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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
SAULO TAVARES DA SILVA
MÍDIAS SOCIAIS E SUAS INFLUÊNCIAS NO
COMPORTAMENTO E DECISÃO DE COMPRA DE
VEÍCULOS: UM ESTUDO NA PERCEPÇÃO DE
NATALENSES DA GERAÇÃO Z
Natal
2021
SAULO TAVARES DA SILVA
MÍDIAS SOCIAIS E SUAS INFLUÊNCIAS NO
COMPORTAMENTO E DECISÃO DE COMPRA DE
VEÍCULOS: UM ESTUDO NA PERCEPÇÃO DE
NATALENSES DA GERAÇÃO Z
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Coordenação do curso de Graduação em Administração da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como
requisito para a obtenção do título de Bacharel em
Administração.
Orientadora: Prof.ª. Dra. Maria Valéria Pereira de Araújo.
Natal
2021
Silva, Saulo Tavares da. Mídias sociais e suas influências no comportamento e decisãode compra de veículos: um estudo na percepção de natalenses dageração Z / Saulo Tavares da Silva. - 2021. 53f.: il.
Monografia (Graduação em Administração) - Departamento deCiências Administrativas, Centro de Ciências Sociais Aplicadas,Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021. Orientadora: Profa. Dra. Maria Valéria Pereira de Araújo.
1. Administração - Monografia. 2. Processo de decisão decompra - Veículos - Monografia. 3. Comportamento do consumidor -Monografia. 4. Geração Z - Monografia. 5. Mídias sociais -Monografia. I. Araújo, Maria Valéria Pereira de. II. Título.
RN/UF/CCSA CDU 658.8
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRNSistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA
Elaborado por Shirley de Carvalho Guedes - CRB-15/440
SAULO TAVARES DA SILVA
MÍDIAS SOCIAIS E SUAS INFLUÊNCIAS NO
COMPORTAMENTO E DECISÃO DE COMPRA DE
VEÍCULOS: UM ESTUDO NA PERCEPÇÃO DE
NATALENSES DA GERAÇÃO Z
Monografia apresentada e aprovada em ___ de
abril de 2021 pela Banca Examinadora
composta pelos seguintes membros:
_________________________________________________
Prof.ª. Dra. Maria Valéria de Araújo
Orientadora
_________________________________________________
Prof.ª Dra. Mabel Simone de Araújo Bezerra Guardia
Banca examinadora
_________________________________________________
Prof. Dr. Max Leandro de Araújo Brito
Banca examinadora
AGRADECIMENTOS
Agradeço, em primeiro lugar, a Deus, por ter me dado forças para continuar nessa
jornada durante todos esses anos, desde que entrei na UFRN. Por ter me acolhido todas as vezes
em que pensei em desistir.
Aos meus pais, Irapuan Alves e Maria Lúcia Gurgel, meu agradecimento por toda
a educação que me deram e que me levou até onde eu estou hoje. Por toda a ajuda que vocês
me ofereceram, todo o suporte e todo o ensinamento dado. Vocês são meus exemplos de vida
e minhas inspirações.
Aos meus amigos Arthur Melo, Beatriz Alecrim, Douglas Nunes, Guilherme Farias,
Isabel Sousa, João Victor Villas-Boas, Juan Henrique e Matheus Fernandes, por terem me
apoiado em cada decisão tomada e por me darem suporte durante todos esses anos. Vocês me
encorajaram a continuar e me incentivaram em cada sonho que eu tinha. Cada um de vocês
impactou minha vida de uma maneira diferente e para sempre estarão marcados em mim.
Às minhas amigas e colegas de curso, Karol Santiago e Júlia Mariá por todo o apoio
durante o curso. A faculdade não teria sido a mesma sem vocês. Por todos os trabalhos feitos,
todas as apresentações realizadas, todas as conversas nos corredores da UFRN. Obrigado por
formarem o grupo mais unido que poderia ter. Espero que essa não seja a última vez e que
possamos nos encontrar muitas vezes ainda. Para sempre, Banana e Pinguins.
À todas as minhas chefes em meu estágio na SETHAS, Gilma Bezerra, Olga Aguiar
e Valescka Gressianne e meus colegas de trabalho, Alexandre Ronyson, Emily Rocha, Janaína
Bulhões, Larissa Silva, Lorena Leite e Maria Aline, que me auxiliaram a crescer
profissionalmente e que se tornaram grandes amigos, por todos os aprendizados e oportunidades
que me deram.
À minha professora orientadora Valéria, por todo o ensinamento que compartilhou
comigo, por ter auxiliado a tornar esse trabalho real e ter me guiado nesse caminho.
RESUMO
Com a ampliação do uso da internet e o surgimento das mídias sociais, como YouTube e
WhatsApp, foi possível encurtar distâncias e tornar realidade uma troca instantânea de
informações, como opiniões acerca de um produto ou serviço. Deste modo, o presente estudo
tem como objetivo analisar e compreender como as mídias sociais podem influenciar no
processo de tomada de decisão para a aquisição de veículos por jovens da geração Z. Diante
das mudanças nas gerações, com o público da geração Z sendo mais integrado às novidades
tecnológicas, por terem nascido durante a expansão da Internet, como isso pode impactar nas
decisões de compra. Para isso, realizou-se uma pesquisa exploratória com um grupo focal, onde
aplicou-se um roteiro semiestruturado, com uma abordagem qualitativa. Após a realização da
entrevista, analisou-se os resultados, e, constatou-se que, apesar de utilizarem as mídias sociais
e a internet em seu cotidiano, a maioria dos jovens, no ato de realizarem compras de alto valor
agregado, como veículos, ainda se baseiam em opiniões de pessoas do convívio social, como
amigos e parentes. No entanto, são mais abertos a pesquisar na internet as opiniões de outros
proprietários, a fim de comparar os resultados. Ademais, os jovens se preocupam com o custo-
benefício do produto adquirido, com o intuito de se sentir satisfeito na compra.
Palavras-chave: Veículos. Comportamento do consumidor. Geração Z. Processo de tomada de
decisão de compra. Mídias sociais.
ABSTRACT
With the expansion of internet use and the coming of social media, such as YouTube and
WhatsApp, it was possible to shorten distances and make quick real-in-time information
exchange, such as opinions about a product or service. Thus, this study aims to analyze and
understand how social media can influence the decision-making process for acquisition of
vehicles by Generation Z public. In face of generational change, since Generation Z is more
integrated with tech innovations, for being born during the Internet's expansion, how it can
impact the buying decisions. To make this, an exploratory research was made with a focus
group, where a semi structured script was applied to, with a qualitative approach. After
conducting the interview, the results were analyzed, and it was found that, despite using the
internet and social media in their daily lives, most young people, in the act of making high
added value purchases, for example, vehicles, they still base their opinions on people from
social life, as friends and relatives. However, they’re more open to online research for the
opinions of other owners, to compare results. In addition, young people are concerned by the
cost-benefit of the purchased product, to feel satisfied with the purchase.
Key words: Vehicles. Consumer behavior. Generation Z. Decision-making process. Social
media.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Pirâmide das Necessidades de Maslow…………………………………………….16
Figura 2: Os 4 Ps do Marketing…………………………………………….………………...23
Figura 3: Os 8 Ps do Marketing Digital…………………………………………….………...25
Figura 4: Gráfico com dados do ano de nascimento dos entrevistados………………………34
Figura 5: Gráfico com dados da escolaridade dos entrevistados……………………………..34
Figura 6: Gráfico com dados das profissões dos entrevistados……………………………....35
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Os 8 Ps do Marketing Digital……………………………………………………...23
Quadro 2: As Gerações………………………………………………………………………..27
Quadro 3: A Geração Z……………………………………………………………………….28
SUMÁRIO
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................................... 10
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ............................................................... 11
1.2. OBJETIVOS ................................................................................................................. 12
1.2.1. Objetivo Geral .................................................................................................... 12
1.2.2. Objetivos Específicos ......................................................................................... 12
1.3. JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 12
1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................. 13
2. REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................................... 14
2.1. Marketing ..................................................................................................................... 14
2.1.1. Comportamento do consumidor ......................................................................... 15
2.1.1.1. Fatores influenciadores ............................................................................... 17
2.1.2. O processo de decisão de compra ....................................................................... 18
2.2. Marketing digital .......................................................................................................... 21
2.2.1. Redes sociais e mídias sociais ............................................................................ 25
2.3. Gerações ....................................................................................................................... 26
2.3.1. Geração Z ........................................................................................................... 28
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................. 30
3.1. TIPO DE ESTUDO ...................................................................................................... 30
3.2. SUJEITOS DE PESQUISA .......................................................................................... 30
3.3. COLETA DE DADOS ................................................................................................. 31
3.4. PLANO DE ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................... 32
4. ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................................. 33
4.1. Perfil dos Entrevistados ................................................................................................ 33
4.2. Processo de Aquisição .................................................................................................. 35
4.3. Principais Fatores Influenciadores................................................................................ 39
5. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 45
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 48
APÊNDICE ............................................................................................................................. 53
10
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Ao longo dos anos, o mercado automobilístico sofreu diversas modificações. Após
a abertura das fronteiras, permitindo a importação de produtos, o Brasil passou a receber
diversas marcas com propostas variadas e veículos com características diferentes dos presentes
no país até então. Ademais, a redução tributária para veículos com motores até 1000cm³ – os
populares 1.0 – possibilitou a criação de modelos mais acessíveis para a população, como o Fiat
Uno Mille, Volkswagen Gol 1000 e o Chevrolet Corsa 1.0, como explicado por Oliveira (2016).
Em ambos os casos, as pessoas passaram a possuir um leque maior de opções, assim como
maiores oportunidades de adquirir um carro.
A partir disso, as empresas precisaram se reinventar de modo a continuarem
atrativas aos olhos do público. Surgiram, então, modelos que exploravam a fatia de mercado
dos carros 1.0, aproveitando-se dos impostos reduzidos e fazendo uso de tecnologias até então
pouco utilizadas como turbocompressor e supercharger, a fim de dar mais potência aos
pequenos motores e manter o baixo preço, solução adotada até hoje, segundo Feldman (2018).
Enquanto isso, outras montadoras aproveitaram o crescimento da internet para vender seus
produtos de forma online, oferecendo descontos para os clientes que optassem por comprar seu
veículo pelo serviço.
A evolução da internet também atraiu as marcas para um novo público mais
conectado às tendências mundiais e exigente, assim como uma nova geração sem tanto interesse
em adquirir um carro particular. Segundo um estudo divulgado pela empresa de auditoria
Deloitte em 2018, pode-se levantar que 55% dos brasileiros indagam a real necessidade de ter
um automóvel privado e 62% dos jovens das gerações Y (nascidos entre 1978 e 1994) e Z
(nascidos a partir de 1995) acreditam ser dispensável possuir um veículo próprio.
A partir dessas informações, as montadoras passaram a investir em mídias sociais,
como as redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram etc.) e sites de vídeos, como o YouTube,
de maneira a atrair os consumidores, demonstrando o potencial de cada veículo e criando séries
especiais com foco em jovens, atendendo seus anseios. A presença de famosos em lançamentos
e em comerciais, aliada a parcerias com sites e criadores de conteúdo, é uma outra forma
encontrada para se aproximar daqueles que inicialmente podem não ter interesse em adquirir
um carro.
