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Logística de Produção 1

Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

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Logística de Produção

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Coordenação do Programa Formare Beth Callia

Coordenação Pedagógica Zita Porto Pimentel

Coordenação da Área Técnica – UTFPR Alfredo Vrubel

Elaboração e edição VERIS Educacional S.A. Rua Vergueiro, 1759 2º andar 04101 000 São Paulo SP www.veris.com.br

Coordenação Geral Marcia Aparecida Juremeira Conrado Rosiane Aparecida Marinho Botelho

Coordenação Técnica deste caderno Marcio Dias

Revisão Pedagógica Nizi Voltareli Morselli

Autoria deste caderno Wanderley Teles Martins Lopes

Produção Gráfica Amadeu dos Santos Eliza Okubo Aldine Fernandes Rosa

Apoio MEC – Ministério da Educação FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação PROEP – Programa de Expansão da Educação Profissional

L864l Lopes, Wanderley Teles Martins

Logística e Distribuição: Projeto Formare / Wanderley Teles Martins Lopes – São Paulo: Veris Educacional, 2007. 224p. :il. Color.:30cm. (Fundação Iochpe / Cadernos Formare)

Inclui exercícios e glossário Bibliografia

ISBN 978-85-60890-56-9

1. Ensino Profissional 2. Conceitos de logística 3. GestãoLogística 4. Logística de Distribuição 5. Equipamentos de Movimentação 6. Projeto de Logística 7. Indicadores e tendências da Logística I. Projeto Formare II. Título III. Série

CDD-371.426

Iniciativa Realização

Fundação IOCHPE Al. Tietê, 618 casa 3, Cep 01417-020, São Paulo, SP

www.formare.org.br

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Sobre o caderno

Você, educador voluntário, sabe que boa parte da performance dos jovens no mundo do trabalho dependerá das aprendizagens adquiridas no espaço de formação do Curso em desenvolvimento em sua empresa no âmbito do Projeto Formare.

Por isso, os conhecimentos a serem construídos foram organizados em etapas, investindo na transformação dos jovens estudantes em futuros trabalhadores qualificados para o desempenho profissional.

Antes de esse material estar em suas mãos, houve a definição de uma proposta pedagógica, que traçou um perfil de trabalhador a formar, depois o delineamento de um plano de curso, que construiu uma grade curricular,destacou conteúdos e competências que precisam ser desenvolvidos para viabilizar o alcance dos objetivos estabelecidos e então foram desenhados planos de ensino, com vistas a assegurar a eficácia da formação desejada.

À medida que começar a trabalhar com o Caderno, perceberá que todos os encontros contêm a pressuposição de que você domina o conteúdo e que está recebendo sugestões quanto ao modo de fazer para tornar suas aulas atraentes e produtoras de aprendizagens significativas. O Caderno pretende valorizar seu trabalho voluntário, mas não ignora que o conhecimento será construído a partir das condições do grupo de jovens e de sua disposição para ensinar. Embora cada aula apresente um roteiro e simplifique a sua tarefa, é impossível prescindir de algum planejamento prévio. É importante que as sugestões não sejam vistas como uma camisa de força, mas como possibilidade, entre inúmeras outras que você e os jovens do curso poderão descobrir, de favorecer a prática pedagógica.

O Caderno tem a finalidade de oferecer uma direção em sua caminhada de orientador da construção dos conhecimentos dos jovens, prevendo objetivos, conteúdos e procedimentos das aulas que compõem cada capítulo de estudo. Ele trata também de assuntos aparentemente miúdos, como a apresentação das tarefas, a duração de cada atividade, os materiais que você deverá ter à mão ao adotar a atividade sugerida, as imagens e os textos de apoio que poderá utilizar.

No seu conjunto, propõe um jeito de fazer, mas também poderá apresentar outras possibilidades e caminhos para dar conta das mesmas questões, com vistas a encorajá-lo a buscar alternativas melhor adequadas à natureza da turma.

Como foi pensado a partir do planejamento dos cursos (os objetivos gerais de formação profissional, as competências a serem desenvolvidas) e dos planos de ensino disciplinares (a definição do que vai ser ensinado, em que seqüência e intensidade e os modos de avaliação), o Caderno pretende auxiliá-lo a realizar um plano de aula coerente com a concepção do Curso, preocupado em investir na formação de futuros trabalhadores habilitados ao exercício profissional.

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O Caderno considera a divisão em capítulo apresentada no Plano de Ensino e o tempo de duração da disciplina, bem como a etapa do Curso em que ela está inserida. Com esta idéia do todo, sugere uma possibilidade de divisão do tempo, considerando uma aula de 50 minutos.

Também, há avaliações previstas, reunindo capítulos em blocos de conhecimentos e oferecendo oportunidade de síntese do aprendido. É preciso não esquecer, no entanto, que a aprendizagem é avaliada durante o processo, através da observação e do diálogo em sala de aula. Aavaliação formal, prevista nos cadernos, permite a descrição quantitativa do desempenho dos jovens e também do educador na medida em que o “erro”, muitas vezes, é indício de falhas anteriores que não podem ser ignoradas no processo de ensinar e aprender.

Recomendamos que, ao final de cada aula ministrada, você faça um breve registro reflexivo, anotando o que funcionou e o que precisou ser reformulado, se todos os conteúdos foram desenvolvidos satisfatoriamente ou se foi necessário retomar algum, bem como outras sugestões que possam levar à melhoria da prática de formação profissional e assegurar o desenvolvimento do trabalho com aprendizagens significativas para os jovens. Esta também poderá ser uma oportunidade de você rever sua prática como educador voluntário e, simultaneamente, colaborar para a permanente qualificação dos Cadernos. É um desafio-convite que lhe dirigimos, ao mesmo tempo em que o convidamos a ser co-autor da prática que aí vai sugerida.

Características do Caderno

Cada capítulo ou unidade possui algumas partes fundamentais, assim distribuídas:

Página de apresentação do capítulo: Apresenta uma síntese do assunto e os objetivos a atingir, destacando o que os jovens devem saber e o que se espera que saibam fazer depois das aulas. Em síntese, focaliza a relevância do assunto dentro da área de conhecimento tratada e apresenta a relação dos saberes, das competências e habilidades que os jovens desenvolverão com o estudo da unidade.

A seguir, as aulas são apresentadas através de um breve resumo dos conhecimentos a serem desenvolvidos em cada aula. Sua intenção é indicar aos educadores o âmbito de aprofundamento da questão, sinalizando conhecimentos prévios e a contextualização necessária para o tratamento das questões da aula. No interior de cada aula aparece a seqüência de atividades, marcadas pela utilização dos ícones que seguem:

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Indica quais serão os objetivos do tópico a ser abordado, bem como o objetivo de cada aula.

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Exploração de links na internet – Remete a pesquisas em sites onde educador e aluno poderão buscar textos e/ou atividades como reforço extraclasse ou não.

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Apresenta artigos relacionados à temática do curso, podendo-se incluir sugestões de livros, revistas ou jornais, subsidiando, dessa maneira o desenvolvimento das atividades propostas. Permite ao educador explorar novas possibilidades de conteúdo. Se achar necessário, o educador poderá fornecer esse texto para o aluno reforçando, assim, o seu aprendizado.

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Traz sugestão de exercício ou atividade para fechar uma aula para que o aluno possa exercitar a aplicação do conteúdo.

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Traz sugestão de avaliação extraclasse podendo ser utilizada para fixação e integração de todos os conteúdos desenvolvidos.

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Traz sugestão de avaliação, podendo ser apresentada ao final de um conjunto de aulas ou tópicos; valerão nota e terão prazo para serem entregues.

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Indica, passo a passo, as atividades propostas para o educador. Apresenta as informações básicas, sugerindo uma forma de desenvolvê-las. Esta seção apresenta conceitos relativos ao tema tratado, imagens que têm a finalidade de se constituir em suporte para as explicações do educador (por esse motivo todas elas aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações dos conteúdos, textos de apoio que podem ser multiplicados e entregues aos jovens, sugestões de desenvolvimento do conteúdo e atividades práticas, criadas para o estabelecimento de relações entre os saberes. No passo a passo, aparecem oportunidades de análise de dados, observação e descrição de objetos, classificação, formulação de hipóteses, registro de experiências, produção de relatórios e outras práticas que compõem a atitude científica perante o conhecimento.

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Indica a duração prevista para a realização do estudo e das tarefas de cada passo. É importante que fique claro que esta é uma sugestão ideal, que abstrai quem é o sujeito ministrante da aula e quem são os sujeitos que aprendem, a rigor os que mais interessam nesse processo. Quando foi definida, só levou em consideração o que era possível no momento: o conteúdo a ser desenvolvido, tendo em vista o número de aulas e o plano de ensino da disciplina. No entanto você juntamente com os jovens que compõem a sua turma têm liberdade para alterar o que foi sugerido, adaptar as sugestões para o seu contexto, com as necessidades, interesses, conhecimentos prévios e talentos especiais do seu grupo.

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O glossário contém informações e esclarecimentos de conceitos e termos técnicos. Tem a finalidade de simplificar o trabalho de busca do educador e, ao mesmo tempo, incentivá-lo a orientar os jovens para a utilização de vocabulário apropriado referente aos diferentes aspectos da matéria estudada. Aparece ao lado na página em que é utilizado e é retomado ao final do Caderno, em ordem alfabética.

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Remete para exercícios que objetivam a fixação dos conteúdos desenvolvidos. Não estão computados no tempo das aulas, e poderão servir como atividade de reforço extraclasse, como revisão de conteúdos ou mesmo como objeto de avaliação de conhecimentos.

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Notas que apresentam informações suplementares relativas ao assunto que está sendo apresentado.

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Idéias que objetivam motivar e sensibilizar o educador para outras possibilidades de explorar os conteúdos da unidade. Têm a preocupação de sinalizar que, de acordo com o grupo de jovens, outros modos de fazer podem ser alternativas consideradas para o desenvolvimento de um conteúdo.

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Traz as idéias-síntese da unidade, que auxiliam na compreensão dos conceitos tratados, bem como informações novas relacionadas ao que se está estudando

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Apresenta materiais em condições de serem produzidos e entregues aos jovens, tratados, no interior do caderno, como texto de apoio.

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Em síntese, você educador voluntário precisa considerar que há algumas competências que precisam ser construídas durante o processo de ensino aprendizagem, tais como:

conhecimento de conceitos e sua utilização;análise e interpretação de textos, gráficos, figuras e diagramas;transferência e aplicação de conhecimentos;articulação estrutura-função;interpretação de uma atividade experimental.

Em vista disso, o conteúdo dos Cadernos pretende favorecer:

conhecimento de propriedade e de relações entre conceitos;aplicação do conhecimento dos conceitos e das relações entre eles;produção e demonstração de raciocínios demonstrativos;análise de gráficos;resolução de gráficos;identificação de dados e de evidências relativas a uma atividadeexperimental;conhecimento de propriedades e relações entre conceitos em umasituação nova.

Como você deve ter concluído, o Caderno é uma espécie de obra aberta, pois está sempre em condições de absorver sugestões, outros modos de fazer, articulando os educadores voluntários do Projeto Formare em uma rede que consolida a tecnologia educativa que o Projeto constitui. Desejamos que você possa utilizá-lo da melhor forma possível e que tenha a oportunidade de refletir criticamente sobre ele, registrando sua colaboração e interagindo com os jovens de seu grupo a fim de investirmos todos em uma educação mais efetiva e na formação de profissionais mais competentes e atualizados para os desafios do mundo contemporâneo.

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Atualmente, excetuando-se algumas incursões nas operações de produção, os empresários já perceberam que na logística de seus processos é que residem as grandes oportunidades de redução de custos e otimização do fluxo produtivo. A logística passa a ser observada como vital para o sucesso das organizações.

Conceitos bem estruturados permitem atualmente implementar melhorias organizacionais nas empresas de modo que possam ser integradas às outras no sentido de estabelecer suas cadeias de abastecimento mais coesas e que produzam um nível de serviço de ótima qualidade. Essa integração resulta em vantagens a todos seus componentes, e irá refletir em benefícios tangíveis e intangíveis para os consumidores finais.

Para cada elo de cadeia, desde o início de seu suprimento, seu planejamento de produção e sistemas de distribuição, a logística estará integrada desenvolvendo suas funções de apoio e de prestação de serviços tanto à produção e ao marketing como ao cliente e ao consumidor final.

Neste material pretende-se reunir de forma compacta os pontos principais desses conceitos, discorrendo sobre a sua essência e praticidade objetivando auxiliar os educadores que dele se utilizarem no reforço e atualização de seus conhecimentos.

Nele serão vistos os conceitos e a gestão logística, transcorrendo sua base conceitual, relacionamentos e objetivos. Ver-se-á também desde o funcionamento da logística integrada até os canais de marketing.

Não se poderia deixar de comentar um dos apoios mais importantes da logística e sua principal responsabilidade nas cadeias produtivas, que são os estoques e suas políticas de formação. Em continuidade, será comentado o mais importante setor da logística, que são os transportes e suas estruturas físicas e operacionais passando pelos equipamentos de movimentação e as estruturas de estocagem.

Para encerrar, foi programado o desenvolvimento por parte dos jovens de um pequeno projeto de distribuição que os auxiliará a observar, na realidade, os conceitos e sistemas discutidos em aulas. Culminando, no último capítulo, a apresentação de uma visão atual e futurística da logística, consolidando esses conceitos com uma visão de atendimento a cliente, e de processos de avaliação de desempenho logístico.

Espera-se que este material possa auxiliar os educadores a encontrar uma forma de transmitir todo seu saber logístico aos jovens, que certamente estarão ávidos de se engajar nas atividades dessa área, pois ela continuará sendo por muito tempo um dos pilares estruturais das empresas.

Introdução

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2 Conceitos e Gestão Logística (Produção e distribuição) Primeira Aula

Nascimento da logística empresarial...............................................................22 Segunda Aula

Conceito de logística........................................................................................25 Terceira Aula

Estratégia empresarial.....................................................................................27 Quarta Aula

Competência logística......................................................................................32 Quinta Aula

Logística integrada/Cadeia de suprimentos.............................................................34 Sexta Aula

Objetivos operacionais.....................................................................................37 Sétima Aula

Barreiras à integração interna..........................................................................41 Oitava Aula

Ciclo das atividades logísticas.........................................................................43

Sumário

1 Classificação de produtos cerâmicos

Cerâmica: tipos e classificações.......................................................................15

5 Distribuição Física Interna Primeira Aula

Preparação de pedidos ..................................................................................... 49 Qualidade na preparação de pedidos ............................................................... 52 Planejamento de distribuição ............................................................................ 53

Segunda AulaEmbalagens....................................................................................................... 58 Classificação das embalagens.......................................................................... 59 Tipos de embalagem na logística...................................................................... 61

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Décima Aula Serviço ao cliente.......................................................................................... 137

Décima Primeira Aula Percepção do cliente .................................................................................... 143

Décima Segunda Aula Serviços com valor agregado ....................................................................... 147

4 Logística de Distribuição Primeira Aula

Canais de distribuição......................................................................................83 Segunda Aula

Previsões de logística......................................................................................87 Terceira Aula

Estratégias de estoques ..................................................................................93 Quarta Aula

Gerenciamento dos estoques..........................................................................97 Quinta Aula

Previsões x Estoques ......................................................................................103 Sexta Aula

Introdução aos transportes ..............................................................................111 Sétima Aula

Modais de transporte .......................................................................................114 Oitava Aula

Intermodalidade e multimodalidade.................................................................126 Nona Aula

Decisões de transporte....................................................................................132

Terceira Aula Acessibilidade ou ocupação volumétrica .............................................................. 65 Equipamentos de armazenagem de materiais.................................................. 66 Estruturas de armazenagem ............................................................................. 71

Quarta Aula Armazéns e layout............................................................................................. 75 Cross-docking.................................................................................................... 78 Princípios da movimentação de materiais.......................................................... 79

5 Equipamentos de Movimentação Primeira Aula

Estratégias de localização de armazéns ...................................................... 153 Segunda Aula

Gerenciamento de armazéns........................................................................ 158 Terceira Aula

Funções da armazenagem ........................................................................... 162

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Quarta Aula Manuseio de materiais.................................................................................. 168

Quinta Aula Equipamentos de manuseio ......................................................................... 175

Sexta Aula Checklist básico para visita........................................................................... 181

Sétima Aula Apresentação de relatório............................................................................. 183

Oitava Aula Layout do armazém ...................................................................................... 183

Nona Aula Tecnologia aplicada ao armazém................................................................. 191

Décima Aula Produtividade do armazém........................................................................... 196

Décima Primeira Aula Análise das Áreas de Estocagem................................................................. 200

Primeira Aula

Conceito de TAG................................................................................... 202

Estruturação e Aplicação do Código de Barra s..................................... 204Segunda Aula

Padrões de Códigos de Barras............................................................. 207

Terceira Aula

Codificação EAN / UPC.......................................................................... 212

Código de Classe, Código de Identificação, Digito Verificad or.............212Quarta Aula

Aplicação, Composição e Funcionamento do Sistema RFID (ra-

diofrequency identification data).............................................................217

Princípio de Funcionamento da Tecnologia RFI D.................................. 218Quinta Aula

Etiqueta Inteligent e................................................................................ 223

Aplicação, Composição e Funcionamento do Sistema RFDC (ra-

diofrequency data collection)...................................................................225

8 Sistema de informação na gestão logística

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Glossário............................................................................................................... 269

Referências.......................................................................................................... 271

Sexta Aula

Aplicação, Composição e Funcionamento do Sistema RFID (ra-

diofrequency identification data)............................................................228

Características da RF TAG................................................................... 230Sétima Aula

Características da RF TAG (Continuação...).........................................233

Aplicações das RF TAG’s....................................................................... 233 Oitava Aula

Operação de RFID Com Uso de Tags................................................... 238Tipos de TAG’s...................................................................................... 239

Nona Aula

Tipos de TAG’s (Continuação...)........................................................... 244

Frequência de Operação RFI D............................................................. 246Décima Aula

Formato das TAG’S.............................................................................. 249

Hardwares Utilizados em RFID.............................................................. 252

Leitores de Códigos.............................................................................. 252Décima Primeira Aula

Hardwares Utilizados em RFID (Continuação...).................................... 254

Coletores de Dados RFID..................................................................... 254

Distância Máxima de Leitura RFID........................................................ 257Décima Segunda Aula

Hardwares Utilizados em RFID (Continuaçã o...).................................... 259

Impressoras de Etiquetas RFID............................................................. 259

Redes Sem Fio..................................................................................... 261

Antenas................................................................................................. 261Décima Terceira Aula

Segurança em RFID.............................................................................. 265

Softwares Comerciais............................................................................. 267

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Classe dos produtos; tipos de defeitos; comparação de padrões; tonalidades; dimensões; embalagem; deslocamento e armazenagem dos produtos.

1 Classificação de produtos cerâmicos

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Cerâmicas: características origem e aplicações

Vasos e potes de argila, o primeiro dos materiais cerâmicos em uso, vêm de tempos imemoriais.Porém, o uso da cerâmica se sofisticou, tornando-se um importante material de engenharia eaumentando a gama de aplicações.

Materiais cerâmicos são materiais não-metálicos, inorgânicos, cuja estrutura, após queima emaltas temperaturas, apresenta-se inteira ou parcialmente cristalizada. Isso significa dizer que,depois que o material é queimado no forno, os átomos de sua estrutura ficam arrumados deforma simétrica e repetida de tal modo que parecem cristais, uns juntos dos outros.

Sabe-se que os metais solidificam-se de maneira a formar cristais, que é a sua forma peculiarde arranjo atômico. No entanto, não se pode dizer que a argila vira metal quando é aquecida,mas que assume uma disposição cristalina mais organizada em termos atômicos do que adisposição atômica da forma natural da argila, antes do aquecimento.

As matérias-primas para uso dependem da finalidade a que se destinam os artefatos a seremobtidos. Para a obtenção de telhas, lajotas, louças, material sanitário, são usadas argila, caulim,quartzo e feldspato, misturadas em diferentes proporções e queimadas em temperaturasentre 1000 e 1300°C.

Para materiais refratários, são usadas argilas refratárias, tais como o caulim, bauxita, cianita,corindom, quartzito, entre outras, queimadas em temperaturas entre 1400 e 1700°C.

Para as cerâmicas avançadas, usadas inclusive como ferramentas de corte em usinagem, sãoutilizadas matérias-primas sintéticas, como o nitreto de boro, a alumina, a zircônia e o carbetode silício.

Classificação das cerâmicas

A Associação Brasileira de Cerâmica, que sistematiza o seu estudo divide-a em sete espécies,como se pode ver na tabela 8 adiante.

As propriedades das cerâmicas dependem da quantidade e do arranjo de três fases internas aomaterial: cristalina, vítrea e porosa.

Fase cristalina – pode ser mais do que uma, é a maneira repetitiva como estrutura atômicase organiza dentro do material. A estabilidade daí decorrente determina seu comportamentoem termos de resistência mecânica, sendo que esta fase cristalina está presente nos mineraisnaturais. O desempenho final do produto dependerá das novas estruturas formadas após aqueima do material.

Fase vítrea – dá certas propriedades ao material cerâmico. Ela dá liga à estrutura do ma-terial, conferindo resistência mecânica à peça, quando em temperatura ambiente. A fasevítrea também permite a translucidez, como a porcelana. Em altas temperaturas, as peçaspodem sofrer deformações, o que é um fato indesejado nos produtos refratários (a fase vítrease torna fluida abaixo de 1000°C). Nas cerâmicas avançadas, nas ferramentas de corte, a fasevítrea proporciona uma diminuição da dureza, o que é essencial nessas peças para diminuir suafragilidade.

Caulim – Material argiloso derivado da caulinita.Quartzo – Rocha abundante na crosta terrestre, composto por óxido de sílica.Feldspato – Rocha abundante na terra, formada por compostos silicosos.Quartzito – Mineral a base de quartzo.Bauxita – Minério de alumínio – Al2O3.Cianita – Mineral alumosilicato – Al2SiO2.Carbeto de silício – Composto inorgânico binário com carbono, apresenta a fórmula sic.

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Obtenção e uso

As cerâmicas são obtidas de forma genérica pela secagem e queima de produtos argilosos.Inicialmente é feita a mistura dos produtos argilosos, sua moagem, umidificação, conformação(dar a forma que se deseja ao material), secagem e queima. As argilas assim tratadas podemfabricar vasos, filtros, cerâmicas artísticas, de baixa resistência mecânica e temperatura dequeima em torno dos 800 a 1100°C. Com quartzo, podem-se fazer louças sanitárias, domésticas,material para laboratório químico a uma temperatura de queima de 1100 a 1300°C, já commaior resistência mecânica. Usando argilas refratárias, sílico-aluminosas, podem-se fazer tijolosrefratários de uso geral, que resistem até a temperaturas de 1400°C. Com quartzito, à base desílica, conseguem-se refratários que resistem até 1700°C.

Cerâmicas avançadas, do tipo da alumina e zirconia, servem para finalidades químicas e eletro-químicas como suportes de catalisadores, sensores de gases, eletrólitos sólidos. Ainda a aluminae vidro de sílica servem no campo das cerâmicas óticas, sendo empregadas em lâmpadas de des-carga elétrica de vapor de sódio, cabos óticos, diodo emissor de luz, polarizadores, entre outros.A alumina também pode ser usada como elemento bio-compatível para substituir dentes, ossose juntas humanas.

Cerâmica vermelha Tijolos, blocos, telhas, elementos vazados, lajes, tubos cerâmicos, e argilas expandidas, usados na construção civil

Materiais de revestimento Azulejos, placas ou ladrilhos para piso, e pastilhas(placas cerâmicas)

Cerâmica branca Louça sanitária, louça de mesa, isoladores elétricos para alta e baixa tensão, cerâmica artística

Materiais refratários Sílica, sílico-aluminosos, aluminoso, mulita, carbeto de silício, grafita, carbono, zircônia, zirconita, entre outros

Isolantes térmicos Vermiculita expandida, sílica diatomácea, diatomito, silicato de cálcio, lã de vidro, lã de rocha, fibras ou lãs cerâmicas, sílica, sílica-alumina, alumina, zirconia entre outros

Vidro, cimento e cal São três importantes segmentos cerâmicos que muitas vezes são considerados à parte da cerâmica

Cerâmica de alta tecnologia As cerâmicas deste tipo são usadas em aplicações para navesespaciais, satélites, usinas nucleares, materiais para implantesem seres humanos, aparelhos de som e de vídeo, ferramentas de corte, brinquedos, acendedor de fogão, ímãs permanentes, etc

Fase porosa – é o espaço vazio entre grãos sólidos, ou dentro dos grãos sólidos que formamo material cerâmico. Os poros podem ser abertos ou fechados. Se forem abertos, são permeá-veis a líquidos e gases; se fechados, tornam o material cerâmico isolante térmico.

Mulita – É um silicato de alumínio (3Al2O3.2sio2), correspondendo a 71,8% de Al2O3 e 28,2% de sio2.Grafita – Composto de carbono.Zirconita – Também denominada de zircão, é um silicato de zircônio (zro2.sio2).Vermiculita expandida – Originária do mineral vermiculita, serve com isolador térmico.Sílica diatomácea – É óxido de silício misturado com areia diatomita e serve como isolante térmico.Lã de vidro – Elemento sintético destinado à isolação térmica.Lã de rocha – Elemento sintético destinado à isolação térmica.Sílico-aluminosos – Materiais silicosos ou silicoaluminosos que possuem pouca ou nenhuma atividade aglome-rante mas que, quando finamente divididos e na presença de água, reagem com o hidróxido de cálcio, àtemperatura ambiente, para formar compostos com propriedades cimentícias.Sílica – Óxido de silício.Alumina – Alumina é uma cerâmica de engenharia, derivada do óxido de alumínio.Zirconia – Óxido de zircônio, material cerâmico de ótimas propriedades.

Tabela 8 – Classificação das cerâmicas.

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A ferrita de bário e de estrôncio pode ser usada como ímã permanente. O carbeto de silício oude tungstênio, ou ainda de boro, podem ser usados em ferramentas de corte, esferas e cilindrospara moagem, bicos de maçarico, acendedores para caldeiras, pás de turbina para alta velo-cidade, rotores e anéis de vedação de bombas de água.

O nitreto de silício, a zircônia e a alumina são cerâmicas de alta resistência à compressão, à defor-mação plástica e ao desgaste, caracterizadas pela alta dureza e grande estabilidade química.São também conhecidas como cermets, podendo ser usados como pontas de ferramentas decorte e furadeiras e pastilhas de freio.

VidrosPara se obter vidro, como o conhecemos hoje, basta pegar uma mistura de areia, que é quartzomoído (óxido de silício – SiO2) junto com óxido de sódio (Na2O), e elevar à temperaturas de1400°C. Nesta temperatura, o vidro estará na forma líquida, com uma alta viscosidade,semelhante à do melado. Depois disto, o vidro é colocado em moldes apropriados, é sopradoou ainda laminado, dependendo do produto final que se deseja: um prato, uma garrafa ouvidro para janelas. Estes são vidros de silicatos, pois o principal componente usado na suafabricação é o óxido de silício ou a areia de quatzo.

Com a adição de óxido de chumbo, este vidro apresentará um brilho maior do que o do vidrocomum: trata-se aqui do vidro comumente conhecido por cristal. Isto não tem nada a ver coma estrutura cristalina do vidro, que é semelhante ao vidro de silicato.

Diz-se que o vidro não é líquido nem é sólido: é amorfo, apesar de sua aparência cristalina. É

célebre uma história que diz que uma catedral francesa, muito antiga, apresenta nos dias de

hoje seus vitrais mais grossos na parte mais baixa dos vidros, decorrentes de anos e anos de

lento escoamento! Apesar de o vidro demonstrar uma certa cristalinidade aparente, a sua

estrutura interna tem características amorfas, ou seja, não mantém ligações atômicas estáveis

entre os átomos de sua estrutura. Por isso o vidro está em constante escoamento, embora

bastante lento.

O processo atual de fabricação de vidro consiste na retirada do vidro de um forno, forçandosua passagem sobre a superfície de estanho fundido, num forno intermediário. Depois deresfriadas, as chapas são cortadas e preparadas para transporte. Este é o vidro chamado devidro flotado, do inglês float, que significa boiar. Os vidros planos, obtidos desta maneira, podemser encurvados a temperaturas em torno de 700°C. Se eles forem resfriados rapidamente, teremosos vidros temperados. Se eles forem resfriados lentamente, teremos os vidros laminados (san-duíches de vidro intermediados por uma película polimérica, o PVB – polivinibutiral).

Existem alguns vidros especiais, como o vidro pyrex, que suporta altas temperaturas. O vidrode marca comercial pyrex, é um vidro que tem na sua composição silicato de boro que, alémde suportar altas temperaturas, possui uma estabilidade química muito grande, boa resistênciamecânica e é transparente.

CompósitosOs materiais compósitos são fibras somadas a um outro polímero tomado como elementocomplementar.

Fibras – é um termo geral que designa um corpo flexível, cilíndrico, pequeno, de reduzidaseção transversal e elevada razão entre o comprimento e o diâmetro (superior a 100), podendoou não ser polimérico. Classificam-se em:

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� Fibras naturais – são aquelas extraídas diretamente da natureza. São as chamadas fibras

cortadas, pois possuem comprimento finito e são utilizadas diretamente nos equipamentosconvencionais da indústria têxtil, após a limpeza. Classificam-se em:� Vegetais – baseadas na celulose. Ex.: algodão, linho, cânhamo.� Animais – baseados na proteína. Ex.: lã, vicunha, seda.� Minerais – amianto.

� Fibras sintéticas – baseadas em polímeros naturais, podem ser regeneradas ou modifi-

cadas. As fibras regeneradas são formadas quando o produto final possui a mesma estruturaquímica da matéria-prima. Ex.: rayon – celulose regenerada� Acetato – derivado da celulose parcialmente acetilado� Triacetato – derivado da celulose totalmente acetilado

� Baseados em polímeros sintéticos – são as fibras verdadeiramente sintéticas e que revolu-

cionaram a indústria têxtil desde o seu descobrimento. Ex.: poliéster, nylon, oleofínica, carbono.� Baseados em substâncias inorgânicas. Ex.: vidro, metálicas, cerâmicas.

As fibras devem resistir aos ataques de ácidos, bases, agentes redutores, agentes oxidantes,assim como radiações eletromagnéticas e outros sistemas degenerativos. A resistência deve sedar tanto a curto como em longo prazo. Quanto às propriedades elétricas, a maioria das fibrasé não-condutora e sua resistividade as coloca na classe dos isolantes.

Devido à estranha combinação de resistência e debilidade, com freqüência se empregam asfibras juntamente com outros materiais, como os termofixos: a debilidade de um é complemen-tada pela resistência de outro e vice-versa. Quando um termofixo ou qualquer outro polímeroé reforçado com fibras, resulta um material compósito. De um modo geral, os compósitos cons-tituem uma classe de materiais heterogêneos, multifásicos, podendo ser ou não poliméricos, emque um dos componentes, descontínuo, dá a principal resistência ao esforço (componente estru-tural), e o outro, contínuo, é o meio de transferência desse esforço (componente matricial).

As duas fases contribuem para as propriedades mecânicas dos compósitos. A fase estrutural, geral-mente de elevada resistência mecânica, representada por um material fibroso, é a fase matricial,com menor resistência e grande alongamento, tipicamente constituída de um material plásticonão-quebradiço. Um exemplo típico deste sistema é o poliéster reforçado com fibra de vidro,que é o compósito mais comum, denominado abreviadamente GRP (glass reinforced polyester).

Exemplo de aplicações de compósitos: raquetes de tênis, carroceria de automóveis, coletes àprova de balas, peças estruturais de foguetes e naves espaciais, entre centenas de aplicações.

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Serão apresentados conceitos sobre logística. Os jovens conhecerão sua evolução histórica, finalidade e aplicabilidade nas organizações.

Conceituar logística;Conhecer a evolução histórica da logística;Entender a finalidade da logística;Exemplificar o uso da logística;Entender a aplicação da logística na estratégia empresarial;Identificar as competências logísticas;Mostrar as barreiras internas das organizações para implantação de logística.

2 Conceitos e Gestão Logística (produção e distribuição)

Objetivos

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Nascimento da logística empresarial De acordo com o Council of Logistics Management (Associação Americana de Logística), a definição acadêmica de logística é a seguinte:

“Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo e armazenamento eficiente de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes”.

Essa definição tem algumas “palavras-chave” que a partir de seus significados ajudam no entendimento de logística, tais como:

Processo – Ação continuada, realização contínua e prolongada de alguma atividade; seguimento, curso, decurso, seqüência contínua de fatos ou operações que apresentam certa unidade ou que se reproduzem com certa regularidade; andamento, desenvolvimento, marcha.

Planejamento – Serviço de preparação de um trabalho, de uma tarefa, com o estabelecimento de métodos convenientes; planificação, inter-relação de atividades, buscando o mesmo objetivo.

Controle – Monitoração, acompanhamento, fiscalização ou exame minucioso, que obedece a determinadas expectativas, normas, procedimentos, etc.

Informações – O conhecimento obtido por meio de investigação ou instrução; esclarecimento, explicação, indicação, comunicação, informe.

Cliente – É o alvo da organização ao mesmo tempo em que é o seu maior ativo, visto que as organizações empresariais não conseguem sobreviver sem clientes.

Diante dessas definições clássicas das principais palavras pode-se constatar:

50 min

Passo 1 / Aula teórica

Primeira Aula O objetivo dessa aula é fornecer ao jovem o conceito do que é logística, o histórico de sua evolução e como é a sua aplicação nas organizações empresariais.

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O processo de planejamento é dinâmico e não estático como muitos entendem, portanto deve retratar as eventuais mudanças do dia–a-dia das organizações, pois trata-se de um processo. Ele deve considerar todas as etapas e/ou atividades que dizem respeito à movimentação física entre dois pontos (origem/destino).

Para avaliação dos serviços de movimentação física há de se fazer o controle sobre as atividades planejadas para se verificar se irão acontecer de acordo com o que foi proposto. Esse acompanhamento (controle) precisa ser feito com as informações que devem ser certas e no tempo correto.

Toda movimentação física de matérias-primas, produtos semi-acabados e acabados só acontece porque alguém é chamado de cliente, que pode ser interno ou externo. Exemplos:

Cliente interno – Outro departamento da empresa como vendas, fábrica, etc.

Cliente externo – Cliente da empresa, outra organização empresarial.

De acordo com a SOLE (Society of Logistics Engineers), a sociedade dos técnicos logísticos e as finalidades da logística podem ser compreendidas nos “8 C” conforme abaixo:

• Produto certo

• Quantidade certa

• Qualidade certa

• Lugar certo

• Hora certa

• Método certo

• Custo certo

• Aparência certa

A logística foi estudada pela primeira vez no início do século XX, muito embora as atividades de movimentações físicas existissem há vários séculos.

Solicite aos jovens que citem exemplos de movimentação física que contemplem os conceitos até aqui apresentados.

Sugestões de exemplos: • Entrega de uma geladeira comprada junto a uma cadeia de lojas.• Entrega de peças ou componentes de um fornecedor da indústria automobilística.

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O grande impulso dos estudos logísticos aconteceu a partir da Segunda Guerra Mundial, onde foram empregadas técnicas de planejamento das movimentações de tropas, alimentos, água, remédios, hospitais militares, etc. Pesquisadores americanos empreenderam estudos no sentido de verificar como essas mesmas técnicas poderiam ser utilizadas nas organizações empresariais, com o escopo de aumentar a produtividade das empresas.

Na década de 60, Edward Smykay, Donald Bowersox e Frank Mossman apresentaram um dos primeiros textos sobre logística. O livro concebia a logística sob uma perspectiva sistêmica, considerando a empresa como um todo e discutindo o conceito de custo total.

Conceito de logística 40 min

Passo 1 / Aula teórica

Nessa segunda aula serão apresentados exemplos do uso e aplicabilidade dos conceitos logísticos nas organizações empresariais. Os exemplos poderão ser tanto da área industrial quanto do cotidiano do jovem. O jovem deve entender a vantagem de se utilizar os conceitos logísticos nas movimentações de matérias-primas, produtos semi-acabados e produtos acabados.

Segunda Aula

Utilize exemplos de movimentos de tropas bélicas para exemplificar logística nas guerras.

Educador, estimule os jovens a observarem movimentações físicas na empresa ou no seu dia-a-dia, avaliando se os princípios que foram estudados são utilizados. Essas observações podem ser utilizadas na próxima aula para consolidar o aprendizado da primeira aula.

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Aqui no Brasil começou-se a falar em logística em meados da década de 80 do século passado. A partir de então foram utilizadas várias denominações para referenciar a logística, tais como:

• Distribuição física

• Distribuição

• Engenharia de distribuição

• Logística empresarial

• Logística de distribuição

• Logística de marketing

• Administração de materiais

• Administração logística de materiais

• Logística

• Sistemas de resposta rápida

• Administração da cadeia de suprimentos

• Logística industrial

Conforme pode ser observado na figura 1, os fluxos físicos das organizações industriais extrapolam suas fronteiras, ou seja, englobam seus fornecedores, quando se trata da logística de entrada (aquisições de matérias-primas) e seus clientes, quando se trata da logística de saída (distribuição de produtos vendidos).

Fig. 1 - Fluxo logístico das organizações industriais.

Educador, promova um debate com os jovens sobre as observações feitas por eles em atividades extraclasse.

Sugestões de exemplos:

Logística de entrada - A empresa Nestlé comprando matéria-prima como cacau para produzir o Nescau. Produto sai do fornecedor que pode ter suas instalações na Bahia para abastecer uma fábrica da Nestlé no interior do Estado de São Paulo.

Logística de saída - A empresa Nestlé vendendo o Nescau produzido para a rede de supermercado Carrefour, que é cliente da Nestlé. O centro de distribuição da Nestlé pode estar localizado em São Paulo e o cliente Carrefour na mesma cidade.

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Em ambos os exemplos devem ser enfatizadas as localizações do “ponto de origem” da mercadoria e o “ponto de destino” e fazer a relação com a necessidade de se planejar e controlar essas atividades, para que o jovem entenda na prática a aplicação dos conceitos logísticos e da definição da logística empresarial.

Na figura 2 estão registrados e ordenados por fluxo os componentes da administração da logística. Percebe-se no quadro “ação gerencial” a menção a atividades de planejamento, implantação e controle, que são princípios básicos da administração científica.

Fig. 2 - Componentes da administração da logística.

Alguns setores que utilizam logística:

Indústria

• Automobilística

• Química

• Farmacêutica

• Alimentícia

• Têxtil

• Plástica

• Siderúrgica

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• Petrolífera

Exercício para aplicação individual ou em grupo:

1 Quais fatores ajudaram as empresas a reconhecerem que a administração da logística é importante para elas?

2 A logística é descrita como atividade que agrega utilidade de momento e lugar no produto. Esclareça como a logística afeta a utilidade de momento e lugar.

Estratégia empresarial A definição de estratégia que consta nos dicionários:

1 Arte de coordenar a ação das forças militares, econômicas e morais implicadas na condução de um conflito ou na preparação de defesa de uma nação ou comunidade de nações.

2 Parte da arte militar que trata das operações e movimentos de um exército, até chegar em condições vantajosas à presença de inimigo.

Estratégia empresarial é a forma como a empresa irá se planejar para o futuro. Para tanto se faz necessário avaliar alguns pontos importantes, tais como:

• Produto da empresa

• Mercado de atuação

• Concorrentes

• Competências internas

• Clientes / Consumidores

50 min

Passo 1 / Aula teórica

10 min

Passo 2 / Exercícios

Essa aula destina-se a estudar a estratégia empresarial e a missão da logística no cumprimento da estratégia.

Terceira Aula

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Na figura 3 podem ser observadas as variáveis envolvidas no processo de definição da estratégia empresarial, bem como o ambiente em que organização se coloca.

As estratégias para o sucesso das organizações são diferentes nos vários segmentos, no entanto os investimentos em recursos humanos, materiais e financeiros devem ser feitos tendo como foco o negócio da empresa, para que haja concentração de esforços “focados” no resultado.

Fig. 3 - Variáveis envolvidas na formulação da estratégia.

As empresas produtoras de bens precisam ter uma preocupação constante com inovações de produtos e serviços que devem ser agregados, objetivando melhor atendimento aos clientes e consumidores.

A figura 4 ilustra essa questão de constantes atualizações que as empresas devem fazer ao longo de sua existência.

No Link: www.pr.gov.br/batebyte/edicoes/2002/bb125/estagiario.htm, os jovens encontrarão texto auxiliar para leitura e contribuição no aprendizado.

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Fig.4 - O triângulo da inovação para satisfazer os clientes.

Missão da empresa A logística de uma empresa tem como escopo desenvolver um esforço integrado entre as áreas operacionais e estratégicas da organização com foco na criação de valor para o cliente ao menor custo possível.

A logística deve ser vista como um instrumento de viabilização da satisfação do cliente. Para tanto há necessidade de uma forte interação entre as áreas de produção e de marketing.

Quando do planejamento estratégico da organização, define-se o nível de serviço que deverá ser prestado aos clientes, por meio das informações levantadas pela área de marketing junto ao mercado de atuação da empresa.

Uma vez definido o nível de serviço que deverá ser prestado aos clientes, compete à administração da logística desenvolver as competências operacionais que representem a capacidade da empresa no atendimento e

Demonstre através de exemplos práticos as constantes mudanças que as organizações fazem para manter-se no mercado de atuação. Seria muito enriquecedor mostrar alguns exemplos como os abaixo e solicitar aos jovens para citarem outros e dessa forma se provocar maior participação deles na aula. • Novos modelos de automóveis anualmente.• Mudanças constantes de modelos de telefones celulares e suas funcionalidades.• Mudanças nos serviços bancários (débitos automáticos, etc.).• Novos modelos de equipamentos com mais funcionalidades.• Novos remédios para a cura de doenças.• Novas ferramentas para as indústrias e/ou uso caseiro.• Novas utilidades domésticas.

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satisfação de seus clientes. Competências operacionais é a união dos recursos humanos adequados aos recursos materiais necessários para a realização dos serviços necessários aos clientes.

O grande desafio das organizações é conseguir equilibrar as expectativas dos serviços e os custos que serão gerados por essas atividades. A busca pelo ponto de equilíbrio entre serviço e custos é muito importante, pois é por essa conjunção que a empresa pode obter vantagem competitiva perante os concorrentes no mercado de atuação.

Na figura 5, é observada uma lógica de procedimentos que pode ser adotada para a busca contínua de melhoramentos nos processos logísticos.

Educador, peça aos jovens que exercitem o conceito de redução de custos logísticos fundamentados no aprendizado da aula 3, para que se possa discutir no início da próxima aula.

A seguir alguns pontos importantes passíveis de redução de custos – cujo detalhamento pode ser encontrado no livro citado na bibliografia; Renovação da Logística, Shun’ Ichi Kobayashi – no processo de inovação dos processos logísticos: • Redução de custos com transportes.• Redução dos custos de carga e descarga de materiais e produtos.• Redução dos custos de armazenagem e de gestão de estoques.• Redução dos custos gerais de gestão.

Fig. 5 - Modo de proceder para o melhoramento.

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Competência logística Para que se possa entender competência logística é muito importante que se entenda o envolvimento global dos procedimentos logísticos, ou seja, que se compreenda quais reflexos são causados pela performance das atividades logísticas.

Quando se fala em atividades operacionais que influenciam “o todo” da organização, pode-se dizer que essas atividades têm um envolvimento estratégico nos resultados da empresa, como é o caso das atividades logísticas, conforme exemplo:

Um determinado fornecedor de matéria-prima deixa de entregar o material solicitado dentro do prazo. Isso irá fazer com que a empresa solicitante, ou seja, o cliente, deixe de receber o produto programado para produção de um segundo produto, gerando com isso a falta de produto para atendimento das necessidades de seus clientes. Além de deixá-los insatisfeitos, essa empresa terá seus resultados afetados, pois deixou de efetuar um faturamento que já estava programado.

Como pode ser observado no exemplo, um simples desvio de performance de um procedimento logístico chamado “entrega” gerou conseqüências no resultado da empresa, provavelmente veio na contramão do seu planejamento estratégico.

Na tabela 1, a seguir, é apresentada uma estrutura metodológica de integração das atividades logísticas desde as atividades mais simples até a influência na estratégia empresarial.

30 min

Passo 1 / Aula teórica

Nessa aula serão apresentados os aspectos de competência logística e desenvolvidas atividades práticas para melhor entendimento dos conceitos da aula teórica.

Quarta Aula

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- Procedimentos universalmente adotados e procedimentos estratégicos – A maneira como uma empresa decide competir envolve quatro processos essenciais: criação de valor para o cliente, planejamento, controle e continuidade. As empresas devem executar todos os processos universalmente adotados para o crescimento e a sobrevivência a longo prazo.

- Competências – Áreas de desempenho essenciais para a consecução dos processos universalmente adotados. É necessária uma ampla variedade de competências para a sobrevivência a longo prazo. Normalmente, uma empresa sobressai em algumas competências, que são chamadas de competências centrais.

- Ciclo de atividades – Estrutura operacional para execução da logística. Estrutura que integra os aspectos espaciais e temporais das operações logísticas que vinculam o suprimento, o apoio à manufatura e a distribuição física.

