Manejo e Conservação do Solo

Autores: Penha Souza Silva Matheus Venturini Almeida

Atividade 1 – Questões para discussão

1- O que é solo? Será que o solo que você pisa foi sempre assim?

2- Quais são os usos que podemos fazer do solo?

3- Aponte uma situação que mostre a importância do solo: a) para as plantas, b) para os animais, c) para os homens.

Introdução

A vida humana e dos animais domésticos está diretamente associada a alguns materiais que são indispensáveis à subsistência. O ambiente adequado à sobrevivência deve ter ar puro, água e alimentos. O ar fornece o oxigênio necessário para satisfazer uma das funções orgânicas básicas que é a respiração. A água potável satisfaz às necessidades hídricas e os alimentos são os combustíveis para o corpo. A fonte fornecedora desse combustível, que faz a máquina-homem ou animal viver, caminhar e exercer outras atividades é o solo. É desse ambiente que o homem retira direta ou indiretamente o seu alimento. O solo deve ser fértil, para atender às demandas da população, em quantidade e qualidade. Se o solo for deficiente em alguma substância química, as plantas nele cultivadas serão carentes dessa substância.

Formação do solo

O solo surgiu a partir da decomposição das rochas e resulta de algumas mudanças lentas que ocorrem nas mesmas. O seu processo de formação varia de região para região, conforme o tipo de clima, a presença de seres vivos e o tipo de rocha.

Todo este processo leva muito tempo para ocorrer. Calcula-se que cada centímetro do solo se forma num intervalo de tempo de 100 a 400 anos! Os solos usados na agricultura demoram de 3000 a 12000 anos para se tornarem produtivos.

Sua composição é variável, pois o solo é formado pelo intemperismo do material original, que vai passando por transformações naturalmente ou por ação antrópica ao longo do tempo. O processo de decomposição rochosa que dá origem ao solo é o Intemperismo. Ele pode ser físico, as variações de temperatura causam as fraturas nas rochas; químico, quando a água da chuva provoca as infiltrações e ataca os minerais e biológico, quando os seres vivos provocam as alteraçoes.

Constituição do solo

Quais são os componentes do solo?

O solo é constituído essencialmente por matéria mineral, matéria orgânica, água e ar. É considerado um sistema trifásico, pois se divide em três frações.

Os minerais originados das rochas estão presentes no solo sob várias formas e tamanhos. Alguns formam partículas tão pequenas que são quase impossíveis de

serem vistas a olho nu. A textura do solo é determinada pelo tamanho e quantidade dos minerais presentes.

A matéria orgânica presente no solo é outro componente importante para vida de animais e plantas. É constituída por restos de plantas e outros organismos, em estado mais ou menos avançado de decomposição (devida essencialmente à atividade de microrganismos). Esta se acumula principalmente na superfície dos solos, facilitando assim a penetração das raízes, a retenção da água e o arar dos solos. É rica em nutrientes, como o nitrogênio e o enxofre, que são fundamentais às plantas.

A matéria orgânica que sofreu intensa decomposição através de processos químico e biológico e atingiu certo grau de estabilidade é designada por húmus, uma camada de cor escura e heterogênea.

A água e o ar também compõem o solo e estão localizados em espaços vazios denominados poros. São responsáveis pela hidratação e respiração de plantas e animais.

A água desempenha uma ação fundamental na formação do solo e é indispensável à vida das plantas. A quantidade de água é variável devido à precipitação e irrigação, à textura, estrutura, relevo e teor em matéria orgânica. A água do solo contém grande variedade de substâncias dissolvidas, motivo pelo qual é denominada de solução do solo.

O ar do solo ocupa os espaços não preenchidos pela água e é constituído por nitrogênio, oxigênio e vapores de água, podendo encontrar-se ainda outros gases em quantidades muito pequenas, provenientes do metabolismo microbiano.

O ar apresenta um papel importantíssimo para a manutenção da vitalidade dos solos, que influi sobre a intensidade das reações químicas e biológicas que se processam nos mesmos, sendo também indispensável na respiração das raízes das plantas.

Formação do solo - editado de www.proenc.iq.unesp.br/index.php (Acesso em: 2/01/2010)

I – A rocha começa a ser quebrada pela ação do clima em pedaços cada vez menores.

II – Pequenos vegetais, além de microrganismos se estabelecem na fina camada de solo, contribuindo para sua transformação.

III – Solo raso: a decomposição dos restos de seres origina o húmus (na superfície) argilas e sais minerais são carregados para camadas mais profundas junto com a água que infiltra no solo.

IV – Todo esse processo dá origem ao solo maduro, profundo, formado por camadas de composição e aspecto diferente: os horizontes.

