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UMS 2016 VII CONGRESSO SOBRE USO E MANEJO DO SOLO VII Congreso sobre Uso y Manejo de Suelos VII Congress on Soil Use and Management “Conservação e recuperação do solo e da água” “Conservación y restauración de suelos y aguas” “Soil and water conservation and restoration” 13-15 de Junho 2016 Coimbra, Portugal Editado por: M. Isabel P. de Lima João L. M. P. de Lima José M. M. Gonçalves LIVRO DE RESUMOS

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UMS 2016

VII CONGRESSO SOBRE USO E MANEJO DO SOLO

VII Congreso sobre Uso y Manejo de Suelos

VII Congress on Soil Use and Management

“Conservação e recuperação do solo e da água”

“Conservación y restauración de suelos y aguas”

“Soil and water conservation and restoration”

13-15 de Junho 2016

Coimbra, Portugal

Editado por:

M. Isabel P. de Lima

João L. M. P. de Lima

José M. M. Gonçalves

LIVRO DE RESUMOS

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VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo VII Congreso sobre Uso y Manejo de Suelos VII Congress on Soil Use and Management

Conservação e recuperação do solo e da água

Conservación y recuperación de suelos y aguas Soil and water conservation and restoration

LIVRO DE RESUMOS UMS 2016

13-15 junho, 2016

Coimbra, Portugal

Editado por:

M. Isabel P. de Lima João L. M. P. de Lima José M. M. Gonçalves

Organizado por:

IMAR – Instituto do Mar

MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente

Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra

 

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VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo

VII Congreso sobre Uso y Manejo de Suelos

VII Congress on Soil Use and Management

Livro de Resumos

13-15 junho 2016, Coimbra, Portugal

Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Departamento de Engenharia Civil.

Editores: M. I. P. de Lima, J. L. M. P. de Lima e J. M. M. Gonçalves

ISBN: 978-989-96461-5-5 (versão eletrónica)

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Índice 1 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Índice

Boas vindas e Apoios 5

Informação Geral 7

Programa do Congresso 11

Programa das Sessões Orais 12

13 junho 2016 12

14 junho 2016 13

15 junho 2016 14

Programa da Sessão de Posters 15

Resumos – Comunicações Orais 19

Resumos – Comunicações em Poster 39

Programa da Visita Técnica 87

Índice de Autores 91

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VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS2016 _______________________________________________________________________

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VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Bem-vindos

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VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS2016 _______________________________________________________________________

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Boas vindas & Apoios 5 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Boas vindas aos Participantes Estimados Participantes do UMS 2016,

É com todo o prazer que vos damos as boas vindas a Coimbra e à sua Universidade, e vos recebemos no Departamento de Engenharia Civil, nesta sétima edição da série de Congressos sobre Uso e Manejo do Solo, UMS 2016.

Durante anos, estes eventos têm estimulado o intercâmbio interdisciplinar de ideias e competências, contribuindo para aumentar a nossa compreensão de processos associados ao solo, a sua observação, estimativa e modelação. Desde o primeiro congresso desta série, em 2007, que decorreu em A Coruña, em Espanha, estes eventos têm constituído um importante forum de discussão de interesse comum para os participantes.

Mudanças no ciclo hidrológico, resultantes do forçamento do clima e de atividades conduzidas pelo Homem, têm contribuído para o aumento dos desafios que se nos colocam relacionados, por exemplo, com as águas superficiais e subterrâneas, as interfaces solo-planta-atmosfera, e a gestão da água em regiões áridas e semiáridas: a modelação e previsão de processos nos sistemas pertinentes carece ainda de estudo e de desenvolvimentos, sendo essencial aumentar o conhecimento que detemos desses processos. Em particular, e a par de mudanças globais, em muitas regiões do globo, a ocorrência de eventos extremos (apesar de se poderem apresentar com diferentes desenvolvimentos temporais e espaciais) relacionados com a escassez ou excesso de água (secas, cheias) têm criado situações difíceis que fragilizam ainda mais os já vulneráveis recursos solo e água. Desenvolvimentos na área da monitorização, modelação e previsão de condições hidrológicas extremas e sua inclusão no processo decisório e técnico relacionado com o uso e manejo do solo, estão entre as matérias de estudo a que se dedica a comunidade científica, com repercussões tecnológicas práticas e mais-valias socioeconómicas e ambientais. Todos estes assuntos serão debatidos durante este VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo, com o tema especial “Conservação e recuperação do solo e da água”, dando destaque ao objetivo de proporcionar o intercâmbio interdisciplinar de ideias sobre o estado atual do conhecimento relativo a estas temáticas. Esperamos que este congresso crie oportunidades para uma reflexão sobre o que tem sido, nesta área de saber, o percurso até ao presente e para discutirmos as necessidades e desafios que o futuro nos coloca, na perspetiva de uma pressão crescente sobre os recursos solo e água resultante do crescimento demográfico e económico e de mudanças climáticas.

Os coordenadores deste evento desejam a todos os Participantes uma estadia aprazível em Coimbra, um congresso proveitoso e discussões estimulantes.

Os Coordenadores do UMS 2016,

João Pedroso de Lima José Manuel Gonçalves Isabel Pedroso de Lima

Informação geral sobre os congressos UMS Desde 2007, o Congresso sobre Uso e Manejo do Solo (UMS) tem vindo a estimular o intercâmbio interdisciplinar de ideias e conhecimentos, visando melhorar a nossa compreensão de processos e a sua monitorização, estimativa, modelação e previsão, a partir da colaboração de profissionais de diferentes procedências, mas com preocupações comuns acerca do uso, da gestão e da conservação dos recursos solo e água. Tem sido dada atenção especial à aplicação dos resultados de investigação dedicada à melhoria das práticas de gestão e conservação do solo e dos métodos de avaliação dos impactos de práticas agrícolas na qualidade do solo, e ao desenvolvimento de medidas de recuperação de áreas degradadas. O controlo da erosão hídrica, conservação da matéria orgânica do solo, recuperação de solos deteriorados e novas abordagens metodológicas para determinação da variabilidade espacial e temporal de atributos edafoclimáticos são aspetos que têm igualmente sido discutidos nesses eventos. Em particular, ressaltamos que nos últimos anos a qualidade científica e inovadora dos trabalhos tem justificado, cada vez mais, a divulgação e o intercâmbio de conhecimento entre as instituições participantes de vários países, do interesse de todos os envolvidos, sendo uma clara mais-valia para um grande número de investigadores, professores e estudantes.

O Congresso tem reunido participantes de diferentes instituições da Argentina, Brasil, Cuba, Espanha e Portugal, favorecendo o intercâmbio científico e tecnológico e dando especial atenção à conservação e gestão do solo e da água. O evento foi idealizado pelo Professor Dr. Antonio Paz González, da Universidade de A Coruña (Espanha), com o objetivo de melhorar o processo de transferência do conhecimento e tecnologia entre instituições de ensino e de investigadores que desenvolvem projetos conjuntos nesta área. Desde o primeiro congresso, realizado em 2007, a série de congressos UMS tem sido um importante fórum para discutir temas de interesse comum.

Nos anos de 2007 e 2008, o evento foi organizado pela Faculdade de Ciências da Universidade de A Coruña. Foram apresentados 64 trabalhos científicos em 2007 e 50 trabalhos científicos em 2008, por participantes provenientes do Brasil, Argentina, Portugal, Espanha e Cuba.

Em 2009, o UMS foi organizado pelo Grupo de Investigação em Engenharia de Água e Desenvolvimento Rural do Departamento de Engenharia Agroflorestal da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha); foram apresentados 52 trabalhos científicos, e participaram investigadores, professores e estudantes de pós-graduação do Brasil, Argentina, Portugal e Espanha.

Em 2010, o evento foi novamente organizado pela Faculdade de Ciências da Universidade de A Coruña, tendo sido apresentados 55 trabalhos científicos; participaram investigadores, professores e estudantes de pós-graduação do Brasil, Argentina, Portugal e Espanha.

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6 Boas vindas & Apoios _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Em 2011, o evento realizou-se no Brasil, coorganizado pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas (Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola) e pelo IAC – Instituto Agronômico de Campinas (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Solos e Recursos Ambientais), contando com a apresentação de 62 trabalhos.

A edição de 2014 foi organizada conjuntamente pela UFRPE- Universidade Federal Rural de Pernambuco e a FUNDAJ-Fundação Joaquim Nabuco, no Recife (Brasil) e teve como tema: “O Uso da Agricultura de Precisão para a Sustentabilidade e Qualidade Ambiental”. O evento teve o apoio da Fundação AGRISUS. Participaram 128 congressistas oriundos de diferentes instituições nacionais e internacionais (Brasil, Argentina, Espanha e Portugal). Foram recebidos 73 resumos (37 apresentações orais) que foram organizados em livro de resumos, em formato digital, disponibilizado aos participantes durante o evento e difundido na página web do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Em 2016, o evento decorre em Coimbra, Portugal, com o tema especial: "Conservação e recuperação do solo e da água".

Organização O congresso é organizado no Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, com o apoio da rede IMAR - Instituto do Mar e do centro de investigação MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal. Patrocínios e apoios O evento foi patrocinado por:

Agência Portuguesa do Ambiente - Região Hidrográfica do Centro (APA – RHC)

Associação para o Desenvolvimento da Engenharia Civil (ACIV)

Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE)

Instituto do Mar (IMAR)

Universidade de Coimbra (UC)

O evento foi ainda apoiado por:

Associação Portuguesa de Meteorologia e Geofísica (APMG)

Associação Portuguesa de Recursos Hídricos (APRH)

Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC/IPC)

Fundación Nueva Cultura del Agua (FNCA)

Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

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Informação Geral 7 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Informação Geral Local e Morada do Congresso UMS 2016 O VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo decorre no Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra, em Coimbra (Portugal), uma universidade cheia de história e tradição, que remonta ao século XIII, tendo sido estabelecida em 1290.

Local:

Departamento de Engenharia Civil Faculdade de Ciências e Tecnologia Rua Luís Reis dos Santos - Pólo II Univ. Coimbra 3030-788 Coimbra, Portugal

Coordenadas GPS

Local do Congresso: 40o 11' 07,55'' N; 8o 24' 55,04'' W

Local do Congresso

‐ Almoço ‐Restauranteuniversitário

Pólo II – UNIV. DE COIMBRA

BUS STOP

Local do congressoUMS2016

Ponte pedestre

Ponte de Santa Clara

Ponte  RainhaSanta Isabel

(Pólo II Univ Coimbra)

Coordenadores Presidente:

João P. de Lima, IMAR / MARE / Universidade de Coimbra

Vice-presidentes: José Manuel Gonçalves, Politécnico de Coimbra Isabel P. de Lima, IMAR / MARE / Universidade de Coimbra

Comissão Científica Internacional Alcides Pereira (Universidade de Coimbra, Portugal) Ana Maria Tarquis (Univ. Politécnica de Madrid, España) António Dinis Ferreira (Politécnico de Coimbra, Portugal) Antonio Paz González (Univ. de A Coruña, España) Artemi Cerdà (Universitat de València, España) Daniel Gimenez (Rutgers - State Univ. of New Jersey, USA) Demetrius David da Silva (Univ. Federal de Viçosa, Brasil) Ênio F. de França e Silva (Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasil) Glécio Machado Siqueira (Universidade Federal do Maranhão, Brasil) Isabel Pedroso de Lima (Universidade de Coimbra, Portugal) Jan Jacob Keizer (Universidade de Aveiro, Portugal) Jorge Dafonte Dafonte (Universidade de Santiago de Compostela, España) Jorge E. F. Werneck Lima (EMBRAPA, Brasil) José Antonio Martínez-Casasnovas (Universitat de Lleida, España) José Manuel Gonçalves (Politécnico de Coimbra, Portugal) Luciano Lourenço (Universidade de Coimbra, Portugal) Luís Santos Pereira (Universidade de Lisboa, Portugal) Maria José Roxo (Universidade Nova de Lisboa, Portugal) Mário Rolim (Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasil) Paulo Pereira (Mykolas Romeris University, Lithuania) Rui Cortes (Univ. de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal)

Comissão Organizadora Local João Pedroso de Lima [Presidente], IMAR / MARE / Universidade de Coimbra José Manuel Gonçalves [Vice-Presidente], Instituto Politécnico de Coimbra Isabel Pedroso de Lima [Vice-Presidente], IMAR / MARE / Universidade de Coimbra

Abelardo Montenegro, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasil Sergio Prats Alegre, CESAM / Universidade de Aveiro

Catarina Dinis (estudante), Universidade de Coimbra João Abrantes (estudante), MARE / Universidade de Coimbra Lincoln Cartaxo (estudante), Universidade de Coimbra Cleene Lima (estudante), Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasil

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8 Informação Geral _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Temas do Congresso O objetivo da sétima edição da série Congresso sobre Uso e Manejo do Solo (UMS 2016) é continuar a promover a discussão, interdisciplinar, do atual estado da arte do conhecimento nesta área, e dos avanços necessários na investigação e aplicações, com o tema especial:

Conservação e recuperação do solo e da água.

Enquadrado pelo tema especial e visando uma melhor compreensão de processos e sua monitorização, estimativa, modelação e previsão, será dada atenção a:

Determinação da variabilidade espacial e temporal de atributos edafoclimáticos;

Água no solo e sua conservação; Conservação da matéria orgânica do solo e

fixação de carbono; Métodos de avaliação dos impactos de práticas

agrícolas na qualidade do solo; Controlo da erosão hídrica do solo; Medidas de recuperação de áreas degradadas; Melhoria das práticas de gestão e de

conservação do solo; Conservação da água e do solo em zonas

urbanas e periurbanas; Conservação do solo e da água em áreas

florestais degradadas. Resumos & Programa Ver informação no sítio da internet do congresso: http://www1.ci.uc.pt/imar/ums2016

Sobre questões específicas, por favor contatar: [email protected].

Publicações do Congresso Durante o Congresso será disponibilizado aos participantes o livro de resumos.

Após o Congresso, os autores de trabalhos selecionados serão convidados a submeter artigo em número especial de revista, ainda a definir.

Orientações Apresentação Oral

Os autores deverão carregar as suas apresentações nos 30 minutos que antecedem a sessão em que apresentam o trabalho, na própria sala. Apresentação em Poster

O período de exibição dos posters é de 13 de junho, 9:00 h, a 15 de junho, 13:30 h. Os posters deverão ser afixados desde o início do Congresso.

Os autores deverão permanecer junto ao seu poster, para apresentação do mesmo, no dia 13 de junho, das 16:00 h às 17:30 h.

Balcão para Registo & Acolhimento

Balcão para Informação

O Balcão para Informação, Acolhimento e Registo no Congresso localiza-se no Hall do 4º piso do edifício do Departamento de Engenharia Civil (local do congresso).

Dia Horário de funcionamento

13 de junho 8:30-12:30; 13:30-17:30

14 de junho 8:30-12:30; 13:30-17:30

15 de junho 9:00-13:00

Pré-registo

Os participantes plenamente pré-registados no UMS 2016 (ou seja, que já regularizaram antecipadamente o pagamento da sua inscrição) podem recolher o seu crachá e o material do congresso no Balcão do Congresso.

O participantes que efetuaram o seu pré-registo provisório no Congresso podem pagar a inscrição no UMS 2016 no Balcão do Congresso, e levantar aí o seu crachá e material do congresso. Serão cobradas as taxas aplicáveis ao balcão.

Registo no local (on-site)

É possível o registo on-site, no Balcão do Congresso. A inscrição dos participantes no Congresso inclui:

Acesso pleno às sessões científicas Livro de resumos Documentos do congresso, pasta e certificado de participação Almoços e cafés durante o congresso Jantar do Congresso Visita técnica

Registo de Acompanhantes é possível e inclui:

Almoços durante o congresso Jantar do Congresso Visita técnica

Os Participantes devem recolher o seu certificado de participação no Balcão do Congresso.

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Informação Geral 9 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Eventos Especiais

Os Participantes e Acompanhantes são convidados nos seguintes eventos:

- Almoços

- Jantar do Congresso

- Visitas Técnicas

Almoços:

O almoço será servido no Restaurante Universitário, no Pólo II da Universidade de Coimbra (Rua Sílvio Lima, a 2 minutos do local do congresso), no seguinte horário:

Dia Horário 13 de junho 13:00 – 14:30 h 14 de junho 12:30 – 14:00 h 15 de junho 12:30 – 14:00 h

Coordenadas GPS: 40° 11' 10.531'' N; 8° 24' 52.518'' W

Serão antecipadamente distribuídos vouchers de refeições, aos Participantes e Acompanhantes.

Jantar do Congresso:

O Jantar do Congresso terá lugar no dia 14 de junho, às 20:00 h.

Os Participantes e Acompanhantes deverão registar-se para este Jantar no Balcão do Congresso, até às 16:00 h do dia 13 de junho.

Visitas Técnicas:

O Programa do Congresso inclui duas Visitas Técnicas, uma das quais pós-congresso:

Visita 1 - Aproveitamento Hidroagrícola do Baixo Mondego

14 de junho. Partida do local do congresso, às 14:00 h. (duração aprox.: 5 h).

Visita 2 - O ecossistema e uso do solo nas margens do Rio Mondego a montante de Coimbra

16 de junho. Partida do centro da cidade às 9:30 h. (duração aprox.: 4 h, trajeto de kayak; 2,5 h adicionais para almoço – opcional).

Os Participantes que desejem participar na atividade relativa à Visita Técnica 2 (pós-congresso) deverão registar-se até ao final do dia 14 de junho no Balcão do Congresso.

Os programas destas visitas estão incluídos neste livro.

Visita a Laboratórios

Local: Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra

Ponto de encontro: Hall, 4º piso, 17:30.

Laboratório de Geotecnia

Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente

Mais informações sobre os eventos especiais estarão disponíveis no Balcão do Congresso.

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10 Informação Geral _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Acerca de Coimbra Desde há muito tempo, a cidade de Coimbra ocupa um lugar importante na história de Portugal, tendo sido a primeira capital do país entre 1139 e até cerca de 1260. Coimbra é um lugar cheio de tradição e beleza. É uma cidade cosmopolita, que se tornou um importante centro cultural, principalmente por causa da Universidade de Coimbra, fundada em 1290, e tem notáveis monumentos daquela e outras épocas.

A Universidade de Coimbra (Património Mundial) é uma das mais antigas da Europa; os seus edifícios monumentais e a sua história atraem turistas de todo o mundo. O Colégio de S. Pedro, a encantadora Capela de São Miguel, o Palácio do Reitor ("Reitoria"), Sala dos Capelos, a Biblioteca Joanina - um edifício barroco magnífico do século XVIII, profusamente decorado com talha dourada e várias madeiras exóticas, e que contém uma coleção de cerca de 300 mil volumes - são marcos de renome mundial. A cidade universitária mantém as suas tradições académicas seculares, testemunhada pelos trajes académicos dos seus estudantes (capas negras) e no sentimental "fado de Coimbra" (música tradicional cantada por estudantes com o acompanhamento de guitarra). As casas de estudantes (“Repúblicas”) e a sua vivacidade estão presentes em toda a cidade de Coimbra.

Com uma história tão rica, Coimbra tem muito a oferecer aos que a visitam. Vários monumentos remontam aos primórdios do reino Português no século XII, como a Antiga Catedral (Sé Velha) e as Igrejas de São Tiago, São Salvador e Santa Cruz (onde se encontram os túmulos dos dois primeiros reis de Portugal). Mas muitos outros monumentos evidenciam a grandeza histórica de Coimbra: os Conventos de Santa-Clara-a-Velha e Santa-Clara-a-Nova, a Igreja de Santo António dos Olivais, o Mosteiro de Celas, o Jardim da Manga e até mesmo a nova Catedral (Sé Nova). Em Coimbra há também agradáveis espaços verdes, como o Parque Verde do Mondego e o Parque Dr. Manuel Braga - nas margens do rio Mondego -, o belo Jardim Botânico, e o romântico Jardim do Penedo da Saudade.

Coimbra está associada a um património histórico fascinante, havendo vários sítios arqueológicos importantes que merecem igualmente uma visita, como a cidade romana de Conímbriga - a uma curta distância de Coimbra –, ou o criptopórtico romano de Aeminium, que é uma das mais importantes obras de engenharia e arquitetura romanas em Portugal - visitável no Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra.

Vista da cidade de Coimbra e da Universidade, no topo

Vista da cidade romana de Conímbriga

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Programa do Congresso 11 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Programa do Congresso

Horário 13 de junho 14 de junho 15 de junho

9:00-9:30 Registo e acolhimento dos participantes

9:30-9:45 Sessão de abertura

Sessão 4 Solo: atributos, gestão e

conservação

Sessão 6 Água no solo e sua

conservação

9:45-10:00 10:00-10:15

Sessão 1 Mesa Redonda (*)

Conservação da água e do solo. Que futuro?

10:15-10:30 10:30-10:45 10:45-11:00

Intervalo para café Intervalo para café 11:00-11:15 11:15-11:30

Intervalo para café Sessão 5

Solos e variabilidade de atributos edafoclimáticos

Sessão 7 Controlo da erosão hídrica do

solo

11:30-11:45 11:45-12:00

Sessão 2 Pressões antrópicas sobre o

solo e a água

12:00-12:15 12:15-12:30 12:30-12:45

Almoço Restaurante Universitário

Almoço Restaurante Universitário

12:45-13:00 13:00-13:15

Almoço Restaurante Universitário

13:15-13:30 13:30-13:45 13:45-14:00 14:00-14:15

Visita Técnica

Sessão de encerramento

(inclui Prémio para Melhor Poster de Jovem Investigador)

14:15-14:30 14:30-14:45

Sessão 3 Instrumentos de gestão dos

recursos solo e água

14:45-15:00 15:00-15:15 15:15-15:30 15:30-15:45 15:45-16:00 Intervalo para café 16:00-16:15

Sessão de Posters

16:15-16:30 16:30-16:45 16:45-17:00 17:00-17:15 17:15-17:30 17:30-17:45 Visitas no DEC:

Laboratório de Geotecnia Laboratório de Hidráulica,

Recursos Hídricos e Ambiente

17:45-18:00 18:00-18:15 18:15-18:30 18:30-18:45 18:45-19:00

20:00-22:30 Jantar do Congresso

(*) co-organizado com a Portugal Young Professionals Network

da International Association for Hydro-Engineering and Research - IAHR Salas reservadas às sessões:

Sessões Orais: Auditório Laginha Serafim, 3º Piso

Sessão de Posters: Hall, 4º Piso

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12 Programa das Sessões Orais _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Programa das Sessões Orais

13 junho 2016 8:30-9:30 Registo e acolhimento dos Participantes

Sessão de Abertura

9:30-10:00 Auditório Laginha Serafim Diretor do Departamento de Engenharia Civil da Univ. Coimbra Vice-Diretor do MARE – Centro de Ciências do Mar e do

Ambiente Coordenador do Pólo do MARE da Universidade de Coimbra Coordenador do Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e

Ambiente da Universidade de Coimbra Coordenação do UMS 2016

Sessão 1

Mesa Redonda: Conservação da água e do solo. Que futuro?

10:00-11:15 Auditório Laginha Serafim

Moderador: João Pedroso de Lima

Convidados: Maria da Conceição Cunha (MARE, Univ. de Coimbra) Antonio Paz González (Univ. de A Coruña) Abelardo Montenegro (Univ. Federal Rural de Pernambuco) Jan Jacob Keizer (CESAM, Univ. de Aveiro) 11:15-11:45 Intervalo para café

Sessão 2

Pressões antrópicas sobre o solo e a água

Auditório Laginha Serafim Moderador: Luciano Lourenço 11:45-12:00: UMS2016-10

Percepción y acción de los agricultores de la comarca de Las Vegas (Madrid) respecto al dinamismo de los factores degradadores del suelo Celia Barbero Sierra, Manuel Ruíz Pérez, María José Marqués Pérez

12:00-12:15: UMS2016-60

Perdas de solo e recuperação como consequência das mudanças de uso do solo na Serra de Mértola Maria José Roxo, Adolfo Calvo-Cases

12:15-12:30: UMS2016-72

As alterações do uso do solo na Região Centro de Portugal ao longo do último século: Políticas, processos, dinâmicas e impactos. Lições para enfrentar o futuro António J. D. Ferreira, Carla S. S. Ferreira

12:30-12:45: UMS2016-64

Avaliação de efeitos antrópicos na variabilidade da precipitação Isabel P. de Lima, Shaun Lovejoy

12:45-13:00: Discussão 13:00-14:30 Almoço

Sessão 3

Instrumentos de gestão dos recursos solo e água

Auditório Laginha Serafim Moderador: Isabel Pedroso de Lima 14:30-14:45: UMS2016-45

Erosão de solos florestais em Portugal: Subsídios para a história dos primórdios da sua quantificação Luciano Lourenço, António Bento-Gonçalves, Adélia Nunes

14:45-15:00: UMS2016-65

Aplicação de modelos de erosão hídrica em ambiente SIG - um caso de estudo Ana P. Leite, Vítor P. Cavaleiro, António C. Duarte

15:00-15:15: UMS2016-14

Sistemas de Información de Suelos: una perspectiva actual para la cartografía de suelos Luis Rodríguez–Lado

15:15-15:30: UMS2016-61

Estatística multivariada como ferramenta para grupamento de solos de regiões altomontas de Santa Catarina, Brasil Denilson Dortzbach, Marcos G. Pereira, Antonio Paz González, Luiz F. Novaes Vianna, Eduardo C. da Silva Neto, Evertton Blainski

15:30-15:45: UMS2016-86

Os Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica como instrumentos indutores de resiliência – contributos para a articulação entre uso do solo e proteção dos recursos hídricos Carla Rodrigues, Teresa Fidélis

15:45-16:00 Intervalo para café

16:00-17:30: SESSÃO DE POSTERS

(ver Programa de Posters)

17:30-18:30: VISITA A LABORATÓRIOS (DEC)

Laboratório de Geotecnia Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente

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Programa das Sessões Orais 13 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

14 junho 2016 Sessão 4

Solo: atributos, gestão e conservação

Auditório Laginha Serafim Moderador: Antonio Paz González 9:30-9:45: UMS2016-1

Superfície específica de solos do sul do Brasil Lúcia R. Q. Pereira da Luz, Antonio Paz González, Eva Vidal Vázquez, Jorge Paz Ferreiro, Denilson Dortzbach

9:45-10:00: UMS2016-17

Diferenciação de atributos químicos de um argissolo amarelo coeso sob cana-de-açúcar em cronossequência de cultivo Joel M. Bezerra, Glécio M. Siqueira, Maria S. S. de Farias, Osvaldo Guedes Filho

10:00-10:15: UMS2016-30

Estudo de comunidade microbiana, proveniente do solo da Amazônia Ocidental brasileira envolvida na degradação do pesticida Atrazina Iraê C. da Silva, Elize Hayashi, Elaine O. C. de Carvalho, Gian Freschi, Gunther Brucha

10:15-10:30: UMS2016-42

Qualidade física de um Latossolo sob pastagem em recuperação com leguminosas Carolina dos S. B. Bonini, Reges Heinrichs, Marlene C. Alves, Alfredo B. Neto, Guilherme C. Meirelles, Fabricio G. Pedro, Aline M. S. Silva, Emanuelle R. Alves, Aline Magalhães

10:30-10:45: Discussão 10:45-11:15 Intervalo para café

Sessão 5 Solos e variabilidade de atributos edafoclimáticos

Auditório Laginha Serafim Moderador: Abelardo Montenegro 11:15-11:30: UMS2016-36

Variación de la rugosidad de la superficie del suelo bajo lluvia simulada A. Saa-Requejo, J. L. Valencia, A. M. Tarquis, R. Moratiel, A. Paz González

11:30-11:45: UMS2016-95

Monitorização da superfície do solo usando termografia por infravermelhos João L. M. P. de Lima, João R. C. B. Abrantes, Valdemir P. Silva Jr., Abelardo A. A. Montenegro, M. Isabel P. de Lima, José M. Gonçalves, Sergio Prats Alegre, Jan J. Keizer

11:45-12:00: UMS2016-9

Micromorfologia de um Neossolo Quartzarênico cultivado com cana-de-açúcar sob controle de tráfego de máquinas Allan C. M. de Sousa, Zigomar M. de Souza, Rosa M. P. Claret, Miguel Cooper, Ana P. G. Santos

12:00-12:15: UMS2016-51

Variabilidade espacial da resistência a penetração do solo na cultura da cana-de-açúcar Uilka E. Tavares, Mário M. Rolim, Elvira M. R. Pedrosa

12:15-12:30: Discussão 12:30-14:00 Almoço

14:00 Partida para a Visita Técnica 1

(ver Programa das Visitas Técnicas) 20:00-22:30 Jantar do Congresso

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14 Programa das Sessões Orais _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

15 junho 2016 Sessão 6

Água no solo e sua conservação

Auditório Laginha Serafim Moderador: José M. Gonçalves 9:30-9:45: UMS2016-85

Distribuição espacial da curva de retenção da água no solo sob cultivo de cana-de-açúcar Glécio M. Siqueira, Carlos E. L. Feitosa, Maryzélia F. de Farias, Mayanna K. L. Costa, Alana das C. F. Aguiar, Jorge Dafonte Dafonte, P. Kalicz

9:45-10:00: UMS2016-44

O comportamento de taxas de infiltração em terrenos submetidos a processos erosivos lineares Rodrigo Moruzzi, Cenira M. L. da Cunha, Dener T. Mathias

10:00-10:15: UMS2016-48

Adubação potássica melhora a eficiência no uso da água na produção de madeira em plantio de Eucalyptus grandis Verónica Asensio, Jean-Paul Laclau, Jean-Christophe Domec, Jean-Pierre Bouillet, Yann Nouvellon, Lionel Jordan-Meille, José Lavres Junior, Juan Delgado Rojas, Cassio H. Abreu-Junior

10:15-10:30: UMS2016-80

Modelação dos fluxos hidrológicos entre zona saturada e não-saturada, ao nível de parcela do Baixo Mondego Manuel Nunes, José M. Gonçalves, João L. M. P. de Lima, Luis S. Pereira

10:30-10:45: UMS2016-41

Estudo experimental do transporte de partículas acumuladas em telhados cerâmicos: uma contribuição para a conservação da água em zonas urbanas Alexandre Silveira, João L. M. P. de Lima, João R. C. B. Abrantes, Babar Mujtaba

10:45-11:15 Intervalo para café

Sessão 7

Controlo da erosão hídrica do solo

Auditório Laginha Serafim Moderador: Ana Tarquis 11:15-11:30 UMS2016-5

Valorización de los residuos del café para uso agronómico. Ensayo in vitro en suelos agrícolas mediterráneos Ana G. Cervera Mata, José Á. Rufián Henares, Vanessa Martos Núñez, Luis García del Moral, Jesús Párraga Martínez, Gabriel Delgado Calvo-Flores

11:30-11:45: UMS2016-16

Solo cultivado sob dejeto líquido de suínos comparado ao solo sem cultivo e sem dejeto: perdas de solos, água, P e K por erosão hídrica Douglas H. Bandeira, Ildegardis Bertol, Antonio Paz González, Ana S. Gutierrez

11:45-12:00 UMS2016-69

Enmiendas orgánicas usadas para transformar un área afectada por fuego en Dehesa: Análisis multivariado Gerardo Ojeda, David Tarrasón, Josep María Alcañiz

12:00-12:15 UMS2016-29

Influência da aplicação de mulching no restabelecimento das comunidades de invertebrados do solo em áreas ardidas J. Puga, M. J. Saraiva, F. Gonçalves, J. J. Keizer, A. C. Bastos, N. Abrantes

12:15-12:30 UMS2016-71

Urbanização como fator de degradação do solo e da água: transporte de sólidos em suspensão em áreas com diferentes padrões urbanos Carla S. S. Ferreira, Rory P. D. Walsh, António J. D. Ferreira

12:30-14:00 Almoço

Sessão de Encerramento

14:00-15:00 Auditório Laginha Serafim

João Pedroso de Lima, Presidente UMS 2016 José Manuel Gonçalves, Vice-presidente UMS 2016 Isabel Pedroso de Lima, Vice-presidente UMS 2016

Atribuição do Prémio para Melhor Poster de Jovem Investigador

Outros eventos 15:30: Visita à Universidade de Coimbra (Opcional)

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Programa da Sessão de Posters 15 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Programa da Sessão de Posters Exibição dos Posters: Hall, 4º Piso Horário de exibição:

Os Posters mantêm-se em exibição durante o congresso (de 13 de junho, 9:30, até 15 de junho, 13:00).