11
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA
O surgimento da internet tornou possível uma comunicação mais direta entre as
pessoas, assim como uma maior agilidade na troca de mensagens. Para Fontoura (2008), as
mídias sociais são tecnologias e práticas online usadas tanto por pessoas quanto por empresas
com a intenção de difundir conteúdos, permitindo que os usuários interajam instantaneamente
entre si e com o mundo. Desse modo, diversos sites, denominados redes sociais, foram criados,
como o Facebook, o Instagram e o Twitter.
Não demorou para que essa ferramenta passasse a ser utilizada como uma maneira
de apresentar e vender produtos. Deu-se, então, a criação de sites de venda como o
MercadoLivre e a OLX (OnLine eXchange), assim como serviços presentes dentro das redes
sociais, como o Facebook Marketplace e o Instagram Shopping. A partir desse momento, as
empresas conseguiram uma maneira eficientemente barata de conhecer seus clientes e construir
um relacionamento com eles, essencial para a construção de uma imagem forte da organização
(MADEIRA e GALLUCCI, 2009) e apresentar seus produtos para uma gama maior de usuários.
Com tantas evoluções no mercado, é indispensável que as instituições
compreendam o ambiente em que estão inseridas, interpretando os comportamentos de seus
consumidores de modo a permitir a criação de estratégias para realizar as necessidades dos
usuários, a fim de fidelizar a clientela e alcançar uma maior parcela de mercado.
O mercado automotivo é um dos que mais acompanhou a mudança para o digital,
através de lançamentos de veículos online, utilizando-se de influenciadores digitais e de mídias
sociais para atrair pessoas e expor as funcionalidades de um automóvel novo. Ademais, a
possibilidade de vendas por meio da internet, é um instrumento a ser considerado pela indústria,
dado a agilidade com que o processo é realizado, eliminando possíveis gargalos, como
atendimentos de baixa qualidade em concessionárias e tornando-se mais atrativo às pessoas.
Considerando, também, o fato de que os jovens da geração Z, nascidos em meados
da década de 90, cresceram durante a expansão da internet. Como explicado por Glasenapp e
Souza (2013 apud PHEULA; SOUZA, 2016), a geração Z é integrada às tecnologias,
absorvendo com maior rapidez as informações que recebem. Os jovens dessa geração estão
saindo da faculdade e começando a vida profissional, sendo um público-alvo novo para as
montadoras de automóveis e motocicletas.
12
Ante o exposto, esta pesquisa possui como problema o questionamento: como as
mídias sociais podem influenciar o comportamento e decisão de compra de veículos em
jovens natalenses da geração Z?
1.2. OBJETIVOS
Neste ponto serão elencados os objetivos gerais e específicos que servirão de norte
para o presente trabalho.
1.2.1. Objetivo Geral
Compreender a influência das mídias sociais no comportamento e decisão de
compra de veículos em jovens natalenses da geração Z.
1.2.2. Objetivos Específicos
a) Levantar a influência das mídias sociais no processo de compra de automóvel;
b) Compreender o comportamento dos consumidores quanto à aquisição de um veículo;
c) Entender a decisão de compra dos jovens da geração Z.
1.3. JUSTIFICATIVA
A revolução digital afetou a todos, desde um usuário comum até grandes indústrias.
A velocidade com que as informações são passadas de uma pessoa à outra pela internet auxiliou
o processo de globalização, assim como intensificou o acesso aos dados, facilitando o
compartilhamento de conhecimentos e opiniões. Tal situação é sentida diretamente na área
automobilística. A facilidade com que um indivíduo busca algo sobre um determinado veículo
na Internet pode decretar se ele irá ou não comprar aquele automóvel. Em consonância, o grande
aumento de oferta de modelos no mercado, tanto novos, seminovos e usados, faz com que uma
empresa tenha mais dificuldade de conquistar o cliente. Um exemplo que pode ser dado, até o
ano de 2011, o Brasil só possuía uma opção de SUV compacto, o EcoSport, veículo da
montadora Ford, que, durante muito tempo, foi considerada uma das “4 grandes”, junto a
13
Chevrolet, Fiat e Volkswagen, por venderem, e fabricarem no Brasil, há, no mínimo, 40 anos.
A partir desse ano, o mercado brasileiro recebeu dezenas de ofertas de veículos, como o Renault
Duster (o primeiro concorrente), o Jeep Renegade, Honda HR-V e, mais recentemente,
Volkswagen T-Cross e Chevrolet Tracker. Com essa abertura, de acordo com Borges (2020), o
pioneiro no segmento, o EcoSport, viu suas vendas caírem, saindo de líder de vendas para um
coadjuvante.
Com tantos modelos a serem considerados, o cliente passa a ser disputado pelas
marcas, onde cada venda conta. A internet passou a ser uma grande aliada para a venda de
automóveis, podendo não somente apresentar o produto através de sites, vídeos e revistas
online, como permitindo todo o processo de compra de maneira virtual, sem a necessidade de
um contato presencial com vendedores. Além das novas modalidades de aluguel de veículos,
onde o consumidor assina contratos de longa duração por um preço fixo, onde se encontram já
presentes taxas do DETRAN e o seguro automotivo.
Diante disso, esta pesquisa se mostra como de relevância perante a sociedade, visto
que estuda uma situação de tendência mundial, avalia o cenário mercadológico e explana como
o marketing digital pode ser utilizado para atrair consumidores das gerações Z. Além do mais,
os resultados obtidos com este estudo podem servir de base para auxiliar concessionárias em
seus planos de marketing e estratégia, bem como para futuros trabalhos acadêmicos.
1.4. ESTRUTURA DO TRABALHO
O presente trabalho se dará dividido em 5 seções. A primeira abordará a
contextualização do problema, assim como as considerações iniciais, os objetivos da pesquisa
e sua justificativa.
Na segunda seção, será apresentado o referencial teórico, no qual estarão presentes
todos os conceitos e conteúdos que servirão de fundamento para a execução do presente
trabalho. A terceira seção tratará da metodologia utilizada para a realização da pesquisa, assim
como para a análise dos dados.
A quarta seção terá como foco o estudo dos dados obtidos, observando todos os
detalhes a fim de alcançar todos os objetivos elencados na primeira seção. Na última parte do
trabalho, será apresentada a conclusão, expondo quais são as considerações finais da pesquisa.
14
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta seção serão apresentados os conceitos que servirão de embasamento teórico
para a realização deste trabalho, assim como para a realização das análises dos dados coletados.
2.1. Marketing
O marketing surgiu fundamentado em um estudo baseado em diversas ciências,
como filosofia, sociologia, psicologia, estatística, entre outras, possuindo como maior objetivo
conhecer o comportamento das pessoas e, a partir disso, satisfazer às necessidades e desejos de
cada uma (SHIMOYAMA; ZELA, 2002, p. 1). Ademais, de acordo com Shimoyama e Zela
(2002, p. 2), “o marketing é uma via de duas mãos entre o mercado e as organizações”, onde,
ao buscar no mercado os desejos e necessidades dos clientes, recebe em troca as informações,
passando a poder ofertar os produtos e serviços de acordo com o desejado pelos consumidores,
possuindo como retorno recursos financeiros e a satisfação dos usuários. Esses conceitos se
assemelham ao de Gabriel (2010, p. 28),
O marketing é dirigido para satisfazer necessidades e desejos humanos e, dessa forma,
precisa levar em consideração o público-alvo antes de tudo, conhecendo-o para poder
satisfazê-lo. (...) já coloca o público-alvo no centro de qualquer ação de marketing, e
conhecê-lo é condição sine qua non para estratégias de sucesso. Se o comportamento
do público-alvo muda, as estratégias de marketing também precisam mudar.
De acordo com Schultz (2000 apud Boyett; Boyett, 2003, p. 3) o marketing é a
interação e comunicação satisfatória com consumidores, além da construção de relações com
públicos que possam impactar a performance organizacional. Para Hisrich (2000 apud Boyett;
Boyett, 2003, p. 3), o marketing “é o processo no qual as decisões são realizadas em um
ambiente inter-relacionado com todas as atividades que facilitem a atingir um grupo de
consumidores e deixá-los satisfeitos, alcançando os objetivos definidos”.
No Brasil, segundo Cobra (2009, p. 17), o conceito de Marketing surgiu pela Escola
de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, ainda sob o nome
de “mercadologia”. Até então, as pessoas responsáveis pelas vendas de uma empresa ficavam
alocados nos departamentos comerciais. Contudo, ainda há uma errônea associação de que o
marketing é a venda de um produto, mesmo que as pessoas não desejem, ou que não precisem
(SHIMOYAMA; ZELA, 2002, p. 1).
15
Ao longo dos anos o marketing evoluiu, e, segundo Perreault Jr., Cannon e
McCarthy (2011, p. 14), pode ser dividido em 5 estágios:
● The simple trade era (a era do comércio simples): as famílias trocavam ou vendiam sua
produção excedente com distribuidores locais;
● The production era (a era da produção): as empresas focavam na produção de poucos
produtos, com um pensamento de que se era feito, iria ser vendido;
● The sales era (a era das vendas): as companhias passaram a focar nas vendas devido ao
aumento na competição;
● The marketing department era (a era do departamento de marketing): todas as atividades
do marketing passaram a ficar sob o controle de um único departamento para melhorar
o planejamento de curto prazo e tentar integrar com outras atividades da companhia;
● The marketing company era (a era da empresa de marketing): além de focar no
planejamento de curto prazo, os responsáveis pelo marketing desenvolvem planos de
longo prazo, com todo o esforço da empresa sendo guiado pelo marketing.
2.1.1. Comportamento do consumidor
Para compreender o comportamento do consumidor, é preciso entender antes quais
são suas necessidades e desejos. Enquanto as necessidades se relacionam às exigências
humanas básicas, como mostrado na pirâmide da hierarquia das necessidades de Maslow,
demonstrado na figura 1, onde há, de acordo com Maximiano (2011, p. 239), as necessidades
de autorrealização, de estima, sociais, de segurança e as básicas.
16
Figura 1 – Pirâmide das Necessidades de Maslow.
Fonte: elaborado pelo autor, 2021 (adaptado de MAXIMIANO, 2011).
Enquanto isso, como explicado por Gabriel (2010, p. 30), os desejos tangem às
necessidades direcionadas a produtos específicos que podem satisfazê-los. Ao contrário das
necessidades, que são características essenciais e comuns a qualquer pessoa, os desejos são
variados e de acordo com a sociedade e cultura em que se está inserido. Gabriel (2010, p. 30)
também enfatiza que “o marketing não cria necessidades, (...), mas influencia e/ou cria os
desejos de produtos para satisfazer as necessidades”.
Segundo Solomon (2017, p. 28), o comportamento do consumidor é “o estudo do
processo no qual indivíduos ou um grupo selecionam, compram e utilizam de produtos,
serviços, ideias ou experiências para satisfazer suas necessidades ou desejos”.
