67
i LEONARDO PINHEIRO ALVES AUTOMAÇÃO DE DADOS DE MEDIDORES DE DESLOCAMENTO E ACELERAÇÃO Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de Controle e Automação da Universidade Federal de Ouro Preto como parte dos requisitos para a obtenção de Grau em Engenharia de Controle e Automação. Orientadora: Dr a . Arlene Maria Sarmanho Freitas Ouro Preto Escola de Minas – UFOP Agosto / 2007

Lvdt Leonardo Pinheiro

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Lvdt Leonardo Pinheiro

i

LEONARDO PINHEIRO ALVES

AUTOMAÇÃO DE DADOS DE MEDIDORES DE

DESLOCAMENTO E ACELERAÇÃO

Monografia apresentada ao Curso de Engenharia

de Controle e Automação da Universidade Federal

de Ouro Preto como parte dos requisitos para a

obtenção de Grau em Engenharia de Controle e

Automação.

Orientadora: Dra. Arlene Maria Sarmanho Freitas

Ouro Preto

Escola de Minas – UFOP

Agosto / 2007

Page 2: Lvdt Leonardo Pinheiro

ii

Page 3: Lvdt Leonardo Pinheiro

iii

Agradecimentos

Agradeço a Deus pela oportunidade. Aos meus Pais e irmão pelo apoio, amor e

dedicação. Aos tios, primos e avós pela torcida.

A UFOP e A&C Jr. pelo aprendizado e aos amigos de turma pela ferração e

amizade.

A Arlene e Ronilson pelos ensinamentos e orientação. Ajuda e colaboração do

João.

Page 4: Lvdt Leonardo Pinheiro

iv

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. VI

LISTA DE TABELAS ............................................................................................... VIII

RESUMO ...................................................................................................................... IX

ABSTRACT ................................................................................................................... X

I – INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

1.1 – OBJETIVOS .......................................................................................................... 2

1.1.1 – OBJETIVO GERAL ............................................................................................ 2

1.1.2 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 2

1.2 – METODOLOGIA ADOTADA ............................................................................ 2

1.3 – ESTRUTURA DO TRABALHO ......................................................................... 3

II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 4

2.1 – MEDIÇÕES REALIZADAS NO LABORATÓRIO ......................................... 4

2.1.1 – ENSAIO DE LIGAÇÕES .................................................................................... 4

2.1.2 – ENSAIO DE VIBRAÇÕES ................................................................................. 6

2.2 – EQUIPAMENTOS EXISTENTES NO LABORATÓRIO ............................... 7

2.2.1 – SISTEMAS DE AQUISIÇÃO DE DADOS ........................................................ 7

2.2.2 – TRANSDUTORES INDUTIVOS - LVDT ........................................................ 10

2.2.3 – CÉLULA DE CARGA E EXTENSÔMETROS ................................................ 15

2.2.4 – ACELERÔMETRO - TRANSDUTORES PIEZOELÉTRICOS ....................... 20

III – EQUIPAMENTOS ESTUDADOS ..................................................................... 26

3.1 – HBM SPIDER 8 ................................................................................................... 26

3.2 – SOFTWARE CATMAN ...................................................................................... 28

3.3 – SENSORES/TRANDUTORES .......................................................................... 29

3.3.1 – LVDT – SENSOTEC ......................................................................................... 29

3.3.2 – ADAPTADORES DE LVDT ............................................................................. 30

3.3.3 – CÉLULAS DE CARGA E EXTENSÔMETROS .............................................. 32

3.3.4 – ACELERÔMETRO ........................................................................................... 33

Page 5: Lvdt Leonardo Pinheiro

v

IV – PROCEDIMENTOS ............................................................................................ 35

4.1 – CONECTANDO O HBM SPIDER 8 ................................................................. 35

4.2 – CONECTANDO O LVDT .................................................................................. 37

4.3 – CONECTANDO AS CÉLULAS DE CARGA E EXTENSÔMETROS ......... 43

4.4 – CONECTANDO O ACELERÔMETRO .......................................................... 44

4.5 – CONFIGURANDO OS EQUIPAMENTOS NO SOFTWARE CATMAN .... 45

V – RESULTADOS ...................................................................................................... 51

VI – CONCLUSÕES .................................................................................................... 55

VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 56

Page 6: Lvdt Leonardo Pinheiro

vi

LISTA DE FIGURAS FIGURA 2.1 – Esquema de medição de rotação em viga. ............................................... 5

FIGURA 2.2 – Foto do ensaio realizado no Laboratório. ................................................ 6

FIGURA 2.3 – Esquema do ensaio realizado no Laboratório. ......................................... 7

FIGURA 2.4 – Estrutura de um sistema de aquisição de dados. ..................................... 9

FIGURA 2.5 - Sinal de saída (EOUT) do LVDT nas diferentes posições do núcleo ferromagnético (core) ..................................................................................................... 11

FIGURA 2.6 - (A) magnitude do sinal AC de saída do LVDT; (B) Ângulo de fase da Saída em relação à entrada; (C) Saída DC do condicionador de sinais eletrônico. ....... 12

FIGURA 2.7 - Circuito elétrico de funcionamento de um LVDT ................................. 13

FIGURA 2.8 - Extensômetro ou Strain Gauge .............................................................. 16

FIGURA 2.9 - Ponte de Wheatstone .............................................................................. 18

FIGURA 2.10 - Gráfico de deformação x carga, mostrando histerese, repetibilidade e não linearidade. .............................................................................................................. 19

FIGURA 2.11 - Gráfico de deformação x Tempo mostrando a fluência ou creep. ....... 20

FIGURA 2.12 – Sensor Piezoelétrico: a força aplicada é convertida em tensão. .......... 21

FIGURA 2.13 – Resposta da freqüência de um sensor piezoelétrico. ........................... 22

FIGURA 2.14 - Gráfico da Força x Tempo e Sinal de Saída x Tempo. ........................ 23

FIGURA 2.15 - Esquema do Acelerômetro capacitivo. ................................................. 24

FIGURA 2.16 – Modos de obtenção de deslocamento, velocidade e aceleração. ......... 25

FIGURA 3.1 – HBM – Spider 8 conectado ao Laptop. ................................................. 26

FIGURA 3.2 – Vista da arquitetura do Spider 8 ............................................................ 28

FIGURA 3.3 – LVDT’s da Sensotec, Modelos ML7A e MVL7. .................................. 30

FIGURA 3.4 – 1601 LVDT Adapter. ............................................................................ 30

FIGURA 3.5 – Foto do circuito do MCS0698 ............................................................... 31

FIGURA 3.7 – (A) Porta mini-dim do MCS0698; (B) Conector parafusado de 4 vias. 32

FIGURA 3.8 – Foto da Célula de Carga. ....................................................................... 32

FIGURA 3.9 – Acelerômetro ASW-SA. ........................................................................ 34

FIGURA 4.1 – Foto traseira do HBM Spider 8. ............................................................ 35

FIGURA 4.2 – Portas do HBM Spider 8. ...................................................................... 36

FIGURA 4.3 – Portas do HBM Spider 8. ...................................................................... 37

FIGURA 4.4 – Foto da caixa condicionadora de sinais do LVDT. ............................... 38

FIGURA 4.5 – Foto da fonte de alimentação e amplificador do LVDT. ....................... 38

Page 7: Lvdt Leonardo Pinheiro

vii

FIGURA 4.6 – Conexão para transdutores indutivos (LVDT) em meia ponte. ............. 39

FIGURA 4.7 – Ligação do LVDT ao Spider 8. ............................................................. 40

FIGURA 4.8 – Conexão para transdutores indutivos (LVDT) em ponte completa. ...... 41

FIGURA 4.9 – Conexão para medir tensão de até 10 V. ............................................... 42

FIGURA 4.10 – Conexão para o LVDT no MCS0698. ................................................. 42

FIGURA 4.11 – Conexão do MCS0698 ao HBM Spider 8 e a Fonte de Alimentação. 43

FIGURA 4.12 – Conexão para S/G (Strain Gauge) em ponte completa. ...................... 44

FIGURA 4.13 – Ligação do Acelerômetro ao HBM Spider 8. ...................................... 45

FIGURA 4.14 – Tela de configuração de Hardware do Catman. .................................. 46

FIGURA 4.15 – Tela de configuração dos sensores/transdutores. ................................ 47

FIGURA 4.16 – Telas de calibração. ............................................................................. 48

FIGURA 4.17 – Telas de calibração. ............................................................................. 48

FIGURA 4.18 – (A) Foto dos Pesos Padrões; (B) Foto do calibrador de LVDT. ......... 49

FIGURA 4.19 – (A) Tela dos dados adiquiridos pelo Spider 8. .................................... 50

FIGURA 5.1 – Foto do sistema de aquisição de dados utilizado no Laboratório. ......... 51

FIGURA 5.2 – Foto dos LVDT’s. .................................................................................. 52

FIGURA 5.3 – (A) Foto do Extensômetro; (B) Foto da Célula de Carga. ..................... 52

FIGURA 5.4 – Foto do ensaio realizado. ....................................................................... 53

FIGURA 5.5 – Gráfico dos resultados obtidos no ensaio teste para o Extensômetro X Célula de Carga e para o LVDT 2,0” X Célula de Carga .............................................. 54

Page 8: Lvdt Leonardo Pinheiro

viii

LISTA DE TABELAS

TABELA 5.1 – CONFIGURAÇÕES UTILIZADAS NO ENSAIO TESTE ................ 52

TABELA 5.2 – RESULTADO DAS MEDIÇÕES DO ENSAIO TESTE .................... 54

Page 9: Lvdt Leonardo Pinheiro

ix

RESUMO

O Laboratório de Estruturas Prof. Altamiro Tibiriçá Dias do Departamento de

Engenharia Civil da Escola de Minas – UFOP, conta com uma nova infra-estrutura,

física e de equipamentos que possibilitam ensaios reduzidos e em escala real, tanto por

empresas da área de construção civil, como parte integrante de dissertações de

mestrado e teses de doutorado do PROPEC (Programa de Pós-Graduação em

Engenharia Civil). Com as novas instalações e equipamentos surgiu a necessidade de

adequar os sistemas de aquisição automática de dados para uma maior confiabilidade

dos mesmos e modernização do Laboratório. O sistema utilizado é o HBM Spider 8 e

Catman é o seu respectivo software. Este sistema está em uso no Laboratório, mas o

acoplamento com os sensores e transdutores utiliza diversos outros equipamentos

adicionais (amplificadores e condicionadores) incompatíveis com a tecnologia

disponível por meio do Spider 8, gerando inclusive limitações como: precisão da

aquisição de dados e quantidade de sensores/transdutores medidos simultaneamente.

