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DETRAN/DF
Governo do Distrito Federal Secretaria de Estado de Segurana Pblica e da Paz Social
Departamento de Trnsito do Distrito Federal Diretoria de Educao de Trnsito
Escola Pblica de Trnsito
2
3
Governo do Distrito Federal
Secretaria de Estado de Segurana Pblica e da Paz Social
Departamento de Trnsito do Distrito Federal
Diretoria de Educao de Trnsito
Escola Pblica de Trnsito
Manual do Condutor para Renovao da
Carteira de Habilitao
DETRAN/DF
4
Esta uma publicao do Departamento de Trnsito do Distrito Federal.
permitida a reproduo total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte.
Rodrigo Rollemberg
Governador do Distrito Federal
Renato Santana
Vice Governador do Distrito Federal
Jayme Amorim de Sousa
Diretor Geral do Departamento de Trnsito do Distrito Federal
Glaucia Simes da Silva
Diretora de Educao de Trnsito
Rosimeire Paiva da Silva
Gerente da Escola Pblica de Trnsito
Texto e Imagens:
Equipe de Professores da Escola Pblica de Trnsito
Diagramao e Formatao
Ncleo de Formao e Cursos de Trnsito
D419c Departamento de Trnsito do Distrito Federal
Manual do Condutor para Renovao da Carteira de Habilitao /
Departamento de Trnsito do Distrito Federal DETRAN/DF,
2015.
1. Renovao da CNH Trnsito I. Ttulo
CDU 656.1(035)
5
SUMRIO
1. CONVVIO SOCIAL NO TRNSITO E O MEIO AMBIENTE.......................................... 9
1.1. Relacionamento interpessoal ........................................................................................................ 9
1.2. Diferenas individuais .................................................................................................................. 9
1.3. O indivduo como cidado .......................................................................................................... 10
1.4. Convvio social no trnsito ......................................................................................................... 10
1.4.1. Fatores que influenciam as relaes no trnsito....................................................................... 11
1.4.2. Atitudes que demonstram solidariedade no trnsito ................................................................ 12
1.4.3. Atitudes a serem incorporadas pelos motoristas no trnsito .................................................... 12
1.5. Meio Ambiente ........................................................................................................................... 13
1.6. Os veculos e a poluio ............................................................................................................. 13
1.6.1. Alternativas menos poluentes .................................................................................................. 14
1.6.2. Poluio Sonora ....................................................................................................................... 14
1.6.3. Os efeitos da poluio sonora .................................................................................................. 15
1.6.4. Como os veculos podem afetar o meio ambiente ................................................................... 15
1.6.5. Como contribuir para a preservao do meio ambiente ........................................................... 15
1.6.6. Infraes relacionadas ao meio ambiente ................................................................................ 16
1.6.7. Recomendaes para economizar combustvel e poluir menos ............................................... 16
2. DIREO DEFENSIVA ......................................................................................................... 17
2.1. Conceito de Direo Defensiva .................................................................................................. 17
2.2. Elementos da direo defensiva .................................................................................................. 18
2.2.1. Conhecimento ...................................................................................................................... 18
2.2.2. Ateno ................................................................................................................................ 18
2.2.3. Previso ............................................................................................................................... 19
2.2.4. Deciso ................................................................................................................................ 20
2.2.5. Habilidade ........................................................................................................................... 21
2.3. Condies Adversas .................................................................................................................... 22
2.3.1. Condio adversa de luz ...................................................................................................... 22
2.3.2. Condio adversa de tempo ................................................................................................. 24
2.3.3. Condio adversa de via ...................................................................................................... 26
2.3.4. Condio adversa de trnsito ............................................................................................... 27
2.3.5. Condio adversa de veculo ............................................................................................... 28
2.3.6. Condio adversa de carga .................................................................................................. 33
2.3.7. Condio adversa de passageiro .......................................................................................... 33
6
2.3.8. Condio adversa de condutor ............................................................................................ 34
2.4. Estado fsico e mental do condutor, consequncias da ingesto e consumo de bebida alcolica e
substncias psicoativas. ................................................................................................................... 35
2.4.1. Estado fsico do condutor .................................................................................................... 35
2.4.2. Estado mental do condutor .................................................................................................. 38
2.5. Como evitar acidentes ................................................................................................................. 40
2.5.1. Conceito de acidentes de trnsito ........................................................................................ 40
2.5.2. Classificao dos acidentes ................................................................................................. 41
2.5.3. Fatores causadores de acidentes .......................................................................................... 41
2.5.4. Mtodo bsico de preveno de acidentes .......................................................................... 42
2.6. Cuidados com os demais usurios da via ................................................................................... 43
2.6.1. Respeito mtuo entre condutores ........................................................................................ 43
2.7. Situaes de risco ....................................................................................................................... 44
2.7.1. Cinto de segurana .............................................................................................................. 45
2.7.2. Assentos prprios para crianas .......................................................................................... 45
2.7.3. Regulagem dos retrovisores ................................................................................................ 48
2.7.4. Posicionamento do condutor ............................................................................................... 48
2.8. Conduzindo em situao de risco ............................................................................................... 48
2.8.1. Ultrapassagens ..................................................................................................................... 49
2.8.2. Derrapagem ......................................................................................................................... 50
2.8.3. Aquaplanagem ..................................................................................................................... 50
2.8.4. Fumaa ................................................................................................................................ 51
2.8.5. Cruzamentos e curvas .......................................................................................................... 52
2.8.6. Frenagem normal e de emergncia ...................................................................................... 52
2.8.7. Colises ............................................................................................................................... 54
2.8.8. Atropelamento ..................................................................................................................... 57
2.8.9. Veculos de duas e trs rodas .............................................................................................. 58
2.8.10. Procedimentos gerais ....................................................................................................... 59
2.8.11. Abordagem terica da conduo de motocicletas com passageiro ou carga ................... 60
2.8.12. Equipamentos de segurana para motociclista ................................................................ 63
3. NORMAS GERAIS DE CIRCULAO E CONDUTA .................................................... 65
3.1. Usurios das vias terrestres ................................................................................................. 65
3.2. Veculos automotores .......................................................................................................... 65
3.3. Veculos de trao animal ................................................................................................... 72
3.4. Animais ............................................................................................................................... 72
3.5. Motocicletas, motonetas e ciclomotores .............................................................................. 72
7
3.6. Circulao de bicicletas ....................................................................................................... 73
3.7. Pedestres e condutores de veculos no motorizados ...................................................... 74
3.8. O Uso de Luzes em Veculos .............................................................................................. 75
3.9. Uso da Buzina ..................................................................................................................... 76
4. INFRAES, PENALIDADES E MEDIDAS ADMINISTRATIVAS .......................... 76
4.1. Infraes .............................................................................................................................. 76
4.2. Penalidades .......................................................................................................................... 76
4.3. Medidas Administrativas ..................................................................................................... 81
4.4. Tipificao das Infraes de Trnsito ................................................................................. 84
INFRAES GRAVSSIMAS .................................................................................................... 84
PENALIDADE ............................................................................................................................. 84
INFRAES GRAVES ............................................................................................................... 87
INFRAES MDIAS ............................................................................................................... 89
INFRAES LEVES .................................................................................................................. 91
PENALIDADE ............................................................................................................................. 91
5. PRIMEIROS SOCORROS ...................................................................................................... 92
5.1. Definio ............................................................................................................................. 93
5.2. Procedimentos iniciais (pr-abordagem) ............................................................................. 93
5.2.1. Quais os riscos mais comuns? ............................................................................................. 93
5.2.2. Quais os procedimentos? ..................................................................................................... 93
5.3. Sinalizao do local do acidente ......................................................................................... 93
5.3.1. Como sinalizar? ................................................................................................................... 94
5.3.2. Distncia para o incio da sinalizao ................................................................................. 94
5.4. Incndios ............................................................................................................................. 95
5.4.1. Como agir? .......................................................................................................................... 95
5.4.2. Como usar o extintor de incndio? ...................................................................................... 95
5.5. Choque eltrico.................................................................................................................... 96
5.5.1. Como proceder .................................................................................................................... 96
5.6. Deslizamentos de veculo em barrancos, viadutos ou pontes. ............................................ 96
5.6.1. Como proceder nessa situao? ........................................................................................... 97
5.7. Vazamento de produtos perigosos ....................................................................................... 97
5.7.1. Como proceder nessa situao? ........................................................................................... 97
5.8. Doenas infectocontagiosas ................................................................................................ 98
5.9. Chamar socorro especializado ............................................................................................. 99
8
5.10. Verificao das condies gerais da vtima ........................................................................ 99
5.10.1. Realizando a abordagem ................................................................................................... 100
5.11. Parada cardiorrespiratria .................................................................................................. 100
5.11.1. Sinais ................................................................................................................................. 100
5.12. Reanimao Cardiopulmonar - RCP ................................................................................. 101
5.12.1. Passo a Passo da compresso torcica. .............................................................................. 101
5.13. Obstruo das vias areas por corpo estranho OVACE ................................................. 102
5.13.1. Sinais de ovace .................................................................................................................. 102
5.13.2. Procedimentos em vtimas conscientes ............................................................................. 102
5.14. Hemorragias ...................................................................................................................... 104
5.14.1. Hemorragia externa ........................................................................................................... 104
5.14.1.1. Sinais e sintomas ............................................................................................................... 104
5.14.1.2. Conteno de hemorragia externa ..................................................................................... 104
5.14.2. Hemorragia interna ............................................................................................................ 106
5.14.2.1. Sinais e sintomas ............................................................................................................... 106
5.14.2.2. Procedimentos de socorro ................................................................................................. 106
5.15. Estado de choque ............................................................................................................... 107
5.15.1. Tipos de choque................................................................................................................. 107
5.15.2. Sinais e sintomas ............................................................................................................... 107
5.15.3. Procedimentos de socorros ................................................................................................ 108
5.16. Fraturas .............................................................................................................................. 108
5.16.1. Classificao ...................................................................................................................... 108
5.16.2. Sinais e sintomas ............................................................................................................... 109
5.16.3. Procedimentos de socorro ................................................................................................. 109
5.17. Leso na coluna ................................................................................................................. 110
5.17.1. Sinais e sintomas ............................................................................................................... 110
5.17.2. Procedimentos de Socorro ................................................................................................. 110
5.18. Traumatismo craniano ....................................................................................................... 110
5.18.1. Sinais e sintomas ............................................................................................................... 111
5.19. Queimaduras ...................................................................................................................... 111
5.19.1. Classificao ...................................................................................................................... 111
5.19.2. Procedimentos ................................................................................................................... 112
5.19.3. Consideraes sobre queimaduras..................................................................................... 112
5.19.4. Queimaduras qumicas ...................................................................................................... 113
5.19.4.1. Procedimentos ................................................................................................................... 113
9
1. CONVVIO SOCIAL NO TRNSITO E O MEIO AMBIENTE
1.1. Relacionamento interpessoal
O relacionamento interpessoal a mola propulsora da sociedade moderna. A qualidade de
nossos relacionamentos e a capacidade de mant-los so fatores determinantes do nosso
posicionamento social e da nossa qualidade de vida.
