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Manual de Zoonoses (Volume 1 e 2).pdf

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  • Volume I - 2 Edio

    2010

    Manual de Zoonoses

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  • PATROCNIO

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  • PROMOO

    Conselho Regional de Medicina Veterinria do Paran

    Presidente: Masaru Sugai

    Conselho Regional de Medicina Veterinria de Santa Catarina

    Presidente: Moacir Tonet

    Conselho Regional de Medicina Veterinria do Rio Grande do Sul

    Presidente: Air Fagundes dos Santos

    COMISSO ORGANIZADORA

    Paran

    Md. Vet. Leonardo Npoli

    [email protected]

    Santa Catarina

    Md. Vet. Dilamar Rudolf Sartor

    [email protected]

    Rio Grande do Sul

    Md. Vet. Jos Pedro Martins

    [email protected]

    COMISSO REVISORA

    ngela Maron de Mello

    Homero Rogrio Arruda Vieira

    Italmar Navarro

    Jane Megid

    L l ian Barreto

    Vanete Thomaz Soccol

    L l ian Ftima Gomes Barreto

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  • APOIO

    Assessoria de Comunicao - CRMV-PR

    Jornalista Responsvel Gabriela Sguarizi

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    Diagramao

    Abissal Design & Comunicao

    [email protected]

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  • APRESENTAO

    Com o evidente processo de globalizao e sabendo que as zoonoses no tm fron-

    teiras, a integrao entre estados necessria para que ocorra um processo eficaz de

    informao visando a uma slida conscientizao dos profissionais envolvidos e, conse-

    quentemente, da sociedade.

    Segundo dados da Organizao Mundial da Sade, 60% dos patgenos humanos so

    zoonticos, 75% das enfermidades emergentes humanas so de origem animal e 80%

    dos patgenos que poderiam ser usados em bioterrorismo tambm so de origem animal.

    Ao unir esforos, os Conselhos Regionais de Medicina Veterinria da Regio Sul

    pretendem informar os profissionais e conscientizar a populao sobre os riscos que as

    zoonoses podem trazer sade pblica, ambiental e animal.

    Para isto, foi criado o Programa de Zoonoses Regio Sul, que possui como fer-

    ramentas de comunicao dois veculos: este Manual sobre Zoonoses e tambm o site

    www.zoonoses.org.br. A ideia a constante atualizao dos materiais, com a publi-

    cao de outras zoonoses em novos volumes, bem como a atualizao peridica do

    endereo na internet. Neste primeiro momento, o Programa aborda com destaque as

    dez zoonoses com maior incidncia e importncia na regio.

    Atenciosamente,

    Air Fagundes dos Santos

    Presidente CRMV-RS

    Masaru Sugai

    Presidente CRMV-PR

    Moacir Tonet

    Presidente CRMV-SC

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  • SUMRIO

    BRUCELOSE 9

    FEBRE AMARELA 21

    FEBRE MACULOSA 35

    INFLUENZA AVIRIA 46

    LARVA MIGRANS 56

    LEISHMANIOSES 68

    LEPTOSPIROSE 91

    RAIVA 100

    TOXOPLASMOSE 128

    TUBERCULOSE 142

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  • 9BRUCELOSE

    BRUCELOSE

    Nomes populares

    Sinais clnicos nos animais

    Agente causador

    Formas de transmisso

    Espcies acometidas

    Sintomas nos seres humanos

    Animais: Doena de Bang, Aborto Contagioso e Aborto Infeccioso.

    Homem: Febre de Malta, Febre Ondulante, Febre de Gibraltar.

    Nas fmeas prenhes produz p lacent i te segu ida de abor to, usua lmente duran-

    te o te ro f ina l da gestao, e ep id id imi te e orqu i te nos machos.

    Coco-bacilo Gram-negativo do Gnero Brucella.

    Seres humanos: Por contato direto com mater ia is contaminados (fetos abor ta-

    dos, restos placentr ios) ou indiretamente por ingesto de produtos contamina-

    dos ( lcteos no pasteur izados).

    Animais: Contato com a bactria em restos placentrios (via oral, conjuntival, pele),

    inseminao artif icial ou monta natural.

    Caprinos e ovinos: Brucella melitensis

    Bovinos e bubalinos: Brucella abortus

    Sudeos, lebres, renas, roedores: Brucella suis

    Rato do deserto: Brucella neotomae

    Caninos: Brucella canis

    Ovinos: Brucella ovis

    Cetceos: Brucella ceti

    Pinpedes: Brucella pinnipedialis

    Camundongo do campo: Brucella microti

    Febre aguda ou insidiosa, suores noturnos, fadiga, anorexia, perda de peso, dor de

    cabea e artralgia.

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    BRUCELOSE

    Diagnstico

    Laboratrios e Servios de Referncia

    Notificao Obrigatria

    Seres humanos: Direto ( isolamento bacter iano, PCR, imunohistoqumica) ou

    Indireto (sorologia)

    Animais: Direto (isolamento bacteriano, PCR, imunohistoqumica) ou Indireto (sorologia).

    Laboratrio Nacional Agropecurio - LANAGRO/MG

    Av. Rmulo Joviano, s/n - Caixa postal: 35/50

    CEP: 33600-000 - Pedro Leopoldo/MG

    (31) 3660-9662

    A brucelose bovina e bubalina de notif icao obrigatria, de acordo com art. 5 do

    Decreto 5.741/2006, que regulamenta o PNCEBT e com a IN 30/2006, que disciplina

    a habilitao de Mdicos Veterinrios.

    1. HISTRICO

    Apesar de ser uma enfermidade dos animais, a brucelose foi inicialmente descrita

    no homem no incio do sculo XIX, a partir de casos de febre ondulante seguidos de

    morte, ocorridos na I lha de Malta, no Mar Mediterrneo, sendo por isso denominada

    Febre de Malta. A primeira descrio clnica da doena foi feita por Marston em 1859

    e o isolamento do agente etiolgico foi realizado por Bruce em 1887, que o denominou

    Micrococcus melitensis. A bactria foi mais tarde renomeada como Brucella meli-

    tensis em sua homenagem. Em 1905 Zammit demonstrou, ainda em Malta, a natureza

    zoontica da B.melitensis atravs do isolamento da bactria do leite de cabras. Em

    1917, os veterinrios dinamarqueses Bang e Stribolt isolaram o agente causador do

    aborto enzotico dos bovinos e o chamaram de Bacillus abortus. Em 1918, a pesqui-

    sadora norte-americana Alice Evans publicou um trabalho importante para o conheci-

    mento da brucelose. Esta autora demonstrou as semelhanas morfolgicas, imunol-

    gicas e de cultivo entre as bactrias isoladas por Bruce e Bang. Em razo disto, Meyer

    e Shaw propuseram em 1920, a criao do Gnero Brucella, em homenagem ao autor

    do primeiro isolamento do agente. Em 1914, Traum isolou, a partir de fetos abortados

    de sunos, uma bactria que, a princpio, foi confundida com a causadora dos abortos

    nos bovinos. Posteriormente, f icou comprovado ser diferente em funo de algumas

    propriedades culturais, bioqumicas e antignicas, sendo por isto includa no gnero

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    com a denominao de Brucella suis (Pacheco e Melo, 1956). A partir de ento outras

    espcies foram acrescentadas ao Gnero. Cronologicamente seguiram-se: Brucella

    ovis (Buddle e Boyes, 1953), Brucella neotomae (Stoenner e Lackman, 1957), Brucella

    canis (Carmichael e Bruner, 1968), Brucella pennipedial is (focas e golf inhos) (Ross et

    al. 1994), Brucella ceti (baleias) (Foster et al, 1996) e mais recentemente a Brucella

    microti (Scholz et al., 2008).

    1.1 Distribuio Geogrfica e reas Vulnerveis (Mapa - Regio Sul)

    Focos de brucelose% (fonte: MAPA) Fmeas soropositivas %(fonte: MAPA)

    O conhecimento da real situao epidemiolgica da brucelose por Estados e regies

    de extrema importncia quando se pretende implementar um programa de controle e

    erradicao, por duas razes principais: (1) permite escolher as melhores estratgias;

    (2) permite acompanhar o andamento do programa e julgar, racionalmente, se h neces-

    sidade de promover correes, evitando o desperdcio de tempo e recursos. A partir de

    2001, iniciou-se uma nova fase no controle e erradicao da brucelose no Brasil com o

    lanamento oficial do PNCEBT.

    A partir de ento, julgou-se necessrio a realizao de estudos de prevalncia

    que visassem elucidar a situao epidemiolgica dessa zoonose nos plantis bovinos

    brasileiros. Estes estudos, alguns ainda em andamento, contam com a parceria entre

    a Universidade de So Paulo (USP), a Universidade de Bras l ia (UnB) e o Ministrio da

    Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA), tendo sido j concludos em 15 estados

    brasileiros. A situao nos trs estados da regio sul apresentada a seguir. O Para-

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    n, apresentou uma diviso do estado em duas regies distintas: a regio noroeste

    revelou uma prevalncia mais elevada, com 2,8% de animais infectados e 14,7% de

    focos e na regio sul, a prevalncia foi mais baixa, com 0,09% de animais positivos e

    0,34% de focos.

    J em Santa Catarina, as prevalncias foram muito baixas, justif icando a implemen-

    tao de estratgias de erradicao em todo o estado, com a recomendao de reti-

    rada da vacinao, deteco e saneamento dos focos ainda existentes. Os resultados

    do levantamento neste estado revelaram na regio norte 0,34% de animais positivos e

    0,89% de focos, sendo que nas demais regies do estado no foi detectado nenhum

    animal positivo.