Para Kanuk e Schiffman (2010, p. 5) o comportamento do consumidor é “o
comportamento que os consumidores exibem ao buscar, comprar, utilizar, avaliar e desejar
produtos e serviços que esperam que satisfaçam suas necessidades” de forma que possa ser
analisado o cenário e compreendido quais são as tendências existentes. Com isso, os
profissionais do marketing devem compreender os costumes de cada indivíduo no ato de
compra para que possa se direcionar ao público correto. De acordo com Wisenblit e Schiffman
17
(2015, p. 30), o comportamento do consumidor explica como os indivíduos tomam decisões de
utilizar seus recursos, podendo ser tempo, dinheiro e esforço, em bens disponíveis para venda.
Associado ao comportamento do consumidor e que pode realizar uma grande
influência, está o Marketing Boca a Boca, que ocorre quando uma pessoa recebe informações
por meio de outra sobre um produto ou serviço. Habitualmente o Boca a Boca é focado em
conversas entre consumidores, sem interesse comercial, onde, a depender da situação, um dos
interlocutores pode prosseguir e perguntar questões a fim de receber informações necessárias,
tornando o conselho mais influente. O Boca a Boca pode ser tanto positivo, aumentando as
chances do receptor da mensagem de adquirir algo daquela marca, quanto negativo, realizando
a situação oposta (EAST et al, 2017, p. 250).
2.1.1.1. Fatores influenciadores
Alguns dos fatores importantes para identificar o comportamento de um
consumidor são a cultura, subcultura e classe social. De acordo com Kotler e Keller (2012, p.
165) “a cultura é o principal determinante dos desejos e do comportamento de uma pessoa”. É
a partir da cultura que um indivíduo é formado, tendo uma visão de si mesmo, de seus
relacionamentos interpessoais. Segundo Kanuk e Schiffman (2010, p. 372) “a cultura exerce
uma influência significativa em todos os aspectos do comportamento do consumidor”.
A partir da cultura, são criadas subculturas que se dividem em grupos fornecendo
identificação e socialização mais específicas (KOTLER; KELLER, 2012, p. 165). Pode citar
como exemplo as nacionalidades, as religiões, os grupos raciais e as regiões geográficas. Para
Kanuk e Schiffman (2010, p. 374), “os membros de uma subcultura específica têm crenças,
valores e costumes que os diferenciam de outros membros da mesma sociedade”. Segundo
Solomon (2017, p. 33) quando a sociedade se torna cada vez mais multicultural, surgem novas
oportunidades de desenvolver produtos próprios para um grupo e introduzir outros para tal
oferta.
Em relação às classes sociais, Solomon (2017, p. 32) afirma que pessoas que
estejam em uma mesma classe social são mais próximas em termo de renda e de posição social
na comunidade, tendendo a compartilhar gostos similares em músicas, roupas, atividades e arte.
Ademais, de acordo com Kotler e Keller (2012, p. 165),
As classes sociais apresentam preferências nítidas por produtos e marcas em diversas
áreas, como vestuário, móveis para o lar, atividades de lazer e automóveis. Elas
18
também têm preferências distintas em termos de meios de comunicação; as classes
mais altas dão preferência a revistas e livros, enquanto as mais baixas preferem a
televisão. Até mesmo dentro de uma categoria como a televisão, os consumidores de
classe mais elevada preferem noticiários e filmes, enquanto os de classe mais baixa
costumam assistir a reality shows e programas esportivos. Há também diferenças de
linguagem – textos e diálogos de propaganda devem soar naturais à classe social
visada.
Para Kanuk e Schiffman (2010, p. 341-342), conhecer as diferenças entre as classes
sociais é de enorme valor para os profissionais do marketing, visto que desse modo a promoção
de um produto ou serviço pode ser feita de acordo com as preferências específicas que existem.
Outros fatores importantes que influenciam o comportamento de compra do
consumidor são os sociais. De modo geral, Kotler e Keller (2012, p. 165), afirmam que os
grupos de referência – os que conseguem exercer influência direta ou indireta nas atitudes ou
comportamento de alguém – são os principais responsáveis pelo fator social. Pode ser tanto
família, amigos, vizinhos e colegas de trabalho – chamados de grupos primários – quanto
grupos religiosos, profissionais, associações de classe – chamados de grupos secundários. A
família é o grupo de referência primário mais influente, de onde o indivíduo herda orientações
quanto a religião, política, economia, ambição pessoal, autoestima e amor (KOTLER;
KELLER, 2012, p. 166).
2.1.2. O processo de decisão de compra
Muitas decisões são tomadas baseando-se em crenças ou em suposições sobre
eventos incertos (TVERSKY; KAHNEMAN, 1974). Segundo Lake (2009, p. 27), como o
processo de tomada de decisão é uma situação cognitiva, é de natureza mais psicológica. Nesse
caso, não há exatamente uma visão do processo, então, por meio de uma observação cuidadosa,
se infere que a tomada de decisão foi implementada.
O processo de decisão de uma compra ocorre em cinco etapas: a identificação das
necessidades, a busca por informações, a avaliação das alternativas, a decisão de compra e o
comportamento pós-compra.
De acordo com Kotler e Keller (2012, p. 179), a primeira etapa do processo de
decisão de compra é a identificação das necessidades – também chamado de reconhecimento
do problema. Essa fase pode ser desencadeada por um estímulo interno ou externo.
Conforme Lake (2009, p. 29), o estímulo interno são “situações de dentro” que
levam o consumidor a fazer ou comprar algo. O cliente sente uma das suas necessidades
19
comuns, como fome ou sede, tornando-se um impulso (KOTLER; KELLER, 2012). Quando
for externo, algo desencadeia ideias sobre a necessidade de realizar uma compra.
Os consumidores podem identificar necessidades em três maneiras (LAKE, 2009):
● Anúncios ou conversas com amigos que despertam a necessidade (estímulo externo)
● Através de vendedores e a capacidade de descobrir uma necessidade; venda consultiva
(estímulo externo)
● A avaliação pessoal do cliente de sua situação atual, que o leva a identificar uma área
de insatisfação (estímulo interno)
Essas informações são de extrema importância para que as estratégias de marketing
sejam realizadas de maneira correta, provocando o interesse do consumidor.
Na segunda etapa ocorre a busca por informações. Conforme Kotler e Keller (2012,
p. 180), há dois níveis de interesse: a atenção elevada, quando o consumidor apenas absorve
informações sobre um determinado produto, sem pesquisar sobre; Segundo Lake (2009, p. 31),
nessa fase, o consumidor está mais aberto a receber dados, chegando a pesquisar sobre o item,
mas a busca não é intensa; e a busca ativa de informações, quando o possível cliente procura
ativamente sobre o produto desejado. Nesse momento, o consumidor realiza sua pesquisa de
maneira mais enfática, consultando materiais com maior ênfase e solicitando opinião de
conhecidos (LAKE, 2009). Algumas formas de busca que podem ocorrer incluem os
comerciais, o compartilhamento de informações entre amigos, familiares e conhecidos e o
manuseio em um produto de demonstração.
As duas situações podem ser usadas como vantagens no processo de tomada de
decisão, como explicado por Lake (2009, p. 32). Para o cliente que está no nível de interesse da
atenção elevada, pode-se influenciá-lo sobre o porquê de se necessitar daquele produto ou
serviço. No caso dos que estão na busca ativa de informações,
Com o aumento no uso da internet, as informações são encontradas de maneira mais
fácil e prática. Desse modo, os consumidores conseguem encontrar conteúdo sobre o produto
ou serviço sem dificuldade, observando a opinião de diversas pessoas de diferentes locais a fim
de criar seu parecer acerca da aquisição ou não do pretendido. Quando se entende em que fase
um cliente está, pode-se entregar um melhor atendimento (LAKE, 2009).
O terceiro processo é o da avaliação das alternativas. Durante essa fase, o
consumidor processa a informação até chegar em sua decisão (LAKE, 2009). O cliente, segundo
Kotler e Keller (2012, p. 181), analisa cada produto de modo a encontrar a opção que melhor
satisfaz suas necessidades e desejos e que fornece os benefícios buscados.
20
Em consonância com o explicado por Lake (2009, p. 33), os consumidores podem
seguir três tipos de processos de escolha quando decidindo entre produtos e serviços:
● Escolha afetiva: Essa escolha é baseada no fator emocional. Um consumidor não irá
realizar uma decisão baseado em fatos, mas sim se parece certo efetuar aquela aquisição
no momento. Esse processo de escolha pode indicar que o cliente não passou por um
processo de pesquisa ou que adquiriu um produto que não possui todos os pontos que
estava procurando, apenas que pareceu ser o correto ou que fez o usuário se sentir
satisfeito.
● Escolha baseada em atitude: É um processo sistemático baseado em regras. O
consumidor vai passar por todo o processo de pesquisa para ter certeza de que o produto
se adequa às suas necessidades.
● Escolha de atributo: Esse processo de escolha é baseado em comparação de benefícios
e de recursos entre os produtos e marcas.
O processo de escolha que um consumidor usa depende de quão importante,
relevante e pessoalmente importante é a compra para o cliente. Segundo Lake (2009, p. 34), há
dois tipos:
● Compras de alto envolvimento: São compras que envolvem altas despesas ou um grande
potencial de risco, como a aquisição de um veículo, de uma casa ou a realização de
investimentos. Quando a compra tem um alto envolvimento, o cliente passa por um
processo de escolha mais aprofundado. Há uma maior dedicação de tempo, atenção e
energia na fase de pesquisa do processo de compra.
● Compras de baixo envolvimento: Esse tipo de compra envolve produtos ou serviços que
necessitam de pouco gasto e pequeno risco pessoal, como a compra de um refrigerante
ou decidir qual o jantar do dia. Compras de baixo envolvimento são menos sobre valores
e mais sobre conveniência, por isso necessitam de menos processos de escolha.
Contudo, em alguns casos, o desejo do cliente de adquirir algo é grande e forte o
suficiente para que ele pule a segunda e a terceira etapa, fazendo-o comprar ou utilizar um
produto ou serviço sem a análise das opções (LAKE, 2009).
Após passar pelo processo de avaliação das alternativas, ocorre a quarta etapa, a
decisão de compra. Nesse momento, o cliente, de acordo com Kotler e Keller (2012, p. 183),
pode passar por cinco sub decisões: decisão por marca; por revendedor; por quantidade; por
ocasião; e por forma de pagamento. Já para Lake (2009, p. 36), essa decisão é dividida em 2
perguntas: de quem eu irei comprar, onde o cliente avalia os termos de venda, se pode pagar
21
aquilo e se há garantias, por exemplo, além de experiências passadas com o vendedor e uma
política clara de devolução, de modo a dar uma segurança ao consumidor de que, caso algo
aconteça, ele terá garantido o seu direito; e quando irei comprar, onde podem influenciar
positivamente ao cliente uma boa atmosfera na loja, com um bom design, decoração e espaço,
assim como promoções em produtos e serviços.