Assim, neste trabalho para conectar os sensores/transdutores diretamente no Spider 8,

produzi-se um sistema automatizado com flexibilidade e precisão. Para melhor

entendimento do trabalho desenvolvido e considerando a multidisciplinaridade do

mesmo são apresentadas informações técnicas sobre o sistema de aquisição de dados e

os dispositivos utilizados nos ensaios estáticos e dinâmicos de estruturas reais. O

sistema, que se encontra em funcionamento, auxilia no registro e tratamento das

informações obtidas nos experimentos realizados, aumentando assim a veracidade dos

dados obtidos.

Palavras-chave: Sistema de aquisição de dados, HBM Spider 8, Catman, LVDT,

Extensômetro e Acelerômetro.

Page 10: Lvdt Leonardo Pinheiro

x

ABSTRACT

The Laboratory of Structure Prof. Altamiro Tibiriçá Dias of Civil Enginnering

Department of Escola de Minas – UFOP has got a new infrastructure, fisical and

equipaments with permit reduct and real scale tests, for companies of civil construction,

with an integral part of dissertations of Master's degree and in PhD theory of PROPEC

(Pós-graduation program in Civil Enginnering). With the new intalations and

equipaments begins the necessity to adapt the automatic data loggers system, for a great

reliability in the system and modernization of the laboratory. The system used is the

HBM Spider 8 and Catman is your respective software. This system is now in use at the

Laboratory, but the connection with the sensor/transducers uses several additional

equipaments (Amplifiers and Conditioners) incompatible with the available tecnology

through Spider 8, which is producing limitation like: precision of the data acquisition

and quantity of sensors/tranducers simultaneously mensured. So, in this work to

connect the sensor/transducers directly in the Spider 8, to make a automatized system

with flexibility and accuracy. For a better understanding of the desenvolved work and

considering that is a multi discipline, are presented technique information about this

data logger and the devices utilized in the static and dynamic structural tests. The

system, that is functioning, assists on the registration of information and treatment of

realized experiments, increasing the truthfulness of acquired data.

Key-words: Data loggers, HBM Spider 8, Catman, LVDT, Strain Gauge, and

Acceleration meter.

Page 11: Lvdt Leonardo Pinheiro

1

I – INTRODUÇÃO

Os ensaios de resistência do comportamento em estruturas edificações na

engenharia civil são de fundamental importância para garantir a segurança e

exeqüibilidade associada à economia e a evolução tecnológica. Estes ensaios em muitas

ocasiões medem parâmetros como deslocamentos lineares e angulares, aceleração,

deformações específicas e cargas. E para que se consiga obter resultados confiáveis são

necessários equipamentos de medição (sensores) e sistemas de aquisição de dados (do

inglês: data loggers) sensíveis e de alta precisão.

Hoje o Laboratório de Estrutura Professor Altamiro Tibiriça Dias do

Departamento de Engenharia Civil da Escola de Minas da Universidade Federal de

Ouro Preto – UFOP, chamado de Laboratório, conta com uma nova infra-estrutura onde

empresas da área de construção civil realizam diversos tipos de ensaios. As novas

instalações e a aquisição de equipamentos eletrônicos, associados à evolução

computacional, propiciaram maior precisão e confiabilidade nas aquisições de dados.

O sistema de aquisição de dados estudado é o SPIDER 8 da HBM, o qual se

pode verificar é muito robusto o que é adequado para trabalhos de campo e aos usos do

Laboratório atendendo assim as mais diferentes finalidades. O Spider 8 é um sistema

multicanal digital universal. O conceito do mesmo oferece-lhe uma alternativa simples

e econômica aos cartões/placas plug-in A/D. Seu ponto de forte é a simplicidade e

rapidez da aplicação. O software utilizado por este sistema é o Catman, que possibilita

a leitura e tratamento de sinais de sensores/transdutores usuais utilizados no

Laboratório como: acelerômetro, células de carga, extensômetros e LVDT’s (Linear

Variable Differential Transformer), também chamados de medidores de deslocamento.

Page 12: Lvdt Leonardo Pinheiro

2

1.1 – Objetivos

1.1.1 – Objetivo Geral

Acoplar o sistema de aquisição de dados e os medidores de deslocamento e

aceleração para ensaios estáticos e dinâmicos de estruturas reais utilizados na

construção civil, modernizando o Laboratório e aumentando a confiabilidade dos

ensaios realizados no mesmo.

1.1.2 – Objetivos Específicos

Como objetivos específicos têm-se:

• Acoplar os LVDT’s ao Spider 8 sem a utilização de condicionadores e

amplificadores externos;

• Acoplar os LVDT’s com diversos rangers diferentes ao Spider 8;

• Acoplar os acelerômetros ao Spider 8;

• Avaliar a confiabilidade do sistema na utilização de todos os sensores/transdutores

do Laboratório simultaneamente.

1.2 – Metodologia Adotada

Para a realização dos objetivos propostos foram utilizados o sistema de

aquisição de dados HBM Spider 8, conversores A/D, conversores de sinais e

sensores/trandutores de deslocamento (LVDT), aceleração e força.

Page 13: Lvdt Leonardo Pinheiro

3

1.3 – Estrutura do Trabalho

Para uma melhor compreensão e organização este trabalho foi dividido em sete

capítulos: Introdução, Revisão Bibliográfica, Equipamentos Estudados, Procedimentos,

Resultados, Conclusões e Referências Bibliográficas.

No capítulo dois, Revisão Bibliográfica é realizado uma breve explanação nos

conceitos e informações úteis para o entendimento do trabalho.

Os capítulos três são apresentados os Equipamentos Estudados do Laboratório,

como o HBM SPIDER 8 e seu software Catman. Também são apresentados os

sensores/transdutores utilizados nos ensaios, sendo os principais: os LVDT’s, os

Acelerômetros, os Extensômetros e as Células de Carga, sendo os dois primeiros o

objetivo principal do trabalho.

No capítulo quarto mostra-se como foi a conducão do trabalho, além da

sistemática necessária e precauções utilizadas para o bom funcionamento de todos os

equipamentos.

No quinto capítulo são apresentados os resultados obtidos, no sexto as

conclusões, e as referências bibliográficas no último capítulo.

Page 14: Lvdt Leonardo Pinheiro

4

II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo faz-se realizada uma revisão dos conceitos envolvidos neste

trabalho com a finalidade de dar embasamento teórico para a compreensão,

desenvolvimento e instalação dos equipamentos utilizados.

2.1 – Medições realizadas no Laboratório

No Laboratório de Estruturas diversos ensaios podem ser realizados com a

finalidade de determinar parâmetros importantes de avaliação da resistência de

elementos e estruturas, bem como seu comportamento frente às solicitações

(carregamentos) pré-definidos.

Entre estes ensaios que são objeto de pesquisa para Dissertações de Mestrado e

Teses de Doutorado, além das consultorias realizadas no Laboratório, podem se

destacar dois trabalhos recentes que serão apresentadas a seguir como ilustração das

possibilidades existentes através dos equipamentos que o Laboratório possui.

Ressalta-se que as atividades do Laboratório estão relacionadas às pesquisas do

PROPEC que analisa principalmente o uso e aplicação do aço na Construção Civil.

2.1.1 – Ensaio de Ligações

As Ligações na Construção Civil com estruturas em aço são objeto de diversas

pesquisas no mundo. O objetivo destas pesquisas é desenvolver procedimentos técnicos

que considerem as reais condições de apoio dos elementos estruturais que compõem

uma edificação, ou seja, ligações entre vigas e colunas.

Page 15: Lvdt Leonardo Pinheiro

5

Assim, no caso de desenvolvimento de ligações parafusadas de uma edificação

de 3 andares em perfis de aço formado a frio (chapa dobrada) com três milímetros de

espessura, foram realizadas dissertações de Mestrado para avaliar a capacidade de

rotação da ligação. Está rotação é medida a partir do traçado de uma curva cujos pontos

são obtidos através de medições de deslocamento, usando-se os LVDT´s, para cada

carregamento aplicado por atuadores e medido através de células de carga. Na figura a

seguir ilustram-se a curva a ser obtida e um esquema geral de medição da rotação da

ligação e do ensaio.

FIGURA 2.1 – Esquema de medição de rotação em viga.

Na figura 2.2 tem-se uma foto de um dos ensaios realizados e a indicação dos

diversos sensores/transdutores utilizados na medição da rotação, carga e deformação.

Os principais sensores/transdutores utilizados são:

• Células de Carga – medição da força/carregamento;

• LVDT’s (Linear Variable Differential Transducer) – medição de deslocamento

linear;

• EER (Extensômetros elétricos de resistência) – medição de deformação específica;

• Defletômetros Mecânicos – medição de deslocamentos lineares.

Page 16: Lvdt Leonardo Pinheiro

6

FIGURA 2.2 – Foto do ensaio realizado no Laboratório.

2.1.2 – Ensaio de Vibrações

Como relatado anteriormente o Laboratório realiza principalmente ensaios em

estruturas de aço que tem em algumas situações no comportamento dinâmico, devido à

sua alta transmissibilidade, este material, o aço fica mais suscetível a carregamentos

dinâmicos, e suas freqüências naturais passam a ficar cada vez mais próximas da

freqüência de excitação.

Os resultados são elevados níveis de vibração os quais podem comprometer a

segurança estrutural e na maioria das vezes podem causar alteração no conforto dos

usuários destas edificações ou estruturas.

Então com o crescimento da utilização de estruturas metálicas, os problemas

relacionados ao conforto humano quanto à vibração em ambientes tem ganhado

importância nos meios acadêmicos. Por isso vários estudos e ensaios estão sendo

realizados nesta área.

O objetivo destes estudos no Laboratório é avaliar a influência da vibração

sobre a percepção e conforto humano (figura 2.3). Deste modo, os limites de percepção

à vibração e os níveis que causam desconforto às pessoas são medidos.

Page 17: Lvdt Leonardo Pinheiro

7

FIGURA 2.3 – Esquema do ensaio realizado no Laboratório.

2.2 – Equipamentos Existentes no Laboratório

Os sistemas de aquisição de dados e os sensores/transdutores que o Laboratório

possui, que são utilizados nos ensaios, serão descritos a seguir suas características e

princípios de funcionamento.

2.2.1 – Sistemas de aquisição de dados

Os sistemas de aquisição de dados são registradores eletro-eletrônicos para

monitoramento e registro de diferentes tipos de variáveis. Os dados obtidos são

armazenados em bancos de dados e podem ser transferidos para computadores.