Assim como o ar e a água, o solo é muito importante na vida de todos os seres vivos do nosso planeta, pois é dele que retiramos parte dos nossos alimentos, criamos nossos animais, construímos nossas casas, etc.

O solo funciona como alicerce de toda a vida terrestre. Os micro e macro nutrientes, assim como boa porção da água que as plantas necessitam, estão presentes nele.

Além de ser a fonte de produção de comida, o solo é o receptor de grande quantidade de poluentes tais como material particulado proveniente de usinas geradoras de energia, fertilizantes, pesticidas e outras substâncias aplicadas no solo.

O solo é um sistema aberto que sofre contínua troca de matéria e energia com a atmosfera, hidrosfera e biosfera. Sua composição é feita por camadas. Ao fazer um corte conseguimos identificar cada parte pela tonalidade, agregação, composição, etc. Essas camadas são diferenciadas por sua natureza física, química, mineralógica e biológica.

Camadas do solo - www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo

/Solo9.php (Acesso em: 13/01/10)

Camada A – É denominada camada fértil. Ela é rica em húmus e, por isso, é considerada a melhor para o plantio,

Camada B - Rica em sais minerais constituídos de calcário, argila e areia.

Camada C – Constituída pelas rochas parcialmente decompostas.

Camada D – Rocha consolidada ou rocha matriz. É constituída pelas rochas que estão inicialmente começando a se decompor.

Atividade

1 - Como se dá o processo de formação do solo e qual é o nome desse processo?

2 - Qual o principal emprego do solo? É possivel as plantas sobreviverem em outro local?

Tipos de solos

Os solos podem ser classificados em: arenoso, argiloso, humoso e calcário.

Solo Arenoso: É formado principalmente por cristais de quartzo e óxido de ferro. Existe no mínimo 70% de areia na sua composição. Tem boa aeração e os grãos de areia muito grande facilitam o escoamento da água o que torna este solo pouco úmido dificultando a sobrevivência das plantas e microrganismos. É um solo muito presente no nordeste brasileiro.

Solo arenoso - www.jardicentro.pt/itens/ambientar/compostagem/terra-para-corrigir.jpg

(Acesso 18/01/10)

Solo argiloso: É um solo que permite maior absorção de água. Isto ocorre porque os grãos de argila são menores do que os de areia dificultando o escoamento da água. É o que o torna fértil para a prática da agricultura, principalmente, para a cultura de café. É rico em óxidos de alumínio e ferro, por isso aquele solo avermelhado mais conhecido como terra.

Solo argiloso - www.ribeiraopreto.sp.gov.br/turismo/parque/images/tre.jpg (Acesso

18/01/10)

Solo humoso: É rico em húmus que é a matéria orgânica depositada no solo, resultante da decomposição de animais e plantas mortas ou de seus subprodutos. Tal composição o torna fértil, condição ideal para o desenvolvimento de vegetal. Devido

ao húmus, esse solo retém bastante água, tem considerável aeração e porosidade e pode ser identificado pela sua coloração escura. Os grãos que o compõem apresentam tamanhos variáveis, o que faz a retenção da água.

Solo humoso -

http://2.bp.blogspot.com/_reh6H4QcsxU/SFF11hhsZ2I/AAAAAAAAABk/BX-I3oMUV_I/s320/solo%2Bargiloso.jpg (Acesso em: 18/01/10)

Solo calcário: Apresenta elevada quantidade de calcário. Não é um solo indicado para cultivo. Este solo é utilizado para fertilização de solos que serão destinados ao cultivo. É desse solo que se produz o cal usado na correção da acidez dos solos e o cimento. Este solo é encontrado nas regiões do deserto o que o caracteriza como sendo seco.

Solo calcário - www.drapc.min-

agricultura.pt/images/documentos/carta_solos_aveiro_12.jpg (Acesso em: 18/01/10)

Atividade

1 - Qual é o melhor tipo de solo solo destinado ao plantio? E para a criação de animais?

2 - O que torna o solo arenoso pouco úmido?

3 - Por que o solo argiloso apresenta maior quantidade de água que o arenoso?

Perda de Solo e Degradação

A busca por uma vida sedentária levou o homem à busca de alimentos para sua subsistência e da família. Com a retirada da manta vegetal que cobre o terreno, o homem expõe o solo à ação direta da água da chuva e/ou vento que, pela ação erosiva provoca o seu desgaste, portanto, a perda de nutrientes indispensáveis às culturas.

A terra arrastada pelas enxurradas deposita em leito dos rios e de reservatórios e, após uma chuva forte, ocasiona inundações provocando danos ambientais.

A erosão pode ocorrer pela ação da água ou do vento, embora a água seja a mais importante responsável pela perda de solo pelo arraste dos rios.

Existem algumas soluções para mitigar a erosão como plantar espécies que cobrem o solo e geram grandes raízes como as árvores.

