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Substitui António Capela eleito em Toulouse Carolina Amado nova Conselheira das Comunidades Lusodescendente Laura Tavares foi assassinada pelo ex-namorado 07 Incêndio destruiu a Associação Portuguesa de Aubergenville 13 Crianças de Sainte Geneviève-des-Bois sem aulas de português 10 Presidenciais’21: Conheça os resultados eleitorais em França Edition nº 416 | Série II, du 03 février 2021 Hebdomadaire Franco-Portugais GRATUIT EDITION FRANCE Rafael Fonseca: jovem jogador português do Amiens DR 15 03 09 PUB PUB 06 Lesados do BES manifestaram em Paris em dia de eleições LusoJornal / António Borga LusoJornal / Marco Martins LusoJornal / António Borga

LusoJornal / António Borga LusoJornal / Marco Martins ...resultado global (11,90% vs. 12,79%), nem sequer um ponto percentual a mais. Por outro lado, Ana Gomes ob - teve o segundo

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Page 1: LusoJornal / António Borga LusoJornal / Marco Martins ...resultado global (11,90% vs. 12,79%), nem sequer um ponto percentual a mais. Por outro lado, Ana Gomes ob - teve o segundo

Substitui António Capela eleito em Toulouse

Carolina Amadonova Conselheira dasComunidades

Lusodescendente LauraTavares foi assassinadapelo ex-namorado

07

Incêndio destruiu a Associação Portuguesa de Aubergenville

13

Crianças de SainteGeneviève-des-Bois semaulas de português

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Presidenciais’21: Conheça os resultadoseleitorais em França

Edition nº 416 | Série II, du 03 février 2021Hebdomadaire Franco-Portugais

GRATUITEDITION FRANCE

Rafael Fonseca: jovem jogador português do Amiens

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Lesados do BES manifestaramem Paris em dia de eleições

LusoJornal / António Borga LusoJornal / Marco Martins

LusoJornal / António Borga

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LUSOJORNAL02 OPINIÃO

O Senhor Presidente da Repúblicafoi triunfalmente reeleito com maisde 60% dos votos expressos e 23%do total dos eleitores; cerca de 1quarto dos Portugueses reelegeramo nosso Presidente, mas infeliz-mente uma maioria não votou.Seja qual tenha sido a nossa opçãoeleitoral, todos devem aceitar esteresultado e trabalhar em conjuntocom o Senhor Presidente pelo bemde Portugal.Marcelo fez uma campanha sóbria,com poucos recursos e privilegiou ocontacto direto com os eleitores. Fezpoucas promessas, para alem da re-novação na continuidade do seu pri-meiro mandato. Mas uma daspromessas da campanha que fez, ecomo diz o nosso povo, não caiu emsaco roto; foi o voto eletrónico e oaumento da representatividade po-lítica dos Portugueses a residir noexterior. Como neto de emigrantes,temos a certeza que ele irá cumpriressa promessa.O Senhor Presidente terá cinco anospara concretizar esta promessa e

não ser apanhado desprevenidocomo foi o caso nestas eleições.O concretizar dessa mesma pro-messa, evitará que daqui a cincoanos, tenhamos uma repetição dosresultados da abstenção por partedos nossos compatriotas residentesno estrangeiro.No estrangeiro só 1,87% (27.615) dos1.476.796 eleitores inscritos votaram.Não esquecendo que muitos Portu-gueses a residir no exterior nãoestão sequer inscritos por muitas evariadas razões.Nas eleições passadas votaram13.542 pessoas, desta vez votaram odobro de eleitores. Imaginem qualseria a taxa de participação se emPortugal só existissem 5 mesas devoto, e os eleitores dos Açores e daMadeira tivessem que ir votar a Lis-boa como é caso dos nossos com-patriotas das Caraíbas que tem quevir votar a Paris?É verdade que a Candidata AnaGomes e o André Ventura tiverammelhores resultados na emigraçãodo que em Portugal, 18,72% e 12,79%

respetivamente, mas o Senhor Pre-sidente da República foi reeleitocom uma maioria absoluta, tantoem Portugal como no estrangeiro.

Ou seja, para quem souber ler nú-meros - alguns analistas políticos danossa praça não sabem ou não que-rem saber - André Ventura na emi-gração obteve o terceiro lugar talcomo em território nacional, comum resultado ligeiramente acima doresultado global (11,90% vs. 12,79%),nem sequer um ponto percentual amais. Por outro lado, Ana Gomes ob-teve o segundo lugar, muito, masmuito acima do resultado nacional(12,97% vs. 18,72%), cerca de 6% amais, e no Alentejo ficou em quartolugar. De realçar também que, salvoerro meu; o único “distrito eleitoral”em que a Senhora Eurodeputada eEmbaixadora ganhou, foi Timor.Ao contrário do que diz o Senhor Mi-guel Sousa Tavares, os emigrantesnão votaram muito mais no AndréVentura (do que os alentejanos porexemplo) do que os Portugueses re-sidentes em território nacional, aliás98% dos registados até nem vota-ram.O André Ventura obteve o segundolugar em Beja com 16,19% dos votos

e em Évora com 16,76% dos votos.Devemos proibir os alentejanos devotar? Devemos pôr só uma mesa devoto no Alentejo, em Beja para elesterem as mesmas condições de votoque a imensa maioria dos Portu-gueses que vivem no exterior? E sesim porque agora e não quando al-guns votavam num partido Estali-nista financiado pela UniãoSoviética?O Senhor Presidente da República éa favor do voto eletrónico, o se-gundo candidato Senhora Embaixa-dora Ana Gomes também. O Dr.André Ventura não sei qual é a suaposição sobre o assunto, nem querosaber, sei qual é a da sua amiga Ma-rine, e para mim isso chega, basta!Dois terços dos eleitores votaramem candidatos que defendem ovoto eletrónico, é o momento deagir. Temos 2 anos para fazer as re-formas necessárias para ter já naspróximas legislativas o voto eletró-nico em complemento com o votopresencial.Esta é a hora, este o momento.

O Voto dos Portugueses no estrangeiro nas Presidenciais e o voto eletrónicoOpinião de Victor Alves Gomes, Conselheiro Nacional do PSD para a Emigração Europa

LusoJornal. Le seul journal franco-portugais d’information | Édité parLusoJornal Editions SAS. N°siret: 52538833600014 | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: António Marrucho, Carla Fernandes,Daniel Marques, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Fátima Sampaio, Jean-Luc Gonneau (Fado), João Pinharanda, Jorge Campos (Lyon), Jorge Mendes Constante, Lia Gomes, Manuel André (Albi),Manuel Dias, Manuel Martins, Marco Martins, Mário Cantarinha, Nuno Gomes Garcia, Padre Carlos Caetano, Patrícia Guerreiro (Lyon), RDAN, Vítor Oliveira | Les auteurs d’articles d’opinion prennentla responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa | Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: CorelioPrinting (Belgique) | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: février 2021 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

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Em nenhuma democracia civilizadaos políticos procuram o protago-nismo à custa da humilhação dosseus adversários, da ofensa e da pro-vocação gratuita, das agressões ver-bais. Mas André Ventura tem trazidolama para a vida política portuguesa,tem dividido a sociedade e legiti-mado o racismo, a xenofobia e osataques à democracia, tem atacadoa imprensa e os seus apoiantes têmameaçado e coagido os seus oposi-tores nas redes sociais.A sua campanha para as Presiden-ciais tem sido um teatro grosseiro deofensas, intolerância e de falta derespeito. Uma anomalia de caráterque tem vindo a normalizar-se, aexemplo do que aconteceu com Do-nald Trump, que acabou da formaque todos sabem com a invasão doCapitólio. Se foi possível na democra-cia dos Estados Unidos, poderá tam-bém acontecer em qualquer outraparte do mundo.Salvaguardadas as devidas propor-

ções, o nível de egocentrismo e deculto da personalidade é idêntico aode outros líderes políticos que nopassado fizeram história pelas pioresrazões, fruto de um tempo e de umaideologia, muitas vezes com conse-quências trágicas do ponto de vistahumano e para a democracia. Nestavaga de populismos nacionalistas,basta pensar nos resultados infelizesda governação de Trump, Bolsonaroou Mateo Salvini, em que a desuma-nidade se torna normalidade.Tal como aconteceu com as profun-das crises pandémica e financeiraapós a I Guerra Mundial, com a gripeespanhola em 1918-20, e com a crisefinanceira decorrente do crash daBolsa de Nova Iorque, em 1929, queforam o viveiro para o aparecimentode figuras sinistras e autoritárias,também agora o mundo está a seratingido por uma violenta pandemia,dez anos depois de uma grave criseeconómica e financeira, que veio nasequência da guerra global ao terro-

rismo após os ataques às torres Gé-meas em Nova Yorque. E essas figurassinistras também têm aparecidoagora, explorando sem escrúpulos ocontexto de crise e insegurança paratentarem a conquista do poder.Os populistas são parasitas da demo-cracia que aproveitam os momentosde dificuldades para semear a desor-dem, a confusão e a desinformação,em absoluto desprezo pelo esforçocoletivo para superar as crises. Osseus alvos estão bem definidos: aimigração e as minorias, a rejeição domulticulturalismo, o sistema e a cor-rupção das elites, como se não hou-vesse instituições para a combater. Edepois é tudo apenas uma questãode retórica, psicologia e bom uso dasredes sociais. É a tempestade perfeitapara atacar a democracia e os seusvalores, ao arrepio de todos os esfor-ços que os governos possam fazerpara aprofundar a justiça social, a so-lidariedade e a igualdade de oportu-nidades para todos.

Não admira que a extrema-direitatenha chegado mais tarde a Portugal,porque nunca o país teve problemascom a imigração, com o multicultura-lismo ou com a religião. Pelo contrá-rio, sempre fomos vistos comoexemplares nestes domínios. Porisso, a única onda que a extrema-di-reita portuguesa podia cavalgar eraa da estigmatização da etnia cigana,que foi o que o Chega fez, a par dahipervalorização das forças de segu-rança, a partir de onde se desenvol-veu toda a retórica populista esecuritária, mesmo que Portugalseja o terceiro país mais seguro domundo.Ventura não critica nem condena osabusos das forças de segurança nemas vítimas de racismo. Pelo contrá-rio, protege sempre as forças de se-gurança, mesmo quando existeflagrante violação dos direitos fun-damentais, o que constitui um pre-cedente perigoso para admissão detodo o tipo de arbitrariedades.

Aquilo que a extrema-direita fazem Portugal, é uma desconstruçãodos valores humanistas e universa-listas e um esvaziamento da histó-ria, fazendo tábua rasa da nossaconvivência histórica com outrospovos e da pedagogia da aceitação.E isto representa um retrocesso ci-vilizacional.A civilização não é apenas evoluçãotécnica. É, acima de tudo, o pro-gresso das mentalidades e a com-preensão de que nada distingue osseres humanos se a todos foremdadas as mesmas oportunidades,independentemente da sua condi-ção. E o mesmo se aplica à vida po-lítica. O que sustenta as sociedadesdemocráticas é o respeito por todasas opções políticas e ideológicas, éa tolerância e a convivência na di-versidade, sem estigmatizações. Nãoaceitar estes valores, é o princípioonde germina a semente de todasas “limpezas” de que Ventura fala, éonde mora o germe do fascismo.

O germe do fascismoOpinião de Paulo Pisco, Deputado (PS), pelo círculo eleitoral da Europa

Lusa / Fernando Araújo

03 février 2021

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LUSOJORNAL PRESIDENCIAIS’21 0303 février 2021

Marcelo Rebelo de Sousa também venceu em França

Marcelo Rebelo de Sousa foi reeleitoPresidente da República nas eleiçõesdeste fim de semana, com 60,70% dosvotos, segundo os resultados provisó-rios apurados em todas as 3.092 fregue-sias e nos Consulados de Portugal noestrangeiro.Segundo os dados da Secretaria-Geraldo Ministério de Administração Interna- Administração Eleitoral, Ana Gomes foia segunda candidata mais votada, com12,97%.É o seguinte o quadro completo dos re-

sultados (quando faltavam apurar ape-nas 3 Consulados) divulgados pela Se-cretaria-Geral do Ministério daAdministração Interna - AdministraçãoEleitoral: 1° Marcelo Rebelo de Sousacom 2.533.799 votos (60,70%); 2° AnaGomes com 541.345 votos (12,97%); 3°André Ventura com 496.583 (11,90%); 4°João Ferreira com 180.473 (4,32%); 5° Ma-risa Matias com 164.731 (3,95%); 6° TiagoMayan Gonçalves com 134.427 (3,22%) e7° Vitorino Silva com 122.743 (2,94%).O Ministro de Estado e dos Negócios Es-

trangeiros, Augusto Santos Silva, disseque só pode regozijar-se com os núme-ros da votação no estrangeiro, já queestes duplicaram face a 2016.O Presidente da República reeleito,Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu noseu discurso de vitória a necessidadede uma revisão legislativa antes denovas eleições, “daquilo que se con-cluiu dever ser revisto”, e também paraque se possa avançar com a possibili-dade do voto por correspondência.Santos Silva escusou-se a comentar

estas declarações, notando que “o Go-verno não tem competências em ma-téria de revisão constitucional”, que é“da competência exclusiva da Assem-bleia da República”, pelo que não sepronuncia.O Ministro dos Negócios Estrangeirosconsiderou, no entanto, que os emi-grantes “têm correspondido”, pois, “porcada eleitor que exerceu o seu direitode voto nas eleições presidenciais de2016, houve desta vez dois eleitores aexercer o seu direito de voto”.

No território nacional, continente eilhas, a abstenção é de 54,55%, masquando são considerados os resultadosglobais, já com os votos no estrangeiro,esse valor sobe até 60,5%. Olhandoapenas aos resultados no estrangeiro,a abstenção é muito elevada: 98,13%. Ouseja, dos 1.476.543 inscritos, apenas vo-taram 27.615 eleitores.Em 2016, eram 228.822 os eleitores ins-critos no estrangeiro e este ano essenúmero subiu para 1.476.543 nestas elei-ções.