Sociedades com forte desenvolvimento das relaes interpessoais so mais dinmicas,
mais cooperativas, tiram melhor proveito do trabalho em equipe e se desenvolvem melhor.
Quando os anseios coletivos se somam positivamente s caractersticas individuais, temos
o individuo ajustado, o verdadeiro cidado.
Quando a individualidade antagnica s demais pessoas e ao bem comum, temos
conflitos. dever de todo cidado aprimorar continuamente seus relacionamentos interpessoais.
A falta de relacionamento gera, como conseqncia, os desencontros em todos os setores
da vida, inclusive no trnsito. importante acentuar que o relacionamento intrnseco ao ser
humano porque decorre de sua prpria natureza de animal social. Dentro dessa exigncia do ser
humano (animal social), que procuramos conceituar relacionamento humano como o modo pelo
qual nos conduzimos diante das pessoas, respeitando seus gostos, suas liberdades e suas limitaes.
1.2. Diferenas individuais
Os homens so iguais na sua forma e constituio, mas, quanto maneira de ser, so
diferentes entre si. Cada pessoa sente, age e pensa de forma diferente. Alm de os homens
diferirem: de todos os outros de sua espcie, cada criatura difere de si prpria com o decorrer dos
anos: suas atitudes podem mudar diante de uma mesma situao em momentos diferentes. Uma
pessoa pode vir a no gostar amanh de outra de quem gosta muito hoje.
Os indivduos se distinguem uns dos outros nos aspectos fsicos, psquicos, intelectuais,
emocionais ou sociais conforme as diferenas individuais que cada um possui.
As causas das diferenas individuais podem ser inatas, isto , o individuo j nasce com
elas, como: sexo, raa, constituio fsica, temperamento, etc. Existem tambm as causas adquiridas
por influncia do meio ambiente onde se vive. Algumas dessas causas adquiridas advm do meio
social: famlia, escola, religio, situao econmica, sade, alimentao.
As diferenas individuais devem-se, principalmente, reunio de traos e atributos
pessoais que constituem o que chamamos de personalidade. Sendo assim, h necessidade do
10
respeito s diferenas individuais, posto que ele a base para o ser humano relacionar-se com os
demais.
1.3. O indivduo como cidado
Cidado o individuo consciente do seu papel na sociedade. O homem cidado no
momento em que exerce os seus direitos e cumpre os seus deveres. Para que a vida em sociedade
seja possvel, foram criadas as normas de conduta, que prevem nossos direitos e deveres enquanto
cidados.
Os direitos e deveres do cidado so determinados pelas leis e pelos cdigos. Na sociedade
brasileira, a lei mxima a Constituio da Repblica Federativa do Brasil, de 1988. Alm dela,
temos cdigos com leis mais especficas, como o Cdigo Civil Brasileiro, o Cdigo Penal, o Cdigo
de Trnsito etc.
O cidado tem o dever de obedecer s leis e normas em benefcio do bem comum. Essa a
melhor forma de respeitar o direito das demais pessoas e ter os nossos direitos respeitados.
Isso quer dizer que estamos sujeitos a punies toda vez que nosso comportamento for
nocivo para a coletividade ou a ns mesmos.
O trnsito o maior ponto de juno entre os diversos grupos, segmentos e indivduos de
uma sociedade. um complexo sistema do qual todos dependemos diariamente.
1.4. Convvio social no trnsito
O trnsito , sem dvida, o resultado das aglomeraes humanas, tendo surgido o veculo
justamente para facilitar o deslocamento, a comunicao e a interao entre os indivduos e os
grupos. Como eficiente meio de transporte, facilita o intercmbio comercial e cultural entre os
povos, propiciando um relacionamento mais intenso e contnuo, mesmo a distncias maiores.
Para que se torne possvel a convivncia harmnica entre os indivduos so necessrios
organizao e respeito aos direitos e aos deveres individuais e do grupo. Esse comportamento
envolve valores sociais, morais, ticos, religiosos e outros que determinam procedimentos a serem
respeitados em todos os setores da vida.
O condutor de veculo e o pedestre deveriam iniciar a jornada com um exame preventivo
de conscincia e fora de vontade capazes de superar os obstculos porventura encontrados na via.
Precisam ser conscientes de que iro encontrar pessoas diferentes no modo de pensar e agir
e que devero aceit-las como as so, levando em conta o temperamento, o grau de instruo.
necessrio tambm respeitar a legislao para tornar possvel o convvio social no trnsito.
Nosso comportamento no trnsito regido por um conjunto de leis contidas no Cdigo de
11
Trnsito Brasileiro e nos decretos e resolues complementares. O trnsito seguro um direito de
todos.
Da mesma maneira, todas as pessoas tm o dever de obedecer s leis de trnsito. No Brasil,
a regulamentao do trnsito de qualquer natureza nas vias terrestres feita pelo CTB - Cdigo de
Trnsito Brasileiro (Lei n 9.503, de 23 de setembro de 1997).
O CTB prev o comportamento e as aes consideradas corretas para todos os elementos
do trnsito, bem como as infraes, multas, penalidades e nossa responsabilidade civil e criminal,
sempre que estamos no trnsito, principalmente, quando colocamos em risco a nossa segurana e a
segurana das demais pessoas.
Infelizmente, no trnsito que algumas pessoas descarregam suas frustraes e problemas
pessoais. Presenciamos diariamente no trnsito aes de desrespeito, demonstraes de
superioridade, agressividade, violncia praticadas, principalmente, pelos motoristas, a quem cabe a
maior parcela de responsabilidade na segurana do trnsito. O bom cidado geralmente tambm
bom motorista porque as qualidades para ambos so as mesmas.
Portanto, para que haja segurana e conforto no trnsito, importante que cada um faa a
sua parte.
1.4.1. Fatores que influenciam as relaes no trnsito
No se esquea de que no trnsito voc no est sozinho e as leis foram feitas no
apenas para os outros, mas para voc tambm. importante salientar que grande parte dos
problemas de relacionamento humano no trnsito ocorre em razo de uma srie de fatores, como
por exemplo:
Supervalorizao da mquina: quanto melhor o veculo;
Mais direitos e menos deveres o motorista julga ter;
Inverso de valores: o veculo usado como instrumento de fora, de vaidade e de
competio;
Falta de controle emocional do indivduo: julgar que s os prprios problemas ou
vontades contam e devem ser respeitados;
Egosmo: falta de pensar em conjunto; levar em conta s a si mesmo; os outros no
existem;
Descaso a normas e regulamentos: julgar que a legislao de trnsito foi feita para os
outros, no para si mesmo;
Falta de planejamento em relao ao horrio e ao percurso: tentar recuperar o tempo
perdido, apressando ou perturbando os outros motoristas;
Crena na imunidade: achar que coisas ruins no acontecem consigo;
12
Desconhecimento das leis: o desconhecimento das leis de trnsito, da sinalizao
e/ou de seu veculo impedir que o indivduo dirija corretamente;
Desrespeito aos direitos alheios: sempre que voc cometer uma infrao de trnsito
estar ferindo direitos alheios.
1.4.2. Atitudes que demonstram solidariedade no trnsito
Fazer uso da comunicao: objetiva e clara;
Proceder com civilidade;
Cultivar a bondade, a amizade e a solidariedade;
Entender que os seus direitos so limitados pelos direitos dos outros;
Abrir mo dos prprios direitos em favor do bem comum;
Aceitar os demais usurios das vias com suas limitaes;
Evitar o cometimento de infraes;
Cultivar o respeito entre os indivduos.