Apresentação dos Posters pelos Autores:

13 junho, 16:00-17:30. Moderador: João Pedroso de Lima P1: UMS2016-2

Estimativa da medida da concentração de sedimento em suspensão com o uso de sonda de turbidez Fabiana G. C. Oliveira, Mauricio D. Purcino, Eduardo P. Oliveira, Adriano M. Ferreira, Annalycia T. Silva, Flávio Moreira, Andrea M. Souza, Paulo H. B. M. Junker, Rafael O. Tiezzi, Flávio A. Gonçalves, Alexandre Silveira

P2: UMS2016-3

Efectos de la adición de posos de café sobre las propiedades físicas de suelos agrícolas mediterráneos Ana G. Cervera Mata, Manuel Sánchez Marañón, Juan M. Martín García, Rafael Delgado Calvo-Flores, José Á. Rufián Henares, Jesús Párraga Martínez, Gabriel Delgado Calvo-Flores

P3: UMS2016-4

Propiedades nutricionales de Lactuca sativa var. longifolia en relación con el empleo de posos de café como enmienda orgánica Ana G. Cervera Mata, Silvia Pastoriza de la Cueva, Gabriel Delgado Calvo-Flores, Miguel Navarro Alarcón, José Á. Rufián Henares

P4: UMS2016-6

Desempenho de simulador de chuvas com finalidade de utilização em modelo reduzido de bacia urbana Jéssica G. Felice, Alexandre Silveira, Flávio A. Gonçalves, Antônio M. da Silva, Jorge M. G. P. Isidoro, Lívia A. Alvarenga

P5: UMS2016-7

Uso de geoestatística na avaliação do desempenho produtivo do milho em função dos atributos químicos do solo sob intensificação ecológica Emanoel G. de Moura, Clemeson C. Vale, Vinícius R. A. Macedo, Joab L. F. Pedrosa, Diogo R. de Araújo, Alana das C. F. Aguiar

P6: UMS2016-8

Emissão de CO2 e sua relação com diferentes atributos do solo em sistemas de manejo de cana-de-açúcar Rose L. M. Tavares, Camila V. V. Farhate, Zigomar M. de Souza, Newton La Scala Junior, Allan C. M. de Sousa

P7: UMS2016-11

Avaliação da fauna epígea em sistema de aleias e de adubação verde com leguminosas em Caxias, MA Letícia da Silva, Jéssica O. Chaves, Lenice do N. Souza, Régia M. R. Gualter, Khalil de M. Rodrigues

P8: UMS2016-12

Caracterização da fauna do solo na reserva ecológica do Inhamum em Caxias, MA Laiane C. Ferreira, Marirlan dos R. Santos, Lenice do N. Souza, Régia M. Reis Gualter, Khalil de M. Rodrigues

P9: UMS2016-13

Taxas de decomposição de resíduos de espécies arbóreas no sistema de cultivo em aleias em Caxias, MA Jéssica O. Chaves, Leticia da Silva, Lorena G. Araújo, Régia M. R. Gualter, Khalil de M. Rodrigues

P10: UMS2016-15

Aplicação de um índice de qualidade do solo associado à recarga de água do lençol superficial Alisson S. Oliveira, Antônio M. da Silva, Alexandre Silveira, Flávio A. Gonçalves, Carlos R. Mello

P11: UMS2016-18

Caracterização físico-hídrica de um Argissolo Amarelo coeso cultivado com cana-de-açúcar em diferentes ciclos de cultivo Joel M. Bezerra, Glécio M. Siqueira, Maria S. S. de Farias, Jorge Dafonte Dafonte, Ênio F. de França e Silva

P12: UMS2016-19

Geomorfologia de uma planície sedimentar e sua correlação com leituras de condutividade elétrica do solo medida por indução eletromagnética Glécio M. Siqueira, A. C. F. Aguiar, M. K. L. Costa, Joel M. Bezerra

P13: UMS2016-20

Fertilidade do solo cultivado com feijão orgânico sob plantio direto Guilherme C. Meirelles, Carolina dos S. B. Bonini, Orivaldo Arf, Lilian C. D. de Souza, Neli C. B. dos Santos, Aline M. S. Silva, Emanuelle R. Alves, Fabricio G. Pedro

P14: UMS2016-21

Diversidade da macrofauna do solo sob diferentes agrossistemas no Cerrado R. A. Silva, A. G. C. Ferreira, R. C. Silva, C. S. Lima, G. M. Siqueira, A. C. F. Aguiar

P15: UMS2016-22

O efeito da cobertura morta na temperatura do solo em áreas cultivadas com bananeira irrigada por gotejamento Renato A. S. Rodrigues, João L. M. P. de Lima, Abelardo A. A. Montenegro, Thayná A. B. Almeida, José R. L. Silva

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16 Programa da Sessão de Posters _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

P16: UMS2016-23 Ferramentas de geoestatística para estudo de diversidade em fragmentos florestais no bioma Cerrado G. M. Siqueira, C. S. Lima, R. A. Silva, A. C. F. Aguiar, M. K. L. Costa, T. V. Lima

P17: UMS2016-24

Mapeado de la conductividad eléctrica aparente como herramienta para cuantificar la variabilidad espacial de la textura en una pradera Aitor García-Tomillo, Jorge Dafonte Dafonte, Antonio Paz González

P18: UMS2016-25

Mapa de aptidão agrícola do solo como ferramenta para o desenvolvimento da agricultura sustentável Glécio M. Siqueira, Mayanna K. L. Costa, Raimunda A. Silva, Gustavo A. de A. Santos, Charlyan S. Lima, Joel M. Bezerra

P19: UMS2016-26

Fauna invertebrada do solo sob cultivo de cana-de-açúcar e Mata dos Cocais na Região Leste Maranhense Gustavo A. A. dos Santos, Glécio M. Siqueira, Mayanna K. L. C. Costa, Raimunda A. Silva

P20: UMS2016-27

Estabilidade de agregados em água de um Latossolo Vermelho cultivado com pastagem em recuperação com leguminosas Aline M. S. Silva, Carolina dos S. B. Bonini, Reges Heinrichs, Cecílio V. Soares Filho, Guilherme C. Meirelles, Fabricio G. Pedro, Emanuelle R Alves, Aline Magalhães

P21: UMS2016-28

Simulação computacional de hidrogramas utilizando o SWMM em modelos físicos reduzidos de bacias urbanas e chuvas simuladas Bruno O. Lima, Alexandre Silveira, Antonio M. da Silva, Flávio A. Gonçalves, Jorge M. G. P. Isidoro

P22: UMS2016-31

Estudo de microrganismos resistentes ao herbicida 2,4-D provenientes de solos da Anazônia Ocidental Brasileira (Arquimedes, Rondônia, BR) Elaine O. C. de Carvalho, Elize Hayashi, Gian Freshi, Gunther Brucha

P23: UMS2016-32

Estudo comparativo das comunidades bacterianas provenientes de solos de floresta e pastagens de Ariquemes, Rondônia, Brasil Elaine O. C. de Carvalho, Elize Hayashi, Gunther Brucha

P24: UMS2016-33

Variação espacial da condutividade elétrica aparente do solo e propriedades químicas do solo Glécio M. Siqueira, Mayanna K. L. Costa, Jorge Dafonte Dafonte, Antonio Paz González, Ênio F. de França e Silva

P25: UMS2016-34 Impactos de aplicação de resíduos florestais nas perdas do solo, da matéria orgânica e da biodiversidade em duas plantações de eucalipto no centro-norte de Portugal J. Keizer, D. Vieira, S. Valente, T. Silva, F. Silva, D. Serpa, L. Santos, J. Rocha, C. Ribeiro, J. Puga, S. Prats, G. Pimpão, M. Oliveira, M. Martins, M. Malvar, S. Faria, I. Campos, M. Brandsma, A. Bastos, N. Abrantes

P26: UMS2016-35

Efectividad de las bandas de acolchado con restos forestales triturados para la mitigación de la escorrentía y la erosión del suelo en el laboratorio Sergio A. Prats, João R. C .B. Abrantes, Isabela P. Crema, J. Jacob Keizer, João L. M. P. de Lima

P27: UMS2016-37

Uso de la tomografía eléctrica resistiva para caracterizar el perfil cultural del suelo Mara de A. Marinho, Antonio Paz González, Aitor G. Tomillo, Montserrat V. Armesto, Juan R. R. González, Jorge Dafonte Dafonte

P28: UMS2016-39

Fauna edáfica e serapilheira acumulada na área de proteção ambiental municipal do Buriti do Meio em Caxias, MA Marirlan dos R. Santos, Laiane F. Cunha, Maria da Conceição S. da Silva, Régia M. R. Gualter, Khalil de M. Rodrigues

P29: UMS2016-40

Identificação de metais traço em sedimentos urbanos na cidade de Poços de Caldas (Brasil) Alexandre Silveira, José A. P. Júnior, Cristiano Poleto, João L. M. P. de Lima, Flávio A. Gonçalves, Lívia A. Alvarenga, Jorge M. G. P. Isidoro

P30: UMS2016-43

Proposta de um modelo de utilização sustentável do solo em áreas críticas com recurso à análise espacial multicritério Luís Quinta-Nova, Natália Roque, Dora Ferreira

P31: UMS2016-46

Processos erosivos intensos em solos florestais após incêndios: Estudos de caso no Norte e Centro de Portugal Luciano Lourenço, António Bento-Gonçalves, António Vieira, Adélia Nunes, Bruno Martins, Carmen Ferreira, Tomás de Figueiredo, Felícia Fonseca

P32: UMS2016-47

Efectos de la tala post-incendio en la respuesta hidrológica y de erosión del suelo medidos a dos escalas espaciales M. C. Malvar, F. Silva, S. Prats, M. Martins, D. Vieira, T. Silva, J. Puga, S. Faria, I. Campos, C. O. A. Coelho, J. Keizer

P33: UMS2016-49

Influência de doses de manipueira nos atributos químicos de um solo cultivado com girassol Mara S. M. Dantas, Mario M. Rolim, Elvira M. R. Pedrosa

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Programa da Sessão de Posters 17 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

P34: UMS2016-50 Avaliação da qualidade física do solo de um sistema produtivo de cana-de-açúcar em solos tabuleiros do Brasil Pedro F. Sanguino Ortiz, Mara S. M. Dantas, Mario M. Rolim

P35: UMS2016-52

O aporte de sedimentos em bacias hidrográficas urbanas e as suas implicações sobre os recursos hídricos Felippe Fernandes, Jorge M. G. P. Isidoro, Cristiano Poleto

P36: UMS2016-53

Influência da salinidade da água de irrigação na condutividade elétrica de solo cultivado com cana-de-açúcar Raquele M. Lira, Ênio F. de França e Silva, Alexsandro O. da Silva, Marcone da S. Barros, Erick B. P. Albuquerque

P37: UMS2016-54

Condutividade elétrica do extrato de saturação do solo irrigado com água salobra sob frações de lixiviação José F. de Carvalho, Ênio F. de França e Silva, Gerônimo F. da Silva, Mário M. Rolim

P38: UMS2016-55

Balanço de sais em cultivos de feijão-caupi rotacionado com milho verde sob irrigação com água salobra José F. de Carvalho, Ênio F. de França e Silva, Gerônimo F. da Silva, Mário M. Rolim

P39: UMS2016-56

Evaluación de la compactación de un suelo de viñedo de la D.O. Ribeiro (NO España) por el paso de maquinaria y su relación con la conductividad eléctrica aparente Irene Varela-Vila, Eva Vidal Vázquez, Marcos Lado, Antonio Paz González

P40: UMS2016-57

Avaliação da suscetibilidade à erosão induzida pela ação da chuva: Aplicação da metodologia PAP/RAC à Serra de Grândola Jorge M. G. P. Isidoro, Fernando M. G. Martins, Helena M. Fernandez

P41: UMS2016-58

Análisis multifractal y polimultifractal de la variabilidad a lo largo de un transecto del contenido en P, K, Ca y Mg extraído por dos métodos Aitor García Tomillo, Rosane da Silva Días, Eva Vidal Vázquez, Montesrrat Valcárcel Armesto, Jorge Dafonte Dafonte, Antonio Paz González

P42: UMS2016-59

Atributos edáficos em áreas de vinhedos em ambiente altomontano, São Joaquim, SC, Brasil Denilson Dortzbach, Marcos G. Pereira, Antonio Paz González, Luiz F. Novaes Vianna, Rosane da S. Dias, Everton Blainski

P43: UMS2016-62

Efecto de la fertilización y el sistema de labranza en la concentración de P y K extraídos mediante Mehlich-3 y resina de intercambio iónico Rosane da S. Dias, Eva Vidal Vázquez, Cleide A. de Abreu, Jorge Dafonte Dafonte

P44: UMS2016-63 Seleção de fatores relacionados ao transporte de sedimentos em diferentes escalas no semiárido brasileiro Julio C. N. dos Santos, Cleene A. de Lima, José R. de Araújo Neto, Helba A. de Queiroz Palácio

P45: UMS2016-66

Análise da estabilidade de um talude arenoso imerso em escoamento fluvial Isabel M. C. F. G. Falorca

P46: UMS2016-67

Avaliação dos fatores que influenciam o deslocamento de sementes de oleaginosas não convencionais perenes Cleene A. de Lima, João L. M. P. de Lima, Abelardo A. A. Montenegro, Babar Mujtaba, João R. C. B. Abrantes, Alexandre Silveira

P47: UMS2016-68

Aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis em zonas urbanas: estudo exploratório Susana Sousa, João L. M. P. de Lima, M. Isabel P. de Lima

P48: UMS2016-70

Relación entre el tamaño del banco de semillas y la condición física del suelo en un área de bosques nativos de Argentina S. G. Ledesma, S. M. J. Sione, M. G. Wilson, R. A. Sabattini, A. Paz González

P49: UMS2016-73

Variabilidade espacial de plantas daninhas num latossolo vermelho sob sistema plantio direto Glécio M. Siqueira, Raimunda A. Silva, Alana das C. F. Aguiar, Mayanna K. L. Costa, Ênio F. França e Silva, Rafael Montanari

P50: UMS2016-74

Análise de índices de seca meteorológica e hidrológica e sua aplicação na bacia hidrográfica do Sado Tânia de M. Cota, Vanda Pires, Álvaro Silva, Isabel P. de Lima, Fátima Espírito Santo

P51: UMS2016-75

Estudo de medidas de conservação do solo e da água no semiárido pernambucano: aplicação de cobertura de pó de coco e cultivo de palma forrageira Cleene A. de Lima, Abelardo A. A. Montenegro, João L. M. P. de Lima, Myrtta S. R. Santana, Thayná A. B. Almeida, Roberta Q. Cavalcanti, João R. C. B. Abrantes

P52: UMS2016-76

Caracterização da infiltração pela metodologia do problema inverso da modelação de rega de superfície José M. Gonçalves, Luis Santos Pereira

P53: UMS2016-77

Nivelamento de terras: modelo de cálculo para apoio à modernização do regadio José M. Gonçalves, Luis Santos Pereira

P54: UMS2016-78

Estudo de técnicas biológicas para remoção de antibióticos de água residual Isabel M. Duarte, M. Paula Amador

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18 Programa da Sessão de Posters _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

P55: UMS2016-79 Avaliação da resistência a antibióticos nas águas residuais da actividade pecuária Paula Amador, Rúben Fernandes, Cristina Prudêncio, Roberto Costa, Isabel Duarte

P56: UMS2016-81

Drones subaquáticos: ferramentas com elevado potencial para aplicações inovadoras na gestão dos recursos hídricos Rui L. P. de Lima, Rutger E. de Graaf, Floris C. Boogaard

P57: UMS2016-82

Caracterização da variabilidade espacial da hidrofobicidade do solo: Utilização de termografia por infravermelhos João R. C. B. Abrantes, João L. M. P. de Lima, Sérgio Prats Alegre, J. Jacob Keizer

P58: UMS2016-84

Fatores condicionantes no transporte de sementes pelo escoamento superficial: Avaliação laboratorial Babar Mutjaba, Cleene A. de Lima, João R. C. B. Abrantes, João L. M. P. de Lima

P59: UMS2016-87

Drenagem Urbana Sustentável: aplicação e modelação de telhados verdes Clarisse I. T. Carneiro, José A. A. Sá Marques, Nuno E. C. Simões

P60: UMS2016-88

Correlação de Pearson dos atributos físico-químicos de um Neossolo Quartzarênico sob cultivo de eucalipto E. S. Lima, R. Montanari, L. H. Lovera, Z. M. Souza, M. Squizato, A. Paz González

P61: UMS2016-89

Distribuição espacial da macrofauna de um latossolo na cultura da soja (Glycine max l.) L. H. Lovera, R. Montanari, E. S. Lima, J. S. Rosset, Z. M. Souza, M. Squizato, B. Batello Rodrigues

P62: UMS2016-90

Atributos químicos do solo após cultivo de trigo sob adubação nitrogenada e inoculação com Azospirillum brasilense F. S. Galindo, M. C. M. Teixeira Filho, R. Montanari, M. G. Z. Ludkiewicz, E. H. M. Boleta, V. M. Silva

P63: UMS2016-92

Concentração de macro e micronutrientes na palhada de trigo após cultivo sob adubação nitrogenada e inoculação com Azospirillum brasilense F. S . Galindo, M. C. M. Teixeira Filho, R. Montanari, M. G. Z. Ludkiewicz, E. H. M. Boleta, V.M. Silva

P64: UMS2016-93

Atributos químicos do solo em sistemas conservacionistas com e sem o uso do gesso agrícola Leandro A. Freitas, Luiz M. M. De Mello, Rafael Montanari, Élcio H. Yano, Diego S. Pereira

P65: UMS2016-94

Desempenho agronômico da cultura do milho submetido a sistemas de manejos e residual de gesso Leandro A. Freitas, Luiz M. M. De Mello, Rafael Montanari, Élcio H. Yano, Diego S. Pereira

P66: UMS2016-96 Variabilidade temporal da humidade do solo numa encosta na bacia do Jatobá-PE, Brasil Valdemir P. e Silva Junior, Abelardo A. A. Montenegro, João L. M. P. de Lima

FIM DO PROGRAMA DA SESSÃO DE POSTERS

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Resumos – Comunicações Orais 19 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Resumos Comunicações Orais UMS2016-1 Superfície específica de solos do sul do Brasil Lúcia R. Q. Pereira da Luz (1), Antonio Paz González (2), Eva Vidal Vázquez (2), Jorge Paz Ferreiro (2), Denilson Dortzbach (3)

(1) Embrapa Solos, Brasil (2) Universidade da Coruña, España (3) Epagri, Brasil Qualquer estudo sobre água, ar ou partículas sólidas que compõem o solo deve considerar suas interações. A importância de se estudar o solo considerando sua estrutura, que em parte determina sua superfície específica, é de fundamental importância para entender as relações solo-água-planta-atmosfera. Assim, a água que permanece no solo disponível às plantas tem grande importância. Por outro lado, a água que escorre pela superfície ou a que é drenada em profundidade e alcança o lençol freático, sendo drenada de maneira lateral até alcançar um rio, um lago ou uma represa, representa o recurso natural mais importante, tanto devido à necessidade de seu consumo, quanto pelo que pode causar ao ambiente em seu curso.

No sul do Brasil, em uma região serrana, onde o clima é temperado, encontram-se Latossolos e Nitossolos, derivados de basalto e de rocha efusiva ácida (dacita), sobre os quais se desenvolve uma agricultura moderna. Ali se cultiva principalmente trigo, soja e milho, assim como frutas, especialmente maçã e uva, com grande aporte de tecnologia. O objetivo desta pesquisa foi estudar a superfície específica destes solos a partir de isotermas de adsorção e de dessorção de nitrogênio, tendo como objetivo maior contribuir com informações para o desenvolvimento da agricultura e a preservação ambiental. Foram estudados dois perfis de Latossolos e dois de Nitossolos. Em cada uma das classes, foi escolhido um perfil derivado de basalto e outro de dacita. Nestes perfis, foram coletadas amostras de seis horizontes, totalizando 24 amostras.

A determinação da superfície específica das amostras foi realizada em agregados de 0,02 a 0,03 m de diâmetro médio, utilizando um analisador de sorção de gás Thermo Finnigan Sorptomatic 1990, que se encontra em um dos laboratórios da Universidade de La Coruña. O nitrogênio foi o gás utilizado como adsorvente. As isotermas de adsorção e de desorção foram medidas com repetição. Os dados foram analisados por um programa de redução de dados fornecido pelo fabricante do equipamento. A partir de cada isoterma foi gerado um diagrama-t, que é uma isoterma de referência utilizada tanto para fins de comparação com a isoterma experimental, quanto para avaliar a micro e a mesoporosidade das amostras.

A superfície específica das amostras de agregados dos solos foi determinada a partir de isotermas de adsorção e de desorção de nitrogênio com base na teoria

preconizada por Brunauer, Emmett e Teller - BET (Brunauer et al., 1938). A superfície específica variou de 55,1 m2g-1 (horizonte superficial do Latossolo derivado de dacita) a 108,3 m2g-1, valor encontrado no horizonte Bt do perfil do Nitossolo derivado de basalto. As variações foram observadas entre as classes de solos, dentro da mesma classe, entre os solos derivados de materiais de diferentes origens, e também ao longo dos perfis, quando comparados seus horizontes. Os valores encontrados apresentam relações com características analisadas nestes solos, sobretudo com sua composição granulométrica no que se refere tanto aos conteúdos de argila, quanto à mineralogia desta fração.

Comparando os resultados obtidos entre os solos derivados de rocha efusiva ácida (dacita), foi possível observar que o perfil de Latossolo apresentou valores semelhantes ao perfil de Nitossolo. Os horizontes Bw do Latossolo apresentaram valores de superfície específica entre 69 e 77 m2g-1, enquanto os horizontes Bt do Nitossolo apresentaram valores entre 76 e 78 m2g-1. Quando comparados os solos derivados de basalto, no Latossolo foram observados valores em torno de 85 m2g-1, enquanto os valores observados no Nitossolo variaram entre 100 e 108 m2g-1. Ao longo dos perfis, foram observados valores crescentes em profundidade relacionados aos conteúdos de argila e à mineralogia desta fração. O fato de estarem georreferenciados os locais onde foram amostrados os perfis faz com que os dados obtidos neste estudo possam ser replicados. As informações são de fundamental importância para a região estudada, assim como para locais onde ocorrem solos semelhantes, podendo assim serem ampliados os objetivos alcançados nesta pesquisa.

Referências:

Brunauer, S., P. H. Emmett, E. Teller (1938). Adsorption of Gases in Multimolecular Layers. Journal of American Chemical Society, 60 (2): 309–319, doi: 10.1021/ja01269a023.

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VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

UMS2016-5 Valorización de los residuos del café para uso agronómico. Ensayo in vitro en suelos agrícolas mediterráneos Ana G. Cervera Mata (1), José Á. Rufián Henares (2), Vanessa Martos Núñez (3), Luis García del Moral (3), Jesús Párraga Martínez (1), Gabriel D. Calvo-Flores (1)

(1) Departamento de Edafología y Química Agrícola, Facultad de Farmacia, Universidad de Granada, España (2) Departamento de Nutrición y Bromatología, Facultad de Farmacia, Universidad de Granada, España (3) Departamento de Fisiología Vegetal, Facultad de Ciencias, Universidad de Granada, España Los posos de café (SCG: Spent Coffee Ground), se han empleado como enmienda orgánica en distintas concentraciones (entre 1 y 20% w:w) y se ha comprobado que mejoran la fertilidad del suelo (incrementos de N, P y K), aumentan significativamente los contenidos en materia orgánica, modifican el pH, acrecientan la salinidad, etc. En cuanto a las plantas cultivadas en suelos adicionados con SCG, algunas investigaciones reportan un mayor crecimiento de la planta, mientras que en otras se demuestra lo contrario, dependiendo de las cantidades añadidas. La mayor parte de estos trabajos se han realizado en suelos tropicales con pH ácido y contenido bajo de arcilla.

El objetivo de este trabajo es comprobar los efectos de la adición de SCG sobre las propiedades químicas y fisicoquímicas del suelo y el crecimiento de las plantas, en suelos agrícolas mediterráneos generalmente deficitarios en materia orgánica. El ensayo se realizó in vitro en microcosmos edáficos con 400 g de mezcla suelo y SCG en una cámara climática a 20ºC, con una humedad relativa comprendida entre el 40 y 60%. Se adicionaron tres dosis de SCG: 0, 2.5 y 10% (w:w). Como material de suelo se empleó la capa arable (20 cm) tamizada a 2 mm (tierra fina) de dos suelos: Suelo de Vega (Xerorthent, franco, color gris) y Suelo Rojo sobre glacis (Xeralf, arcilloso). Dos modalidades de ensayo fueron probadas: cultivo (con Lactuca Sativa var. longifolia: lechuga) e incubación (sin planta). La humedad de las mezclas suelo-SCG se mantuvo entre capacidad de campo y punto de marchitamiento permanente para evitar la lixiviación. Los suelos con cultivo se muestrearon en los días 0, 15, 30, 45 y 60 del ensayo y los incubados en los días 0, 30 y 60. En el suelo, en los SCG y en las mezclas suelo-SCG, se han analizado las siguientes propiedades químicas y fisicoquímicas: pH, CE, contenido en N, C.O., relación C/N, P asimilable, K asimilable, carbonato cálcico equivalente y los elementos traza, Cu, Fe y Zn. En planta se ha estudiado el crecimiento de la misma mediante la determinación del peso fresco y seco. Los datos se analizaron estadísticamente con el programa IBM SPSS Statistics v.22.0.0.

Los SCG respecto a los suelos presentan pH más ácido, mayor CE, mayores cantidades de materia orgánica (con C/N de 32), N, P, K, Cu y Zn, asimilables y no contienen carbonatos. Como consecuencia, la adición de SCG modifica las propiedades de los suelos ensayados, proporcionalmente a las cantidades añadidas. Con el tiempo de cultivo/incubación estas variables evolucionan, en algunos casos aumentando (pH y Fe) y en otros disminuyendo (CE, C/N, P, K, Cu y Zn). El efecto y la

evolución de las propiedades varían dependiendo del tipo de suelo. Por ejemplo, en el caso del suelo Rojo el efecto del pH es mucho más significativo que en el caso del suelo de Vega, dado que es más ácido y no contiene carbonatos, con lo que se minora el efecto tampón. Las variaciones de las propiedades del suelo durante el ensayo se influencian por la presencia de planta, aunque no en todos los casos; así, por ejemplo, la evolución del pH y de la CE es muy similar en las dos modalidades de ensayo y por el contario, la evolución del Zn en el suelo de Vega difiere entre ambos casos. La adición de SCG tanto a bajas dosis (2.5%) como a altas (10%), inhibe el crecimiento de las plantas. Este resultado se contradice con el de algunas investigaciones en suelos tropicales y para las mismas concentraciones de SCG. Este efecto inhibitorio podría explicarse por dos causas: a) la elevada relación C/N de los SCG que exigiría un alto consumo de N por parte de los microorganismos del suelo para su transformación, en detrimento de las plantas y b) el posible efecto tóxico de algunos de los componentes de los SCG (cafeína, ácido clorogénico, taninos, fenoles, etc.). La inhibición del crecimiento de la lechuga se manifestó en el peso fresco, pero no en el peso seco, que se incrementa con el tiempo; esto nos indica una acumulación de elementos minerales en la planta interesante desde un punto de vista nutricional. El estudio estadístico demuestra que las cuatro variables de ensayo (suelo, dosis de SCG, tiempo y cultivo/incubación) tienen una influencia significativa en los contenidos y en la evolución de la mayoría de las propiedades analizadas, lo que confirma la consistencia del ensayo planteado.