- Função – Áreas tradicionais de especialização logística essenciais para alto desempenho operacional. Devem ser vistas como partes integrantes da competência logística e não como áreas de desempenho independentes.

- Trabalho básico – Tarefas específicas que devem ser executadas dentro das funções, de modo a satisfazer às exigências logísticas.

Fonte: Logística Empresarial – Bowersox

Tabela 1 - Hierarquia da integração logística.

As tarefas básicas são compostas de atividades específicas que são vitais para o desempenho logístico. O campo de ação das atividades logísticas é desde a entrada de pedidos na organização até a entrega final dos produtos ao cliente. As atividades logísticas envolvem um grande número de pessoas e ainda contam com a questão geográfica de localização de fornecedores, fábricas, centrais de distribuição e clientes. Isso só aumenta a complexidade de gestão, pois nem sempre é possível haver uma supervisão direta dessas atividades.

1 O que é posicionamento estratégico? De que forma a logística e a competência logística exercem influência nos resultados planejados das organizações?

20 min

Passo 2 / Exercícios

Após a exposição do tema faça um brainstorming com os jovens estimulando-os a sugerir atividades de logística e a fazer a correlação com competências nos serviços. A seguir alguns temas que podem ser abordados: • Recebimento de pedidos• Descarregamento de caminhões• Carregamentos de caminhões• Movimentação de mercadorias• Estocagem de mercadorias• Atendimento ao pedido do cliente• Entrega do pedido completo• Entrega do pedido no prazo

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Matéria-prima Material utilizado para produzir um determinado produto, por exemplo, para produzir um achocolatado em pó são necessários: cacau, açúcar, aromas, etc.

2 Defina o significado de competência em logística. Como é possível avaliar?

3 Descreva como a integração das atividades logísticas pode beneficiar a logística da empresa como um todo.

Logística integrada/Cadeia de suprimentos

A logística integrada deve ser entendida como sendo “a ferramenta” que vincula a empresa a seus clientes e fornecedores. As informações recebidas dos clientes em forma de pedido de vendas fluem pela organização, por meio dos conceitos de previsões de vendas, pedidos de vendas, reserva de estoques, faturamento, separação das mercadorias para entrega. Essas informações, pela previsão de vendas, suportam o planejamento de aquisições de matérias-primas.

30 min

Passo 1 / Aula teórica

Após o resgate dos conceitos deve-se ir diretamente aos conceitos de logística integrada.

Nessa aula serão apresentados os conceitos de logística integrada e cadeia de suprimentos e como se organizam esses conceitos nas estruturas das organizações.

Quinta Aula

Sugere-se relembrar aos jovens a definição e o conceito de logística que foram vistos na primeira e segunda aulas. Reforce com eles alguns exemplos práticos, tais como:

• Efetuar uma mudança residencial de uma cidade para outra. Trata-se de uma operação logística e,portanto, são aplicados na íntegra os preceitos citados na definição de logística (planejamento, controle,informações, movimentação física entre dois pontos, serviços de acordo com a solicitação do cliente).

• Quando um consumidor compra uma geladeira em uma loja de departamento, começa aí um processologístico que corresponde a efetuar a entrega ao cliente. Nesse caso, a loja ou a cadeia de lojas devem teruma central de distribuição onde estoquem os produtos para entregas aos clientes. O processo logísticopressupõe a saída da geladeira do estoque da central de distribuição, transporte e finalmente a entrega aocliente, nesse caso também se aplica na íntegra os preceitos citados na definição de logística (planejamento,controle, informações, movimentação física entre dois pontos, serviços de acordo com a solicitação docliente).

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A figura a seguir consolida o conceito da logística integrada.

Fig. 6 - Integração logística – Adaptado de Bowersox.

Como pode ser observado na figura 6 os quadros que representam atividades internas das empresas estão na área cinza, enquanto a integração externa com fornecedores e clientes estão fora dela.

Cadeia de suprimentos

O conceito geral da cadeia de suprimentos representa não só o gerenciamento das atividades logísticas dentro dos domínios da empresa como também a gestão de relacionamento entre várias empresas inseridas no processo de abastecimento da cadeia, numa estrutura caracterizada por limitações de capacidade, informações, competências essenciais, capital e recursos humanos.

Nesse contexto onde são definidas as estratégias e estrutura da cadeia de suprimento soam muito importantes os esforços que devem ser desenvolvidos para integrar a empresa produtora, seus fornecedores e clientes. Quanto à referência “integrar” significa fazer com que o fluxo de informações dê suporte às movimentações físicas de forma a não se quebrar a seqüência lógica dos movimentos e o cliente final ter seus produtos no tempo desejado.

Na figura 7 pode-se observar o modelo geral de integração da cadeia de suprimentos pela simbologia das áreas e entidades intervenientes e por intermédio das

Educador, o próximo passo é definir Cadeia de Suprimentos.

Pedido de vendas Registro de solicitação do cliente sobre os produtos que pretende adquirir; normalmente o pedido é emitido (preenchido) por um vendedor da empresa. Previsão de vendas Uma estimativa de quantidade que será vendida em um determinado período. Distribuição física Segmento da logística empresarial relativo ao conjunto das operações associadas ao fluxo físico de materiais, desde o local de sua produção até o local de consumo/utilização final e do fluxo de informações relacionado. Manufatura Processo de transformação e/ou de industrialização dos produtos. Suprimentos Ato ou efeito de doar, fornecer ou entregar auxílios, provisões, materiais, etc.; provimento, fornecimento, provisão. Cadeia de Suprimentos (Supply Chain) É constituída pelo conjunto de organizações que se inter-relacionam, agregando valor na forma de produtos e serviços, desde os fornecedores de matéria-prima até o consumidor e/ou usuário final, ou seja, a aplicação da logística integrada desde as fontes de fornecimento até o consumo final.

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setas pontilhadas que representam os fluxos de informações, enquanto as setas contínuas representam os fluxos físicos de materiais e mercadorias.

A disposição geral da cadeia de suprimentos integrada, demonstrada pela figura 7, liga de forma lógica e logisticamente uma empresa e suas redes de distribuição e de fornecedores aos clientes finais. A orientação transmitida pela figura é que o processo de geração de valor terá sua gestão iniciada na compra de matérias-primas até a entrega do produto final ao cliente.

Fig. 7 - Modelo geral da cadeia de suprimentos – Adaptado.

Questões para serem elaboradas e respondidas em grupo. 1 Ilustre, com base em sua experiência, um exemplo

em que a falta de esforço integrado tenha resultado em falha de serviço.

2 Descreva as semelhanças e as diferenças entre os ciclos de atividades do suprimento, de apoio à

20 min

Passo 2 / Exercícios

Utilize como exemplo prático um produto conhecido do mercado (Nescau, sabão Omo, creme dental Colgate, etc.) para ilustrar a cadeia de suprimentos.

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manufatura e de distribuição física, com relação ao controle logístico.

3 Existe dependência do fluxo físico de mercadorias/ produtos do fluxo de informações? Explique a resposta com exemplos práticos.

Objetivos operacionais De acordo com Bowersox, quando se trata de gerenciamento de sistemas logísticos, cada empresa deve atingir simultaneamente pelo menos seis objetivos operacionais diferentes. Esses objetivos operacionais, que são determinantes básicos do desempenho logístico, incluem:

• resposta rápida

• variância mínima

• estoque mínimo

• consolidação da movimentação

• qualidade

• apoio ao ciclo de vida

A seguir uma visão resumida de cada objetivo, que deve ser transmitida aos jovens com exemplos práticos para que possam obter um aprendizado rápido e consistente.

Resposta rápida É a habilidade e a flexibilidade que a empresa tem para atender às exigências de serviços de seus clientes, inclusive dentro dos tempos solicitados. Vale lembrar que a tendência das organizações empresariais é reduzir estoque ao longo da cadeia de suprimentos, o que pode gerar problemas para a resposta rápida no que se refere ao atendimento de mercadoria, quantidade e prazo solicitados pelo cliente.

A tecnologia de informações vem contribuindo, e muito, com esse processo de resposta rápida, além de dar maior velocidade à informação. Por meio de softwares

50 min

Passo 1 / Aula teórica

Essa aula será uma continuidade dos assuntos abordados na aula anterior.

Sexta Aula

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especializados que permitem a comunicação eletrônica, há a possibilidade de redução sensível da intervenção humana no preenchimento de formulários, digitação, etc., o que contribui bastante para a diminuição dos erroshumanos

A capacidade de resposta rápida pela tecnologia de informações pode propiciar a mudança de postura de uma situação de antecipação de disponibilidades de estoques baseada em previsões (nem sempre certas) para uma postura de atendimentos às necessidades do cliente, permitindo com isso reduções de estoques ao longo da cadeia.

Variância mínima Variância que pode ser em decorrência de qualquer acontecimento não programado que atrapalhe o desempenho do sistema integrado no atendimento ao pedido do cliente. A maioria das variâncias é ocasionada por ineficiência nos procedimentos logísticos, tais como: atrasos nos recebimentos dos pedidos dos clientes, paradas de produção, mercadorias que chegam aos clientes com avarias, entregas em locais incorretos, etc.

A forma tradicional utilizada para fazer frente às variâncias é a formação de estoque de segurança e/ou utilização de transporte rápido, obviamente de alto custo.

Pela tecnologia de informações é possível fazer melhor controle sobre as atividades logísticas. Com essa prática as operações logísticas ficam mais eficientes; com isso diminui a variância e por conseqüência há melhoria de produtividade.

Utilize o exemplo a seguir para ilustrar esse item: • Conta corrente bancária conjugada com conta poupança. Quando o saldo da conta corrente se aproxima de

zero, automaticamente “o sistema” faz a baixa da poupança para alimentação da conta corrente. Processobastante semelhante acontece com reposição de mercadorias entre lojas e estoques centrais e tambémentre clientes e fornecedores.

Utilize o exemplo a seguir para ilustrar esse item :

A empresa produz um determinado produto, recebe um pedido de venda e contrata uma transportadora para fazer a entrega. Dias depois recebe um telefonema do cliente perguntando a respeito do pedido. Nesse caso, se não foi informado à transportadora o prazo máximo de entrega ao cliente (que deve ser igual ao informado quando da venda) e não foi feito um acompanhamento da posição do pedido, ninguém sabe exatamente o que está acontecendo.

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Estoque mínimo Nos dias atuais todas as organizações empresariais estão buscando trabalhar com estoques reduzidos; isso envolve comprometimento de ativos e velocidade de rotação de estoques.

A rotação de estoques depende da taxa de utilização ao longo de um determinado tempo. Altas taxas de rotação aliadas à disponibilidade de estoques significam que os ativos estão sendo utilizados de forma eficiente.

Para se conseguir os objetivos de trabalhar com índices mínimos de estoques as empresas precisam ter processos logísticos extremamente confiáveis.

Cálculo da rotação do estoque: Valor da mercadoria vendida x 360

Valor estoque médio do período

Consolidação da movimentação Um dos custos logísticos mais significativos é o custo com transporte. Aqui no Brasil chega a representar 60% do custo logístico. Esse custo de transporte está diretamente relacionado com o tipo do produto, tamanho da carga e distância. Uma das formas de se reduzir custos de transportes é consolidar cargas, pois quanto maior o volume de carga (dependendo do tipo de carga) pode-se optar por um tipo de transporte mais barato. Normalmente, quanto maior forem a quantidade transportada e a distância, menor será o custo unitário do transporte.

Qualidade O gerenciamento da qualidade total (TQM – Total Quality Management) vem sendo uma prática bastante usual nos vários segmentos empresariais. Essa preocupação com a qualidade incentiva, e muito, a aplicação dos conceitos logísticos. A qualidade dos produtos e serviços não apresenta bons desempenhos se nenhum valor for

Vale lembrar aqui que nem sempre é fácil consolidar cargas. Atualmente, os clientes preferem comprar menores quantidades várias vezes ao mês com o objetivo de diminuir seus níveis de estoques. É importante fazer as “contas” do custo de se transportar cargas pequenas x cargas consolidadas, para, se for o caso, negociar com os clientes condições de volumes compatíveis com os custos.

Educador, pergunte aos jovens se eles conhecem alguém que tenha comprado um produto para ser entregue em casa e aconteceu algo semelhante, ou seja, não chegou no prazo e ninguém soube explicar com exatidão o por quê.

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agregado à logística, pois os custos logísticos efetuados não mais poderão ser recuperados. A logística também deve ser executada sob padrões rígidos de qualidade para poder assegurar o nível de serviço prometido ao cliente.

Um dos grandes desafios de gerência é executar as atividades logísticas com defeito zero, até porque normalmente as atividades logísticas são executadas em vasta área geográfica, ou seja, longe de uma supervisão direta.

Apoio ao ciclo de vida Todos os produtos que são disponibilizados para venda devem ter garantia de desempenho no decorrer de um determinado tempo; esse tempo pode ser chamado de “ciclo de vida”.

Quando se fala em apoio ao ciclo de vida, quer-se dizer garantia de utilização sem problemas durante aquele determinado tempo. As empresas precisam ter a capacidade logística para, quando necessário, fazer a retirada de produtos do mercado com a mesma agilidade com que colocam para seus clientes, principalmente quando constatam qualquer problema com a qualidade de seus produtos; esse procedimento é conhecido como recall product.

Quando se procede ao recall, dá-se o nome de logística reversa, que é o fluxo inverso de mercadorias (do cliente para o fornecedor). Cada vez mais as empresas estão aprimorando seus procedimentos de logística reversa, fundamentalmente para terem maior agilidade na prestação de serviços aos clientes e também responsabilidade com relação à qualidade dos produtos.

Utilize o exemplo a seguir para ilustrar esse item: • O caso Tylenol, caso clássico da Johnson & Johnson. Maiores informações podem ser obtidas na Internet.• O caso recente do Toddynho, cuja empresa recolheu 13 milhões de embalagens do mercado em razão de

alteração de sabor. Maiores informações também podem ser obtidas na Internet.

Utilize o exemplo a seguir para ilustrar esse item : • Uma carga incorreta certamente irá gerar um retrabalho, portanto custos adicionais.• Separação incorreta de um pedido, troca-se as quantidades de alguns itens/produtos solicitados. Nesse caso

provavelmente o cliente não aceitará a mercadoria, pois estará sendo entregue um produto não solicitado.

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Barreiras à integração interna As organizações empresariais têm grandes dificuldades para implementar a integração interna, fundamentalmente por problemas de utilização de práticas tradicionais, que acabam por gerar “zonas de conforto” para os profissionais que estão há muito tempo nas empresas. Esses procedimentos acabam por se tornar barreiras quase intransponíveis para a integração interna da logística.

As práticas tradicionais normalmente são relativas à:

• estrutura organizacional

• sistemas de mensuração e avaliação

• propriedade do estoque

• tecnologia de informação

• transferência de conhecimento

Estrutura organizacional As estruturas organizacionais tradicionais são divididas por função, o que causa muito prejuízo à implementação do conceito de administração por processos, que pressupõe estruturas multifuncionais. Também as áreas orçamentárias das organizações estão estruturadas da mesma forma, ou seja, por departamentos.

Sistemas de mensuração e avaliação Os sistemas de avaliação são organizados para mensurar estruturas organizacionais tradicionais (silos). É importante que se tenha um conjunto de indicadores de desempenho que leve em consideração a integração de

20 min

Passo 1 / Aula teórica

Educador, estimule um debate com os jovens sobre as práticas tradicionais descritas abaixo. Para maior facilidade veja a seguir breves informações sobre cada prática tradicional.

Nessa aula serão apresentadas as principais barreiras à integração interna da cadeia de suprimentos.

Sétima Aula

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funções. Os profissionais devem ser estimulados a analisarem suas funções específicas como sendo parte de um processo e não como atividades independentes.

Propriedade do estoque Habitualmente o estoque sempre foi utilizado para oferecer uma proteção às variações da demanda e incertezas operacionais, tais como atraso de produção, falta de qualidade de produtos etc.. Outra possibilidade de altos estoques é a disponibilização para vendas, para que não haja restrições de vendas em razão de falta de produtos para entregas.

O excesso de estoque pode gerar perdas por: obsolescência, avarias, localização incorreta, enfim altos índices de estoque geram custos elevados. É muito importante que haja análise da demanda e de localização física dos estoques para o atendimento ao cliente.

Tecnologia de informação A tecnologia de informação é a principal ferramenta para se conseguir a integração. No entanto os aplicativos de tecnologia de informação costumam ser desenvolvidos privilegiando as estruturas organizacionais. É altamente recomendável que os aplicativos de tecnologia de informação sejam desenvolvidos com a filosofia de banco de dados para poder disponibilizar as informações a todos os participantes dos processos, independen-temente da estrutura organizacional. No “popular” se diz: Deixar as informações transparentes, ou seja, disponibilizá-las a todos.

Transferência de conhecimento No âmbito empresarial, conhecimento é poder. O não compartilhamento de conhecimento é uma séria barreira à integração. A tendência é que haja nas organizações o desenvolvimento de força de trabalho com o escopo de função, ou seja, que sejam formados especialistas em determinadas atividades. Quando esse procedimento é uma constante, faz com que a maioria dos funcionários entenda bastante sobre pouca coisa, isso faz que eles tenham imensas dificuldades para a integração, pois dificilmente conseguem visualizar as próximas etapas dos trabalhos, que certamente serão influenciadas pelo próprio trabalho.

Questões para serem elaboradas e respondidas pelos jovens. Pode ser de forma individual ou em grupo, a critério do educador.

30 min

Passo 2 / Exercícios

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1 Descreva o conceito de fluxo de estoque de agregação de valor. Qual a relação entre os custos logísticos e o fluxo de agregação de valor?

2 Ilustre, com base no seu aprendizado, um exemplo em que a falta de esforço integrado tenha resultado em falha de serviço.

3 De que maneira as estruturas organizacionais tradicionais dificultam a integração das atividades logísticas?

Ciclo das atividades logísticas Para que se possa falar em logística integrada é importante que se tenha uma visão do ciclo de atividades. Tal visão permite um panorama da dinâmica dos fluxos e mostra as interfaces entre atividades.

É importante registrar que todo sistema tem um processo de entrada e um de saída, para o processamento de determinada etapa da atividade. Esse fluxo de entrada e de saída é que vai determinar a dinâmica do processo, pois não pode haver “quebra” de ritmo sob pena de causar prejuízo ao fluxo do processo de integração.

Na figura 8 pode-se visualizar os ciclos de três atividades básicas que são:

• Ciclo de suprimento – Trata de abastecer a fábricacom materiais.

• Ciclo de apoio à manufatura – Trata de disponibilizaros componentes que serão utilizados na produção.

• Ciclo de distribuição física – Trata da saída doproduto da unidade industrial até a entrega ao cliente.

20 min

Passo 1 / Aula teórica

Nessa aula serão apresentados os ciclos das atividades logísticas e suas influências na cadeia de suprimentos.

Oitava Aula

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Fig. 8 - Ciclos de atividades logísticas – Adaptado de Bowersox.

Na figura 9 pode-se observar as atividades do ciclo básico de atividades da distribuição física, que mesmo fazendo parte de um processo de integração de logística conforme visto na figura 8, também tem o seu subsistema ou ciclo especifico, cujas etapas precisam ser cumpridas para fazer com que haja a concretização da efetiva entrega das mercadorias/entregas aos clientes.

Cite exemplos práticos fundamentados na figura 8, ratificando os procedimentos dos ciclos de atividades logísticas.

Exemplos de produtos que podem ser usados: • Televisão• Automóveis• Geladeiras• Refrigerantes• Cervejas• Roupas

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Fig. 9 - Ciclo básico de atividades da distribuição física – Adaptado de Bowersox.

Questões para serem elaboradas e respondidas pelos jovens. Pode ser de forma individual ou em grupo, a critério do educador.

1 Descreva as semelhanças e as diferenças fundamentais entre ciclos de atividades do suprimento de apoio à manufatura e de distribuição física, com relação ao controle logístico.

2 Compare um nó de ciclo de atividades e um vínculo. Dê um exemplo de cada.

3 Descreva a incerteza em relação ao ciclo total de atividades logísticas. De que maneira a variância do ciclo de pedidos pode ser controlada?

30 min

Passo 2 / Exercícios

Educador, utilize os mesmos exemplos de desempenho mostrados na figura 8, para demonstrar as atividades do ciclo básico da distribuição física.

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Nesse capítulo, serão apresentados os fatores que envolvem a parte operacional da logística iniciando-se pelas atividades de planejamento de distribuição e verificando as fases de separação e preparação dos lotes de embarque.

Conceituar embalagem e armazenagem de produtos, considerando suaacessibilidade e ocupação;Compreender os principais equipamentos de movimentação de materiais e astécnicas de armazenagem;Conhecer o layout básico de armazéns e as regras básicas de segurança dasoperações de armazenagem.

Objetivos

3 Distribuição Física Interna

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Preparação de pedidos Funções e operações da armazenagem Para desenvolver o assunto relativo à preparação de pedidos, devemos considerar inicialmente as principais atividades da armazenagem:

A maioria dos armazéns possui as funções de: Recebimento de produtos Armazenagem Separação (picking) Montagem da carga ou lote de entrega

As atividades que envolvem a preparação de pedidos são basicamente a separação e a montagem das cargas. Responsável pela coleta correta dos produtos, aqui é o ponto onde o “o que” e “quanto” da cadeia logística se concretizam. Essa função é de suma importância, pois está diretamente ligada à satisfação do cliente.

Também é a atividade de armazenagem de maior custo. Por volta de 30 a 40% do custo de mão-de-obra está

40 min

Passo 1 / Aula teórica

Fig. 2 – Atividades do Armazém.

Adaptado Alexandre M. R

odrigues

Nessa aula, serão apresentadas aos jovens as atividades de preparação de pedidos com suas fases de separação e montagem da carga. Como comple-mento, veremos o planejamento de distribuição como é feito da forma mais simples desse sistema.

Primeira Aula

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associada à atividade, isso, sem citar o fato de que o prazo de entrega contém também o tempo gasto na separação e preparação dos lotes.

Os princípios que devem ser respeitados para que a atividade de separação seja mais produtiva são os seguintes:

a) Priorizar os produtos de maior giro, isto é,disponibilizar dentro do armazém próximo à áreareservada para separação de cargas, os produtos quepossuem maior movimentação, ou melhor, do maiorvolume de venda. Dessa forma a distância a serpercorrida para sua coleta será a menor.

b) Utilizar documentação clara e de fácil preenchimentopara auxiliar os separadores e operadores em seutrabalho. As informações devem ser as de maiorimportância como produto ou código, local onde estáestocada, o número da ordem e a quantidade.

c) A instalação de um sistema de endereçamentoeficiente facilita a localização no momento da retirada.Automatizando essa fase com coletores de rádiofreqüência e códigos de barra com certeza o tempode procura será reduzido.

d) Estruturar as embalagens com quantidades próximasas de venda para evitar volumes fracionados noestoque. Paralelamente deve-se instruir ao depar-tamento de vendas que procure fechar pedidosrespeitando as quantidades das embalagens daempresa para evitar fracionamento nas compras.

Atualmente possuímos diversas tecnologias que podem otimizar as operações de preparação de pedidos dimi-nuindo os tempos de movimentação e deslocamentos.

Para as operações de separação deve-se estabelecer qual o processo que se irá desenvolver, pois para isso será determinante a existência ou não de espaço físico para colocação dos lotes antes da chegada do veículo.

Fig. 3 – Seqüência de separação.

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Normalmente os lotes de ordem de separação são preparados pela administração em um determinado horário quando finda o faturamento, em outras, no entanto, a cada faturamento se emite uma ordem de separação. Este segundo processo costuma ser ina-dequado, pois evita a possibilidade de consolidação de cargas levando a um aumento de custo nos transportes. Portanto, as operações de separação são adequadas quando concentradas em grandes lotes ou em uma única só remessa. Por essa razão, toda estrutura do armazém deverá estar preparada para absorver esse volume com pessoal e equipamentos suficientes.

A falta ou existência de área para separação determinará qual tipo de separação será utilizado:

Separação das mercadorias antes da chegada do transporte

Corresponde a ter uma área disponível para separação de todas as cargas do período antes do início do embarque. Esta condição permite um melhor planejamento das atividades de separação, um aproveitamento maior da mão-de-obra e permite a conferência da carga pelo menos mais uma vez.

Separação parcial das mercadorias antes da chegada do transporte

Corresponde a separar apenas a parte fracionada das cargas antes do início dos embarques, deixando para o momento do embarque, a complementação dacarga em unidade de estoque completa (por exemplo: palete)

Esse processo é vantajoso quando os volumes de frações e paletes forem relativamente proporcionais, pois se os embarques forem unitizados deve-se planejar uma seqüência de chegada dos veículos com prazo determinado para evitar concentrações de operação de embarque nas docas.

Separação após a chegada do transporte

Corresponde a separar cargas apenas após a chegada do transporte.

Na existência de cargas fracionadas, essa é a pior condição, pois o transporte ficará parado aguardando a separação dos produtos. No caso de embalagens unitizadas o efeito negativo é menor.

Em qualquer situação, mesmo considerando novos equipamentos e automação de processos, a separação/preparação de pedidos deve ser antecipada.

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Qualidade na preparação de pedidos

Na logística, as atividades da armazenagem de matérias são responsáveis e utilizam uma série de informações que determinam e mantêm a qualidade dos produtos da empresa.

Um fator primordial para a qualidade de atendimento de clientes é a distribuição física de produtos que considera todas as características, embalagem e procedimentos necessários para a manutenção da qualidade dos produtos.

Cada empresa deve determinar sua política de embalagem e estocagem no sentido de preservar a qualidade dos produtos. Vários fatores determinam os procedimentos que devem ser realizados nos estoques no sentido de preservar a vida dos produtos. Podemos citar:

Rastreabilidade do material

Os funcionários dos armazéns são responsáveis pela preservação das identificações contidas nos produtos com relação a suas ordens de produção e registros de acabamento, pois são dados que vão permitir a realização de procuras dos lotes no mercado caso ocorra algum problema de qualidade.

Validade do material

O uso do sistema PEPS (FIFO) garante a utilização de produtos na expedição que corresponda ade-quadamente à seqüência de fabricação e permita proporcionar aos clientes um maior período para utilização ou mesmo para comercialização. A utili-zação desse sistema, permite a utilização sempre do material mais antigo em depósito.

No entanto, é necessário estabelecer um limite de vida dentro da armazenagem, pois se o produto não tiver um bom giro, deverá deteriorar-se em pleno estoque.

Aspecto de embalagem

As embalagens são projetadas conforme neces-sidades específicas dos materiais e produtos que a utilizarão e devem ter a estrutura que os preservem ao menos dentro do prazo estabelecido de validade.

Para logística, as embalagens são uma determinante da qualidade de movimentação e transporte de produtos. Seu projeto deve considerar não apenas as características dos produtos que carregarão e os planos de marketing, como também devem considerar

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toda movimentação e manuseio que os volumes receberão durante seu trajeto na cadeia de abas-tecimento.

Os cuidados nos processos de separação e em-barque são fundamentais, pois a forma como forem embarcadas e protegidas resultará na forma em que serão recebidas pelos clientes.

Embalagens danificadas resultam em devoluções e prejuízos à empresa, isso sem considerar o volume de retrabalho e custos adicionais para recuperação do produto.

Materiais especiais

Materiais inflamáveis, explosivos, e químicos em geral necessitam de cuidados e acompanhamento espe-cíficos, normalmente descritos em procedimentos elaborados pelo Controle de Qualidade da empresa. Essas normas são também oficiais e devem ser atendidas sob pena de multa e processos jurídicos às empresas

Em função de suas características esses materiais podem ser estocados em almoxarifados especiais, separados fisicamente dos demais, possivelmente com equipamentos específicos para movimentação.

Planejamento de distribuição

Conforme BOWERSOX (2002:304), o departamento de transporte das empresas é o responsável pelo controle das operações de transporte, consolidação de carga, negociação de tarifas, controla de cargas, auditorias, reclamações e da integração logística.

Essas funções normalmente exigem um razoável nível de informações sistêmicas, desde o recebimento das relações de embarque (packing-list) e a liberação dos documentos de despacho às informações das caracte-rísticas operacionais dos clientes, para que os volumes sejam preparados conforme determinação dos mesmos e entregues da forma e preparação exigidas.

As informações de disponibilidade de transporte e as transportadoras autorizadas devem estar em poder dos operadores de carga mesmo que sejam resultantes de uma negociação imediata.

A característica dos veículos solicitados está diretamente ligada à preparação dos lotes de embarque. Estes por sua vez, bem como, equipamentos a utilizar, a seqüência a realizar, definições de rota e o controle das trans-portadoras são funções possíveis de desenvolver muitas

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vezes apenas após termos conhecimento da dispo-nibilidade de veículos, tipos, capacidades e sua confirmação de carregamento.

Programação de equipamentos

Equipamentos como paleteiras e empilhadeiras, devem ser programados conforme o programa de embarque. A disponibilidade deles poderá definir a seqüência de embarques no sentido de evitar veículos aguardando em demasia nas filas de espera para carregamento.

Em paralelo se espera que o departamento mantenha tais equipamentos sempre em condição de utilização mantendo sua escala de revisões e manutenções preventivas em ordem.

Muitas vezes esses equipamentos também participam das operações de colheita (picking) de produtos o que exige uma coordenação adequada para evitar a falta dos mesmos em qualquer um desses processos ocasionando sua ociosidade. Da mesma forma que o layout destinado à preparação de cargas e seu contínuo atendimento deva ser programado, os pontos de embarque e a dispo-nibilidade de docas devem ser também considerados dentro de sua capacidade de operação e velocidade de embarque.

Carregamentos

A eficiência dos transportes tem efeito direto sobre o planejamento do carregamento. A seqüência de em-barques deve considerar os pesos dos volumes que serão manuseados e embarcados bem como a seqüência de entrega no mercado. Normalmente os veículos efetuam seus embarques em seqüência inversa ao das entregas para permitir uma descarga mais rápida e com segurança. Obviamente nos casos de entrega direta ou única esse problema não necessita ser considerado.

Outro fator que deve ser considerado de rendimento e melhoria das operações é que essa mesma seqüência de embarque pode determinar a seqüência de separação de produtos e dos trabalhos nos depósitos. Na sexta aula, vimos tipos de separação onde sua definição está ligada ao programa de embarque definido. Tínhamos separação das mercadorias antes da chegada do transporte, separação parcial das mercadorias antes da chegada do transporte e separação após a chegada do transporte.

Em resumo, todo esse planejamento deve procurar manter todas as operações em andamento sem gargalos e prever todas as atividades que são exigidas durante as operações, bem como os registros documentais neces-

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sários como os controles de rastreabilidade necessários para cumprimento das responsabilidades jurídicas de qualidade.

De um modo mais simples, rastrear é manter os registros necessários para identificar e informar os dados relativos à origem e ao destino de um produto.

Em outras palavras, rastrear é campear alguma coisa para saber o máximo sobre ela (o que é, de onde veio, como foi feito e pra onde foi), e assim tratar com segurança sobre o assunto sem medo de errar.

Roteamento

Atualmente vários sistemas fornecem os roteiros de entrega após o fornecimento das informações de lotes e a localização dos clientes. Essa definição de roteamento, permite otimizar tempos de entregas de cargas e fornecem a seqüência correta de entregas e as controla à medida que forem realizadas e informadas. Poste-riormente é possível gerar um relatório de desempenho de cada veículo ou processo de entrega.

Nessas programações e roteiros devem ser consideradas as exigências dos clientes como tempo de entrega, embalagem, local e serviços que deverão ser realizados desde o descarregamento até preparativos especiais que podem ser solicitados ou negociados com os mesmos antecipadamente.

Outros fatores de suma importância nos processos de transporte são as entregas programadas. Esses lotes em específico devem ter seu planejamento com o maior índice de alerta, pois é natural que se deixe esses lotes para embarques posteriores devido ao prazo esta-belecido. E isso, muitas vezes, causa o esquecimento do processo, decompõe os lotes de produtos já separados ou mesmo não se consegue realizar uma boa montagem de carga ou roteirização adequada no momento correto resultando em falha e prejuízos nos planos e datas negociados.

Definição das transportadoras

Toda transportadora em geral não dispõe em todo momento de sua estrutura disponível para um cliente específico, bem como normalmente grande parte de sua frota própria está indisponível realizando algum processo de entrega. Isso porque é de interesse do transportador manter seus veículos próprios em movimento para evitar perdas e ociosidades da sua frota. Para cobrir essas faltas e não faltar aos contratos de atendimento de seus clientes, ele utiliza os serviços de

Rastreabilidade Segundo os padrões internacionais (ISO 8402), é definida como a habilidade de descrever a história, aplicação, processos ou eventos e localização, de um produto, de uma determinada organização, por meios de registros e identificação.

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transportadores autônomos que realizam o embarque e as entregas sob sua responsabilidade.

O importante nesses processos é que os valores de fretes sejam predeterminados para cada rota ou serviço de entrega e sejam de conhecimento dos transportadores para evitar que se tenha interrupção nos embarques no sentido de aguardar negociações que não ficaram claras no momento da contratação. Da mesma forma os reajustes de tarifas que normalmente são negociados.

Outros fatores que devem ser observados conti-nuadamente pelo gestor são os movimentos e tendências do mercado de transportes no sentido de não permitir a ocorrência de colapsos ou falta de veículos para as necessidades da empresa.

Controle e avaliação de transportadores

Na logística as funções mais valorizadas são as de controle, registros e avaliação de desempenho de cada ponto da cadeia de transporte. Desde os cartões de registro de cada ponto do fluxo de embarque, informando suas datas e horários programados bem como as datas e horas realizadas, os registros atuais em sistema automatizados e softwares de primeira linha de administração de armazéns, até a necessidade de medir o desempenho de cada transportador em suas tarefassão de suma importância para o acompanhamento dos índices de desempenho de toda área de supply-chain.

É importante considerar que a fase das entregas é o momento final do atendimento e suas interfaces são tantas que sua falha pode pôr a perder todos os esforços realizados pela cadeia de abastecimento que ante-cederam essas operações.

Com os resultados desses registros, deve-se desenvolver um processo de avaliação contínuo de todas as ativi-dades para que, ao detectar problemas e gargalos, o gestor da logística possa corrigir e eliminar esses problemas. Deve-se levar em conta quais fatores são importantes na escolha de transportadores, são eles:

Tempo de operação no mercado; Confiabilidade; Capacidade da frota; Acessibilidade; Segurança; Preço.

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Apesar de sabermos que o fator preço é crucial, os demais fatores são fundamentais para uma boa contratação de um fornecedor de transportes.

Variáveis de qualidade no transporte

Existem tópicos nas operações de transportes que devem ser observados para a manutenção de bons resultados logísticos, são eles:

Grau de ocupação da frota - As cargas devem procurar o melhor aproveitamento dos espaços e das capacidades dos caminhões, afinal, o objetivo do transporte é o deslocamento da carga.

Índice de avarias de carga - As entregas devem ser realizadas com a carga intacta e com embalagens sem deformações. Carregamento e descarregamento fáceis e rápidos.

Disponibilidade de veículos - Sempre ter disponível o veículo adequado no momento necessário.

Regularidade de veículos - Os tempos de carrega-mento, de trânsito e de entrega devem ser cons-tantes e dentro de um bom-senso operacional (lead-time).

Rastreabilidade - Informação da localização da carga e seu fluxo de entrega.

Segurança contra roubo, desvios e acidentes no trânsito.

Nesse passo, solicite aos jovens que apresentem suas considerações sobre o assunto, suas opiniões e idéias dos processos de transporte na indústria, tipos de veículos que se encontram em trânsito, carregando etc. Posteriormente defina um trabalho em grupo para ser realizado na expedição de sua empresa a fim de verificar os problemas e os pontos comentados.

10 min

Passo 2 / Exercício

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Embalagens

No Brasil, a participação média das embalagens aproxima-se de 2% do PIB e em paralelo perde entre 10% e 15% de sua receita de exportação por embalagens deficientes.

As embalagens são consideradas custos pela maioria dos empresários brasileiros, mas, no entanto elas desempenham importante papel na proteção dos produtos durante o manuseio, transporte, armazenagem e mesmo para apresentações comerciais.

Consideram-se materiais a granel, aqueles que não possuem nenhum tipo de embalagem. Por exemplo, grãos, minerais, gases e vários tipos de líquidos. E materiais embalados são aqueles que possuem um invólucro que os protege de agressões externas e das atividades de manuseio, movimentação, armazenagem e transporte de materiais.

Existe uma confusão em relação aos conceitos de embalamento e acondicionamento.

Sob nossa forma de ver, os acondicionamentos são sistemas que tem por finalidade a contenção dos produtos, estejam os mesmos embalados ou não. Por exemplo: uma carga de soja acondicionada em um contêiner de 20 pés, gás GLP acondicionado em botijões, uma caixa de lâmpadas embaladas uma a uma em cartelas, etc.

As embalagens por sua vez são proteções físicas fundamentais dos materiais para que possam resistir aos rigores do manuseio e do transporte. Por exemplo: caixas de sapatos, tubos de pasta de dentes, botijões de gás GLP, etc.

Como pode ser notado, incluímos os botijões de gás nos dois conceitos acima. E estão corretos.

Essa ambigüidade conceitual é que confunde o enten-dimento de quando o material está embalado e quando está acondicionado. Enfim, a embalagem é o invólucro

50 min

Passo 1 / Aula teórica

Nessa aula, os jovens conhecerão as cargas uni-tizadas e os equipamentos auxiliares como estanterias e porta-paletes.

Segunda Aula

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principal dos materiais podendo a mesma ser acondi-cionada em outra embalagem para aumentar o nível de proteção ou simplificar o transporte e a armazenagem dos materiais, ao passo que um acondicionamento básico de um produto pode ser considerado e tratado também como embalagem, por exemplo, nosso botijão de gás.

Para definirmos os dois sistemas, utilizaremos a terminologia brasileira:

“Acondicionamento é um recipiente ou envoltório destinado a proteger e acomodar materiais, produtos e equipamentos que utilizam embalagem ou não”.

“Embalagem é um recipiente ou envoltório diretamente aplicado ao produto para sua proteção e preservação”

Classificação das embalagens

Embalagem de consumo (contenção)

A embalagem de consumo é a que em seu fluxo chega às mãos do consumidor. Ela é projetada não somente para atender à proteção do produto unitário, mas também com a função de atrair o consumidor à compra.

Exemplificando: uma cartela de acondicionamento de potes de iogurte, uma lata de conserva, caixa de lenço de papel, etc.

Embalagem de apresentação (exposição)

A embalagem de apresentação tem o objetivo de atender às operações de manuseio, estocagem, transporte e também para exposição do produto no ponto-de-venda. Deve prever todas as interferências dessas operações e ter aspecto gráfico atraente para o consumidor.

Embalagem de distribuição (comercialização)

Embalagem projetada para atender às necessidades das operações de movimentação, manuseio e arma-zenagem de produtos.

Pode ser projetada em diversos materiais que atendem às necessidades do produto que leva em seu interior e o protege das condições externas a que serásubmetido. Exemplificando, caixas de papelão, sacos, engradados, tambores, carretéis, bombonas, etc.

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Embalagem industrial São embalagens utilizadas nos processos de fabricação e de estocagem temporária e se caracterizam pelo seu uso repetitivo.

Educador, nessa fase é produtivo lançar uma discussão entre os jovens sobre a classificação das embalagens de sua empresa. Outra discussão interessante é procurar vários tipos de embalagem e classificar conforme as espe-cificações, por exemplo, caixa de lâmpadas, caixa de grampos de cabelo, engradados, etc.

As embalagens basicamente são projetadas para suportar as movimentações que deverão sofrer os materiais durante o processo logístico. Nesse enfoque, podemos classificar os tipos de movimentação:

Movimentação manual

Esse tipo de manuseio é utilizado em operações logísticas onde a mercadoria tem dimensões e peso que permitem a movimentação pelo homem.

Sabemos que em muitas atividades operacionais da logística a mecanização não é um fator prepon-derante ou mesmo necessário. Às vezes, o próprio sistema de comercialização obriga a interferência de operações manuais devido à unidade de venda utilizada. Dessa forma, se no projeto de embalagens se considera a movimentação manual, a unidade de carga deverá respeitar determinadas regras:

No corpo do volume (caixas, sacos, etc) deverá conter detalhes que permitam a “pega” adequadamente evitando escorregamentos, quedas e amassamentos.

Deverá também o profissional, conforme o tipo de produto, prever sujidades que possam ocorrer no corpo da embalagem (poeiras, mãos sujas, etc).

Outro detalhe importante é que o volume unitário não poderá ultrapassar o peso de 30 kg.

As atividades de carga e descarga nas expedições e CDs deverão ser padronizadas para que se evitem formatações de carga inadequadas, amassamentos nas amarrações, enlonamentos defeituosos etc.

As alturas dos níveis de retirada e colocação dos volumes operados manualmente são fatores que devem ser observados para evitar lançamentos durante as operações, que podem causar quedas e danos nos produtos.

Movimentação mecânica A busca pela mecanização e automação das ope-rações de movimentação e armazenagem de materiais deve ser constante.

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Posto isto, devemos considerar que todos os esforços devem ser utilizados para o desenvolvimento de projetos de movimentação que evitem o contato manual.

Somente quando os volumes a serem transportados são em grande quantidade, consistentes ou as unidades de venda permitem, os projetos de emba-lagem podem dirigir suas operações para a mecani-zação e automação, pois somente dessa forma se justificam os investimentos em equipamentos e estrutura de operação.

Devemos considerar, no entanto, que pelo simples fato de as unidades de movimentação possuírem mais de 30 kg, já se faz necessária a utilização de equipa-mentos para movimentação.

Como complemento, as embalagens devem ser unitizadas ou preparadas para atender a essa meca-nização. Embalagens paletizadas, contêinerizadas, com envoltórios plásticos extrusados ou encolhíveis.

Educador, nesse momento, faça uma análise com os jovens dos tipos de movimentação que existem em seus armazéns, produção, etc.

Tipos de embalagem na logística

Cartelas

Cartelas, também chamadas de alvéolos, são embalagens constituídas de uma base em papel, cartão ou papel laminado fino em que, em processo térmico, se aplica uma camada de PVC moldado conforme o produto a ser embalado. Utilizado para embalar pílulas, peças e pequenos produtos.

Baldes

Embalagem em plástico ou metálica com capacidade média de 20 litros com alça para movimentação e fechamento com tampa metálica ou do mesmo material de constituição do balde.

Barricas

Embalagem utilizada para acondicionamento de pós e granéis. São fabricados em madeira, compensado, papelão ou laminados. Possui formato semelhante a um barril e para evitar impregnação interna. Costuma-se acondicionar os pós em sacos plásticos para posteriormente utilizar a barrica.

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Barril Recipiente em madeira ou alumínio destinado ao armazenamento de líquidos, por exemplo, vinhos, cervejas, etc. Os de madeira são praticamente produzidos de forma artesanal com madeiras de lei e cintas metálicas para travamento. Os barris são armazenados deitados em berços exclusivos.

Bisnagas Construídas atualmente em alumínio, PVC ou polietileno, são embalagens de baixo custo que podem acondicionar cremes e pastas. Podem vir com bicos diferenciados de vários formatos e tampas de vários diâmetros. As construídas de plástico levam vantagem sob a de alumínio, pois dispensam cartela adicional para evitar o amassamento. São utilizadas em dentifrícios, colas, condimentos, produtos de beleza, etc.

Bobinas e Carretéis São utilizadas para acondicionamento de fios, cordas vegetais, cordas plásticas e chapas metálicas. Podemos considerar como carretéis tubetes de papelão ou plástico que são utilizados para emba-lagem de papel, tecido e forrações plásticas. Esses tubetes levam em suas extremidades tampões em forma de cone (batoques) que são encaixados sob pressão para evitar o amassamento.

Big-bags Contentor flexível confeccionado em tecido sintético resistente e emborrachado, utilizado no transporte de granéis sólidos e pós.

Bombonas

Utilizada para o transporte de líquidos e pastas pouco viscosas, esse tipo de recipiente é largamente uti-lizado para produtos químicos pela sua resistência

Fig. 4 – Big-bag.

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química e mecânica. Dispõe de vários tipos e sis-temas de fecha-mento e de utilização, o que aumenta sua versatilidade na utilização dos produtos. Em sua grande maioria são construídas com polietileno e não possuem muita resistência ao empilhamento e ao arraste.

Botijão Recipiente metálico de baixo centro de gravidade utilizado para o armazenamento de gases sob pressão. Requerem sempre testes hidrostáticos para sua reutilização e têm um custo significativo se o volume de produtos a ser comercializado for pequeno.

Caixas São embalagens utilizadas para pesos médios. As caixas de madeira se apresentam em sólidas serradas e em compensado.

Tipo Características Aplicações

Caixas industriais Rigidez. Empilham-se bem comple-tamente fechadas. Montagem com pregos. Madeira serrada. Capa-cidade até 500 kg.

Equipamentos, máquinas, pro-dutos de alto e médio valor. Transporte nacional e exportação.

Caixas agrícolas Empilham-se bem. Resistem à umidade e à água. Montagem com pregos. Madeira serrada. Ventilação dos produtos.

Conservação, expedição e ex-posição de frutas e legumes. Transporte nacional e exportação.