Eleições Presidenciais

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Consulado Geral de Portugal em Paris

Consulado Honorário de Portugal em Orléans

Consulado Honorário de Portugal em Tours

Consulado Geral de Portugal em Marseille

Consulado Honorário de Portugal em Nice

Consulado Honorário de Portugal em Ajaccio

Inscritos 196.979 12.381 12.970 17.795 11.938 6.173

Votantes 1.636 100 47 112 128 30

Marisa Matias 116 9 4 6 11 1

Marcelo R. de Sousa 872 60 36 71 67 18

Tiago Mayan 38 0 1 3 5 0

André Ventura 221 10 4 8 17 10

Vitorino Silva 23 4 1 2 1 0

João Ferreira 63 1 1 5 3 0

Ana Gomes 289 14 0 17 19 1

Votos nulos e brancos 15 2 0 0 5 0

Consulado Geral de Portugal em Lyon

Consulado Honorário deP. em Clermont-Ferrand

Consulado Geral de Portugal em Bordeaux

Vice-Consulado de Portugal em Toulouse

Consulado Geral de Portugal em Strasbourg

França (total)

Inscritos 47.480 11.385 30.760 20.586 20.262 388.709

Votantes 255 266 171 181 116 3.042

Marisa Matias 13 13 13 12 9 236

Marcelo R. de Sousa 119 209 93 107 72 1.724

Tiago Mayan 12 4 5 4 1 73

André Ventura 45 13 20 21 6 375

Vitorino Silva 4 2 8 5 0 50

João Ferreira 8 2 5 6 1 95

Ana Gomes 52 19 24 24 28 487

Votos nulos e brancos 2 2 3 2 0 33

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LUSOJORNAL04 PRESIDENCIAIS’21 03 février 2021

Secretária deEstado das Comunidadesadmite alternativas avoto presencial

A Secretária de Estado das Comu-nidades Portuguesas mostrou-sedisponível para trabalhar no sen-tido de os Portugueses no estran-geiro poderem votar por outrosmeios além do presencial, o queacredita que iria permitir uma ex-pressão maior da votação dosemigrantes.Em declarações à Lusa, BertaNunes disse concordar com algu-mas alternativas que têm vindo aser propostas, como o voto eletró-nico ou a introdução do voto porcorrespondência, como defendeuo Presidente eleito, Marcelo Re-belo de Sousa, no domingo.A votação nas eleições presiden-ciais e europeias no estrangeiro sópode ser feita de forma presencial,ao contrário das legislativas, emque é permitido o voto por corres-pondência.Nas eleições presidenciais de do-mingo votaram 27.615 portuguesesno estrangeiro, o que representa1,87% dos 1.476.796 inscritos. Aindaassim, esta votação foi superior aodobro da registada em 2016(13.548).Desde então, uma alteração legis-lativa permitiu que ficassem re-censeados quase 1,5 milhões deportugueses no estrangeiro, contraos 300.000 até então.Berta Nunes acredita que se exis-tissem mecanismos que facilitas-sem o acesso dos Portugueses aoato eleitoral, a votação dos emi-grantes e lusodescendentes seriamuito maior e garante que é nessesentido que vai trabalhar. “Vamostrabalhar no sentido de fazermoscom que as nossas Comunidadesno estrangeiro tenham mais facili-dade em votar, principalmente naspresidenciais. O facto de as pes-soas terem de se deslocar tantosquilómetros para votar é um impe-dimento muito grande”, afirmou.Berta Nunes ressalvou, no entanto,a necessidade de existirem meca-nismos de segurança nos proces-sos eleitorais.

O grupo parlamentar do PSD en-tregou na semana passada umprojeto de lei que prevê a possi-bilidade de voto por correspon-dência nas eleições presidenciaise europeias para os recenseadosno estrangeiro, visando aumentara participação eleitoral.No projeto de lei, o PSD defendeque a consagração do direito deopção entre votar presencial-mente ou por correspondência,atualmente permitido nas legisla-tivas, é uma medida que “poten-cia a participação eleitoral doscidadãos portugueses residentesno estrangeiro” e deve ser esten-dido às presidenciais e às euro-peias.“Não é possível ignorar o apelofeito, em plena noite eleitoral,pelo recém-reeleito Presidente daRepública, ainda mais quandoesse apelo se refere a uma dasbandeiras que o PSD tem, hámuito tempo, defendido”, começapor assinalar o grupo parlamen-tar social-democrata, na exposi-ção de motivos.Marcelo Rebelo de Sousa tinhadefendido a alteração das leiseleitorais “para ultrapassar obje-ções ao voto postal ou por corres-pondência, objeções essas quetanto penalizaram os votantes”,em especial os emigrantes. Outracandidata presidencial, AnaGomes, também defendeu estapossibilidade, ou mesmo o votoeletrónico para os emigrantes,durante a campanha eleitoral.O PSD refere que já tinha, na an-terior legislatura, proposto estamedida sem sucesso junto da“maioria parlamentar de es-querda, que, entre outros argu-mentos, alegou, erradamente,

impedimento constitucional” esublinha que esta é “uma preten-são há muito sugerida pelas Co-munidades portuguesas noestrangeiro”.Para os sociais-democratas, é“certo e sabido” que a Constitui-ção “apenas impõe a presenciali-dade do voto aos eleitoresrecenseados em território nacio-nal, não impondo a mesma regraaos cidadãos portugueses resi-dentes no estrangeiro”.O diploma, que deu entrada naAssembleia da República, prevêque no estrangeiro, “apenas seráadmitido a votar o eleitor inscritono caderno eleitoral existente noposto ou secção consular a quepertence a localidade onde re-side”.O voto por via postal é gratuitopara os residentes no estrangeiroe o Ministério da AdministraçãoInterna remete os boletins devoto dos cidadãos inscritos noscadernos eleitorais que tenhamoptado pela via postal, prevê oprojeto.O PSD propõe que cada boletimde voto seja acompanhado dedois envelopes, um de cor verde,destina-se a receber o boletim devoto, o outro, branco e maior, é defranquia postal paga, e tem pré-inscrito no remetente o nome doeleitor, número de identificaçãocivil, morada, consulado e país.Serão considerados os boletinsde voto dos residentes no estran-geiro que sejam recebidos noposto ou secção consular até àhora limite do exercício do direitode voto em território nacional.

Deputados socialistas tambémadmitem “ajustamentos” na votaçãoOs Deputados socialistas pela Emi-gração, Paulo Pisco e Paulo Porto,lamentaram que “muitos eleitores”emigrantes não tenham podidovotar nas presidenciais de do-mingo, considerando que “existemargem para ajustamentos” no sis-tema de votação no estrangeiro.“Lamentamos que muitos eleitoresnão tenham podido votar, seja porfalta de informação, por causa dasdistâncias, ou por outras razões, oque originou manifestações defrustração e desapontamento com-preensíveis por parte de muitosPortugueses residentes no estran-geiro”, adiantaram, em comunicado,os Deputados Paulo Pisco (círculoda Europa) e Paulo Porto (círculo deFora da Europa).Para os Deputados, os cerca de 28mil Portugueses residentes no es-trangeiro que participaram nos dias23 e 24 de janeiro nas eleições pre-sidenciais, enfrentaram um “con-texto muito adverso” por causa doscondicionamentos provocados pelapandemia, muitos deles não tendoconseguido exercer o direito devoto.“Este foi o valor mais elevado departicipação em eleições para oPresidente da República, não obs-tante ter também aumentado aabstenção, o que obviamente cons-titui uma preocupação”, considera-ram os Socialistas.

Líder do CDS-PPdisponível para voto por correspondência

O líder do CDS-PP mostra-se dispo-nível para a revisão da lei eleitoralpara permitir o voto por correspon-dência antes das autárquicas, comosugeriu o Presidente da República,mas considera necessário um “con-senso alargado”.Em entrevista à Lusa por ocasião oprimeiro aniversário da sua eleição,Francisco Rodrigues dos Santosdisse que o partido está disponível“para participar numa proposta comoutros partidos” que vá no sentidode uma revisão legislativa antes denovas eleições e permita, por exem-plo, avançar com a possibilidade dovoto por correspondência.Questionado se o CDS irá avançarcom esta proposta, o líder centristadefendeu a necessidade de um“consenso alargado” entre os váriospartidos representados na Assem-bleia da República. “De que é queinteressa o CDS apresentar por si só,sem dialogar com os outros gruposparlamentares, uma proposta, sedepois o resultado vai ser a rejeiçãopor não ter sido articulada ou cons-truída com os pares?”, questionou.Por isso, realçou Rodrigues dos San-tos, o partido está “disponível para,no espírito parlamentar, ouvidostambém os outros partidos, contri-buir para uma solução que dêessas garantias de exercício de di-reitos eleitorais” aos Portuguesesque residem no estrangeiro.

Voto eletrónico ainda não surge nas propostas

Partidos mostram disponibilidade paraalterar metodologia de voto dos emigrantes

Voto no Consulado Geral de Portugal em ParisLusoJornal / António Borga

Lusa / José Sena Goulão

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LUSOJORNAL COMUNIDADE 0503 février 2021

Berta Nunes vaiao Parlamentoesclarecer problemas nosConsuladosA Comissão parlamentar dos Ne-gócios Estrangeiros e Comunida-des Portuguesas aprovou umaaudição da Secretária de Estadodas Comunidades Portuguesassobre os “problemas consularesregistados nos últimos meses”, so-licitada pelo PSD.No requerimento para esta audi-ção, o PSD começou por recordarque se regista, “nos últimos meses,um aumento progressivo de pro-blemas na rede consular portu-guesa”.“Apesar de um aumento de inte-ressados em obter nacionalidadeportuguesa, a quererem regressara Portugal ou a investir numa pro-priedade ou negócio e de maisalunos a quererem estudar fora,inversamente têm vindo a acumu-lar-se queixas sobre falta de aten-dimento presencial e telefónico,falta de resposta, atrasos de mesesna marcação de atendimento e re-novação ou emissão de documen-tos de identificação e passaportes,entre outros”, argumenta o PSD.O requerimento social-democrata,apresentado pelo Deputado CarlosGonçalves, defende a identificaçãodos “problemas e respetivas solu-ções de forma a dignificar a missãoconsular e melhor servir as Comu-nidades portuguesas espalhadaspelo globo”.O objetivo é, segundo referiu, “evi-tar a manutenção do atual estadode problemas na rede consular oua sua escalada”.A audição da Secretária de Estadodas Comunidades Portuguesas,Berta Nunes, para “prestar os de-vidos esclarecimentos da atual si-tuação problemática da redeconsular”, foi aprovada por unani-midade dos partidos presentes:PS, PSD, BE e PCP. O CDS esteve au-sente da votação.

Passageiros que cheguem por via áreaa Portugal de países da União Europeiacom mais de 150 casos de Covid-19 por100.000 habitantes, como é o caso daFrança, terão de apresentar teste, fi-cando em quarentena se os casos ul-trapassarem os 500 por 100.000habitantes.Em comunicado, o Ministério da Admi-nistração Interna explicou as regrasque entraram em vigor no domingopassado, aprovadas no Conselho deMinistros de quinta-feira e que con-templam o autoconfinamento (proibi-ção de sair do país) e a reposição docontrolo de fronteiras, com suspensãode viagens de comboio e de barco.Em relação à União Europeia, não hárestrições para países com menos de150 casos por 100 mil habitantes, comoa Finlândia ou a Noruega, mas pessoasprovenientes de países como a Alema-nha, Bélgica, Itália, Países Baixos ouFrança, que têm entre 150 a 500 casosde Covid-19 por 100 mil habitantes,terão de apresentar comprovativo derealização de teste com resultado ne-gativo realizado nas 72 horas anterio-res.Já passageiros provenientes de paísescom mais de 500 casos por 100 mil ha-

bitantes, como a Espanha ou a Irlanda,terão de apresentar o teste negativomas também terão de ficar durante 14dias em quarentena, em domicílio ouem local indicado pelas autoridadesportuguesas de saúde.Neste caso excetuam-se viagens es-senciais cujo período de permanêncianão exceda as 48 horas.Em relação aos voos de países defora da União Europeia são defini-das três categorias. Para voos depaíses seguros (lista da Recomen-dação do Conselho da União Euro-

peia) é exigido o comprovativo derealização de teste negativo. Paravoos de todos os outros países sósão permitidas viagens essenciais esempre com comprovativo de teste.Em relação ao Brasil e ao Reino Unidomantém-se a suspensão de voos até14 de fevereiro, com exceção de voosde repatriamento.O Ministério da Administração Internalembra que a medida de autoconfina-mento, a partir das 00h00 de domingo,se deve à evolução da situação epide-miológica a nível mundial, o aumento

de casos em Portugal e a deteção denovas estirpes de vírus.E frisa que ficam proibidas as saídas dePortugueses do país, seja por terra,mar ou ar, explicando que há algumasexceções, relacionadas com trabalho,regresso a casa, transporte de correioe de mercadorias e fins humanitáriose de emergência.Também a partir de domingo e até 14de fevereiro é reposto o controlo depessoas nas fronteiras, como aconte-ceu em março de 2020, pelo que é li-mitada a circulação entre Portugal eEspanha, em pontos de passagem au-torizados, a transporte de mercadorias,trabalho, e veículos de emergência esocorro e serviço de urgência.É suspensa a circulação ferroviáriaentre Portugal e Espanha exceto paratransporte de mercadorias e tambémé suspenso o transporte fluvial.No comunicado, o Governo explicaque há oito pontos de passagem per-manentes (24 horas por dia), cincopontos de passagem autorizados nosdias úteis das 07h00 às 09h00 e das18h00 às 20h00, e um ponto de passa-gem autorizado (Rio de Onor) às quar-tas-feiras e aos sábados das 10h00 às12h00.

Por causa da Covid-19

Governo alarga programa “Regressar”a mais emigrantesO apoio ao regresso de emigrantes éalargado, a partir desta sexta-feira,aos que criem empresas ou emprego,e não só aos que iniciem atividadelaboral por conta de outrem, se-gundo uma portaria hoje publicada.O diploma, que entra em vigor no diaseguinte ao da publicação, prolongaa aplicação da Medida de Apoio aoRegresso de Emigrantes a Portugal,que terminava em 2020, até ao finalde 2023.O alargamento da cobertura do pro-

grama Regressar, aos que iniciem ati-vidade laboral criando uma empresaou o próprio emprego, e o prolonga-mento do horizonte temporal da me-dida de apoio visam incentivar oregresso e a fixação de emigrantes oufamiliares de emigrantes em Portu-gal.Os emigrantes recebem um apoio fi-nanceiro, bem como a comparticipa-ção em custos de transporte de bense de viagem, e de respetivos mem-bros do agregado familiar, mediante

o início de atividade laboral em Por-tugal continental.Este alargamento e prolongamento játinham sido anunciados em novem-bro do ano passado, pela Secretáriade Estado das Comunidades Portu-guesas, Berta Nunes, em CasteloBranco, durante o 1º Fórum Empresa-rial da recém-criada Câmara de Co-mércio da Região das Beiras, ondeanunciou que ia ser acrescentadauma medida de apoio ao regressopara criar o próprio emprego.

