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Este é um modelo de relatório para finalização de estagio.
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Os exames laboratoriais so realizados a partir da solicitao mdica a fim de diagnosticar,
monitorar ou acompanhar o tratamento de um paciente.
Coleta de sangue venoso
Objetivo
Uma boa coleta de sangue permite segurana no resultado do exame, todos os
procedimentos devem ser realizados de forma a garantir a segurana do profissional, do paciente
e da amostra.
Desenvolvimento
O paciente deve ser orientado a manter um jejum de 10 a 14 horas, antes da coleta. Ele
fica livre somente para beber gua, a coleta deve ser preferencialmente realizada na parte da
manha e antes da pratica de exerccios fsicos.
A obteno do sangue pode ser por puno venosa, arterial, ou puno de pele (capilar), a
amostra tambm podem ser coletadas no dorso da mo, na veia femoral, veias jugulares, cordo
umbilical e seio sagital superior.
Normalmente usa-se a dobra do cotovelo ou a mo para a coleta.
Procedimento
Verificar quais exames ser realizado.
Identificar os tubos com o nome do paciente.
Retirar a agulha da embalagem estril e acoplar a seringa estril.
Colocar o garrote ao redor do brao acima do cotovelo.
Paciente abrir e fechar a mo vrias vezes.
Determinar a veia a ser puncionada.
Desinfetar a pele com lcool 70%.
Introduzir a agulha na pele e penetrar no interior da veia.
Aps a coleta, pedir para o paciente abrir a mo.
Soltar o garrote.
Retirar a agulha voltada para cima.
Distribuir nos tubos Inverter os que tiverem anticoagulantes.
OBS: quando se quer obter o soro do paciente, usa-se tubo sem anticoagulante, e se
deseja obter plasma, usa-se tubo com anticoagulante.
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Concluso
Com os dias de estgio na rea de coleta, foi possvel obter prtica, aumentar confiana alm de
aprender as tcnicas utilizadas, para que na hora da coleta eu possa transmitir ao paciente
segurana e confiabilidade.
HEMATOLOGIA
Do ponto de vista da sua constituio, o sangue considerado como um sistema complexo
e relativamente constante, constitudo de elementos slidos (clulas sanguneas), substncia
lquida (soro ou plasma) e elementos gasosos (oxignio e gs carbnico). Embora no seja
necessrio conhecer todos os detalhes sobre os procedimentos analticos dos testes, essencial
conhecer o tipo de amostra necessria para cada tipo de anlise.
Tipo de Anlise - Tipo de Amostra
Bioqumica e Sorolgica - Soro ou plasma
Hematolgica - Sangue total com EDTA
Glicmica - Plasma com fluoreto de sdio
Coagulao - Plasma com citrato de sdio
Tubos para coleta
Cada tipo de amostra deve ser coletada em um tubo especfico para cada tipo de anlise,
sendo de extrema importncia conhec-los para a realizao de uma coleta de material biolgico. O
material colhido em recipiente inadequado ser rejeitado e descartado pelo laboratrio pois no ter
validade para a realizao da anlise. Todos os tubos devero ser homogeneizados imediatamente
aps a coleta. Deve-se invert-los de 5 a 8 vezes, suavemente. Tubos homogeneizados
inadequadamente podero conter pequenos cogulos sanguneos que diminuiro a utilidade do tubo.
Quando o paciente possui mais de um exame solicitado e estes exames necessitam de materiais
diferentes que devem ser coletados em recipientes diferentes, deve-se obedecer uma sequncia para
coleta dos materiais para que no haja contaminao dos aditivos de um tubo para outro, o que
ocasiona grandes alteraes em alguns parmetros analticos. A sequncia de coleta para tubos
plsticos de coleta de sangue tubo com citrato de sdio (tampa azul), tubo sem anticoagulante
(tampa vermelha ou tampa amarela), tubo com heparina (tampa verde), tubo com EDTA (tampa
roxa) e tubo com fluoreto de sdio (tampa cinza). Quando o paciente tiver apenas exames de
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coagulao, dever ser coletado primeiro um tubo de descarte. Isso devido ao fato de o primeiro
fluxo de sangue coletado conter os fatores de coagulao, principalmente a protrombina, o que altera
os resultados.
Anlises de Coagulao
Quando se pretende fazer anlise de coagulao, dever ser colhida uma amostra de plasma
(CITRATO DE SDIO). Esta ser obtida atravs da coleta em tubo de citrato de tampa azul. Este tubo
contm Citrato de Sdio, o sangue colhido com anticoagulante deve ser cuidadosamente
homogeneizado por inverso de 5 a 8 vezes para evitar hemlise e a coagulao do sangue.
Anlises Bioqumicas e Sorolgicas
Quando se pretende fazer anlise bioqumica ou sorolgica, dever ser colhida uma amostra
de soro. Esta ser obtida atravs da coleta em tubo sem anticoagulante para que ocorra o processo de
coagulao. Portanto, a coleta deve ser feita no tubo de tampa vermelha sem gel ou no tubo de tampa
amarela com gel. Estes tubos contm ativador de cogulo e deve-se, imediatamente aps a coleta,
homogeneiz-los por inverso de 5 a 8 vezes para evitar hemlise, manter em repouso na posio
vertical por 30 minutos para retrair o cogulo e seguir a centrifugao a 3.000 rpm durante 10 minutos.
Anlises Bioqumicas
Quando se pretende fazer anlise bioqumica, gasometria ou outros exames, dever ser
colhida uma amostra de plasma (HEPARINA). Est ser obtida atravs da coleta em tubo de heparina
de tampa verde. Este tubo contm Heparina, o sangue colhido com anticoagulante deve ser
cuidadosamente homogeneizado por inverso de 8 a 10 vezes para evitar hemlise e a coagulao do
sangue.
Anlises Hematolgicas
Quando se pretende fazer anlise hematolgica, dever ser colhida uma amostra de sangue
total (EDTA). Esta ser obtida atravs da coleta em tubo de EDTA de tampa roxa. Este tubo contm
anticoagulante especfico para evitar a coagulao. O sangue colhido com anticoagulante deve ser
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cuidadosamente homogeneizado por inverso de 5 a 8 vezes para evitar hemlise e a coagulao do
sangue.
Anlises Glicmicas
Quando se pretende fazer anlise de glicemia, dever ser colhida uma amostra de plasma
(FLUORETO DE SDIO). Esta ser obtida atravs da coleta em tubo de tampa cinza. Este tubo
contm fluoreto de sdio com EDTA, o sangue colhido com anticoagulante deve ser cuidadosamente
homogeneizado por inverso de 5 a 8 vezes para evitar hemlise e a coagulao do sangue.
Sistema ABO e fator Rh
O tipo sanguneo em humanos condicionado por alelos mltiplos. So quatro os tipos de
sangue: A, B, AB e O. Cada um destes tipos caracterizado pela presena ou ausncia
de aglutinognio, nas hemcias, e aglutinina, no plasma sanguneo.
Os aglutinognios so substncias encontradas na membrana plasmtica das hemcias e que
funcionam como antgenos quando introduzidos em indivduos que no os possuam. Existem dois
tipos de aglutinognios: A e B.
As aglutininas so substncias presentes no plasma sanguneo e que funcionam como
anticorpos que reagem com antgenos estranhos. Existem dois tipos de aglutininas: anti-A e anti-
B. O contato entre um aglutinognio e sua aglutinina correspondente provoca a aglutinao do
sangue. Assim, indivduos com sangue Tipo A no podem doar sangue para indivduos do Tipo B,
e vice-versa. Indivduos do Tipo AB podem receber sangue de qualquer grupo. J os do Tipo O
podem doar para qualquer grupo.
Tipo Sanguneo Aglutinognio (hemcias) Aglutinina (plasma)
A A Anti-B
B B Anti-A
AB AB -----
O ----- Anti-A e Anti-B
Indivduos com sangue Rh+ possuem o fator Rh em suas hemcias e apresentam
aglutinao do sangue quando entram em contato com anticorpos anti-Rh. Aqueles que no
possuem o fator Rh em suas hemcias so chamados Rh- e no apresentam reao de
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aglutinao quando em contato com anticorpos anti-Rh. Quando um indivduo Rh- recebe
sangue Rh+, ele passa a produzir anticorpos anti-Rh.
A eritroblastose fetal uma doena que pode ocorrer quando mes Rh- geram filhos Rh+.
Nestes casos, pequenos vasos da placenta se rompem e h passagem de sangue do filho para a
me. Em resposta, o sangue da me passa a produzir anticorpos anti-Rh. Numa prxima
gravidez, se o filho for Rh+, os anticorpos maternos iro atacar as hemcias do feto, provocando a
doena.
O cromossomo D o responsvel pela produo da maior parte do aglutinognio
conhecido como Rh, por isso o termo Rh pode ser substitudo pelo fator D
Determinao grupo ABO e Rh em lmina
Materiais
Laminas
Reagentes (anti-A, anti-B, anti-AB e anti-D)
sangue
Mtodo
1. Pegar quatro lminas e marca-las de acordo com o reagente a ser colocado. Colocar uma
gota de sangue em cada lmina e uma gota de cada soro de acordo com a marcao
realizada. Exemplo: uma gota do reagente anti-A na lmina marcada como anti-A.
Homogeneizar. Observar a presena de aglutinao macroscpica se houver aglutinao
significa que a hemcia possui antgeno correspondente. Exemplo: Houve aglutinao com
o reagente anti-A, significa que o sangue pode ser A. Se no houver aglutinao com
nenhum dos reagentes, o tipo sanguneo o O. Se houver aglutinao com o reagente
anti-D significa que o sangue Rh positivo.
Determinao grupo ABO em tubo
Materiais
Tubos
Pipetas
Reagentes (anti-a, anti-b, anti-ab e anti-d)
Sangue
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Centrfuga
Mtodos
1. Marcar trs tubos como anti-A, anti-B e anti-AB. Colocar duas gotas de sangue nos trs
tubos e duas gotas do reagente correspondente.
2. Centrifugar por 15 segundos em 3500 rpm. Ressuspender delicadamente o boto de
hemcias e examinar a presena ou no, de aglutinao.
Coombs Direto
O teste de Coombs direto um mtodo que permite a identificao da presena de anticorpos
fixados sobre as hemcias. Tecnicamente, baseia-se no fato de que os anticorpos que recobrem
as hemcias podem ser identificados pela adio de anticorpos antigamaglobulina humana.
Materiais
Tubos
Soro de coombs
Sangue
Soluo fisiolgica
Pipetas
Centrfuga
Mtodo
1. Colocar 2 gotas do sangue em um tubo, adicionar soluo fisiolgica e centrifugar a 3.000
rpm por um minuto,desprezar (com cuidado) o sobrenadante deixando o boto de
hemcias no fundo do tubo, repetir o procedimento mais duas vezes.
2. Colocar 2 gotas do soro de Coombs e centrifugar novamente por 15 segundos, agitar
levemente o tubo e observar se h aglutinao dos eritrcitos. Se houver aglutinao o
teste de coombs positivo, se no houver ele negativo.