Outro problema que causa a destruição do solo é o uso de fertilizantes e defensivos agrícolas em terrenos que não estão devidamente protegidos contra os efeitos erosivos da água da chuva. Esses materiais são levados para os cursos d'água. A presença destes materiais ocasiona a degradação do solo e altera as condições ambientais prejudicando diretamente a subsistência da flora e da fauna aquáticas e, também, dos seres humanos e dos animais que dependem desta fonte para atender às suas necessidades de água. A erosão acarreta uma série de prejuízos ao meio ambiente, com consequências sócio-econômicas.

Em outras palavras, é muito importante manter as características produtivas dos solos, uma vez que é dele que o homem retira os alimentos para a sua subsistência.

A degradação do solo resulta nas alterações de suas características físicas, químicas e biológicas, perda da capacidade de retenção da umidade e diminuição dos nutrientes, reduzindo as condições de desenvolvimento das culturas e aumentando a suscetibilidade à ação da erosão hídrica e eólica.

O solo é um recurso frágil. Pode ser prejudicado pela erosão ou tornar-se tão degradado que não possa sustentar as culturas de vegetais. As propriedades físicas do solo e consequentemente sua suscetibilidade à erosão são facilmente afetadas pelas práticas às que é submetido.

A perda de fertilidade do solo associada à seca é denominada desertificação. A introdução de animais domésticos herbívoros no solo em regiões com pouca cobertura de plantas também causa a desertificação. Um problema decorrente da desertificação é a deflorestação, que pode causar devastação do solo por erosão e perda de nutrientes.

Degradação do solo

O solo é a parte mais danificada pelo homem quando algumas técnicas de cultivo, tecnologias e outras intervenções são empregadas de forma inadequada. O mau uso acarreta problemas ambientais, pois é nele que se encontram nas mais diversas composições, água, gases, sais minerais, matéria orgânica e seres vivos micro e macroscópicos (animais e vegetais).

O empobrecimento do solo é causado por um conjunto de atividades aplicadas junto ou separadamente dependendo do grau de aplicação. Diz-se que o solo é pobre quando seus recursos minerais ja estão escassos. Essa escassez pode ocorrer de diversas maneiras, dependendo muito do tipo de solo em questão. De um modo geral, o empobrecimento ou infértilidade do solo pode ser causado por :

• Monocultura (cultivo de aplenas uma plantação);

• Falta de fertilizantes e adubos que contenham sais minerais;

• Plantações de culturas diferentes de forma errada, alternadas;

• Interceptação na produção natural de húmus.

Atividade

1 - Qual são as principais consequências ocasionadas pela degradação de um solo?

2 - É comum ouvirmos que o emprego de fertilizantes contribui para o cultivo de alimentos quimicamente tratados e que isso não deve ser incluido na dieta alimentar do homem. Mas como a falta desses aditivos agrícolas causa degradação do solo?

Poluição do Solo

A poluição do solo é uma das formas de poluição que afeta particularmente a camada superficial da crosta terrestre, causando malefícios diretos ou indiretos à vida humana, à natureza e ao ambiente em geral. Consiste na presença indevida, no solo, de substâncias químicas estranhas, de origem humana, que prejudiquem as formas de vida e o seu desenvolvimento regular.

Sempre que lhe adicionamos qualquer substância estranha, estamos a poluir o solo e, direta ou indiretamente, a água e o ar.

O uso da terra para centros urbanos, para as atividades agrícola, pecuária e industrial tem tido como conseqüência elevados níveis de contaminação. De fato, aos usos referidos associam-se, geralmente, descargas acidentais ou voluntárias de poluentes no solo e águas, deposição não controlada de produtos que podem ser resíduos perigosos, lixeiras e/ou aterros sanitários não controlados, deposições atmosféricas resultantes das várias atividades, etc. Assim, ao longo dos últimos anos, têm sido detectados numerosos casos de contaminação do solo nas zonas urbanas e rurais.

A contaminação do solo tem-se tornado uma das preocupações ambientais. Geralmente, a contaminação interfere no ambiente global da área afetada (solo, águas superficiais e subterrâneas, ar, fauna e vegetação), podendo mesmo estar na origem de problemas de saúde pública.

Como regra geral, a contaminação do solo torna-se problema quando há uma fonte de contaminação; vias de transferência de poluentes que viabilizam o alargamento da área contaminada e há indivíduos e bens ameaçados por essa contaminação.

Para a resolução destes problemas é importante remover os indivíduos e/ou bens ameaçados; a fonte de poluição e bloquear as vias de transferência (isolamento da área).

