Manual_de_Nutrição_para_Frango_de_Corte

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    Este novo Manual de Nutrio para Frangos de Corte, totalmente revisado, foi elaboradopelo Dr. Robert Teeter, Professor da Universidade do Estado de Oklahoma (OSU) e pelo Dr.Chet Wiernusz, Nutricionista da Equipe Mundial de Suporte Tcnico da Cobb-Vantress.

    Os dados utilizados no manual foram obtidos atravs de pesquisas extensivas, realizadasem aves da Cobb, ao longo dos ltimos 20 anos, pela equipe do Dr. Teeter na OSU e porvrios outros institutos de pesquisa. Inclui, portanto, vasto material explicativo, que facilita oemprego das informaes de forma a satisfazer uma vasta gama de estratgiasrelacionadas nutrio e criao, sob diferentes condies ambientais, para a produode frangos de corte no mundo todo.

    A Cobb-Vantress reconhece e agradece a grande cooperao e contribuio.

    2003

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    NDICEPgina

    1. NUTRIODEFRANGOSDECORTE 2

    INTRODUOE DEFINIODOSOBJETIVOS 22. O A MBIENTEDAS AVESEAINTERFACEDE CRESCIMENTO 3

    GANHOCOMPENSATRIO 5

    3. INTERAOENTRE MANEJO, AMBIENTEE CRESCIMENTO 6

    MANUTENO 7

    A TAXADE METABOLISMO BASALCOMO COMPONENTEDAMANUTENO 8

    ATIVIDADEDE MANUTENOE CUSTODO CALORRESIDUAL 9

    CUSTOSDAMANUTENO EXACERBADA 9CUSTOS RELACIONADOSTEMPERATURAAMBIENTEE UMIDADE RELATIVA 10

    CUSTOSDE MANUTENOEDO DESAFIO IMUNE 10

    GANHOTECIDUAL 11

    MANEJO 11

    4. QUANTIFICAODO VALORDO MANEJO PRODUTIVO 14

    5. OTIMIZAODOAMBIENTEDEDESEMPENHO 16

    ESTRESSE NO-PATOGNICO 16QUALIDADEDO AR 16

    TEMPERATURAAMBIENTE 16

    ILUMINAO 18

    FORMATODARAO 18

    HIGIENE 19

    6. CONVERSO ALIMENTAR 20

    7. O CRESCIMENTOCOMO PROPORO ENTRE MASSAE RENDIMENTO 22

    8. RECOMENDAES NUTRICIONAISE ENERGTICAS 23

    RELAES NUTRICIONAIS BSICAS 23

    ENERGIA 23

    NECESSIDADES NUTRICIONAIS 24

    NECESSIDADESPROTICAS 25

    9. ALIMENTAO DIRECIONADAAO RENDIMENTOEPRODUODE CARNE MAGRA 26

    OTIMIZAODAABORDAGEM NUTRICIONAL 26

    PROTENABRUTAMXIMAAPARENTE 27FORNECIMENTODE RAOCOM TEORREDUZIDODE PROTENABRUTA 28

    RESUMODAS NECESSIDADESDE PROTENABRUTAEM FRANGOSDE CORTE 29

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    Pgina

    10. V ITAMINASE ELEMENTOS INDICADORES 32

    NVEIS NUTRICIONAIS RECOMENDADOS 32

    PRODUO AVCOLAEM SISTEMAEXTENSIVO 33

    AVESDE PELE AMARELADA 34

    11. PRODUODE RAO 35

    QUALIDADEDAMATRIA-PRIMA 35

    HIGIENEDARAO 35

    QUALIDADEDAGORDURA 36

    QUALIDADEDAPROTENA 36

    ADIODEMICRONUTRIENTESE MEDICAMENTOS 37

    12. MANEJODARAO 38QUALIDADEDAMATRIA-PRIMAE TESTES 38

    EXAMEDARAO 38

    AMOSTRAGEM 38

    ALIMENTAO COM TRIGO INTEGRAL 38

    13. ESTRESSE FISIOLGICO 40

    ESTRESSEPORCALOR(EC) CONSIDERAES GERAIS 40

    EC / EQUILBRIO TRMICO 40EC / RESFRIAMENTO EVAPORATIVO 41

    EC / PRODUODE CALOR 41

    EC / OPESDE MANEJO 41

    EC / MANEJODAGUA 42

    EC / OUTRAS CONSIDERAES 42

    EC / HIGIENE 42

    ASCITE 43O OXIGNIOCOMO NUTRIENTE 43

    ATIVIDADE 44

    TAXADE METABOLISMO BASAL 44

    GANHO TECIDUALE NECESSIDADES ALM-MANUTENO 44

    MANUTENO EXCEDENTE 45

    SDIONADIETA 45

    CAPACIDADEDE CONSUMODE OXIGNIO PELAS AVES 45

    OUTRAS MEDIDAS 47

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    1. NUTRIODEFRANGOSDECORTE

    INTRODUOE DEFINIODOS OBJETIVOS

    Os Frangos de Corte Cobb so criados em todo o mundo, sob as mais diversas condiesagriculturais, para produzir uma srie de produtos. As condies agronmicas encontra-das pelos produtores englobam uma vasta gama de combinaes ambientais, nutricionais,mecnicas e imunolgicas. Devido a essas condies, podem surgir situaes nicas,exigindo o trabalho conjunto de especialistas em veterinria, nutrio e instalaes paraconseguir criar o ambiente mais adequado possvel para a produo. As aves devemreceber alojamento, higiene, manejo e nutrio adequados a fim de alcanar seu potencialgentico e o mximo rendimento. Apesar dos desafios ambientais enfrentados por algunscriadores, a produo bem sucedida uma constante no mundo todo.

    O propsito deste manual oferecer um guia que contenha especificaes gerais sobrealimentao e fabricao de raes para frangos de corte, aplicveis em uma srie desituaes nas quais se encontram produtores no mundo todo. As tabelas de nveisnutricionais recomendados procuram refletir as exigncias nutricionais dos frangos decorte Cobb tanto sob as condies mais comuns quanto sob as condies ambientais e demanejo mais desafiadoras. Os dados aqui contidos buscam a interatividade entre asabordagens nutricional e de manejo, para maximizar o desempenho das aves. Essasrecomendaes baseiam-se em uma combinao de nossas prprias pesquisas, publi-caes acadmicas e experincia prtica obtida atravs do nosso trabalho com os clientes

    no mundo todo. Oferecemos este guia como uma complementao de nossa tcnica emproduo de raes e manejo de frangos de corte, para trabalhar em conjunto com seusconhecimentos e alcanar os melhores resultados possveis. Caso este guia levantequaisquer dvidas e/ou questes sobre as quais deseje discutir, por favor entre em contatocom os Servios Tcnicos da Cobb-Vantress Inc.

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    2. O AMBIENTEDAS AVESEA INTERFACEDE CRESCIMENTOA capacidade de crescimento das aves determinada por uma combinao de variveisgenticas, nutricionais, ambientais e de manejo. Todos os aspectos relativos ao alojamen-to, necessidades dietticas e manejo de frangos de corte devem estar relacionados curva

    de crescimento influenciada pela idade (figuras 1-3). medida que as aves crescem eamadurecem, suas necessidades nutricionais e ambientais se modificam proporcional-mente idade, ao tamanho e composio corporais e taxa de ganho tecidual.

    A produtividade final ser a soma das interaes genticas e ambientais da ave, influenci-adas pelas decises tomadas no que diz respeito ao manejo e nutrio. A curva geral dedesempenho e crescimento das aves melhora a cada ano. Equipes de gerenciamento,destinadas a criar condies ambientais as mais favorveis possveis, esto munidas dasferramentas necessrias para alcanar os melhores resultados.

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    GANHO COMPENSATRIOQuando o crescimento interrompido devido ao estresse, possvel conseguir umarecuperao, mesmo que parcial, sob certas condies. Por exemplo, a alta temperaturaambiente pode subseqentemente reduzir o desempenho das aves e animais de criao.

    Entretanto, se o fator gerador de estresse for aliviado, existe um potencial de ganhocompensatrio, ou crescimento compensatrio. As aves s quais se relaciona a Figura 4foram criadas sob condies ambientais quentes durante os dias 19 a 31. Ao se tomaruma sub-amostra das aves, colocando-as em um ambiente termoneutro nos dias 31 a 49,conseguiu-se que tais aves chegassem quase a alcanar o mesmo peso vivo das avesalojadas continuamente em ambiente termoneutro, excedendo o desempenho das avesdo grupo que permaneceu continuamente no ambiente quente.

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    3. INTERAOENTRE MANEJO, AMBIENTEE CRESCIMENTO

    Muitos aspectos gerenciais, comumente denominados Manejo Animal, combinam-se aoambiente e influenciam a manifestao do potencial gentico de crescimento. Vrios estudosforam realizados para identificar as variveis crticas. Embora seja grande o nmero devariveis possveis, elas podem ser agrupadas para simplificar o processo de aplicao.Segue modelo relacionando os aspectos prticos

    Os termos manuteno (M), ganho tecidual (GT) e manejo (MJ) so interligados emultifacetados; entretanto, isso no impede sua medida quantitativa ou influncia produtivade aumentar tanto a taxa quanto a eficincia produtiva. Os termos escritos com + refletemo fato de que cada elemento uma varivel e deve ser analisado com seu potencia demelhorar ou prejudicar o desempenho. O ganho tecidual aparece aps a manuteno paramostrar que os componentes da manuteno geralmente sero satisfeitos antes de ocorrero ganho tecidual. Dessa forma, o aumento das necessidades de manuteno das avescausar um desvio dos nutrientes destinados ao crescimento, a menos que tambm ocorraaumento no consumo alimentar. O Manejo includo como uma varivel. Em relao aoestado produtivo atual, decises gerenciais podem ter uma influncia positiva ou negativasobre a Manuteno e o Ganho Tecidual. Assim, certos aspectos do manejo socomponentes quantificveis que podem influenciar tanto o grau quanto a eficincia daManuteno e do Ganho Tecidual. Os valores quantitativos expressos nesse trabalho,como na Figura 5, so apresentados em relao ao desempenho em ambientes quegeralmente apresentam bom nvel produtivo e podem ser considerados referncias dasdiferenas relativas de valor entre ambientes produtivos. Cada termo ser discutido ao

    longo deste manual.

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    MANUTENOA definio em uso de manuteno a quantidade de energia e nutrientes exigida parasustentar um animal sem que este apresente perda ou ganho lquido de tecido corporal.Includa na categoria de manuteno est a taxa metablica basal (TMB; energia gasta pelofrango de corte em repouso, sem realizar trabalho trmico por fatores ambientais), energiade atividade despendida pela ave para sustentar-se, oxidao insuficiente dos nutrientesconsumidos para satisfazer as necessidades de manuteno (produo de calor resdual)e estresse, definido como qualquer tipo de situao que implique gasto extra de energiapara manter a homeostase. O valor da manuteno corresponde soma de seuscomponentes e , portanto, influenciado por cada um dos fatores envolvidos. Em mdia,

    um ambiente produtivo favorvel apresenta manuteno correspondente cerca de 36%do consumo de EM.