Coombs indireto
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A prova de Coombs indireto atualmente chamada de pesquisa de anticorpos irregulares
(PAI). Esta prova avalia a presena de anticorpos irregulares circulantes no soro de doadores de
sangue, receptores, gestantes, pacientes com suspeita de anemia hemoltica por presena de
anticorpos, entre outros.
O teste antiglobulina humano baseia-se na aglutinao de hemcias sensibilizadas
previamente com anticorpos humanos ou fraes do complemento atravs do anti-soro AGH
(SORO DE COOMBS).
Materiais
Tubos
Centrfuga
Banho-maria
Soro de coombs
Hemcias com tipagem conhecida
Soluo fisiolgica
Mtodo
1. Preparar uma suspenso salina a 5% com hemcias conhecidas quanto ao antgeno e
cujo anticorpo correspondente se deseja detectar (o mais comum a deteco de
anticorpos anti- Rh positivo, anti-D). As hemcias devem ser compatveis com o soro
quanto ao sistema ABO (comumente empregam-se hemcias do grupo O Rh positivo).
2. Colocar duas gotas da suspenso em um tubo de 12 x 75 mm e lavar trs vezes com
soluo salina.
3. Adicionar duas gotas do soro a ser testado.
4. Misturar e incubar em banho a 37C, durante 30 a 45 minutos.
5. A seguir, lavar as hemcias trs vezes com soluo salina e adicionar o soro de Coombs
(duas gotas).
6. Agitar e centrifugar a 1.000 r.p.m. por 15 segundos.
7. Proceder leitura: presena de aglutinao significa teste de Coombs Indireto Positivo,
ausncia de aglutinao significa Teste de Coombs Indireto Negativo.
Esfregao
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A realizao do esfregao sanguneo etapa significativa em um hemograma, pois possibilita
a leucometria diferencial, a estimativa do nmero de leuccitos e plaquetas por microlitro de
sangue, a avaliao morfolgica das clulas sanguneas e tambm a pesquisa de parasitas
sanguneos.
Materiais
Sangue
Lminas
Lpis
Mtodo
1. Preparar duas lminas novas e desengorduradas. Colocar uma gota de sangue pequena
em uma das extremidades da lmina. Tomar a outra lmina e coloca-la frente da gota
num ngulo de 45, fazer um ligeiro movimento para trs at o sangue se espalhar
totalmente na borda da lmina. Com um movimento uniforme, para frente, fazer esta
lmina deslizar sobre a outra, ela arrastar atrs de si o sangue que se espalhar em fina
camada. Imediatamente aps, agita a lmina ao ar at o esfregao secar-se
completamente e identificar com lpis.
Colorao de Lmina
Os corantes para esfregaos sanguneos so uma mistura de corantes de caractersticas
neutras, dependentes do pH da soluo corante, que em condies apropriadas coram os
componentes nucleares e citoplasmticos dos leuccitos, com predominncia de tons vermelhos
(quando cidos) e azulados diversos (quando bsicos).
Materiais
Corante (Leishman, Rosefeldou Wright)
Lamina com esfregao
gua destilada
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Mtodos
2. Preencher a lmina com o corante, deixar por 3-5 minutos.
3. Adicionar gua destilada sobre o corante e a lmina, deixar por 15 minutos.
4. Escorrer o corante e lavar em gua corrente, secar e examinar ao microscpio, as
hemcias ficam com colorao rsea e os leuccitos azuis.
Contagem de Plaquetas
As plaquetas, tambm chamadas de trombcitos, so clulas sanguneas produzidas na
medula ssea e que atuam na formao de cogulos de sangue, a fim de impedir uma hemorragia
sempre que houver necessidade.
Materiais
Lmina corada
Microscpio
Mtodo
1. Em um esfregao corado, contar as plaquetas em 10 campos que contenham 100
hemcias. Somar e multiplicar por 1000.
Valores de referncia: 150.000 a 400.000/mm
Contagem total de eritrcitos
Materiais
Cmara de Neubauer
Pipetas
Tubos
Lquido de Gower
Sangue
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Lamnula
Microscpio
Mtodo
1. Pipetar 4ml do lquido de Gower e 20l do sangue
em um tubo, homogeneizar.
2. Colocar a lamnula sobre a cmara de Neubauer e
preencher um dos lados da cmara com a
diluio.
3. Levar ao microscpio e contar as hemcias de
cinco quadrados mdios centrais, como na figura
abaixo.
Clculo
n de eritrcitos/mm3 = n de eritrcitos contados 10.000
Valores de referncia: Homens adultos: 4,6 a 6,2 milhes/ml de sangue venoso
Mulheres adultas: 4,2 a 5,4 milhes/ml de sangue venoso
Crianas: 3,8 a 5,5 milhes/ml de sangue venoso
Contagem total de leuccitos
Materiais
Cmara de Neubauer
Pipetas
Tubos
Lquido de Turk
Sangue
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Lamnula
Microscpio
Mtodo
1. Pipetar 400l do lquido de Turk e 20l de sangue em
um tubo de ensaio, homogeneizar.
2. Colocar a lamnula sobre a cmara de Neubauer e
preencher um dos lados da cmara com a diluio.
3. Levar ao microscpio e contar os leuccitos de quatro
quadrados laterais maiores, como na figura abaixo.
Clculo
n de leuccitos/mm3 = n de leuccitos contados 50
Valores de referncia: 3.800 a 9.800/mm3
Hematcrito
O hematcrito um exame de diagnstico que serve para avaliar a percentagem dos glbulos
vermelhos ou hemcias no volume total de sangue, ajudando a identificar a anemia.
Materiais
Capilar
Sangue
Papel ou gaze
Bico de bunsen
Centrfuga
Mtodo
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1. Encher dois teros de um capilar com sangue com anticoagulante, limpar a extremidade
com papel ou gaze.
2. Fechar a extremidade do tubo na chama, protegendo o sangue com o dedo e rotacionando
lentamente o capilar para que ele feche por igual, sem formar deformaes na ponta.
3. Centrifugar por 5 minutos a 11.500 rpm.
4. Fazer a leitura no carto especial alinhando o incio da coluna de hemcias em zero e o
final do plasma em 100% e obtenha o resultado em porcentagem.
Valores de referncia: Homens: 40% a 50%
Mulheres: 35% a 45%
Crianas at 1 ano: 34% a 40%
Recm-nascidos: 50% a 60%
Hemoglobina
A hemoglobina uma protena presente nos eritrcitos (hemcias), constituindo
aproximadamente 35% de seu peso. um pigmento presente no sangue responsvel por
transportar o oxignio, levando-o dos pulmes aos tecidos de todo o corpo.
Materiais
Regente de cor
Padro
gua destilada
Sangue
Tubos
Pipetas
Espectrofotmetro
Mtodo
1. Identificar 3 tubos como branco, teste e padro. Adicionar no tubo padro 5ml do reagente
de cor e 20l do padro. No tubo teste colocar 5ml do reagente de cor e 20l do sangue
total.
2. Misturar e esperar 5 minutos.
3. Determinar as absorbncias em 540nm, acertando o zero com gua destilada. A cor
estvel por vrias horas.
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Clculos
Hemoglobina (g/dl) =absorbncia do teste
absorbncia do padro 10
Fator de calibrao =10
absorbncia do padro
Hemoglobina (g/dl) = fator de calibraoabsorbncia do teste
Valores de referncia: Homens: 12,5 17,5 g/dl
Mulheres: 11,5 15,5 g/dl
VCM
O volume globular mdio (VGM) ou volume corpuscular mdio (VCM) mede o tamanho das
hemcias. Um VCM elevado indica hemcias macrocticas, ou seja, hemcias grandes. VCM
reduzidos indicam hemcias microcticas, isto , de tamanho diminudo.
Clculo
VCM =hematcrito
eritrcitos 10
Valores de referncia: Macrocitose = 98fl
Normocitose = 80 98fl
Microcitose = 80fl
HCM
O HCM (hemoglobina corpuscular mdia) ou HGM (hemoglobina globular mdia) o peso
da hemoglobina dentro das hemcias.Quando as hemcias tm poucas hemoglobinas, elas so
ditas hipocrmicas. Quando tm muitas so hipercrmicas.
Clculo
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HCM =hemoglobina
eritrcito 10
Valores de referncia: Hipercromia = 32pg
Normocromia = 27-32pg
Hipocromia = 27pg
CHCM
O CHCM (concentrao de hemoglobina corpuscular mdia) ou CHGM (concentrao de
hemoglobina globular mdia) avalia a concentrao de hemoglobina dentro da hemcia.
Clculo
CHCM =hemoglobina
hematcrito 100
Valores de referncia: Normocromia = 31 35%
Hipocromia = 31%
Contagem de reticulcitos
O reticulcito uma clula jovem que representa uma fase intermediria entre os eritroblastos
da medula ssea e os eritrcitos maduros, anucleados e j totalmente hemoglobinizados.
Materiais
Sangue
Corante azul cresil brilhante
Lminas
Mtodos
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Fazer um esfregao com uma gota de azul cresil brilhante e uma gota de sangue total. Incubar por
15 minutos a 37C.
Clculo
Reticulcitos =
n de hemcias contadas
Valores de referncia: 0,5 a 1,5%
Concluso
Podemos concluir que alm da importncia da coleta do material biolgico a ser analisado,
de suma importncia observar bem o exame a qual o paciente foi solicitado, para que este seja
armazenado e analisado de forma correta. Devemos sempre colocar a identificao nos tubos em
primeiro lugar, alm de conferir o laudo do exame com o cadastro do paciente, pra assegurar que
no haja erros na emisso de resultados.
Uroanlise
A urina composta por 96% de gua e 4% por substncias provenientes da dieta e do
metabolismo. Constituda por uria e outras substncias qumicas orgnicas e inorgnicas
dissolvidas em gua que podem sofrer alterao devido a alimentao, atividade fsica,
metabolismo orgnico e funo endcrina.
Para a realizao do exame, a urina considerada padro ou mais adequada para anlise
a primeira amostra da manh. Esta amostra deve ser colhida imediatamente aps acordar, pela
manh, em jejum e antes de realizar qualquer atividade. recomendado, ainda que esta amostra
seja colhida aps oito horas de repouso e, pelo menos quatro horas aps a ltima mico. A
primeira amostra da manh considerada como amostra padro para a realizao do exame de
urina porque ela mais concentrada que as outras amostras e porque nesta amostra se verifica
maior crescimento das bactrias eventualmente presentes na bexiga, assim o resultado da analise
realizada reflete melhor as condies do paciente.
Uma outra amostra a segunda amostra da manh, sendo obtida com mais facilidade no
laboratrio que a primeira amostra da manh. Deve ser colhida de duas a quatro horas aps a
primeira mico do dia, podendo sofrer alteraes devido a ingesto de alimentos e lquidos no
desjejum. Com o objetivo de aumentar a concentrao de eventuais bactrias presentes na bexiga
pode-se recomendar a restrio de ingesto de lquido aps as 2 horas.
