Upload
internet
View
118
Download
4
Embed Size (px)
Citation preview
Luis Roque klering
A comunicação e gestão do conhecimento nas organizações:
desafios e novas tecnologias
Luis Roque klering
•Professor da EA/UFRGS (graduação e PG);•Mestrado PPGA/UFRGS; Doutorado FEAC/USP;•Em pós-doutorado no EGC; tema: Governança Digital Pública•Experiência em TI desde 1974; mentor AVA NAVI•Interesses de estudo: estrat. org.; Adm P.; EAD.
Agenda1) Enfoques da comunicação nas organizações (4-8)2) A comunicação nos estudos organizacionais (9-15)3) A gestão do conhec. nos estudos organizacionais (16-25)3) Evolução das tecnologias de comunicação (26-27)4) TICS – novos equipamentos (28-30)5) TICS – novas soluções de softwares (31-35)6) TICS – novas bases de dados (36-37)7) TICS – implicações organizacionais (38-43)8) TICS – implicações sociais (44-51)9) TICS – conclusões (52-54)
Imbricamento comunicação-gestão do conhecimento
Conhecimento <--> Comunicação
Conhecimento e comunicação baseiam-se
em informações/bases de dados
Conhecimento é comunicado
A comunicação comunica conhecimentos
Funções da comunicação nas organizações
Funções específicas:
•informar;
•regular;
•persuadir;
•integrar
(Thayer, 1968)
Papel da comunicação interna nas organizações:
A comunicação interna tem o papel de:
•efetivar o fluxo interno de informações;
•integrar os membros de uma organização;
•promover mudanças culturais;
•construir uma imagem adequada ao negócio ou
modo de atuação organizacional
(Neves, 2000)
A dimensão simbólica da comunicação:
“Comunicação nas organizações é mais do
que simples transmissão de informações...
todo discurso, toda palavra pronunciada,
todo documento escrito se insere em maior
ou menor grau na esfera do agir, do fazer,
do pensar e do sentir” (Grize, apud Chanlat)
Perspectivas de análise da comunicação:
• Tradicional: eficácia do processo de transmissão;
• Interpretativa: vida organizacional é uma
realidade socialmente construída;
• Crítica: focaliza os aspectos subjetivos e
simbólicos da comunicação, especialmente a
organização (e sua comunicação) como
instrumento de opressão
A comunicação nos estudos organizacionais:
Mary P. Follett (década de 1920): princípios
e fundamentos de administração:
•“do contato direto”
•“das relações recíprocas”
•“da resposta circular”;
•“do conflito construtivo”
•“do poder com”
A comunicação nos estudos organizacionais:
Chester Barnard (década de 1930): função
central de um executivo: assegurar o
propósito de uma organização via sistema
cooperativo, com as seguintes funções
essenciais: comunicação, formulação de
objetivos, manutenção dos serviços
essenciais
A comunicação nos estudos organizacionais:
Conclusões de Elton Mayo (Experiência de
Hawthorne , 1927-1932): o trabalho é uma
atividade grupal, os indivíduos reagem como
membros de grupos sociais informais, os
administradores devem compreender e se
comunicar, o reconhecimento é um
importante estímulo para o trabalhador
A comunicação nos estudos organizacionais:
Max Weber - Teoria da Burocracia (publicada
em 1916, mas valorizada a partir de 1940): o modelo
ideal de organização (moderna) é o burocrático, onde
predomina a racionalidade, o caráter legal das normas
e regulamentos, a formalidade da comunicação,
impessoalidade nas relações, a padronização das
rotinas e procedimentos, a competência técnica e
meritocracia, a profissionalização dos participantes.
A comunicação nos estudos organizacionais:
Maslow – Teoria Comportamental (década de 50): as
pessoas tem necessidades sociais e de realização
Bertalanfy / Katz e Kahn – Teoria de Sistemas (década
de 60): as organizações funcionam como sistemas
abertos, realizando constantes intercâmbios (trocas /
comunicações) com seu meio ambiente, buscando um
equilíbrio dinâmico; as organizações funcionam como
organismos
A comunicação nos estudos organizacionais:
Lewin – Dinâmica de Grupos (década de
1960): as mudanças organizacionais
ocorrem via grupos;
Piaget - Teoria do Construtivismo:
“aprender a aprender pela prática e pela
interação”
A comunicação nos estudos organizacionais:
Vigotsky - Teoria do Construtivismo:
a construção do conhecimento pelo
sujeito se faz a partir de sua interação
com o meio, sendo esta a base para o
seu desenvolvimento.
A gestão do conhecimento nos estudos organizacionais:
• As organizações podem ser consideradas atualmente como organizações do conhecimento, quando adquirem a capacidade de usar a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões, sendo estas estratégias fundamentais em qualquer instituição (Soares, Soares, 2007).
A gestão do conhecimento nos estudos organizacionais:
• A troca e gestão mais intensificada das informações pelas Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC´s torna-se um fator fundamental no processo de capacitação de pessoas, e para um país (e suas instituições) se tornar intensivo em conhecimento.