    No Rio Grande do Sul, a regio sul-sudeste apresentou prevalncias mais elevadas,

    com valores entre 0,95-2,61% de animais positivos e 3,11-7,52% de focos e prevalncias

    mais baixas no norte do estado, regio vizinha ao estado de Santa Catarina, com preva-

    lncias entre 0-0,64% de animais positivos e 0-0,64% de focos.

    2. CICLO EPIDEMIOLGICO

    A brucelose uma zoonose que acomete primariamente vrias espcies de animais

    domsticos e silvestres, podendo infectar o homem. De todas as espcies do gnero

    Brucella, quatro podem transmir-se dos animais ao homem, sendo rarssima a transmis-

    so entre pessoas.

    A B.melitensis (biovariedades 1- 3), que infecta caprinos e ovinos, a mais patogni-

    ca para o homem. A presena desta espcie bacteriana nunca foi reconhecida no Brasil.

    A B.suis (biovariedades 1-5), que infecta primariamente sunos, est presente no

    Brasil, mas com uma prevalncia muito baixa.

    A B.abortus (biovariedades 1-6,9) infecta primariamente bovinos e bubalinos, assim

    como o homem, sendo que maiores prejuzos causa bovinocultura do pas, em funo

    da extenso dos rebanhos brasileiros e de reas com prevalncias altas.

    A B.canis a que apresenta menor patogenicidade para o homem e est bastante

    difundida no Brasil, especialmente nas grandes cidades.

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    A B.ovis (ovinos), presente no Brasil, e a B.neotomae (rato do deserto), no encon-

    trada no Brasil, no so patognicas para o homem. Quanto s espcies marinhas, h

    poucos registros de infeces humanas, na maioria dos casos ocasionada por aciden-

    tes em laboratrios.

    As brucelas no so hospedeiro-especf icas e sob determinadas condies podem

    transmitir-se a outras espcies animais. A infeco no hospedeiro preferencial seguida

    por aborto e subsequente infertil idade temporria ou permanente. Os animais infecta-

    dos eliminam a bactria nas descargas uterinas que seguem o aborto ou o parto, ou

    atravs do colostro e do leite.

    A brucelose uma doena de rebanho e dissemina-se primariamente pela ingesto

    de materiais contaminados. Infeces venreas podem ocorrer, mas so mais comuns

    com a B.suis. Infeces congnitas ( in tero) ou perinatais podem tambm ocorrer origi-

    nando infeces latentes. A disseminao da doena entre rebanhos ocorre usualmente

    pela introduo de animais assintomticos cronicamente infectados.

    A infeco em humanos caracterizada por um perodo de incubao varivel (de

    poucos dias a meses), ao que se seguem os sinais clnicos de febre irregular ou intermiten-

    te por perodos variveis, acompanhados de dores de cabea, suores profusos, depres-

    so e perda de peso. Em pessoas no tratadas, o curso da doena pode ter uma durao

    varivel com tendncia cronicidade. Em funo dos sintomas difusos da brucelose tanto

    em humanos como em animais, a suspeita clnica deve ser confirmada por testes sorol-

    gicos e de preferncia confirmados pelo isolamento e identificao do agente.

    A brucelose uma doena de ocorrncia mundial, exceto em alguns poucos pases

    que lograram erradic-la. Entre os que obtiveram xito em atingir este estgio desta-

    cam-se a Austrl ia, Canad, Dinamarca, Finlndia, Holanda, Nova Zelndia, Noruega,

    Sucia, Reino Unido e Japo. Pases europeus da regio mediterrnea, pases da

    frica, Oriente Mdio, ndia, sia Central, Mxico, Amrica Central e do Sul so espe-

    cialmente afetados.

    As fontes de infeco para humanos e as espcies de Brucella sp. encontradas

    variam bastante de acordo com as regies geogrficas. As formas mais comuns de

    infeco humana so devidas atividade profissional das pessoas envolvidas ou atravs

    da ingesto de alimentos infectados.

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    3. EVOLUO DA DOENA

    A via mais comum de infeco nos animais o trato gastr intestinal. Aps a inges-

    to, as bactr ias so endocitadas pelas clulas epitel ia is do intestino delgado (clu-

    las M das placas de Peyer) e se alojam inic ia lmente nos l infonodos regionais, onde

    prol i feram no inter ior dos fagcitos. A invaso dos vasos l infticos e a poster ior

    bacteremia, permitem a disseminao e colonizao de vr ios tecidos, especial-

    mente os dos rgos genita is dos machos, tero gestante e glndulas mamrias

    das fmeas.

    Em fmeas gestantes, a infeco fetal ocorre aps a mult ipl icao da bactr ia

    nas clulas trofoblsticas, a qual leva necrose destas clulas, vascul i te, separao

    da placenta materna e fetal e ulcerao da membrana cor ioalantide.

    Nos animais, as brucelas possuem grande af in idade pela placenta, o que leva

    ocorrncia de placenti te, mor te fetal e abor to. A af in idade das brucelas pelo trofo-

    blasto, parece estar re lacionada presena na placenta de elevadas concentraes

    de er i tr i to l (acar que favorece a multipl icao bacter iana) e progesterona.

    Diferentemente das espcies animais, onde o abor to a pr incipal manifesta-

    o da infeco, na espcie humana este evento no uma causa comum e o

    r isco da mulher gestante abor tar por brucelose, no di ferente do r isco de abor tar

    por outras infeces associadas a um estado febr i l. A pr incipal caracter stica da

    brucelose na espcie humana , na sua fase in ic ia l, a presena de febre aguda ou

    sub-aguda, quase sempre intermitente, acompanhada de mal estar geral, anorexia

    e prostrao. Na ausncia de tratamento especf ico, este quadro pode persisti r por

    vr ias semanas ou meses. Esta fase aguda tende a evoluir para uma fase crnica

    com uma sintomatologia di fusa conhecida como sndrome da fadiga crnica.

    Por tanto, aps uma fase in ic ia l da doena caracter izada por febre intermitente,

    suores profusos, dores de cabea e prostrao, segue-se um perodo longo de

    sintomas di fusos, em que predominam ar tra lgias, ar tr i tes, perda de apeti te e de

    peso, constipao, dores abdominais, tosse, dores testiculares, per turbaes do

    sono, l infoadenopatia, esplenomegal ia, hepatomegal ia. A nica situao em que o

    paciente pode ir a bito pela local izao da bactr ia no endocrdio. Esta condi-

    o, no entanto, bastante incomum.

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    4. FORMAS DE TRANSMISSO

    As brucelas so transmitidas entre os animais por contato com placentas, fetos, f luidos

    fetais e descargas vaginais de animais infectados. Animais podem transmitir a bactria

    seja atravs do aborto ou do parto a termo. Aps o primeiro aborto, as fmeas so as-

    sitomticas. Apesar disso, tornam-se portadoras crnicas e continuam a eliminar

    Brucella no leite e descargas uterinas durante os partos subsequentes, quando podero

    abortar ou no. A partir da terceira gestao aps a infeco, o aborto j no ocorre,

    devido a uma resposta imune celular e tambm porque o nmero de placentomas necro-

    sados diminui consideravelmente, permitindo o nascimento a termo.

    A entrada da bactria no organismo ocorre principalmente por ingesto, atravs das

    mucosas ou da pele. A maioria das espcies de Brucella encontrada no smen, j que

    os machos podem elimin-la por esta via por longos perodos.

    A importncia da transmisso venrea varia com a espcie. a primeira via de trans-

    misso para B.ovis e B.suis e a B.canis tambm disseminada por esta fonte com algu-

    ma frequncia. A B. abortus e a B.melitensis podem ser tambm encontradas no smen,

    mas a transmisso venrea destas espcies pouco comum.

    Cuidados especiais devem ser tomados com o smen empregado em inseminao

    artif icial, pois sendo aplicado diretamente no tero, l encontra o ambiente propcio

    para a sua multiplicao. A transferncia de embries, se efetuada conforme tcnicas

    padronizadas de lavagens dos embries, tem sido considerada uma prtica com riscos

    desprezveis de transmisso da infeco. A bactria pode ser tambm disseminada por

    fmites, incluindo-se gua e alimentos. Em condies de umidade alta ou baixas tempe-

    raturas, em ausncia de raios solares diretos, o organismo pode permanecer vivel por

    vrios meses na gua, fetos abortados, esterco, l, feno, equipamentos e roupas. A

    bactria pode resistir ao dessecamento e a temperaturas de congelamento, particular-

    mente se estiver protegida por material orgnico. Equinos, que convivem com animais

    infectados, podem adquirir brucelose e a manifestao clnica mais comum a presen-

    a de abscessos (f istulados ou no) na regio da cernelha, leso conhecida como mal

    da cernelha ou mal das cruzes. Animais nestas condies devem ser eliminados.

    Humanos normalmente se infectam por contato direto com produtos de aborto, ou pela

    ingesto da bactr ia em al imentos, geralmente der ivados lcteos no pasteur iza-

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    dos (queijos, manteigas, iogurtes, sorvetes). Nos laboratrios e abatedouros, a bactria

    geralmente transmitida sob a forma de aerossis. A carne no uma fonte importante

    de transmisso da bactria, a no ser quando estiver pouco cozida ou mal assada. A

    medula ssea e vsceras mal cozidas podem ser importantes fontes de infeco huma-

    na. O contacto com culturas de laboratrio, com amostras de tecidos contaminados e

    a injeo acidental de vacinas vivas so importantes fontes de infeco para humanos.