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    A TAXADE METABOLISMO BASALCOMO COMPONENTEDAMANUTENO

    Os fundamentos do metabolismo energtico comeam com a homeostase do tecido existente.Conforme mostra a Figura 6, a taxa metablica basal (TMB) aumenta de forma linear com oconsumo de EM e alcana uma mdia de cerca de 36% da EM consumida. A taxa demetabolismo basal) em kcal, entretanto, curvilnea em relao massa corporal, como adissipao do calor se relaciona rea da superfcie (Figura 7).

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    ATIVIDADEDE MANUTENOE CUSTODO CALORRESIDUALUma parte da energia de manuteno despendida est relacionada atividade necessriapara a obteno do sustento da ave. Gastos adicionais de energia, nesta categoria, incluemcalor residual associado digesto e ao metabolismo do substrato na forma desejada. Nomodelo atual, estes se combinam, uma vez que a estimativa de sua frao meramenteespeculativa. Aqui, os gastos de energia permitem ave competir no ambiente produtivo.

    As decises envolvendo o manejo, no que diz respeito ao design dos alojamentos, aoespao para comedouros e bebedouros e distncia entre estes, bem como densidadee iluminao esto entre as inmeras variveis que podem potencialmente influenciaresse componente. Uma estimativa combinada dos custos com a energia de manutenoe calor residual, gerados em um ambiente adequado produo, corresponde a 17% doconsumo de EM.

    CUSTOSDAMANUTENO EXACERBADAVrias categorias de estresse podem potencialmente prejudicar o desempenho. Entre asvariveis includas nessa categoria esto fatores como extremos de temperatura ambientee umidade relativa, resposta imune, agentes contaminantes atmosfricos (amnia, p,gases emitidos nos galpes), medo e desconforto. Os fatores gerenciais que influenciamesses componentes da manuteno vo desde o designgeral e ventilao dos galpes ato ambiente higinico e o manejo como um todo.

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    CUSTOS RELACIONADOS TEMPERATURA AMBIENTEE UMIDADE RELATIVA

    Do ponto de vista prtico, a divergncia da temperatura ambiente (TA) a partir da zona determoneutralidade pode elevar, de forma significativa, o custo de manuteno. A umidaderelativa tem a capacidade de exacerbar o impacto da TA. As decises gerenciais relacionadas

    ao design dos galpes, instalaes das campnulas e ajuste dirio do equipamento deventilao vo influenciar a magnitude do impacto que a temperatura ambiente e a umidaderelativa representam para as aves. A Figura 8 ilustra o impacto da temperatura ambiente aose desviar do ambiente termoneutro, sob umidade relativa constante, sobre o gasto deenergia para a homeostase do peso corporal de aves de 5 dias.

    CUSTODE MANUTENOEDO DESAFIO IMUNE

    Embora a quantidade de energia despendida em funo do desafio imune varie, os dados

    constantes da Tabela 1 indicam que o desafio imune causado pela E. coli faz com que aenergia destinada ao desempenho seja desviada. Nesse estudo, as aves recebiam alimentolimitado a 5% do seu peso aos 7 primeiros dias de idade, de forma que a variao noconsumo alimentar, face ao impacto, no mascarasse as diferenas na produo de calor.

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    O desafio causado pela E. coliprovocou uma elevao de 8% na produo de calor e umaumento de 7,3% no nvel de O2 consumido. Entretanto, uma anlise dos nveis de consumoalimentar adicional indicou uma elevao estimada de apenas 2,9% da EM de manuteno.A disparidade entre as duas medidas pode refletir diferenas na composio do tecidoretido. Apesar disso, evidente que o desafio imune representa um custo no que diz

    respeito ao calor e consumo de oxignio.

    GANHO TECIDUALA energia disponvel para o ganho pode ser calculada como sendo o consumo de Emmenos o custo da energia de manuteno conforme a Figura 5. Esse ganho de energiadeve manter todas as atividades e necessidades metablicas para o ganho tecidual,que excedam os nveis de manuteno. O resultado, conforme mostra a Figura 9, oacrscimo de tecido magro + gua e lipdeos. Vale notar que uma vez removida a guado tecido magro, h uma reduo significativa no ganho protico real. por essarazo que o ganho fracionrio de protena e gordura causa um impacto significativosobre a converso alimentar. Em mdia, no caso de raes de milho-soja,aproximadamente 66% do consumo de EM est disponvel para deposio direta nostecidos magros e lipdicos.

    Embora o contedo de energia e nutrientes do tecido possa ser medido de formadireta, a eficincia da converso alimentar em tecido varia conforme o tipo de tecido aser sintetizado e o substrato utilizado. Por exemplo, a eficincia energtica de conversode protenas digerveis, carboidratos e lipdeos em lipdeos novamente de 45, 78 e84%, respectivamente. Decises gerenciais relativas composio da rao influenciama eficincia geral e a converso do substrato em tecido, da mesma forma que asdecises que envolvem atividades que excedem a manuteno. O ganho tecidual arazo da produo avcola; no entanto, o componente que ocorre praticamente via deregra uma vez que a atividade de manuteno e o calor metablico residual sejamremovidos.

    MANEJOAs influncias gerenciais, sob o modelo proposto, causam forte impacto sobre ascategorias que englobam tanto Manuteno quanto Ganho Tecidual. Como mostra aFigura 5, os gastos com a energia de manuteno representam cerca de 36% doconsumo de EM, sob condies favorveis de criao. Os dados apresentados naFigura 5 sugerem tambm que esse valor pode aumentar em 30% sob condies deestresse relacionado temperatura ambiente para desviar at 10% da energia destinadaao Ganho Tecidual, a menos que o consumo alimentar tambm aumente. Porm, seuma interveno gerencial providenciar a diminuio da temperatura atravs de maior

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    ventilao ou resfriamento evaporativo, a perda pode ser parcialmente diminuda. Atemperatura ambiente meramente um aspecto da interao gerencial e de manutenoque influencia o Ganho Tecidual. Outras influncias gerenciais podem ser desde fatoressimples como densidade de alojamento e espao dos comedouros at a minimizao daproduo de calor residual atravs do controle do balanceamento de nutrientes na dieta e/ou do programa de iluminao.

    Vrios programas de iluminao foram empregados em granjas de postura e produopara otimizar a produo de ovos. Mais recentemente, tais programas tambm foramaplicados na criao de frangos de corte. Observou-se que a disponibilidade de luz, no quediz respeito durao e intensidade, tem influncia sobre a eficincia da produo,registrando aumento da taxa de converso alimentar, ganho de peso corporal e diminuioda incidncia de transtornos metablicos. O modo de ao intrnseco pode reduzir o gastode energia para a atividade. Quando ocorre diminuio da luz, observa-se, quase queimediatamente, que as aves diminuem a atividade e reduzem o consumo de oxignio e aproduo de calor. De forma contrria, quando as aves submetidas ao estado demetabolismo basal (geralmente medido no escuro) so expostas luz, o consumo deoxignio sobe em quase 3%, na ausncia de alimento. Os dados apresentados na Figura10 mostram a diminuio na produo de calor observada em um lote submetido aoprograma de 12 horas de luz seguidas por 12 horas sem luz. Essas diferenas foramtotalmente eliminadas quando se utilizou o programa de 23 horas de luz por 1 hora sem luz.

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    4 - QUANTIFICAODO VALORDO MANEJO PRODUTIVOA principal deciso gerencial diz respeito ao aumento da lucratividade. Este pode ser umprocesso bastante desafiador, uma vez que a melhoria de desempenho deve ser transferidaao cenrio econmico. Na maioria das empresas, o desempenho final das aves

    comumente expresso em peso vivo e converso alimentar. As decises gerenciais, porsua vez, devem ser quantificadas quanto ao seu impacto sobre o peso corporal vivo econverso alimentar. Se as conseqncias de um fator gerador de estresse sobre o pesovivo e/ou a converso alimentar so conhecidas, e o custo gerencial envolvido na soluodo problema pode ser quantificado, esse valor pode ser comparado com o custo nutricionalprevisto para provocar a mesma mudana na produo. A relao, mostrada na Figura 11,permite que a varivel peso vivo-converso alimentar seja tambm expressa como umaresposta densidade calrica alimentar ao longo da curva de crescimento. A base dessarelao que tanto o ganho de peso corporal quanto a converso alimentar respondem densidade calrica (proporo protico/calrica constante). Essas relaes permitem queos dados obtidos em campo e as decises gerenciais sejam transformados em um quadro

    interativo do ambiente, do desempenho das aves, do manejo e do custo nutricional. Assim,as decises que influenciam o custo produtivo e os benefcios resultantes podem serconsiderados equivalncia nutricional. Dessa forma, o valor calorfico pode ser aplicado sdecises gerenciais relacionadas a programas de iluminao, forma de alimentao,ventilao e higiene, entre outros, criando assim oportunidades de aperfeioamento atravsde metodologias mltiplas, ou permitindo uma moderao em relao s especificaesnutricionais em funo de um melhor gerenciamento.

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    A equao mostrada na Figura 11 pode tambm ser reformulada a fim de estimar a taxa deconverso alimentar para produo a campo em condies ambientais quase ideais.Isso forneceria um indicador da taxa de converso alimentar, combinando diferenasexistentes entre a matriz de avaliao da alimentao a campo e as conseqncias doestresse versus o ambiente produtivo padronizado.

    Taxa de Converso Alimentar = 24.152 + 2.3700*10

    -4

    * PC -7.65*10

    -8

    * PC

    2

    + 2.91*10

    -11

    * PC

    3

    -0.014* DC + 2.26* 10-6* DC 2

    Geralmente, o valor padro estimado da taxa de converso alimentar ser mais baixo doque o a estimativa observada a campo. Por exemplo, sob condies padronizadas, foiobtida uma taxa de converso alimentar de 1,61 para frangos de corte criados at 2,36 kgsob dieta com rao de 3250 kcal de EM/kg. De modo contrrio, a aplicao a campo coma mesma densidade calrica e ambiente diferente, os frangos apresentaram uma taxa deconverso alimentar de 1,84. Se as matrizes de formulao so semelhantes, portanto, doponto de vista nutricional, a discrepncia entre as taxas de converso alimentar refletemdiferenas ambientais. Atravs do uso da equao da densidade calrica mostrada naFigura 11, os custos podem ainda ser quantificados como valor calrico. Nesse caso,

    existe uma diferena efetiva de 362 kcal de EM/kg na densidade calrica da dieta. Umexame mais detalhado pode ajudar o produtor atravs da identificao das reas em que acontribuio gerencial capaz de aperfeioar o ambiente produtivo e gerar lucros. Por meiodo exame das medidas de desempenho, as decises que influenciam os custos deproduo e os benefcios resultantes podem ser avaliados como equivalncia nutricional.