1.4.3. Atitudes a serem incorporadas pelos motoristas no trnsito
Existem algumas atitudes a serem incorporadas ao modo de dirigir de uma pessoa para que
ela interaja com o grupo de usurios responsveis por um trnsito mais humano e mais seguro; so
atitudes ancoradas no bom senso, no esprito de solidariedade e nos direitos e deveres prprios do
cidado consciente e democrtico. Tais atitudes so:
Em vez de acelerar quando outro motorista pede passagem, diminua a velocidade e
deixe-o passar: voc no est disputando um lugar em um pdio;
Em vez de trafegar lentamente pela esquerda, dificultando as ultrapassagens, mude
de faixa: circulando pela direita, voc tambm chega l;
Em vez de invadir a via preferencial de outro motorista, aguarde um pouco mais:
freadas bruscas no so muito agradveis;
Em vez de buzinar excessivamente no trnsito, mantenha a calma: Voc conhece
algum que goste do som de uma buzina?
Em vez de mudar bruscamente de pista, confira antes o retrovisor e use as setas: voc
no anda sozinho pelas ruas;
Em vez de correr na chuva, ignorando o risco da pista molhada, diminua sempre a
velocidade. O aumento da ocorrncia de acidentes por causa do mau tempo no mera
coincidncia;
Na hora de estacionar, em vez de esquecer o seu carro em fila dupla, atrapalhando
os outros, ande um pouco mais: h sempre uma vaga livre adiante;
13
Em vez de ficar atrs de um carro que est indicando que vai virar esquerda,
ultrapasse pela direita. Essa a nica exceo regra de ultrapassagem, que deve sempre acontecer
pela esquerda;
Em vez de carregar o capacete no brao, use-o na cabea; seguro e est prevista no
Cdigo a obrigatoriedade do uso;
Em vez de furar o sinal que acabou de ficar vermelho, aproveitando-se da lgica
insensata de que o pedestre espera, pare o carro antes da faixa de segurana: o respeito ao
prximo vem muito antes das leis de trnsito.
1.5. Meio Ambiente
A prioridade do governo, por meio dos rgos e das entidades que compem o Sistema
Nacional de Trnsito, realizar aes para a defesa da vida, incluindo a preservao da sade e do
meio ambiente. E ns, usurios das vias, temos a obrigao de respeitar as determinaes do Cdigo
de Trnsito Brasileiro, evitando qualquer atitude que possa constituir perigo ou obstculo para o
trnsito de pessoas, veculos ou animais.
No existe agresso ao meio ambiente que no possa ser solucionada, desde que a
populao se conscientize da gravidade do problema e comece a participar. Um dos fatores de
poluio , por exemplo, um motor desregulado, que contribui para deixar o ambiente menos
acolhedor e menos habitvel. Sendo a poluio uma forma de agresso humana ao ambiente,
necessrio rever nossos valores e experincias com a finalidade de agirmos na busca de um mundo
melhor e uma vida mais saudvel.
1.6. Os veculos e a poluio
Estudos realizados comprovam que os veculos automotores nacionais produzem poluio
atmosfrica muito alm do que seria tolervel. Tambm concorrem para a degradao ambiental os
motores que equipam os veculos nacionais, de concepo antiquada, ultrapassada, com poucos ou
nenhum mecanismo de proteo para o meio ambiente.
No se pode negar que o Programa de Controle de Poluio do Ar por Veculos
Automotores Proconve, de responsabilidade do Ibama, tem trazido resultados positivos, tanto que
os modelos de fabricao mais recente j vm equipados com dispositivos destinados a neutralizar a
emisso de poluentes.
De acordo com o Proconve, anualmente a indstria nacional de veculos deve apresentar,
no mercado, modelos planejados para ndices decrescentes de emisso de poluentes, at que se
consiga atingir padres desejveis aos praticados na Europa, nos patamares de 2g/km de monxido
14
de carbono, 0,6 g/km de xidos de nitrognio e 0,3g/km de hidrocarbonetos; o que, de certa forma,
vem sendo atendido pelas montadoras brasileiras.
Os fabricantes de automveis, por exemplo, tm a obrigao de produzir veculos que
emitam menos poluentes, a cada ano. J as pessoas podem colaborar para que haja menos poluio
ao utilizar de forma mais racional os meios de transporte, evitando sadas desnecessrias com
automveis, ou, ainda, mantendo os veculos sempre regulados, economizando assim combustvel e
reduzindo a emisso de gases txicos.
1.6.1. Alternativas menos poluentes
O lcool polui menos que a gasolina; a gasolina polui menos que o diesel.
Gs natural ainda pouco usado no Brasil, mas polui menos que os outros combustveis.
leos vegetais esto sendo testados como alternativa para melhorar o diesel.
Uma forte tendncia para os prximos anos, dentro das indstrias automobilsticas, a
presena, cada vez maior, de motores eltricos, que no emitem gases e so muito
silenciosos.
1.6.2. Poluio Sonora
Outra fonte poluidora o excesso de rudos que contribui para provocar grave alterao na
qualidade do ambiente, sendo conhecida como poluio sonora.
Tambm esto concentradas nas reas urbanas, especialmente as maiores, as fontes de
rudos, o que constitui srio problema, que reclama providncias saneadoras, destacando as capitais
dos estados de So Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, nas quais foram detectados ndices
alarmantes. Nesses estados j foram iniciados levantamentos e medidas prticas voltadas reduo
e controle da poluio sonora.
A medio dos ndices de intensidade dos sons feita por uma unidade denominada
decibel (db), em homenagem a Alexandre Graham Bell, o inventor do telefone.
Tem-se como nvel suportvel para o descanso e sono a faixa de 40db, tolerando-se
variao entre 35 e 40db, conforme anuncia a Associao Brasileira de Normas Tcnicas, seguindo
orientao da Organizao Mundial de Sade. Sabe-se que os rudos com intensidade medida at
55db no causam problemas maiores s pessoas, todavia, ultrapassando aquele limite, tem lugar o
estressamento auditivo, dando causa fadiga, incmodos, insnia e outros sintomas de desconforto.
Alm de 90db, a sade profundamente afetada, variando os seus efeitos na medida do
tempo que a pessoa submetida aos rudos. Vale acrescentar que o nvel de 120db pode ocasionar
dores, provocando surdez nervosa irreversvel.
15
1.6.3. Os efeitos da poluio sonora
O excesso de rudos, na medida de intensidade, pode ocasionar mltiplos problemas na
pessoa, os quais assim podem ser relacionados:
Dores de cabea;
Distrbios gstricos;
Zumbidos e deficincia auditiva;
Insnia;
Irritabilidade e agressividade;
Disperso;
Agitao.
1.6.4. Como os veculos podem afetar o meio ambiente
A queima de combustvel produz gs carbnico. Liberado no ar, o CO2 interfere no
efeito estufa, aumentando a temperatura da terra.
O ar-condicionado do veculo produz o gs clorofluorcarbono (CFC). Quando esse
gs escapa para o meio ambiente, causa uma imensa reao em cadeia que destri a camada de
oznio. A camada de oznio responsvel pela filtrao dos raios ultravioletas que so muito
nocivos para a pele, causando cncer de pele.
Com a regulagem incorreta da mistura ar/combustvel.
Motores danificados e com desgaste excessivo.
O leo lubrificante muito poluente e de difcil degradao.
O lixo lanado pela janela do veculo no meio ambiente extremamente danoso.
Os papis levam de duas a quatro semanas para se decompor, entopem ralos e
bueiros e denigrem a imagem da cidade. Latas, plsticos e vidros levam sculos para se decompor.
Pneus velhos guardados contribuem para a proliferao de insetos causadores de
doenas.
Carcaas de veculos abandonadas ficam apodrecendo lentamente durante anos no
meio ambiente.
1.6.5. Como contribuir para a preservao do meio ambiente
Manter o veculo em perfeito estado; isso inclui mant-lo regulado e dentro dos
nveis aceitveis de emisso de poluentes. Os fabricantes esto produzindo motores cada vez mais
eficientes e menos poluentes, com catalisador e com injeo eletrnica.
16
Devemos evitar a troca improvisada e caseira do leo lubrificante. A troca deve ser
feita em postos especializados que destina o leo para ser reciclado.
A soluo correta para veculos abandonados nos ptios de ferro-velho e desmanche
a sucata. As partes metlicas voltam para as siderrgicas, onde entram na composio de alguns
tipos de peas de ao.
O lixo deve ser acondicionado em sacos plsticos e depositado em local apropriado.
infrao de trnsito jogar lixo na via pblica.
1.6.6. Infraes relacionadas ao meio ambiente
Com o objetivo de reduzir os impactos ambientais quanto poluio atmosfrica ou
sonora, relacionados ao trnsito, o Cdigo de Trnsito Brasileiro estabelece a exigncia de que todo
condutor tenha conhecimento sobre os conceitos bsicos de proteo ao meio ambiente. Do mesmo
modo, tambm pune o condutor de veculos que:
Utilizar-se do veculo para arremessar gua ou detritos sobre os pedestres ou outros
veculos;
Atirar para fora do veculo ou abandonar na via objetos ou substncias;
Usar no veculo equipamento com som cujo volume ou freqncia no seja
autorizada;
Usar indevidamente no veculo aparelho de alarme ou que produza sons e rudos
perturbadores do sossego pblico;
Conduzir o veculo com descarga livre ou silenciador de motor de exploso
defeituoso, deficiente ou inoperante;
Transitar com o veculo em mau estado de conservao, comprometendo a
segurana, ou que tenha sido reprovado na avaliao de inspeo de segurana e de emisso de
poluentes e rudos (reprovado na vistoria);
Conduzir o veculo derramando, lanando ou arrastando sobre a via combustvel ou
lubrificante que esteja utilizando, ou qualquer objeto que possa acarretar risco de acidentes;
Conduzir o veculo produzindo fumaa, gases ou partculas em nveis superiores aos
fixados por normas dos rgos ambientais e os rgos do Sistema Nacional de Trnsito;
Utilizar a buzina entre 22 horas e 06 horas.