A poluição do solo pode ter duas origens:

Urbana: Nas áreas urbanas o lixo jogado sobre a superfície, sem o devido tratamento, é uma das principais causas dessa poluição. A presença humana, lançando detritos e substâncias químicas, como os derivados do petróleo, constitui-se num dos problemas ambientais que necessitam de atenção das autoridades públicas e da sociedade.

Uma das formas de se lidar com os resíduos urbanos é a destinação de locais de depósito para os mesmos, denominados aterros. Nestes lugares todo o lixo urbano é depositado, sem qualquer forma de tratamento ou reciclagem.

Agrícola: A contaminação do solo, nas áreas rurais, dá-se, sobretudo pelo uso indevido de agrotóxicos, técnicas arcaicas de produção, como, por exemplo, o vinhoto subproduto da cana-de-açúcar. Além disso, temos os curtumes e a criação de porcos.

O solo recebe grandes quantidades de despejos. Uma grande parte do dióxido de enxofre (SO2) emitido como resultado da combustão da gasolina transforma em sulfato (SO4

-2) cujo destino final é o solo. Óxidos nitrogenados (NOx) da atmosfera são convertidos em nitratos (NO3

-) que são depositados no solo. O solo absorve NO e NO2 e eles são oxidados para nitrato no solo. O CO é convertido em CO2 pelas bactérias no solo.

O solo é o receptor de muitos despejos perigosos a partir de percolados de aterros sanitários e em muitos casos o solo é usado como meio de tratamento de águas residuárias.

Percolado: Líquido resultante da percolação da água das chuvas em combinação com o da matéria orgânica decomposta e que escorre de aterros sanitários; CHORUME: A coleta e tratamento do percolado em aterros sanitários impedem a contaminação de lençóis freáticos. (Dicionário Aulete).

O solo também pode ser contaminado por compostos orgânicos voláteis encontrados em áreas industrializadas.

A agricultura contribui com a poluição do solo com o uso de quantidades de pesticidas. Geralmente os pesticidas são degradados pelo solo pela degradação química, reações fotoquímicas ou biodegradação.

A biodegradação de compostos orgânicos acontece principalmente na região das raízes das plantas onde existe grande quantidade de microrganismos.

Erosão e desmatamento

É o processo natural (água, vento e chuvas de gelo) de desestruturação do solo provocado pela morte da cobertura vegetal ou pode ser um processo antrópico pela retirada dessa cobertura vegetal. Isto torna o solo desagregado e sucetível ao assoreamento e desmoronamento, formando encostas.

A erosão pode ser mais grave quando houver completa desertificação (desmatamento), ou seja, o solo está completamente descoberto de vegetais; quando houver o desabamento haverá mistura de solos diferentes, arraste de biocidas, morte de fauna e flora e até desestruturação de moradias.

Erosão - www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-erosao/imagens/erosao-

22.jpg (Acesso 18/01/10)

Um solo recoberto de árvores promove maior resistência à água da chuva causando um desgaste menos acentuado. Quando o solo esta desmatado o impacto pela água da chuva promove o assoreamento. A falta de árvores também interfere no solo por excesso de luminosidade e livre circulação do vento, o que agride o mesmo.

Um solo arborizado apresenta raizes que ajudam a segurar as partículas do solo enquanto a água escorre pela terra. Na maioria das vezes o desmatamento inconsciente é provocado para a construção de residências que certamente no futuro irão desmoronar.

Desmatamento de floresta - http://3.bp.blogspot.com/_6izFKo-

Ee0w/Scmn2S_GCjI/AAAAAAAABO0/qV8CGm0UPd8/s320/desmatamento_117.1.jpg (Acesso 18/01/10)

Queimadas

A queimada é uma atividade realizada a fim de promover o desmatamento. Este processo além de favorecer os problemas apontados também promove a improdutividade do solo. O calor gerado pelo fogo destrói os microorganismos que atuam na decomposição do húmus, ou seja, a ciclagem dos nutrientes não será mais efetuada. Como se não bastasse ainda existem os riscos ao homem gerados pela poluição atmosférica (fumaça e fuligem).

Queimada de floresta -

http://360graus.terra.com.br/ecologia/images/w_h/w_h_queimada560.2.jpg (Acesso 18/01/10)

Defensivos agrícolas

Os defensivos agrícolas compõem uma classe de produtos usados para livrar uma plantação de pragas e doenças e também para acelerar o processo de crescimento. Essa classe abrange pesticidas, biocidas e agrotóxicos dentre outros.

O uso correto dos defensivos faz bem para o solo e desenvolve plantações saudáveis, mas o uso desordenado traz sérios problemas para ambos. O acúmulo de pesticidas satura o solo e é escoado juntamente com a água, poluindo-a e infiltrando em solos que não haviam sido tratados.