Entretanto, muitos sinais reais (temperatura, pressão, fluxo, velocidade,

deslocamento) não podem ser lidos diretamente pelos microcomputadores, e aí que

entram os sistemas de aquisição de dados. Eles são integrados com computadores para

Page 18: Lvdt Leonardo Pinheiro

8

se utilizar todos os recursos disponíveis por ambos os equipamentos, conseguindo

assim maximizar e otimizar as vantagens de sua utilização.

Assim, um sistema de aquisição de dados é qualquer dispositivo que pode ser

usado para guardar informações. Isso inclui muitos equipamentos de aquisição de dados

como simples placas de circuitos eletro-eletrônicos, a sistemas de comunicação serial

os quais usam um computador como um sistema de armazenamento de informações em

tempo real. Porém, a maioria dos fabricantes desses tipos de sistemas considera que o

mesmo é um equipamento que pode ler vários tipos de sinais elétricos e armazenar as

informações na memória interna, até a transferência para o computador.

Estes sistemas são essencialmente digitais que dependem de um condicionador

de sinais para a adequação dos sinais analógicos e de um conversor analógico/digital

(A/D). Posteriormente estes sinais, agora digitais, são processados por um

microprocessador, de forma a serem armazenados em algum tipo de memória de

armazenagem, como unidades de discos rígidos, ou ainda, serem enviados para algum

periférico, como impressoras e monitores.

As vantagens dos sistemas de aquisição de dados é que eles podem operar

independentemente de um computador, diferentemente de vários outros tipos de

equipamentos, são disponíveis em vários tipos e tamanhos. Esta variedade inclui

simples equipamentos de canais com funções fixas até equipamentos robustos e

programáveis capazes de trabalhar com centenas de entradas. Também é valido

salientar que com os computadores, a variedade de recursos é maior e mais complexa.

Durante a escolha de um sistema de aquisição de dados alguns parâmetros

devem ser observados como:

• Tipo de sinal de entrada;

• Número de entradas necessárias;

• Tamanho do equipamento;

• Velocidade e Memória;

• Tempo de operação em tempo real.

Page 19: Lvdt Leonardo Pinheiro

9

A estrutura de um sistema de aquisição de dados pode ser dividida em duas

partes, sendo elas o Software e o Hardware, sendo que a última se divide em três:

Sensor/Transdutor, Condicionador de Sinais, Conversor A/D e Controle, conforme

mostrado na figura 2.4.

FIGURA 2.4 – Estrutura de um sistema de aquisição de dados.

Sensores – são os elementos que captam as variações físicas.

Trandutores – transforam uma variação física em sinais elétricos.

Condicionador de sinais – são circuitos eletrônicos cuja finalidade é adequar os

sinais analógicos para a conversão digital. Seus principais componentes são os

amplificadores, filtros e isoladores.

Conversor A/D e controles associados – é o elemento responsável por traduzir

uma grandeza elétrica em uma representação numérica adequada ao tratamento digital

do sinal adquirido.

Programa Computacional - controla o sistema, permitindo ao usuário

parametrizar, comandar, e monitorar o processo de aquisição. Ele armazena os sinais

captados na forma de arquivos, que podem ser consultados posteriormente e

possibilitam a visualização e edição dos dados adquiridos, bem como a geração de

relatórios e outros.

Page 20: Lvdt Leonardo Pinheiro

10

2.2.2 – Transdutores Indutivos - LVDT

O LVDT é um dispositivo eletromecânico que produz uma tensão de saída

proporcional à posição de um núcleo móvel, ou seja, um sensor para medição de

deslocamento linear. O funcionamento dele é baseado em três bobinas e um núcleo

cilíndrico de material ferromagnético de alta permeabilidade. Ele dá como saída um

sinal linear, proporcional ao deslocamento do núcleo, que está fixado ou em contato

com o que se deseja medir.

A bobina central é chamada de primária e as demais são chamadas de

secundárias. O núcleo é preso no objeto cujo deslocamento deseja-se medir e a

movimentação dele em relação às bobinas é o que permite esta medição.

Para esta medição, uma corrente alternada é aplicada na bobina primária,

fazendo com que uma tensão seja induzida em cada bobina secundária

proporcionalmente à indutância mútua com a bobina primária. A freqüência da corrente

alternada está geralmente entre 1 e 10 kHz.

De acordo com a movimentação do núcleo, estas indutâncias mútuas mudam,

fazendo com que as tensões nas bobinas secundárias também mudem. Como as bobinas

são conectadas em série reversas, a tensão de saída é a diferença entre as duas tensões

secundárias. Quando o núcleo está na posição central, eqüidistante em relação às duas

bobinas secundárias, tensões de mesma amplitude, porém opostas, são induzidas nestas

duas bobinas e a tensão de saída é zero.

Quando o núcleo é movimentado em uma direção a tensão em uma das bobinas

secundárias aumenta enquanto a outra diminui, fazendo com que a tensão aumente de

zero para um máximo. Esta tensão está em fase com a tensão primária. Quando o

núcleo se move em outra direção, a tensão de saída também aumenta de zero para um

máximo, mas sua fase é oposta à fase primária. A amplitude da tensão de saída é

proporcional a distância movida pelo núcleo (até o seu limite de curso), sendo por isso

a denominação "linear" para o sensor. Assim, a fase da tensão indica a direção do

deslocamento.

Como o núcleo não entra em contato com o interior do tubo, ele pode mover-se

livremente, quase sem atrito, fazendo do LVDT um dispositivo de alta confiabilidade.

Page 21: Lvdt Leonardo Pinheiro

11

Além disso, a ausência de contatos deslizantes ou girantes permite que o LVDT esteja

completamente selado das condições do ambiente.

A figura 2.5 ilustra-se o que acontece quando o núcleo do LVDT está em

diferentes posições axiais. A bobina primária do LVDT, P, é energizada com uma fonte

AC constante. O fluxo magnético resultante é induzido pelo núcleo de ferromagnético

(core) às bobinas secundárias S1 e S2. Se o núcleo está localizado entre as bobinas S1 e

S2, fluxos magnéticos iguais são induzidos a cada uma, então as voltagens E1 e E2, que

induzem as bobinas secundárias são iguais. Este ponto de referência da posição do

núcleo é conhecido como null point (ponto nulo), onde a diferença de potencial da

saída, (E1-E2), é essencialmente zero. Como mostrado na figura 2.4, se o núcleo se

mover na direção de S1, mais fluxo magnético é induzido em S1, então a indução de

voltagem E1 é incrementada enquanto E2 é decrementada, resultando na diferença de

potencial (E1-E2). Da mesma forma, se o núcleo se mover na direção de S2, mais fluxo

magnético é induzido em S2, então é incrementado E2 e E1 é decrementado, resultando

na diferença de potencial (E2-E1).

FIGURA 2.5 - Sinal de saída (EOUT) do LVDT nas diferentes posições do núcleo ferromagnético (core)

Fonte: MACROSENSORS.

Na figura 2.6(a) mostra-se como a magnitude das diferenças de potencial de

saída, EOUT, varia com a posição do núcleo. O valor de EOUT máximo depende da

distância do núcleo ao do ponto nulo, além da amplitude da excitação da bobina

primária e do fator de sensibilidade particular do LVDT, que é tipicamente em volts

RMS.

Page 22: Lvdt Leonardo Pinheiro

12

O ângulo de fase desta saída AC, EOUT, que tem como referencia a excitação

primária, permanece constante até que o centro do núcleo passe o ponto nulo, onde o

ângulo de fase muda brutalmente de 180 graus, como mostrado na figura 2.6(b). Este

180 graus de defasagem pode ser usado para determinar a direção do núcleo

ferromagnético em relação ao ponto nulo por um circuito apropriado.

Isto é mostrado na figura 2.6(c), onde a polaridade do sinal de saída representa o

posicionamento do núcleo em relação ao ponto nulo. A figura mostra ainda que a saída

do LVDT seja consideravelmente linear sobre seu faixa de atuação do núcleo, mas o

mesmo pode ser usado em uma faixa maior que a projetada com um pouco redução na

linearidade da saída.

FIGURA 2.6 - (A) magnitude do sinal AC de saída do LVDT; (B) Ângulo de fase da Saída em relação à entrada; (C) Saída DC do condicionador de sinais eletrônico.

Fonte: MACROSENSORS.

Page 23: Lvdt Leonardo Pinheiro

13

As características da saída do LVDT variam com as diferentes posições do

núcleo. A faixa de atuação é extensa, tipicamente um volt ou mais, e geralmente não

requer amplificação. Note que o LVDT continua a operar após 100% de sua faixa de

trabalho, porém com redução na sua linearidade.

A história mostra que os primeiros Transdutores Diferenciais surgiram no

começo do século passado, sendo utilizados para controle de potência AC de motores e

geradores. Em meados de 1930, os transdutores diferencias começaram a ser usados em

processos telemétricos em equipamentos de análises químicas, tornando-se dispositivos

lineares.

A representação elétrica de um LVDT está representada na figura 2.7.

FIGURA 2.7 - Circuito elétrico de funcionamento de um LVDT Fonte: MACROSENSORS.

Na segunda guerra mundial o LVDT era usado para indicar posição nula em

aviões, torpedos, máquinas industriais e outros equipamentos específicos. O uso do

LVDT foi difundido por Herman Shaevitz .

O sensor LVDT é composto pelos seguintes elementos:

• Bobina excitadora ou primária;

• 2 bobinas secundárias;

• Núcleo ferromagnético móvel;

Page 24: Lvdt Leonardo Pinheiro

14

• Eixo não-ferromagnético acoplado ao núcleo;

• Estrutura isolante para as bobinas;

• Carcaça metálica para blindagem e prover resistência mecânica.

Os Conceitos Básicos, ou equações de entrada/saída do LVDT são dadas por:

• Tensão no Primário:

o ( )wtsenKE ii *= (1)

• Tensão no Secundário:

o ( )fwtsenkEO −= *11 (2)

o ( )fwtsenkEO −= *22 (3)

o ( ) ( )fwtsenkkEO −−= *21 (4)

As principais características dos LVDT são:

• Operação com baixa fricção;

• Resolução analógica infinita;

• Vida mecânica ilimitada;

• Resistente a condições mecânicas de transporte;

• Sensibilidade em apenas um eixo;

• Núcleo separado das bobinas;

• Isolação de entrada e saída;

• Robustez com o meio de trabalho;

• Repetibilidade de posição nula;

• Resposta dinâmica rápida.

Page 25: Lvdt Leonardo Pinheiro

15

Os medidores de deslocamento podem ser de dois tipos:

• LVDT DC: A entrada é unicamente de alimentação contínua e a saída fornece um

sinal analógico ou digital correspondente à posição do núcleo.

• LVDT AC: A entrada é um sinal senoidal alternado e as saídas correspondem ao

mesmo tipo de sinal, porém com amplitudes diferentes.