    A transmisso entre pessoas, embora possvel, um acontecimento bastante raro

    em brucelose. H casos na literatura de transmisso por meio de transfuso de sangue,

    transplante de medula e at por relao sexual.

    5. DIAGNSTICO E TRATAMENTO

    Todo aborto deve ser considerado como suspeito de brucelose e por isso deve ser

    investigado. O quadro clnico no patognomnico, embora o histrico do rebanho

    possa ajudar. O diagnstico inequvoco da brucelose feito pelo isolamento e identif ica-

    o da bactria. Entretanto, naquelas situaes onde este tipo de exame no possvel

    de ser realizado, o diagnstico deve ser baseado em mtodos sorolgicos.

    De acordo com o Programa Nacional de Controle e Erradicao da Brucelose e Tuber-

    culose (PNCEBT) (Manual, 2006), so aceitos hoje como testes sorolgicos oficiais, o

    teste do Antgeno Acidif icado Tamponado (AAT) e o teste do Anel em Leite (TAL) como

    testes de triagem. Os soros com resultado positivo no AAT, devem ser submetidos aos

    testes confirmatrios do 2-Mercaptoetanol (2ME) e/ou Fixao do Complemento (FC).

    Os resultados positivos no teste do anel, devem ser investigados por testes sorolgicos.

    A combinao de testes de triagem e confirmatrios tende a aumentar a especif icidade

    do diagnstico (Brasil, 2004).

    Com relao s brucelas rugosas (B.canis e B.ovis), o diagnstico sorolgico no

    pode ser efetuado com os testes de rotina empregados para brucelas lisas, pois as

    espcies rugosas no apresentam cadeia O no lipopolissacardeo da parede celular.

    Nestes casos, emprega-se um antgeno solvel termo-extrado de amostras rugosas,

    sendo a prova de imunodifuo em gel a mais comumente empregada na rotina.

    Nos humanos, toda sintomatologia febril deve ser pesquisada para descartar a bruce-

    lose, ainda mais se o paciente proveniente de rea rural ou tiver contato frequente com

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    animais. Na fase sub-aguda e crnica da enfermidade, torna-se difcil o diagnstico

    clnico pois os sintomas so bastante vagos e se confundem com outras doenas. O

    diagnstico bacteriolgico ou sorolgico pode ajudar a confirmar a suspeita.

    O tratamento de bovinos e sunos com antibiticos no prtico nem tampouco

    econmico, pois alm do alto valor dos medicamentos e do longo perodo exigido, no

    raro ocorrem recidivas. Alm disso, o uso prolongado de antibiticos pode ter reflexos

    na sade pblica, uma vez que tendem a persistir na carne e no leite.

    Em ces e ovinos de alto valor zootcnico, o tratamento com antibiticos, apesar de

    caro, pode ter algum sucesso, apesar dos animais apresentarem uma fertil idade baixa

    em ausncia da bactria.

    Na espcie humana, o tratamento com antibiticos recomendado e quando realiza-

    do nas fases iniciais (aguda) da enfermidade, os resultados so bastante satisfatrios.

    Os antibiticos de eleio so a doxiciclina, aplicada por no mnimo 6 semanas e a

    estreptomicina. Quando no houver envolvimento da vacina RB51 (resistente rifam-

    picina), a estreptomicina pode ser substituda pela rifampicina. Com este tratamento, a

    literatura refere que a percentagem de recadas inferior a 5%. O cotrimoxazol (combi-

    nao de trimetoprim e sulfametoxazol) tambm eficiente, mas so frequentes as

    recadas (ao redor de 30%). Para as dosagens corretas e o perodo de tratamento

    adequado, recomenda-se o acompanhamento de um mdico.

    6. PREVENO E CONTROLE

    A eliminao da doena no homem depende fundamentalmente da eliminao da

    enfermidade nos animais. A fonte mais importante de contaminao para humanos o

    contato com animais infectados ou os seus produtos. Logo, a preveno deve ser base-

    ada na eliminao destas fontes. Torna-se, portanto, fundamental a adoo de medidas

    que reduzam o risco de infeco como medidas de proteo nas diferentes atividades

    profissionais (proteo individual ao manipular fetos ou produtos de abortos) associadas

    higiene alimentar (pausterizao de produtos lcteos).

    A inexistncia de vacinas, faz com que as medidas profilticas sejam pouco impor-

    tantes na preveno da brucelose humana. Nos bovinos, isto pode ser obtido pela

    vacinao dos animais de reproduo, visando aumentar a imunidade dos rebanhos e

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    BRUCELOSE

    diminuir os riscos de abortos, seguido da eliminao de animais mediante segregao

    e sacrifcio dos infectados.

    A brucelose usualmente introduzida num rebanho por meio de animais infectados.

    Portanto, animais s devem ser adquiridos de outros rebanhos ou reas livres. Animais

    de outras fontes devem ser isolados e testados antes de serem adicionados ao plantel.

    De acordo com o PNCEBT (Brasil, 2004), institudo para bovinos e bubalinos, a vacina

    oficial e obrigatria no Brasil vacina B19, aplicada somente nas fmeas entre 3 e 8

    meses de idade. A restrio na idade de vacinao das fmeas devido inter ferncia

    na sorologia em animais vacinados acima deste perodo, confundindo o diagnstico.

    Em funo disto, as fmeas vacinadas dentro da idade recomendada, s podero ser

    testadas depois dos 24 meses de idade. O programa brasileiro permite, em situaes

    especiais, o uso da vacina RB51 em fmeas adultas. Sendo elaborada com uma amostra

    no aglutinognica, esta vacina no interfere no diagnstico sorolgico, podendo por

    isso ser aplicada em fmeas com qualquer idade (Brasil, 2007).

    No contexto do PNCEBT, alm da vacinao, os criadores podem aderir a um

    programa voluntrio de manuteno de rebanhos livres ou monitorados, dependendo

    do tipo de explorao (leite ou carne). Por outro lado, profissionais envolvidos com

    estes rebanhos, devem passar por atualizaes tcnicas, mediante comparecimento

    a cursos em entidades reconhecidas, quando tornam-se habilitados a atuarem dentro

    das normas padronizadas pelo programa. Para as demais espcies animais, com exce-

    o da B.melitensis contra a qual existe uma vacina eficaz (Rev1), no existem vacinas

    disponveis. Nestes casos, a preveno e o controle recaem na aplicao de princpios

    epidemiolgicos e boas prticas criatrias. Entre estas medidas destacam-se: a cuida-

    dosa seleo de animais de reposio; o isolamento destes animais por pelo menos

    30 dias (durante a execuo dos testes sorolgicos); evitar o contato com rebanhos

    de status desconhecido ou com brucelose; realizar estudo aprofundado das causas de

    abortos ou nascimentos prematuros (isolar os animais at concluir o diagnstico); desti-

    no apropriado de placentas e fetos abortados (queima ou enterramento) e investigao,

    em cooperao com reas da sade, de possveis casos humanos. No caso dos ces,

    que possuem um contato mais ntimo com o ser humano, o diagnstico em casos de

    alteraes reprodutivas permite a implementao de medidas de controle e tratamento

    rpidas, evitando a transmisso ao homem.

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    BRUCELOSE

    7. REFERNCIAS

    BRASIL. Secretaria de Defesa Agropecuria, Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abas-

    tecimento. Instruo Normativa N 6 de 8 de janeiro de 2004. Aprova o Regulamento

    Tcnico do Programa Nacional de Controle e Erradicao da Brucelose e Tuberculose

    Animal. Dirio Oficial da Unio, Braslia, 12 jan. 2004, Seo 1, p. 6 - 10.

    BRASIL. Secretaria de Defesa Agropecuria, Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abas-

    tecimento. Instruo Normativa N 33 de 24 de agosto de 2007. Estabelece as condi-

    es para a vacinao de fmeas bovinas contra brucelose, util izando vacina no indu-

    tora da formao de anticorpos aglutinantes, amostra RB51. Dirio Oficial da Unio,

    Braslia, 28 ago.2007, Seo 1, p. 6-7.

    BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Situao epidemiolgi-

    ca da brucelose bovina e bubalina no Brasil (Primeiro relatrio parcial). 2006. 83p.

    BRASIL. Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento. Manual Tcnico do

    Programa Nacional de Controle e Erradicao da Brucelose e da Tuberculose -

    PNCEBT. 2006. 184p.

    BUDDLE, M. B.; BOYES, B.W. A Brucella mutant causing genital disease of sheep in

    New Zealand. Aust. Vet. J., v.29, n.6, p.145-153, 1953.

    CARMICHAEL, L.E.; BRUNER, D.W. Characteristic of a newly-recognized species

    of Brucella responsible for infectious canine abortions. Cornell Vet., v.58, n.4,

    p.579-592, 1968.

    FOSTER, G.; JAHANS, K. L.; REID, R. J.; ROSS, H. M. Isolation of Brucella species

    from cetaceans, seals and an otter. Vet. Rec., v.138, p.583-586, 1996.

    PACHECO, G.; MELO, M.T. Brucelose. Rio de Janeiro: Servio Grfico do Instituto Brasi-

    leiro de Geografia e Estatstica, 1956. 727p. (Monografias do Instituto Oswaldo Cruz).

    ROSS, H.M.; FOSTER, G.; REID, R.J.; JAHANS, K.L.; MacMILLAN, A.P. Brucella species

    infection in sea-mammals. Vet.Rec., v.134, n.14, p.359, 1994.