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A amostra randmica colhida a qualquer momento do dia sendo recomendvel que o
intervalo de tempo entre a ltima mico e a coleta da amostra seja de pelo menos duas horas. A
composio pode , certamente, influenciada pelos alimentos e lquidos ingeridos durante o dia. A
utilizao da amostra randmica inevitvel em situao de emergncia e urgncia, frequentes
em ambiente hospitalar. Entretanto, a utilizao da amostra randmica narealizao do exame de
urina deve considerar a elevada possibilidade de resultados falsos negativos assim como
resultados falsos positivos dentre os constituintes avaliados na realizao do exame.
Em crianas, a obteno da amostra de urina realizada atravs de coletor auto aderente,
sendo substitudos aps 30 minutos mesmo que a criana no tenha urinado para evitar
contaminao.
O armazenamento das amostras servem para manter a integridade dos elementos e para a
estabilidade qumica, sendo que o tempo de coleta e transporte no deve ultrapassar 1 hora,
sendo conservada em refrigerador caso no seja possvel o transporte no tempo estipulado.
Dessa forma, pode ser traada a importncia do exame de urina para diagnsticos
posteriores, bem como tratamentos de possveis infeces ou outro tipo de patologia.
Objetivo
O objetivo deste relatrio demonstrar, por meio de materiais e mtodos a importncia do
exame de urina, de forma que sejam exposto seus componentes e possveis resultados. O
paciente deve ser orientado na hora da coleta a realizar a assepsia do local, caso no seja
necessrio este dever ser relatado no exame, para que o mdico saiba o mtodo utilizado para a
coleta.
Material
Amostra biolgica
Fita reagente
Estante
Centrfuga
Lminas
Lamnulas
Refratmetro
Tubos
Microscpio
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Mtodo
1. Colocar a urina em um tubo para a medio de volume, e em outro tudo separar a
quantidade que ser centrifugada.
2. Colocar a fita reagente e esperar 2 minutos para a leitura, comparar os resultados
na embalagem das fitas. Colocar uma gota da urina no refratmetro para que seja
medida a densidade da urina. Levar o tubo para a centrifuga por 5 minutos,
desprezar o sobrenadante e utilizar o sedimento do final do tudo.
3. Colocar em uma lmina o sedimento, cobrir com a lamnula e analisar no
microscpio na objetiva de 40x.
A anlise divida em trs partes, sendo:
1. - Exame Fsico
Aspecto
A urina pode ser considerada lmpida, ligeiramente turva e turva. A urina pode apresentar
turvao quando h presena de grandes quantidades de hemcias, clulas epiteliais,
cristais e bactrias, alm da presena de matria gordurosa.
Odor
Em situaes normais, a urina apresenta odor caracterstico, ligeiramente aromtico,
alterando aps algum tempo de repouso. Quanto a urina entra em estado de
decomposio, seu odor ptrido ou amoniacal, devido fermentao bacteriana.
Cor
A urina, em situaes normais, apresenta cor amarela, variando do tom claro e escuro. A
urina pode apresentar colorao vermelha ou castanha em casos de hematria, alm de
apresentar variaes de colorao devido a certos alimentos ingeridos, como por exemplo
a beterraba. Em casos de ingesto de medicamentos, a urina pode apresentar colorao
bastante variada como vermelha, verde, laranja, etc.
Densidade
medida a densidade da urina com a finalidade de verificar a capacidade de concentrao
e diluio do rim, bem como o estado de hidratao do paciente, diabetes inspido e
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inadequao da amostra por baixa concentrao. A densidade da urina normal varia de
1016 a 1020, no volume de 24 horas.
2. - Exame Qumico
pH
Embora um individuo sadio produza a primeira urina da manh com pH ligeiramente cido,
entre 5,0 e 6,0, o pH normal das outras amostras do dia pode varias de 4,5 a 8,0. A urina
noturna tem pH mais baixo por causa da acidose respiratria fisiolgica do sono.
O pH urinrio importante na determinao de acidose respiratria ou metablica;
alcalose respiratria ou metablica, anormalidades na secreo e reabsoro de cidos e
bases pelos tbulos renais; precipitao de cristais e formao de clculos;
acompanhamento de tratamento das infeces do trato urinrio e determinao de
amostras insatisfatrias.
Protenas
A determinao de protenas a mais indicativa de doena renal, pois a presena de
proteinria pode ser indicativo de doenas renais incipientes. A urina em estado normal
possui pequenas quantidades de protena, em mdia menos de 10 mg/dL ou 150 mg por
24 horas, e a principal protena encontrada a albumina, sendo observada atravs de fitas
reativas. O resultado qualitativo normalmente representado por negativo, trao e positivo.
O resultado positivo acompanhado pelo nmero de cruzes, dado pelo grau de
intensidade da reao.
Glicose
Anlise bioqumica mais utilizada na deteco e controle da diabetes mellitus Alm disso, a
anlise utilizada para determinar deficincia da reabsoro tubular, leses no sistema
nervoso central, distrbios da tireide, latncia de diabetes durante a gravidez. Em adultos,
a excreo de glicose na urina de em mdia 130 mg durante 24 horas, sendo observada
atravs de tira reativa contendo glicose oxidase.
Bilirrubina
A bilirrubina um composto amarelo muito pigmentado, sendo produto da degradao da
hemoglobina. Sua presena na urina pode ser a primeira indicao de hepatopatias,
sendo, muitas vezes,detectada bem antes do desenvolvimento da ictercia porque o limiar
renal de eliminao de bilirrubina menor que 2 mg/dL, enquanto que os indivduos com
ictercia apresentam concentrao de bilirrubina direta no sangue maior que 2,5 mg/dL.
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Urobilinognio
Tal como a bilirrubina, o urobilinognio um pigmento biliar resultante da degradao da
hemoglobina e derivado da bilirrubina pela ao da flora bacteriana intestina.
Normalmente, o adulto excreta menos de 4 mg por dia, visto que uma parte do
urobilinognio reabsorvido, retornando ao fgado. Valores aumentados podem indicar
cirrose heptica, ictercias parenquimatosas e constipao crnica.
Sangue
O sangue pode ser encontrado na urina em forma de hemcias ntegras (hematria), ou
presente como hemoglobina. Em condies normais, a hemoglobina destruda e
metabolizada no retculo endotelial e quando no ocorre uma metabolizao normal ocorre
a ultrapassagem do limiar renal para hemoglobina (100 a 300 mg/dL), no sendo
reabsorvida e sofrendo eliminao renal.
A hematria pode ocorrer em casos de clculos renais, glomerulonefrite, pielonefrite,
tumores, trauma e exposio a produtos ou drogas txicas.
Cetonas
Geralmente, quantidades mensurveis de cetonas no so vistas na urina, pois toda a
gordura metabolizada completamente degradada em dixido de carbono e gua. Quando
o uso de carboidratos fica comprometido e o estoque de gordura precisa ser metabolizado
para o suprimento de energia, pode-se detectar cetonas na urina.
Nitrito
A determinao de nitrito na urina til para diagnostico das infeces da bexiga, pois
muitas vezes os casos so assintomticos ou os sintomas so inespecficos. Quando h
presena de nitritos, ocasionalmente constatado a presena de bactrias, pois essas so
responsveis pela transformao do nitrato em nitrito.
3. - Exame Microscpico
Leuccitos
Os leuccitos so os glbulos brancos que permanecem com suas caractersticas
morfolgicas intactas. Quando h presena de leuccitos na urina isso pode ser o principal
indicativo de inflamao nas vias urinrias.
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Hemcias
A presena de hemcias na urina pode ser um indicador de infeces e traumas.
Clulas epiteliais
So encontradas em urinas normais, em nmero varivel, principalmente em urina de
mulher e mais intensamente durante a gestao.
Cilindros
Os cilindros so clulas agrupadas e possuem suas caractersticas especificas
dependendo da sua formao. Os tipos de cilindros so:
- Cilindros hialinos no indicam doena, mas pode ser um sinal de desidratao.
- Cilindros bacterianos
- Cilindros hemticos sangue.
- Cilindros leucocitrios indicam inflamao dos rins.
- Cilindros de clulas epiteliais indicam leso dos tbulos.
- Cilindros granulares
- Cilindros creos inflamao sria dos rins
- Cilindros adiposos indicam proteinria.
- Cilindros largos
Cristais
A presena de cristais na urina pode depender do pH, e em urinas cisas, so encontrados
os uratos amorfos, oxalatos de clcio e cido rico. Em urinas alcalinas, encontramos
fosfatos amorfos, fosfato triplo ou amonaco-magnesiano, carbonato de clcio e fosfato de
clcio. Os cristais de maior importncia so:
- Cristais epiteliais so as prprias clulas do trato urinrio que descamam.
- Cristais de cido rico
- Cristais de cestinha
- Cristais de bilirrubina
- Cristais de colesterol
- Cristais de magnsio amnio-fosfato.
Resultado
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Os resultados esperados sero avaliados de acordo com o valor de referncia, bem como
a anlise da urina por meio fsico, qumico e microscpico para que seja estipulado o estado em
relao aos componentes da urina, levando em considerao as substncias consideradas
normais, e com alterao.
Concluso
O exame de urina , sem duvida, um meio preciso para avaliao da funo renal,
disfunes metablicas, bioqumicas e microbiologias, alm de possibilitar a avaliao de outras
patologias. Para isso, de extrema importncia o uso de tcnicas sensveis e especificas para o
bom desenvolvimento da anlise. Com este estgio aprendemos a importncia de orientar o
paciente a realizar a coleta de forma correta, alm de tomar as medidas preventivas para
assegurar a integridade da amostra, fornecendo segurana e confiabilidade de resultados.
Parasitologia
O exame parasitolgico das fezes utilizado para diagnosticar os parasitos intestinais, por
meio da pesquisa das diferentes formas parasitrias que so eliminadas nas excrees fecais,
alm do estudo das funes digestivas, dosagem da gordura fecal, pesquisa de sangue oculto,
entre outras. A coleta deve ser realizada em quantidade aproximada de 30g em recipiente limpo e
seco, de preferncia de boca larga, ou ainda, na proporo de uma parte de fezes para trs do
conservador, quando este j est acondicionado no recipiente para a conservao do material,
evitando a contaminao por urina. Em crianas, no utilizar as fezes da fralda quando estiverem
diarricas ou lquidas, solicitar coletores infantis disponveis. No caso de fezes consistentes,
encaminhar condicionalmente para o responsvel do setor verificar se para a analise, a
quantidade suficiente. Encaminhar ao laboratrio em at 3 horas se em temperatura ambiente
ou em at 6 horas se refrigerada.