Engradados abertos Peso leve. Montagem com pregos ou parafusos. Madeira serrada. Muitas variedades em formas e tamanhos.

Equipamento que não requer proteção às intempéries. Trans-porte nacional e exportação.

Engradados fechados Resistência ao manuseio. Hermeti-camente fechados. Montagem com pregos ou parafusos. Madeira serrada.

Equipamento que requer proteção às intempéries. Transporte na-cional e exportação.

Caixa de compensado Rigidez. Empilham-se bem. Herme-ticamente fechadas. Peso leve. Permitem marcação de propaganda. Montagem com pregos. Até 200 kg.

Produtos eletrodomésticos, má-quinas e equipamentos. Trans-porte nacional e exportação.

Barricas, tonéis e barris Rigidez. Empilham-se bem. Fecha-mento hermético. Madeira serrada ou compensada. Até 200 kg.

Produtos secos, pastosos ou líquidos.

Tabela 1 – Caixas de madeira.

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Caixas de papelão ondulado são hoje as embalagens não retornáveis de maior uso no mercado para uma grande gama de produtos e bens industriais.

As caixas de papelão ondulado são produzidas basi-camente por processos normais e de “corte e vinco”. No processo normal, a chapa de papelão ondulado é cortada e vincada por meio de facas e vincadeiras circulares, enquanto as de processo “corte e vinco” passam por facas e vincadeiras planas.

Em casos especiais, as caixas de papelão devem ser reforçadas com acessórios internos que podem imobilizar objetos irregulares, evitar choque entre eles e mesmo reforçar a resistência ao empilhamento proporcionado pela existência de colunas verticais.

Devemos também observar que a continuidade do empi-lhamento de uma caixa de papelão ondulado com o passar do tempo levará a embalagem à fadiga principalmente se ela permanecer em ambientes úmidos.

As caixas plásticas são geralmente reutilizáveis e con-feccionadas em polietileno de alta resistência. Esse tipo de embalagem é largamente utilizado para produtos agrícolas, pesca, transporte de remédios e avicultura e são normalmente encaixáveis, possibilitando o empi-lhamento entre elas.

Tambores e bombonas São recipientes desenvolvidos para armazenamento de líquidos, sólidos em grãos ou pó e pastas.

Sua forma cilíndrica torna-o menos apropriado ao empilhamento e ao transporte mecânico do que a caixa. Utilizados largamente para armazenagem e o transporte de líquidos de alta densidade, derivados de petróleo, óleos e azeites comestíveis.

Fig. 5 – Caixas plásticas.

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Fig. 6 – Tambores. Fig. 7 – Bombonas.

Educador, identifique em conjunto com os jovens, em que tipo de embalagem se situam as embalagens de sua empresa.

Determine aos jovens que de posse da teoria aqui exposta, verifiquem quais os tipos de embalagem que sua empresa possui e entreguem para próxima aula. Peça que seja fornecido um relatório final no formato que você determinar.

Acessibilidade ou ocupação volumétrica

Chamamos de acessibilidade a facilidade de acesso tanto para entrada como para saída de mercadorias. Um armazém que busca como fator principal a acessibilidade tem uma tendência de possuir problemas de falta de espaço para estocagem de todo material disponível, pois sua prioridade é buscar a redução dos tempos de processamento das operações de guarda e retirada de estoques. Na ocupação volumétrica como fator principal, o armazém é dimensionado para receber o maior volume de mercadorias deixando em segundo plano os tempos de guarda e retirada.

20 min

Passo 1 / Aula teórica

Nessa aula, serão apresentados aos jovens os prin-cipais sistemas de unitização de produtos e cargas bem como os sistemas e estruturas de armazenagem.

Terceira Aula

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Nenhuma das posições é definitiva, mesmo porque, irá depender do tipo de indústria e do material que será armazenado. É comum nos grandes armazéns, transpor-tadoras e operadores logísticos, a busca de um equilíbrio nessas condições.

Os profissionais se preocupam em determinar áreas específicas dentro do mesmo armazém onde possam armazenar materiais de alto giro com estoques de espera sem que isso afete cada grupo em específico.

Nos casos de materiais de alto giro, em que a acessibilidade é importante, as estruturas de arma-zenagem tendem a ser simples, porém com alto nível de automação, enquanto para materiais de pouco giro as estruturas são consideráveis e os sistemas de controle de porte simples e mais em conta. Seja qual for o objetivo, o equilíbrio na distribuição de área e os conceitos de movimentação devem ser considerados no sentido de evitar superdimensionamento de recursos e gargalos nas operações de movimentação interna.

Equipamentos de armazenagem de materiais

Quando nosso objetivo é a necessidade de ocupação, conforme dito acima, em efeito teremos uma redução na qualidade do serviço de movimentação, principalmente considerando a qualidade da armazenagem, tempo de operação, etc.

Porém, na maioria dos casos, a acessibilidade é o fator de armazenagem mais procurado. Para obter bons níveis de trabalho, necessitamos adaptar e utilizar os melhores equipamentos de estocagem e a unitização para nossos produtos.

Convém comentar que não existe uma regra definida nesses casos, sendo que a necessidade, disponibilidade e a criatividade deverão ser utilizadas para adequar cada material e equipamento em uma unidade estável e segura para suportar as movimentações que sofrerão e atingir o grau pleno de acessibilidade ao menor custo de operação.

Carga unitária ou carga unitizada

Conforme DIAS (1993:165), “carga unitária é um volume constituído de embalagens de transporte, arranjadas ou acondicionadas de modo que possibilite o seu manuseio, transporte e armazenagem por meios mecânicos e como uma unidade de estocagem”.

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A introdução da carga unitária na logística permitiu o desenvolvimento tecnológico de vários equipamentos para seu deslocamento, por exemplo, as empilhadeiras.

Mesmo o conceito de estrutura modal está baseado na embalagem unitizada, isto é, na movimentação de toda cadeia deve-se buscar a utilização de apenas um tipo de embalagem desde o ponto de produção até o ponto de consumo.

Esse processo traz: Benefícios de transporte pela movimentação de

maiores cargas; Redução nos tempos de carga e descarga; Redução nos custos de movimentação e

armazenagem; Melhoria na organização do armazém; Facilita o endereçamento e localização dos itens

estocados; Facilita inventários; Segurança no manuseio evitando danos; Permite boa identificação; Proteção da qualidade dos produtos; Dificulta o roubo de mercadorias.

Em compensação, também gera alguns problemas que, no entanto, podem ser contornados ou amenizados, são eles:

Exige investimento em equipamentos de movi-mentação e armazenamento.

Reduz eventualmente a ocupação volumétrica em veículos de transporte.

Dificulta a inspeção aleatória. Exige investimento contínuo na manutenção e retorno

dos equipamentos unitizadores.

Tipos de unitização

Externa – Compreende assumir um padrão conve-niente e em função dos meios de transporte, movimentação e armazenagens disponíveis no fluxo total.

Interna – Assume como padrão o produto, suas dimensões e características para determinação das unidades de movimentação, ajustando os meios disponíveis.

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Paletes

Paletes são plataformas com aberturas que permitem a inserção dos garfos de uma empilhadeira ou paleteira para o deslocamento de materiais e empilhamento de materiais.

São vários os equipamentos que permitem a formação de carga unitária, entre eles o mais conhecido é o palete.

Com o desenvolvimento comercial e suas trocas, foi necessário estabelecer normas dimensionais nesses equipamentos para permitir sua movimentação por vários lugares.

A paletização vem sendo utilizada com maior freqüência em todas as operações de movimentação de materiais, principalmente nas que possuem grandes quantidades de carga a serem movimentadas.

Esse processo de unitização, inicialmente utilizado na manipulação interna de armazéns, acabou se estendendo até as linhas de produção e à distribuição física, que hoje graças à padronização chega até a linha de produção do cliente inclusive em operações intermodais de comércio local e internacional. Dificilmente hoje se avalia uma cadeia de abastecimento sem ter em consideração as operações paletizadas.

Atualmente podemos considerar que várias são as possibilidades de utilização dos paletes.

Principalmente nas operações internacionais, para reduzir o custo construtivo de paletes e para evitar a preocupação e despesas de retorno desses unitizadores, utiliza-se o palete descartável (one-way) que se destina apenas às operações de ida da carga e não é dimen-sionado para suportar mais de uma utilização adequada. Esses paletes são normalmente construídos por projetos exclusivos e com materiais de baixa resistência e valor, motivo de seu baixo custo. Esses paletes são consi-derados também como paletes sem retorno; isto é, ele não retorna à origem do transporte.

Tipos de paletes

Existem vários tipos de paletes, porém os mais usuais são:

De duas entradas face simples com travessas, de duas entradas faces duplas com travessas, de duas entradas, reversível com travessas e de quatro entradas faces simples com tocos (normatizado).

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Palete com montantes (racks)

Para cargas que não podem ser suportados, isto é, não se pode empilhar palete a palete na arma-zenagem, utiliza-se de montantes ou componentes encaixados ou fixados em cada palete para permitir o empilhamento dos mesmos.

Esses montantes normalmente são construídos de barras metálicas e têm uma resistência muito alta, permitindo grandes empilhamentos.

São desmontáveis e permitem uma grande agilidade no aproveitamento das áreas de armazenagem. Nor-malmente são utilizados apenas dentro das ope-rações de estocagem podendo, porém, serem mon-tados no transporte. Devido ao seu alto custo, não se utilizam, normalmente, esses equipamentos no intercâmbio de paletes. Em conceito, esse tipo de paletização visa a não utilização de estanterias e porta-peletes dentro da armazenagem.

Fig. 8

Fig. 9

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Contentores rígidos

São equipamentos que possuem seus componentes fixos não permitindo desmontagens. São fabricados de diversos tamanhos e características e podem ser constituídos de metal, madeira e plástico ou um mix desses materiais.

Muitas vezes projetados para um determinado fim ou transporte específico, seus componentes são instalados de acordo com a necessidade e a característica de cada produto a ser armazenado. Por exemplo, um contentor para transporte de produtos químicos pode ser constituído de estruturas metálicas e com um recipiente de plástico com bocais de acesso para enchimento e esvaziamento.

Tais equipamentos muitas vezes são utilizados diretamente nas linhas de produção.

Contentores flexíveis

Os contentores flexíveis se destinam principalmente a estocagem de produtos a granel, em pó e líquidos. São construídos em sua maioria de estrutura metálica tubular ou em barras estruturadas e portam sacos de tecido resistente que pode ser de poliéster ou de lonas revestidas em PVC ou neoprene. Os que são estruturados possuem a forma de paletes que permite seu transporte por meio de empilhadeiras ou de guindastes.

Para líquidos, o corpo do contenedor normalmente é de plástico rígido como tanques ou em sacos contidos por laterais teladas ou travessas metálicas para evitar seu deslocamento durante o transporte.

Atualmente se utiliza um contenedor constituído de apenas tecido plástico trançado chamado big-bag já apresentado na oitava aula. O big-bag pode ser carregado em contêineres, caminhões, etc., com a mesma ou maior versatilidade dos estruturados. Uma

Fig. 10

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vantagem fundamental nesse tipo de contenedor é que após a descarga do produto ele é lavável, dobrável e seu retorno à origem é simplificado.

Contêineres

Contêineres são estruturas metálicas, de grandes dimensões, que permitem acomodar, estabilizar e proteger certa quantidade de materiais em seu interior. São especialmente utilizados quando há troca de modais de transporte no percurso entre o fornecedor e o cliente.

Os contêineres mais utilizados são os marítimos, medindo 20 a 40 pés, podendo ser refrigerados ou não. Também são bastante utilizados os contêineres-tanque para gases e líquidos.

Estruturas de armazenagem

Para que seja possível dar maior acessibilidade aos paletes e permitir alcançar maiores alturas, utilizam-se

Fig. 11

Fig. 12

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sistemas de empilhamento para alocação de paletes e contenedores.

Os racks e contenedores já possuem estrutura metálica que permitem o auto-empilhamento sem a necessidade de uma estrutura fixa no armazém. A utilização desses equipamentos permite a redução dos custos de instalação de uma estrutura fixa e permite a agilidade de mudança de layout caso necessite.

Contudo, sua operação é mais lenta e requer operadores cuidadosos e devidamente treinados no manuseio desses aparelhos. A operação de empilhamento e desem-pilhamento também pode gerar danos constantes que obriguem a dispor verba extraordinária para sua manutenção.

Devemos citar que com a utilização de paletes, conforme a configuração das embalagens dos produtos cons-tituintes da carga unitária, é possível o simples empi-lhamento. Nesse sistema, deve-se realizar testes físicos e experimentais em toda operação de transporte para verificar o comportamento das embalagens dos produtos para permitir sua utilização, bem como solicitar o acompanhamento de seu controle de qualidade no sentido de avalizar o sistema.

Estrutura porta-paletes

As estruturas porta-paletes podem ser definidas como equipamentos robustos com regulagem vertical dos planos de carga até o limite de suas colunas laterais. Esse sistema é o mais utilizado atualmente.

Sua gama de soluções é imensa, desde pequenos montantes no interior dos armazéns até montantes estruturais do próprio edifício de estocagem. Nesses sistemas é imprescindível a utilização de empilhadeiras de vários tipos e capacidades. Soluções mais amplas são

Fig. 13 – Simples empilhamento.

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utilizadas com empilhadeiras trilaterais, de coluna, pontes rolantes e transelevadores. Basicamente possuímos três tipos de estruturas porta-paletes:

Convencional; Drive-in e drive-throug; Auto-portantes.

No sistema convencional, as prateleiras são colocadas respeitando ruas de acesso de largura de quatro metros para permitir a operação das empilhadeiras mais comuns que requerem esse espaço para manobras. No entanto, existem empilhadeiras que operam em área mais exíguas (três rodas) que em resultado, permitem a redução desses corredores ampliando a área útil de estocagem.

Esse sistema permite uma seletividade mais ampla nas operações devido à visibilidade dos paletes para os operadores do sistema.

As estruturas porta-paletes tipo drive-in e drive-through são estruturas de trânsito interno, isto é, são preparadas para que se possibilite transitar com empilhadeiras em seu interior. Esse sistema é o que permite maior den-sidade de carga e de aproveitamento volumétrico do armazém, porém, como já comentamos, existe uma redução na rapidez e rendimento das operações. Por essa razão, esse sistema é indicado para cargas do mesmo tipo com baixa seletividade, ao contrário da estrutura convencional.

Fig. 14 – Estrutura porta-paletes convencional.

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Autoportantes, são estruturas que permitem a arma-zenagem de paletes em grandes altitudes, operando com empilhadeiras trilaterais, transelevadores ou pontes rolantes empilhadeiras.

Essas estruturas podem chegar a 40 metros de altitude. Sua estrutura metálica não é calculada apenas para su-portar o peso da carga, mas também a própria estrutura do armazém. O investimento nesse tipo de estrutura é altamente dispendioso, o que obriga a empresa a avaliar seu planejamento estratégico antes de investir em um projeto dessa dimensão.

Solicite aos jovens que realizem uma vista ao(s) depósito(s) de sua empresa, verificando o sistema de

30 min

Passo 2 / Visita

Fig. 15

Fig. 16 – Estrutura autoportantes.

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estocagem que é utilizado principalmente em seus produtos acabados. Nessa visita, deverão analisar:

Sistema de estocagem; Tipos de equipamentos de armazenagem que conse-

guiram localizar; Relatar o fluxo e em que departamento os equipa-

mentos são utilizados; A quantidade que a empresa dispõe para utilização; Tipos de estruturas de armazenagem que a empresa

dispõe; Qual a capacidade de armazenagem de cada uma

delas em volume e peso; Quais as dimensões de área e capacidade de cada

uma delas; Quais equipamentos são utilizados em sua operação.

Armazéns e layout

Denominam-se armazéns ao conjunto de espaços de áreas cobertas ou não, destinadas ao recebimento, armazenamento e proteção de mercadorias de diferentes tipos, características e natureza, objetivando fornecer total segurança de guarda e movimentações realizadas por pessoas ou equipamentos.

De acordo com a finalidade das mercadorias estocadas pode-se definir os armazéns nos seguintes tipos:

a) Almoxarifados – São depósitos próprios, destinadosa atender a guarda, controle e movimentação internade mercadorias da empresa. São utilizados na guardade matérias-primas, peças sobressalentes, produtosem processo e ferramentas.

Nessa aula, serão apresentados os armazéns e seus tipos e os critérios de estabelecimento de layout e seus fluxos. Complementando o assunto, os jovens conhecerão os equipamentos mais usuais utilizados nas instalações dos armazéns.

Quarta Aula

50 min

Passo 1 / Aula teórica

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b) Armazéns – Áreas próprias ou públicas, alfande-gadas ou não, destinadas à armazenagem de mate-riais para transformação futura e produtos acabadosda empresa e que possibilitam a consolidação paradespacho ao mercado, como a guarda por períodoslongos de armazenagem.

c) Centros de Distribuição – Destinados unicamentepara armazenagem de produtos acabados da em-presa e para realização das estratégias de distri-buição ao mercado consumidor ou abastecimento deoutros postos de distribuição.

Tipos de armazéns

Armazém primário – Armazenamento de unidades de distribuição.

Armazém secundário – Armazenamento de unidades de vendas.

Armazém terciário – Armazenamento de unidades de apresentação.

Layout

Denomina-se layout de armazenagem ao arranjo físico de uma área de armazenagem, considerando os sistemas de estocagem, equipamentos, acessibilidade aos vo-lumes e os fluxos de deslocamento. Um bom layout deve:

Racionalizar a utilização da área de armazenagem; Simplificar a movimentação de volumes; Reduzir o tempo perdido dos equipamentos; Racionalizar a utilização da mão-de-obra disponível; Reduzir a possibilidade de avarias; Apresentar um bom modelo de organização.

Para se possuir um layout adequado do armazém devemos seguir os seguintes passos:

Verificar e definir a localização dos obstáculos da área a ser utilizada.

Localizar e definir as áreas de recebimento e expedição de acordo com o fluxo de movimentação de veículos, portarias e espaço para manobras.

Localizar as áreas de separação de pedidos e de estocagem.

Definir os sistemas e equipamentos de estocagem. Definir o sistema de localização dos estoques.

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Fig. 17 – Layout de armazém.

Conforme a figura 17, podemos verificar que o layout será afetado pelos sistemas de estocagens que forem definidos para a operação do armazém. Cada tipo de sistema requer espaços e condições estruturais do armazém diferentes. Os sistemas mais comuns de arma-zenamento são: blocado ou simples empilhamento, mezaninos e prateleiras, estrutura porta-paletes e drive-in.

Cada um desses sistemas deverá ser estudado para definição das áreas de movimentação de equipamentos e pessoas no sentido de evitar pontos de gargalo durante as operações. A seguir um esquema de cada um desses tipos. A simples observação desses exemplos permite verificar o aproveitamento de espaço que se obtém.

Fig. 18 – Armazenagem simples com estruturas porta-paletes.

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Cross-docking

O sistema de cross-docking se refere ao recebimento-reprocessamento-redespacho das cargas, eliminando as fases de armazenamento. É um sistema de operação de armazéns que sendo implantado reduz sensivelmente custos de operação. Numa operação normal de trânsito por um armazém, com um certo planejamento antecipado de pedidos/embarque, encontra-se a possibilidade de eliminar algumas fases dos processos operacionais conforme tabela abaixo.

Operação Normal Cross-Docking

Recebimento Recebimento

Conferência Conferência

Guarda

Retirada

Preparação da carga Preparação da carga

Embarque Embarque

Tabela 2

Fig. 19 – Armazenagem com sistema Drive-in.

Fig. 20 – Armazenagem com sistema Drive-thru.

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Consideram-se as operações de armazém como apenas uma fase de passagem e de redistribuição não despendendo tempo em operações de estocagem. Vide figura 21 abaixo.

Princípios da movimentação de materiais

Planejamento – É necessário determinar o melhor método do ponto de vista econômico, planejando todas suas atividades.

Integração – Capacidade de carga de cada modal será tanto mais econômica quanto melhor forem as condições de integração com as operações de armazenagem, movimentação e preparação de pedidos do armazém.

Ociosidade – Reduzir o tempo ocioso e improdutivo, tanto do equipamento quanto da mercadoria, baixando assim o custo final do produto na cadeia de abastecimento.

Simplificação – Criticar a produtividade ou o nível de serviço exigido pela operação, reduzir, combinar ou eliminar movimentos e/ou equipamentos desne-cessários.

Fluxo – Elaborar o melhor fluxo de materiais, pro-dutos e mão-de-obra. As operações de movimentação de materiais podem ser automatizadas para melhor eficiência operacional ou mesmo utilizar a força da gravidade.

Espaço – A melhor armazenagem constitui-se no aproveitamento dos espaços verticais disponíveis adequadamente.

Segurança – A produtividade do trabalho aumenta na proporção do aumento das condições de segurança.

Fig. 21 – Cross-Docking.

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Ergonomia – Capacidade e limitações humanas devem ser conhecidas e respeitadas nas operações de movimentação de carga.

Ambiente – Deve-se sempre observar as possíveis implicações ao meio ambiente das operações, tais como excesso de consumo de energia, desperdícios, dejetos e poluição.

Padronização – Deve-se padronizar os métodos de operação, os espaços, os equipamentos e os procedimentos, bem como os tipos e capacidades dos equipamentos.

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Neste capítulo serão apresentados conceitos que envolvem a Logística de Distribuição e seus efeitos no atendimento a clientes. Serão tratadas as interfaces com marketing e seus canais de distribuição, gerenciamento e estratégias de estoques, e armazenagem e as estratégias de transporte.

Conhecer as características do fluxo logístico na cadeia de suprimentos;

Entender a influência das ações logísticas para o cliente interno e externo;

Identificar os conceitos de previsão e gestão de materiais e produtos da empresa;

Conhecer as estratégias de estocagem e de controle de estoques;

Identificar os processos e funcionalidades dos transportes na distribuição;

Conhecer a importância dos serviços na logística;

Entender o significado de percepção no serviço a clientes;

Identificar valores de competitividade agregados aos serviços.

4 Logística de Distribuição

Objetivos

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Canais de distribuição

Conforme Bowersox (2006), a estrutura física de distribuição é denominada canal físico ou canal logístico.

O canal logístico é estruturado em contraposição aos canais de distribuição ou canais comerciais, definidos pela área de marketing ou canais de marketing. Dessa forma, os canais de distribuição se detêm nos aspectos comerciais e mercadológicos ao passo que os canais logísticos se ocupam dos aspectos operacionais para atendimento à cadeia de suprimentos.

Considera-se também que as estruturas dos canais logísticos integram os canais de distribuição ou de marketing não podendo ser analisados independentemente, pois são estruturados visando gerar valor aos clientes e tornam-se fatores competitivos no planejamento comercial. A figura 10 demonstra essa composição.

Os canais de distribuição também podem ser vistos como um conjunto de organizações independentes que,

40 min

Passo 1 / Aula teórica

Educador, como complementação para compreensão do capítulo, faça uma revisão nos conceitos do composto de marketing dos 4P’s (produto, preço, promoção e praça), em especial do composto Praça ( Place ) que trata dos aspectos logísticos.

Nessa aula serão apresentados aos jovens conceitos de canais de distribuição e suas interfaces com as atividades logísticas. Os jovens deverão perceber que os produtos, após seu acabamento e disponibilidade para o mercado, necessitam de uma estrutura de distribuição que os levem do local de sua produção ao consumidor final.

Primeira Aula

No intuito de despertar a curiosidade dos jovens para o assunto, solicite que citem exemplos, dentro de seu conhecimento, de como se comportam os canais de distribuição e logísticos. Por exemplo, como o leite, verduras e eletrodomésticos chegam ao mercado consumidor.

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envolvidas no processo, tornam um produto ou serviço disponível para uso e consumo.

Os canais de distribuição são estruturados considerando duas situações: estrutura direta que não utiliza intermediários entre o fabricante e os consumidores finais e a indireta, que utiliza um ou mais intermediários. A determinação da estrutura adequada fica a cargo das definições da área de marketing e vendas da empresa que irá considerar os produtos, suas demandas, regiões e condições de distribuição. (Figura 2)

Funções dos canais

Os canais de distribuição se compõem basicamente de três grupos funcionais:

• Distribuidores/Agentes

• Atacadistas

• Varejistas

Distribuidores É uma organização estruturada regionalmente que representa com exclusividade o fabricante em todas as atividades comerciais, de distribuição e de merchandising. O distribuidor pode eventualmente introduzir-se nas atividades comerciais entre o fabricante e o atacadista bem como entre o fabricante e o varejista.

Fig. 1 – Canal de distribuição – adaptação Bowersox.

Merchandising É qualquer técnica, ação ou material promocional usado no ponto-de-venda que proporcione informação e melhor visibilidade a produtos, marcas ou serviços, com o propósito de motivar e influenciaras decisões de compra dos consumidores. É o conjunto de atividades de marketing e comunicação destinado a identificar, controlar, ambientar e promover marcas, produtos e serviços nos pontos-de-venda.

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Atualmente os distribuidores, em suas atividades e relacionamentos com os fabricantes, têm-se utilizado de ações de trade marketing em seus objetivos.

Atacado

O atacado inclui todas as atividades envolvidas na venda de bens e serviços para aqueles que compram para revenda ou uso industrial. A utilização de atacadistas nos canais de distribuição traz algumas vantagens aos fabricantes, como: atingem o pequeno varejo em razão de sua cobertura de vendas e crédito, possibilitam a quebra de lotes de compra para menores vendas, possuem estrutura de transporte própria ou contratada para distribuição capilar e antecipam compras.

Varejo

É uma unidade de negócio que adquire mercadorias de fabricantes, atacadistas e distribuidores e vende aos consumidores finais. Atualmente pode ser constituído com lojas e sem lojas.

Varejo com lojas – Empórios e mercearias, supermercados, superlojas (Coop, Pão de Açúcar, etc.), lojas de conveniência, padarias, hipermercados, magazines, outlets (lojas de fábrica), etc.

Varejo sem lojas – Vendas diretas, vendas por catálogo, televendas, vendas eletrônicas (e-commerce), máquinas, marketing direto, etc.

Fig. 2 – Funções de Canal – adaptação Bowersox.

Trade marketing É uma nova área de competência na gestão mercadológica. Não é só uma decisão de comunicação no ponto-de-venda para uma ação promocional. Abrange decisões financeiras relativas ao preço de venda e de revenda, decisões sobre a logística de entrada no varejo e dentro do varejo, decisões sobre agrupamentos de produtos, embalagens, etc. Obriga um conhecimento mais amplo da relação de cada consumidor, com cada loja de varejo e a que estímulos eles estão mais sensíveis, e em como transformar essa relação e estímulo em negócios para o fabricante.

Distribuição capilar É o processo de distribuição e entrega de produtos para pequenos varejos e lojas.

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Os participantes da estrutura do canal de distribuição desempenham diversas funções nas transações comerciais e de apoio a marketing:

• Fornecem informações do mercado ao produtor.

• Auxiliam na promoção do produto.

• Entram em contato com potenciais clientes.

• Adaptam e alteram certas características dosprodutos.

• Atuam como críticos dos valores de comercialização.

• Efetuam distribuição física capilar.

• Realizam atividades de pós-vendas.

• Assumem eventualmente riscos desuperabastecimento, quedas de vendas elançamentos de novos produtos.

Outros fatores importantes nas considerações dos canais de distribuição são a sua constituição e seus níveis. Como constituição devem ser considerados: níveis de canal zero, não existem intermediários entre o fabricante e o consumidor; níveis de canal um, determinam a existência de um intermediário entre o fabricante e o consumidor, enquanto níveis de canal dois determinam a existência de dois intermediários e assim por diante.

Todos esses fatores determinantes das estratégias de marketing vão definir a estrutura física da cadeia logística – armazenagem, movimentação e transporte – quedeterminará, então, a conexão desses níveis e sua integração à cadeia de suprimentos objetivando o atendimento no local, no momento e na forma corretos.

Como conseqüência, essa atuação operacional da logística conduz e retorna a toda estrutura e seus componentes as informações mercadológicas e de demanda por produtos. Constitui também o principal instrumento na coleta de informações do trinômio fornecedor – empresa – cliente da cadeia de abastecimento - assim como na administração do pós-venda, necessidades e nível de satisfação de cada constituinte da cadeia de distribuição.

Caso considere interessante obter informações complementares acesse o link:http://www.fgvpr.br/novo/artigos.asp?IdArtigo=12&origem=home Site da Fundação Getúlio Vargas, artigo: Trade Marketing ou Marketing do Trade?, escrito por José Luiz Meinberg. (Visitado em 10/04/2007)

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Solicite aos jovens que efetuem, baseados nos conceitos ministrados, pesquisas na empresa e nos departamentos responsáveis. Peça que verifiquem a estrutura logística que existe atualmente para ao menos um item de produção em decorrência da política comercial de distribuição, e apresentem em sala na próxima aula.

Previsões de logística As atividades logísticas dependem fundamentalmente de informações e estimativas das demandas de produtos e serviços para que possam ser planejadas e controladas suas atividades na cadeia de abastecimento. Essas previsões estão diretamente ligadas aos planos disponíveis de capacidade e necessidades da estrutura logística, e o conhecimento prévio desses volumes permite um planejamento adequado da estratégia operacional que deverá ser desenvolvida.

50 min

Passo 1 / Aula teórica

10 min

Passo 2 / Atividade sugerida

Baseados nos conceitos de atendimento à cadeia de distribuição do capítulo anterior e nos conceitos de logística integrada e cadeia de suprimentos da quinta aula do capítulo 1, os jovens deverão se familiarizar nessa aula com os efeitos das previsões e informações de demanda nos planejamentos de materiais, produção e distribuição da empresa.

Segunda Aula

Educador, providencie para esse passo material ou informações que demonstrem a política de canal utilizada pela empresa e realize uma discussão em grupo sobre quais das funções de canal estão sendo utilizadas. O objetivo é completar os questionamentos realizados no início da aula consolidando com os conceitos e processos de distribuição apresentados.

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Basicamente, as previsões são construídas considerando históricos de demanda, solicitações ou pedidos futuros já conhecidos, planos ou atividades programadas de marketing e de informações de mercado. Assim, essas informações permitem delinear de forma antecipada os processos que deverão ocorrer na cadeia de suprimentos, dando um início às operações internas e externas da empresa. (Figura 3)

Fig. 3 – Planejamento Logístico.

Em outro aspecto, as informações de demanda também são imprescindíveis para determinadas atividades funcionais da empresa a fim de auxiliar seu desenvolvimento e determinar horizontes de planejamento, tais como:

• Planejamento logístico

• Planejamento de produção

• Planejamento de materiais

Planejamento logístico As informações necessárias de volumes para a correta atuação logística também devem vir acompanhadas de informações de onde e quando poderão ocorrer as demandas. Com essas informações poderão ser providenciados a localização e níveis adequados de estoque ao longo da cadeia de abastecimento e os recursos de movimentação e transporte necessários para o bom atendimento aos clientes.

Os períodos temporais que normalmente são considerados nessas previsões são anuais e mensais.

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Dessas análises são fornecidos volumes que efetivamente deverão estar disponíveis pela empresa para que toda a estrutura tenha condições de atender às demandas projetadas em qualquer região de distribuição e que, dentro de políticas adequadas, possa também absorver variações nos períodos considerados.

Essas previsões devem levar em consideração os volumes já disponíveis em estoque para o período, os prazos de aquisição de matérias-primas, bem como o lead-time e capacidades de produção para cada item.

Todas as informações relativas ao comportamento do mercado, problemas de fornecimento de insumos, novos produtos e lançamentos, capacidades produtivas, características individuais de cada item, planos de marketing e dificuldades operacionais devem ser considerados e levados em conta na determinação das demandas, pois por meio deles os demais setores da empresa e os componentes da cadeia logística deverão estruturar de forma colaborativa suas atividades e planejamentos.

Planejamento de produção De posse desse plano de necessidades, o setor produtivo da empresa integra as informações de capacidade, recursos disponíveis e restrições que possam ter para atendimento das previsões. Dessa feita, obtém-se a programação de produção prevista e os prazos em que os insumos e serviços deverão estar disponíveis para sua utilização. Tal processo sempre deve ser revisado com o planejamento logístico para definição de possíveis alterações de volumes e prazos em toda a cadeia, se necessário. Como se sabe, as variações de capacidade e de prazos sempre estarão ligadas às limitações de recursos, equipamentos e mão-de-obra.

Planejamento de materiais Também de acordo com o planejamento logístico, as necessidades de materiais deverão ser analisadas e, considerando a estrutura dos produtos e as disponibilidades já em estoque, obtêm-se os lotes de aquisição necessários para o atendimento das previsões.

Os prazos e volumes devem ser atendidos também dentro de políticas de estoques adequadas, tempo de reposição, lotes econômicos e nos prazos de utilização definidos pelo planejamento da produção.

Os níveis de estoque de matérias-primas, apesar de serem componentes de alta importância na cadeia de suprimentos, devem seguir as análises específicas de suas demandas, políticas de compra e prazos de recebimento. O profundo conhecimento da cadeia de abastecimento é peça fundamental para a estruturação

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de uma boa política de relacionamento com os fornecedores e para manutenção de baixos estoques de insumos.

Previsões de demanda Conforme Bowersox, a previsão é uma definição específica do que será vendido, quando e onde. Ela define os requisitos que a cadeia de suprimentos deve programar, os inventários e os recursos para seu atendimento.

A previsão tem sua característica decisória nos planejamentos, pois muitas operações de compras e logísticas devem ser realizadas muito antes do momento da produção.

Como se sabe, os métodos de previsão de demanda não se tratam de uma ciência exata, razão de ser necessária a inclusão dos mais variados fatores de informação, cálculos matemáticos e estatísticos para que sejam construídos valores com as melhores estimativas possíveis.

Vários métodos são utilizados na determinação de previsões. Deve-se considerar sempre que cada situação requer um tipo de aplicação que atenda substancialmente a suas necessidades.

Critérios e métodos complexos de previsão às vezes se tornam desnecessários devido às pequenas diferenças que se obtêm no final dos processos; o principal é utilizar processos que proporcionem os melhores resultados mesmo que sejam simples.

Basicamente são utilizados dois métodos:

• Qualitativo

• Quantitativo

Educador, o comentário e explicações sobre a conceituação e funções do PCP na estrutura produtiva irão complementar a idéia de fluxo interno de informações e a conceituação do planejamento logístico ou de outro departamento que realize as previsões empresariais.

Verifique com os jovens os departamentos da empresa que se ocupam dos planejamentos acima citados. Demonstre que a empresa, de alguma forma, utiliza essas ferramentas na determinação dos volumes de compra, produção e distribuição.

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Métodos qualitativos utilizam fatores causais e científicos, bem como avaliações e sentimentos que levem a opiniões e suposições intuitivas do futuro. Tal método é utilizado na ausência ou irrelevância de informações numéricas e de históricos de vendas, como também em ponderações conjuntas de valores obtidos em análises estatísticas; esta última com objetivo de obter um ajuste fino das previsões considerando alterações de mercado, políticas governamentais, etc.

Podem ser verificados alguns desses métodos:

Consenso de comitê – Utilização da estrutura da organização para desenvolver os objetivos e estratégias mercadológicas.

Delphi – Comitês formados pela estrutura da organiza-ção, respondendo em períodos diferentes e anonimamente a perguntas planejadas. As respostas são distribuídas para o conhecimento de todos e se repete o ciclo até atingir o consenso.

Equipe de vendas – Estimativas regionais, sentimento do mercado e seu crescimento.

Pesquisa em clientes – Baseia-se no sentimento de mercado dos clientes.

Analogia histórica – Estimativas baseadas em produtos similares e concorrentes.

Pesquisa de mercado – Questionários e entrevistas que realizam provas no mercado para teste das hipóteses sobre mercados reais. Alto custo de realização. Os objetivos devem ser bem definidos para que os questionários e amostras sejam corretamente construí-dos. Esse método é utilizado para lançamentos de novos produtos e introduções em outro segmento ou regiões de mercado.

Métodos quantitativos - São utilizados quando se conta com uma quantidade razoável de dados históricos, tendências e variações sazonais De posse dessas informações temporais, é possível a utilização de modelos matemáticos e estatísticos como ferramentas básicas de previsão. Esses métodos reagem a qualquer alteração, mudança ou introdução de novos dados históricos de demanda, e essa facilidade permite que esses modelos se adaptem às mudanças de tendência e de padrões sazonais. São

Simule uma avaliação qualitativa entre os jovens no sentido de demonstrar que são fatores adequados para serem considerados em muitas ocasiões. Por exemplo, caixas de opinião, experiência dos envolvidos, antigos funcionários – preferencialmente do departamento de vendas. Demonstre que esse é o caminho e deve levar em conta informações de mercado, de concorrentes, mudanças governamentais e ocorrências imprevistas.

Sazonalidade Ocorrências que oscilam em demasia em relação às condições de normalidade. Tais desvios podem ser repetitivos e freqüentes em determinados períodos ou fa-ses. No caso de estoques, corres-pondem a variações acima ou abaixo de 25% da demanda média.

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métodos que utilizam os dados históricos e, por essa razão, posicionamentos para ajuste ficam indefinidos até logo após a sua ocorrência. Podem ser: último período, média móvel, média ponderada, média ponderada exponencial e mínimos quadrados.

Educador, as funções de cálculo e exemplos deverão ocorrer de acordo com o perfil do grupo, porém cabe lembrar que:

Modelo do último período – É o mais simples, sem base matemática e consiste em utilizar o valor ocorrido no período anterior como previsão para o seguinte.

Média móvel – Também média aritmética, utiliza a média dos valores de n períodos anteriores.

nP

n

iiC∑

→= 1

Média ponderada – São aplicados pesos diferenciados a cada valor, considerando sempre pesos maiores para os períodos maiores, contanto que a somatória dos pesos sejam sempre igual a 1 ou 100 %.

i

n

ii ZCPp ∑

→=

1e que ∑ =1iZ ou %100

Média ponderada exponencial – Essa média valoriza os dados mais recentes e considera um fator de amortização dos desvios ocorridos anteriormente (α ).

)( 111 −−− −+= iiii PECPEPE α sendo que

10 ≤≤α

Média dos mínimos quadrados – Ferramenta estatística que retifica e ajusta os dados históricos buscando uma tendência futura na previsão.

Sendo e na representação da reta

Tem-se que e

sendo que a fornece o índice da função e b a inclinação da reta (tendência).

YCi =∑ ∑ ⋅+⋅= bXanY

∑ ∑ ∑+⋅= 2XaXXY

bXaY +=

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Proponha que os jovens façam uma análise comparativa entre as previsões qualitativas e quantitativas.

Estratégias de estoques Conforme definição de Francischini & Gurgel, “estoques são quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo”.

Com esse conceito, devem ser iniciadas as demonstrações, explicando aos jovens que qualquer tipo de estoque, seja de matérias-primas ou de produto acabado, significa materiais parados por determinado tempo, e isso gera em conseqüência um volume financeiro igualmente parado, sem rentabilidade, o que na visão da empresa será sempre inadequado.

Contudo, baixos níveis de estoques de produto acabado prejudicam as vendas, tanto quanto a falta de matérias-primas pode paralisar a linha de produção ou mesmo gerar uma desconfortável e prejudicial alteração nos planos de produção.

40 min

Passo 1 / Aula teórica

10 min

Passo 2 / Atividade sugerida

Comente sobre a acurácia de resultado de cada método de previsão quantitativa e explique que sua utilização dependerá do nível de certeza necessário nas previsões. Por exemplo, a previsão de consumo de shampoo para uma cabeleireira deve ter menor efetividade que o consumo de leite para uma empresa de iogurtes. Outro detalhe a ser observado é que as médias mais simples não apresentam consideração de tendência de demanda enquanto a média exponencial sinaliza um comportamento sensível ao avaliador e a de mínimos quadrados considera matematicamente esse fator.

Na aula anterior falou-se sobre as previsões e necessidades de materiais e produtos que a empresa necessita para o funcionamento adequado de sua produção e sua logística no sentido de atender às demandas de vendas. Nessa aula, serão ser apresentados aos jovens as razões e motivos que determinam a existência de estoques na empresa, os efeitos de sua não-existência e os critérios que devem ser determinados em sua formação.

Terceira Aula

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Assim como a falta de materiais e produtos pode prejudicar a produção e as vendas, o excesso de estoque cria problemas operacionais e financeiros, aumentando os custos de armazenagem e transporte e reduzindo a lucratividade.

A expectativa, em conclusão, é que o dinheiro investido em estoques seja em quantidades necessárias que atendam à continuidade da produção e ao bom andamento das vendas. Essa responsabilidade fica a cargo do profissional de logística presente nos setores de materiais, PCP e planejamento logístico, o que se conclui que a situação ideal será sempre buscar “zero” estoque, apesar de muitas vezes inatingível (Figura 4).

Sob a visão financeira, a situação ideal seria a de adquirir o estritamente necessário para produzir, e produzir oestritamente necessário para vender. No entanto, existem várias razões para se manter estoques, que muitas vezes são adequados e de menor custo em ralação aos problemas que possam causar a falta deles, e suplantar os custos financeiros decorrentes de sua formação.

Existem várias razões para se manter estoques na empresa:

• Melhoria do serviço ao cliente e atendimento a novasoportunidades de vendas.

• Perdas de vendas, acréscimo nos lotes normais deencomenda, atendimento a novos clientes,promoções, etc.

• Aumento nos lotes de produção.

Dê exemplos práticos aos jovens, de sua empresa, no sentido de verificarem os efeitos de uma falta de estoque (matéria-prima e produto acabado) e os problemas que causam nos setores de produção e vendas.

Fig. 4

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• Existência de custos investidos em estoquesinvariavelmente reduz os custos de produção aopermitir corridas emergenciais mais amplas e longas.

• Economia nas compras e no transporte.

• Lotes de compras substanciais permiteminvariavelmente bons descontos e significativasreduções nos custos de fretes, sendo maisvantajosos que a aquisição na época da utilização oumesmo na garantia de defesa de elevação de preços.

• Interferências e inseguranças no canal dedistribuição.

• Condições de tráfego, disponibilidade de fretes,problemas de lead-time de produção e dedistribuição que geram custos operacionais ouproblemas no nível de serviços aos clientes quepodem ser contornados com a existência deestoques. O custo de manter estoques serásensivelmente menor que os custos gerados poresses problemas de canal.

A administração da empresa deve definir a área logística, as diretrizes e os critérios da estratégia de estoques, como, por exemplo:

• Metas quanto ao tempo de entregas

• Definições do nível de depósitos e dos materiais aestocar

• Níveis financeiros em que deverão flutuar osestoques.

• Autorização e definição dos limites de especulação decompras ou estocagem.

• Definição da rotatividade dos estoques.

• Determinação do nível de serviço esperado, tanto emmatérias-primas como em produto acabado.

Rotatividade ou giro de estoques Entende-se como rotatividade ou giro de estoques o resultado do custo da demanda, dividido pelo valor do estoque médio nesse período.

EstoquedeMédioValorVendadeCustoG

_____

=

Nível de serviços Conforme Francischini e Gurgel, entende-se por nível de serviços:

Lead-time Tempo compreendido entre a primeira até a última atrividade de um processo de várias atividades.

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• Qualidade em que o fluxo de bens e serviços égerenciado.

• Desempenho oferecido por fornecedores aos seusclientes, internos ou externos no atendimento apedidos.

Existem em empresas industriais quatro tipos básicos de estoques: matérias-primas, produtos em processo, produtos auxiliares e produtos acabados.

Matérias-primas São materiais básicos e necessários para produção de produtos acabados, que ainda não sofreram nenhum tipo de processamento; seu consumo é proporcional ao volume de produção.

O nível de estoques de matérias-primas dependerá também do tempo de reposição que a empresa vai levar para receber seus pedidos de compra e a freqüência de utilização.

Produtos em processo São materiais e produtos que estão em utilização no fluxo de produção e que sofreram ao menos um processamento produtivo. Os níveis de estoque desses produtos em processo dependem da extensão e complexidade do fluxo produtivo. Quanto maior o ciclo de produção espera-se um maior nível de estoque.

Produtos auxiliares de produção Correspondem a materiais e produtos que não compõem o produto final, porém participam de toda atividade daempresa, seja ela produtiva ou administrativa. Correspondem às peças de reposição, materiais de limpeza, materiais de escritório, etc.

A falta de uma peça de reposição pode acarretar a parada de produção e seu conseqüente prejuízo à distribuição e ao atendimento aos clientes. Da mesma forma que a falta de materiais de consumo geral, podem acarretar desconforto e descontrole nos processos produtivos.

Os níveis de estoque são baseados geralmente em seus históricos de consumo ou em lotes econômicos de compra e utilização.

Produtos acabados Consistem em produtos que já percorreram todo o fluxo produtivo e são considerados prontos e embalados, e em conseqüência disponíveis à venda e distribuição.

Os níveis de estoque de produtos acabados são, na maioria das vezes, determinados por três componentes:

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• Pela previsão de vendas mais lotes estratégicos desegurança e de comercialização.

• Disponibilidade de investimento definida pela políticacomercial da empresa.

• Históricos de demanda.

Solicite aos jovens que o auxiliem a determinar os tipos de estoque que existem na empresa, registrando cinco itens em cada um deles. E, como preparação para as aulas seguintes, solicite que os coloquem, sob seu ponto de vista, em seqüência de valor/importância.