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    BRUCELOSE

    SCHOLZ, H.C.; HUBALEK, Z.; SEDLEK, I. et al. Brucella microti sp. nov., isolated from

    the common vole Microtus arvalis. Int. J. Syst. Evol. Microbiol. v.58, p.375-382, 2008.

    STOENNER, H.; LACKMAN, D. A new species of Brucella isolated from the desert wood

    rat, Neotoma lepida, Thomas. Am. J. Vet. Res., v.18, n.69, p.947-951, 1957.

    Site do MAPA:

    www.agricultura.gov.br

    Links:

    www.oie.int

    www.who.int

    8. AUTOR

    Md. Vet. Fernando Padilla Poester

    Doutor pela Universidade Federal de Minas Gerais

    Pesquisador do Instituto de Pesquisas Veterinrias Desidrio Finamor (Secretaria de

    Cincia e Tecnologia do RS - aposentado).

    Membro do Comit Cientf ico Consultivo do Programa Nacional de Controle e Erradica-

    o da Brucelose e Tuberculose (MAPA).

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    FEBRE AMARELA

    FEBRE AMARELA

    Nomes populares

    Agente causador

    Espcies acometidas

    Sintomas nos seres humanos

    Vmito Negro

    Vrus amar l ico, arbovrus do gnero Flavivirus e famlia Flaviviridae (do latim f lavus =

    amarelo). um RNA vrus, pertencente ao mesmo gnero e famlia de outros vrus que

    causam doenas no homem, tais como o Dengue, o West Nile, o Rocio e o St. Louis.

    Vrias espcies de primatas no humanos, seres humanos (acidentais), considerando

    ainda que:

    Na forma silvestre da doena, os primatas no humanos so hospedeiros sinaliza-

    dores do vrus amar l ico (indicam a presena do vrus na natureza), assim como os

    seres humanos. Os macacos pertencentes aos gneros Alouatta (bugio ou guariba),

    Ateles (macaco aranha ) e Callithrix (sagui), Cebus (macaco prego) so as espcies

    mais acometidas. Os macacos dos gneros Alouatta e Ateles, so mais sensveis

    ao vrus e apresentam taxa de letalidade mais elevada. J os Callithrix e Cebus

    infectam-se facilmente, mas apresentam menores taxas de letalidade e geralmen-

    te desenvolvem imunidade. Diversos mamferos tambm so suscetveis doena,

    destacando-se os marsupiais e alguns roedores que funcionam possivelmente como

    reservatrios do vrus na natureza. Inquritos sorolgicos em reas endmicas e

    estudos durante epidemias tm mostrado a participao do gamb, porco espinho

    e do morcego no ciclo silvestre da doena. Contudo, a importncia epidemiolgica

    destes animais na manuteno da doena ainda no conhecida (BRASIL, 1999).

    Na forma urbana da doena, o homem se constitui no nico hospedeiro. Alguns

    animais domsticos aparentam ser receptivos ao vrus amar lico, mas no sensveis

    (no desenvolvem doena), como por exemplo os ces que desenvolvam apenas

    resposta febril aps inoculao perifrica (BRASIL, 1999).

    Febre, dor de cabea, calafrios, nuseas, vmito, dores no corpo, ictercia (a pele e os

    olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estmago, intestino e urina).

    A Febre Amarela tem um espectro clnico muito amplo, podendo apresentar desde

    infeces assintomticas e oligossintomticas at quadros exuberantes com evolu-

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    FEBRE AMARELA

    Sinais clnicos nos animais

    Diagnstico

    Muito semelhantes aos sinais e sintomas apresentados pelos humanos.

    clnico, epidemiolgico e laboratorial (BRASIL, 2008), tanto para os seres humanos,

    quanto para animais. O diagnstico laboratorial realizado para confirmao dos

    casos suspeitos de febre amarela, sendo possvel realizar:

    - Diagnstico histopatolgico (imunohistoqumica - deteco de antgeno em tecido) e/ou;

    - Diagnstico virolgico (isolamento viral, deteco de antgenos virais e/ou cido

    nucleico viral) e/ou;

    - Diagnstico sorolgico (MACELISA, inibio da hemaglutinao, teste de neutrali-

    zao e f ixao de complemento).

    o para a morte, nos quais est presente a trade clssica que caracteriza a faln-

    cia heptica da febre amarela: ictercia, albuminria e hemorragias. O nmero de

    casos das formas leves e moderadas representa 90% de todos os casos da infeco.

    J, as formas graves so responsveis por quase a totalidade dos casos hospitaliza-

    dos e fatais, representando 5 a 10% do nmero total de casos (BRASIL, 1999).

    Formas de transmissoA Febre Amarela transmitida pela picada dos mosquitos transmissores infecta-

    dos (gneros Haemagogus e Sabethes). A transmisso de pessoa para pessoa no

    ocorre por contgio.

    Na Febre Amarela Silvestre, o vrus circula entre animais silvestres os macacos que,

    no perodo de viremia, ao serem picados pelos mosquitos silvestres lhe repassam o

    vrus. O homem susceptvel infecta-se ao penetrar na mata e ser picado por mosqui-

    tos infectados e, desta forma, inserido acidentalmente no ciclo de transmisso:

    macaco mosquito silvestre homem.

    Na Febre Amarela Urbana, o vrus introduzido no ciclo pelo homem em perodo de

    viremia. Ao ser picado pelo Aedes aegypti, este vetor torna-se infectado, passa pelo

    perodo de incubao extrnseca e estar apto a transmitir o vrus para outras pesso-

    as susceptveis, iniciando o ciclo de transmisso: homem Aedes aegypti homem.

    Laboratrios e Servios de RefernciaLaboratrios (Regio Sul)

    - LACEN-PR / Tel.: (41) 3299-3209

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    Notificao Obrigatria

    - LACEN-SC / Tel.: (48) 3251-7800

    - LACEN-RS / Tel.: (51) 3288-4000

    - Centro de Diagnstico Marcos Enrietti SEAB/PR (Curitiba-PR) Seo de Virolo-

    gia (41) 3352-2499 em implantao.

    Laboratrios Referncia Nacional para Diagnstico de Febre Amarela:

    - Instituto Evandro Chagas (Belm-PA) - Seo de Arbovirologia / Tel.: (91) 3202-4699

    - Laboratrio Central de Sade Pblica de Pernambuco

    - FUSAM/PE - Servio de Virologia / Tel.: (81) 412-6307

    - Laboratrio Central de Sade Pblica do Distrito Federal (LACEN/DF) - Tel: (61) 321-2772

    - Laboratrio de Flavivrus da FIOCRUZ/RJ - Tel.: (21) 2598-4373

    - Instituto Adolfo Lutz IAL (So Paulo-SP) - Tel.: (11) 3068-2904

    Centro de Referncia Nacional para Febre Amarela:

    Instituto Evandro Chagas - Seo de Arbovirologia / Tel.: (91) 3202-4699

    A Febre Amarela uma das doenas de notificao compulsria internacio-

    nal, portanto objeto de vigi lncia pela Organizao Mundial da Sade (OMS), de

    acordo com o Regulamento Sanitrio Internacional (RSI, 2005), por se caracterizar

    muitas vezes como uma emergncia sanitria internacional.

    No Brasil, a Febre Amarela uma doena de notificao compulsria e imedia-

    ta, ou seja, diante de um caso suspeito de febre amarela, o prof issional de sade

    ou qualquer pessoa deve notif icar a Secretaria Municipal de Sade pela via mais

    rpida (ex: telefone, rdio, fax ou e-mail). muito importante que no aguarde os

    resultados laboratoriais para realizar a notif icao e que esta seja feita em um

    prazo mximo de 24 horas (se possvel). A Portaria N. 2.325/GM, de 8/12/2003,

    regulamenta a l ista de doenas de notif icao compulsria. Para mais informaes

    acesse o site www.saude.gov.br/svs.

    Para a regio sul, os trs estados contam com os Centros de Informaes Estra-

    tgicas de Vigi lncia em Sade (CIEVS), que tm a f inal idade de: identi f icar, moni-

    torar e desenvolver aes de controle emergenciais para agravos de relevncia

    nacional e internacional.

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    1. HISTRICO

    1.1 Introduo

    A Febre Amarela foi considerada o maior f lagelo j vivido pelo homem nas reas de

    colonizao recente das Amricas e da frica, nos sculos XVIII e XIX. At os primeiros

    anos do sculo XX foi a mais importante doena epidmica no Novo Mundo (TOMORI,

    1999). No Brasil, foi grande protagonista na histria sanitria do Pas, desde o sculo

    XVII at o f inal do sculo XIX, registrando-se epidemias nos grandes centros urbanos

    com elevadas taxas de mortalidade (FRANCO, 1969).

    Na primeira metade do sculo XX, com as descobertas de sua etiologia, epidemio-

    logia, meios de transmisso e de preveno, foram adotadas medidas especf icas que

    resultaram no desaparecimento da Febre Amarela urbana nos pases das Amricas

    (WHO, 1971), inclusive no Brasil. Permaneceu em muitos deles a modalidade silvestre,

    cujo ciclo complexo e ainda no plenamente conhecido, o que dif iculta a compreenso

    de certos fenmenos epidemiolgicos (COSTA, 2005).

    Em nosso pas, os registros de Febre Amarela constantes do banco de dados do

    Ministrio da Sade datam do ano de 1930. O coeficiente de incidncia mdio anual tem

    variado em torno de 0,02 casos/100.000 habitantes/ano e a taxa de letalidade mdia,

    em torno de 44,6% (COSTA, 2005).