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    5. A OTIMIZAODO AMBIENTEDE DESEMPENHOA criao de condies ambientais favorveis permite ao frango de corte atingir o mximodesempenho possvel. Quando o ambiente de produo como um todo tambm otimizado,o mximo desempenho tambm pode ser atingido. As conseqncias decorrentes do

    estresse podem comear no incubatrio e/ou no transporte do incubatrio para os galpesde recria gerando conseqncias que duram mais do que o perodo de estresse inicial. Ocrescimento, a converso alimentar e a susceptibilidade a doenas podem sercomprometidos devido aos problemas decorrentes do incubatrio e/ou do transportesubseqente para as instalaes de recria. A cada fase do manuseio e da recria das aves,os funcionrios devem tentar minimizar os problemas que influenciam negativamente asade e o bem-estar das aves. O potencial gentico atual das aves s poder ser atingidodessa forma.

    ESTRESSENO-PATOGNICOUm fator causador de estresse no patognico definido como qualquer agresso ambientalque leve a uma resposta fisiolgica para manter a homeostase. Esses tipos de estressepodem incluir temperatura ambiente, atmosfera gasosa (amnia, umidade relativa,quantidade mnima de oxignio), disponibilidade de alimento e gua, rudo, iluminao e ainterao desses fatores com outras variveis.

    QUALIDADEDO ARO ar contm naturalmente nitrognio (78,1%), oxignio (20,9%), argnio (0,93%), dixido decarbono (0,03%) e vrios elementos indicadores (0,01%) ao nvel do mar. Porm, as

    concentraes desses componentes variam consideravelmente nos processos normaisde produo. Embora as aves sejam capazes de se adaptar a condies gasosas muitovariadas, elas so particularmente susceptveis a baixos teores de oxignio, aos sub-produtos dos sistemas de aquecimento e aos gases produzidos pela cama aviria. medida que a altitude se eleva, o oxignio torna-se um nutriente limitante para todas asclasses de criao. As aves expostas baixa qualidade do ar podem ter o desempenhoprejudicado.Em uma pesquisa, pintos recm-nascidos foram expostos a vrias concentraes deoxignio atmosfrico (8,60, 12,60, 16,60, 20,60%) por 8 horas, simulando o estressedecorrente do transporte inadequado. Os resultados da pesquisa mostram que a restriode oxignio em curto prazo tem influncia tanto sobre a taxa de crescimento subseqentequanto sobre o risco de ascite. A taxa de crescimento mdia cai conforme o oxignio daatmosfera diminui. O resultado da comparao dos dois mais baixos nveis de oxigniocom os dois mais altos a reduo (P=,03) da taxa de crescimento para 42 dias (7 pontos)A incidncia de ascite aumentou significativamente (P=,055) de 2,48 para 4,5% aos 42 diasde idade.

    TEMPERATURA AMBIENTEComo os pintos geralmente s atingem a homeotermia depois de uma semana de idade,as conseqncias do estresse na primeira semana so diferentes das de perodos

    posteriores. Sempre que a temperatura ambiente ultrapassa a zona de termoneutralidadedas aves, a produo de calor e conseqentemente o consumo de oxignio se elevam.Isso ocorre porque as aves tm de gastar energia para gerar calor caso esteja frio, oudissipar calor caso esteja muito quente. Os frangos de corte mais novos so mais

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    susceptveis ao estresse causado pelo frio porque tm uma maior rea de superfcie porunidade de peso. Uma maior susceptibilidade ao estresse por calor acontece em avesmais velhas pois sua rea de superfcie disponvel para a dissipao do calor reduzida. Atemperatura mdia de termoneutralidade projetada, para frangos de corte sem restrioalimentar cai de 32.2 C na ecloso para aproximadamente 22 C para uma ave de 2,5 Kg.

    Esses valores sofrem influncia de vrios fatores incluindo a composio corporal, a alti-tude, a taxa de ventilao (velocidade do ar), consumo e composio da rao bem como aumidade relativa.Toda vez que a ave exposta a variaes de temperatura ambiente em relao zona determoneutralidade, mudanas no manejo e no alojamento devem ser consideradas. Deixarde faz-lo forar as aves a ajustar-se, e isso prejudicar a converso alimentar e/ou a taxade crescimento. A Figura 13 ilustra o custo calrico das necessidades de manuteno dasaves, que pode ser associado a mudanas na temperatura ambiente em relao zona determoneutralidade das aves.

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    ILUMINAO

    Sabe-se que os programas de iluminao tm influncia sobre a taxa de crescimento, aconverso alimentar e a susceptibilidade ascite. Ao considerar um programa de iluminao importante fornecer bastante tempo, durante os perodos de iluminao, para que oplantel possa se adaptar. Por exemplo, ao aumentar a iluminao em intervalos muitocurtos, o plantel no tem tempo suficiente para consumir alimentos e gua. A iluminaoinfluencia a eficincia da alimentao, quando h tempo suficiente para se adaptar aoconsumo de alimentos, principalmente por reduzir as necessidades energticas demanuteno.

    FORMATO DA RAO

    As raes oferecidas aos frangos de corte devem ser suplementadas com quantidadescorretas de energia e nutrientes. O formato da rao, porm, deve tambm ser levado emconsiderao e no deve ser considerado separadamente das especificaes nutricionaispois ambas tm influncia sobre o valor da rao. O formato fsico da rao pode variar defarelada a peletizada ou extrusada. Em alguns casos, esses produtos podem ser misturadoscom vrias quantidades de gros integrais antes de serem oferecidas s aves. Essasraes oferecem vantagens para o manejo e para as aves. Do ponto de vista do manejo,melhoram-se as caractersticas de manuseio do alimento. J do ponto de vista das aves,nota-se uma melhora na taxa de crescimento e/ou na converso alimentar. Embora muitasempresas processem ainda mais as raes, o que efetivamente oferecido s aves pode

    ser uma mistura que varia de grnulos finos, pellets e/ou farelo. Somente a forma fsica darao oferecida s aves que pode influenciar no desempenho. Nos processos demanuseio, transporte, armazenamento e entrega h quase sempre um desequilbrio naproporo da rao processada.

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    Se a durabilidade dos pellets ou do crumble for baixa, ocorre um aumento na quantidadede grnulos finos e uma diminuio na qualidade da rao. A figura 14 mostra como aqualidade dos pellets pode influenciar o valor da economia de energia na forma dedensidade calrica. Essa relao pode ser aplicada para determinar valor aoprocessamento e/ou as conseqncias gerais do manuseio do alimento. Em situaes

    em que o produtor queira retardar o crescimento, reduzindo a densidade calrica dadieta, o formato fsico da rao oferecida deve ser considerado como opo.

    HIGIENEIndependentemente das patologias, a higiene do meio ambiente exerce influncia sobreas aves. Embora fosse mais simples considerar os frangos de corte como entidades

    funcionais independentes, eles competem com muitos microorganismos encontrados emseu corpo e ao seu redor. Efeitos microbianos especficos podem tanto ser vantajosos(sntese de vitaminas, destruio de toxinas, etc) quanto prejudiciais (produo de toxina,infeco, destruio de nutrientes, gastos de energia com resposta imune). Sabe-se queaves criadas em ambientes livres de micrbios apresentam um aumento geral de at 15%na eficincia energtica. A reduo da carga de microrganismos das aves pode elevar ataxa de crescimento, a converso alimentar, o rendimento da carcaa e rendimento dacarne de peito bem como reduzir as conseqncias de qualquer estresse fisiolgico emque a melhora da eficincia alimentar uma teraputica potencial (estresse calrico, ascite).Na prtica, o valor calrico do manejo higinico no-patognico varia entre 50 e 200 Kcal/kgda dieta.

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    6. CONVERSO ALIMENTARA converso alimentar, o consumo alimentar total dividido pelo peso vivo, um aspectoimportante do desempenho geral. Para esse clculo, o peso inicial do pinto geralmenteignorado, mas medidas mais precisas subtrairiam o peso inicial e indicariam a quantidade

    de alimento por unidade de ganho (Figura 15). Contudo, a proporo entre alimentao epeso corporal influenciada por inmeros componentes que interagem. Os principaisdeterminantes da taxa de converso alimentar (TCA) so a idade e o tamanho das aves, omeio-ambiente, o apetite, o manejo e a composio da forma da rao, entre outros (Figura16). medida que as aves ficam mais velhas, a sua converso alimentar aumenta devidoao aumento do custo de manuteno e das propores crescentes do acmulo de lipdeos.Portanto, aves mais novas tero uma melhor TCA que as mais velhas, e a TCA para asfases inicial, crescimento e final ser altamente influenciada pela idade das aves. Comoa taxa de converso alimentar est relacionada ao peso, e no ajustada frao relativa gua, aves que sintetizam massa magra tero uma melhor TCA, pois a massa magra

    composta por 75,4% de gua e somente 9% de massa lipdica. Aves que acumulamlipdeos, porm, ainda apresentam uma TCA positiva, pois isso representa um aumento demassa atravs da alimentao. Aspectos importantes da composio da rao estorelacionados eficincia da utilizao do substrato para a sntese de tecidos e a composiodos tecidos a serem sintetizados. Embora exista uma correlao entre a alimentao e aeficincia energtica, o fato de a gua e massa, em vez da energia, fazerem parte dasdeterminaes pode tornar os valores menos significativos.

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    7. O CRESCIMENTOCOMO PROPOROENTRE MASSAE RENDIMENTOO conceito de crescimento e rendimento pode ser visto de diversas maneiras. O crescimentode massa em gramas fcil de ser medido; contudo, o rendimento freqentemente vistocomo uma porcentagem, o que pode ocasionar erros. Quando o crescimento do tecido

    visto em termos de massa, o resultado uma medida clara e quantitativa que serve paraorientar o processo de produo. Quando o rendimento o critrio de crescimento, e encarado como a porcentagem dos produtos em geral, ele pode ser mal interpretado. Porexemplo, uma mudana nutricional com intuito de manipular resultados especficos podesomente alterar a massa de um outro componente. Conseqentemente, isso poderiainfluenciar o resultado esperado de tal maneira a no aumentar a produo de massa. Oresultado poderia ser a falsa produo de tecidos com uma elevao desnecessria docusto da dieta. Isso exemplificado por uma alimentao com elevadas concentraes deprotena a fim de melhorar o rendimento da carne de peito ou carne magra. A elevao doconsumo de protena pode efetivamente aumentar a proporo de carne de peito e de carnemagra na carcaa.Contudo, essa elevao pode dever-se ao fato de que a eficincia da lipognese, via protenana dieta, seja menor do que aquela via carboidrato ou lipdeos. Logo, o aumento naporcentagem de peito e/ou carne magra pode somente significar menos gordura na carcaa.Caso esse seja o resultado desejado, geralmente mais barato simplesmente reduzir adensidade calrica da rao. Elevar os nveis de protena bruta na dieta tambm reduz aeficincia metablica. E, sob condies de estresse, oferecer alimentos com excesso deprotena pode aumentar a incidncia de doenas metablicas. O rendimento mais bemobservado em termos de massa, especialmente quando combinado ao uso da energiametabolizvel para o ganho geral.