1.6.7. Recomendaes para economizar combustvel e poluir menos
Aquea o motor do veculo fora da garagem.
No dirija com o freio de estacionamento acionado.
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Inicie o deslocamento sempre em 1 marcha.
No acelere demasiadamente.
Evite freada brusca.
Sempre que estiver parado, deixe o veculo em ponto morto.
No acelere enquanto aguarda o semforo abrir.
No troque de marcha sem o veculo atingir a velocidade suficiente.
Evite acionar a embreagem enquanto acelera.
No ande em velocidade reduzida.
No exceda a velocidade.
Mantenha o motor de seu veculo sempre regulado.
2. DIREO DEFENSIVA
2.1. Conceito de Direo Defensiva
Direo Defensiva um conjunto de tcnicas e
procedimentos, cuja finalidade capacitar o condutor a
dirigir com o mximo de eficincia e segurana, de modo
que, mesmo em condies adversas ou diante de aes
incorretas de outros condutores ou pedestres, possvel
evitar acidentes.
O condutor defensivo aquele que adota procedimentos preventivos no trnsito, sempre
com cautela e civilidade, visando a sua segurana e dos demais usurios da via.
O ato de dirigir, quando no observadas as regras de segurana de trnsito, provavelmente
apresentar riscos, com possibilidade de graves consequncias, sejam fsicas, psicolgicas ou de
natureza econmica. Dirigir exige aperfeioamento e atualizao constantes para melhorar o
desempenho dos condutores, mesmo porque dirigem por lugares diversos e complexos, nem sempre
conhecidos, nos quais tambm circulam pessoas e animais, sendo fundamentais conhecimento,
habilidade e responsabilidade na conduo do veculo. muito importante o condutor conhecer
regras de trnsito, tcnica de dirigir com segurana e como agir em situaes de risco.
Vamos, ento, conhecer um pouco os fatores que influenciam o desempenho do motorista
na conduo de um veculo.
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2.2. Elementos da direo defensiva
Para que um condutor possa praticar direo defensiva, ele precisa de conhecimento, no
s da legislao de trnsito, mas tambm dos comportamentos necessrios para uma conduo
segura, no dia a dia, o que requer dele, em cada situao enfrentada, fazer o uso de um ou mais
elementos da direo defensiva: conhecimento, ateno, previso, deciso e habilidade.
2.2.1. Conhecimento
O condutor defensivo deve obter o mximo de informaes sobre a legislao de trnsito
(normas gerais de circulao, sinalizao, infraes e penalidades), as condies da via (tipo de
pavimentao, trajetos, adversidades), do veculo (manutenes e equipamentos) e ainda estar
atento ao comportamento dos demais usurios da via, especialmente crianas, idosos, pessoas
embriagadas, ciclistas e motociclistas. Conhecendo as condies de risco, consegue-se fazer um
planejamento e estabelecer estratgias para evitar acidentes.
2.2.2. Ateno
Toda ateno pouca! O condutor defensivo deve estar alerta o tempo inteiro. Precisa
observar todo o ambiente que o envolve e as variveis do trnsito: uma criana que se aproxima do
bordo da via, as condies adversas, atitudes dos outros usurios do trfego etc. Se a pessoa no
estiver atenta s diversas situaes apresentadas ao conduzir o veculo, no ter tempo suficiente
para evitar um possvel acidente.
Dentre os requisitos ou elementos da direo defensiva, o da Ateno o que mais recebe
destaque no Cdigo de Trnsito, que no seu artigo 28 traz: O condutor dever, a todo o momento,
ter domnio de seu veculo, conduzindo-o com ateno e cuidados indispensveis segurana no
trnsito.
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Pontos que merecem ateno especial do condutor:
Retrovisores;
Outros veculos;
Pedestres;
Sinalizao;
Painel de instrumentos;
Condies da via.
Quando estiver dirigindo, voc no deve:
Fazer uso do celular (falar, ler ou enviar mensagens);
Assistir a DVD Player;
Lanchar;
Fumar;
Levar crianas no colo;
Segurar animais;
Procurar objetos no interior do veculo.
2.2.3. Previso
Na direo defensiva, a previso ocorre simultaneamente com a ateno. No trnsito,
acontecem muitas eventualidades, e o condutor defensivo deve estar preparado para evit-las.
Prevendo o perigo, haver mais tempo para reagir e obter resposta do veculo.
O condutor atento faz uma leitura precisa de tudo o que o envolve de modo a agir
prontamente e no ser surpreendido. A previso pode ser exercida sobre um raio de ao prximo
(imediata) ou distante (mediata).
Previso imediata - exercida pelo condutor quando em trnsito. Exemplo: reduzir a
velocidade do veculo prximo a escolas e hospitais.
Previso mediata - exercida pelo condutor ainda fora do trnsito. Exemplo: reviso do
veculo e abastecimento.
Exemplos prticos da aplicao do requisito previso.
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Situao Conduta Defensiva/Previso
O motorista observa que o semforo est aceso
no verde h algum tempo.
Prever a possibilidade de parar neste cruzamento.
Ao se aproximar da poca de chuva. Prever o uso dos equipamentos imprescindveis
na condio adversa de tempo (chuva), como
limpador de para-brisa, pneus em boas
condies, desembaadores.
Ao passar por um ponto de nibus, observa
vrios coletivos parados.
Prever que algum pedestre poder atravessar a
via pela frente do nibus.
Transitando em frente a reas escolares. Prever a possibilidade de encontrar jovens e
crianas desatentas.
Em vias rurais. Prever a eventualidade de encontrar animais na
pista.
2.2.4. Deciso
Na direo, todo condutor precisa ser capaz de tomar decises diante de um perigo
imediato. Uma boa escolha implica o reconhecimento das alternativas que se apresentam em
qualquer situao de trnsito.
A seguir so ilustradas situaes no trnsito, nas quais o motorista obrigado a tomar
algum tipo de deciso.
Situao Conduta Defensiva/Deciso
O motorista est parado em uma faixa de
reteno e precisa decidir o momento de
entrar na via preferencial.
Aguardar pacientemente o momento de entrar na
preferencial sem oferecer riscos para si e para os
outros.
O motorista observa frente uma barreira
policial.
Diminuir a velocidade e observar com ateno a
sinalizao e o comando do policial.
O motorista escuta a sirene de uma viatura de
urgncia.
Deixar livre a passagem pela esquerda,
deslocando-se para faixa mais direita da via.
A visibilidade ruim, e o motorista segue um
caminho em trecho com aclives e declives.
No fazer a ultrapassagem, manter a distncia de
segurana e aguardar o momento adequado para
ultrapassar.
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2.2.5. Habilidade
Conhecimento e prtica levam habilidade, requisito que possibilita o condutor defensivo
conhecer o seu veculo e realizar qualquer manobra necessria nas diversas situaes de trnsito,
como curvas, ultrapassagens, controle de velocidade, estacionamento, correo de derrapagem etc.
Algumas situaes que requerem habilidade:
Situao Conduta Defensiva/Habilidade
Estouro de pneu Se for um dos dianteiros, o veculo puxar forte para o lado do
pneu estourado: segure firme a direo e retire o p do
acelerador para reduzir a velocidade. Se for um dos traseiros,
o carro derrapar na direo do pneu que estourou: segure
firme o volante e o gire para o mesmo lado do pneu
estourado, buscando consertar a derrapagem.
Curva fechada Diminua a velocidade antes de entrar na curva e no freie no
meio dela. Faa a curva mantendo a marcha e acelerao.
Veculo vindo em sentido
contrrio (contramo)
Reduza a velocidade, sinalize com farol alto, ligue a seta para
a direita, aproxime-se o mximo possvel da margem direita
da via. E, se necessrio, saia da pista. Um breve toque na
buzina tambm pode ser utilizado, a fim de evitar um
acidente.
rea alagada
- Passe devagar, mas com o carro acelerado (a acelerao evita a
entrada de gua pelo escapamento). Faa tambm o uso de
marcha forte, de preferncia 1 marcha;
- Avance com o carro somente se tiver certeza de que a altura da
gua atingir, no mximo, a metade da roda;
- No tente religar o motor caso ele apague no meio da gua,
porque pode danific-lo ainda mais. Abandone o veculo e
pea ajuda para retir-lo;
- Fique atento passagem de outros veculos ao seu lado. A
agitao da gua gera ondas que podero invadir o
compartimento do motor
Ciente dos elementos/requisitos que compem uma direo defensiva, vamos identificar
situaes capazes de influenciar a conduo segura no trnsito e o que devemos fazer para superar
22
eventuais obstculos.
2.3. Condies Adversas
Condies adversas, ou, como prefere a Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ABNT, fatores geradores de acidentes, so situaes desfavorveis de direo (situaes de perigo),
s vezes de luz, tempo, via, trnsito. Outras, de veculo, carga, passageiro e de condutor. Isoladas ou
somadas, veja como cada uma interfere na forma de conduzir seu veculo.