Depois de realizar a aquisição, o consumidor chega à última etapa do processo de
decisão de compra: o comportamento pós compra. Nesse caso, conforme dito por Kotler e
Keller (2012, p. 184), o cliente fica atento a informações que corroborem com a ideia de que
ele fez uma boa compra, apoiando sua decisão. O marketing deve proporcionar ao consumidor
esse apoio, ajudando-o a se sentir satisfeito com sua escolha. Para Lake (2009, p. 38-39), essa
fase consiste na resposta psicológica do comprador sobre a decisão de aquisição. O consumidor
que realizou uma compra de alto envolvimento costuma passar mais tempo nessa fase,
refletindo sobre sua decisão. Segundo a autora pode-se dividir esta etapa em três categorias:
● Situação 1: A compra está abaixo da expectativa. Nesse caso, há altas chances de o
cliente retornar e solicitar a devolução do dinheiro ou a troca do produto. Ao avaliar a
compra, o consumidor não se sente feliz e percebe que suas expectativas não foram
alcançadas. Com isso, as chances desse usuário recomendar o produto ou serviço para
outras pessoas é mínima.
● Situação 2: A compra corresponde à expectativa. Nesta situação, o consumidor está
satisfeito com a aquisição e não retorna à loja. Por ter suas expectativas atendidas, o
consumidor pode recomendar o produto ou serviço para outras pessoas.
● Situação 3: A compra excede a expectativa. O cliente sente que recebeu valor da compra
e que o serviço foi bem executado. As chances de o consumidor recomendar o produto
ou serviço para outras pessoas é alta, realizando o marketing boca-a-boca.
2.2. Marketing digital
O marketing digital, para Gabriel (2010 apud CRUZ; SILVA, 2014, n.p.), é “o
marketing que utiliza estratégias em algum componente digital no marketing mix – produto,
preço, praça ou promoção”. Indo ao caminho contrário que a mídia tradicional apresenta, no
marketing digital o controle é do consumidor, pois, mesmo que uma empresa não esteja
presente, os clientes irão comentar sobre os produtos e serviços, comparando-os com possíveis
concorrentes (TORRES, 2009, p. 61).
22
De acordo com Kotler (2016, p. 52) o marketing digital não deve substituir o
tradicional e sim coexistir, com uma intercalação. Para Torres (2009, p. 66), o comportamento
online dos consumidores reflete suas experiências na sociedade, por isso, quando se fala em
marketing digital, está se falando sobre relacionamentos e necessidades a serem atendidas.
Segundo Adolpho (2011, p. 42),
(...) a internet (...) é o meio natural para que o homem se expresse fazendo com que o
foco se desloque do macro para o micro – uma renascença digital que volta seus olhos
para a valorização do ser.
Para Vaz (2011), o marketing passou por diversas mudanças ao longo do tempo,
principalmente com o avanço do marketing digital. A tecnologia influenciou os consumidores,
mudando, inclusive, o fluxo de informações em uma empresa. Se antes o ciclo de um produto
começava na produção, hoje em dia inicia-se no consumidor, através de pesquisas que detectam
o que os clientes querem, permitindo a produção e customização para o mercado. Há também
de levar em consideração a rapidez de como as informações são repassadas e as modas
desaparecem. Se um produto demorar dois anos para ficar pronto, pode correr o risco de chegar
ao mercado já desatualizado em relação à concorrência. (VAZ, 2011)
Inicialmente, utilizou-se os 4 Ps do marketing, formulados por McCarthy (1997
apud AZEVEDO; FERREIRA JUNIOR, 2015, p. 45) que se constituíam de produto, preço,
praça e promoção, como mostrado na Figura 2.
23
Figura 2 – Os 4 Ps do Marketing.
Fonte: AZEVEDO; FERREIRA JUNIOR, 2015 (Adaptado de Kotler, 2003)
Posteriormente, Vaz (2011) reformulou-os, chamando-os de 8 Ps do Marketing
Digital e dividindo-os em Pesquisa, Planejamento, Produção, Publicação, Promoção,
Propagação, Personalização e Precisão, como explicado no Quadro 1.
Quadro 1 – Os 8 Ps do Marketing Digital
FASE RESUMO
1º P – PESQUISA
Recolher todos os dados que o consumidor deixa ao
passar por um determinado site e interpretá-los. Ao
entender como um cliente age no mundo online, pode-se
definir as estratégias a serem utilizadas no mundo offline.
O 1º P é o primeiro passo para qualquer projeto digital.
2º P – PLANEJAMENTO
Realizar o planejamento de marketing de forma a explicar
como cada P será abordado e o que será realizado de
forma detalhada. É desse passo que serão derivadas todas
as ações a serem executadas, sendo uma etapa importante.
24
3º P – PRODUÇÃO
A execução do planejamento de marketing realizado no
2º P.
4º P – PUBLICAÇÃO
A publicação de conteúdo na internet que a empresa deve
disponibilizar para o mercado e para o consumidor com o
objetivo de fazer com que ele fale de você e lhe
recomende para os outros e que coloque a empresa nos
primeiros resultados em buscadores, aliado às técnicas de
Search Engine Optimization – SEO.
5º P – PROMOÇÃO Criar campanhas e conteúdos com o intuito de viralizar,
ou seja, se espalhar rapidamente e gerar resultados.
6º P – PROPAGAÇÃO Desenvolver interações com a internet, de modo a atingir
os consumidores e ganhar reputação.
7º P – PERSONALIZAÇÃO
A personalização gera relacionamento com o
consumidor. A personalização pode ser feita em
diferentes vertentes, tanto nos serviços e produtos, quanto
na comunicação. Quanto mais personalizado o
relacionamento com o mercado, maior o capital social.
Compreender os critérios de segmentação do mercado e
aplicá-los na base de clientes. Criar estratégias de
comunicação com o cliente com o objetivo de criar um
relacionamento.
8º P – PRECISÃO
Mensurar os resultados de cada ação realizadas a fim de
compreender quais foram os acertos e erros, gerando
relatórios conclusivos e permitindo melhorar as decisões
da empresa.
Fonte: adaptado de Adolpho (2011)
Ainda segundo Vaz (2011), o processo dos 8 Ps não se encerra, sendo cíclico e
representando um aprendizado contínuo, como demonstrado na Figura 3.
25
Figura 3 – Os 8 Ps do Marketing Digital
Fonte: elaborado pelo autor (2021)
Contudo, o Marketing Digital não existe para substituir o Marketing tradicional. A
utilização do meio digital pode ser um complementador do tradicional. Como explicado por
Vettori e Ferreira Junior (2013, p. 6 apud AZEVEDO; FERREIRA JÚNIOR, 2015, p. 52),
integrar o Marketing Digital ao tradicional pode gerar resultados positivos para a empresa.
2.2.1. Redes sociais e mídias sociais
Segundo Piza (2012, online), as redes sociais estão interligadas com a virtualidade,
ou seja, cuja existência é virtual, considerando, também, que toda a interação entre as pessoas
é realizada pela troca de informações online. A autora continua explicando que o termo “rede”
é oriundo do termo latim “retis”, que significa “o entrelaçamento de fios com fendas regulares
que formam uma espécie de tecido”. Contudo, ao passar dos anos, a palavra foi obtendo novos
significados, como para Barnes (apud Costa, 2017), ao afirmar que redes são “um conjunto de
relações interpessoais concretas que vinculam indivíduos a outros”.
De acordo com Azevedo e Ferreira Júnior (2015, p. 51), devido às diversas
mudanças que ocorreram no comportamento do consumidor, consegue-se notar que o aumento
no uso de novas tecnologias, como por exemplo smartphones, internet e mídias sociais,
impulsionou o mercado digital. Tais alterações criaram uma maior conexão entre os indivíduos,
26
diminuindo, também, possíveis dificuldades entre as empresas e os consumidores. A partir
disso, novas tendências tecnológicas surgiram, com o marketing se adaptando, principalmente,
aos consumidores, que estão mais informados e mais difíceis de conquistar e fidelizar
(AZEVEDO; FERREIRA JÚNIOR, 2015, p. 52)
Os consumidores compreendem que a Internet é uma grande fonte de informações,
e que, a partir das ferramentas de busca, podem encontrá-las (TORRES, 2009, p. 30). Com as
redes sociais, como YouTube, WhatsApp, Instagram, Twitter e Facebook, se tornando
presentes em todos os locais, acabaram sendo parte do cotidiano das pessoas. Como dito por
Kotler (2016, p. 22) “as mídias sociais redefiniram o modo como as pessoas interagem entre si,
permitindo que desenvolvam relacionamentos sem barreiras geográficas e demográficas”.
Sobre essa diferença entre mídias sociais e redes sociais, Folha (2018, online), explica que,
inicialmente, o primeiro seriam espaços onde se podia distribuir conteúdo e divulgar marcas,
enquanto o segundo seria mais voltado ao relacionamento entre as pessoas. Contudo, com o
passar dos anos, tais conceitos se misturaram à medida em que as redes sociais passaram a
permitir a venda de produtos e as mídias sociais proporcionavam momentos de relacionamento
entre internautas. Hoje, pode-se considerar que são sinônimos, a depender da finalidade
utilizada. Caso ocorra a publicidade, o uso de estratégias de marketing digital e a oferta de
conteúdo relevante para o público, é possível chamar de mídia social, já se o enfoque é o
compartilhamento de experiências e um relacionamento simples entre pessoas, pode-se utilizar
o termo redes sociais.
Essa globalização, auxilia, também, em uma maior agilidade na troca de
informações, permitindo uma maior transparência, pois os seus usuários podem compartilhar
as experiências como clientes, e, desse modo, influenciar outros consumidores (KOTLER, p.
37). Segundo Torres (2009, p. 34) “a coisa mais simples de se fazer na Internet é divulgar
informações. Elas se espalham como fogo no mato seco, e quanto mais interessantes são, mais
rapidamente correm pela rede”. Um grande exemplo são os fóruns de modelos de veículos,
onde os proprietários compartilham seus problemas, soluções e dicas, atingindo um grande
público e auxiliando outros que possam passar pela mesma situação.
2.3. Gerações
Geração é um grupo que compartilha anos de nascimento, locais, eventos
importantes na vida em estágios importantes de desenvolvimento, como cultura, sociedade,
27
economia e políticas públicas e características como valores, atitudes e comportamentos. O
estudo das gerações, de maneira a compreender suas diferenças, é importante para uma
empresa. Cada geração possui valores e demandas diferentes e reagem de formas divergentes
quando expostas a situações semelhantes (KUPPERSCHMIDT, 2000).
Kupperschmidt (2000, p. 66) continua explicando que, como resultado dessas
experiências compartilhadas, essas pessoas desenvolvem uma personalidade e características
geracionais, podendo haver diferenças individuais dentro das gerações. As características
geracionais compreendem os valores, atitudes, preferências e comportamentos e influenciam
todos os aspectos da vida de uma geração: como é gasto o dinheiro; a atitude em relação à
autoridade e organizações; o que querem e precisam do trabalho; como esperam atender a essas
necessidades e desejos relacionados ao trabalho; e a atitude em relação ao casamento e às
responsabilidades familiares (KUPPERSCHMIDT, 2000).