O exame coproparasitolgico consiste na anlise das fezes para que seja observada a
presena de protozorios ou helmintos. Os protozorios so os cistos unicelulares, enquanto os
helmintos so os ovos e as larvas. Os mais importantes no mbito laboratorial so:
- Protozorios
Giardia lamblia
A Giardia lamblia um parasita monoxnico, de ciclo biolgico direto. A facilidade de
manter esse ciclo in vitrocontribui para o desenvolvimento de vrias pesquisas. As formas
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infectantes para homens e animais so os cistos, sendo estes, portanto, os responsveis
pela disseminao da doena. A transmisso ocorre por via fecal-oral: de forma indireta,
por meio da ingesto de gua e alimentos contaminados, ou de forma direta, de pessoa a
pessoa por meio de mos contaminadas ou entre homossexuais masculinos. A
transmisso direta tambm pode ocorrer a partir do contato direto com animais infectados.
A ingesto de 10 a 25 cistos suficiente para iniciar a infeco num hospedeiro humano.
Ao ser ingerido, o cisto alcana o estmago, onde o meio cido inicia o processo de
desencistamento. Esse processo completa-se no intestino delgado, principalmente
duodeno e jejuno, onde ocorre o rompimento dos cistos e a liberao dos trofozotos. Cada
cisto maduro com quatro ncleos libera dois trofozotos binucleados. Por reproduo
assexuada, num processo de diviso binria longitudinal, os trofozotos multiplicam-se e
colonizam o intestino. Eles se mantm aderidos mucosa intestinal por meio do disco
suctorial. O ciclo se completa pelo encistamento, processo no qual o trofozoto se retrai,
condensa e secreta uma membrana resistente, composta inclusive de quitina. J no
interior dos cistos formados ocorre nucleotomia, o que origina cistos maduros
tetranucleados que sero eliminados para o meio exterior. O processo de encistamento
ocorre na poro final do leo e principalmente no ceco do hospedeiro, mas ainda no est
totalmente esclarecido. Supe-se a influncia de fatores dentro ou fora do parasita, dentre
os quais se destacam o PH intestinal, e estmulo de sais biliares e o destacamento do
trofozoto da mucosa, sendo este ltimo o fator de maior destaque, supostamente
provocado pela resposta imune local. Os cistos so excretados junto com as fezes do
hospedeiro, mas no so eliminados de forma contnua. Eles so definidos como a forma
infectante, mas no se sabe ainda se necessitam de um perodo de maturao, ou se j
so infectantes logo aps serem excretados. Se mantidos em condies favorveis de
temperatura e umidade, os cistos podem se manter viveis por at dois meses no meio
ambiente. O elevado nmero de cistos eliminados pelas pessoas parasitadas, a alta
resistncia do cisto aos fatores ambientais e tambm a transmisso direta por contato com
animais contaminados torna ainda mais preocupante a disseminao desta doena.
A forma sintomtica aguda da infeco por girdia dura poucos dias e apresenta diarria
(89%) aquosa e explosiva de odor ftido, indisposio (84%), gases (74%), distenso,
dores abdominais (70%), nusea (68%), anorexia (64%) e perda de peso (64%). A
presena de muco e sangue nas fezes raramente ocorre. J a forma sintomtica crnica
da giardase pode persistir por vrios anos com a presena de episdios diarricos
contnuos, intermitentes ou espordicos. Alm disso, pode apresentar esteatorria
(aumento de gordura nas fezes), perda de peso mais significativa e m absoro intestinal.
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As principais complicaes da giardase crnica esto relacionadas m absoro de
gorduras e nutrientes como, por exemplo, algumas vitaminas e o ferro.
Entamoeba histolytica
A amebase uma infeco sintomtica ou assintomtica causada pela Entamoeba
histolytica. A E. histolyticase locomove e obtm alimentos com o auxilio de pseudpodes
do tipo lobpodes, vive na luz do intestino grosso do hospedeiro, mas pode originar a
forma invasiva da doena, ao penetrar a submucosa e alcanar rgos como fgado,
pulmes, crebro, e possui duas formas evolutivas: trofozoito e cisto. O trofozoto
corresponde forma vegetativa que habita a luz do intestino grosso e pode,
ocasionalmente, provocar leses na mucosa intestinal, no fgado, no pulmo, na pele e at
no crebro. O trofozoto uninucleado e mede entre 15 e 60 micrmetros e se locomove
pela emisso de pseudpodes. Seu citoplasma pode ser diferenciado em ectoplasma - o
qual hialino- e endoplasma-onde se encontram os ncleos e os vacolos digestivos. No
apresentam mitocndrias, reticulo endoplasmtico e aparelho de Golgi. O cisto a forma
de resistncia, geralmente esfrico ou oval, variando de 8 a 20 micrmetros de dimetro.
Consiste em um citoplasma que apresenta de um a quatro ncleos, pequenos vacolos e
incluses citoplasmticas envolvidas por uma parede csticas.
O ciclo de vida de Entamoeba histolytica monoxnico e relativamente simples. No ciclo
encontram-se quatro estgios: cisto, metacisto, trofozoto e pr-cisto. O inicio do ciclo
ocorre a partir da ingesto dos cistos maduros junto de gua e alimentos contaminados. O
cisto passa, ento, pelo estmago e pelo intestino delgado, resistindo ao do suco
gstrico e das secrees intestinais. De fato, estas substncias contribuem para a
formao de uma fenda na parede do cisto, a qual permite o incio do processo de
desencistamento que ocorre principalmente na poro distal do leo e ceco. A partir deste
processo liberada uma forma tetranucleada (metacisto) que por diviso binria da origem
a oito trofozotos uninucleados. Esses trofozotos multiplicam-se por diviso binria e
colonizam o intestino grosso, principalmente na regio do ceco. Em geral, os trofozotos
vivem como um comensal, aderidos na mucosa intestinal alimentando-se de bactrias e
detritos. Dando continuidade ao ciclo, muitos desses trofozotos diminuem de tamanho e
se arredondam formando o pr-cisto, etapa que marca o incio do processo de
encistamento. O pr-cisto secreta ao seu redor uma membrana glicoprotica, denominada
parede cstica, formando assim um cisto uninucleado. Esses cistos tornam-se
tetranucleados e podem ser excretados juntamente com as fezes do hospedeiro,
possibilitando a infeco de outro ser humano.
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Moscas, baratas e outros artrpodes atuam como vetores mecnicos e contribuem para a
distribuio dos cistos de E. histolytica, principalmente em reas onde predominam
populaes de nvel scio-econmico mais baixo, bem como precrias condies de
saneamento bsico.
A amebase intestinal apresenta duas formas clnicas principais: colite no-disentrica e
colite disentrica (disenteria amebiana). A colite no-disentrica a forma clnica mais
comum entre os indivduos sintomticos infectados por Entamoeba histolytica. Essa forma
clnica caracterizada por evacuaes diarricas ou no, com duas a quatro dejees
dirias. O indivduo pode eliminar fezes pastosas ou moles e, eventualmente, com sangue
ou muco. Ao longo da infeco pode ocorrer alternao entre funcionamento intestinal
normal e quadros de diarria. Esto presentes na maioria dos casos, ainda, sintomas
intestinais como flatulncia, desconforto abdominal e clicas. Pode ocorrer, mais
raramente, febre. A colite disentrica uma forma clnica menos comum, tendo sido
observada em cerca de 10% dos indivduos com amebase intestinal. Essa forma clnica
apresenta evoluo aguda e caracterizada pela presena de dores abdominais, clicas
intestinais intensas, diarria lquida com evacuaes mucossanguinolentas e febre
moderada.
Cryptosporidium sp
O protozorio do gnero Cryptosporidium apresenta alta capacidade de veiculao hdrica
e, por isso, causa grande preocupao s empresas de saneamento e indstria da gua.
Apesar de tambm ocorrer em pacientes imunocompetentes, a criptosporidiose humana
considerada uma infeco oportunista devido sua alta prevalncia em indivduos
imunodeprimidos, como os portadores de HIV/AIDS. Nesses pacientes, a diarreia
provocada pela doena grave e recorrente.
Os esporozotos e merozotos pertencentes ao gnero Cryptosporidium possuem um
complexo apical (visvel apenas em microscpio eletrnico) constitudo por estruturas
como roptrias, micronemas, grnulos eltron-densos, microtbulos sub-peculiarese anis
apicais. Por isso, so classificados no filo Apicomplexa. Os oocistos possuem um formato
que varia de esfrico a ovoide, medindo de 3 a 8,5 m de dimetro de acordo com a
espcie. Em sua maioria, apresentam uma parede cstica dupla e espessa, mas 20% deles
tm parede fina que se rompe ainda dentro do hospedeiro. Internamente a eles, h quatro
esporozotos que so libertados ou nas fezes, ou no tubo digestivo do hospedeiro aps
a dissoluo da sutura presente em sua parede. O esquizonte aparece no intestino j sem
complexo apical. esfrico, apresenta ncleo volumoso, nuclolo evidente e mede de 4 a
6 m de dimetro.
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A transmisso ocorre principalmente pela ingesto de oocistos, que so as formas
evolutivas infectantes, esporulados (via fecal-oral). As principais fontes so animais ou
humanos que estejam eliminando oocistos. Os oocistos podem ser veiculados pelos
alimentos, pela gua, pelo ar, por insetos, no vesturio e tambm pelo contato ntimo entre
pessoas. Criao de gados e ovelhas tem sido relacionada infeco humana. Foi
observado que durante um surto de febre aftosa em 2001 no Reino Unido, em que um
grande nmero de bovinos foram sacrificados, o nmero de casos de criptosporidiose
reduziu de forma significativa. A autoinfeco pode ocorrer se os oocistos libertarem seus
quatro esporozotos no intestino delgado do hospedeiro.
O ciclo composto de (1) merogonia ou esquizogonia (reproduo assexuada), (2)
gametognese (reproduo sexuada com produo de gametas), (3) formao do zigoto
(fertilizao) e (4) esporogonia (formao do oocisto e liberao de esporozotos).
A infeco humana faz-se por via fecal-oral, quando os oocistos so ingeridos. No
estmago h a dissoluo de sua membrana e a liberao de quatro esporozotos. O
protozorio capaz de encistar tambm fora do trato gastrointestinal, como no trato
respiratrio, na conjuntiva do olho e no sistema reprodutor.
Os esporozotos possuem um complexo apical (roptrias, micronemas, anel polar, etc.) que
importante para sua aderncia s clulas epiteliais do intestino.
O Cryptosporidium se aloja nas clulas epiteliais atravs de um vacolo parasitforo
extracitoplasmtico. Este vacolo formado por uma expanso da membrana celular e
dos microvilos, que acabam por envolver completamente o parasito, assim o parasito fica
coberto por um complexo de vrias membranas de ambos os organismos.
Aps o estabelecimento dos esporozotos nas clulas epiteliais, ocorre a diferenciao em
trofozotos unicelulares. Ocorre ento a merogonia ou esquizogonia, que um processo de
muitas divises nucleares que produziro merozotos. Este processo forma 8 (oito)
merozotos alongados (tipo I) que so liberados no intestino e infectam outras clulas. Esta
segunda gerao capaz de formar quatro merozotos cada (tipo II). Os merozotos tipo II
so capazes de repetir o ciclo assexuado ou produzir gametcitos (gametogonia). A
gametogonia produz um macrogametcito e cerca de 16 microgametcitos. A unio destes
formar o zigoto que progredir para oocisto.