Gerenciamento dos estoques Como exposto na aula anterior, a estratégia de estoques, ou de manter produtos em estoques, estará sempre e de alguma forma relacionada à previsão de seu uso ou sua venda no futuro. Como essas previsões muitas vezes não serão exatas, quando se pretende prestar um bom atendimento aos clientes, devem ser mantidos volumes estratégicos para assegurar as variações de demandas e

20 min

Passo 1 / Aula teórica

10 min

Passo 2 / Atividade sugerida

Essa aula tem a finalidade de demonstrar aos jovens os objetivos e impacto de custos na manutenção de estoques, bem como alguns métodos e conceitos de seu controle. Demonstrar que, matematicamente pode-se definir volumes adequados de reserva, porém sem dispensar a sensibilidade e a experiência do gestor. Deve-se também demonstrar a eles as diferenças na gestão de estoques para atender aos custos ou aos níveis de serviço.

Quarta Aula

Nesse momento, é conveniente interagir com os jovens, lembrando-lhes que as variações e necessidades desses estoques, como já exposto anteriormente, determinam as necessidades de produção, que, por sua vez, gerarão as necessidades de matérias-primas e materiais auxiliares.

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tempos de distribuição, produção e transportes. Caso isso não ocorra e haja apenas uma preocupação e observação com os custos dos estoques, certamente ocorrerá uma penalização nos níveis de serviço. Em resumo, é necessário avaliar o objetivo dos estoques e definir suas gestões com foco em custo ou no nível de serviço. Da mesma forma deve-se sempre considerar o efeito dos valores de estoque no cômputo geral contábil da empresa.

Na figura 5, um esquema simples para elucidar as vantagens de estoques reduzidos nas empresas.

Em termos de custo, excluindo o valor de aquisição da mercadoria, os estoques devem ser dimensionados sempre buscando o mínimo valor de reposição, o que teoricamente manterá seus níveis o mais baixo possível, reduzindo assim os valores estocados. Os custos associados aos estoques podem ser divididos em quatro categorias: custo de pedir, custo de manter estoque (armazenagem), custo das faltas e, concluindo, custo total.

Custo de pedir Incluir custos fixos administrativos associados ao processo de aquisição das quantidades requeridas para reposição do estoque. Nesse processo devem ser considerados principalmente:

• custo administrativo de emissão e distribuição dospedidos (mesmo eletrônicos)

• custo de recebimento e conferência

• inspeções e reembalagens

Fig. 5

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Custo de manter em estoque Compreende os custos de armazenar os produtos por um determinado período de tempo, mais usualmente por um mês. Podem ser incluídos:

• custos de armazenagem

• seguro

• perdas e obsolescências

Custo das faltas Representa os custos gerados por ineficiências ou comprometimentos ocorridos durante o fluxo da cadeia produtiva que afetam tanto as vendas como as produções:

• Produções não realizadas pelo cancelamento depedidos

• Pedidos de venda cancelados (não-vendas)

• Atrasos de entrega

• Entregas parciais (reentregas)

• Reprogramação de produção

Custo total É a soma de todos esses custos considerados e um importante dado na determinação dos lotes econômicos de compras.

Para elucidação aos jovens, a apresentação e detalhamento do gráfico da figura 6 auxilia no entendimento dos componentes.

Portanto, de posse de dados de custos que determinam o custo total, haverá condições de verificar as quantidades

Fig. 6

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de compra de menor valor operacional para empresa obtendo o lote econômico de compras, o que não determina efetivamente as quantidades a serem compradas ou os prazos a receber, mas o que gerará menor custo de operação.

No entanto, outros detalhes deverão ser observados, tais como quando devem ser adquiridos os lotes.

Considerando o nível de serviço como objetivo dos estoques, a maior preocupação se prende ao fator atendimento e à busca do melhor desempenho apesar das variações que possam ocorrer e da incidência de maiores custos operacionais. Pode-se considerar teoricamente como índice de desempenho do serviço a relação abaixo.

ClientepeloEsperadoOperaçãopelaalizadoDesempenho

____Re

=

Como índices de desempenho esperados pelos clientes – internos e externos – podem ser citados:

• tempo de entrega adequado

• informações sobre andamento do pedido

• atendimentos de urgência

• processamento de pedidos

• atendimento de reclamações

Educador, as funções de cálculo e exemplos deverão ocorrer de acordo com o perfil do grupo, porém cabe lembrar que:

Lote econômico de compras

O lote econômico de compras pode ser obtido utilizando a fórmula abaixo:

Sendo : LEC = Lote econômico de compras D = Demanda de consumo CP = Custo do pedido CA = Custo de armazenagem

A

P

CCDLEC ⋅⋅

=2

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No processo de melhor desempenho, os custos associados às operações serão sem dúvida maiores. Porém, atender 100% das expectativas dos clientes pode significar inviabilizar o negócio.

Portanto, é necessário um posicionamento da empresa no sentido de determinar à área de logística qual o nível de atendimento deverá ser alcançado.

Desse modo, deverá o administrador buscar o mínimo custo de estocagem sempre observando os índices de atendimento. Abaixo, um gráfico que demonstra o crescimento dos custos em relação ao porcentual do nível de atendimento estabelecido (figura 7).

Fig. 7

Conclui-se, então, que o objetivo da gestão de estoques deve ser o equilíbrio entre os dois conceitos, respeitando os níveis financeiros em que deverão flutuar os estoques e a rotatividade deles.

As funções de cálculo e exemplos deverão ocorrer de acordo com o perfil do grupo, porém cabe lembrar que: os índices abaixo são considerados como ideais quando ≥ 1.Retorno de capital Índice que pode ser utilizado para estabelecer níveis financeiros do estoque.

Rotatividade de estoques (Giro) É a avaliação de quantas vezes o valor de estoque médio de um período é realizado nos valores das demandas (vendas ou consumo) líquidas do mesmo período.

EstoqueemCapitalLucroCapitaldetorno

____Re =

MédioEstoqueDemandaG

__

= Líquida

101

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Nesse momento interaja com os jovens, colocando em discussão o conceito de gerenciamento de estoques por mínimo custo e o de nível de atendimento. Solicite a eles que apresentem razões para suas preferências e opiniões. Coloque dificuldades na falta de produtos na linha de produção ou um atraso de entrega de produtos acabados. Quais desses problemas eles refutam como mais prejudiciais. Posteriormente, peça propostas de solução de equilíbrio nessas duas políticas criando expectativas para constatações futuras de controle de estoques.

Forneça aos jovens dados reais de valor de estoque médio de sua empresa ao menos de três meses e as vendas líquidas dos mesmos meses, solicitando que calculem o giro de estoques. Obtidos esses valores, eles devem realizar uma visita aos departamentos envolvidos (controle de estoques/PCP e vendas) para constatar esses valores e verificar as providências que podem ser tomadas para melhoria desse fator.

20 min

Passo 3 / Atividade sugerida

10 min

Passo 2 / Estímulo à participação

Essa aula deverá interligar os conceitos de gestão de estoques abordados na aula anterior com alguns fatores de cálculo matemático e de sistemas de controle de níveis de estoque. Os jovens deverão integrar os conceitos de mínimo custo com adequado nível de serviço que será traduzido, baseado em demandas, em quantidades adequadas de encomenda, prazos de reposição e estoques de segurança para melhoria de desempenho.

Quinta Aula

Educador, contate antecipadamente os responsáveis para preparar a acolhida dos jovens.

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Previsões x Estoques De posse das informações deve-se apresentar a forma de determinar os níveis de estoque mais econômicos para empresa.

Basicamente, sabe-se que os estoques são influenciados pelos fatores:

• Volumes das demandas

• Disponibilidades

• Movimentação

• Mão-de-obra

• Recursos financeiros

Dependendo de cada situação, essas variáveis assumem valores específicos. Uma dessas técnicas é a definição dos níveis em que deverão flutuar os estoques.

• Autorizar e definir limites de especulação de comprasou estocagem

• Definir a rotatividade dos estoques

Critérios para análise dos níveis de estoques

O problema que sempre acompanha as empresas é o de decidir e acompanhar seus níveis de estoque para que eles sejam adequados às suas demandas e necessidades sem que isso gere faltas ou sobras que reflitam sempre sua condição financeira.

Várias são as técnicas que auxiliam na determinação adequada desses níveis ou a política de controle de cada estoque por item.

Como sistemas mais usuais de controle de estoque, podem ser citados:

Duas gavetas É o mais simples, e consiste em manter dois recipientes ou caixas com uma quantidade, cada uma, equivalente à quantidade necessária para a produção durante o tempo de reposição, mais algum estoque de segurança.

( ) minETrCQ +⋅=

50 min

Passo 1 / Aula teórica

103

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Sistema de máximos e mínimos É um sistema baseado em informações de demandas e disponibilidades, e deve permitir uma constante verificação da eficácia de seus parâmetros e modelos utilizados. Seja qual for o modelo utilizado, a representação gráfica dos movimentos de demanda e reposição permitem uma visualização da evolução dos estoques e verificação dos fatores que o influenciam. São eles:

Inconstância das demandas

• Falhas operacionais de controle e acompanhamentodos desvios

• Atrasos de fornecedores

• Lotes rejeitados e devolvidos

O sistema máximo-mínimo considera o lote econômico de compras para definição das quantidades de compra e as mantém constantes.

O lote econômico de compras é a quantidade adequada de aquisição de um produto que estabelece um ponto de equilíbrio em seus custos. Ele pode ser obtido utilizando a fórmula abaixo:

Sendo : LEC = Lote Econômico de Compras

D = Demanda de consumo

CP = Custo do Pedido

CA = Custo de Armazenagem

Para cálculo do custo do pedido são utilizados os valores das despesas de emissão dos pedidos do departamento de compras:

Como custo de armazenagem podem ser considerados os valores que incidem pela manutenção dos estoques. Dessa forma, quanto maior os estoques e seus valores, maior será o custo de armazenagem. Ainda mais: deve-

emitidosPedidosdeTotalNumeroComprasdetoDepartamendoCustoCP ____

____=

A

P

CCDLEC ⋅⋅

=2

104

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se considerar o fator tempo, que é diretamente proporcional a esses custos.

O custo de armazenagem é composto por:

• o valor dos estoques

• edificações

• equipamentos

• material

• pessoal

O custo de armazenagem está representado nas fórmulas abaixo:

(Para itens)

(Para estoques gerais)

Sendo: CA – Custo de Armazenagem Q – Quantidade de estoque P – Valor considerado T – Período de estocagem DF – Despesas Gerais i – Taxa de juros

O sistema máximo e mínimo demonstra a variação dos estoques em função do tempo.

Para representar essa variação, utiliza-se de um gráfico onde a abcissa é o tempo e a ordenada é a quantidade de unidades em estoque. A esse gráfico dá-se o nome de dente de serra.O sistema máximo e mínimo define que deverão ser fornecidas as seguintes informações: o estoque mínimo que se deseja manter, o tempo de compra, o lote econômico a ser adquirido e a demanda do item. De posse desses valores pode-se considerar que o estoque máximo ocorrerá quando a compra é recebida na empresa. Em seguida, conforme o desenvolvimento da demanda, as aquisições dar-se-ão no momento de reposição, respeitando assim o tempo de entrega do item.

iTPQCA ⋅⋅⋅⎟⎠⎞

⎜⎝⎛=

2

iTDPQC FA ⋅⋅⎭⎬⎫

⎩⎨⎧

+⎥⎦

⎤⎢⎣

⎡⋅⎟⎠⎞

⎜⎝⎛=

2

105

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Fig. 8 - Demanda com ponto de pedido – Sistema máximo e mínimo

No gráfico acima, que corresponde ao consumo anual de um item, o estoque inicia com 140 unidades, mais um estoque mínimo de 20 unidades, tem um consumo constante de 140 unidades em 6 meses, e a reposição é efetuada exatamente quando o estoque chega a zero em junho.

Tanto o consumo quanto a reposição aparecem constantes nesse método.

Quando a necessidade permanece após o estoque zero, diz-se que a curva de serra está com ruptura. Para que o sistema ajuste essas variações de demanda, define-se a criação de um estoque chamado estoque mínimo de 20 peças, que conceitualmente deve cobrir essas variações.No gráfico, é estabelecido um estoque mínimo com o objetivo de ajustar as possíveis variações de demanda, porém pode-se também ter um atraso do fornecedor para trazer as encomendas, demonstrando a importância do tempo de espera no sistema.

Considera-se que o tempo de espera seja constituído de:

• tempo de emissão do pedido

• tempo de preparação do pedido (produção dofornecedor)

• transporte

Definido o tempo de espera, calcula-se o ponto em que se deve fazer a encomenda.Logo, pode-se dizer que no sistema máximo e mínimo permanecem constantes:

• Demanda (Consumo) D

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• Tempo de Encomenda TEA quantidade deencomenda Q (que também é entregue de uma sóvez)

Em resultado pode-se dizer então:

Estoque Máximo > EMAX = EMIN + Q ou Q = EMAX – EMIN

Estoque Mínimo > EMIN = Definido pelo usuário

Estoque Médio > EMED = EMIN + Q/2

Ponto de Encomenda > PE = EMIN + (TE x D)

Número de Pedidos > N = D/Q

Intervalo entre Pedidos > IP = Q/DEstoque Mínimo

O estoque mínimo, estoque reserva ou estoque de segurança, é uma quantidade mínima de unidades que se coloca no estoque para cobrir possíveis variações no sistema de materiais, e está diretamente ligado ao grau de imobilização da empresa.

Como variações ou faltas podem ser considerados:

• oscilação de consumo

• oscilação na época de aquisição

• variação de qualidade ou rejeição de compras

• diferenças de inventárioO número de estoque mínimorepresenta o risco que a companhia está disposta a assumir com relação à ocorrência de falta de estoque. Há basicamente três métodos de cálculo do estoque mínimo:

• Método do grau de risco

• Método com variação de consumo e tempo decompra

• Método com grau de atendimento definido

Método do grau de risco

Esse modelo utiliza um fator de risco dado em porcentagem que é definido pelo gestor em função da sua sensibilidade de mercado e informações que colhe.

Sendo: E = Estoque mínimo C = Consumo médio

k = índice de atendimento esperado

kCE ⋅=

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Tabela 1

Método da variação de consumo e tempo de compra

Esse modelo é utilizado quando as variações de demanda forem maiores que os dados definidos, ou seja, quando houver atrasos na entrega do pedido e/ou aumento de vendas.

Sendo: E = Estoque mínimo Cm = Consumo médio

Cn = Consumo previsto Ptr = Porcentagem de atraso

Método com grau de atendimento definido

Esse modelo é utilizado quando as variações de demanda não são consideradas em sua totalidade, isto é, sempre ter estoques para as demandas, mas por um grau ou porcentual estabelecido pela empresa como índice de serviço ou índice de atendimento.

Os passos para o cálculo desses estoques são os seguintes:

1 Calcular o consumo médio (ou demanda média) Cm

PtrCmCnCmE ⋅+−= )(

∑= nCCm /

Para definição do k, é utilizada a tabela de Student.

108

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2 Calcular o desvio padrão

3 Calcular o estoque mínimo

Sendo: E = Estoque mínimo

= Desvio padrão k = Índice de atendimento esperado

Cm = Consumo médio N = Número de períodos considerados C = Consumo de cada período

Sistema de revisões periódicas

Nesse sistema os tempos de reposição são constantes.

O estoque é revisado periodicamente em tempos preestabelecidos e que considerem o tempo de encomenda do item e a demanda do próximo período.

Considera-se também a existência de um estoque mínimo para prevenção de consumos acima do normal ou atrasos de entrega.

As revisões para reposição sempre considerarão os estoques existentes, o consumo no período e o tempo de reposição. Esse método, pela inconstância dos tempos de reposição, leva a riscos de aumento de custo de estocagem devido a pequenos períodos de revisão, ou a rupturas de estoque por motivo de uma periodicidade maior.

1

)(1

2

−=

∑=

n

CmCn

kE ⋅= δ

Abaixo, sugestão de exercícios para fixação do assunto:

Dados Emed = 1.200 u, Ponto de encomenda = 500 u, Tempo de espera = 2 semanas e Demanda = 200 u/semana, calcular o Emax, Lote de Compra, Intervalo entre pedidos e Emin.

R. 2.300, 2.200, 11 e 100

A Empresa Fabricadora de Peças S.A, obteve neste trimestre os seguintes volumes de vendas de sua bomba injetora XZ: Janeiro – 2.500, Fevereiro – 2.200, Março – 2.650. Calcular o estoque mínimo com 90% de grau de atendimento.

R. 293

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Para minimizar esses problemas as revisões devem ser estabelecidas por item de material e não por família.

Planejamento de necessidades de materiais (MRP-Material Requirements Planning)

Esse sistema permite elaborar um programa de produção de itens e conjuntos acabados.

É um sistema que simplifica a gestão de estoques otimizando os recursos disponíveis na empresa e visa estabelecer as quantidades a comprar e produzir possibilitando eliminar os estoques de matérias-primas.

É desenvolvido para evitar paradas de produção por desabastecimento, estabelece um plano de prioridades e, baseado nos tempos de operação e nos lead-times, calcula os prazos para que se utilize cada um deles.

Para seu funcionamento, o MRP necessita de elementos que componham suas informações de planejamento e de disponibilidades para gerar o plano adequado de produção e aquisição de materiais.

• Programa mestre de produção

• Lista de materiais

• Codificação de materiais

• Lead-time dos processos

Conforme se sabe, o MRP utiliza basicamente a estrutura dos produtos para estabelecer a necessidade dos componentes do produto a fim de atender à demanda total prevista por vendas.

Fig. 9 - Revisão periódica.

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Introdução aos transportes Conforme Ballou (2001), o transporte é o elemento mais importante dentro dos custos logísticos para a maioria das empresas, pois absorve de um a dois terços do total dos custos. O desenvolvimento dos grandes centros populacionais necessita de produtos e exige um bom abastecimento que se torna cada vez mais complexo e custoso em termos de transporte. Dessa forma, quanto mais eficiente e barato for o sistema de transporte, a aquisição de produtos por parte dos consumidores será mais acessível. Esse diferencial alavanca a demanda de vendas, um aumento da concorrência, eleva as economias de escala de produção e reduz os preços das mercadorias; esse movimento, em resultado, aumenta a margem de contribuição dos produtos.

Se o sistema de transporte for precário, a distribuição restringir-se-á a espaços próximos ao local de produção, e somente com custos de produção muito reduzidos é que se pode compensar esse desequilíbrio. Esse processo tende a prejudicar o volume de produção e a qualidade final dos produtos.

Atualmente, a utilização de tecnologias tem dado aos transportes características de visibilidade imediata em suas fases de operação, tais como emissão das ordens de embarque, planejamento da carga, separação, embarque e trânsito, seqüência de entregas e emissão de toda documentação pertinente ao transporte efetuado.

Conforme Bowersox (2002), toda essa estrutura atual faz com que a entrega correta de produtos reduza os

40 min

Passo 1 / Aula teórica

Nessa aula o grupo deverá ser iniciado nas atividades de transportes. Serão introduzidos os conceitos de transporte, suas características principais e posteriormente sua funcionalidade, abrangendo suas estruturas e detalhes de funcionamento.

Sexta Aula

Os jovens deverão realizar visita no controle de estoques da empresa e observar como são realizados os controles de estoque dos itens, procurando consolidar os sistemas que foram apresentados em aula. Cada jovem deverá selecionar ao menos cinco itens com diferentes sistemas de reposição. Da mesma forma, deverão obter na expedição de produtos acabados da empresa os sistemas de controle de estoques de produtos acabados, que deverá fornecer ao menos um item e sua política de estoques.

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inventários, a armazenagem, e o manuseio dos produtos e materiais. Esse fato coloca o foco das operações exclusivamente nas operações de trânsito que são efetivamente o fluxo principal da distribuição.

Funcionalidades do transporte

Conforme Bowersox (2002), as empresas de transportes oferecem dois tipos de serviços principais: movimentação de produtos e armazenamento de produtos.

O simples transporte de mercadorias corresponde à movimentação de produtos sobre a lente dos transportes.

A cadeia de abastecimento necessita dos transportes para possibilitar o deslocamento de mercadorias e produtos de um ponto do canal de distribuição a outro. Essa movimentação pode ocorrer tanto para frente da cadeia como para o reverso dela. O processo de ir e vir de mercadorias obviamente agrega custos seqüenciais aos produtos transportados, porém os processos de produção e distribuição determinam esses fluxos, e deve o gestor procurar reduzir esses impactos financeirosdurante todo andamento da cadeia.

Pode-se considerar que as logísticas denominadas entrada (in-bound) e saída (out-bound) são responsáveis pelo bom desempenho da cadeia de suprimentos. Posto que a logística de entrada é responsável pelo abastecimento de matérias-primas, produtos semi-acabados e recursos para o fluxo de produção, o deslocamento de mercadorias e os transportes internos são seus componentes vitais. Esses movimentos devem ocorrer em conjunto e harmonicamente procurando a melhor solução de deslocamento e presteza no abastecimento das linhas de processamento, montagem ou manufatura.

A logística de saída, por sua vez, cobre todo processo de transferência de mercadorias, produtos acabados ou semi-acabados para o ponto seguinte da cadeia de abastecimento, mesmo que se considere o mercado consumidor, isto é, o próprio cliente. Essa fase é fundamental aos transportes, pois é nela que se deverá atender às regras de entrega e abastecimento determinadas pelos clientes e consumidores. Desse transporte de ponta depende todo sucesso da cadeia. É óbvio que, a cada fase completada e transportada, os tempos (lead-time) de cada ponto devem ser observados, controlados e sempre otimizados para melhoria das funções das cadeias e atendimento a todo canal de distribuição, seja do ponto de vista dos fabricantes, intermediários ou consumidores finais. A administração e redução desses tempos são importantes, pois deve-se observar que durante esses percursos (trânsito) as mercadorias estarão indisponíveis para qualquer tipo de

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processamento ou mesmo para a venda, logo, estarão inacessíveis para os participantes do canal de distribuição, não somente como mercadorias em estoque, mas como mercadorias perdidas.

Outro fator que norteia os transportes, apesar de muitas vezes inadequado, é a armazenagem temporária que ocorre durante a movimentação de mercadorias. Os métodos de carregamento e consolidação das mercadorias são fatores importantes que determinam a qualidade do transporte. A estruturação da carga, sua amarração, consolidação e preservação durante os deslocamentos e estacionamentos são fatores tão importantes quanto o próprio deslocamento.

A qualidade da carga, respeitando as características dos produtos, seu manuseio, sua resistência aos métodos de lotação e amarração, deve ser observada tanto quanto os percursos, capacidades dos veículos vias e tempos de deslocamento. Nesse aspecto, a qualidade das embalagens e a experiência dos operadores são primordiais ao processo.

Essa armazenagem temporária, normalmente, é prejudicial à carga e gera custos significativos ao processo, sendo importante que as operações de carga e descarga sejam otimizadas para evitar custos de estadia desnecessários. De outra forma, em alguns casos, utilizar os veículos como estoques de espera é possível desde que seu custo de estadia seja mais interessante do que o tempo e o custo das operações de descarga, movimentação e armazenagem temporária que deveriam ocorrer antes da utilização dos produtos.

Outras funcionalidades dos transportes também estão relacionadas aos fatores de capacidade e de distância. No transporte o custo por unidade de peso diminui com o aumento da carga embarcada, isto é, um equipamento (caminhão, por exemplo) que leva meia capacidade tem seus custos de operação distribuídos sobre meia carga, o mesmo veículo totalmente carregado dilui os custos em uma carga completa, ou seja, o custo do transporte é inversamente proporcional à ocupação do veículo utilizado.

Esse conceito de ocupação e capacidade também deve ser considerado em termos de ocupação volumétrica mesmo sabendo que se pode ocupar todo o espaço do veículo com a carga, porém sem utilizar toda sua capacidade de peso.

Como custos de operação (ou fixos), consideram-se as despesas de programação e preparação da carga, equipamentos envolvidos, manobras em terminais, carga, descarga e operações de faturamento.

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Com relação às distâncias, é notório que também os custos de transporte são inversamente proporcionais às distâncias percorridas. Os custos por quilometragem serão melhores distribuídos quando a distância percorrida for maior, resultando em menor custo por quilômetro.

Em resumo, o objetivo final será sempre a escolha adequada de um sistema de transporte que permita uma otimização do tamanho das cargas e as distâncias a serem percorridas.

Solicite aos jovens que coletem dados dos embarques do último mês de faturamento e construam uma tabulação peso x volume x distância x valor, com o objetivo de definir índices de carregamento, custo por tonelada e custo por quilômetro.

Com essa atividade, eles poderão avaliar individualmente a melhor e a pior carga realizada durante o mês e dar subsídios ao setor de transportes da empresa para acompanhamento de seu desempenho.

Modais de transporte Os sistemas e condições de transporte disponíveis deverão ser sempre avaliados e conhecidos pelos responsáveis das operações.

Nenhuma operação logística é atendida apenas de uma determinada forma, mas sempre pela mais adequada. A constante avaliação dos modos de operação é fator

40min

Passo 1 / Aula teórica

10 min

Passo 2 / Atividade sugerida

Sétima Aula Nessa aula, continuando o assunto voltado aos transportes, serão apresentados os modais de transportes, seus princípios e funcionalidades.

Educador, solicite que o material lhe seja entregue na próxima aula.

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fundamental para manutenção de vantagens financeiras, de prazo e de operação. O gestor deverá sempre estar preocupado em reduzir os fatores principais do transporte que são custo, tempo e movimentação, sem abandonar o objetivo maior que é o atendimento ao cliente da forma, prazo e qualidade solicitados.

Para as operações há cinco modais de transporte:

• Aquaviário

• Ferroviário

• Rodoviário

• Aéreo

• Dutoviário

Considerando principalmente o tempo de trânsito, a escolha do modal será determinante, pois cada um deles tem sua característica e operação individual.

Pode-se ter um exemplo dessa característica considerando-se um trânsito de mercadorias de São Paulo até Recife: há no modal rodoviário 5 dias de trânsito, no ferroviário 18, e no aquaviário (cabotagem) 10 dias. Por essa razão, a decisão deverá considerar o tipo de serviço que se deseja prestar ao cliente, o tempo disponível para o trânsito, a condição de manuseio e movimentação do produto considerado e os custos que se deseja realizar.

O valor agregado dos produtos também deve ser observado, pois os de maior valor suportam modais mais caros e de maior velocidade enquanto os de menor valor solicitam modais mais baratos e de velocidade média ou lenta.

Conforme Bowersox (2002), a importância relativa de cada modal pode ser medida em termos de:

• quilometragem do sistema

• volume de tráfego

• receita e natureza da composição do tráfego

O transporte constitui o componente mais visível dos custos logísticos de uma empresa, chegando em alguns casos a até 60% de seu montante total. Na economia das nações, os gastos agregados com transporte chegam até a 10% do PIB. O transporte, além disso, é elemento fundamental para a dinâmica da distribuição física em diferentes cadeias de suprimento, possuindo forte interação com as políticas de estoque e os sistemas de processamento de pedidos.

Transporte de carga significa a atividade de circulação de mercadorias. A evolução da humanidade foi afetada

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profundamente pelo sistema de transportes que permitiu com o desenvolvimento de sua capacidade e tecnologia levar produtos e pessoas a todas as partes do mundo.

Transporte aquaviário

O transporte sobre águas é o mais antigo sistema de transporte utilizado pelo homem com exceção da tração animal. O transporte aquaviário (oceanos, rios e lagos) permite embarques de grandes volumes de mercadoria com muita segurança operacional e administrativa, pela característica de difícil acesso após o embarque e o baixo nível de perdas por acidentes que ocorrem. Devido a essa característica os custos de seguro são significativamente reduzidos.

Outro fator de grande importância é o custo reduzido dos fretes, posto que os volumes transportados são de grande monta e os equipamentos, navios, barcaças e balsas possuem grande capacidade de carga, o que faz reduzir o custo por tonelada transportada.

Obviamente existem fatores negativos, como a necessidade de transportes complementares de outro modal para que as mercadorias sejam transportadas da fábrica ou depósitos ao porto de embarque. Esse frete adicional muitas vezes deve ser avaliado em relação à matriz de transporte utilizada pelas empresas. Seus custos podem ser significativos em relação aos volumes que inviabilizam o transporte marítimo.

Na maioria das vezes, os valores dos fretes operam entre a oferta e a demanda, o que determina sua vantagem no transporte de granéis sólidos entre as fases de colheita e da distribuição internacional de mercadorias. O baixo custo de fretes, no entanto, tem desvantagem com relação ao tempo de trânsito do transporte aquaviário que é o mais lento de todos os modais.

Apesar dos fatores negativos que foram citados, a logística global opta pela sua utilização em virtude seu baixo custo, segurança e baixo nível de perdas mesmo que tenha necessidade de efetuar um investimento adicional em embalagens e unitizações devido à movimentação agressiva nas cargas e descargas.

O transporte aquaviário compreende:

• transportes marítimos, realizados em mares e oceanos

• transportes fluviais, realizados em rios

Educador, visite o site http://www.professordehistoria.com/transportes/ (acessado 22/05/07) e http://www.universojuridico.com.br/publicacoes/doutrinas/default.asp?action=doutrina&iddoutrina=1848#topo nos quais você terá condições de preparar textos para os jovens sobre a história dos transportes. Caso deseje, solicite a eles que realizem uma pesquisa sobre desenvolvimento dos transportes modal a modal.

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• transportes lacustres, realizados em lagos

O transporte aquaviário é o modal mais antigo de transporte. Seu desenvolvimento e evolução foram os maiores no século passado e é o principal fator de integração entre as nações que desenvolvem comércio globalizado. Por sua vez, o transporte aquaviário pode ser utilizado para destinar cargas e pessoas para todos os locais do mundo onde haja portos.

No transporte marítimo se desenvolvem dois tipos de transportes: a navegação de longo curso, que é a navegação nos mares e oceanos propriamente dita e a navegação de cabotagem que é a realizada entre portos de um mesmo país como uma navegação costeira.

Encontram-se navios de diferentes capacidades de transporte, tendo assim vários tipos de características e tamanhos, podendo carregar vários tipos de produtos, como carga geral, carga frigorificada, granéis líquidos ou sólidos, produtos químicos, etc.

Na navegação fluvial, o transporte se dá dentro do continente, pois é a navegação praticada em rios. Da mesma forma que o marítimo possui navios também destinados para vários tipos de carga, porém com características construtivas diferenciadas, pois o transporte é realizado em água doce que possui uma densidade diferente da salgada.

A navegação lacustre, é aquela que se desenvolve em lagos e permite a ligação de cidades a outras cidades lacustres do mesmo país ou mesmo de países vizinhos. Pode ser utilizada para qualquer tipo de carga, porém a dificuldade em manter seu perfil é a existência de poucos lagos que possuam uma estrutura relativamente adequada.

Os tipos de navios mais conhecidos são: navios de carga geral, porta-contêineres, Roll-on Roll-of, graneleiros e petroleiros que são utilizados no transporte marítimo. Nos transportes fluvial e lacustre, as embarcações são denominadas balsas, chatas, lash, rebocadores, etc.

Conforme a maioria dos transportes, o marítimo tem os custos de atracação-descarga, carregamento-desatracação e praticagem (serviço dos rebocadores) significativos em relação ao frete principal, razão pela qual existem critérios operacionais obrigatórios nessas operações, como prazo, disponibilidade de equipamentos, etc. Dessa maneira, deve-se operar com pequenas cargas nesse modal, somente com utilização de consolidações de cargas.

Contratação: Frete básico – T/m3, considerando o que for maior.

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Conhecimento de transporte – Bill of Lading (B/L)

Transporte ferroviário

O transporte ferroviário segue as características do aquaviário no que se refere ao transporte de grandes volumes, porém com menor capacidade de carga deslocada. Da mesma forma, os baixos custos de fretes acompanham sua característica.

Sua flexibilidade é baixa, considerando suas restrições quanto a rotas, pois a estrutura das redes não possibilita atendimento de pontos de distribuição como os outros modais. Essa característica o coloca como um modal interessante para transporte de grandes volumes como os granéis sólidos, líquidos e gases.

Da mesma forma que o aquaviário, o transporte entre os pontos de produção e as estações deverá ser feito com transportes adicionais, o que obriga aos usuários observarem sua matriz de distribuição para verificar se há vantagem comparativa em sua utilização.

Essa necessidade de transbordo faz desse modal também um gerador de operações agressivas e cria a necessidade de investimentos adicionais na qualidade da embalagem.

Um fator que é diferencial do aquaviário é o acesso à carga. A vulnerabilidade desse modal a roubos e desvios é perceptível, o que eleva os custos de seguro de transporte afetando os custos logísticos. Mais uma vez, deve-se avaliar a matriz total para verificar sua viabilidade nos processos de transporte.

Contudo, sua capacidade e segurança de movimentação que tendem a ser maiores que as do rodoviário, são fatores irrefutáveis principalmente no transporte de minérios. Outro fator compensatório é que é um modal imbatível para grandes distâncias em relação ao custo de fretes.

Nos transportes internacionais e ultimamente nos internos a utilização de contêineres tem reduzido substancialmente as operações e custos de embarque e desembarque de mercadorias o que apresenta mais um fator de competitividade a esse modal, considerando a redução de custo e tempo de operação que pode-se obter.

O principal problema que dificulta o desenvolvimento desse modal é o alto custo de investimento para construção de novas linhas e estruturas de arte (pontes, túneis, terminais, etc.), apesar de reduzido custo posterior de manutenção.

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A participação do transporte ferroviário no Brasil é reduzida, sendo a diferença de bitolas o maior entrave para sua integração.

O transporte ferroviário possui também a vantagem de poder estabelecer terminais dentro de empresas, simplificando e possibilitando a redução da necessidade de transportes rodoviários. Porém, como sua estrutura de implantação e sua manutenção são caras chega a ser inviabilizada a sua utilização.

Normalmente, as composições possuem uma máquina de tração (locomotivas) em sua maioria elétrica, que reboca vagões de carga. Os vagões, por sua vez, são de vários tipos como: vagões-tanques para transporte de líquidos; de carga/descarga lateral para carga geral, sacarias, blocos, barras, etc.; isotérmicos para produtos resfriados e perecíveis; inclináveis que facilitam a descarga e de plataforma plana que possibilitam o transporte de qualquer tipo de volume.

As operações de terminais (carga e descarga), nessa modalidade de transporte, também possuem alto valor, o que encarece e prejudica o desenvolvimento desse tipo de transporte.

Contratação: (R$/T) (R$/m3), volume ou peso multiplicado pelo valor do frete por km a cada rota preestabelecida.

Conhecimento de transporte – Conhecimento de Embarque Ferroviário (CEF). Atualmente nos transportes internacionais do Mercosul utiliza-se da Carta de Porte Internacional/Declaração de Trânsito Aduaneiro (TIF/DTA).

Transporte rodoviário

O transporte rodoviário é o modal mais utilizado na maioria dos países, sejam eles desenvolvidos ou não. A intensidade de sua utilização deve-se à possibilidade de acesso e flexibilidade que ele possui. Ele permite o chamado transporte porta a porta o que simplifica totalmente as operações e elimina os transbordos tão freqüentes nos modais aquaviários e ferroviários.

Mesmo em situações de inacessibilidade, é ainda possível transportar os veículos em trens e navios eliminando a necessidade de transbordos durante o percurso.

Outro fator de grande importância é sua característica em trabalhar com custos razoáveis o transporte de pequenas e médias cargas em distâncias também curtas e médias. Óbvio que o modal também trabalha em grandes distâncias, porém seu tempo de deslocamento e segurança nesse caso perde para os modais ferroviários

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e aquaviários. De qualquer forma, a eliminação do transbordo em suas operações simplifica sobremaneira seu desempenho.

O setor teve um forte desenvolvimento a partir dos anos 50 pela facilidade e baixo custo em construir sua infra-estrutura de trabalho. Por essa razão o perfil de transportes do Brasil é francamente rodoviário. Os acessos se tornam possíveis a qualquer local com baixos custos de operação tanto para grandes como para pequenos municípios do território nacional.

Em oposição aos outros modais, os custos fixos são baixos devido às características dos equipamentos e da mão-de-obra necessária para sua operação (um motorista), contudo, seu custo variável, proporcionalmente aos outros modais, é exorbitante. As operações de movimentação de cargas e de descargas são elevadas, obrigando os operadores de transporte a buscar soluções criativas no sentido de evitar suas ocorrências ou demoras, procurando liberar com maior rapidez os veículos de transporte de cargas de seus terminais e armazéns.

Um fator de grande importância do transporte rodoviário é sua disponibilidade. Excetuando períodos sazonais de certas regiões (colheitas, etc.), o transporte rodoviário está sempre em disponibilidade no mercado e a qualquer horário ou dia da semana que se necessite. Isso demonstra uma grande vantagem em relação aos outros modais, pois a estrutura de trabalho não requer datas e horários específicos para sua operação, isso gera maior disponibilidade aos usuários. Outro fator a ser considerado é a facilidade de aquisição e montagem de estrutura dos próprios usuários quando existe o interesse em controlar, eles mesmos, uma determinada rota ou distribuição específica, não utilizando serviços de terceiros.

Apesar de não ter uma grande capacidade em relação aos modais ferroviários e aquaviários, o transporte rodoviário embarca e movimenta a quase totalidade das cargas metropolitanas e interestaduais, pois elas são de peso médio (7 a 30 t) ou passíveis de vários embarques em vários caminhões com custos e serviços mais interessantes na logística integrada do que outros.

Com relação a embalagens, o transporte rodoviário exige as de médio custo construtivo, dependendo principalmente das operações de terminal dos sistemas de movimentação que são utilizados. Outro fator importante é o treinamento do pessoal de terminal, pois na maioria das vezes serão eles os responsáveis pelo manuseio das cargas bem como pela formatação nos veículos e sua amarração.

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Como já foi dito, o transporte rodoviário é o indicado para curtas e médias distâncias e para cargas de maior valor. Sua grande vantagem é que permite estabelecer roteiros flexíveis em relação aos outros modais e praticamente elimina a necessidade de transportes complementares. No Brasil, a maior parte do transporte realizado em território nacional é via terrestre por rodovias.

No Brasil seu desenvolvimento foi o mais incentivado devido ao custo de implantação estrutural e à rapidez em disponibilizar o transporte. Esse incentivo prejudicou substancialmente o desenvolvimento dos outros modais de transporte. Segundo dados do Ministério dos Transportes (95), com US$ 1 é possível transportar uma tonelada de carga por 536 km via hidrovia, 107,2 km na ferrovia e somente 24 km na rodovia. Mesmo com essa desvantagem esse desenvolvimento trouxe investimento na indústria automotiva e gerou um volume significativo de empregos.

Os tipos de veículos do transporte rodoviário mais utilizados são: caminhões leves, truck, carretas e furgões. As carretas possuem uma grande gama de tipos que são utilizados para cada tipo de mercadoria a transportar. Por exemplo, cegonheiras para o transporte de veículos, siders (laterais de lona com presilhas) para transporte de carga unitária (paletizado), baús, baús refrigerados para cargas frias, etc. Existem também veículos chamados de articulados especiais como o conjunto cavalo-semi-reboque-reboque que pode transportar produtos como cana de açúcar, contêineres, etc.

Conforme Handabaka (94:114), de 15 a 20% das despesas de transporte rodoviário correspondem às operações de carga e descarga em terminais e armazéns. Esses custos limitam o carregamento de certas cargas de pouco peso, que não compense o transporte principal.

O sistema de consolidação de cargas é utilizado largamente no transporte rodoviário, respeitando sempre uma seqüência de entrega e roteirização de distribuição.

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Contratação Frete básico – (R$/T) (R$/m3) volume ou peso multiplicado pelo valor do frete por km a cada rota preestabelecida.

Conhecimento de transporte – Conhecimento Rodoviário de Transporte (CRT). Atualmente nos transportes internacionais no Mercosul, utiliza-se o Manifesto Internacional de Carga e Documento de Trânsito Aduaneiro (MIC/DTA) que simplifica a transposição alfandegária entre países.

Transporte aéreo

Sem sombra de dúvidas que a maior vantagem do transporte aéreo se situa na rapidez de deslocamento. Por esse motivo é o mais indicado para cargas de alto valor e pouco peso. É indicado também para mercadorias urgentes como remédios, valores, publicações, etc.

Outros fatores que devem ser observados em relação a outros modais são sua eficiência e confiabilidade de horários e operação. Cargas que têm hora para chegar ao cliente devem ser embarcadas, se o peso permitir, no modal aéreo.

Da mesma forma que o aquaviário e o ferroviário, o transbordo torna-se inevitável para atender ao deslocamento entre o local de origem ou fábrica ao aeroporto. Esse fato prejudica a performance de custo desse modal, mas não determina a redução do seu desempenho.

As operações de manuseio são muito cuidadosas; por essa razão e por se tratar de pequenos volumes as embalagens podem ser mais frágeis e de menor custo.

Outro aspecto importante no transporte aéreo é sua cobertura à locais sem nenhum acesso por terra, litoral ou meio fluvial.

Fig. 10

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Uma das desvantagens desse modal é a capacidade de carga de seus equipamentos. Os aviões, por maior que sejam, não conseguem estabelecer uma concorrência com os demais modais em volume e peso. Por essa razão, o valor dos fretes é, proporcionalmente bem mais elevado que os outros modais, levando em consideração peso e volume da carga. Os custos fixos são relativamente altos considerando a estrutura e a qualidade da mão–de-obra necessárias para sua operação. Porém, mesmo observando o efeito redutor dos custos variáveis por distância percorrida, os fretes cobrados por esse modal são diferenciais.

Esse modal de transporte é realizado pelas empresas de navegação aérea por aeronaves de vários tipos e tamanhos, nacional e internacionalmente. Apesar de poder ser utilizado para muitos tipos de carga, sua limitação de peso e sua cubicagem proíbem certos tipos de mercadorias.

Como nos modais marítimo e rodoviário, as operações de aterrizagem e decolagem e carga e descarga têm um efeito significativo nas operações aéreas, o que está obrigando as empresas a procurarem desenvolver aeronaves de grande porte para cargas, reduzindo assim os custos com o aumento do volume levado ao ar.

Mesmo assim, nenhum modal substitui a rapidez que se obtém no transporte aéreo, o que permite o trânsito de mercadorias de alto valor e de baixo volume com rapidez e segurança.

Historicamente, os sistemas de consolidação de carga iniciaram no transporte aéreo com o advento da IATA (Internacional Air Transport Association) de amplitude mundial, que autoriza e define políticas de fretamento e responsabilidades nessas operações em conjunto com a legislação de cada país, o que possibilita um aproveitamento maior das aeronaves e uma maior rendabilidade.

Contratação (R$/T), desde que o peso cubado (volume da carga/0,006) seja menor que o peso da mercadoria. Caso contrário, será cobrado (R$/m3)

Conhecimento de transporte – AWB (Airway Bill). Nos casos de consolidação de carga serão emitidos os MHWB (Máster) e os HAWB (House) que são os correspondentes a cada fração de carga.

Transporte dutoviário

Dutovia é uma tubulação destinada a conduzir produtos ou materiais a grandes distâncias.

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Conforme Ballou (2001), os custos de uma dutovia equivalem aos de uma ferrovia. Suas características são de altíssimo preço de operação, considerando que a estrutura da tubulação, sua extensão, bombeamento e centrais de controle são de alta tecnologia e necessitam de pessoal especializado para sua operação. Dessa forma, ese modal somente se torna viável com a utilização plena de sua capacidade e com volumes elevados.

Principalmente instalado para o transporte de gases e líquidos, sua utilização é quase que restrita ao transporte de petróleo e gás natural, produtos de larga utilização. A maioria dos outros gases e produtos químicos é transportada em volumes menores e possui o perfil de ser atendida por outros modais após a adequação de seus equipamentos, por exemplo, caminhões, vagões-tanques e contêineres .

Deve-se considerar que esse modal tem pouca flexibilidade de movimento, levando em conta que os produtos se deslocam apenas onde a tubulação já está instalada, e qualquer desvio ou novo local a ser servido exigirá um razoável investimento em sua construção. Em resumo, os dutos possuem o mais alto custo fixo dos modais considerados e o menor custo variável.

O transporte dutoviário é realizado no interior de uma linha de tubos ou dutos, por pressão sobre o produto a ser transportado ou por arraste desse produto por meio de um elemento transportador. Assim, toda dutovia deve ser constituída de três elementos essenciais: os terminais, com os equipamentos de propulsão dos produtos; os tubos e as juntas de união destes.

O transporte dutoviário pode ser dividido em:

Oleodutos - Cujos produtos transportados são, em sua grande maioria: petróleo, óleo combustível, gasolina, diesel, GLP, querosene, nafta e outros.

Minerodutos - Cujos produtos transportados são: sal-gema, minério de ferro e concentrado fosfático.

Gasodutos - Cujo produto transportado é o gás natural.

Essa modalidade de transporte vem se revelando como uma das formas mais econômicas de transporte para grandes volumes, principalmente de óleo, gás natural e derivados, especialmente quando comparado aos meios rodoviário e ferroviário.

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Fig. 11

Fig. 12

Solicite aos jovens que escolham três tipos de carga em sua expedição, e que as comparem sendo transportadas por modais diferentes para verificar o mais adequado e barato.