Há, entre os pesquisadores, divergências quanto ao ano que inicia e finaliza cada
geração, mas é consenso que existem, atualmente, 4 gerações, como visto no Quadro 2, sendo
elas: baby boomer, geração X, geração Y e geração Z. Como o presente trabalho terá seu foco
na geração Z, será a escolhida para se discorrer sobre o assunto. De acordo com um estudo
publicado pela revista Exame (2017, online), os membros da geração Z teriam nascido entre
1995 e 2010. Para a organização Pew Research Center (2019, online), que pesquisa as atitudes
das pessoas e documenta diferenças entre grupos demográficos, afirmou que a pós-Millenials,
como também pode ser chamada a geração Z, começaria em 1997. Já Monteiro e Pereira (2018,
online) afirmam que a geração Z iniciou em 1994 e se encerrou em 2010. Para Indalécio e
Ribeiro (2017 apud MONTEIRO; PEREIRA, 2018), são os nascidos após o início dos anos
2000 e antes de 2010. Contudo, os artigos, em sua maioria, citam apenas o início em meados
da década de 90. Para efeitos de pesquisa, será considerado o ano de 1994, afirmado por
Monteiro e Pereira (2018, online), como o início da geração estudada.
Quadro 2 – As Gerações.
Geração Anos Principais características
Baby Boomer 1940 a 1960 Idealistas, revolucionários e
coletivos
Geração X 1960 a 1979 Materialistas, competitivos e
individualistas
Geração Y 1980 a 1993 Abstratos, questionadores e
28
globais
Geração Z 1994 a 2010 Identidade fluida, realistas e
ativistas ponderados
Fonte: adaptado de Monteiro e Pereira (2018); Exame (2017)
2.3.1. Geração Z
Independente do ano em que realmente se iniciou, devido às divergências entre os
estudiosos e por não ser uma ciência exata, é consenso de que a Geração Z é uma nativa digital
(MONTEIRO; PEREIRA, 2018), ou seja, nasceram junto de grandes revoluções digitais e
cresceram com o uso da tecnologia no seu cotidiano.
Por estarem acostumadas ao uso das novas tecnologias, como redes sem fios,
computadores e smartphones e, principalmente por terem nascido em plena expansão da
internet, a geração Z tende a assimilar as novidades tecnológicas mais rápido do que seus
antecessores, tanto no convívio diário, social e educacional (KÄMPF, 2011). Essa fácil
adaptação pode ficar clara com, por exemplo, o uso de tablets para estudos e e-readers para a
leitura de livros digitais, os chamados e-books.
Outro ponto a ser abordado acerca da Geração Z, é que, como citado pela revista
Exame (2017, online), os jovens são mais realistas e ativistas. De acordo com Tracy Francis,
sócia da empresa de consultoria McKinsey na América Latina, a Geração Z é mais tolerante e
aberta ao diálogo (KOJIKOVSKI, 2017).
Segundo Silva Neto (2020, online), a Geração Z, apesar de ser vista como uma
geração mais individualista, pode ser considerada mais ativa e consciente socialmente do que
as gerações anteriores. Se preocupam com questões ambientais, mudanças climáticas e outras
questões globais, como a insegurança alimentar e a falta de moradia. E, por serem mais
conectadas, digitalmente, utilizam-se disso para compreender as questões mundiais e se
juntarem a outros jovens que possuem o mesmo princípio.
Para Tapscott (2010 apud CERETTA; FROEMMING, 2011), pode-se utilizar 8
normas para se caracterizar os membros da Geração Z, como pode ser visto no Quadro 3.
Quadro 3 – A Geração Z.
Normas Características
Liberdade Os jovens desejam liberdade, tanto de pensar, quanto
29
de se expressar e de escolher
Customização
Uma característica forte da geração Z é a
customização de tudo o que utiliza, inclusive no
mercado de trabalho, rejeitando cargos de trabalho
padronizados, como por exemplo, as startups, que
abordam diferentes formas de trabalho
Escrutínio Consideram natural o ato de pesquisar sobre empresas
e produtos, apoiando a transparência de dados;
Integridade Exige que os valores da empresa estejam de acordo
com seus próprios valores;
Colaboração Compartilha-se opiniões e pensamentos, colaborando
uns com os outros por meio do mundo online;
Entretenimento
Por terem crescido em meio às experiências
interativas, exigem entretenimento em diversas
situações, levando às empresas a criarem diferentes
formas de vender o produto e chamar a atenção dos
jovens;
Velocidade É uma geração acostumada com rapidez e respostas
instantâneas, em tempo real;
Inovação Prezam pela inovação nos serviços e produtos.
Fonte: adaptado de Tapscott (2010 apud CERETTA; FROEMMING, 2011).
30
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A terceira seção do trabalho mostrará os procedimentos metodológicos no qual a
pesquisa foi realizada, assim como sua caracterização, população e amostra e o plano de análise
de dados.
3.1. TIPO DE ESTUDO
Segundo Gil (2007, p. 41), uma pesquisa exploratória tem como objetivo criar uma
proximidade com um assunto, a fim de criar hipóteses e o aprimoramento de ideias. Possui um
planejamento moldável, permitindo que diversas particularidades de cada assunto abordado
sejam capazes de ser consideradas. Para Vieira (2002, p. 65), a pesquisa exploratória propõe-se
a possibilitar uma maior proximidade do problema em estudo para o pesquisador, tendo como
uma meta transformar um problema complexo em algo mais explícito, explorando a questão
em pauta e dispondo critérios e compreensão.
Assim sendo, compreende-se que a natureza da pesquisa do presente trabalho é
exploratória, pois tem como intenção a análise da tomada de decisão dos jovens da Geração Z
e compreender como as mídias sociais podem impactar nesse processo.
3.2. SUJEITOS DE PESQUISA
O estudo foi realizado a partir de um grupo focal de pessoas das gerações Z,
abrangendo indivíduos nascidos entre 1994 e 2002, sendo o início de acordo com o definido
por Monteiro e Oliveira (2018, online) e o final considerando que os nascidos neste ano já
completaram a maioridade. Não foi levado em consideração a classe social, nem a renda mensal
dos entrevistados na escolha dos participantes, de modo a deixar o grupo focal o mais
heterogêneo possível. A quantidade de indivíduos participantes da pesquisa foi limitada a 10
pessoas, de modo a facilitar o trabalho de comparação de respostas.
Os entrevistados para o grupo focal foram convidados por meio de mensagens
enviadas pelo mensageiro WhatsApp e pelas redes sociais Twitter e Instagram, onde se explicou
a natureza da pesquisa e como seria realizado e questionou se haveria disponibilidade de
participação.
31
A população para a pesquisa foi escolhida para que o universo fosse amplo o
suficiente para a comparação entre idades e perfis. O tipo da amostra foi não probabilístico,
pois o público a ser pesquisado foi previamente selecionado, e por conveniência, porque os
entrevistados são os membros da população mais acessíveis ao autor, sem julgamento prévio.
3.3. COLETA DE DADOS
A pesquisa se deu por meio de uma entrevista com roteiro semiestruturado realizada
com o grupo focal. Segundo BERG (2001, p. 111), um grupo focal pode ser definido como um
estilo de entrevista projetado para pequenos grupos. É uma ferramenta que permite o
colhimento de informações sobre um assunto específico apresentado por um pesquisador
(MORGAN, 1996 apud SOUZA, 2009). O uso da técnica do grupo focal é bastante difundido
em pesquisas científicas. Possui um bom potencial de geração de dados que possam contribuir
para uma melhoria da qualidade de vida, assim como para ações que gerem bem-estar (SOUZA,
2009).
Um grupo focal típico consiste em poucos participantes sob a orientação de um
moderador, que possui como função obter informações sobre os participantes sobre tópicos
importantes para uma determinada pesquisa (BERG, 2001, p. 111). É nesse ponto que se
diferencia um grupo focal de uma entrevista em grupo. Como explicado por Gondim (2002
apud SOUZA, 2009):
Na entrevista em grupo seu papel é mais diretivo, em uma relação didática com cada
integrante, permitindo acessar o ponto de vista de cada um, com atenção ao indivíduo
no contexto grupal. De outro lado, o moderador no GF é um facilitador da discussão,
debruçando-se sobre o grupo, alvo da análise.
O roteiro de entrevista (conferir Apêndice) foi criado de maneira a deixar as
perguntas abertas, abrangendo todos os objetivos elencados, e permitir que os entrevistados
discursassem livremente acerca dos tópicos, permitindo, da mesma forma, que outras questões
pudessem ser acrescentadas e/ou alteradas durante a reunião.
Devido a pandemia do Novo Coronavírus (COVID-19), a entrevista com o grupo
focal ocorreu de forma online, por meio da plataforma Google Meet, em apenas uma data, no
dia 13 de março de 2021. A reunião foi gravada através de função pré-existente nos
computadores com o sistema operacional Windows, tendo sido autorizada pelos participantes
imediatamente ao início da reunião, de maneira verbal.
32
Ademais, o estudo se utilizou de outros dados secundários, como artigos,
publicados acerca do tema, de maneira a compreender as diferentes visões e complementar à
análise do grupo focal.
3.4. PLANO DE ANÁLISE DOS DADOS
De acordo com Goldenberg (1997 apud GERHARDT; SILVEIRA, 2009, p. 31),
uma pesquisa qualitativa não se preocupa com uma representatividade numérica, e sim com
uma compreensão de um grupo social. Deste modo, a análise dos dados do presente trabalho se
deu de forma qualitativa, onde, desta forma, pode ser realizado um estudo mais minucioso das
respostas obtidas nas entrevistas.
O tratamento dos dados ocorreu por meio de uma análise de conteúdo dos sujeitos
entrevistados para a pesquisa e comparados com a teoria apresentada previamente, assim como
comparando as respostas obtidas, a fim de encontrar pontos em comum.
Por fim, foi realizada uma análise interpretativa das respostas, compreendendo o
processo da tomada de decisão dos consumidores da geração Z acerca da aquisição de veículos.
33
4. ANÁLISE DOS DADOS
Na quarta seção do presente trabalho, será abordada a análise dos dados obtidos por
meio da entrevista do grupo focal. Esta parte da pesquisa será dividida em 4 tópicos, debatendo
o assunto de acordo com as perguntas presentes no roteiro da entrevista, como pode ser visto
no Apêndice.
4.1. Perfil dos Entrevistados
Ao se iniciar a entrevista, questionou-se primeiramente aos membros do grupo focal
algumas informações para que se tornasse possível identificar o perfil de cada um. Deste modo,
perguntou-se o ano de nascimento, a profissão, local onde reside e a escolaridade.
Como pode ser visto pelo gráfico da figura 4, a maior parte dos entrevistados nasceu
entre os anos de 1998 e 1999, sendo 30% para cada. Em menor número, as pessoas nascidas
nos anos intermediários, 1997 e 1996, com cada um dos anos tendo apenas 10%. Em segundo
lugar, os nascidos em 1995, que representaram 20% dos entrevistados.
Esse índice se torna interessante ao analisar que os membros do grupo focal, em
maioria, ou seja, os nascidos nos anos de 1998 e 1999, completam, no ano corrente da presente
pesquisa, 2021, entre 22 e 23 anos. Essas pessoas estão possivelmente completando uma
graduação no ensino superior, como identificada na figura 5, e iniciando a carreira profissional,
enquanto os que nasceram em 1995 iniciaram suas vidas adultas a um pouco mais de tempo e
estão, possivelmente, se estabilizando em suas vidas, adquirindo os primeiros bens de alto valor
agregado, como veículos.