Aplicação de defensivos -

www.terrenaagro.com.br/resources/thumb.php?foto=noticia/31_foto_93.jpg&x

=240&y=160 (Acesso em: 28/01/10)

O mesmo ocorre com alguns fertilizantes que podem ser tóxicos aos seres humanos. Quando mal empregados podem gerar plantações, que irão para a mesa de diversos consumidores, com elevadas quantidades do mesmo.

Atividade

Quais são as atividades causadoras de degradação do solo?

Conservação do solo

Quando o solo não apresenta condições necessárias à agricultura alguns procedimentos corretivos ou preventivos devem ser tomados.

1. Evitar a erosão

Nas encostas, onde a erosão é maior, existem técnicas a serem usadas no cultivo de plantações de modo a evitar a erosão. O cultivo inconsciente pode provocar danos graves ao solo. Devido à alta inclinação das encostas, a água infiltrada no solo tente a escoar rapidamente tornando-o pobre. Uma forma de resolver esse problema é dispor as plantações no sentido do fluxo de escoamento e na forma de degraus e em fileiras formando uma curva de nível.

Além disso, é recomendável que sejam cultivadas plantas diferentes e em períodos alternados para garantir que o solo sempre tenha alguma cobertura protetora.

Rotatividade de cultura e plantio organizado -

http://rehagronoticia.w3erp.com.br/w3dados/imgs/pub/00914.gif (Acesso 18/01/10)

2. Adubação

Atividade – Leitura de texto.

Após a leitura do texto responda as questões propostas.

Descoberto mais um benefício do cultivo de adubos verdes

Já se sabe que o cultivo de espécies vegetais da família das leguminosas pode trazer inúmeros benefícios aos agroecossistemas, tais como: aporte de nitrogênio (N) ao solo, devido à simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico; descompactação do solo, resultante da ação de raízes pivotantes; ciclagem de nutrientes, depositando nas camadas superficiais nutrientes absorvidos de camadas mais profundas; adição de matéria orgânica ao solo;

incremento da atividade biológica dos solos; e proteção do solo contra processos erosivos.

Uma equipe de pesquisadores de três universidades federais e da Embrapa descobriu mais um benefício de duas espécies de adubos verdes - mucuna-preta (Stizolobium aterrimum) e feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) – a capacidade de descontaminar solos com resíduos de herbicidas.

Alguns herbicidas registrados para uso em diversas culturas agrícolas no Brasil apresentam a característica de continuar ativo no solo por um longo período de tempo. O uso desses herbicidas pode impedir o plantio de outras culturas na mesma área por vários meses ou até anos. O uso do herbicida picloram pode exemplificar essa situação, pois após a sua aplicação no solo, deve-se esperar, em média, três anos para que se possa efetuar a semeadura de uma cultura sensível, com segurança, na mesma área.

Do ponto de vista ambiental a redução desse período de atividade residual do herbicida no solo também é positiva. Quanto maior o tempo que um herbicida permanece ativo no solo, maior é a probabilidade de ocorrer à lixiviação de suas moléculas no perfil do solo, podendo atingir e contaminar os mananciais de água subterrânea.

Trabalhos científicos comprovaram que o cultivo das espécies mucuna-preta e feijão-de-porco pode auxiliar na redução do nível de atividade no solo dos herbicidas trifloxysulfuron sodium e tebuthiuron. Com a aplicação dessa técnica pode-se reduzir significativamente o intervalo entre a aplicação desses herbicidas e a semeadura de uma espécie cultivada que não apresenta tolerância à presença dessas moléculas no solo.

Essa técnica de se utilizar plantas no intuito de se promover uma descontaminação de áreas agrícolas ou mesmo industriais é denominada de fitorremediação.

Essas pesquisas reforçam ainda mais os benefícios que o cultivo de adubos verdes pode proporcionar para as áreas agrícolas (otimização do uso da terra e redução da contaminação ambiental), mostrando a importância da inserção dessas espécies em sistemas de produção sustentáveis.

AUTORES Sergio de Oliveira Procópio: Pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros Fábio Ribeiro Pires: Professor da Universidade Federal do Espírito Santo

Questões

1 - Marque no texto as palavras que você não conhece.

2 - Procure no dicionário e faça a anotação do significado dessas palavras.

3 - O que são herbicidas?

4 - Qual o problema dos herbicidas ficarem muito tempo no solo?

5 - Quais espécies o texto sugere como adubos verdes e quais herbicidas elas diminuem?

6 - Cite as vantagens de se usar um adubo verde.

O que são os adubos

Os adubos orgânicos ou inorgânicos são utilizados para enriquecer o solo quando ele se encontra deficiente de sais minerais. Os adubos orgânicos consistem em uma mistura de esterco (fezes de animais), restos de alimentos (cascas de frutas e ovos) e restos de vegetais (folhas e galhos). Sem dúvida bem mais natural e econômico que o adubo inorgânico que consiste em uma mistura de sais, sendo um deles o nitrato de sódio – NaNO3.