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    8. RECOMENDAES NUTRICIONAIS E ENERGTICASComo os gastos com alimentao geralmente so o maior componente do custo da produode aves, decises em relao composio da rao tm uma influncia considervel noslucros. Porm, a composio da rao apenas um dos muitos componentes interativos

    que devem ser levados em conta para uma produo eficiente. Qualquer falha em relaoao manejo, alojamento, meio-ambiente e higiene pode reduzir o desempenho das aves.Na verdade, a relao entre nutrio e as variveis j mencionadas exemplificada pelosvalores calricos dados forma de alimentao, iluminao, temperatura ambiente e higiene,entre outros. Decises de manejo que influenciam o gasto de energia das aves podemalterar efetivamente a proporo caloria/nutriente da dieta. O produtor de frangos atentointegrar manejo, ambiente e dieta para produzir aves de melhor desempenho possvel. Oprincipal objetivo das diretrizes nutricionais relacionadas dieta fornecer combinaesaceitveis de energia + nutrientes no-essenciais juntamente com uma srie de nutrientesessenciais que possibilitem ave expressar totalmente seu potencial gentico.

    RELAES NUTRICIONAIS BSICASO objetivo da produo de frangos de corte em geral a produo de tecido magro/carnemagra com teor aceitvel de gordura. A eficincia produtiva corresponde ao equilbrio entrea ingesto de alimentos movida pelo apetite e a produo de excrementos. Alguns tipos degastos, assim como os gastos energticos de manuteno sob condies determoneutralidade, so obrigatrios. Em contraste, outras parcelas de gasto energticoso determinadas pelo meio ambiente onde se encontram as aves e as decises demanejo do produtor. Com exceo dos gastos de manuteno e atividade, o custo daproduo de carne magra relativamente constante para aves alimentadas e alojadas sobcondies razoveis. As variaes nas medidas de eficincia da produo, excluindo abaixa qualidade dos alimentos e custos obrigatrios, esto geralmente associadas avariveis de manuteno e raes com propores divergentes de caloria/protena atravsda sua influncia sobre o metabolismo energtico. O papel do nutricionista examinar taisinteraes e prescrever combinaes de alimentos e nutrientes para otimizar o desempenhodas caractersticas escolhidas pela empresa, que variam muito entre as empresas, ecomo ser discutido nas sees a seguir, tm influncia nas metas de formulao derao. As caractersticas a serem otimizadas vo de peso corporal e converso alimentar aproduo de peito ou at sobrevivncia sob condies de estresse. Uma vez escolhidasessas caractersticas, as medidas necessrias para otimiz-las podem ser tomadas. Amelhor fonte de dados para modificaes nutricionais o feedback do sistema de produocomo um todo. Esse feedback deve incluir no somente o desempenho e dadosrelacionados sobrevivncia, como tambm informaes precisas sobre a composio

    da carcaa obtidas na indstria de processamento. Juntamente com os objetivos traadospela empresa, essas informaes orientam decises quanto formulao para sedesenvolver as melhores dietas possveis.

    ENERGIAA necessidade energtica das aves pode ser expressa de vrias formas. O sistema queutiliza a energia metabolizvel (EM) o mais amplamente desenvolvido e aplicado.Conseqentemente, a necessidade nutricional das aves geralmente expressa pelo teorde EM ou proporo de EM. Como o sistema que emprega a EM no leva em conta asperdas de calor, qualquer variao na produo de calor resultar na variao das propores

    de nutrientes/energia em nvel celular. Idealmente, a combinao dos gastos de energiapelas aves e as necessidades serviriam como diretriz para o processo de formulao. Noentanto, com o sistema atual, os nutricionistas so obrigados a depender do feedbackdosistema produtivo, como referncia para calcular as influncias gerenciais e ambientais

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    sobre a utilizao da rao.

    Os valores calorficos relacionados s influncias gerenciais e ambientais mencionadasacima podem ajudar a ajustar a interface nutricional e gerencial. Alm dos gastos energticosdiretos, os nutrientes que excedem os nveis necessrios para o acrscimo de massamagra sero convertidos em lipdeos. O uso do substrato para a sntese lipdica varia e

    pode ter influncia direta sobre a converso alimentar, a composio da carcaa, o rendimentoda carcaa e o rendimento aparente da carne de peito. As estimativas, por exemplo, sugeremque preciso uma dieta de 3,1 g de protena, 2,3 g de carboidrato e 1,2 de lipdeos parasintetizar apenas uma grama de gordura corporal. Isso faz com que o padro de nutrientesdispensveis usados como fonte de energia exera uma influncia significativa sobre acomposio final da carcaa e a converso alimentar.

    NECESSIDADESEmbora as necessidades nutricionais sejam tradicionalmente expressas em fases, trata-se mais de uma questo de restrio em relao produo e manuseio da rao do que

    uma diviso real em funo das necessidades. Por exemplo, os nveis proticos necessriospara uma rao que contenha 3.200 kcal de EM/kg de 23% para pintos de 1 a 21 dias deidade; 20% para 21 a 42 dias e 18% para 42 a 56 dias (NRC 1994 - Conselho Nacional dePesquisa dos E.U.). As necessidades nutricionais das aves no mudam bruscamentenesses dias especficos, e sim de forma contnua, ao longo do tempo. Portanto, o perodode tempo pode exercer uma influncia significativa sobre as necessidades estimadas.Como muitas empresas oferecem alimento em padres diferentes dos tradicionalmenterecomendados, preciso que haja outras formas de expressar tais necessidades. Noentanto, deve-se usar de cautela: quanto os produtores oferecem j de incio alimentoexatamente de acordo com as necessidades das aves, pois em pouco tempo estaroexcedendo tais necessidades e, conseqentemente, ocorrer perda de nutrientes de alto

    custo. Inversamente, se as aves recebem menos do que necessitam at que se ajustem alimentao, ento a rao ser deficiente durante um certo perodo (Figura 17) e odesempenho poder ser afetado. Em ambos os casos, no h otimizao do alimentonem da eficincia energtica.

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    NECESSIDADES NUTRICIONAISExiste muita informao disponvel relacionada s necessidades proticas. Dados sugeremque uma vez que a necessidade protica e de aminocidos da dieta atendida, a melhoraadicional no teor protico da carcaa com suplementao extra mnima. Alm disso,

    observa-se que uma diminuio da protena da dieta (feita de forma sensata, mantendo onvel necessrio de aminocidos indispensveis) tem pouca influncia sobre o crescimentogeral e sobre o rendimento protico final da carcaa. Existem excees a essas regrasgerais: o aumento discreto do rendimento da carne de peito devido suplementao dealguns aminocidos essenciais e o aumento do apetite das aves atravs de uma pequenareduo do teor protico da dieta. Eis aqui uma parte da arte da nutrio: um apetite maisvoraz pode resultar em uma ave maior com uma pequena deficincia protica. Por outrolado, a suplementao de alguns aminocidos na rao, para atender s exignciasproticas, pode resultar em um maior rendimento das partes desejadas. As empresasque simplesmente monitoram o peso vivo tm claro interesse em oferecer dietas combaixa quantidade de protena. Contudo, a suplementao de aminocidos especficos comum nvel protico adequado pode potencialmente resultar em um melhor rendimento dacarne de peito. Na verdade, a empresa que oferece alimentos com baixo nvel protico,dependendo da ingesto alimentar, pode obter maior peso de peito (em gramas), mas emporcentagens reduzidas devido a uma maior quantidade de gordura na carcaa.

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    9. ALIMENTAO DIRECIONADAAO RENDIMENTOEPRODUODE CARNE MAGRA

    Em um ambiente produtivo satisfatrio, a massa da carcaa e a massa magra de peito

    podem ser aumentadas atravs de medidas nutricionais. Para tanto, vantajoso diminuirsimultaneamente o desvio dos nutrientes dos alimentos para a homeostase corporal e aresposta imune atravs do alojamento e do manejo. A reduo desse desvio de nutrientesdos alimentos pode influenciar a composio da carcaa tanto quanto uma modificao nadieta. Por outro lado, uma falha nesse campo poderia anular mudanas de alto custo nadieta. Somente aps o estabelecimento de um ambiente satisfatrio direcionado aocrescimento que as especificaes dos nutrientes podem ser modificadas da melhormaneira a fim de influenciar o rendimento da carcaa e as propores de massa magra.Uma pequena mudana nas propores dos vrios aminocidos essenciais e nveis deprotena bruta da dieta pode influenciar as caractersticas de carcaa final e as massasproporcionais. interessante obter informaes acerca do processamento para que as

    caractersticas gerais (massa de carcaa e propores) possam ser monitoradascontinuamente e para que estratgias sazonais possam ser desenvolvidas. Dessa maneira,evita-se obteno ilusria de elevadas propores de massa magra s custas da eficinciametablica e teor de gordura na carcaa. Para otimizar o rendimento de massa magra,deve-se aumentar simultaneamente tanto os nutrientes essenciais quanto os dispensveis,alm da energia. Qualquer deficincia dos nutrientes necessrios para a sntese e amanuteno dos tecidos magros diminuir a massa magra final. Alm disso, essadeficincia pode reduzir a proporo de massa magra se a sntese lipdica for mantida ouelevada. Felizmente, a rao balanceada no requer o monitoramento contnuo de todos osnutrientes. Na maioria dos casos, suficiente identificar a proporo de 3-4 dos nutrienteslimitantes em cada categoria para que sejam monitoradas. Ao assegurar a manuteno daproporo dos nutrientes limitantes com o fornecimento suficiente de energia pode-seaumentar a eficincia do aumento de massa magra. A formulao de dietas que forneamnveis especficos dos aminocidos limitantes mais comums (lisina, metionina, treonina,arginina, triptofano), com um nvel fixo de protena bruta da dieta, geralmente suficientepara manter o aumento generalizado de massa magra. Os aminocidos crticos sodeterminados pela composio de ingredientes alimentares e da biodisponibilidade deaminocidos. Em dietas cuja base so os gros/soja, as aves podem, caso o ambiente doavirio seja adequado, acumular tecido magro em resposta ao aumento dos nveis delisina. Sugerem tambm que o aumento nos nveis de aminocidos sulfurados (metioninae cistena) est relacionado com a reduo do acmulo de gordura. Esses processos,

    porm, no ocorrem separadamente e no devem ser vistos dessa maneira. Para a obtenode rendimento mximo de carne com nveis mnimos de gordura na carcaa, ambos osnveis de lisina e aminocidos sulfurados devem ser simultaneamente otimizados. Outrosaminocidos essenciais, juntamente com substratos usados para lipognese (protena,lipdeo, carboidrato, aminocidos dispensveis) tambm desempenham um papelimportante nesse campo altamente interativo. importante salientar que, embora a gorduraseja considerada um produto de refugo, exige-se um nvel mnimo de gordura na carcaapara evitar que a carne se torne seca e sem sabor quando cozida.