2.3.1. Condio adversa de luz
Quando dirigimos, fundamental ver e ser visto, de modo que as condies de iluminao
so decisivas. A falta de luz ou sua intensidade - natural (sol) ou artificial (iluminao pblica e
faris) - podem afetar a capacidade de o condutor enxergar os componentes do trnsito ou de ser
percebido por outras pessoas. Principais situaes:
a) Quando anoitece (penumbra), verifique antes os faris, lanternas, luz de freio e
siga estas recomendaes:
Diminua a velocidade;
Fique atento;
Evite usar culos com lentes escurecidas;
No faa guerra de faris nas vias;
Siga a sinalizao.
b) Quando um veculo vier em sua direo com faris altos (ofuscamento), tome as
seguintes providncias:
Retire o p do acelerador e diminua gradativamente a velocidade;
Pisque os faris para se comunicar com o motorista que vem em sentido contrrio;
No revide luz alta;
No olhe diretamente para os faris do outro veculo;
Dirija o foco da viso para a margem direita. A viso perifrica acompanha o
caminho que est sendo percorrido.
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c) Quando o veculo de trs estiver com faris altos:
Regule os retrovisores de forma a evitar o ofuscamento;
Reduza a velocidade suavemente ( suficiente aliviar o p no acelerador) e facilite a
ultrapassagem. Se necessrio, desloque-se para faixa mais direita.
d) Durante o dia quando da incidncia direta da luz solar:
Proteja seus olhos, a fim de evitar o ofuscamento, com a pala de proteo interna do
veculo (pala de sol) ou use culos protetores;
Redobre a ateno;
Mantenha o para-brisa sempre limpo.
Observao: se a pala de sol obstruir a viso ou no oferecer a proteo esperada, faa a
regulagem da altura do assento do banco, caso seja possvel.
e) Dentro de tneis
Ao entrar ou sair de tneis, necessrio dar um tempo para as pupilas se adaptarem luz.
Ao entrar, reduza a velocidade, ligue os faris do veculo e redobre a ateno; no faa
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ultrapassagens e, se for o caso, retire os culos escuros. Uma boa dica antes de entrar no tnel
fechar um dos olhos e, ao ingressar, inverter. Se voc entrou com o olho direito fechado, abra-o e
feche o esquerdo, por exemplo. Ao sair do tnel, fique com os olhos semicerrados. Para maior
segurana, aumente a distncia do veculo da frente.
2.3.2. Condio adversa de tempo
So os fenmenos meteorolgicos: frio, calor, chuva, vento, granizo e neblina. Afeta a
capacidade visual do condutor e, como consequncia, dificulta visualizar outros veculos, as
sinalizaes horizontal e vertical, as margens da via etc.
Principais situaes:
a) Chuva
O incio do perodo chuvoso o mais perigoso. A gua se mistura aos resduos (poeira,
leo e combustveis) acumulados na via, e uma fina camada deslizante formada, que diminui a
aderncia dos pneus, pelo que, na chuva, necessria uma distncia maior para parar o veculo
(mais que o dobro que em pista seca).
Vejamos algumas recomendaes:
Evite o embaamento da rea envidraada;
Reduza a velocidade;
Acenda a luz de posio (faroletes e lanternas);
Nunca acione o pisca-alerta quando em
movimento;
Acione o limpador de para-brisa;
Aumente a distncia de seguimento;
Evite fazer ultrapassagens.1
Em situaes extremas (tempestades, granizo, raios), sendo necessrio parar,
deixe a via e procure um local onde voc possa se proteger, at que as condies melhorem. Sempre
sinalize suas aes.
1 O embaamento dos vidros ocorre devido diferena entre as temperaturas externa e interna do veculo. Para melhorar
a visibilidade, feche todos os vidros, ligue o ar-condicionado e acione o desembaador eltrico traseiro. Nos modelos
sem esses equipamentos, recomenda-se abrir um pouco os vidros e deixar o ar circular pelo interior. Se no resolver,
pare num posto de combustvel e compre um lquido.
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b) Neblina
Ocorre quando o vapor dgua submetido ao
resfriamento, formando uma nvoa semelhante nuvem.
preciso, assim, adaptar-se nova realidade (neblina), tomando
alguns cuidados:
Reduza a velocidade;
Aumente a distncia de seguimento;
Use o farol baixo ou de neblina (se tiver); no
use farol alto, pois ele reflete a luz nas partculas de gua, o que
reduz a visibilidade;
Utilize como referncia a sinalizao da via
(faixas e olhos-de-gato - catadiptrico), as lanternas dos carros
que vo a sua frente e os faris dos carros em sentido oposto. Se no existir sinalizao, acompanhe
a linha do acostamento;
Evite fazer ultrapassagens;
Ligue o limpador de para-brisa. Sob neblina comum o acmulo de gua sobre o
vidro;
Caso a neblina fique muito densa, pare e aguarde em local seguro;
Evite parar na via, mesmo que seja o acostamento. S pare se no tiver outra opo.
Neste caso, ligue o pisca-alerta e, para sinalizar o local, coloque o tringulo de segurana a uma
distncia exigida pela velocidade mxima da via;
Se no houver acostamento, no pare. Use os faris baixos ou de neblina e, com
velocidade reduzida e ateno redobrada, prossiga at um local onde possa parar com segurana.
c) Ventos laterais
Ventos transversais na via, em virtude de mau tempo ou pelo deslocamento de nibus e
caminhes, podem prejudicar a estabilidade dos veculos que trafegam em alta velocidade, posto
que, quanto maior a velocidade, mais leve fica o veculo, devido ao colcho de ar que se forma
entre o assoalho e a pista. exceo fica por conta dos veculos superesportivos, projetados para
andar a altssimas velocidades.
Para evitar perder o controle do veculo em situao de ventos laterais, preciso adotar
uma destas aes:
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Mau tempo
Segure firme o volante;
Reduza a velocidade;
Deixe os vidros abertos para diminuir a ao do vento (proteja os olhos);
Observe o movimento das rvores e capins: um bom indicador da fora do vento.
Deslocamento do ar por caminhes e nibus
Segure firme o volante;
Acelere se estiver ultrapassando;
Reduza a velocidade e facilite a
ultrapassagem se estiver sendo ultrapassado.
Nas condies apresentadas, o motociclista deve
ter uma ateno especial, pois ele o que est em maior
desvantagem e risco, uma vez que a motocicleta um
veculo muito leve e vulnervel, mais propcio a sofrer as
aes do vento.
2.3.3. Condio adversa de via
a condio que diz respeito a algumas caractersticas da via que podem representar
perigos de acidentes de trnsito, como:
Traado das curvas;
Elevaes, lombadas, sonorizadores e depresses;
Largura e nmero de faixas de rolamento;
Buracos e obstculos;
Vegetao s margens das vias;
Tipo de pavimentao;
Acostamento;
Vias com sujeira (barro, leo, chorume etc.);
Pavimentao ausente ou deficiente;
Sinalizao ausente, insuficiente ou equivocada;
Drenagem deficiente.
Aclives e declives acentuados;
Ondulaes e buracos
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Ondulaes, buracos, elevaes, inclinaes ou
alteraes do tipo de piso podem desestabilizar o veculo e
provocar a perda do controle. Passar por buracos, depresses
ou lombadas, em alta velocidade, uma das causas de
desequilbrio do veculo, de danos aos componentes ou ainda
de perda da dirigibilidade. O condutor pode agravar o
problema se usar incorretamente os freios ou fizer um
movimento brusco com a direo.
Ao perceber buracos ou outros inconvenientes na via, reduza a velocidade com
antecedncia. Evite frear durante a passagem pelas irregularidades, j que pode danificar ainda mais
os componentes da suspenso e os pneus, alm de aumentar o desequilbrio de todo o conjunto, uma
das causas de capotamento.
Independente do tipo de piso, manter uma velocidade adequada e, quando possvel, no
dirigir noite, principalmente em rodovias, o melhor procedimento para uma direo segura.
2.3.4. Condio adversa de trnsito
Trata-se das condies relacionadas fluidez e circulao nas vias em determinados
momentos, situaes e locais. So circunstncias que exigem do condutor uma avaliao constante
do ambiente e a adequao do seu comportamento a cada nova realidade para evitar acidentes.
Exemplos:
Congestionamento;
Veculos pesados;
Veculos lentos;
Veculos no motorizados;
Comportamento imprudente;
Locais com aglomeraes.
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No incio da manh, no fim da tarde e no horrio de almoo, o trnsito tende a
ficar congestionado porque h um fluxo maior de pessoas deslocando de um lugar para
outro: da casa para o servio e deste para casa, ou indo aos restaurantes.
Congestionamentos, carros estacionados em desacordo com as leis de trnsito ou pontos
de grande concentrao de pedestres geram, nos centros urbanos, uma srie de
problemas.
Nessas ocasies, recomendado:
No buzinar. O uso indevido da buzina alm de no resolver o problema
de congestionamento, aumenta a poluio sonora;
Ser educado e dar passagem para outro veculo quando solicitado. Evita
conflitos durante o percurso;
Manter a distncia de seguimento entre o seu veculo e o que segue
frente;
Sair mais cedo. Sem a preocupao com atrasos, possvel dirigir mais
tranquilo;
Ter sempre caminhos alternativos. Em caso de acidentes na via, no
ficar refm do itinerrio que costuma fazer.