Hoje em dia os LVDT’s são utilizados nas mais diversas áreas de aplicação e

diferentes equipamentos, por exemplo:

• Aviões (Sensores de partes mecânicas);

• Submarinos / Navios;

• Naves espaciais;

• Laboratórios Espaciais;

• Reatores Nucleares;

• Medições Industriais;

• Laboratórios e Indústria Química.

2.2.3 – Célula de Carga e Extensômetros

O uso de células de carga como transdutores de medição de força abrangem

hoje uma vasta gama de aplicações: desde nas balanças comerciais até na

automatização e controle de processos industriais. A popularização do seu uso decorre

do fato que a variável peso é interveniente em grande parte das transações comerciais e

de medição das mais freqüentes dentre as grandezas físicas de processo. Associa-se, no

caso particular do Brasil, a circunstância que a tecnologia de sua fabricação, que antes

era restrita a nações mais desenvolvidas, é hoje amplamente dominada pelo nosso País,

que desponta como exportador importante no mercado internacional.

Page 26: Lvdt Leonardo Pinheiro

16

O princípio de funcionamento das células de carga baseia-se na variação da

resistência ôhmica de um sensor denominado extensômetro ou strain gauge (figura 2.8)

quando submetido a uma deformação.

Os strain gauges metálicos ou semicondutores baseiam-se na variação da

resistência de um fio (ou filme depositado sobre uma superfície fina) ou ainda de um

semicondutor (silício ou germânio). Sabemos que a resistência elétrica pode ser

definida pela expressão (equação 1).

=A

LR

*ρ (1)

Onde: ρ = resistividade do material; L = comprimento do fio; A = área da

seção transversal do fio.

FIGURA 2.8 - Extensômetro ou Strain Gauge Fonte: Wikipedia.

Kelvin (1856), utilizando um galvanômetro e uma ponte de Wheatstone,

demonstrou que a variação relativa da resistência elétrica RR∆ de um fio metálico de

comprimento L é linear, se uma deformação L∆ ocorrer na região elástica do material,

portanto (equação 2):

( )( )L

LR

RK

∆= (2)

O strain gauge metálico é um resistor elétrico onde a variação da resistência

elétrica é proporcional à variação do comprimento. É projetado para ser facilmente

Page 27: Lvdt Leonardo Pinheiro

17

aderido às superfícies sólidas, sempre na direção principal do esforço, caracterizando-se

aí a necessidade de se ter conhecimento sobre análise de tensões (mecânicas) para sua

aplicação adequada. Para pequenos deslocamentos, onde o limite de elasticidade do

material do extensômetro não foi excedido, onde a deformação é diretamente

proporcional a tensão aplicada.

A expressão geral que define a sensibilidade K (gauge factor) de um strain

gauge é deduzida supondo-se um fio de comprimento L e diâmetro D pela expressão

(equação 3):

( )2*

**4,,

D

LDLRR

πρρ ==

(3)

Os strain gauges devem ter tamanho reduzido para captar deformações no ponto

de máxima concentração de tensões; possuir rigidez que não interfira (reforço ou

amortecimento) na peça onde for aderido; apresentar linearidade, estabilidade,

repetibilidade e reprodutibilidade, ser insensíveis a variações ambientais, ter reduzida

sensibilidade transversal, possuir capacidade de medidas estáticas e dinâmicas;

apresentar baixo custo e alta velocidade de resposta.

Atualmente são produzidos também strain gauges de materiais semicondutores,

fabricados basicamente de silício e em casos especiais de germânio. A variação da

resistência é de 50 a 80 vezes maior que a dos metais. O grande problema dos

semicondutores é a não linearidade devido à alta sensibilidade à variação de

temperatura. São produzidos a partir de cristais de silício de alta pureza, dopados

artificialmente. A sensibilidade depende da dopagem, densidade, orientação dos cristais

e do processo de fabricação.

Utiliza-se comumente em células de carga quatro extensômetros ligados entre si

segundo a ponte de Wheatstone (figura 2.9) e o desbalanceamento da mesma, em

virtude da deformação dos extensômetros, é proporcional à força que a provoca. É

através da medição deste desbalanceamento que se obtém o valor da força aplicada. Os

extensômetros são colados a uma peça metálica (alumínio, aço ou liga cobre-berílio),

denominada corpo da célula de carga e inteiramente solidários à sua deformação.

A força atua, portanto sobre o corpo da célula de carga e a sua deformação é

transmitida aos extensômetros, que por sua vez medirão sua intensidade. A deformação

Page 28: Lvdt Leonardo Pinheiro

18

e pode ser determinada pela variação da resistência do strain gauge. O fator de

sensibilidade K e a resistência R são fornecidos pelos fabricantes necessitando apenas

medir-se a variação da resistência elétrica do strain gauge. É freqüente medir variações

com resoluções da ordem de 0,001W.

FIGURA 2.9 - Ponte de Wheatstone

Fonte: Tavares, Eduardo Costa,

Esse circuito possui onde os quatro resistores R1, R2, R3, R4 ligados de modo a

formar os lados de um circuito onde é aplicada uma tensão V em dois vértices opostos

A e C, gerando uma corrente I no circuito. Nos outros dois vértices B e D é instalado

um galvanômetro, que acusa a passagem de corrente.

Existem várias combinações que podem ser feitas entre os extensômetros de

uma ponte, tornando-os ativos ou não, atuando no sentido da deformação ou oposto a

ela ou mesmo perpendicular à deformação. Por exemplo:

• Circuito em 1/4 de ponte consiste em substituir um dos resistores da ponte por um

extensômetro dito “ativo”. Na prática, o que se faz é utilizar quatro extensômetros

de mesmo valor de resistência nominal, sendo que apenas um deles é ativo e os

outros três atuam como resistores;

• Os circuitos de 1/2 ponte apresentam dois extensômetros ativos R1 e R4 ou R2 e

R3;

• Nos circuitos de ponte completa, os quatros extensômetros são ativos. A

intensidade do sinal de saída é dada pela relação da tensão de leitura e a de

Page 29: Lvdt Leonardo Pinheiro

19

alimentação, e depende do tipo de ponte que foi adotada. É importante que o

instrumento de leitura esteja adequado à intensidade do sinal de saída.

Obviamente que a forma e as características do corpo da célula de carga devem

ser objetos de um meticuloso cuidado, tanto no seu projeto, quanto na sua execução e

calibração. Visando assegurar que a sua relação de proporcionalidade entre a

intensidade da força atuante e a conseqüente deformação dos extensômetros seja

preservada tanto no ciclo inicial de carregamento quanto nos ciclos subseqüentes,

independentemente das condições ambientais.

A forma geométrica, portanto, deve conduzir a uma "linearidade" dos resultados

(figura 2.9). Considerando-se que a temperatura gera deformações em corpos sólidos e

que estas poderiam ser confundidas com a provocada pela ação da força a ser medida,

há necessidade de se "compensar" os efeitos de temperatura através da introdução no

circuito de Wheatstone de resistências especiais que variem com o calor de forma

inversa a dos extensômetros.

Um efeito normalmente presente ao ciclo de carregamento e que deve ser

controlado com a escolha conveniente da liga da matéria-prima da célula de carga é o

da "histerese" decorrente de trocas térmicas com o ambiente da energia elástica gerada

pela deformação, o que acarreta que as medições de cargas sucessivas não coincidam

com as descargas respectivas (figura 2.10).

FIGURA 2.10 - Gráfico de deformação x carga, mostrando histerese, repetibilidade e não linearidade. Fonte: Células de carga

Page 30: Lvdt Leonardo Pinheiro

20

Outro efeito que também deve ser controlado é a "repetibilidade", ou seja,

indicação da mesma deformação decorrente da aplicação da mesma carga

sucessivamente, também deve ser verificada e controlada através do uso de materiais

isotrópicos e da correta aplicação da força sobre a célula de carga. Finalmente, deve-se

considerar o fenômeno da "fluência" ou creep, que consiste na variação da deformação

ao longo do tempo após a aplicação da carga. Este efeito decorre de escorregamentos

entre as faces da estrutura cristalina do material e apresentam-se como variações

aparentes na intensidade da força sem que haja incrementos na mesma (figura 2.11).

FIGURA 2.11 - Gráfico de deformação x Tempo mostrando a fluência ou creep. Fonte: Células de carga

2.2.4 – Acelerômetro - Transdutores Piezoelétricos

O efeito piezoelétrico foi descoberto por Piere e Curie (1880). A palavra

“piezo” vem do grego, que significa “aperto”, indicando que esse aperto gera

eletricidade. Podem ser feitos de quartzo, cristais policristalinos ou cerâmicas.

Os sensores piezoelétricos são utilizados para medir deslocamentos dinâmicos

(como a passagem de um automóvel) ou deslocamentos de fluidos e gravar sons do

coração. Materiais piezelétricos geram um potencial elétrico quando mecanicamente

tencionados (figura 2.12). Ao contrário, um potencial elétrico pode causar deformações

físicas no material, fazendo-o se dilatar. Este princípio é utilizado para fazer “buzzers”

eletrônicos, emitindo sinal sonoro numa certa freqüência. O principio de operação é o

seguinte: uma rede cristalina assimétrica é distorcida, uma reorientação das cargas

Page 31: Lvdt Leonardo Pinheiro

21

acontece, causando um deslocamento relativo de cargas negativas e positivas. As

cargas internas deslocadas induzem cargas superficiais de polaridade opostas nos lados

opostos do cristal. Cargas superficiais podem ser determinadas pela medida da

diferença de tensão entre os eletrodos presos na superfície.

A carga total q induzida é diretamente a força f aplicada: fkq *= onde k é a

constante piezoelétrica dada em Coulomb por Newton (C/N). A tensão pode ser

encontrada assumindo que o sistema funciona como um capacitor de placas paralelas

onde a tensão v através do capacitor é dada pela carga qdividida pela capacitância C .

FIGURA 2.12 – Sensor Piezoelétrico: a força aplicada é convertida em tensão. Fonte: Soares, Flávio Augusto.

O baixo custo, simplicidade e tensões de saída relativamente altas geradas por

materiais piezoelétricos tornam-nos um meio particularmente eficaz na transdução de

uma variedade de fenômenos fisiológicos. Microfones de cristal com desenho especial

são comumente utilizados para medir e gravar os sons do coração (fonocardiografia).

As propriedades desejadas para esta aplicação são respostas em freqüência plana de 20

a 1000 Hz, uma sensibilidade direcional, de tal forma que sons de respiração, ruído

ambiente e outros sejam suprimidos.

