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Manaus – Amazonas – 16/08/2008 Auditório do STI Metalúrgicas do Amazonas

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Manaus – Amazonas – 16/08/2008

Auditório do STI Metalúrgicas do Amazonas

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• Por que as taxas de inflação se elevaram recentemente?

• O que explica essa elevação dos preços dos alimentos?

• Qual o diagnóstico sobre as causas da inflação?

• Diagnóstico X medidas adotadas é eficaz?

• O Brasil está “blindado” contra a crise internacional?

• A inflação e os trabalhadores

• Conclusão

Inflação e as Campanhas Salariais

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Por que as taxas de inflação se elevaram recentemente?

• Em julho de 2008 o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA indicador oficial da inflação no país atingiu o patamar de 6,37%

•Em 2006 = 3,14%

•Em 2007 = 4,46%

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7,05%7,56%

6,37%

0%

5%

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15%

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de

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9

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1

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1

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2

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3

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3

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4

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5

jun

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5

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7

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/07

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7

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7

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8

jun

/08

ICV-DIEESE INPC-IBGE IPCA-IBGE

Trajetória anual da inflação no Brasil - dez/99 - jul/08

Fonte: DIEESE e IBGEElaboração: DIEESE

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• Esta elevação pode ser atribuída à expressiva alta de preços dos produtos do grupo Alimentação.

• destaca-se, especialmente, a forte elevação de preços de importantes gêneros alimentícios, que fazem parte da cesta básica de consumo da família brasileira: feijão, farinha de trigo, óleo de soja, carne bovina, arroz,leite in natura e pão francês.

Por que as taxas de inflação se elevaram recentemente?

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arroz3,5%

carne bovina13,3%

feijão4,7%

leite4,6%óleo de soja

2,0%

outros alimentos30,0%

Não Alimentos 39,1%

pão francês2,7%

ICV/DIEESE – Geral - Contribuição de Alimentos e Não Alimentos jan/07 - jul/08

Fonte: ICV/DIEESEElaboração: DIEESE

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arroz5,8%

carne bovina16,8%

feijão8,0%

leite7,1%

óleo de soja3,3%outros alim.

30,0%

pão francês4,5%

Não Alimentos 24,5%

ICV/DIEESE - Contribuição de Alimentos e Não Alimentos - Estrato 1 - Menor Renda - jan/07 – jul/08

Fonte: ICV/DIEESEElaboração: DIEESE

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8,84%

21,61%

5,50%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

jan/

07

fev/

07

mar

/07

abr/0

7

mai

/07

jun/

07ju

l/07

ago/

07

set/0

7

out/0

7

nov/

07

dez/

07

jan/

08

fev/

08

mar

/08

abr/0

8

mai

/08

jun/

08ju

l/08

IPCA Alimentação Outros

IPCA/IBGE (índice oficial) - Variação acumulada – jan/07 - jul/08

Fonte: IBGEElaboração: DIEESE

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7,56%

17,99%

10,58%

22,23%

7,24%

19,46%

6,45%

15,21%

7,94%

17,81%

6,65%

13,58%

9,20%

19,32%

6,99%

14,69%

7,85%

22,07%

6,97%

16,62%

Geral

Alimentação

Geral

Alimentação

Geral

Alimentação

Geral

Alimentação

Geral

Alimentação

Geral

Alimentação

Geral

Alimentação

Geral

Alimentação

Geral

Alimentação

Geral

AlimentaçãoB

rasi

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itiba

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orto

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gre

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neiro

Sal

vado

rS

ãoP

aulo

INPC/IBGE - Taxa Acumulada – ago/07 - jul/08 – Regiões Metro

Fonte: IBGEElaboração: DIEESE

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Cidade Variação

Aracaju 42,87%

Belém 34,34%

Belo Horizonte 44,04%

Brasília 37,73%

Curitiba 45,43%

Florianópolis 41,39%

Fortaleza 50,08%

Goiânia 33,97%

João Pessoa 45,58%

Natal 50,40%

Porto Alegre 39,23%

Recife 49,35%

Rio de Janeiro 40,05%

Salvador 45,13%

São Paulo 38,49%

Vitória 45,53%

Fonte – DIEESEElaboração - DIEESE

Cesta Básica Nacional/DIEESE - ago/07 a jul/08

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O que explica essa elevação dos preços dos alimentos?