2.3.5. Condio adversa de veculo
Diz respeito aos itens obrigatrios e manuteno do veculo. Quando se tm
freios ruins, pneus gastos, limpadores de para-brisa ressecados, faris queimados e/ou
desregulados e bateria descarregada, existe uma condio adversa de veculo, que
tambm se d pela falta de cinto de segurana, mau funcionamento das luzes piloto etc.
Como importante que todos os itens estejam em perfeito funcionamento, preciso
alguns cuidados:
a) Pneus
Importantes para impulsionar, frear e manter a dirigibilidade do veculo, os
pneus devem receber ateno especial quanto ao seu estado de conservao: bolhas,
cortes e deformaes podem causar estouro ou uma rpida perda de presso, os pneus
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devem ser trocados imediatamente. Outro cuidado pelo menos uma vez por semana -
deve ser com a calibragem, inclusive do estepe.
Procure realizar a calibragem com os pneus ainda frios e ajuste a presso
conforme as recomendaes do fabricante para as condies de carga (mnima e
mxima). Pneus murchos duram menos, prejudicam a estabilidade e aumentam o
consumo de combustvel; pneus muito cheios tambm duram menos e prejudicam a
estabilidade, alm de comprometerem a aderncia e danificarem a suspenso. E lembre-
se de que as tampinhas das vlvulas de ar no so simples enfeites, elas impedem
vazamentos e entrada de impurezas.
Tanto o excesso de presso como a ausncia dela causam acentuado desgaste
dos pneus. Cheio demais, o pneu sofre desgaste no centro da banda de rodagem.
Murcho, so as bordas as mais desgastadas. Seja pelo tempo de uso, seja por erros na
calibragem, uma hora os pneus precisam ser trocados porque a profundidade dos sulcos
da banda de rodagem j inferior a 1,6 mm e isso prejudica o escoamento da gua, o
resfriar dos pneus e sua aderncia.
Para facilitar a identificao de quando se precisa trocar os pneus, h
indicadores de desgastes um tringulo ou as letras TWI (Tread Wear Indicator)
impressos na lateral. Quando o desgaste atingir a marca indicadora, o momento de
troc-los, porque j esto imprprios para o uso.
Alm de uma calibragem deficiente, a falta de rodzio ou uso de modelos
diferentes dos recomendados pelo fabricante comprometem a durabilidade dos pneus.
Recomenda-se, ento, fazer o rodzio dos pneus de acordo com o indicado pelo
fabricante, o que ajuda a compensar as diferenas de desgaste da borracha, aumenta a
vida til e melhora a estabilidade do veculo. preciso ficar atento ao modelo e
dimenses do pneu. Use apenas o que fabricante indica certo de que o uso de modelos e
tamanhos diferentes pode reduzir a estabilidade e deteriorar outros componentes da
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suspenso.
Cuidados com calibragem, modelos, tamanhos e rodzio dos pneus, como j
visto, so fundamentais para qualidade da direo e vida til do equipamento, mas no
suficientes. Igual preocupao o condutor deve ter com o balanceamento das rodas,
especialmente por ocasio do rodzio dos pneus. Rodas no balanceadas provocam
instabilidade, trepidao no volante e deteriorao da suspenso e dos pneus.
Sentir o carro puxar para um dos lados, dificuldade em virar o volante ou
consumo irregular nos pneus so sintomas de desalinhamento de rodas e direo. Para
sua segurana, faa o alinhamento.
Observao! Todas as recomendaes tambm se aplicam ao pneu
sobressalente (estepe) nos veculos em que ele exigido. Todo pneu tem validade.
b) Suspenso (amortecedores e molas)
A finalidade da suspenso manter a estabilidade do veculo. Amortecedores e
molas estragados podem causar a perda de controle do veculo, especialmente em
curvas e frenagens. Verifique periodicamente o estado de conservao e o
funcionamento deles, usando como base o manual do fabricante.
c) Direo
A direo um dos mais importantes componentes de segurana do veculo.
a responsvel pela dirigibilidade. Folgas no sistema de direo desestabilizam o veculo
e podem levar o condutor a perder o controle da direo, principalmente quando usa os
freios, em que os efeitos da instabilidade aumentam. Para prevenir acidentes, verifique o
sistema de direo de acordo com o manual do veculo ou quando perceber alguma
alterao no seu funcionamento.
d) Iluminao
O sistema de iluminao e sinalizao do veculo fundamental tanto para ver
quanto para ser visto. A falta de iluminao ou a sinalizao incorreta aumentam
consideravelmente os riscos de acidentes nas vias. Portanto, necessrio que sejam
conferidos periodicamente o estado e funcionamento das luzes e lanternas.
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Efeitos decorrentes de problemas no sistema de iluminao:
Faris queimados, em mau estado de conservao (trincado, cheio de
gua etc) ou desregulado reduzem a visibilidade panormica do condutor, que no
consegue ver tudo o que deveria;
Lanternas de posio queimadas ou com defeito, noite ou em ambientes
escurecidos (chuva, penumbra), comprometem a visibilidade do seu veculo pelos
demais usurios da via;
Luz de freio queimada ou com mau funcionamento impede que outros
condutores identifiquem de imediato a frenagem realizada. Diminui, assim, o tempo de
reao e abre a possibilidade de uma coliso traseira;
Luzes indicadoras de direo queimadas ou com mau funcionamento
dificultam a compreenso dos outros condutores com relao manobra desejada.
e) Lubrificao do motor
Troque o leo do motor e substitua o filtro de leo como indicado no manual
do veculo. Registre as datas das trocas de um e de outro e, uma vez por semana,
verifique o nvel do leo do motor.
f) Sistema de arrefecimento (refrigerao do motor)
Confira semanalmente o nvel do lquido de resfriamento do reservatrio ligado
ao radiador e, se necessrio completar, procure uma oficina. Igualmente importantes
para o funcionamento do seu veculo, limpeza ou mesmo troca do sistema de
refrigerao devem ser feitas dentro do que prev o fabricante.
g) Filtros, correia dentada e mangueiras
Filtros - O filtro de ar responsvel por impedir que as impurezas do ar entrem
no motor.
O filtro de leo, por sua vez, responsvel por reter partculas provenientes
do atrito das engrenagens do motor.
O filtro de combustvel, outro item de grande importncia para o bom
funcionamento do motor, impede que os resduos depositados no fundo do tanque de
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combustvel cheguem ao motor.
Todos devem ser trocados na forma indicada pelo fabricante.
Correia dentada item que estabelece uma ligao fixa entre o virabrequim e o
comando de vlvulas, mantendo sincronizados os dois elementos. Em alguns carros, ela
tambm aproveitada para movimentar as bombas de leo e gua. H, no entanto,
veculos que utilizam, com o mesmo fim, engrenagens ou correntes em vez da correia
dentada. O que difere aquelas da correia dentada que, caso esta quebre, o motor para
de funcionar e pode sofrer srios danos internos: empenamento de vlvulas e danos aos
pistes so alguns dos problemas mais comuns causados pelo rompimento da correia
dentada. O custo do conserto alto e pode ser facilmente evitado. Basta realizar a troca
da correia dentada na forma que o manual do fabricante orienta.
Mangueiras do combustvel e do radiador certifique de que esto boas, ou,
caso no se sinta seguro para fazer a checagem, procure um mecnico de sua confiana
para conferir o estado das mangueiras, que nunca devem estar ressecadas, trincadas ou
folgadas, nem apresentar vazamentos. Se notar algum problema, troque a mangueira
danificada imediatamente.
h) Freios
O perfeito estado de funcionamento do sistema de freio extremamente
importante para segurana do condutor e de quem divide a via pblica. Como qualquer
outro sistema, ele se desgasta com o uso, e sua eficincia reduz. Freios gastos exigem
maiores distncias para frear com segurana, podendo causar acidentes.
Preservar a vida til dos componentes do sistema de freios fcil. Basta ser
um motorista defensivo. Ao dirigir com ateno, respeitar a legislao, observar a
sinalizao e as condies do trnsito, o condutor evita freadas bruscas e desnecessrias,
decisivas para uma deteriorao acentuada dos freios.
Os motoristas de veculos com sistema de freio a tambor/lona, diferentemente
dos que usam freio a disco, quando atravessam locais alagados ou com poas de gua,
precisam estar mais atentos porque, com o sistema a tambor, pode ocorrer a perda de
eficincia dos freios. Observar as condies da pista, reduzir a velocidade e pisar o
pedal de freio algumas vezes para voltar normalidade so medidas importantes na
preveno do acidente.
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i) Limpeza
Alm de higinico, manter o veculo limpo tambm essencial para a
segurana. Itens como para-brisa, retrovisores, faris, lanternas e placas devem estar
limpos para no prejudicar a visibilidade e identificao do veculo.
No que diz respeito limpeza do motor, aconselhvel evitar lav-lo,
principalmente se o veculo for equipado com injeo eletrnica, mais sensvel gua
durante as lavagens. gua sob presso pode infiltrar nos terminais e sensores do sistema
de ignio e bloquear o contato eltrico. Como resultado, o motor para de funcionar.
2.3.6. Condio adversa de carga
No transporte de cargas ou de qualquer objeto (em viagens ou mudanas, por
exemplo), h uma condio adversa que compromete a segurana, em que as causas
mais comuns so:
Acondicionamento errado ou m distribuio da carga;
Embalo inadequado da carga;
Falha na imobilizao ou na amarrao dos volumes dentro do
compartimento de cargas;
Desconhecimento do tipo de carga e das suas caractersticas;
Mau estado da carroceria ou do compartimento de carga.