34
Figura 4 – Gráfico com dados do ano de nascimento dos entrevistados
Fonte: elaborado pelo autor (2021)
Quanto à escolaridade dos entrevistados, como demonstrado na figura 5, a maioria
expressiva, 90%, está cursando o ensino superior, demarcado deste modo como “ensino
superior incompleto”. No entanto, um dos membros é formado no ensino técnico.
Figura 5 – Gráfico com dados da escolaridade dos entrevistados.
Fonte: elaborado pelo autor (2021)
Em relação à profissão exercida, metade dos entrevistados afirmou apenas estudar,
como apresentado na figura 6. Desses, uma das entrevistadas comentou ser integrante de um
35
grupo de uma Iniciação Científica de seu curso. Outro dos entrevistados declarou estar
desempregado no momento da entrevista, mas trabalhando como freelancer, ou seja, sem
vínculo empregatício. Quanto aos demais, 30% atuam como estagiário, podendo ser curricular
ou extracurricular, e 20% trabalham com carteira assinada, sendo 10% como Assistente
Administrativo e 10% como Assistente Comercial.
Figura 6 – Gráfico com dados das profissões dos entrevistados
Fonte: elaborado pelo autor (2021)
A partir dos dados apresentados até então, pode-se compreender uma conjuntura
diferenciada. Devido ao fator delimitante desta pesquisa, onde todos os entrevistados possuíam
veículos automotores, nota-se que, apesar da maioria dos membros participantes do grupo focal,
possuir pouca idade e de não dispor de vínculos empregatícios ou salários fixos, não obstante,
possuem, e mantêm, um carro ou moto.
4.2. Processo de Aquisição
Com o intuito de compreender todo o procedimento de tomada de decisão das partes
envolvidas na compra, a primeira pergunta efetuada aos participantes foi acerca do processo de
aquisição de seus veículos.
A partir das respostas obtidas, notou-se que não houve, necessariamente, um padrão
nas tomadas de decisão de todos. Tornou-se possível, por exemplo, separá-los em grupos, quem
36
havia pesquisado pelo veículo e estava mais à frente da aquisição, e de quem teve um papel
secundário na pesquisa, apenas tendo a decisão final de qual modelo comprar.
Um exemplo dessa diferenciação está na fala das entrevistadas E1 e E2, em relação
com as participantes E6 e E7.
[...] Primeiro eu comecei a pesquisar na internet qual seria o melhor carro para
estudantes porque o fato de ser econômico era muito importante para mim, um carro
que não consumisse muita gasolina [...] (E1)
[...] O meu também foi assim de ver na internet primeiro e foi bem nessa vibe primeiro
carro, mas foi ver um carro um pouco mais simples, justamente por isso e, também,
porque eu não gostava muito de dirigir, então eu estava “qualquer coisa eu vendo
depois”. [...] (E2)
[...] Aí recentemente tive a oportunidade de trocar. Eu não escolhi muito assim, porque
eu não trabalho, não tenho dinheiro, foi meu pai que me deu de presente, então,
basicamente, ele que escolheu, mas eu acho o carro maravilhoso, porque ele é muito
confortável e espaçoso. Eu acho que isso conta muito no carro. [...] (E6)
Meu pai já tinha dado um carro ao meu irmão [...] e ele falou para mim que queria me
dar um carro também de entrada, aí a gente foi em duas lojas e, eu não sei se ele
pesquisou antes, mas a gente foi e viu um [...], que é o carro que eu tenho até hoje.
[...] (E7)
Apesar de não terem realizado parte dos estágios do processo de tomada de decisão
de compra, os entrevistados foram a parte principal na escolha, pois, independente da influência
causada por outrem, a aquisição só ocorreu devido a escolha pessoal de cada um, onde se levou
em consideração outros fatores influenciadores, que serão detalhados no próximo tópico do
trabalho. A maior parte dos entrevistados afirmou estar em seu primeiro veículo, tendo apenas
duas participantes declarado já terem possuído outros veículos previamente.
Outro ponto notado durante a entrevista é a presença da internet como um fator
existente no processo de tomada de decisão dos entrevistados. Contudo, apenas uma minoria
realmente afirmou ter utilizado as mídias sociais para a busca de informações sobre os veículos
em mente, enquanto outros participantes alegaram ter pesquisado apenas após a aquisição para
reafirmar que realizaram uma compra vantajosa e que iria suprir suas necessidades, como
abordado por Kotler e Keller (2012, p. 184). Para exemplificar tais atos, pode-se apresentar os
trechos das afirmações dos entrevistados E1, E6 e E10, onde, respectivamente, houve a pesquisa
preliminar e posterior:
[...] Outra coisa foi sobre a marca mesmo, foi o meu primeiro carro, então era
importante para mim que fosse uma marca boa, que não fosse uma marca que eu ia
me arrepender também. Procurei muito review na internet, aqueles vídeos das pessoas
37
mostrando como é o carro - apesar de não entender “bulhufas” do que tava (sic) sendo
mostrado. [...] (E1)
Eu botei na internet basicamente “HB20” e botei outras opções, tipo Onix, botei
aquele da Toyota, o Etios. Aí tem sempre os reviews “Ah, qual o melhor”, aí tem
sempre as comparações e o HB20 sempre me pareceu muito bom. Aí eu procurava no
Google mesmo. Tem lá sites, eu não sei os sites, eu só encontrei os primeiros que
apareceram, como o YouTube. No YouTube tem muito vídeo assim, porque o
audiovisual importa. (E1)
Eu olhei no Google a ficha técnica e no YouTube. Meu carro foi pela OLX. (E6)
Fiz pesquisas com relação ao uso, porque existe o que a fabricante vende daquele
produto e existe as críticas dos usuários. O vendedor me apresentou a ficha técnica e
eu fui depois conferir se, os usuários que haviam adquirido o mesmo veículo que eu,
estavam satisfeitos, para ver se eu não ficaria arrependido. (E10)
Essas pesquisas realizadas utilizando um site de buscas, como o Google, e uma rede
social de vídeos como o YouTube, demonstra que, mesmo o interessado não tendo tanto contato
com o mundo automotivo, sem estar antenado com os lançamentos e novidades, ele tende a
buscar as informações na internet. Quando o universo de dados é posto à frente do utilizador,
ele irá absorver os elementos que estiverem ao seu alcance, sem se preocupar em ir mais a fundo
para captar o que for necessário para sua tomada de decisão. Como a própria entrevistada E1
afirma “apesar de não entender ‘bulhufas’ do que tava (sic) sendo mostrado”, independente do
interessado ter conhecimento de causa, com as informações claras e objetivas, ele irá utilizar
aquilo como uma opinião válida para, ou realizar a compra, ou desistir. Também pode-se levar
em consideração que, quanto mais alto o site estiver na lista de buscas por um termo, maior as
chances de ganhar visitantes e, consequentemente, gerar lucros. Ou seja, atrair essas pessoas
que estão procurando informações acerca de um veículo, promovendo o seu site e/ou vídeo,
também gerará retornos positivos para a empresa.
Quanto às etapas 2 e 3 do processo de decisão de compra, como explicado por
Kotler e Keller (2012) e Lake (2009), que representam, respectivamente, a busca por
informações e avaliação das alternativas, além das, já citadas anteriormente, participantes que
realizaram, inicialmente, suas buscas pela internet, outros afirmaram terem começado visitando
concessionários ou feirões de venda. Como exemplificado nas respostas dadas pelos
entrevistados E10 e E5:
[...] Então eu cheguei lá na concessionária com essas duas informações, o que é que
eu poderia dar de entrada e até quanto de parcela poderia pagar. Aí o vendedor estudou
o que eu tinha dito e me ofertou algumas opções de veículo e, aí sim, eu fui estudar
dentro do que era possível adquirir ali. [...] (E10)
38
[...] Eu comprei ele usado. Foi uma experiência mais prática, porque minha irmã já
tinha tido um desse e eu gostava do carro e aí eu fui no feirão e achei legal. [...] (E5)
A presença das concessionárias físicas na busca por veículos, assim como feirões
de venda de carros usados, demonstra que, apesar do maior uso da internet e da troca de
informações instantânea observada pelo uso das mídias sociais, grande parte dos clientes
continua sentindo uma maior confiança em ir pessoalmente em uma loja, observar e analisar o
veículo.
Questionou-se aos entrevistados sobre se algum deles teria cogitado o uso de outras
alternativas, ao invés da aquisição de um veículo. No caso, quatro dos participantes afirmaram
que apenas tiraram a carteira de habilitação e/ou compraram um carro por pressão de terceiros,
sendo eles E7, E3, E2 e E6, então, por esse motivo, não chegaram a analisar outras opções.
[...] quando eu peguei meu carro né, eu, na verdade, era muito insegura para dirigir
ele. Eu olhava assim e fazia “meu Deus, por que você me deu um carro novo? eu vou
bater com esse carro”, mas eu andava muito de Uber antes, inclusive, eu não me
importava de ficar andando de Uber [...] (E7)
O meu primeiro veículo eu fui obrigada, tanto a tirar a carta, quanto a ter o carro, então
eu não pensei em outras alternativas. Por mim eu ficava andando ou de carona, ou de
Uber. [...] (E3)
[...] eu também não queria tirar a carteira, fui meio que obrigada, e eu também não
queria ter carro, mas aí ficou uma insistência muito grande, e aí eu meio que aceitei
só pra eu me acostumar, porque eu não gostava de dirigir mesmo, eu me sentia bem
insegura, tanto que eu passei um bom tempo, já quando eu tinha o carro, eu não
gostava de dirigir sozinha, então eu sempre saia com alguém, porque eu tinha medo
de acontecer alguma coisa. [...] (E2)
[...] é porque quem me levava geralmente para os cantos, antes de não ter carro, era
minha mãe e ela odeia dirigir, odeia dirigir, ela evita o máximo possível,
principalmente à noite, até porque eu acho que ela tem um pouco de receio porque ela
deficiente auditiva. Aí então na primeira oportunidade, quando eu fiz 18 anos, o
presente dela foi minha carteira de motorista e saiu correndo para poder, assim, deixar
de me levar nos cantos como ela mesmo disse. [...] (E6)
No entanto, uma participante, E1, declarou que chegou a pesquisar sobre carros por
assinatura, onde paga-se uma taxa fixa por um determinado período, e, no encerramento, troca-
se o veículo por outro e renova-se o contrato, mas que não viu vantagem devido ao preço muito
próximo em relação à compra de um carro, que ela considerou mais vantajoso, visto que, após
a quitação, o carro seria dela, não haveria a necessidade de devolver.