O maior efeito piezoelétrico é conseguido com materiais cerâmicos

ferroelétricos que são muito utilizados nos acelerômetros. A montagem é feita com uma

parte fixa (invólucro) onde é preso um dos lados do sensor piezoelétrico, que será a

referência de tensão. Na parte superior do sensor é fixado o outro terminal elétrico e

uma massa que se deslocará quando houver acelerações do sistema. Ao se mover, esta

Page 32: Lvdt Leonardo Pinheiro

22

massa provocará as deformações no material piezoelétrico que responderá ao estímulo

apresentando uma diferença de tensão entre suas faces (figura 2.13). Além de uma

versão de mesa, como descrita, hoje em dia já existem acelerômetros minúsculos

colocados dentro de cateteres. Pesando algumas gramas, estes sensores são capazes de

detectar acelerações da ordem de 0,0001 cm/seg2.

FIGURA 2.13 – Resposta da freqüência de um sensor piezoelétrico. Fonte: Soares, Flávio Augusto.

As piezos-resistências são utilizadas na construção de microfones e de

detectores de aceleração, como é o caso dos airbags dos automóveis e dos sensores de

fluxo em condutores de líquido ou gases. Devido à compatibilidade tecnológica com a

eletrônica do silício, os sensores de pressão são passíveis de integração conjunta com os

circuitos eletrônicos de revelação e processamento de sinal, permitindo, assim, realizar

numa única pastilha sistemas complexos que incluem as funções de transdução, de

revelação e de processamento da informação.

A aplicação neste trabalho é na medida da aceleração (acelerômetros) ou em

sensores de pressão dinâmica. Juntando-se vários piezoelétricos podemos compor um

conjunto responsável por amplificar mais ainda o sinal. Este conjunto é preso a carcaça

do equipamento no qual se deseja medir a freqüência de vibração ou a aceleração. Um

sinal nos terminais V+ e V- terá a seguinte forma (figura 2.14).

Como o sinal produzido por um piezoelétrico é forte, pode-se fazer um circuito

simples de amplificação do sinal usando amplificadores comuns (com entrada FET –

alta impedância).

Page 33: Lvdt Leonardo Pinheiro

23

FIGURA 2.14 - Gráfico da Força x Tempo e Sinal de Saída x Tempo. Fonte: Soares, Flávio Augusto.

Principais características:

• Possui boa resposta em freqüências maiores e ruins em menores;

• Produz uma tensão de saída alta, mas em geral com muito ruído;

• Quanto maior for à derivada da força aplicada no acelerômetro, maior é o pico de

tensão;

• O transdutor é pequeno, leve e barato;

• Detecta acelerações na ordem de 250.000 m/s2;

• Não é útil para medir forças estáticas (pressão barométrica, peso ou força) porque a

tensão decai na presença de forças constantes.

Exemplo de materiais, que quando pressionados, produzem cargas elétricas nas

suas superfícies, utilizados nos acelerômetros:

• Materiais cristalinos assimétricos naturais: quartzo e sais de Rochelle;

• Cristais sintéticos: sulfato de lítio;

• Materiais cerâmicos: bário/titânio;

• Polímeros (produzidos a partir da década de 80).

Page 34: Lvdt Leonardo Pinheiro

24

Os transdutores de aceleração transformam movimentos mecânicos em sinais

elétricos. Ele é robusto, compacto, leve, com uma larga amplitude de freqüência e pode

ser de seis tipos:

1. Piezoelétrico - Um cristal dentro do acelerômetro emite carga elétrica quando

este é submetido a uma força.

2. Capacitivo – Funciona com a variação entre as capacitâncias devido a

aceleração entre uma placa central móvel e duas placas fixas cada uma com um

capacitor (figura 2.15).

FIGURA 2.15 - Esquema do Acelerômetro capacitivo. Fonte: Soares, Flávio Augusto.

3. Piezoresistivo - Micromecanismos que mudam suas propriedades conforme a

mudança de resistência.

4. Magnetoresistivo - Material resistivo muda com a presença de um campo

Magnético.

5. Magnético - Movimento é convertido em sinais elétricos pela mudança de

campos magnéticos.

6. Transferência de Calor - Sensores de calor rastreiam uma massa aquecida em

movimento. É utilizada para medição de vibrações em máquinas industriais, indústria

automobilística (Airbags, Freios ABS, Sistemas de navegação), monitoramento de

animais, calibração de hélices, barcos autônomos, medição de vibração em torres de

transmissão elétrica, abalos sísmicos, etc.

Page 35: Lvdt Leonardo Pinheiro

25

Uma observação importante que se faz sobre a medição de deslocamento,

velocidade e aceleração e o conhecimento do deslocamento em função do tempo

( )[ ]tfx = permite, em princípio, que conheçamos a velocidade [ ]dtdxv = , bem como a

variação da velocidade no tempo, obtendo a aceleração [ ]2

2

dtxd

dtdva == . No

entanto, como a operação de diferenciação acentua o ruído (sobretudo de alta

freqüência) do sinal original, torna-se quase impossível determinar eletronicamente a

aceleração a partir do conhecimento do deslocamento. Já o processo inverso, que

consiste na obtenção da velocidade e deslocamento em função do tempo a partir do

conhecimento da aceleração, é bem mais viável eletronicamente. Na figura 2.16 estão

ilustrados estes dois procedimentos. Entretanto, quando realizamos a operação de

integração eletronicamente, devemos nos preocupar com o desvio “dc” do integrador

que pode se tornar um problema e levar a resultados incorretos.

FIGURA 2.16 – Modos de obtenção de deslocamento, velocidade e aceleração. Fonte: Tavares, Eduardo Costa

Page 36: Lvdt Leonardo Pinheiro

26

III – EQUIPAMENTOS ESTUDADOS

Neste capítulo são apresentadas as características técnicas dos equipamentos

utilizados nos estudos deste trabalho que pertencem ao Laboratório.

3.1 – HBM SPIDER 8

O sistema de aquisição de dados ou data logger utilizado neste trabalho é o

HBM Spider 8, um sistema eletrônico de para medir sinais elétricos e variáveis

mecânicas como resistência, força, pressão, aceleração, temperatura e deslocamento

linear (figura 3.1). Os dados obtidos são armazenados em bancos de um computador.

Ele é um sistema multicanal digital universal, e destaca-se sobre tudo por sua

simplicidade e rapidez de aplicação, sem a necessidade de interruptores,

potenciômetros, pontes conectáveis, jumpers ou swiches. Possui 8 canais, os quais

possuem alimentação para transdutores, amplificadores, filtros e conversores A/D

passivos. Todos os conversores A/D trabalham sincronizados e fornecem até 9.600

valores medidos por segundo.

FIGURA 3.1 – HBM – Spider 8 conectado ao Laptop. Fonte: Spider 8.

Page 37: Lvdt Leonardo Pinheiro

27

As principais características deste equipamento são:

• Registro simultâneo de valores medidos em todos os canais;

• Alta taxa de amostragem a uma resolução de 16-bits;

• Filtros digitais selecionáveis;

• Completa cadeia calibrada de medição;

• Fácil operação e configuração;

• Sem necessidade de intervenção de um PC;

• Carcaça metálica em conformidade com o EMC;

• Resistores de compensação integrados com calibração shunt (Spider 8-30).

Cada unidade do HBM – Spider 8 contém oito canais de entrada/saída, sendo

que este número pode chegar a 80, se colocado 10 unidades em cascata. Todos os

canais disponíveis são providos de vários tipos de funções como alimentação de

sensores, condicionamento de sinais, conversores analógico-digital, filtros.

Vários tipos de transdutores com princípios de funcionamento diferentes podem

ser utilizados no HBM – Spider 8, como:

• Medidor de Freqüência / Contador de Pulsos;

• S/G (strain gauge) em ponte completa;

• S/G (strain gauge) em 1/2 ponte;

• S/G (strain gauge) em 1/4 ponte;

• S/G (strain gauge) usando conexão de três fios;

• Transdutores Indutivos em ponte completa;

• Transdutores Indutivos em meia ponte;

• Potenciômetro;

• Resistências;

• Termopares;

Page 38: Lvdt Leonardo Pinheiro

28

• Tensão de fontes de energia DC;

• Corrente de fontes de energia DC.

Na figura 3.2 mostra-se toda arquitetura do sistema de aquisição de dados

Spider 8. Nele podem-se ver as opções de comunicação com o computador (porta

paralela, USB, RS-232, porta da impressora/próximo Spider 8), a interface, as 8

entradas/saídas disponíveis, os conversores A/D, os respectivos amplificadores e o tipo

de transdutores que podem ser utilizados.

FIGURA 3.2 – Vista da arquitetura do Spider 8 Fonte: Spider 8.

3.2 – Software CATMAN

O software que se utiliza no computador que faz a comunicação, a aquisição e o

tratamento dos dados do Spider 8 é o Catman. Nele os dados adquiridos são

Page 39: Lvdt Leonardo Pinheiro

29

visualizados e analisados em tempo real, e também estabelecidos às configurações dos

projetos ou ensaios, resumindo ele controla o sistema.

Um ponto importante é a possibilidade de salvar as configurações pré-

estabelecidas em um arquivo ou carregar um arquivo com as mesmas. Com os dados

salvos, pode-se fazer gráficos com as informações obtidas, gerar relatórios e até

exportá-los para outros softwares de manipulação de dados.

A interface do Catman é de fácil manuseio e se assemelha muito com os outros

tipos de softwares utilizados na plataforma MS-Windows.

3.3 – SENSORES/TRANDUTORES

A seguir são descritos os sensores/transdutores existentes no Laboratório cujo

funcionamento associado ao sistema de aquisição e software dos itens anteriores é

objeto deste trabalho.

3.3.1 – LVDT – Sensotec

Os equipamentos de medição de deslocamento linear utilizados hoje no

Laboratório são AC-AC Long Stroke LVDT’s, Modelo: VL7A Spring Return (figura

3.3). Estes modelos atingem no máximo um erro de 0,25% não linearidade em toda

escala de medição.

Eles são designados para medição deslocamento linear estático e dinâmico. Os

modelos variam de ±0,5” até ±8,0” de deslocamento útil para medição. O Laboratório

possui 12 LVDT’s de 3 modelos, cada um com um range de medição diferente,

possibilitando medições lineares de deslocamento lineares de ±0,5”, ±2,0”, e ±4,0”.

Seu corpo e haste são construídos de aço inox para alta durabilidade em

ambientes industriais.

Page 40: Lvdt Leonardo Pinheiro

30

FIGURA 3.3 – LVDT’s da Sensotec, Modelos ML7A e MVL7.

Fonte: LVDT.

3.3.2 – Adaptadores de LVDT

O Laboratório possui dois tipos de adaptadores para LVDT, os quais na verdade

são condicionadores de sinais, sendo eles o 1601 LVDT Adapter e o MCS0698 da

Linx.