Procedimento de adubagem -

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozIrrigadoTocantins/soca_fig5.jpg (Acesso em: 18/01/10)

Atividade

Fazendo adubo natural

1 - Arranje uma caixa grande ou abra uma vala no chão com meio metro de profundidade.

2 - Coloque uma camada de terra (2 cm) no fundo da caixa.

3 - Coloque restos de vegetais picados formando 2 centímetros.

4 - Adicione um pouco de esterco seco de galinha, vaca ou cavalo.

5 - Cubra com uma camada de terra (2 centímetros).

Repita a sequência até encher a caixa (ou vala) e cubra com um plástico para evitar a água das chuvas e manter umidade. Este adubo pode ser usado no seu jardim.

Atividade

Como fazer uma calagem

Calagem é uma técnica utilizada pelos agricultores para corrigir a acidez do solo, neutralizar substâncias tóxicas ao plantio e elevar a disponibilidade de cálcio e magnésio. A calagem é feita com a adição de calcário três meses antes do seu uso para plantio e essa adição deve ser feita com relação ao terreno disponível. O processo de ajuste de pH é semelhante ao uso do sal de frutas para diminuir a acidez estomacal. É importante que seja feita uma análise química do solo de modo a ser determinada a quantidade de calcário adequado à correção da acidez do solo.

Coletando a amostra

Vamos coletar três amostras: uma de solo bem escuro, que tem muita matéria orgânica, outra de solo adubado ou com calcário e outro solo qualquer.

Para a coleta da amostra devemos tomar alguns cuidados:

1. O local que a amostra será coletada não pode ser próximo de residências. Procure recolher a amostra longe de formigueiros e em terreno que não esteja encharcado.

2. Faça uma cova de aproximadamente 20 cm e depois corte uma fatia de mais ou menos 5 cm.

3. Coloque a amostra em um saco plástico limpo.

4. Caso esteja úmida deixe secar na sombra.

Agora que temos as amostras dos solos que queremos analisar, vamos preparara as soluções.

Materiais:

Solução do solo coletado, carbonato de cálcio (CaCO3), sulfato de ferro II (FeSO4), filtro de café (pequeno), amostras dos três solos, panela pequena, colher de sopa, funil, 6 tubos de ensaio.

Procedimento:

1. Ferver 2 colheres de sopa da amostra de solo com maior teor de matéria orgânica em 200 mL de água em uma panela. Deixar ferver por alguns minutos. Desligar e deixar esfriar por 5 ou 10 minutos. Coar com o auxílio do funil e do filtro de café (sugere-se utilizar duplo) em outro copo. Caso a solução fique muito escura e turva, filtrar novamente até que se torne clara.

2. Numere os tubos de ensaio dois a dois com o número correspondente a cada amostra. Você terá dois tubos com o número 1, dois com o número 2 e dois com o número 3. Coloque cerca de 20 mL da solução 1, 2 e 3 em cada tubo conforme a numeração.

3. Em um tubo com número 1 adicione pequena quantidade de carbonato de cálcio e no outro adicione pequena quantidade de sulfato de ferro.

4. Agite as amostras e anote a cor obtida.

Questão

1 - O que ocorreu com o solo após a adição de carbonato de cálcio ou de sulfato de ferro?

2 - Qual o comportamento dessas substâncias ao entrarem em contato com o solo?

Podemos concluir a partir da atividade realizada que o carbonato de cálcio adicionado

à amostra de solo ácido aumenta o seu valor de pH - diminui sua acidez. Atualmente

para corrigir a acidez do solo os agricultores usam o calcário misturado ao solo e esse

processo é denominado calagem.

3. Aragem

Arar o terreno significa descompactar o solo. Este processo torna o solo mais livre de modo que o ar e a água possam escoar e carregar as substâncias necessárias para a produtividade. Além disso, um terreno arado permte maior penetração das raizes do cultivo.

É sabido que a parte fértil de um solo se encontra na superfície e esta pode se esgotar caso falte folhas secas, água, animais e matéria orgânica. Além de tratores para tornar o solo poroso (na superfície) faz-se uso de minhocas (nas camadas mais internas), pois essas se deslocam pelo solo abrindo túneis chamados de galerias que garantem a circulação de água e ar no solo. As minhocas são seres que se alimentam de terra e excretam matéria orgânica que irão repor o húmus externo pela circulação de água. Tratam-se de verdadeiros fertilizantes naturais.

