode ser obtida espontaneamente após alguns meses ou até um ano quando os trabalhos com o equipamento vibratório são interrompidos em uma precoce da doença. Se ao contrário os trabalhadores são continuados, a doença pode progredir e alcançar um quadro muito grave.

PROGNÓSTICO

A doença DBV causa poucos distúrbios funcionais, mas os casos mais graves podem ocasionar a perda dos dedos atingidos.

LEGISLAÇÃO

Anexo 8º da Norma Regulamentadora nº. 15, aprovada pela Portaria nº. 3.214/78, do Ministério do Trabalho (limites de tolerância definidos pela Organização Internacional para Normalização (ISO) em suas normas ISO 2631 limites de tolerância para vibração de corpo total – ISO / DIS 5349 – limites de tolerância para vibração localizada – ou seus substitutos. DOENÇAS VASCULARES.

VARIZES DOS MEMBROS INFERIORES

CONCEITO

As veias varicosas são superficiais tortuosos e dilatados, cuja válvula se apresenta incompetentes.Os sistemas da grande e da pequena safena são mais comumente comprometidos, porém os ramos

secundários do sistema superficial também sofrem dilatação. As varizes aparecem com mais freqüência após os 20 anos, porém, nas mulheres, muitas vezes se desenvolvem na puberdade,

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durante a gravidez e no começo da menopausa, nos homens, ocorre uma distribuição crescente dos sintomas nas décadas acima de 70 anos.

A sua etiologia permanece obscura, mas sabe-se que elas sofrem um agravamento por fatores hormonais (na mulher), aumento da infra-abdominal e, em raros casos, por fístulas arteriovenosas. Os fatores hereditários também são importantes, mas ainda não bem estudados.

As varizes se desenvolvem quando:

As válvulas das veias superficiais da extremidade inferior se tornam insuficientes permitindo dessa forma retrógrado no sistema venoso interno e externo.

O refluxo ocorre tanto através de função safeno-femural, da junção das pequenas veias superficiais com a circulação profunda poplíteas como das veias comunicantes – perfurantes que se juntam às veias superficiais com a circulação profunda em vários níveis da perna e coxa.

Como conseqüência destas alterações ocorre distensão dos vasos superficiais que aumentam e se tornam tortuosos.

Tipo de varizes: primárias e secundárias.

Primárias: conhecidas como idiopáticas ou essenciais, não tem causa bem definida, porém com vários fatores predisponentes ou desencadeantes para explicá-las.

Fatores predisponentes: hereditariedade, malformação congênita na construção de veia e de outros tecidos mesodérmicos, vícios plantares, ausência de defeito de inflamação da válvula ostial da safena interna, persistência anormal de anastomose arteriovenosa congênitas e incidência familiar elevada.

Fatores desencadeantes: idade, profissão e gestantes.

Como o envelhecimento do indivíduo há perda de tônus da parede e das válvulas da veia. Durante a gestação, nos três primeiros meses, há predisposição às varizes pelo aumento do fluxo sanguíneo nas veias ilíacas internas que dificulta o retorno do sangue proveniente da veia ilíaca externa. O aumento do volume do útero grávido no segundo e terceiro trimestre, pode levar a compressão do sistema venoso pélvico, dificultando o retorno dos membros inferiores que se tornam varicosos. Além destes, o fator hormonal, representado pela progesterona, age produzindo relaxamento da musculatura lisa da veia, tornando-a dilatada e varicosa.

Indivíduos cuja ocupação exige permanente na posição ereta (professor, cabeleireiro, sentinela, odontólogo, cirurgião, artesão) e os que sofrem de maneira constante a presa abdominal (estivadores, trabalhadores braçais e levantadores de peso), têm maior predisposição a apresentar varizes e suas complicações.

Sinais e sintomas

Sintomas:

Não existe correlação entre, o volume das varizes intensidade dos sintomas e sinais, que estão estritamente relacionados com o número de veias perfurantes – comunicantes insuficientes. Os pacientes podem apresentar-se com varizes volumosas e assintomáticas, pequenas varizes e muito sintomáticas ou ainda varizes muitas varizes e sintomáticos.

Pode haver uma sensação dolorosa, fadigabilidade facial no membro afetado, particularmente ao fim de um dia de atividades físicas envolvendo posição de pé prolongada.

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O paciente também pode experimentar cãibras noturnas e dos quadros presente é difusa, aumenta com o decorrer do dia calor e ortotatismo prolongado. Nos pacientes do sexo feminino, há piora dos sintomas no período pré e transmestrual, durante a gestação e uso de anticoncepcional oral. A dor e o desconforto melhoram com o repouso, principalmente no período noturno.

Sinais:

Veias superficiais dilatadas, proeminentes e tortuosas nas pernas e coxa. Nas veias primárias, as veias dilatadas tendem a acompanhar o trajeto das veias safenas internas e externas. Nas varizes secundárias, o trajeto é anárquico, comprometendo o sistema superficial, profundo e perfurante – comunicante. As telangectais são capilares ou cânulas intradérmicas dilatadas, mais importantes pelas alterações estéticas do que funcionais. São mais freqüentes nas mulheres, localizam-se preferencialmente nas coxas e parecem aumentar ou serem desencadeadas por gravidez e uso de anticoncepcional hormonal. Geralmente são assintomáticos e sensíveis ao tratamento esclerosante. Os sinais estão na dependência do grau de estase venosa trófico dos tecidos. Assimetria dos membros inferiores por edema (sugestivo de seqüência de trombose venosa profunda aguda – TVPA); Celulite; Eczema; Dermatofriose; Hiperpigmentação (colocação acastanhada da pele); Hiperhidrose; Ulcerações;

Complicações:

Trombose – as veias dos membros inferiores podem trobosar, caracterizando a varicotromflebite superficial que requer cuidados especiais para evitar o tromboembolismo pulmonar.