O primeiro condicionador de sinal 1601 LVDT Adapter (figura 3.4) da

Measurements Group é modelo mais antigo e utilizado atualmente no Laboratório,

sendo que se tem 4 unidades disponíveis.

FIGURA 3.4 – 1601 LVDT Adapter. Fonte: 1601 LVDT Adapter.

Ele é uma placa de circuito impresso que contém oscilador, modulador,

amplificadores, filtros e ajustes de span, para que se produza o sinal DC necessário. O

medidor de deslocamento é conectado na pinagem do lado esquerdo, onde se tem uma

Page 41: Lvdt Leonardo Pinheiro

31

figura mostrando a conexão do mesmo. E do lado direito é ligado à fonte e amplificador

de sinal.

O segundo é o MCS0698, que é utilizado em outro sistema de aquisição de

dados que o Laboratório possui, o Linx. O laboratório possui doze unidades deste tipo

de condicionador. A grande vantagem deste condicionador é o circuito integrado (CI)

utilizado em sua montagem, figura 3.5.

FIGURA 3.5 – Foto do circuito do MCS0698

Então o sinal de entrada do MCS0698, onde é ligado o LVDT, é uma porta

mini-dim de 6 pinos (figura 3.7(a)). A pinagem deste conector de entrada é:

1. + Exc (Excitação Positiva)

2. – Exc (Excitação Negativa)

3. + IN (Sinal de Entrada Positiva)

4. CT (pinos 4 e 5 são curto circuitados internamente)

5. CT

6. + IN (Sinal de Entrada Positiva)

7. Blindagem (Carcaça Metálica do Conector)

O sinal de saída do MCS0698 é um conector parafusado de 4 vias (figura

3.7(b)):

1. V+ (Excitação Positiva)

2. OUT (Sinal de Saída)

Page 42: Lvdt Leonardo Pinheiro

32

3. V- (Excitação Negativa)

4. GND (Terra)

(A) (B)

FIGURA 3.7 – (A) Porta mini-dim do MCS0698; (B) Conector parafusado de 4 vias.

3.3.3 – CÉLULAS DE CARGA e EXTENSÔMETROS

Os equipamentos de medição de força, células de carga (figura 3.8), utilizados

hoje no Laboratório de Estrutura são de diversos fabricantes e possuem diversas

capacidades de carga: 5, 10, 30, 50 e 200 toneladas. Estes valores variam com a

capacidade das mesas na sua blindagem.

FIGURA 3.8 – Foto da Célula de Carga. Fonte: Células de Carga.

Todas as células de carga (eixo simples) medem a força somente na direção do

eixo do carregamento. O vetor componente da força em outras direções não é

mensurável é pode deformar o equipamento, além de introduzir erros de medição.

Page 43: Lvdt Leonardo Pinheiro

33

O Laboratório possui uma gama de extensômetro diferentes que são colados nas

estruturas para medir sua deformação quando se aplica uma força na mesma.

3.3.4 – ACELERÔMETRO

O equipamento utilizado é um transdutor de aceleração a prova de água da

Kyowa Electronic Instruments Company Ltd.. Eles são utilizados tipicamente para

medição de aceleração e desaceleração em elevadores, medição do impacto da

desaceleração em testes de colisão em automóveis, utilizado também em ensaios em

laboratórios e impactos de aceleração na decolagem e pouso em aviões.

O Acelerômetro que disponível no Laboratório é o ASW-A (figura 3.9), de 1A,

2A, 10A e 20A, um modelo compacto e leve, que proporciona uma vasta gama de

resposta de freqüência e assegura as características estáticas e dinâmicas dos ensaios.

Os sinais detectados são amplificados por um condicionador de sinal com uma

excelente linearidade e depois processado pelo Spider 8. Neste caso a aceleração é

medido em apenas um dos eixos, porém existem equipamentos que medem a

aceleração de 3 eixos simultaneamente.

Suas principais características técnicas são:

• Escala de medição: 9.807 to 196.1 m/s2;

• Resistência de pressão de água de 490 kPa;

• Resistente a corrosão – Corpo de Alumínio;

• Escala de não linearidade de ±1%RO;

• Histerese: ±1%RO;

• Resistência de Entrada: 122Ω ±1,6%;

• Resistência de Saída: 122Ω ±1,6%;

• Voltagem de Excitação Recomendada: 1 to 3V AC ou DC;

• Máxima Voltagem de Excitação: 6V AC ou DC;

Page 44: Lvdt Leonardo Pinheiro

34

• Escala de temperatura de trabalho: –15 to 65°C.

FIGURA 3.9 – Acelerômetro ASW-SA. Fonte: ASW-SA.

Page 45: Lvdt Leonardo Pinheiro

35

IV – PROCEDIMENTOS

Para o objetivo deste trabalho, foi estudado o manual do HBM Spider 8 e dos

sensores (LVDT, Acelerômetro, células de carga e extensômetros), e com isso

verificou-se suas configurações eram compatíveis.

O próximo passo foi verificar como era a interligação (cabos) dos mesmos e

qual porta de amplificação dos sinais de entrada seria usada para cada tipo de sensor.

Nos próximos itens são esclarecidas todas as informações necessárias a um

usuário do Laboratório que necessite utilizar o sistema de aquisição de dados deste

trabalho. Serão explicados como conectar o Spider, os sensores/transdutores e

configurá-los no Catman.

4.1 – Conectando o HBM Spider 8

O equipamento utilizado tem várias possibilidades de ligações para trandutores.

Na figura 4.1 mostra-se a traseira do HBM Spider 8, onde se podem ver as várias portas

existentes.

FIGURA 4.1 – Foto traseira do HBM Spider 8. Fonte: Spider 8.

A primeira porta é para alimentação (figura 4.2(e)) do equipamento, que é feita

por meio de uma fonte de 12V DC

Page 46: Lvdt Leonardo Pinheiro

36

Para a comunicação entre os sistemas de aquisição de dados HBM Spider 8 e o

computador existem quatro tipos de portas cada uma com uma função: porta paralela

PC/Master (figura 4.2(a) – branca de 25 pinos), porta paralela PRINTER/Slave (figura

4.2(b) – azul de 25 pinos), porta paralela Digital I/O (figura 4.2(c) – azul de 25 pinos) e

porta serial RS-232 (figura 4.2(d) – marrom de 9 pinos).

FIGURA 4.2 – Portas do HBM Spider 8. Fonte: Spider 8.

A porta serial RS-232 é para a ligação direta do Spider 8 ao computador. A

porta paralela Digital I/O é para a ligação do Spider 8 com outros sistemas de aquisição

existentes, onde a entrada e saída são digitais.

As portas porta paralela PC/Master e porta paralela PRINTER/Slave,

dependeram do tipo de aplicação e número de Spiders utilizados. Para apenas um

Spider, liga-se no computador pela sua porta PC/Master e se for necessário na ligação

descrita acima utilizar uma impressora, pode-se usar a porta paralela PRINTER/Slave.

Para a ligação em cascata (figura 4.3), onde se é possível usar até 10

equipamentos e com isso obter 80 canais, o primeiro Spider é ligado na mesma

configuração anterior, porém os próximos Spiders serão ligados pela sua porta

PC/Master na porta PRINTER/Slave do Spider anterior. E a impressora na porta

PRINTER/Slave do último Spider.

Todos os transdutores são conectados a dois tipos de porta (módulos de

amplificação) basicamente, sendo a Carrier-frequency (figura 4.2(f) – 15 pinos) e outra

DC (figura 4.2(g) – 5 pinos).

A porta Carrier-frequency conta com um condicionador de sinais para os mais

diferentes tipos de sensores/transdutores, como por exemplo: Strain Gauge,

Page 47: Lvdt Leonardo Pinheiro

37

Transdutores Indutivos, Freqüência e Potenciômetros. Outro fator importante é que a

porta Carrier-frequency pode ter dois tipos de freqüência, sendo eles 4.8 kHz e 600 Hz,

dependendo apenas do modelo do Spider utilizado.

FIGURA 4.3 – Portas do HBM Spider 8. Fonte: Spider 8.

Já a porta DC é utilizada para medir de tensão, corrente e resistência, por

exemplo, termopares, pt100 entre outros.

O número de portas para os transdutores pode variar sendo que as quatro

primeiras serão sempre do tipo Carrier-frequency e as outras quatro dependem da

especificação do usuário por que as últimas são módulos ou placas separadas que

podem ser do tipo Carrier-frequency ou DC.

4.2 – Conectando o LVDT

No caso do LVDT da Sensotec, o objetivo era eliminar o uso de uma pequena

caixa de condicionamento de sinais e com o amplificador de sinal, ambos utilizados na

ligação entre o Spider e o sensor nos ensaios do Laboratório.

O cabo deste sensor possui seis fios, um deles é o shield (terra) para proteger o

sinal de possíveis interferências, e os outros cinco são das bobinas primárias e

Page 48: Lvdt Leonardo Pinheiro

38

secundárias. Eles são diferenciados por suas cores, o vermelho e o amarelo são da

bobina primária e o azul, o verde e o preto são da bobina secundária.

Na ligação utilizada anteriormente, este o referido cabo era conectado a uma

caixa condicionadora de sinais (figura 4.4), que é um modulo de interface que permite o

uso de diversos tipos de LVDT. Seu funcionamento se dá através de um circuito

eletrônico para o condicionamento do sinal obtido.

FIGURA 4.4 – Foto da caixa condicionadora de sinais do LVDT.

Depois o sinal de saída das caixas condicionadoras era levado a um

amplificador (figura 4.5) e só então ele era ligado ao Spider pela porta DC.

FIGURA 4.5 – Foto da fonte de alimentação e amplificador do LVDT.

Um dos problemas do Laboratório com as caixas de condicionamento de sinal

era o fato de ser ter disponível apenas quatro unidades e ainda a baixa mobilidade do

conjunto dificultando o transporte. Com isso os ensaios ficam restringidos a utilizar a

mesma quantidade de LVDT’s em cada ensaio, o que eram insuficientes, e na maioria

Page 49: Lvdt Leonardo Pinheiro

39

das vezes era necessária a utilização de outros tipos de medidores de deslocamento

linear com a aquisição de dados sendo manual.

Outra dificuldade era impossibilidade de utilizar os transdutores de

deslocamento linear com maior comprimento de medição (range do transdutor), pois

apesar do fato de estarem disponíveis no Laboratório, os mesmos não funcionavam

com essa configuração no Spider 8.