10 min

Passo 2 / Atividade sugerida

Nessa aula, dando continuidade ao assunto voltado aos transportes, serão apresentadas a composição da estrutura de transportes e a intermodalidade.

Oitava Aula

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Intermodalidade e multimodalidade Quando chega o momento de se pensar em distribuição de mercadorias, a definição dos serviços de transporte se impõe. A distribuição racional de produtos está diretamente ligada ao modal ou modais escolhidos para essa atividade.

Transporte multimodal é quando se utiliza mais de um modal para concretizar a chegada da carga ao seu destino. Esse tipo de transporte pode ser realizado dentro das fronteiras do país ou mesmo internacionalmente. Ele se caracteriza pela utilização de vários modais, porém sob responsabilidade de um mesmo transportador, isto é, os documentos referentes ao transporte da carga serão fornecidos pela mesma transportadora, em qualquer tipo de transporte.

A intermodalidade, por sua vez, significa a utilização de vários modais no deslocamento da carga, no entanto a cada fase, ou a cada modal, deve-se obter o documento de responsabilidade. Logo, na multimodalidade, o transportador é responsável por todo o caminho da carga, enquanto na intermodalidade cada fase de transporte possui o seu responsável.

Ë fundamental que as empresas determinem sua matriz de transportes (COM) conceitos e fórmulas adequadas que definam seu perfil logístico e de transporte. As vantagens específicas que são encontradas em cada modal deverão ser avaliadas e comparadas para que se identifiquem as vantagens de cada modal e as operações que deverão ser realizadas.

Como resultado desses processos, pode-se ter uma malha de distribuição integrada que utilize diversos modais em suas atividades. Conforme Dias (1993), várias características são consideradas nessa estruturação:

• Características da carga

• Características dos serviços de transportes

• Fator tempo

• Fator manuseio

• Fator financeiro

• Viagens

• Administração

50 min

Passo 1 / Aula teórica

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Essas características e fatores devem ser coordenados e estruturados com comprometimento dos serviços oferecidos individualmente pelos transportadores participantes.

Uma das vantagens da intermodalidade e da multimodalidade se refere à possibilidade de utilizar cargas unitizadas e conteinerizadas entre os modais, possibilitando uma redução significativa nas operações de transbordo.

Como o responsável pelo total do transporte da carga é o mesmo transportador, conseqüentemente os valores de frete poderão ser minimizados bem como o fator seguro da carga e sua possibilidade de entrega mais rápida. Esse transportador responsável denomina-se Operador de Transporte Multimodal (OTM).

Infra-estrutura de transportes

O Ministério dos Transportes define as políticas nacionais dos transportes ferroviário, rodoviário, aquaviário, marinha mercante, portos, vias navegáveis e participa na coordenação dos transportes aeroviários.

O Ministério possui as seguintes competências:

• A formulação, coordenação e supervisão das políticas.

• A participação no planejamento estratégico, oestabelecimento de diretrizes para sua implementaçãoe a definição das prioridades dos programas deinvestimentos.

• A aprovação dos planos de outorgas.

• O estabelecimento de diretrizes para a representaçãodo Brasil nos organismos internacionais e emconvenções, acordos e tratados referentes aos meiosde transportes.

• A formulação e supervisão da execução da políticareferente ao Fundo de Marinha Mercante destinado àrenovação, recuperação e ampliação da frotamercante nacional, em articulação com os Ministériosda Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior e do Planejamento, Orçamento eGestão.

• O estabelecimento de diretrizes para afretamento deembarcações estrangeiras por empresas brasileiras denavegação e para liberação do transporte de cargasprescritas.

O Ministério dos Transportes atualmente possui como entidades vinculadas um departamento nacional o DNIT (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes) e duas agências, a ANTT (Agência Nacional

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de Transportes Terrestres) e a ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários).

• O DNIT é o órgão responsável pela política detransportes estabelecida pelo Governo Federal. Trata-se de uma autarquia vinculada ao Ministério dosTransportes com objetivo de desempenhar as funçõesrelativas à construção, manutenção e operação deinfra-estrutura dos segmentos do Sistema Federal deViação sob administração direta da União nos modaisrodoviário, ferroviário e aquaviário, com recursos daUnião para a execução dessas tarefas. No modalaquaviário deverá executar as obras de manutençãonas hidrovias, que englobam obras complementaresde ampliação, modernização, recuperação edragagens nos portos. No modal ferroviário federaldeverá construir linhas de contornos secundários, poistoda a malha está sob a administração da iniciativaprivada. No modal rodoviário, as rodovias federaispermanecem sob administração do DNIT, à exceçãode 4% da malha que foi concedida.

• A ANTT é uma autarquia integrante da AdministraçãoFederal indireta, com independência administrativa,autonomia financeira e funcional e mandato fixo deseus dirigentes. É vinculada ao Ministério dosTransportes, com a qualidade de órgão regulador daatividade de exploração da infra-estrutura ferroviária erodoviária federal e da atividade de prestação deserviços de transporte terrestre, podendo instalarunidades administrativas regionais. No modalferroviário fiscaliza e regula a exploração da infra-estrutura ferroviária, a prestação do serviço público detransporte ferroviário de cargas e a prestação doserviço público de transporte ferroviário depassageiros. No rodoviário fiscaliza e regula aexploração da infra-estrutura rodoviária, prestação doserviço público de transporte rodoviário de passageirose a prestação do serviço de transporte rodoviário decargas.

No modal dutoviário, deverá, em conjunto com asempresas responsáveis (por exemplo, Petrobrás)efetuar o cadastro de todas dutovias de âmbito federal.Na mutimodalidade, é responsável pela habilitação dosOTM (Operadores de Transporte Multimodal), quepossuem uma característica jurídica e funcionaldiferenciada dos demais operadores de transportes. AANTT também fiscaliza e regula a exploração determinais e vias que compõem a estrutura dostransportes terrestres federais.

• A ANTAQ é uma altarquia também integrante daAdministração Federal indireta com independência

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administrativa, autonomia financeira e funcional e mandato fixo de seus dirigentes. É vinculada ao Ministério dos Transportes com a finalidade de implementar as políticas do Ministério dos Transportes em sua esfera de atuação.

Agência exclusiva ao modal aquaviário, tem as funções de regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário, explorar a infra-estrutura portuária e aquaviária exercida por terceiros e harmonizar os interesses dos usuários com os das empresas concessionárias.

Em relação aos transportes aéreos, o Ministério dos Transportes tem participação cooperativa com o Ministério da Defesa e a Aeronáutica. Os órgãos que são responsáveis diretamente pelo modal são representados pela Infraero, DAC e ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).

O Ministério da Defesa é o responsável máximo pela navegação aérea no Brasil. Suas funções são orientar, coordenar e controlar as atividades da aviação civil, promover a segurança da navegação aérea, contribuir para formulação e condução da política aeroespacial nacional, estabelecer, equipar e operar, diretamente ou por concessões, a infra-estrutura aeroespacial, aeronáutica e aeroportuária. O Ministério da Defesa em seu setor aeronáutico também é responsável por manter operando o Correio Nacional.

• O CSAV (Conselho Superior de Aviação Civil) órgãoencarregado de aplicar a Política Nacional de AviaçãoCivil.

• ANAC (Agência Nacional da Aviação Civil),responsável pela regulamentação da aviação civil, dainfra-estrutura aéreo portuária e da regulamentaçãotécnica (produtos, aeronaves, habilitação de tripulantese fiscalização de segurança de vôo).

• DAC (Departamento de Aviação Civil), órgão queresponde ao Ministério da Defesa que é responsávelpelo controle da aviação nacional e internacional noBrasil. Regulamenta e instrui as normas nacionais einternacionais da aviação civil.Infraero (EmpresaBrasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), empresapública vinculada ao Ministério da Defesa eresponsável pela administração de aeroportos,unidades de apoio à navegação aérea e terminais delogística de carga. A Infraero também é responsávelpela armazenagem e paletização de cargas aéreas econstrução, manutenção e administração dosaeroportos e terminais de carga em todo o Brasil.

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Operacionalmente, os transportes possuem e operam com setores da iniciativa privada que podem basicamente ser classificados em:

Agentes e transportadores de carga

São considerados agentes e transportadores de carga empresas que possuem ou não equipamentos e oferecem serviços de transporte de cargas. Essas empresas cuidam dos processos administrativos da distribuição, das operações de carga e descarga, operando desde cargas fracionadas até consolidações objetivando complementação de cargas fechadas. Fornecendo serviços de coleta e entrega, as agências e transportadoras podem também prover serviços de despachantes internos e aduaneiros, de todas operações de terra, ar e hidrovias.

Esses agentes e transportadores se especializam não apenas em um ou mais modais, mas desenvolvem atividades em vários percursos, regiões ou rotas específicas reduzindo assim o valor dos fretes utilizados.

Transportadores autônomos O transportador autônomo é um profissional que possui seu equipamento de transporte e realiza fretes de curta distância em um determinado percurso ou região. Pela sua estrutura financeira não apenas trabalha para os embarcadores como também agrega seus serviços a agentes e grandes transportadores, oferecendo tarifas de valor altamente competitivo; no entanto, sua reação a problemas e outras ações é insuficiente.

Transportadora própria Muitas empresas avaliam sua estrutura de cargas e concluem que em seu perfil de transporte é financeiramente conveniente montar estrutura de transportadora controlada pela própria empresa.

Os empresários que assim decidem esperam ter uma razoável economia no processo, principalmente considerando que seu foco não é o transporte de cargas. A decisão não se baseia especificamente em fatores financeiros, mas em fatores operacionais e estratégicos como sugere Ballou (2001):

• Rapidez e confiabilidade nas entregas

• Equipamentos especiais geralmente não disponíveisno mercado

• Manuseios especiais que exijam especialização

• Disponibilidade a qualquer momento

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Operador logístico São empresas que fornecem serviços de logística integrada diferenciada dos operadores comuns, transportadoras, armazéns, empresas de mão-de-obra e de informática.

Esse operador realiza e atende a todas as necessidades logísticas dos embarcadores, gerenciando e executando todas ou parte das atividades nas várias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes. Basicamente fornecem atividades em Gestão de Transporte (consolidação de cargas, acompanhamento e monitoramento de entregas, conferências e rastreamento de cargas), Gestão de Armazenagem (recebimento e conferência, controle físico de estoques, inventários, movimentação, endereçamento e embalagens) e Gestão de Estoques (controle de saldos, empenhos, sistemas automatizados, picking, controle de qualidade e documentação de acompanhamento).

O setor de transportes é o que apresenta, atualmente, os maiores problemas de infra-estrutura. O crescimento das atividades previsto pelas autoridades será amplo, exigindo de todas as áreas e setores da estrutura governamental uma ação imediata para equacionar e solucionar os problemas.

No transporte rodoviário o mau estado de conservação das rodovias é de conhecimento de todos, inclusive das autoridades, porém o processo de normalização e investimento deverá ocorrer paulatinamente. Para melhoria geral deverão ser revistas as malhas de escoamento de produção e os acessos a portos e terminais portuários e ferroviários. O Brasil possui hoje perto de 1,6 milhões de km de estradas (Ministério dos Transportes) federais, porém as rodovias federais pavimentadas estão em torno de 56 mil km.

No transporte ferroviário, o ponto de maior dificuldade está na área dos investimentos. Apesar de o aumento na movimentação de cargas e de alguns avanços estruturais estar sendo operado por empresas privadas possui ainda sua extensão de malha limitada e precária . A dificuldade de desenvolvimento também se acentua pelo estado das vias permanentes, travessias de zonas povoadas e muitas transposições de linhas.

Comente com os jovens a situação atual da estrutura física do setor de transportes no Brasil. Abaixo, um resumo por modal. É aconselhável coletar mais informações se necessário via site do Ministério dos Transportes.

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No transporte aquaviário, mesmo diante dos avanços realizados, ainda persiste no sistema portuário um excessivo contingente de mão-de-obra que resulta em altas tarifas nas operações portuárias. Paralelamente, nos principais portos públicos, existem ainda elevados passivos trabalhistas resultantes das mudanças realizadas e um baixo nível de eficiência.

Os sindicatos de trabalhadores, na grande maioria dos portos, continuam inadequadamente responsáveis pela escalação da mão-de-obra avulsa.

A gestão dos portos deve ser alterada visando a princípios de eficiência para alcançar padrões internacionais de serviços.

O transporte de cabotagem deve ter sua disponibilidade aumentada no sentido de reduzir o perfil do transporte rodoviário de grandes distâncias desafogando o sistema rodoviário.

Decisões de transporte O transporte é a atividade de maior importância na logística, pois absorve de um a dois terços dos custos logísticos. É fundamental, pois nenhuma empresa pode produzir sem movimentação de suas matérias-primas ou de seus produtos acabados. Essa atividade adiciona

40 min

Passo 1 / Aula teórica

Educador, nessa aula serão focadas as atividades que se relacionam ao transporte rodoviário, pois se supõe que seja o modal mais provável utilizado pelas empresas na expedição de produtos. Caso haja operações multimodais ou intermodais em seqüência, podem ser introduzidas durante as exposições, pois a estrutura da apresentação abaixo não será desfigurada.

Nessa aula, dando continuidade ao tema transportes, serão tratadas as decisões de transporte de equipamentos para as operações de carga e descarga, bem como as análises de qualidade de frota de veículos disponível para essas operações.

Nona Aula

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valor de lugar à cadeia de distribuição, pois seus custos, refletem diretamente nos produtos. O gestor de logística é o responsável pela definição da forma e equipamentos utilizados nos processos de transporte de matérias-primas e produto acabado.

A centralização da gestão de transportes auxilia sobremaneira sua rentabilidade. Com a função de contratar serviços de transporte, incluindo a escolha do meio e da transportadora, de negociar tarifas, acompanhar e expedir, negociar reclamações, extravios e danos para todos os setores da empresa, o gestor de logística, deve procurar sinergia entre as operações que gerem ganhos financeiros.

Estratégica, a atividade de transporte é a mais transparente para os clientes, tanto em relação ao seu desempenho quanto aos seus custos. A função de transporte pode ser inclusa também no departamento de distribuição física, mas deve ser independente.

Conforme Bowersox (2002:304), o departamento de transporte das empresas é o responsável pelo controle das operações de transporte, consolidação de carga, negociação de tarifas, controle de cargas, auditorias, reclamações e da integração logística.

Essas funções normalmente exigem um razoável nível de informações sistêmicas, desde o recebimento das relações de embarque (packing-list) e a liberação dos documentos de despacho até as informações das características operacionais dos clientes, para que os volumes sejam preparados conforme determinação destes e entregues da forma exigida.

As informações de disponibilidade de transporte e das transportadoras autorizadas devem estar em poder dos operadores de carga mesmo que sejam resultantes de uma negociação imediata.

A característica dos veículos solicitados está diretamente ligada à preparação dos lotes de embarque. Estes por sua vez, bem como equipamentos a utilizar, a seqüência a realizar, as definições de rota e o controle das transportadoras são funções possíveis de desenvolver muitas vezes apenas após se ter conhecimento da disponibilidade de veículos, tipos, capacidades e sua confirmação de carregamento.

Programação de equipamentos

Equipamentos como paleteiras e empilhadeiras devem ser programados conforme o programa de embarque. A disponibilidade deles poderá definir a seqüência de embarques no sentido de evitar veículos aguardando em demasia nas filas de espera para carregamento.

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Paralelamente se espera que o departamento conserve tais equipamentos sempre em condição de utilização, mantendo sua escala de revisões e manutenções preventivas em ordem.

Muitas vezes esses equipamentos também participam das operações de colheita (picking) de produtos, o que exige uma coordenação adequada para evitar a falta deles em qualquer um desses processos, ocasionando sua ociosidade. Da mesma forma que devem ser programados o layout destinado à preparação de cargas e seu contínuo atendimento, os pontos de embarque e a disponibilidade de docas devem ser também considerados dentro de sua capacidade de operação e velocidade de embarque.

Carregamentos

A eficiência dos transportes tem efeito direto sobre o planejamento do carregamento. A seqüência de embarques deve considerar os pesos dos volumes que serão manuseados e embarcados bem como a seqüência de entrega no mercado. Normalmente os veículos efetuam seus embarques em seqüência inversa ao das entregas para permitir uma descarga mais rápida e com segurança, Obviamente nos casos de entrega direta ou única esse problema não necessita ser considerado.

Outro fator de rendimento e melhoria das operações que deve ser considerado é que essa mesma seqüência de embarque pode determinar a seqüência de separação de produtos e dos trabalhos nos depósitos. Como sistema de separação e planejamento de embarques, têm-se: separação das mercadorias antes da chegada do transporte, separação parcial das mercadorias antes da chegada do transporte e separação após a chegada do transporte. Cabe ao gestor verificar qual desses sistemas atende as características físicas e operacionais de sua empresa, e tomar providências com relação ao tempo de trânsito dos veículos dentro de sua empresa, evitando assim a geração de ociosidades na frota de veículos.

Em resumo, esse planejamento deve procurar manter todas as operações em andamento sem gargalos e prever todas as atividades exigidas, bem como manter os registros documentais e os controles de rastreabilidade necessários para cumprimento das responsabilidades jurídicas de qualidade.

Roteamento

Atualmente vários sistemas fornecem os roteiros de entrega após o fornecimento das informações de lotes e a localização dos clientes. Essa definição de roteamento permite otimizar tempos de entregas de cargas, fornecem a seqüência correta e as controla à medida que forem

Rastreabilidade Segundo os padrões internacionais (ISO 8402), é definida como a habilidade de descrever a história, aplicação, processos ou eventos e localização de um produto em uma determinada organização por meio de registros e identificação. De um modo mais simples, rastrear é manter os registros necessários para identificar e informar os dados relativos à origem e ao destino de um produto. Em outras palavras, rastrear é campear alguma coisa para saber o máximo sobre ela (o que é, deonde veio, como foi feita e pra onde foi) e assim tratar com segurança sobre o assunto sem medo de errar.

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realizadas e informadas. Posteriormente é possível gerar um relatório de desempenho de cada veículo ou processo de entrega.

Nessas programações e roteiros devem ser consideradas as exigências dos clientes como tempo de entrega, embalagem, local e serviços que deverão ser realizados desde o descarregamento até os preparativos especiais que podem ser solicitados ou negociados antecipadamente.

Outros fatores de suma importância nos processos de transporte são as entregas programadas. Esses lotes especialmente devem ter seu planejamento com o maior índice de alerta, pois é natural que sejam deixados para embarques posteriores devido ao prazo estabelecido. E isso, muitas vezes, causa o esquecimento do processo, decompõem-se os lotes de produtos já separados ou mesmo não se consegue realizar uma boa montagem de carga ou roteirização adequada no momento correto, resultando em falha e prejuízos nos planos e datas negociados.

Definição das transportadoras

Qualquer transportadora, em geral, não fica, em todo momento de sua estrutura, disponível a um cliente específico, bem como normalmente grande parte de sua frota própria está indisponível, realizando algum processo de entrega. Isso porque é de interesse do transportador manter seus veículos próprios em movimento para evitar perdas e ociosidades da sua frota.

Para cobrir essas falhas e não faltar aos contratos de atendimento aos clientes, são utilizados os serviços de transportadores autônomos que realizam o embarque e as entregas sob sua responsabilidade.

O importante nesses processos é que os valores de fretes sejam predeterminados para cada rota ou serviço de entrega e sejam de conhecimento dos transportadores. Isso evita que se tenha interrupção nos embarques sendo necessário aguardar negociações que não ficaram claras no momento da contratação. Da mesma forma, deve-se proceder com os reajustes de tarifas que normalmente são negociados.

Outros fatores que devem ser observados continuadamente pelo gestor são os movimentos e tendências do mercado de transportes no sentido de não permitir a ocorrência de colapsos ou falta de veículos para as necessidades da empresa.

Controle e avaliação de transportadores Na logística, as funções mais valorizadas são as de controle, registros e avaliação de desempenho de cada

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ponto da cadeia de transporte. Os cartões de registro de cada ponto, o fluxo de embarque, informando suas datas e horários programados, bem como as datas e horas realizadas, os registros atuais em sistema automatizados e softwares de primeira linha de administração de armazéns e a necessidade de medir o desempenho de cada transportador em suas tarefas, são de suma importância para o acompanhamento dos índices de desempenho de toda área de supply chain .

É importante considerar que essa fase de entregas é o momento final do atendimento e suas interfaces são tantas que sua falha pode pôr a perder todos os esforços realizados pela cadeia de abastecimento, que antecederam essas operações.

Com os resultados desses registros, deve-se desenvolver um processo de avaliação contínuo de todas as atividades para que, ao detectar problemas e gargalos, o gestor da logística possa corrigir e eliminar esses problemas. Deve-se levar em conta os fatores importantes na escolha de transportadores, são eles:

• Tempo de operação no mercado

• Confiabilidade

• Capacidade da frota

• Acessibilidade

• Segurança e

• Preço

Apesar de se saber que o fator preço é crucial, os demais fatores são fundamentais para uma boa contração de um fornecedor de transportes.

Variáveis de qualidade no transporte Existem tópicos nas operações de transportes que devem ser observados para a manutenção de bons resultados logísticos, são eles:

• Grau de ocupação da frota – As cargas devemprocurar o melhor aproveitamento dos espaços e dascapacidades dos caminhões; afinal o objetivo dotransporte é o deslocamento da carga.

• Índice de avarias de carga – As entregas devem serrealizadas com a carga intacta e com embalagenssem deformações. Carregamento e descarregamentofáceis e rápidos.

• Disponibilidade de veículos – Sempre ter disponívelo veículo adequado no momento necessário.

• Regularidade de veículos – Os tempos decarregamento, de trânsito e de entrega devem ser

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constantes e dentro de um bom senso operacional (Lead-time)

• Rastreabilidade – Informação da localização dacarga e seu fluxo de entrega.

• Segurança contra roubo, desvios e acidentes notrânsito.

Solicite aos jovens que apresentem suas considerações sobre o assunto apresentado e dêem suas opiniões sobre os processos de transporte, tipos de veículos em trânsito e formas de carregamentos de sua empresa. Posteriormente, proponha um trabalho em grupo para verificar os pontos comentados, os problemas, e o que é posto em prática pelas empresas.

Serviço ao cliente Conforme Ballou (apudHesket, 2001), “logística de serviço ao cliente é a velocidade e a confiabilidade com a qual os itens dos pedidos (dos clientes) podem se tornar disponíveis...”. Pode-se considerar que, apesar de logística se constituir em uma parte do total dos serviços que são oferecidos pela empresa ao mercado, o seu valor se impõe para completar o processo de atendimento ao cliente dentro de uma base de eficiência

40 min

Passo 1 / Aula teórica

10 min

Passo 2 / Exercícios

O objetivo dessa aula é conceituar o serviço de atendimento ao cliente. Os jovens deverão estabelecer uma relação entre logística e atendimento aos clientes, verificar como refletem nas empresas os casos de inadequação ou falha dos sistemas operacionais e sistema logístico, e, por fim, conhecer a influência das políticas de estoque e o desempenho logístico de atendimento à cadeia de abastecimento.

Décima Aula

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e de custo para que as demais seqüências não sejam prejudicadas ou fiquem sem finalidade. Um programa de serviço aos clientes deve por sua vez, e de início, demonstrar mais eficiência e priorizar as necessidades e desejos dos clientes melhor do que seus concorrentes. Conforme Bowersox (2002), a visão do cliente será exclusivamente operacional e com foco nos resultados que atenderam aos seus desejos, e não lhe será transparente toda estrutura do programa de atendimento que a empresa implantou, mas sim o atendimento aos "Oito direitos certos" (“8 c”) dos clientes. • Quantidade certa

• Produto certo

• Hora certo

• Lugar certo

• Qualidade certa

• Custo certo

• Método certo

• Aparência certaContudo, para as empresas, devem ser considerados o custo incidente desse programa de atendimento, seus padrões e avaliações no sentido de definir políticas de aplicação ou a dimensão dos investimentos que serão ou não aplicados no processo.

Para a logística, a satisfação do cliente é resultado de todas as atividades e ações do processo da cadeia de abastecimento. Essas atividades são definidas pelo nível de atendimento que se deseja oferecer aos clientes. Por esse motivo, o custo para atingir o nível desejado deve estar consolidado em relação à margem de contribuição esperada pelas empresas.

De qualquer forma, a logística de distribuição física, que é também um componente de marketing, possibilita à empresa obter uma vantagem diferencial no mercado, o que irá também reverter em criação de demanda e lealdade dos clientes.

A participação da logística nos resultados de vendas é evidente e direta. Sabe-se que a qualquer problema ou dificuldade em entregas, ou outro serviço logístico não realizado ou falho, a reação dos vendedores é imediata argüindo seu possível prejuízo ou a perda do cliente. Da mesma forma, os clientes cobram as falhas dos serviços logísticos impondo multas e penalidades ao fornecedor, o que impacta em seus resultados finais. Estas razões

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fazem com que devam ser bem avaliados os investimentos nos níveis de serviço e padrões de atendimento no sentido de fornecer um programa de serviços adequado ao mercado sem grandes impactos nos resultados financeiros.

O gestor de logística pode entender que as atividades de serviço a clientes sejam de responsabilidade de marketing ou vendas, no que estará totalmente equivocado. No departamento de vendas podem-se obter informações dos pontos considerados importantes pelos compradores, e verificar que são mais importantes que determinados aspectos financeiros e de produção. Não obstante esse fato, muitos clientes já apresentam quadros de desempenho de seus fornecedores no sentido de classificá-los em relação aos serviços logísticos fornecidos.

Abaixo quadro demonstrativo da participação de fatores logísticos em uma estatística de reclamações de serviços a clientes.

Conforme Bowersox (2002), os atributos fundamentais dos serviços de atendimento a clientes são:

• disponibilidade;

• desempenho operacional;

• confiabilidade do serviço.

Fig. 13

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Disponibilidade

A disponibilidade de estoque para atendimento imediato aos pedidos de compra que sejam colocados está diretamente ligada à política de manutenção de estoques das empresas. Sabe-se que a manutenção de estoques sem um adequado planejamento incide em custos indevidos estacionados nos armazéns. Dessa forma, as políticas de produção e de estoques devem ser baseadas nas demandas, porém com fatores de correção no sentido de absorver essas prováveis variações de vendas. Deve-se também definir políticas diferenciadas de estoques para regiões, clientes ou épocas diferenciadas. Somente em algumas ocasiões ou para determinados produtos poder-se-á considerar a formação de estoques calculados, automaticamente chamados de segurança. Dessa forma, não podem ser considerados os incrementos por métodos matemáticos e estatísticos, porém, por análise do comportamento de cada item e região no sentido de estabelecer os valores adequadamente, evitando formação de estoques excessivos.

Sistemas rigorosos de cálculos de estoque não podem ser utilizados para cálculos de médias de demanda, mas sim três fatores de medida de desempenho: a falta de estoque, o nível de atendimento e os pedidos atendidos parcialmente.

Falta de estoque

Esse fator de medida apresenta uma estatística de quantas vezes um pedido foi cancelado ou liberado incompleto por falta de estoque disponível naquele momento. Mesmo que a empresa seja ágil e acione seu setor de produção para completar a remessa com rapidez, a falta de estoque ocorreu e deve ser considerada nas estatísticas do gestor.

Nível de atendimento

O nível de atendimento, no sentido de medida de desempenho neste caso, não deve ser confundido com nível de serviço. Para o acompanhamento do nível de atendimento, considerando o volume de pedido do cliente e o estoque disponível, o diferencial entre eles deve ser considerado em porcentagem para ter-se efetivamente a taxa de atendimento. Esse procedimento permite a montagem de dois dados importantes: pode-se saber a grade de compra e os desvios por cliente ou porcentual necessário em unidades para incremento de estoque visando ao seu exclusivo atendimento. Outro valor que pode ser obtido é o porcentual de atendimento por item, o que permite verificar o incremento por item de produto para ser reforçado nos volumes de estoque.

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Outro fator que importa ao nível de atendimento é a relevância do item para o cliente. Nesse ponto é necessário conhecer os processos e necessidades dos clientes, pois a falta de um item que não tenha movimentação significativa pode prejudicar totalmente seu processo produtivo ou comercial.

Atendimento parcial de pedidos

O gestor deve considerar para efeito de desempenho apenas os pedidos atendidos de forma completa, pois o cliente entende isso como padrão normal e de desempenho aceitável.

Muitos clientes definem o cancelamento total de pedidos pelo simples fato de não haver disponibilidade para atender total ou parcialmente a um item de seu pedido. Outros cancelam o pedido e o repõem sem o item em questão, mantendo a informação em seu sistema da continuidade da falta. Esse procedimento em pouco tempo pode significar a eliminação do item de sua lista de produtos.

O atendimento parcial de pedidos afeta não apenas o serviço ao cliente como exige ajustes dos programas de produção e de compras no sentido de elevar os volumes planejados de produção.

Outro aspecto é o de custos logísticos, que o atendimento parcial em quase a totalidade das vendas exige uma reentrega, o que eleva os valores gastos com fretes sem a possibilidade de absorção dos valores praticados na primeira entrega.

Com a contínua análise dos fatores de desempenho observados, ter-se-à referências mais seguras das variações e incrementos que deverão ser considerados no atendimento às demandas de vendas bem como nos planejamentos de produção.

Desempenho operacional

O desempenho operacional se refere aos resultados e efeitos das operações logísticas.

O efeito das operações logísticas é sentido nos transportes de suprimentos e compras, nos transportes e movimentos internos e no transporte de distribuição.

Os fatores importantes a serem considerados nessas operações se referem à velocidade de atendimento, consistência, flexibilidade e reação a falhas.

A velocidade de atendimento está literalmente ligada ao fluxo de atendimento do pedido, ou o chamado “ciclo do pedido”. Esse ciclo é considerado como tendo seu início no momento em que o cliente coloca o pedido ao

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fornecedor, até o recebimento dos produtos em seu destino especificado.

Esse ciclo é composto por todos os eventos e processos que normalmente ocorrem para um atendimento de pedidos da empresa. O tempo de processamento do pedido, liberação financeira, atendimento pelos estoques, processamento operacional dos pedidos, programação de entrega, transporte até a entrega propriamente dita são os aspectos considerados.

Fig. 14

A consistência se refere à manutenção desses tempos estabelecidos no ciclo de pedidos para todos os pedidos recebidos na empresa. A eficiência das operações é perfeitamente verificada quando se acompanham os prazos de cada passo de atendimento do pedido, e sua manutenção dentro dos parâmetros estabelecidos espelha a consistência das atividades de serviço ao cliente e principalmente o serviço logístico.

Complementando o fator desempenho operacional, deve-se considerar a flexibilidade das operações que traduz a capacidade de um fornecedor atender a situações especiais e inesperadas de seus clientes sem perda das outras qualidades de atendimento. Nesse último caso os problemas consistem basicamente nas operações logísticas e principalmente nas ocorrências relativas aos transportes.

Confiabilidade de serviço

O nível de confiabilidade deve ser avaliado pela manutenção de todos os fatores já descritos e principalmente pela manutenção dos padrões prometidos e acordados com os clientes. Nesse ponto a atenção e o cumprimento dos “Oito C” (certos) são fundamentais, pois o cliente não aceita surpresas em seus processos deaquisição. Esse fator também está consistentemente relacionado ao sistema de informações e comunicação de dados aos clientes para que eles possam acompanhar

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passo a passo as atividades logísticas de seus fornecedores. O importante na logística é fazer tudo corretamente e na primeira vez.

Pedir aos jovens que formem grupos para avaliar se existem movimentos na empresa no sentido de atender aos fatores comentados na aula.

Solicitar que construam o “Ciclo dos Pedidos” da empresa para que eles percebam os problemas que ocorrem nos processos de atendimento aos clientes, principalmente no que se refere aos desempenhos logísticos.

Percepção do cliente Um dos principais fatores dos serviços aos clientes na logística é a possibilidade de obter o conhecimento do que efetivamente eles esperam dos serviços logísticos para que se possa então construir uma plataforma de atendimento.

O que os clientes esperam? Quais são as suas expectativas? Por que algumas companhias são conhecidas por oferecer qualidade de atendimento aos clientes e outras não? São questões que o gestor deve

20 min

Passo 1 / Aula teórica

10 min

Passo 2 / Atividade sugerida

Nessa aula, os jovens deverão compreender o que são os níveis de satisfação e percepção dos clientes, assim como reconhecer e administrar a construção de expectativas das atividades de serviço logístico e as diferenças entre expectativa, satisfação e felicidade.

Décima Primeira Aula

Educador, estabeleça um prazo, extra-aula, para que eles completem um relatório após pesquisa nos departamentos da empresa.

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fazer continuamente para que tenha perspectiva dos objetivos desses serviços.

Para que se possa construir uma idéia de como satisfazer os clientes, é necessário observar diversos pontos, principalmente como essas expectativas se formam e como entender os padrões de cada cliente considerando que ele não personificará apenas a expectativa de uma pessoa, mas sim de um grupo que deverá valorizar pontos diferenciais entre si. Alguns acharão mais importante a embalagem e a qualidade do produto, outros os serviços de entrega e outros poderão achar importante o atendimento de todos os itens do pedido ou oatendimento ao prazo de entrega.

São diversos fatores que o gestor deverá considerar para encontrar o perfil adequado do cliente e buscar atendê-lo em sua expectativa ou excedê-la.

Conforme Ballou apud Juran (2002), “a qualidade do serviço é o desempenho que resulta na satisfação do cliente, ou liberação de deficiências, o que evita a insatisfação do cliente.” Isso quer dizer que a noção de qualidade do cliente normalmente se baseia em uma única transação acompanhada por algum observador.

Efetivamente, a sensação de qualidade se concentra naquilo que é valorizado pelo observador e em resultado ele for atendido. Efetivamente o conceito integral de qualidade de serviço deve ser avaliado por múltiplas transações e não algumas poucas e considerando o mesmo observador, desde que ele não seja decisivo na aprovação dessa qualidade.

Vários aspectos definem a expectativa do cliente em relação a serviços logísticos, podem-se citar:

• Confiabilidade

• Capacidade de resposta

• Acesso

• Comunicação

• Credibilidade

• Segurança

• Cortesia

• Competência

• Tangíveis (aparência física, uniformes, instalações,treinamento, etc.)

• Conhecimento do cliente (por parte do fornecedor)

As necessidades do cliente são os primeiros fatores de expectativa no relacionamento comercial.

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O cliente necessita de recursos que sejam atendidos por um determinado nível de serviço e isso normalmente é exposto nos primeiros contatos comerciais em forma de exigências ou em possíveis contatos operacionais adequadamente sugeridos. Esses fatores devem ser analisados, pois passam a ser o ponto de partida para estabelecer um sistema de atendimento.

Outro aspecto de construção de expectativas é o chamado procedimento do boca a boca. Esse processo, gerado pela comunicação de experiência, cria para os novos clientes a expectativa de serem atendidos com o mesmo nível de qualidade. Esse bechmarking pode ocorrer em reuniões de negócios, entidades ou associações em que os clientes possam se reunir e demonstrar seus níveis de insatisfações ou satisfações momentâneos. Obviamente os clientes satisfeitos com seus fornecedores comunicam sua existência e o nível de sensação que têm experimentado, o que leva o cliente atualmente insatisfeito a contatar com esses fornecedores com uma expectativa de obter o mesmo nível de serviço ventilado nos diálogos. Esse fator demonstra que a manutenção da qualidade desenvolvida em serviços na empresa deve ser perseguida, pois será ela poderá acionar a captação de novos clientes.

O aspecto mais importante relacionado à formação de expectativas, no entanto, vem do próprio fornecedor. Promessas e compromissos ajustados durante as negociações comerciais ou mesmo em mensagens promocionais e de marketing obrigam o gestor de logística a garantir os pontos de desempenho prometidos. Por essa razão, o nível de comprometimento efetivado nessa ocasião deve ser adequado e os profissionais de vendas devem respeitar os limites e possibilidades da área de logística ou mesmo da produção. Como se vê, a interação entre as áreas de logística e vendas deve ser estreita, pois ambos devem conhecer seus limites e padrões para evitar que se coloquem em situação de cobrança que poderá reverter o processo de expectativas x satisfações e destruir todo processo construído anteriormente.

Capacidade de prestação de serviço ao cliente

Conforme comentado, quando se tem conhecimento de um nível de serviço logístico sendo praticado por algum fornecedor a um seu cliente, o resultado imediato é esse mesmo nível de serviço ser exigido ou procurado por outros clientes. Devido ao constante aumento do nível de competição e à busca de vantagens competitivas, pode o cliente procurar fazer de sua logística o diferencial de mercado e obter resultados satisfatórios com isso. Imediatamente outros concorrentes deverão procurar o mesmo modelo com as mesmas expectativas de serviços

Benchmarking É um processo contínuo de comparação dos produtos, serviços e práticas empresariais entre os mais fortes concorrentes ou empresas reconhecidas como líderes. É um processo de pesquisa que permite realizar comparações de processos e práticas "companhia-a-companhia" para identificar o melhor do melhor e alcançar um nível de superioridade ou vantagem competitiva.

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e resultados obtidos pelo primeiro, o que não ocorre verdadeiramente.

Esse fator exige dos fornecedores a busca de uma melhoria contínua na prestação de serviço ao cliente que será limitada pela capacidade dos fornecedores em fornecer esse nível de atendimento.

A estrutura de atendimento é constituída de vários fatores, logo, apesar de em um aspecto alguns padrões prometidos de qualidade estarem sendo atendidos adequadamente, outros podem estar em seu limite de capacidade. Isso sem se considerar a evolução constante a que devem ser submetidos esses serviços, tanto para atender às novas expectativas como para perseguir o que já é oferecido ao mercado por outros fornecedores.

Então, no sentido de localizar essas novas exigências e manter o nível de qualidade supostamente adequado, deve-se, saber que a satisfação do cliente ultrapassa o desempenho operacional, tornando aspectos de relacionamento pessoal e interpessoal altamente importantes nesses processos.

De qualquer forma, é necessário considerar também que esse processo precisa ter limites. Deve-se considerar que os níveis de satisfação acompanham padrões estabelecidos e não necessariamente deixa o fornecedor feliz. O conceito de satisfação e felicidade possui um diferencial que pode ser considerado entre atender aos níveis de serviços ajustados e exigidos e o que o cliente gostaria que ocorresse. Essa não-felicidade pode e deixa aberta a possibilidade de afastamento do cliente não desenvolvendo fidelidade nas transações.

Fig. 15

Efetivamente, todo esforço em satisfazer o cliente deverá sempre estar na intenção demonstrada pelos parceiros em garantir o sucesso do cliente. Conforme Bowersox (2002), um programa de sucesso com clientes envolve o entendimento completo de suas necessidades individuais e o compromisso de se centrar em relacionamentos de

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negócio de longo prazo, com um potencial elevado para crescimento e lucratividade.

Um programa projetado para atender as expectativas do cliente e levá-lo ao sucesso deve considerar a abrangência da cadeia de abastecimento em que se situa, determinar um desenvolvimento de atividade logística em toda cadeia e considerar a satisfação de cada componente dela. Se essa for uma preocupação geral, o sucesso virá a todos.

Conforme Bowersox (2002), “garantir que o cliente seja bem-sucedido pode exigir que a empresa reinvente o modo como o produto é produzido, distribuído ao mercado, ou oferecido à venda.”

Fig. 16

Proponha aos jovens que desenvolvam, baseados em dados da empresa, um sistema de avaliação de satisfação dos clientes.

30 min

Passo 2 / Exercícios

Essa aula será uma continuidade do assunto voltado ao serviço do cliente, e serão vistos os diferenciais que devem ser ofertados, não só para atender às expectativas do cliente, mas também como forma de estruturar definitivamente um atendimento exclusivo e especial em benefício da comercialização dos produtos da empresa.

Décima Segunda Aula

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Serviços com valor agregado Na ausência ou pobreza de serviços entre o cliente e o fornecedor, as vendas serão sempre prejudicadas e não terão crescimento. A não-oferta de serviços entre o vendedor e o comprador não preenche os espaços de envolvimento comercial entre as empresas, pois elas tratarão de atender apenas à necessidade básica de produto.

A variação das vendas em relação ao fornecimento de serviços logísticos foi apresentada por Ballou (2002) em um gráfico resultante de várias pesquisas realizadas. Esse fator é preponderante para a efetivação dos nossos serviços no processo de melhoria das margens, pois não se deve aguardar a queda das demandas com ações experimentais de redução ou eliminação de serviços, mas sim possibilitar a sua manutenção.

No gráfico abaixo, representa-se a relação vendas/serviços logísticos e pode-se verificar a alteração do comportamento de vendas à medida que se introduz em serviços logísticos no processo.

Observa-se que as vendas crescem à medida que os serviços forem melhores do que os fornecidos pelos concorrentes. Supondo que os preços e a qualidade dos produtos da empresa e dos concorrentes sejam iguais, será necessário, para manter-se no mercado, ao menos o fornecimento dos mesmos serviços que o concorrente. Observa-se que a curva atinge seu limiar quando esse fato ocorre. Nesse ponto, melhorias adicionais nos serviços deveriam ser aplicadas e criado um diferencial competitivo por intermédio dos serviços de logística para se manter a curva de vendas em crescimento. Sabe-se que melhorias de serviços por parte dos fornecedores revertem em melhorias e ganhos aos compradores, logo qualquer incremento de serviços como fator diferencial alavanca o crescimento ou a manutenção das vendas, pois os compradores mantêm fidelidade aos fornecedores que oferecem melhores serviços. Da mesma forma, deve-se observar que, independentemente de manter melhorias contínuas em serviços logísticos para beneficiar vendas, pode-se, no entanto, por razões de produto, comerciais ou de desempenho ter as vendas em queda. Nesse caso, o gestor deverá tomar atitudes com relação ao programa de atendimento no sentido de revertê-lo, se necessário, para não se ter custeios desnecessários nos processos de produção e distribuição.

20 min

Passo 1 / Aula teórica

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As melhorias contínuas em serviços ao cliente podem efetivamente extrapolar até mesmo as atividades foco dos fornecedores. Várias ações diferenciadas de mercado são passíveis de ser incorporadas na matriz de serviços dos clientes.

Obviamente essa inclusão de soluções de alto valor agregado e serviços especiais tornam o serviço logístico personalizado e comprometido com o sucesso do cliente. Essas atividades após serem consolidadas no mercado não poderão ser suspensas, pois farão parte da estrutura dos produtos do cliente e de seu sucesso. Normalmente esses serviços de valor agregado correspondem a realizar coisas exclusivas para atender a clientes exclusivos.

Pacotes exclusivos de produtos, embalagens especiais, unidades de carga, unidades diferenciadas de vendas (conjuntos), e etiquetagem, serviços exclusivos de informação, inventários especiais são alguns dos serviços de valor agregado que podem ser fornecidos aos clientes.

Caso esse compromisso afete os processos e o foco das empresas fornecedoras, a conveniência de contratação de empresas especializadas para integrar o processo com gerenciamento do fornecedor ou não é adequada.

Essas empresas acabarão por integrar a cadeia de abastecimento gerando vantagens para todos participantes e para o cliente final. Transportadoras, empresas de armazenagem e de mão-de-obra de manuseio serão agregadas aos processos e desempenharão atividades que irão reunir valor aos serviços.

Fig. 17

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É conveniente lembrar que esses processos exigem um reforço nos estoques para suportar o tempo de preparo e manuseio dos materiais e as entregas em prazos específicos ao cliente. Como resultado haverá custos adicionais também de formação de estoque para manter os compromissos mínimos de disponibilidade.

Solicite aos jovens que verifiquem na linha de produtos da empresa quais as alterações que poderiam ser realizadas para agregar valor aos produtos e possibilitar a geração de benefícios aos clientes, alavancando as demandas de vendas da empresa.

Em seguida, peça que descrevam os processos e atividades, calculando os prováveis aumentos de custo que poderão ocorrer com essas propostas.

30 min

Passo 2 / Atividade prática

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Neste capítulo serão apresentados as estratégias de localização de armazéns suas funções e gerenciamento. Serão vistos também critérios de definição de layout e tecnologias usuais nas estocagens e movimentação de materiais e produtos.

Conhecer as estratégias de localização de armazéns;Conhecer os detalhes e aspectos do gerenciamento de armazéns;Entender e identificar as atividade e funções dos armazéns;Conhecer as características do manuseio de materiais;Conhecer e identificar os equipamentos de manuseio e movimentação demateriais;Avaliar e discutir as operações de um armazém em operação. Detalhes obtidoscomo resultado de visita técnica programada;Conhecer os conceitos que determinam um layout de armazém;Entrar em contato com os atuais recursos tecnológicos que são utilizados emarmazéns;Conhecer os meios de controlar a produtividade do armazém e seus pontos decontrole.

Objetivos

5 Equipamentos de Movimentação

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Estratégias de localização de armazéns Denominam-se armazéns o conjunto de espaços de áreas, cobertas ou não, destinadas ao recebimento, armazenamento e proteção de mercadorias de diferentes tipos, características e natureza, objetivando fornecer total segurança de guarda e movimentações realizadas por pessoas ou equipamentos.

