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8/13/2019 Livro Polticas Pblicas
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Universidade do Sul de Santa Catarina
Palhoa
UnisulVirtual
2011
Polticas PblicasDisciplina na modalidade a distncia
8/13/2019 Livro Polticas Pblicas
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Crditos
Universidade do Sul de Santa Catarina Campus UnisulVirtual Educao Superior a Distncia
Reitor UnisulAilton Nazareno Soares
Vice-ReitorSebastio Salsio Heerdt
Chefe de Gabinete daReitoriaWillian Mximo
Pr-Reitora AcadmicaMiriam de Ftima Bora Rosa
Pr-Reitor de AdministraoFabian Martins de Castro
Pr-Reitor de EnsinoMauri Luiz Heerdt
Campus Universitrio deTubaroDiretora
Milene Pacheco Kindermann
Campus Universitrio daGrande FlorianpolisDiretor
Hrcules Nunes de Arajo
Campus UniversitrioUnisulVirtualDiretora
Jucimara Roesler
Equipe UnisulVirtual
Diretora AdjuntaPatrcia Alberton
Secretaria Exe cutiva e Cerimonia lJackson Schuelter Wiggers (Coord.)Marcelo Fraiberg MachadoTenille Catarina
Assessoria de As suntosInternacionaisMurilo Matos Mendona
Assessoria de R elao com PoderPblico e Foras ArmadasAdenir Siqueira VianaWalter Flix Cardoso Junior
Assessoria DAD - Discip linas aDistnciaPatrcia da Silva Meneghel (Coord.)Carlos Alberto AreiasCludia Berh V. da SilvaConceio Aparecida Kindermann
Luiz Fernando MeneghelRenata Souza de A. Subtil
Assessoria de In ovao eQualidade de EADDenia Falco de Bittencourt (Coord)Andrea Ouriques BalbinotCarmen Maria Cipriani PandiniIris de Sousa Barros
Assessoria de Tecnol ogiaOsmar de Oliveira Braz Jnior (Coord.)Felipe Jacson de FreitasJefferson Amorin OliveiraPhelipe Luiz Winter da SilvaPriscila da SilvaRodrigo Battistotti PimpoTamara Bruna Ferreira da Silva
Coordenao Cursos
Coordenadores de UNADiva Marlia FlemmingMarciel Evangelista CatneoRoberto Iunskovski
Assistente e Au xiliar deCoordenaoMaria de Ftima Martins (Assistente)Fabiana Lange PatricioTnia Regina Goularte WaltemannAna Denise Goularte de Souza
Coordenadores GraduaoAdriano Srgio da CunhaAlosio Jos RodriguesAna Lusa MlbertAna Paula R. PachecoArthur Beck NetoBernardino Jos da SilvaCatia Melissa S. RodriguesCharles CesconettoDiva Marlia FlemmingFabiano CerettaJos Carlos da Silva JuniorHorcio Dutra MelloItamar Pedro BevilaquaJairo Afonso HenkesJanana Baeta NevesJardel Mendes VieiraJoel Irineu Lohn
Jorge Alexandre N. CardosoJos Carlos N. OliveiraJos Gabriel da SilvaJos Humberto D. ToledoJoseane Borges de MirandaLuciana ManfroiLuiz G. Buchmann FigueiredoMarciel Evangelista CatneoMaria Cristina S. VeitMaria da Graa PoyerMauro Faccioni FilhoMoacir FogaaNlio HerzmannOnei Tadeu DutraPatrcia FontanellaRogrio Santos da CostaRosa Beatriz M. PinheiroTatiana Lee MarquesValnei Carlos DenardinRoberto IunskovskiRose Clr BecheRodrigo Nunes LunardelliSergio Sell
Coordenadores Ps-GraduaoAloisio RodriguesBernardino Jos da SilvaCarmen Maria Cipriani PandiniDaniela Ernani Monteiro WillGiovani de PaulaKarla Leonora NunesLeticia Cristina BarbosaLuiz Otvio Botelho LentoRogrio Santos da CostaRoberto IunskovskiThiago Coelho Soares
Vera Regina N. Schuhmacher
Gerncia AdministraoAcadmicaAngelita Maral Flores (Gerente)Fernanda Farias
Secretaria de En sino a Dist nciaSamara Josten Flores (Secretria de Ensino)Giane dos Passos (Secretria Acadmica)Adenir Soares JniorAlessandro Alves da SilvaAndra Luci MandiraCristina Mara SchauffertDjeime Sammer BortolottiDouglas SilveiraEvilym Melo LivramentoFabiano Silva Michels
Fabricio Botelho EspndolaFelipe Wronski HenriqueGisele Terezinha Cardoso FerreiraIndyanara RamosJanaina ConceioJorge Luiz Vilhar MalaquiasJuliana Broering Martins
Luana Borges da SilvaLuana Tarsila HellmannLuza Koing ZumblickMaria Jos RossettiMarilene de Ftima CapeletoPatricia A. Pereira de CarvalhoPaulo Lisboa CordeiroPaulo Mauricio Silveira BubaloRosngela Mara SiegelSimone Torres de OliveiraVanessa Pereira Santos MetzkerVanilda Liordina Heerdt
Gesto DocumentalLamuni Souza (Coord.)Clair Maria CardosoDaniel Lucas de MedeirosEduardo RodriguesGuilherme Henrique KoerichJosiane LealMarlia Locks Fernandes
Gerncia Administrativa eFinanceiraRenato Andr Luz (Gerente)Ana Luise WehrleAnderson Zandr PrudncioDaniel Contessa LisboaNaiara Jeremias da RochaRafael Bourdot BackThais Helena BonettiValmir Vencio Incio
Gerncia de Ensino, Pesquisae ExtensoMoacir Heerdt (Gerente)Aracelli Araldi
Elaborao de Projeto eReconhecimento de CursoDiane Dal MagoVanderlei BrasilFrancielle Arruda Rampelotte
ExtensoMaria Cristina Veit (Coord.)
PesquisaDaniela E. M. Will (Coord. PUIP, PUIC, PIBIC)Mauro Faccioni Filho(Coord. Nuvem)
Ps-GraduaoAnelise Leal Vieira Cubas(Coord.)
BibliotecaSalete Ceclia e Souza (Coord.)Paula Sanhudo da SilvaRenan Felipe Cascaes
Gesto Docente e DiscenteEnzo de Oliveira Moreira (Coord.)
Capacitao e Assessoria aoDocenteSimone Zigunovas (Capacitao)Alessandra de Oliveira (Assessoria)Adriana SilveiraAlexandre Wagner da RochaElaine Cristiane SurianJuliana Cardoso EsmeraldinoMaria Lina Moratelli PradoFabiana Pereira
Tutoria e SuporteClaudia Noemi Nascimento (Lder)Anderson da Silveira (Lder)Ednia Araujo Alberto (Lder)Maria Eugnia F. Celeghin (Lder)Andreza Talles CascaisDaniela Cassol PeresDbora Cristina Silveira
Francine Cardoso da SilvaJoice de Castro PeresKarla F. Wisniewski DesengriniMaria Aparecida TeixeiraMayara de Oliveira BastosPatrcia de Souza AmorimSchenon Souza Preto
Gerncia de Desenhoe Desenvolvimento deMateriais DidticosMrcia Loch (Gerente)
Desenho EducacionalCristina Klipp de Oliveira(Coord. Grad./DAD)
Silvana Souza da Cruz (Coord. Ps/Ext.)Aline Cassol DagaAna Cludia TaCarmelita SchulzeCarolina Hoeller da Silva BoeingElosa Machado SeemannFlavia Lumi MatuzawaGislaine MartinsIsabel Zoldan da Veiga RamboJaqueline de Souza TartariJoo Marcos de Souza AlvesLeandro Roman BambergLetcia Laurindo de BonfimLygia PereiraLis Air FogolariLuiz Henrique Milani QueriquelliMarina Melhado Gomes da SilvaMarina Cabeda Egger MoellwaldMelina de La Barrera AyresMichele Antunes CorraNgila HinckelPmella Rocha Flores da SilvaRafael Arajo SaldanhaRoberta de Ftima MartinsRoseli Aparecida Rocha MoterleSabrina BleicherSabrina Paula Soares ScarantoViviane Bastos
Acessibil idadeVanessa de Andrade Manoel (Coord.) Letcia Regiane Da Silva TobalMariella Gloria Rodrigues
Avaliao d a aprendi zagemGeovania Japiassu Martins (Coord.)
Gabriella Arajo Souza EstevesJaqueline Cardozo PollaThayanny Aparecida B.da Conceio
Gerncia de LogsticaJeferson Cassiano A. da Costa (Gerente)
Logsitca de MateriaisCarlos Eduardo D. da Silva (Coord.)Abraao do Nascimento GermanoBruna MacielFernando Sardo da SilvaFylippy Margino dos SantosGuilherme LentzMarlon Eliseu PereiraPablo Varela da SilveiraRubens AmorimYslann David Melo Cordeiro
Avaliaes Pre senciaisGraciele M. Lindenmayr (Coord.)Ana Paula de AndradeAngelica Cristina GolloCristilaine MedeirosDaiana Cristina BortolottiDelano Pinheiro GomesEdson Martins Rosa JuniorFernando SteimbachFernando Oliveira SantosLisdeise Nunes FelipeMarcelo RamosMarcio VenturaOsni Jose Seidler JuniorThais Bortolotti
Gerncia de Marketing
Fabiano Ceretta (Gerente)Relacionamento com o MercadoEliza Bianchini Dallanhol Locks
Relacionamento com PolosPresenciaisAlex Fabiano Wehrle (Coord.)
Jeferson PandolfoKarine Augusta ZanoniMarcia Luz de Oliveira
Assuntos Jur dicosBruno Lucion Roso
Marketing Es tratgicoRafael Bavaresco Bongiolo
Portal e ComunicaoCatia Melissa Silveira RodriguesAndreia DrewesLuiz Felipe Buchmann FigueiredoMarcelo BarcelosRafael Pessi
Gerncia de ProduoArthur Emmanuel F. Silveira (Gerente)Francini Ferreira Dias
Design VisualPedro Paulo Alves Teixeira (Coord.)Adriana Ferreira dos SantosAlex Sandro XavierAlice Demaria Silva
Anne Cristyne PereiraCristiano Neri Gonalves RibeiroDaiana Ferreira CassanegoDiogo Rafael da SilvaEdison Rodrigo ValimFrederico TrilhaHigor Ghisi LucianoJordana Paula SchulkaMarcelo Neri da SilvaNelson RosaOberdan Porto Leal PiantinoPatrcia Fragnani de Morais
Multimd iaSrgio Giron (Coord.)Dandara Lemos ReynaldoCleber MagriFernando Gustav Soares Lima
Conferncia (e-OLA)Carla Fabiana Feltrin Raimundo (Coord.)Bruno Augusto Zunino
Produo IndustrialMarcelo Bittencourt (Coord.)