Procedimento arcaico de aragem -

http://www.sobiologia.com.br/figuras/Solo/aragem.jpg (Acesso em: 18/01/10)

Atividade

Cofecção de um minhocário

O minhocário é uma cultura de minhocas que vivem em um espaço de terra delimitado para promover a fertilização dele. Como vimos as minhocas além de produzir húmus, tornam o solo mais arejado. Materiais Garrafa PET de 2 litros transparente Areia Terra de jardim Esterco (pequena quantidade) Água Saco de lixo preto Minhocas de diversos tamanhos (no máximo 6) Procedimento

1. Corte o gargalo da garrafa 2. Coloque em camadas de 2 cm aproximadamente os seguintes materiais: terra

de jardim, areia e esterco.

3. Repita a ordem até quase encher a garrafa deixando um espaço para a última camada que deverá ser de esterco.

4. Coloque as minhocas sobre a parte superior e despeje cuidadosamente no meio da garrafa meio copo de água.

5. Cubra todo o redor da garrafa com o plástico preto. Não é necessário cobrir em cima.

6. Para manutenção, evite deixar o minhocário em local que receba sol e sempre que necessário acrescente meio copo de água com o cuidado para não encharcar e desfazer as camadas. Sempre que for observar o desenvolvimento das minhocas não se esqueça de tornar a envolver a garrafa com o saco preto.

7. Após duas semanas observe o que ocorreu no minhocário. Para isso, deve se reunir em volta do frasco e retirar o plástico que o envolve.

Após as observações e discussão com os colegas, responda:

1 - Qual a reação das minhocas quando se retira o plástico preto?

2 - Como você explica essa reação?

3 - Observe a localização das minhocas minutos depois de colocá-las no esterco.

4 - Que modificações você percebeu no terrário?

5 - Como essas modificações ocorreram?

6 - No terrário, o que serve de alimento para as minhocas?

Questão: Algumas pessoas criam minhocas para vender para agricultores. Que benefícios as minhocas podem trazer aos solos cultivados?

Atenção: Quando terminar o experimento, devolva as minhocas ao quintal ou horta.

4. Irrigação

Para aumentar a umidade do solo deve-se fazer a drenagem e a irrigação de todo o plantio. Como visto não basta apenas alimentar o solo com água, é preciso fazem com que essa água chegue às regiões mais profundas e também impedir que fique estocada em apenas uma região (drenagem). Como um efeito em cadeia a drenagem areja o solo.

Procedimento de irrigação -

http://www.signartec.com.br/imagens/irrigacao/irrigacao09.jpg (Acesso em: 18/01/10)

Solo e saúde

Um solo contaminado favorece a transmissão doenças. As fezes humanas e de outros animais podem contaminar o solo com vermes parasitas: lombrigas, oxiúros, ancilóstomos e tênias. Além de vermes, o solo pode estar contaminado por microrganismos causadores de doenças, como a bactéria causadora do tétano e bactérias que causam doenças intestinais.

Mais uma vez vemos a importância de se dar um destino adequado às fezes e de tratar os esgotos. Também não podemos nos esquecer de sempre lavar as mãos após lidar com a terra e desinfetar os alimentos comidos crus

Veja na tabela a seguir algumas doenças que podem ser provocadas pelo solo contaminado.

Doença Causa Sintomas

Tétano

Bacilo tetânico presente no solo, nas fezes humanas e de animais herbívoros e em objetos enferrujados.

Dor de cabeça, febre, dores musculares com espasmos que causam a rigidez da nuca e, posteriormente, de toda a face. Na sequência, ocorre paralisia dos músculos respiratórios e a morte por asfixia.

Ascaridíase

Ascaris lumbricoides, verme de corpo cilíndrico, conhecido como lombriga, que parasita o intestino humano.

Irritação, perda de apetite, indisposição digestiva ou intestinal, dores ao redor do umbigo, náuseas, diarréia, ranger de dentes durante o sono. Mas quando as lombrigas são numerosas, elas podem se enrolar, formando verdadeiros novelos que entopem o intestino, causando sua obstrução. Podem também sair pela boca e nariz ou localizar-se na traquéia, provocando asfixia e até a morte, especialmente em crianças.

Teníase A teníase é uma Dores de cabeça e abdominais, perda

verminose causada por vermes de corpo achatado, chamados de tênias ou solitárias.

de peso, alterações do apetite, enjoos, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia.

Cisticercose

Se a pessoa ingerir ovos da Taenia solium, ela vai servir como hospedeiro intermediário.

Dos ovos saem as larvas que podem se alojar nos músculos ou em regiões mais sensíveis, tais como pulmão, olho e o sistema nervoso central, causando a doença chamada cisticercose. A cisticercose cerebral é grave e pode provocar fortes dores de cabeça e convulsão. .

Oxiurose

A oxiurose ou enterobiose é uma verminose causada por um verme muito pequeno, chamado de Enterobius vermiculares, também conhecido como verme da coceira.