O resultado disto era a necessidade de intervenção nos ensaios feitos, que

consistia na mudança física do posicionamento dos LVDT’s menores utilizados,

quando o range do mesmo terminava, ou seja, o transdutor era insuficiente para medir

todo o deslocamento do ensaio. Então se tinha saltos de informação (gaps) nos dados

obtidos, que atrapalhavam o estudo posterior do ensaio e os resultados obtidos com o

mesmo.

Para se resolver este problema, decidiu-se alterar o tipo de ligação do LVDT ao

Spider 8. Como o LVDT é um transdutor de deslocamento linear onde seu

funcionamento básico se faz através de indução, resolveu-se utilizar o esquema

mostrado na figura 4.6, que mostra o circuito de ligação de transdutores indutivos em

meia ponte no HBM Spider 8.

FIGURA 4.6 – Conexão para transdutores indutivos (LVDT) em meia ponte. Fonte: Spider 8.

Page 50: Lvdt Leonardo Pinheiro

40

Como se pode verificar, a porta de amplificação utilizada é a Carrier-frequency,

ao contrário do que era feito anteriormente. Também é importante lembrar que a

programação utilizada no Catman foi de meia ponte e o range de 500mV, que será

descrito no item 4.5.

Através desta ligação não se tem mais necessidade da caixa com o

condicionador de sinais e do amplificador, pois esta entrada do sistema de aquisição de

dados já tem essas funções. O próprio sistema de aquisição de dados faz o papel do

condicionar e amplificar o sinal do transdutor indutivo.

Então o esquema de ligação entre o LVDT e a Spider 8 (figura 4.7), foi feito

pela porta de amplificação Carrier-frequency, utilizando a configuração a seguir. O fio

vermelho da bobina primária do transdutor foi ligado aos pinos 5 e 12. O fio amarelo da

bobina primária e fio azul da bobina secundária foram soldados juntos para que ambos

tivessem a mesma referência, e então foram soldados aos pinos 6 e 13. O fio verde foi

ligado ao pino 8, para medição do sinal de saída e o fio preto não foi usado.

FIGURA 4.7 – Ligação do LVDT ao Spider 8.

Outra possibilidade de ligação entre os equipamentos é a conexão em ponte

completa (figura 4.8), onde a única mudança é o fio azul do LVDT, que antes era

ligado aos pinos 6 e 13 da porta Carrier-frequency, que deve ser ligado no pino 15,

para que se tenha a configuração de ponte completa. Porém a programação no Catman

continua sendo meia ponte e o range de 500 mV.

Page 51: Lvdt Leonardo Pinheiro

41

Com estas ligações, o sinal de saída será positivo com entrada do núcleo

ferromagnético (core) dentro do corpo do LVDT e negativo caso contrário.

Todos os LVDT’s que o Laboratório possui funcionaram com tipo de ligação,

porém o range de medição do Spider 8 na porta Carrier-frequency, mede sinais de no

máximo 500 mV. Os LVDT’s de ±0,5” não excederam o limite da porta em nenhuma

das duas freqüências, com seu funcionamento normal. Já o LVDT de ±2,0” excedeu o

limite apenas na freqüência de 4.8 kHz, freqüência a qual houve uma redução pequena

do range, então sugere-se utilizá-lo somente na porta Carrier-frequency de 600 hz, para

se ter o full range do mesmo. E o LVDT de ±4,0” excedeu o range do Spider 8 nas duas

freqüências, fazendo com que seu range ficasse a 25% do nominal.

FIGURA 4.8 – Conexão para transdutores indutivos (LVDT) em ponte completa. Fonte: Spider 8.

Para se resolver o problema do último LVDT, foi se utilizada a outra porta do

Spider 8, a DC, a qual uma das funções é medir tensões de até 10 V (figura 4.9). Porém

a mesma não possui um sistema de condicionamento de sinais.

Então foi utilizado o condicionador de sinais MCS0698, que era do outro

sistema de aquisição de dados disponível no Laboratório. Ele foi ligado em uma fonte

externa de ±12 V para alimentar o circuito do condicionador e o sinal de saída foi

ligado diretamente ao Spider. O resultado obtido foi satisfatório, pois o LVDT de ±4,0”

também funcionou e seu range foi de 70% do nominal.

Page 52: Lvdt Leonardo Pinheiro

42

FIGURA 4.9 – Conexão para medir tensão de até 10 V. Fonte: Spider 8.

O LVDT foi ligado à porta mini-dim de 6 vias do condicionador. Sendo que os

fios: vermelho e amarelo da bobina primário do LVDT, foram ligados aos pinos 1 e 2

respectivamente, e os fios: verde e azul da bobina secundária foram ligados aos pinos 3

e 6 respectivamente (figura 4.10).

FIGURA 4.10 – Conexão para o LVDT no MCS0698.

A ligação da saída para medição do sinal entre o condicionador de sinais

MCS0698 ao HBM Spider 8 foi da porta parafusada de 4 vias à porta de amplificação

DC. Os pinos utilizados foram 2 e 3 para o sinal de saída (Out) e o terra (GND),

respectivamente. A fonte também foi conectada na porta de 4 vias do MCS0698, como

pode ser visto no esquema mostardo na figura 4.11.

Page 53: Lvdt Leonardo Pinheiro

43

FIGURA 4.11 – Conexão do MCS0698 ao HBM Spider 8 e a Fonte de Alimentação.

4.3 – Conectando as CÉLULAS DE CARGA e EXTENSÔMETROS

Não houve alteração das suas ligações, as mesmas continuaram a ser em ponte

completa na porta Carrier-frequency, pois os mesmo já se encontravam em

funcionamento normal.

O tipo de ligação utilizada atualmente é S/G (strain gauge), podendo variar a

configuração do tipo de ponte utilizada no Catman. O esquema da conexão do Spider 8

está esquematizado na figura 4.12.

Page 54: Lvdt Leonardo Pinheiro

44

FIGURA 4.12 – Conexão para S/G (Strain Gauge) em ponte completa. Fonte: Spider 8.

4.4 – Conectando o ACELERÔMETRO

Outro objetivo era instalar o Acelerômetro ASW-A da Kyowa, que antes não

era utilizado em ensaios no equipamento de aquisição de dados HBM Spider 8.

O cabo deste acelerômetro possui quatro fios, os quais dois fios (vermelho e

branco) são para alimentação do amplificador interno do transdutor de aceleração e

outros dois fios (verde e azul) são para a saída do sinal gerado. A porta de amplificação

utilizada foi a Carrier-frequency, conforme a configuração de ponte completa na figura

4.8.

Então as ligações dos fios de alimentação foram: vermelho aos pinos 5 e 12, e o

branco aos pinos 6 e 13, e a ligação dos fios de saída do sinal foram: azul ao pino 8 e o

verde ao pino 15, como mostrado na figura 4.13, abaixo.

Page 55: Lvdt Leonardo Pinheiro

45

FIGURA 4.13 – Ligação do Acelerômetro ao HBM Spider 8.

4.5 – Configurando os equipamentos no Software Catman

Após todas as conexões dos sensores/transdutores estarem prontas e o sistema

de aquisição de dados conectado ao computador, deve-se iniciar o software de

aquisição de dados Catman.

O primeiro passo para a aquisição de dados é configurar a parte de hardware

(HBM Spider 8 e sensores/transdutores), figura 4.14, que estão sendo utilizados no

ensaio. Para abrir a janela de configuração chamada “IO-Channels”, clica-se em “I/O

definition” dentro da janela inicial do software. Depois acrescenta-se um novo

equipamento pelo botão “New Device” que está dentro “Hardware Devices”.

Escolhe-se as opções desejadas, neste caso Spider 8 e a porta de comunicação

com o computador sendo a LPT1. O HBM Spider configura automaticamente os canais

disponíveis sendo que o primeiro canal sempre configurado como o tempo. A seguir

acrescenta-se os nomes dos sensores/transdutores na coluna da tabela “Name” dentro

“ I/O Channel”. Depois clica-se na célula de Status/Reading para verificar se a

comunicação do Catman com os respectivos canais utilizados do Spider 8 está Ok.

Page 56: Lvdt Leonardo Pinheiro

46

O próximo passo é configurar os sensores/transdutores no software. Para isso

clica-se no botão do assistente de configuração, dentro da tela “I/O Channel”. Irá abrir

uma janela (figura 4.15), nela altera-se o tipo de transdutor (Transducer Type), o range

das medidas (Measuring Range) e o tipo de filtro (Filter Type).

FIGURA 4.14 – Tela de configuração de Hardware do Catman. Fonte: Catman.

Para o “Transducer Type” existem as seguintes opções de transdutores: Full

bridge (Ponte Completa), Half bridge (Meia Ponte), SQ Quarter bridge (Quarto de

Ponte), Voltage (Voltagem), Current (Corrente), Resistance (Resistência), Slope, Edge

+ Direction, 2 Phase 1x e 2 Phase 4x (para medições de freqüência (Hz), pulsos, etc.),

Thermocouple (Termopares dos tipos J, K, T, S, B, E, e R) e sensores de temperatura

tipo PT100, PT500 e PT1000. É importante lembrar que o tipo de transdutor que estará

ativo para escolha do usuário depende dos tipos portas disponíveis no HBM Spider 8.

O “Measuring Range” também dependerá dos tipos portas, porque, por

exemplo, não é possível ler corrente na porta Carrier-frequency, pois está função é da

porta DC. Existem várias opções de range, em cada um dos tipos de

sensores/transdutores, que podem ser medidos em Volts (V), Ampéres (A), Ohms (Ω) e

Hertz (HZ).

Page 57: Lvdt Leonardo Pinheiro

47

Terminada as configurações de hardware é necessário fazer as calibrações dos

sensores/transdutores no software. Voltando na tela “IO-Channels”, deve-se clicar na

célula do equipamento desejado na coluna “Scaling”, com o botão esquerdo do mouse

para abrir a janela de configuração dos parâmetros da escala.

FIGURA 4.15 – Tela de configuração dos sensores/transdutores. Fonte: Catman.

Nela pode-se escolher as configurações prontas para termopares (Thermo J, K,

S, T, B, E e R) e sensores de temperatura (PT100, PT500, PT1000), também é possível

manter as configurações Externas dos Equipamentos (External hardware), que na

verdade é utilizar os dados obtidos pelo Spider 8 calibração e pode-se utilizar a

configuração “user” , onde o usuário define os parâmetros de calibração. As opções de

escala são linear, polinomial, função e strain gauge se são escolhidas na tela mostrada

na figura 4.16 e 4.17.

Para calibrar os extensômetros deve-se apenas digitar os parâmetros dentro da

janela de calibração. Para as células de carga têm-se duas opções: fazer várias

pesagens, utilizado pesos padrões, assim o usuário identifica os paramentos com ajuda

do software ou pode-se digitá-los como no caso dos extensômetro. Para o LVDT deve-

se usar um calibrador de medidores de deslocamento, para achar os parâmetros de

Page 58: Lvdt Leonardo Pinheiro

48

calibração. Depois da calibração o sistema de aquisição de dados está pronto para o

início do ensaio.