En conclusión, los SCG como enmienda orgánica mejoran la fertilidad química del suelo pero pueden plantear algunos problemas por aumento de la salinidad (mayor CE), por la presencia de metales pesados (Cu, Fe y Zn) y por las limitaciones al crecimiento vegetal. No obstante, la evolución posterior del suelo corrige o minimiza estos problemas. Para valorar la actitud de los SCG como enmienda orgánica y su problemática medioambiental, es necesario tener en cuenta el tipo de suelo al que se van a aplicar. Las limitaciones al crecimiento de las plantas podría corregirse compostando estos residuos o añadiéndolos al suelo con antelación suficiente al cultivo.

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UMS2016-9 Micromorfologia de um Neossolo Quartzarênico cultivado com cana-de-açúcar sob controle de tráfego de máquinas Allan C. Mendes de Sousa (1), Zigomar Menezes de Souza (1), Rosa M. Poch Claret (2), Miguel Cooper (3), Ana P. Guimarães Santos (1)

(1) Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Faculdade de Engenharia Agrícola – Feagri, 13.083-875, Campinas, São Paulo, Brasil (2) Departament de Medi Ambient i Ciències del Sòl. ETSEA, Universitat de Lleida. Rovira Roure 191. 25198 Lleida, España (3) Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Dep. de Solos e Nutrição de Plantas, CEP 13418-900 Piracicaba, SP, Brasil

O tráfego de máquinas, nas áreas de produção de cana-de-açúcar, apresenta-se como um dos principais responsáveis pelos processos de compactação. Diante disso, torna-se necessário o uso de tecnologias que visam a mitigação dos problemas causados aos atributos físicos do solo para a manutenção da atividade canavieira, por exemplo, o uso de piloto automático e a adoção de espaçamentos combinados. As avaliações dos atributos físicos do solo, dada sua sensibilidade ao tráfego, apresentam-se como excelentes indicadores de qualidade e, por isso, podem contribuir para a recomendação, ou não, das tecnologias supracitadas. Dentre essas avaliações, as investigações sobre as características da porosidade, por meio da análise de imagens de blocos impregnados, funcionam como importantes ferramentas para o diagnóstico de compactação. O objetivo do trabalho foi avaliar as características micromorfológicas de um Neossolo Quartzarênico cultivado com cana-de-açúcar e manejado com e sem piloto automático em diferentes espaçamentos de plantio. O estudo foi conduzido nas dependências da Usina Santa Fé, situada no município de Nova Europa-SP, com coordenadas 21°46’42” de latitude sul e 48°33’33” de longitude oeste. De acordo com a classificação de Köppen, o clima da região é o tropical com estação seca (Aw), com temperatura média variando entre 16 e 29°C, e índice pluviométrico anual em torno de 1340 mm. O experimento foi instalado num Neossolo Quartzarênico, no qual avaliou-se os seguintes tratamentos: (T1) - cana-de-açúcar manejada sem piloto automático e plantada com espaçamento de 1,50 m; (T2) - cana-de-açúcar manejada com piloto automático e plantada com espaçamento de 1,50 m; (T3) - cana-de-açúcar manejada com piloto automático e plantada com espaçamento duplo combinado de 1,500,90 m. Adotou-se o delineamento de blocos ao acaso (DBC), com quatro repetições e três tratamentos. As amostras foram coletadas nos pontos situados na linha do rodado (LR) e no canteiro (CT), nas profundidades de 0,00-0,15 m e 0,15-0,30 m. Cada bloco apresentou dimensões de 0,120,070,06 m, sendo o tamanho de maior comprimento orientado para superfície do solo. Após a coleta as amostras foram secas em estufa a 40°C e posteriormente impregnadas com solução à base de poliéster e monômero de estireno. Passados aproximadamente 20 dias após a impregnação, as amostras encontravam-se curadas e prontas para serem cortadas em blocos com dimensões de 0,12x0,07x0,02 m, utilizando, para isso, uma lâmina de diamante em meio úmido. Para a realização da análise

de área e da superfície específica dos poros, foram capturadas 10 imagens aleatórias em cada bloco, utilizando uma câmera OLYMPUS, modelo SC20, conectada a um microscópio OLYMPUS – BX51. Em seguida as imagens foram digitalizadas com uma resolução espacial de 1596 x 1196 pixels, e espectral de 255 níveis de cinza, com aumento de 2 vezes na ocular e 10 vezes na objetiva. As imagens foram armazenadas, nomeadas e binarizadas e, em seguida procedeu-se a análise individual dos poros por meio do software imagJ. Para a realização das análises de tamanho, utilizou-se o software Visilog-Noesis5.4 e, o seguintes critério de classificação: pequenos (0,000156–0,0156 mm2), médios (0,0156–0,156 mm2) e grandes (> 0,156 mm2). Apenas no segundo ano houve uma redução da porosidade total, no ponto de coleta situado na linha do rodado. Os tratamentos T2 e T3 apresentaram uma maior porosidade total no segundo ano, no ponto de coleta do canteiro e na camada de 0,00-0,15 m. Na camada de 0,15-0,30 m, o T1 apresentou uma menor superfície específica de poros. Não houve diferença entre os tamanhos e as formas de poros, entre os tratamentos, nos dois anos de estudo. O segundo ano de estudo apresentou uma redução de poros grandes e complexos, em todos os tratamentos, em comparação ao primeiro ano. No segundo ano, observou-se uma redução da PT no ponto de coleta do rodado em comparação ao ponto do canteiro, em todos os tratamentos. O T2 e o T3, que utilizaram a tecnologia do piloto automático, apresentaram maiores médias de porosidade total que o T1, tanto no rodado quanto no canteiro. Ressalta-se, que para uma área de 1 ha, o T3 reduziu o número de ruas destinadas ao trânsito de maquinário, de 66,66 para 41,66, em função da substituição do espaçamento simples de 1,50 m pelo espaçamento duplo combinado de 1,500,90 m. Essa modificação no espaçamento proporcionou um aumento da área de canteiro, visto que o tráfego ocorre a cada 2,40 m e não há trânsito de máquinas entre as fileiras duplas. Semelhante ao observado no comportamento da PT, a superfície específica de poros não apresentou diferença estatística de médias entre os distintos pontos de coleta e camadas estudadas no primeiro ano. No segundo ano, o tratamento T2, em que foi feito o uso do piloto automático, observou-se uma menor média no ponto de coleta do rodado, em comparação ao canteiro. Independente do tratamento adotado, o tráfego de máquinas contribuiu para a redução da complexidade dos poros, e com o aumento da porcentagem de vazios alongados e arredondados. No primeiro ano, observou-se, em todos os tratamentos, maiores médias para os poros grandes, especialmente no ponto de coleta localizado no canteiro, e menores médias para os poros de tamanho médio e pequeno. Esses resultados revelam que o tráfego, independente do manejo adotado, foi responsável por reduzir a macroporosidade e por proporcionar o surgimento de poros com tamanhos menores, característicos de solos adensados. Os tratamentos T2 e T3 apresentaram uma maior porosidade total no segundo ano, no ponto de coleta do canteiro e na camada de 0,00-0,15 m. Não houve diferença entre os tamanhos e as formas de poros, entre os tratamentos, nos dois anos de estudo. O segundo ano de estudo apresentou uma redução de poros grandes e complexos, em todos os tratamentos, em comparação ao primeiro ano de avaliação.

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UMS2016-10 Percepción y acción de los agricultores de la comarca de Las Vegas (Madrid) respecto al dinamismo de los factores degradadores del suelo Celia Barbero Sierra (1), Manuel Ruíz Pérez (1), María José Marqués Pérez (2)

(1) Departamento de Ecología de la Universidad Autónoma de Madrid, España (2) Departamento de Geología y Geoquímica de la Universidad Autónoma de Madrid, España La Comarca de las Vegas, situada en el sureste de la Comunidad de Madrid, España, es una región semiárida, con vocación agrícola y fuertemente influida por su enclave periurbano. La agricultura es un sector con arraigo en la zona, pero a pesar de su importancia sociocultural, cada vez son menos las personas (2,6% de la población activa) que se enfrentan con los fenómenos biofísicos (ej. escasez de agua y de nutrientes) y socioeconómicos (ej. disponibilidad de mano de obra, competencia con mercados nacionales e internacionales) que dificultan esta actividad, garantizan la provisión de alimentos y conservan el saber hacer agrícola tradicional. El conocimiento tradicional vigente en la comarca en relación con la agricultura combina valores productivos, culturales y paulatinamente ha ido integrando cuestiones técnicas para dar respuesta a las necesidades específicas de los agricultores. En este sentido es interesante constatar cómo la sabiduría tradicional sobre la degradación del suelo, coincide en gran medida con el conocimiento científico generado en torno a la zona.

Sin embargo existe una brecha entre la importancia concedida a la erosión por parte de científicos y agricultores. Para los científicos la erosión es un problema relevante en la región, en cambio, para los agricultores éste es un fenómeno que si bien reconocen, no lo asumen como una prioridad. Un 83% de los agricultores entrevistados consideran que la erosión es poco o nada importante en la zona. Esta divergencia entre el criterio científico y el de los agricultores, se debe fundamentalmente a la diferencia dinámica que rige la erosión y otras cuestiones clave para la conservación del suelo y la productividad de las cosechas, como son la disponibilidad de agua y nutrientes.

La erosión en la zona es una variable lenta de degradación del suelo que solo afecta a la rentabilidad económica de la explotación en el largo plazo. En cambio la escasez de agua y materia orgánica son variables también presentes, que rápidamente afectan a la función de producción de los agricultores. Un 53% de la muestra considera que la escasez de materia orgánica es bastante importante o muy importante y un 46% expresa que la escasez de retención de agua también es bastante importante o muy importante. En consecuencia, los agricultores han adaptado sus prácticas de manejo del suelo para controlar los factores limitantes más inmediatos (escasez de agua y nutrientes), rechazando propuestas técnicas como el mantenimiento de cubierta vegetal herbácea y no laboreo en cultivos arbóreos y sub-arbóreos permanentes (olivar y viñedo) que han demostrado ser efectivas para frenar la erosión y suponen un manejo sostenible del suelo. Tan sólo un 6% de los olivicultores y un 9% de los viticultores entrevistados emplean las cubiertas vegetales y generalmente lo hacen como medida de ahorro de combustible.

Atendiendo a este panorama, haremos una revisión de las prácticas de manejo de suelo implementadas por los agricultores de la comarca, evaluándolas en relación al dinamismo de las variables edafológicas lentas y rápidas que afectan a la degradación del suelo y a la productividad de la agricultura. Finalmente abordaremos el tipo de medidas necesarias a nivel institucional para facilitar la implementación de prácticas de manejo sostenible de la tierra. Algunas conclusiones preliminares indican que estas medidas deben centrarse en el asesoramiento y acompañamiento directo de los agricultores por parte de técnicos especialistas en la implementación de técnicas de conservación del suelo. Por otra parte, también es necesario desarrollar programas de sensibilización dirigidos al colectivo rural, para desmitificar algunas de las ideas arraigadas sobre los beneficios del laboreo intensivo. UMS2016-14 Sistemas de Información de Suelos: una perspectiva actual para la cartografía de suelos Luis Rodríguez–Lado

Departamento de Edafoloxía e Química Agrícola, Facultade de Bioloxía, Universidade de Santiago de Compostela, 15782 Santiago de Compostela, España A pesar de los numerosos estudios sobre suelos, resultado de décadas de investigación, existe un déficit generalizado de información acerca de la variabilidad espacial de los suelos y de sus propiedades. Recientemente, los métodos clásicos de cartografía de suelos -unidades delimitadas en base a patrones de parámetros ambientales superficiales utilizando conocimiento experto- se han visto desplazados por nuevas técnicas cartográficas basadas en métodos de inferencia de sobre bases de datos de suelos georreferenciadas. Estos métodos determinan las relaciones estadísticas existentes entre los datos de suelos a nivel de campo y una serie de parámetros ambientales para inferir el valor probable de una determinada propiedad en cualquier localidad dentro del área de estudio. Esta aproximación ha sido utilizada para la creación del Sistema de Información de Suelos de Galicia (SISG), resultado de un estudio estadístico detallado de los patrones ambientales que determinan la distribución de las propiedades de los suelos de Galicia (NW España). El SISG incluye un total de 111 capas temáticas, en soporte digital a 25 m de resolución espacial, que representan las diferencias espaciales de numerosas propiedades físico-químicas y climáticas de los suelos, además de una serie de parámetros ambientales (clima, geología y uso del suelo) empleadas como variables auxiliares para determinar la influencia de los factores de formación del suelo en sus propiedades. Se han utilizado diferentes aproximaciones matemáticas -desde regresión Random Forest a métodos de regresión multivariante PLS - a fin de optimizar la bondad del ajuste de las estimaciones. El "Atlas Digital de Propiedades de Suelos de Galicia", creado en el marco de este proyecto, incluye los detalles de los métodos empleados para la creación de cada capa temática. La información cartográfica digital generada en este estudio se encuentra disponible en el servidor cartográfico http://rgis.cesga.es para su consulta gratuita.

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VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

UMS2016-16 Solo cultivado sob dejeto líquido de suínos comparado ao solo sem cultivo e sem dejeto: perdas de solos, água, P e K por erosão hídrica Douglas Henrique Bandeira (1), Ildegardis Bertol (2), Antonio Paz González (1), Ana Sofia Gutierrez (2)

(1) Universidade da Coruña, España (2) Universidade do Estado de Santa Catarina, Brasil A erosão hídrica pluvial é causada pela chuva sobre o solo, influenciada ainda pela declividade e comprimento do declive, pela cobertura e manejo do solo e pelas práticas conservacionistas de suporte, das quais a cobertura e manejo são os fatores mais importantes. A utilização de dejeto líquido de suínos (DLS) como fonte de nutrientes de plantas na produção agrícola é uma prática comum em Santa Catarina, BR, devido à grande quantidade de dejeto produzido, concentrada em pequenas áreas. Normalmente, o DLS é aplicado em quantidades muito maiores do que a recomendada, o que pode modificar o solo, física e quimicamente, e resultar em perdas dos nutrientes por erosão hídrica. O P é um elemento pouco solúvel e pouco móvel no solo e, por isso, tende a concentrar-se na superfície na ausência de preparo mecânico, principalmente no caso da semeadura direta (SD). Além de ser um nutriente de plantas, o P pode provocar a poluição de ambientes aquáticos por eutrofização. O K é o elemento que tem apresentado maior acúmulo no solo em razão do uso de dejetos. Embora não seja contaminante de águas superficiais, sua perda por erosão acarreta empobrecimento do solo no seu local de origem, diminui o seu potencial produtivo e aumenta os custos de produção. Com este trabalho objetivou-se avaliar a erosão hídrica, por meio da quantificação das perdas de solo, água, P e K, quando o DLS foi aplicado na superfície em diferentes sistemas de cultivo e manejo, e comparar esses tratamentos com o solo sem cultivo e sem dejeto, em condição de chuva natural.

A pesquisa foi desenvolvida na Área Experimental de Uso e Conservação do Solo, da Universidade do Estado de Santa Catarina, campus de Lages (SC), localizado entre 27o 49’ latitude Sul e 50o 20’ longitude Oeste, a 923 m de altitude, na região do Planalto Sul Catarinense, entre outubro de 2012 e outubro de 2014. O clima é do tipo Cfb segundo Köeppen, com precipitação média anual de 1533 mm na região. O solo é um Cambissolo Húmico alumínico léptico, com declividade média de 0,102 m m–1 no local do experimento. Nos cinco tratamentos, com duas repetições, o cultivo e manejo do solo foi realizado duas vezes ao ano, por ocasião da implantação das culturas, como segue: 1. No solo com cultivo: a) preparo com uma aração + duas gradagens, denominado preparo convencional (PC); b) preparo com uma escarificação + uma gradagem, denominado preparo reduzido (PR); c) um preparo do solo em cada cultivo ao longo do período da pesquisa: uma escarificação + uma gradagem, uma aração + duas gradagens, semeadura direta e duas gradagens leves, denominado rotação de preparos (RP); d) sem preparo do solo, denominado semeadura direta (SD). 2. No solo sem cultivo: a) preparo com uma aração + duas gradagens, em que o solo foi mantido sem cultivo e com a superfície desprovida de vegetação e de crosta superficial, denominado solo sem cultivo (SC). Para cada cultivo aplicou-se 50 m³ ha-1 de

DLS em cada tratamento, imediatamente após a plena germinação das culturas, totalizando quatro aplicações durante a pesquisa. Cultivaram-se, em rotação e nessa ordem, milho (Zea mays), aveia preta (Avena strigosa), soja (Glycyne max) e nabo forrageiro (Raphanus sativus). As parcelas estavam distribuídas de maneira inteiramente casualizada na área experimental. Os dados foram tratados estatisticamente utilizando a análise da variância e, quando as diferenças entre os tratamentos eram significativas, foi realizado o teste de Tukey a 5% de significância. Para isso utilizou-se o programa estatístico ASSISTAT 7.6 Beta (2012).

As perdas de solo (PS) variaram amplamente (0,11 a 91,65 Mg ha-1) entre tratamentos e ciclos de cultivo. Isto foi devido às variações nas condições do solo determinadas pelo cultivo e manejo e na erosividade das chuvas. A SD foi o tratamento mais eficaz na diminuição das PS, reduzindo-as em 81% em relação ao PC, na média dos cultivos. No caso do SC e sem dejeto, as PS foram 39 vezes maiores do que no PC, na média dos cultivos, explicadas pelo fato do solo ter sido cultivado no PC e não no SC. As perdas de água foram menos influenciadas pelos tratamentos e ciclos de cultivo, com variação de 4 a 37% da chuva precipitada, do que as perdas de solo. Isso porque solo apresenta um limite de infiltração de água e, ultrapassado tal limite, as perdas de água por escoamento superficial tendem a igualar-se em distintos sistemas de cultivo e manejo. As perdas totais de P por erosão foram menores nos tratamentos que envolveram cultivo do solo, apesar dos altos teores do elemento nos sedimentos nesses tratamentos, explicado pelas baixas perdas de solo ocorridas nesses tratamentos. No caso do tratamento SC, a alta perda desse elemento é explicada, principalmente, pela alta perda de solo, já que o teor desse elemento nos sedimentos foi baixo. As perdas totais de K por erosão foram altas em relação ao estoque presente no solo, em decorrência dos elevados teores do elemento na água da enxurrada e das altas perdas de água por erosão.

Conclusões: 1. As perdas de solo e água por erosão hídrica são influenciadas pelo sistema de cultivo e manejo. 2. Os teores de P e K na enxurrada da erosão hídrica são influenciados pelo sistema de cultivo e manejo do solo; os teores nos sedimentos e na água da enxurrada são maiores na semeadura direta do que no preparo convencional; os teores são expressivamente maiores nos sedimentos do que na água, em especial na semeadura direta. 3. A aplicação da dose de 50 m3 ha-1 de dejeto líquido de suínos na superfície do solo, em uma única aplicação no início de cada um dos quatro cultivos em diferentes sistemas de manejo, melhora os atributos físicos e químicos do solo e diminui a erosão hídrica, em comparação ao histórico no período de 20 anos que antecedeu esta pesquisa.

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UMS2016-17 Diferenciação de atributos químicos de um argissolo amarelo coeso sob cana-de-açúcar em cronossequência de cultivo Joel Medeiros Bezerra (1), Glécio Machado Siqueira (2), Maria Sallydelândia Sobral de Farias (3), Osvaldo Guedes Filho (4)

(1) Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Brasil (2) Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Brasil (3) Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Brasil (4) Universidade Federal do Paraná (UFPr), Brasil As alterações da cobertura vegetal e o uso do solo promovem mudanças na quantidade e na qualidade dos atributos químicos do solo. Nesse contexto objetivou-se avaliar a diferenciação dos atributos químicos de um Argissolo amarelo coeso sob cana-de-açúcar em cronossequência de cultivo, na zona da Mata de Pernambuco, por meio de técnicas estatísticas multivariadas, inter-relacionando com atributos geomorfológicos. As áreas a serem estudadas vêm sendo manejadas nos últimos anos com cana-de-açúcar (Saccharumofficinarum L.) com queima prévia da palha para colheita, com corte realizado manualmente, sendo realizada amostragem de solo de uma cronossequência de cultivo de cana-de-açúcar, composta por oito talhões com diferentes tempos de implantação do agrossistema bioenergético de cana-de-açúcar: Tempo zero (Mata, strictu senso), um (CP), dois (S1), três (S2), quatro (S3), cinco (S4), seis (S5) e sete anos de implantação dos sistemas de cultivo (S6). As coletas de amostras deformadas e não deformadas foram realizadas nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20, 20-40, 40-60, 60-80 e 80-100 cm. Os atributos do solo avaliados foram: pH, P, K, Ca, Mg, H+Al, B, Cu, Fe, Mn e Zn. Com os resultados das análises foram calculadas a soma de bases (SB), a capacidade total de troca de cátions (T), a saturação por bases (V) e a saturação por alumínio (m). Dois métodos estatísticos multivariados foram aplicados, visando classificar os acessos em grupos: análise de agrupamentos hierárquica e análise de componentes principais (ACP). A substituição da vegetação nativa por sistemas de cultivo favoreceu alterações nos atributos químicos do solo verificando-se variações anuais quanto à redução das concentrações dos atributos químicos avaliados nos tratamentos CP, S2, S4 e S6; as áreas de cana-de-açúcar S3 apresentaram maior dissimilaridade, o que indica certo grau de intervenção antrópica, proveniente da adição contínua de insumos e resíduos vegetais, enquanto as áreas S1, S5 e a Mata apresentaram elevada similaridade garantido a resiliência nas camadas superficiais. Os atributos inter-relacionados às reações ácido-base no solo (pH, P, Ca, H+Al, S.B., CTC, V, Mn e Zn) contribuíram com o primeiro componente principal das profundidades superficiais até 40 cm.

UMS2016-29 Influência da aplicação de mulching no restabelecimento das comunidades de invertebrados do solo em áreas ardidas A J. Puga, M. J. Saraiva, F. Gonçalves, J. J. Keizer, A. C. Bastos, N. Abrantes

CESAM, Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro, Portugal Nas últimas décadas Portugal tem sido um dos países da bacia mediterrânica mais afectado pelos incêndios. Um número crescente de estudos em todo o mundo têm vindo a ser realizados no sentido de melhor compreender os efeitos directos e indirectos do fogo e assim encontrar melhores estratégias de gestão e mitigação dos ecossistemas afectados pelos incêndios. O uso de mulching é actualmente utilizado para proteger os solos da erosão depois de um incêndio. No entanto, os efeitos do mulching sobre as comunidades de invertebrados do solo são pouco conhecidos. Actualmente é reconhecido o papel fundamental que as comunidades de invertebrados do solo desempenham na recuperação da maioria dos ecossistemas. Este estudo procura compreender os efeitos da utilização de um tipo específico de mulching (casca e desperdícios de eucalipto) na recuperação das comunidades de invertebrados do solo, uma vez que esta técnica é comummente utilizada como medida de mitigação após um incêndio. Este estudo foi realizado numa plantação de eucalipto no centro-norte de Portugal, que anteriormente havia ardido e na qual foi aplicado o mulching após o incêndio. Os resultados deste estudo mostram comunidades de invertebrados do solo semelhantes entre os locais tratados e não tratados e entre posições ao longo da encosta. Em geral, não foram encontradas relações significativas entre as variáveis ambientais estudadas e a comunidade de invertebrados do solo. Foi encontrado um elevado nível de homogeneidade entre as classes de cobertura do solo definidas e a composição da comunidade de invertebrados do solo nas áreas tratada e não tratada. As ordens Hymenoptera e Collembola foram as mais abundantes, estando associadas maioritariamente a famílias de hábitos omnívoros e microbianos e as ordens Coleoptera e Araneae apresentaram a maior riqueza de morfo-espécies, sendo na sua maioria formada por famílias de predadores terrestres. A análise da função ecológica de cada família, sugere que a grande disponibilidade de matéria orgânica no solo pode influenciar a abundância de formigas e colêmbolos, e fomentar uma maior diversidade de predadores terrestres. No global, a utilização de mulching não parece afectar a recuperação das comunidades de invertebrados do solo, após um período pós-fogo prolongado. Porém, os resultados deste estudo sugerem que o mulching poderá afectar alguns grupos de invertebrados, durante o período inicial após a sua aplicação na área ardida.

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UMS2016-30 Estudo de comunidade microbiana, proveniente do solo da Amazônia Ocidental brasileira envolvida na degradação do pesticida Atrazina Iraê Camilo da Silva (1), Elize Hayashi (2), Elaine Oliveira Costa de Carvalho (3), Gian Freschi (2), Gunther Brucha (2)

(1) Unifal-Poços de Caldas / Instituto de Ciência e Tecnologia, Engenharia Química, Brasil (2) Unifal-Poços de Caldas/ Instituto de Ciência e Tecnologia, PPG-CEA, Brasil (3) Universidade Federal de Rondônia, Programa de Doutorado em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Brasil O Brasil encontra-se em primeiro lugar no ranking mundial de maior utilizador de pesticida. Entre os herbicidas mais utilizados, destaca-se a atrazina, devido a sua alta toxicidade. A atrazina pode ser degradada biologicamente, servindo como fonte de carbono e nitrogênio para alguns microrganismos (Giardi et al., 1985). Na região da Amazônia Ocidental este herbicida vem sendo utilizado em plantações de soja, e outras espécies de folhas largas. Portanto estudar microrganismos provenientes de solos dessas regiões que tenham capacidade em degradar este composto é fundamental para processo de tratamento de áreas impactadas com este pesticida. Nesse estudo, solos de uma fazenda experimental do Instituto Federal de Rondônia (IFRO-Ariquemes/RO) que utiliza atrazina em seus experimentos foi coletado. Este foi utilizado como inóculo no experimento de enriquecimento utilizando meio mineral contendo glicose como fonte de carbono (1 g/L) e atrazina como única fonte de nitrogênio (50 mg/L), por um período de 30 dias. Após este período foi realizado o processo de isolamento através da técnica de esgotamento por estrias em meio sólido. Pelo método de microscopia e coloração de Gram caracterizou-se as colônias quanto à forma, tamanho e tipo. As cepas isoladas foram identificadas através do sequenciamento quase completo do gene do RNA 16S. O acompanhamento da diversidade microbiana do Domínio Bactéria das amostras do solo e durante o procedimento de enriquecimento foi realizado através da metodologia do PCR/DGGE. O processo de enriquecimento proporcionou uma modificação na diversidade microbiana, na qual foi analisada a partir da comparação das bandas apresentadas na amostra de enriquecimento com as bandas presentes no solo pelo método de similaridade. Esta comparação identificou um número menor de bandas na amostra do solo do que as constatadas na de enriquecimento, o que indica que o meio de enriquecimento favoreceu o crescimento de maior diversidade de bactérias capazes de utilizar atrazina como única fonte de nitrogênio que já estariam presentes no solo, mas em pequena quantidade. A similaridade calculada foi de 1,25%, o que demostra a grande diferença entre a diversidade microbiana. Os resultados do sequenciamento dos isolados indicaram uma similaridade de 99% para Burkholderia cepacia (NR_113645) e 100% para Klebsiella variicola (NR 113645). Burkholderia cepacia tem sido relatada como degradadora de pesticidas, inseticidas e compostos clorados (Ali et al., 2010; Lu et al., 2003; Kim & Ahn, 2009) e sua detecção em solo da Amazônia ocidental pode nortear futuros processos de biorremediação de solos e águas contaminados.

Referências:

Ali, S.W., R. Li, W.-Y. Zhou, J.-Q. Sun, P. Guo, J.-P. Ma, S.-P. Li (2010). Isolation and characterization of an abamectin-degrading Burkholderia cepacia-like GB-01 strain. Biodegradation, 21(3): 441-452, doi: 10.1007/s10532-009-9314-7.

Giardi, M.T., M.C. Giardina, G. Filacchioni (1985). Chemical and biological degradation of primary metabolism of atrazine by a Nocardia strain. Agricultural and Biological Chemistry, 49(6): 1551–1558.

Kim, J.-R., Y.-J. Ahn (2009) Identification and characterization of chlorpyrifos-methyl and 3,5,6-trichloro-2-pyridinol degrading Burkholderia sp. strain KR100. Biodegradation, 20(4): 487-497, doi: 10.1007/s10532-008-9238-7.

Lu, Z., H. Min, S. Wu, A. Ruan (2003). Phylogenetic and degradation characterization of Burkholderia cepacia WZ1 degrading herbicide Quinclorac. Journal of Environmental Science and Health. Part B—Pesticides, Food Contaminants, and Agricultural Wastes, B38(6): 771–782.

Financiamento: PIBICT/FAPEMIG.

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UMS2016-36 Variación de la rugosidad de la superficie del suelo bajo lluvia simulada A. Saa-Requejo (1,2), J. L. Valencia (3), A. M. Tarquis (1,4), R. Moratiel (1,2), A. Paz González (5)

(1) CEIGRAM, ETSIAAB, Universidad Politécnica de Madrid, Madrid, España (2) Dpto. Producción Agraria, ETSIAAB, Universidad Politécnica de Madrid, Madrid, España (3) Dpto. de Estadística e I.O. III. Escuela de Estadística. Univ. Complutense de Madrid, España (4) Dpto. Matemática Aplicada, Universidad Politécnica de Madrid, Madrid, España (5) Dpto. de Ciencias del Suelo, Universidad de la Coruña, España La micro-topografía de la superficie del suelo o rugosidad (SSR) define el límite físico entre el flujo superficial y el suelo. Debido a su disposición, la rugosidad del suelo potencialmente afecta a los procesos de superficie tales como la infiltración, flujos preferenciales, la erosión y la sedimentación. Así, la evolución de la SSR bajo diferentes intensidades de lluvia ocupa un papel destacado en la erosión del suelo.