39
Já, eu pensei em comprar o carro ou ter o aluguel do carro, tem aquelas modalidades
que você paga um valor pequenininho por tanto tempo, que enfim, essas coisas, só
que no final desse tempo, acho que era dois ou três anos, se não me engano, o valor
seria muito parecido com o valor de um carro, assim, que você poderia quitar em mais
um ano, sabe? Então não valia muito a pena pelo meu ponto de vista. [...] (E1)
Quanto aos entrevistados que afirmaram terem se sentido obrigados a adquirir o
veículo por motivos pessoais, quando questionados se atualmente eles relutariam em aceitar,
todos foram categóricos em declarar que não e que comprariam um veículo, como
exemplificado nas falas das participantes E7 e E3:
[...] agora como eu tenho que me locomover pro estágio todos os dias, e está nessa
situação, se fosse agora “E7 [nome ocultado], você quer um carro?”, eu diria com
certeza sim, porque se eu tivesse que ficar pegando Uber, tendo contato com mais
pessoas do que eu já tenho, eu, com certeza, preferiria dirigir. [...] (E7)
[...] Hoje em dia, sim, eu escolheria de boas, principalmente pelos motivos citados por
E6 e E5 [nomes ocultados], da questão da segurança e do fato de não ter infraestrutura
para outros tipos de mobilidade em Natal. [...] (E3)
Uma fala que merece ser destacada é da entrevistada E5, ao afirmar que, como ela
está cogitando trocar o veículo, passou a pesquisar na internet sobre os modelos e que, nesse
momento, ela já se sente confiante para a aquisição de um veículo mais novo e com uma maior
base de informações acerca do modelo. Isso demonstra sobre como os jovens estão mais abertos
a receber opiniões externas e a buscar em outros meios, que não sejam o seu círculo social,
sobre um produto ou serviço que tenha a intenção de se adquirir.
Só que hoje, com 22 anos, quase 23, eu já tô pesquisando tipo, principalmente, os
carros que têm a intenção né de deficiente, que é o Onix Turbo, o Caoa Chery, aí hoje,
se eu fosse comprar, eu estou pesquisando já, que eu vou comprar só o próximo ano,
mas eu já tô pesquisando, porque na época eu era muito imatura. (E5)
4.3. Principais Fatores Influenciadores
Apesar de possuir duas perguntas específicas sobre a influência e os principais
fatores, muitos dos entrevistados abordaram esses aspectos ao longo de suas falas.
Fundamentado nas respostas obtidas, foi possível compreender que alguns dos fatores que mais
influenciaram a decisão de compra dos jovens estudados foram, um bom sistema de som, a
40
presença de bluetooth no rádio automotivo, um carro econômico, confortável, com bom espaço
interno e boa visibilidade.
Tais fatores, especificamente os relacionados às tecnologias, como o bluetooth,
corroboram com a ideia apresentada por Kämpf (2011), de que, por terem nascido em plena
ampliação do uso da internet, assim como do surgimento de novas tecnologias, principalmente
as que utilizam de redes sem fio para compartilhamento de dados, a geração Z tem a tendência
de adotá-las mais rapidamente. O bluetooth, notadamente, é necessário para que se possa ouvir
músicas do celular no veículo, e, com o aumento no uso de serviços de streaming de áudio, que
é uma tecnologia que permite a transmissão de dados por meio da internet, sem que seja
necessário o download de arquivos (GOGONI, 2019, online), como Spotify, Deezer, Apple
Music e YouTube Music, compreende-se ser um item de grande procura na aquisição de um
veículo, principalmente pelos jovens. Como exemplo, pode-se citar as falas de duas
entrevistadas, E1 e E7:
[...] Sobre o sistema de som, eu também achei muito importante quando estava
procurando carros para mim. Tinha que ter um sistema de som já integrado, não aquele
que você precisa comprar o “trequinho” pra botar lá… enfim, que tivesse um bluetooth
bom - que hoje estou um pouco triste com o bluetooth do carro, mas ele funciona, mas
ele só é um pouco lento para conectar. [...] (E1)
ah isso de sistema de som foi importante tb (sic). Eu já sei em que parte da rua o
bluetooth geralmente conecta. Demora mesmo (E7)
Enfatizando a fala da entrevistada E1, em que explica que, devido à demora para
que ocorra a conexão do bluetooth de seu automóvel, ela se sente um pouco decepcionada.
Como explicado por Lake (2009), como houve a realização de uma compra de alto
envolvimento, o cliente passa mais tempo analisando a decisão, onde cada ponto pode
influenciar. Deste modo, a entrevistada pode estar apenas satisfeita com sua compra, pois
correspondeu às expectativas, mas não o suficiente para excedê-la, devido a lentidão no sistema
de som do carro.
Como explicado por Kotler e Keller (2012), um dos fatores importantes que podem
influenciar um indivíduo é o social. No caso dos entrevistados, pode-se compreender que,
principalmente o grupo de referência primário, composto por família, amigos, vizinhos e
colegas de trabalho, teve um grande peso nas decisões.
No decorrer da entrevista, conseguiu-se constatar que, no momento da tomada de
decisão, considerou-se, e em grande peso, a opinião de pessoas mais velhas, como familiares,
41
e que podem entender mais do assunto em questão, tal qual informações sobre a mecânica dos
veículos. Conforme exemplificado nas respostas dos entrevistados E5, E8, E4 e E7:
Eu escolhi porque meu pai é cego e minha irmã já tinha tido um Sandero e ele, por ser
cego, já tinha andado no Sandero e tinha gostado muito do espaço do carro, que o
carro é alto, não sei o quê, que não é frouxo, é todo durinho assim, geralmente. Aí ele
gostou, só que a minha irmã vendeu esse carro, aí quando eu fui comprar o meu, ele
orientou a comprar um Sandero. (E5)
[...] como ele tem fazenda, também seria interessante a questão de ser 4X4. É uma
caminhonete para ter mais espaço para carregar o que precisasse, levar animal ou
alguma coisa assim. [...] (E8)
Eu também levei em consideração a opinião do meu pai, até porque ele trabalha com
carro há muitos anos já, então ele tinha conhecimento sobre parte mecânica, sobre
muita coisa, né, relacionada a veículos. Então, querendo ou não, eu levei muito em
consideração a opinião dele na aquisição do meu carro. (E4)
No caso, eu levei em consideração a opinião do meu pai, porque era a pessoa que ia
comprar o carro, né, ele que ia pagar. Então, no fim das contas o que ele me dissesse,
o que ele me indicasse e que fosse confortável para mim eu iria aceitar. (E7)
Quando questionados sobre se a opinião de outras pessoas, ou comentários sobre
determinadas marcas ou modelos, chegaram a modificar algo na decisão de compra, os
entrevistados afirmaram que consideraram, mas que compreendem a expressão dessas opiniões
como algo pessoal e não condizente à realidade de todos. Pode-se destacar nas falas das
entrevistadas E6 e E4, sobre como, para elas, essas críticas não devem ser tomadas como
verdade universal:
Assim, eu levo em conta a questão de um todo. Por exemplo, alguém falou que gostava
de Renault, eu não gosto de Renault, mas não pela opinião dos outros, também, mas
pela minha, que eu acho um carro que eu não acho confortável de dirigir, eu não acho
confortável ele internamente, então isso conta muito para mim. Outras pessoas
também têm a mesma opinião, algumas não, então acho que vai de pessoa para pessoa,
entendeu? (E6)
Eu acho muito relativo essa questão de marca, da fama que cada marca tem. Porque
eu conheço pessoas, por exemplo, que falam muito mal da Peugeot, mas eu também
conheço pessoas que possuem e falam super bem da Peugeot. Então eu acho que é
muito relativo, né. Vai depender da necessidade e do gosto de cada pessoa e individual
de cada pessoa. (E4)
Assim como, também se levantou a questão de que alguns comentários são
direcionados a modelos específicos, mostrando que, uma experiência negativa com um modelo
42
não deve ser tomada como regra para todos os veículos daquela fabricante, como mostrado na
fala da entrevistada E6:
[...] eu acho também que depende do carro. Porque assim, você falar numa (sic) marca
como geral é diferente. Por exemplo, E4 [nome ocultado] tava (sic) falando da
Peugeot. Tem gente que fala muito mal dos carros da Peugeot, tem gente que fala
muito bem e meu carro é da Peugeot, agora eu tô adorando, só que muita gente mete
o pau (sic), não no modelo dele, em outros, sabe, vamos dizer no 208 ou no 308, aí eu
acho que vai depender muito também do modelo do carro não só da marca. (E6)
Contudo, outros entrevistados relataram que consideraram a opinião de outras
pessoas para a realização da tomada de decisão, como, por exemplo, os entrevistados E5 e E1:
[...] tinham me aconselhado a comprar carro nacional. O Renault de certa forma o que
eu tenho é nacional, mas está entendendo né, tipo Chevrolet, Fiat… mandaram
comprar esses. Aí eu também eu vi uns comentários tipo “Uno parece uma
Carrocinha”, porque eu levo em conta a questão dos barulhos, eu não gosto de barulho
nenhum, aí, quando eu quando eu andei no Sandero, né, ele realmente ele é muito
silencioso por dentro, ele não tem barulho, então isso foi uma questão para mim,
escolher ele. [...] (E5)
[...] Eu não queria Fiat, não queria Ford, Chevrolet, porque eu tenho um certo
preconceito mesmo, e eu procurei na internet coisas ruins e apareceu mais coisas ruins
sobre essas marcas do que as marcas asiáticas. As pessoas que eu conheço que falam
bem dos carros tem marcas asiáticas, tipo a Honda, Kia e a Hyundai, que foi a que eu
comprei. [...] (E1)
Essas falas mostram que, apesar das opiniões de terceiros terem sido consideradas
pessoais, dependerem da experiência de cada um e não serem uma regra, conscientemente ou
inconscientemente, as pessoas tendem a considerá-las em suas compras. Kanuk e Schiffman
(2010), explicam isso, comentando que as pessoas fazem parte de diferentes subculturas, e cada
subcultura tende a ter crenças, valores e costumes semelhantes, mas que diferem da sociedade.
Solomon (2017) complementa isso, explicando que pessoas de uma mesma classe social
propendem a ter gostos similares, ou seja, como a entrevistada E1 explicou, pessoas de seu
círculo social que possuem veículos de marcas asiáticas são mais felizes com seus carros do
que os de marcas de outros países, podendo influenciá-la a adquirir veículos de mesma
nacionalidade.
Acerca da nacionalidade do veículo, acrescentando às falas já apresentadas das
entrevistadas E5 e E1 que, respectivamente, que foi recomendada a compra de carros ditos
nacionais, ou seja, fabricados no Brasil e de marcas mais antigas, as chamadas 4 grandes –
Chevrolet, Fiat, Ford e Volkswagen – e que preferiu marcas asiáticas, nomeadamente coreana,
43
outro entrevistado, E9, também comentou ter levado em consideração de onde vem a marca,
tendo preferência por marcas do continente asiático. Isso também mostra que, a globalização,
aliado à maior velocidade e facilidade na troca de informações, também se torna um fator
influenciador.
[...] eu gosto muito do meio automotivo, então isso me influenciou muito em qual
marca, em qual carro, que eu ia preferir para mim, o que eu ia gostar, e como alguém,
que eu não lembro o nome, falou, eu optei também por marca asiática, tô com um
japonês, por gostar muito, por meio que idolatrar a mecânica japonesa de como eles
prepara (sic), como o carro é feito, a montagem, tudo, a produção do carro em si. (E9)
Um assunto abordado na pesquisa, a partir das falas dos entrevistados, foi a da
segurança que os veículos particulares oferecem aos seus donos. O tema veio à tona após uma
participante comentar que um dos motivos para a aquisição do carro foi devido ao uso de
transporte público e como nele ela sofria com os constantes assédios por parte dos homens, e
com o fato de que, como estuda na área da saúde, não poderia manchar a roupa branca.