“O Programa Regressar, o mais bem-sucedido dos programas semelhan-tes de que temos conhecimento,terminaria este ano. Mas, como con-tinua a ter muita procura, ele vai serreavaliado e prolongado até 2023 evamos ter mais medidas”, afirmou naaltura.O Programa Regressar tem como ob-jetivo promover e apoiar o regresso aPortugal dos emigrantes, bem comodos seus descendentes e outros fa-miliares.

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Lusa / Nuno Veiga

Portugal tem as fronteiras praticamente fechadas

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LUSOJORNAL06 COMUNIDADE 03 février 2021

Franceses emigrantes vãoeleger os seusConselheirosConsularestambém porvoto eletrónico

As eleições consulares francesas,que estavam previstas para maiode 2020, vão finalmente ter lugarnos dias 29 e 30 de maio, e vai serutilizado o voto eletrónico.Podem votar todos os Francesesresidentes no estrangeiro e inscri-tos nas listas eleitorais. No dia 29de maio vai ter lugar a eleição nocontinente americano e nas Caraí-bas. No dia 30 de maio terá lugar aeleição no resto do mundo.Numa nota publicada na semanapassada, o Ministério francês daEuropa e dos Negócios Estrangei-ros informa que as listas eleitoraispodem ser atualizadas até 23 deabril. Quem já está inscrito, podetambém atualizar a sua inscriçãocom a morada postal, número detelefone e email.Os eleitores têm três modalidadesde voto: presencial, por procura-ção e voto eletrónico, via internet.O voto pela internet vai ter lugardurante 5 dias consecutivos, entrea sexta-feira 21 de maio e a quarta-feira 26 de maio. Neste caso, oseleitores têm de indicar um nú-mero de telefone e uma moradaemail até 30 de abril. Receberãodepois um mail com a identifica-ção e um sms com a passwordpara votar.Para já, há 1.685.638 Francesesinscritos nas Listas EleitoraisConsulares (LEC) segundo umapublicação oficial de 21 de ja-neiro.Os Conselheiros dos Franceses noestrangeiro representam os cida-dãos nas Embaixadas e elegem90 de entre eles para formarem aAssembleia dos Franceses no Es-trangeiro. Os Delegados consula-res fazem parte do colégioeleitoral que elege os Senadoresdos Franceses no estrangeiro e onúmero de Delegados é propor-cional ao número de inscritos.Portugal integra a 5a circunscrição,com os Franceses residentes tam-bém em Espanha, Andorra e Mó-naco. Neste círculo eleitoral havia,na semana passada, 106.445 elei-tores inscritos.A eleição é organizada pelo Secre-tário de Estado dos Franceses doestrangeiro e da francofonia, Jean-Baptiste Lemoyne.

O grupo de Emigrantes Lesados Uni-dos (ELU) manifestou-se no sábado,dia 23 de janeiro, junto ao ConsuladoGeral de Portugal em Paris, em diade eleições, pedindo ao próximoPresidente da República um papelmais “ativo” na devolução dos fun-dos de quem investiu no BES. “Gos-tava que o próximo Presidente daRepública fosse mais ativo em res-peito ao nosso caso porque toda aclasse política portuguesa sabe danossa situação, mas resolver o pro-blema é outro caso”, disse CarlosCosta, organizador do movimentoEmigrantes Lesados Unidos, em de-clarações à Lusa.O protesto juntou cerca de 30 pes-soas no Consulado Geral de Portugalem Paris onde decorria o primeirodia de votação para as eleições pre-sidenciais. “O nosso voto quer dizerque somos Portugueses. E nãosomos nem de primeira, nem de se-gunda, somos Portugueses comotodos. Ajudamos o nosso país e en-

viamos para lá dinheiro”, defendeuCarlos Costa.O principal motivo dos protestostem a ver com o reembolso dos pro-dutos de poupança como o EuroAforro 10 que ficaram fora do acordocom os emigrantes lesados.Rodrigo Lourenço, emigrante emFrança, investiu 150 mil euros nestetipo de produtos e, até agora, só lhefoi reembolsado 13% desse valor,

sem resposta para o resto do capital.“Não há solução. Perguntei se erabom continuar com os advogados eprocessos, já gastei imenso dinheiro,e disseram que não valia a pena.Agora só espero que seja o Governoa tomar conta”, indicou Rodrigo Lou-renço, que tem partilhado a sua his-tória nas redes sociais.Dos cerca de 4.000 emigrantes emFrança lesados pelo BES, metade

aceitou o acordo que previa a devo-lução mais rápida de 75% do que ti-nham investido - tendo havido outroacordo de quase 100% de devolu-ção, mas com uma data mais longín-qua.Desde 2016 que este grupo de lesa-dos do BES se manifesta em diferen-tes ocasiões, defendendo os direitosdos portugueses que vivem no es-trangeiro.

Por Catarina Falcão, Lusa

Manifestação em dia de eleições no Consulado de Paris

O Deputado Carlos Gonçalves, quemora em Ormesson-sur-Marne, naregião de Paris, mas é eleito pelo cír-culo eleitoral da Europa na Assem-bleia da República portuguesa,voltou a ser eleito, na semana pas-sada, para o cargo de Presidente daSubcomissão da Educação, da Juven-tude e do Desporto da AssembleiaParlamentar do Conselho da Europa(APCE).Esta subcomissão faz parte da Comis-são de Cultura, Ciência, Educação eMedia da APCE.

A Assembleia Parlamentar do Conse-lho da Europa, com sede em Stras-bourg, reúne 324 parlamentares dos47 Estados-membros. Tem a compe-tência de eleger o Secretário-Geral, oComissário dos Direitos do Homem eos Juízes do Tribunal Europeu dos Di-reitos do Homem. Ao mesmo tempo,estabelece-se como um fórum de-mocrático para debates, atua comoobservadora de processos eleitoraise as suas comissões desempenhamum papel importante no exame dasquestões da atualidade.

Por Carlos Pereira

A marca portuguesa Ernest W. Baker,cofundada pela dupla Inês Amorime Reid Baker, voltou a estar no calen-dário oficial da Semana de Moda deParis com uma coleção “confortável”,inspirada pelo momento da pande-mia, com apoio do Portugal Fashion.“Nós inspiramo-nos muito nos anos70 e no cinema, nas personagens defilmes, mas nesta coleção quisemostrazer uma parte mais real. Tambémpor causa da pandemia, e porquehoje em dia vestimos roupa maisconfortável”, afirmou Inês Amorim, à

Lusa.Esta é a segunda participação damarca portuguesa na Semana daModa de Paris, depois de, em julhodo ano passado, ter sido a primeiramarca portuguesa a chegar ao ca-lendário oficial deste evento.No entanto, devido às restrições sa-nitárias, a participação volta a ser di-gital, algo que a fundadora da marcaconsidera até dar alguma “liber-dade” criativa. “Há uma liberdade.Podemos explorar a parte do ci-nema e a parte digital, assim conse-guimos fazer o processo todo e, como filme, conseguimos transmitir sen-

timentos que com um desfile é maisdifícil”, sublinhou a criadora.A marca aproveitou este momentoem que os consumidores estão aoptar por roupa mais confortávelpara introduzir malhas, ‘t-shirts’ or-gânicas e calças de ganga na coleçãode Inverno 2021, que vai apresentarnesta sexta-feira na Semana daModa de Homem de Paris.Mesmo com uma presença digital,Inês Amorim defende que a partici-pação no evento captou novosclientes e a atenção do mercado in-ternacional. “Tivemos muito bom‘feedback’ em relação ao nosso

vídeo, também por ter sido bastantepessoal, e houve uma proximidade.E notámos em termos de vendas,conseguimos mais clientes”, referiu.Assim, além dos mercados do Japão,Coreia e alguns pontos nos EstadosUnidos, a Ernest W. Baker é agoratambém vendida no Canadá e emItália. A presença da marca portu-guesa entre marcas como Dior, LouisVuitton e Paul Smith, é apoiada peloPortugal Fashion.A Semana da Moda de Homem deParis decorreu este ano entre 19 e 24de janeiro, e os desfiles foram exclu-sivamente digitais.

Por Catarina Falcão, Lusa

Marca portuguesa repete presença naSemana da Moda de Homem de Paris

Lesados do BES em França pedem quepróximo Presidente seja mais “ativo”

Carlos Gonçalves reeleito Presidenteda Subcomissão da Educação, da Juventude e do Desporto no Conselhoda Europa

LusoJornal / António Borga

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LUSOJORNAL COMUNIDADE 0703 février 2021

Lusodescendente assassinada pelo ex-namoradoA jovem lusodescendente LauraTavares, assassinada foi assassi-nada há duas semanas pelo antigonamorado, em Putanges-le-Lac,onde vivia, e foi enterrada no sá-bado passado, dia 23 de janeiro.Um encontro organizado pelo Co-letivo dos Direitos das Mulheresdo departamento de Orne foi or-ganizado na quarta-feira, ao fimda tarde, e uma Marcha Branca foiorganizada no domingo, dia 24, às14h00 na Cité des Ducs.Laura Tavares tinha quase 23 anosquando o antigo namorado, Jean

Evan, fez uma espera no aparta-mento da jovem de origem portu-guesa. Segundo os jornais locais,o jovem teria entrado no edifício,escondeu-se nos sanitários co-muns, no corredor, e teria assassi-nado a antiga namorada com ummartelo e depois apunhalou-a.O rapaz, conhecido por ser “dis-creto”, estaria alcoolizado e no diaseguinte foi confessar o crime à po-lícia. Laura Tavares foi encontradamorta no apartamento onde vivia.Os dois jovens viveram cerca dedois anos juntos, em Alençon, masestavam separados desde novem-bro de 2019. Em janeiro de 2020 a

jovem instalou-se no novo aparta-mento em Putange.Laura Tavares nasceu em Putange,uma localidade entre Alençon eCaen e os pais separaram-sequando tinha apenas 6 anos deidade. Passou a viver alternada-mente em casa do pai e da mãe.Era considerada como “simpáticae adorável” e as famílias davam-sebem. Sonhava ser manequim, fezaliás alguns trabalhos para algu-mas agências, e era aprendiz numSalão de cabeleireiro da locali-dade.O Maire da cidade, Sébastien Le-roux, também lamentou a morte

da jovem lusodescendente e lem-brou que a família é muito esti-mada na aldeia e “está muitoinvestida no meio associativo”.O pai de Laura Tavares, David Ta-vares é originário de Esmoriz, porparte da mãe, e da Feira, por partedo pai.A família escreveu à Ministra Mar-lène Schiappa e pede “justiça”.Dizem que se trata certamente deum “ato premeditado”.“Obrigado por falarem da minhafilha, é importante que toda agente saiba quem ela foi e quejustiça seja feita” disse David Ta-vares ao LusoJornal.

Por Carlos Pereira

Laura Tavares queria ser manequim

Proposta do PS defende acesso de ‘media’ dasComunidades portuguesas a publicidade do EstadoUm projeto de lei do Partido Socia-lista, apresentado na Assembleia daRepública, pretende dar aos órgãosde comunicação social das Comuni-dades portuguesas a possibilidade deterem acesso a publicidade institu-cional do Estado português, caso sejaaprovado.O diploma visa assegurar “o acesso àscampanhas de publicidade institucio-nal do Estado, aos órgãos de comuni-cação social direcionados àsComunidades portuguesas no estran-geiro”, procedendo à segunda altera-ção à Lei 95/2015, de 17 de agosto,refere o documento, a que a Lusa teveacesso.“Um dos objetivos deste projeto de leié fazer chegar mais informação insti-tucional às Comunidades portuguesas,que muitas vezes não têm acesso a ela,e, por outro lado, dar aos órgãos de co-municação social das Comunidadesportuguesas a possibilidade de teremacesso a mais esta receita, numa con-juntura difícil”, disse à Lusa o DeputadoPaulo Pisco, um dos signatários do do-

cumento.A proposta socialista refere que, com aevolução tecnológica dos últimosanos, houve uma clara necessidade deadaptação dos órgãos de comunica-ção social para responder aos hábitosde consumo e de imediatismo noacesso à informação.“Se os órgãos de comunicação socialnacionais passaram e passam porgrandes dificuldades de adaptação, le-vando até ao desaparecimento demuitos, o mesmo acontece nas Comu-nidades portuguesas”, salienta-se.“Nos países onde existem Comunida-des portuguesas verifica-se de umamaneira geral uma certa tendênciapara que os nossos compatriotas sedispersem pelo território. E são preci-samente os órgãos de comunicaçãosocial que podem dar à Comunidademaior coesão, unindo-a, ao permitirsaber quem são, o que fazem e ondeestão, divulgando os direitos, deverese oportunidades no país que escolhe-ram para viver, o que, naturalmente,constitui um importante contributopara reforçar o sentido de pertença”,realça o diploma.