    Embora o risco de adoecer por Febre Amarela seja baixo, esta enfermidade ainda trata-

    da de forma diferenciada pelos organismos internacionais de sade, o que impe pronta

    notificao de qualquer evento suspeito que sinalize a circulao do vrus em uma rea.

    E por apresentar grande potencial epidmico, geralmente com altas taxas de letalidade

    durante os surtos, bem como por seus impactos adversos sobre o turismo e o comrcio,

    reveste-se de grande relevncia como problema de sade pblica (COSTA, 2005).

    Estudos tm mostrado que a atividade da transmisso no ciclo silvestre afetada

    tanto por fatores ecolgicos como por outros relacionados ao comportamento humano

    (PATZ & KOVATS, 2002). Algumas variveis ambientais, como temperatura, umidade,

    pluviosidade e durao da estao chuvosa, alm de serem decorrentes de condies

    regionais e locais, podem tambm ser influenciadas por determinantes mais gerais,

    conforme se verif icou entre 1999-2000 em uma epidemia explosiva no centro-oeste

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    do Brasil (VASCONCELOS et al., 2001), como a presena do fenmeno El Nio ou do

    processo de aquecimento global.

    Como resultado, poderiam ser observadas mudanas nas reas de ocorrncia de

    casos humanos, atingindo grupos populacionais que no eram at agora considerados

    vulnerveis, e aumento do risco de introduo do vrus em ciclos urbanos e periurbanos,

    com a participao de vetores mais endof licos e antropof licos (COSTA, 2005).

    Do mesmo modo que em outras doenas propagadas por vetores, a transmisso, a

    vigilncia, a conteno e o controle dependem da complexa interao entre as populaes

    de hospedeiros, vetores, reservatrios, patgenos e o meio ambiente (COSTA, 2005).

    1.2 reas epidemiolgicas

    No incio do sculo XX, quase toda a totalidade do territrio brasileiro era rea

    de risco para Febre Amarela. Com o desaparecimento da modalidade urbana e a

    manuteno de casos humanos de transmisso silvestre, tem sido necessrio rever

    Mapa das reas com e sem recomendao de vacina contra Febre Amarela, Brasil

    2008/2009

    1 Nas reas verdes, a vacina contra febre amarela est disponvel nas salas de vacina,

    indicada na rotina para toda populao residente a partir dos 9 meses de idade.

    2 Nas reas em azul a vacina contra febre amarela est disponvel nas salas de vacina,

    indicada para as pessoas que se deslocarem para a rea com recomendao de vacina.

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    constantemente as reas com risco de transmisso da doena no pas, consideran-

    do que o processo de circulao e manuteno do vrus muito dinmico. Neste

    sentido considerando aspectos epidemiolgicos, ambientais e gerais, foram deli-

    mitadas duas reas epidemiologicamente distintas, caracterizando reas com circu-

    lao do vrus, portanto com recomendao de vacinao anti-amar lica e sem

    circulao do vrus, no sendo necessria a vacinao (FIGURA 1) (BRASIL, 2009).

    2. CICLO EPIDEMIOLGICO

    Epidemiologicamente, a doena pode se apresentar sob duas formas distintas: Febre

    Amarela Urbana (FAU) e Febre Amarela Silvestre (FAS), diferenciando-se uma da outra pela

    localizao geogrfica, espcie vetorial e tipo de hospedeiro (Figura 2) (BRASIL, 2008).

    3. EVOLUO DA DOENA

    Ciclos Silvestre e Urbano da Febre Amarela

    Ciclo Silvestre

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    Doena febril aguda, de curta durao (no mximo 12 dias) e gravidade varivel.

    Apresenta-se como infeces subclnicas e/ou leves, at formas graves, fatais. O quadro

    tpico tem evoluo bifsica (perodo de infeco e de intoxicao), com incio abrupto,

    febre alta e pulso lento em relao temperatura (sinal de Faget), calafrios, cefalia

    intensa, mialgias, prostrao, nuseas e vmitos, durando aproximadamente 3 dias,

    aps os quais se observa remisso da febre e melhora dos sintomas, o que pode durar

    algumas horas ou, no mximo, 2 dias. importante ressaltar que este perodo pode ser

    fugaz, portanto imperceptvel. Por vezes, tambm, quando marcante, paciente tem a

    falsa impresso de melhora. O caso pode evoluir para cura ou para a forma grave (per-

    odo de intoxicao), caracterizada pelo aumento da febre, diarria e reaparecimento

    de vmitos com aspecto de borra de caf, instalao de insuficincia heptica e renal.

    Surgem tambm ictercia, manifestaes hemorrgicas (hematmese, melena, epistaxe,

    hematria, sangramento vestibular e da cavidade oral, entre outras), oligria, albuminria

    e prostrao intensa, alm de comprometimento do sensrio, que se expressa mediante

    obnubilao mental e torpor com evoluo para coma (BRASIL, 2008).

    Em termos preditivos de sinais e sintomas mais importantes para suspeitar clinica-

    mente de infeco pelo vrus da febre amarela so: febre elevada (acima de 38,5C),

    resistncia ao uso de antitrmicos, dor abdominal intensa, mialgia (especialmente

    em membros inferiores), agitao, ictercia rubnica (amarelo alaranjado), hemorragia

    conjuntival, prostrao e transaminases acima de 1000 UI (atingindo nveis por vezes

    incontveis), bilirrubinas, uria e creatinina elevadas.

    A Febre Amarela tem um espectro clnico muito amplo, podendo apresentar desde infec-

    es assintomticas e oligossintomticas at quadros exuberantes com evoluo para a

    Ciclo Urbano

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    morte, nos quais est presente a trade clssica que caracteriza a falncia heptica

    da Febre Amarela: ictercia, albuminria e hemorragias. A pirmide da febre amarela

    elaborada pela OMS (Figura 3) permite uma visualizao mais clara desse espectro clnico.

    O nmero de casos das formas leves e moderadas representa 90% de todos os casos da

    infeco. J, as formas graves so responsveis por quase a totalidade dos casos hospita-

    lizados e fatais, representando 5 a 10% do nmero total de casos (BRASIL, 1999).

    4. FORMAS DE TRANSMISSO

    A febre amarela transmitida pela picada dos mosquitos transmissores infectados (prin-

    cipalmente gneros Haemagogus e Sabethes). Outros vetores secundrios j foram iden-

    tificados com o vrus. A transmisso de pessoa para pessoa no ocorre (BRASIL, 1999).

    Na Febre Amarela Silvestre, o vrus circula entre os macacos que, no perodo de vire-

    mia, ao serem picados pelos mosquitos silvestres lhe repassam o vrus. O homem suscep-

    tvel infecta-se ao penetrar na mata e ser picado por mosquitos infectados e, desta forma,

    inserido acidentalmente no ciclo de transmisso: macaco mosquito silvestre homem.

    Na Febre Amarela Urbana, o vrus introduzido no ciclo pelo homem em perodo de

    viremia. Ao ser picado pelo Aedes aegypti, este vetor torna-se infectado, passa pelo pero-

    do de incubao extrnseca e estar apto a transmitir o vrus para outras pessoas suscep-

    tveis, iniciando o ciclo de transmisso: homem Aedes aegypti homem.

    Pirmide da febre amarela: Manifestaes clnicas

    Fonte: OPAS/OMS

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    O perodo de incubao: varia de 3 a 6 dias, aps a picada do mosquito fmea

    infectado (BRASIL, 2008).

    O Perodo de transmissibilidade: o sangue dos doentes infectante de 24 a

    48 horas antes do aparecimento dos sintomas at 3 a 5 dias aps, tempo que cor-

    responde ao perodo de viremia. No mosquito Ae. aegypti, o perodo de incubao

    de 9 a 12 dias, aps o que se mantm infectado por toda a vida (BRASIL, 2008).

    Desta forma, existe a possibilidade de transmisso transovariana nos vetores infec-

    tados eliminando o perodo de incubao extrnseco, perpetuando o vrus por

    vrias geraes.

    5. DIAGNSTICO E TRATAMENTO (BRASIL, 2008)

    5.1 Diagnstico

    cl n ico, epidemiolgico e laborator ia l. O diagnstico laborator ia l fe i to por

    isolamento do vrus de amostras de sangue ou de tecidos (par ticularmente hepti-

    co), por deteco de antgeno e anticorpo (sangue e tecidos). Os mtodos diagns-

    ticos uti l izados so: ELISA, MAC-ELISA, inibio de hemaglutinao ( IH), f ixao do

    complemento (FC) e soroneutral izao (TN), reao em cadeia de pol imerase (PCR),

    imunohistoqumica e hibr idizao in s i tu.

    5.2 Diagnstico Diferencial

    As formas leves e moderadas se confundem com outras doenas infecciosas

    contidas na sndrome ctero-febr i l-hemorrgica aguda (SFIHA), por isso h necessi-

    dade da histr ia epidemiolgica para a sua identi f icao e di ferenciao. As formas

    graves clssicas ou fulminantes devem ser di ferenciadas das hepati tes graves fulmi-

    nantes, Leptospirose, Malr ia por Plasmodium falc iparum, febre hemorrgica do

    Dengue, Meningococcemia, Febre Ti fide, Febre Maculosa, Septicemias e outras.

    5.3 Tratamento

    No existe tratamento antiviral especf ico. apenas sintomtico, com cuidadosa

    assistncia ao paciente que, sob hospitalizao, deve permanecer em repouso, com

    reposio de lquidos e das perdas sanguneas, quando indicada. Os quadros clssicos

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    e/ou fulminantes exigem atendimento em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e hemodi-

    lise (devido insuficincia renal aguda), melhorando a sobrevida do paciente.