A gestão do conhecimento nos estudos organizacionais:
Modelo da espiral de conhecimento, de Nonaka e Takeuchi (1997) – fases:
1) Compartilhamento do conhecimento tácito
2) Criação de conceitos3) Justificação de conceitos4) Construção de um arquétipo5) Difusão interativa do conhecimento
A gestão do conhecimento nos estudos organizacionais:
1) Compartilhamento do conhecimento tácito
- conhecimento “silencioso”, próprio de cada um, adquirido pela experiência; subjetivo e inerente às habilidades de uma pessoa; de difícil revelação/comunicação;
- Conhecimento de difícil escrituração, formalização, verbalização
=>> Compartilhar significa socializar
A gestão do conhecimento nos estudos organizacionais:
2) Criação de conceitos- Ocorre pela socialização, por diálogos e
palavras, em busca da externalização e construção de conceitos explícitos
- No processo de externalização, é oportuno recorrer a uma variedade de requisitos (diferentes perspectivas, visando a conciliar) bem como ao uso de diferentes métodos de raciocínio: indução, dedução e abdução (uso de analogias e metáforas)
A gestão do conhecimento nos estudos organizacionais:
3) Justificação de conceitos- Os novos conceitos precisam ser
verdadeiramente justificados, para avaliar/checar/verificar se atendem às expectativas (anseios) da sociedade
A gestão do conhecimento nos estudos organizacionais:
4) Construção de um arquétipo- É a transformação do conceito
justificado em um arquétipo (algo tangível, concreto; um modelo ou protótipo, por exemplo);
- É construído pela combinação de conhecimento explícito novo ao já existente
A gestão do conhecimento nos estudos organizacionais:
5) Difusão interativa do conhecimento- Acontece quando a ocorrência
(conceito) que foi criada, justificada e transformada em modelo passa para uma nova etapa de conhecimento diferenciado; esta etapa pode desenvolver melhorias nos processos, na forma de um ciclo repetitivo virtuoso
A gestão do conhecimento nos estudos organizacionais:
Condições capacitadoras propostas por Nonaka e Takeuchi (1997):
1)Intenção2)Autonomia
3)Flutuação/Caos criativo, 4)Redundância
5)Variedade de requisitos
A gestão do conhecimento nos estudos organizacionais:
gestão do conhecimento não é uma simples questão de capturar, estocar e
transferir informação, mas requer interpretação e organização da
informação em múltiplas perspectivas (Bhatt, 2001).
Tecnologias antigas de comunicação:
- sinais (fogo/fumaça, sons)
- hieróglifos, gravuras e desenhos
- códigos escritos em pergaminhos, docs e livros
- imprensa escrita (com tipografia, sec. XV)
- telégrafo (1837);
- facsímile
- cartas escritas
Tecnologias “tradicionais” de comunicação:
- rádio / jornal/boletim impresso / TV
- telefone de mesa (1876) ; PABX; Fax
- memorandos/bilhetes/anotações impressos
- murais (quadros) de avisos; reuniões
presenciais
- prospectos impressos
- terminais de computador remotos
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – novos equipamentos:
- microcomputadores
- celulares; smartphones; tablets; palmtops
- equipamentos de auto-atendimento;
- eletrônica embarcada
- câmeras de fotos e vídeos digitais;
- GPS (Global Positioning System);
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – novos equipamentos:
- mecanismos de automação e regulação;
- captadores de imagens (webcams, de leitura de
códigos de barras, biométricos);
- telefones por internet (VOIP, Skype);
- telefones por rádio;
- novos meios de suporte à internet (redes de luz,
tecnologias wireless, redes de celulares);
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – novos equipamentos:
- TV digital/interativa;
- controladores diversos (de temperatura,
detectores de objetos, de substâncias e
movimentos, controladores de velocidade)
- equipamentos de imagens
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – novas soluções de softwares:
- linguagens de software livre (PHP, Mysql, Linux);
- ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs)
- internet banking;
- governança digital;
- redes de relacionamentos (orkut, facebook);
- compras de produtos e serviços por internet
(passagens, livros, entradas para eventos etc.);
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – novas soluções de softwares:
- comunidades virtuais (temáticas, profissionais,
sociais);
- recursos de acesso aberto;
- recursos de comunicação: sms, twitter, correio
eletrônico, chat, forum, videoconferências);
- navegação por mapas virtuais
- digitalização, edição e difusão de vídeos
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – novas soluções de softwares:
- desenho e planejamento (CAD/CAM, Project);
- pesquisa e prospecção de assuntos (Google, Bing);
- jogos eletrônicos (de lazer, de simulação, de
estratégia, empresariais);
- novos meios de comunicação social online:
webrádios, webTVs, webjornais, newsletters, blogs
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – novas soluções de softwares:
- planilhas de cálculos;
- aplicativos/sistemas de simulação;
- sistemas de pesquisa estatística;
- sistemas de digitalização de documentos;
- sistemas de gestão e produção (SAP);
-
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – novas soluções de softwares:
- plataformas de educação (AVAS);
- plataformas de comunicação;
- cartões de crédito
- dados e processamento “nas nuvens”
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – novas bases de dados:
- sites
- livrarias e bibliotecas (de arquivos) digitais;
- bibliotecas de vídeos e multimídia;
- plataformas de EAD;
- (bibliotecas de) objetos de aprendizagem;
- (bibliotecas de) mapas virtuais
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – novas bases de dados:
- de serviços públicos referentes a pessoas (com dados
civis, demográficos, financeiros, sociais, profissionais,
de pesquisa etc.)
