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Livro Viarco 154-181

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5 156 157 Jornal PÚBLICO 500 Anos de Brasil Mostra de Humor Luso Brasileiro 158 Urban Sketchers Colectivo de Diários Gráficos Pai 159

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Beginning its sketch in the hands of António Antunes, the outlines of the map created by the fifth pencil in the VIARCO Express series illustrate a medium that lives and works around the rigorous discipline of drawing. António passed the baton to Cristina Sampaio, with whom, besides his profession, he shared a trip to Brazil to represent Portugal in the Luso-Brazilian Humour Exhibition – 500 Years of Brazil (2000). This trip allowed professional affinity to transform into personal friendship. These representatives also included André Carrilho and Augusto Cid, to whom the pencil also passed, as it did to João Abel Manta, Maia and Vasco.

Groups, joint projects and collaborations are an extremely important subject in this world. António, Cid, Maia and Vasco are revitalizing Cartoon Xira, the annual cartoon exhibition in Vila Franca de Xira, which will also be visited by Cristina Sampaio and António Jorge Gonçalves, who also received a VIARCO Express pencil, albeit via another route. Cristina Sampaio passed the baton to US-based Irish illustrator Brian Cronin when Cronin lived in Lisbon. The pencil ended up following Cronin to New York, interrupting its journey for some time. Returning to Lisbon, Cronin decided that the pencil had to stay in Portugal, and passed it to André Carrilho, an illustrator whom he met through Cristina Sampaio. Although both have worked regularly with the newspaper Público, Carrilho and Sampaio are developing the Spam Cartoon project together with João Paulo Cotrim, João Fazenda and José Condeixa.

When André Carrilho passed the baton to Augusto Cid, the pencil entered a new circle, defined by family relationships. Cid handed the pencil to the artist Monica Cid, who is also his daughter. Keeping it in the family, the next name was to be Carina Cid, who works as a designer and is Mónica’s sister. It was through Mónica Cid that the pencil reached the hands of Eduardo Salavisa, thereby visiting a new group that, while sharing some similarities with the first group, is substantially different from it. If, until then, the pencil had passed through closed circles that were in contact with each other, its arrival into Salavisa’s hands signalled its entrance into an open, albeit homogenous, group. The artist is one of the main driving forces behind the project run by the Diário Gráfico Collective, to which Mónica Cid also belongs, and which includes all of the people who would subsequently receive the pencil.

The Diários Gráficos are not just a project but also a compulsive passion of Eduardo Salavisa’s. In the book Diários de Viagem, the author delves deeply into the subject, contextualising the multiple connections and ways of approaching the medium, presenting 35 authors who illustrate the diversity and versatility of drawing in a personal but multidisciplinary perspective. It is a project that includes sculptors, biologists, geologists, painters, designers, and architects, and in which drawing functions as a connecting thread and a common language for all those taking part. The passing of the pencil from Eduardo Salavisa to José Louro, and from the latter to Pedro MB Cabral and João Catarino, followed a natural and foreseeable logic, united as they are by the proximity of their interests and projects. Salavisa, Louro, Cabral and Catarino are also participating in a project which closely resembles that of the Diários Gráficos Collective, although it has a global scope: Urban Sketchers, in which artists from all over the world, and from the most varied areas, get together to share their vision of the spaces that they inhabit and visit.

This pencil was one of the most compact in the VIARCO Express series. It passed through closed and family groups that were connected by a very strong relationship with drawing and the act of drawing. An affinity that is expressed daily and obliquely, in forms ranging from work to personal expression. In the cartography created by its journey, the pencil was always received as much more than a tool, and was approached as an obvious extension of each of the participants. Rather than representing a way of working or thinking, drawing is, for these 10 names, approached as a way of communicating.

From humour to discipline

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Iniciando o seu traçado pela mão de António Antunes, os contornos da cartografia gerada pelo quinto lápis da série VIARCO Express ilustram um meio que vive e trabalha em torno da disciplina rigorosa do desenho. António passa o testemunho a Cristina Sampaio com quem, para além da profissão, tem em comum uma viagem ao Brasil para representar Portugal na Mostra de Humor Luso-Brasileiro – 500 Anos de Brasil (2000). Esta viagem dará azo a que a afinidade profissional progrida para uma amizade pessoal. Dessa representação farão parte ainda André Carrilho e Augusto Cid, por quem o lápis também passará, mas também João Abel Manta, Maia e Vasco.