Normalmente estes oocistos possuem parede espessa e contm quatro esporozotos.
Estes oocistos so liberados no meio ambiente atravs das fezes, onde podem sobreviver
por meses. Porm alguns oocistos possuem parede delgada, que se rompe facilmente e
acabam por liberar os esporozotos dentro do hospedeiro, este processo chamado de
autoinfeco.
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Os principais sinais e sintomas da criptosporidiose so: diarria aquosa, fezes mucosas,
desidratao, perda de peso, anorexia, dor abdominal, febre, nuseas e vmitos. No
incomum acontecer tambm dores nas articulaes, mialgias, vertigens e at a sndrome
de Reiter (conhecida como artrite reativa) em crianas.
- Helmintos
Ascaris lumbricoides
Ascaridase, ascaridiose ou ascarase, popularmente conhecida como lombriga, uma
doena infecto-parasitria causada pelo Ascaris lumbricoides, nematide que parasita
principalmente o trato gastrointestinal humano, causando diversos sintomas de acordo
com o percurso desenvolvido pelas larvas durante sua migrao no organismo do
hospedeiro, at alcanar sua maturidade reprodutiva e chegar ao seu habitat natural. Sua
frequncia na populao varia em funo das condies climticas, ambientais, e do grau
de desenvolvimento socioeconmico, tendo alta prevalncia em pases em
desenvolvimento e, consequentemente, grande impacto na sade pblica e no meio social
e sanitrio desses pases. Trata-se de uma das principais helmintases, causadora na
maioria dos casos de uma infeco leve e benigna, mas que pode ocasionar, entretanto,
graves complicaes para o hospedeiro, como interferncia no seu estado nutricional,
desenvolvimento fsico e mental, sobretudo na populao infantil.
Os ovos eliminados pelas fmeas de Ascaris lumbricoides podem ser frteis ou infrteis.
Caso a fmea tenha sido fecundada pelo macho, os espermatozides acumulam-se nos
teros ou ovidutos e fertilizam os ovos. Os ovos frteis medem 60x45 micrmetros e tm
forma esfrica ou oval, contendo a clula germinativa no segmentada, alm de
apresentar alta resistncia quando liberados no meio ambiente. So sensveis a
temperaturas elevadas, ambiente seco e anaerobiose: sobrevivem por at dois anos em
temperaturas de 5 a 10C, mas podem morrer em poucos minutos em temperaturas acima
de 50C. Podem tambm sobreviver por at trs meses na ausncia de oxignio e por at
seis anos em solos midos e sombreados. Se no fecundadas as fmeas eliminam ovos
infrteis, os quais no podem evoluir posteriormente. Esses so mais alongados, com 80 a
90 micrmetros de comprimento, citoplasma granuloso e casca mais delgada. Ovos
infrteis aparecem nas fezes de indivduos com infeces unissexuais, ou seja, infectados
somente por fmeas, ou quando apresentam um grande nmero de fmeas jovens e no
fecundadas.
Os ovos de Ascaris lumbricoides so eliminados juntamente com as fezes do indivduo
infectado. Ao atingir um ambiente com temperatura entre 15 a 35C e umidade mnima de
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70%, em duas a oito semanas os ovos frteis originam larvas que sofrem mudas dentro da
casca. Esse perodo de embrionamento dos ovos ocorre no meio exterior e requer a
presena de oxignio. Forma-se inicialmente uma primeira larva, L1, dentro do ovo. Essa
apresenta um esfago com duas dilataes, sendo do tipo rabditide. Uma semana aps,
a larva L1 sofre muda, transformando-se em L2 e em seguida outra muda, transformando-
se em L3, a qual apresenta um esfago retilneo ou filariide. Essa larva L3, ou de terceiro
estgio, a forma infectante e pode permanecer vivel por vrios meses. Os ovos
contendo a forma infectante, ao serem ingeridos, tm sua casca amolecida no estmago e
sofrem ao dos sulcos digestivos no duodeno, onde liberam suas larvas. Essa ecloso
deve-se a fatores como temperatura, pH, presena de agentes redutores e concentrao
de CO2 no intestino do prprio hospedeiro. Ao serem liberadas, as larvas atravessam a
parede intestina, ao nvel do ceco, e por meio dos vasos linfticos ou veias do sistema
porta, alcanam o fgado em cerca de quatro a cinco dias. A partir da, atingem o corao
direito e os pulmes, nos quais realizam o ciclo pulmonar, cerca de quatro a cinco dias
aps a ingesto dos ovos. Nos pulmes, aps cerca de oito ou nove dias, as larvas L3
continuam sua evoluo e sofrem uma terceira muda, originando larvas L4, as quais
atravessam as paredes dos capilares alveolares e atingem os alvolos. J nos alvolos,
ocorre uma quarta muda, originado L5. Aps duas semanas, as larvas sobem pelos
bronquolos, brnquios, traquia e laringe, quando so expelidas ou deglutidas com as
secrees brnquicas at atingir o estmago e o intestino. A ltima muda ocorre no
intestino, jejuno geralmente, e origina larvas nas formas juvenis, as quais crescem e se
desenvolvem sexualmente em aproximadamente dois meses.
O Ascaris lumbricoides, na sua forma adulta, alimenta-se de produtos semi-digeridos no
intestino do hospedeiro, j que apresentam as enzimas necessrias para digesto de
protenas, carboidratos e lipdeos. Os scaris adultos so aerbios facultativos, porm,
normalmente no meio em que se encontram, seu metabolismo quase inteiramente
anaerbio. Eles realizam movimentos constantes para se manterem aderidos luz do
intestino, e tm uma longevidade mdia de dois anos. O ciclo biolgico do Ascaris
lumbricoides do tipo monoxnico, ou seja, possui um nico hospedeiro. A nica forma
infectante desse parasita o ovo embrionado contendo larvas de terceiro estgio, e a via
de penetrao no ciclo a oral.
A fase de invaso larvria geralmente assintomtica, mas quando h elevadas cargas
larvrias pode causar hepatomegalia e mais raramente ictercia. Durante a passagem das
larvas pelos pulmes ocorre a eosinofilia pulmonar aguda (Sndrome de Loeffler),
caracterizada por um quadro respiratrio de intensidade varivel no qual h presena de
tosse, dispnia, sibilos e dor retroesternal. Vermes adultos de Ascaris lumbricoides em
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grande nmero podem ocluir o intestino a partir da compactao e formao de um "bolo
de scaris". Podem, ainda, causar volvos (retoro do intestino) e intussuscepo
intestinal (invaginao de uma poro do intestino para dentro de outra).
Taenia solium e Taenia saginata
Tenases so infeces causadas pelos vermes adultos de platelmintos cestoides do
gnero Taenia. Os parasitas desse gnero so heteroxnicos, por possurem um
hospedeiro intermedirio e um definitivo. A Taenia saginata e a Taenia solium podem
habitar o intestino delgado do homem, tornando este o seu nico hospedeiro definitivo. A
Taenia solium, na sua forma larvar ou cisticerco, encontrada em rgos ou tecidos de
sunos, seus hospedeiros intermedirios. J a Taenia saginata tem como hospedeiros
intermedirios os bovinos. Os quadros mais observados no caso de infeces sintomticas
incluem manifestaes generalizadas do aparelho digestrio, podendo originar deficincias
nutricionais. Quando o homem ingere larvas de T. solium ocorre o desenvolvimento de
outra doena, denominada cisticercose humana.
A transmisso da tenase ocorre por meio da ingesto de carne crua ou malcozida, de
origem suna ou bovina, contaminada com os cisticercos de cada espcie de tnia.
Aps serem liberadas por um indivduo infectado para o meio exterior, as proglotes
grvidas cheias de ovos, se rompem por contrao da sua musculatura, ou decomposio
de sua estrutura pela dessecao, e liberam milhares de ovos no solo. Se mantidos em
condies adequadas de umidade e protegidos da luz solar, esses ovos podem se manter
infectantes por vrios meses.
O hospedeiro intermedirio, no caso da T. solium o porco, e no caso da T. saginata o
boi, ingere os ovos, os quais atingem o estmago, sofrem a ao da pepsina e passam a
ter sua casca amolecida pela ao conjunta da bile, do colesterol e da tripsina ao
chegarem ao intestino. O embrio hexacanto ento liberado, penetra na mucosa
intestinal com auxlio dos acleos, permanecendo a por aproximadamente quatro dias.
Aps esse perodo, penetram nas vnulas, atingindo as veias e os vasos linfticos do
mesentrio. Atingem a circulao e so transportados a muitos rgos e tecidos, at o
local de implantao, podendo se alojar em vrios locais, principalmente no crebro e nos
msculos de maior movimentao, como masseter, lngua e corao. O embrio pode
crescer at cerca de um cm e manter alguma quantidade de lquido em seu interior,
originando uma estrutura denominada cisticerco, no prazo de 10 ou 12 semanas. No caso
da T. solium, o cisticerco denominado Cysticercus cellulosae e no caso da T. saginata,
Cysticercus bovis, que pode sobreviver por at dois anos.
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Ao ingerir carne crua ou malcozida de porco ou boi contaminada, o homem adquire a
infeco. O cisticerco ingerido sofre ao do suco gstrico e atinge o duodeno. Na mucosa
do intestino delgado, aps evaginao, o cisticerco fixa-se por meio do esclex e a partir
da transforma-se numa tnia adulta, que pode atingir vrios metros de comprimento.
Aps trs meses do incio da infeco, as proglotes grvidas comeam a ser eliminadas.
As proglotes grvidas de T. solium so desprovidas de movimentos prprios, em virtude da
musculatura menos desenvolvida, sendo eliminadas passivamente com as fezes do
hospedeiro. A T. saginata apresenta uma capacidade locomotora maior, sendo possvel a
eliminao ativa de suas proglotes pelo nus e raramente pela boca do hospedeiro. Vrias
proglotes grvidas se desprendem do estrbilo diariamente. T. solium libera em uma nica
vez de trs a seis proglotes, enquanto a T. saginata libera de oito a nove.
Ao ingerir os ovos ou anis de T. solium, o homem assume o papel de hospedeiro
intermedirio e desenvolve a cisticercose. Nesse caso, o embrio penetra a mucosa
duodenal, atinge a circulao passa a localizar-se em rgos como crebro, olhos e tecido
celular subcutneo.
A tenase geralmente assintomtica. Como no h invaso das mucosas, a maioria das
manifestaes clnicas ocorrem devido a presena do verme no intestino associada
competio por nutrientes entre o parasito e o hospedeiro. Alm disso, a absoro dos
excretos do verme podem causar alguns sintomas como cefalia e irritabilidade. Sendo
assim, o sintoma mais comum a dor abdominal inespecfica, mas pode ocorrer tambm
nuseas, adinamia, perda de peso, alteraes no apetite, obstipao intestinal ou diarria
e prurido anal. Na tenase por T. saginata pode ocorrer sintomas abdominais agudos
devido a migrao das proglotes seguida por obstruo do apndice ou vias biliares e
pancreticas.