Nesse sentido, “podem e devem serconsiderados de grande relevânciapara as instituições nacionais emações como o lançamento de campa-nhas de informação institucional sobreprogramas, iniciativas ou atos eleito-rais em que o principal público alvosejam os Portugueses residentes noestrangeiro”, considera. “As receitas emcausa [de publicidade institucional]são, portanto, essenciais para a manu-tenção da sua atividade”, concluem.Por isso, “é fundamental alterar a lei edar aos órgãos de comunicação socialdas comunidades as mesmas oportu-nidades e visibilidade que têm os na-cionais, locais e regionais”, defendemos Deputados.Para além de Paulo Pisco, assim o do-cumento os Deputados socialistasPaulo Porto, Rosário Gamboa, PedroDelgado Alves, Lara Martinho, José LuísCarneiro, Sérgio Sousa Pinto, Edite Es-trela, José Mendes, Carla Sousa, SusanaCorreia, Cristina Jesus, Romualda Fer-nandes, Raúl Miguel Castro e Olavo Câ-mara.O diploma, caso venha a ser aprovado,abrange jornais, revistas, rádios, tele-

visões ou publicações ‘online’, das Co-munidades portuguesas.Mas os que queiram beneficiar do re-gime previsto no diploma “devem dis-por de uma situação tributária econtributiva regularizada perante o Es-tado e a Segurança Social”.À Entidade Reguladora da Comunica-ção Social (ERC) competirá verificar efiscalizar o cumprimento dos deveresde comunicação e transparência pre-vistos no diploma, bem como o deaplicar a percentagem a afetar aos ór-gãos de comunicação em cada cam-panha institucional.Quanto a sanções, o projeto prevê queas entidades promotoras e as agênciasde publicidade que não assegurem ocumprimento das regras são punidascom coima de 2.500 a 25.000 euros.Quanto aos órgãos de comunicaçãosocial direcionados às Comunidadesportuguesas que não tenham sede emterritório nacional, o projeto de lei es-tabelece que estes devem constar deregisto junto da ERC para terem acessoao regime.Por outro lado, o projeto de lei deter-mina que “as campanhas de publici-

dade institucional do Estado cujosconteúdos sejam respeitantes, no todoou em parte, a aspetos da vida política,cultural, económica, associativa, con-sular ou social relacionados com asComunidades portuguesas no estran-geiro devem obrigatoriamente ser vei-culadas nos órgãos de comunicaçãosocial direcionados às Comunidadesportuguesas”.Neste caso “deve ser afeta aos órgãosde comunicação social direcionadosàs Comunidades portuguesas no es-trangeiro uma percentagem não infe-rior a 10% do custo global previsto decada campanha de publicidade insti-tucional do Estado de valor unitárioigual ou superior a 5.000 euros”,adianta.As campanhas ou ações de publici-dade do Estado devem ser direciona-das aos órgãos de comunicação socialque reúnam, cumulativamente, os re-quisitos de cumprimento de todas asobrigações aplicáveis à atividade decomunicação social no país ondeestão sediados e que utilizem a línguaportuguesa, em pelo menos 50% dapublicação ou programação.

Por Carlos Pereira

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LUSOJORNAL08 COMUNIDADE 03 février 2021

Obras de vários artistas portugue-ses como Joana Vasconcelos, BelaSilva, Rui Chafes e José de Guima-rães, vão estar patentes na Embai-xada de Portugal, em Paris, durantea Presidência nacional do Conselhoda União Europeia.O mobiliário desenhado por JoanaVasconcelos para a marca francesaRochebobois invadiu um dos salõesdas instalações da Embaixada e éuma obra de Bela Silva que acolheos visitantes que chegam à Casa dePortugal, na capital francesa. Uma“revolução” pensada pelo Embaixa-dor Jorge Torres-Pereira.“Lembrámo-nos de assinalar a pre-sidência através de uma pequenarevolução na Embaixada e que po-díamos utilizar este espaço paraexpor artistas contemporâneos por-tugueses ligados a França”, afirmouo diplomata, em entrevista à Lusa.

Vão chegar à Embaixada aindaobras de Vhils, José Pedro Croft,Francisco Tropa, Jorge Martins e Mi-guel Branco, completando assimum circuito de artistas portugueses,contemporâneos.Para o diplomata, “a cultura deveser uma parte integrante” do pro-jeto europeu e uma presença nadivulgação da presidência portu-guesa do Conselho da União Euro-peia em Paris. “A cultura não fazparte das áreas de competênciadas instituições europeias, masnão há progresso real se a políticacultural não estiver no centro dasnossas atenções”, concluiu.Portugal assumiu a sua quarta pre-sidência do Conselho da UE, no dia01 de janeiro, a qual se estenderádurante o primeiro semestre de2021, sucedendo à Alemanha e an-tecedendo a Eslovénia, sob o lema“Tempo de agir: por uma recupera-ção justa, verde e digital”.

Por Catarina Falcão, Lusa

Joana Vasconcelos transformou o salão principal da Embaixada

Embaixada de Portugal em Paris faz “revolução”com artistas portugueses no quadro da Presidência portuguesa da UE

O Embaixador de Portugal em Paris,Jorge Torres Pereira, recebeu na se-mana passada, na Embaixada, oEmbaixador francês para as Migra-ções, Pascal Teixeira da Silva, numencontro que reuniu igualmente osEmbaixadores dos Estados-Mem-bros da União Europeia, em antevi-são do Conselho informal deMinistros da Administração Internaque teve lugar no final da semana.O Embaixador Jorge Torres Pereiradeu nota de que Presidência por-tuguesa do Conselho da União Eu-ropeia trabalharia, como um“courtier honnête et neutre”, para aaprovação do Novo Pacto para asMigrações e Asilo, matéria de reco-nhecida sensibilidade.Portugal, enquanto Presidência ro-tativa do Conselho, proporá um diá-

logo amplo com os países terceiros,com vista ao estabelecimento deparcerias de cooperação mutua-mente benéficas, sublinhou.

O Embaixador francês para as Mi-grações, na sua intervenção, elen-cou as questões que na UniãoEuropeia ainda obstam a um con-

senso sobre o tema das migraçõese detalhou aos Embaixadores dosEstados-Membros da União emParis a posição de França neste de-

bate.Pascal Teixeira da Silva já foi Embai-xador da França em Portugal e temascendência portuguesa.

Embaixada de Portugal: Jorge Torres Pereira recebeu o Embaixador francês para as Migrações

Ambições semelhantes para o projetoeuropeu e presidências do Conselhoda União Europeia quase seguidasaproximam Lisboa e Paris, criando um“real espírito de entreajuda” entre osdois países, segundo o Embaixadorde Portugal em França.“Há um real espírito de entreajudados franceses quererem que haja umsucesso da presidência portuguesa,que não é só uma figura de retóricaque se repete de seis em seis meses”,afirmou Jorge Torres Pereira, Embai-

xador de Portugal em França, em en-trevista à Lusa.A Embaixada nacional vai transfor-mar-se neste primeiro semestre de2021 num “intermediário” entre o Go-verno francês e os representantes dosrestantes países europeus em Paris,promovendo encontros entre Embai-xadores e figuras gaulesas de desta-que, como Ministros e outrosresponsáveis políticos.Apesar de muitos destes eventosserem à porta fechada e para umaaudiência reduzida devido à atual si-tuação sanitária, o diplomata portu-

guês garante que há “semelhançasnas ambições europeias entre os doispaíses” e complementaridade entre oque defendem. “Os franceses estãona expectativa de que nós consiga-mos dar os passos necessários paraque eles próprios tenham a vida faci-litada e uma presidência de sucesso”,referiu, já que França vai assumir apresidência do Conselho da UE em ja-neiro de 2022.Para o Embaixador, a partir da eleiçãode Emmanuel Macron para o Eliseu,em 2017, é “cada vez mais consensual”que é na dimensão europeia que se

resolvem as grandes questões queafetam a França. “A França percebeque a dimensão europeia é funda-mental”, disse o Diplomata, especial-mente numa altura de pandemia.Jorge Torres Pereira está otimista emrelação à retoma de uma atividadenormal na primavera, que permita àpresidência portuguesa ter mais reu-niões físicas e menos recurso à video-conferência. “Para um diplomata ésempre um empobrecimento, porqueé no estabelecimento de uma quí-mica com os nossos interlocutoresque muitas vezes conseguimos o me-

lhor das oportunidades que uma reu-nião permite. Então nas negociaçõescomplicadas, não há dúvida ne-nhuma que os avanços e desblo-queamentos das situações não sefazem nas salas plenárias, mas noscorredores”, explicou.Portugal assumiu a sua quarta presi-dência do Conselho da UE no dia 01de janeiro, a qual se estenderá du-rante o primeiro semestre de 2021, su-cedendo à Alemanha e antecedendoa Eslovénia, sob o lema “Tempo deagir: por uma recuperação justa, verdee digital”.

Por Catarina Falcão, Lusa

Embaixador Jorge Torres Pereira sublinha “realespírito de entreajuda” entre França e Portugal

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LUSOJORNAL DESTAQUE 0903 février 2021

Carolina Amado é a nova Conselheiradas Comunidades Portuguesas emsubstituição de António Capela, quese demitiu em novembro do ano pas-sado. Entretanto a Secretária de Es-tado Berta Nunes já procedeu àsubstituição legal do Conselheiro eCarolina Amado assinou no dia 23 dejaneiro o termo de posse, no Vice-Consulado de Portugal em Toulouse.Carolina Amado chegou a Toulouseem 2013, para acompanhar aqueleque viria a ser seu marido. “Estudeiem Coimbra, depois fui estudar paraLisboa e comecei a trabalhar em Por-tugal. Entretanto o meu marido - naaltura ainda não éramos casados -veio para França, e eu segui-o” explicaao LusoJornal. “Voltei a estudar aquiem França porque é difícil entrar nomercado do trabalho em França senão tiver nenhuma ligação ao país”.Orientou-se para o setor da indústriaaeronáutica, onde trabalha, porque éem Toulouse que está o maior clustereuropeu no setor da aeronáutica.“Estou muito contente por estar aqui.Toulouse é uma cidade muito acolhe-dora, tem uma Comunidade portu-guesa também ela muito acolhedorae ao longo destes 7 anos eu tambémfui participando nesta Comunidade,dando um contribuindo, à minha ma-neira. Fui podendo partilhar comtanta gente, aquilo que nos move atodos que é a Portugalidade”.Logo que chegou a Toulouse, CarolinaAmado começou a participar na vidade algumas associações. Quando An-tónio Capela decidiu candidatar-se aoCCP, a atual Conselheira já militava naAssociação Nossa Senhora de Fátima.“O António Capela convidou-me parater uma lista mais abrangente, maiseclética e que não representasse só aComunidade que já cá estava hámuito tempo, mas também ter umavisão de alguém que chegou há nãomuito tempo” explicou ao LusoJornal.

Distribuição de Conselheiros deveser revistaO Conselho das Comunidades é oórgão de consulta do Governo emmatéria de Comunidades e de emi-gração. Em França há 10 Conselheiroseleitos: 5 na área consular de Paris, 2nas áreas consulares de Bordeaux eToulouse, 2 nas áreas consulares deMarseille e Lyon e 1 na área consularde Strasbourg.Carolina Amado põe em causa estadistribuição. “Imagine que os Conse-lheiros vencedores eram apenas deuma área consular, a Comunidade daoutra região não ficaria representada”.Na eleição, acabou por concorrer umalista com candidatos de Bordeaux,que elegeu Valdemar Félix Camarinhae uma lista com candidatos de Tou-louse, encabeçada por António Ca-pela, seguindo-se Carolina Amado,Carlos Carneiro e Pedro Duarte.“O António Capela teve sempre essapreocupação de acompanhar tam-

bém ao máximo a região de Bor-deaux, com o apoio de algumas pes-soas daquela zona, nomeadamenteAlexandre Dias ou Filipe Dantas” dizCarolina Amado.A Conselheira das Comunidades ga-rante que a lista sempre funcionoucoletivamente. “Nós, ao longo domandato, temos mantido sempre umcontacto com toda a equipa, não foisó durante as eleições. António Ca-pela sempre disse que nós continuá-vamos a fazer uma equipa de 4. Todaa gente estava ao corrente daquiloque se ia passando ao longo de todoo mandato, tanto as dificuldades quetinha, como aquilo que os Portugue-ses reportavam. Sempre existiu essacomunicação entre nós os 4”. Por isso,a demissão de António Capela não foisurpresa para Carolina Amado.O mandato dos Conselheiros devia teracabado em 2019 e não acabou ale-gadamente para não coincidirem comas eleições legislativas. Em 2020 aseleições foram adiadas devido à pan-demia e estão provisoriamente mar-cadas para dezembro de 2021.Carolina Amado considera que “alon-gar demasiado o mandato faz-nosperder alguma credibilidade. As re-gras são para ser cumpridas. Adiar aseleições não abona a favor a favor doCCP”.

António Capelacom “balanço positivo”Carolina Amado faz um balanço“muito positivo” do trabalho de Antó-nio Capela. “Penso que foi um traba-lho muito próximo da Comunidade. OAntónio Capela é uma figura muitoquerida da Comunidade porque já cáestá há muitos anos. Ele sempre foimuito interventivo, tanto no meio as-sociativo como empresarial, sempreajudou muito a Comunidade e por-tanto é muito fácil chegar ao contactocom ele e as pessoas reconhecemnele um porta-voz” conta a Conse-lheira na entrevista-vídeo ao LusoJor-nal. “Essa sempre foi a mais-valia doAntónio Capela, sempre que há um

problema, as pessoas vão falar comele”.Destaca por exemplo a ação para aabertura de Permanências consularesem Perpignan. “Logo depois das elei-ções houve uma reunião em Perpig-nan para perceber as necessidadesdaquela Comunidade já que há umagrande população portuguesa na-quela região e a distância até aoVice-Consulado de Toulouse émuito grande, são cerca de 200 km”.Por ação do Conselheiro foram reco-lhidas cerca de 400 assinaturas e aca-bou por serem organizadas algumasPermanências consulares na sede daassociação portuguesa local. Tambémpara Fumel, onde António Capela temfamília, foi conseguida uma Perma-nência consular.“Conseguimos também mais umapessoa para o Posto consular, mas foiclaramente insuficiente, é necessárioainda mais e agora ainda é pior por-que no início do ano houve mais umabaixa no Consulado, há menos umfuncionário. É preciso continuar asensibilizar o Ministério para as ne-cessidades desta Comunidade” dizCarolina Amado.