Mientras que algunos autores eligen una función exponencial de lluvia acumulada para describir la evolución de la SSR, otros han utilizado la energía cinética de las precipitaciones. La SSR a nivel de campo es un concepto de fácil seguimiento visual, pero muy difícil de describir numéricamente. En este estudio no usamos técnicas de pin-medidor o láser para cuantificar SSR. Nos hemos basado en el porcentaje de sombras del relieve micro-topográfico, bajo condiciones de luz solar fijas que se han aplicado sobre la base de trabajos anteriores que demostraron que éste es un método sencillo y fiable para estimar la SSR.

Dos parcelas experimentales, de 1 m 1 m, fueron objeto de sucesivos eventos de precipitación simulados con una intensidad de 67 mm/h, y una altura de 2 m. Ambas parcelas eran una parcela fueron previamente removidas con azadón creando una rugosidad orientada y teniendo un 6% de pendiente. Las imágenes se obtuvieron cada 15 minutos de lluvia con un ángulo de incidencia de la luz de 45° aproximadamente. La imagen fue adquirida por una OLYMPUS X-925, que tiene un tamaño de 2976 x 3968 píxeles y que corresponde a un área de 75 cm x 100 cm. Para el proceso de eliminación de ruido, la imagen fue recortada a 590 x 800 píxeles y se utilizó el método de Indicador Kriging (IK) para la binarización de las imágenes. La comparación de ambas parcelas respecto a la evolución del SSR, acumulación de escorrentía y la morfología de las sombras son discutidas.

UMS2016-41 Estudo experimental do transporte de partículas acumuladas em telhados cerâmicos: uma contribuição para a conservação da água em zonas urbanas Alexandre Silveira (1,2), João L. M. P. de Lima (1,3), João R. C. B. Abrantes (1,3), Babar Mujtaba (1,3)

(1) MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal (2) Instituto de Ciência e Tecnologia, Universidade Federal de Alfenas UNIFAL-MG, Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil (3) Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal A poluição atmosférica é um problema ambiental, em especial nas áreas urbanas e periurbanas onde há concentração das populações. Os poluentes atmosféricos podem ser partículas sólidas resultantes de atividades antrópicas e de fenômenos naturais, que ficam dispersas na atmosfera e tendem a precipitar naturalmente e a depositar-se em, e.g., coberturas de edifícios. Essas partículas ficam então disponíveis para serem transportadas para o meio hídrico através dos sistemas de drenagem de águas pluviais podendo causar contaminação e/ou poluição hídrica. Este trabalho apresenta um estudo experimental, em laboratório, sobre o transporte de partículas sólidas em telhados cerâmicos, utilizando chuva simulada.

A instalação laboratorial utilizada compreendia um simulador de chuva e um telhado cerâmico (telhas tipo Lusa) com 2.4 m de comprimento e 1.5 m de largura. Partículas de areia, com diâmetro entre 0.3-0.6 mm, foram dispersas no telhado, com vista ao estudo da sua mobilidade. Consideraram-se essencialmente três aspetos: a distribuição espacial das partículas no telhado, a sua concentração e a sua conectividade (i.e. partículas posicionadas em áreas conectadas e desconectadas). Os ensaios consistiram na simulação de chuvadas estáticas, com intensidade de 115 mm/h e duração de 3 min, e na recolha do escoamento para quantificação do transporte das partículas de areia.

Os resultados mostram a influência da distribuição espacial das partículas no telhado, da sua concentração e da sua conectividade no transporte das mesmas. A maioria das partículas eram transportadas no início do escoamento e observou-se que algumas partículas ficaram retidas no telhado, mais frequentemente na parte superior, mesmo para chuvadas intensas. Conclui-se que os trabalhos experimentais em telhados podem ser úteis para melhorar o conhecimento sobre o transporte de partículas sólidas em meios urbanos, contribuindo para a conservação da água, aproveitamento de água de chuva e proteção do meio ambiente.

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UMS2016-42 Qualidade física de um Latossolo sob pastagem em recuperação com leguminosas Carolina dos S. B. Bonini (1), Reges Heinrichs (1), Marlene C. Alves (2), Alfredo Bonini Neto (3), Guilherme C. Meirelles (1), Fabricio Gomes Pedro (1), Aline M. Santos Silva (1), Emanuelle Rodrigues Alves (1), Aline Magalhães (1)

(1) Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas, Universidade Estadual Paulista - UNESP. CEP 17900-000, Dracena, São Paulo, Brasil (2) Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos, Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista – UNESP. CEP 15385-000, Ilha Solteira, SP, Brasil (3) Faculdade de Ciências e Engenharia, Universidade Estadual Paulista - UNESP. CEP 17602-496, Tupã, São Paulo, Brasil As pastagens são as formas mais utilizadas na alimentação animal, sendo que grande parte encontram-se em processo de degradação, especialmente no estado de São Paulo. Uma alternativa viável para assegurar a sustentabilidade do uso agrícola do solo, principalmente nos Latossolos é a adoção de sistemas de manejo do solo considerados conservacionistas, como o plantio direto. Por sua vez, uma pastagem melhor qualidade permite intensificar a sua utilização com maior taxa de lotação o que acarreta a qualidade física da camada superficial do solo. Uma sucessão adequada de culturas pode trazer benefícios não apenas em termos de aumento de rendimento de grãos da cultura mais importante que a constitui como também traz benefícios a todo o ambiente. Isto porque permite aumento da cobertura e proteção do solo, melhor equilíbrio das características físicas, químicas e biológicas do solo e com maior eficiência no controle de pragas e plantas daninhas. O uso e manejo do solo inadequado podem alterar seus atributos físicos, ocasionar degradação e perda da qualidade do solo, levando a uma insustentabilidade do sistema de produção. A densidade e a porosidade do solo são as propriedades físicas mais amplamente utilizadas na quantificação da qualidade física do solo, em pastagem sob pastejo, a qual é mais afetada nos primeiros 150 mm de profundidade. O objetivo deste trabalho foi estudar a distribuição do tamanho de poros de um Latossolo cultivado com pastagem de Brachiaria decumbens em recuperação desde 2012, com diferentes formas de introdução de Estilosantes cv. Campo Grande (Stylosanthes capitata e S. macrocephala.

O experimento foi desenvolvido em área experimental do Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Extremo Oeste, sediado no município de Andradina-SP, Brasil. O clima, segundo a classificação Köppen é tropical quente e úmido com inverno seco, a precipitação média anual é de 1150 mm e a temperatura média anual é de 23°C. O solo do local foi classificado como Latossolo Vermelho. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com quatro repetições e compostos por sete estratégias em plantio direto da leguminosa na pastagem: testemunha capim braquiária; braquiária + estilosantes com dessecação parcial com 1,5 L ha-1 de glifosato; braquiária + estilosantes com dessecação total com 3,0 L ha-1 de glifosato; braquiária + estilosantes com plantio direto; braquiária + estilosantes com escarificação do solo; braquiária + estilosantes com gradagem rome e

braquiária + estilosantes com aração + gradagem. Foram avaliadas a macroporosidade, microporosidade, porosidade total e densidade do solo, nas camadas de 0,00-0,1; 0,10-0,20 e 0,20-0,40 m. Os resultados foram analisados efetuando-se a análise de variância e teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade para a comparação de médias. Para todos os atributos estudados e em todas as camadas de solo estudadas não houve diferença estatística para todos. Apesar de não haver diferença estatística, os dados obtidos revelam um aspecto interessante. Os dados de macroporosidade do solo estão abaixo do ideal (10%), mas com um incremento em relação ao ano de 2014. A microporosidade não é modificada pelo manejo do solo e somente os dados de porosidade total (macro+micro) não é possível afirmar a qualidade estrutural do solo. Em relação a densidade do solo, está acima da média para esta classe textural de solo (arenosa) e influencia negativamente a produção das culturas. Com isso, conclui-se que as estratégias de manejo ainda não foram eficientes para modificar a macroposidade do solo e estão abaixo do valor considerado crítico para o desenvolvimento das culturas e a densidade do solo em todos os tratamentos está acima da ideal para esse tipo de solo.

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UMS2016-44 O comportamento de taxas de infiltração em terrenos submetidos a processos erosivos lineares Rodrigo Moruzzi, Cenira Maria Lupinacci da Cunha, Dener Toledo Mathias

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - Unesp, Brasil Este trabalho busca avaliar o papel das taxas de infiltração na dinâmica de áreas afetadas por processos erosivos acelerados. A área estudada caracteriza-se como a baixa bacia do Córrego Tucunzinho (área de 1,63 km2) localiza-se na porção central do Estado de São Paulo, região Sudeste do Brasil, inserida na periferia da área urbana do município de São Pedro. Essa área se caracteriza pela predominância de litologia sedimentar (arenitos flúvio-lacustres da Formação Pirambóia, conforme IPT, 1981) e solos friáveis, tais como Argissolos e Neossolos Quartzarênicos, atributos estes que conferem suscetibilidade ao desencadeamento erosivo. As formas de relevo apresentam-se como colinas suavizadas, com topos tabulares e vertentes com relevante comprimento de rampa, cedendo abruptamente aos fundos de vale em virtude da ocorrência de formas erosivas, expressas em ampla voçoroca e ravinamentos adjacentes a esta. O próprio córrego tem sua dinâmica associada à evolução dos processos erosivos, uma vez que seu regime hidrológico vincula-se ao afloramento do nível freático e às formas de erosão de caráter subsuperficial (pipings).

A coleta de dados foi feita utilizando-se o infiltrômetro de Hills, conforme orientações de Guerra (2002), com coleta de dados a cada 30 segundos nos primeiros 2 minutos e a cada minuto nos intervalos de 2 a 30 minutos em pontos distribuídos espacialmente. Estipularam-se dois períodos para a coleta dos dados de infiltração: o período de chuvas (verão) e o período de estiagem (inverno) do ano de 2010. Foram realizadas 30 amostragens em pontos distribuídos ao longo das vertentes para diferentes tempos de infiltração. No total, foram determinadas 992 taxas de infiltração para cada período.

A equação de Horton (1939) foi empregada para ajuste não linear dos dados experimentais e obtenção dos parâmetros. Assim, o ajuste foi realizado por meio da minimização da soma da diferença dos quadrados, utilizando três parâmetros, correspondentes às taxas inicial e final (fo e foo) e ao coeficiente de potência (k), sujeitos a restrição dada pela infiltração inicial medida, de modo que o parâmetro fo fosse menor ou igual ao valor máximo medido (fo≤fmax). Os resultados foram interpolados espacialmente bem como avaliados por meio de estatística descritiva, intervalo de confiança de 95% para valores médios e por meio de correlações entre parâmetros do modelo de Horton e características do meio físico. Os valores obtidos para todos os pontos de amostragem no período de verão foram da ordem de: 74,60 ± 27,25 mm/h de média; 29,77 mm/h de mínimo; 372,67 mm/h de máximo; 78,65 mm/h de desvio padrão médio; 29,76 ± 7,01 mm/h para o parâmetro foo; 700,65 ± 144,33 mm/h para o parâmetro fo; 0,67 ± 0,061 min-1 para o parâmetro k.

A avaliação global dos resultados permite constatar nítida variação espacial das taxas iniciais e finais, as quais dependem de um conjunto de variáveis do meio físico. Todavia, acredita-se que o escoamento de subsuperfície,

a declividade e a granulometria do solo, distribuídas de forma distinta no espaço, foram as principais condicionantes do meio físico que influem na distribuição espacial das taxas de infiltração, tal como apresentado por Mendiondo e Tucci (1997). Contudo, as análises estatísticas do conjunto total de dados coletados nos pontos selecionados indicam correlações baixas a moderadas (R<0,5) entre taxa de infiltração inicial e areia fina, declividade e decaimento (k); e taxa de infiltração saturada e argila + silte, assim como essa mesma taxa com areia grossa. As correlações se tornam significativas (R>0,7) somente quando os dados são agrupados de acordo com as características topográficas e físicas da área. Tais características topográficas interferem diretamente no escoamento superficial e subsuperficial, fator de grande influência sobre o desenvolvimento da voçoroca, visto que afeta a expansão dessa tanto em termos de área como de profundidade, a partir da atuação dos pipes e das alcovas de regressão.

Referências:

Guerra, A.J.T. (2002). Processos Erosivos nas encostas. In: Cunha, S.B. e Guerra, A.J.T. (Orgs.). Geomorfologia: exercícios, técnicas e aplicações. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 139-156.

Horton, R.E. (1939). Analysis of runoff-plot experiments with varying infiltration capacity. Trans. Am. Geophys. Un. 20th Ann. Mtg.

IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (1981). Mapa geológico do Estado de São Paulo; escala 1:500.000. v1 (texto) e v2 (mapa). Governo do Estado de São Paulo. Secretaria da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia.

Mendiondo, E.M., C.E.M. Tucci (1997). Escalas hidrológicas III: hipótese integradora de processos na bacia vertente. Revista Brasileira de Recursos Hídricos, 2(2): 21-44.

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UMS2016-45 Erosão de solos florestais em Portugal: Subsídios para a história dos primórdios da sua quantificação Luciano Lourenço (1), António Bento-Gonçalves (2), Adélia Nunes (1)

(1) Departamento de Geografia e Turismo, CEGOT, Universidade de Coimbra, Portugal (2) Departamento de Geografia, CEGOT, Universidade do Minho, Portugal Ainda que nas duas últimas décadas se tenham desenvolvido numerosos estudos sobre quantificação da erosão em solos florestais, os primeiros de que temos conhecimento em Portugal decorreram na serra da Lousã, no final da década de 80 do século passado. Todavia, apesar desses primeiros estudos serem também recentes, são relativamente pouco conhecidos, talvez por terem sido objeto de divulgação restrita, razão que nos leva a apresentá-los de novo, dado que, à época, foram estudos inovadores no que à instalação de parcelas experimentais diz respeito.

O principal objetivo da instalação destas parcelas experimentais visava averiguar os efeitos erosivos dos incêndios florestais, não só produzidos pela água das chuvas no outono-inverno seguinte ao período crítico de incêndios, então designado por “época de fogos”, mas também aqueles que decorrem da mobilização superficial do solo, com vista à realização de novas plantações nas áreas que foram queimadas. Por outro lado, analisou-se também a influência do declive e da exposição das vertentes no eventual incremento dos processos erosivos por ação hídrica.

Do ponto de vista metodológica, pela sua proximidade, escolheu-se a serra da Lousã para instalar as diferentes parcelas experimentais, desde as parcelas-testemunho, colocadas sob coberto de resinosas e folhosas, para comparar os resultados nelas obtidos com os registados em todas as outras, que forma montadas quer em solo nu, com exposição aos quatro principais quadrantes, quer em áreas ardidas, com diferentes declives, e, ainda, em solos florestais mobilizados superficialmente com três diferentes técnicas: limpeza com lâmina, ripagem e gradagem.

Os resultados obtidos, surpreendentes para a época, mereceram contestação oficial, embora meses mais tarde, após uma visita ao local, o próprio avaliador tenha assumido ter-se equivocado nessa apreciação, tanto mais que estão em consonância com outros obtidos por outros autores, em situações similares, anos depois. Os tempos eram outros, assim como os materiais e as técnicas disponíveis, razão pela qual este trabalho tem fundamentalmente um interesse histórico, embora os resultados obtidos atestam o mérito do trabalho então realizado.

UMS2016-48 Adubação potássica melhora a eficiência no uso da água na produção de madeira em plantio de Eucalyptus grandis Verónica Asensio (1), Jean-Paul Laclau (2), Jean-Christophe Domec (3), Jean-Pierre Bouillet (2), Yann Nouvellon (2), Lionel Jordan-Meille (3), José Lavres Junior (1), Juan Delgado Rojas (4), Cassio Hamilton Abreu-Junior (1)

(1) Universidade de São Paulo-Centro de Energia Nuclear na Agricultura (USP-CENA); Piracicaba, Brasil (2) CIRAD, UMR Eco&Sols, Montpellier, França (3) Bordeaux Sciences Agro, INRA UMR, Bordeaux, França (4) Agro Ambiência Serviços Agrícolas, Piracicaba, Piracicaba, Brasil Nas regiões tropicais, as secas prolongadas deverão ser mais frequentes devido à variação climática, o que deverá intensificar o estresse hídrico e a mortandade das plantas. A adubação potássica (K) tem efeito positivo na eficiência do uso da água (especialmente nas árvores), da luz e dos nutrientes pelas plantas (Battie-Laclau et al., 2016; Cakmak, 2005). Contudo, há escassez de informações do efeito da interação entre fertilização com potássio e a disponibilidade de água no solo sobre o comportamento ecofisiológico das plantas e o seu uso consuntivo da água. No presente estudo foi utilizado um experimento com dispositivo para exclusão de chuva, em um solo profundo e de baixa fertilidade, para testar as seguintes hipóteses: (i) a adubação com K aumenta a eficiência do uso de água para produzir madeira e (ii) a adubação com K aumenta o estresse das árvores durante as épocas de seca devido à transpiração forte, comparando-se com árvores deficientes em K.

O estudo foi realizado em um experimento com dispositivo de exclusão de chuva, instalado em junho de 2010, com plantio de Eucalyptus grandis em um Ferralsol muito profundo (>15 m), em Itatinga, SP, Brasil. O clima da região é Cfa segundo a classificação de Köppen. Foram estudados quatro tratamentos: dois níveis de exclusão de chuva (0 e 37%, +W e -W respetivamente) combinados com dois níveis de adubação potássica (0 e 0,45 mol m-2 de K, -K e +K respetivamente). O estudo foi realizado durante o quinto ano do ciclo de rotação do plantio. A transpiração foi medida continuadamente com sensores de fluxo de seiva, de acordo com Granier (1985), desde agosto de 2014 até julho de 2015. Para calcular a produção primária líquida de madeira (PPL madeira), foram cortadas oito árvores por tratamento em maio em novembro de 2014 e maio de 2015. As árvores foram divididas em tronco, ramos e folhas. Estes materiais foram secados e pesados para estimativa da massa de matéria seca. Foram coletadas 30 folhas em capa terço da copa das árvores para determinar a área específica foliar. A área foliar de cada seção da copa e a área total foliar foram calculadas de acordo com Nouvellon et al. (2010). O índice de área foliar (IAF) e a biomassa da madeira foram estimados a partir de relações alométricas. O potencial hídrico foliar ao meio-dia (Ψmd) foi medido mensalmente, mediante o uso de câmara de Scholander (Scholander et al., 1965), de outubro de 2014 a setembro de 2015. Dados meteorológicos foram coletados em estação meteorológica situada no local do experimento. Os resultados foram submetidos a análises de variância com nível de confiança de 95%.

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As árvores com +K tiveram maior transpiração do que as árvores com -K ao longo de todo o ano, especialmente no período de chuvas, como consequência da maior área foliar nas parcelas com K, entre outras causas. O K aumentou o IAF, e a restrição hídrica produziu o efeito contrario. A relação entre a transpiração e o IAF (kg água por m2 de folha) foi maior com potássio. A PPL de madeira foi um 146% maior em +K comparado com -K durante o período de seca, e 270% durante o de chuvas. A restrição hídrica diminuiu em 65% a PPL de madeira durante o período de seca e 22% na época chuvosa. Os fatores +K e -W não alteraram os valores de Ψmd nos meses com elevado déficit de pressão de vapor (DPV) e alta temperatura. Nos meses com baixo DPV e elevadas precipitações, as árvores com -W tiveram o Ψmd mais negativo, especialmente as que receberam potássio. Isto pode ser devido à combinação da elevada demanda de água por parte das árvores com K e ao menor volume de chuva recebido nos tratamentos com exclusão. Após período de seca, apenas em outubro de 2014 as árvores com +K manifestaram maior estresse hídrico (Ψmd mais negativo). Este resultado indica que o efeito da adubação com K sobre o estresse hídrico das árvores foi relativamente fraco, inclusive nos períodos de seca. Os valores de Ψmd foram mais variáveis em +K, o que indica que adubar com esse nutriente aumenta a capacidade de E. grandis para adaptar as trocas gasosas às condições climatológicas. A pequena variação nos valores de Ψmd ao longo do ano em -K indica que não houve estresse hídrico nas árvores sem K, o que é devido á baixa transpiração nesses tratamentos, e que permitiu acumular uma grande quantidade de água nas camadas profundas do solo durantes as épocas chuvosas. Os resultados de Ψmd de todo um ano indicam que o K como nutriente influi mais no estresse hídrico das árvores do que a restrição hídrica.

A adubação com K aumenta a eficiência do uso da água para a produção de madeira no plantio de E. grandis. As árvores adubadas com K não apresentaram maior estresse hídrico do que as árvores não adubadas, seja ao longo ou após período de seca.

Este trabalho foi financiado pelo projeto FAPESP 2013/25998-4, pelo CIRAD e pelo projeto USP/COFECUB 134/12. Os autores agradecem a colaboração dos funcionários da Estação Experimental de Ciências Florestais de Itatinga (SP, Brasil) e dos estudantes Leticia Carvalho, Karen Ribeiro e Marcos Okagawa.

Referências:

Battie-Laclau, P., J.S. Delgado-Rojas, M. Christina, Y. Nouvellon, J.-P. Bouillet, M.C. Piccolo, M.Z. Moreira, J.L.M. Gonçalves, O. Roupsard, J.-P. Laclau (2016). Potassium fertilization increases water-use efficiency for stem biomass production without affecting intrinsic water-use efficiency in Eucalyptus grandis plantations. For. Ecol. Manage. 364, 77–89. doi:10.1016/j.foreco.2016.01.004

Cakmak, I. (2005). The role of potassium in alleviating detrimental effects of abiotic stresses in plants. J. Plant Nutr. Soil Sci. 168, 521–530. doi:10.1002/jpln.200420485

Granier, A. (1985). Une nouvelle méthode pour la mesure du flux de séve brute dans le tronc des arbres. Ann. des Sci. For. 42, 81–88.

Nouvellon, Y., J.-P. Laclau, D. Epron, A. Kinana, A. Mabiala, O. Roupsard, J.-M. Bonnefond, G. le Maire, C. Marsden, J.-D. Bontemps, L. Saint-André (2010). Within-stand and seasonal variations of specific leaf area in a clonal Eucalyptus plantation in the Republic of Congo. For. Ecol. Manage. 259, 1796–1807. doi:10.1016/j.foreco.2009.05.023

Scholander, P.F., E.D. Bradstreet, E.A. Hemmingsen, H.T. Hammel (1965). Sap Pressure in Vascular Plants. Science. 148(3668): 339–346.

UMS2016-51 Variabilidade espacial da resistência a penetração do solo na cultura da cana-de-açúcar Uilka E. Tavares, Mário Monteiro Rolim, Elvira M. Regis Pedrosa

Departamento de Engenharia Agrícola, UFRPE. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, CEP 52171-900, Recife, PE, Brasil Solos mais compactados são prejudiciais ao crescimento das raízes e também interferem o acesso da planta ao oxigênio e água. As principais alterações observadas nas propriedades do solo, sobretudo no sistema de preparo convencional, são o acréscimo da densidade do solo e resistência do solo à penetração das raízes. Essas limitações propiciam o decréscimo do rendimento agrícola e aumentam os custos de produção. A partir do conhecimento da variabilidade espacial, é possível verificar as correlações espaciais entre os atributos do solo, o que contribui para a escolha das melhores estratégias para o manejo do solo. Desta forma, o objetivo do presente estudo foi de avaliar a variabilidade espacial da resistência do solo à penetração e da umidade do solo em um Argissolo distrocoeso cultivado com cana-de-açúcar.

A área de pesquisa foi na Estação Experimental de Cana-de-açúcar do Carpina (EECAC/UFRPE), localizada no Município de Carpina, PE, a 7o51’S de Latitude e 35o14’W Longitude e 178 m de altitude, com clima do tipo "AS" tropical chuvoso com verão seco, segundo a classificação de Köppen. A área foi preparada com grades aradora e niveladora e sulcador. A cultura instalada foi a cana-de-açúcar. Na área foi medida a resistência mecânica do solo a penetração das raízes (RP), umidade e densidade do solo.

O conjunto de dados foi submetido à análise de estatística descritiva, aderência à distribuição normal, segundo o teste de Kolmogorov-Smirnov. A dependência espacial foi avaliada por meio de ajuste de semivariograma. Foi escolhido o modelo com melhor ajuste segundo a técnica de validação cruzada de Jack-Knifing. Como resultados, verificou-se normalidade dos dados apenas para a umidade do solo. O coeficiente de variação foi classificado como de baixa variabilidade para a densidade do solo, e média variabilidade as demais variáveis. Para todas as variáveis foi necessário fazer a remoção de outliers, segundo o critério de Hoaglin.

Verificou-se uma camada de impedimento mais pronunciada na profundidade a partir dos 35 cm. Durante o preparo, verificou-se que a profundidade de ação do implemento foi de até 31 cm, o que justifica o incremento da RP a partir desta profundidade. A profundidade 20-40 cm apresentou RP máximo de 4,19 MPa. Para a cultura da cana-de-açúcar, a magnitude da RP pode interferir na distribuição das raízes e afetar a produtividade da cultura.

Foi possível ajustar os modelos dos semivariogramas para RP e umidade. A RP, nas duas profundidades, ajustou-se ao modelo esférico, enquanto a umidade ajustou-se ao modelo gaussiano. Pela distribuição dos mapas da RP (0-20 cm) e da umidade verifica-se correlação inversa, onde as áreas de maior umidade coincidem com os menores de resistência a penetração. Ao se verificar a correlação de Pearson entre as duas variáveis, obteve-se um R² = -0,32 significativo a 5%.

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As demais variáveis não apresentaram correlação significativa entre si.

Pode-se verificar que a resistência apresenta uma continuidade no perfil do solo. Por meio deles, observa-se que a maior parte da área da superfície apresenta baixa resistência em alguns focos. Mapas com krigagem indicatriz também foram gerados para se verificar RP acima de 2 MPa, valor considerado impeditivo para o crescimento das raízes. Foi possível verificar que a profundidade 0-20 cm encontra-se preservada, sem se observar resistência penetração nesta magnitude, enquanto a profundidade 20-40 cm apresentou valores acima do recomendado em toda a área.

Para verificar se os semivariogramas das variáveis apresentam a mesma estrutura de dependência espacial, realizou-se o escalonamento das semivariâncias de cada semivariograma pela variância dos dados. Pode-se comprovar que a resistência a penetração apresentou semelhante estrutura de dependência espacial para as duas profundidades. O semivariograma da umidade não se ajustou ao semivariograma da RP, indicando que o modo como a umidade varia no solo estudado não se assemelha ao da RP. O semivariograma escalonado da RP apresenta ajuste de 83%.

Pode-se concluir que os métodos geoestatísticos permitiram identificar a dependência espacial das variáveis resistência a penetração e umidade. A resistência nas duas profundidades apresentaram semelhantes estruturas de dependência espacial, após serem escalonados, permitindo ser descritas por um único modelo de semivariograma. Metade da área apresentou moderada resistência a penetração na profundidade 0-20 cm. Mais de 90% da área apresentou moderada resistência a penetração, na profundidade 20-40 cm.

UMS2016-60 Perdas de solo e recuperação como consequência das mudanças de uso do solo na Serra de Mértola

Maria José Roxo (1), Adolfo Calvo-Cases (2)

(1) CICS.NOVA - Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Portugal (2) Departamento de Geografia da Universidade de Valência, Espanha A serra de Mértola corresponde aos terrenos do extremo Sudeste do Concelho de Mértola, na Margem Esquerda do Rio Guadiana. Considerada uma área marginal e sem aptidão agrícola devido às características dos seus solos, conheceu, no entanto, vários períodos em que predominaram diferentes usos, de entre as quais: o cultivo intensivo, centrado na produção de cereais (Estado Novo – Campanha do Trigo), o abandonado de vastas áreas agrícolas durante a década de 90 do século XX e, recentemente, a aposta séria na criação de gado. Estas fases distintas nos seus efeitos em relação à dinâmica dos ecossistemas conduziram à intensificação de processos erosivos e destruição de recursos naturais ou, favoreceram a regeneração e recuperação da vegetação “natural” e consequentemente, a biodiversidade.

Estudos anteriores, financiados pela União Europeia (Medalus I, II, III- 1990-99 e Desertlinks-2001-04) possibilitaram a análise dos processos naturais e antrópicos responsáveis pelo elevado estado de degradação em que se encontram os ecossistemas, nesta área do País. Pretende-se demonstrar, com base em dados experimentais e de investigação de campo, os efeitos ambientais dos principais usos do solo existentes hoje em dia, neste território do Baixo Alentejo, com particular destaque para: o cultivo de cereais, a criação de gado e o abandono da terra. Resumen

La Sierra de Mértola ocupa la parte SE del municipio de Mértola, en la margen izquierda del rio Guadiana. Considerada un área marginal y sin aptitudes agrícolas debido a las características de sus suelos, ha pasado, sin embargo, por varios periodos con predominio de diferentes usos del suelo, entre los que destacan: el cultivo intensivo de cereales (durante la campaña de trigo del periodo de Estado Nuevo), el abandono de grandes extensiones de tierra agrícola durante la década de los 90 del siglo XX y, recientemente, una seria apuesta por la cría de ganado. Estas distintas fases han repercutido sobre la dinámica de los ecosistemas especialmente con una intensificación de los procesos de erosión y la destrucción de recursos naturales, aunque también con la recuperación de vegetación “natural” y en consecuencia de la biodiversidad. Estudios previos, financiados por la UE (Medalus I, II, III-1990-99 Desertlinks-2001-04) han posibilitado un análisis de los procesos naturales y antrópicos responsables del elevado estado de degradación en que se encuentras los ecosistemas de esta área de Portugal.