Schistosoma mansoni
O S. mansoni apresenta vrias fases no seu ciclo evolutivo, alm de dimorfismo sexual, e
cada uma possui suas prprias caractersticas:
Macho mede aproximadamente 1cm de comprimento; tem cor esbranquiada, com
tegumento recoberto de minsculas projees, as tubrculos; em sua poro anterior
apresenta as ventosas oral e ventral (acetbulo); na poro posterior encontrado o canal
ginecforo; apresenta ainda: esfago bifurcado ao nvel do acetbulo, ceco terminando na
extremidade posterior e sete a nove massas testiculares que se abrem no canal
ginecforo.
Fmea mede cerca de 1,5 cm de comprimento; apresenta cor mais escura, devido ao
ceco com sangue semidigerido, e tegumento liso; a poro anterior semelhante do
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macho; a posterior preenchida pelas glndulas vitelognicas e ceco; apresenta ainda:
vulva, tero (com um ou dois ovos) e ovrio.
Ovo mede por volta de 150m de comprimento por 60 de largura, possui formato oval e
um espculo voltado para trs; o ovo maduro usualmente encontrado nas fezes possui um
miracdio formado, visvel por causa da transparncia da casca.
Miracdio
Os mecanismos de transmisso so: autoinfeco externa ou direta (principal responsvel
pela cronicidade da doena), heteroinfeco ou primoinfeco, infeco indireta,
retroinfeco e autoinfeco indireta (o meio mais raro).
O hbitat do verme na fase adulta o intestino grosso e suas mediaes, vivem aderidos
mucosa ou livres na luz intestinal e alimentam-se do contedo intestinal. Eventualmente
so encontrados no apndice cecal.
As fmeas fecundadas produzem cerca de 11.000 (onze mil) ovos, de modo que seu tero
ocupa toda a regio entre o esfago e o incio da cauda. Parece muito bem fundada a ideia
de que os machos morrem aps a primeira cpula e so eliminados nas fezes. As fmeas
fecundadas se libertam do ceco e migram para a regio retal e anal. Elas atravessam o
nus do hospedeiro e depositam seus ovos na pele da regio perianal, onde causam
intenso prurido. Os ovos so liberados com a forma embrionria do helminto. Aps a
oviposio o ciclo de vida do verme chega ao fim e ele em alguns momentos este estar
morto. A durao mdia da vida desses vermes de 40 dias. A forma embrionria
conhecida como sendo o primeiro estgio desse verme. No interior do ovo (em condies
de anaerobiose) ele pode se desenvolver at o segundo estgio, conhecido como
giriniforme. Os terceiros e quarto estgio so encontrados dentro dos ovos na regio
perianal (em condies de aerobiose). O quinto estgio conhecido como larva rabditoide
e a forma infectante para o homem. Na regio perianal a maturao do ovo (at o quinto
estgio) acontece em mdia em quatro horas. Eles so muito sensveis a desseco,
resistindo em mdia 16 horas em regies secas. A protena presente na casca dos ovos
extremamente pegajosa e causa intenso prurido na pele, o que leva ao hospedeiro coar a
regio. Isto vai provocar a disseminao dos ovos para o prprio hospedeiro (autoinfeco)
ou para outras pessoas (heteroinfeco), atravs das mos contaminadas. Os ovos
aderidos na pele e nas roupas tambm se disseminam pelo ambiente, provocando
infeco de outras pessoas, mesmo distncia. Os ovos podem, ainda, ficar aderidos
roupa de cama e serem disseminados pelo ar quando este material for manejado. Ao
serem ingeridas, as larvas sofrem ao do suco gstrico e duodenal e eclodem no intestino
delgado do hospedeiro, onde liberam pequenas larvas, que vo evoluir para vermes
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adultos e migrar lentamente para o intestino grosso. No ceco os vermes reiniciam seu ciclo
biolgico.
O sintoma mais frequentemente encontrado o prurido anal intenso, predominantemente
durante a noite, quando h uma reduo da temperatura corporal (nus e regio perianal).
O prurido causado pela presena do ovo do verme na pele da regio perianal. A coceira
constante acaba por lesionar as estruturas perianais, podendo ser encontrado um nus
avermelhado, congesto e at mesmo recoberto por muco, que chega a ser sanguinolento.
Alguns pontos hemorrgicos podem ser encontrados na regio que sofreu o trauma. As
escoriaes produzidas na pele podem servir como porta de entrada para novas infeces.
Objetivo
O exame parasitolgico das fezes tem como objetivo a anlise das fezes para que seja analisado
parasitos intestinais, por meio da pesquisa das diferentes formas parasitrias.
Mtodos
Mtodo de Sheater ou Faust
Tem como finalidade exame coproparasitolgico qualitativo com princpio centrfugo-flutuao
para pesquisa de cistos e oocistos de protozorios intestinais.
Materiais
- Soluo B de acar
- Copos descartveis ou Becker
- Coador (tamis)
- Palitos de madeira
- Tubo de centrfugae centrfuga
- Lmina e lamnula
- Ala bacteriolgica
- Fezes
- Sulfato de zinco a 33%
- Lugol
Mtodo
Sheater
1. Utilizar 11 ml da soluo B com 1 g de fezes. Homogeneizar aos poucos a soluo
juntamente com as fezes em um copo plstico.
32
2. Coar com tamis para outro copo. Preencher o tubo de centrfuga, e levar para a centrfuga
por 10 minutos a 1600 rpm.
3. Flambar a ala bacteriolgica, esfriando em recipiente com gua.
4. Pegar uma gota da flutuao e pingar em uma lmina, cobrindo com a lamnula.
5. Observar no microscpio em objetiva de 100x.
Faust
1. Pegar 1 g de fezes e homogeneizar em 10 ml de gua em um copo plstico.
2. Coar com tamis para outro copo.
3. Colocar a suspenso no tubo de centrfuga e levar para a centrfuga 3x a 2500 rpm
durante 1 minuto, descartando o sobrenadante entre uma centrifugao e outra.
4. Homogeneizar tudo com 10 ml de sulfato de zinco e centrifugar novamente por 1 minuto a
2500 rpm.
5. Coletar 1 gota do sobrenadante com ala bacteriolgica e colocar na lmina, colocando
uma gota de lugol.
6. Observar no microscpio em objetiva de 100x.
Mtodo de Willis
Tem por finalidade o exame coproparasitolgico qualitativo com princpio de flutuao para
pesquisa de ovos de helmintos.
Materiais
- Soluo hipersaturada de cloreto de sdio
- Copos descartveis
- Coador (tamis)
- Gaze
- Palitos de madeira
- Borel
- Placa de Petri
- Lminas e lamnulas
- Fezes
Mtodo
1. Pegar 3,0 gramas de fezes e homogeneizar em 40 ml de soluo de NaCl em um
copo plstico.
2. Coar com tamis e gaze para outro copo.
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3. Sobre uma placa de Petri, preencher um borel com a suspenso de fezes coadaat
formar um menisco convexo na borda do borel.
4. Colocar a lmina sobre o menisco, com cuidado para no formar bolhas, deixando
a lmina em repouso de 10 a 15 minutos.
5. Cobrir com lamnula e observar no microscpio em objetiva de 100x.
Mtodo de Hoffman
Tem por finalidade exame coproparasitolgico qualitativo com princpio de sedimentao para
pesquisa de ovos de helmintos.
Materiais
- gua
- Copos descartveis
- Coador (tamis)
- Gaze
- Palitos de madeira
- Clice de sedimentao
- Pipeta Pasteur
- Lminas e lamnulas
- Fezes
Mtodo
1. Pegar de 5 a 10g de fezes e homogeneizar em 250 a 300 ml de gua.
2. Filtrar a suspenso de fezes para um clice de sedimentao e aguardar cerca de
25 minutos.
3. Desprezar 2/3 do sobrenadante.
4. Acrescentar gua at a borda do clice e aguardar cerda de 25 minutos. Repetir o
procedimento at a soluo ficar limpa.
5. Pipetar o sedimento para a lmina, cobrindo com a lamnula.
6. Observar no microscpio em objetiva de 40x.
Concluso
Sendo o exame parasitolgico de fezes um dos mais solicitados na rotina laboratorial, de
extrema importncia o entendimento dos princpios, aplicao e indicao dos diversos mtodos
34
parasitolgicos disponveis para o diagnstico dos parasitos intestinais. Tambm devemos estar
atentos quanto ao perodo de exposio e de analise a ser realizado com a amostra.
Imunologia
Beta-HCG Ltex
Finalidade do teste
Sistema para deteco qualitativa da gonadotrofina corinica humana (hCG) por
aglutinao direta do ltex em amostras de urina, usando partculas de ltex revestidas com
anticorpo monoclonal. Somente para diagnostico in vitro.
Significado clnico
A gonadotrofina corinica humana um hormnio glicoproteico produzido pela placenta
durante a gravidez. Homens sadios e mulheres sadias no-gravidas no possuem nveis de HCG
detectveis.
Normalmente, encontra-se presente no soro e urina de mulheres gravidas aps o stimo
dia da concepo. O HCG secretado 6 a 8 dias aps a concepo, aumentado rapidamente ate
um pico de 50.000 a 200.000 um/mL na 6 a 8 semana. A partir de ento, sua concentrao
comea a cair, atingindo aps a 20 semana, um plateau de 5.000 a 20.000 um/mL para o
restante da gravidez.
Alm da gravidez, valores altos de HCG podem ser encontrados em enfermidades
trofoblsticas de origem gestacional e no gestacional. Essas situaes devem ser identificadas
antes de se fazer o diagnostico de uma gravidez.
Procedimento
1. Pipetar 25 L da urina do paciente em umas das reas da placa de reao.
Emoutras duas reas da placa de reao, colocar uma gota do Controle Positivo e
uma gota do Controle Negativo.
2. Adicionar 25 L do Ltex HCG (bem homogeneizado) as reas de reao,
contendo a urina Teste, o Controle Positivo e o Controle Negativo. Usando palitos
distintos, misturar bem a urina com o ltex. Inclinar a placa de reao, lenta e
cuidadosamente, para frente e para tras, com movimentos oscilatrios em planos
35
diferentes, por 2 minutos. Pode-se utilizar um mixer com uma rotao de 100 rpm
por 2 minutos. Aps os 2 minutos realizar a leitura dos resultados sobre uma luz
artificial para verificar presena ou no de aglutinao macroscpica.
Resultados
Positivo
Aglutinao visvel (ntida), indicando presena de hCG na amostra analisada em
concentraes superiores a 200 mUl/mL.
Negativo
Ausncia de aglutinao, indicando presena de hCG na amostra analisada em
concentraes inferiores a 200 mUl/mL (200UI/L).
Chagas - HAI
Finalidade
Eritrcitos de aves estabilizados, sensibilizados com componentes antignicos do
Trypanossoma cruzi altamente purificados, mostram aglutinao quando reagem com anticorpos
contra esses antgenos presentes no soro do paciente.
