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Muito além S EGREDO do

Livro eBook Muito Alem Do Segredo

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  • Muito almSegredo

    do

  • R i o d e J a n e i ro / 2 0 0 7

    Ed Gungor

    Muito alm do

    Segredo

  • Ttulo original

    There is more to the secret

    Copyright 2007 by Ed Gungor

    Edio original por Thomas Nelson, Inc. Todos os direitos reservados.Copyright da traduo Thomas Nelson Brasil, 2007.

    Superviso editorial Nataniel dos Santos GomesAssistente editorial Clarisse de Athayde Costa Cintra

    Traduo Mauro Pereira-de-MelloAdaptao da Capa Valter Botosso Jr.

    Copidesque Norma Cristina Guimares BragaReviso Margarida Seltmann / Cristina Loureiro de S

    Projeto grfico e diagramao Julio Fado

    CIP-BRASIL. CATALOGAO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

    G985m Gungor, Ed Muito alm do Segredo: Porque O Segredo s se revela com

    Deus/Ed Gungor; [traduo Mauro Pereira-de-Mello]. - Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2007. Traduo de: There is more to The Secret ISBN 978-85-6030-329-8 1. Byrne, Rhonda. O segredo. 2. Sugesto (Psicologia) - Aspectos religiosos - Cristianismo. 3. Auto-realizao (Psicologia) - Aspectos religiosos - Cristianismo. I. Ttulo.

    07-1579. CDD: 158.1 CDU: 159.947

    Todos os direitos reservados Thomas Nelson BrasilRua Nova Jerusalm, 345 BonsucessoRio de Janeiro RJ CEP 21402-325

    Tel.: (21) 3882-8200 Fax: (21) 3882-8212 / 3882-8313www.thomasnelson.com.br

  • Dedicado a:

    Dr. Bahri e Lilly Gungore

    Gerard e Elizabeth Griesbaum

    Obrigado por terem sempre amado, apoiado e acreditado em seus filhos.

    Vocs so profundamente amados e estimados!

  • Sumr io

    Introduo

    Captulo um Deuses e gnios

    Captulo dois Pensamentos tornam-se coisas

    Captulo trs Usando a lei da atrao

    Captulo quatro Tenho um sentimento

    Captulo CinCo Por que os cristos ficam irritados

    com isto

    Captulo seis Como os cristos devem usar a

    lei da atrao

    Captulo sete A lei da atrao e o dinheiro

    Captulo oito Um segredo negro

    Captulo nove Um conto com duas histrias

    Captulo dez O segredo real

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  • Introduo

    Nos ltimos tempos, o Segredo tem sido o assunto pre-ferido de muita gente. Trata-se de uma crena que foi descoberta e redescoberta vrias vezes na histria uma crena transformadora. Entender a lei por trs dela muda tudo. Em sua obra, intitulada O Segredo, Ronda Byrne e sua equipe de colaboradores fazem um trabalho brilhante ao juntar fragmentos da grande lei que foram escamo-teados em tradies orais, na literatura e nas religies e filosofias ao longo do tempo. Eles nos permitem dar uma espiada transformadora nessa verdade ancestral.

    Entretanto, h mais a ser dito do que este recente best-seller revelou. De fato, sem um olhar mais profundo sobre o alm do segredo de que eu falo, temo que o sofri-mento possa ultrapassar tudo de bom que tenha sido rea-lizado na vida das pessoas.

    Esse o porqu desta obra. Embora no seja minha in-teno rasgar o bem que tenha sido comunicado, devemos prosseguir com cautela. H mais coisas a serem contadas nesta histria necessrio ir alm de O segredo.

    Ed Gungor

  • Captulo umDeuses e gnios

    Certo. Em primeiro lugar, tenho uma confisso a fazer. Sou um aprendiz de Jesus Cristo e, embora seja f do tratamen-to dado por Rhonda Byrne e sua equipe para a lei da atra-o, no sou um f acrtico. As idias que Byrne divulgou no best-seller de auto-ajuda O Segredo e no filme-documentrio de mesmo nome realmente tiveram o poder de me empol-gar. Mas, ao mesmo tempo, minha filosofia no comea, ou no termina, no mesmo lugar que a filosofia do livro. Por exemplo, no acredito que os seres humanos estejam evo-luindo para tornarem-se deuses; ns vamos sempre precisar de Deus. Tampouco acredito que a humanidade possa sal-var-se a si mesma; ns precisamos de um Salvador. Acredito que Jesus Cristo conhecia esse to falado segredo, mas ele

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    ainda assim teve de morrer isoladamente, o conceito no nos salvar. Alm disso, sinto que Byrne e companhia enfatizaram demais a cobia material, a apatia social e a res-ponsabilidade das vtimas pelas tragdias que ocorrem em suas vidas (no que essa fosse sua inteno, mas um fato). Apesar disso tudo, continuo crendo no poder benfico do livro, e minha inteno fundamental aqui expandir o co-nhecimento do tesouro que o livro explora sem deixar de abordar essas discordncias.