Os grupos, os projectos em comum e as colaborações são objecto de extrema importância neste meio. António, Cid, Maia e Vasco dinamizam o Cartoon Xira, mostra anual de cartoon de Vila Franca de Xira, por onde passarão também Cristina Sampaio e António Jorge Gonçalves, ao qual chegará também um lápis VIARCO Express, ainda que seguindo outro caminho. Cristina Sampaio passa o testemunho a Brian Cronin, ilustrador irlandês radicado nos Estados Unidos, quando Cronin vivia em Lisboa. O lápis acabará por seguir com Cronin para Nova Iorque, interrompendo o seu percurso por algum tempo. Regressando a Lisboa, Cronin decide que o lápis deverá manter-se em Portugal, passando-o a André Carrilho, ilustrador que conhecera por intermédio de Cristina Sampaio. Para além de ambos trabalharem regularmente com o jornal Público, Carrilho e Sampaio desenvolvem o projecto Spam Cartoon, juntamente com João Paulo Cotrim, João Fazenda e José Condeixa.

No momento em que André Carrilho passa o testemunho a Augusto Cid o lápis entra num novo círculo, definido por relações familiares. Cid entrega o lápis à artista Mónica Cid, que é também sua filha. Mantendo-se na família, o nome seguinte é Karina Cid, que trabalha como designer e é irmã de Mónica. É através de Mónica Cid que o lápis chega às mãos de Eduardo Salavisa, e visita um novo grupo que, partilhando semelhanças, é substancialmente diferente do primeiro. Se até agora o lápis havia passado por círculos fechados que se tocavam, a sua chegada às mãos de Salavisa dá o mote à entrada num grupo aberto, ainda que homogéneo. O artista é um dos principais dinamizadores do projecto Colectivo de Diários Gráficos, do qual faz também parte Mónica Cid e onde estão incluídos todos os nomes subsequentes.

Os Diários Gráficos não são apenas um projecto mas uma paixão compulsiva de Eduardo Salavisa. No livro Diários de Viagem, o autor explora em profundidade o tema, contextualizando as múltiplas ligações e formas de encarar o meio, apresentando trinta e cinco autores que ilustram a diversidade e versatilidade do desenho, numa perspectiva pessoal mas multidisciplinar. Um projecto que abrange escultores, biólogos, geólogos, pintores, designers e arquitectos, onde o desenho funciona como elo de ligação e linguagem comum a todos os intervenientes. A passagem do lápis de Eduardo Salavisa a José Louro, e deste para Pedro MB Cabral e João Catarino, respeita uma lógica natural e expectável. A proximidade de interesses e projectos é a constante que os une. Salavisa, Louro, Cabral e Catarino participam ainda num projecto em tudo semelhante ao do Colectivo de Diários Gráficos, mas de âmbito global, o Urban Sketchers, em que desenhadores de todo o mundo e das mais variadas áreas se juntam para partilhar a sua visão dos espaços que habitam e visitam.

Este lápis foi um dos mais compactos da série VIARCO Express. Passou por núcleos fechados e familiares, ligados por uma relação muito forte com o desenho e o acto de desenhar. Uma afinidade que se exprime quotidianamente e de forma transversal, do trabalho à expressão pessoal. Na cartografia desenhada pelo seu percurso, o lápis foi sempre recebido como muito mais que uma ferramenta, e encarado como uma extensão óbvia de cada um dos participantes. Mais do que representar um trabalho ou uma forma de pensar, o desenho é, para estes dez nomes, encarado como a forma de comunicar.

Do humor à disciplina

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Jornal PÚBLICO

Mostra de Humor Luso Brasileiro

500 Anos de Brasil

Spam Cartoon

AntónioAntunes

Cristina Sampaio

Brian Cronin

André Carrilho

Augusto Cid

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Urban Sketchers

Pai

Colectivo de Diários Gráficos

Mónica Cid

Karina Cid

Eduardo Salavisa

José Louro

Pedro Cabral

João Catarino

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O Testiculoso… Rei dos Tomates O Testiculoso… King of Tomatoes38 x 19,7 cmGrafite sobre papel Graphite on Paper

António

“Eu uso muito o lápis. Quando visitei a fábrica da Viarco, foi a entrada no mundo mágico da infância. Por um lado a curiosidade: como é que a mina entra aqui dentro? Que era uma coisa que me perseguia desde a infância. E por outro, talvez ainda mais forte, o cheiro dos lápis. O que isso tem de carga emocional para uma pessoa que sempre gostou muito de desenho, e de desenhos com lápis.”

“I use the pencil a lot. When I visited the Viarco factory, it was like entering in the magic world of childhood. On one hand, I felt curious: how does the lead get into the pencil? This was something that always puzzled me when I was a kid. On the other hand, there was something probably even more powerful: the smell of the pencils, and all the emotional charge associated with it for a person who has always enjoyed drawing and to make drawings with pencils”.