Importncia clnica
A doena de Chagas ou Tripanossomase Americana uma infeco endmica, de
evoluo essencialmente crnica, causada por um protozorio, o Trypanossoma cruzi, e
transmitida ao homem por um inseto, o triatomneo.
Imunologicamente, 3 estgios podem ser considerados: agudo, latente ou indeterminado e
crnico. Na fase aguda, verificam-se febre, miocardiopatia, linfoadenopatia, hepatoesplenomegalia
e parasitemia. A multiplicao intracelular dos parasitas nos msculos lisos e estriados e clulas
do sistema retculo endotelial acarreta a formao de pseudocistos. Na fase intermediria ou
latente no h sintomas. A doena pode evoluir para a fase crnica com sinais de miocardiopatia,
degenerao das clulas ganglionares do sistema nervoso central e perifrico, hipertrofia e
dilatao de certos rgos, tais como esfago e clon.
Pelos altos ndices de prevalncia e morbidade, ela se tornou um dos maiores problemas
de sade pblica em toda a Amrica Latina.
Como a minoria dos indivduos com sorologia positiva para T. cruzi desenvolve evidncias
clnicas da doena crnica, as informaes prestadas pelo laboratrio clnico tornam-se decisivas
no diagnstico etiolgico.
36
Vrios so os mtodos utilizados para o diagnstico da doena de Chagas: reao de
fixao de complemento, aglutinao, precipitao, imunofluorescncia, hemaglutinao e
imunoenzimtico.
Destes, os mais utilizados so reaes de hemaglutinao indireta (HAI), as reaes de
imunofluorescncia indireta (IFI) e os imunoenzimticos (ELISA).
Materiais
suspenso de hemcias sensibilizadas
soluo diluente
2-mercaptoetanol
soro controle positivo
soro controle negativo
amostra/soro
tubos
pipetas
placa de microtitulao
Mtodo
1. Colocar a placa de microtitulao sobre um pano mido para neutralizar as foras
eletrostticas.
2. Pegar 10ml da soluo diluente e acrescentar 70l de 2-mercaptoetanol.
3. Diluir em um tubo de ensaio 10l da amostra com 0,31ml da soluo diluente com
2-mercaptoetanol preparada anteriormente.
4. Pipetar 50l do soro controle positivo, negativo e da diluio da amostra nas
respectivas cavidades da placa, sugere-se A1 controle positivo, A2 controle
negativo e A3 amostra testada.
5. Adicionar 25l da suspenso de hemcias sensibilizadas em cada cavidade.
6. Agitar a placa por vibrao mecnica ou batendo, com os dedos nas bordas da
placa por 3 a 4 minutos. Deixar em repouso por 1 a 2 horas em temperatura
ambiente, em local livre de vibraes. Fazer a leitura
Resultado
Reao negativa: quando as hemcias depositam no fundo da cavidade formando um
boto.
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Reao positiva: quando as hemcias se depositam no fundo da cavidade como um
tapete, as vezes com bordas irregulares.
Fator Reumatide - Ltex
Finalidade
Sistema para determinao qualitativa e semiquantitativa, em lminas, dos fatores
reumatoides em soro. Somente para uso diagnstico in vitro.
Significado clnico
Soro com teores de fatores reumatoides superior a 8 U.I/mL levam a aglutinao do ltex,
o que evidenciado pela formao de grumos finos ou grosseiros.
A positividade de fator reumatoide em pacientes portadores de artrite reumatoide oscila
entre 70% e 85 %.
Fator reumatoide est presente em numerosas patologias onde o sistema imunolgico
altamente estimulado. Citam-se endocardite bacteriana subaguda, malria, sfilis, tuberculose,
hepatite crnica, hansenase (lepra), leishmaniose, sarcoidose, mononucleose infecciosa, calazar,
linfomas, macroglobulinemia, poliarterite nodosa, lpus eritematosos sistmico, leucemia mieloide
crnica, infeco viral crnica e doenas autoimunes.
A presena de fator reumatoide no estabelece o diagnostico de artrite reumatoide, bem
como a sua ausncia no o afasta.
Materiais
kit reagentes ( FR -Ltex, controle positivo, controle negativo, lmina e hastes para
homogeneizao);
tubos de ensaios
pipetas semiautomticas de 25 uL e 200 uL;
ponteiras descartveis;
cronometro
amostra (soro)
Procedimento
Teste Qualitativo
1) utilizar soro no diludo;
38
2) os reagentes e amostras devem ser ambientados antes da realizao do teste. a
sensibilidade do reagente diminui em temperatura baixas;
3) adicionar ao primeiro crculo da 25 uL de soro, ao segundo do controle positivo e ao
terceiro 25 uL do controle negativo;
4) Homogeneizar o FR Ltex e adicionar 25 Ul do mesmo em cada circulo;
5) Homogeneizar as duas gotas, com uma haste plstica. Utilizar uma haste para cada
teste;
6) Imprimir movimentos circulares lmina durante 2 minutos.
7) Fazer a leitura com a seguinte interpretao.
Resultados
Teste positivo: ntida aglutinao.
Teste negativo: suspenso homognea.
Valores de Referncia: Inferior a 8 U.I /ml
Teste Semiquantitativo
1) Rotular 6 tubos de 1 a 6;
2) Colocar, a partir do tubo 1, 200 uL de soluo fisiolgica (salina);
3) Transferir 200 uL de soro para o tubo 1, homogeneizar, transferir para o tubo 2, e assim
sucessivamente, at o tubo 6.
4) Teremos ento as diluies que se seguem, com as respectivas equivalncias.
TUBO
1 2 3 4 5 6
Diluio Soro
no
diludo
1:2 1:4 1:8 1:16 1:32 1:64
FR.
U.I/mL
8 16 32 64 128 256 512
Resultado
39
Proceder ao teste como descrito para teste qualitativo. Ser considerada positiva a maior
diluio da amostra que apresentar aglutinao. Expressar o resultado em U.I /mL
HIV
A sigla AIDS significa Sndrome da Imunodeficincia Adquirida, O vrus da AIDS
conhecido como HIV e encontra-se no sangue, no esperma, na secreo vaginal e no leite
materno das pessoas infectadas com o vrus.
Fundamentos do mtodo
Os poos da policubeta esto recobertas com antgenos recombinantes dos vrus HIV-1 e
HIV-2. A amostra incubada nos poos, se ela contm anticorpos contra HIV-1 ou HIV-2 ocorrer
a unio com os antgenos sensibilizados na policubeta. O material no unido deve ser removido
por lavagem. No passo seguinte adicionado o conjugado, que contm os mesmos antgenos do
que a policubeta, conjugados com peroxidase. Se a amostra contm os anticorpos, ser unido o
conjugado. O conjugado no unido removido por lavagem. A seguir adicionada uma soluo
contendo tetrametilbenzidina e perxido de hidrognio. As amostras reativas desenvolvero cor
azul claro que se torna amarela quando a reao parada com cido sulfrico.
Significado clnico
Os vrus da imunodeficincia humana (HIV-1 e HIV-2) so os agentes causadores da
Sndrome da Imunodeficincia Adquirida (SIDA). Estes retrovrus so transmitidos pela exposio
a certos fludos corporais infectados, principalmente secrees genitais e sangue ou produtos
contaminadosderivados do sangue e por passagem atravs da placenta A evidncia sorolgica da
infeco por HIV-1 e HIV-2 pode ser obtida determinando a presena de antgenos e anticorpos
no soro de indivduos nos quais suspeita infeco. Os antgenos podem, geralmente, ser
detectados na fase agudae durante a fase sintomtica da enfermidade. Os anticorpos podem ser
detectados ao longo de toda a infeco, comeando na fase aguda ou imediatamente depois dela.
O ensaio de HIV 1+2 ELISA 3 Generacin foi desenvolvidopara detectar anticorpos contra HIV-1,
HIV-1 grupo O e HIV-2.
Procedimento
Amostra (Soro ou plasma).
40
1- Levar os reagentes e amostras a temperatura ambiente antes de iniciar a prova.
2- Preparar o volume necessrio de Tampo de Lavagem diludo.
3- Colocar no suporte de tiras, a quantidade de poos requeridos para a quantidade de
determinaes a serem realizadas, incluindo 2 poos para o Controle Positivo (CP) e 3 para o
Controle Negativo (NC).
4- Colocar a Amostra (A) e os controles de acordo com o seguinte esquema:
A CP CN
Controle Positivo --- 50L ---
Controle Negativo --- --- 50L
Amostra 50L --- ---
Conjugado 100L 100L 100L
Revelador 100L 100L 100L
Stopper 100L 100L 100L
5- Para evitar a evaporao, cobrir a policubeta com fita adesiva fornecida e incubar
durante 30 2 minutos a 37C 1oC.
6- Depois da incubao, eliminar o lquido de cada poo por completo, lavar 5 vezes
segundo as instrues de lavagem (VIDE PROCEDIMENTO DE LAVAGEM)
7- Acrescentar o Conjugado;
8- Para evitar a evaporao, cobrir a policubeta com fita adesiva. Incubar durante 30 2
minutos a 37oC 1oC.
9- Lavar 5 vezes segundo as instrues de lavagem.
10- Colocar o Revelador transvasando a um recipiente limpo somente o volume
necessrio. No voltar o Revelador remanescente ao frasco original. Evitar o contato do reagente
com agentes oxidantes.
11- Incubar durante 30 2 minutos a temperatura ambiente (18-25oC), protegido da luz.
12- Acrescentar o Stopper;
13- Ler a absorbncia em espectrofotmetro em forma bicromtica a 450/600-650 nm ou a
450 nm.
Nota: recomenda-se realizar sempre a leitura em forma bicromtica. Caso a leitura for
monocromtica, realizar um branco de reagentes que dever ser subtrado das leituras das
amostras
Interpretaes dos resultados
a) Com instrumental ptico
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A presena ou ausncia de anticorpos anti-HIV-1 ou HIV-2 determinada relacionando a
absorbncia da amostra com o valor do Cut-off.
Cut-off = CN + 0,250 CN: promdio das D.O. do Controle Negativo
Exemplo: 0,018 + 0,250 = 0,268
Amostras No Reativas: so consideradas aquelas com absorbncias menores ao valor
Cut-off.
Amostras Reativas: so consideradas aquelas com absorbncias maiores ou iguais ao
valor Cut-off.
b) Interpretao visual
Se escolhido este tipo de interpretao, deve ser considerada No Reativa toda amostra
que no apresente uma cor maior do que aquela dos Controles Negativos. Pelo contrrio, uma
amostra nitidamente amarela considerada
Reativa. Toda amostra inicialmente reativa, deve ser repetida por duplicado. Se uma ou
ambas repeties fossem positivas, a amostra deve ser considerada reativa. Uma amostra
inicialmente reativa pode ser no reativa nas duas repeties. Isto pode ser devido :
- Contaminao cruzada de um poo no reativo por uma amostra reativa.