Se pretende demostrar a partir de datos experimentales y de trabajo de campo, las consecuencias ambientales de los principales usos de suelo actuales en este territorio del Bajo Alentejo, atendiendo con especial énfasis a: el cultivo de cereales el sobrepastoreo y el abandono de la tierra.

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VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

UMS2016-61 Estatística multivariada como ferramenta para grupamento de solos de regiões altomontas de Santa Catarina, Brasil Denilson Dortzbach (1,2), Marcos Gervasio Pereira (2), Antonio Paz González (3), Luiz F. Novaes Vianna (1), Eduardo C. da Silva Neto (2), Evertton Blainski (1)

(1) EPAGRI - Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural, Brasil (2) UFRRJ – Univ. Federal Rural do Rio de Janeiro, Brasil (3) UDC - Universidade da Coruña, España A ocorrência dos solos das regiões altomontanas e a sua gênese são influenciadas pela interação dos fatores material de origem e clima, que ocorrem de forma diferenciada em função de um gradiente altitudinal, podendo ser avaliada através da utilização de estatística multivariada. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar o potencial de utilização da análise de similaridade e discriminante no grupamento de perfis de solo em região altomontana de Santa Catarina, Brasil. Foram realizadas coletas de perfis nas regiões produtoras de vinho de altitude, totalizando 38 perfis modais. A partir dos dados morfológicos e dos atributos físicos e químicos, os solos foram classificados de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. A maior parte dos solos da região foi classificada como Cambissolos (63%). Entretanto, ocorrem Nitossolos (29%) e Latossolos (5%), que indicam a influência do relevo e clima na expressão de processos pedogenéticos, além de Neossolos Litólicos (3%) em áreas com relevo forte ondulado.

De acordo com a geologia, os perfis de solo foram agrupados em quatro regiões, também identificadas pelos municípios sede: I - região de rochas sedimentares - perfis 1 a 4 (Bom Retiro e Urubici); II - região de rochas ígneas ácidas - riodacito - perfis 5 a 21 (São Joaquim); III - região de rochas ígneas - basalto - perfis 22 a 34 (Campos Novos); e IV - região de rochas ígneas ácidas - tipo Palmas - perfis 35 a 38 (Água Doce). A similaridade entre os perfis de solos foi avaliada através da análise multivariada, sendo utilizados os atributos físicos e químicos dos horizontes subsuperficiais. Para a diferenciação e caracterização dos solos, foi realizada a análise discriminante, utilizada no intuito de separar conjuntos distintos das observações (atributos físicos e químicos) e fixar novos grupos previamente definidos (classes de solo). Pela avaliação do agrupamento pela similaridade, foi possível agrupar os solos e confirmar a influência do material de origem nos atributos do solo, o que destaca a importância e a relação direta da geologia para a formação dos solos no ambiente de altitude no estado de Santa Catarina.

Pela avaliação do dendograma, os solos foram agrupados em quatro grupos homogêneos: Grupo 1 – Maior, é formado pelos solos das regiões I

(sedimentares) e II (riodacitos); Grupo 2 – Menor, formado apenas pelo perfil 4; Grupo 3 – Constituído pelos 4 perfis da região IV (ígneas

ácidas); Grupo 4 – Formado pelos solos originados de basalto

(região III). No dendrograma verifica-se que os perfis formados a partir de riodacito da região (II) de São Joaquim (perfis 5, 7, 6, 8, 9, 14 até o perfil 21), possuem, nessa ordem,

maior similaridade entre si, indicada pela menor distância euclidiana. Unem-se a esse grupo os perfis na região de rochas sedimentares (I), sendo que o perfil 1 apresenta maior similaridade com os perfis 2 e 3. De forma distinta, o perfil 4 se relaciona tanto com os perfis formados a partir de riodacitos como com os solos originados de rochas sedimentares, mas com maior distância euclidiana. Esse perfil se diferencia, principalmente pelos menores teores de argila, que apresentam pouca ou nenhuma variação entre os horizontes A e B.

O segundo grupo formado com solos da região IV mostra maior similaridade entre os perfis 37 e 38, sendo que o perfil 38 apresentou similaridade com todos os 3 perfis e em menor proporção com o perfil 35.

No grupo com menor similaridade entre os solos, região III, os perfis 33, 32, 31 e 34 se apresentaram mais próximos. Já os perfis 22 e 23 apresentaram similaridade entre si, porém foram os que mostraram as maiores diferenças em comparação a todos os demais perfis, ou seja, apresentam variáveis distintas em relação a outros solos.

A análise discriminante foi realizada com base nas quatro classes de solo e indicou, para o horizonte A, que os dois primeiros eixos canônicos (CAN) explicaram 94% da variância total, sendo que a CAN1 explica 78,1%, ou seja, esta é a função que mais contribui para demonstrar as diferenças entre os grupos e a CAN2 16,2% da variância.

Entretanto a avaliação de Lambda de Wilks utilizada para testar a significância das funções discriminantes, indica p-value (0,455) maior que o nível de significância de 0,05 para a CAN1, não sendo, dessa forma, significativa.

Para o horizonte B, 100% da variância dos dados também é explicada nos dois primeiros eixos canônicos, sendo que a CAN 1 explica 73,8% e a CAN 2 explica 26,2%. O baixo valor de lambda Wilks (0,000) da CAN1 mostra que a primeira função tem um melhor poder de discriminação e o p-value (0,003) indica que a primeira função discriminante é altamente significativa.

A análise do total de observações e os percentuais de classificação correta e incorreta das classes de solo, nos quatro grupos determinados pelas funções discriminantes canônicas, mostra que todas as observações das classes de solo no horizonte B (100%) foram classificadas corretamente. Tal fato comprova a eficiência da técnica de agrupamento para distinguir classes de solo e evidencia a relação do horizonte B com os atributos que melhor expressam a pedogênese. Por outro lado, no horizonte A, apenas 73% da classificação foi corretamente relacionada com a do modelo. Nesse horizonte, o Neossolo Litólico foi classificado como Nitossolo, 9 perfis de Nitossolos foram agrupados com os Latossolos e todos os Cambissolos (24 perfis) apresentaram a mesma classificação de acordo com o modelo.

A análise conjunta das variáveis edáficas permitiu separar os solos em três grupos por similaridade. O primeiro, maior, é formado pelos perfis originados de rochas como riodacitos e sedimentares; o segundo grupo, menor, é formado apenas pelos quatro perfis da região de Água Doce (rochas ácidas) e o terceiro é formado por perfis originados de basalto. A técnica de análise discriminante com base em variáveis do horizonte B foi eficiente no agrupamento das classes de solo.

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UMS2016-64 Avaliação de efeitos antrópicos na variabilidade da precipitação Isabel P. de Lima (1,2), Shaun Lovejoy (3)

(1) Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal (2) Instituto do Mar (IMAR) e Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), Portugal (3) Physics Department, McGill University, Montreal, Canada Recentemente tem havido contribuições importantes para a clarificação das propriedades dos diferentes regimes (escalantes) no processo de precipitação, da variabilidade neste processo a várias escalas, e identificação da sua origem (natural ou antrópica). Essa clarificação é particularmente relevante para a caracterização dos efeitos na precipitação – também no ciclo da água, nos ecossistemas - decorrentes do aquecimento global. Neste trabalho apresentam-se alguns resultados pertinentes, obtidos na investigação sistemática da variabilidade na precipitação a diferentes escalas temporais e espaciais, baseada no estudo de produtos de precipitação (globais e centenários). Estes produtos são baseados em dados instrumentais recolhidos nas redes udométricas continentais (GHCN), dados de reanálise (20CR) e dados híbridos deteção remota/dados instrumentais (“Smith”), e permitem investigar a precipitação sobre os continentes, os oceanos, e à escala global. Usa-se análise espectral e flutuações Haar para identificar diferentes regimes (tempo, macrotempo, clima) e para caracterizar empiricamente a estatística (escalante) temporal, espacial e espácio-temporal da precipitação. A abordagem apresentada neste trabalho permite detetar o sinal antrópico na variabilidade da precipitação – separando as componentes relativas à variabilidade natural e antrópica -, o que nem sempre tem sido captado por outros métodos de análise; em particular, notamos que as abordagens usuais, baseadas em análises de tendência linear, no tempo, e períodos de estudo de só algumas décadas, não conduzem geralmente a resultados estatisticamente significativos. Isto contrasta com os nossos resultados (obtidos com uma abordagem alternativa, que considera o forçamento), que confirmam efeitos das alterações climáticas na precipitação, cuja variabilidade evidencia efeitos antrópicos nas baixas frequências, a escalas da ordem das dezenas de anos. Estes resultados poderão ser pertinentes nalgumas regiões, em estudos hidrológicos, nomeadamente relativos à conservação da água e do solo.

UMS2016-65 Aplicação de modelos de erosão hídrica em ambiente SIG - um caso de estudo Ana Paula Leite (1), Vítor P. Cavaleiro (2), António C. Duarte (3)

(1) Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), Castelo Branco, Portugal (2) Universidade da Beira Interior (UBI), Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura, Covilhã, Portugal (3) Instituto Politécnico de Castelo Branco, Escola Superior Agrária, Castelo Branco, Portugal As questões relacionadas com os processos erosivos são alvo de preocupação em todo mundo. A utilização indiscriminada do solo, através da intensificação das práticas agrícolas mecanizadas, associadas à destruição das florestas, expansão urbana e construção, são os principais agentes antropogénicos que causam grandes perdas de solo alterando o equilíbrio dos ecossistemas terrestres e aquáticos. A região mediterrânea é particularmente susceptível à erosão. Isto deve-se ao facto de esta região estar sujeita a longos períodos secos seguidos por chuvas intensas, em declives acentuados e com reduzida cobertura vegetal (EEA, 2003).

O risco de erosão em Portugal está distribuído da seguinte forma: 69% do território apresenta elevado risco de erosão, 25% um risco médio, e em apenas 6%, o risco de erosão é baixo (Giordano et al., 1991). Atendendo a estes indicadores é imperioso o desenvolvimento de metodologias de avaliação para aplicação sistemática e contínua, que permitam compreender melhor os processos dinâmicos da erosão hídrica.

A classificação pedológica e geotécnica é uma parte integrante deste estudo, ligada à aplicação de modelos de erosão hídrica em ambiente SIG (Sistemas de Informação Geográfica) a uma sub-bacia hidrográfica do Ribeiro do Vale do Gamo, afluente da Ribeira do Aravil, e esta por sua vez do Rio Tejo, localizada no concelho de Idanha-a-Nova, e onde se encontra instalado um dispositivo experimental com monitorização do escoamento e da produção de sedimentos.

Os modelos de erosão hídrica do solo são aplicações matemáticas utilizadas para reproduzir os processos erosivos. São utilizados para o dimensionamento de estruturas de controlo de erosão, avaliação de práticas de uso do solo e planeamento ambiental. Nas últimas décadas, foram desenvolvidos vários modelos que permitiram melhorar os conhecimentos sobre os processos erosivos, podendo-se dividir em dois grupos os atualmente existentes: empíricos e os fisicamente baseados.

A equação empírica RUSLE (Revised Universal Soil Loss Equation) (Wischmeier & Smith, 1978; Renard et al., 1997) foi um dos modelos selecionado. Este tipo de modelos são amplamente aceites pela sua simplicidade e disponibilidade de parâmetros. Contudo apresentam duas grandes desvantagens quando utilizados em bacias hidrográficas de maior dimensão: a impossibilidade de prever a deposição do solo, e portanto do arrastamento de sedimentos para fora da unidade territorial em causa (Renard et al., 1997), e a dificuldade de cálculo de parâmetros topográficos (Hickey, 2000).

O outro modelo selecionado foi o SWAT - “Soil and Water Assessment Tool” (Neitsch et al., 2005), sendo este

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VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

baseado em princípios físicos. Estes modelos são geralmente exigentes em termos informáticos e de dados, o que limita a sua ampla aplicabilidade no estudo do processo erosivo, sendo no entanto uma ferramenta com um elevado potencial.

Os resultados obtidos com a aplicação do modelo RUSLE foram bastante satisfatórios, com médias de perdas anuais de solo para a sub-bacia da zona de estudo semelhantes às obtidas no Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Tejo, para os quais são mencionados valores de perdas de solo para a Ribeira do Aravil de 4,5 ton/ha.ano. Os resultados apurados com o modelo SWAT para os anos de estudo seguem a mesma tendência, no entanto com valores inferiores de produção de sedimentos. Com recurso ao indicador Coeficiente de Eficiência de Nash e Sutcliffe (Nash & Sutcliffe, 1970), foram comparados os dados simulados pelo modelo SWAT, com os dados observados no dispositivo experimental, tendo o modelo sido considerado aceitável.

Como base nos modelos acima referidos foi elaborada uma carta de suscetibilidade à erosão hídrica e com base nesta, e nos resultados das Unidades Geotécnica, e demais cartografia, foi elaborada a carta de aptidão ao suporte de construção.

Referências:

E.E.A – European Economic Area (2003). Assessment and reporting on soil erosion. Background and workshop report. http://www.eea.europa.eu/publications/technical_report_2003_94, p.1-103.

Giordano, A., P. Bonfils, D. Briggs, E. Sequeira; C. Roquero, N. Yassoglou (1991). The methodological approach to soil erosion and important land resources evaluation of the European Community. Soil Technology, 4: 65 – 77.

Hickey, R., R. Carew, R. Watkins (2000). Tidal inundation modelling. Roebuck Bay, Western Australia. GIS Asia Pacífic, February/March, 47-50.

Nash, J.E., J.V. Sutcliffe (1970). River flow forecasting through conceptual models part I — A discussion of principles, Journal of Hydrology, 10 (3): 282–290.

Neitsch, S.L., J.G. Arnold, J.R. Kiniry, J.R. Williams. 2005. Soil and Water Assessment Tool Theoretical Documentation, Version 2005. Temple, Tex.: USDA/ARS Grassland, Soil and Water Research Laboratory. http://swat.tamu.edu/, consulta em 2015.

Renard, K.G., G.A. Foster, G.A. Weesies, D.K. McCool, D.C. Yoder (1997). Predicting soil erosion by water: a guide to conservation planning with the revised universal soil loss equation (RUSLE). USDA Agricul. Handbook 703. Agricultural Research Service. Washington D.C.

Wischmeier, W.H., D.D. Smith (1978). Predicting Rainfall Erosion Losses: a Guide to Conservation Planning. U.S. Dep. of Agriculture, Agriculture Handbook No. 537, Washington, USDA, p. 58.

UMS2016-69 Enmiendas orgánicas usadas para transformar un área afectada por fuego en Dehesa: Análisis multivariado Gerardo Ojeda (1), David Tarrasón (2), Josep María Alcañiz (2)

(1) Universidad Nacional de Colombia, Palmira, Valle, Colombia (2) CREAF, Cerdanyola del Vallès 08193, España La transformación de un matorral afectado por fuego en un sistema de Dehesa puede ser útil para la recuperación de ciertas funciones productivas y reguladoras de los ecosistemas, tales como el pastoreo, el control de la erosión y la reducción del riesgo de incendio. Sin embargo, la productividad de la cubierta herbácea y el desarrollo arbóreo en el sistema transformado pueden ser limitados por la fertilidad del suelo, especialmente después de episodios de fuego. Estudios anteriores han demostrado que dosis adecuadas de los lodos de depuradora puede mejorar la fertilidad del suelo y facilitar la recuperación de la cobertura vegetal, pero pocos estudios se han centrado en la evaluación de la biodiversidad vegetal. En este estudio, comparamos los efectos de diferentes lodos de depuradora (deshidratados, compostados, secados térmicamente) usados como enmienda de suelos en la recuperación de terrenos degradados por fuego, en el crecimiento de árboles y en la composición de pasturas (cubierta vegetal, riqueza de especies y diversidad). A corto plazo, los lodos de depuradora provocan cambios en tanto en la cobertura vegetal, como en el crecimiento de los árboles. Aunque no hubo grandes diferencias en la riqueza de especies vegetales, el uso de lodos de depuradora como enmienda del suelo modificó la diversidad funcional de la comunidad vegetal. Un análisis multivariado (curvas de respuesta principal) de la influencia de los lodos de depuradora sobre la composición de la vegetación, determinó la sustitución rápida de los matorrales por cubierta herbácea, plantas ruderales (por ejemplo, Bromus hordeaceus y Leontodon taraxacoides) y por tres especies de gramíneas sembradas (Festuca arundinacea, Lolium perenne, y Dactylis glomerata). En contraste, las especies fijadoras de nitrógeno (leguminosas) fueron más abundantes en los suelos no fertilizados con lodos y suelos fertilizados con lodos compostados. Los resultados indicaron que lodos de depuradora modifican la funcionalidad de la vegetación cuando son aplicados a suelos y la respuesta varía de acuerdo al tipo de post-tratamiento de los lodos de depuradora.

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VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

UMS2016-71 Urbanização como fator de degradação do solo e da água: transporte de sólidos em suspensão em áreas com diferentes padrões urbanos Carla S. S. Ferreira (1), Rory P. D. Walsh (2), António J.D. Ferreira (1)

(1) Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (CERNAS), Escola Superior Agrária de Coimbra, Coimbra, Portugal (2) Departamento de Geografia, Universidade de Swansea, Swansea, Reino Unido A degradação do solo constitui uma das consequências da ação humana, em particular das alterações de uso do solo. A urbanização encontra-se historicamente associada à perda de solo e aumento da carga de sedimentos nas linhas de água. Contudo, apesar dos inúmeros estudos desenvolvidos ao longo das últimas décadas, existe ainda uma falta de conhecimento no que respeita à relação entre o tipo de urbanização e o transporte de sedimentos em massas de água superficiais, nomeadamente em zonas periurbanas da região Mediterrânea. Neste sentido, este trabalho investiga a concentração de sólidos transportados em suspensão, em linhas de água que drenam áreas com distintos padrões de urbanização, caracterizados por diferentes índices de impermeabilização e sistemas de drenagem de águas pluviais. O estudo visa ainda a avaliação da variação da concentração de sólidos em suspensão em diferentes eventos de precipitação, registados ao longo do ano. O trabalho foi desenvolvido na bacia hidrográfica da Ribeira dos Covões, localizada na Região Centro de Portugal. Dada a sua proximidade ao centro da cidade de Coimbra, esta bacia tem sido sujeita a um rápido processo de urbanização desde a década de 50. Atualmente, apesar desta ser uma bacia ainda maioritariamente florestal (56%), as áreas urbanas representam 40% da bacia, sendo a atividade agrícola bastante reduzida (4%).

O estudo considerou a determinação da concentração de sólidos em suspensão, não apenas na secção de saída da bacia hidrográfica (ESAC), mas também em três afluentes: i) Espírito Santo, drenando uma maior área urbana (49%); ii) Porto Bordalo, com 39% de área urbana; e iii) Quinta, com menor área urbana (22%) mas maioritariamente em fase de construção (18%). As amostras de água superficial foram recolhidas manualmente durante 10 eventos de precipitação, registados entre Outubro de 2011 e Março de 2013. Em cada evento e em cada local foram recolhidas várias amostras em diferentes fases do hidrograma: (1) caudal de base, (2) curva de crescimento e (3) curva de decrescimento. A concentração de sólidos em suspensão totais (SST) foi determinada por evaporação das amostras (105oC). A concentração de sólidos em suspensão dissolvidos (SSD) foi estimada a partir dos valores de turvação, determinados por espectrofotometria de feixe simples. Esta estimativa foi realizada com base em retas de calibração, estabelecidas para cada local, obtidas a partir da secagem (105oC) de algumas amostras filtradas (45 µm). Adicionalmente, a concentração total de sólidos dissolvidos (STD) foi também medida com sensor de condutividade.

A concentração de SST foi maior na sub-bacia Quinta (113-4320 mg L-1) e na saída da bacia hidrográfica

(ESAC) (200-1656 mg L-1), do que nas sub-bacias Espírito Santo (183-852 mg L-1) e Porto Bordalo (47-598 mg L-1) (p<0.05). A maior concentração de SST em Quinta resulta da grande área de solo nu, associada às atividades de construção. No entanto, este local revelou menores concentrações de STD (56-4010 mg L-1), possivelmente devido à textura arenosa do solo. Maiores concentrações de STD, contudo, foram registadas em Porto Bordalo (27-5400 mg L-1), possivelmente devido à textura argilosa do solo. Espírito Santo, com solo areno-argiloso apresentou valores de STD de 27-5400 mg L-1, enquanto na secção de saída da bacia as concentrações foram de 1-4820 mg L-1. Durante o período de estudo as concentrações de sólidos foram mais elevadas durante a chuvada com maior intensidade de precipitação (15,9 mm h-1), registada a 2 de Novembro de 2011. As primeiras chuvadas após o verão originaram também concentrações mais elevadas de sólidos, nomeadamente em Quinta e Espírito Santo, associadas ao início de regime de escoamento intermitente.

Mais importante do que percentagem de área urbanizada, a concentração de sólidos em suspensão está relacionada com a estabilidade das áreas urbanas. Áreas mais urbanizadas apresentam menores concentrações de sólidos do que áreas em construção. Deste modo, é importante considerar a implementação de medidas de mitigação de erosão do solo em zonas em construção. Além disso, medidas de retenção e infiltração do escoamento superficial são fundamentais para minimizar a concentração de sólidos em suspensão nas linhas de água, principalmente após o período seco.

O conhecimento das concentrações de sólidos em suspensão ao longo do tempo é importante para caracterizar a qualidade da água e promover a gestão integrada dos recursos hídricos. A concentração de sólidos em suspensão nas massas de água não afeta apenas a turvação da água, com impactes diretos no ecossistema aquático, mas está também associada ao transporte de nutrientes e contaminantes que podem degradar a qualidade da água.

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UMS2016-72 As alterações do uso do solo na Região Centro de Portugal ao longo do último século: Políticas, processos, dinâmicas e impactos. Lições para enfrentar o futuro António J. Dinis Ferreira, Carla S. S. Ferreira

CERNAS - Centro de Estudos em Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade, Portugal Escola Superior Agrária de Coimbra, Politécnico de Coimbra, Portugal Nos últimos 100 anos a Região Centro de Portugal sofreu alterações profundas no seu uso do solo, na forma como se organiza, ao nível da distribuição e organização da sua população e das suas actividades económicas, mormente as mais ligadas ao território, aos recursos naturais, aos ecossistemas e aos serviços por eles fornecidos.

Há 100 anos, a maior parte da população vivia da agricultura, e com excepção das cidades em resultado da indústria e do comércio, a capacidade produtiva influenciava a distribuição da população no território, com as áreas mais férteis a permitirem uma maior concentração populacional, caso das áreas tipicamente agrícolas nas planícies aluviais dos maiores rios da região, nas bacias sedimentares à volta das serras, como as que pontuam as bordaduras da cordilheira central (incluindo as Cova da Beira), além das campinas de Idanha.

O restante território, dadas as fracas capacidades produtivas, possuía um sistema produtivo assente numa agricultura pobre, na exploração dos produtos da floresta e na pastorícia, que usava os baldios (terrenos comunitários) para apascentar os rebanhos. Este modo de vida assente na pluriactividade, permitia o povoamento das serras de xisto que se tornou possível com a descoberta da América e a introdução do milho, a partir do século XVI. Este modo de vida pobre e exigente assentava sobre ecossistemas com uma capacidade de carga limitada, e em muitos locais encontravam-se sobre explorados e em degradação.

A decisão política de florestar os baldios, tomada pelo Estado Novo, limitou substancialmente os recursos dessas áreas menos produtivas, levando ao decréscimo e em alguns casos mesmo ao abandono das populações, o que diminuiu a capacidade de intervenção sobre a paisagem. Esta diminuição do controlo implicou a acumulação de matéria orgânica a níveis insustentáveis e ao recrudescimento dos incêndios florestais a partir da década de 1970. A partir dessa data assiste-se também à expansão acentuada do Eucalyptus globulus, altera substancialmente a paisagem e o risco de incêndio. Nos dias de hoje, um grande esforço é colocado na gestão do risco de incêndio, que constitui o primeiro factor de modelação da paisagem, tendo sido desenvolvidas novas estratégias, em grande medida baseadas em conhecimento científico inspirado no conhecimento ancestral. Neste trabalho serão discutidas as estratégias para responder aos desafios iminentes decorrentes das alterações climáticas, económicas e sociais, no sentido de aumentar a resiliência e auto-suficiência da Região Centro de Portugal.

UMS2016-80 Modelação dos fluxos hidrológicos entre zona saturada e não-saturada, ao nível de parcela do Baixo Mondego Manuel Nunes (1,2), José M. Gonçalves (1,2), João L. M. P. de Lima (3), Luis S. Pereira (2)

(1) Instituto Politécnico de Coimbra, Escola Superior Agrária, Portugal (2) LEAF, Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Portugal (3) MARE, Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Coimbra, Portugal A comunicação apresenta um trabalho modelar dos fluxos hídricos entre a toalha freática e a zona não-saturada ou de exploração radicular, tendo por base o contexto agrícola da parcela do Baixo Mondego. A modelação resulta da combinação de dois modelos: HYDRUS-1D e MODFLOW, os quais descrevem, respetivamente, os fluxos de drenagem e ascensão capilar ocorridos na zona não-saturada e os impactos que tais fluxos têm na oscilação da toalha freática. O estudo incidiu sobre uma parcela agrícola com solo franco-argiloso, inserida no bloco hidráulico da Carapinheira do perímetro de rega do Baixo Mondego, ocupada pela cultura de milho, na qual foi praticado um sistema de rega por sulcos. A aplicação dos modelos envolveu um processo de calibração e respetiva validação, o qual se baseou num conjunto de observações de campo efetuadas nos anos de 2011 e 2012. Tais observações incluíram a monitorização de: nível freático; teor de humidade e potencial matricial do solo; condições meteorológicas; regas aplicadas; práticas culturais e desenvolvimento da cultura. No processo de calibração do modelo HYDRUS, a obtenção dos parâmetros hidrodinâmicos do solo foi efetuada com bases nos valores provenientes de análises laboratoriais e de funções de pedotransferência referentes a solos com características semelhantes. Como forma de melhor aferir a calibração do modelo, ou seja, aproximar os valores de teor de humidade modelados aos observados, os parâmetros hidráulicos foram reajustados recorrendo-se ao procedimento de modelação em modo inverso. Um procedimento semelhante foi empregue na calibração do modelo MODFLOW, o qual se baseou na comparação entre os níveis freáticos simulados pelo modelo e os níveis observados nos piezómetros, aferindo quer os parâmetros hidráulicos do aquífero quer a sua própria geometria e comunicação com o meio envolvente (valas de drenagem e canteiros de arroz). Uma vez os dois modelos calibrados em modo individual, procedeu-se à sua interligação através de um processo iterativo, em que os resultados de um modelo são os dados de entrada ou as condições de fronteira do outro. São apresentados resultados da modelação conjunta destes modelos para diferentes cenários de gestão da água na parcela, os quais incluíram: i) modificações no calendário de rega, com supressão de uma rega; ii) afinações da gestão do sistema de rega por sulcos, com aumento dos caudais de alimentação; iii) variações no controlo do nível das valas de drenagem.

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UMS2016-85 Distribuição espacial da curva de retenção da água no solo sob cultivo de cana-de-açúcar Glécio M. Siqueira (1), Carlos E. L. Feitosa (1), Maryzélia F. de Farias (1), Mayanna Karlla L. Costa (1), Alana das Chagas F. Aguiar (1), Jorge Dafonte Dafonte (2)

(1) Universidade Federal do Maranhão. Campus Bacanga, São Luís, Maranhão, Brasil (2) Universidade de Santiago de Compostela, Campus de Lugo, España Na agricultura de precisão o solo deixa de ser tratado como homogêneo, e a sua variação espacial passa a ser considerada visando à exploração e ao monitoramento de suas características produtivas com vistas a ganhos ótimos, conservação do meio ambiente e desenvolvimento humano. Todavia, a agricultura de precisão utiliza ferramentas computacionais, tecnologias em geoprocessamento, sistema de posicionamento global e ferramentas geoestatísticas para a manipulação e interpretação da variabilidade dos parâmetros envolvidos no processo de produção agrícola. Tal modelagem matemática permite descrever o comportamento espacial de diferentes atributos do solo. Sabe-se que os atributos físicos do solo variam ao longo da paisagem, apresentando relação espacial entre os mesmos. Nesse sentido, ressaltamos que pouco se sabe sobre o comportamento espacial da curva de retenção de água no solo e sua relação com outros atributos físico-hídricos do solo. A curva de retenção de água no solo tem sido utilizada como importante ferramenta na descrição do comportamento físico-hídrico e na mecânica dos solos não saturados. A curva é parte fundamental da caracterização das propriedades hidráulicas do solo, especialmente em estudos de balanço e disponibilidade de água às plantas, de dinâmica da água e solutos no solo, de infiltração e no manejo da irrigação. A exemplo da distribuição do tamanho dos poros no solo é possível obter relações de dependência entre os coeficientes das equações matemáticas que descrevem a curva de retenção e diversas propriedades do solo. Mediante essas inter-relações, a curva de retenção pode ser utilizada na avaliação da qualidade do solo, indicando práticas mais adequadas de produção agrícola, assim como no que concerne à estabilidade de obras de terra. Assim, o objetivo desse trabalho foi determinar a variabilidade espacial da curva de retenção de água e sua relação espacial com atributos físico-hídricos do solo. A área experimental está localizada na Usina Itajubara, no município de Coelho Neto (Maranhão, Brasil). As amostragens foram realizadas em um Latossolo Vermelho, em 100 pontos de amostragem distribuídos ao acaso em uma área 6,85 ha, amostrados na camada de 0,0-0,20 m. A altitude (m) foi determinada em cada um dos pontos de amostragem por meio de GPS com correção diferencial. Os atributos físico-hídricos foram amostrados por meio de anéis volumétricos sendo: densidade do solo (kg dm-3), porosidade total (%), macroporosidade (%), microporosidade (%), areia total (g kg-1), areia grossa (g kg-1), areia fina (g kg-1), silte (g kg-1), argila (g kg-1) e a curva de retenção de água no solo (kPa). A curva de retenção de água foi determinada nas seguintes tensões: 0, 6, 10, 30, 100, 300, 500 e 1500 kPa. Os resultados demonstram que os dados de densidade e porosidade apresentaram distribuição de frequência normal, com exceção da areia fina e da argila

que apresentaram distribuição de frequência lognormal. Todos os atributos físico-hídricos em estudo apresentaram valores de CV (coeficiente de variação, %) baixos, exceto o conteúdo de argila (g kg-1) que apresentou CV mediano. Os valores de densidade do solo encontrados não descrevem a presença de áreas compactadas, todavia foi verificado um aumento dos valores de densidade na parte mais baixa da área, podendo ser reflexo de acumulação de argila nesta região. Os valores das tensões da curva de retenção de água no solo apresentaram valores negativos de correlação linear, indicando haver relação inversa em função da estruturação dos poros que condicionam o fluxo e drenagem de água na área. Foram encontrados baixos valores de correlação linear entre a densidade e porosidade do solo x as tensões da curva de retenção de água no solo (0, 6, 10, 30, 100, 300, 500 e 1500 kPa). Foram encontrados valores de correlação linear negativos e medianos entre o conteúdo de areia total e as tensões da curva de retenção de água no solo (0, 6, 10, 30, 100, 300, 500 e 1500 kPa). Todos os atributos físico-hídricos apresentaram dependência espacial, exceto: microporosidade (%), areia total (g kg-1), areia grossa (g kg-1), areia fina (g kg-1) e as tensões de 6 e 30 kPa. O maior valor de alcance (a, m) foi descrito para a tensão de 300 kPa (199 m) e o menor valor de alcance (a, m) de 41,3 m para o solo saturado (tensão 0 kPa). As curvas de retenção de água no solo quando agrupadas apresentaram três padrões distintos, correspondendo aos 3 compartimentos de altitude presentes na área de estudo, havendo menor armazenamento de água na parte superior da área. Os mapas de variabilidade espacial dos atributos físico-hídricos em estudo demonstram que há a existência de um padrão espacial entre os mapas da densidade, argila e as tensões da curva de retenção de água no solo.