De acordo com a finalidade das mercadorias estocadas pode-se definir os armazéns nos seguintes tipos:

Almoxarifados – São depósitos próprios, destinados a atender a guarda, ao controle e a movimentação interna de mercadorias da empresa. São utilizados na guarda de matérias-primas, peças sobressalentes, produtos em processo e ferramentas.

Armazéns – Áreas próprias ou públicas, alfândegadas ou não, destinadas à armazenagem de materiais para transformação futura e a produtos acabados da empresa que possibilitam a consolidação para despacho ao mercado, como a guarda por períodos longos de armazenagem.

Centros de distribuição – Destinados unicamente para armazenagem de produtos acabados da empresa e para realização das estratégias de distribuição ao mercado consumidor ou abastecimento de outros postos de distribuição.

Os diferentes tipos e natureza de cargas resultam em gerar uma diversidade de armazéns para atender a exigências específicas. Para buscar o equilíbrio entre custo e serviços ao cliente, que são as grandes funções resultantes da evolução da atividade comercial, os armazéns sofisticaram-se tecnologicamente, assumiram novas funções e passaram a ser um importante

40 min

Passo 1 / Aula teórica

Nessa aula serão apresentadas aos jovens as considerações para definição de um armazém de distribuição e quais as providências e os detalhes fundamentais que devem ser necessariamente observados durante o planejamento de construção. Deve-se demonstrar que existem estratégias para definir a utilização de armazéns na cadeia de distribuição da empresa.

Primeira Aula

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integrador da cadeia logística, quer na condição de centros de distribuição, quer na de almoxarifados ou terminais portuários.

Para estabelecer um armazém, inicialmente deve-se confirmar a sua necessidade. Essa decisão é resultante do planejamento e das estratégias de marketing. Esse tipo de investimento é substancialmente alto e, quando as empresas abdicarem dos armazéns de terceiros para estabelecerem armazéns próprios, as vantagens competitivas e as facilidades logísticas devem ser consideradas prioritariamente.

A definição do armazém não se restringe à sua localização física, pois em sua fase seguinte devem-se definir sua estrutura e sistemas de operação, pois não se pode esquecer a importância da preparação e atendimento dos pedidos.

As áreas utilizadas para a implantação de armazéns normalmente são escolhidas próximas de zonas comerciais e áreas industriais e do sistema viário de escoamento principal. Deve-se levar em conta a estrutura disponível no local da instalação como:

• disponibilidade de mão-de-obra;

• rota de veículos pesados para transportes de longadistância, e de veículos leves para distribuiçãourbana;

• desvios ferroviários, instalações de energia,comunicação, sistema viário e seus pontos de acesso

Fatores administrativos também devem ser considerados, bem como características geológicas do terreno e sua preparação, custos da construção, potencial de expansão, segurança disponível, impostos, seguros e incentivos fiscais.

Abaixo, um quadro que apresenta os pontos selecionados considerados importantes por fabricante, varejistas e distribuidores; cada um analisando o aspecto da importância do armazém para seu negócio.

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Fig. 1

O projeto do armazém deve considerar as características da movimentação que será realizada.

O projeto deve permitir não apenas um bom armazenamento como um eficiente fluxo de produtos dentro de suas instalações. Apesar de nem sempre ser possível, as atividades de movimentação devem ocorrer em apenas um nível do prédio: o térreo. O aproveitamento de área e do fator volumétrico deve ser perseguido.

Os centros de distribuição se localizam próximos dos clientes e de pontos de estocagem regionais e controle centralizado. Mesmo que estejam sistemicamente ligado à matriz, suas atividades devem ser independentes das demais unidades. Essa construção pressupõe transportes de grandes lotes das fábricas para esses locais e a partir desse ponto serão efetuadas as entregas ao mercado.

Os produtos a serem armazenados em seu interior devem ser agora analisados, assim como seus volumes, dimensões, giro, etc. (cada item deve ter seu peso relativo, cubagem e embalagens analisados anualmente.) Pedidos médios de cada item também são importantes no sentido de avaliar a estrutura de separação e despacho de mercadorias, o que resulta também na análise de equipamentos necessários para sua operação.

Esses dados avaliados servirão de base para definição do layout do armazém.

Um fator de grande importância na decisão de um armazém é a expectativa de crescimento. No planejamento dos armazéns devem-se levar em consideração os prováveis crescimentos de demanda dos

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itens, novos produtos e mudança dos sistemas operacionais.

Na fase de projeto aparece a análise dos níveis decisórios da empresa que tem o domínio do planejamento estratégico num horizonte de, pelo menos, cinco anos. A manutenção de áreas livres ao lado do edifício inicial é uma sábia providência para qualquer tipo de alteração imprevista que possa vir a ocorrer futuramente. Em média, os armazéns são operacionais em um prazo de 20 anos. Essas providências não devem afetar os fluxos de movimento definidos pelos gestores.

Dessa forma, deve-se reforçar que os armazéns têm por objetivo proteger os estoques e ter um fluxo eficiente de produtos. Devem possuir um sistema de manuseio de materiais estabelecido desde a fase de projeto que atenda às características dos produtos e absorva as futuras expansões conhecidas.

Basicamente a altura dos edifícios projetados alcança entre 7 e 12 metros de pé-direito e se deve prever áreas de apoio, pátios de manobra suficientes para a demanda e com áreas passíveis de expansão.

Um fator importante, e que deve ser avaliado de acordo com as características dos produtos, é verificar a possibilidade de utilização de armazéns de terceiros ou estabelecer uma parceria com operador logístico que assuma todos os passos da operação física de armazenagem e da estrutura de distribuição. Nesse caso, os investimentos serão reduzidos significativamente, ficando apenas a necessidade de montar estrutura de controle e acompanhamento do prestador de serviços, seus objetivos mercadológicos, integridade e custos de operação. A avaliação para terceirizar as operações de armazenagem necessita de maturidade, tanto da empresa como dos parceiros definidos, porque os custos iniciais sempre serão interessantes em relação a armazéns próprios.

Entretanto, todo estudo necessário para a construção de um armazém próprio será igualmente indispensável para que o prestador de serviços possa estruturar suas operações.

Outra possibilidade é a decisão de implementar um armazém próprio considerando os volumes médios de demanda e utilizar estruturas de terceiros nas sazonalidades de demanda. Abaixo, gráfico explicativo da situação.

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Fig. 2

Apresentar aos jovens casos reais de decisões de localização, por exemplo, indústrias de bebidas e vinho que possuem plantação, matérias-primas, fábricas e CDs em várias situações:

• indústria de alumínio, de leite, madeireiras, etc.

Um exemplo prático e interessante é a movimentação das confecções, considerando a origem dos tecidos, as indústrias confeccionistas e os centros de distribuição das marcas.

10 min

Passo 2 / Atividade sugerida

Nessa aula serão apresentados as ações e os métodos adequados para realizar um gerenciamento básico de armazéns. Os jovens deverão entrar em contato com o caráter mais operacional da atividade de armazenagem de produtos e com as providências e dados necessários para um bom gerenciamento.

Segunda Aula

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Gerenciamento de armazéns Após a definição física do armazém, como suas dimensões, planta, layout e necessidades de operação, adentrar-se-á na fase de definir sua gestão operacional. Por gestão operacional entende-se analisar suas capacidades, controlá-las, estabelecer princípios e rotinas de operação.

Um fator primordial para estabelecer suas operações é ter conhecimento da capacidade de carga dos pisos do armazém. É comum desconhecer-se esses princípios de projeto quando se assume um armazém. As pessoas envolvidas que participaram de seu planejamento e construção podem ou não ter tido o envolvimento adequado com a expectativa de operação, e não contaram com as variações de necessidades que ocorrem durante as rotinas das operações de armazenagem.

Dessa forma, deve-se ter conhecimento das resistências de piso disponíveis em todo o armazém. É bom lembrar que a resistência de piso pode não ser a mesma em toda a área do armazém, o que gera a necessidade de saber qual tipo de mercadoria deverá ser armazenado em cada local para evitar que se ultrapasse a resistência prevista pelo projeto ou mesmo para se destinar adequadamente as cargas a estocar.

Deve-se então ter conhecimento da resistência estrutural do piso que deverá ser considerada em toneladas por metro quadrado (t/m2). Outras condições que se deve verificar são: nivelamento com relação ao prumo, regularidade da pavimentação e condições do sistema de drenagem pluvial.

A capacidade estática de um armazém é de conhecimento obrigatório. Após considerar todo tipo de embalagem que será estocada e os níveis de estoque que deverão ser armazenados, a capacidade estática ou a capacidade total de armazenagem precisa ser conhecida para que se possa desenvolver seu gerenciamento em períodos de cheia e de alto estoque. Pode-se então dizer que é a capacidade nominal do armazém e é calculada multiplicando-se a área útil do armazém pela resistência do piso. Contudo, em detrimento das várias operações e procedimentos que possam ocorrer e mesmo da variedade de embalagens da empresa, essa capacidade deve sofrer alterações e seguir o bom senso e o conhecimento dos gestores na

40 min

Passo 1 / Aula teórica

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definição das capacidades máximas. Outro detalhe importante é que a concentração de carga em uma determinada área é diferente quando se alteram os produtos e embalagens que lá se armazenam.

Dessa forma, essa importante capacidade dependerá diretamente dos seguintes fatores:

• Área útil de armazenagem

• Altura de empilhamento

• Fator de estiva

Área útil de armazenagem

Chama-se de área útil de armazenagem o conjunto total de espaços destinados à armazenagem e não a área total do piso. As áreas que devem ser desconsideradas para esse cálculo são corredores, pilastras e colunas, escritórios, sanitários e refeitórios, espaços de segurança e áreas de movimentação de carga (recebimento, expedição, separação, pesagem e manuseio). Dessa forma, essas áreas para efeito de gestão de armazenagem são consideradas como não utilizáveis e deve-se procurar reduzi-las ao máximo possível sem afetar a facilidade de acesso. A média usual das áreas úteis de um armazém é considerada em torno de 70 % da área total do armazém.

Com relação aos pátios e áreas livres do terreno do armazém, devem ser considerados a segurança durante sua utilização e o efeito das intempéries nos produtos. Ademais o bom senso deve operar sempre, considerando a facilidade e a necessidade de acesso. Nesses casos, a análise da topografia é fundamental para manter o acesso a essas áreas externas.

Os corredores de deslocamento e as portas são fatores imprescindíveis na operação do armazém. Assim, é conveniente mantê-los livre ou suprimir os não- necessários. De qualquer forma devem possibilitar manter a fluidez do fluxo de materiais tanto para dentro como para fora do armazém. Os tipos de equipamentos de movimentação e o treinamento dos operadores são fundamentais para a manutenção da qualidade de operação e para o dimensionamento mínimo necessário dos espaços de deslocamento. Devem ser observados certos detalhes operacionais nas operações de movimentação que são:

• experiência do operador

• dimensão dos volumes (projeção além dos garfos)

• volume e freqüência dos movimentos

• iluminação

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• pisos irregulares ou escorregadios

Altura de empilhamento

A utilização da estocagem vertical é a mais correta decisão para definição da capacidade de estocagem e escolha dos equipamentos de movimentação. O espaço vertical é o que tem menor custo de armazenagem, apesar do investimento necessário em equipamentos especiais em determinadas operações e pesos de unidades de estocagem. Na maioria dos casos a utilização vertical dos armazéns requer a instalação de estruturas de estocagem, as quais devem ser projetadas por pessoal especializado nesses processos e operações.

Vários problemas se localizam na estocagem durante o período de armazenagem, e podem ser com relação a equipamentos mal escolhidos e mal dimensionados, cargas muito frágeis, mercadorias mal embaladas, embalagens que geram deslize ou queda de pilhas estocadas. Esses fatos podem ser evitados com algumas providências como colocar as cargas leves acima das pesadas, paletizar cargas soltas, instalação de estruturas de armazenagem e contínuo treinamento de pessoal.

Fator de estiva

Fator de estiva é o espaço ocupado por uma tonelada de produto expresso em metro cúbico por tonelada (m3/t).

Conhecer o fator de estiva de todas as mercadorias operadas no armazém é fundamental. É impossível garantir que se deve estocar em um espaço apenas um tipo de mercadoria, Esse fato distorce a capacidade útil de armazenagem que se conhece, pois, como se sabe, mercadorias ocupam espaços diferentes possuindo pesos diferentes. No sentido de eliminar essa insegurança, o fator de estiva auxilia na determinação da capacidade de estocagem por local e por produto.

Como resultado desse índice, deve-se considerar então que a capacidade estática de um armazém pode ser fornecida levando em consideração seu fator de estiva, e haverá sem dúvida informações mais próximas da realidade. Resumindo, para calcular o espaço necessário para armazenar uma mercadoria são necessários os seguintes dados:

• Peso do lote

• Altura máxima que o lote poderá ser empilhado comsegurança

• Fator de estiva da mercadoria

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Tempo de permanência

Outro aspecto importante no gerenciamento de armazéns é o tempo de permanência em estoque. Principalmente para cargas com data de validade, esse fator deve ser acompanhado constantemente pelo gestor do armazém. As informações necessárias são a data de entrada e o prazo estabelecido pelo fabricante ou controle de qualidade. Fundamental também é conhecer a política de manuseio e descarte dos produtos para que sejam tomadas providências, ao liberar os espaços, quanto ao vencimento dos tempos de permanência aprovados.

Conforme Rodrigues (2003), pode-se listar um grande número de tarefas necessárias para manutenção de um bom gerenciamento de armazéns:

• Mapeamento das áreas e definição de estratégiaspara otimizar a armazenagem

• Definição de métodos de consolidação, separação eempilhamento

• Manter contínua atenção nos sistemas de segurança,iluminação e operação.

• Procedimentos sobre cargas avariadas, devolução delotes, cross-docking, etc.

• Incremento na performance da armazenagem.

• Priorização e definição de critérios para recebimentose entregas.

• Programação dos recebimentos.

• Controle sobre vistoria e revisões de mercadorias.

• Manutenção de inventários atualizados.

• Proteção contra furtos e deterioração.

• Prevenção de acidentes.

• Requisição e alocação de mão-de-obra.

• Avaliação de desempenho de mão-de-obra e deequipamentos.

• Controles de manutenção preventiva e corretiva.

• Atendimento às exigências e solicitações dos clientes.

10 min

Passo 1 / Atividade sugerida

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Solicite aos jovens que, após a apresentação da matéria, façam uma crítica sobre as condições atuais de armazenagem na empresa e em armazéns externos (se houver), no sentido de avaliar e fazer um checklist do gerenciamento atualmente desenvolvido na empresa.

Funções da armazenagem A maioria dos armazéns possui as funções de:

• recebimento de produtos;

• armazenagem;

• preparação de pedidos ou separação (picking);

• montagem da carga ou lote de entrega;

• carregamento.

40 min

Passo 1 / Aula teórica

Nessa aula serão apresentadas as funções desenvolvidas nos armazéns de materiais e produtos. Serão abordadas as fases de operação interna, suas regras e resultados, bem como fornecidas observações para a boa administração.

Terceira Aula

Fig. 3 - Atividades do armazém – Adaptado Alexandre M. Rodrigues.

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As mercadorias são recebidas nos armazéns e normalmente transferidas da produção em unidades fracionadas ou lotes de produção ou em grandes quantidades quando se trata de transferências para centros de distribuição ou armazéns externos.

No recebimento de matérias-primas e materiais, as dimensões variadas dos produtos não permitem uma grande otimização dessa operação, contudo, na distribuição, a unitização e padronização das cargas serão fundamentais na agilização dos processos, obtendo um tempo de descarga e liberação de veículos satisfatórios.

As conferências administrativas são de fundamental importância nessa fase. Sabe-se que após liberação o retorno dessas mercadorias é desgastante e demorado, o que pode gerar sérios problemas com fornecedores ou com o setor de produção, no caso de produto acabado. Dessa forma, a devolução ou recusa no momento da entrada é a melhor solução para o processo.

O planejamento de recebimento deve ser ajustado com os fornecedores e a produção para que as operações de armazém possam ter um bom desempenho e a utilização e programação de equipamentos sejam mais proveitosas. Outro fator é com relação ao horário de atividade de recebimento. Caso não se receba full time materiais e produtos, deve-se verificar como estarão estocados os materiais durante esse prazo de suspensão de recebimento, pois certamente deverão estar ocupando áreas ou veículos temporariamente e seus custos podem ser significativos.

Armazenagem Na atividade de estocagem de materiais e produtos devem ser considerados os sistemas de estocagem escolhidos de acordo com a característica dos produtos, seu peso, embalagem e dimensão. Essa estratégia deve ser estabelecida no planejamento do armazém.

Da mesma forma, a determinação dos equipamentos de movimentação deve ser feita antecipadamente bem como a programação de recebimento, separação e expedição porque essas atividades vão afetar e gerar movimento nos estoques impreterivelmente.

Preparação de pedidos As atividades que envolvem a preparação de pedidos são basicamente a separação e a montagem das cargas. Responsáveis pela coleta correta dos produtos, aqui é o ponto onde o “o que” e “quanto” da cadeia logística se concretizam. Essa função é de suma importância, pois está diretamente ligada à satisfação do cliente.

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Também é a atividade de armazenagem de maior custo. Por volta de 30 a 40% do custo de mão-de-obra está associado à atividade, isso sem citar o fato de que o prazo de entrega contém também o tempo gasto na separação e preparação dos lotes.

Os princípios que devem ser respeitados para que a atividade de separação seja mais produtiva são os seguintes:

• Priorizar os produtos de maior giro, isto é,disponibilizar dentro do armazém, próximo da áreareservada para separação de cargas, os produtos quepossuem maior movimentação, ou melhor, de maiorvolume de venda. Dessa forma a distância a serpercorrida para sua coleta será a menor.

• Utilizar documentação clara e de fácil preenchimentopara auxiliar os separadores e operadores em seutrabalho. As informações devem ser as de maiorimportância, como produto ou código, local onde estáestocado, o número da ordem e a quantidade.

• A instalação de um sistema de endereçamentoeficiente facilita a localização no momento da retirada.Automatizando essa fase com coletores deradiofreqüência e códigos de barra, com certeza otempo de procura será reduzido.

• Estruturar as embalagens com quantidades próximasàs de venda para evitar volumes fracionados noestoque. Paralelamente deve-se instruir o departa-mento de vendas para que procure fechar pedidosrespeitando as quantidades das embalagens daempresa a fim de evitar fracionamento nas compras.

Atualmente existem diversas tecnologias que podem otimizar as operações de preparação de pedidos diminuindo os tempos de movimentação e deslocamentos.

Fig. 4 - Seqüência de separação.

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Para as operações de separação deve-se estabelecer qual o processo que se irá desenvolver, pois será determinante a existência ou não de espaço físico para colocação dos lotes antes da chegada do veículo.

Normalmente os lotes de ordem de separação são preparados pela administração em um determinado horário quando finda o faturamento, em outras, no entanto, a cada faturamento se emite uma ordem de separação. Este segundo processo costuma ser inadequado, pois evita a possibilidade de consolidação de cargas levando a um aumento de custo nos transportes. Portanto, as operações de separação são adequadas quando concentradas em grandes lotes ou em uma única só remessa. Por essa razão, toda estrutura do armazém deverá estar preparada para absorver esse volume com pessoal e equipamentos suficientes.

A falta ou existência de área para separação determinará qual tipo de separação será utilizada:

• Separação das mercadorias antes da chegada dotransporte corresponde a ter uma área disponívelpara separação de todas as cargas do período antesdo início do embarque. Essa condição permite ummelhor planejamento das atividades de separação,um aproveitamento maior da mão-de-obra e permite aconferência da carga ao menos mais uma vez.

• Separação parcial das mercadorias antes da chegadado transporte corresponde a separar apenas a partefracionada das cargas antes do início dos embarques,deixando para o momento do embarque acomplementação da carga em unidade de estoquecompleta (exemplo: palete).

Esse processo é vantajoso quando os volumes de frações e paletes forem relativamente proporcionais, pois se os embarques forem unitizados dever-se-á planejar uma seqüência de chegada dos veículos com prazo determinado para evitar concentrações de operação de embarque nas docas.

• Separação após a chegada do transporte

Corresponde a separar cargas apenas após a chegada do transporte.

Na existência de cargas fracionadas, essa é a pior condição, pois o transporte ficará parado aguardando a separação dos produtos. No caso de embalagens unitizadas o efeito negativo é menor.

Em qualquer situação, mesmo considerando novos equipamentos e automação de processos, a separação/preparação de pedidos deve ser antecipada.

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Qualidade na preparação de pedidos Na logística, as atividades da armazenagem de materiais utilizam uma série de informações que determinam e mantêm a qualidade dos produtos da empresa.

Um fator primordial para a qualidade de atendimento de clientes é a distribuição física de produtos, que considera todas as características, embalagem e procedimentos necessários para a manutenção de sua qualidade.

Cada empresa deve determinar sua política de embalagem e estocagem no sentido de preservar a qualidade de seus produtos. Vários fatores determinam os procedimentos que devem ser realizados nos estoques no sentido de preservar a vida dos produtos. Podem ser citados:

Rastreabilidade do material

Os funcionários dos armazéns são responsáveis pela preservação das identificações contidas nos produtos com relação a suas ordens de produção e registros de acabamento, pois são dados que vão permitir a realização de procura dos lotes no mercado, caso ocorra algum problema de qualidade

Validade do material

O uso do sistema PEPS (FIFO) garante a utilização de produtos na expedição que corresponda adequadamente à seqüência de fabricação e permita proporcionar aos clientes um maior período para utilização ou mesmo para comercialização. A utilização desse sistema possibilita a utilização sempre do material mais antigo em depósito.

No entanto, é necessário estabelecer um limite de vida dentro da armazenagem, pois se o produto não tiver um bom giro deverá deteriorar-se em pleno estoque.

Aspecto de embalagem

As embalagens são projetadas conforme necessidades específicas dos materiais e produtos que a utilizarão e devem ter uma estrutura que os preservem pelo menos dentro do prazo estabelecido de validade.

Para logística, as embalagens são uma determinante da qualidade de movimentação e transporte de produtos. Seu projeto deve considerar não apenas as características dos produtos que carregarão e os planos de marketing, como também toda movimentação e manuseio que os volumes receberão durante seu trajeto na cadeia de abastecimento.

Os cuidados nos processos de separação e embarque são fundamentais, pois a forma como forem embarcadas

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e protegidas resultará na forma como serão recebidas pelos clientes.

Embalagens danificadas resultam em devoluções e prejuízos para empresa, isso sem considerar o volume de retrabalho e custos adicionais para recuperação do produto.

Materiais especiais

Materiais inflamáveis, explosivos e químicos em geral necessitam de cuidados e acompanhamento específicos, normalmente descritos em procedimentos elaborados pelo Controle de Qualidade da empresa. Essas normas são também oficiais e devem ser atendidas sob pena de multa e processos jurídicos contra as empresas

Em função de suas características, esses materiais podem ser estocados em almoxarifados especiais, separados fisicamente dos demais, possivelmente com equipamentos específicos para movimentação.

Montagem da carga ou lote de entrega

Equipamentos como paleteiras e empilhadeiras devem ser planejados conforme o programa de embarque. A disponibilidade deles poderá definir a seqüência de embarques no sentido de evitar veículos aguardando em demasia nas filas de espera para carregamento.

Paralelamente espera-se que o departamento conserve tais equipamentos sempre em condição de utilização, mantendo sua escala de revisões e manutenções preventivas em ordem.

Muitas vezes esses equipamentos também participam das operações de separação (picking) de produtos, o que exige uma coordenação adequada para evitar a falta deles em qualquer um desses processos, ocasionando sua ociosidade. Da mesma forma que o layout destinado à preparação de cargas e seu contínuo atendimento deve ser programado, os pontos de embarque e a disponibilidade de docas devem ser também considerados dentro de sua capacidade de operação e velocidade de embarque.

Importante frisar que nessa fase deve-se atentar para as exigências de cada cliente em suas remessas e em seus momentos de entrega. Reter veículos ou atrasar a montagem da carga pode gerar atrasos irrecuperáveis nos transportes.

Carregamentos

A eficiência dos transportes tem efeito direto sobre o planejamento do carregamento. A seqüência de embarques deve considerar os pesos dos volumes que serão manuseados e embarcados bem como a seqüência

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de entrega no mercado. Normalmente os veículos efetuam seus embarques em seqüência inversa ao das entregas para permitir uma descarga mais rápida e com segurança. Obviamente nos casos de entrega direta ou única esse problema não necessita ser observado.

Outro fator que deve ser considerado de rendimento e melhoria das operações, é que essa mesma seqüência de embarque pode determinar a seqüência de separação de produtos e dos trabalhos nos depósitos.

Solicite aos jovens que façam suas considerações sobre o assunto exposto anteriormente opinando sobre comosão feitos os processos de recebimento de mercadorias e os processos de separação e embarque em sua empresa. Posteriormente, defina um trabalho em grupo para ser realizado no armazém da organização contemplando a montagem dos fluxos dos produtos e das operações desde o recebimento de produto acabado até os carregamentos.

Manuseio de materiais O manuseio de produtos no interior de um armazém está diretamente ligado à decisão de acessibilidade ou ocupação volumétrica.

Chama-se de acessibilidade a facilidade de acesso tanto para entrada como para saída de mercadorias. Um armazém que busca como fator principal a acessibilidade tem uma tendência de possuir problemas de falta de espaço para estocagem de todo material disponível, pois sua prioridade é buscar a redução dos tempos de processamento das operações de guarda e retirada de estoques.

40 min

Passo 1 / Aula teórica

10 min

Passo 2 / Atividade sugerida

Nessa aula serão apresentados os conceitos básicos de manuseio de materiais e as alternativas existentes para simplificar e dar segurança ao processo.

Quarta Aula

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Na ocupação volumétrica como fator principal, o armazém é dimensionado para receber o maior volume de mercadorias, deixando em segundo plano os tempos de guarda e retirada.

Nenhuma das posições é definitiva, mesmo porque tudo irá depender do tipo de indústria e do material que será armazenado. É comum nos grandes armazéns, nas transportadoras e nos operadores logísticos a busca de um equilíbrio nessas condições.

Os profissionais se preocupam em determinar áreas específicas dentro do mesmo armazém, onde possam armazenar materiais de alto giro com estoques de espera sem que isso afete cada grupo em particular.

Nos casos de materiais de alto giro, em que a acessibilidade é importante, as estruturas de armazenagem tendem a ser simples, porém com alto nível de automação, enquanto para materiais de pouco giro, as estruturas são consideráveis e os sistemas de controle de porte são simples e mais em conta. Seja qual for o objetivo, o equilíbrio na distribuição de área e os conceitos de movimentação devem ser considerados no sentido de evitar superdimensionamento de recursos e gargalos nas operações de movimentação interna.

Quando o objetivo é a necessidade de ocupação, conforme dito acima, com efeito, haverá uma redução na qualidade do serviço de movimentação, principalmente considerando a qualidade da armazenagem, tempo de operação, etc.

Porém, na maioria dos casos, a acessibilidade é o fator de armazenagem mais procurado. Para obter bons níveis de trabalho, é necessário adaptar e utilizar os melhores equipamentos de estocagem e a unitização para nossos produtos.

Convém comentar que não existe uma regra definida nesses casos, sendo que a necessidade, disponibilidade e a criatividade deverão ser utilizadas para adequar cada material e equipamento em uma unidade estável e segura para suportar as movimentações que sofrerão e atingir o grau pleno de acessibilidade ao menor custo de operação.

Carga unitária ou carga unitizada

Conforme DIAS (1993:165), “carga unitária é um volume constituído de embalagens de transporte, arranjadas ou acondicionadas de modo que possibilite o seu manuseio, transporte e armazenagem por meios mecânicos e como uma unidade”.

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A introdução da carga unitária na logística permitiu o desenvolvimento tecnológico de vários equipamentos para seu deslocamento, por exemplo, as empilhadeiras.

Mesmo o conceito de estrutura modal está baseado na embalagem unitizada. Isto é, na movimentação de toda cadeia deve-se buscar a utilização de apenas um tipo de embalagem, desde o ponto de produção até o ponto de consumo.

Esse processo traz:

• benefícios de transporte pela movimentação demaiores cargas

• redução nos tempos de carga e descarga

• redução nos custos de movimentação earmazenagem

• melhoria na organização do armazém

• facilidade no endereçamento e localização dos itensestocados

• facilidade nos inventários

• segurança no manuseio evitando danos

• boa identificação

• proteção da qualidade dos produtos

• dificuldade no roubo de mercadorias

Em compensação, também gera alguns problemas que, no entanto, podem ser contornados ou amenizados, são eles:

• exigência no investimento em equipamentos demovimentação e armazenamento

• redução eventual na ocupação volumétrica emveículos de transporte

• dificuldade na inspeção aleatória

• exigência de investimento contínuo na manutenção eretorno dos equipamentos unitizadores

Tipos de unitização Externa – Compreende assumir um padrão conveniente e em função dos meios de transporte, movimentação e armazenagens disponíveis no fluxo total.

Interna – Assume como padrão o produto, suas dimensões e características para determinação das unidades de movimentação, ajustando os meios disponíveis.

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Definição Conforme DIAS (1993:164) “uma carga constituída de embalagens de transporte, arranjadas ou acondicionadas de modo que possibilite o seu manuseio, transporte e armazenagem por meios mecânicos e como uma unidade de estocagem”.Paletes

Paletes são plataformas com aberturas que permitem a inserção dos garfos de uma empilhadeira ou paleteira para o deslocamento e empilhamento de materiais. São vários os equipamentos que permitem a formação de carga unitária, entre eles o mais conhecido é o palete. Com o desenvolvimento comercial e suas trocas, foi necessário estabelecer normas dimensionais nesses equipamentos para permitir sua movimentação por vários lugares.A paletização vem sendo utilizada com maior freqüência em todas as operações de movimentação de materiais, principalmente nas que possuem grandes quantidades de carga a serem movimentadas.

Esse processo de unitização, inicialmente utilizado na manipulação interna de armazéns, acabou se estendendo até as linhas de produção e a distribuição física, que hoje graças à padronização chega até a linha de produção do cliente, inclusive em operações intermodais de comércio local e internacional. Dificilmente hoje se avalia uma cadeia de abastecimento sem levar em consideração as operações paletizadas.

Atualmente, pode-se considerar que várias são as possibilidades de utilização dos paletes.

Nas operações internacionais, para reduzir o custo construtivo de paletes e evitar a preocupação e despesas de retorno desses unitizadores, utiliza-se do palete descartável (one-way) que se destina apenas às operações de ida da carga e não é dimensionado para suportar mais de uma utilização adequada. Esses paletes são normalmente construídos por projetos exclusivos e com materiais de baixa resistência e valor, motivo de seu baixo custo; são considerados também como paletes sem retorno, isto é, não retornam à origem do transporte.

Tipos de paletes Existem vários tipos de paletes, porém os mais usuais são:

• De duas entradas faces simples com travessas, deduas entradas faces duplas com travessas, de duasentradas reversíveis com travessas e de quatroentradas faces simples com tocos (normatizado).

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Fig. 5

Palete com montantes (racks) Para cargas que não podem ser suportados, isto é, não se pode empilhar palete a palete na armazenagem, utiliza-se de montantes ou componentes encaixados ou fixados em cada palete para permitir o seu empilhamento.

Esses montantes normalmente são construídos de barras metálicas e têm uma resistência muito alta, permitindo grandes empilhamentos.

São desmontáveis e possibilitam uma grande agilidade no aproveitamento das áreas de armazenagem. Normalmente são utilizados apenas dentro das operações de estocagem podendo, porém, ser carregados montados no transporte. Devido ao seu alto custo, normalmente, esses equipamentos no intercâmbio de paletes não são utilizados. Como conceito, esse tipo de paletização visa a não-utilização de estanterias e porta-peletes dentro da armazenagem.

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Contentores rígidos São equipamentos que possuem seus componentes fixos não permitindo desmontagens. São fabricados de diversos tamanhos e características e podem ser constituídos de metal, madeira e plástico ou um mix desses materiais.

Muitas vezes projetados para um determinado fim ou transporte específico, seus componentes são instalados de acordo com a necessidade e a característica de cada produto a ser armazenado. Por exemplo, um contentor para transporte de produtos químicos pode ser constituído de estruturas metálicas e com um recipiente de plástico com bocais de acesso para enchimento e esvaziamento.

Tais equipamentos muitas vezes são utilizados diretamente nas linhas de produção.

Fig. 6

Fig. 7

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Contentores flexíveis Os contentores flexíveis se destinam principalmente a estocagem de produtos a granel, em pó e líquidos. São construídos, em sua maioria, de estrutura metálica tubular ou de barras estruturadas e portam sacos de tecido resistente que pode ser de poliéster ou de lonas revestidas em PVC ou neoprene. Os que são estruturados possuem uma forma de paletes que permite seu transporte por meio de empilhadeiras ou de guindastes.

Para líquidos, o corpo do contentor normalmente é de plástico rígido como tanques ou de sacos contidos por laterais teladas ou travessas metálicas para evitar seu deslocamento durante o transporte.

Atualmente se utiliza de um contentor constituído de apenas tecido plástico trançado chamado de big-bag, já apresentado na oitava aula. O big-bag pode ser carregado em contêineres, caminhões, etc. com a mesma ou maior versatilidade dos estruturados. Uma vantagem fundamental nesse tipo de contentor é que após a descarga do produto ele é lavável, dobrável e seu retorno à origem é simplificado.

Contêineres Contêineres são estruturas metálicas, de grandes dimensões, que permitem acomodar, estabilizar e proteger certa quantidade de materiais em seu interior. São especialmente utilizados quando há troca de modais de transporte no percurso entre o fornecedor e o cliente.

Os contêineres mais utilizados são os marítimos, medindo de 20 a 40 pés, podendo ser refrigerados ou

Fig. 8

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não. Também são bastante utilizados os contêineres-tanque para gases e líquidos.

Solicite aos jovens que comentem os assuntos apresentados, procurando avaliar os sistemas de manuseio de materiais atualmente utilizados na empresa e propondo mudanças.

Equipamentos de manuseio Em toda estratégia de movimentação de materiais, os equipamentos de movimentação são fatores

40 min

Passo 1 / Aula teórica

10 min

Passo 2 / Atividade sugerida

Nessa aula serão apresentados os conceitos básicos de manuseio de materiais e as alternativas existentes para simplificar e dar segurança ao processo.

Quinta Aula

Educador, para o sucesso dessa aula prepare fotos, manuais ou material colhido na Internet sobre equipamentos de movimentação de carga.

Fig. 9

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preponderantes em sua conclusão. Os equipamentos de movimentação devem ser selecionados obedecendo a necessidades exclusivas e é necessário observar o plano geral de administração, para que, no final dos investimentos, se tenha um todo coerente que atenda bem às necessidades da empresa.

Nas empresas, normalmente, nos momentos de aquisição de equipamentos de movimentação, recomenda-se o desenvolvimento de um plano geral de administração dos fluxos de materiais e de produtos, para que, dentro dessas diretrizes do planejamento se possa adquirir equipamento a equipamento, de forma correta. Espera-se que no final o todo seja harmônico e contribua para a elevação da produtividade da empresa.

Tipos de equipamentos

A cada dia a tecnologia de novos materiais, motores, sistemas hidráulicos e materiais em geral convergem para a construção de novos equipamentos e soluções. Os tipos de equipamentos podem ser:

• equipamentos de movimentação contínua

• equipamentos de movimentação de transferência

• equipamentos de movimentação de manobra etransporte

Os equipamentos de movimentação contínua são equipamentos motorizados, eletrônicos ou por gravidade, que transportam continuamente cargas uniformes de um ponto para outro por caminhos fixos. Eles não se deslocam do local instalado. Exemplo: transportadores de rolos, de correia, plano inclinado, caçambas, etc.

Os equipamentos de movimentação de transferência são motorizados, eletroeletrônicos ou mecanizados que transportam cargas variáveis e intermitentes de um ponto para outro, não fixos e em área restrita. A maioria desses equipamentos realiza deslocamentos em posição suspensa. São utilizados na produção, grandes oficinas, pátios e armazenamento ao ar livre. Exemplo: pontes rolantes, pórticos, guindastes giratórios, talhas, transelevadores, monovias, etc.

Os equipamentos de movimentação de manobra e transporte são motorizados, mecânicos, elétricos e manuais que manobram, elevam e transportam cargas de locais e destinos variados com freqüências ocasionais e intermitentes. Suas rotas e deslocamentos são variáveis com superfícies e espaços de diferentes categorias. Exemplo: carrinhos manuais, paleteiras, empilhadeiras, tratores, etc.

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Veículos industriais Os veículos industriais mais utilizados são os manuais e os motorizados; são eles:

Carrinhos manuais Baixo custo de aquisição, operam em curtas distâncias e com diversas aplicações.

Carretas Utilizadas no transporte de matérias-primas, materiais em geral e produtos acabados. Exigem baixo investimento em relação a outros equipamentos.

Figs. 10 e 11 - Carrinhos manuais.

Fig. 12 – Carrinho de plataforma.

Fig. 13 – Carrinhos especiais.

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Fig. 14 – Carretas.

Segurança na armazenagem e manuseio

Várias são as regras que se aplicam no assunto de segurança na logística. Obviamente o tipo de produto ou material estocado em armazéns devem possuir suas próprias regras de segurança, seja para guarda e

Fig. 15 – Paleteiras.

Fig. 16 – Empilhadeiras.

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armazenagem seja para operações de guarda e retirada de produtos.

O gestor deve ter toda informação necessária para providenciar os cuidados indispensáveis na proteção do pessoal do setor bem como das instalações e áreas externas ao armazém. Dessa forma, devem ser abordadas condições e normas de caráter geral que determinam o ambiente de segurança dentro das instalações de armazenagem.

No projeto e layout de armazéns deve-se considerar a instalação e manutenção de equipamentos e sistemas de operação que permitam o desenvolvimento seguro das atividades. Nesse caminho podem ser citados: equipamentos de sinalização, higiene, segurança do tráfego, carregamento de baterias, coletores de dados de radiofreqüência e equipamentos de prevenção e combate a incêndios. Podem ser listados esses equipamentos:

• Programação visual dos corredores e endereços;

• Etiquetas com códigos de barras;

• Varredoras/aspiradoras motorizadas;

• Polainas de proteção dos pés das estantes;

• Pára-choques para as prateleiras;

• Niveladores de docas;

• Delimitação de áreas dos corredores por fitas outintas refletivas;

• Disposição dos lotes de armazenagem a pelo menos0,6 m de distância das paredes do armazém;

• Hidrantes de combate a incêndios;

• EPIs e macas para utilização dos funcionários;

• Sprinkles;

• Alarmes de segurança;

• Câmeras de vigilância;

• Estações de radiofreqüência para transmissão deinformações;

• Coletores de dados portáteis.

Educador, providencie dados e informações sobre os cuidados de manuseio e estocagem dos produtos fabricados na empresa para embasar a teoria que será fornecida.

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Moura (2005:395) relaciona aspectos de profunda importância com relação às instalações do armazém:

• Observância da capacidade de carga dos pisos daárea de estocagem;

• Livre acesso às portas de comunicação, plataformas,rampas e área de circulação;

• Desobstrução de áreas fronteiriças a locais comopontos de contato elétricos, extintores de incêndio earmários de equipamentos de segurança;

• Manutenção das embalagens originais que somentepodem ser abertas em inspeções, ações depreservação ou entrega;

• Inspeção periódica para retirada de detritos ouagentes que possam causar incêndios;

• Definir área isolada e afastada da operação paraguarda de materiais inflamáveis bem comoequipamentos de combate de emergência;

• Identificação correta de locais, equipamentos einstalações existentes nas áreas de estocagem;

• Recipientes de combustível não podem serguardados sem a devida limpeza e eliminação dosvapores;

• Observância rigorosa dos limites de peso de cadaunidade de estocagem;

• Manter afastamento de no mínimo 0,5 m do topo dasprateleiras aos equipamentos de iluminação e energiaelétrica, bem como de tesouras de telhados;

• Proteção e estruturação de sistema contra insetos,roedores e a ação do tempo, principalmente emindústrias alimentícias;

• Inspeções rotineiras para verificação do estado domaterial estocado, e principalmente os sujeitos àcorrosão ou deterioração, para providências de suapreservação;

• Mantenha a largura e a disposição projetada para oscorredores, deixando espaço suficiente paramanobrar com segurança os equipamentos demovimentação;

• Estabeleça fluxos de deslocamento e sinalize-os paraevitar riscos de acidentes e interferências entre osequipamentos;

• Indique em local visível as alturas de empilhamentorecomendadas para diferentes tipos de carga;

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• Coloque avisos de perigo e de proibido fumar em todoo armazém;

• Selecione adequadamente os equipamentos,considerando capacidade e nível de barulho.

Checklist básico para visita Os jovens devem observar e fazer anotações sobre:

• o edifício, sua localização;

• entorno do armazém (vizinhança, postos decombustível, etc.);

• acessos viários;

• dados físicos do armazém (medidas, área, altura,etc.);

• acessos de entrada e saída (docas, portões, etc.);

50 min

Passo 1 / Visita técnica ao armazém

10 min

Passo 2 / Demonstração de equipamentos

Com base nos conceitos aprendidos até aqui, nessa aula os jovens farão uma visita técnica a um armazém externo com o objetivo de colher dados para elaboração de um relatório.

Sexta Aula

Educador, de posse do material coletado anteriormente, apresente aos jovens os diversos equipamentos localizados e sua utilização na indústria e armazéns.

Educador, nessa aula solicite a presença de um funcionário do departamento de segurança para acompanhá-lo ou o fornecimento de material e informações para enriquecimento do assunto.

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• equipamentos de embarque (plataformas, etc.);

• equipamentos de estocagem, capacidades;

• equipamentos de movimentação (quantidade,capacidades);

• docas de recebimento;

• origem dos estoques ;

• horário de funcionamento;

• layout (ruas, capacidade nominal, etc.);

• sistema de endereçamento;

• áreas de apoio;

• mão-de-obra;

• limpeza e arrumação;

• balanças;

• processos de recebimento e expedição;

• critérios de armazenagem.

Sétima Aula Nessa aula os jovens apresentarão os relatórios da visita.

Algumas orientações a respeito da visita:

1 É aconselhável que esse armazém seja o de um operador logístico no sentido de encontrar a diversidade de estoques, equipamentos e movimentos para o conhecimento do jovem.

2 Não esquecer de solicitar autorização para realizar fotos no local, fornecendo, assim, material para a próxima aula.

3 Definir grupos de trabalho para preparo de material a ser apresentado e comentado na próxima aula.

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Conduza uma discussão com o grupo sobre as instalações e os fatores encontrados no armazém visitado. Em seguida, o grupo deverá fazer propostas a respeito de todos os aspectos levantados.

Layout do armazém Denomina-se layout de armazenagem o arranjo físico de uma área de armazenagem, considerando os sistemas de estocagem, equipamentos, acessibilidade aos volumes e os fluxos de deslocamento. Um bom layout deve:

• racionalizar a utilização da área de armazenagem;

• simplificar a movimentação de volumes;

• reduzir o tempo perdido dos equipamentos;

• racionalizar a utilização da mão-de-obra disponível;

• reduzir a possibilidade de avarias;

• apresentar um bom modelo de organização.

Para se possuir um layout adequado do armazém devem ser desenvolvidos os seguintes passos:

• verificar e definir a localização dos obstáculos da áreaa ser utilizada;

40 min

Passo 1 / Aula teórica

50 min

Passo 1 / Apresentação de relatório

Nessa aula serão apresentados os conceitos básicos de manuseio de materiais e as alternativas existentes para simplificar e dar segurança ao processo.

Oitava Aula

Educador, convide profissionais do setor para que possam acompanhar o desenvolvimento e criatividade dos jovens observando a possibilidade de absorver alguma das propostas de melhoria apresentadas.

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• localizar e definir as áreas de recebimento eexpedição de acordo com o fluxo de movimentaçãode veículos, portarias e espaço para manobras;

• localizar as áreas de separação de pedidos e deestocagem;

• definir os sistema e equipamentos de estocagem;

• definir o sistema de localização dos estoques.

Fig. 17 – Layout de armazém.

Conforme a figura 17, pode-se verificar que o layout será afetado pelos sistemas de estocagens que forem definidos para a operação do armazém. Cada tipo de sistema requer diferentes espaços e condições estruturais do armazém. Os sistemas mais comuns de armazenamento são: blocado ou simples empilhamento, mezaninos e prateleiras, estrutura porta-paletes e drive-in.

Cada sistema desses deverá ser estudado para definição das áreas de movimentação de equipamentos e pessoas no sentido de evitar pontos de gargalo durante as operações. Abaixo um esquema de cada um desses tipos. A simples observação desses exemplos permite verificar o aproveitamento de espaço que se obtém.

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Cross-docking O sistema de cross-docking se refere ao recebimento-reprocessamento-redespacho das cargas, eliminando as fases de armazenamento. É um sistema de operação de

Fig. 18 - Armazenagem simples com estruturas porta-paletes.

Fig. 19 - Armazenagem com sistema drive-in.

Fig. 20 - Armazenagem com sistema drive-thru.

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armazéns que sendo implantado reduz sensivelmente custos de operação. Numa operação normal de trânsito por um armazém, com um certo planejamento antecipado de pedidos/embarque, encontra-se a possibilidade de eliminar algumas fases dos processos operacionais, conforme quadro abaixo.