    O que isto?

    A vida uma s. Ora, se s temos esta vida, precisamos nos esforar ao mximo para que ela valha a pena, fa-zendo diferena no mundo. H algo que pode nos ajudar em cada aspecto de nossas vidas finanas, relaciona-mentos. da compreenso de uma idia que libera um poder escondido, imaculado, dentro de cada um de ns santos ou pagos.

    No se trata de uma idia complexa, difcil de cap-tar. simplesmente a lei da atrao. De modo simples, poderia ser expressa assim: Voc exerce um poder de atrao sobre tudo o que acontece em sua vida. Os acontecimentos no vm por acaso, mas como produto de causa e efeito. Portanto, o que voc e o que voc faz atuam como um m na sua vida, que atrai tanto coisas boas quanto coisas ruins.

    Embora possa parecer assustadora em princpio (ser tudo minha culpa?), que grande descoberta! Significa que podemos responder pela felicidade em nossas vidas.

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    D e u s e s e g n i o s

    Quando aprendemos como funciona a lei da atrao, po-demos trabalh-la para deixar vir as coisas boas e impe-dir as ruins.

    Mas isso realmente possvel?Muitos acreditam que o que tiver de ser, ser. Crem

    que o ser humano no tem nada a ver com o futuro; isso com Deus. A soberania de Deus est por trs de todos os fatos, e os seres humanos no podem efetuar aquilo que Deus deixou de decidir. Este grupo costuma dizer que nossos pensamentos, crenas e aes so meros coadju-vantes, porque Deus far o que quiser, independentemente dos seres humanos.

    Contudo, se Deus realmente quisesse ter criado um mundo sobre o qual os seres humanos no tivessem ne-nhum controle, por que teria feito um mundo cheio de leis leis to especficas e previsveis que ns podemos enviar uma pessoa lua e prever, com uma margem de fraes de segundo, o momento da aterrissagem? E se Deus tiver estabelecido leis justamente para que os hu-manos tivessem mais controle sobre suas vidas? O grande apstolo Paulo afirmou: todas as coisas so de vocs, seja [] o mundo, a vida, a morte, o presente ou o futuro, tudo de vocs.1 Em outra parte ele escreveu: No se deixem enganar: de Deus no se zomba. Pois o que o ho-mem semear, isso tambm colher. 2

    Esses textos asseguram que todos ns somos como o fazendeiro que busca tomar o mximo partido das leis da natureza para suas boas colheitas. Um fazendeiro que deseja que a terra lhe d milho deve aprender a cooperar com a natureza para consegui-lo. A natureza no seleciona

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    o tipo de colheita, mas espera que o fazendeiro decida. E ele decide: o fazendeiro pode realmente predizer o futuro de um campo, ao escolher o tipo de semente a ser plantada nele. Para atrair milho, o fazendeiro sim-plesmente planta sementes de milho. desta maneira que funciona a lei da atrao.

    As regras da criao so as mesmas para todo mundo. Deus no decide sozinho se cada um de ns ser feliz ou no. Ns podemos coordenar o nvel do sucesso que vi-vemos em nossos casamentos, finanas, carreiras, paterni-dade etc. medida que cooperamos com as leis que Deus estabeleceu. Podemos atrair alegria ou dor para nossas vi-das, agora mesmo, inclusive: a lei da atrao uma lei que est em vigor o tempo todo, e no precisamos aprender a manej-la para que ela funcione. Podemos, no entanto, perceber como trabalh-la para nosso proveito, em vez de para nossa desvantagem.