Os autores agradecem SECTI (Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Maranhão) FAPEMA (Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão) pelo financiamento deste projeto (APCINTER 02587/14, BATI 02985/14, UNIVERSAL-00735/15, BEPP 01301/15, APEC 01697/15, BM-01267/15 e BD-01343/15).

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UMS2016-86 Os Planos de Gestão de Bacia Hidrográfica como instrumentos indutores de resiliência – contributos para a articulação entre uso do solo e proteção dos recursos hídricos Carla Rodrigues (1), Teresa Fidélis (2)

(1) Departamento de Ciências Exatas, Instituto Politécnico de Coimbra, Bencanta, 3040-316 Coimbra, Portugal (2) GOVCOPP Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro, Campus Universitário de Santiago, 3810-193 Aveiro, Portugal O solo e a água são dois recursos naturais que desempenham um papel fundamental para a sustentabilidade ambiental e solidariedade inter-geracional. O uso do solo e da água gozam de uma estreita e complexa inter-relação suportada por processos hidrológicos complexos que condicionam a sustentabilidade dos usos que sobre eles a sociedade desenvolve. A diversidade e complexidade dos impactes que os diferentes tipos usos do solo podem ter sobre as características hidromorfológicas e ecológicas dos recursos hídricos bem como sobre o ciclo hidrológico necessitam de ser abordadas de forma articulada. Em torno desta relação entre uso do solo e recursos hídricos, contudo, coexiste uma diversidade de utilizadores com interesses distintos, potenciadores de conflito e cuja exploração pode conduzir a consequências nefastas sobre a água, o solo e os ecossistemas, que importa prevenir ou mitigar. Estas ganham particular importância numa altura em que se assiste a reduções nas disponibilidades hídricas face às intensidades de consumo em várias regiões, agravando a desigualdade territorial e temporal de acesso ao recurso, bem como a cenários hidrológicos mais críticos associados aos efeitos das alterações climáticas. Este contexto, conjuntamente com os compromissos assumidos no âmbito da Diretiva Quadro da Água e da Diretiva Inundações, reforça a importância da articulação entre ordenamento do território e planeamento dos recursos hídricos, perspetivada através de uma visão estratégica e integrada que a abordagem por bacia hidrográfica e por região hidrográfica permite. A definição e concertação das regras de gestão, promovendo a proteção, requalificação e resiliência dos recursos solo e água a nível local, faz-se, entre outros meios, através dos programas de medidas estabelecidos pelos Planos de Gestão Bacia Hidrográfica. Este artigo avalia de que modo a regulação está a refletir as opções de salvaguarda dos recursos hídricos e uso do solo. Para tal analisa o programa de medidas do Plano de Gestão de Região Hidrográfica do Centro – Rios Vouga, Mondego e Lis identificando o tipo de medidas que contribuem para a proteção dos recursos hídricos através do controlo do uso do solo. Os resultados revelam um número limitado de medidas que abranjam os dois conceitos e pouco ambiciosas no fornecimento de orientações explícitas para a gestão articulada água – solo. Dos resultados obtidos ressalta a necessidade, por um lado, de promover um envolvimento mais efetivo dos utilizadores da água e das entidades com especiais responsabilidades pelo ordenamento do território e pelo uso do solo nos processos de elaboração dos PGBH, e por outro, um esforço na definição de medidas que promovam a convergência entre uso do solo e proteção

da água, assegurando ganhos de eficiência e de sustentabilidade no uso dos dois recursos naturais. UMS2016-95 Monitorização da superfície do solo usando termografia por infravermelhos João L. M. P. de Lima (1), João R. C. B. Abrantes (1), Valdemir P. Silva Jr. (2), Abelardo A. A. Montenegro (2), M. Isabel P. de Lima (1), José M. Gonçalves (3), Sergio Prats Alegre (4), Jacob J. Keizer (4)

(1) MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal; Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal (2) Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil (3) Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Coimbra, Coimbra, Portugal (4) Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal A termografia baseia-se na deteção da radiação infravermelha emitida pelos corpos convertendo-a em imagens visíveis (termogramas) contendo informação sobre a temperatura da sua superfície. Esta tecnologia é já usada, entre outras aplicações, na monitorização de processos industriais, na construção civil, na medicina, na veterinária e na agricultura. Recentemente, no Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente da Universidade de Coimbra (Portugal), a termografia por infravermelhos começou a ser aplicada na determinação da variabilidade espacial e temporal dos atributos da superfície do solo. Atualmente, a investigação em curso envolve estudantes de doutoramento da Universidade de Coimbra e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (Brasil) e vários outros elementos (docentes, investigadores e pós-docs) de diferentes instituições.

A técnica termográfica proposta baseia-se em induzir diferenças térmicas na superfície do solo, ou seja, entre vários dos seus elementos constituintes. Diferentes objetivos podem ser: modelar o micro-relevo da superfície do solo, caracterizar a permeabilidade e a macroporosidade da superfície do solo e identificar áreas hidrofóbicas á superfície. A vantagem competitiva desta técnica é a rapidez e facilidade de execução, baixo custo de aquisição e operação do equipamento e de processamento de dados, em comparação com outras técnicas. Inicialmente, a atenção incidiu principalmente sobre a melhoria dos procedimentos e protocolos experimentais para avaliar as variáveis ambientais. Numa segunda fase, em curso, tem-se alargado o âmbito, a escala e as áreas de aplicação da termografia, transferindo-se o conhecimento obtido em condições laboratoriais para o campo.

Esta técnica está a ser utilizada experimentalmente no campo visando a avaliação da erosão hídrica do solo e a implementação de medidas adequadas de conservação do solo e da água. Neste trabalho apresentamos os resultados obtidos em vários ensaios laboratoriais e campanhas de campo e fazemos uma avaliação do desempenho desta técnica nas diferentes condições.

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Resumos Comunicações em Poster UMS2016-2 Estimativa da medida da concentração de sedimento em suspensão com o uso de sonda de turbidez Fabiana G. C. Oliveira, Mauricio D. Purcino, Eduardo P. Oliveira, Adriano M. Ferreira, Annalycia T. Silva, Flávio Moreira, Andrea M. Souza, Paulo H. B. M. Junker, Rafael O. Tiezzi, Flávio A. Gonçalves, Alexandre Silveira

Instituto de Ciência e Tecnologia, Universidade Federal de Alfenas, UNIFAL-MG, Poços de Caldas, Brasil A medida da quantidade de sedimento transportado em um corpo d’água é importante para levar à solução ou mitigação de problemas relacionados, principalmente, à conservação do solo e dos recursos hídricos. Esta medida pode ser realizada de maneira direta ou indireta, sendo que os métodos diretos são muito trabalhosos e de alto custo, por isso têm sido substituídos por métodos indiretos de menor custo, que facilitam o monitoramento da descarga sólida na água. Um dos métodos indiretos mais utilizados são os sensores de turbidez. Objetivou-se neste trabalho avaliar o uso do sensor de turbidez SOLAR SL 2000 PNV na determinação da concentração de sedimentos.

Foram realizadas medidas em laboratório em um canal artificial alimentado por uma mistura de água/sedimento com concentração de 1000 mg/L e vazão entre 0,04 e 0,05 L/s. O canal artificial possui as dimensões de 1,53 m de comprimento, 0,27 m de largura e 0,40 m de altura. Para validar os dados do sensor, foram medidas também a turbidez (NTU) utilizando um turbidímetro de bancada Del Lab-DLT-WV e a concentração (mg/L) pelo método analítico de filtração. Estas três medidas foram tomadas para 10 pontos ao longo do canal. Em cada ponto, o Sensor foi colocado durante 10 minutos e programado para obter registro de informações a cada 40 segundos. Três amostras de água foram coletadas para leitura no turbidímetro de bancada e outras três amostras de água foram coletadas para determinar a concentração, em cada ponto. Após as análises, as medidas pelos diferentes métodos foram comparadas entre si por meio de correlação.

A partir dos primeiros resultados obtidos, pode-se obter as equações dos ajustes lineares das relações entre: (1) a concentração de sólidos em suspensão e a turbidez medida pelo sensor; (2) a turbidez medida pelo sensor e a turbidez medida pelo turbidímetro de bancada; e (3) a concentração de sólidos em suspensão e a turbidez medida pelo turbidímetro de bancada. A qualidade dos ajustes lineares pode ser observada pelos coeficientes de determinação (R²), os quais foram de 0,82, 0,83 e 0,69, respectivamente.

Com os resultados obtidos até o momento, pode-se concluir que os melhores ajustes são para as relações da concentração com a turbidez do sensor e da turbidez do sensor com a turbidez de bancada. Desta forma, pode-se

concluir, também, que o Sensor de turbidez SOLAR SL 2000 PNV pode ser usado na determinação da concentração de sedimentos. Este trabalho permite utilizar as relações observadas para o monitoramento em campo de corpos d’água com economia de tempo e custo. Trabalhos futuros serão realizados seguindo a mesma metodologia para aumentar a quantidade e qualidade dos dados e assim obter uma melhor relação entre as medidas. Serão realizados também, testes de melhor posicionamento do sensor com relação à direção do escoamento.

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UMS2016-3 Efectos de la adición de posos de café sobre las propiedades físicas de suelos agrícolas mediterráneos

Ana G. Cervera Mata (1), Manuel Sánchez Marañón (2), Juan M. Martín García (1), Rafael D. Calvo-Flores (1), José Á. Rufián Henares (3), Jesús Párraga Martínez (1), Gabriel D. Calvo-Flores (1)

(1) Departamento de Edafología y Química Agrícola, Facultad de Farmacia, Universidad de Granada, España (2) Departamento de Edafología y Química Agrícola, Facultad de Ciencias, Universidad de Granada, España (3) Departamento de Nutrición y Bromatología, Facultad de Farmacia, Universidad de Granada, España El empleo de las semillas del cafeto (Coffea spp.) para la elaboración del café, una de las infusiones más consumidas mundialmente, genera grandes cantidades de residuos, entre los que destacan los posos (SCG: Spent Coffee Ground). Los SCG son considerados por algunos autores como una amenaza ambiental por su toxicidad, aunque podrían ser beneficiosos si se adicionan como enmienda orgánica para mejorar la fertilidad (física y química) del suelo; en este medio, su transformación eliminaría el posible carácter tóxico. Tradicionalmente, aunque sin control analítico de sus efectos, los SCG se han usado como abonos para la mejora de la fertilidad de pequeños huertos, jardineras y macetas. En los últimos tiempos, este uso agronómico de los SCG como enmienda orgánica ha cobrado nuevo interés por el estado de degradación que sufren los suelos en general, y en particular los mediterráneos porque éstos tienen un porcentaje muy bajo de materia orgánica (en promedio <1%) como consecuencia de sus muchos años de explotación y/o manejo inadecuados.

El objetivo de este trabajo es estudiar el efecto de los SCG sobre algunas propiedades de los suelos mediterráneos determinantes de su fertilidad física. Se realizó un experimento in vitro con las siguientes variables de ensayo: tipo de suelo, dosis de SCG, cultivo o no de planta y tiempo. Los SCG fueron obtenidos en el laboratorio elaborando infusión de café a partir de granos de la variedad arábiga, tueste natural y no compostados previamente a su uso. Se emplearon las capas arables (20 cm), tamizadas a 2 mm (tierra fina) de dos suelos agrícolas granadinos: suelo de la Vega de Granada (Xerorthent, franco, color gris) y suelo Rojo sobre glacis (Xeralf, arcilloso). Se ensayaron tres dosis de SCG: 0, 2.5 y 10% (w:w). Se llevaron a cabo dos modalidades de ensayo: cultivo con Lactuca Sativa var. longifolia (lechuga) e incubación, sin planta. Se establecieron tres tiempos de cultivo/incubación: 0, 30 y 60 días. Otras características del ensayo fueron: uso de recipientes troncocónicos de pvc de 300 cm3 de capacidad, con 400 g de mezcla de suelo-SCG; cultivo o incubación en una cámara climática a 20ºC con una humedad relativa comprendida entre el 40 y 60%; humedad de las mezclas suelo-SCG entre capacidad de campo y punto de marchitamiento permanente para evitar la lixiviación. Se analizaron las siguientes propiedades físicas de las mezclas suelo-SCG: porcentaje de agregados de distintos tamaños ( >1000, 1000-500, 500-250, 250-100, 100-50 y < 50 µm), estabilidad estructural de los agregados de >1000 µm y de 1000-250 µm, densidad aparente, retención de agua a distintos potenciales

(-33 kPa y -1500 kPa) y cantidad de agua utilizable por las plantas (mm/cm). Los datos fueron analizados estadísticamente empleando para ello el programa Statgraphics Centurion v.16.1.15. Mediante estereomicroscopio (Olympus SZX12) se han iniciado los estudios sobre la estructura del suelo, muestreando tamaños de peds comprendidos entre 1000 y 2000 µm.

Los resultados muestran que las dosis de SCG adicionadas no parecen tener una influencia significativa sobre el incremento del tamaño de los agregados en el caso del suelo de Vega, pero sí en el suelo Rojo. Con respecto al tiempo, se incrementa el porcentaje de agregados >1000 µm, pero el resto de tamaño de agregados no muestra una relación significativa. Se registra una mejora evidente de la estabilidad estructural en todas las fracciones de tamaño de agregados. La estabilidad tiende a ser mayor con el tiempo de incubación y la cantidad de SCG, debido al efecto de los SCG como sustancias orgánicas y a sus productos de transformación. La presencia de planta no tiene un efecto significativo sobre la estabilidad estructural. También se ha comprobado que el incremento de la estabilidad es significativamente mayor en los agregados más pequeños ( < 250 µm). Las retenciones de agua a -33 kPa y a -1500 kPa se incrementan con la dosis de SCG adicionada, pero curre lo contrario con el agua utilizable por las plantas, debido a que el agua a -1500 kPa se incrementa preferentemente a la de -33 kPa. La densidad aparente disminuyó con la adición de SCG lo que podría explicarse por dos motivos, primero porque esta enmienda es menos densa que el suelo y en segundo lugar, porque de acuerdo con las imágenes estereomicroscópicas se observa un incremento de porosidad. También, estas imágenes permiten constatar la incorporación de las partículas de SCG a los agregados, infiltradas principalmente en las superficies intrapedales, lo que parece algo mayor en el suelo de Vega que en el suelo Rojo. La información sobre los efectos de adición de SCG sobre la estructura debe complementarse con estudios de microscopía electrónica de barrido.

En conclusión, la adición de SCG al suelo mejora algunas de sus propiedades físicas, lo que convierte a estos residuos, más que en un problema ambiental, en una oportunidad para combatir la degradación de la zona mediterránea. No obstante, existen algunas variaciones en el comportamiento frente a la enmienda de las tipologías de suelo ensayadas, lo que debe ser tenido en cuenta a la hora de su planificación.

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UMS2016-4 Propiedades nutricionales de Lactuca sativa var. longifolia en relación con el empleo de posos de café como enmienda orgánica Ana G. Cervera Mata (1), Silvia P. de la Cueva (2), Gabriel D. Calvo-Flores (1), Miguel Navarro Alarcón (2), José Á. Rufián Henares (2)

(1) Departamento de Edafología y Química Agrícola, Facultad de Farmacia, Universidad de Granada, España. (2) Departamento de Nutrición y Bromatología, Facultad de Farmacia, Universidad de Granada, España Fe, Zn y Cu son esenciales en el organismo humano, destacando entre las múltiples funciones biológicas en las que participan la relacionada con la regulación del estrés oxidativo. En concreto, las deficiencias de Zn y Fe son un grave problema socioeconómico y de salud pública, tanto en países desarrollados como en el tercer mundo. En países con una alta incidencia de deficiencias en micronutrientes los alimentos de consumo humano basados en cereales y hortalizas representan la mayor proporción de la dieta diaria. Es por ello que la biofortificación agronómica de cultivos con Zn y Fe, principalmente, es una prioridad a nivel mundial. Los posos del café (SCG: Spent Coffee Ground), se producen en grandes cantidades durante la elaboración de la infusión del café. Entre las muchas opciones de empleo de estos residuos destaca la posibilidad de utilizarlos como enmienda orgánica para la mejora de las propiedades físicas y químicas del suelo, que afectan al cultivo de plantas. Aunque no está muy estudiado a nivel de la bibliografía, los SCG como enmienda orgánica podrían mejorar la absorción de estos micronutrientes por las plantas, teniendo en cuenta la capacidad quelante de algunos de sus componentes, lo que mejoraría la asimilabilidad de los elementos minerales en el suelo.

El objetivo del trabajo es valorar el efecto de los SCG sin compostar como enmienda orgánica del suelo, sobre la calidad nutricional de plantas cultivadas. Se realizó un experimento in vitro, por triplicado, en microcosmos edáficos de 300 cm3 con 400 g de suelo artificial (mezcla de material de suelo con SCG), en cámara climática, controlando las condiciones de temperatura y humedad, durante un periodo de cultivo de 60 días. Como planta alimenticia se empleó la Lactuca sativa var. longifolia (lechuga). Para la construcción de los suelos artificiales se emplearon las capas arables (20 cm) tamizadas a 2 mm, procedentes de dos suelos agrícolas de la Provincia de Granada: Suelo de Vega (SV) y Suelo Rojo (SR). Los SCG se elaboraron ex profeso con café arábiga y se adicionaron en tres dosis: 0, 2.5 y 10% (w:w). El tiempo de muestreo fue de 0, 15, 30, 45 y 60 días. Se analizaron las siguientes propiedades en la planta: contenido en los elementos minerales Na, K, Ca, Mg, Fe, Zn y Cu (digestión ácida y absorción atómica), capacidad reductora (método FRAP) y capacidad antioxidante (método ABTS).

El comportamiento del K, Fe, Ca, Mg, Cu, Zn, capacidad reductora y antioxidante es muy similar en los suelos ensayados, por el contrario el Na se comporta de manera diferente.

Na. Disminuye a lo largo del periodo de cultivo en SV y se mantiene en SR. La disminución en SV se mitiga en los suelos adicionados con SCG. Los valores de Na en planta son algo mayores al final del experimento con

respecto al inicio, sobre todo en los suelos adicionados con SCG. De acuerdo con la Tabla de Composición de Alimentos de Novartis el contenido normal de Na en lechugas es de 15 mg/100 g, mientras que al final de este experimento el contenido varía entre 15 y 30.

K y Fe. Sus contenidos en lechuga disminuyen en los primeros 15 días del experimento y se incrementan hacia el final del mismo, sobre todo en los cultivos adicionados con SCG, hasta superar los valores iniciales. Al final del experimento los valores de K oscilan entre 400 y 550 mg/100 g, mientras que los normales son de 300. En cuanto al Fe los valores normales son de 0.65 mg/100 g y en este experimento alcanzaron cifras entre 4.5 y 5.

Ca y Mg. Sus contenidos en lechuga aumentan desde el tiempo 0 hasta los 60 días, siempre mayores en los cultivos adicionados con SCG. Los valores finales de estos elementos en planta son superiores a los normales; así, el Ca está entre 120 y 250 mg/100 g, cuando los valores normales son de 62; y el Mg presenta valores de 30 a 60 mg/100 g, frente a valores normales de 13.

Zn y Cu. Sufren un descenso en los primeros 15 días de cultivo y posteriormente se recuperan, aunque al final del experimento los valores son algo menores o parecidos a los normales: Zn 0.2-0.3 mg/100 g en planta ensayada frente al normal de 0.5; Cu 0.04-0.1 mg/100 g en planta ensayada frente al normal de 0.03.

Si consideramos un consumo diario de una ranción de lechuga (200 g), se cubrirían las necesidades diarias de estos elementos en el siguiente porcentaje: 50% de Ca, 29% de Mg, 69% de Fe, 5.7% de Zn y 22% de Cu.

Capacidad Reductora (FRAP) y Capacidad Antioxidante (ABTS). Durante los primeros 15 días las muestras control (0%) y muestras con 2,5% de SCG, presentan un descenso más brusco que en las muestras con 10%, debido probablemente a que una mayor proporción de SCG ayuda a retener más humedad en el sistema del suelo y combate el estrés hídrico inicial. Sin embargo, a partir de los 30 días, la capacidad reductora y antioxidante de las muestras adicionadas disminuye levemente, mientras que en las muestran control se mantienen o incluso aumentan ligeramente.

En conclusión, el cultivo de lechuga en suelos adicionados con SCG incrementa en general los contenidos minerales en la planta, lo que convierte esta práctica en un buen método para mejorar la nutrición mineral de los consumidores. Por el contrario, disminuyen las capacidades reductora y antioxidante. Los SCG desde un punto de vista agronómico mitigan los efectos de estrés hídrico de las plantas durante el proceso de adaptación a las condiciones de cultivo.

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UMS2016-6 Desempenho de simulador de chuvas com finalidade de utilização em modelo reduzido de bacia urbana Jéssica G. Felice (1), Alexandre Silveira (1,3), Flávio A. Gonçalves (1), Antônio M. da Silva (1), Jorge M. G. P. Isidoro (2,3), Lívia A. Alvarenga (1)

(1) Instituto de Ciência e Tecnologia, Universidade Federal de Alfenas, Poços de Caldas/MG, Brasil (2) Departamento de Engenharia Civil, Instituto de Engenharia, Universidade de Algarve, Faro, Portugal (3) MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal As áreas urbanizadas têm sido consideradas fator desencadeador de inúmeros impactos no sistema de recursos hídricos. No estudo do ciclo hidrológico, as várias dificuldades encontradas associadas, principalmente, à variabilidade temporal e espacial das precipitações, tiveram soluções parciais com a aplicação de simuladores de chuva em laboratório. Essas ferramentas possibilitam a análise rápida e individual dos fatores participantes do processo de chuva-escoamento, sob condições ambientais controladas. O objetivo deste trabalho é a avaliação de um simulador de chuvas a ser utilizado em estudos da transformação precipitação-escoamento em modelo reduzido de bacia urbana impermeável. Este modelo constitui-se, basicamente, de duas partes: a estrutura que representa a bacia urbana; e o simulador de chuva com bocais aspersores. A área superficial do modelo, de aproximadamente 8,80 m2, foi confeccionada em polimetil-metacrilato (acrílico), impermeável, com absorção de umidade praticamente nula, o que garante a ausência de perdas no volume de água escoado pela superfície. O modelo apresenta um formato em “V”, com possibilidade de variação da declividade longitudinal e transversal, onde o escoamento ocorre pelo canal principal e suas vertentes. Uma canaleta metálica, posicionada no centro do modelo, permite o direcionamento do deflúvio para um reservatório cilíndrico de dimensões conhecidas, onde um sensor de nível, acoplado a um datalogger, possibilita a verificação da variação de nível ao longo do tempo. Estas informações são utilizadas para a geração do hidrograma. O simulador de chuvas é constituído de um reservatório com capacidade de 310,00 L e um conjunto motor-bomba, que garante uma pressão de serviço constante durante os testes. Na saída da tubulação estão posicionados três bocais pressurizados do tipo cone, distantes de 2,50 m acima da superfície do modelo físico. O delineamento experimental foi feito considerando duas etapas distintas. A primeira, para a obtenção da distribuição espacial e intensidade de precipitação; e a segunda para a obtenção dos hidrogramas. Na primeira etapa foram utilizados 200 recipientes de massa conhecida espaçados de forma equidistantes (0,10 m), sobre o modelo físico. Além disso, oito recipientes foram colocados fora da área de escoamento, com a finalidade de servirem como “testemunhas”, uma vez que elas podem ser mantidas durante os testes para a obtenção dos hidrogramas e servem como referência da uniformidade da área de escoamento. Durante os testes foram monitorados pressão de serviço (1,65 bar), umidade relativa e temperatura do ar ambiente e temperatura da água. Para esta etapa não foram ajustadas a variação de declividade, portanto o modelo estava plano. A distribuição de uniformidade adotada foi a proposta por Christiansen (CUC). Para a segunda

etapa, aquela em que foram obtidos os hidrogramas, foram feitos ajustes nas declividades transversal (2,50%) e longitudinal (2,50%). Foram também retirados os recipientes que ficaram dispostos sobre a área do modelo, mantendo somente os recipientes “testemunhas”. Os testes foram realizados em diferentes intervalos de duração de precipitação (60, 66, 72, 78, 84, 90 e 120 segundos) e diferentes intervalos de registro de coleta de dados (1, 3 e 6 segundos) no sensor de nível. A finalidade foi avaliar qual combinação permitiria a melhor representação do hidrograma do processo precipitação-escoamento. Da mesma forma que na primeira etapa, foram monitorados pressão de serviço (1,65 bar), umidade relativa e temperatura do ar ambiente e temperatura da água. Os resultados encontrados para a distribuição de uniformidade levaram a um valor médio de CUC de 77,68%, o que pode ser considerado satisfatório, assim como para a média de intensidade de precipitação na área de teste, igual a 69,02 mm h-1. Na análise dos hidrogramas, observou-se que o tempo de duração da chuva de 60 segundos e o intervalo de registro de dados do sensor de nível de seis segundos são os que melhores representaram o processo precipitação-escoamento. Esta análise foi feita considerando os valores experimentais e teóricos do deflúvio e das vazões de pico, além do intervalo de confiança para as intensidades de precipitação, considerando o nível de significância de 5%. Também, nestas condições, a sensibilidade do sensor de nível é amortecida, minimizando as perturbações causadas pela saída de água na calha. Portanto, os resultados obtidos neste trabalho permitem concluir que o simulador de chuvas desenvolvido para utilização futura em modelo reduzido de bacia urbana impermeável é confiável do ponto de vista de repetibilidade da sua distribuição de uniformidade, da sua intensidade de precipitação fornecida e da representação do processo precipitação-escoamento em função do hidrograma gerado.

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UMS2016-7 Uso de geoestatística na avaliação do desempenho produtivo do milho em função dos atributos químicos do solo sob intensificação ecológica Emanoel Gomes de Moura (1), Clemeson Cardoso Vale (2), Vinícius R. Alencar Macedo (1), Joab L. Ferreira Pedrosa (2), Diogo Ribeiro de Araújo (2), Alana das C. Ferreira Aguiar (2)

(1) Universidade Estadual do Maranhão, Brasil (2) Universidade Federal do Maranhão, Brasil O modelo itinerante de uso do solo condicionado às características socioambientais representa grandes desafios à produção agrícola no trópico úmido, que em virtude do sistema corte e queima para limpeza e fertilização da área proporciona pousios cada vez mais reduzidos e insuficientes para regeneração do sistema, por conseguinte, resulta em baixos índices produtivos e redução da fertilidade do solo ao longo do tempo. Os efeitos negativos desse sistema de manejo proporcionam a eliminação das espécies mais suscetíveis ao fogo, favorecendo a dominância das espécies mais resistentes e o consequentemente empobrecimento da biodiversidade, além da constante demanda por novas áreas. Pressupõe-se que práticas de manejo sustentáveis, como plantio direto na palha de leguminosa aliado ao conhecimento da variabilidade espacial dos atributos químico do solo, possibilite conduzir os sistemas produtivos ao processo de intensificação ecológica em virtude do aporte de nutrientes e melhor gerenciamento dos recursos.