    OTIMIZAODAABORDAGEM NUTRICIONALAs raes convencionais formuladas por fase resultam em um baixo ou alto consumo denutrientes durante os primeiros e os ltimos dias de cada fase, respectivamente. O idealseria um modelo mais refinado que orientasse os processos de formulao. possveladequar a composio da rao s exigncias dirias de nutrientes das aves usando

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    tcnicas qualitativas de mistura de alimentos na prpria granja. Embora tais misturas noestejam geralmente disponveis, interessante que haja um modelo para que a empresapossa analisar as fasesde alimentao. Atualmente, existe uma variao substancialentre a variao do intervalo de alimentao nas empresas a composio das raes emfases.

    Matematicamente, possvel descrever os nutrientes dirios e as necessidades energticas,definidas pela combinao ambiente-manejo. Pode-se us-los alternadamente juntamentecom os dados de produo de aves para melhor desenvolver padres de formulao derao. No que diz respeito nutrio protica, uma maior quantidade de protena nemsempre melhor, e uma menor quantidade nem sempre pior. A meta um equilbrionutricional entre a necessidade diria e o nvel energtico da dieta. As seguintes equaese tabelas do exemplos de estimativas, em ambiente de baixo estresse, dos valores diriosde energia, protena bruta e de lisina para manter o ganho de massa magra no frango decorte da raa Cobb.

    PROTENA BRUTAMXIMAAPARENTEMximo pode no ser o termo adequado, uma vez que a produo de frangos de corte podeser bem-sucedida com o consumo de quantidades maiores de protena do que as indicadasaqui. Entretanto, as pesquisas apontam, atravs de experincias feitas com vrios tipos deraes usando valores quantitativos dirios de consumo, acima dos quais o consumogeralmente no eleva o acrscimo de protena. Nesses estudos, fixaram-se nveis deaminocidos essenciais, sendo a protena bruta a nica varivel, primariamente na forma deaminocidos dispensveis. O consumo de protena bruta dietria, independentemente dosaminocidos essenciais crticos, mostrado na Tabela 2 e previsto pelas equaes 1-8.EQUAO 1: Equao para previso do consumo cumulativo de protena, com base naidade em dias. As limitaes dessa abordagem consistem da incapacidade do ambiente

    produtivo de apresentar uma curva que se iguale quela utilizada. Na maioria dos casos,isso resultaria em uma superestimativa da necessidade protica.Necessidades mximas de protena bruta com nvel satisfatrio de aminocidos essenciais= 1.97747 + 1.60348*dia + 0.55084*dia2 - 2.51236*10-3*dia3;Como exemplo, o consumo total de protena, no caso de aves de 15 e de 35 dias seria decerca de 141 e 625 gramas, respectivamente.Pode-se tambm utilizar esta equao para fazer uma estimativa da quantidade de protenanecessria em qualquer intervalo do processo de produo. Onde B (dia b) o dia maisdistante na curva de crescimento e A (dia a) o dia mais prximo. De forma similar equao1, a exatido determinada quando a curva de crescimento produtivo se iguala ao padro.

    Sob tal concepo, essa abordagem permite determinar a necessidade protica mxima noque diz respeito ao perodo desejado (Equao 2).

    EQUAO 2:Estimativa da necessidade protica em um intervalo especfico de tempo.Primeiro Dia = Intdiaaltimo Dia = IntdiabNecessidade protica no intervalo= (1.97747 + 1.60348*Intdiab + 0.55084*Intdiab2 - 2.51236*10-3*Intdiab3

    -(1.97747 + 1.60348*Intdiaa + 0.55084*Intdiaa2 - 2.51236*10-3*Intdiab3

    A ttulo de exemplo, o consumo total de protena no caso de aves de 15 e 35 dias de idadeseria de cerca de 484 gramas.

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    EQUAO 3:De forma alternativa, a necessidade protica das aves tambm pode estarrelacionada ao peso corporal. A vantagem nesse caso que a necessidade que a curva decrescimento produtivo se iguale ao padro menor.A previso da necessidade de consumo cumulativo de protena (g) com base no pesocorporal (g)

    = -15.8598 + 0.28746*PC + 3.9642*10-5*PESO CORPORAL2 - 1.736*10-9*PESO CORPO-RAL3

    Como exemplo, o total de protena consumida no caso de aves pesando 508 ou 814 gra-mas seria de 140 ou 626 gramas, respectivamente.

    EQUAO 4: De forma alternativa, a necessidade protica das aves tambm pode serdeteminada para obter um diferencial de peso corporal (DPC). No exemplo a seguir, oprimeiro peso o PCa e o segundo peso o PCb. Similarmente equao cumulativaacima, a vantagem da tcnica a menor necessidade de que as curvas de produo epadro se igualem.

    DPCa = Peso corporal inicial (g)DPCb = Peso corporal final (g)Consumo de protena no intervalo de peso corporal= (-15.8598 + 0.28746*DPCb + 3.9642*10-5*DPCb2 - 1.736*10-9*DPCb3)-(-15.8598 + 0.28746*DPCa + 3.9642*10-5*DPClb 2 - 1.736*10-9*DPCa3)Como exemplo, o total de protena consumida no caso de aves pesando entre 508 e 1.814gramas seria de 486 gramas.

    ALIMENTAOCOM RAES COM TEORREDUZIDODE PROTENABRUTAO consumo excessivo de protenas em frangos de corte no apresenta basicamente nenhumbenefcio. O nutriente em excesso pode elevar o custo da rao e diminuir a eficinciametablica. A eficincia mdia de converso da energia dos aminocidos em lipdios deapenas 45% (incluindo o custo do metabolismo do nitrognio), ao passo que a eficinciano caso da absoro de carboidratos e lipdeos estimada em 78% e 84%, respectivamente.Conforme foi discutido, qualquer elevao de rendimento da carcaa em funo do excessode protena alimentar pode ocorrer pela menor eficincia energtica e, portanto, reduo dagordura na carcaa. Conseqentemente, a rao que apresenta melhor relao custo/benefcio em termos de calorias de EM consumidas ser aquela com teor protico suficiente,no excessivo. Foram realizados estudos para examinar at que ponto a protena brutapode ser reduzida. Neles, nveis de aminocidos essenciais foram determinados, sendo a

    reduo de protena bruta a varivel primria, na maioria sob a forma de aminocidos noessenciais. O consumo reduzido de protena alimentar, independentemente dosaminocidos essenciais crticos, ilustrado na Tabela 2 e previsto atravs da equao 5-6.

    EQUAO 5:A previso da necessidade de consumo cumulativo de protena (g) com basena idade em dias. As limitaes dessa abordagem consistem da incapacidade do ambienteprodutivo de apresentar uma curva que se iguale quela utilizada. Na maioria dos casos,isso resultaria em uma superestimativa da necessidade protica.

    Reduo da necessidade de protena bruta com nveis satisfatrios de aminocidos

    essenciais= 0.40025 + (1.18418*dia) + (0.50083*dia2) - (1.955947*10-3*dia3)Como exemplo, o total de protena consumida no caso de aves com 15 e 35 dias de idadeseria de 124 e 572 gramas, respectivamente.

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    Pode-se tambm utilizar esta equao para fazer uma estimativa da quantidade de protenanecessria em qualquer intervalo do processo de produo. Onde B (dia b) o dia maisdistante na curva de crescimento e A (dia a) o dia mais prximo. De forma similar equao 5, a exatido determinada quando a curva de crescimento produtivo se iguala ao

    padro. Sob tal concepo, essa abordagem permite determinar a necessidade proticamxima no que diz respeito ao perodo desejado (Equao 6).

    EQUAO 6: Necessidades proticas reduzidas em um intervalo especfico de tempo.Primeiro dia = Intdiaaltimo dia = IntdiabNecessidades proticas no intervalo= (0.40025 + (1.18418*Intdiab) + (0.50083*Intdiab2) - (1.955947*10-3*Intdiab3))- (0.40025 + (1.18418*Intdiaa) + (0.50083*Intdiaa2) - (1.955947*10 -3*Intdiaa3))Como exemplo, o total de protena consumida no caso de aves com idade entre 15 e 35dias de idade seria de 447 gramas.

    EQUAO 7: De forma alternativa, a necessidade protica reduzida das aves tambmpode estar relacionada ao peso corporal. A vantagem nesse caso a menor necessidadede que as curvas de produo e padro se igualem.Necessidade reduzida de consumo protico cumulativo com base no peso corporal (g)= -16.73268 + 0.25588*PC + 4.001*10-5*PC2 -1.21809*10-9*PC3

    Como exemplo, o total de protena consumida no caso de aves pesando 508 ou 814 gra-mas seria de 123 ou 572 gramas, respectivamente.

    EQUAO 8: De forma alternativa, a necessidade protica das aves tambm pode serdeterminada para obter um diferencial de peso corporal (DPC). No exemplo a seguir, oprimeiro peso o PCa e o segundo peso o PCb. Similarmente equao cumulativaacima, a vantagem da tcnica a menor necessidade de que as curvas de produo epadro se igualem.

    DPCa = Peso corporal inicial (g)

    DPCb = Peso corporal final (g)Consumo de protena no intervalo de peso corporal=(-16.73268 + 0.25588*DPCb + 4.001*10-5*DPCb2 -1.21809*10 -9*DPCb3

    -(-16.73268 + 0.25588*DPCa + 4.001*10-5*DPCa2 -1.21809*10-9*DPCa3)Como exemplo, o total de protena consumida no caso de aves pesando entre 508 e 1.814gramas seria de cerca de 449 gramas.

    RESUMODAS NECESSIDADES PROTICASEM FRANGOSDE CORTE

    Em ltima anlise, h uma srie de fatores que influenciam as decises no que diz respeitoaos nveis proticos utilizados na alimentao. O principal entre eles a otimizao daeficincia de converso e a produo de um produto final que apresente qualidade uniforme.

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    Sob situaes diferentes em relao alimentao, a necessidade de aminocidos noessenciais e alguns aminocidos essenciais pode ser reduzida, contanto que se mantenhamos quatro aminocidos crticos mencionados. Isso pode ser feito sem que haja perdaaparente do potencial de ganho de massa magra. A Tabela 2 mostra uma estimativadessas necessidades.

    As empresas devem tomar decises firmes quanto utilizao das diretrizes nutricionaisrecomendadas, uma vez que a melhor forma de alimentao determinada pela combinaodas decises ambiental-gerencial e nutricional. O resultado em termos de valor calricodas medidas gerenciais, como programa de iluminao, formato da rao, nveis de higiene,temperatura ambiente e matriz alimentar ir causar impacto no resultado final. Na verdade,o valor quantitativo energtico dos alimentos tambm uma varivel que torna qualitativasas recomendaes nutricionais. O valor em energia metabolizvel de um determinadoalimento pode variar consideravelmente dependendo da fonte. Apesar de tais limitaes,os princpios aqui mencionados, combinados ao feedbackrelativo ao produto final(composio da carcaa) do ao produtor avcola informaes suficientes para ajud-lo atomar as melhores decises e garantir bom desempenho das aves apesar das limitaesencontradas em cada regio.