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Desfile Parade84,5 x 60 cmGrafite sobre papel Graphite on Paper

Cristina Sampaio

“A caixa dos lápis de cor era um objecto mágico para mim, na infância. Se seriam Viarco... só posso imaginar que sim. Recentemente a invasão das novas tecnologias pôs-me a desenhar com o computador e a usar o lápis apenas na fase do esboço. Fazer um desenho a lápis, do princípio até ao fim, foi como voltar ao banco da escola... muito afiador e muita borracha e a língua de fora, ao canto da boca.”

“When I was a child, the box of coloured pencils was a magical object for me. Whether they were Viacro pencils… I can only guess that they were. More recently, with the invasion of new technologies, I’ve started to draw using the computer, using the pencil only for sketches. To do a drawing, from start to end, was like going back to school… plenty of use given to the pencil-sharpener and eraser while sticking my tongue out of the corner of the mouth”.

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s/título untitled104,5 x 74 cmGrafite sobre papel Graphite on Paper

Brian Cronin

“Drawing is how I start work. I find the best way to get my thoughts down as fast as I can is to pick up a pencil or whatever is handy and draw. For me drawing and ideas are connected one does not come together without the other for me. It all comes from drawing it’s really the most direct way I can get my ideas out. In fact, I see how I paint as more akin to drawing than painting.”

“Os meus trabalhos começam sempre com o desenho. Para mim, a melhor maneira de passar as ideias para o papel o mais rápido possível é pegar num lápis ou no que estiver à mão e começar a desenhar. Na minha opinião, os pensamentos estão ligados ao acto de desenhar e, no meu caso, surgem ambos ao mesmo tempo. Desenhar está na origem de todo o meu trabalho, é realmente a forma mais directa de deitar as minhas ideias cá para fora. De facto, consigo ver que o modo como pinto é mais semelhante à prática do desenho do que à da pintura.”

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s/título untitled58,5 x 42 cmGrafite sobre papel Graphite on Paper

André Carrilho

“Acho que o Brian me passou o lápis porque gosta dos meus desenhos. Neste grupo conhecemo-nos todos, somos do mesmo meio, somos criativos… temos afinidade.”

“I think that Brian gave me the pencil because he likes my drawings. In this group we all know each other, we belong to the same circle, we are creative people… we have affinity”.

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O Espreita The Voyeur35 x 25 cmGrafite sobre papel Graphite on Paper

Augusto Cid

“O desenho é a base essencial do meu trabalho, tanto no cartoon como na escultura.”

“Drawing is the fundamental basis of my work, both in cartoons and in sculpture”.

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s/título untitled31,7 x 23 cmGrafite sobre papel Graphite on Paper

Mónica Cid

“Sou muito distraída nalgumas coisas e confesso que pouco sabia sobre a Viarco, mas fico contente de, graças a esta iniciativa, saber hoje um pouco mais! Gostei do lápis.”

“I am quite absent-minded about some things, and I confess that I knew close to nothing about Viarco, but thanks to this initiative, now I’m glad that I know a bit more! I liked the pencil!”

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s/título untitled50 x 35 cmGrafite sobre papel Graphite on Paper

Karina Cid

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Diário gráfico Graphic Diary28 x 21 cmGrafite sobre papel Graphite on Paper

Eduardo Salavisa

“O imaginário da Viarco vinha de muito atrás, da infância, altura em que a marca era a única ou quase. As expectativas não eram das melhores, mas foram largamente superadas por este belo lápis.”

“The image of Viarco comes from way back, from my childhood, when it was the only brand available, or just about. I wasn’t expecting much, but my expectation was greatly surpassed by this wonderful pencil.”

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s/título untitled59,5 x 42 cmGrafite sobre papel Graphite on Paper

José Louro

“Pratico o Desenho como uma religião, quotidianamente. Sou um fundamentalista gráfico. Estou, de há quatro anos para cá, agarrado aos cadernos de pequeno formato, à caneta e à aguarela. Os meus diários gráficos são uma preciosa e fiel companhia, acabando por organizar e marcar, mesmo que não seja essa a sua principal intenção, uma história de vida.”

“Drawing is like a religion to me: I practise it on a daily basis. I am a graphic fundamentalist. In the last four years, I have been attached to my small notebooks, pen, and watercolours. My graphic journals are a precious and loyal company and, even if that is not their main objective, ultimately they organize and mark a life’s history”.

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30 segundos viarco 30 seconds viarco33,8 x 33,8 cmGrafite sobre papel Graphite on Paper

Pedro Cabral

“A imagem da Viarco está sem dúvida ligada às pequenas caixas de lápis de cor que marcaram a minha infância.”

“The image of Viarco is no doubt associated with the small boxes of colour pencils that were a part of my childhood”.

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Arrifana, Agosto de 2009 Arrifana, August 200921 x 29,7 cmGrafite sobre papel Graphite on Paper

João Catarino

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