- de serviços públicos referentes a entidades públicas,
questões sociais, empresas e terceiro setor;
- de serviços públicos e privados referentes a
produção, comércio e serviços de organizações;
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações organizacionais:
- maior disponibilização de informações gerenciais
e capacidade de planejamento organizacional;
- melhores condições de gestão dos dados
(especialmente de organização, transporte e
controle);
- melhores condições de apoio ao processo
administrativo (tomadas de decisão): P, O, C, D, C
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações organizacionais:
- maior capacidade de vigilância e controle de
ocorrências; maior inibição da liberdade;
- promoção do desenvolvimento das pessoas e
instituições, ao fomentar as atitudes de iniciativa,
pro-atividade, responsabilidade, visão de prazo
mais longo, e de mundo mais plural;
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações organizacionais:
- promoção do trabalho em grupo;
- promoção de novas profissões e atores
profissionais (e regras organizacionais): web
designers; desenhistas digitais; tutores e
coordenadores de EAD; técnicos e gestores de
mídias
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações organizacionais:
- alterações nas estruturas de poder (nos
organogramas, alguns perdem e outros ganham);
- mudanças nos espaços ocupados, atos
valorizados, tecnologias e soluções adotadas;
- alterações em valores e códigos (representações);
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações organizacionais:
- alterações nas formas de controle;
- alterações em processos de produção
(exemplo: ensino presencial para EAD; na
obtenção e despacho de informações);
- promoção de novos conhecimentos e
inovações
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações organizacionais:
- revisão do conhecimento existente;
- incremento do conhecimento existente;
- exclusão de conhecimento superado ou não
mais válido;
- renovação do conhecimento existente
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações sociais:
- maior facilidade e flexibilidade de atuação e
comunicação, de qualquer lugar e a qualquer hora
(simplificação, agilização, desburocratização,
desterritorialização, destemporização);
- comunicação mais democrática, sem presunção
(e distinção) sobre classe social (renda, cargo,
status, gênero, idade etc);
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações sociais:
- comunicação com maior possibilidade de
autonomia, participação mais intensa e
equitativa, melhor capacidade de expressão (de
pessoas e instituições), e maior possibilidade de
obtenção de resposta (comunicação em dupla
via);
- melhor acesso a estoques de conhecimentos
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações sociais:
- maior facilidade e capacidade de formação de
redes sociais, temáticas e profissionais
(comunidades de prática, comunidades virtuais,
comunidades sociais e organizacionais);
- maior capacidade de manifestação política, social
e cultural
- maior domínio e apropriação da justiça;
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações sociais:
- acesso a novas formas e opções de aprendizagem e
estoques de conhecimento, com diminuição de
distâncias, custos, restrições de ocupação,
compromissos e deslocamento;
- geração de alternativas para o rompimento de
ortodoxias políticas, sociais e culturais
- -maior impulso às inovações sociais e empresariais
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações sociais:
- maior inclusão digital;
- aumento da participação (especialmente das camadas
mais periféricas) no processo de criação de idéias,
soluções, conhecimentos, produtos (bens e serviços);
transformação de usuários passivos para co-criadores;
- maior acesso a produtos (bens e serviços) intangíveis
(do setor público, social e empresarial);
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações sociais:
- maior transparência, publicização, legalização e
controle do espaço público, social e empresarial;
inibindo naturalmente a corrupção e promovendo
maior justiça e equidade;
- agilização, eficientização, inovação e barateamento
dos serviços em geral, especialmente os públicos;
promoção da responsabilidade e responsabilização
pública, social e empresarial
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações sociais:
- promoção da boa conduta (ao formalizar
virtualmente os processos);
- registro, comunicação e delatação da má conduta
(e dos descaminhos; a comunicação escrita deixa
provas dos erros e descaminhos);
- possibilidade de melhor gerenciamento social,
com base em dados estatísticos
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – implicações sociais:
- promoção de maior cidadania e democracia
organizacional e social: um mundo (contexto)
mais informado, mais comunicativo, mais
aberto, com maior confiança, mais sensato,
mais criativo, mais justo, mais legal, mais
tolerante, com maior conhecimento.
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICS) – tendências de evolução:
1) “apresentação de informações” ;
2) “repasse de informações, de forma dinâmica”;
3) “consulta de informações”
4) “trocas de informações / participação”
5) “co-criação de informações e decisões”
6) “personalização da participação”
Propriedades de bons sistemas de comunicação/conhecimento – desafios de
gestão
1) efetividade / resolutividade / criação de valor
2) agilidade e menores custos de transação
3) participação personalizada/colegiada das
diferentes camadas (ou níveis), com integração
4) gestão integrada / recursiva / subsidiária
5) contínuo ajustamento / geração de confiança
Muito obrigado pela atenção!