    A terceira lei do movimento, de Newton, diz: A cada ao corresponde uma reao igual e oposta. Esta uma outra maneira de expressar a lei da atrao. Jesus Cristo nos mostrou que a lei da atrao, vulgo o Segre-do, funciona em nossos relacionamentos com os outros: Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocs mise-ricordioso. Dem, e lhes ser dado: uma boa medida, calca-da, sacudida e transbordante ser dada a vocs. Pois a medi-da que usarem tambm ser usada para medir vocs.3

    Isso significa que, se voc sorri para algum, o mais provvel que essa pessoa sorria de volta. Se voc cruel com uma pessoa, o mais provvel que ela seja cruel com voc tambm. Se voc genuno e bondoso com os ou-

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    tros, quase certo que os outros expressem bondade em retribuio. Se voc crtico sobre tudo e todos, voc pode esperar uma dose pesada de julgamento crtico de outros em sua vida. Voc atrai o que voc coloca para fora. A lei da atrao funciona para todos, em todos os lugares, o tempo todo, quer a pessoa a compreenda, ou no.

    Quem acredita em Deus costuma ficar confuso com o equilbrio entre o que devemos fazer e o que Deus faz. Como na histria do rancheiro l do oeste que recebeu a visita de seu pastor. O rancheiro passeava com o pastor por sua propriedade, mostrando as construes bem con-servadas, as cercas, os gramados cuidadosamente aparados. Diante daquilo tudo, o pastor declarou, com reverncia: Como Deus abenoou esta propriedade!

    De maneira simples e direta, o rancheiro respondeu: Imagino que sim mas o senhor devia ter visto quando isso aqui era s dele.

    Quem cr em Deus precisa tomar cuidado para no cair no erro que Jesus aponta na parbola dos talentos (Mateus 25:14-29), quando exorta as pessoas a trabalha-rem o potencial recebido do Pai. A parbola revela que alguns seriam to inclinadas soberania de Deus que dei-xariam de fazer o que precisam fazer, resignando-se ao destino. Em outras palavras, como se unissem suas vozes da cantora Simone para entoar: O que ir me aconte-cer? O meu destino ser como Deus quiser. No entanto, Jesus discorreu sobre isso, mencionando quem acreditasse que Deus, como o mestre em sua histria, colhe o que ele no semeou e se encontra onde ele no espalhou sua semente. Em outras palavras, os humanos no tm de fa-

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    zer coisa alguma Deus faz tudo. Jesus declarou que tal atitude equivalia a enterrar seu potencial no cho (v.24) e Deus no estava contente com isso.

    Mas h perigos nos dois lados da questo.Os proponentes da mais recente verso da lei da atra-

    o afirmam que todo mundo pode ser, fazer ou ter tudo o que quiser felicidade, sade, riqueza. Estamos acos-tumados a ouvir as perguntas: Em que tipo de casa voc quer viver? ou Voc quer ser um milionrio? E a ou-vir as declaraes: Milagres acontecem quando voc sabe como aplicar o Segredo. O poeta americano Ralph Waldo Emerson (1803-1882) escreveu certa vez: O segredo a resposta para tudo o que foi, tudo o que e tudo o que ser. Ao citar Emerson, os defensores das crenas que acabei de descrever alegam que o grande segredo da vida este: cada um de ns trabalha com um poder infinito a lei da atrao.

    Mas eles esquecem um detalhe essencial: preciso ir muito alm do Segredo.

    Ns compart i lhamos o poder

    Quando os computadores pessoais apareceram, nos anos 80, instalar novos programas ou perifricos (como impres-soras e scanners) era muito mais do que um processo plug and play. No era incomum que o seu computador todo entrasse em pane logo aps voc instalar um novo progra-ma que deveria tornar sua vida mais fcil. Ento, voc era obrigado a ligar para o suporte tcnico do fabricante do software e passar horas no telefone, empenhado no rduo

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    processo de reescrever comandos de programao (por exemplo: CONFIG.SYS). Era uma confuso s.

    Tudo isso porque os programadores desenvolviam seus softwares em PCs que no continham outros programas. Dessa forma, eles podiam canalizar todos os recursos de seus PCs para a execuo exclusiva dos programas desenvol-vidos. Nada mal se todos os PCs rodassem apenas um programa. Mas no assim. Isso, porm, no impediu que os engenheiros seguissem alterando os cdigos internos de seus computadores para que eles rodassem melhor os seus prprios programas. O mundo do software tornou-se uma verdadeira briga de gato e rato, cada empresa por si mesma. Como os consumidores comearam a instalar um programa atrs do outro em seus computadores, os aplica-tivos comearam a conflitar entre si, lutando por recursos internos limitados das mquinas e os sistemas comearam a travar. (Queria ter ganho um dlar para cada hora que eu tive de passar ao telefone com o suporte tcnico, resol-vendo esses conflitos). Percorremos um longo caminho at aqui.