    6. PREVENO E CONTROLE (BRASIL, 1999; BRASIL, 2008)

    t"WBDJOBPBNBJTJNQPSUBOUFNFEJEBEFDPOUSPMF"WBDJOB%BENJOJTUSBEBFN

    dose nica e confere proteo prxima a 100%. Deve ser realizada a partir dos nove

    meses de idade, com reforo a cada 10 anos. O Estado do Paran, a partir de 1999

    implantou a vacinao da febre amarela para toda a populao a partir de nove meses,

    excetuando o municpio de Curitiba (SESA-PR). At outubro de 2008 foram aplicadas

    mais de 8,5 milhes de doses, o que possibilitou o baixo registro de casos.

    t/PUJG JDBPJNFEJBUBEFDBTPTIVNBOPTDBTPTEFFQJ[PPUJBTQSJODJQBMNFOUFNPSUFEF

    primatas no humanos) e de achado do vrus em vetor silvestre.

    t 7JHJMODJB TBOJUSJB EF QPSUPT BFSPQPSUPT F QBTTBHFOT EF GSPOUFJSB DPN B FYJHO-

    cia do Certif icado Internacional de Vacinao e Profilaxia vlido para a Febre Amarela

    apenas para viajantes internacionais procedentes de reas de ocorrncia da doena,

    que apresente risco de disseminao internacional, segundo o Regulamento Sanitrio

    Internacional (2005), com vigncia a partir de 2007.

    t$POUSPMFEPAe. aegypt i para eliminao do risco de reurbanizao.

    t3FBMJ[BPEFBFTEFFEVDBPFNTBEF

    7. INFORMAES COMPLEMENTARES

    A vigilncia de epizootias em PNH tem sua origem e importncia dentro da vigiln-

    cia epidemiolgica da FA, conforme documentos tcnicos do Ministrio da Sade (MS)

    (BRASIL, 1999; BRASIL, 2005). Em tais documentos h inferncia sobre a ateno que

    se deve ter em relao mortandade de macacos sem causa definida.

    A vigilncia epidemiolgica da FA era constituda basicamente por: vigilncia entomo-

    lgica, vigilncia de casos humanos (contemplando a vigilncia sindrmica) e na ateno

    para mortandade de PNH sem causa definida. A utilizao da forma passiva da vigilncia de

    epizootias em PNH, como ferramenta auxiliar da vigilncia epidemiolgica da FA, um instru-

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    mento que vem sendo implantado pelo MS, mais especificamente pelo Grupo de Trabalho da

    FA (GT-FA). A partir de 2002, o MS iniciou trabalho com equipe interdisciplinar e interinstitu-

    cional com tcnicos da rea de sade pblica de diversas regies do pas, para elaborao

    do primeiro Manual de Vigilncia de Epizootias em PNH, lanado no ano de 2005 (BRASIL,

    2005). Este primeiro instrumento teve como finalidade melhorar a vigilncia epidemiolgica

    da FA, que at ento, encontrava-se basicamente apoiada na vigilncia de casos humanos.

    Em decorrncia dos esforos do GT-FA do MS, no sentido de incorporar a vigi lncia

    de epizootias em PNH como um importante instrumento para a vigi lncia epidemio-

    lgica da FA, foi criada a Portaria N 5, de 21/02/2006 - DNC (publicada no D.O.U.

    Seo 1 - N 38 de 22/02/2006). Este feito constituiu grande avano no s para a

    vigi lncia epidemiolgica da FA, mas tambm para outras zoonoses de interesse em

    sade pblica. Assim sendo, todas as notif icaes de epizootias devem ser sistemati-

    camente investigadas e aquelas causadas por agentes etiolgicos zoonticos devem

    ser imediatamente notif icadas aos servios de sade pblica (Figura 4).

    Na regio noroeste do Estado do Paran no perodo de dezembro de 2000 a maio

    de 2001, ocorreram relatos de mortes de PNH da espcie Alouatta caraya que s foram

    notif icados em outubro de 2001 Secretaria Estadual de Sade do Paran (SESA-PR). A

    demora na notif icao impossibilitou estabelecer a causa mortis dos animais. Ainda em

    Figura 4 Esquema do atual modelo de vigilncia epidemiolgica da FA preconizado pelo

    Ministrio da Sade, incluindo a vigilncia de epizootias em primatas no humanos (Porta-

    ria n 5 da Secretaria de Vigilncia em Sade/Ministrio da Sade de 21/02/06, publicada

    no Documento Oficial Unio, Seo 1, n38 em 22/02/06) (SVOBODA, 2007).

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    2001 ocorreram epizootias com mortes de PNH da espcie Alouatta guariba no Estado

    do Rio Grande do Sul, tendo como diagnstico conclusivo a FA (TORRES et al., 2003).

    Estes fatos contriburam para que os tcnicos da SESA-PR iniciassem o planejamento

    de aes que inserissem a vigilncia de epizootias em PNH dentro da vigilncia epide-

    miolgica da FA contemplada no Plano Estadual de Controle da FA. Entre as aes, foi

    realizada a primeira capacitao de tcnicos (mdicos veterinrios), das 22 Regionais de

    Sade do Estado, para a incorporao desta vigilncia como ferramenta das investiga-

    es e monitoramento no s da FA, mas tambm de outras arboviroses e zoonoses de

    interesse envolvendo estes animais. Alm disso, dentro do Plano Estadual de Controle

    da FA do Paran, foi criada e estabelecida uma linha de pesquisa interdisciplinar e

    interinstitucional, envolvendo alm da SESA-PR, a UFPR e a UEL, que visou o aprimora-

    mento desta vigilncia de epizootias, adequando mesma realidade e necessidades

    do Estado do Paran (SVOBODA, 2007). A proposta da SESA-PR foi estabelecer a vigi-

    lncia de epizootias em PNH, tanto na forma passiva (preconizada pelo MS) quanto na

    forma ativa, visando um monitoramento constante no somente da FA, mas tambm de

    outras arboviroses e zoonoses de interesse sade pblica. Alm disso, consolidar uma

    massa crtica de tcnicos e pesquisadores colaboradores, da SESA-PR, UEL e UFPR,

    para execuo e aprimoramento deste modelo de vigilncia (SVOBODA, 2007).

    8. REFERNCIAS

    8.1 Referncias Gerais

    BRASIL. Ministrio da Sade FUNASA. In: Manual de vigilncia epidemiolgica da

    febre amarela . Bras lia: MS-FUNASA; 1999.

    BRASIL. Ministrio da Sade. In: Manual de vigilncia de epizootias em primatas

    no-humanos. Braslia: MS; 2005.

    BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Departamento de

    Vigilncia Epidemiolgica. In: Doenas infecciosas e parasitrias: guia de bolso /

    Ministrio da Sade, Secretaria de Vigilncia em Sade 6. ed. rev. (Srie B. Textos

    Bsicos de Sade) Braslia: MS; 2008a.

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    FEBRE AMARELA

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    epidemiolgica. Cad. Sade Pblica 1999;15:271-279.

    COSTA, Z.G.A. Estudo das caractersticas epidemiolgicas a febre amarela no

    Brasil, nas reas fora da Amaznia legal, no perodo de 1999 a 2003. 2005. Disser-

    tao (Mestrado Profissional em Vigilncia em Sade) - Escola Nacional de Sade Pbli-

    ca Srgio Arouca, Fundao Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Braslia, Distrito Federal.

    FRANCO O. A Histr ia da febre amarela no Brasil . Rio de Janeiro: Ministr io

    da Sade. Depar tamento Nacional de Endemias Rurais, Div iso de Cooperao e

    Divulgao; 1969.

    PATZ, J.A.; KOVATS, R.S. Hotspots in climate change and human health. BMJ

    2002;325:1094-1098.

    SVOBODA, W.K. Vigi lncia de epizootias em pr imatas no humanos (PNH)

    como instrumento de monitoramento de arboviroses e outras viroses de inte-

    resse em sade pblica. 2007. Tese (Doutorado em Cincia Animal ) Programa

    de Ps-graduao em Cincia Animal da Univers idade Estadual de Londr ina (UEL),

    Londr ina, Paran.

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    Febre Amarela Silvestre no Rio Grande do Sul. In: Boletim Epidemiolgico da SESA-

    RS do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2003, v. 6.

    VASCONCELOS, P.F.C.; COSTA, Z.G.; TRAVASSOS DA ROSA, E.S.; LUNA E.; RODRI-

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    Geneva: WHO; 1971. Technical Report Series n. 479.

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    FEBRE AMARELA

    Links:

    www.saude.gov.br

    www.anvisa.gov.br

    www.cives.ufrj.br/informacao/fam/fam-iv.html

    www.fiocruz.br/

    www.iec.pa.gov.br/

    www.ial.sp.gov.br/

    www.saude.pr.gov.br/

    www.saude.sc.gov.br/

    www.saude.rs.gov.br/

    9. AUTORES

    Prof. Dr. Walfrido Khl Svoboda

    (UFPR/Setor de Cincias da Sade/Depto. Sade Comunitria/Laboratrio de Sade

    Pblica e Sade Ambiental)

    Prof. Dr. Lineu Roberto da Silva

    (SESA-PR/CIEVS-PR Mdico Veterinrio Sanitarista)

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    FEBRE MACULOSA

    FEBRE MACULOSA

    Nomes populares

    Sinais clnicos nos animais

    Agente causador

    Formas de transmisso

    Espcies acometidas

    Diagnstico

    Sintomas nos seres humanos

    Pintada, Febre que Pinta, Febre Chitada, Tifo Exantemtico de So Paulo, Febre

    Paculosa das Montanhas Rochosas ou Febre Maculosa do Novo Mundo.