- Contaminao da amostra durante a dispensao, impreciso no dispensado da amostra,
Conjugado e/ou Revelador no poo.
- Reutilizao de ponteiras.
- Contaminao do poo com hipoclorito ou outros agentes oxidantes.
Em certos casos, uma amostra no reativa pode apresentar uma reao falsamente
reativa, tanto na anlise inicial como em suas repeties. Algumas causas destes fenmenos
podem ser:
- Contaminao de uma amostra durante sua extrao, processamento ou conservao.
- Presena de substncias interferentes, tais como autoanticorpos, frmacos, etc.
- Dispensao e / ou aspirao ineficiente da soluo de lavagem (sistema obstruido).
Teste VDRL
Introduo
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A sfilis uma doena infecciosa humana produzida por uma espiroqueta, o Treponema
pallidum. Ela primeiramente uma doena transmitida sexualmente. Outras possveis viam de
transmisso a transfuso de sangue infectado, hoje praticamente eliminada atravs de triagem
sorolgica de rotina, e a perinatal (sfilis congnita) transmitida in tero, pelos treponemas
procedentes da me infectada para o feto em desenvolvimento.
Clinicamente, aps um perodo de incubao que varia de 10 a 90 dias, pois
inversamente relacionado com a quantidade do inoculado, ocorre, em 85% dos pacientes, o
surgimento de um cancro, que uma leso solitria e indolor, caracterizando a sfilis primaria.
Aproximadamente 4 a 10 semanas aps o aparecimento do cancro, surgem
frequentemente sintomas como perda de peso, cefalia, anorexia, mialgia, artralgia, mal-estar,
febre baixa, linfodenopatia generalizada e exantema (presente Treponema pallidum in tero em 75
a 100% dos casos), o que caracteriza a sfilis secundria. Podem ocorrer tambm neste estgio
manifestaes de comprometimento do sistema nervoso central. Aps as manifestaes primrias
ou secundrias, ocorre o perodo conhecido como sfilis latente, caracterizado por testes
sorolgicos positivos e ausncia de achados clnicos. Pode ter durao de 1 a 2 anos. Sem
tratamento, cerca de um tero dos pacientes apresenta sfilis terciria, que pode manifestar-se
como goma (15%), sfilis cardiovascular (10%) ou neurossfilis (8 a 10%).
Os testes sorolgicos para sfilis so classificados como no-treponmicos, usados mais
comumente para a triagem, como o VDRL e o, e treponmicos, usados como testes confirmatrios
para os soros reativos nos testes de triagem, como o, (Veneral Disease Research Laboratory) e
o RPR (Rapid Plasma Reagin) e treponmicos, usados como testes confirmatrios para os soros
reativos nos testes de triagem, como o TPHA (Treponema pallidum Hemagglutination) o FTA-
Abs (FluorescentTreponemalAntibodyAbsorption) e ELISA (Enzyme-LinkedImmunosorbentAssay).
Objetivo
O VDRL um teste de floculao, no-treponmico, para diagnstico da sfilis, atravs da
pesquisa de anticorpos no soro, plasma ou lquido cefalorraquidiano (LCR), com a grande
vantagem sobre o VDRL clssico por consistir em uma suspenso estabilizada e pronta para uso.
Princpio do Mtodo
Quando a suspenso antignica do VDRL misturada com o soro, plasma ou lquido
cefalorraquidiano (LCR) que contenham anticorpos (reaginas), as partculas de antgeno floculam
e o resultado da reao observado ao microscpio. A ausncia de floculao indica resultado
negativo.
Materiais necessrios
43
Tubos de ensaio para diluio e titulao
Pipetas sorolgicas
Estante para tubos e rack de ponteiras
Recipiente para descarte de material
Placa escavada
Salina a 0,9%
Amostra
Soro ou plasma no inativados e lquido cefalorraquidiano (LCR), livre de hemlise, lipemia
e contaminao. Em caso de necessidade, as amostras podem ser conservadas no mximo por 4
a 6 semanas a -20 C.
Procedimento
Teste qualitativo
Objetivo: para triagem e eliminao das amostras no reagentes.
1. Pipetar 50 l das amostras e soros controles nas cavidades da placa escavada.
2. Pipetar 20 l da suspenso antignica homogeneizada nas mesmas cavidades das
amostras. No necessrio misturar esses dois componentes.
3. Agitar a placa durante 4 minutos a 180rpm.
4. Imediatamente aps os 4 minutos, observar ao microscpio.
OBS: Para evitar o efeito de pr-zona sugerimos que o teste qualitativo seja realizado com
soro, plasma ou lquido cfalo- raquidiano (LCR) puro e diludo.
Resultados das leituras
Reao Negativa: AUSNCIA de agregados. Aspecto homogneo.
Reao Fracamente Positiva: PRESENA de pequenos agregados dispersos.
Reao Positiva: PRESENA de mdios e grandes agregados.
Teste semiquantitativo
1. Fazer diluio da amostra em soluo salina a 1/2, 1/4, 1/8, 1/16, 1/32 e mais se
necessrio.
44
2. Pipetar 50 l de cada diluio em cada cavidade da placa escavada.
3. Pipetar 20 l da suspenso antignica homogeneizada em cada diluio. No
necessrio misturar.
4. Agitar a placa durante 4 minutos a 180rpm.
5. Imediatamente aps os 4 minutos, observar ao microscpio.
Ttulo da amostra
Ser o da ltima diluio onde, ainda, se visualiza a presena de agregados.
Interpretao
Podem ocorrer reaes falso-positivas com o VDRL em condies como: imunizaes,
infeces, gravidez, malria, doenas auto-imune (lpus eritematoso sistmico etc.), doenas
malignas etc. Se o VDRL for positivo deve-se realizar um teste confirmatrio, especfico para
treponema.
PCR Ltex
Introduo
A Protena C Reativa (PCR) juntamente com a velocidade de hemossedimentao (VHS) e
as mucoprotenas fazem parte das chamadas reaes de fase aguda, que quando alteradas
caracterizam atividades inflamatrias inespecficas, auxiliando o diagnstico e o controle evolutivo
da inflamao.
A PCR aparece muito precocemente no soro de pacientes afetados por uma variedade de
processos inflamatrios e necrose de tecidos, tais como infeces bacterianas, doena reumtica
aguda, infarto de miocrdio, certas doenas virais, tuberculose pulmonar ativa, artrite reumatoide
e neoplasia maligna.
O aumento da PCR uma resposta inespecfica atividade inflamatria, sendo suas
caractersticas mais marcantes o aparecimento precoce, vem como o seu rpido desaparecimento
( 1 a 2 semanas).
Objetivo
Pesquisar PCR, em amostras de soro, usando-se partculas de ltex revestidas com
anticorpo monoclonal anti-PCR por aglutinao indireta.
Procedimento
45
a) Teste qualitativo
1.Pipetar 25l do soro do paciente em uma rea do carto-teste.
2. Homogeneizar a suspenso de ltex (1) e pipetar 25 l na mesma rea da amostra.
3. Misturar muito bem o soro com o ltex, espalhando-se cuidadosamente com uma vareta
plstica.
4.Atravs de movimentos suaves de rotao, sob uma boa fonte de luz, observar durante 2
minutos a formao de uma eventual aglutinao.
Observao: Para cada srie de testes devem se fazer controles positivo e negativo para
verificar a correta execuo da tcnica e o estado de conservao dos reativos.
Efeito pr-zona pode ocorrer em concentraes superiores a 400 mg/litro. Se houver
suspeita de nveis superiores a este, a amostra dever ser diluda.
Resultados das leituras
Resultado Positivo: Aglutinao ntida. Concentrao igual ou superior a 6 mg/litro.
Resultado Negativo: Total ausncia de aglutinao. Concentrao inferiora6mg/litro.
Observao: A sensibilidade do teste de 6 mg/litro. Portanto, consideram-se soros
negativos os que possuam menos que 6 mg/litro.
b) Teste Semiquantitativo:
1. Diluir o soro do paciente em salina (NaCl a 0,9%) 1:2, 1:4, 1:8, 1:16 e mais, se
necessrio.
2.Pipetar 25l de cada diluio em cada rea do carto-teste.
3.Homogeneizar a suspenso de ltex (1) e pipetar 25l em cada rea onde se encontra a
diluio daamostra.
4. Misturar muito bem o soro com o ltex, espalhando-se cuidadosamente com uma vareta
plstica (uma para cada diluio).
5.Atravs de movimentos suaves de rotao, sob uma boa fonte de luz, observar durante 2
minutos a formao de aglutinao. O ttulo da amostra corresponder a maior diluio em que
ocorrer aglutinao. A concentrao de PCR ser dada pelo seguinte clculo:
Concentrao (mg/litro)=6 x D,onde6asensibilidade do teste e D, a maior diluio que
apresenta aglutinao.
Exemplo: Se o ttulo obtido for 1:8, a concentrao aproximada de PCR existente na
amostra ser: 6x8= 48 mg/litro.
46
Toxoplasmose
Objetivo
O exame laboratorial baseado na pesquisa da presena do parasito ou presena de
anticorpos especficos. Na toxoplasmose podem ser identificadas duas formas distintas: a
congnita e a adquirida.
Procedimentos
Teste qualitativo:
1. Colocar a placa sobre um pano mido para neutralizar as foras eletrostticas.
2. Usar 1 cavidade da placa por amostra, incluindo sempre os controles positivo e
negativo, prontos para o uso.
3. Pipetar 25L do soro controle positivo, negativo e da diluio 1/32 de cada amostra
nas respectivas cavidades da placa.
4. Adicionar 25L da suspenso homognea de hemcias em cada cavidade.
5. Agitar a placa por vibrao mecnica (agitador da placa) ou batento com os dedos
nas bordas da placa por 3 a 4 minutos.
6. Deixar em repouso por 1 a 2 horas em temperatura ambiente, em local livre de
vibraes.
7. Fazer a leitura.
Interpretao
Soros que do reao negativa so informados como no reagentes, significam
ausncia de infeco atual ou pregressa para toxoplasmose. Nos casos em que ocorre reao
negativa, mas com suspeita clnica de toxoplasmose, deve-se repetir o teste aps alguns dias,
pois pode tratar-se de perodo pr-sorolgico. Todos os soros que apresentam reao positiva
devero ser testados quantitativamente para determinao da fase da doena.
Teste semiquantitativo
1. Partir de uma diluio do soro de 1/32 conforme terceiro item do teste qualitativo.
2. Pipetar 25L da soluo diluente a partir da segunda cavidade da placa at a
diluio que se pretende estudar.
3. Transferir 25L da diluio do soro 1/32 para a primeira e segunda cavidade.
Homogeneizar bem o soro com diluente na segunda cavidade (diluio 1/64) e
47
transferir 25L para a terceira cavidade (diluio 1/128) e assim sucessivamente,
desprezando 25L no final.
4. Pipetar 25L da suspenso homognea de hemcias em todas as cavidades.
5. Agitar a placa por vibrao mecni