    Enquanto Byrne e sua equipe estabeleciam a anato-mia de O Segredo, eu no pude deixar de sentir que eles estavam cometendo um erro similar ao daqueles pionei-ros da informtica. A lei da atrao ficou excessivamen-te atrelada idia do poder e do controle individuais. O problema que no h uma nica pessoa usando a lei temos mais de um programa rodando neste mo-mento no universo. Ns no usamos a lei da atrao em um vcuo existem outros jogadores, outras foras em movimento.

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    Por exemplo, em um dado momento, a equipe de Byrne afirma que ns atramos tudo o que nos acontece at as coisas ruins, como acidentes de carro. Embora isso possa ser verdade em alguns casos, uma simplifica-o exagerada da realidade.

    Considere o holocausto. realmente plausvel que seis milhes de judeus tenham atrado esse horror inimagi-nvel para suas vidas por si mesmos? Ou havia outras for-as em ao como o poder ilimitado nas mos de um ditador insano chamado Hitler? E o que dizer de abusos e assassinatos de crianas? Ser que as vtimas imagina-ram ou atraram essas coisas por elas mesmas? Se no, por que tudo isso lhes teria acontecido? Ser que a lei da atrao, que trabalha para todas as pessoas em todos os lugares, o tempo todo, no funcionou no caso delas, ou havia outras foras em movimento como um crimi-noso doentio?

    E quanto a Deus? Sobre ele, os partidrios da prtica atual da lei da atrao so praticamente omissos. O que estranho, pois a maioria das pessoas acredita em Deus. Em sua interpretao de O Segredo, o grupo de Byrne parece defender o seguinte ponto de vista: Deus criou tudo o que existe e se retirou. Ou ento, pode at estar presente por aqui mas no de um modo que faa diferena. No h portanto um Grande Plano. E, se Deus realmente exis-te, ento ele (ou ela?) to distante e irreconhecvel, to fora do alcance dos assuntos mundanos, que ningum pode discerni-lo ou chegar perto dele. O grupo sugere que o universo , ao contrrio, uma espcie de gnio que existe

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    somente para realizar todos os nossos desejos nossos de-sejos comandam o gnio. E o Gnio est realizando desejos neste exato momento os bons e os ruins. Compreender essa idia, dizem eles, a chave para que o universo realize apenas os seus bons desejos.

    Esta histr ia de Deus

    Na tradio crist no h gnios. Cada pessoa um sonho de Deus tornado realidade; um destino; um ser planeja-do intencionalmente que Deus ps no mundo como um personagem nico nesta histria que se desenrola. As Es-crituras alegam que nosso nascimento ocorreu em tem-pos anteriormente estabelecidos por Deus e que vivemos nos lugares exatos em que deveramos viver.4 O salmista declarou: Todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir.5

    Isso significa que cada um de ns nico e se encaixa com perfeio neste mundo, no processo que segue para um telos um fim com um objetivo concebido pelo prprio Deus. Para quem cr em Deus, esta no a terra da sobrevivncia do mais forte , mas sim um mun-do para os predestinados. O problema que, em vez de buscar o plano predestinado de Deus, muitos acreditam na inveno de sua prpria histria. Ao contrrio do que Byrne nos diz, o segredo oculto consiste no em inventar sua prpria histria, mas em encontrar o seu lugar na histria que contada por outra pessoa Deus. A mais antiga re-velao desse fato afirma que a criao continha as idias

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    inspiradas de Deus havia um lugar para tudo e todos. A lei da atrao no era utilizada para atrair qualquer coi-sa; era utilizada para atrair o telos de Deus. Essa lei revelou que cada um de ns nasce no mundo de Deus e que este o palco dele; ns somos meros participantes na pea dele. O salmista disse: Reconheam que o SENHOR o nosso Deus. Ele nos fez e somos dele.6