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    10 - VITAMINASE ELEMENTOS INDICADORESAs necessidades vitamnicas e de elementos indicadores para as vrias idades de frangosde corte esto definidas a seguir. Para garantir o fornecimento em quantidades adequadas,a dieta deve ser complementada de acordo com o nvel e a disponibilidade das vitaminas e

    dos elementos indicadores nos diversos componentes da rao.

    1Bonsresultados foram observados com esses valores, porm inmeros fatores, como oprocessamento da rao, o estresse das aves, o tipo de alimento utilizado, entre outros,influenciam os nveis recomendados.A mxima lucratividade tambm deve ser considerada.

    NVEIS NUTRICIONAIS RECOMENDADOSAs especificaes a seguir tm como objetivo fornecer informaes que iro contribuir paraa otimizao do desempenho, sob uma vasta gama de situaes produtivas (Tabela 4).Essas tabelas devem ser utilizadas como um guia das necessidades nutricionais de frangosde corte criados at 55 dias de idade ou menos. As especificaes destinam-se a avescriadas em climas temperados sob condies favorveis. Vrias discusses apresentadasneste manual fornecem informaes gerais relacionadas s condies fora do padro.

    Quando a temperatura diurna mdia ultrapassa essa faixa, ou quando o consumo deoxignio insuficiente, as necessidades nutricionais das aves mudam e, portanto, alteraesdevem ser feitas. Especificaes adicionais so disponibilizadas para a produo de avesem sistemas extensivos.

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    PRODUO AVCOLAEM SISTEMAEXTENSIVOO frango de corte Cobb pode ser criado com sucesso sob uma vasta gama de sistemas deproduo. Aves em sistemas extensivos invariavelmente so criadas a uma taxa decrescimento mais lenta do que as criadas em sistemas intensivos, com o objetivo deproduzir carne com sabor mais maduro. Tais aves exigem dietas especiais, que podembasear-se integralmente em ingredientes vegetais, e muitas vezes so criadas usandotcnicas de controle do manejo alimentar. As seguintes especificaes nutricionais foramelaboradas com o objetivo de produzir machos e fmeas de at 56 dias, pesandorespectivamente 2,8 kg e 2,3 kg. O controle alimentar pode ser necessrio, dependendodas condies especficas sob as quais as aves so criadas.

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    AVESDE PELE AMARELADAOs frangos de corte da raa Cobb tm a pele naturalmente amarelada, mas a eliminaode todas as fontes de pigmento do alimento produzir aves de pele e carne brancas. Nasregies do mundo onde o trigo o cereal bsico, o consumidor tende a preferir produtos decor branca. Nas regies onde o cereal primrio o milho, essa preferncia geralmenterecai sobre produtos de cor mais amarelada. Para produzir aves de pele amarela, elasdevem receber alimentos que possuam pigmentos. Esses pigmentos podem tanto ser axantofila, naturalmente presente em alguns alimentos, quanto podem ser adicionadoscomo suplemento alimentar. A intensidade da cor amarela nos produtos vai dependerunicamente da quantidade de pigmento includo da dieta e depositado nos tecidos. Produtosnaturais (por exemplo: milho, farelo de glten de milho, alfafa desidratada, farelo de lucerna)podem ser utilizados para produzir aves de pele pigmentada, mas os resultados muitasvezes apresentam variaes. Essas variaes devem-se s diferenas naturais nos nveise na potncia de pigmentao da xantofila presente nas matrias primas alimentcias.

    Para obter uma colorao uniforme, geralmente necessrio complementar a xantofilanatural com pigmentos extrados ou sintticos.

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    11. PRODUODE RAO

    QUALIDADEDAMATRIAPRIMAA correta especificao nutricional um pr-requisito essencial em qualquer dieta.

    Entretanto, preciso reconhecer que a qualidade da dieta depende inteiramente da qualidadedas matrias-primas. Os valores nutricionais das matrias-primas constantes de livrosso apenas um guia da contribuio efetiva de um determinado ingrediente na dieta final. essencial monitorar a composio real da maioria das matrias-primas. A qualidade dadieta influenciada por:

    valor nutricional total e disponibilidade de nutrientes essenciais; energia metabolizvel (EM) ou energia metabolizvel verdadeira/real (EMV/EMR) a proporo de gorduras saturadas em relao s insaturadas no caso de dietasiniciais (devido capacidade limitada que aves possuem de digerir gordurassaturadas);

    fatores anti-nutricionais , por ex,, histaminas (aminas biognicas) presentes no farelode peixe, inibidores da tripsina em gros;

    toxinas, por ex., micotoxinas produzidas no campo (ergot e fusarium no trigo) oudurante o armazenamento (aflatoxina);

    adio de enzimas para melhorar a digestibilidade do trigo ou de outras matrias-primas;

    desenvolvimento de novas matrias-primas, por ex., produtos a base de protenavegetal processada ou novas variedades de cereais criados especialmente paraadequar-se fabricao de rao.

    HIGIENEDARAOA rao pode ser contaminada por inmeros microorganismos patognicos, mas, a principio,os mais preocupantes so a Salmonela e o Campilobacter, pela sua importncia em termosde sade pblica. de amplo conhecimento que a rao exerce papel importante nadisseminao desses microorganismos na indstria avcola. Para se obter os mnimosnveis de contaminao na rao de frangos de corte, uma srie de medidas importantesdevem ser tomadas. Toda matria-prima recebida deve ser selecionada atravs demonitoramento bacteriolgico de rotina, que inclui amostragem regular baseada no vol-ume e freqncia com a qual cada material comprado. Os galpes de armazenamento eas instalaes para desembarque devem ser inspecionados periodicamente para garantirum controle de parasitas adequado. A construo e o manejo da fbrica de rao deve serprojetados de forma a evitar a contaminao cruzada a partir de materiais no-tratados.Deve haver poucas linhas de processamento de rao e a produo deve seguir um fluxotal que minimize a contaminao final do produto. As instalaes da fbrica devem sermantidas sempre limpas. Submeter a mistura de matrias-primas a altas temperaturas,atravs de equipamentos especiais de fabricao, como expansores, extrusores econdicionadores contribui de forma significativa para reduzir a contaminao bacteriana. Ograu de eliminao bacteriana depender da combinao de temperatura, umidade e tempo.Pode-se conseguir a eliminao total das bactrias, mas isso pode prejudicar adisponibilidade de macro e micronutrientes importantes. Deve-se evitar a recontaminao

    da rao submetida a tratamento trmico. A rea crtica do processamento de rao aps-peletizao. Os pellets quentes devem ser resfriados o mais rpido possvel atravsdo uso de jato de ar frio limpo e filtrado contra o fluxo de sada de produto. Nessa rea, deve-se eliminar qualquer condensao, uma vez que esta propicia um ambiente favorvel para

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    a sobrevivncia e multiplicao das bactrias. cidos orgnicos e formaldedo podem serteis para ajudar a controlar o crescimento de bactrias e fungos tanto nas matrias-primas quanto na rao processada. So ferramentas importantes dos programas dehigiene da fbrica de rao, porm, as reas crticas para o controle da contaminaobacteriana so as de aquecimento e resfriamento. Os veculos de entrega de rao tambm

    so um elo importante na cadeia da biossegurana. vantajoso utilizar veculos com o fimespecfico de fazer a entrega de rao, em vez de utilizar rebocadores ou tratores de usogeral. Todos os veculos devem ser submetidos limpeza peridica completa do interior eexterior, e em particular do sistema de descarga.

    QUALIDADEDA GORDURAPintos recm-nascidos so incapazes de fazer a digesto adequada de gorduras saturadase, portanto, as gorduras na rao inicial devem ser em grande parte insaturadas (p. ex., leode soja). A capacidade das aves de metabolizar gorduras aumenta conforme sedesenvolvem. Assim, as raes de crescimento e de finalizao podem ser formuladas demodo a incluir quantidades maiores de gorduras saturadas (p. ex., leo de palma/dend esebo). As gorduras, em particular as insaturadas de cadeia longa, so destrudas peloaquecimento e pela oxidao. As misturas de gorduras muitas vezes incluem resduos defrituras comerciais e sub-produtos de processos qumicos, como restos de destilao dorefino de leo. Esse tipo de gordura reduz a taxa de crescimento e pode ter efeitos negativossobre a sade das aves, bem como sobre a qualidade da carcaa. O uso de antioxidantesna gordura e na rao pode diminuir a qualidade da gordura.

    QUALIDADEDAS PROTENASO farelo de soja geralmente a principal fonte de protena nas raes para frangos de cortee seu teor nutricional pode variar consideravelmente. Essa variao se deve a diversos

    fatores: o perfil nutricional de cada lavoura de soja pode variar em termos de qualidade, deuma safra ou de uma rea para outra; produtos com as mesmas especificaes nominaispodem variar quanto ao teor nutricional dependendo dos processos utilizados na coco eextrao do leo. A coco um processo especialmente importante, pois preciso aqueceros gros para destruir o fator antinutritivo denominado Inibidor de Tripsina (IT). O IT reduz adigestibilidade da frao protica total da rao e prejudica o crescimento das aves. Acoco insuficiente leva a uma digesto protica insatisfatria, devido a presena do TI. Acoco excessiva, por sua vez, causa a desnaturao da protena e da gordura presentesno farelo e reduz sua digestibilidade. muito importante realizar o monitoramento regulardo IT ou da atividade da urease. Amostras de cada novo lote de cada produto a base de leode soja devem ser submetidas anlise colorimtrica de comparao com lotes anteriorese amostras aleatrias devem ser enviadas para anlise qumica. Os valores aceitveispara urease, usando o teste colorimtrico, esto entre 0,05 e 0,20. O farelo de peixe podeser includo nas raes iniciais para frangos de corte por serem uma boa fonte deaminocidos digerveis. O farelo de peixe tambm contribui com Omega-3, selnio orgnicoe outros nutrientes importantes, mas, como ocorre com o farelo de soja, o cozimentoinsuficiente ou excessivo reduzir o valor nutricional. O controle de qualidade peridico muito importante. Os nveis de lisina digervel, sal, minerais e a estabilidade do leo devemtambm ser monitorados. Os cereais no so apenas uma grande fonte de energia narao como tambm so responsveis por aproximadamente 30% da protena bruta.Alteraes de 11,5 a 10,5% nos nveis de protena bruta na rao podem reduzir o nvel

    protico na rao processada em 2 a 3 pontos percentuais. A qualidade dos cereais deve,obviamente, ser monitorada regularmente. No caso de raes base de trigo, os nveis deamido ou amido disponvel iro variar de acordo com as condies de cultivo e colheita.Embora no haja correlao direta com a disponibilidade protica e energtica, os altosnveis de polissacardeos no-amdicos, geralmente encontrados no trigo, indicam uma

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    12. MANEJODARAO

    QUALIDADEDAS MATRIAS-PRIMASE TESTESA garantia de que a rao fornecida aos frangos de corte satisfaro s especificaes

    nutricionais de forma adequada comea por assegurar que a matriz de composio dasmatrias-primas esteja correta. A matriz deve refletir os nveis reais de nutrientes de umdeterminado ingrediente, no que diz respeito ao teor de energia, protena, aminocidosessenciais, minerais, vitaminas e elementos indicadores. Somente assim os ingredientespodem ser selecionados adequadamente e formulados para oferecer os nveis corretos denutrientes que estaro presentes na rao. A rao ser to boa quanto a matria-primautilizada; dever seguir as especificaes e a composio dever ser totalmente conhecida.Muitos problemas nutricionais surgem em decorrncia da falta de ateno qualidade damatria-prima utilizada no preparo da rao. Garantir a qualidade da rao processadarequer ateno detalhada a respeito da composio nutricional da matria-prima, daausncia de fatores txicos como micotoxinas, contaminao bacteriana, aminas biognicase gordura oxidada, bem como da formulao, fabrico, distribuio e armazenamento darao e seu fornecimento s aves. A realizao de testes precisos da matria-prima e darao processada fecham o ciclo completo do controle de qualidade.