Reforço consular é prioridadePara o tempo em que Carolina Amadovai ocupar as funções de Conselheiradas Comunidades, quer implicar-senas ações deste órgão de consulta.Está por exemplo a colaborar na or-ganização do Conselho Regional doCCP/Europa que deve juntar todos osConselheiros eleitos na Europa.A nível local, quer continuar a pedirreforço da rede consular. “O AntónioCapela já tinha denunciado certas ca-rências, nomeadamente a questãosocial. Há muitos anos que não temosaqui uma pessoa dedicada quase ex-clusivamente às questões sociais, quetivesse disponibilidade para acompa-nhar as pessoas. Aqui há muitas pes-soas que não conseguem resolver osproblemas junto das instituições fran-cesas” diz Carolina Amado. “Pelo re-torno que nós vamos recebendo daspessoas, não é assim tão fácil tratar

com os organismos franceses. As pes-soas não têm os conhecimentos paraisso. Para nós isso é uma área priori-tária”.Também o facto de haver um assis-tente técnico a menos no posto con-sular é assunto de preocupação paraa Conselheira das Comunidades. “Vaiter um impacto certamente, que vainotar-se em relação aos tempos deespera. Neste momento os tempos deespera são de cerca de 5 semanas e épossível que agora vai continuar a au-mentar”.Também os Centros de atendimentoconsular são assuntos que CarolinaAmado considera prioritários. “Aqui,as pessoas dizem que ligam para oConsulado e ninguém responde e eupercebo que não haja capacidade emtermos de recursos humanos paraconseguir responder a todas as pes-soas”.O Governo já anunciou que este ano,o Centro de atendimento telefónicode todos os Consulados de França, vaipassar a estar em Portugal. “Temosretorno de outros países já com aCentral de atendimento em Portugale aparentemente as pessoas nãoestão a par verdadeiramente daquiloque se passa os países em causa enão sabem responder a determina-das questões. É necessário que aspessoas que estejam na Central tele-fónica em Lisboa, estejam a par decomo funcionam as coisas em França,como funcionam os organismos emFrança, os acordos bilaterais entrePortugal e a França… este tipo de coi-sas É necessário que as pessoas te-nham conhecimento, parainformarem bem os utentes. É algoque nós temos que acompanhar etemos que ser vigilantes para saber seé uma solução ou se é uma tentativade tapar buracos sem resolver o pro-blema”.

Ensino e associaçõesA informação à Comunidade, no quese refere às inscrições para o Ensinode Português é outra das prioridadesimediatas de Carolina Amado. “Este

tipo de sensibilização é preciso fazê-la perto das Comunidades. Nem todaa gente está a par disso e quandochega setembro é confrontada com aquestão de saber onde vai pôr o filhoa estudar português, mas já devia terfeito todos os procedimentos neces-sários muitos meses antes”.O regresso às atividades das associa-ções que estão encerradas por causada pandemia de Covid-19 também éprioridade para a nova Conselheira.“Temos de apoiá-las o máximo pos-sível para que essa reativação sejapossível. Vai haver muitas dificulda-des, não só por questões económicasmas também em termos sociais”.Quanto às alterações da metodologiade voto no seguimento das eleiçõesPresidenciais, Carolina Amado de-fende um sistema hibrido, em que sepossa votar presencialmente, mastambém por correspondência. “Achoque não faz sentido ser um voto ex-clusivamente presencial. Isso faz comque apenas as pessoas que vivemnum raio de 30, 40 ou 50 km de umaAssembleia de voto possam deslo-car-se até ela. Estamos a falar de umagrande minoria de pessoas que estãonessa circunstância”.Carolina Amado diz que Portugalainda não está preparado para o votoeletrónico, “nomeadamente no quediz respeito à segurança de dados.Acho que ainda não há um sistemamaduro. Em termos internacionais,alguns países têm algumas experiên-cias, mas fazer disso uma possibili-dade de voto a partir de qualquerponto do mundo, acho que ainda es-tamos muito longe dessa realidade”.Sobre o aumento de Deputadospelos círculos eleitorais da emigra-ção, Carolina Amado também consi-dera que “há argumentos dos doislados”.“A questão é saber se os Deputadosque representam a emigração sãosuficientes para fazer o acompanha-mento da população que reside fora.Eu acho que o problema não está nonúmero de Deputados e talvez istonão seja bem interpretado: o pro-blema está na sensibilização detodos os Deputados, de forma gené-rica, para questões de emigração” diza Conselheira das Comunidades.“Muitas das vezes os nossos Deputa-dos levantam questões pertinentesreferentes às Comunidades, tentamavançar para resolver determinadassituações, mas não há abertura deoutros Deputados, porque não é com4 votos que se conseguem chegar adeterminados resultados, é necessá-ria uma convergência abrangente”.Finalmente, interrogada se vai recan-didatar-se às próximas eleições, Ca-rolina Amado responde que “nãotenho isso em mente”.“Aquilo que eu quero é finalizar omelhor que eu puder neste man-dato e continuar o melhor quepuder o legado do António Capela”e acrescenta: “Acho que há outraspessoas que podem certamenteacrescentar valor à Comunidade eao CCP e certamente que essas pes-soas aparecerão”.

Por Carlos Pereira

Substitui António Capela em Toulouse

Carolina Amado é a nova Conselheira das Comunidades

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LUSOJORNAL10 ENSINO

Les inscriptionspour les coursde portugais de l’année prochaine sont ouvertes

La Coordination de l’enseignementdu Portugais auprès de l’Ambas-sade du Portugal, informe que lesinscriptions pour les cours de por-tugais dans l’école élémentaire,dans le cadre de l’Enseignementinternational de langues étran-gères (EILE), sont ouverts.Ce sont des cours facultatifs et ou-verts à tous les élèves volontairesdes écoles, à partir de la classe deCE1, à raison d’1h30 chaque se-maine, en plus des 24 heures heb-domadaires. Les enseignants sontmis à disposition par le Portugal.Pendant les mois de janvier et fé-vrier, votre école doit vous donnerun formulaire à remplir. C’est unformulaire distribué par le Direc-teur de l’école et il faut le rendreégalement au Directeur de l’école.L’Inspection académique transmetà la Coordination de l’enseigne-ment portugais le nombre d’ins-crits et les écoles qui peuventaccueillir les cours. Ensuite, l’Am-bassade du Portugal met à dispo-sition des Académies desenseignants pour ces demandes,en fonction de ses disponibilités(96 professeurs l’année en cours).Le mois d’août, les parents peu-vent consulter la liste des écoles,par département, où il y aura descours EILE-Portugais, dans le sitede la Coordination de l’enseigne-ment portugais. L’horaire y seraégalement.Attention: le cours peut avoir lieudans une école différente de cellede l’enfant, mais dans la même cir-conscription.Sont ouvertes également les ins-criptions pour les Sections inter-nationales portugaises (écoleélémentaire, collège et lycée). C’estun parcours en section internatio-nale portugaise «d’excellence».L’élève suit la scolarité française etbénéficie d’apprentissages enlangue portugaise: Langue, Littéra-ture, Histoire et Géographie.Le formulaire de candidature est àretirer dès maintenant. Un testd’entrée et toutes les démarchessont sur le site de la Coordinationde l’enseignement portugais (Am-bassade du Portugal).

www.epefrance.org

03 février 2021

As crianças da escola Yuri Gagarinede Sainte Geneviève-des-bois (91), naregião parisiense, continuam semaulas de português. Desde o início doano que o professor de portuguêsnão compareceu e ninguém explica arazão.Magali Rebelo reagiu aos anúnciosque tem lido no LusoJornal e ouvidona rádio Alfa. “Quero mostrar o meudescontentamento” disse ao Luso-Jornal. “Desde setembro que estousem nenhuma resposta, sem aulas esegundo a Academia, aguardam a co-locação de um professor, mas nin-guém sabe de nada”.Magali Rebelo quer que o filho,Ruben, aprenda português na escola.Já tentou no ano passado, quando acriança estava ainda no CP. Sabia queas aulas de português começavamapenas no CE1, mas tentou que en-trasse mais cedo. Disseram-lhe quenão. Esperou, preencheu o formulá-rio que a Diretora lhe entregou paraeste ano letivo, mas não recebeu ne-nhuma resposta.Esta é a principal queixa dos pais. “Fi-cámos sem resposta. Ninguém nosdiz nada, nem que sim, nem que não.Não nos contactam” e completa: “éterrível”.Mas Magali Rebelo não é de ficar àespera de resposta, conseguiu con-tactar a Mairie, que lhe deu o con-tacto da Academia. É um autêntico

percurso do combatente para teraulas de Português, “contrariamenteà publicidade que fazem” desabafaao LusoJornal.Só com o contacto da Academia éque ficou a saber que, afinal, na es-cola do filho, a escola Tony Lainé, nãohá aulas de Português, mas a criançapode seguir as aulas de português naescola Youri Gagarine. Os pais com-preendem, não é muito longe decasa, mas não compreendem porquerazão o filho não estava inscrito se ainscrição tinha sido efetuada dentrodos prazos indicados.A Academia aceitou a inscrição, claro,

e ainda esta tarde confirma que “hámais de 15 alunos inscritos”.As aulas não começaram, nem emsetembro, nem em outubro, nem emnovembro, nem em dezembro… e fi-nalmente, nem em janeiro. A interlo-cutora de Magali Rebelo na Academiatambém já não sabe o que deve res-ponder. “Dizem-me que a professoraem questão estava doente, que setrata de uma doença prolongada eque a Embaixada de Portugal deviaproceder à substituição da profes-sora, mas até agora não sabe maisnada”.“Estamos praticamente em fevereiro,

se a Embaixada vai recrutar um novoprofessor, não o vai fazer no fim doano, não é?” questiona-se Magali Re-belo.“Pelo menos que parem de fazer pu-blicidade às aulas de português” su-gere, resignada já com “um anoperdido”. Logo ela que queria come-çar um ano mais cedo.A interlocutora de Magali Rebelo naAcademia vai anunciando que as re-gras sanitárias não permitem que osalunos de uma escola vão às aulas naoutra escola, “por isso, de qualquerdas formas, as aulas serão dadas àdistância”, mas para uma mãe quegostava tanto que o filho aprendessea língua portuguesa, esse era omenor dos problemas, assim hou-vesse um professor.Habitualmente, a Coordenação doensino de português em França dizque não pode contactar com os paisdas crianças porque as Academias éque têm exclusividade deste con-tacto, mas neste caso, e dada a faltade informação, é a própria interlocu-tora da Academia que sugere queMagali Rebelo contacte com a Embai-xada. “Já tentou entrar em contactocom eles para lhes colocar a per-gunta?”A única certeza mesmo é que, estamospraticamente nas férias de fevereiro eque, em caso de confinamento, nomelhor dos casos as aulas só come-çariam lá para final de março… Se co-meçarem, claro!

Por Carlos Pereira

Pais queixam-se de falta de informação

O livro ilustrado “Plasticus Maritimus”,da bióloga Ana Pêgo e da escritoraIsabel Minhós Martins, ilustrado porBernardo P. Carvalho, que já esteveem destaque no LusoJornal, é candi-dato aos prémios literários francesesSorcières, destinados à literatura paraos mais novos.A lista de nomeados aos prémios foidivulgada esta semana pela Associa-ção de Bibliotecários de França e pelaAssociação de Livrarias Especializadaspara Jovens, e partilhada ontem nasredes sociais pela bióloga Ana Pêgo.A edição francesa de “Plasticus Mari-timus, uma espécie invasora” está in-dicada na categoria de não-ficção.Os Prémios Sorcières (feiticeiros, emtradução literal) foram criados em1986, pela Associação de Livrarias Es-pecializadas para Jovens, em parceriacom a Associação de Bibliotecários deFrança, e reconhecem, em seis cate-gorias, a produção literária para crian-ças e jovens que é publicada nomercado francês.Editado em 2018 pela Planeta Tange-rina, “Plasticus Maritimus” é um livroinformativo sobre meio ambiente eum guia de exploração, para os leito-res que queiram também ser maisativos na defesa da natureza, escritopela bióloga Ana Pêgo, juntamentecom Isabel Minhós Martins, e ilus-

trado por Bernardo P. Carvalho.Inspirada na nomenclatura científicaque identifica as espécies da natu-reza, a bióloga Ana Pêgo criou, em2015, um bilhete de identidade paradesignar a presença de plástico nosoceanos - Plasticus Maritimus.

A partir daí, desenvolveu todo um tra-balho de consciencialização para oproblema, com a realização de ofici-nas para crianças, exposições com oplástico recolhido em praias e parti-lha de informações com outros ativis-tas.

Na obra explica-se, por exemplo, queum ‘beachcomber’ é alguém que re-colhe lixo nas praias e se torna num“colecionador que se interessa pelaorigem e pela história dos objetosque encontra”.Há ainda dados estatísticos sobre avida na Terra e sobre poluição - porexemplo, uma garrafa de plástico de-mora 450 anos a degradar-se -, édado um enquadramento históricosobre a produção de plástico e umacronologia sobre “coisas importantesque já aconteceram entre pessoas eoceanos”.As autoras deixam ainda conselhospráticos para uma ‘saída de campo’,para recolha de lixo, e enumeramtipos de ‘plasticus maritimus’ comunse raros que se encontram nas praias,como beatas de cigarro, palhinhas,cotonetes, pequenos brinquedos,moedas e lancetas de diabéticos.O livro, que já tinha estado em desta-que no LusoJornal e cujos direitosforam já vendidos para tradução emcatalão, galego, espanhol, chinês,checo, inglês, francês, italiano, co-reano e polaco, recebeu em 2020 umamenção na categoria de melhor livrode não ficção na Feira do Livro Infantile Juvenil de Bolonha, Itália.Os vencedores dos Prémios Sorcièresserão anunciados em março.

Livro ilustrado “Plasticus Maritimus” écandidato a prémio literário em França

Crianças de Sainte Geneviève-des-Boiscontinuam sem aulas de Português

Lusa / Filipe Faria

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LUSOJORNAL CULTURA 11

Curta portuguesa“Meine Liebe”de Clara Jost em competição no festival Premiers Plansde AngersA curta-metragem portuguesa“Meine Liebe”, de Clara Jost, es-teve em competição no FestivalPremiers Plans, cuja 33ª ediçãoteve lugar na semana passadaem Angers.De acordo com informação dis-ponível no ‘site’ oficial do festi-val, “Meine Liebe”, documentárioexperimental de Clara Jost sobreo ciclo de vida de um pequenotomateiro, competiu pelo prémiode Melhor Curta Metragem Euro-peia.“Meine Liebe” teve estreia mun-dial no ano passado, no IndieLis-boa, onde foi distinguido com oprémio de melhor curta-metra-gem da competição nacional.Em outubro, a curta-metragemde Clara Jost fez parte da compe-tição oficial do Festival de Ci-nema Novo de Montreal, noCanadá, na competição de pri-meiras obras.Em novembro, “Meine Liebe” es-teve na programação do 62º Zi-nebi - Festival Internacional deDocumentário e Curta-Metragemde Bilbau, Espanha.O Premiers Plans “é um festivalque pretende dar visibilidadeaos jovens promissores cineas-tas europeus”, refere a PortugalFilm - Agência Internacional deCinema Português, em comuni-cado, lembrando que Clara Jost“faz parte de uma nova geraçãode cineastas recém-saídos daEscola de Cinema, à semelhançade Duarte Coimbra ou David Pi-nheiro Vicente, entre outros, quetêm alcançado prestigiosas sele-ções nos festivais de cinema in-ternacionais”.A 33ª edição do Premiers Plansdecorreu até 31 de janeiro.