[...] teve a questão porque andava muito de ônibus, eu ando eu ando toda de branco,
né, aí assim, além de ter a questão do assédio no ônibus, né, dos homens, eu pegava
muito ônibus cheio, ainda tinha questão de eu não poder sujar minha roupa para chegar
no estágio, aí também foi decisivo essa questão que eu sofri muito na saída no ônibus,
sofri várias vezes e eu sentia muita raiva disso, então por isso que quando eu completei
18 anos eu mesma fiz questão de dar um jeito de tirar a carteira e comprar um carro,
porque eu não aguentava mais aquela situação dentro de ônibus em Natal, só isso. [...]
(E5)
Com base nessa declaração, questionou-se aos entrevistados se eles se sentiam mais
seguros com o seu veículo, tanto nesses casos de assédio, quanto, também, para evitar a
aglomeração constante que ocorre nos ônibus e trens, fator esse que contribui para a
proliferação do Coronavírus (Sars-CoV2).
Todos os entrevistados afirmaram que se sentem muito mais seguros se
locomovendo por meio de seus veículos particulares do que em transportes públicos. A
entrevistada E6 afirmou que principalmente a sua mãe se sente mais segura com ela andando
com o carro, especialmente se tiver algum conhecido de confiança junto, e complementou
dizendo que a escolha de seu apartamento também foi baseada na segurança do local, por receio
de chegar à noite para estacionar.
Em relação ao Coronavírus, alguns entrevistados informaram que, ter o veículo, fez
com que a segurança se tornasse maior, como exemplificado nas falas dos participantes E10,
E5 e E4:
44
[...] na administração pública, alguns serviços não podem parar e assim, como eu era
obrigado a ir até o trabalho, a Secretaria disponibilizava veículos, só que assim,
veículos que iam ser compartilhados com outras pessoas que não se tinha segurança
nenhuma se elas seguiam os protocolos sanitários de prevenção. Então, ter o carro era
decisivo, porque eu precisava estar todos os dias na secretaria, e precisava me sentir
seguro, então foi decisivo a questão de ter um veículo e prezar pela permanência dele.
(E10)
No meu caso eu seria uma ameaça a contaminar o pessoal do ônibus, né, porque eu
estagio, sou enfermeiranda, e tipo, eu to num ambiente hospitalar. (E5)
[...] A gente vê aí a situação dos transportes públicos, todos os dias passa na TV, a
questão da aglomeração. É pessoa por cima de pessoa... sem dúvida alguma, o nosso
veículo, a gente se sente bem mais seguro. (E4)
45
5. CONCLUSÃO
A presente pesquisa possuiu como principal ponto a compreensão de como as
mídias sociais podem influenciar no comportamento e decisão de compra para a aquisição de
veículos por jovens da geração Z, tendo como norte os objetivos específicos de levantar a
influência das mídias sociais no processo de compra de automóvel, compreender o
comportamento dos consumidores quanto à aquisição de um veículo e entender a decisão de
compra dos jovens da geração Z.
Quanto ao primeiro objetivo, e, analisando as respostas obtidas por meio da
entrevista realizada com o grupo focal, pode-se perceber que, ao contrário do esperado, as redes
sociais, como um todo, não foram o principal ponto de influência para a tomada de decisão dos
jovens. A maioria dos participantes afirmou terem se baseado, basicamente, em opiniões de
terceiros, como seus familiares. Apesar disso, as mídias sociais se fazem presente em outros
momentos e de formas diferenciadas. Compreendeu-se que as mídias sociais são importantes e
podem influenciar na segunda e na terceira etapa do processo de decisão de compra,
respectivamente, a busca por informações e a avaliação das alternativas.
Foi possível entender que, no interesse em adquirir um veículo, muitos jovens
apenas pesquisam em sites de busca, como o Google, e vídeos, como o YouTube, de forma a
encontrar mais detalhes, como avaliações e fichas técnicas, mesmo que o conteúdo apresentado
seja específico, ou voltado à “auto entusiastas”, em outras palavras, o público atraído pela
cultura automobilística, pois essa é uma forma de realizar a sua pesquisa. Assim como, após o
levantamento das informações, os clientes podem analisar as opções apresentadas, obtendo os
dados disponíveis nas mídias sociais.
Como informado por Lake (2009), na etapa de busca, o consumidor estará aberto a
receber informações, mas de maneiras variadas. Enquanto uns irão procurar mais ativamente,
o que pode entrar, no caso, o uso das mídias sociais e da internet, como um todo, não fechando
a apenas sites de venda – os chamados e-commerce – e redes sociais, como Facebook e
Instagram, ou indo presencialmente às lojas e concessionárias para realizar a pesquisa, outros
possíveis clientes irão apenas absorver dados que cheguem a si, como o caso dos entrevistados
que apenas foram levados ao local de compra por um familiar.
Em relação ao segundo objetivo, é possível compreender que o comportamento dos
jovens avaliados, presentes no grupo focal, quanto à aquisição de veículos, em sua maioria,
seguiu todas as etapas da Teoria do processo de decisão de compra. Os entrevistados abordaram
46
motivos diversos para realizar a compra, mas a maior parte declarou que o principal fator
influenciador na busca foi o de custo-benefício, ou seja, o carro tinha que entregar uma boa
qualidade e bons equipamentos, por um preço justo.
Um comportamento notado nas análises foi o de, por serem jovens, recém-
habilitados, muitos dos participantes afirmaram ter tido medo de dirigir no início, o que
influenciou na escolha do veículo. Devido a esse fato, muitos declararam que o carro ter uma
boa visibilidade, principalmente na hora de estacionar, ou ser pequeno e fácil de reparar, para
caso ocorra algum acidente, foi um dos principais itens avaliados e que pesou na compra.
Reafirmando o fato de serem jovens recém-habilitados, e, também, por na faixa
etária pesquisada as pessoas estarem começando a vida profissional, ou seja, muitas vezes ou
não possuem renda, ou recebem salários baixos, a necessidade de ser um carro barato, os
chamados “de entrada” ou “popular”, e, ademais, econômicos, também foi citado pelos
entrevistados. Como citado por uma das entrevistadas, E1, devido aos constantes aumentos de
preço da gasolina, os jovens acabam por serem também afetados por isso, então a necessidade
de um carro econômico, que muitas vezes servirá para ir de casa à faculdade, se faz muito
evidente.
Outro ponto a ser levantado, são as tecnologias embarcadas nos veículos. Com a
inserção cada vez maior da internet na vida e no cotidiano das pessoas, aqueles nascidos na
expansão digital, nesse caso, a geração Z, que possuem uma maior facilidade no manuseio das
tecnologias, como explicado por Kämpf (2011), acabam por desejar que tais itens estejam
presentes, inclusive, em seus automóveis e motos. Dentre as exigências dos compradores, pode
ser citado, principalmente, o Bluetooth nos rádios automotivos, essencialmente atualmente,
com uma maior difusão do uso de serviços de streaming de áudio, fazendo com que os
motoristas conectem seus celulares aos veículos, a fim de ouvir suas músicas ou podcasts.
No que se refere ao terceiro, e último, objetivo, de entender como ocorre a decisão
de compra dos jovens da geração Z, pode-se compreender, por meio da entrevista realizada,
que a geração estudada realiza a decisão de compra, principalmente, baseada em opiniões que
consideram importantes e seguras.
Como explicado por Kotler e Keller (2012), alguns dos fatores que podem
influenciar uma pessoa no processo de compra, são os sociais, incluindo nesse caso, família e
amigos, assim como as classes sociais. Em vista disso, o fato de os jovens consultarem,
principalmente o círculo social, onde, em sua maioria, é composto por pessoas de mesmo poder
aquisitivo e gostos semelhantes, assim como pessoas mais velhas e com mais experiência, como
47
pais e tios, se faz compreensível. Entretanto, notou-se que, apesar disso, os jovens estão mais
abertos a consultar informações de outras fontes, como a internet e as mídias sociais, passando,
também, a “abrir mais o leque” para a obtenção de dados a fim de realizar uma decisão acertada
e segura.
Ao longo do desenvolvimento deste trabalho, pode-se captar melhor quais são os
anseios dos jovens em relação à veículos, principalmente ao se considerar que, em muitos casos,
são pessoas que, ou estão no início de suas carreiras, ou ainda não as iniciaram. Posto isto, esta
pesquisa realizou os objetivos propostos de compreensão, análise, levantamento de informações
e de entender a decisão de compra dos jovens da geração Z e cumpriu com seu propósito, apesar
do resultado divergente do imaginado inicialmente, que seria de uma maior presença do uso das
mídias sociais para a aquisição de veículos.
A despeito da realização do presente trabalho durante a pandemia do Novo
Coronavírus (COVID-19), o que influenciou na diminuição do número de pessoas alcançadas,
pode-se cumprir com os objetivos elencados. Dessarte, é válido a ampliação do estudo,
abrangendo um maior número de pessoas, e permitindo uma pesquisa mais aprofundada e
detalhada, por se tratar de um assunto que pode ser replicado em outras esferas sociais e servir
de base para lojas e concessionárias montarem seus planos de marketing.
48
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APÊNDICE
Roteiro de entrevista
1) Perfil do entrevistado: Faixa etária; profissão; local onde reside; escolaridade;
2) Descreva quais foram os seus primeiros passos para a busca do seu atual veículo. Como
foi esse processo?
3) Comentários de outras pessoas/usuários (das redes sociais) foram úteis durante esse
processo? Qual a sua visão sobre esses comentários?
4) Chegou-se a dar preferência a uma marca ou modelo por causa de algo que ouviu falar,
ou a origem da marca, ou alguns outros detalhes, como a cor? [Acrescentada durante a
entrevista]
5) Qual a sua opinião sobre alternativas à aquisição de veículos, como assinatura ou carros
por aplicativo (Uber, 99)? Você chegou a considerá-las?
6) Algum dos fatores para a retirada da carteira de habilitação, ou a aquisição de um carro,
foi relacionado à segurança, principalmente para se evitar vivenciar os casos de assédio
dentro dos ônibus? [Acrescentada durante a entrevista]
7) Vocês consideraram outra forma de locomoção, como o uso de transportes públicos? Se
tivesse uma infraestrutura melhor, você trocaria seu carro por transporte público ou
bicicleta? [Acrescentada durante a entrevista]
8) Qual (ou quais) foram os fatores cruciais/decisivos para você tomar a sua decisão de
compra?
9) Considerando o esse contexto da Covid, Coronavírus e essa necessidade de isolamento,
vocês consideram que o seu veículo é um lugar mais seguro para você se locomover em
outro local? [Acrescentada durante a entrevista]
10) Para quem se sentiu forçado a comprar o carro, se fosse hoje, vocês aceitariam a
aquisição sem resistência? [Acrescentada durante a entrevista]