    EXAMEDARAOAmostragemTcnicas corretas de amostragem so to importantes quanto a boa prtica laboratorial,quando se deseja que os resultados reflitam o teor nutricional real da rao. A maioria doscasos de variao entre resultados da mesma anlise, em amostras diferentes da mesmarao, realizadas no mesmo laboratrio, provavelmente se deve a tcnicas de amostragem

    incorretas. A amostra deve ser representativa da rao da qual foi colhida, e isso no podeser feito apenas pegando uma poro da rao. Uma carga de 20 toneladas de raoprocessada a granel formada por vrios lotes de matrias-primas misturados. improvvelque esses lotes sejam idnticos em sua composio. Portanto, para obter uma amostrarepresentativa da rao, necessrio colher vrias sub-amostras e mistur-las para quese tenha uma amostra composta. Pelo menos cinco sub-amostras devem ser colhidas,independente do tamanho da carga. Essas sub-amostras devem ento ser misturadas,formando a amostra composta que ser analisada. necessrio sempre registrardetalhadamente a data da coleta, o local em que a amostra foi colhida, o tipo de rao, e onmero da partida. Certificar-se de que o laboratrio saiba quais testes devero ser

    realizados e para onde os resultados devero ser enviados.ALIMENTAOCOM TRIGO INTEGRAL

    A alimentao com trigo integral feita em vrios pases. Entre os benefcios esto areduo do custo de produo, registro de melhor desenvolvimento da moela e maioreficincia digestiva. Fornecer trigo integral tambm permite que se controle o consumo denutrientes. As desvantagens podem incluir uma menor uniformidade, taxas de crescimentomais baixas e reduo no rendimento de carne magra, bem como potenciais perdas emrelao biossegurana. O trigo pode ser adicionado tanto no momento da sada dafbrica de rao quanto na hora da alimentao. A adio de trigo no momento daalimentao tecnicamente prefervel, mas preciso que haja um sistema que garanta aproporcionalidade da rao para que a tcnica seja bem-sucedida. O cereal adicionado rao em quantidades que variam entre 5 e 30%, comeando geralmente aos 4-7 dias deidade. O uso geral do trigo compe 10 a 12% do volume total de rao consumida. Alm do

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    trigo, outros cereais integrais podem ser usados, mas gros volumosos como o milhodevem ser triturados antes de serem fornecidos s aves. Ao usar o trigo, importante levarem considerao o efeito de diluio em relao especificao nutricional do alimentointegral fornecido s aves. particularmente essencial garantir que medicamentos, comoagentes coccidiostticos sejam fornecidos em nveis adequados. O emprego bem-sucedido

    das tcnicas de controle alimentar exigem significativa interveno gerencial. As avesdevem ser pesadas regularmente e pode ser necessrio efetuar ajustes ao programa dealimentao. Fornecer alimentao a fim de satisfazer as necessidades nutricionais diriaspode ser uma tcnica til e tem mostrado benefcios, mas depende que os nveis nutricionaisda rao processada corresponda aos valores esperados.

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    13. ESTRESSE FISIOLGICODois tipos de estresse fisiolgico, a combinao de alta temperatura ambiente / alta umidaderelativa e oxignio atmosfrico insuficiente esto relacionados a alteraes metablicas etratamento simultneo. No caso do estresse pelo calor, as aves so afetadas pela produo

    de calor.Na ascite, a demanda das aves por oxignio ultrapassa sua capacidade de consumo. Nosdois casos, a melhora da eficcia energtica e/ou retardo do crescimento podem ajudar nasobrevivncia.

    ESTRESSEPOR CALOR(EC)/ CONSIDERAES GERAISA temperatura mdia diurna tem grande influncia sobre a fisiologia de frangos de corte eafeta o desempenho agrcola. Em aves, a zona termoneutra (conforto trmico) cai de 320Cno momento da ecloso para 240C com 5 semanas de idade. Quando a temperaturaambiente aumenta e gera a necessidade de dissipao de calor atravs de resfriamento

    evaporativo, a alta umidade faz com que o aumento da freqncia respiratria seja menoseficaz e eleva ainda mais a produo de calor pela ave. Com relao umidade, a zona deconforto das aves se situa entre 50% e 70% de umidade relativa (UR). Quando a umidaderelativa sobe de 70% para 95%, a uma temperatura constante, o consumo alimentar, a taxade crescimento e a taxa de sobrevivncia podem diminuir. A otimizao da produo defrangos de corte durante o estresse pelo calor requer a aplicao de uma combinaoadequada de medidas nutricionais e de manejo.Aves mais pesadas geralmente tm mais problemas com estresse pelo calor, poisgeralmente apresentam uma rea de superfcie menor por unidade de peso para a dissipaodo calor. Em regies temperadas, o calor pode provocar estresse (exposio aguda aocalor) quando o perodo de altas temperaturas coincide com o perodo prximo ao abate.Essas condies so raras e imprevisveis e dificultam o tratamento. Em regies quentes,o problema est mais associado exposio crnica a altas temperaturas diurnas mdias.Nesses casos, as aves acabam se adaptando s altas temperaturas em que so mantidos,mas normalmente seu desempenho prejudicado.Estudos indicam que as aves expostas ao estresse pelo calor mantm seu potencial decrescimento. Se a ingesto de alimentos aumenta durante o surto de estresse pelo calor,ou logo que a temperatura ambiente caia, a taxa de crescimento aumenta. Vrias opesde manejo esto disponveis para aumentar o consumo alimentar durante o estresse pelocalor, mas faze-lo sem afetar a capacidade de dissipao de calor pode elevar a mortalidade.Isso importante porque demonstra que a manipulao bem-sucedida do consumoenergtico ir melhorar a taxa de crescimento, mas tambm indica que o aumento doconsumo energtico pode ter conseqncias desastrosas na limitao da sobrevivnciano estresse pelo calor. Os criadores precisam decidir quanta importncia daro aocrescimento durante situaes de estresse.Pode ser desejvel permitir ou estimular o retardamento do crescimento durante o perododo dia em que temperatura seja mais alta, caso a sobrevivncia se torne um problema.Nas horas mais frescas do dia, o crescimento compensatrio pode ajudar a compensar asperdas.EC/ Equilbrio TrmicoEm termos fisiolgicos, o dilema causado pelo estresse pelo calor uma questo deequilbrio energtico. O equilbrio trmico uma associao entre produo e dissipaode calor. Das duas vias de dissipao de calor (evaporativa e no-evaporativa), a capacidade

    de perda de calor no-evaporativa fica reduzida medida que a temperatura ambienteaumenta em relao termoneutralidade. Conseqentemente, para evitar o aumentoexcessivo de temperatura, os frangos de corte submetidos ao estresse pelo calordependero do resfriamento evaporativo e/ou reduo do consumo alimentar mediados

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    pelo aumento da freqncia respiratria. O resfriamento no-evaporativo a forma maiseficiente de dissipao de calor em termos energticos e sua otimizao aumentar aeficcia da converso alimentar. Ao melhorar a ventilao, o supervisor pode melhorar oresfriamento no-evaporativo e; conseqentemente, tornar a dissipao de calor mais eficaz.Em perodos de estresse no vero, a ventilao fundamental durante o dia, entretanto,tambm tem um impacto considervel durante o perodo noturno, removendo o calor re-sidual o mais rpido possvel e garantindo tempo mximo para que ocorra crescimentocompensatrio.EC/Resfriamento Evaporativo:O resfriamento evaporativo geralmente a principal via de dissipao de calor duranteperodos de estresse pelo calor. Embora as aves aumentem significativamente oresfriamento evaporativo atravs do aumento da freqncia respiratria, a eficcia desseprocesso varivel. medida que a umidade relativa aumenta, o tempo durante o qual asaves podem manter o resfriamento evaporativo e a sua capacidade de faze-lo diminuem.Essas relaes devem ser levadas em considerao para otimizar o manejo da ventilaoe os resfriadores evaporativos internos, como os nebulizadores e as clulas de resfriamento.