Miguel Carvalhodiz que AmáliaRodrigues deixou-se namorar peladitadura masapoiou comunistasAmália Rodrigues foi durantemuito tempo acusada de apoiar oEstado Novo. Há quem diga quenamorou com Salazar. No livro“Amália - Democracia e Revolu-ção” o jornalista Miguel Carvalhomostra que afinal Amália apoioumuitos Comunistas, e recolheutestemunhas desse apoio.

03 février 2021

O projeto cinematográfico “O jacaré”,do realizador luso-suíço Basil daCunha, foi selecionado para o mer-cado de coproduções, promovidopelo Festival de Cinema Les Arcs, emFrança, e que decorreu apenas ‘on-line’.Entre os 18 projetos selecionadospara o encontro de profissionais -em busca de financiamento, distri-buição e coproduções - estava “O ja-caré”, a próxima longa-metragem deBasil da Cunha, com produção dasuíça Akka Films.A 12ª edição deste encontro profis-sional é um dos programas paralelosdo festival Les Arcs e decorreu na se-mana passada, apenas de forma vir-tual, por causa da Covid-19. Osprojetos selecionados eram candi-datos ao prémio internacional Arte-Kino, no valor de seis mil euros.“O jacaré” foi apresentado comouma longa-metragem “que misturadrama e ‘thriller’” e que fecha umatrilogia de histórias rodadas numbairro social e degradado na Rebo-leira, Amadora, juntando-se a “O fim

do mundo” (2020) e a “Até ver a luz”(2013).Em setembro passado, quando es-treou “O fim do mundo” nos cine-mas portugueses, Basil da Cunhacontou à Lusa que já tinha conse-guido financiamento parcial para umnovo filme, a ser rodada novamentena Reboleira, e na qual queria reen-contrar personagens dos filmes an-

teriores.Na entrevista, Basil da Cunha expli-cava que queria fazer mais filmesnum dos bairros degradados daAmadora, porque “o cinema servepara inscrever comunidades que in-felizmente estão na sombra na his-tória de um país”.Basil da Cunha, filho de pai portu-guês e mãe suíça, 35 anos, vive

desde 2008 na Amadora, mas man-tém uma ligação regular com aSuíça, onde dá aulas de cinema e faza produção dos filmes.“O Fim do Mundo” partiu da ideia defilmar a luta de uma geração maisnova que a dele, que vive as circuns-tâncias do bairro - “o gueto”, comoele chama -, marginalizado e incó-modo.Basil da Cunha contou à Lusa que “obairro inteiro apoia” os projetosdele, uma ficção embebida naquelarealidade, onde vive uma comuni-dade cabo-verdiana e que tambémé portuguesa e que, no entender dorealizador, é invisível para a socie-dade portuguesa. “Se olharmos paraa maioria dos elencos, seja no ci-nema, na televisão, no teatro, no jor-nalismo, no Parlamento, acho quehá uma falta de representatividadeno que responde ao que é Portugale essa comunidade também”, enfa-tizou.Sobre o novo projeto, Basil da Cunhadisse que iria ser “um género de ci-nema, filme coral, de grupo”.

“O Jacaré” foi filmado na Amadora

O filme “Seja como for”, da realiza-dora portuguesa Catarina Romano,está na competição internacional doFestival da Curta-Metragem de Cler-mont-Ferrand, que se realiza estasemana e que decorrerá apenas ‘on-line’.No festival participa também “A terraem que pisar” do realizador brasi-leiro Fáuston da Silva.Em dezembro, a organização do fes-tival tinha revelado que estava apreparar uma edição em formato hí-brido, com sessões em sala e ‘on-line’, mas a evolução da pandemia

da Covid-19 obrigou a uma alteraçãode planos.A programação decorre apenas comexibição online, a partir do ‘site’ dofestival - e apenas em território fran-cês, por questões de direitos - con-tando com “Seja como for”, deCatarina Romano, que se estreia emcompetição internacional.“Seja como for” é o segundo filme deCatarina Romano, uma ‘curta’ deanimação sobre solidão, a partir dahistória de “uma mulher desempre-gada, que está fechada em casa hámuito tempo, aparentemente en-

clausurada do lado de fora das pos-sibilidades do seu tempo histórico”,como se lê na sinopse.O filme contou com apoio financeirodo Instituto do Cinema e do Audio-visual, e foi exibido pela primeira vezem outubro passado, no festival Cur-tas de Vila do Conde.O festival internacional de Clermont-Ferrand é considerado um dos maisrelevantes dedicados à curta-metra-gem, cumprirá a 43ª edição até 6 defevereiro, e conta ainda com o habi-tual mercado dedicado a este for-mato, também em modo virtual.

Coreógrafa Tânia Carvalho convidadapelo Ballet National de MarseilleA coreógrafa portuguesa Tânia Car-valho é uma de quatro mulheresconvidadas a criar um programa de‘performance’, que cruza dança eteatro, para estrear pelo Ballet Na-tional de Marseille, em março e abril,em Paris e em Marseille.A convite do coletivo (LA) Horde, queassumiu em 2019 a direção artísticado Ballet National de Marseille,Tânia Carvalho foi convidada a criaruma coreografia para o novo pro-grama, que incluirá ainda peças dascoreógrafas Lucinda Childs, norte-americana, Lasseindra Ninja, guia-nesa, e da irlandesa Oona Doherty,indica o sítio ‘online’ da companhia.As quatro criadoras vão contribuir

“com o seu estilo icónico, inclusivo ede coreografia comprometida”, paracriar uma peça “inclusiva, entre aplasticidade expressionista e osatuais ‘corpos sociais’ no teatro fí-sico”, ligando a vanguarda da dançapós-moderna e a cultura de bailesurgida no século XIX, indica ainda otexto sobre o novo programa.As apresentações estão previstaspara os dias 31 de março a 02 deabril, no Théâtre National de Mar-seille, e de 08 a 11 de abril, no Théâ-tre du Châtelet, em Paris.Em 2018, a coreógrafa Tânia Carvalhofoi alvo de um ciclo de homenagemsobre os seus 20 anos de carreira,que decorreu com a apresentação

das suas criações mais emblemáti-cas e de novas obras, no Teatro Ca-mões, pela Companhia Nacional deBailado, e nos teatros municipaisMaria Matos e São Luiz, em Lisboa.Tânia Carvalho iniciou aulas dedança clássica aos cinco anos, em1991 frequentou a Escola Superior deDança de Lisboa e, em 1997, ingres-sou no Curso de Intérpretes deDança Contemporânea FórumDança, também na capital portu-guesa.Fez ainda o Curso de Coreografia daFundação Calouste Gulbenkian, etem vindo a colaborar em vários tra-balhos, tanto em interpretaçãocomo criação, com os coreógrafos

Luís Guerra de Laocoi, Francisco Ca-macho, Carlota Lagido, Clara Ander-matt, David Miguel, Filipe Viegas eVera Mantero.Como coreógrafa e intérprete criou,entre outras, as peças “Danza Ricer-cata” (2008), “Der Mann Ist Verrückt”(2009), “Olhos Caídos” (2010) e “A Te-cedura do Caos” (2014). É tambémcriadora dos projetos musicais Mad-mud, Trash Nymph e Moliquentos, ecofundadora do coletivo de artistasBomba Suicida.Em janeiro de 2020, estreou a peça“Onironauta”, sobre a capacidade decontrolar os sonhos e moldar o seusentido, na Maison de la Danse, emMarseille.

Lusa / António Cotrim

Festival de Cinema de Clermont-Ferrand‘online’, com ‘curta’ portuguesa e‘curta’brasileira

Novo filme do realizador Basil da Cunhaselecionado para encontro Les Arcs

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LUSOJORNAL12 CULTURA

David Dany prépare sonnouvel album«Instant d’intimité»

Le chanteur franco-portugaisDavid Dany profite de la crise sani-taire de Covid-19 pour se lancerdans la création d’un nouvelalbum qui sera, bien sûr, en fran-çais et en portugais. Le titre prin-cipal de cet album sera «Instantsd’intimité» ou, en portugais, «Mo-mentos de intimidade».«J’ai voulu créer un album un peudifférent, avec des compositionspersonnelles qui sont le reflet dema vie, de l’amour, des enfants, dela famille, de la société… enfin toutce qui nous entoure, vu par mesyeux» explique l’artiste au LusoJor-nal. «J’ai voulu réaliser un travailpersonnel, à mon image, oùchaque texte est travaillé, les motsde chaque chanson sont pesés etmis en valeur. Chaque thème estun ressenti, juste pour garderl’émotion de chaque couplet, rienn’est écrit au hasard».David Dany habite Rieumes, dansla région de Toulouse, et expliqueau LusoJornal que l’on pourraitdire que c’est un travail auto bio-graphique. «Ça l’est, puisque for-cément on va rentrer dans monintimité et dans la perception dece que je ressens, c’est parfois duret parfois cru, mais je pense à desmilliers de personnes qui vonts’imaginer dans chacun desthèmes et vont dire qu’ils ressen-tent parfois les mêmes choses, lasolitude, la liberté, l’ingratitude, lesentiment de ne pas avoir étécompris. L’amour aussi est idéaliséà ma manière, ça devient presqueun constat, mais le plus intéres-sant dans tout ça, c’est que ça vaêtre du David Dany et du vrai».Celui-ci sera le 41ème album deDavid Dany. «J’ai fait de nom-breuses reprises, des chansons, j’aitravaillé aussi avec certains au-teurs, j’ai chanté des chansons po-pulaires pour me faire une place,j’ai l’impression de ne pas avoirécrit pour moi et là c’est la diffé-rence avec ce travail, il est entière-ment écrit autour de ma vie, onaura des slows, du romantisme, durock, mais ce seront essentielle-ment des chansons à texte».Pour l’instant, l’album n’a pas en-core de date de sortie.

Dois meses depois de ser publicadoem Portugal - “Ao som do Fado” (Edi-tora Levoir) - Nicolas Barral vê, enfim,a sua novela gráfica sair em França -“Sur un air de Fado” (Dargaud). E quemagnífico é este álbum de 160 pági-nas com as suas cores outonais que,por um lado, potenciam os douradosda luz de Lisboa e, por outro, refletembem o ocaso do regime fascista por-tuguês.A novela abre com um dos episódiosmais importantes do colapso do Es-tado Novo. No Forte do Estoril, no dia3 de agosto de 1968, dá-se a queda doditador Salazar. Não uma queda figu-rada, mas sim uma queda literal: ovelho fascista caiu da cadeira paranão mais acordar.Após este necessário prólogo, Barralfaz-nos mergulhar na vida de Fer-nando Pais, um médico quadragená-rio com um passado estudantil (e um

grande amor) revolucionário - que écontado em forma de flashback pin-tado a sépia - e que vive uma vida so-litária e pacífica, embora triste erotineira - apesar de um certo debo-che carnal - tal como era o apanágiodo regime que pesava no lombo dopovo português como chumboquente.Fernando Pais é também o médico

que é chamado à sede da PIDE paratratar os resistentes ao fascismo, paralhes curar os corpos macerados pelatortura. Ele chega, por vezes, dema-siado tarde… Este seu aparente do-brar da espinha à polícia política aoregime fascista tem que ver com oseu passado e também com ummembro da sua família.As passagens violentas, naturalmente

realistas, distribuem-se se maneiraharmoniosa pelos oito capítulos danovela. Pranchas que transbordamde Lisboa e de Portugal: as margensdo Tejo, a luz dourada refletida nosmuros, os elétricos que galgam as co-linas, a margem sul industrial e in-submissa onde fervilham os espíritosrevolucionários, as casas de fado…E é no meio de uma tragédia que,tantos anos depois de terminar osestudos, Fernando se apaixona outravez… por uma revolucionária, outravez.Ele perdeu o primeiro amor para aRevolução em marcha. Irá perder osegundo? Irá trocar a velha vida fácil,mas triste, por uma nova vida difícil,mas feliz?Uma história fascinante que, nestestempos incertos que vivemos, nos re-corda as atrocidades cometidas pelaextrema-direita e pelo fascismo quepisaram Portugal durante 48 anos, atéao quase esmagamento. Imperdível.

Por Nuno Gomes Garcia

“Sur un air de Fado” de Nicolas Barral

Natural de Ponte da Barca, NelsonCosta iniciou a sua carreira musicalpela influência do pai. Com a partici-pação em ranchos folclóricos na re-gião de Paris, como apenas 3 anos,começou a tocar concertina, tendogravado o seu primeiro álbum aos 11anos de idade.Tempo volvido, Nelson Costa temconstruído uma carreira com váriossucessos musicais que são presençaobrigatória nos eventos popularesseja em Portugal, como junto das Co-munidades.

Em 2021 Nelson Costa regressou aosestúdios de gravação para apresentardois novos temas: “Comer a quilo” e“Essa mulher só ralha”.“Comer a quilo” conjuga os sons e rit-mos populares num apelo à dança.Uma canção que nos fala de um“compadre” com um restaurante queserve comida a quilo, onde tanto Nel-son como a restante clientela se deli-cia, porque todos eles gostam de“Comer a quilo”.“Essa mulher só ralha” conta-nos ahistória de uma mulher que está

constantemente a chamar à atençãodo marido, algo com que muitos cer-tamente se identificam… Se muitasdão razão à mulher, outros ficam dolado dele. A solução? É melhormesmo fazerem as pazes…Dois novos temas, cheios de boa dis-posição e animação que não vão pas-sar despercebidos, com ritmosinspirados nas raízes populares por-tuguesa, reunindo em si os elementoscertos para se tornarem em mais doissucessos na discografia de NelsonCosta.