Gerncia Servio de AtenoIntegral ao AcadmicoMaria Isabel Aragon (Gerente)Andr Luiz PortesCarolina Dias DamascenoCleide Incio Goulart SeemanFrancielle FernandesHoldrin Milet BrandoJenniffer CamargoJuliana Cardoso da SilvaJonatas Collao de SouzaJuliana Elen TizianKamilla RosaMaurcio dos Santos AugustoMaycon de Sousa CandidoMonique Napoli RibeiroNidia de Jesus MoraesOrivaldo Carli da Silva JuniorPriscilla Geovana PaganiSabrina Mari Kawano GonalvesScheila Cristina MartinsTaize MullerTatiane Crestani TrentinVanessa Trindade
Avenida dos Lagos, 41 Cidade Universitria Pedra Branca | Palhoa SC | 88137-900 | Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 | E-mail: [email protected] |Site: www.unisul.br/unisulvirtual
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Palhoa
UnisulVirtual
2011
Reviso e atualizao de contedo
Elivete Ceclia de Andrade
Design instrucional
Mrcia LochCarolina Hoeller da Silva Boeing
Sabrina Bleicher
4 edio
Ruth Terezinha Kehrig
Polticas PblicasLivro didtico
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Edio Livro Didtico
Professor ConteudistaRuth Terezinha Kehrig
Reviso e atualizao de contedoElivete Ceclia de Andrade (4 edio)
Design InstrucionalMrcia Loch
Carolina Hoeller da Silva Boeing (3 ed. rev. e atual.)Sabrina Bleicher (4 edio)
Assistente AcadmicoAline Cassol Daga (4 edio)
ISBN978-85-7817-299-2
Projeto Grfico e CapaEquipe UnisulVirtual
DiagramaoCristiano Neri Gonalves RibeiroFernanda Fernandes (4 edio)
RevisoAmaline Bouluss Issa MussiJaqueline Tartari (4 edio)
Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Universitria da Unisul
Copyright UnisulVirtual 2011
Nenhuma parte desta publicao pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prvia autorizao desta instituio.
351.0981K35 Kehrig, Ruth Terezinha
Polticas pblicas : livro didtico / Ruth Terezinha Kehrig ; reviso eatualizao de contedo Elivete Ceclia de Andrade ; design instrucionalMrcia Loch, Carolina Hoeller da Silva Boeing, Sabrina Bleicher ; [assistenteacadmico Aline Cassol Daga]. 4. ed. Palhoa: UnisulVirtual, 2011.
208 p. : il. ; 28 cm.
Inclui bibliografia.ISBN 978-85-7817-299-2
1. Administrao pblica Brasil. 2. Poltica urbana. 3. Estado. 4. Cinciapoltica. I. Andrade, Elivete Ceclia de. II. Loch, Mrcia. III. Boeing, CarolinaHoeller da Silva. IV. Bleicher, Sabrina. V. Daga, Aline Cassol. VI. Ttulo.
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Sumrio
Apresentao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7
Palavras da professora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .9
Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
UNIDADE 1 - O Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
UNIDADE 2 - A Poltica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
UNIDADE 3 - As polticas pblicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
UNIDADE 4 - Formulao das polticas pblicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
UNIDADE 5 - Metodologia de anlise e avaliao em polticas pblicas 173
Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 193
R e f e r n c i a s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 9 5
Sobre as professoras conteuditas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 199Respostas e comentrios das atividades de autoavaliao . . . . . . . . . . . . . 201
Biblioteca Virtual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207
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Apresentao
Este livro didtico corresponde disciplina Polticas Pblicas.
O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autnomae aborda contedos especialmente selecionados e relacionados sua rea de formao. Ao adotar uma linguagem didticae dialgica, objetivamos facilitar seu estudo a distncia,
proporcionando condies favorveis s mltiplas interaes e aum aprendizado contextualizado e eficaz.
Lembre-se que sua caminhada, nesta disciplina, seracompanhada e monitorada constantemente pelo SistemaTutorial da UnisulVirtual, por isso a distncia ficacaracterizada somente na modalidade de ensino que voc optoupara sua formao, pois na relao de aprendizagem professorese instituio estaro sempre conectados com voc.
Ento, sempre que sentir necessidade entre em contato; voc tem disposio diversas ferramentas e canais de acesso tais como:telefone, e-mail e o Espao Unisul Virtual de Aprendizagem,que o canal mais recomendado, pois tudo o que for enviado erecebido fica registrado para seu maior controle e comodidade.Nossa equipe tcnica e pedaggica ter o maior prazer em lheatender, pois sua aprendizagem o nosso principal objetivo.
Bom estudo e sucesso!
Equipe UnisulVirtual.
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Palavras da professora
A disciplina de Polticas Pblicas tem uma base terica comcontedo de interesse muito prtico. Voc deve estar interessadoem entender melhor como acontecem as polticas que afetam tode perto a vida de toda a sociedade, no mesmo?
Existe uma poltica de educao neste curso que voc est
fazendo, na escola do seu filho; uma poltica habitacional paraa sua casa; uma poltica de desenvolvimento urbano da suarua, seu bairro; uma poltica de trabalho no seu emprego; umapoltica econmica de rendas no seu salrio e uma poltica desegurana para garantir tranquilidade aos cidados.
Existe tambm uma poltica partidria que delineia a vida noseu municpio e uma aliana poltica que define os rumos doseu estado e outra do seu pas. Isso entre tantas outras polticas
pblicas que fazem o dia a dia e o cenrio de futuro para todapopulao. importante lembrar que esta poltica feita poressa mesma populao.
As polticas pblicas afetam direta ou indiretamente todosos brasileiros. Com certeza o seu povo merece condies devida digna, viabilizadas pelo acesso a polticas pblicas dequalidade.
Para este incio de estudo, importante pensar nas seguintesquestes: como voc pode contribuir para viver numa sociedadecom mais igualdade social, sem excluses e com uma maiorsegurana, alicerada numa perspectiva de desenvolvimentocom sustentabilidade econmica, ambiental, social e poltica?Como participar na definio e construo de polticas pblicasque beneficiem e gerem acesso a todos os cidados?
Pensar estas questes pensar no interesse coletivo e estaperspectiva que caracteriza o campo das polticas pblicas.
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A realidade brasileira, a partir da promulgao da ConstituioFederal de 1988, tem como norte a perspectiva de um EstadoDemocrtico e de Direitos. Os interesses da coletividade so
explicitados na defesa dos direitos fundamentais. A consolidaode um Estado a servio da populao se expressa atravs da defesadas polticas pblicas e de uma gesto corresponsvel entre osrepresentantes polticos, eleitos pela populao, e a participao dasociedade civil nos espaos ampliados da gesto pblica. tempode construo, muitas polticas pblicas precisam ganhar vida,concretude, para alm das definies legais e intenes partidrias.E todos ns somos corresponsveis no processo de consolidaodo Estado Democrtico e dos Direitos que constroem as polticas
pblicas e contribuem para o bem da coletividade.Alguns analistas consideram que a realidade social e polticano pas compreendem uma complexidade maior do que era oesperado, mas progressos tm sido constatados.
Nesta disciplina voc vai participar de uma reflexo sobre aspolticas pblicas com um foco na relao com as concepes depoltica e de Estado que as sustentam. A ideia instrumentaliz-lo conceitualmente para desenvolver uma anlise crtica,discutindo alguns elementos especficos das polticas pblicas nocontexto atual do pas, inserido na sociedade globalizada.
Esta disciplina comea com uma discusso sobre o Estado e suasimplicaes nas polticas pblicas. Em seguida, voc vai estudaruma srie de pressupostos que sustentam a poltica em umsentido geral, para, finalmente, chegar s polticas pblicas comoprtica nos pases democrticos, sobretudo no Brasil.
Que voc tenha sucesso nesta disciplina e que ela seja de grandevalia para o seu entendimento sobre polticas pblicas.
Bons estudos!
Professora Ruth Terezinha Kehrig
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Plano de estudo
O plano de estudos visa a orient-lo no desenvolvimento dadisciplina. Ele possui elementos que o ajudaro a conhecer ocontexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos.
O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual levaem conta instrumentos que se articulam e se complementam,
portanto, a construo de competncias se d sobre aarticulao de metodologias e por meio das diversas formas deao/mediao.
So elementos desse processo:
o livro didtico;
o Espao UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA);
as atividades de avaliao (a distncia, presenciais e deautoavaliao);
o Sistema Tutorial.
Ementa
Modelos de polticas pblicas. A estrutura do governo comoambiente natural para a formulao de polticas pblicas.Etapas do processo de formulao de polticas pblicas.Avaliao de polticas pblicas.
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Objetivos
Geral:
Compreender os aspectos conceituais e operacionais relacionados organizao das polticas pblicas e a ampliao dosmecanismos e espaos de participao da sociedade civil naconstruo do Estado Democrtico.
Especficos:
Perceber a relao histrica vigente entre Estado,governo e poltica.
Compreender a relao entre Estado e sociedade.
Relacionar o carter do Estado (liberal, neoliberal esocial) com suas diferentes tendncias na constituio depolticas pblicas.
Identificar o processo de organizao de polticaspblicas e a importncia da participao poltica dasociedade civil na efetivao das polticas pblicas.
Destacar algumas polticas sociais e econmicas nocontexto nacional e regional.
Desenvolver habilidades bsicas de formulao eavaliao de polticas pblicas.
Carga Horria
A carga horria total da disciplina 60 horas-aula.
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Pollticas Pblicas
Contedo programtico/objetivos
Veja, a seguir, as unidades que compem o livro didtico desta
disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aosresultados que voc dever alcanar ao final de uma etapa deestudo. Os objetivos de cada unidade definem o conjunto deconhecimentos que voc dever possuir para o desenvolvimentode habilidades e competncias necessrias sua formao.
Unidades de estudo: 5
Unidade 1 O EstadoPartindo das concepes histricas do Estado na Antiguidade,Estado Feudal, Monarquias Absolutas e Estado Moderno,esta unidade ir discutir as caractersticas bsicas deste ltimo,destacando-se: a relao entre Estado e poder, o Estado deDireito, o Estado Federal, as formas liberal, social e neoliberal deEstado, o papel poltico do governo.