Operação normal Cross-docking

Recebimento Recebimento

Conferência Conferência

Guarda

Retirada

Preparação da carga Preparação da carga

Embarque Embarque

Consideram-se as operações de armazém como apenas uma fase de passagem e de redistribuição não despendendo tempo em operações de estocagem. Ver figura abaixo.

Fig. 21 – Cross – Docking.

Princípios da movimentação de materiais

Planejamento – É necessário determinar o melhor método do ponto de vista econômico, planejando todas suas atividades.

Tabela 1

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Integração – A capacidade de carga de cada modal será tanto mais econômica quanto melhor forem as condições de integração com as operações de armazenagem, movimentação e preparação de pedidos do armazém.

Ociosidade – Reduzir o tempo ocioso e improdutivo, tanto do equipamento quanto da mercadoria, baixando assim o custo final do produto na cadeia de abastecimento.

Simplificação – Criticar a produtividade ou o nível de serviço exigido pela operação, reduzir combinar ou eliminar movimentos e/ou equipamentos desnecessários.

Fluxo – Elaborar o melhor fluxo de materiais, produtos e mão-de-obra. As operações de movimentação de materiais podem ser automatizadas para melhor eficiência operacional ou mesmo utilizar a força da gravidade.

Espaço – A melhor armazenagem constitui-se no aproveitamento dos espaços verticais disponíveis adequadamente.

Segurança – A produtividade do trabalho aumenta em proporção ao aumento das condições de segurança.

Ergonomia – Capacidade e limitações humanas devem ser conhecidas e respeitadas nas operações de movimentação de carga.

Ambiente – Devem sempre ser observadas as possíveis implicações das operações ao meio ambiente, tais como excesso de consumo de energia, desperdícios, dejetos e poluição.

Padronização – Devem ser padronizados os métodos de operação, os espaços, os equipamentos e os procedimentos, bem como os tipos e capacidades dos equipamentos.

Estruturas de armazenagem

Para que seja possível dar maior acessibilidade aos paletes e permitir alcançar maiores alturas, utilizam-se sistemas de empilhamento para alocação de paletes e contentores.

Os racks e contentores já possuem estrutura metálica que admite o auto-empilhamento sem a necessidade de uma estrutura fixa no armazém. A utilização desses equipamentos possibilita a redução dos custos de instalação de uma estrutura fixa e permite a agilidade de mudança de layout caso seja necessário.

Contudo, sua operação é mais lenta e requer operadores cuidadosos e devidamente treinados no manuseio desses aparelhos. A operação de empilhamento e desempilha-mento também pode gerar danos constantes que

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obriguem a dispor verba extraordinária para sua manutenção.

Deve-se citar que com a utilização de paletes, conforme a configuração das embalagens dos produtos constituintes da carga unitária, é possível o simples empilhamento. Nesse sistema, é necessário realizar testes físicos e experimentais em toda operação de transporte para verificar o comportamento das embalagens dos produtos e permitir sua utilização, bem como solicitar o acompanhamento de seu controle de qualidade no sentido de avalizar o sistema.

Estrutura porta-paletes As estruturas porta-paletes podem ser definidas como equipamentos robustos com regulagem vertical dos planos de carga até o limite de suas colunas laterais. Esse sistema é o mais utilizado atualmente.

Sua gama de soluções é imensa, desde pequenos montantes no interior dos armazéns até montantes estruturais do próprio edifício de estocagem. Nesses sistemas é imprescindível a utilização de empilhadeiras de vários tipos e capacidades. Soluções mais amplas são utilizadas com empilhadeiras trilaterais, de coluna, pontes rolantes e transelevadores.

Basicamente existem três tipos de estruturas porta-paletes:

• Convencional

• Drive-in e drive-throug

• Auto-portantes

Fig. 22 - Simples empilhamento.

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No sistema convencional, as prateleiras são colocadas respeitando ruas de acesso de largura de quatro metros para permitir a operação das empilhadeiras mais comuns que requerem esse espaço para manobras. No entanto, existem empilhadeiras que operam em áreas mais exíguas (três rodas) que, como resultado, possibilitam a redução desses corredores ampliando a área útil de estocagem.

Esse sistema permite uma seletividade mais ampla nas operações devido à visibilidade dos paletes para os operadores do sistema.

Fig. 23 - Estrutura porta-paletes convencional.

As estruturas porta-paletes tipo drive-in e drive-through são estruturas de trânsito interno, isto é, são preparadas para que se possibilite transitar com empilhadeiras em seu interior. Esse sistema é o que permite maior densidade de carga e de aproveitamento volumétrico do armazém, porém, como já foi comentado, existe uma redução na rapidez e rendimento das operações. Por essa razão, esse sistema é indicado para cargas do mesmo tipo com baixa seletividade, ao contrário da estrutura convencional.

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Fig. 24 - Estruturas porta-paletes tipo drive-in e drive-through.

Auto-portantes são estruturas que permitem a armazenagem de paletes em grandes altitudes, operando com empilhadeiras trilaterais, transelevadores ou pontes rolantes empilhadeiras.

Essas estruturas podem chegar a 40 metros de altitude. Sua estrutura metálica não é calculada apenas para suportar o peso da carga, mas também a própria estrutura do armazém. O investimento é altamente dispendioso, o que obriga a empresa a avaliar seu planejamento estratégico antes de investir em um projeto dessa dimensão.

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Discuta com os jovens a teoria exposta, fazendo uma integração dos assuntos referentes à visita externa e ao armazém da empresa. Solicite que apresentem soluções simples e econômicas para a situação atual e exponham os problemas verificados tomando por base teoria exposta.

Tecnologia aplicada ao armazém Atualmente é impossível considerar uma administração de armazém profissional sem a utilização de sistemas

50 min

Passo 1 / Aula teórica

10 min

Passo 2 / Atividade sugerida

Nessa aula serão apresentados os conceitos atuais de controles sistêmicos das operações de armazenagem. Os jovens conhecerão as teorias dos códigos de barras, seu funcionamento e as inúmeras possibilidades de controle e organização que os novos sistemas proporcionam para logística e armazenagem de materiais.

Nona Aula

Fig. 25 – Estruturas Auto-portantes.

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informatizados e equipamentos de hardware em quase a totalidade das operações.

Entende-se que todo o gerenciamento de armazenagem requer inicialmente uma grande base de dados, pois os detalhes logísticos, operacionais e exclusivos de clientes e produtos são imensos.

A manutenção dessa base de dados (que é obrigatória) não só é realizada via sistemas corporativos (notas fiscais, produtos, pedidos, clientes, etc.) como por dados operacionais (armazenagem, localização, fases de recebimento e expedição, lead-time das operações, funcionários, equipamentos etc.).

Conforme Rodrigues (2003), essa base de dados deve propiciar:

• racionalização das entradas de dados

• digitações diretas sem transcrições

• racionalização das rotinas operacionais

• melhoria da qualidade e da produtividade

• rapidez nos extratos informativos, faturamentos, etc.

• permissão de integração com outros sistemas

As operações de recebimento, estocagem, separação, manuseio e expedição são totalmente passíveis de serem registradas em sistemas e controladas em seu desenvolvimento. Elas permitem ainda a análise de seu desempenho. A entrada de dados no sistema de gestão integrada propicia uma série de eventos como emissão de requisições de serviços, liberação de faturamento, controle de veículos, contêineres, etc.

Os objetivos básicos da aplicação dessas tecnologias são: alcançar armazéns organizados; estoques atualizados; bons fluxos de recebimento e expedição; informações precisas e atuais; otimização de espaços e aumento de produtividade. Por esse motivo o investimento em equipamentos e sistemas de informática é crescente em todas as empresas.

Contudo, algumas providências precisam ser tomadas antecipadamente, como possuir um bem-estruturado cadastro de materiais, equipamentos e locais de estoque.

O sistema mais utilizado é o Código de Barras. Contudo, antes desse aspecto, a classificação e cadastramento de materiais são fundamentais para todo sistema corporativo.

Para administrar um almoxarifado ou um armazém de produtos acabados é fundamental a definição de um sistema de classificação de materiais que permita um

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controle de estoque eficiente e procedimentos de operação adequados.

A classificação de materiais de uma empresa permite a catalogação simplificada e a especificação adequada conforme padrões definidos pela empresa.

A descrição do produto deve ser adequada de forma que tanto os fornecedores como os clientes e os consumidores entendam de que tipo de material está se tratando nas operações físicas. Essa classificação corresponde a agrupar o material ou produto, considerando sua família de produtos, dados construtivos, descrição e qualidade.

Após sua classificação, pode-se definir sua codificação. Esta pode ser construída utilizando números e letras, isto é, códigos numéricos, alfabéticos e alfanuméricos.

O sistema mais utilizado é o numérico pela sua simplicidade. Um dos sistemas numéricos mais conhecidos é o Federal Supply Classification que oferece a seguinte estrutura:

Exemplo: Código 05-02-000042-7

05 > Grupo - Material de Escritório

02 > Classe - Canetas esferográficas

000042-7 > Caneta JB, escrita grossa, cor azul

A pós a definição e geração dos códigos de cada item, o processo seguinte é definir qual sistema de entrada de dados será escolhido pela empresa.

Sistema de captação de dados Existem atualmente quatro sistemas de captação de dados em situação comercial:

• Digitação

• Códigos de barras

Fig. 26 – Estrutura de Código Federal Supply.

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• Reconhecimento óptico

• Tarjas magnéticas

• Chips de identificação

Qualquer que seja o sistema utilizado, o objetivo sempre será o de possibilitar o reconhecimento da classificação do produto e seus dados de cadastro.

O sistema de digitação manual é o mais antigo dos sistemas e sempre deve ser previsto independentemente da tecnologia que for utilizada, pois ainda é a forma mais segura de captação de dados. No entanto, na identificação de produtos ainda prevalece o código de barras. Seus benefícios são destacáveis:

• Baixo custo e menor tempo de implantação

• Fácil utilização

• Uso de equipamentos compactos

• Alta velocidade na captação de dados

Atualmente são utilizadas duas estruturas de codificação de barras: o EAN 13 e o EAN14 ou DUN14. O sistema EAN é um desenvolvimento global, padrão aberto que permite a leitura de seus dados em qualquer local ou país que o assuma como padrão obtendo os dados efetivos de cadastro dos produtos. Esse tipo de característica mundial permite a conferência de produtos, vendas e distribuição no comércio de qualquer país. Praticamente cada item chega a ser único no mundo.

EAN13 – Mais utilizado na identificação de produtos

3 dígitos que representam o país

5, 4 ou 3 dígitos que representam a empresa

4, 5 ou 6 dígitos que representam o produto

1 dígito que é de controle

Fig. 27 - Exemplo EAN 13.

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EAN14 – Mais utilizado na identificação da embalagem de comercialização do produto levando não apenas o código do produto mas também a quantidade e o tipo de embalagem. 3 dígitos que representam o país

5, 4 ou 3 dígitos que representam a empresa

4, 5 ou 6 dígitos que representam o produto

1 dígito que representa a embalagem

1 dígito que é de controle

A utilização de códigos de barras no sistema não se restringe apenas a produtos. Pode-se utilizar o mesmo sistema na identificação de funcionários, equipamentos, locais de estocagem, documentos, etc. Para complemento do processo é possível algum investimento complementar em implantação de leitoras óticas e coletores de dados.

Em seqüência e conforme a dimensão das atividades e do armazém é conveniente a instalação de sistemas de radiofreqüência que facilitam sobremaneira o manuseio das informações, permitindo remetê-las de imediato da área operacional em plena atividade.

Intercâmbio Eletrônico de Dados (EDI) O EDI (Eletronic Data Interchange) é uma técnica de transmissão eletrônica de dados de computador a computador que possui a principal característica de possibilitar a integração de sistemas (clientes, fornecedores, transportadores, etc.) em diferentes organizações, integrando as operações e as práticas comerciais por meio de padronização de dados entre os usuários e com isso mantendo o sigilo e a independência das informações.

Gerenciamento Eletrônico de Armazéns (WMS) Os WMS’s (Warehouse Management System) são sistemas de gerenciamento de informações que controlam eletronicamente as operações em áreas de armazenagem e movimentação, reduzindo a interferência humana, resultando em redução dos erros e agilizando os procedimentos. São ferramentas modernas ainda inacessíveis à maioria dos armazéns que administram a realização de tarefas e compilam seus passos permitindo estabelecer um alto nível de controle e acuracidade nos inventários. Permite priorizar e roteirizar as operações, emitindo ordens de serviço e designando os recursos necessários para seu cumprimento, bem como operações como agendamento de docas, apresentar os endereços disponíveis de acordo com critérios preestabelecidos, endereçamento automático, contagens físicas, programar

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uso de equipes por atividade, rastreamento de lotes e elaborar documentos gerais. Também identifica trabalhadores, acompanha seu desempenho, índice de erros e avarias, tarefas pendentes, etc.

Sistema de Navegação via Satélite (GPS) GPS (Global Positioning System) é um sistema de navegação via satélite.

São satélites que estão em órbita ao redor da terra e que por meio de uma rede permanecem transmitindo informações de tempo e distância continuamente.

Receptores de satélite de navegação, que comumente são conhecidos como GPS, usam essas informações para calcular uma localização exata por triangulação. Como sabe-se, todo ponto na Terra é identificado por dois conjuntos de números chamados coordenadas. Essas coordenadas representam o ponto exato onde uma linha horizontal, conhecida como latitude, cruza uma linha vertical, conhecida como longitude. O receptor de GPS localiza pelo menos três satélites e usa as informações recebidas para determinar as coordenadas geográficas no receptor de GPS.

Com essas distâncias medidas, o receptor também poderá calcular a velocidade e o tempo de viagem, distância, altitude, dentre outros feitos.

Na cabine dos veículos se utiliza de uma unidade que se chama ICU (In-Cab-Unit) ou OBC (On-Board-Computer)

Produtividade do armazém A produtividade na armazenagem deve ser alcançada analisando as atividades desenvolvidas e estabelecendo controles de desempenho em cada fase.

É comum apenas uma análise do layout permitir grandes modificações nas operações e trazer benefícios antes

50 min

Passo 1 / Aula teórica

Nessa aula os jovens aprenderão como melhorar a produtividade e como construir índices de controle de desempenho das atividades relativas às operações de armazenagem.

Décima Aula

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não verificados. No controle dos deslocamentos dos equipamentos também se localiza grande redução de custo e gasto de tempo desnecessário. Basta analisar os percursos e alterar sua seqüência que os resultados começam a aparecer.

Na determinação do padrão da demanda e aplicando uma curva de Pareto para avaliar os itens de maior movimento, pode-se, alterando conceitos de estocagem, relocar os itens no armazém colocando os de maior movimento mais perto da expedição. Documentos podem ser emitidos de formas diferenciadas, por exemplo, as relações de separação devem seguir o mesmo traçado da distribuição dos itens dentro do armazém. Essa providência reduzirá significativamente os deslocamentos dos conferentes. Em resumo, para obter maior produtividade no armazém podem ser observados os seguintes fatores:

• Reavaliar deslocamentos e percursos;

• Verificar constantemente o layout;

• Revisar os documentos operacionais e asinformações e a seqüência neles contidas;

• Otimizar a utilização de docas tanto para entradascomo para saídas;

• Verificar as unidades de movimentação,redimensionando-as;

• Instalar aparelhos ou sistemas de informação nasempilhadeiras e equipamentos de movimentação;

• Reduzir, se possível, a altura dos itens de maiormovimento;

• Reavaliar suas equipes por operação;

• Avaliar cada movimento realizado;

• Reavaliar todas as embalagens;

• Manter atualizado um controle dos indicadores dedesempenho.

Indicadores de desempenho

A logística se compõe de processos dinâmicos por natureza, portanto seu planejamento exige a obtenção permanente de informações sobre a demanda a ser atendida e seu posicionamento com relação aos objetivos estabelecidos.

Qualidade – Garantir a satisfação do cliente em qualquer situação, sobretudo quando a logística estiver envolvida.

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Pontualidade – Como parte integrante da cadeia logística, a pontualidade é o principal fator a ser preservado pelos profissionais da área.

Produtividade – Maximização dos recursos disponíveis na área de armazenagem para obter um rendimento operacional mínimo, compatível com o mercado em termos de custos.

Os índices de eficiência possuem regras básicas de tratamento que devem ser mantidas para evitar a sua deterioração ou descaminho.

A procura por estabelecer índices de performance em todas as atividades tem o objetivo de manter o crescimento da eficiência das ações como a motivação constante pelas melhorias.

Os índices de desempenho auxiliam todo gestor a tabular e estabelecer processos de melhoria e integração de seu pessoal em cada atividade. Os pontos de controle deverão ser estabelecidos adequadamente, tendo-se consciência da necessidade de obter os dados constantemente por muito tempo para que o grupo acompanhe continuadamente seu desenvolvimento e saiba do que se está falando e dos impactos que estabelecem em sua atividade.

Abaixo estão descritos os mais usuais índices de controle que poderão ser apresentados e acompanhados em todas as empresas na área de logística. Obviamente, as empresas podem determinar novos pontos de controle que se demonstram carentes em seu processo.

Indicadores de desempenho na gestão de armazenagem

Doca-estoque

• Tempo entre a chegada do material na doca derecebimento e a estocagem.

• Calcula-se pela subtração dos horários.

Acuracidade de inventário

• Corresponde às diferenças entre o estoque físico e oestoque escritural ou contábil verificado nascontagens. Obtém-se dividindo estoque físico atualpor item pelo estoque contábil.

Stock outs

• Totalização das vendas perdidas por falta de estoque;

• Considera-se o valor da venda não realizada.

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Capacidade de estocagem

• Apresenta o índice de ocupação da área disponívelpara estocagem.

• Calcula-se dividindo a ocupação média realizada pelacapacidade total de armazenagem. Pode ser por m3

ou posições.Pedidos por hora

• Mede a quantidade de pedidos preparados paraexpedição por hora.

• Obtém-se dividindo pedidos separados pelo total dehoras trabalhadas.

Custo por pedido

• Rateio dos custos totais do armazém pelo número depedidos expedidos.

• Calcula-se dividindo o custo total do armazém pelaquantidade de pedidos expedidos.

Carga e descarga

• Mede o tempo de permanência dos veículos nasdocas para as operações de carga e descarga.

• Calcula-se subtraindo a hora de chegada na doca pelahora da saída.

Tempo de permanência

• Mede o tempo total de permanência dos veículos naempresa.

• Calcula-se subtraindo a hora da chegada pela hora dasaída do veículo.

Utilização de equipamentos

• Mede a utilização dos equipamentos demovimentação. É fundamental a existência dehorímetros nos equipamentos.

• Obtém-se dividindo as horas em operação pelo totalde horas disponíveis.

Educador, para consolidação dos assuntos vistos nessa aula , solicite aos jovens que verifiquem in loco a utilização desses parâmetros de controle na área de logística de sua empresa. Proponha que eles apliquem essa prática nos setores em que trabalham.

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Análise das Áreas de Estocagem Forme grupos de trabalho na sala de aula para desenvolver um trabalho de análise das áreas de estocagem. Forneça aos jovens as seguintes orientações:

• Traçar layout do armazém de produtos acabados;

• Localizar nos croquis os lotes de armazenagem e asruas;

• Colher informações sobre as cheias que ocorrem noarmazém;

• Analisar as estruturas de armazenagem atuais epropor alterações que aumentem a capacidade deestocagem;

• Preparar planilha comparando os “princípios damovimentação de materiais” com a situação atual doarmazém de produtos acabados.

50 min

Passo 1 / Atividade obrigatória

Nessa aula os jovens farão uma atividade obrigatória que poderá ser utilizada como componente de avaliação.

Décima Primeira Aula

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O controle logístico Segundo BALLOU, 2010, exige que os pro-

cessos sejam controlados através de comparações entre o de-

sempenho real e o desempenho planejado acompanhados de

ajustes e correções. Para realizar esses controles são necessá-

rios instrumentos que propiciem a visão dos acontecimentos de

forma imediata e instantânea para que os participantes dos

processos possam agir.

Basicamente todos os problemas logísticos se devem a dois

processos fundamentais que são as entradas e saídas de ma-

teriais em estoques e armazéns, sendo esses processos os

alavancadores das atividades e movimentações necessárias à

produção.

Todas as atividades logísticas estão sujeitas ao ambiente inter-

no da organização, mas também sofrem influencias do ambien-

te externo, sendo, portanto necessário estar preparado para

enfrentar dificuldades e promover mudanças.

Objetivos do Capítulo

Conceituar instrumentos de controle logístico e operar esses

instrumentos utilizados pela empresa a partir da leitura de ma-

nuais, exposição teórica e demonstrações de operação realiza-

das pelo EV.

6. Sistema de informação na gestão logística

201

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Conceito de TAG

Uma TAG é uma etiqueta destinada a identificar um material ou

um produto para que se estabeleça um controle fácil, rápido e

exato, seu estoque, seu preço e demais informações necessá-

rias.

Existem diversos tipos de TAG’s desenvolvidas para aplicações

gerais e especificas.

Segundo o gs1 Brasil o decreto n° 90.595, de 29.11.1984, insti-

tui no Brasil o Sistema Nacional de Codificação, também co-

nhecido como o Código de Barras EAN (Internacional Article

Numbering Association).

A antiga ABAC (associação Brasileira de Automação Comerci-

al) foi a entidade teve importante participação na criação, con-

trole e implementação das TAG’s no mercado brasileiro da eti-

queta mais conhecida atualmente, a de código de barras.

Numa definição técnica o código de barras éuma representação gráfica de dados e sua função básica é au-mentar, com segu-rança, a velocidade de entrada de dados em sistemas informatiza-dos.

50min

Passo 1 / Aula Teórica 25min

Primeira Aula Nesta aula são apresentados conceitos sobre TAG e sobre

estruturação e aplicação do código de barras.

No final da aula estão previstas atividades práticas

202

Page 203: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 16 – Etiqueta de código de barras padrão EAN Brasil– Fonte: Google imagens 2012

Em 1973 nos Estados Unidos da América a NAFC (The Natio-

nal Association of Food Chains) recomendou a adoção do sím-

bolo UPC (Universal Product Code).

A adoção da UPC trouxe significativas melhorias às empresas

e consumidores devido à agilização de muitos processos nas

empresas e no mercado americano e em 1977, os países que

compunham o Mercado Comum Europeu adotaram uma solu-

ção padronizada que ficou conhecida como EAN (European

Article Numbering System), sistema europeu de numeração de

artigos.

Esta solução que passou a ser conhecida como código de bar-

ras EAN era baseada no principio que os números de identifi-

cação de um produto atribuído por uma estrutura numérica co-

nhecida como GTIN (Número Global do Item Comercial) podem

ser representados por meio de símbolos do código de barras

para possibilitar a leitura eletrônica (óptica) em qualquer etapa

do processo de produção armazenagem e venda e em todas

as atividades que seja necessária a captura de dados.

A etiqueta de código de barras começou a ser estudada em 1948 e desenvolvida durante a década de 50, pas-sando a ser utilizado pelo exercito americano em meados da década de 60 com o nome de código NW7.

203

Page 204: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Estruturação e Aplicação do Código de Barras

O código de barras é basicamente gerado a partir do GTIN e é

formado por barras e espaços definidos por um padrão mundi-

al, sendo que as barras devem ser escuras e o fundo deve ser

claro, preferencialmente branco para que exista contraste e

possibilite a leitura pelo scanner.

A leitura é feita pelos scanners com base em sinais elétricos

correspondentes às informações contidas nas barras definidos

por princípios óticos onde as barras formadas por traços pretos

não refletem a luz vermelha e o fundo branco dos espaços en-

tre as barras refletem a luz vermelha. Os dados extraídos do

código pelo leitor, são transferidos para computadores dotados

de softwares que interpretam o conteúdo dos sinais elétricos

capturados.

O sequenciamento entre barras e espaços gera uma represen-

tação gráfica de caracteres numéricos ou alfanuméricos prede-

terminados pelo padrão adotado, mas apenas de 2 maneiras:

Códigos com apenas duas (02) dimensões de barras e espa-

ços e Códigos com quatro (04) dimensões de barras e espa-

ços.

Vejamos a seguir algumas características técnicas da estrutura

do código de barras:

o Módulo: A largura das barras e espaços é definida a

partir do módulo que é a largura da barra/espaço mais fino.

o Relação entre barras: Este parâmetro é utilizado para

código com 2 (duas) dimensões de barras e espaços. Nestes

tipos de código, cada simbologia possui uma tabela com suas

relações entre larguras de barras e espaços possíveis.

o Margem de silêncio: Margem de silêncio são os espa-

ços sem impressão que ficam dos dois lados do código. A lar-

Scanner é um peri-férico de entrada responsável por di-gitalizar imagens, fo-tos e textos impres-sos para o computa-dor, um processo inverso ao da im-pressora. Ele faz varreduras na ima-gem física gerando impulsos elétricos através de um capta-dor de reflexos.

204

Page 205: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

gura da margem de silêncio depende do padrão de código de

barras que esta sendo utilizado e é definida a partir da largura

da barra mais fina.

o Contraste: Para poder ser interpretado, é necessário

que o Código de Barras tenha um contraste mínimo entre a

barra escura e a barra clara (espaço ou fundo). Este contraste

deve ser de pelo menos 75%, sendo que a barra clara (espaço

ou fundo) deve refletir no mínimo 50% de luz e a barra escura

deve refletir no máximo 25% de luz. Ou seja, os espaços de-

vem refletir a luz vinda do leitor (laser) e as barras devem ab-

sorvê-la.

o Densidade: É a relação entre a quantidade de caracte-

res codificados e a largura que o código de barras ocupa quan-

do impresso.

o Altura do código de barras: A altura do código de bar-

ras deve ser definida de acordo como a aplicação. Códigos de

barras baixos são mais difíceis de ler a distância e principal-

mente se forem muito largos dificultarão a leitura.

o Razão de Aspecto: É a razão entre a altura e a largura

do código de barras. Esta característica pode definir três tipos

de códigos:

Código Oversquare: Códigos com a razão maior

que 1, onde a altura das barras é maior que a largura

(exemplo, códigos de controle de bagagem em aeropor-

tos).

Código Square: Códigos com a razão igual a 1,

onde a altura das barras é igual a largura do código (e-

xemplo, código de produtos de supermercado).

Código Undersquare: Códigos com a razão me-

nor que 1, onde a altura das barras é menor que a largu-

ra do código (exemplo, código de cobrança bancária).

205

Page 206: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

o Fatores de Magnitude - É a variação de um código tendo

como referência um padrão preestabelecido.

Educador, Forneça aos alunos uma relação de códigos de barras utiliza-

dos na empresa.

Devolva os relatórios da ultima aula e solicite que eles verifi-

quem os códigos de barras utilizados para os produtos em es-

tudo e verifiquem como foram estruturados.

Solicite os relatórios atualizados.

Providenciar para a próxima aula um computador com MS OF-

FICE, uma impressora de jato de tinta e papel para impressão.

Passo 2 / Atividades práticas 25min

206

Page 207: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Padrões de Códigos de Barras

Existem muitos padrões de códigos de barras desenvolvidos

para as mais diversas aplicações e finalidades, mas trataremos

apenas dos mais utilizados nas atividades industriais e comer-

ciais.

o Interleaved 2 OF 5 (intercalado 2 de 5): Utilizado para

codificar apenas dígitos numéricos. É utilizado em segmento

bancário e financeiro é o padrão adotado pela FEBRABAN (fi-chas de compensação). Também é utilizado em aplicações que

não requeiram a utilização de letras ou outros caracteres tais

como embalagens de embarque, e em geral. Possui compri-

mento fixo que pode conter de 44 a 56 caracteres.

Figura 17 - Código de barras padrão intercalado 2 de 5 – Fonte: Google imagens 2012

Segunda Aula 50min

Passo 1 / Aula Teórica 25min

Nesta aula são apresentados conceitos sobre os padrões de

código de barras mais utilizados no mercado.

No final da aula estão previstas atividades práticas

207

Page 208: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

o Padrão 39 (Código 3 de 9): Também chamado de

LOGMAR Utilizado para codificar caracteres alfanuméricos e

não tem limite quantidade de caracteres a serem codificados.

Alfanumérico (dígitos de 0 a 9, letras maiúsculas, comprimento

variável). Aplicado em geral em Transportes Aéreos, Hospitais,

Bibliotecas e Indústrias. Utilizado sem dígito de controle.

Figura 18 – Código de barras padrão 39 – Fonte: Google imagens 2012

o PDF417: É uma simbologia alfanumérica que oferece

alta capacidade compactação de dados. Codifica toda a tabela

ASCII, possui comprimento variável, permite a codificação de

milhares de caracteres em alguns centímetros quadrados (a-

proximadamente 12 kbytes), possui padrão Bidimensional com

8 níveis de segurança. Esta simbologia é muito adequada para

utilização, por exemplo, em codificação de notas fiscais, car-

tões de identidade, etc.

Figura 19 – Código de barras PDF 417 – Fonte: Google imagens 2012

o Padrão 128 ou EAN/UPC128: Admite até 106 caracte-

res, ocupando uma pequena área de impressão. Possui estru-

tura alfanumérica, codifica toda a tabela ASCII, possui com-

primento variável e três subconjuntos (que permitem a com-

pressão dos dados e a codificação de caracteres especiais),

A tabela ASCII (Ameri-can Standard Code for Information Interchange) estabelece os códigos binários.

208

Page 209: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

utilizado nas Indústrias e atividades em geral, pois utiliza uma

tabela de correlação de códigos de quase 50 elementos.

Figura 20 - Código de barras padrão 128 – Fonte: Google imagens 2012

o Padrão DUN-14: Numérico (codifica apenas números).

Comprimento fixo – 14 posições é baseado na estrutura do pa-

drão Interleaved 2 of 5, com o conteúdo numérico do EAN 13.

É composto por um 1’ dígito, variável logística, seguido dos 12

dígitos do EAN do produto e um 14’ dígito (dígito verificador).

Sua utilização é frequente em unidades de Despacho.

Figura 21 – Código de barras padrão DUN 14 – Fonte: Google imagens

o Padrão EAN 13: É uma expansão do código UPC e é

utilizado em todo o mundo, permitindo a codificação e produtos

de até 13 dígitos, determinando o país/empresa/produto e dígi-

to verificador. Esta simbologia foi adotada como padrão para

identificação de produtos e bens de consumo, sendo o mais

utilizado para a identificação de produtos com leitura nos cai-

xas do varejo em todo o mundo.

No Brasil o ministério da Indústria e do comércio conferiu ao EAN Brasil (atual gs1) a responsa-bilidade de implementar e administrar o "Código Nacional de Produtos", em nível nacional, por meio da Portaria n° 143, de 12.12.1985, inclusive conferindo ao mesmo a representação perante o "EAN Internacional".

209

Page 210: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 22 – Código de barras EAN 13 – Fonte: Google imagens

o Padrão EAN/UPC 8: Para aplicação em embalagens de

produtos que não tem espaço útil suficiente para aplicação do

EAN 13 e utiliza somente 8 dígitos, é uma versão simplificada

do EAN 13. Esse código indica o país, o produto e tem um dígi-

to de controle, dispensando o número da empresa. O licencia-

mento deste código é controlado integralmente pela EAN Bra-

sil, (atual gs1) e feito somente após avaliação e aprovação da

Assessoria Técnica da entidade.

Figura 23 – Código de barras EAN/UPC 8 – Fonte: Google imagens 2012

Assista uma explicação sobre aplicações de códigos

de barras bidimensionais que possibilita utilizar o celu-

lar para leitura de informações em embalagens aces-sando o link:

http://codemedia.wordpress.com/2009/04/09/o-que-sao-

codigo-de-barras-bidimensional2d/

210

Page 211: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Educador, Devolva os relatórios da última aula e solicite que eles gerem

um código de barras com o nome de cada elemento do grupo.

Os códigos de barras podem ser gerados no MS Word ou MS

Access, de acordo com a disponibilidade de operação do soft-

ware.

A impressão da etiqueta deve ser feita em impressora jato de

tinta.

Optando por um ou outro, utilize o link abaixo para obter instru-

ções de como executar a operação.

Solicite o relatório atualizado com as respectivas etiquetas ge-

radas.

Agendar para a próxima aula uma visita ao setor da empresa

que se utiliza de equipamentos de leitura de código de barras,

coletores e scanners para que os alunos manuseiem esses

equipamentos.

No link abaixo você encontra instruções para gerar e imprimir um código de barras utilizando o MS Word.

http://www.tecnofagia.com/windows/como-gerar-codigo-de-barras-no-word

No link abaixo você encontra instruções para gerar imprimir códigos de barras utilizando o MS Access.

http://msdn.microsoft.com/pt-br/library/cc580676.aspx

Passo 2 / Atividades práticas 25min

211

Page 212: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Codificação EAN / UPC

Existem dois sistemas de codificação padronizados reconheci-

dos oficialmente, o sistema EAN e o UPC, este último somente

adotado nos Estados Unidos e no Canadá.

O Código Nacional de produtos segue o padrão EAN, entidade

de âmbito internacional.

O objetivo da adoção ao código EAN é proporcionar uma lin-

guagem comum entre parceiros comerciais no âmbito nacional

como internacional.

Código de Classe, Código de Identificação, Digito Verificador

Para montarmos o código de barras para um material ou produ-

to primeiro precisamos saber que cada dígito de um código

numérico é convertido em combinações binárias (bites 0 e 1),

para que possa ser entendido pelos computadores.

As barras claras correspondem ao bite 0 e as barras escuras

ao bite 1. Esses bites são decodificados por leitores ópticos a

laser que os traduzem para a linguagem computacional.

Terceira Aula 50min

Passo 1 / Aula Teórica 25min

Nesta aula são apresentados conceitos sobre a codificação

EAN / UPC.

No final da aula é prevista uma visita técnica à área operacio-

nal da empresa.

212

Page 213: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Alguns passos devem ser seguidos para criar o código que cor-

responderá ao produto:

1. Definir quais são os produtos que têm prioridade para a

implantação do símbolo EAN.

2. Observar as diferenciações dos produtos, pois a muitas

variações como: marca, sabor, perfume, cor, peso, tamanho,

promoções, multipacks, refil, etc., requerem uma numeração

diferente.

3. Elaborar a numeração dos produtos de modo sequencial

e crescente, iniciando com 0001 ou 00001. Não destine ne-

nhum dígito para classificar qualquer característica do produto.

4. Criar somente um único código EAN por produto, mes-

mo que seja produzido em locais diferentes.

O código mais utilizado no Brasil é o EAN 13 e ele é formado

da seguinte maneira:

A empresa, após se cadastrar na EAN (atual gs1) recebe um

número de 4 ou 5 dígitos.

- Empresa: 99999

A empresa brasileira vai receber um código da EAN com 3 dígi-

tos, referente ao país:

- País: 789

A empresa elabora o código do produto com 4 ou 5 dígitos:

- Código do produto: 1234

Após estabelecer o código, é feito o cálculo algoritmo do dígito

verificador:

Dígito verificador: 9

O código EAN 13 gerado é: 99 9978 91234 9

O código EAN – 8 é formado da seguinte maneira:

213

Page 214: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

A empresa brasileira vai receber um código da EAN com 3 dígi-

tos, referente ao país:

- País: 789

A empresa recebe o código do produto concedido pela EAN

com 4 dígitos:

- Código do produto: 9999

Após estabelecer o código, é feito o cálculo algoritmo do dígito

verificador:

Dígito verificador: 1

O código EAN 8 gerado é: 789 9 999 1

O cálculo do dígito pode ser feito através de um software for-

necido pela EAN Brasil ou fornecido pela fabricante de filme

máster utilizado para impressão da TAG, mas o cálculo pode

ser feito da seguinte maneira:

Coloque os números 3 e 1 iniciando pela direita alternadamen-

te logo abaixo do código elaborado sem o dígito.

Multiplicam-se todos os dígitos pelos pesos correspondentes:

214

Page 215: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

São obtidos os seguintes resultados que devem ser somados:

Subtrai-se o resultado da soma do múltiplo de 10 imediatamen-

te superior ao resultado:

O dígito verificador de controle será o numero 4, que é o resul-

tado dessa subtração e o código ficará da seguinte forma:

Quando a soma total resultar em múltiplo de 10 (ex: 80, 100,

120, etc.), o dígito de controle será "0" (zero).

No link abaixo você encontra um vídeo explicando os cálculos matemáticos dos códigos de barras.

http://www.youtube.com/watch?v=1Q5cKiuodwA&feature=related

215

Page 216: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Educador, Devolva os relatórios da última aula.

Conduza os alunos até a área da empresa que opera os equi-

pamentos utilizados na leitura de código de barras utilizados na

empresa.

Apresente os equipamentos aos alunos.

Possibilite que eles operem scanners leitores de código e cole-

tores.

Passo 2 / Visita técnica 25min

216

Page 217: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Aplicação, Composição e Funcionamento do Sis-tema RFID (radiofrequency identification data)

O sistema RFID (Radiofrequency Identification data) surgiu co-

mo uma tecnologia militar por vota de 1935 em consequência

dos estudos sobre o RADAR (Radio Detection And Ranging).

Os aviões ingleses na época foram dotados de um transmissor

que emitia sinais que eram capturados pelos radares que re-

tornava o sinal e identificava se o avião era amigo ou não.

Este sistema de identificação por frequência de rádio ficou co-

nhecido por IFF (Identification Friendor Foe) e hoje é a base

dos sistemas de controle de tráfego aéreo atual.

Na década de 70 o governo americano trabalhava em um sis-

tema de rastreamento de materiais radioativos e outro para ras-

treamento de gado baseado em radiofrequência e em 1973

Mario W. Cardullo requisitou a primeira patente americana para

um sistema ativo de RFID com memória regravável. No mesmo

ano, Charles Walton, um empreendedor da Califórnia, recebeu

a patente para um sistema passivo, o qual era usado para des-

travar uma porta sem a ajuda de chaves.

Nesta época as tags usadas eram as de baixa frequência LF

(Low Frequency), 125 kHz, que possuía uma pequena distan-

Quarta Aula 50min

2

Passo 1 / Aula Teórica 25min

Nesta aula são apresentados conceitos sobre a aplicação,

composição e funcionamento do sistema RFID.

No final da aula estão previstas atividades práticas

217

Page 218: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

cia efetiva de envio de sinal e foram alteradas por motivos co-

merciais para sistemas de alta frequência HF (High Frequency)

de 13.56 MHz, mas a distância de leitura ainda permaneceu

pequena.

No começo dos anos 80 a IBM patenteou os sistemas de Fre-

quência Ultra Alta UHF, (Ultra High Frequency), possibilitando o

uso de o RFID fazer leituras a distâncias superiores a dez me-

tros.

A tecnologia evoluiu, os custos baixaram e o RFID se transfor-

mou de um pequeno banco de dados em um sistema que se

integrou com as modernas tecnologias da informação e inter-

net. Inúmeras aplicações com o uso do RFID foram desenvol-

vidas tais como: projetos de automação, estocagem e transpor-

te, identificação animal, rastreamento de veículos e uma série

enorme de aplicações.

Princípio de Funcionamento da Tecnologia RFID

A tecnologia RFID é composta por um equipamento transceptor

ou leitora que transmite uma onda de frequência de rádio atra-

vés de uma antena para um transponder, mais conhecido por

tag. O tag absorve a onda de RF e responde com alguma in-

formação que é gerenciada por um sistema computacional.

As leitoras, ou transceptores, operam em conjunto com ante-

nas e, através de um sinal de rádio, conversam com os trans-

ponder, ou tags, para a troca de informações.

O termo transponder deriva da expressão TRANSmitter/res-PONDER, que revela a função deste com-ponente.

218

Page 219: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 24 – Funcionamento da tecnologia RFID – Fonte: Google imagens 2012

Esses elementos são integrados a uma infraestrutura que dá

suporte a comunicação de sistemas de processamento que são

responsáveis por manipular os dados lidos pelas leitoras e os

transformar em informação.

Não existe necessidade de contato com o material ou produto e

as ondas de radiofrequência não são barradas pelas estruturas

das instalações e embalagens permitindo a leitura para captura

de informações de várias tags simultaneamente, em distâncias

de até 20 metros da antena.

Figura 25 sistema de leitura RFID desde a Tag até o usuário final – Fonte: Google imagens 2012

219

Page 220: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

A tecnologia do sistema RFID é utilizada para contato e locali-

zação de:

Veículos identificados eletronicamente: Através de chips

portadores de rastreamento e roteirizadores por GPS (Global

Positioning System).

Figura 26 – Áreas de aplicação da tecnologia RFID – Fonte: Google ima-gens2012

Pessoas: Na gestão de suas atividades e localização em dife-

rentes atividades onde as pessoas precisam ser monitoradas

ou serem localizadas rapidamente tais como: empresas com

grandes plantas, hospitais, escolas empresas de segurança

entre outras.

Figura 27 - Interior de um crachá RFID – Fonte Google imagens 2012

Roteirizadores são softwares que mos-tram a melhor alter-nativa de rota para minimizar perdas, aumentar o controle e otimizar o tempo.

220

Page 221: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Produtos: O sistema RFID fornece uma visibilidade, acuraci-

dade e eficiência na gestão de estoque com a utilização de eti-quetas inteligentes, permitindo atender a seus clientes e aos

clientes de seus clientes da melhor forma possível dentro do

conceito de OTIF (On time in full) e que focalizem seus esfor-

ços no seu core business.

A visibilidade obtida com a rede gerada EPC (Eletronic Product

Code) é enorme e possui grande potencial de extensão para a

visibilidade do produto dentro e fora da área de estoques e ar-

mazenagem. Isso possibilita uma melhoria na segurança contra

roubos durante o manuseio de produtos na cadeia de supri-

mentos por meio de portais RFID dedicados, similares a pagi-

nas de Internet, operados pelos participantes da cadeia de a-

bastecimento que podem detectar movimentos não autorizados

de produtos.

A acuracidade ocorre pelo fato da etiqueta inteligente identificar

um objeto próximo da perfeição em virtude da não interferência

humana, pois as transações são automáticas esteja o produto

em movimento ou na área de estoques ou armazenagem.

A eficiência obtida em uma operação com RFID é muito supe-

rior quando comparada com a solução de códigos de barras,

que necessita de equipamentos e pessoas para a leitura dos

SKU’s.

No link abaixo você encontra um vídeo que apresenta um processo de reposição continua através do ECR que se utiliza do sistema RFID .

http://www.youtube.com/watch?v=h3jqYZfuvoM&feature=related

Etiqueta inteligente É uma minúscula antena enrolada a um chip que transmite por radiofre-quência, ou via ar, as informações armazena-das sobre aquele de-terminado produto para um receptor, que pode ser tanto um caixa de supermercado, ou o sis-tema de controle de um depósito de um varejis-ta ou de uma linha de produção de fábrica.

221

Page 222: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Educador, Solicite a atualização do relatório com as observações e infor-

mações sobre as operações observadas na visita realizada.

Programe para a próxima aula uma visita aos setores que ope-

ram o RFID na empresa e apresente os equipamentos utiliza-

dos.

Passo 2 / Atividades práticas 25min

222

Page 223: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Etiqueta Inteligente

Foi desenvolvida com o objetivo de superar as desvantagens

existentes nos códigos de barras e tornar possível a automati-

zação em grande escala do processo de leitura, provendo in-

formação em tempo real para todos os elos cadeia de abaste-

cimento.

Essa tecnologia reconhece simultaneamente todas as tags,

que estão aplicadas em produtos, paletes, caixas de embarque

que estejam em armazéns, lojas ou outros ambientes.

Figura 28 – Etiqueta inteligente – Fonte: Google imagens 2012

Quinta Aula 50min

Passo 1 / Aula Teórica 25min

Nesta aula são apresentados conceitos sobre etiqueta inteli-

gente e aplicação, composição e funcionamento do sistema

RFDC.

No final da aula é prevista uma visita técnica à área operacio-

nal da empresa.

223

Page 224: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Apesar de todas as vantagens apresentadas, sua utilização

ainda é cara e o desempenho dos equipamentos eletrônicos

ainda não é satisfatório. Outro aspecto é a falta de pessoal

qualificado para operar os sistemas envolvidos.

No link abaixo você encontra um vídeo que apresenta a etiqueta inteligente e suas aplicações.

http://www.youtube.com/watch?v=IvDsD4U--uE

A tabela abaixo apresenta um comparativo entre a etiqueta

com código de barras e a etiqueta inteligente.

Tabela 2 - Comparação entre etiquetas Inteligentes e Códigos de Barras

Características Etiqueta Inteligente Código de Barras

Resistência Mecânica Alta Baixa

Formatos Variados Etiquetas

Exige contato visual Não exige Sim, exige

Vida útil Alta , durabilidade Baixa durabilidade

Possibilidade de regravação

Leitura Simultânea Sim, permite Não permite

Dados armazenados Alta capacidade Baixa capacidade

Funções adicionais Sim, possui Não possui

Segurança Alta segurança Baixa segurança

Custo inicial Alto custo Baixo custo

Custo de manutenção Baixo custo Alto custo

Reutilização Sim, permite Não, permite

Fonte: Adaptado pelo autor a partir de Banzato 1998

224

Page 225: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Aplicação, Composição e Funcionamento do Sis-tema RFDC (radiofrequency data collection)

De acordo com a empresa de tecnologia Army (1996), O siste-

ma de comunicação RFDC (radiofrequency data collection)

possibilita a comunicação sem fio em tempo real entre os equi-

pamentos utilizados no controle de movimentação de materiais,

produção, comércio e outras atividades através de computado-

res possuidores dos programas de controle de estoques.

