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Plástico vs. Papel. Uma guerrasem fim à vista
JOANA MARQUES ALVES
19/04/2019 13:29
Há quem defenda que é necessário arranjar umaalternativa ao plástico rapidamente, mas aAssociação da Indústria dos Plásticos diz queantes é preciso provar que as soluçõesencontradas deixam uma “pegada ecológicainferior”.
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Portugal
Será que o papel é o melhor substituto do plástico? Ou oabate de milhares de árvores tem mais consequências noambiente do que o uso de couvetes plastificadas? Existiráalguma solução para além destes dois materiais? Bruxelasjá implementou algumas regras que restringem o uso doplástico, mas será que estamos a precipitar-nos? O plásticoé, de facto, o inimigo número 1 da sociedade? As opiniõesdividem-se quanto à melhor opção para o futuro.
Elvira Fortunato, vice-reitora da Universidade Nova deLisboa e diretora do CENIMAT, Centro de Investigação deMateriais daquele estabelecimento de ensino, não temdúvidas: existem grandes vantagens em substituir plásticopor papel. “Trata-se de um material eco-sustentável,totalmente degradável quando exposto ao meio ambiente eé totalmente reciclável. Esta substituição é especialmenterelevante no caso dos plásticos mais finos de uso único”,explicou ao i. No entanto, Elvira Fortunato não deixa desalientar que “o plástico foi uma das melhores invençõesfeitas e grande parte do problema está também relacionadocom o comportamento humano”.
A especialista diz que não vê preocupação na questão doabate de árvores e na necessidade de plantar mais espécies,como eucaliptos, pois o papel é um material de origemrenovável. “A floresta, desde que bem gerida e respeitandoas boas práticas de sustentabilidade, é um fator dedinamização económica da sociedade, nomeadamente emzonas onde as alternativas são poucas. Não plantandofloresta, os campos ficam abandonados. Por outro lado,existem alternativas ao papel de origem celulósica, o papelde origem bacteriana, como aquele produzido pelasbactérias do vinagre”, explica a especialista.
Consciencialização humana é importante Bruxelas aprovouo fim de alguns produtos de plásticos em supermercadosaté 2021. Além disso, Elvira Fortunato recorda que “aComissão Europeia, através do Grupo de ConselheirosCientíficos, está precisamente neste momento a finalizar
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uma opinião com um conjunto de recomendações tendoem vista uma melhor utilização dos plásticos”. Para aAssociação Portuguesa da Indústria de Plásticos (APIP),“não faz sentido” avançar com restrições “enquanto não forprovado que as alternativas ao plástico têm uma pegadaecológica inferior”.
Até porque, segundo esta associação portuguesa, “atravésda realização da análise aos ciclos de vida dos diversosmateriais, é sabido que as alternativas comuns desubstituição do plástico apresentam maior pegadaecológica e maior impacto nocivo para o ambiente” –dando como referência o estudo da Agência da ProteçãoAmbiental da Dinamarca e ainda o estudo do Governo doQuebeque, no Canadá. Estes estudos, realizadosrecentemente, concluem que os sacos de plástico vulgaresacabam por deixar uma pegada ecológica bastante menorque outros materiais como é o caso do algodão ou doplástico mais duro.
“De facto, o saco de plástico 100% reciclável é a opção maissustentável porque poderá ser reutilizado e, no seu fim devida, servir para outros fins”, destaca a APIP, dando oexemplo de o acumular resíduos para posterior reciclagem.
A falta de mais estudos sobre os benefícios do plástico éalgo que preocupa a APIP, porque “coloca em causa asustentabilidade ambiental”. “A diabolização e a proibiçãodo material plástico em determinadas aplicações, semestudos que a suportem, gera uma distorção do mercado ecoloca em causa a sustentabilidade ambiental devido àsubstituição do plástico por materiais tipicamente maisdanosos para o meio ambiente”, defende a APIP.
A associação destaca ainda que o setor reconhece queexiste um problema com o fim dado ao material plásticoapós o seu uso, “sendo que a forma mais eficaz de resolvernão passa definitivamente pela proibição do plástico maspela mudança de comportamentos”. E é exatamente este
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um dos pontos essenciais defendidos pela APIP. “Emprimeira instância, é fundamental que os produtos deplástico, por via ecodesign, sejam projetados cada vez maispara a reciclagem e para o ambiente, com o propósito deaumentarmos a sua reciclabilidade, sempre com oprincípio básico de não comprometermos a sua função”.
Mas aqui, a responsabilidade é do consumidor porque,frisa a APIP, de nada adianta haver produtos bemconcebidos e fáceis de reciclar se o consumidor não fizer oseu trabalho: adotar os comportamentos de separação edeposição seletivos. Atitude essa que “será decisiva para odesígnio da gestão de resíduos em Portugal”. “Desde logopelos objetivos futuros a que o país está obrigado emmatéria de reciclagem e de deposição em aterro, ambasbastante ambiciosas”.
Em resumo, esta associação defende que “todos nós,enquanto consumidores, temos um papel determinante nocaminho para a sustentabilidade e economia circular, querpela a via de um consumo cada vez mais racional, quer pelaadoção de um comportamento mais cívico e responsável”.
Plástico biológico? E se não existir uma solução perfeita?Carmen Lima, coordenadora do Centro de Informação deResíduos da Quercus – Associação Nacional deConservação da Natureza, diz que o papel não é o melhorsubstituto do plástico, mas que o verdadeiro problema nãoestá no material: “A ideia é substituir descartáveis porreutilizáveis, não descartáveis por descartáveis. As pessoastêm que mudar a forma de usar os materiais, procurandopromover produtos mais duráveis e que não sejam deutilização única. Claro que há exceções: num hospital, orecurso a descartáveis pode ser a solução. O problemadestes materiais é o seu destino. Os de papel não são, namaioria, recicláveis ou compostáveis e os de plástico nãosão encaminhados para a reciclagem. Se abandonados nanatureza, os de plástico duram muito tempo e podem termaior impacte que os de papel”, explicou ao i.
Há quem defenda uma outra alternativa: os bioplásticos.Trata-se de um material derivado de fontes renováveis debiomassa, como gorduras e óleos vegetais, resíduosalimentares ou fibras de madeira. Elvira Fortunato, daCENIMAT, acredita que, apesar dos entraves aindaexistentes, esta poderá ser uma solução para o futuro: “Osbioplásticos são uma muito boa alternativa. Um dosgrandes desafios neste momento é desenvolver materiaisque permitam a sua reciclabilidade. Atualmente, a maiordesvantagem é o seu custo, mas acredito que com aevolução normal da ciência e da tecnologia e a suaprodução em escala, os custos venham a diminuir, comoacontece geralmente com qualquer produto novo”.
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