    Recentemente, minha mulher Gail e eu assistimos a uma pea em que nossa linda afilhada, Erin, atuava em um dos papis principais. Depois da pea, ns a enchemos de elogios e perguntamos se ela estava satisfeita com o resul-tado. Ela respondeu discorrendo sobre sua atuao e seu personagem. No reclamou dos outros atores no palco, no manifestou o desejo de ter outras falas nem de tomar o papel de algum. Tambm no falou nada sobre rees-crever o roteiro ou dirigir o espetculo de outra maneira. Ela mediu o seu sucesso de acordo com a interpretao do papel que lhe fora destinado.

    dessa forma que devemos entrar no palco da vida. Isso primordial para a idia a razo para Deus ter criado a lei da atrao. Devemos nos recusar a tentar escrever, produzir, dirigir ou escolher o papel que que-remos interpretar em nossa prpria pea. Devemos ver Deus como o escritor, produtor e diretor. Nossa ambi-o deve ser a de descobrir nosso papel individual, des-tinado por Deus e, ento, desempenharmos esse papel com grandeza.

    Entender que estamos aqui para cooperar em algo maior que ns mesmos nos d uma ponte para transcen-

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    der a vida e ter acesso a uma existncia que maior do que a que poderamos criar, maior do que os desejos imediatos de pessoas egostas, com suas necessidades sem fim. Isso nos enraza em algo maior, algo eterno.

    Em um mundo do cada um por si, em que o homem o lobo do homem, em que nada mais importante que o nmero um, a procura pelo telos de Deus vista como irrelevante, porque conectada a algo distinto do indivi-dual. Contudo, essa descoberta nos d uma nova base para nossa auto-estima: a identidade estimada por Deus, que conecta a nossa competncia pessoal frutificao para alm de ns mesmos. Isso no nos torna menos indiv-duos; isso nos leva a Deus. E nosso sentido de identidade reforado pela unio com uma vida maior do que a de uma pessoa apenas.

    assim que tomamos parte no que conhecido como o Reino de Deus. Ns prevemos que Deus vai agir; ns esperamos que ele aja. Apenas no sabemos onde e quan-do. Mas ns o escutamos e seguimos caminhando na lei da atrao como uma manifestao de nosso amor e da busca por Deus. Uma vida comprometida com um telos criado por Deus gradualmente nos enche de um esprito de expectativa de que todas as coisas boas sero dadas aos obedientes de corao ns vamos desfrutar a fartura desta terra.7 Jesus diz que, quando estamos prontos a per-der nossas vidas, no telos de Deus que as encontramos.8

    Um compromisso com o telos de Deus nos d uma profunda convico de significado pessoal e vocao. quando nos tornamos alegres participantes do esquema

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    da criao e da providncia divina, firmando-nos em um sentido de propsito e constncia. Como o historiador britnico Arnold Toynbee apropriadamente afirmou, foi uma selvagem individualizao do ser humano que nos proporcionou uma sensao de termos tudo de que pre-cisamos e ainda nos sentirmos alienados.9

    A chave aqui : quem o iniciador da vida, Deus ou o homem? Muitos cristos modernos adaptaram para seu Cristianismo a mesma cosmoviso que inspira os atuais palestrantes de auto-ajuda quando tratam do ser humano: sonhar e desejar ilimitadamente, com a certeza de que Deus abenoa e desenvolve todos os nossos sonhos. Sim, a lei da atrao pode at funcionar nesses casos, e ns realmente devemos esperar grandeza quando semeamos grandeza. Entretanto a Bblia tambm nos alerta quanto a isso. Ns aprendemos a no correr impulsivamente com nossos planos, porque a vida a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa.10 Estamos aqui por um tempo curto demais e no conseguimos culti-var a sabedoria necessria para tomar decises de vida de modo autnomo. Em vez disso, frisa o texto, deveriam dizer: Se o Senhor quiser, viveremos e faremos isto ou aquilo.11 Isso significa que nossos papis tm significado e atingem altos propsitos, mas sem que, para isso, tenha-mos de escrever nossa prpria pea. Estamos na histria de Deus; ele que inicia, ou pelo menos veta, os planos de nossa vida.

    Apesar de cristos, muitos acabam seguindo suas pr-prias agendas e cultivando sonhos de realizao pessoal, acreditando que basta uma pitada de f a mais para que

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    recebam de Deus a sorte extra de que precisam rumo fama, ao poder e riqueza que almejam. verdade que as Escrituras ensinam que tudo possvel quele que cr12, mas, se no formos cautelosos, acabaremos redu-zindo Deus a nosso servo. Nossos prprios desejos podem rapidamente se transformar no centro do universo.

    E isso perigoso...