Observaes importantes para o condutor de cargas:
Volume e peso devem ser compatveis com a capacidade do veculo;
Passageiros no devem ser transportados nos compartimentos de carga e
vice-versa;
A carga precisa estar imobilizada e bem acondicionada. Certifique antes
de colocar o veculo em movimento.
2.3.7. Condio adversa de passageiro
preciso saber que, em algumas situaes, o comportamento dos passageiros
se transforma numa condio adversa, que pode afetar diretamente a segurana no
trnsito. So exemplos de condies adversas de passageiros:
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Barulho, desordem ou brigas entre os ocupantes;
Passageiros machucados ou que passam mal durante a viagem;
Crianas pequenas desacompanhadas;
Excesso de passageiros;
Passageiros em estados psicolgicos alterados (irritados, nervosos,
inseguros, alcoolizados, drogados etc.).
Observaes importantes para condutor em condio adversa de passageiros:
No permitir que as pessoas desviem sua ateno;
Tomar todas as precaues e atender s exigncias legais quando
transportar crianas;
Respeitar o limite de passageiros.
2.3.8. Condio adversa de condutor
Considerada a principal condio adversa, reflete o estado do condutor no
momento que dirige, e decisiva enquanto causa de acidentes, porque influencia
diretamente na forma de lidar com as outras condies adversas como tambm pode
reduzir ou mesmo impossibilitar a capacidade de conduzir veculo. Por sua vez, a
adversidade mais fcil de prevenir, pois depende apenas da observao de sua condio
fsica e mental. A primeira diz respeito ao bem-estar ou boa sade do motorista; a
segunda, s caractersticas psicolgicas, conforme se observa no quadro Alteraes
mais comuns dos Condutores.
Sua importncia para a segurana do trnsito tamanha, que o assunto mereceu
meno especial no Cdigo de Trnsito Brasileiro (CTB) quando o condutor dever, a
todo o momento, ter domnio do seu veculo, dirigindo com ateno e cuidados
necessrios....
Alteraes mais comuns dos Condutores
FSICAS MENTAIS
Fadiga;
Sono;
Condies de sade;
Efeito de bebida alcolica;
Efeito de medicamento;
Efeito de entorpecentes.
Tenso;
Impacincia;
Estresse;
Agressividade;
Preocupaes;
Medo.
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Em todos os casos descritos acima, o motorista defensivo jamais assumir a
direo de um veculo.
Observaes importantes no caso de condio adversa de condutor (alteraes
fsicas mentais).
possvel superar as condies adversas ou, pelo menos, reduzir seus efeitos.
Em todos os casos de adversidade, a preveno o melhor caminho. Obtenha o mximo
de informao a respeito das condies da via, do tempo, do veculo e do trnsito a ser
enfrentado. Respeite a sinalizao. Atente-se para as normas regulamentadoras e
mantenha a ateno durante o percurso. Com esses cuidados, os desafios do trnsito
sero superados e estar garantida a segurana.
Agora voc j capaz de perceber quais so os fatores capazes de influenciar a
segurana do trnsito e de entender qual a sua parcela de responsabilidade na construo
de um trnsito livre de acidentes.
2.4. Estado fsico e mental do condutor, consequncias da ingesto e consumo de
bebida alcolica e substncias psicoativas.
2.4.1. Estado fsico do condutor
a) Fadiga e sono
O condutor precisa estar sempre
concentrado no trnsito. Ocorre que, ao
dirigir por perodos prolongados, pode sofrer
com cansao e sonolncia, diminuindo
consideravelmente o nvel de ateno.
Por mais acostumado que esteja em
dirigir, o condutor no uma mquina e
deve atentar para as suas limitaes. Ao perceber uma diminuio dos seus reflexos em
virtude de cansao, sono ou fadiga, o mais indicado que o motorista procure um local
seguro e pare para descansar.
Estudos recomendam que, a cada duas horas na conduo do veculo,
necessrio um descanso mnimo de quinze minutos. No caso de motocicletas, o perodo
de conduo no pode passar de uma hora, sem que tenha um descanso mnimo de dez
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minutos. interessante que o condutor faa um planejamento dos principais pontos
onde possa parar com segurana dentro do percurso a percorrer.
b) Condies de sade
O Cdigo de Trnsito Brasileiro prev nos artigos 147 e 150 que todo
condutor necessita realizar exames de aptido fsica e mental, tanto para obter quanto
para renovar a sua habilitao. Os exames so peridicos e podem variar de acordo
com a idade e com a avaliao mdica. Ocorre, porm, que entre esses intervalos o
condutor pode adquirir algum problema de sade temporrio ou permanente que
comprometa sua condio fsica ou mental. Nesse caso, mesmo que a data dos exames
no esteja vencida, ele, ao constatar alguma alterao em sua sade, tem de imediato
procurar um mdico e se informar se h alguma contraindicao para dirigir.
Outro fator que merece ateno diz respeito utilizao de medicamentos,
principalmente tranquilizantes, estimulantes e antialrgicos. Alguns remdios podem
aumentar a fadiga, a sonolncia, comprometer os reflexos ou at causar um mau sbito,
o que exige do condutor defensivo avaliar seu estado antes de dirigir e ter conhecimento
dos efeitos colaterais dos medicamentos em uso.
c) Consequncias da ingesto e consumo de bebidas alcolicas e substncias
psicoativas
Segundo dados do Ministrio da Sade
(2011), o lcool est relacionado a 21% dos
acidentes de trnsito. Isso faz com que a
combinao de ingesto de bebida alcolica e
direo seja uma das maiores causas de acidentes
de trnsito no Brasil. Na imprensa diria,
possvel ter a dimenso e comprovao do ndice
revelado pelo Ministrio da Sade, quando, ao
reportar acidentes de trnsito, revela que boa parte se deu com presena de um ou mais
condutores embriagados.
Entre as principais consequncias da ingesto de bebida alcolica ao volante
est a diminuio do reflexo, o excesso de autoconfiana ao dirigir, a reduo do campo
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de viso, alterao auditiva, modificao da fala, da coordenao e do equilbrio de
quem dirige. Acrescenta-se a o diminuir do senso crtico e da noo de distncia.
Preocupado com as consequncias decorrentes de se dirigir sob influncia do
lcool, o legislador, na tentativa de coibir maus condutores, colocou a infrao por
dirigir alcoolizado entre as cinco mais severas previstas no Cdigo de Trnsito
Brasileiro. No artigo 165 do CTB, est expresso que dirigir sob influncia de lcool ou
de qualquer outra substncia psicoativa que determine dependncia infrao
gravssima, com penalidade de multa, multiplicado seu valor em dez vezes, e suspenso
do direito de dirigir por doze meses, para em seguida, no artigo 306, agravar a pena
como crime, dependendo da concentrao de lcool no sangue. Contudo, o principal
problema de dirigir alcoolizado no , nem de longe, relacionado infrao e
suspenso do direito de dirigir. A questo essencial a segurana, o fato de expor
pessoas inocentes a danos, muitas vezes, irreparveis.
O fato que bebida e direo simplesmente no combinam. A mistura quase
sempre fatal. E o risco no s para quem bebe. A dica ento : passageiro, no pegue
carona com motorista alcoolizado. Condutor, no faa ingesto de bebida alcolica se
vai dirigir em seguida.
Alm do lcool, outras drogas, que o condutor defensivo tambm deve ficar
distante, esto sendo usadas por quem dirige. Divididas em trs classes, depressoras,
estimulantes e perturbadoras, todas alteram o funcionamento do sistema nervoso central,
retardando, acelerando ou desgovernando a atividade cerebral. Dificultam a
coordenao motora, acarretam disfunes mentais e mexem com o emocional. Os
sintomas variam, por exemplo, de acordo com o grau de pureza da droga, da quantidade
consumida e das caractersticas do indivduo.
CLASSIFICAO DAS DROGAS
DEPRESSORAS ESTIMULADORAS PERTURBADORAS
Bebida alcolica
Calmante, ansioltico
Opiceo (codena)
Barbitrico
Inalante
Anfetamina (Anorexgeno,
ecstasy)
Cocana (Merla, crack)
Cafena
Nicotina
Maconha
Dietilamida do cido
Lisrgico (LSD)
Cogumelo
Mescalina
Ayhuasca
Anticolinrgico
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Drogas depressoras
So as drogas que baixam ou reduzem a atividade mental, diminuindo a
disposio psicolgica, intelectual e a capacidade de vigilncia.
Drogas estimuladoras
Agem como estimulantes no sistema nervoso central. De incio, traz sensao
de euforia, bem-estar, disposio pronta. H um aumento de atividade, acompanhada de
excitao, irritabilidade e insnia. Aps a fase estimulante, geralmente surge uma fase
depressiva.
Drogas perturbadoras
Estas drogas causam alucinaes e alteraes de ordem psicolgica do sistema
sensorial do ser humano (iluso). As pessoas veem imagens distorcidas criadas pela
mente, imagens inexistentes no mundo real, tm alucinaes auditivas e falam de
perseguies e sensao de bichos andando sobre a pele.
Ingerir bebida alcolica ou usar drogas reduz a concentrao, afeta a
coordenao motora, altera o comportamento e diminui o desempenho. Percepo de
situaes de perigo e capacidade de reao ficam limitadas.