Unidade 2 A poltica
A partir das suas origens filosficas, nesta unidade vocconhecer duas concepes complementares de poltica eparticipao poltica: a relao entre Estado, governo e poltica(segundo Weber) e a poltica como espao de liberdade entre oshomens (de acordo com Hannah Arendt). Conhecer tambm aimportncia, para a gesto pblica, da cidadania organizada na
construo da participao poltica. .
Unidade 3 As polticas pblicas
Em uma perspectiva democrtica, a unidade 3 apresenta aspolticas pblicas na nossa sociedade em sua configurao como:polticas sociais, polticas econmicas e polticas socioeconmicas.
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Unidade 4 Formulao das polticas pblicas
Nesta unidade ser abordado o funcionamento do processo
poltico dentro da viso de um sistema poltico no qual serealizam as etapas de formulao das polticas pblicas.
Unidade 5 Metodologia de anlise e avaliao em polticas pblicas
Nesta unidade, voc ter a oportunidade de ampliar aspectosconceituais sobre avaliao de polticas pblicas. Voc podervivenciar de maneira inicial, por meio de aplicao de um roteiro,
a avaliao de uma poltica pblica. O objetivo, neste caso, destacar a importncia do controle social da populao sobreessas polticas, em virtude do seu interesse coletivo.
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Pollticas Pblicas
Agenda de atividades/Cronograma
Verifique com ateno o EVA, organize-se para acessarperiodicamente a sala da disciplina. O sucesso nos seusestudos depende da priorizao do tempo para a leitura,da realizao de anlises e snteses do contedo e dainterao com os seus colegas e professor.
No perca os prazos das atividades. Registre no espaoa seguir as datas com base no cronograma da disciplina
disponibilizado no EVA. Use o quadro para agendar e programar as atividadesrelativas ao desenvolvimento da disciplina.
Atividades obrigatrias
Demais atividades (registro pessoal)
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1UNIDADE 1
O Estado
Objetivos de aprendizagem
Compreender as caractersticas do Estado Modernocomo desdobramento dos seus antecedenteshistricos.
Identificar a existncia de relaes entre Estado e podere as caractersticas bsicas de um Estado de Direito eEstado Federal.
Diferenciar o sentido das relaes com a sociedade nasformas de Estado Liberal, Socialista, Social-democrata eNeoliberal.
Entender os requisitos das formas democrticas de
governo, percebendo a estrutura de governo comoespao de formulao das polticas pblicas.
Sees de estudo
Seo 1 O Estado
Seo 2 As concepes histricas do Estado
Seo 3 Caractersticas bsicas do Estado Moderno
Seo 4 Formas liberais e sociais do Estado Moderno
Seo 5 O governo e as formas de governo
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Para incio de estudo
Para iniciar o estudo sobre polticas pblicas, existe pelo menos umpr-requisito conceitual: preciso entender o que essas polticas tma ver com a concepo de Estado que as sustenta. E tambm, comoas polticas pblicas se relacionam com a poltica propriamente.
Nesta unidade, voc conhecer o que Estado e poder refletirsobre os seus diversos significados, destacando as relaespolticas entre Estado e sociedade como base para estudarpolticas pblicas.
Bom estudo!
Seo 1 O Estado
Definir e conceituar o que Estado so questes fundamentaispara uma compreenso mais completa dos contedos estudadosnesta disciplina. Mas, afinal, qual a definio de Estado? Sevoc pensou em territrio, governoe povo porque todos nsj ouvimos esta concepo que est assentada em uma definiotradicional dos trs elementos do Estado: territrio, poderpoltico (soberania) e coletividade (povo).
Assim, comum encontrar para o Estado uma definiocomo a seguinte: um conjunto humano, um territrioe um poder poltico juridicamente orientado paraobjetivos de interesse pblico. (VERBO, 1968).
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Polticas Pblicas
Unidade 1
Outra conceituao tradicional sobre o Estado reconhec-locomo:
[...] um mecanismo de controle social existente nasociedade humana. uma organizao que exerceautoridade sobre seu povo, por meio de um governosupremo, dentro de um territrio delimitado, com direitoexclusivo para a regulamentao da fora. (LAKATOS;MARCONI, 1988, p. 188).
Este ltimo conceito traz trs enfoques que voc devecompreender com clareza. Acompanhe a seguir quais so.
Uma viso antiga de controle social.Observe que esteconceito tradicional do controle social do Estado sobre apopulao praticamente o oposto da noo democrticade controle social que foi trazida pela ltima ConstituioFederal (BRASIL, 1988), ou seja, o controle social dapopulao sobre o Governo, como forma de participaopopular nas polticas pblicas.
Uma concepo weberianade Estado. Weber, um
socilogo alemo, afirmou que o Estado se define por sera nica instituio que tem o monoplio do uso legal dafora (polcia e exrcito), para impor a ordem social. Esse um entendimento bastante autoritrio e, portanto, poucodemocrtico para definir o Estado.
O conceito citado demonstra a forte presena doelemento governo como uma ideia atrelada ao conceitode Estado. o governo, composto pelos rgos pblicos,
que mantm a ordem quando esta entendida como afuno primordial do Estado. E para isso so estabelecidasnormas que disciplinam as relaes entre os cidados.
Como se pode concluir, a respeito do conceito acima:
[...] o Estado inclui o governo e os governados,abrangendo todas as pessoas dentro de um territriodefinido, como membros de um governo soberano,
(os) cidados [...], cujas aes so controladas por ele.(LAKATOS; MARCONI, 1988, p. 188).
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Figura 1.1 PlatoFonte: Goulart (2009).
Existiram dois importantes perodos na antiguidade grega, nosquais se pode antever algumas caractersticas das organizaespolticas:
Genos: o perodo pr-homrico e a poca de Homero, em tornode 2.000 anos a.C., onde se destacavam:
os agrupamentos familiares extensos;
o poder centralizado em apenas um chefe, com toda aautonomia poltica;
divises da sociedade em ncleos menores, as chamadasfratiae tribos.
Polis:o perodo arcaico (800 a 600 anos a.C.):
havia a cidade-estado, j com uma certa regulamentao;
dirigiu sua expanso e colonizao para toda a PennsulaItlica;
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Polticas Pblicas
Unidade 1
o poder poltico na cidade de Esparta compreendia umadiarquia, com Conselho e Assembleia;
o poder poltico na cidade de Atenas compreendia umamonarquia, em que, enquanto diminua a aritoraia,aumentava a demoraia.
Um espao privilegiado da organizao poltica emAtenas era a gora, a grande praa pblica no centroda cidade, bero da democracia, onde se reuniam oscidados exercendo seu papel poltico.
Na Roma Antiga tambm existiram dois grandes momentos deorganizao poltica:
a clssica Monarquia Romana(at 600 anos a.C.),assim constituda: o Rei, o Conselho de Ancios, oSenado (chefes de famlia e sacerdotes) e a Assembleiados patrcios;
a clssica Repblica Romana, resultado de um golpe
do Conselho de Ancios na Monarquia Romana,criando-se uma aristocracia que conservava tantoelementos monrquicos (com suas Magistraturas), comoelementos aristocrticos (atravs do Senado), e elementosdemocrticos (com suas Assembleias).
A Roma Antiga a grande referncia histrica clssicado nascer e desenvolver-se da cidadania e do direito.
Para um cidado romano, culturalmente, o Estado estava acima detudo, o que se refletia na coragem e lealdade dos romanos a servioda re pblia(coisa pblica), concepo original de Estado.
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Universidade do Sul de Santa Catarina
A vida do cidado era regida por leis, que representam a origemdo direito em suas duas formas clssicas:
o Direito Pblico, tratando dos costumes (Direito Civil)e das conquistas (Direito Estrangeiro); e,
o Direito Privado, trazendo os ordenamentos legais paraa vida nas famlias.
A concepo do Estado para o perodo Feudal
O feudalismo foi um sistema social, econmico e poltico tpicoda Idade Mdia. Esse grande perodo da histria compreendenada menos que 10 sculos, ou seja, aproximadamente 1.000 anosque vo desde o sculo V at o sculo XV, isto , da queda doImprio Romano do Ocidente at a tomada de Constantinoplapelos turcos.
Por que a Idade Mdia conhecida como a idade das
trevas?
Porque o domnio dos senhores feudais e do clero da poca fez comque fosse perdido todo o desenvolvimento artstico, intelectual,filosfico e institucional construdo na Antiguidade. Passaram areinar os dogmas da Igreja Catlica e se destacaram as invasesgermnicas, a partir das quais os valores militares passaram aorientar as concepes do chefiar para os senhores feudais.
Tambm na Idade Mdia se destacam dois grandes perodoshistricos:
aAlta Idade Mdia(do sculo V ao IX), em que nasceo sistema feudal na Europa e cresce o Imprio Bizantino(Romano do Oriente) e se instaura a forma de EstadoTeocrtico na Pennsula Arbica (o Islo);
a Baixa Idade Mdia(do sculo X ao XV), em que osmodelos acima se consolidam.
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No sistema feudal, o modo de organizao econmica, poltica,social e cultural baseado na posse da terra. Nesse contexto, nascea obrigao servil em relao aos seus prprios proprietrios.
Nesse sistema, conservam-se tanto elementos do mundo romano(como a vila, os colonos precrios ou clientes e o poder poltico),como os valores culturais dos povos germnicos (como aeconomia natural, a imobilidade social, um sistema poltico semEstado e o comitatus).
Destacam-se, assim, as seguintes bases do sistema feudal:
o regime de propriedade da terra, havendo a rea dedomniodo senhorio, reservas privadas ou na forma deco-propriedade, e sendo considerada coletiva a posse dosbosques e pastos;
as relaes sociais, onde quem nasce servo ou senhor,assim se manter por toda a vida (a imobilidade socialantes referida), pertencendo exclusivamente ao senhoro poder militar e poltico, havendo ainda, outrasclasses sociais intermedirias os viles, escravos e
ministeriais, sendo que estes ltimos podiam ascenderexcepcionalmente at a condio de cavaleiros; e,
o regime de trabalho tpico da poca, em que eraimposto aos servos uma srie de obrigaes dentre asquais: orveia, trabalho forado de servos e viles nasterras senhoriais, em geral por trs dias da semana;redevane, retribuies pagas ao senhor pelo uso dasterras, em produtos ou em dinheiro; talha, parte daproduo entregue ao senhor pelo consentimento de usode alojamentos e similares e as respectivas prestaes deservios como contrapartida. (SILVEIRA, 2005).
Como era o Estado Feudal?
O comitatusera um
grupo formado por
guerreiros e seu chefe
institudo por meio
de obrigaes mtuas
de servio e lealdade.