1. Forte aumento do preço internacional do petróleo, com efeitos diretos e indiretos na formação dos preços dos alimentos;

2. Elevação da demanda mundial por alimentos combinado com redução dos estoques verificada em período recente;

3. Os preços de várias commodities agrícolas são formados no mercado internacional e transmitidos para o mercado interno dos países. As principais commodities agropecuárias são: soja, milho, trigo, arroz, carne e algodão. Todas apresentaram expressivos aumentos no período recente;

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Preço do Petróleo deflacionado pela inflação dos EUA

Fontes: FMI, Petrobrás e BLS Elaboração: MF/SPE

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Índice de Evolução dos preços das principais commodities* 2000 - 2008

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4. A desvalorização do dólar diante das demais moedas tem pressionado para cima a cotação desses produtos;

5. Especulação nos mercados futuros de diversos produtos agropecuários afetando os preços à vista;

6. Recomposição de margens de produtos como arroz,feijão e leite pegando “carona” nessa conjuntura internacional de elevação dos preços e do consumo (de 2003 a 2006 os preços dos alimentos garantiram as baixas taxas de inflação);

7. A produção de etanol a partir de milho nos EUA deslocou/aumentou a demanda desse produto;

8. Fatores climáticos adversos contribuíram para a quebra das safras de alguns desses produtos em diversos países.

O que explica essa elevação dos preços dos alimentos?

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Qual o diagnóstico sobre as causas da inflação?

•Embora a taxa de inflação no Brasil tenha se elevado no último ano, nada aponta para seu descontrole;

•Numa amostra de vários o Brasil se posiciona entre aqueles com as menores taxas, a despeito do choque externo de preços;

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*/ Dados relativos a abr/08. **/ Para Brasil, dados do IBGEFonte: The Economist (14/06/2008)Elaboração: MF/SPE

Inflação Mundial (Variação % acumulada em 12 meses até mai/08)

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7,8 8,4

15,1

6,4

Índia China Rússia Brasil

Fonte: Fonte: OIT, Laborsta Elaboração: DIEESE

Inflação – Preços ao Consumidor (variação % acumulada em 12 meses*)

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Qual o diagnóstico sobre as causas da inflação?

•Contudo, parcela significativa dos formadores de opinião e dos meios de comunicação tem difundido o diagnóstico de generalização do aumento de preços;

•Trata-se de avaliação discutível diante das informações disponíveis. Nessa visão, a causa principal dessas elevações de preços seria a demanda interna muito aquecida, superior à oferta de bens e serviços;

•As informações disponíveis questionam esse diagnóstico taxativo sobre o comportamento recente da inflação no Brasil;

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1. A taxa de investimento vem crescendo em velocidade superior ao crescimento do consumo;

2. A safra agrícola bateu recorde em 2007, e deve atingir novo recorde em 2008 segundo estimativas do IBGE e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab);

3. A economia brasileira é uma economia relativamente aberta. Se necessário, é possível importar para ajustar eventuais desequilíbrios entre oferta e demanda no curto prazo, favorecendo o manejo da política de segurança alimentar.

4. O salário médio na indústria vem crescendo abaixo da produtividade;

Qual o diagnóstico sobre as causas da inflação?

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Fonte: IBGEElaboração: Ministério da Fazenda

PIB – Investimentos X Consumo das Famílias(Variação trimestral em relação ao mesmo trimestre do ano anterior - %)

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Taxas de Crescimento da Indústria Geral - Produção Física (PF), Horas Pagas (HP) e Produtividade (PF/PH) - Indicador de Base Fixa com Ajuste Sazonal

Base jan/04 = 100 – 2004-2007 - %

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5.As informações SAS/DIEESE mostram, no período recente, um número muito reduzido de categorias profissionais que fecharam acordos com aumentos reais superiores à produtividade ou ao PIB;

6.O rendimento médio dos assalariados ainda se encontram abaixo dos valores de 2002;

7.A utilização da capacidade na indústria vem se mantendo em patamares altos, porém estáveis.

Qual o diagnóstico sobre as causas da inflação?

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Aumentos Reais Iguais ou Superiores à Variação do PIB2004-2007

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1.185

1.2241.217

1.153

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1.174

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1.151

1.239

1.197

1.1461.151

2002 2003 2004 2005 2006 2007

PED PME

Fonte: DIEESE/SEADE e IBGE Elaboração: DIEESE

Remuneração Média Real – 2002 a 2007

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Fonte: FGVElaboração: DIEESE

Utilização média da capacidade instaladaJulho de 2007 a julho de 2008

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Diagnóstico X Medidas adotadas é eficaz?