Ulceração - a úlcera é uma das complicações mais graves e é o fator de desajuste, causa absenteísmo, constrangimento segregação social. É decorrente de estase venenosa, que por varizes primárias ou secundárias, tem localização preferencial no terço inferior da face medial de perna, acima do maléolo medial, podemos atingir a face e até circular a perna. Seus bordos são nítidos, podem crescer em profundidade, infectar-se, tornando-se dolorosa e incapacitante. Geralmente é circulada por eczema, hiperpigmentação, dermatofibrose e podem apresentar crises de linfangite erisipela.O carcionama epidermóide – conhecido como úlcera de marjolin, é um complicação importante de úlcera quando esta tem duração de muitos anos e até décadas. Varicorragia – Complicação freqüente, que além da perda sanguínea, evolui infecção e ulceração.

TRATAMENTO

O tratamento ideal das varizes de membros inferiores é cirúrgico, os pacientes portadores de varizes primárias e suas complicações foram curados após a cirurgia, que consiste na safenectomia interna e externa quando insuficiente, associada a resseção das veias comunicantes previamente identificadas.

A conduta terapêutica da varicorragia consiste no curativo compressivo, acompanhado de elevação dos membros inferiores.

O tratamento clínico é paliativo e está indicando na impossibilidade cirúrgica, como na presença de doenças graves incapacitantes, neoplasia, cardiopatia, e gestação. Consiste em indicar o uso de

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meia elástica , flebotrópicos e o repouso em posição de trendelemburg, para diminuir a hipertensão venosa e aliviar os sintomas.

ASMA OCUPACIONAL

CONCEITO

É todo quadro de asma ou bronco contrição desencadeado por um agente extrínseco oroveniente do trabalho as formas de poeiras, fungos, gases ou vapores.

CAUSAS DA ASMA

Muitos agentes no ambiente de trabalho podem causar asma e este número vem aumentando com a introdução de novos materiais na indústria – até 1980 o número excedia 200.

Agentes que causam a asma ocupacional.

a) Grãos, farinha, plantas: farinha de trigo, pó de café, grãos de mamona e óleo, poeiras da folha do fumo, lã, algodão, linho, junta, sisal;b) Insetos, produtos animais, fungos e outros: gafanhotos, barata, bicho-da-seda, roedores, proteínas de aves, camarões, ostras, fungos, águas contaminadas (amebas e outros);c) Madeira: cedro, cedro vermelho, carvalho, mogno, 40ngelim, canela e peroba;d) Metais, produtos químicos e corantes: sais de platina, vanadium, cobalto, sulfato de níquel, formaldeídos, formol, ácido tânico, anidrio ftálico, vapores de PVC;e) Perfulfatos;f) Drogas, enzimas: psilium, metildopa, salbultamos, piperazina, pelicilina, tetracidina, bacilus, subtílis, tripsina, bromelina, papaína;g) Isocianatos: TDI (dissocianato de difennimetalina); NDI (dissocianato de naftaleno).

TIPOS DE ASMA

1. Imediato: quando o broncoespasmo se desenvolve minutos após a exposição, no máximo 20 minutos, voltando ao normal após 2 horas;2. Não imediato ou tardio: quando o broncoespasmos se desenvolve várias horas após a exposição. Voltando ao normal 24 horas depois;3. Dual ou combinada: quando ocorre a reação imediata e tardia.

A reação alérgica pode não ocorrer na primeira exposição. O intervalo de latência, durante o qual se desenvolve a sensibilização, varia de poucas semanas à vários anos.

Existem alguns padrões de ração asmática determinados pelo efeito cumulativo da exposição:

1. Progressiva deterioração durante os dias da semana.

EX. O Peack Flow fica normal nos dias de repouso (final de semana), ao retornar ao trabalho no início da semana e, em contato com os poluentes, vai havendo uma lenta queda no Peack Flow de segunda a sexta-feira.

2. O efeito acumulativo da exposição não dá tempo para a recuperação da exposição pulmonar.

EX. No domingo o Peack Flow ainda é baixo, na segunda o Peack Flow pode estar um pouco mais alto, porém vai reduzindo progressivamente durante a semana.

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3. Efeito acumulativo, provocando o uma fixação da broncoconstrição (o “Peack Flow” permanece baixo no dia da exposição, como nos dias de repouso).

DIAGNÓSTICO

É necessário estabelecer uma relação entre asma e atividade profissional;

Realização de provas da função pulmonar;A realização de teste de broncoprovocação;

Teste de broncoprovocação específico;

Testes de broncoprovocação não específico: tem-se:

FATORES PREDIPONENTES

1. Atópicos: desenvolvem mais rapidamente uma sensibilidade aos agentes de exposição. É importante a história clínica, a realização de testes cutâneos e dosagem de ICE.2. Tabagismo: o hábito de fumar como fator determinante de maior sensibilização à asma ocupacional tem apresentado estudos contraditórios. Existem poucas evidências, até o momento em que o tabagismo aumenta a predisposição da asma ocupacional.3. Hiperatividade brônquica não específica: os pacientes que apresentam uma hiperatividade brônquica não têm uma predisposição ao desenvolvimento de asma ocupacional.

PROGNÓSTICO

Depende do diagnóstico e tratamento precoce.

PREVENÇÃO E TRATAMENTO – CONTROLE EFICIENTE NA ADMISSÃO DE TRABALHADORES.

a)Identificação dos trabalhadores sensíveis.b)Proteção individual.c)Exame periódico de revisão.

BIBLIOGRAFIA:

Guia de Enfermagem do trabalho : Sacramento;Maria Titã

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