Os guerreiros juravam
defender seu chefe e
este se comprometia a
equip-los com cavalos
e armas. Mais tarde, no
feudalismo, essas relaes
de honra e lealdade
geraram as relaes de
suserania e vassalagem.(AUGUSTO [200-?]).
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Havia uma soberania piramidal e fragmentria. Esse modelo deEstado pode ser descrito em trs caractersticas principais:
poder poltico local: descentralizado em relao ao rei; proteo dos senhores feudais: obtida por meio dojuramento de fidelidade a outros senhores, tornando-seestes ltimos uerano(superiores) dos protegidos quepassam a ser seus vaalo(subordinados dos senhoresfeudais, seus protetores);
estrutura hierrquica piramidal: com o rei no topo, numtatu que se relaciona exclusivamente com seus vaalo
diretamente ligados a ele, como duques, marqueses econdes, sucessivamente, ficando no espao central daestrutura os bares como ueranodos cavaleiros queformam a base da pirmide hierrquica.
de estruturas dessa natureza que tem origem os reinados e aconhecida nobreza na organizao da sociedade ocidental. Sendoassim, o Estado Feudal, sintetiza, por um lado, um exerccioacumulativo das suas funes diretivas por meio dos senhores
feudais e, por outro a fragmentao do poder central entre osdiversos feudos.
O Estado Estamental e as Monarquias Absolutistas
Com o final da Idade Mdia, passam a existir algumas formasintermedirias que vm anteceder a futura organizao do EstadoModerno o Estado Estamental e as Monarquias Absolutistas.Essas so apenas formas transitrias e bem menos conhecidas queas trs grandes divises histricas o Estado na Antiguidade, naIdade Mdia e na Modernidade.
O Estado Estamental
Como decorrncia das caractersticas do sistema feudal em quese destacava a produo autossuficiente em cada feudo e o poderpoltico local independente, gerada uma sociedade estamental
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para os senhores feudais, que vivem num estamento como sefossem castas superiores.
O Estado Estamental compreende uma tipologia intermediriaentre o Estado Feudal e o Estado Absoluto. Etimologicamentetnde significa rgos colegiados, atravs dos quais seorganiza o Estado Estamental. Segundo Bobbio (2001), significaum Estado de estamentos em torno do prncipe, formado porinstituies que representam os interesses da prpria categoria,protegendo os grupos daquela mesma posio social. Seusdireitos e privilgios se consolidavam por meio das assembleiasdeliberativas, a exemplo da Cmara dos Lords (nobres e clero) e
da Cmara dos Comuns (estamento burgus).
O Estado Absolutista
Situar a passagem do Estado Feudal para a forma de monarquiasabsolutas e a formao gradativa de aparatos administrativos soimportantes para acompanhar um processo tambm histrico deformao do Estado moderno e contemporneo.
Durante o sculo XVI se estabelecem Estados Absolutistas naFrana, Inglaterra e Espanha. Essa era uma forma de Estado semquaisquer intermedirios, pois o soberano reinava absoluto sobretodos os demais integrantes do reino. Os absolutistas criticam adoutrina do governo misto, pois tudo que lhes interessa o poderabsoluto do soberano sobre o povo, sem nenhuma intermediao.
O Estado Absolutista buscava manter um equilbrio entre a velhanobreza feudal e a nova burguesia urbana que ia se formando pormeio do desenvolvimento do comrcio, modo econmico queconstitui a sociedade mercantilou comercial da poca (ainda noexistiam indstrias).
Como caractersticas de sua organizao poltica, nas monarquiasabsolutistas havia exrcitos e burocracias, impostos nacionaise legislao codificada em torno de um mercado unificado nointerior de cada pas e no mais segmentado em diversos feudos.
O mercantilismo
deriva-se das rpidas
expanses do comrcio
emergente nas relaes
entre pases e regies.
Foi na regio italiana
do Mar Mediterrneo
que o mercantilismo
se desenvolveu mais
rapidamente.
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O Estado Absoluto era uma forma de concentrare centralizar o poder, sendo que os costumes seadaptavam s leis toleradas pelo rei. Este Estado, alm
do poder de usar a fora com exclusividade, tinha opoder de impor tributos e um poder central sobreas cidades, corporaes e sociedades particulares.(BOBBIO, 2001).
A evoluo das Monarquias Absolutistas, frente ao surgimentoda sociedade industrial, que se consolida sob a lgica liberalcapitalista, vai desembocar em uma nova forma de Estado, athoje existente o Estado Moderno.
O Estado Moderno
Apesar de no haver nenhuma relao direta, para facilitar nossalocalizao nesses tempos, pode-se afirmar que vivemos a idademoderna aproximadamente desde a era dos descobrimentos, oupara ns, a poca do chamado descobrimento do Brasil pelosportugueses. Indiretamente, foi na poca das grandes navegaes,
quando o mapa mundise modificou, com a incluso das Amricas.
Bobbio (2001) desenvolve uma tipologia tipicamente histrica ps-antiguidade, segundo a qual se pode categorizar quatro tipos deEstado: Feudal, EstamentaleAbsoluto, j estudados, e o EstadoRepresentativo, forma predominante do Estado Moderno.
O Estado Representativo (como representante do povode uma nao) pode se constituir por revoluo, guerracivil ou caminhos democrticos. Nessa concepo,cabe ao Estado representar os interesses em nomedos direitos polticos e direitos individuais. Essa fase detransformao do Estado dura at agora.
A diviso histrica dos tipos de
Estado j estudados somente
uma das tipologias possveis, entre
outras que podem ser estabelecidas
para classificar as formas de Estado.
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Segundo Bobbio (2001, p. 116), o Estado Representativo surgeinicialmente:
[...] sob a forma de monarquia, primeiro constitucionale depois (monarquia) parlamentar, na Inglaterra aps agrande rebelio, no resto da Europa aps a revoluofrancesa, e sob a forma de repblica presidencial nosEstados Unidos da Amrica.
Bobbio (2001, p. 113-126) nos explica que, para elaborar umatipologia consequente sobre as formas de Estado precisam serconsiderados os seguintes elementos:
as relaes entre a organizao poltica do Estado e asociedade; e,
as diferentes finalidades do poder poltico organizadoconforme asrespectivas pocas histricas e as diferentessociedades.
Em sntese, existem dois critrios principais para definir
formas de Estado:
o critrio histrico e a expanso da relao entre Estadoe sociedade e a ideologia que sustenta essa relaoentre Estado e sociedade.
Na forma de monarquia parlamentar, tem-se um Estado ondeexiste um compromisso entre o poder do prncipe, legitimadopela tradio e o poder dos representantes do povo, composto
pela burguesia e legitimado por consenso.Nas relaes entre governantes e governados, h que se respeitaras declaraes de direitos segundo as quais (BOBBIO, 2001, p.118): [...] o indivduo vem antes do Estado; e, o indivduo no pelo Estado, mas o Estado pelo indivduo. Portanto, a pessoa o mais importante, a proteo da vida do indivduo como razode ser do Estado.
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O que fundamenta a concepo acima so as ideias de Aristteles(384 a.C. 322 a.C.) filsofo grego, aluno de Plato e professorde Alexandre, o Grande reconhecidas por Georg Hegel (1770
1831) filsofo alemo segundo as quais, as partes so anterioresao todo e no o todo anterior s partes. Trata-se da referncia aopressuposto tico da dimenso do indivduo em sua singularidade eo pressuposto da igualdade entre os homens. (BOBBIO, 2011).
A principal modificao introduzida na reestruturao da vidapoltica na forma estatal na era moderna deu-se a partir dasconsequncias sociais e polticas da Revoluo Industrial, pormeio da criao das instituies democrticas, e da ascenso
social e poltica das massas de trabalhadores.O estudo do Estado pode ser feito em diferentes planos: nacincia jurdica, na cincia poltica, em que se enfatiza a visofilosfica e ideolgica do Estado, e, tambm nas cincias sociais,na sociologia poltica. Para os objetivos desta disciplina, voc vaiestudar o que o Estado numa abordagem mais sociolgica.
o vai esudar mai detalhe obre o sado oderno naee eguinte. embramo que memo em epeifiar o adjetivo
moderno, ea a forma hisria de sado at hoje exisente.
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Seo 3 Caractersticas bsicas do Estado Moderno
Segundo a enciclopdia Verbo (1968), na estrutura interna do
Estado se materializam relaes de autoridade-sujeio, sendo asua unidade assegurada pela ordem jurdica e o seu significadosociopoltico de carter temporal.
Do ponto de vista poltico, as concepes gerais da estrutura edinamismo sociais configuram as diferentes concepes que compemo estudo do Estado, seja soberano, federado, uma comunidade, oaparelho de Estado, ou a pessoa jurdica que o representa.
Qual a relao entre Estado e poder?
Nas concepes j estudadas, pode-se perceber o quanto o poder indissocivel do entendimento de Estado.
Historicamente, o poder esteve fundamentado na posse depropriedades ou bens econmicos. E o poder econmico deuma sociedade faz parte do poder poltico de organizao do
seu Estado. A histria evidencia essa relao, sobretudo em doissentidos: seja na economia mercantil e monetria, pela autoridadeconcentrada nas mos do prncipe ou governantes atrelados aocapitalismo industrial, como forma predominante no EstadoModerno; e ainda, seja pela prpria conscincia nacional de umpovo de se submeter ao poder institudo.
Segundo Weber (2002, p. 61), existem trs razes internas dadominao, que conferem os fundamentos da legitimidade do poder:
os costumes, representando o poder tradicional (ex.:nobreza);
os dons especiais, representando o poder carismtico (ex.:Gandhi);
as regras, representando a legalidade do poder (ex.: oservidor do Estado).
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De qualquer forma, sendo, ao mesmo tempo umamodalidade de fenmeno poltico e uma realidadesociocultural, o Estado [...] identifica-se como um
determinado tipo de ordem jurdica e, [...] um modoespecfico da vida social. (VERBO, 1968, p. 1358).
No se pode esquecer, portanto, que todo ordenamento jurdico resultante das relaes de poder existentes na sociedade. Quandoo Estado uma forma de poder legalmente institudo, ele seconfigura como um Estado de Direito.
O Estado de Direito
Qualquer tipo de Estado, desde que esteja constitudo por lei,pode ser considerado como um Estado de Direito. Tem comofundamentos bsicos: estar moldado sobre os direitos individuaisnaturais (liberdade, segurana e propriedade); e estar subordinadoa normas jurdicas. (VERBO, 1968).
O Estado de Direito existe basicamente paradelimitar e tutelaras esferas pessoais de ao e organizao dos seus dirigentes,evitando-se assim o arbtrio e o despotismo da autoridade.(VERBO, 1968).