Essa verminose atinge principalmente as crianças, que sofrem muito com seus sintomas. Um sintoma é a coceira. Ao se coçar, a pessoa pode-se ferir e apresentar infecção local.

Ancilostomose ou Amarelão

Verminose causada por um pequeno verme, chamado de Ancylostoma duodenale, conhecido como ancilóstomo.

Existe outro verme semelhante, chamado Necator americanus, que provoca uma doença muito parecida, também chamada de amarelão.

Os ancilóstomos se alimentam de sangue. Para isso, eles perfuram a parede interna do intestino com seus dentículos, causando pequenos sangramentos. Com o tempo, esse pequeno, mas constante sangramento provoca anemia e enfraquecimento. A pessoa anêmica fica com a pele amarelada, daí o nome da doença – amarelão.

Os principais sintomas do amarelão são: preguiça para o trabalho e estudos, cansaço, desânimo, prisão de ventre ou crise de diarréia, irritabilidade, mau humor, anemia, palidez, dor de cabeça, tosse, emagrecimento e dores musculares.

A relação entre as doenças e as condições de vida da população

Alguns fatores contribuem para a transmissão de verminoses pelo solo e pela água contaminada. Por exemplo, a falta de saneamento básico, as más condições de moradia e de higiene, a alimentação insuficiente e inadequada presentes em grande parte da população rural e das periferias das grandes cidades favorecem a manutenção das parasitoses.

Para prevenção das doenças parasitárias, são importantes a educação sanitária, o saneamento e a melhoria do estado nutricional da população afetada. Apenas o tratamento das verminoses não é suficiente, pois as pessoas voltam a se infectar facilmente, se continuarem a viver em meio propício às doenças.

Um aspecto que também deve ser observado no combate às parasitoses é a melhoria do estado nutricional. As pessoas mal alimentadas ou subnutridas são as mais prejudicadas pelos vermes.

Família desnutrida - http://4.bp.blogspot.com/_Hk3-

JgxcUKc/SnWpkz2RSyI/AAAAAAAAAdQ/nLBY4HvC-2w/s320/fome2.jpg (Acesso em: 28/01/1

Ajude em casa: Desinfecção de vegetais crus

Lave as folhas uma a uma, em água tratada e corrente.

Lave os legumes e frutas em água tratada e corrente, com uma escova ou bucha usada apenas para esse fim.

Depois de lavados, coloque os vegetais de molho numa mistura com a seguinte proporção: uma colher de água sanitária para cada litro de água.

Deixe de molho por cerca de 30 minutos.

Escorra a água e enxágüe bem os vegetais, em água filtrada ou fervida.

Para eliminar qualquer resíduo de cloro da água sanitária, pode-se acrescentar 2 colheres de suco de limão ou 1 colher de vinagre na última água de enxágüe.

Projetos de conservação do solo

Alguns municipios dispõem de projetos que têm como objetivo conservar o solo. Alguns problemas que os projetos propõem solucionar são: controle erosão hídrica, evitar o processo de degradação dos recursos naturais e aumentar a produção e produtividade das terras.

Sem dúvida o foco do projeto não é apenas aumentar a renda do produtor rural, mas também a sustentabilidade social e ambiental. Geralmente o projeto tem como

objetivo concientizar o produtor rural de seus deveres e obrigações para a manutenção saudável da natureza.

Empresas privadas também elaboram projetos de conservação do solo em âmbito social. Sabendo que qualquer cultivo necessita de um bom solo para uma boa qualidade, empresas privadas que usam madeira ou qualquer outro vejetal como matéria prima, investem em projetos ambientais na saúde do solo.

Os projetos são desenvolvidos para auxiliar alguns agricultores e pecuaristas que degradam intensamente os recursos naturais, inclusive os solos.

Projeto de horta hidropônica

A sala pode ser dividida em grupos. Os alunos deverão realizar uma pesquisa e propor um projeto para a confecção de uma horta hidropônica

Referências bibliográficas

Branco, S. M. Natureza e agroquímicos. São Paulo: Moderna, 1996.

Cavinatto, V. M. Saneamento básico. Fonte de saúde e bem estar. São Paulo: Moderna, 1995.

Sites consultados

www.sobiologia.com.br/conteudos/Solo (Acesso 13/01/10)

http://www.docstoc.com/docs/414716/Projeto-de-Conserva%C3%A7%C3%A3o-do-Solo (Acesso 19/01/10)

http://www.cnpma.embrapa.br/nova/mostra2.php3?id=275 (Acesso 19/01/10)

http://brazucadekimono.blogspot.com/2008/10/montando-uma-horta-hidropnica-caseira.html (Acesso 25/01/10)