Nelson Costa lança mais dois novostemas musicais

03 février 2021

Começo finalmente a sentir os efeitosda pandemia. Assusta-me pensar quefui, provavelmente, assintomático du-rante o ano inteiro que este mêsquase se cumpre; e, agora, que sintoos primeiros sintomas da doença,acordo cada manhã com um pesoenorme na minha consciência, cívicae moral. Penso poder ser responsávelpor dezenas de casos contágio: tantasas pessoas que contactei nestesmeses de confinamento, semi-confi-namento, semi-desconfinamento,desconfinamento, novo confina-mento, etc…Não sendo a minha constituição físicaextraordinária, não fazendo desportonem seguindo uma alimentação re-grada, sofrendo até de alguns malesrespiratórios, atribuo o ter atraves-sado esta montanha russa de efeitose contra-efeitos ao reforço das imuni-dades a que sempre prestei grandeatenção. E sendo a cultura o naturaldo Homem, as imunidades a que atri-buo a minha boa saúde foram certa-

mente culturais: muitas leituras (emcasa, nos jardins, na rua) e de todo ogénero (romance, ensaio, poesia, BD,livros de viagem,…), corridas até aosmuseus, teatros e cinemas (quandoabertos), tardes inteiras de exercícionas esplanadas (quando abertas),longa exposição a filmes, documen-tários e séries na televisão (quandotudo o resto falha), muito pouca inter-net (apenas a essencial para não serdespedido por falta de comparênciaao teletrabalho).Fui dizendo isso aos meus amigos,aos meus colegas e a todos vós, lei-tores, mas a verdade é que agoratemo que a simples passagem de in-formação, o emprestar de um livro, oaconselhar um espetáculo, um acenoao longe no cinema com duas filas dedistância, possam ter tido efeitos de-vastadores de contaminação.E percebo que as defesas oferecidaspelas minhas imunidades culturais serevelaram, afinal, insuficientes. As va-riantes do vírus são certamente a

causa destes recentes sintomas. Averdade é que estou exposto agora(estamos todos!) a este novo (semi,quase total, ainda assim não tanto)confinamento francês e que fui ex-posto ao recente e total confina-mento português (de queexperimentei os primeiros dias);estou exposto aos números mundiaissempre crescentes; estou exposto àhistória das vacinas que pagámos etalvez não se revelem tão lucrativasassim para serem disponibilizadasem doses suficientes nos prazosacordados pelas Big Pharma (seráque Dr. Durão Barroso nos vem expli-car este falhanço quanto nos expli-cou já tão bem o êxito da operação?);e fui exposto ainda ao Dr. Ventura eaos seus êxitos eleitorais (mais aoaltar kitsch que revelou no seu Gabi-nete de Deputado da República, altaronde pontua a família, a Nossa Se-nhora de Fátima, o Benfica e o Dr.Passos Coelho).Dificilmente um ser, mesmo saudá-

vel, resiste a tanta carga viral e detantas origens. Tenho a gargantaseca, dificuldade em falar dessagente, mas também perdi o paladarem relação aos pratos requentadosservidos pelos governantes; acho quea minha audição sofre também, inca-paz de os ouvir enunciar os ingre-dientes e explicar a confeção dassuas justificações e desculpas, final-mente, cada vez me custa mais res-pirar este ar viciado. É evidente queestou num grupo de risco e deveriaser prioritário em qualquer plano devacinação oficial - até porque tenhofebre alta e sinto que a minha cabeçarebenta de impaciência (como umapoderosa bomba que um anarquistase dispusesse a fazer explodir).Boas escolhas culturais e até para asemana.

Esta crónica é difundida todas as se-manas, à segunda-feira, na rádio Alfa,com difusão antes das 7h00, 9h00,11h00, 15h00, 17h00 e 19h00.

O cronista não está doente, mas...Opinião de João Pinharanda, Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal

O triste retrato do entristecido Portugal salazarista

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LUSOJORNAL ASSOCIAÇÕES 13

A Associação Cultural e Recreativados Portugueses de Aubergenville(78) ardeu na semana passada e per-deu tudo o que tinha na sua sede so-cial. Lança agora uma campanha deangariação de fundos para fazer re-nascer a coletividade.O incêndio teve lugar na semana pas-sada e devastou 45 anos de históriada associação, já que a mesma foifundada a 23 de abril de 1975. O Pre-sidente atual, Pedro Machado, foieleito em 1992.A sede da associação era atualmenteum préfabricado situado no ânguloda avenue de la Division Leclerc e doChemin de Vaux-les-Huguenots, em

locais da autarquia, onde estão aliásoutros préfabricados com as sedesdas associações Secours Catholiquee Club de Râguebi. Nenhum dos doisoutros préfabricados ficou danifi-cado, apenas a sede da associaçãoportuguesa começou a arder porvolta das 11h00, do dia 15 de janeiro,quando não estava ninguém no inte-rior. Mesmo se os Bombeiros chega-ram rapidamente ao local, só umahora e meia depois o incêndio estavaapagado, destruindo completamentea sede da associação.Para além do grupo folclórico Sauda-des da Nossa Terra, a coletividadetem também uma equipa de futebol.Por isso, na sede da associação, es-tavam todos os pertences da coleti-

vidade.Logo no dia do incêndio, o Maire deAubergenville, Gilles Lécole, deixouuma mensagem de apreço ao Presi-dente Pedro Machado “e a todos osaderentes e amigos da associação”.Segundo o Presidente da coletivi-dade, a perda do material tem umimportante impacto financeiro para aassociação que vai ter de voltar acomprar trajos, instrumentos, equi-pamentos de futebol, louça, mobiliá-rio… “a lista é infelizmente grande”diz.É por esta razão que a associaçãolançou um apelo a donativos paraangariar os fundos necessários parafazer renascer “das cinzas” esta asso-ciação histórica.

Por Lia Gomes

Associação tem 45 anos

03 février 2021

A associação portuguesa Hirond'Ai-les já entregou 80 camisolas de fu-tebol transformadas em batashospitalares para crianças na regiãoparisiense e prepara-se para entre-gar mais 65, numa ação que ajuda osmais pequenos "a descontrair" antesdas operações. "Lançámos um apeloantes do Natal, contactámos váriosclubes e a Liga Francesa de Futebolque nos doou 92 camisolas. O queinteressa é que as camisolas sejamgrandes para as transformarmos embatas de hospitais", disse SuzetteFernandes, Presidente da associaçãoHirond'Ailes, em declarações à Lusa.As primeiras 80 camisolas transfor-madas foram entregues ao HospitalIntercomunitário de Creteil e algu-

mas das camisolas foram doadaspela equipa portuguesa local, a USCréteil/Lusitanos. Outras equipasportuguesas em França, como oclube de futsal Aigles Benfica, tam-bém fizeram doações. "A partir dostrês anos, as crianças já gostam dosclubes e do desporto. E é algo queas ajuda a descontrair antes dasoperações", explicou a líder associa-tiva.Esta iniciativa começou em Espanhae a Hirond'Ailes espera agora queoutras associações se juntem a estamobilização assim como mais clu-bes ou privados se interessem emdoar camisolas, já que os pedidoscontinuam a chegar."Vamos entregar 65 camisolas aohospital de Villeneuve-Saint-Geor-ges. Há mais hospitais a contacta-

rem-nos diretamente, como o hos-pital de Pontoise", sublinhou SuzetteFernandes.Após ter produzido e doado 7 milmáscaras comunitárias na regiãoparisiense, a associação consagra-setambém a produzir cachecóis e gor-ros para os sem abrigo da região deChampigny, numa altura particular-mente difícil para os mais necessi-tados. "Nunca fizemos tantoscabazes de Natal e nunca tivemostantos pedidos. Às vezes nem temospedidos, porque as pessoas se en-vergonham, mas nós sabemos e fa-zemos com que recebam o cabaz namesma", declarou a Presidente daHirond'Ailes.A associação pode ser contactadapara doações e para pedidos deajuda através das suas redes sociais.

Por Catarina Falcão, Lusa

Nascida em Roubaix de pais originá-rios do Minho, Virginie Vila Verde,através das suas atividades voluntá-rias é uma divulgadora incansáveldas tradições portuguesas em França.Virginie Vila Verde nasceu no seio deuma família onde o folclore portu-guês sempre fez parte de uma certaarte de vida e dança desde a tenraidade de cinco anos.Com o passar dos anos nasceu namente de Virginie Vila Verde o desejode fazer folclore e de o apresentar deuma forma menos convencional, masmais próxima da realidade, um fol-clore teatral que coloca no palcocenas da vida e seus afazeres. Nascedesta ideia o grupo Vivências doMinho de Tourcoing.Das pesquisas de Virginie Vila Verde,o grupo criado em 2015 passa a apre-

sentar atos da vida do passado comtrajes de outros tempos. Trajes quealguns deles têm um século.Paralelamente às Vivências doMinho, Virginie Vila Verde funda ogrupo de cavaquinhos “Os Baten’avó”, uma forma de honrar esteinstrumento bem português, queassociado ao canto, rememora can-tares dos nossos pais, avôs emesmo para lá destes.À pergunta sobre a situação do fol-clore português, pondo de lado apandemia atual, Virginie Vila Verderesponde que “estamos a atravessaruma fase transitória, dado que aque-les e aquelas que até agora transmi-tiam de forma oral as tradições esaberes populares do folclore, estãoa desaparecer. Contudo os meios téc-nicos, gravações, blogs, permitemfazer perdurar o rico e diverso folcloreportuguês”.

“Em França os centros onde o folcloreportuguês é lembrado e praticadoestão relacionados com a densidadedos Portugueses ou lusodescenden-tes” diz Virginie Vila Verde.

A nível do Norte de França, VirginieVila Verde, observa uma certa “deca-dência”, o seu grupo sendo convidadoem muitas ocasiões a festividadesportuguesas e francesas.

O amor por Portugal, Virginie VilaVerde não o limita a estas duas ati-vidades já que anima diversas pági-nas Facebook sobre as tradiçõesportuguesas, sendo seguida pormais de 18 mil internautas. Um tra-balho de pesquiza que já é uma re-ferência sobre: “Trajes do povo emPortugal”, “Memórias do povo emPortugal”, “Crianças do povo emPortugal” e “Cancioneiro do povoem Portugal”.Como tudo isto não chegasse, Virgi-nie Vila Verde faz também parte doComité France Portugal Hauts-de-France.Com a pandemia que atravessamos,certas atividades estão ao “ralenti”ou mesmo paradas, contudo afirma-mos que “as Vivências do Minho e OsBate n’Avó são bens a proteger, afazer perdurar, que vão reflorir assimque vencermos a pandemia”.

Por António Marrucho

Associação Portuguesa de Aubergenville ardeu elança campanha de angariação de fundos

Virginie Vila Verde vulgarizadora das tradiçõesportuguesas em terras gaulesas

Associação Hirond’Ailes transforma camisolas defutebol em batas para crianças

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LUSOJORNAL14 DESPORTO 03 février 2021

Après sa suspension au mois d’octo-bre, la Coupe de France faisait retource samedi 30 janvier. Créteil/Lusita-nos affrontait la formation de Sainte

Geneviève, pensionnaire de N2, austade Leo Lagrange.C’est donc sur un terrain gras que lesdeux équipes ont débuté la partie.Les locaux avaient envie de montrerun bon visage face aux Cristoliensvenus chercher une qualificationpour le prochain tour. Le terrain n’ai-dant pas trop à développer du beaujeu, les Génofévains se sont néan-moins procuré quelques occasionsmais Cagnon veillait sur sa cage.L’ouverture du score va surgir à la32ème minute par Ludovic Pancratequi va dévier un centre-tir d’Aha-mada au fond des filets.À la pause, les Béliers mènent logi-quement au score (0-1).La seconde période partait sur desbases similaires. Les Béliers plutôtoffensifs ont manqué d’aggraver lescore en leur faveur par Farade. C’estSainte Geneviève qui va en profiter,à la 55ème minute, à la suite d’uncorner, le ballon va tomber dans lespieds de Doucouré pour l’égalisation(1-1).La tension va monter entre les deuxéquipes qui vont se montrer très ru-gueuses dans le jeu. L’arbitre va en-chainer les avertissements. Maisc’est bien Créteil/Lusitanos qui vafinir la rencontre à 10. Juary Soaresva se faire expulser à la suite d’un

tacle dangereux (82 min).Alors que nous nous dirigions versune séance de tirs au but. RichardDéziré procède à un ultime change-ment en remplaçant Cagnon par Cé-dille. Sur l’action qui suit, Belkouche,d’une longue transversale, va trouverFarade qui dévie pour Pancrate dansla surface adverse. Il contrôle laballe, élimine le dernier défenseur etenroule sa frappe qui termine aufond des filets (2-1).L’USCL sort donc victorieuse d’un

match piège face à Sainte Geneviève.

Richard Déziré:«J’ai aimé l’attitude del’équipe»Richard Déziré s’attendait à unmatch difficile. Sur ce point, l’entrai-neur val-de-marnais n’a pas étédéçu. Bousculés jusqu’à la dernièreseconde, les Béliers se sont finale-

ment ouvert les portes du 7ème tourgrâce à un doublé de Pancrate dansles dernières secondes du tempsadditionnel. Suffisant pour poursui-vre l’aventure.«C’était un match difficile, commeprévu. En Coupe de France, on nepeut rien laisser au hasard» dit Ri-chard Déziré. «On a disputé un vraimatch de Coupe, sur un terrain diffi-cile, très gras, qui s’est rapidementdégradé. C’était compliqué d’alignertrois passes de suite. Malgré tout, ona réussi à mener au score à la pause.On a été très inattentifs sur un coupde pied arrêté où on concède l’éga-lisation. On se retrouve en plus à 10à dix minutes de la fin, mais on a sugarder le cap. On se préparait à dis-puter les tirs au but et on a eu labonne idée sur un jeu un peu pluslong et une bonne déviation d’avoirun super enchainement de Ludo(ndlr: Pancrate) pour un doublé im-portant. C’est une victoire sympaavec un tirage compliqué. J’ai beau-coup aimé l’attitude et le caractèrede l’équipe qui n’a rien lâché et quia été justement récompensée de sesefforts».Prochain rendez-vous pour les Bé-liers, encore la Coupe de France avecle 7ème tour face aux… Lusitanos deSaint Maur.