2.4.2. Estado mental do condutor
a) Tenso
Um motorista tenso modifica a sua conduta e postura no
trnsito. No estado de tenso, o motorista curvar-se, sem perceber,
para frente, contrai os msculos do corpo, e como consequncia,
diminui a dirigibilidade e aumenta os riscos de acidentes. A postura inadequada provoca
dores na cabea, no pescoo, nas costas e uma sensao de cansao generalizado, que
causa uma presso e prejudica o ato de dirigir.
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Para aliviar a tenso, o condutor precisa, ao iniciar o trajeto, sentar-se
corretamente numa posio confortvel. De modo igual, observar as distncias entre os
ps e os pedais, alm da dos braos em relao ao volante. Ao dirigir, os membros,
tanto superiores quanto inferiores, no devem ficar totalmente estendidos e tampouco
muito flexionados. Tal postura torna a direo mais confortvel e aumenta o domnio
do condutor, logo, diminui os riscos durante o trajeto.
Diante de uma sensao de extrema fadiga, o mais adequado que se faa
uma pausa, descanse um pouco e alongue especialmente pernas e braos. O condutor
defensivo prefere dispensar um tempo maior com a recomposio do bem-estar fsico e
com o descanso, primando pela sua qualidade de vida, sua segurana e a dos demais, a
se arriscar na tentativa de adiantar o percurso com a ateno e os reflexos
comprometidos.
b) Impacincia
Assim como na tenso, o motorista impaciente
fica predisposto a irritar-se com mais facilidade e por
qualquer motivo. No trnsito, a impacincia gera
conflitos desnecessrios na via pblica - a exemplo de
discusses e brigas - e pode ainda estimular o condutor a
realizar manobras arriscadas, no raro com excesso de
velocidade.
Posturas geradas pela impacincia so extremamente arriscadas e causadoras
de uma grande quantidade de acidentes e de violncia no trnsito. Infelizmente
comum a mdia divulgar fatos em que a impacincia de alguns motoristas foi a
responsvel pelo acidente, quando no, mortes, que decorrem de discusses, e no do
acidente.
O condutor defensivo no pode deixar a impacincia estragar o passeio. O
trnsito responsvel por uma srie de interaes entre as pessoas e comum que
existam situaes de conflito, mas essas ocorrncias no podem tirar a serenidade do
condutor a ponto de ele correr riscos desnecessrios na direo do veculo. comum
que surjam contratempos durante o percurso, mas que podem ser absorvidos com
atitudes simples: em vez de entrar em uma discusso, pare para apreciar a paisagem,
descubra locais pitorescos e mantenha o bom humor.
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c) Estresse e agressividade
Existem condutores que acreditam que seu veculo um smbolo de poder e
status ou um instrumento de competio. Por de trs do volante, muitas vezes se acham
indestrutveis e em condies de superioridade em relao aos demais. No volante,
jogam por gua abaixo todos os princpios de civilidade e boas maneiras e, por
consequncia, princpios de direo defensiva, e se mostram agressivos, irracionais.
Tornam-se, num processo que desencadeia uma srie de reaes, condutores
estressados, mal-humorados e cada vez mais impacientes. O resultado que acabam se
agredindo por motivos banais.
O ideal, na direo defensiva, para
diminuir as ocorrncias de estresse e de
violncia no trnsito, procurar, ao mximo,
no se envolver em discusses
desnecessrias nas vias pblicas. Aceitar que
todos so passveis de cometer erros, ser
mais tolerante e compreensivo o caminho
para a direo segura.
Aquele que se preocupa com a direo defensiva no deixa que os seus
problemas interfiram na conduo do veculo, tendo sempre em vista que esse um
meio de transporte e serve para auxiliar nos deslocamentos e nas tarefas do dia a dia, e
no um instrumento de transformao de condutores em pessoas violentas.
2.5. Como evitar acidentes
2.5.1. Conceito de acidentes de trnsito
O condutor, ao conduzir o seu veculo, deve adotar uma postura defensiva com
o propsito de evitar acidentes de trnsito. Segundo a Associao Brasileira de Normas
Tcnicas ABNT (Norma 10697/89), acidente de trnsito todo evento no
premeditado de que resulte dano a veculo, carga ou leses em pessoas e animais, em
que pelo menos uma das partes est em movimento nas vias terrestres ou reas abertas
ao pblico. Pode originar-se, terminar ou envolver veculo parcialmente na via pblica.
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2.5.2. Classificao dos acidentes
Pode-se afirmar que a maioria das pessoas entende que os acidentes podem ser
evitados. Portanto, torna importante a distino entre as precaues possveis e
razoveis a serem adotadas por um motorista a fim de evitar o acidente. Os acidentes
podem ser classificados como:
a) Evitvel: aquele em que algum deixou de fazer algo que poderia ter
feito para evit-lo. Exemplos: Acidentes causados por no se considerar a distncia de
seguimento (segurana); causados pelo mau estado de conservao do veculo; por
buracos na via; por condutor alcoolizado ou que fez uso de substncia entorpecente.
b) Inevitvel: aquele decorrente dos fenmenos naturais do tipo
catastrficos. Exemplos: terremotos, maremotos, tsunamis, tempestades, furaces.
2.5.3. Fatores causadores de acidentes
As causas so classificadas em trs categorias de fatores de risco: fatores
humanos, fatores ligados infraestrutura e ao meio-ambiente, fatores ligados aos
veculos.
O acidente geralmente considerado como um "disfuncionamento" do sistema
Homem - Veculo - Via e Meio ambiente. Por exemplo, uma velocidade excessiva,
combinada com pneus lisos e com uma curva fechada. Poderia acrescentar-se um quarto
fator: o fator sociolgico isto a maneira como a sociedade, s vezes, deixa de reagir ao
problema dos acidentes com o devido vigor.
O fator humano est presente em quase todos os acidentes de trnsito. O fator
infraestrutura e meio ambiente esto ligados s condies de conservao da via,
mudanas de contexto da rodovia, evoluo do trfego e as condies meteorolgicas.
J o fator veculo est ligado a gravidade especifica dos acidentes de trnsito ligada
obviamente implicao dos veculos, que podem se transformar em instrumentos
extremamente perigosos em consequncia da violncia do choque, de defeitos de
manuteno, ou da utilizao incorreta.
Entre os fatores causadores de acidentes relacionados s falhas humanas,
podemos destacar negligncia, imprudncia e impercia.
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a) Negligncia: falta de cuidado, descaso ou desleixo do condutor, que
deixa de fazer algo, embora capaz de faz-lo. Exemplo: conduzir veculo que apresente
equipamento obrigatrio inoperante ou ineficiente.
b) Imprudncia: comportamento arriscado, de precipitao, no qual o
condutor viola a legislao de trnsito e as normas de boa conduta, colocando a si e os
demais usurios da via em risco. Exemplo: trafegar a uma velocidade de 100Km/h em
uma via de 40Km/h; avanar o sinal vermelho.
c) Impercia: incapacidade, falta de habilidade especfica para conduzir
veculo, levada pela inexperincia, ausncia de domnio em certas situaes no trnsito.
Exemplo: no conseguir manter o veculo parado em um aclive (controle de
embreagem) com o trnsito congestionado.
importante entender que essas falhas, isoladas ou combinadas, esto
presentes na maioria dos acidentes de trnsito e, assim, deve-se trabalhar para no
comet-las, com o objetivo de se proteger a vida.
2.5.4. Mtodo bsico de preveno de acidentes
To importante quanto conhecer as condies adversas e entender os fatores
causadores de acidentes de trnsito, aplicar o mtodo bsico de preveno: fazer uso
de normas de segurana e respeitar a legislao.
O mtodo consiste em estratgia para impedir, ou minimizar a gravidade dos
acidentes, com aes tomadas em um curto espao de tempo e em trs momentos
distintos:
Ver, identificar o perigo: estar atento e se antecipar primordial para no
ter o acidente. Se o condutor no visualizar os acontecimentos no trnsito, no ter
tempo hbil para tomar uma atitude.
Pensar, analisar o cenrio: buscar alternativas a fim de evitar acidentes,
que, na maioria das vezes, resultam de um erro do motorista, cuja gravidade pode ser
maior ou menor, s vezes, culminando em morte.
Agir, tomar uma atitude: uma vez detectado o perigo e definida a atitude
a ser tomada, hora de agir. Tenha confiana e execute a ao desejada. Lembre-se de
que esperar e ver no que d pode no ser uma boa ideia.
Grande parte dos acidentes ocorre porque os motoristas, mesmo ao perceber o
perigo, esperam que o outro envolvido na situao tome as providncias. Sendo assim,
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aja de forma consciente e decidida e demonstre qual atitude ir tomar.
2.6. Cuidados com os demais usurios da via
O trnsito, em condies seguras, um direito de todos e dever dos rgos e
entidades componentes do Sistema Nacional de Trnsito, a estes cabendo, no mbito
das respectivas competncias, adotar as medidas destinadas a assegurar esse direito,
pargrafo 2, artigo 1 do CTB. um conceito que alcana pedestres e animais e todas
as espcies de veculos: carroas, motocicletas, bicicletas, caminhes e carros.
Enquanto condutor, tenha em mente que estradas, ruas e avenidas foram
abertas circulao de todos e que voc apenas um usurio de certo meio de
transporte, logo, sujeito disciplina legal que rege o uso das vias pblicas. Estabelecer
um bom relacionamento no trnsito simples. suficiente o condutor se comportar
como gostaria que os outros se comportassem com ele. Por exemplo: prefervel,
muitas vezes, ceder a entrar em compe