Normalmente o programa de RFDC esta ligado a um software

do tipo WMS (Warehouse Management System), ou Sistema de

Gerenciamento de Armazém.

De acordo com Banzato (1998) o WMS pode otimizar os negó-

cios de uma empresa com redução de custo e melhoria do ser-

viço ao cliente. Banzato (2001a) explana sobre as vantagens

de uso do WMS, principalmente quando atrelado ao ERP (En-

terprise Resource Planning) que são sistemas de informa-

ção que integram todos os dados e processos de uma organi-

zação em um único sistema.

Banzato (2001) afirma que quando o WMS é utilizado com sis-

tema de codificação em barras, e a leitura for por equipamen-

tos de RFDC, as operações tendem a ser mais ágeis e preci-

sas.

225

Page 226: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 29 – Funcionamento de um sistema WMS – Fonte: Google imagens 2012

Segundo Proxion (2006), ao utilizar essa tecnologia a empresa

elimina uma série de procedimentos burocráticos, melhora

seus controles, torna as operações mais eficientes sejam elas

realizadas por pessoas ou equipamentos automáticos e semi-

automáticos.

A comunicação acontece em sentido bidirecional e as informa-

ções processadas nos computadores são transmitidas a termi-

nais moveis ou remotos.

A empresa de tecnologia Idat (2010) coloca que “com o desen-

volvimento de normas e novas gerações de equipamentos

RFDC” as redes ligadas por fios ou fibras óticas estão sendo

substituídas pelas redes sem fio com igual padrão de qualida-

de.

226

Page 227: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 30 – Representação de uma rede sem fio – Fonte: Google imagens 2012

Atualmente existem 2 tecnologias modernas de RFDC que ofe-

recem duas opções de comunicação: Banda estreita (Extended

Range) e Espectro de propagação (velocidade aumentada).

Os padrões antigos ainda existem, mas precisam de autoriza-

ção para operar devido à faixa de sinal de radiofrequência utili-

zada.

Educador, Devolva os relatórios elaborados na última aula.

Conduza os alunos até a área da empresa que opera os equi-

pamentos RFID, apresente os equipamentos utilizados.

Passo 2 / Visita técnica 25min

227

Page 228: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Aplicação, Composição e Funcionamento do Sis-tema RFID (radiofrequency identification data)

A identificação por radiofrequência é uma tecnologia mais re-

cente que a tecnologia RFDC e sua utilização vêm sendo ex-

pandida no recolhimento automático de dados.

Figura 31 – Funcionamento do RFID – Fonte: Google imagens 2012

Sexta Aula 50min

Passo 1 / Aula Teórica 25min

Nesta aula são apresentados conceitos sobre aplicação,

composição e funcionamento do sistema RFID e característi-

cas da RF TAG.

No final da aula estão previstas atividades práticas.

228

Page 229: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

A operação de um sistema de identificação por radiofrequência

requer um conjunto de equipamentos eletrônicos compostos

por: computadores, antenas de transmissão e recepção de si-

nais de radiofrequência, terminais portáteis, etiquetas (também

chamadas de transponder ou RF-TAG).

A solução RFID é baseada no acesso off-line a base de dados

existentes no computador através de um decodificador que sin-

croniza as informações quando conectado ao computador atra-

vés de um cabo USB. A sincronização dos dados entre o termi-

nal portátil e a base de dados central é feita de forma bidirecio-

nal, oferecendo duas funcionalidades que se complementam, o

recolhimento de dados e informações e conferência constante.

Juntando-se a essas funcionalidades algumas vantagens consi-

deradas no uso do RFID são:

- Capacidade de armazenamento, leitura e envio dos dados pa-

ra etiquetas ativas;

- Detecção sem necessidade da proximidade da leitora para o

reconhecimento dos dados;

- Durabilidade das etiquetas com possibilidade de reutilização;

- Prevenção de roubos e falsificação de mercadorias;

- Recolha de dados de materiais e produtos em movimento.

Essas vantagens trazem competitividade às operações das em-

presas e através dos sistemas de informações que hoje são

considerados como “mecanismos vivos” e podem:

- Aumentar a produtividade dos recursos humanos envolvidos;

- Garantir o cumprimento das regras e medir a eficiência dos

recursos;

- Testar a validade das normas face aos procedimentos corren-

tes;

- Transmitir rapidamente novas orientações de gestão.

229

Page 230: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Características da RF TAG

Existem tags que possuem baterias e emitem radiação eletro-

magnética em frequência de rádio e tags que não necessitam

de baterias e são alimentadas pelos sinais eletromagnéticos

emitidos para sua leitura.

Uma tag contém informações armazenadas eletronicamente,

que podem ser lidas a muitos metros de distância e ao contrá-

rio de um código de barras, a tag não precisa ser vista podendo

inclusive esta embutida no objeto rastreado.

Um EPC, Electronic Product Code é um tipo comum de dados

armazenados em uma etiqueta.

Quando escrito na tag por uma impressora RFID a etiqueta

contém uma sequencia de 96 bits de dados.

Os primeiros oito bits são um cabeçalho que identifica a versão

do protocolo.

O segundo grupo, formado por 28 bits identificam a organiza-

ção através de um número fornecido pelo consórcio EPC Glo-

bal.

O terceiro grupo possui 24 bits que são utilizados para definir

uma classe de objeto, identificando o tipo de produto.

O quarto grupo é formado por 36 bits que são um número de

série único para uma determinada marca.

O terceiro e o quarto grupo são definidos pela organização que

emitiu o tag.

O custo de uma tag atualmente é cerca de U$0,05 cada unida-

de passiva e tags especiais montadas em metal para suportar

uma gama de esterilização na faixa de US $ 5.

230

Page 231: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 32 – Operação logística com utilização de tag passiva – Fonte: Goo-gle imagens 2012

Tags ativos para recipientes de controle, os ativos de medicina,

ou monitorar as condições ambientais em centros de dados

começam em US $ 50 e podem chegar a mais de U$ 100 ca-

da.

Figura 33 – monitoramento de RFID ativo – Fonte: Google imagens 2012

231

Page 232: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Uma bateria assistida passiva (BAP) tags está na faixa de U$

3-10 e também tem capacidade de sensor como temperatura e

umidade.

Figura 34 – Tag BAP – Fonte: Google imagens 2012

Educador, Solicite a atualização do relatório com base nos dados coleta-

dos e informações obtidas na visita realizada na aula anterior.

Providencie para aproxima aula algumas etiquetas inteligentes

utilizadas pela empresa.

Passo 2 / Atividades práticas 25min

232

Page 233: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Características da RF TAG (Continuação...)

Aplicações das RF TAG’s

A flexibilidade de aplicações e baixo custo diante dos resulta-

dos oferecidos tem feito seu uso conjunto com a tecnologia

RFID se difundir em muitas áreas de atividades econômicas

tais como:

o Gerenciamento de acesso: Tags RFID em cartões de

identidade pode dar aos trabalhadores acesso a áreas fecha-

das de prédios e transponders aplicados em automóveis pode

ser usado para acesso a estacionamentos e áreas de carga e

descarga.

Figura 35 – Gerenciamento de acesso por RFID – Fonte: Google imagens 2012

Sétima Aula

Passo 1 / Aula Teórica 25min

Nesta aula é dada continuidade na apresentação de concei-

tos sobre as características da RF TAG.

No final da aula estão previstas atividades práticas

233

Page 234: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

o Rastreamento de bens: Produtos de alto valor, merca-

dorias perecíveis, podem ser acompanhados e rastreados

constantemente.

Figura 36 – Rastreamento de cargas em transporte – Fonte: Google ima-gens 2012

o Rastreamento de pessoas e animais: Pessoas podem

ser marcadas, seguidas e identificadas (soldados, prisioneiros),

gado e animais domésticos podem ter marcas injetadas, permi-

tindo a identificação positiva do animal.

Figura 37 – Implante RFID – Fonte: Google imagens 2012

o Cobrança de pedágio e de pagamento sem contato:Muito utilizado nas rodovias terceirizadas no Brasil.

234

Page 235: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 38 – Cobrança de pedágio por RFID – Fonte Google imagens 2012

o Smart dust: Para detecção de temperatura, nível de

umidade, com utilização maciça de sensores de redes.

Figura 39 – Smart dust – Fonte: Google imagens 2012

o Rastreamento de memória de resultados: Aplicado

nos esportes para verificar a autenticidade do resultado.

Figura 40 – Controle de resultados esportivos com uso de RFID – Fonte: Google imagens 2012

Smart dust é um sis-tema hipotético de muitos peque-nos sistemas micro-eletromecâni-cos (MEMS), tais como sensores, robôs ou ou-tros dispositivos, que podem detectar, por exemplo, luz, tempe-ratura, vibração, mag-netismo ou produtos químicos; são geral-mente ligados em re-de sem fio, e estão distribuídos por algu-mas áreas para reali-zar tarefas, geralmente de detecção.

235

Page 236: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

o Rastreamento de bagagens: Em aeroportos, portos,

estações ferroviárias e rodoviárias.

Figura 41 – Rastreamento de bagagens com RFID – Fonte: Google imagens 2012

No link abaixo você encontra um vídeo que apresenta o RFID e suas aplicações em uma empresa de transporte aéreo.

http://www.youtube.com/watch?v=tO73KgD4EiY&feature=related

- Logística de produção: Um RFID ligado a um automóvel,

durante a produção pode ser usado para controlar o seu pro-

gresso através da linha de montagem.

Figura 42 – Uso do RFID no controle de linha de produção – Fonte: Google imagens 2012

236

Page 237: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Educador,

Devolva os relatórios aos alunos.

Apresente as etiquetas inteligentes utilizadas na empresa.

Solicite a atualização do relatório.

Agende para a próxima aula uma visita aos setores de arma-

zenagem da empresa para que eles observem os procedimen-

tos adotados na empresa.

Passo 2 / Atividades práticas 25min

237

Page 238: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Operação de RFID Com Uso de Tags

Um sistema de identificação por radiofrequência u-

sa tags, ou etiquetas e envio e recebimento de informações

anexadas aos objetos a serem identificados e funcionam como

rádios transmissores e receptores chamados interrogadores

ou leitores, pois enviam um sinal para a tag e leem a resposta.

Um leitor de RFID transmite um sinal de rádio codificado inter-

rogando a tag que recebe a mensagem como uma pergunta e

responde com as suas informações de identificação que pode

ser um número da etiqueta de série única ou informações rela-

cionadas com o produto, tais como um número de estoque lote,

ou lote número, data de produção, ou outras informações es-

pecíficas. Os leitores transmitem as informações a um sistema

de computador com software RFID ou middleware RFID.

Oitava Aula 50min

Passo 1 / Aula Teórica 25min

Nesta aula são apresentados conceitos sobre a operação de

RFID com o uso de RF TAG e tipos de TAG’s.

No final da aula é prevista uma visita técnica aos setores de

armazenagem da empresa.

238

Page 239: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 43 – middleware RFID – Fonte: Google imagens 2012

Tipos de TAG’s

As etiquetas RFID podem ser passivas, ativas ou passivas as-

sistidas por uma bateria.

Uma tag ativa tem uma bateria on board que periodicamente

transmite seu sinal de identificação. Elas podem conter trans-

missores e receptores funcionalmente separados e não precisa

responder em uma frequência relacionada ao sinal do leitor de

interrogatório.

As etiquetas ativas são mais resistentes à água e metal, pois

oferecem uma maior confiabilidade e exatidão dos dados por

ela transportados.

As etiquetas ativas oferecem um maior range de leitura, que

permite serem captadas por leitores RFID até distâncias de

dezenas de metros.

Uma tag com bateria passiva assistida (BAP) tem uma peque-

na bateria a bordo que é ativada na presença de um leitor

RFID.

Uma tag passiva é mais barata e menor porque não tem bate-

ria e se utiliza da onda de rádio transmitida pelo leitor como

fonte de energia.

239

Page 240: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Uma tag pode ser somente de leitura quando sua finalidade é

informar ao cliente dados que servirão para o controle eletrôni-

co do produto, ou pode ser de leitura e escrita quando o cliente

fará gravações complementares.

As tags RFID passivas são compostas por diferentes camadas

que permitem realizar suas funções corretamente.

A primeira camada é o papel frontal que se imprime todos os

dados relativos ao produto que acompanha. Este papel tam-

bém serve como protetor do chip que se encontra em sua parte

posterior.

A camada seguinte é destinada ao chip RFID (, que consta de

um circuito miniaturizado onde se encontra a informação do

produto em memória do tipo não volátil. Lembremos que neste

tipo de etiquetas, o chip é capaz de alimentar-se com energia

tomada de qualquer onda eletromagnética.

O chip está anexado a etiqueta mediante alguns apoios deno-

minados "bumps", que são construídos em ouro, com finalidade

de oferecer grande resistência, condutividade e pressão sobre

o elemento.

O componente seguinte é a antena impressa de RFID, fabrica-

da em material condutivo especial, cujo trabalho será captar as

ondas eletromagnéticas que alimentam o chip, e transmitir a

informação que está armazenada.

Este processo permite a construção das etiquetas nos mais

diversos formatos como: Formato de cartões de crédito flexí-

veis, com adesivos; Moedas e anéis; Chaves, etc.

As tags operam em três tipos de frequência:

240

Page 241: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

o Tags de Baixa Frequência: LF, Low Frequency operam

na faixa de 120 a 135 kHz e possuem as seguintes caracterís-

ticas:

- Coeficiente de penetrabilidade alto e moderadamente toleran-

te a metais;

- O campo magnético forma uma área de leitura bem definida e

homogênea;

- Taxas de transferência de dados baixa;

- Capacidade de leitura de múltiplas tags é baixa;

- Habilidade de leitura em ambientes sujos e úmidos;

- Normalmente a distância de leitura é menor que 1m;

- Pouco padronizada, podem ser utilizadas globalmente sem

necessidade de licença.

Figura 44 – Baixa frequência RFID - Fonte: Google imagens 2012

As tags de baixa frequência são utilizadas para: Identificação

de animais (ovelha, porco, boi…); Controle de acesso; Crono-

metragem em corridas de rua; Gerenciamento de lixo; Self-

service em posto de combustível.

241

Page 242: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

o Tags de Alta frequência: HF, High Frequency, operam

na faixa de 13,56 MHz e possuem as seguintes características:

- Bom coeficiente de penetrabilidade (exceto metais) com redu-

ção do alcance de leitura;

- Disponível globalmente com níveis de potência adequados e

sem necessidade de licenciamento;

- Normalmente as tags são no formato de etiquetas;

- O campo magnético forma uma área de leitura bem definida e

homogênea;

- Capacidade de leitura de múltiplas tags;

- Normalmente a distância de leitura é menor que 2m;

- Taxas de transferência de dados baixa a moderada.

Figura 45 – Alta frequência RFID - Fonte: Google imagens 2012

As tags de alta frequência são utilizadas para: Gerenciamento

de produtos; Gerenciamento de bibliotecas; Gôndola inteligen-

te; Identificação de pessoas; Sistema de pagamentos.

242

Page 243: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Educador,

Devolva os relatórios aos alunos.

Acompanhe-os aos setores de armazenagem da empresa para

que eles observem as atividades em desenvolvimento e regis-

trem os procedimentos.

Passo 2 / Visita Técnica 25min

243

Page 244: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Tipos de TAG’s (Continuação...)

o Tags de Frequência ultra alta: UHF, Ultra High Fre-

quency operam na faixa de 850 a 960 MHz e possuem as se-

guintes características:

- A frequência de operação e a potência do sinal RF variam de

acordo com as regulamentações de cada país;

- A potência do sinal RF varia de acordo com as regulamenta-

ções de cada país;

- Possui padrões globais de utilização;

- Baixo coeficiente de penetrabilidade em líquidos (absorção) e

metais (reflexão);

- Dependendo do formato da tag, a performance de leitura po-

de variar;

- Capacidade de leitura de múltiplas tags;

- Alta taxa de transferência;

- O campo elétrico estende a performance de leitura, mas para

definir a área de cobertura exige-se estudo preliminar;

- Alto alcance de leitura, acima de 5m.

Nona Aula 50min

Passo 1 / Aula Teórica 25min

Nesta aula é dada continuidade a apresentação de conceitos

sobre os tipos de TAG’s e suas frequências de operação.

No final da aula estão previstas atividades práticas

244

Page 245: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 46 - Frequência ultra alta RFID - Fonte: Google imagens 2012

As tags de frequência ultra alta são utilizadas para: Cadeia de

suprimentos; Rastreabilidade de paletes e caixas; Inventário e

controle de estoque; Rastreabilidade de ferramentas; Rastrea-

bilidade de bagagens.

Alem da diminuição do custo dos equipamentos, softwares e

periféricos necessários ao sistema RFID e das tags, a melhoria

na performance para uma confiabilidade de 99,9% e um padrão

internacional estável em torno de UHF RFID passivo contribuiu

bastante para ampliação desse sistema.

Ainda falando em UHF existem no mercado equipamentos que

operam com banda de 433 MHz, de pequeno alcance 1 a 100

Metros que possuem velocidade moderada de transmissão de

dados e não podem ser usados globalmente devido à falta de

padrão mundial.

Também podem ser encontrados equipamentos que operam

com micro-ondas que operam na frequência de 2450 a 5800

MHz, seguem as normas ISM band com curto alcance (1 a 2

metros) e alta velocidade de transmissão de dados. O equi-

pamentos que operam na faixa de 3,1 a 10 GHz utilizam banda

ultra larga possuem alcance de 1 a 200 metros e possuem alta

velocidade de transmissão de dados.

No UHF e frequências mais elevadas, a eti-queta é mais do que um comprimento de onda de rádio a partir do lei-tor. A etiqueta pode modular o campo pro-duzido pelo leitor, alte-rando o carregamento elétrico que produz uma mudança que o leitor pode detectar.

245

Page 246: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Abaixo uma comparação entre as frequências.

Figura 47 – Comparação entre frequências RFIFD- Fonte: Google imagens 2012

Todas as opções possuem vantagens e desvantagens que

afetam não somente performance de leitura e tamanho da tag,

mas também preço das tags e leitores. Além disso, a potência

de sinal tolerada e regulamentações variam em cada país, por

este motivo é necessário um esforço para regulamentar glo-

balmente cada tecnologia, tal qual a faixa de UHF.

Frequência de Operação RFID

O RFID utiliza frequências reservadas para aplicações industri-

ais conhecidas como ISM (Industrial Scientific Medical) para

evitar interferências em outros sistemas de radiofrequência tais

como: rádio, celular, televisão.

O gráfico abaixo mostra a divisão entre os tipos de frequência,

mostrando seu valor de f (frequência), (Lambda) que é o com-

primento da onda, e sua classificação.

246

Page 247: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 48 – Faixa de frequência RFID – Fonte: Google imagens 2012

- VLF é Very Low Frequency (Frequência Muito Baixa),

- LF é Low Frequency (Frequência Baixa),

- MF é Medium Frequency (Frequência Média),

- HF é High Frequency (Frequência Alta),

- VHF é Very High Frequency (Frequência Muito Alta),

- UHF é Ultra High Frequency (FrequênciaUltra Alta),

- SHF é Super High Frequency (Frequência Super Alta),

- EHF é Extremely High Frequency (Frequência Extremamente

Alta).

O RFID opera no Brasil, segundo o ISM, na faixa de 135 kHz a

2,45 GHz e dentro dessa faixa é preciso escolher a que oferece

melhor desempenho de acordo com a necessidade da empre-

sa.

247

Page 248: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Educador, Solicite a atualização do relatório com os procedimentos obser-

vados na visita realizada na aula anterior.

Passo 2 / Atividades práticas 25min

248

Page 249: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Formato das TAG’S

As tags possuem inúmeras vantagens quando se trata de iden-

tificação automática das mercadorias de forma individual e por

isso acredita-se que nos próximos anos, 95% dos produtos

mundiais serão acompanhados de etiquetas do tipo RFID.

Além de serem classificados como etiquetas ativas ou passi-

vas, os tags normalmente também se diferenciam de acordo

com a relação que tenham com os itens que representam.

As etiquetas RFID utilizadas atualmente, em sua maioria pos-

suem formato delgado e flexível, praticamente indestrutível, e

grande espaço de armazenamento em seus chips com diferen-

tes capacidades de memória.

Essas etiquetas são fabricadas para serem coladas sobre os

produtos que serão monitorados e hoje se trabalha na tentativa

de impressão direta para reduzir o custo do chip RFID e reduzir

um passo no processo industrial de fabricação.

Décima Aula 50min

Passo 1 / Aula Teórica 25min

Nesta aula são apresentados conceitos teóricos sobre os

formatos das TAG’s e hardwares utilizados em RFID.

No final da aula estão previstas atividades práticas

249

Page 250: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 49 – Etiqueta RFID impressa pelo sistema de rotogravura – Fonte: Google imagens 2012

Para cada aplicação existe uma necessidade diferente e alguns

formatos adequados à aplicação necessária que se dividem em

três tipos de etiquetas:

o Etiquetas associáveis: Utilizada em artigos que preci-

sam estar vinculados a Clientes, Fornecedores ou que necessi-

tam de textos livres ou imagens.

Figura 50 Etiqueta RFID associável – Fonte: Google imagens 2012

o Etiquetas implantáveis: É um transponder constituído

de um código exclusivo e inalterável, gravado a laser, encapsu-

lado em vidro cirúrgico, microrrevestido em capa de polipropi-

leno biocompativel e antimigratório com tamanho aproximado

de um grão de arroz.

250

Page 251: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 51 - Chip de identificação de pessoal - microtransponder baseado na tecnologia RFID – Fonte: Google imagens 2012

o Etiquetas inseríveis: Utilizada para identificar objetos

metálicos, também conhecidos como hard tags. Essas etique-

tas são inseridas em produtos e visam acompanha-los por toda

a vida, até mesmo após o seu descarte.

Figura 52 – Tags inseríveis - Fonte: Google imagens 2012

251

Page 252: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Hardwares Utilizados em RFID

Leitores de Códigos

Segundo Mota (2006), leitores de códigos são dispositivos que

possuem fonte de energia própria, capacidade de processa-

mento e uma antena para comunicação. Dispositivos leitores

requisitam dados dos identificadores, além de requisitar os da-

dos o leitor pode ainda escrever dados nos identificadores, se

eles permitirem. (Mota, 2006)

O leitor pode ser considerado o cérebro de um sistema RFID,

pois é o responsável pela ligação entre os sistemas de proces-

samento de dados e as tags (uma ou várias) propiciando con-

dições para gestão sem repetição de dados (Gomes, 2007 pag.

9).

O leitor é composto por três partes:

o Antena: É através dela que o leitor obtém a informação

do identificador. Geralmente os leitores possuem apenas uma

ou duas antenas as quais são conectadas, ou em alguns casos

o leitor pode ter antenas internas. A antena permite aos leitores

interrogar os identificadores e controlar as antenas físicas.

(Bhatt & Glover, 2007) (Santini, 2006)

o Controlador do leitor: É responsável pelo controle do

leitor, determinando quando as informações lidas constituem

um evento a ser enviado à rede. O controlador pode ser com-

plexo tal como um computador com sistema servidor ou sim-

ples como um pequeno leitor acoplado em um celular.

o Interface de rede: Necessária para fazer as informa-

ções saírem do leitor, podendo ser uma simples porta serial

conectada por cabo ao computador.

252

Page 253: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Educador, Devolva os relatórios aos alunos.

Solicite que eles elaborem um painel com base no relatório e-

laborado e preparem uma apresentação para a aula 19.

Passo 2 / Atividades práticas 25min

253

Page 254: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Hardwares Utilizados em RFID (Continuação...)

Coletores de Dados RFID

Existem diversos tipos de coletores de dados (leitores) em uso

no mercado que possuem layout apropriado a cada situação,

sendo as configurações mais eficientes e utilizadas:

o Layout Portal: É uma organização de antenas e leitores

projetados para reconhecer itens identificados, entrando ou

saindo por um portão. Esta configuração é comum em depósi-

tos, aonde os itens chegam e saem pelas docas de carga.

Também pode ser útil para os itens que se movam pelas se-

ções de uma fábrica, onde os itens identificados passam pelo

portal de um local de armazenamento para um setor de monta-

gem. (Bhatt & Glover, 2007)

Décima Primeira Aula 50min

Passo 1 / Aula Teórica 25min

Nesta aula é dada continuidade na apresentação de concei-

tos teóricos sobre os hardwares utilizados em RFID.

No final da aula estão previstas atividades práticas

254

Page 255: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

Figura 53 - layout de leitor e antenas no formato de portal - FONTE: Bhatt & Glover (2007)

o Layout Túnel: Utilizado para controlar materiais trans-

portados por esteiras, seu funcionamento é semelhante ao do

portal, mas possui a vantagem de blindar frequências de rádio

emitidas, absorvendo raios refletidos ou sinais perdidos, evi-

tando a interferência de e com outras antenas ou equipamen-

tos. "Um túnel é um local fechado, geralmente sobre uma estei-

ra no qual as antenas podem ser abrigadas." (Bhatt & Glover,

2007:103).

Figura 54 – Layout túnel FONTE: Bhatt & Glover (2007)

No link abaixo você encontra um vídeo que apresenta o RFID e suas aplicações na HP Brasil.

http://www.youtube.com/watch?v=HuLyrh9smIE&feature=related

255

Page 256: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

o Dispositivos portáteis: Um leitor portátil pode permitir

que se examinem itens identificados em situações onde seja

inconveniente ou impossível mover os itens até um leitor. O

uso de leitores RFID portáteis é muito semelhante ao dos leito-

res portáteis de códigos de barras. (Bhatt & Golver, 2007)

Figura 55 – Dispositivo portátil - FONTE: Santini (2006)

o Layout de prateleiras inteligentes: De acordo com

Bhatt & Glover (2007), as prateleiras inteligentes são uma das

mais comentadas aplicações, porém menos comuns da tecno-

logia RFID. Esta disposição consiste na instalação de antenas

incorporadas de forma que o leitor possa reconhecer a chega-

da e a partida de itens das prateiras, ou ler todos os itens do

estoque por demanda.

Figura 56 - layout de Prateleira inteligente - FONTE: Bhatt & Glover (2007)

256

Page 257: Logística de Produção · aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações

As prateleiras inteligentes permitem realizar inventários em

tempo real de todos os itens do estoque, monitorar quantos

produtos há em uma prateleira, emitir avisos quando um item

deve ser reposto, verificar datas de vencimentos e ajudar as

ferramentas computacionais de business inteligence calculando

que hora do dia um produto é mais vendido, ou qual combina-

ção de itens o consumidor costuma comprar. (Santini, 2006)

Distância Máxima de Leitura RFID

De acordo com a empresa Simber tecnologia (2006), o alcance

de leitura depende dos seguintes fatores: leitor RFID, capaci-

dade da antena, o circuito utilizado na tag RFID, o tipo e a es-

pessura do material empregado para revesti-la, a antena que a

tag usa, o objeto a que esta tag é fixada, entre outros.

As faixas de leitura de uma tag RFID são as seguintes:

o 125 kHz. e 134.3 kHz.: Utilizada pelas Tags RFID passi-

vas de baixa frequência (LW). Seu alcance de leitura é de 30

centímetros. Na prática, está geralmente em torno dos 10 cm.

Tal alcance pode ser maior no caso do uso de uma tag muito

grande, que pode atingir cerca de 2 metros quando ligada a

metais.

o 13.56 MHz: Utilizada pelas Tags RFID passivas de alta

frequência (HF). Seu alcance de leitura é de 1,5 metros, estan-

do, na realidade, geralmente abaixo de um metro. É possível

usar uma leitora com uma ou várias portas. Antenas personali-

zadas podem ainda estender a distância de leitura ou criar uma

zona mais ampla de codificação RFID.

o 860 ~ 960 MHz: Utilizada pela 3ª geração de chips. A

nova geração de chips está disponível em diversos designs de

inlays. Ela proporciona um ganho de 40% de sensibilidade, en-

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quanto reduz a interferência no sinal. Isso significa que utili-

zando uma tag da nova geração de silício é possível obter um

alcance de leitura maior que 16 metros.

o 2.45 GHz: Utilizadas pelas Tags ativas de frequência

super alta (SHF). Possuem capacidade de leitura de mais de

100 metros. Existem várias modulações diferentes para 2.45

GHz e é possível ter ainda informações precisas sobre a locali-

zação das tags ativas.

o RLTS: “Real Time Location Systems”, que significa Sis-

temas de Localização em Tempo Real. Geralmente, de baixa

freqüência (LF) e freqüência super alta (SHF). Com ele é pos-

sível controlar cerca de 23500 metros quadrados com uma úni-

ca chave.

Educador, Solicite aos alunos que deem prosseguimento na elaboração

de seus painéis e que incluam o tema apresentado na aula de

hoje no relatório e no painel.

Passo 2 / Atividades práticas 25min

258

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Hardwares Utilizados em RFID (Continuação...)

Impressoras de Etiquetas RFID

Impressoras de etiquetas RFID são equipamentos que possu-

em dispositivos que podem codificar identificadores e imprimi-

los em papel com tecnologia jato de tinta ou laser. (Bhatt &

Glover, 2007:100).

As impressoras produzem rapidamente etiquetas identificado-

ras com informações legíveis por pessoas e ou código de bar-

ras para serem apostas em produtos, equipamentos, peças ou

ao que for necessário controlar.

Figura 57 – Impressoras RFID – Fonte: Google imagens 2012

Existem impressoras RFID que além de imprimir, anexam o

identificador a um item, ou até algumas portáteis em forma de

Décima Segunda Aula 50min

Passo 1 / Aula Teórica 25min

Nesta aula é dada continuidade na apresentação de concei-

tos teóricos sobre os hardwares utilizados em RFID.

No final da aula estão previstas atividades práticas

259

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pistola parecidas com os aplicadores de código de barra. (San-

tini, 2006)

Ainda de acordo com Bhatt & Glover (2007), para aplicações

com pequeno volume, um operador pode aplicar manualmente

os rótulos inteligentes, mas para aplicações com grandes vo-

lumes requerem um dispositivo chamado aplicador.

Figura 58 – Etiquetador manual – Fonte: Google imagens 2012

Há dois tipos de aplicadores:

O aplicador do tipo que passa pelo item, possui menos partes

móveis e não precisa de um compressor de ar, mas pode em-

perrar se um identificador se enrolar de forma incorreta.

O aplicador do tipo que pressiona o item, que são mais confiá-

veis e possivelmente mais rápidos, mas necessitam de um

compressor de ar.

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Figura 59 - Aplicadora de etiqueta automática- Fonte Google imagens 2012

Redes Sem Fio

Antenas

Uma antena RFID transmite uma onda que possui característi-

cas tanto magnéticas quanto elétricas, e é por isso chamada de

onda eletromagnética. Utilizar a mesma antena em circunstân-

cias diferentes não garante as melhores taxas de leitura além

de nem sempre oferecer o necessário para determinada área.

O sistema RFID utiliza o decibel (dB) para descrever o ganho

da antena, perda de potência dos cabos e todas as outras es-

pecificações.

A antena emite um sinal de radio que ativa o RF Tag, realizan-

do o contato para recebimento ou envio de informações através

do leitor. Elas são fabricadas em diversos tamanhos e formatos

com características definidas para cada aplicação.

Existem 3 tipos de antenas classificadas de acordo com a pola-

rização que utilizam:

O decibel (dB) é uma medida da razão entre duas quantidades, sendo usado para uma grande variedade de medições em acústica, física e eletrônica, tam-bém é uma unidade de medida adimensional, semelhante à porcenta-gem.

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o Antena de polarização linear (antena dipolo): Neste

tipo de antena a onda eletromagnética se propaga inteiramente

em um único plano (vertical ou horizontal), na direção do sinal

de propagação. Quando a orientação da tag é conhecida e fixa,

este é o melhor tipo de propagação de onda. Para um bom re-

sultado de leitura a antena e a tag RFID devem estar em pola-

rizações correspondentes.

Figura 60 - Exemplo de onda propagada pela antena dipolo – Fonte: www.simber.com.br 2012

o Antena de polarização circular (hélice, patch e dipó-los cruzados): Neste tipo de antena a onda eletromagnética

se propaga em dois planos, criando um efeito circular, seme-

lhante a um saca rolhas. Dessa forma, o comprimento de onda

faz um giro completo. Desde que a antena RFID continue a

emissão, o campo de rotação eventualmente cobrirá qualquer

tag em seu caminho. Esse é o melhor tipo de antena a ser utili-

zado quando a orientação da tag é desconhecida apesar da

perda mínima de 3 db em relação à antena de polarização line-

ar.

Figura 61 - Exemplos de antenas de polarização circular – Fonte: www.simber.com.br 2012

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o Antena de polarização circular: Se dividem em:

Monoestática: É a antena mais comum utilizada em

RFID e possui uma porta comum para transmitir e receber si-

nais. Os leitores RFID monoestáticos podem ter 1, 2 ou 4 por-

tas de leitura. Algumas vezes há também uma quinta porta,

chamada de LBT (Listen Before Talk). Nesse tipo de leitor, pri-

meiro ocorre a transmissão de sinais, que depois são recebidos

pela mesma porta.

Circular biestática: São utilizadas duas antenas RFID

no mesmo espaço físico, com uma porta para transmitir sinais e

outra para receber. Os leitores RFID biestáticos costumam a-

presentar 8 portas – 4 de transmissão e 4 para receber si-

nais. Sendo assim, cada porta está sempre ativa, transmitindo

ou recebendo informações.

As antenas RFID são ajustadas para ressonar apenas uma es-

treita faixa de frequências, que são centradas naquela desig-

nada pelo sistema RFID, portanto é necessário cuidado para

não ultrapassar a faixa de sinal estabelecida, pois o campo de

onda e a força do sinal são controlados pelo numero de graus

expandidos pela antena nos sentidos horizontal (Azimuth - AZ)

e vertical (Elevation - EL). O ajuste deve ser feito por especia-

listas.

Azimuth (AZ) é o pla-no horizontal de radia-ção da onda emitida. Esse plano utiliza graus para descrever a quantidade de emis-são horizontal, desde o centro da antena atéuma variação máxima de 3 decibéis.

Elevation (EL) é o plano vertical de radia-ção da antena e tam-bém utiliza graus para descrever a quanti-dade de emissão verti-cal, desde o centro da antena até uma má-xima variação de 3 decibéis.

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Educador, Solicite aos alunos que deem prosseguimento na elaboração

de seus painéis e que incluam o tema apresentado na aula de

hoje no relatório e no painel.

Passo 2 / Atividades práticas 25min

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Segurança em RFID

De acordo com Santini (2006:38), "Um sistema RFID é um sis-

tema computacional, que utiliza hardwares, softwares e um sis-

tema de comunicação em rede sem contato, via ondas de rá-

dio, portanto, deve ter segurança tal para proteger todos os

elementos acima, bem como os dados que manipulam”.

Existem dois tipos de ataque que podem ocorrer aos sistemas

RFID:

- Ataques físicos: O invasor precisa ter acesso direto ao iden-

tificador, tornando a identificação mais fácil quando ocorre, pois

o invasor precisa estar na área de fabricação.

- Ataques de captura de tráfego: O atacante recebe os sinais

de radiofrequência e captura as informações transmitidas. São

chamados ataques passivos. Podem ter como objetivo o ras-

treamento de cargas em movimentação para roubos.

De acordo com Mota (2006), Também podem ocorrer a inter-

rupção provocada por interferência no sinal de radiofrequência.

Para Bhatt & Glover (2007), é necessário criar uma estrutura

de segurança baseada em:

Décima Terceira Aula 50min

Passo 1 / Aula Teórica 50min

Nesta aula são transmitidos conceitos teóricos sobre segu-

rança e RFID e softwares comerciais utilizados em RFID.

No final da aula estão previstas atividades práticas

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- Disponibilidade: Criar sistemas e formas de proteção para

manutenção constante do sinal evitando seu bloqueio por pos-

síveis invasores. (Santini, 2006)

- Integridade: Assegurando a exatidão e autenticidade das

informações transmitidas pelo sistema, evitando sua alteração

acidental ou maliciosa (Bhatt & Glover, 2007).

- Confidencialidade: Limitando o acesso de informações so-

mente ao pessoal autorizado através de mecanismos de senha

de acesso e autorizações.

A segurança de um sistema RFID deve ser estabelecida em 4

zonas distintas (Bhatt & Glover, 2007):

- Zona 1 – Identificador: Existem duas áreas principais de vul-

nerabilidade que são os dados do identificador quando são ar-

mazenados sem criptografia e a possibilidade de troca de um

identificador de um objeto por outro ou sua retirada. (Santini,

2006)

Zona 2 – Leitor: O tráfego de informações não criptografadas

entre o leitor e o identificador torna o sistema vulnerável. A fa-

lha dos leitores na autenticação dos identificadores são cami-

nhos abertos para invasões.

Zona 3 – Serviços: Podem ocorrer em virtude do aumento do

fluxo de volume de dados e transações em uma empresa ge-

rando sobrecarga no sistema.

Zona 4 – Sistema de informação: Os agentes de ameaças

nesta zona de segurança são praticamente os mesmo da zona

3, portanto, intrusos, espiões e sabotadores.

Criptografia são técni-cas matemáticas rela-cionadas à segurança da informação como confidencialidade, inte-gridade de dados, au-tenticação e autentica-ção de origem de da-dos.

Autenticação é a certi-ficação da identidade de uma entidade, ou seja, garante ao outro lado da comunicação que você é quem real-mente diz ser.

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Softwares Comerciais

Um software comercial segundo Foina (2007) é um middlewa-

re que oferece um conjunto de serviços que permite a intera-

ção entre aplicações e usuários finais através de uma rede de

computadores, ou seja, é o software que está acima da rede e

abaixo dos programas de aplicações de negócios.

De acordo com Bhatt & Glover (2007), o middleware RFID for-

nece uma importante função de filtragem dos dados que vêm

dos leitores altamente fragmentados. Essa função diminui o

volume de dados que passam pela rede, além de definir even-

tos em nível de aplicação e passar informações mais significa-

tivas para as aplicações corporativas.

Existem muitas soluções de middleware gerenciador de even-

tos no mercado, alguns são baseados na especificação ALE

(Application level events) aplicação em nível de eventos desen-

volvida pela EPCglobal uma organização global mantida por

indústrias, que trabalha na regulamentação do código eletrôni-

co de produto e soluções com especificações anteriores mas

com capacidades semelhantes de gerenciamento de eventos.

Os três principais produtos de middleware existentes no mer-

cado possuem as funções básicas de encapsulamento de inte-

rações com o leitor, gerenciamento de eventos e fornecem uma

interface de alto nível para aplicações orientadas a serviços.

Entre as principais empresas que fornecem software middlewa-

re estão:

o Sun Microsystems: Foi uma das primeiras empresas

participantes do mercado de RFID, a Sun fornece uma plata-

forma de middleware baseada em Java chamada Sun Java

System RFID Software. O middleware da Sun é projetado es-

pecificamente para fornecer altos níveis de confiabilidade e es-

Middleware é uma nomenclatura utilizada normalmente para se referir a uma classe de software cujo obje-tivo é servir de ligação entre sistemas cons-truídos separada-mente."

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calabilidade para a rede EPC, enquanto simplifica a tarefa de

integração com muitos sistemas corporativos existentes.

Os quatro componentes do projeto são o gerenciador de even-

tos, console de gerenciamento, servidor de informação e um kit

de desenvolvimento de software para criação de adaptadores e

aplicações autônomas. (Bhatt & Glover, 2007)

o ConnecTerra/BEA: Conforme Bhatt & Glover (2007),

a ConnecTerra foi uma das primeiras empresas a implementar

uma solução de middleware no padrão ALE. O principal produ-

to da ConnecTerra é o RFTagAware, que é uma plataforma de

infra-estrutura de software para o desenvolvimento de aplica-

ções de dispositivos e soluções RFID. O RFTagAware permite

a extração de dados do dispositivos leitores de forma seme-

lhante a um banco de dados. Os usuários descrevem os even-

tos nos quais estão interessados de forma bem parecida com

uma consulta de banco de dados.

o GlobeRanger: A GlobeRanger é uma da empresas

de middleware RFID puro enfocado no fornecimento de uma

plataforma edgeware para RFID, sensores e outros dispositivos

limítrofes. A plataforma de software iMotion oferecida pe-

la GlobeRanger, incorpora ferramentas visuais para simplificar

o desenvolvimento, distribuição e gerenciamento de soluções.

A plataforma iMotion é construída sobre

o framework .NET da Microsoft e aproveita diversos padrões

emergentes, incluindo ALE.

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Benchmarking É um processo contínuo de comparação dos produtos, serviços e práticas empresariais entre os mais fortes concorrentes ou empresas reconhecidas como líderes. É um processo de pesquisa que permite realizar comparações de processos e práticas "companhia-a-companhia" para identificar o melhor do melhor e alcançar um nível de superioridade ou vantagem competitiva.

Cadeia de suprimentos (Supply Chain) É constituído pelo conjunto de organizações que se inter-relacionam, agregando valor na forma de produtos e serviços, desde os fornecedores de matéria-prima até o consumidor e/ou usuário final, ou seja, a aplicação da logística integrada desde as fontes de fornecimento até o consumo final.

Distribuição capilar É o processo de distribuição e entrega de produtos para pequenos varejos e lojas.

Distribuição física Segmento da logística empresarial relativo ao conjunto das operações associadas ao fluxo físico de materiais desde o local de sua produção até o local de consumo/utilização final e do fluxo de informações relacionado. Também chamado de outbound logistics, ou logística externa, tem o objetivo de garantir que os materiais cheguem ao destino em condições de consumo/utilização, no tempo certo e com custos competitivos. De forma simplificada, é o processo de fazer com que os produtos/serviços de uma organização cheguem ao cliente/usuário final de forma eficaz e lucrativa. (Fonte: http://pessoal.onda.com.br/razzolini/glolog.html)

Índice de rotação de estoque É o número de vezes que o estoque “girou” no período contábil. Se possível, em lugar do estoque no final do exercício, deve-se usar a média do estoque no ano.

Lead-time Tempo compreendido entre a primeira atividade até a última de um processo de várias atividades.

Manufatura Processo de transformação e ou de industrialização dos produtos.

Matéria-prima Materiais utilizados para produzir um determinado produto, por exemplo, para produzir um achocolatado em pó são necessários: cacau, açúcar, aromas, etc.

Merchandising É qualquer técnica, ação ou material promocional usados no ponto-de-venda que proporcionem informação e melhor visibilidade a produtos, marcas ou serviços, com o

Glossário

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propósito de motivar e influenciar as decisões de compra dos consumidores. É o conjunto de atividades de marketing e comunicação destinado a identificar, controlar, ambientar e promover marcas, produtos e serviços nos pontos-de-venda.

Pedido de vendas

Registro de solicitação do cliente sobre os produtos que pretende adquirir,, normalmente o pedido é emitido (preenchido) por um vendedor da empresa.

Previsão de vendas Uma estimativa de quantidade que será vendida em um determinado período.

Sazonalidade Ocorrências que oscilam em demasia em relação às condições de normalidade. Tais desvios podem ser repetitivos e freqüentes em determinados períodos ou fases. No caso de estoques, correspondem a variações acima ou abaixo de 25% da demanda média.

Suprimentos Ato ou efeito de doar, fornecer ou entregar auxílios, provisões, materiais, etc.; provimento, fornecimento, provisão.

Trade marketing

É uma nova área de competência na gestão mercadológica. Não é só uma decisão de comunicação no ponto-de-venda para uma ação promocional. Abrange decisões financeiras relativas ao preço de venda e de revenda, decisões sobre a logística de entrada no varejo e dentro do varejo, decisões sobre agrupamentos de produtos, embalagens, etc. Obriga um conhecimento mais amplo da relação de cada consumidor, com cada loja de varejo e a que estímulos eles estão mais sensíveis, e em como transformar essa relação e estímulo em negócios para o fabricante.

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BALLOU, Ronald H. – Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial – Porto Alegre : Bookman, 2001.

BOWERSOX, Donald J, CLOSS, David J., COOPER M. Bixby – Gestão Logística da Cadeia de Suprimentos – Porto Alegre – Bookman, 2006.

CHING, Hong Yuh – Gestão de Estoques na cadeia Logística Integrada – 3a. Ed. – São Paulo – Atlas, 2006

CHRISTOPHER, Martin – Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos – 2a. Ed – São Paulo – Pioneira Thomson, 2001.

DIAS, Marco Aurélio P. – Administração de Materiais: Uma Abordagem Logística – 4a. Ed. – São Paulo – Atlas, 1993.

FRANCISCHINI, Paulino G., GURGEL, Floriano do Amaral – Administração de Materiais e Patrimônio – São Paulo – Pioneira Thomson, 2002.

MARTINS, Petrônio Garcia; CAMPOS, Paulo Renato – Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais – São Paulo – Saraiva, 2000.

MOURA, Reinaldo A. - Manual de Logística: armazenagem e distribuição física, vol 2 – São Paulo – IMAN, 1997.

POZO, Hamilton – Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: uma abordagem logística – 3a. Ed – SãoPaulo – Atlas, 2004.

Referências

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