Por mais imprescindvel que seja a condio de Estado deDireito, cuja manuteno deve ser defendida, ela no define ocarter ideolgico ou moral e nem sequer a efetiva legitimidadedesse Estado, apenas sua legalidade.Uma vez estabelecida a
Constituio de um pas, sem discutir a sua legitimidade polticaou democrtica, pode-se chegar mesmo a termodelos de Estadototalitrios ou autoritrios que se autodenominam como Estados deDireito. So Estados que assim se constituram por instrumentosda legislao do pas, mesmo quando tenha sido modificada emcondies excepcionais e por desrespeito legislao anterior, masmesmo assim so reconhecidos inclusive por outros pases.
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Como exemplo, tivemos um Chile democrtico, com umgoverno socialista at 1973, que por um golpe militarfoi derrubado. Os militares derrubaram a constituio
vigente e logo aps foi decretada uma nova constituiopelo governo militar do general Augusto Pinochet. EsteChile ps 1973, mesmo sendo uma ditadura, tambmera um Estado de Direito, como o anterior Estadosocialista democraticamente institudo.
A qualificao de Estado de Direito trata-se de uma graduaoreferida a uma condio poltica-administrativa, como ocorreutambm nos totalitarismos ou autoritarismos do sculo 20,
aps a segunda guerra mundial, o mesmo contexto em que, poroutro lado tambm surgem ou se fortalecem os estados sociais(VERBO, 1968), que vamos estudar na seo subsequente.
Como exemplo, pode-se citar no primeiro caso, oEstado totalitrio na Espanha de Franco, e, no segundocaso, a Frana social democrata.
O princpio democrtico exige uma preocupao constante emreafirmar e garantir os direitos fundamentaisda populao.Isso se efetiva pela via da melhor submisso dos rgos do Estados normas jurdicas, com reforo de sistemas de fiscalizao edas regras constitucionais (VERBO, 1968). por isso que seconstata, conforme foi previsto por Weber no incio do sculo 20,que a democracia implica o aumento da burocracia estatal.
Por outra parte, para o desenvolvimento do princpio democrtico preciso que a legislao seja efetivamente a expresso da vontadesoberana do povo, o que historicamente se representa por meio doParlamento. (VERBO, 1968). E se sabe que nas sociedades atuaisno tem sido assim a histria da representao poltica de direito.
A rigor, um uso legtimo da qualificao de Estado de Direitoimplica reconhecer e assegurar: os direitos fundamentaisdo homem, a independncia dos tribunais, a legalidade daadministrao. (VERBO, 1968). Contudo, na realidade esseprincpio nem sempre tem sido respeitado.
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- ntre a tanta expree povei de um sado de ireito, nointerea esudar a onfigurao epefia do sado ederal, porer ese o exisente em noo pa. onhea mai obre ee aunto
a eguir.
O Estado Federal
Nas ltimas dcadas do sculo XVIII, passa a existir umadeterminada forma de Estado, no conhecida at ento. Estamostecnicamente nos referindo a um tipo de estruturao federativado Estado, o que no se pode confundir com o sentido genricoda palavra federao, que segundo o entendimento do sensocomum, seria uma aliana de estados.
O desenho do Estado Federalfeito pelos Estados Unidos estmarcado pelo contexto histrico-social em que foi desenvolvido.Reflete assim, em suas caractersticas, objetivos, funcionamento eevoluo, os valores daquela sociedade. Na poca tratava-se:
[...] [das] ideias predominantes entre os lderes dascolnias inglesas da Amrica, com as adaptaes exigidaspara a conciliao de divergncias e para o atendimentode circunstncias de ordem prtica [especficas daquelecontexto histrico]. (DALLARI, 1986, p. 7).
Em 1776, as 13 colnias inglesas na Amrica do Norte emconjunto declararam solenemente ser livres e independentes emrelao Coroa britnica, assumindo [...] a condio jurdica deEstados, regendo-se por suas prprias leis (DALLARI, 1986,p. 7), adquirindo soberania, isto , passando a ter condies paradecidir todos os seus assuntos, internos e externos. Necessitandoresolver problemas de interesse comum queles Estados, criaramento uma Confederao dos novos Estados.
O Estado Federal uma criaonorte-americana, ou, mais
precisamente, dos Estados Unidos.
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Em 1781, foi assinado um tratado que ficou conhecido comoArtigos de Confederao. Em seguida, tornou-se necessrioaperfeioar sua organizao, e
[...] [esse] congresso intercolonial passou a denominar-se OsEstados Unidos Reunidos em Congresso, evoluindo algunsanos depois para Estados Unidos da Amrica [que hojeconhecemos como os EUA]. (DALLARI, 1986, p. 7).
A transformao acima mencionada ocorreu quando, reunidosem uma Conveno na cidade de Filadlfia no ano de 1787,frente queles Estados que queriam apenas aperfeioar os Artigos
da Confederao, destacou-se um grupo de adeptos da ideia detransform-la em Federao, propondo:
[...] que todos os Estados adotassem uma Constituiocomum e se submetessem, para determinados assuntos, aum governo central, que teria suas atribuies definidasna prpria Constituio e, para desempenh-las, teria suasprprias fontes de recursos financeiros, sem depender [...]dos Estados (componentes). (DALLARI, 1986, p. 13).
Cria-se assim um Estado Federal, inspirado tanto em ideiasantiabsolutistas que foram defendidas por John Locke (1632 1704) como tambm nas recomendaes de Montesquieu (1689 1755), para a conteno do prprio poder de Estado, no sentido dasua diviso entre os Estados-membros. (DALLARI, 1986, p. 14).
Projetando os objetivos do Estado Federal, encontramos umaboa fundamentao desse tipo de Estado na seguinte afirmao.
(DALLARI, 1986, p. 51):
O federalismo objetiva a consecuo e manuteno deambas, a unidade e a diversidade. Como bem observaElazar, quando se trata de discutir o federalismo, umerro considerar unidade e diversidade como opostos. Narealidade, dependendo das circunstncias histricas epolticas, a federalizao significa a busca de um ou deoutro desses objetivos. Basicamente a federao pretendea unidade na diversidade, procurando unir entidadesheterogneas em torno de um conjunto de regras comuns,dando-lhe certa homogeneidade.
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Comocaractersticas do Estado Federal, Dallari (1986, p. 524)destaca:
a Constituio como base jurdica, que os Estados nopodem deixar de obedecer, tendo apenas os poderesnela assegurados;
nasce um novo Estado (nacional) e os Estados-membrosintegrantes perdem essa condio (somente como artifciojurdico se mantm o nome estado para os entes federados);
proibio de secesso, ou seja, as unidades federadas nopodem se desligar da Federao;
soberania da Unio e autonomia dos Estados-membros;
competncias prprias e exclusivas de cada mbito;
autonomia financeira da Unio e dos Estados;
desconcentrao do poder poltico;
nascimento de nova cidadania, entendida como aligao jurdica entre uma pessoa e seu determinadoEstado. Somente em 1868, por meio de emendaconstitucional, todas as pessoas nascidas ounaturalizadas nos Estados Unidos da Amrica passarama ser consideradas cidados estadunidenses.
No contexto do Estado Federal surgem os fundamentosda separao de poderes, como resultado do combate aoabsolutismo por pensadores [...] convencidos de que o governo
nas mos de um s ou de poucos o comeo da tirania.(DALLARI, 1986, p. 29).
As ideias polticas de Aristteles so retomadaspor Nicolau Maquiavel (14691527, historiador ediplomata italiano) e revistas por vrios pensadorespolticos, como John Locke (16321704, filsofo inglse idelogo do liberalismo) e o italiano GiovanniVincenzo Gravina (16641718, jurista italiano) que
vai influenciar Charles de Montesquieu (16891755,poltico, filsofo e escritor francs), importantepensador sobre o Estado at hoje bastante utilizado.
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Foi Montesquieu que escreveu uma doutrina de separao dospoderes. E sua obra alimentava os criadores do Estado norte-americano, que pretendiam estabelecer [...] um governo eficiente
e que, ao mesmo tempo, protegesse e no pusesse em perigo asliberdades republicanas. (DALLARI, 1986, p. 30).
Figura 1.2 MontesquieuFonte: Silva (2010).
A ideia de Montesquieu era distribuir as funes de Estadoentre trs ramos do governo, de forma [...] que nenhum pudesseprevalecer sobre os demais e cada um se constitusse numabarreira para conter excessos de outro. (DALLARI, 1986, p. 30).Efetivamente, um Legislativo, um Executivoe umJudiciriofuncionam como um sistema de freios e contrapesos (ibid).
O Estado de Direito, portanto, se organiza pela via da separaodos poderes. (VERBO, 1968): subordinao da AtividadePblica (Executivo), Lei (Legislativo), colocando-se a serviodo Direito (Judicirio).
-esa eo vo pde onheer a aracersia bia do sadooderno; inluindo a definie e aracersia de dua formadisinta de sado: o sado de ireito e o sado ederal. a
prxima eo, vo vai onheer a definie e aracersia de
outra dua forma de sado: o sado iberal e o sado oial.amo adiante...
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Seo 4 Formas liberais e sociais do Estado Moderno
Nesta seo voc vai estudar as formas do Estado no sentido da
ideologia que sustenta a relao entre Estado e sociedade: trata-sedas formas mais liberais ou mais sociais de concepo do Estadona sociedade atual.
Seguindo uma sequncia relativamente cronolgica, vamosapresentar primeiro o Estado Liberaltpico dos sculos XVIII eXIX. A seguir, voc conhecer as duas formas mais conhecidasde estado social, a derivada do socialismo real desde o incio dosculo 20, o Estado Social, e na sua sequncia a forma assumida
pela social democracia dos pases desenvolvidos na EuropaOcidental, o Estado Social-democrata. Ao final da seo, vocconhecer a forma mais hegemnica na sociedade capitalistaglobalizada, o Estado Neoliberal.
O Estado Liberal
Em um contexto de transio do mercantilismo para o liberalismoeconmico (que se consolida paralelamente ao movimento daRevoluo Industrial), a experincia poltico-econmica norte-americana faz emergir uma nova filosofia e uma nova prtica deum Estado: regulador e respeitador da doutrina do individualismo,do automatismo das foras do mercado e do seu potencial deajustamentos pela concorrncia como condio do progresso.
Entre os princpios do Estado Liberal, destaca-se:
o respeito aos direitos fundamentais, especialmente liberdade individual e de mercado;
a diviso entre os poderes Legislativo, Judicirio eExecutivo;
o respeito autoridade e lei.