1. O diagnóstico de que o país vivencia uma inflação de demanda vêm justificando a tradicional política de elevação dos juros básicos (Selic) conduzida pelo Banco Central;

2. Os impactos dessa política de elevação dos juros básicos são negativos e previsíveis para o crescimento sustentado, tanto no curto como no médio prazo, conforme já vivemos em anos anteriores;

3. Os juros reais (descontada a inflação) no Brasil estão entre os mais altos do mundo já há algum tempo;

4. Os juros elevados atraiu o capital externo e fez com que o real tenha sido a moeda que mais se valorizou diante de uma cesta de moedas nos últimos anos;

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* / Mudança nas taxas nominais desde Ago/07 – em pontos percentuais** / Juros nominais de curto prazo / inflação ao consumidor (acumulada em 12 meses) – em %Fontes: JPMorgan, para a variação dos juros nominais; The Economist (07/06/08) para os juros reais

Taxas de Juros de Países Selecionados

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Índices de taxa de câmbio real* e de câmbio efetiva real**Utilizando o IPA como deflator - Base Dez/03 - 100

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5. A valorização do real reduz o saldo da balança comercial (diferença entre exportações e importações) que vem caindo sistematicamente no período recente;

6. O resultado de transações correntes, diferença entre os fluxos de recursos que entram e saem do Brasil (comércio, serviços, remessas), voltou a apresentar déficits depois de cinco anos de resultados positivos;

7. Riscos destes desequilíbrios externos: Fugas de capitais e possível elevação dos juros nos EUA;

8. No curto prazo, a política de juros altos não reduz a inflação não é capaz de derrubar a cotação do petróleo e das commodities agrícolas e metálicas;

Diagnóstico X Medidas adotadas é eficaz?

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Saldo de transações correntes* e da Balança comercial** (FOB)U$$ Milhões

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9. Impactos dos juros altos sobre a dívida pública brasileira (O resultado é o aperto no orçamento para o pagamento de juros da dívida, sacrificando outros gastos e investimentos e comprometendo o futuro crescimento da economia)

10.Nesse caso, pode-se configurar o “pior dos mundos”: desaceleração da economia e inflação, isto é, a chamada estagflação, que perdurou, nos anos 1970, em vários países;

Diagnóstico X Medidas adotadas é eficaz?

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O Brasil está “blindado” contra a crise internacional?

•Os riscos para a economia brasileira se ampliaram nos últimos meses em função, especialmente, do agravamento do quadro externo

•Apesar disso, o Brasil encontra-se melhor posicionado para enfrentá-los nos próximos meses e anos

• O país está muito próximo de atingir a auto-suficiência na produção de petróleo e de derivados;

• A agricultura brasileira pode dar respostas rápidas para garantir o consumo e os excedentes para exportação em praticamente todas as atividades agrícolas;

• Reversão do clima de incertezas observado no primeiro semestre do ano;

• As reservas cambiais de aproximadamente US$ 200 bilhões permitem enfrentar com mais segurança (ainda que não completamente) fluxos negativos de saída de recursos para o exterior;

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•A manutenção da estabilidade dos preços é importante para os trabalhadores

•O diagnóstico que restringe o debate apenas à identificação da inflação de demanda atribui aos salários parte da responsabilidade pelo aumento dos preços,

•A elevação da taxa básica de juros nos últimos meses vem promovendo uma transferência direta de renda para os setores que são credores da dívida pública interna colocando em cheque os efeitos das políticas distributivas (salário mínimo, bolsa família, entre outras);

•Os trabalhadores não devem aceitar que os custos do combate à inflação lhes sejam transferidos;

A inflação e os trabalhadores

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•A ações sindicais em suas negociações coletivas deveriam estar voltadas para• Reposição da inflação entre as datas-base e negociação de aumentos reais de salários;

• Valorização dos pisos salariais das categorias como forma de proteger os menores salários;

• Utilização de índices que reflitam a variação dos alimentos para correção dos benefícios ligados à alimentação (vale refeição/ alimentação, cesta básica);

• Ampliação da adoção destes benefícios nos acordos;

• Abonos salariais que protejam os trabalhadores de menores salários

A inflação e os trabalhadores

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•Inserção do MS no debate com medidas propositivas • Incentivo e proteção à agricultura familiar produtora de alimentos;

•Estabilização de preços através da elevação da oferta de bens e serviços, incluindo alimentos;

•Ampliação das taxas de investimento, notadamente público, que garantam a infraestrutura necessária ao desenvolvimento sustentado da economia;

•Rediscussão do papel institucional do sistema financeiro visando ampliar o papel do crédito produtivo no Brasil;

•Participação do movimento sindical em espaços de decisão da política econômica, como por exemplo, o Conselho Monetário Nacional

A inflação e os trabalhadores

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Conclusão

Essa conta não é dos trabalhadores

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