    Na maior ia dos hospedeiros naturais a infeco no aparente. Ces infecta-

    dos experimental ou naturalmente podem apresentar febre alta, dor abdominal,

    depresso e anorexia.

    Sintomas clnicos adicionais tais como, letargia e nistagmo, conjuntivite e petquias

    na boca foram relatados.

    Rickettsia rickettsii, da famlia Rickettsiaceae, parasito intracelular obrigatrio, com

    caracterstica de bactria gram negativa.

    Picada de carrapatos infectados. Pode ocorrer transmisso atravs da contaminao

    de leses na pele pelo esmagamento do carrapato.

    O agente etiolgico foi isolado em ces, gambs e coelhos silvestres entre outros. Foi

    demonstrado que muitas espcies de animais, em especial os roedores, apresentam

    uma rickettsemia prolongada e de alto ttulo.

    O homem um hospedeiro acidental.

    Clnico-epidemiolgico associado a exames laboratoriais (sorologia ou isolamento).

    A sintomatologia clnica aparece de 2 a 14 dias depois da picada do carrapato. A

    doena inicia-se de forma sbita e se caracteriza por febre, calafrios, cefalia, dores

    musculares, articulares e sseas.

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    FEBRE MACULOSA

    Laboratrios e Servios de Referncia

    Notificao Obrigatria

    Laboratrios credenciados para o envio de amostras clnicas de pacientes suspeitos:

    Laboratrio Central de Sade Pblica do Paran (Paran e Santa Catarina)

    Instituto Adolfo Lutz/SP (Rio Grande do Sul)

    doena de notif icao compulsria, devendo ser informada pelo meio mais rpido

    disponvel e de investigao epidemiolgica com busca ativa, para evitar a ocor-

    rncia de novos casos e bitos.

    1. HISTRICO

    A doena fo i re latada pe la pr imei ra vez em 1899 por Kenneth Maxcy, na reg io

    montanhosa dos Estados Unidos quando descreve as mani festaes c l n icas

    da febre das Montanhas Rochosas. No per odo de 1906 a 1909, Howard Tay lor

    R icket ts conseguiu sucesso na transmisso dessa doena para porquinhos-da-

    nd ia, incr iminou o carrapato como vetor e obser vou r icket ts ias a par t i r de tec idos

    de carrapatos.

    No Brasi l, h indc ios da ex istncia da febre maculosa desde o sculo XIX quando

    era denominada sarampo, sarampo preto, febre t i f ide hemorrgica, pinta-

    da, febre que pinta, febre chitada e febre das montanhas, denominaes

    conhecidas nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e So Paulo. Passou a

    ser conhecida of ic ia lmente em 1929, no estado de So Paulo, quando Jos Toledo

    Pisano in ic iou a dist ino da febre maculosa das demais doenas exantemticas,

    denominando-a de t i fo exantemtico de So Paulo e demonstrou sua semelhana

    com a entidade nosolgica descr i ta pelos amer icanos.

    No f inal da dcada de 1930, apareceu o DDT que, por sua ampla ao leta l

    sobre os ar trpodos passou a ser uma arma impor tante no combate e no controle

    dos vetores de doenas do homem e dos animais e, j depois da Segunda Grande

    Guerra, com o advento dos antib iticos, avanos impor tantes trouxeram resultados

    surpreendentes nos tratamentos das r icket ts ioses.

    Rickettsias do grupo da febre maculosa transmit ida por carrapatos consti tuem

    uma mult ip l ic idade de espcies de r icket ts ias, patognicas ou no para o homem,

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    FEBRE MACULOSA

    dispersas em diversas par tes do Mundo. No Brasi l, embora outras espcies de

    r icket ts ias tenham sido detectadas em carrapatos a nica espcie isolada R.

    rickettsii que causa uma doena infecciosa aguda de var iada grav idade, sendo

    considerada o prottipo da r icket t iose transmit ida por carrapato.

    A doena se apresenta sob a forma de casos espordicos, em reas rura is e

    urbanas, re lacionadas com contato com carrapatos. A ocorrncia s imultnea de

    casos entre membros de uma mesma fam l ia ou grupos de indiv duos com ativ ida-

    de em comum pode ocorrer. H re latos de epidemias com signi f icat ivo nmero de

    casos e e levada leta l idade. No Brasi l so noti f icados casos nos estados de So

    Paulo, Minas Gerais, Espr i to Santo, Rio de Janeiro e Bahia.

    Mais recentemente na Regio Sul, foram noti f icados e conf i rmados casos da

    doena desde 2004. No Paran est bem distr ibuda, com a ocorrncia de casos

    desde a regio l i tornea at a costa oeste do estado. No per odo de 2004 a 2008

    foram conf i rmados sete casos autctones e um impor tado. Em Santa Catar ina,

    em 2004, ocorreram casos na forma de sur to na regio de Blumenau. Aps este

    episdio, houve um incremento na noti f icao naquele estado com a conf i rmao

    de 130 casos entre 2003 e 2008, sem a ocorrncia de bitos. No Rio Grande do

    Sul, entre 2005 e 2007, foram conf i rmados cinco casos, todos or iundos da Regio

    das Misses. At o momento a taxa de leta l idade na regio Sul zero. A maior

    incidncia dos casos re latados na regio Sul se deu nos meses de outubro janei-

    ro, embora no Brasi l a maior ia dos casos (80%) ocorra nos meses de maio a outu-

    bro, per odo de maior at iv idade do vetor transmissor, mesmo assim, casos podem

    ocorrer durante todo o ano. V isto no ter s ido possve l o isolamento da Rickettsia

    rickettsii nestes casos, com exibio de uma sintomatologia mais branda e da baixa

    leta l idade, acredita-se que a Febre Maculosa Brasi le i ra que ocorre na regio Sul

    tenha como agente et io lgico outra r icket ts ia.

    Todas as idades, todas as raas, e ambos os sexos so suscetve is doen-

    a cuja distr ibuio vai depender, a lm do compor tamento do vetor, das ativ ida-

    des ocupacionais, recreativas e da proximidade do vetor s habitaes humanas.

    Assim, embora as taxas de prevalncia nos inqur i tos sorolgicos real izados sejam

    iguais para ambos os sexos, a doena pode ser mais f requente em pessoas do sexo

    mascul ino, em decorrncia, provavelmente, de contato com mata e/ou foco natura l

    da doena como ocorre com caadores e pescadores, por exemplo.

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    FEBRE MACULOSA

    2. EVOLUO DA DOENA

    A febre maculosa caracteriza-se por seu incio sbito, com febre moderada a alta,

    que pode chegar a 40C nos dois primeiros dias e dura, em geral, duas a trs sema-

    nas em pacientes no tratados. Acompanha-se de mal estar, cefalia intensa, mialgia

    profunda, calafrios e prostrao. Por volta do terceiro ou quarto dia, surge exantema

    caracterstico e muito til para o diagnstico, iniciando pelas extremidades (punhos e

    tornozelos), que logo invade a palma das mos, a planta dos ps e se estende centri-

    petamente para quase todas as partes do corpo. So mculas rseas, de limites ir-

    regulares e mal definidos, com 2 a 6 mm de dimetro; nos dias que seguem o exantema

    torna-se macropapular e depois petequial. As leses hemorrgicas podem tornar-se

    coalescentes e formar grandes manchas equimsticas.

    Os pequenos vasos so os primeiros locais de ataque das rickettsias, sofrendo tume-

    fao, proliferao e degenerao das clulas endoteliais, com formao de trombos e

    ocluso vascular. As fibras musculares lisas tambm podem ser envolvidas. As leses

    vasculares conduzem a alteraes nos tecidos vizinhos, especialmente na pele, no cre-

    bro, na musculatura esqueltica, nos pulmes e rins.

    Nos casos mais graves, pedem surgir delrio, choque e insuficincia renal. A falncia

    circulatria pode levar anxia e necrose dos tecidos, com gangrena das extremidades.

    No hemograma, so comuns a anemia e trombocitopena. A reduo do nmero de

    plaquetas um achado comum e auxilia no diagnstico. Os leuccitos podem estar

    normais, aumentados ou diminudos, podendo apresentar desvio para a esquerda ou no.

    As enzimas como a creatinoquinase (CK), desidrogenase ltica (LDH), transaminases/

    aminotransferases (TGP/ALT E TGO/AST) e bilirrubinas esto geralmente aumentadas.

    Na ausncia de tratamento especf ico, a letalidade chega a 20%; mas a morte rara

    nos casos diagnosticados e tratados prontamente. A ausncia ou o aparecimento tardio

    da erupo tpica contribuem para o atraso no diagnstico e a uma maior letalidade.