FIGURA 4.16 – Telas de calibração. Fonte: Catman.

FIGURA 4.17 – Telas de calibração. Fonte: Catman.

Para começar a medir as variáveis, o usuário deve-se ir à janela principal do

Catman e clicar em “Catmodules”, depois clicar em “Measuring” e por último em

Page 59: Lvdt Leonardo Pinheiro

49

“Single Value data”. Irá abrir a janela “Single value data aquisition” (figura 4.18). É

valido lembrar que existem outras opções no software para a aquisição de dados.

(A) (B)

FIGURA 4.18 – (A) Foto dos Pesos Padrões; (B) Foto do calibrador de LVDT.

Nesta janela o usuário pode acompanhar em tempo real os valores lidos pelo

HBM Spider 8. Para armazenar um dado em certo instante o usuário deve apertar o

botão de adquirir e armazenar dado. Os dados são armazenados e adicionados na tabela

esquematizada na figura 4.19. Também é plotado um gráfico em tempo real dos dados

armazenados no Catman. Após os ensaios é possível exportar estes dados para outros

softwares como, por exemplo, o Excel.

Page 60: Lvdt Leonardo Pinheiro

50

FIGURA 4.19 – (A) Tela dos dados adiquiridos pelo Spider 8. Fonte: Catman.

Page 61: Lvdt Leonardo Pinheiro

51

V – RESULTADOS

A filosofia do Laboratório é utilizar o HBM Spider 8 no maior número de

ensaios e montagens diferentes visto a facilidade e versatilidade do sistema de

aquisição de dados e seu software de controle, o Catman, que é de fácil utilização para

estudantes de pós-graduação que são usuários potenciais do Laboratório.

Na figura 5.1 pode se ver o esquema do sistema utilizado anteriormente, o qual

era de difícil montagem. Pode se ver na foto o LVDT, a Caixa condicionadora de

sinais, o Amplificador, HBM Spider 8 e o Computador.

FIGURA 5.1 – Foto do sistema de aquisição de dados utilizado no Laboratório.

Anteriormente a este trabalho o Laboratório não utilizava todo o seu potencial

de seus equipamentos, ou seja, não era possível aquisitar mais que quatro LVDT’s. A

partir deste trabalho todos podem ser utilizados simultaneamente, com várias opções de

montagem, bem como os técnicos do Laboratório foram instruídos para novas

possibilidades de montagem de sensores. Isso tudo devido às novas possibilidades de

ligação do medidor de deslocamento ao HBM Spider 8.

Com relação ao Acelerômetro que anteriormente não era utilizado no HBM

Spider 8, mas no Linx (Outro sistema de aquisição que o Laboratório possui), também

foi solucionado neste trabalho.

Page 62: Lvdt Leonardo Pinheiro

52

Para exemplificar as conexões entre os equipamentos HBM Spider 8 e os

sensores/transdutores do Laboratório e o funcionamento do software, foi realizado um

ensaio teste.

A montagem para o ensaio teste foi ligar ao sistema de aquisição de dados HBM

Spider 8, um LVDT de cada range ±0,5”, ±2,0”e ±4,0”, um extensômetro, uma Célula

de Carga e o Acelerômetro, figuras 5.2 e 5.3.

FIGURA 5.2 – Foto dos LVDT’s.

(A) (B)

FIGURA 5.3 – (A) Foto do Extensômetro; (B) Foto da Célula de Carga.

Os LVDT de range ±0,5”, ±2,0” foram ligados diretamente ao HBM Spider 8

pela porta Carrier-frequency, nos canais 0 e 1. O outro medidor de deslocamento de

range ±4,0”, foi ligado ao condicionador de sinal MCS0698, a fonte e a porta DC no

canal 5. O extensômetro, a célula de carga e o acelerômetro todos foram ligados na

porta Carrier-frequency de 4,8 kHz, nos canais 2, 3 e 4.

As configurações utilizadas no software estão listadas na Tabela 5.1.

Tabela 5.1 – Configurações utilizadas no ensaio teste

Page 63: Lvdt Leonardo Pinheiro

53

Spider 8

Sensor / Transdutor Escala Ligação

Range de medição

Canal 0 LVDT 0,5" mm Halfbridge 500 mV Canal 1 LVDT 2,0" mm Halfbridge 500 mV Canal 2 Extensômetro µm/m SQ Quartebridge 3 mV Canal 3 Célula de Carga g Fullbridge 3 mV Canal 4 Acelerômetro mV Fullbridge 3 mV Canal 5 LVDT 4,0" mm Voltage 10 V

Todos os equipamentos funcionaram e foram aquisitados dados, porém para no

ensaio teste, foram usados o LVDT ±2,0”, o extensômetro e a Célula de Carga

(figura 5.4).

FIGURA 5.4 – Foto do ensaio realizado.

Os resultados da aquisição de dados estão na Tabela 5.2 e na figura 5.5, onde o

gráfico mostra a linearidade das medições obtidas. Devido à linearidade dos dados

obtidos prova-se que o sucesso da montagem e calibração.

Page 64: Lvdt Leonardo Pinheiro

54

Tabela 5.2 – Resultado das medições do ensaio teste

Extensômetro (µm/m)

LVDT 2,0" (mm)

Célula de Carga (g)

0,00 0,00 -0,77 215,04 1,10 47,02 601,68 3,26 147,29 1171,44 6,75 340,09

FIGURA 5.5 – Gráfico dos resultados obtidos no ensaio teste para o Extensômetro X Célula de Carga e para o LVDT 2,0” X Célula de Carga

Célula de Carga X Extensômetro

0,00

200,00

400,00

600,00800,00

1000,00

1200,00

1400,00

0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 300,00 350,00 400,00

Célula de Carga (g)

Ext

ensô

met

ro (

µm/m

)

Célula de Carga X LVDT 2,0"

0,001,002,003,004,005,006,007,008,00

0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 300,00 350,00 400,00

Célula de Carga (g)

LVD

T 2

,0"

(mm

)

Page 65: Lvdt Leonardo Pinheiro

55

VI – CONCLUSÕES

Dentre os diversos ensaios realizados no Laboratório de Estruturas, há a

necessidade de aquisição de grandezas como deslocamento linear, rotação, cargas,

aceleração, deformações. Nestas aquisições em muitas situações diversas, medições

através de sensores/transdutores são necessárias.

Além disso, usualmente em estruturas em aço, objeto das pesquisas do

Laboratório, as grandezas anteriormente citadas, devem ser medidas com precisão,

sensibilidade e rapidez elevadas, visto a sua rápida variação no tempo, que é maior

quanto mais próximo da resistência da estrutura ensaiada.

Para se fazer uma medida de deslocamento linear de uma estrutura utilizava-se

uma vasta aparelhagem, desde o sensor (LVDT), uma caixa de passagem com um

circuito para condicionar o sinal do mesmo, um amplificador e finalmente o sistema de

aquisição de dados.

Como há apenas quatro caixas de passagem as demais medidas de grandezas de

deslocamento necessárias nos ensaios, eram medidas através de defletômetros manuais.

Estes últimos geram a necessidade de maior tempo na leitura dos e imprecisão nos

resultados devido à necessidade de uma pessoa ler e anotar manualmente seus

resultados.

Com a ligação direta ao Spider, ou seja, utilizando-se agora apenas o sensor de

deslocamento linear e o sistema de aquisição de dados, os ensaios poderão ser

realizados como precisão, sensibilidade, sem variação no instante da aquisição,

portanto melhores resultados. Deste modo, a montagem do sistema de aquisição de

dados HBM Spider 8 está mais prática e simples.

Outro fato importante, é que o mesmo sistema de aquisição de dados agora pode

ser utilizado para medir aceleração, o que antes não era possível. Com isso tem-se a

opção agora de ser realizar novos tipos de ensaios e estudos.

Para finalizar o trabalho, através do ensaio teste comprovou-se por meio dos

resultados obtidos a confiabilidade do sistema de aquisição de dados, utilizando todos

os sensores/transdutores do Laboratório simultaneamente.

Page 66: Lvdt Leonardo Pinheiro

56

VII – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• SPIDER 8, Operating Manual, HBM PC Measurement electronic Spider 8, Spider

8-30, Spider 8-01, 2003.

• HBM. Disponível em: <http://www.hbm.com>. Acesso em: 01 fev. 2007.

• 1601 LVDT Adapter – Instruction Manual – Measurements Group, Instruments

Division.

• WIKIPEDIA. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/>. Acesso em: 12 mar.

2007.

• MACROSENSORS. Disponível em: <http://www.marcrosensors.com>. Acesso em

13 mar. 2007.

• SENSOTEC. Disponível em: <http://www.sensotec.com>. Acesso em 13 mar.

2007.

• CALÇADO, Guilherme Augusto Viera Guimarães. Monografia de Graduação em

Engenharia de Controle e Automação. Instalação do HBM-Spider 8 na prensa

Triaxial do Laboratório de Geotécnia. 2006.

• PEREIRA, Cristiano Caria Guimarães. Dissertação de Pós-Graduação em

Engenharia Civil – Curvas de Percepção e Conforto Humano para Vibrações

Verticais. 2005.

• FREITAS, Arlene Maria Sarmanho; Freitas, Marcílio Sousa da Rocha; Souza,

Flávio Teixeira. Análise teórico-experimental de elementos formados a frio

perfurados submetidos à compressão - REM: Revista da Escola. Minas, 59-63,

jan.mar. 2004.

• LVDT. Disponível em <http://www.honeywell.com/sensotec>. Acesso em 30 mar

2007.

• CÉLULAS DE CARGA. Disponível em <http://www.celuladecarga.com.br>.

Acesso em 20 mar. 2007.

• ASW-AS. Disponível em <http://www.kyowa.com.br>. Acesso em 30 jul 2007.

Page 67: Lvdt Leonardo Pinheiro

57

• TRANSDUÇÃO e Media de Deslocamento, Prof. Dr. Tavares, Eduardo Costa,

Universidade Estadual de Campinas, Maio 2001.

• TRANDUTORES, Prof. Soares, Flávio Augusto, Curso Superior de tecnologia em

sistemas digitais – CEFET/SC.

• AD698 – LVDT Signal Conditioner, Operating Manual, 2007.

• MC0698 – Manual do MC0698, 2004.

• THE LINEAR VARIABLE DIFFERENTIAL TRANSFORMER. Shaevitz, Herman.

Proceedings of the SASE, Volume IV, No. 2, 1946.