A dualidade entre Estado e sociedade a caracterstica mais
marcante do Estado Liberal.
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Define-se, ento, um Estado Liberal, como umaentidade subserviente ao mercado, que deve apoiara iniciativa privada e no coibi-la. Esta concepo
posiciona-se contra o crescimento do Estado.
J em uma viso crtica dessa concepo, a obra de Laurell(1995, p. 71-72) afirma que o Estado Liberal tem as seguintescaractersticas:
separao entre Estado e economia;
reduo da poltica sociedade poltica, sendo
despolitizadas as relaes econmicas e sociais;
adoo de um conceito de sociedade reduzida aosprodutores e aos cidados, faces da mesma moeda,separados por esfera de atuao.
Durante o sculo XIX, o funcionamento institucional doEstado e da economia negava as classes sociais, sendo a prioriconsideradas ilegais as classes que reivindicassem supostos
direitos sociais, bem como suas organizaes e partidos.(LAURELL, 1995, p. 73-74).
So consideradas necessrias e legtimas as seguintes funes doEstado Liberal:
funo policial, para proteo dos indivduos entre si;
funo judicial, para arbitragem das desavenas;
funo militar, para proteo da soberania da naocontra agresses externas.
Frente explorao capitalista apoiada ideologicamente peloEstado Liberal, os movimentos sindicais e de organizaopoltica da sociedade levaram o mundo ocidental a conhecer,no incio do sculo XX, uma nova concepo de Estado,comprometido com os direitos sociais da populao organizada.Trata-se da concepo de um Estado de carter social.
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O Estado Social
A ideia de Estado Social significa basicamente a organizao
de um Estado em nome da garantia e proteo dos direitossociais e que foram poltica e historicamente conquistadospelas classes trabalhadoras.
O modelo de Estado socialista pode ser colocado comocontraponto das explicaes marxistassobre a estruturaoda realidade social capitalista. Para Karl Marx (18181883),economista, filsofo e socialista alemo, o Estado constituiapenas um elemento da sociedade, sendo produto complexodas relaes entre os indivduos. Representa a forma na qual osindivduos de uma classe dominante fazem valer seus interessescomuns. Na viso marxista, o Estado se expressa como umcomit das foras burguesas.
O sculo XX foi palco de muitas lutas sociais e polticas donascente proletariado pela igualdade poltica e anticapitalista.No liberalismo econmico e poltico aumentava a desigualdadesocial e o conflito entre burguesia e proletariado, o que propiciouo nascimento de ideologias, partidos e revolues socialistas.
(LAURELL, 1995, p. 75-76).
O Estado Social vai sendo formatado como resultado das lutassociais e polticas do sculo XIX e princpios do sculo XX.A decadncia do assistencialismo cristo, aliada s crises docrescimento econmico que no garantia a ordem social, fazcom que o movimento socialista se desenvolva e atinja seu auge.(LAURELL, 1995, p. 80-89).
Como smbolo do socialismo real, houve um Estadosocialista na Unio Sovitica (URSS) no perodo de 1917a 1989. O Estado cubano ps-revoluo tambm outro exemplo mais prximo de um Estado socialista.
Os Estados socialistas esto baseados em princpiosconstitucionais, formulados no contexto de cada sociedade. NaRepblica dos Conselhos (oviet) houve um expressivo reforo
do aparelho burocrtico, orientado por um partido nico,enquanto se caracterizava um Estado racional-legal. Todavia, de
O Marxismo o conjunto de ideias
econmicas, polticas, filosficas
e sociais elaboradas inicialmente
por Karl Marx e Friedrich Engels.
Baseada na concepo materialista
e dialtica da Histria, a teoria
marxista interpreta a vida social
tendo como viso central os
sistemas produtivos das sociedades
e a capacidade de transformao
das relaes e modos de produo
capitalista atravs da fora da classe
trabalhadora.
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em crise aps a falta de petrleo em torno de 1975 e a grandecrise econmica mundial que lhe sucedeu. Os pases sociaisdemocratas perderam competitividade internacional pelos altos
custos assumidos pelo Estado para garantir direitos sociais efinanciar a prpria estrutura do aparelho de Estado.
Tanto o Estado Socialista, a exemplo da ex-URSSpor se generalizar a estatizao, como tambm osEstados da Social Democracia, so exemplos histricosconsiderados como formas de Estado Mximo.
Dado o carter liberal ideologicamente predominante no mundoocidental desenvolvido, aliado ao sucesso econmico superiornos mercados internacionais globalizados dos pases com estacaracterstica, ao mesmo tempo em que tanto se extingue oexemplo histrico de socialismo real na ex-URSS como entraem crise o modelo social democrata, ressurgem as propostas doEstado Liberal com uma nova roupagem neoliberal.
O Estado Neoliberal
Materializando a expresso social da ideologia neoliberal,o seu modelo de Estado est assentado na doutrina que sadmite a interveno do Estado na economia, desde que sejaexclusivamente para garantir o livre jogo das foras de mercado,pretendendo eliminar a concentrao, os monoplios, opredomnio do capital financeiro e a estatizao.
As ideias neoliberais surgem como resposta da sociedade capitalistadesenvolvida crise da social democracia nos diversos paseseuropeus que a sustentaram durante quase todo o sculo XX.
Aps a grande recesso econmica derivada da crise do petrleoem meados da dcada de 70, ganha espao, no mundo globalizado,a tese de um Estado Neoliberal que passa a questionar o tamanhoe custo da estrutura estatal e o carter intervencionista do Estado
na sociedade. Essa forma de Estado se justifica alegando quedevem-se reduzir os gastos pblicos alocados ao bem-estar eprivatizar o funcionamento e a produo de servios.
A expresso Estado Mximo implica
na compreenso de um Estado
que intervm na economia e que
visa a garantir os direitos sociais
populao, contrapondo-se
compreenso de Estado Mnimo em
que o Estado se afasta das relaes
de intermediao sociedade-
mercado, deixando livre a iniciativa
de regulao deste ltimo.
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Destaca-se na proposta neoliberal a reforma e reduo do Estado,privatizando-se as empresas estatais, sejam ou no produtivas,alm da terceirizao de todas as funes que no sejam
exclusivas do Estado, como segurana e fiscalizao.
O Estado Neoliberal um exemplo histrico de EstadoMnimo, a exemplo da Inglaterra e EUA, cones daconcepo de Estado Neoliberal.
A histria no acabou. O modelo de Estado Neoliberal temse revelado adequado do ponto de vista do capitalismo nas
sociedades muito ricas e desenvolvidas. Nos pases em processode desenvolvimento, a situao muito mais difcil e o modeloneoliberal de Estado tem acentuado as desigualdades sociais,tanto internamente como entre os pases, e com consequnciascada vez mais graves na sociedade atual.
Afinal, qual o Estado que queremos?
A relao entre o Estado e a sociedade civil uma discussofundamental e que nos permite uma concepo que satisfaz osnossos objetivos de pensar a relao entre Estado e polticaspblicas. Para no se tornar uma relao banalizada e existenteapenas em chaves preciso ver suas expresses na realidadesocial. Na prtica se torna muito difcil dimensionar tal relaodevido complexidade e muitas especificidades nos seus momentosde interao. As diferentes formas de relao entre o Estado e asociedade o que d o verdadeiro carter de qualquer Estado.
Pensando na realidade social e poltica brasileira, vamos comearilustrando o que no queremos.
O que no queremos?
Um Estado exterior e superior sociedade.
A sociedade submissa ao Estado.
Mas qual o Estado que temos?
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Seo 5 O Governo e as formas de Governo
Governo o aparelho de Estado. a estrutura de funcionamento
por meio da qual o Estado se organiza. Em outras palavras: ogoverno formado pelos rgos e instituies que constituem ospoderes Executivo, Legislativo e Judicirio. E, em um pas federadocomo o Brasil, isso acontece ao nvel federal, estadual ou municipal.
As formas de governoso estabelecidas segundo:
as relaes de classe existentes na sociedade;
as relaes entre o(s) sistema(s) de poder existente(s) eessa mesma sociedade;
as ideologias e os fins que movem a sociedade; e ainda,
as caractersticas sociolgicas da sociedade.
Mais uma vez retomando a histria para compreender o presente,sabe-se que existem trs tipologias clssicas sobre as formas degoverno: a de Aristteles, de Maquiavel e de Montesquieu, que
so apresentadas nesta seo, em destaque, para um melhorentendimento. (BOBBIO, 2001, p. 104-105).
As formas de Governo para Aristtelesso definidassegundo o nmero de governantes:
Monarquia, governo de um, e que degenera emtirania.
Aristocracia, governo de poucos e que degeneraem oligarquia.
Democracia, governo de muitos.
As formas de Governo para Maquiavel, que viveuna poca do Estado absolutista, de certa maneirareferenda as formas clssicas de governo. Faz a suaexplicao e crtica, apenas dividindo-as em:
Monarquia, governo de um;
Repblica, governo de um coletivo conforme regrasda maioria e que pode assumir a forma aristocrtica(segundo o modelo romano), ou democrtica(segundo
o modelo grego).
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Maquiavel tambm considera como forma de governo odespotismo, enquanto governo de um s, mas diferentemente damonarquia, sem quaisquer leis ou freios de nenhuma espcie.
Na atualidade, os pases geralmente assumem a forma demonarquia e/ou repblica. No Estado Monrquico, temoso modelo tpico do grande Estado territorial moderno. ARepblica o modelo geralmente assumido pelos maisantigos e por pequenos Estados modernos. A Alemanha umbom exemplo [de Repblica], os Estados Unidos da Amricatambm. (BOBBIO, 2001, p. 111).
O que mais frequente so as formas mistas, onde se podeter uma metade monarquia (o Rei) e uma metade repblica (oParlamento). O melhor exemplo da configurao de forma mistade Governo a Inglaterra.
O governo misto compreende tanto a monarquia moderna comoo moderno Estado de Direito burgus, reunindo os diversosprincpios e elementos da democracia, monarquia e aristocracia,conservando-se o poder religioso separado do poder laico, ou,sem a religio, e o poder econmico separado do poder poltico.
(BOBBIO, 2001, p. 111).
Outro importante estudioso das formas de governo,o francs Montesquieu, baseia seu critrio declassificao nos princpios para funcionamento damquina de Estado, indicando:
a honra nas Monarquias;
a virtude nas Repblicas;
o medo no Despotismo.
Como exemplo desse tipo de governo dspota, pode-se citar afase primitiva, ao nascer, dos grandes Estados Orientais.