    3. FORMAS E CICLO DE TRANSMISSO

    O reservatrio natural um complexo de carrapatos (famlia Ixodidae) e pequenos

    mamferos silvestres. No Brasil, servem como vetores (e reservatrios) da Rickettsia

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    rickettsii, os carrapatos da espcie Amblyomma, principalmente o A.cajennense e A.

    aureolatum. So conhecidos popularmente como carrapato estrela, carrapato do

    cavalo ou rodoleiro; suas ninfas por vermelhinhos, e as larvas por micuins. Entre-

    tanto, potencialmente, qualquer espcie de carrapato pode ser um reservatrio da R.

    rickettsii como o caso do carrapato do co, o Rhipicephalus sanguineus. Uma terceira

    espcie, o A. dubitatum, pode estar relacionada com o ciclo enzotico da Febre Macu-

    losa Brasileira, podendo agir como vetor da transmisso para humanos. O A. cajennen-

    se chama a ateno por parasitar intensamente humanos, especialmente nos estgios

    imaturos, diferentemente de qualquer outra espcie de carrapato. So carrapatos trio-

    xenos, ou seja, necessitam de trs hospedeiros para completarem a fase parasitria,

    conferindo a estes carrapatos maior importncia na transmisso de patgenos j que

    parasitam diferentes espcies o que facilita a transferncia da rickettsia entre os hospe-

    deiros. Sob condies naturais realizam apenas uma gerao por ano. Este padro se

    caracteriza pelo predomnio do estgio larval de abril a julho, do estgio ninfal de julho

    a outubro, e do estgio adulto de outubro a maro.

    O agente circula nos focos naturais, por meio dos carrapatos, que se infectam ao

    alimentarem-se de roedores rickettsmicos, principalmente, e transmitem o agente a

    outros animais suscetveis.

    A doena no se transmite diretamente de uma pessoa a outra. O carrapato perma-

    nece infectante durante toda sua vida, que em geral de 18 meses. Alm disso, os

    carrapatos transmitem a R. rickettsii a sua prognie atravs de transmisso vertical

    (transovariana) e estdio-estdio (transestadial).

    O homem se infecta pela picada do carrapato, que deve permanecer ader ido ao

    corpo por 4 a 6 horas para que ocorra o fenmeno de reativao da r icket ts ia.

    Com menor f requncia o agente pode penetrar pela pele les ionada, atravs das

    fezes dos carrapatos ou de seus tecidos no momento em que se tenta reti r- los.

    Quanto maior o tempo de contato para o repasto sanguneo, maior a probabi-

    l idade de transmisso do agente causal. Apesar de serem eventos raros a febre

    maculosa pode ser adquir ida acidentalmente, em laboratr io, atravs da inalao

    de mater ia l infeccioso ou por hemotransfuso.

    Com relao aos ver tebrados envolv idos no ciclo da febre maculosa no Brasi l,

    como em outras regies do mundo, muitas espcies apresentam positiv idade soro-

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    lgica para esta zoonose, como o co domstico, gato cabra, cavalo, lebre, cachorro

    do mato, gamb, caxinguel, furo, paca, pre, capivara, coati, diversas espcies de

    morcegos, entre outras.

    A par t ic ipao de equdeos no cic lo de transmisso discutve l, havendo

    ev idncias de que alm de transpor tadores de carrapatos potencia lmente infec-

    tados podem atuar como sentine las, semelhantemente aos ces. Supe-se que a

    capivara poder ia tambm estar envolv ida nesse cic lo, mas impor tante ressal tar

    que no ex istem estudos que comprovem ser este roedor um reservatr io s i lvestre

    da r ickt ts ia. Um dos fatores que poder iam justi f icar sua impor tncia na ecologia e

    epidemiologia da doena ser ia sua grande rea corporal, que v iabi l izar ia a a l imen-

    tao de centenas/mi lhares de ixoddeos.

    O homem contra i a infeco quando penetra em reas infestadas por carrapa-

    tos. Os ces so um impor tante e lo da transmisso da infeco ao homem por

    trazer os carrapatos infectados para seu ambiente.

    A infeco humana tem um carter estacional que coincide com as pocas do ano de

    maior atividade dos carrapatos (primavera e vero).

    Cic lo bio lgico do carrapato: as fmeas depois de ingurgi tadas desprendem-

    se do hospedeiro, caindo no solo para real izar a postura nica em torno de 5.000

    a 8.000 ovos antes de morrerem. Aps o per odo de incubao de cerca de 20

    dias temperatura de 25C, ocorre a ecloso dos ovos e nascimento das ninfas

    hexpodas ( lar vas). As lar vas sobem pelas gramneas e arbustos e a esperam a

    passagem dos hospedeiros. Aps sugarem sangue do hospedeiro por 3 a 6 dias,

    desprendem-se deste e no solo ocorre a ecdise (18 a 26 dias), transformando-se no

    estgio seguinte que a ninfa octpode. As ninfas f ixam-se em um novo hospedei-

    ro e em 6 dias ingurgi tam-se de sangue, e no solo sofrem uma nova ecdise (23 a 25

    dias), transformando-se em carrapatos adultos. O Amblyomma cajennense comple-

    ta uma gerao por ano, mostrando os trs estgios parasitr ios marcadamente

    distr ibudos ao longo do ano. As lar vas hexpodes ocorrem basicamente entre os

    meses de maro a ju lho. As ninfas octpodes entre os meses de ju lho a novembro

    e os adultos entre os meses de novembro a maro. De um modo geral, os adultos

    podem sobrev iver em je jum, sob condies naturais, por 12 a 24 meses, a ninfa por

    at 12 meses e as lar vas ao redor de 6 meses.

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    FEBRE MACULOSA

    4. DIAGNSTICO E TRATAMENTO

    Em sua fase in ic ia l o diagnstico di f c i l podendo ocorrer confuso com leptos-

    pirose, dengue, hepati te v i ra l, salmonelose, encefal i te, malr ia ou pneumonia por

    Mycoplasma pneumoniae.

    Com o surgimento do exantema, pode confundir-se com meningococcemia,

    sepsis, v i roses exantemticas (enterov iroses, mononucleose infecciosa, rubola,

    sarampo), outras r icket ts ioses do grupo t i fo, erhl ichiose, borre l ioses, febre purp-

    r ica brasi le i ra, entre outras.

    Para o diagnstico espec f ico so uti l izados a pesquisa indireta atravs de mto-

    dos imunolgicos ( IFI ), a pesquisa direta da Ricket ts ia atravs de histopatologia e

    imunocitoqumica e tcnicas de bio logia molecular por reao de pol imerase em

    cadeia (PCR).

    Tabela 1 - Normas para Coleta Conservao e Encaminhamento de Amostras

    Tipo de material

    Exames Fase da coleta

    Quantidade e recipiente

    Conservao e transporte

    Sangue

    Sorologia

    1 amostra: a

    partir do 1 conta-

    to com o paciente

    2 amostra: de 2

    a 4 semanas aps

    a data da primeira

    coleta

    10mL em tubo

    seco (sem antico-

    agulante)

    Aps retrao do cogulo

    em temperatura ambiente,

    colocar em geladeira

    (4-8C) por no mximo

    24 horas. Encaminhar ao

    laboratrio de referncia em

    caixa de isopor com gelo

    Cultura

    Incio dos sinto-

    mas, antes da

    antibioticoterapia,

    ou se j iniciada,

    com at 48 horas

    de seu uso

    2mL em tubo

    seco e transferir

    o cogulo para

    um flaconete com

    tampa de rosca

    com 1mL de meio

    de transporte (BHI)

    Encaminhar ao laborat-

    rio de referncia no prazo

    mximo de 8 horas, em

    isopor com gelo.

    43

    CRMV-PR - Manual de Zoonoses - 4a versao.job => 12/20/2010 => 14:45:48 => (Medida 1:1 = 15 x 21)CR

    MV-

    PR -

    Man

    ual d

    e Zo

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    ersa

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    => 12

    /20/20

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    14:45

    :48 =>

    (Med

    ida 1:

    1 = 15

    x 21

    )

  • 42

    FEBRE MACULOSA

    Tratamento nos casos suspeitos, o incio imediato e precoce da antibioticoterapia,

    antes mesmo da conf irmao laboratorial, tem assegurado uma melhor recuperao

    dos pacientes.

    A droga de escolha a doxiciclina que poder ser utilizada em casos leves e mode-

    rados de manejo ambulatorial. Nos casos mais severos, que requerem internao e

    utilizao de antibioticoterapia por via endovenosa, o cloranfenicol a escolha.

    5. PREVENO E CONTROLE

    Os ixoddeos superam todos os outros ar trpodes em nmero e var iedade

    de doenas que transmitem aos an imais e so, depois dos mosqui tos, os mais

    impor tantes vetores de doenas humanas.

    Vr ios programas de manejo de an imais tm s ido incorporados v isando d imi-

    nu i r os efe i tos adversos dos carrapatos dev ido a sua impor tnc ia na produo

    an imal. O rod z io de pastos e a capina da vegetao pode trazer a lguns resu l ta-

    dos no contro le da populao de car rapatos, enquanto o uso de car rapat ic idas,

    atravs de banhos, asperses, po lv i lhamento etc. deve fazer par te de um progra-

    ma cont nuo de contro le pr inc ipa lmente quando houver par t ic ipao de equinos

    Tecidos: Amos-tras de fgado,

    pulmo, pele, rim, bao (colhidas em

    necropsia)*

    Cultura (isolamento)

    Incio do apareci-mento da leso de pele ( exante-ma, petquias), preferencialmente antes do incio da antibioticoterapia

    Colocar o frag-mento de pele em flaconete com tampa de rosca com 1mL de meio de transporte (BHI)

    Caso no seja possvel, congelar em freezer a menos 70C ou em nitro-gnio lquido. Aps o congelamento, trans-portar em isopor com gelo seco.

    Imunohisto-qumica

    Necropsia efetu-ada idealmente antes de completar 24 horas do bito

    Blocos de parafina contendo quanti-dade representa-tiva das amostras coletadas. Enviar junto com laudo de necropsia os achados macro e microscpicos

    Acondicionar os blocos de parafina em embala-gem que permita trans-porte sem danific-los, em temperatura ambiente (no mximo at 40C)