Par Fábio Morais

6ème Tour de Coupe de France de Football

Coupe de France: Créteil/Lusitanos se qualifie sur le fil

Coupe de France: Les Lusitanos en reprennentpour un tour

Pour son retour en Coupe de France,les Lusitanos ont pris le meilleur surLinas-Montlhéry en s’imposant 1 butà 0 lors de ce 6ème Tour. Un matchde reprise plus que convaincantaprès plusieurs mois d’arrêt.Cela faisait depuis la fin du mois

d’octobre que les Lusitanos avaientmis entre parenthèses leur saison. Etpour leur retour à la compétition, laformation saint-maurienne avaitrendez-vous avec la Coupe deFrance.Initialement prévu le 1er novembre,il aura fallu le 31 janvier pour per-mettre au 6ème Tour entre Linas-Montlhéry et les Lusitanos de rendreson verdict. Et après avoir subi unprotocole drastique ces derniersjours avec plusieurs tests, les hom-mes de Ronald Zizi ont pu profiter decette rencontre pour simplement re-goûter au plaisir d’être footballeurs.Face à l’une des formations surprisesde la dernière édition de la Coupe deFrance, les Val de Marnais espéraientbien revenir avec la victoire de l’Es-sonne. Si les premières secondes ontété marqué par le KO de son défen-seur, Hamady Traoré, les Lusitanosont tout de suite fait honneur à leurstatut de favoris en multipliant lestentatives de loin, par Maténé Diarraet Farid Beziouen, mais surtout deprès, par une tête à bout portant dePatrick Etshimi, sorti par un arrêt ré-flexe impressionnant du portier es-sonnien. A la pause, le score nul etvierge (0-0) masquait la dominationdes visiteurs.

Etshimi, premierbuteur de 2021

Mais dès le retour des vestiaires, lesLusitanos continuaient de forcer ladécision et celle-ci ne s’est pas faitattendre. A la 54ème minute, sur uncorner joué en deux temps, FlorianDexet déborde et centre parfaite-ment au deuxième poteau pour latête de Patrick Etshimi qui ne man-quait pas l’offrande. Tout un symbolepour le buteur saint-maurien qui de-venait le premier réalisateur de l’an-née mais aussi le premier à marquersur la nouvelle pelouse du StadePaul Desgouillons qui inaugurait sonnouvel apparat à l’occasion de laCoupe de France.Derrière, le rythme baissa clairementdu fait du manque de compétition

de la part des deux équipes. Dansles buts, Aly Yirango annihilait lesrares tentatives de Linas-Montlhéry.Permettant ainsi aux Lusitanos devalider leur ticket pour le 7ème Tourde la Coupe de France. Une juste ré-compense pour son buteur, PatrickEtshimi. «Cela fait plaisir de simple-ment rejouer et de marquer. Aprèsplusieurs mois à la maison, cela aété dur de se remettre en route. Onsait que de base, un match deCoupe c’est compliqué mais là, ill’était encore plus. On a fait l’essen-tiel en revenant avec la victoire. Oncontinue dans la compétition. Celava faire du bien comme on ne saittoujours pas si le Championnat va

continuer. La meilleure des solu-tions est d’aller le plus loin possibleen Coupe de France».Surtout qu’au prochain tour se pro-filera un Derby d’exception face àCréteil/Lusitanos. «C’est un très bonmatch. On aura une très bonneéquipe en face. C’est un vrai Derby.On va y aller avec nos armes et onva tout faire pour réussir l’exploit».Pour l’entraîneur Ronald Zizi, la ren-contre face à Créteil/Lusitanos doitpermettre aux joueurs de profiterd’un moment à part cette saison.«Cela reste du football. Que cela soitCréteil ou un autre. Notre objectifest de passer tour après tour. Lasuite ne sera que du positif. Je viensd’arriver au club cette saison, maisje connais la valeur de ce derby. Cesera surtout l’occasion de partagerun match intéressant avec de nom-breuses personnes qui auront plai-sir de se recroiser. Ça sera unsuperbe match difficile face unebelle équipe de National. Mais il nefaudra pas vendre la peau de l’oursavant de l’avoir tué».Et si les dernières rencontres deCoupe de France ont surtout été àl’avantage des Lusitanos face à Cré-teil/Lusitanos (4-3 en 2014 et 3-0 en2017), on sait que face à une équipequi n’a pas connu d’arrêt cette sai-son, il ne faudra pas se tromperpour mettre tous les ingrédientsd’un possible exploit.

Par Eric Mendes

Sainte Geneviève Foot 1-2 US Créteil/LusitanosCoupe de France, 6ème TourSamedi 30 janvier, 14h00Stade Léo Lagrange, Sainte Geneviève-des-BoisButeurs : SGS: Doucouré (55 min);USCL: Pancrate (32 et 90+3 min)Cartons : SGS: Jaune pour Yebli (38min); USCL: Rouge pour Soares (81min) et Jaune pour Sawadogo (34min), Baal (35 min) et Bru (68 min).US Créteil/Lusitanos : Cagnon (Cé-dille, 90+3 min), Fofana (Cap.), Soaré,Soares, Ahamada, Farade, Baal (Bap-tista, 60 min), Llambrich, Sawadogo,Bru (Belkouche, 82 min), Pancrate.SGS : Velandia, Doucouré, Rouane,Touré, Correia, Fleury (Blazi, 75 min),Yebli (Grouin, 67 min), Dembelé, Bek-hadda, Moyo (Tamuso, 67 min), Bar-celo.

ESA Linas-Montlhery 0-1 US LusitanosStade Paul DesgouillonsMi-temps: 0-0Arbitre : Romain ZamoBut : US Lusitanos: Etshimi (54 min)Avertissements : Linas-Montlhéry:Tsota (60 min) et Roca (90+1 min)ESA Linas-Montlhery : Lutumba;Tchabo (Coulibaly, 46 min), Tsota,Diallo, Kouassi; Duval, Fukidi (La-moureux, 85 min), Roca (Cap.), Cissé(El Gachbour, 78 min); Bass (Tesingui,66 min), Duval. Entraîneur: StéphaneCabrelli.US Lusitanos : Yirango; Traoré (Mi-riezolo, 21 min), Mahamat, Daninthe,Dexet; Diarra (Belibi, 85 min), Mar-tiny, Niakaté; Goncalves (Sylla, 85min), Etshimi (Boudjemaa, 66 min),Beziouen (Cap.). Entraîneur: RonaldZizi.

USCL

LusoJornal / António Borga

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LUSOJORNAL DESPORTO 15

BOA NOTÍCIA

Sãos e salvosNo próximo domingo, dia 7, as lei-turas da Missa convidam-nos a re-fletir sobre o significado dosofrimento humano. O Evangelhoconta-nos como os habitantes deCafarnaum trouxeram os doentesda própria cidade até junto deJesus e narra que Ele «curou muitaspessoas, que eram atormentadaspor várias doenças». É um gestoimprescindível para que a Suaidentidade messiânica emerja, masnão deve ofuscar a verdadeira mis-são de Jesus. O rosto de Deus queCristo quer revelar não é o de um“santo milagreiro”, mas sim o rostode um Pai que deseja que os seusfilhos sejam felizes e que essa feli-cidade seja plena, profunda e real.Ninguém quer sofrer. Certamente,Deus não quer que o homem sofra.Mas à luz da Revelação, até mesmoo sofrimento pode assumir umpapel importante, nesse longo ca-minho de descoberta do signifi-cado da nossa existência. Se osentido da vida é descobrir o amore aprender a amar, nem mesmo ador ou a doença podem impedirque alcancemos a felicidade. Aliás,podem até ser redimidas em JesusCristo e transformadas por Ele eminstrumentos de salvação e oca-siões de graça.Pode parecer incrível, mas muitasvezes é nos momentos mais difíceise dolorosos de uma vida, que sedescobre o real valor das pessoas ecoisas que nos rodeiam. A aliançano monte Sinai teria sido possívelsem a escravidão do Egipto ou aaridez do deserto? A fé de SimãoPedro teria tido a mesma robustezsem a experiência da prisão deJesus e a vergonha de O ter negado?Ninguém quer sofrer, mas atémesmo o sofrimento pode tornar-se ocasião de graça, de descoberta,de crescimento e de salvação.

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Sanctuaire de Notre-Dame de Fátima-Marie-Médiatrice48 bis boulevard Sérurier75019 ParisDomingo às 11h00

03 février 2021

Rafael Fonseca: jovem português descobriu a Liga francesa com o Amiens

Rafael Fonseca, defesa português de20 anos, chegou há cerca de um anoao Amiens SC por empréstimo doclube italiano da Juventus.Na altura o Amiens estava na pri-meira divisão francesa de futebol, aLigue 1. No entanto com a suspensãoe encerramento definitivo da Ligue 1versão 2019/2020, a equipa da Picar-die acabou por descer à segunda di-visão, Ligue 2.Rafael Fonseca ficou no clube fran-cês, tendo deixado definitivamentea Juventus, clube onde atua o inter-nacional português Cristiano Ro-naldo. Queria ganhar experiêncianuma Liga diferente, ele que foi for-mado em Portugal e jogou em Itália.Rafael Fonseca fez um balanço daprimeira parte da temporada com oAmiens, abordou os sonhos que tempor realizar, e admitiu que aprendeumuito com Cristiano Ronaldo naequipa de Turim.

A classificação atual do Amiens nãopermite subir de divisão, o principalobjetivo da equipa no início daépoca?No início começámos um bocadinhomal. Depois tivemos nove jogos semperder, até perdermos frente aoParis FC por 4-2, mas o essencial écontinuar a trabalhar para vencer osjogos que se seguem.

Mas o objetivo continua a ser a su-bida?Nós trabalhamos todos os dias paraisso. Trabalhamos todas as semanaspara isso. Jogo após jogo, entramosdentro das quatro linhas com o ob-jetivo de vencer.

Como chegou ao Amiens?Em Turim, tive a proposta do Amiens.Era um clube que estava na primeiraLiga, e que infelizmente devido àCovid-19 desceu para a segunda Liga,mas acho que era um bom projetopara agarrar. Eu ainda sou jovem,

preciso de jogar e fez-me bem virpara aqui.

É complicado jogar na segunda,quando se assinou por um clube daprimeira divisão?É diferente. Jogar na primeira oujogar na segunda é diferente, comoé óbvio, mas aprendemos semprecom todas as situações. Podemosaprender coisas positivas na se-gunda Liga como aprender outrascoisas na primeira. É bom estar nasegunda Liga e tirar proveito destaexperiência visto que a Ligue 2 éuma Liga bastante dura.

Como tem sido esta temporada anível pessoal?A nível pessoal não tenho tido tantaspossibilidades de jogar. Mas na ca-beça eu tenho sempre o objetivo detrabalhar duro, todos os dias, paraquando chegar a minha oportuni-dade, estar preparado.

Qual é o nível desta segunda Ligafrancesa?É uma Liga bastante dura, é uma Ligabastante defensiva e é uma boa Ligapara evoluir.

Como foi a adaptação ao clube, à ci-dade, à língua…?A adaptação foi boa, foi rápida. Souum jogador, uma pessoa, queaprende rapidamente. Eu adapto-me rápido para onde eu vou e ondeeu estou. Não houve nenhum pro-blema na adaptação.

E a adaptação à cidade?É uma cidade muito fria (risos), é pe-quena, eu gosto muito de Amiens, émuito giro.

É assim tão diferente de Turim e deLisboa?Sim. É uma cidade mais pequena,mais acolhedora, onde os adeptosnos recebem bem. É diferente emvários aspetos com as outras duascidades, quer nos pontos positivos,

quer nos pontos negativos.

Podemos comparar as experiênciasdo Rafael em França, em Itália e emPortugal?Em qualquer sítio onde passamos,temos de aproveitar as coisas boas.Já passei por Portugal, pela Itália,agora estou em França, e tenho detirar o melhor de cada Liga para tera experiência e poder jogar em qual-quer Liga, pelo menos em qualquerLiga destes três países.

Foi formado no Sporting Clube dePortugal…Foi uma formação bastante boa, éum grande clube, respeito muito eguardo um carinho especial pelaformação por onde passei 8 anos.Depois surgiu uma oportunidade deir para Turim e tive de agarrar essaoportunidade. Neste momentosinto-me um jogador feliz por ondepassei, e agora é continuar a minhacarreira.

Era impossível recusar a Juventus?Tinha algumas propostas, masquando se trata desses grandes clu-bes europeus, nós com o passaportenas mãos vamos logo.

A experiência na Juventus foi boa?Foi positiva. Joguei durante as trêsépocas em que lá estive. Simples-mente já estava preparado e prontopara jogar a um nível mais profissio-nal e foi por isso que tomei esta de-cisão de sair da Juventus.

Os Portugueses sentem uma certapressão quando jogam na Juventus?Pressão não. Nós temos é apenas demostrar sempre o nosso trabalhodiariamente, e durante os jogos.Mostrar aos adeptos que estamos lápara ajudar o clube, seja no que for.

Treinou com Cristiano Ronaldo?Treinei sim. Ele inspirou-me muito apartir do momento em que o co-nheci a nível pessoal. A nível profis-

sional é uma pessoa que trabalhamuito. Surpreendeu-me bastante. Éuma pessoa cinco estrelas e sim,sem dúvida, ele é um ídolo paratoda a gente. Quem está dentro daestrutura e o vê diariamente, comoele trabalha, é sem dúvida magní-fico. É realmente muito forte. Fez 760golos, é uma coisa incrível para umjogador com a idade que tem e paraele a idade não é um problema. Elecontinua a bater recordes, é umalenda. Cristiano é uma pessoa cari-nhosa, trata bem todos os jogado-res, seja português, seja italiano,seja francês. Admito que teve umbocadinho mais de atenção comigoporque num país onde não se falaportuguês, encontrou-me a falar alíngua do país, então deu-me umpouco mais de atenção e ajudou-me muito dentro da Juventus. É umapessoa amiga.

O Sporting lidera em Portugal, a Ju-ventus tem mais dificuldades emItália, podem ser Campeões?O Sporting é um clube para o qualtenho bastante carinho. Sigo oSporting este ano, e a Juventus tam-bém. A tarefa da Juventus está umpouco mais complicada, mas acre-dito que, quando se tem o melhorjogador do mundo na equipa, ascoisas podem mudar rapidamentejogo após jogo. A Juventus temainda possibilidades de lutar pelotítulo.

O que podemos desejar ao Rafaelpara 2021?Ainda vão ouvir falar muito do Ra-fael. Que o meu futuro aqui, noAmiens, ou noutras paragens, sejarisonho.

O sonho é vestir a camisola da Se-leção Portuguesa?Eu tenho uma ambição muitogrande em chegar à Seleção Nacio-nal. Acho que todos os jovens am-bicionam representar o país. Eu nãoescapo à regra.

Por Marco Martins

Futebol

LusoJornal / Marco Martins

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