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A tipologia de Montesquieu tambm foi adotada por Hegel.Durante o sculo XVIII, quase todos os governos do mundo erammonarquias, cujos governantes tinham poderes absolutos. Eram
as monarquias absolutas. Com o abuso desses poderes, a nobrezase compunha basicamente de parasitas. O povo era obrigado asuportar aqueles governos. Segundo Dallari (1986, p. 25):
Revivendo as lies de Aristteles a respeito dademocracia ateniense, rejeitando o absolutismo dosmonarcas e os privilgios da nobreza, autores comoLocke, Montesquieu e Rousseau indicavam o caminhopara a nova ordem, que podia ser sintetizada em duas
palavras: democracia e repblica.
Nas classes polticas autocrticas o poder vem do alto e nasdemocrticas o poder vem de baixo, ou melhor, do povo. Nosgovernos autocrticos existe o monoplio do governo por umaelite; e nos democrticos, muitas elites concorrem entre si pelogoverno. (BOBBIO, 2001, p. 110).
A estrutura do governo: ambiente de formulao das polticaspblicas
A formulao, execuo e avaliao das polticas pblicas, emsua maior parte, coordenada pelo governo, quando no o fazexclusivamente em setores que so competncia do seu papelprecpuo na sociedade. Por competncias exclusivas do Estado soentendidas as aes de regulamentar, fiscalizar e garantir a seguranapblica e social. Nessa rea temos as polticas governamentais.
Convm deixar registrado que, a organizao do aparelho deEstado (que constitui o governo) um ambiente privilegiado decoordenao dos processos de formulao das polticas pblicas.Logo, a forma como se estrutura o governo, acaba refletindodiretamente no processo poltico.
A relao entre Estado e poltica se d por meio do
governo.
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Enquanto materializao organizacional do Estado, naestrutura do governo que se tem o espao privilegiado paraformulao das polticas pblicas. Situando-se entre o Estado e a
poltica, o governo assume seu papel poltico de mediao entre oEstado e as polticas pblicas.
Podemos exemplificar com uma situao que evidencia melhor aafirmao acima. Os conselhos municipais existem basicamente paragarantir um espao de participao ou controle social da populaoorganizada sobre as polticas pblicas (sade, por exemplo). Todavia,por melhor que se organize essa populao, e por melhor queatuem seus representantes no conselho municipal, se a estrutura
organizacional interna da secretaria que coordena aquela referidapoltica no funcionar democraticamente, muito pequeno ser oespao aberto no governo para a participao efetiva da populao naformulao e acompanhamento daquela poltica.
Quais as implicaes da concepo de Estado naspolticas pblicas?
atravs dessa mediao do governo que a concepo ideolgicado Estado vai se fazer presente nas polticas pblicas. Assimsendo, um Estado neoliberal vai se expressar de acordo comas premissas neoliberais nas polticas pblicas, o que muitodiferente das premissas que sustentam as diretrizes prpriasde um Estado voltado para o social, seja socialista ou umwelfare State(Estado do Bem-estar social).
No Brasil ps-constituio de 1988, dada a sua elaborao emum momento histrico de ampla (re)democratizao em que viviaa sociedade poltica no nosso pas, temos um carter bastantesocial democrata, no sentido das garantias dos direitos sociaisconferidos populao brasileira, na nossa Carta Magna.
Se por um lado, a social democracia tem sidoconstitucionalmente um norte das polticas sociais a seremexecutadas no pas, por outro lado, a conjuntura poltica dosgovernos que sucederam o processo constitucional, dado seucarter ideolgico atrelado s concepes do Estado Neoliberal,
tem resultado na existncia de polticas pblicas de caractersticasbastante neoliberais.
Estado do Bem-estar social (welfare
State), tambm conhecido como
Estado-providncia, um tipo
de organizao em que o fato
preponderante a vigilncia
cvica do cidado, e, esta condio
tem que ser construda, social e
politicamente.
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4) Para realizar esta questo, faz-se necessrio, primeiro, lembrar o queantecedeu chegada do Estado Moderno: com a perda das formas deEstado desenvolvidas na Antiguidade Clssica, o que foi decorrnciasobretudo da substituio dos vnculos polticos por vnculos pessoais
e pela privatizao da autoridade conforme ocorreu durante a IdadeMdia, foi o desenvolvimento de uma economia de carter mercantile de base monetria, que destruiu as razes econmicas dos vnculosfeudais. Assim se libertaram as sociedades polticas de serem todominadas pela Igreja ou clero, alm do seu atrelamento aos senhoresfeudais. Passou ento a existir uma acentuada concentrao daautoridade nas mos do prncipe, o que ocorre mais nitidamente nasmonarquias absolutas. Lentamente, foi o despertar da conscincianacional, que permitiu encontrar um fundamento e um fim maisdespersonalizado para o poder, comeando a ser gestado, j na pocado incio da revoluo industrial, um modelo de Estado apoiado no
liberalismo econmico. Tudo isso conduziu, pela Europa, nos princpiosda Idade Moderna, reestruturao da vida poltica na forma estatal,dando origem figura do chamado Estado Moderno.
Agora assinale todas as alternativas corretas enquanto caracterizaodo Estado Moderno:
a) ( ) Inicia com a Idade Moderna, que surgiu a partir dosdescobrimentos no sculo XVI.
b) ( ) A partir do sc. XVIII, este modelo se irradiou da Europa paratodo o Mundo, e existe at hoje.
c) ( ) Representa profundas modificaes introduzidas pela revoluoindustrial, pela generalizao das instituies democrticas e pelaascenso social e poltica das massas, que modificaram a concepopredominante do Estado no mundo moderno.
d) ( ) Assume como sua caracterstica bsica a forma jurdica de Estadode Direito.
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8) Sintetize o significado da expresso Aparelho de Estado.
9) Assinale com um (C) as formas de Estado existentes em sociedadescapitalistase com um (S) as formas existentes em sociedades socialistas:
a) ( ) Estado de Bem-estar social
b) ( ) Estado Liberal
c) ( ) Estado Neoliberal
d) ( ) Estado Socialista
10) Comente a oportunidade social da Democracia no mundo atual.
11) Assinale dentre todos os atributos abaixo os que correspondem concepo de Estado Social:
a) ( ) Welfare State.
b) ( ) arranjos pblicos de proteo social.
c) ( ) situa-se na relao entre inputseconmicos (necessidades docapital) eoutputspolticos (demandas de consumo).
d) ( ) a organizao e mobilizao dos trabalhadores pressuposto dasua existncia.
e) ( ) o papel das instituies regime de governo, sistema partidrioe estrutura do aparelho de Estado deve ser compatvel com as
responsabilidades sociais assumidas.
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12) Assinale as caractersticas da crise do Estado de Bem-estar social, ou,welfare State:
a) ( ) novo contexto econmico globalizado.
b) ( ) diminuio da expanso e consolidao da produo nacional.
c) ( ) mudanas da estrutura produtiva e financeira do capitalismo.
d) ( ) aumento da competio internacional.
e) ( ) necessidade de encolhimento do welfare Statepara desonerar ocapital.
13) Nas monarquias absolutastm-se uma forma de Estado tpicada expresso da sociabilidade alienada do povo. Pode-se associar aesta viso a proposta de Hegel de que houvesse a subordinao da
sociedade razo do Estado. Um contraponto a esta concepo seria:
a) ( ) o Estado viver no seio da sociedade civil.
b) ( ) atravs da sua vida poltica, a sociedade civil organizada participado Estado.
c) ( ) assim como o Estado parte da sociedade, a sociedade faz partedo Estado.
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Saiba mais
Aqui apresentamos algumas sugestes de refernciascomplementares para voc saber mais sobre os assuntos estudadosnesta unidade. Se voc quiser adquirir um livro-texto sobre oscontedos abordados, sugerimos a nossa referncia bibliogrficabsica para o estudo do Estado:
BOBBIO, Norberto. Estado, Governo, Sociedade: para umateoria geral da poltica. (Coleo Pensamento Crtico). 9. ed. Riode Janeiro: Paz e Terra, 2001,69 v.
Como continuidade dos estudos, voc pode consultar as seguintesobras para que aprofunde seus conhecimentos sobre:
A concepo marxista do Estado:
GRAMSCI, Antonio. Maquiavel, a poltica e o Estadomoderno.Rio de Janeiro: Civilizao Brasileira, 1980.
A relao entre Estado e governo:
BOBBIO, Norberto.A teoria das formas de governo. Braslia:UnB, 1988.
BORGES, Andr. tica burocrtica, mercado e ideologiaadministrativa: contradies da resposta conservadora rie dearterdo Estado. Revista de Cincias Sociais Dados.vol. 43,n.1. Rio de Janeiro: IEPERJ, 2000, p. 119152.
BRASIL. Plano diretor da reforma do aparelho de Estado.Braslia: Ministrio de Administrao Federal e Reforma doEstado, 1995.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral doEstado. 9. ed. So Paulo: Saraiva, 1982.
LAURELL, Asa Cristina. Estado e polticas sociais no neo-liberalismo.So Paulo: Cortez, 1995.
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REALE, Miguel. Crise do capitalismo e crise do Estado. SoPaulo: SENAC, 2000.
Alm dessas, consulte tambm a referncia complementardescrita a seguir:
GRUPPI, Luciano.Tudo comeou com Maquiavel:asconcepes de Estado em Marx, Engels, Lnin e Gramsci. PortoAlegre: L&PM, 1980.
Ou, se voc preferir, aqui segue apenas algumas consideraes
rpidas e afirmaes derivadas das concepes marxistas sobre oEstado. Reflita se elas lhe parecem verdadeiras e complementamo seu aprendizado sobre as formas de expresso do Estado nanossa sociedade:
J nas produes de Marx jovem se evidenciava que aessncia do Estado o poder poltico enquanto sntese dascontradies existentes na sociedade civil.
Marx explica que o Estado se revela como um aparelho para oexerccio do poder segundo o interesse da classe dominante.
Segundo Marx, o Estado se define como um comit polticoda classe dominante, para organizar e concentrar o poderrepressivo de controle sobre a produo.
De acordo com a viso expressa nos dois itens acima, o Estadocapitalista a expresso poltica da estrutura de classesinerente produo.
No capitalismo, a burguesia controla a mo de obra e oEstado.
Segundo Engels, o Estado controla as lutas sociais entrediferentes interesses econmicos.
Para Marx e Engels, o Estado um aparelho repressivo daburguesia para legitimar o poder e forar a reproduo daestrutura de classe.
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A Poltica
Objetivos de aprendizagem
Refletir sobre a expresso poltica no governo e emoutros espaos de interesse poltico nas relaes entreos grupos sociais.
Relacionar poltica com Estado e governo.