    EC/Produo de Calor:A produo de calor em frangos de corte em mdia aproximadamente 45% do consumode EM. Temperaturas ambientes iguais ou inferiores zona termoneutra no apresentamconseqncias negativas em relao produo de calor, alm da perda de nutrientes.Entretanto, sob condies de estresse por calor, a produo de calor pela ave temconseqncias. As aves diminuem a produo de calor atravs da reduo do consumoalimentar e da diminuio da taxa de crescimento. A eficcia da converso alimentartambm diminui medida que o consumo alimentar decresce. Esses fatores devem serlevados em considerao nas decises gerenciais.EC/Opes de Manejo:Para alcanar nveis uniformes de desempenho, importante manter o consumo alimentare a ingesto de nutrientes. A importncia do alojamento adequado deve ser enfatizada edeve ser o ponto principal de um programa eficiente de manejo do estresse por calor. Amaior parte da perda econmica associada ao estresse pelo calor normalmente resulta dareduo do consumo alimentar; entretanto, a mortalidade pode ser alta. Embora aves comestresse por calor apresentem maior taxa de crescimento em funo do aumento doconsumo alimentar, e o potencial de crescimento quase normal ainda exista, o aumento doconsumo alimentar sem alterar a capacidade de dissipao de calor pode elevar amortalidade. Portanto, deve-se ter cuidado ao se tomar decises relacionadas ao controleda alimentao e ingesto energtica, pois devem estar associadas ao manejo dadissipao de calor.Existem diversas opes para aumentar o consumo de alimentos e energia em frangos de

    corte submetidos ao estresse por calor. importante utilizar a luz pelo maior perodo detempo possvel sem limitar o tempo de consumo pelo programa de iluminao. A iluminaocontnua ou 23 horas de luz e 1 hora de escurido devem ser levadas em considerao.Qualquer fator que chame a ateno das aves, como o uso de comedouros automticos oucomedouros mveis ir aumentar o consumo. O formato do alimento, como no caso dosprodutos peletizados ou extrusados, aumenta a densidade da rao e geralmente estimulamaior consumo durante o estresse por calor. Outras maneiras de aumentar a densidade,como melhorar a digestibilidade dos alimentos e aumentar a densidade de nutrientesajudam a manter o consumo elevado. A adio de gorduras dieta aumenta a densidadedos nutrientes e melhora o crescimento em situaes em que a temperatura ambienteesteja elevada. A adio de gordura no s melhora a palatabilidade, como tambm reduz

    a produo de calor por caloria consumida. Entretanto, com a administrao de gordura euso de outras tcnicas discutidas, importante notar que, se bem-sucedida, provavelmentea produo de calor ser elevada. Isso tambm ocorre no caso de adio de gorduras umavez que o aumento do consumo tende a ser maior que a reduo de calor. O valor calrico

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    ASCITEA ascite comumente conhecida pelos produtores como barriga-dgua, doena da alti-tude ou edema avirio. A ascite resulta de uma sndrome fisiolgica de causas mltiplas,geralmente em decorrncia do consumo insuficiente de oxignio. Historicamente, a ascite

    era considerada uma doena de altas altitudes, ocorrendo mais comumente em pasesonde as regies com criao de aves ultrapassavam 1.500 m de altitude. Entretanto, asassociaes entre doenas, toxinas e/ou manejo inadequado e/ou nutrio insuficientepodem tanto interferir com a capacidade de consumo de oxignio quanto aumentar ademanda a ponto de ocorrer ascite em praticamente qualquer altitude. Quando o consumode oxignio cai abaixo da necessidade metablica, ocorrem ajustes cardiovascularesfisiolgicos compensatrios. Entretanto, essas mudanas fazem com que essa sndromese desencadeie de maneira progressiva. O manejo ambiental e nutricional adequadopode evitar problemas com a ascite.Em aves, a sndrome asctica uma manifestao clnica da deficincia de oxignio provocadapela divergncia na demanda de oxignio e na capacidade cardiovascular para supri-la. Anecessidade de oxignio das aves aumenta com o ganho tecidual e a proporo de massamagra. Observou-se que frangos de corte mantidos em cmaras metablicas consomem3,1 litros de O

    2por grama de ganho protico versus apenas 0,82 litros de O

    2por grama de

    gordura durante um perodo produtivo de 35 dias. Como conseqncia, pode-se concluirque diversos conceitos nutricionais e de manejo apresentados para melhorar a taxa deconverso alimentar e/ou administrar o estresse por calor tambm tm o potencial dereduzir a incidncia de ascite.O Oxignio como Nutriente:Todos os tecidos so mantidos por um metabolismo obrigatrio controlado pelo oxignio.O oxignio necessrio para o crescimento, a manuteno e a atividade. A Figura 18 divideo perfil de consumo cumulativo de oxignio de frangos de corte, em condies razoveis decrescimento, em seus componentes brutos. A produo de frangos de corte de 3,4 kg exigeque as aves consumam, aproximadamente, 2.500 litros de oxignio durante o perodo deproduo. Desse total, 19% so utilizados para manter a taxa de metabolismo basal e 36%para a combinao de metabolismo basal, atividade e gasto de energia associadas converso da EM consumida em gastos de manuteno.

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    Uma avaliao dos trs diferentes tipos de gastos de oxignio merece discusso, uma vezque podem interagir atravs do manejo e nutrio:Atividade:Os componentes da atividade associados manuteno, ganho tecidual e comportamentosocial merecem ser discutidos. Idealmente, para melhor utilizao da energia e do oxignio,

    a atividade das aves seria bastante para obter a nutrio necessria aps a reduo degastos com a locomoo. Do ponto de vista gerencial, o manejo adequado dos ciclos deiluminao e da intensidade luminosa capaz de diminuir a atividade das aves. Existemmuitos registros de que a reduo da durao do dia e/ou da intensidade luminosa capazde diminuir a atividade das aves (vide discusso anterior). Aves em jejum, alojadas emcondies de metabolismo basal, apresentam aumento no consumo de oxignio quandoas luzes so acesas. A reduo dos intervalos de luminosidade durante o dia oferece aoprodutor de frangos de corte um modo de limitar a atividade que resulta em gasto deenergia e oxignio. Conseqentemente, no de se estranhar que a utilizao do programade iluminao melhore a converso alimentar e reduza a incidncia de mortalidade.Taxa de Metabolismo Basal:

    Discusses anteriores indicam que a quantidade de energia necessria para a manutenopode aumentar significativamente em funo da temperatura ambiente. Por exemplo, umamudana de 50C na temperatura ambiente ir aumentar a demanda por oxignio paramanuteno em aproximadamente 10%. Portanto, a temperatura ambiente um importantedeterminante da necessidade de oxignio total das aves. A criao de frangos de corte nazona termoneutra ajudar a diminuir a incidncia de ascite. Mudanas na temperaturaambiente em relao zona termoneutra tm o potencial de elevar a mortalidade emqualquer altitude, mas so particularmente prejudiciais em altitudes superiores a ~610 mou 2.000 ps.Ganho Tecidual e Necessidades Alm-Manuteno:Uma vez considerados os aspectos referentes manuteno, a associao entre manejo

    e balanceamento da rao ainda influencia a demanda por oxignio das aves.Independentemente da composio da rao, as decises de manejo que prejudicam aconverso alimentar geralmente iro aumentar a demanda por oxignio nas aves e asusceptibilidade ascite. Isso ocorre particularmente em condies de desvio datemperatura ambiente em relao zona termoneutra e altas altitudes. Decises de manejorelacionadas definio ambiental (densidade populacional, designdos galpes, ventilao,manejo, higiene) tm grande importncia quando se trata de ascite. A composio darao tambm influencia a necessidade de oxignio das aves, especialmente quando ascondies ambientais deixam de fornecer condies razoveis de crescimento. Aassociao entre ambiente de alojamento inadequado e excesso de protena bruta na dietapodem aumentar a incidncia de ascite. Quando a protena da dieta utilizada como fontede energia, ultrapassando as necessidade para o ganho de tecido magro, a eficincia

    energtica cai e necessrio maoir consumo de oxignio. Conforme demonstrado naTabela 7, a influncia da densidade calrica e a proporo entre protena e caloria, emborano sejam to significativas quanto a altitude, contribuem para piorar o impacto cardiovas-cular. Isso evidenciado pelo hematcrito e pela massa ventricular direita. Isso ocorre emvirtude de a eficincia metablica em converter a energia metabolizvel da protena da dietaem lipdeo ser de apenas 45%, em comparao a nveis de eficincia mais altos paracarboidratos (78%) e lipdeos (84%).Outra considerao a respeito de lipdeos que eles geralmente colocam a ave em umplano de crescimento mais elevado, aumentando ainda mais a demanda por oxignio. Oconsumo de lipdeos no s elevar o teor de gordura da carcaa mas tambm anecessidade de oxignio. Portanto, uma rao satisfatria para reduo da ascite sersimilar rao para reduo da mortalidade provocada pelo estresse por calor, em que aproduo de calor atravs dos lipdeos e protenas aumenta os efeitos ambientais. Por fim,o produtor precisa escolher a composio da rao adequada para contrabalanar o nvelde risco ambiental especfico (determinado pela altitude, temperatura ambiente, ventilao,toxinas ambientais, etc).

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    Nveis de Sdio na DietaO consumo excessivo de sdio, atravs do alimento ou da gua de beber, provoca estresseadicional sobre o sistema cardiovascular. A combinao da fonte de scio e de suabiodisponibilidade pode tornar incerto o seu fornecimento ave. Muitas vezes, osnutricionistas tendem a errar para mais no que diz respeito ao fornecimento de quantidadesexcessivas de sdio para evitar a possibilidade de deficincia. Essa abordagem podedesnecessariamente aumentar o risco de ascite. Em resumo, o sdio srico no deveultrapassar 155 meq. Em casos em que a ascite represente uma preocupao significativa,

    a obteno de amostras sricas e a anlise do sdio srico podem indicar se h excessodessa substncia.Capacidade de Consumo de Oxignio pelas Aves:A altitude certamente exerce um papel importante no que diz respeito capacidade dasaves de consumir oxignio. Conforme a altitude aumenta, a concentrao de oxignio porlitro de ar diminui, exigindo maior esforo para consumi-lo. Alm da altitude, outros fatoresrelacionados qualidade do ar e doenas, como amnia, p e infeces respiratriasesto entre os muitos fatores que tem o potencial de diminuir a capacidade de consumo deoxignio pelas aves. Em condies gerais de crescimento favorveis, com exceo daelevao, a altitude associada s mudanas fisiolgicas relacionadas sndrome da ascite

    progressiva parecem ser de aproximadamente 1200 metros (Figura 19). Deve-se notar, noentanto, que essa estimativa obtida atravs do hematcrito, o componente de respostamais rpida dentre a gama progressiva de mudanas cardiovasculares associadas aodesenvolvimento da ascite.

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    Outros critrios como o ndice de ascite (ascites ratio), massa ventricular direita e proporocorao;ascite (ascitis heart ratio) (no parecem alterar-se to rapidamente quanto ohematcrito (Tabela 8). Todavia, recomenda-se cautela nos casos de concentraes deoxignio abaixo de ~19,4%. Isso corresponde a uma altitude de ~610 metros ou 2.000 ps. importante lembrar que outros fatores ambientais, como amnia, temperatura ambiente,

    densidade de alojamento, raes mal balanceadas e ventilao insuficiente podem tambmter impacto sobre tais resultados. Infelizmente, esses fatores resultam em ajustesfisiolgicos que ocorrem em altitudes mais baixas.

    a-d Significa seqncia com diferencial diverso em sobrescrito Hematcrito (HCT), ndice

    de ascite (Ascore), massa ventricular direita (VD) e proporo corao/ascite (ascitisheart ratio) (PCA=massa do Ventrculo Direito/peso cardaco total (g)/100) de pintos decorte criados at 14 dias de idade em concentraes variveis de oxignio atmosfrico.Vanhooser, Beker & Teeter, OSU.

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    Outras Medidas:Uma vez abordado o manejo prtico ambiental e alimentar da ascite, assim como apossibilidade de sobrevivncia com o estresse por calor, pode-se optar pela reduoteraputica do crescimento. Essa reduo diminui a necessidade geral de consumo deoxignio pelas aves, dessa forma restituindo o equilbrio normal entre crescimento/

    manuteno/capacidade de consumir oxignio nas aves. O crescimento pode ser reduzidoatravs da restrio alimentar, raes com teor calrico reduzido, programas de iluminao,entre outros.

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