Perceber a poltica como espao de liberdade entre oshomens.
Compreender as implicaes do processo poltico
partidrio na conquista da liberdade e igualdade entreos homens.
Identificar as formas de participao poltica dasociedade civil nas polticas pblicas, destacando essepapel na organizao partidria e sindical.
Sees de estudo
Seo 1 Das origens filosficas ao significado moderno depoltica
Seo 2 O pensamento poltico de Weber
Seo 3 A concepo de poltica para Hannah Arendt
Seo 4 Participao poltica
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Para incio de estudo
Partindo dos significados clssicos e modernos de poltica,seja como arte, cincia, ideologia, filosofia e tica, voc vaiconhecer, nesta unidade, os conceitos de poltica de acordocom o pensamento de dois cones desta reflexo na sociedademoderna: Max Weber (18641920) intelectual alemo, jurista,economista, considerado um dos fundadores da Sociologia eHannah Arendt(19061975) filsofa poltica alem de origemjudaica, uma das mais influentes do sculo XX.
A partir da compreenso do conceito de poltica, voc poderentender melhor e com mais profundidade as formas possveis departicipao poltica nas polticas pblicas.
Seo 1 Das origens filosficas ao significado
moderno de polticaA poltica pode ser definida, a partir de diferentes dimenses,como: arte, cincia, ideologia, filosofia e tica (VERBO, 1973).
Partindo do que podemos chamar de uma concepoenciclopdica de poltica, genericamente, o termopode ser entendido como: governo dos homens, numaperspectiva da administrao das coisas pblicas e
materializada na organizao e direo dos Estados.
A seguir, voc conhecer, com mais detalhes, cada uma dasdimenses de poltica.
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Poltica como cincia
A cincia poltica uma rea de saberes, estudos e pesquisas
sobre o que existe em poltica. Trata-se dos estudos cientficossobre a poltica, cujos resultados geram livros e outras publicaessobre as produes acadmicas e cientficas a respeito da poltica.
A poltica como cincia, tambm pode ser compreendida pormeio de outras concepes. Observe a seguir:
essencialmente ligada histria, economia, sociologia,psicologia e geografia humana;
tem como seu objeto de estudo as relaes entre osgovernantes e governados, entre as instituies e vidareal, entre as partes e o todo;
utiliza-se de mtodos cientficos para estabelecer,entender e explicar as relaes acima enunciadas;
estuda o poder na relao entre sociedade e Estado, suanatureza, os fundamentos e foras polticas, os mitos
e crenas populares a respeito dos polticos, os ritos esmbolos usados na prtica poltica, as normas e valores emque a poltica se pauta, e, sua adequao e correspondnciaentre si em todos as formas de manifestao.
Poltica como ideologia
Como ideologia, a poltica fica atrelada aos diferentes juzos de
valor e viso de mundo dos respectivos grupos sociais e polticos.Em outras palavras:
foca o poder para se instaurar ou para se manter em umregime determinado;
ideologicamente, a poltica assumida como arma ejustificao do poder, como ponto de honra perante asmassas, como smbolo ou credo, pretendendo justificar
as diferenas sociais, os poderes concentrados eminstituies, a destinao dos recursos pblicos e as obrasrealizadas pelas diversas esferas de governo;
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Unidade 2
exalta as virtudes e oculta a autocrtica (entre oscorreligionrios);
coloca a necessidade de acreditar para realizar.
Poltica como filosofia
A filosofia poltica leva a refletir sobre a razo de ser da poltica,buscando entender suas motivaes e sentidos. Neste sentido:
questiona-se sobre o espao poltico prprio em relao ao
direito, moral, economia, e se existe, em que consiste;
aqui se trata de uma esfera que engloba a reflexo sobreas demais dimenses da poltica j abordadas;
situa-se no encadeamento das relaes entre os opostos,isto , relaes dialticas presentes nas dicotomias ouparadoxos entre mando e obedincia, privado e pblico,amigo e inimigo;
representa uma autoridade social para garantir o direito ea ordem social.
Poltica como tica
No se pode afirmar que exista uma relao direta entre poltica emoral. Mas importante ter presente que o que lcito em poltica,
no se pode dizer que o seja em moral. Pode haver aes moraisque so apolticas e aes polticas que so imorais. Essa distinofoi atribuda a Maquiavel e geralmente apresentada comoproblema da autonomia da poltica. (BOBBIO et al, 1986, p. 961).
Para algo ser moral, basta estar de acordo com os costumesaceitos por uma sociedade naquele contexto histrico especfico.Por exemplo, o tipo de roupa que usamos em pblico.
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Existem negociaes polticas consideradas regras do jogo eque podem ser (ou no ser) morais. A exemplo dos acordos entrepartidos para que o Legislativo venha a aprovar (ou no) projetos
encaminhados pelo Executivo.Sendo assim, a poltica como tica compreende tambm asseguintes concepes:
trata-se de uma dimenso moral da poltica, da reflexosobre a moralidade das prticas polticas;
preocupa-se com a atividade humana consciente e livreem relao ao social;
questiona o agir prtico versus a presena de manipulaopor interesses dos agentes polticos em relao aosdireitos sociais;
significa a subordinao da poltica moral e prpriatica.
Os escritos de Max Weber nos ajudam a pensar a poltica como
tica. Segundo este pensador, existe uma tica da convico,que usada para julgar as aes individuais. Trata-se essa deuma tica baseada nos fins ltimos das aes realizadas. E existetambm uma tica da responsabilidade, que usada para julgaraes de grupos, ou praticadas por um indivduo, mas em nomee por conta do prprio grupo (povo, igreja, o partido etc). O que devido e certo para um indivduo, pode ser que no o seja paraum grupo de que ele faz parte.
Nesse mbito, inserem-se os cdigos de tica dasdiversas categorias profissionais.
- eguir, tomando por prinipal refernia o iionrio de oltiaorganizado por obbio, ateui e aquino (1986), vamo
paar a reonsruir um ignifiado de poltia omo introduopara o esudo da ua relao om o sado e om a poltiapblia, que o noo objetivo de esudo.
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O conceito de Poltica e Poder
Em seu significado clssico, poltica a arte ou cincia do
governo, ou ainda, a reflexo sobre as coisas da cidade. Esseltimo entendimento derivado da viso clssica que relacionao poltico e o social, ao considerar, desde a Antiguidade, quea esfera da poltica diz respeito vida da polis (cidade) grega,compreendendo toda a sorte de relaes sociais. Assim que,desde suas origens, o poltico vem a coincidir com o social.
No seu significado moderno, isto , segundo ospensadores da era moderna, poltica significa a cincia
do Estado, ou, doutrina do Estado. Esse entendimentono quer restringir a poltica s esferas governamentais,mas sim a um entendimento do Estado enquantoexpresso da vida poltica da sociedade. Compreendeassim, as relaes da populao com o prprio Estado. atravs da poltica que o Estado se expressa.
Esses dois conceitos acima, que so complementares, continuamvlidos em qualquer uma das dimenses antes apontadas para
pensar a poltica: como arte, ideologia, filosofia e tica.Como a questo do poder est sempre presente na poltica,vamos conhecer as formas de poder em sua tipologia modernacompreendendo os poderes econmico, ideolgicoe poltico,conforme segue. (BOBBIO; MATEUCCI; PASQUINO, 1986).
A abundncia de bens nas mos de alguns poucosdefine o comportamento dos que no o detm. Esse
o poder econmico. Cujo exemplo tpico a relaoentre patro e empregado.
O poder ideolgicorepresenta a influncia de ideias,predominantemente dos sbios, intelectuais, cientistase sacerdotes.
O poder poltico entendido como o supremo poder.Significa dispor da exclusividade do uso da fora, deincriminar, de punir, privilgio do governo, atravs dosseus poderes legais.
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Nessa perspectiva, derivada das ideias de Weber, por Estado seentende uma organizao institucional de carter poltico, onde oaparelho administrativo, ou governo, leva avante, em certa medida
e com xito, a pretenso do monoplio da fora, atravs de seusexrcitos e corporaes policiais, com vistas ao cumprimento dasleis. (BOBBIO; MATEUCCI; PASQUINO, 1986).
Max Weber (2002) define como finalidade da poltica a buscados objetivos considerados prioritrios para o grupo (ou para aclasse nele dominante) em lutas sociais e civis prprias da vida emsociedade. Nesse contexto, cabe ao Estado promover a concrdia,a paz, a ordem pblica, o que se constri viabilizando o bem-
estar, a prosperidade e a independncia nacional.O conceito acima est baseado na categoria poder. Como bastante frequente que, para designar o termo poltica, este sejarelacionado com poder, preciso sempre refletir sobre essa relao.
O poder no se implanta por decreto; poder no se passa,perde-se. As pessoas no abrem mo espontaneamente dopoder que possuem. Apenas se afastam porque no conseguempermanecer, segundo suas diferentes motivaes. Conforme
afirma Demo (1996), a renovao de poder no acidente oudesgraa, mas condio normal da vida histrica.
Assim como o poder tem a condio ou capacidade de alteraro comportamento das pessoas, consequentemente, podem-se identificar duas faces da poltica: decisoe interesses.Tanto que se define poltica como um processo destinado formulao de decises de interesses coletivos aos grupos sociais.As diferenas de interesses, entre os diversos grupos sociais,
marcam o jogo poltico de disputas de poder por meio do qual osinteresses so materializados em decises polticas.
O que configura um processo como poltico que suasdecises tomadas devem afetar coletividade.
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A Poltica partidria
A poltica se expressa das mais diversas formas em uma sociedade.
Dentre estas, h que se destacar a poltica partidria, por suasimplicaes fundamentais nas polticas pblicas. Essa relaovai ser retomada na seo seguinte por ter sido Weber um dosprincipais autores do estudo dessa ordem de relaes polticas.
Como uma primeira impresso sobre poltica partidria,observa-se que as leis e partidos so destacados comoinstrumentos de realizao de objetivos determinados. O governoe sua assembleia poltico-legislativa so mediados pela formaode partidos. So os partidos polticos que solidarizam a relao damaneira parlamentar com a equipe governista. (VERBO, 1968).
O nosso conhecido Norberto Bobbio (1995) publica (tambmno Brasil, em um pequeno livro) o que significa, na atualidade,as razes e significados de uma distino poltica entre (o quese convencionou chamar de) direita e esquerda em polticapartidria. O referido autor destaca como valores centrais, dadireita, a liberdade e da esquerda, a igualdade.
Na prtica atual, dos partidos polticos estasconcepes se fragilizaram e fica mais complexo definiro que partido de direita ou de esquerda no Brasilcontemporneo.