O objetivo desse estudo foi avaliar o desempenho produtivo do milho em sistema de plantio direto na palha de leguminosa num Latossolo Amarelo distrocoeso em função da variabilidade espacial dos atributos químicos do solo sob intensificação ecológica. O experimento foi conduzido no povoado Acampamento, município de Brejo, Maranhão, Brasil, no início do período chuvoso, em janeiro de 2013. As coordenadas geográficas UTM compreendem 725338 m E e 9597575 m N, 23 m. O solo da área experimental é classificado como Latossolo Amarelo distrocoeso. O experimento foi implantado em área de 0,6 ha contendo dois ambientes, um com leucena (Leucaena leucocephala) no espaçamento de 2,50 m entre linhas e 0,50 m entre plantas, totalizando 17 linhas e um ambiente sem leguminosa, ambos os ambientes continham dimensões iguais de 42,5 70,0 m. A malha amostral utilizada foi composta por 170 pontos, distribuídos em 17 linhas, com espaçamento entre os pontos de coleta (na linha) de 7,0 m e 5,0 m entre linhas.

O milho cv. AG 7088 foi semeado em fevereiro de 2013, com a utilização de matracas manuais e espaçamento de 0,70 0,30 m. Após a semeadura e emergência do milho realizou-se o corte das leguminosas a 1,0 m de altura. Na adubação de semeadura foram aplicados 400 kg ha-1 de 04-20-20 + 7,0 kg de Zn ha-1. As adubações de cobertura utilizaram-se 40 kg ha-1 de N e 32 kg ha-1 K2O, na forma de uréia e cloreto de potássio, respectivamente. O fertilizante nitrogenado foi aplicado sem parcelamento quando a cultura do milho apresentou de quatro a cinco folhas definitivas e o potássio em dois parcelamentos, a primeira em conjunto com o fertilizante nitrogenado e a segunda aplicação com oito folhas definitivas.

As amostras do solo foram obtidas de três amostras simples por ponto amostral e extraídas em duas

profundidades (0,0-0,10 e 0,10-0,20 m) para analisar os atributos químicos do solo. Após a coleta das amostras do solo foram determinados os seguintes atributos: pH em CaCl2, acidez potencial (H+Al), fósforo (P), cálcio (Ca), magnésio (Mg), potássio (K), alumínio trocável (Al). Diante dos dados analíticos foram calculados: capacidade de troca catiônica (CTC), soma de bases (SB), saturação por bases (V%) por meio das equações, respectivamente: CTC = [SB + (H+Al)], SB = Ca+Mg+K e V% = (SB/CTC)100.

A avaliação do rendimento produtivo foi realizada inicialmente com a colheita da cultura em área de 5 m² /ponto amostral para quantificar a produtividade (Mg ha-1) e posteriormente obtido o peso de 100 grãos, o número de grãos/espiga e o número de espiga/planta. Com o propósito de correlacionar a produtividade do milho com os atributos químicos do solo, determinou-se o coeficiente de correlação pelo método de Pearson a 5% de significância por meio do software Infostat.

A variabilidade espacial dos atributos químicos do solo e rendimento produtivo foi determinada inicialmente por meio da análise exploratória dos dados (mínimo, máximo, média, mediana, desvio-padrão, coeficientes de curtose, assimetria e de variação). A hipótese de normalidade das variáveis foi verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov a 5% de probabilidade. A fim de caracterizar a dependência espacial, fez-se uso da geoestatística para análise dos resultados. Os valores das medidas de tendência central (média e mediana) de todos os atributos analisados foram similares por apresentarem valores próximos entre si, mesmo apresentando coeficientes de assimetria e curtose com desvios elevados em relação à distribuição normal. Observou-se que a maioria das variáveis apresentou reduzidos valores de efeito pepita e acentuado distanciamento em relação ao patamar do semivariograma.

Verificaram-se correlações positivas e negativas entre o rendimento produtivo e os atributos químicos do solo, ao mesmo tempo, os coeficientes de correlação foram considerados baixos a 5% de probabilidade. A despeito dos baixos coeficientes de correlação obtidos, ressalta-se que a baixa correlação entre dois atributos quaisquer não invalidam a hipótese da apreciável correlação espacial entre eles. Os atributos químicos do solo e o rendimento produtivo apresentaram-se espacialmente correlacionados, com influente contribuição do cálcio, soma de bases, fósforo, potássio, saturação por bases e capacidade de troca catiônica ao rendimento produtivo do milho, por sua vez, com base nos teores contidos no solo, possibilita fornecer informações relevantes quanto às potencialidades e limitações do sistema produtivo.

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UMS2016-8 Emissão de CO2 e sua relação com diferentes atributos do solo em sistemas de manejo de cana-de-açúcar Rose L. Moraes Tavares (1), Camila V. Vieira Farhate (2), Zigomar Menezes de Souza (3), Newton La Scala Junior (4), Allan C. M. de Sousa (2)

(1) Embrapa Meio Ambiente, Rodovia SP-340, Km 127,5, 13820-000, Tanquinho Velho, Caixa Postal 69, Jaguariúna, São Paulo, Brasil (2) Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Faculdade de Engenharia Agrícola – Feagri, Av. Cândido Rondon, 501, Barão Geraldo, 13.083-875, Campinas, São Paulo, Brasil (3) Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Faculdade de Engenharia Agrícola – Feagri, Av. Cândido Rondon, 501, Barão Geraldo, 13.083-875, Campinas, São Paulo, Brasil. (4) Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita filho – Unesp, Departamento de Ciências Exatas, via de acesso Prof. Paulo Donato Castellane s/n, 14884-900, Jaboticabal, São Paulo, Brasil Práticas agrícolas que visem melhorar a qualidade do solo devem ser utilizadas como critérios de qualidade do manejo, uma vez que pode comprometer o balanço de carbono no solo. Para isso, alguns indicadores podem ser utilizados para o monitoramento e avaliação da eficiência dos sistemas de uso e manejo do solo. Um deles é a avaliação do fluxo de CO2 (FCO2) produzido na superfície do solo, pois a produção de CO2 está diretamente ligada à decomposição aeróbia da matéria orgânica pelos microrganismos, sendo possível avaliar a atividade microbiana, por meio da liberação de CO2 do solo. Diversos atributos do solo têm sido avaliados visando detectar alguma relação com o FCO2. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de diferentes atributos do solo no FCO2 em diferentes tipos de manejo de cana-de-açúcar. O estudo foi conduzido em áreas de cana-de-açúcar pertencentes a Usina “São Martinho” (açúcar e álcool) localizada no norte do estado de São Paulo, sudeste do Brasil. As áreas avaliadas foram manejadas no sistema de cana queimada (CQ) e cana crua com diferentes históricos de implantação, uma com histórico de cana crua de 5 anos (CC-5), um ciclo com este sistema e outra com histórico de 10 anos (CC-10), dois ciclos com este sistema, sendo que ambas as áreas de cana crua foram convertidas do cenário de queima prévia do canavial antes da colheita. Em cada área foi instalada uma malha amostral, em que FCO2 e a amostragem de solo para análises físicas, químicas e microbiológicas foram efetuadas em 30 pontos da malha. Foram coletadas amostras de solo na camada superficial (0,00-0,20 m) para avaliação dos atributos químicos do solo (carbono orgânico, pH e fósforo), microbiológicos (respiração basal e biomassa microbiana), granulometria e diâmetro médio ponderado e, amostras indeformadas para as análises de macroporosidade, microporosidade e densidade do solo. A avaliação do FCO2 foi realizada em todos os pontos da malha amostral com auxílio de câmaras de solo fabricadas pela companhia LI-COR, Nebraska, EUA, modelo LI-8100. A temperatura e umidade do solo foram avaliadas simultaneamente com a medição da concentração de CO2 por meio de sensor de temperatura acoplado ao sistema LI-8100 e para teor de água no solo o aparelho TDR-Campbell®. A análise multivariada foi aplicada padronizando-se as unidades dos atributos com média igual a 0 e variância igual a 1. A análise de componentes principais (ACP) foi utilizada

para explicar a estrutura da variância dos dados de solos por meio de correlações lineares das variáveis avaliadas com os componentes principais (CP). Foram considerados os componentes principais cujos autovalores foram superiores à unidade, assim, foram utilizados os quatro primeiros componentes principais: CP1, CP2, CP3 e CP4 que juntos explicaram 65,71% da variância dos atributos. Os dois primeiros componentes principais, CP1 e CP2, juntos explicaram 46,53% da variância total dos dados, sendo o CP1 capaz de explicar 30,43% da variância e o CP2, 16,10%. Em CP1, os atributos do solo que apresentaram maiores coeficientes de correlação foram: saturação por bases (-0,83), umidade do solo (0,82), pH (-0,75), densidade do solo (0,58) e argila (-0,56). Analisando as correlações encontradas para o CP1, nas áreas de cana queimada, observou-se um agrupamento de atributos físicos e químicos do solo, com destaque para saturação por bases e pH que foram os que apresentaram maior correlação com CP1, portanto, foram aqueles com maior poder discriminatório. As correlações entre a saturação por bases e o pH com CP1 foram negativas, e por sua vez, o FCO2 apresentou correlação positiva com esse componente, portanto, os agrupamentos formados por pontos oriundos da área de cana queimada apresentaram menores valores de FCO2 quando comparados aos pontos oriundos das às áreas de cana crua. Por outro lado, a área de CC-5, foi influenciado principalmente pela umidade do solo que foi o segundo atributo no CP1 com maior poder discriminatório. A área de CC-10, o fator que mais influenciou foi a densidade do solo com correlação positiva com PC1. No CP2, o FCO2 e a Macroporosidade fizeram parte dos atributos mais importante na explicação da variância com correlação positiva e ambos posicionados no grupo das amostras provenientes da área de CC-10, além de apresentarem feixes de correlação posicionados na mesma direção, isso demonstra a relação direta existente entre os dois atributos. O carbono orgânico responsável pela discriminação do grupo de amostras provenientes da área de CC-5 conseguiu explicar 18,68% da variância dos dados no CP2, com correlação negativa e, no gráfico biplot apresentou feixe de direção oposta ao do FCO2, indicando relação indireta entre os dois, ou seja, maior perda de carbono via CO2 pode representar em menores quantidades de carbono no solo. A microporosidade do solo, responsável também pela discriminação das áreas de cana queimada foi um atributo relevante nos dois primeiros componentes principais apresentando correlações negativas, isso pode ser atribuído ao fato de que a microporosidade apresenta comportamento antagônico à macroporosidade e quando comparando com o FCO2, pelo gráfico biplot, é possível observar direcionamentos opostos, indicando relação indireta entre os dois atributos. Com isso, conclui-se que o FCO2 foi maior nas áreas de cana crua que na queimada. A densidade e porosidade do solo foram os fatores mais afetados pelos diferentes sistemas de manejo da cana, influenciando de forma significativa o FCO2 do solo. A variabilidade do FCO2 foi influenciada pela saturação por bases em 17,76% e pH em 14,25% principalmente na área de cana queimada. O carbono em 18,86% e macroporosidade em 18,33% principalmente na área de cana crua com 5 e 10 anos, respectivamente. .

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UMS2016-11 Avaliação da fauna epígea em sistema de aleias e de adubação verde com leguminosas em Caxias, MA Letícia da Silva (1), Jéssica Oliveira Chaves (1), Lenice do Nascimento Souza (1), Régia M. Reis Gualter (1), Khalil de Menezes Rodrigues (2)

(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, Campus Caxias. CEP: 65.600-992, Caxias, Maranhão, Brasil (2) Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Maranhão. CEP: 65500-000, Chapadinha, Maranhão, Brasil O solo constitui um fator de grande importância para o crescimento e desenvolvimento das plantas devido a sua rica composição. Nele são encontrados organismos que atuam como fragmentadores e decompositores, participando de importantes processos físicos, químicos e biológicos. Dentre os organismos mais representativos destaca-se a fauna epígea que permite a compreensão das interações existentes no sistema solo-planta. Estudos com a fauna epígea são importantes, pois eles são sensíveis às mudanças e assim podem refletir possíveis alterações nos diferentes sistemas de cultivo. O trabalho objetivou avaliar a fauna epígea influenciada pelo uso de culturas em sistemas de cultivos em aleias e de adubação verde em Caxias, MA. O projeto foi realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - IFMA Campus Caxias, onde o sistema em aleias contou com as seguintes espécies: acácia (Acacia mangium), leucena (Leucaena spp.), gliricídia (Gliricidia sepium) e sombreiro (Clitoria racemosa), além da cultura de feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.)Walp.). Já o sistema de adubação verde contou com as espécies arbóreas: crotalária (Crotalária juncea), mucuna anã (Mucuna deeringiana), mucuna cinza (Mucuna cenereum) e lablab (Dolichos lablab), sob cultivo de milho (Zea mays.) As variáveis avaliadas foram: fauna epígea e avaliação da diversidade biológica. A coleta da fauna epígea foi realizada por meio de armadilhas do tipo “pitfall”, totalizando quarenta pontos em cada período de instalação. Foram realizadas análises de variância utilizando o teste t a 5% de significância para comparação de médias. Nos sistemas foram verificados os grupos: Formicidae, Coleoptera, Diptera, Colembolla Emtomobryomorpha e Poduromorpha como predominantes. As espécies presentes no sistema de cultivo em aleias apresentaram-se similares em relação aos índices de diversidade biológica (Shannom-Weaner) e de equitabilidade (Pielou). O sistema de adubação verde apresentou uma maior diversidade de organismos da fauna invertebrada do solo.

UMS2016-12 Caracterização da fauna do solo na reserva ecológica do Inhamum em Caxias, MA Laiane Cunha Ferreira (1), Marirlan dos Reis Santos (1), Lenice do Nascimento Souza (1), Régia M. Reis Gualter (1), Khalil de Menezes Rodrigues (2)

(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, Campus Caxias. CEP: 65.600-992, Caxias, Maranhão, Brasil (2) Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Maranhão. CEP: 65500-000, Chapadinha, Maranhão, Brasil Uma das maiores reservas de riqueza e biodiversidade do planeta pode ser encontrada no solo, que é caracterizado por apresentar um rol de organismos que garantem o biofuncionamento e sustentação dos ecossistemas, a fauna do solo. Por serem organismos sensíveis as alterações na estrutura de um ecossistema, caracterizando inclusive a qualidade da cobertura vegetal, a fauna do solo constitui-se como uma ferramenta para avaliar a qualidade do solo, sendo assim um importante bioindicador. O presente estudo objetivou caracterizar a fauna do solo em duas fitofisionomias na Reserva Ecológica do Inhamum (Mata de Galeria e Cerrado Típico), em duas épocas de coleta em Caxias - MA. A Reserva Ecológica do Inhamum situa-se à margem direita da BR-316, distanciando-se 4 km do perímetro urbano de Caxias. Localizada no povoado Coités, apresenta uma área de 3560 ha, onde constam as fisionomias de Cerrado Típico e Mata de Galeria. Em cada uma destas fitofisionomias foram demarcados três pontos distintos com o uso de GPS, sendo que a distância entre cada um desses pontos foi de 50 metros. Em cada ponto foram instaladas 5 armadilhas do tipo “pitfall” com uma distância de 10 metros cada, sendo instaladas 15 armadilhas em cada uma das fitofisionomias, totalizando assim 30 armadilhas em cada período avaliado. Foram estimados os seguintes parâmetros: índice de indivíduos por armadilha/dia, riqueza média e riqueza total, índice de diversidade de Shannon Wiener (H’) e índice de equitabilidade de Pielou. As condições climáticas em que as coletas foram realizadas, diferenças na cobertura vegetal das fitofisionomias estudadas e fatores como qualidade da matéria orgânica, pH, temperatura, umidade e textura do solo, constituíram-se pontos que influenciaram na abundância, riqueza e diversidade de determinados grupos da fauna do solo. Os grupos que mais se destacaram independente da fitofisionomia e época avaliada foram: Colêmbolo Poduromorpha, Acari, Colêmbolo Symphypleona, Entomobryomorpha, Formicidade e Coleóptera. Os ácaros e colêmbolos representam cerca de 95% de todos os artrópodes do solo, sendo que eles considerados em conjunto, constituem de 72% a 97% do número total de indivíduos da fauna edáfica, o que justifica a maior ocorrência destes grupos nas áreas em questão. Habitats com maior complexidade vegetacional fornecem maior disponibilidade de locais para nidificação e maior oferta de alimento, sendo assim as áreas avaliadas apresentaram tais condições favoráveis para organismos encontrados. Ambas fitofisionomias apresentaram nas épocas avaliadas condições favoráveis para a existência de invertebrados que indicam boa qualidade do solo.

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UMS2016-13 Taxas de decomposição de resíduos de espécies arbóreas no sistema de cultivo em aleias em Caxias, MA Jéssica Oliveira Chaves (1), Leticia da Silva (1), Lorena Gonçalves Araújo (1), Régia M. Reis Gualter (1), Khalil de Menezes Rodrigues (2)

(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, Campus Caxias. CEP: 65.600-992, Caxias, Maranhão, Brasil (2) Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Maranhão. CEP: 65500-000, Chapadinha, Maranhão, Brasil Sistemas de cultivo em aleias, compostos por leguminosas podem promover a fertilidade de determinado solo, por meio da variedade de fixação de nutrientes. Variáveis como taxa de decomposição e composição biológica entre outros, necessitam de informações para uma melhor compreensão de sua qualidade, desta forma esse estudo visou avaliar os efeitos das leguminosas leucena (Leucaena spp.) e gliricídia (Gliricidia sepium) na produção de fitomassa e taxas de decomposição influenciada pelo uso da cultura do feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.)Walp.) em sistema de aleias em Caxias, MA. O projeto foi realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão - IFMA Campus Caxias, onde o sistema de cultivo em aleias contou com as espécies: leucena (Leucaena spp.) e gliricídia (Gliricidia sepium), sendo cultivado o feijão-caupi (Vigna unguiculata (L.) Walp.). Foi realizado o acompanhamento da decomposição desses a partir das taxas de decomposição do componente arbóreo e foram realizadas análises de variância utilizando o teste t a 5% de significância para comparação de médias. A cinética do processo de decomposição dos resíduos culturais apresentou um padrão semelhante, e a porcentagem de massa seca remanescente da gliricídia aos 90 dias foi de 0,026% e da leucena de 0,074%, o que pode ser justificado pelo nível pluviométrico do período da pesquisa, onde pela falta de umidade reduziu-se o índice da influência da fauna edáfica do local juntamente com o material vegetal presente nos litterbags. Ao contrário do que ocorreu nos dois primeiros tempos, 7 e 15 dias, onde houve chuva por alguns dias, podendo ter facilitado a rápida decomposição das amostras, juntamente com auxílio da interferência da fauna epígea ali presente, onde mesmo em pequena quantidade, foram identificados insetos como coleópteras, díptera, blattodea e formicidae no período de 15 dias. Já quanto ao tempo de meia vida, a gliricídia variou de 6 a 32 dias e da leucena de 3 a 9 dias. Esses resultados podem indicar uma rápida liberação de nutrientes por parte dessas leguminosas. As perdas relativas de massa dos folhedos aos 90 dias mostraram a seguinte ordem decrescente de decomposição: gliricídia 0,05% > leucena 0,17%. Ambas espécies utilizadas podem ser alternativas na disponibilização de nutrientes em sistemas de cultivo.

UMS2016-15 Aplicação de um índice de qualidade do solo associado à recarga de água do lençol superficial Alisson S. Oliveira (1), Antônio M. da Silva (1,2), Alexandre Silveira (2,3), Flávio A. Gonçalves (2), Carlos R. Mello (1)

(1) Departamento de Engenharia, Universidade Federal de Lavras – Lavras/MG, Brasil (2) Instituto de Ciência e Tecnologia, Universidade Federal de Alfenas, Poços de Caldas/MG, Brasil (3) MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal O manejo inadequado de bacias hidrográficas tem causado a deterioração da qualidade e a redução da quantidade da água, provocando no Brasil e no mundo uma eminente escassez deste recurso. Neste sentido, estudos hidrológicos são ferramentas importantes para o entendimento da dinâmica da água em bacias hidrográficas e as consequências ambientais decorrentes da atividade antrópica, uma vez que fornecem elementos e dados que proporcionam uma visão holística do ambiente solo, água e vegetação, e dos efeitos do uso e manejo do solo na capacidade de infiltração de água e, consequentemente, na recarga de água no solo. Na falta de dados hidrológicos que forneçam informações para se conhecer o potencial de geração de deflúvio superficial de uma bacia, principalmente de pequeno porte, uma alternativa rápida e viável, é a utilização de indicadores de qualidade do solo, aqui definida como a capacidade deste em desempenhar sua competência funcional dentro do ecossistema, e no contexto desta abordagem, potencial de recarga de água do lençol superficial. A utilização de indicadores do solo, relacionados à sua qualidade permite o monitoramento de mudanças no ambiente. O Índice de Qualidade do Solo (IQSRA) apresentado tem sua base em Karlen & Stott (1994) cujo índice resulta da soma dos indicadores escolhidos para representar determinada qualidade do solo, multiplicado pelos seus respectivos pesos. Devido ao fato de que cada indicador normalmente apresentar uma unidade de medida diferente, é necessário um processo de normalização dos mesmos para que possam ser expressos numa escala entre 0 e 1. Para realizar esta normalização, deve-se construir curvas do tipo “mais é melhor”, “menos é melhor”, “valor máximo ou ótimo”, sendo que o tipo de curva a ser escolhida dependerá da função desempenhada pelo indicador no IQSRA. Para a estruturação do IQSRA trabalhou-se com os indicadores densidade do solo (Ds), microporosidade (M), condutividade hidráulica saturada (k0) e porosidade drenável (µ), matéria orgânica (MO), detalhados a cada 20 cm até um metro de profundidade, e dois indicadores de relevo ou topográficos (T1 e T2). Para a estimativa do IQSRA os pesos dos indicadores foram: 0,18 para a Ds; 0,14 para M; 0,25 para k0; 0,16 para µ; 0,07 para MO; 0,10 para T1 e 0,10 para T2. Na ponderação da participação das camadas de solo, os pesos foram: 0,35 para camada de (0 – 20 cm) ; 0,20 para a camada de (20 – 40 cm) e 0,15 para cada uma das camadas de (40 - 60 cm; 60 – 80 cm e 80 – 100 cm). Aplicou-se a metodologia em duas áreas de recarga de nascentes ou surgências denominadas L1 com predominância do Latossolo e M1 com predominância do Cambissolo. Para tanto foram coletadas amostras de solo deformadas e indeformadas em 34 pontos georreferenciados na área de recarga da nascente L1 e 40 pontos georreferenciados na

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área de recarga da nascente M1, a cada 20 cm até a profundidade de 1 metro, seguindo um grid regular de 60 60 m com refinamento da escala em grid’s de 20 20 m, próximo à surgência da nascente, com as quais foram determinados os seguintes atributos físico-hídricos do solo: condutividade hidráulica saturada; microporosidade; densidade do solo; densidade de partículas; porosidade total; porosidade drenável e matéria orgânica. Os índices topográficos foram estimados para cada ponto amostrado com base no modelo digital de elevação do terreno. Após a normalização dos valores de cada atributo e verificada a estrutura espacial por meio dos modelos de semivariograma exponencial, esférico e gaussiano foram gerados os mapas de IQRSA para cada área de recarga das nascentes L1 e M1, utilizando-se da técnica da álgebra de mapas realizada no software ArcGis 10®. Foram utilizados dados de monitoramento hidrológico e climático para as áreas de recarga das nascentes L1 e M1, no período de 2009 a 2014 para validar os resultados. Os indicadores hidrológicos analisados (valores médios anuais) estão associados ao deflúvio base, e sua participação na precipitação. Admite-se que as áreas que apresentam maiores valores do índice sejam aquelas com maior proporção do deflúvio base junto ao total precipitado e, consequentemente, reflitam melhores condições para infiltração de água no solo e para a recarga subterrânea. Os resultados permitiram constatar que a área de recarga da nascente L1 apresentou maior valor do IQSRA, mesmo com a predominância do Cambissolo. Já a área de recarga da nascente L1 apresentou menor IQSRA, mesmo com a predominância do Latossolo, tidos como de alto potencial para a recarga subterrânea. Com relação aos usos do solo não foi possível detectar sua influência devido às semelhanças ocorridas entre as áreas de recargas. Com relação ao relevo a declividade média na área de recarga da nascente L1 é de 28,7%, já na área de recarga da nascente M1, o relevo é mais suave, com declividade média de 17%, portanto, a área com maior declividade apresentou maior IQSRA. Os fatores que explicam os maiores valores do IQSRA na área de recarga da nascente L1, são os atributos físico-hídricos e o elevado índice pluviométrico. Portanto o IQSRA mostrou-se consistente como indicador ambiental de geração de deflúvio de base pelas áreas de recargas das nascentes, pois a área de recarga que apresentou os maiores valores de deflúvio de base e sua participação na precipitação apresentou maior valor do IQRSA.

Referências:

Karlen, D.L., Stott, D.E. (1994) A framework for evaluating physical and chemical indicators of soil quality. In: J.W. Doran, D.C. Coleman, D.F. Bezdicek, and B.A. Stewart (eds.), Defining Soil Quality for a Sustainable Environment, pp. 53-72, Soil Science Society of America Special Publication 35, Madison, WI.

UMS2016-18 Caracterização físico-hídrica de um Argissolo Amarelo coeso cultivado com cana-de-açúcar em diferentes ciclos de cultivo Joel Medeiros Bezerra (1), Glécio Machado Siqueira (2), Maria Sallydelândia Sobral de Farias (3), Jorge Dafonte Dafonte (4), Ênio Farias de França e Silva (5)

(1) Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Brasil (2) Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Brasil (3) Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Brasil (4) Universidade de Santiago de Compostela (USC), Espanã (5) Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Brasil As modificações físicas do solo, favorecidas pelo cultivo contínuo a longo prazo, podem fornecer subsídios em prol da adoção de práticas de manejo que permitam incrementar o rendimento das culturas garantindo a contínua sustentabilidade e a conservação dos ecossistemas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar e identificar, por meio de análises multivariadas, os atributos físicos-hídricos do solo que melhor expliquem o comportamento dos diferentes ciclos de cultivo da cultura da Cana-de-açúcar em um Argissolo Amarelo coeso, em Goiana, PE. A área experimental está localizada no município de Goiana, Zona da Mata Norte, Pernambuco, Brasil. As áreas a serem estudadas vêm sendo manejadas nos últimos anos com cana-de-açúcar (Saccharumofficinarum L.) com queima prévia da palha para colheita, com corte realizado manualmente. A amostragem de solo foi realizada em cronossequência de cultivo de cana-de-açúcar, composta por oito talhões com diferentes tempos de implantação do agrossistema bioenergético de cana-de-açúcar: Tempo zero (Mata, strictu senso), um (CP), dois (S1), três (S2), quatro (S3), cinco (S4), seis (S5) e sete anos de implantação dos sistemas de cultivo (S6). Cujas coletas de amostras são deformadas e não deformadas, realizadas nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-20, 20-40, 40-60, 60-80 e 80-100 cm. Os atributos do solo avaliados foram: umidade volumétrica (UV), densidade do solo (Ds), porosidade total (PT), macroporosidade (MMACP), microporosidade (MMICP), condutividade hidráulica do solo saturado à 20°C (K20), granulometria via frações de argila, silte e areia. Dois métodos estatísticos multivariados foram aplicados, visando classificar os acessos em grupos: análise de agrupamentos hierárquica e análise de componentes principais (ACP). Com a análise de componentes principais, ocorreu redução de nove variáveis físico-hídricas do solo para apenas duas novas componentes, que foram porosidade e textura do solo, as quais explicaram mais de 70% da variação dos dados, nas distintas profundidas. A partir da profundidade 20-40 cm verificou-se semelhança da Mata com S4; os dois principais componentes que proporcionaram melhor explicação foram relacionados à textura do solo, adensamento do solo, porosidade do solo e ao conteúdo de água do solo.

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UMS2016-19 Geomorfologia de uma planície sedimentar e sua correlação com leituras de condutividade elétrica do solo medida por indução eletromagnética Glécio M. Siqueira, Alanas C. F. Aguiar, Mayanna K. L. Costa, Joel M. Bezerra

Departamento de Geociências, Universidade Federal do Maranhão. Campus Bacanga, São Luís, Maranhão, Brasil O relevo, como um dos componentes do meio natural, apresenta uma diversidade enorme de tipos de formas, as quais por mais que pareçam estáticas e iguais, na realidade são dinâmicas e se manifestam ao longo do tempo e do espaço de modo diferenciado, devido às diversas combinações e interferências dos demais componentes do estrato geográfico. O estudo sistematizado para entender os fatores regionais que intervêm nas modificações geométricas desse indivíduo natural, deve ser colocado como prioridade, uma vez que representa o piso onde se desenvolvem todas as atividades humanas. Os estudos relacionando geomorfologia e pedologia, no Brasil, ainda são relativamente escassos, embora se saiba que essas ciências estão em pertinência, portanto, torna-se importante a realização de pesquisas nesse sentido, pois o relevo exerce uma forte influência na evolução e desenvolvimento dos solos. O conhecimento destes torna-se necessário para se compreender a dinâmica geomorfológica de uma área. Considera-se substancial a análise da rede de drenagem porque a água é um agente, que escultura o relevo da superfície da Terra, influenciando diretamente no comportamento mecânico dos mantos de solo e rochas. Portanto, para se investigar as características das diversas feições geomorfológicas, especialmente no que se referem à sua evolução, esta se configura como unidade de suma importância. A bacia de drenagem tem papel fundamental na evolução do relevo uma vez que os cursos de água constituem importantes modeladores da paisagem. Nesse sentido o conhecimento da variação da condutividade elétrica aparente do solo ao longo da paisagem, medida por indução eletromagnética se faz necessária uma vez que a mesma está relacionada com vários atributos do solo: densidade, porosidade, conteúdo de matéria orgânica, umidade, textura, sais solúveis, etc.. A execução deste trabalho fundamentou-se nas técnicas de geoprocessamento, e avaliações in loco. Assim o objetivo deste trabalho foi avaliar características da geomorfologia de uma planície sedimentar na Região Leste do Estado do Maranhão (Brasil) e sua correlação com a condutividade elétrica aparente do solo (CEa) medida por indução eletromagnética. Foi avaliada uma área com cerca de 2000 ha, com ocorrência das seguintes classes de solos: Latossolo Vermelho, Latossolo Vermelho-Amarelo, Neossolos Quartizarênicos, Vertissolos haplicos e Neossolos regolíticos. Em todas as classes de solos foram realizadas avaliações do perfil pedológico por meio da abertura de trincheiras. Antes da abertura das trincheiras foram realizadas 05 leituras da condutividade elétrica aparente do solo em um transepto com espaçamento entre os pontos de 0,5 m, nas 05 classes de solos predominantes na região. Por meio de ferramentas de SIG – Sistemas de Informações Geográficas, foram construídos mapas de solo, relevo e aptidão do solo. Após a análise dos perfis pedológicos os dados foram correlacionados com as leituras de

condutividade aparente no dipolo horizontal CEa-H (até 0,4 m de profundidade) e no dipolo vertical CEa-V (até 1,5 m de profundidade). Foram encontradas correlações lineares médias entre as leituras de CEa e os perfis pedológicos (r = 0,565). Os valores de correlações lineares aumentaram nos solos com maior conteúdo de argila e umidade (Latossolo Vermelho e Vertissolo), alcançando valores de r = 0,745. As correlações com o relevo foram parecidas com as encontradas nos perfis pedológicos, indicando a eficiência do equipamento para o levantamento das classes de solo em função do relevo. Os valores de CEa foram maiores para o dipolo horizontal (CEa-H) quando comparado aos valores do dipolo vertical (CEa-V), havendo maior correlação com o conteúdo de umidade e com as frações mais finas dos compartimentos do solo na planície sedimentar. As leituras de CEa permitiram avaliar o comportamento e transporte de sedimentos e formação das classes de solo e relevo ao longo do tempo.

Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico do Maranhão – FAPEMA, Brasil.

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UMS2016-20 Fertilidade do solo cultivado com feijão orgânico sob plantio direto Guilherme Constantino Meirelles (1), Carolina dos S. Batista Bonini (1), Orivaldo Arf (2), Lilian C. Domingues de Souza (2), Neli C. Belmiro dos Santos (3), Aline M. Santos Silva (1), Emanuelle Rodrigues Alves (1), Fabricio Gomes Pedro (1)

(1) Faculdade de Ciências Agrarias e Tecnológicas, Universidade Estadual Paulista - UNESP. CEP 17900-000, Dracena, São Paulo, Brasil (2) Departamento de Fitotecnia, Tecnologia de Alimentos e Sócio-Economia, Faculdade de Engenharia, Universidade Estadual Paulista – UNESP. CEP 15385-000, Ilha Solteira, SP, Brasil (3) Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Caixa Postal 67 - CEP 16900-970. Andradina, São Paulo, Brasil O feijoeiro é de grande importância na alimentação humana, principalmente pelo fato de ser fonte de proteína, que em conjunto com outros grãos como o arroz fornece uma dieta balanceada. O cultivo orgânico do feijão vem ganhando destaque por ser um cultivo mais sustentável, que se emprega as coberturas de solo, que ajudam a reciclar nutrientes e proporciona uma camada de proteção ao solo, contribuindo para um manejo mais sustentável. O objetivo do trabalho foi avaliar a fertilidade de um Latossolo Vermelho em sistema plantio direto cultivado com feijão orgânico implantado no ano de 2015. O experimento foi realizado no município de Andradina, São Paulo, Brasil. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados, com oito tratamentos e quatro repetições, sendo eles: Urochloa ruziziensis; Pennisetum glaucum; Crotalaria juncea; Mucuna pruriens; Urochloa ruziziensis + Crotalaria juncea; Urochloa ruziziensis + Mucuna pruriens; Pennisetum glaucum + Crotalaria juncea; e, Pennisetum glaucum + Mucuna pruriens. Foi realizada a análise de fertilidade do solo (potencial hidrogeniônico, matéria orgânica, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e saturação por bases) nas camadas de 0-0,05; 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m. Os tratamentos estudados não influenciaram nos teores de nutrientes na camada de 0-0,05 m, já nas camadas de 0,05-0,10 e 0,10-0,20 m houve efeito dos tratamentos. Sendo o potássio (camada 0,05-0,10 m) com maior e menor incremento no tratamento com Crotalaria juncea e no consórcio entre Pennisetum glaucum e Crotalaria juncea, respectivamente. Na camada de 0,10-0,20 m os teores de cálcio e soma de bases foram influenciados pelas espécies utilizadas como cobertura do solo, sendo o tratamento com Pennisetum glaucum o de maior teor. Com isso, conclui-se que o uso de plantas de cobertura do solo influencia positivamente a fertilidade do solo.

UMS2016-21 Diversidade da macrofauna do solo sob diferentes agrossistemas no Cerrado R. A. Silva (1), A. G. C . Ferreira (1), R. C. Silva (1), C. S. Lima (2), G. M. Siqueira (1), A. C. F. Aguiar (1)

(1) Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacanga, São Luís, Maranhão, Brasil (2) Faculdad de Ciências, Universidade da Corunã, Campus Elvina, España O uso intensivo e por muitas vezes inadequado do solo tem acarretado em um declínio considerável da fertilidade natural, na produtividade e contribuído para a degradação dos fatores físicos, químicos e biológicos. Nesse sentido, entende-se por qualidade do solo como a capacidade de desempenhar funções dentro dos limites de áreas naturais ou manejadas, que sustente a produtividade de plantas e animais, que melhore ou mantenha a qualidade da água e ar, e que possibilite suporte à saúde e habitação humana. Para mensurar a qualidade de um solo, principalmente solo agrícola, os atributos físicos, químicos e biológicos são considerados parâmetros importantes. As propriedades físicas interferem diretamente na química e na biologia dos solos. Por outro lado, os organismos edáficos são responsáveis pelas transformações físicas e químicas, sendo assim esses três atributos estão relacionados entre si. Nesse contexto, destaca-se a macrofauna solo, como um indicador de qualidade. São organismos de diâmetro corporal de 2 a 20 mm, que desempenham importantes funções ecológicas, como fragmentação de matéria orgânica, aeração do solo, alguns são predadores de outros organismos considerados pragas agrícolas, reguladores de comunidades, entre outras funções. Assim, objetivou neste estudo avaliar a diversidade da fauna edáfica em diferentes áreas (cultivo de soja, milho, plantação de eucalipto, cerrado antropizado e cerrado preservado). O experimento foi conduzido na Fazenda Unha de Gato, município de Mata Roma (Maranhão, Brasil). O clima da região é classificado como tropical úmido, com temperatura média de 29oC, com duas estações bem definidas. O solo é classificado como Latossolo amarelo, com relevo plano e suavemente ondulado. A propriedade possui aproximadamente 313 ha cultivados, por um período de nove anos, nos últimos quatro anos a fazenda adotou um sistema de rotação de cultura com soja (Glycine max (L) Merrill), milho (Zea mays Mill.) e eucalipto (Eucalyptus sp.). A cada cinco ano, na área de cultivo de soja e milho é feita uma subsolagem de até 32 cm de profundidade, quatro aplicações de dissecante por cultivo, uso de herbicida, aplicações anuais de gesso, superfosfato simples, enxofre e cálcio. Circundando a fazenda, no lado direito é mantido uma área de cerrado, que é usado para pastoreio de bovino em determina época do ano. No lado esquerdo, é conservado uma faixa de cerrado nativo, com vegetação secundária em regeneração, com espécies típicas como barbatimão (Stryphnodendron adstringens Mart.), Copaíba (Copaifera martii Hayne), babaçu (Orbignya oleifera Burret), pequi (Caryocar brasiliense Cambess). Análise da fauna do solo foi realizada mediante a instalação de 130 armadilhas pitfall traps que permaneceram em campo por um período de sete dias. Cada armadilha continha 200 mL de formol à 4% para a conservação dos invertebrados. Posterior a esse período, o conteúdo amostral foi levado a laboratório, triado e identificado usando chave específica.

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Uma vez quantificados, foram determinados o número de indivíduos por armadilha por dia, índice de diversidade de Shannon-Wiener e equitabilidade de Pielou. Foram coletados um total de 9048 espécimes distribuídos em 20 ordens e uma família (Formicidae). A maior comunidade de artrópodes ocorreu na área eucalipto (3841), seguida pelo cerrado preservado (2384), cerrado antropizado (1777), milho (824) e soja (222). A maior quantidade de invertebrados no plantio de eucalipto pode ser justificada pelo maior teor de matéria orgânica nessa área (MO = 27 g/dm3), enquanto que a menor quantidade de artrópode foi registrada cultivo de soja, essa área assim como o cultivo de milho, no período de amostragem receberam aplicação de dissecante, o que pode ter influenciado a densidade de alguns grupos faunísticos. O táxon mais representativo foi Poduromorpha com 2098 indivíduos (plantio de eucalipto), seguido de araneae com 1592 indivíduos no cerrado preservado e Formicidae 588 no cerrado antropizado. Formicidae é um grupo altamente tolerante as mudanças ambientais, e predominantes em áreas com perturbação antrópica. A abundância de artrópodes do solo (Ind.pitfall.dia-1) foi maior no plantio de eucalipto (548,71±75,47), cerrado preservado (340,57±57,85), cerrado antropizado (253,85±41,15) e menores nos plantios de milho (117,71±13,07) e soja (31,71±3,10). Mais uma vez fica evidente que o manejo adotado nas áreas de milho e soja contribuiu para que houvesse menor abundância de invertebrados nessas áreas. Enquanto a área de eucalipto e cerrado preservado apresentam uma maior estruturação de habitat, maior oferta de nichos ecológicos e recursos alimentares, além disso, a estratificação vertical e copas intercaladas, assim como menor incidência de radiação solar cria um ambiente favorável a uma maior abundância biológica. A maior diversidade de Shannon foi encontrada no plantio de soja (0,81), milho (0,72), eucalipto (0,62) e menores na área de cerrado antropizado (0,55) e cerrado preservado (0,52). O índice de equitabilidade de Pielou foi menor para o cerrado preservado (0,44), isso ocorreu devido a predominância de um único grupo, Araneae (1592 indivíduos). De maneira geral, foi possível observar, que o manejo adotado nas áreas cultiváveis foi determinante para que houvesse menor abundância de indivíduos.

Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA, Brasil.

UMS2016-22 O efeito da cobertura morta na temperatura do solo em áreas cultivadas com bananeira irrigada por gotejamento Renato A. S. Rodrigues (1), João L. M. P. de Lima (2), Abelardo A. A. Montenegro (1), Thayná A. B. Almeida (1), José R. L. Silva (1)

(1) UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil (2) IMAR – Instituto do Mar; MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente; Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal O semiárido brasileiro é sujeito a temperaturas muito elevadas; neste contexto, a produção agrícola é condicionada pela capacidade do solo de reter água e da eventual presença de cobertura morta. A bananeira é uma das culturas mais plantadas no mundo, sendo uma das principais fontes de alimentação da população mundial. A produção brasileira em 2014 apresentou, para uma área cultivada de 480.8 mil hectares, 6.8 milhões de toneladas com um rendimento médio de 14.2 ton ha-1. Estudou-se numa plantação de bananeiras (solo do tipo Neosolo Flúvico) regadas com o sistema gota-a-gota localizado no vale aluvial do Rio Ipanema, região semiárida do Estado de Pernambuco, no Brasil (durante 3 meses em 2014/2015). No trabalho de campo efetuado foram utilizados 6 termopares, 3 sondas TDR, 2 quadros de madeira com tela fina e pó de coco como cobertura morta aplicada sobre o solo. O objetivo deste trabalho foi estudar a influência da cobertura morta de pó de coco na temperatura e umidade do solo. As medições da temperatura foram realizadas à superfície e a três profundidades (0.1, 0.3 e 0.5 m); a umidade do solo foi avaliada apenas para as referidas 3 profundidades. Foi feita uma comparação entre o período diurno e noturno e para as 2 densidades de cobertura morta (4 e 8 ton ha-1) aplicadas sobre o solo e a situação de solo desprotegido. Tanto durante o dia como à noite, observou-se uma redução da média e da variação de temperatura em função da densidade de cobertura morta; a presença de pó de coco também promoveu a redução da temperatura com a profundidade. A cobertura morta teve um efeito tampão sobre a flutuação da temperatura do solo tanto à superfície como até uma profundidade de 0.5 m. As densidades de cobertura morta mais elevadas foram mais eficazes na redução das oscilações de temperatura do perfil no solo.

Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq, Brasil.

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UMS2016-23 Ferramentas de geoestatística para estudo de diversidade em fragmentos florestais no bioma Cerrado G. M. Siqueira (1), C. S. Lima (2), R. A. Silva (1), A. C. F. Aguiar (1), M. K. L. Costa (1), T. V. Lima (1)

(1) Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacanga, São Luís, Maranhão, Brasil (2) Faculdad de Ciências, Universidade da Corunã, Campus Elvina, España As conservações das áreas florestais representam um dos maiores desafios, em função dos níveis de perturbações antrópicas dos ecossistemas naturais, que dentre as principais consequências está a fragmentação florestal. No Cerrado, por exemplo, a maior parte dos remanescentes florestais, especialmente em paisagens intensamente cultivadas, encontram-se na forma fragmentada, pouco conhecidos e desprotegidos. No entanto, é possível por meio de ferramentas de geoestatística ter o conhecimento da dependência espacial, por considerar o valor de observações na estimativa da correlação entre os pontos de amostragem, assim possibilita melhor entendimento da comunidade que auxilia na conservação dos recursos naturais. O objetivo foi avaliar o uso de ferramentas de geoestatística para o estudo e conservação de fragmento florestal de Cerrado em estágio de regeneração. A área de estudo está localizada no município de Chapadinha (MA), o fragmento florestal é composto por mata secundária tendo aproximadamente 16 ha, com vegetação original do bioma Cerrado, com composição florística diversificada, cujas principais espécies na área de estudo são: babaçu (Orbignya phalerata Mart.), carnaúba (Copernicia prunifera), buriti (Mauritia flexuosa Mart.), pequizeiro (Caryocar brasilense Cambess), mangabeira (Hancornia speciosa), faveira (Dimorphandra mollis), bacuri (Platonia insignis Mart) e o jaborandi (Pilocarpus jaborandi). O solo na área estudada é do tipo Latossolo amarelo e o clima é classificado como tropical úmido, com duas estações bem definidas (chuvosa e seca). A avaliação da diversidade ocorreu por meio da contabilização de plantas ocorrentes em um transepto. Os indivíduos contabilizados foram divididos em três categorias: árvores menores que 0,5 m, entre 0,5 e 1,3 m, e árvores maiores que 1,3 m de altura segundo metodologia descrita na literatura. Para as espécies maiores que 1,3 m foi ainda determinado o diâmetro a altura do peito (DAP). Os principais momentos estatísticos foram determinados para cada ponto amostrado (média, desvio padrão, coeficiente de variação, teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov com probabilidade de erro de 1% e correlação linear). Para a análise da variabilidade espacial ajustaram-se os dados a modelos de semivariogramas, partindo das pressuposições de estacionariedade da hipótese intrínseca e usando programas estatísticos. Os parâmetros de semivariogramas ajustados foram C0 (Efeito pepita), C0 + C1 (Patamar) e a (Alcance). A determinação do grau de dependência foi feita de acordo com a classificação disponível na literatura em baixa (75-100%), média (25-75%) e alta (0-25%). Todas as variáveis apresentaram distribuição normal, com exceção das plantas maiores que 1,3 m, que apresentaram distribuição do tipo lognormal. O valor médio de indivíduos para as árvores < 0,5 m e entre

0,5-1,3 m são próximos (10,48 e 8,25, respectivamente), havendo predominância de árvores maiores que 1,3 m de altura (15,61 árvores). Os valores de coeficiente de variação para os dados em estudo demonstram que todos os atributos apresentam elevada variabilidade dos dados (CV > 62%). Tal fato pode ser justificado uma vez que se trata de mata secundária em estágio de regeneração. A matriz de correlação linear demonstrou haver baixa correlação linear entre as classes de indivíduos estudados. O modelo que mais se ajustou foi o exponencial para plantas de menores que 0,5 m e DAP maior que 1,3 m. As plantas de 0,5-1,3 m apresentaram efeito pepita puro, o que indica que o espaçamento utilizado não foi suficiente para determinar a variabilidade espacial dessas plantas. Os indivíduos de altura >1,3 m se ajustaram ao modelo gaussiano. Os valores de alcance variaram de 21,56 m (DAP) a 11,5 m (árvores > 1,3 m). O maior valor de alcance para as árvores < 1,3 m demonstra que o fragmento florestal encontra-se em um estágio avançado de recuperação, demonstrando que tais árvores encontram-se distribuídas com maior uniformidade ao longo do transepto, mesmo havendo a ocorrência de clareiras. O grau de dependência espacial (GD, %) é mediano para as plantas < 0,5 m e para as árvores maiores que 1,3 m e elevado para o DAP (GD = 0,204%). De forma geral, os parâmetros geoestatísticos permitem uma maior compreensão dos processos de regeneração do fragmento florestal.

Financiamento: FAPEMA

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UMS2016-24 Mapeado de la conductividad eléctrica aparente como herramienta para cuantificar la variabilidad espacial de la textura en una pradera Aitor García-Tomillo (1), Jorge Dafonte Dafonte (2), Antonio Paz González (1)

(1) Departamento de Edafología, Facultad de Ciencias, Universidad de A Coruña – Campus Zapateira – CP-15008 A Coruña, España (2) Departamento de Ingeniería Agroforestal, Universidad de Santiago de Compostela – USC, 27002, Lugo, España La Agricultura de Precisión utiliza un conjunto de técnicas que permiten llevar a cabo un manejo agrícola diferenciado en distintos lugares de una parcela de cultivo en función de las características agronómicas de los mismos. El abonado localizado, siembra, tratamientos fitosanitarios a dosis variable, riegos; son algunas de sus aplicaciones. Se requiere para ello la identificación de zonas con características homogéneas ("zonas de manejo") que puedan dar lugar a una producción potencial similar. Estas "zonas de manejo" deben ser áreas con características similares, tales como la textura, topografía, niveles de nutrientes, etc. Sin embargo, la delimitación de esas zonas no es sencilla, debido a la intervención de diversos factores, que interaccionando de forma dinámica, son capaces de afectar al rendimiento del cultivo. El muestreo tradicional del suelo es laborioso (y con altos costes), y además la obtención de un número de datos suficiente que pueda servir como base para una delineación de las "zonas de manejo diferenciadas" es complejo. La conductividad eléctrica aparente (CEa) es una medida que puede ser muestreada intensamente de forma fácil y económica, estando habitualmente relacionada con diferentes propiedades físico-químicas en distintos tipos de suelos. De esta forma, la CEa puede emplearse para mejorar la estimación de un gran número de variables edáficas; cuando existe correlación espacial. Los objetivos de este estudio fueron: cuantificar las correlaciones de la CEa del suelo con las fracciones granulométricas del suelo (arena, limo y arcilla) y determinar si a partir de CEa se pueden identificar "zonas de manejo diferenciadas" en cuanto a la textura, en un suelo de pradera.

En este trabajo se evaluó la relación entre la conductividad eléctrica aparente del suelo (CEa) con la textura del suelo. El estudio se llevo a cabo en una pradera de 10 ha sobre un suelo clasificado como Cambisol gleico siendo la textura del mismo de franca a franco-arenosa. La parcela presenta una elevación media de 403 m y una pendiente del 1% y está situada en la comarca "Terra Chá" (provincia de Lugo), en el Noroeste de España; con un clima templado-húmedo con una estación seca en verano (clima tipo Csb de acuerdo a la clasificación climática de Köppen). La CEa se obtuvo utilizando un equipo de inducción electromagnética (EM-38DD), tomándose medidas en las dos orientaciones del sensor, dipolo vertical (CEaV) y horizontal (CEaH). Los datos de CEa obtenidos se utilizaron para obtener los puntos de muestreo optimizados del terreno mediante el software ESAP 2.35, resultando 80 puntos. Las muestras de suelo se tomaron en dichos 80 puntos, a las profundidades 0-0,20 m y >0,20 m (hasta el límite del Horizonte A en cada punto; mínimo: 0,255 m y máximo: 0,48 m) para analizar la textura. Con los datos obtenidos a las dos profundidades se efectuó una media ponderada

para obtener los resultados correspondientes a todo el Horizonte A. Las medias de los valores obtenidos para la CEaV y CEaH fueron 10,72 mS m-1 y 7,94 mS m-1, respectivamente. La CEaV presentó correlaciones lineales altamente significativas con la arcilla y la arena (r=0.48 y r=-0.36 respectivamente) mientras que la CEaH se comportó de la misma manera, mostrando correlaciones altamente significativas con la arcilla y la arena (r=0.35 y r=-0.30 respectivamente). Al realizar el estudio Geoestadístico de los datos se observa que tanto la CEaV, la CEaH como las 3 fracciones granulométricas presentan variabilidad espacial en la parcela; ajustándose a modelos de semivariograma esféricos todas las propiedades estudiadas salvo el limo que se ajustó a un modelo exponencial. Las correlaciones lineales encontradas están en consonancia con los mapas de kriging; así el mapa de arcilla muestra grandes similitudes con los mapas obtenidos tanto para la CEaV como para la CEaH. El análisis Geoestadístico y los mapas de variabilidad se llevaron a cabo mediante el uso de los paquetes Geoestadísticos GSTAT y SP para R.

Se comprobó que el uso de la conductividad eléctrica aparente (CEa) como variable para evaluar la textura del suelo es adecuado; tanto para obtener los puntos de muestreo óptimos del suelo como por su correlación con las fracciones granulométricas del mismo. Así, se encontraron correlaciones estadísticamente significativas entre la CEa y la textura del suelo; que mediante el estudio Geoestadístico y representación de mapas de kriging podrían ser de utilidad para crear zonas de manejo diferenciado de la parcela estudiada.

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UMS2016-25 Mapa de aptidão agrícola do solo como ferramenta para o desenvolvimento da agricultura sustentável Glécio Machado Siqueira (1), Mayanna K. Lima Costa (1), Raimunda Alves Silva (1), Gustavo A. de Araújo Santos (1), Charlyan Sousa Lima (2), Joel Medeiros Bezerra (3)

(1) Universidade Federal do Maranhão. Campus Bacanga, São Luís, Maranhão, Brasil (2) Faculdad de Ciências, Universidade da Corunã, Campus Elvina, España (3) Universidade Federal de Campina Grande, Brasil Dentre os recursos naturais, o solo está seguramente entre os mais importantes e também mais sensível ao uso inadequado pelo homem, principalmente na agricultura. Um manejo adequado da terra é o principal responsável pela manutenção a longo prazo dos recursos naturais e da produtividade agrícola. O conhecimento da aptidão agrícola é de grande importância, pois é comum o uso das terras em desarmonia e sem considerar seu verdadeiro potencial agrícola, resultando em degradação dos agroecossistemas, além de perdas em produtividade. A utilização de técnicas de sensoriamento remoto para análise do uso e cobertura do solo permite o planejamento e administração de ocupação de forma ordenada e racional. A cartografia digital e os Sistemas de Informações Geográficas introduziram um avanço tecnológico na coleção e armazenamento de dados para inventários, monitoramento, análise e simulação ambientais. Com isso, a rápida modificação do meio físico decorrente da intensificação e da modernização da agricultura, particularmente, em áreas de expansão de fronteira agrícola, impõe a adoção de técnicas e de diagnóstico que acompanhem a dinâmica espaço-temporal do uso da terra. Nesse sentido, a avaliação da aptidão de uso das terras deve ser o primeiro passo para o seu planejamento racional e um melhor desenvolvimento da agricultura sustentável, sobretudo em áreas de vegetação natural. Assim, o objetivo deste trabalho foi utilizar ferramentas de geoprocessamento para se caracterizar a aptidão agrícola do solo de uma área com vegetação natural no Sertão Piauiense. O presente estudo foi desenvolvido no município de Itaueira (PI), com 100% da propriedade coberta com vegetação nativa do tipo Cerrado típico (99,7%) e Cerrado rupestre (0,3%). Para a determinação das classes de uso do solo, inicialmente foi realizado o mapa topográfico da área, utilizando informação fornecida pelo Projeto SRTM [Shuttle Radar Topography Mission (SRTM), projeto entre a NASA (National Aeronautics and Space Administration), NGA (National Geospatial-Intelligence Agency), DLR (Agência Espacial Alemã) e ASI (Agência Espacial Italiana) com o objetivo de gerar um Modelo Digital de Elevação (MDE) da Terra usando a interferometria. Para a geração da altimetria e geração do tema de declividade nas áreas de estudos foi utilizado o arquivo denominado SRTM 28_14. Para a determinação das classes de uso do solo, inicialmente foi realizado o mapa topográfico da área e o mapa de solos foi construído tendo como base avaliações “in loco” por meio de levantamento expedito de solo. O mapa de aptidão agrícola foi gerado utilizando o software Arcgis/Esri 10.0, onde os mapas de solo e relevo foram cruzados no software arcgis para composição do mapa de aptidão, tendo como base o Sistema FAO (1976) conforme descrito por IBGE (2006). Ocupando uma área de

3496,0 ha (49,5% da área da propriedade), os solos de aptidão regular predominam na porção central do imóvel. Tais solos estão representados pelos Latossolos amarelos típicos com textura média (3484,0 ha), os quais podem apresentar deficiência hídrica em períodos longos de estiagem e pelos Argissolos amarelos plínticos (12,0 ha), com textura variando de média para franco argilosa, que devido a presença de plintita no perfil, podem apresentar algum impedimento ao trabalho mecanizado. Os solos com classificação restrita ocupam uma área de 2182,0 ha, distribuídos no setor norte e sul do imóvel, representando 30,4% da área da propriedade, estes solos são classificados como: Argissolos amarelos arênicos plínticos textura arenosa/média e Argissolos amarelos petroplínticos e Plintossolos háplicos argissólicos de textura média, apresentando respectivamente deficiência hídrica e impedimento a mecanização devido a ocorrência de plintita. Os solos com aptidão limitada estão localizados em porções distintas dentro do imóvel, cobrindo uma área aproximada de 1436,0 ha (equivalendo a 20,13% da área da propriedade). Tais solos encontram-se classificados dentro de três classes de solos: Gleissolos, Cambissolos e Plintossolos. Por fim, o solo de boa aptidão se estende por uma pequena porção de 2,1 ha. Estes solos são classificados como Argissolos Amarelos/Brunos abrúpticos e típicos, os quais apresentam textura variando abruptamente de arenosa/média para argilosa, entre horizontes A e B. O presente trabalho demonstrou a importância do desenvolvimento do sistema aptidão agrícola do solo, permitindo o planejamento da ocupação agrícola do solo considerando características intrínsecas do mesmo.

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UMS2016-26 Fauna invertebrada do solo sob cultivo de cana-de-açúcar e Mata dos Cocais na Região Leste Maranhense Gustavo A. Araújo dos Santos, Glécio Machado Siqueira, Mayanna K. Lima Costa, Raimunda Alves Silva

Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacanga, São Luís, Maranhão, Brasil O Brasil é responsável por mais da metade do açúcar comercializado no mundo, com aproximadamente 33% de todo o montante produzido no planeta. No cultivo de cana-de-açúcar o uso de arados, grades pesadas e subsoladores são comuns para o preparo do solo. No entanto, vários estudos já relatam a compactação e a degradação do solo devido ao uso de maquinários agrícolas. Outra prática recorrente ao cultivo da cana-de-açúcar é o uso do fogo na pré-colheita. Essas práticas quando adotadas de forma inadequada acabam por intensificar os processos erosivos, a perda de nutrientes por lixiviação, resultando em solos degradados. Por esse motivo, nas últimas décadas tem-se buscado indicadores de qualidade do solo que representem fielmente o estágio de degradação do solo. As variáveis biológicas do solo são consideradas excelentes indicadores de qualidade, devido à sua alta sensibilidade e capacidade de refletir os efeitos de manejo do solo. Dentre as características biológicas do solo, a fauna epigeia que engloba grande variedade de organismos edáficos, onde desempenham importantes funções, como a fragmentação de resíduos orgânicos, ciclagem de nutrientes, aeração, mobilização de nutrientes e controle da cadeia trófica, aparece com um indicador de qualidade de fácil resposta, uma vez que, as mudanças que ocorrem no solo podem alterar comunidades da fauna do solo. Sendo assim, a fauna do solo tem importante papel no solo e a sua diversidade pode refletir e interferir no funcionamento do mesmo. Desta maneira, o objetivo deste trabalho foi determinar a fauna invertebrada do solo sob cultivo de cana-de-açúcar e Mata dos Cocais na Região Leste Maranhense. A área experimental está localizada na Usina Itajubara, no município de Coelho Neto (Maranhão, Brasil). As amostragens foram realizadas em um Latossolo Vermelho. Na área foram amostrados 100 pontos distribuídos em uma área 6,85 ha distribuídos ao acaso. A fauna foi amostrada pelo método pitfall traps e as armadilhas permaneceram na área por um período de sete dias. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva para determinação dos principais momentos estatísticos. Na análise da biodiversidade foi determinado o Índice de Shannon, Pielou, a riqueza e o número de indivíduos/armadilha/dia. Foi observado um decréscimo no número de indivíduos e classes ao longo do ciclo da cana-de-açúcar, havendo uma maior ocorrência no período chuvoso. Apesar de a área ter sido renovada em setembro de 2014 e intensamente trabalhada para ser posteriormente cultivada, verifica-se que mesmo com pouco dossel e cobertura vegetal é no período chuvoso onde se encontram a maior diversidade de espécies. Na área de referência (Mata dos Cocais) verifica-se também uma diminuição da densidade e número de indivíduos da primeira amostragem para a segunda amostragem. Os parâmetros ecológicos para os dois períodos de amostragem demonstraram que existem uma pequena diferença na riqueza total entre a cana-de-açúcar e a

Mata dos Cocais, e que a maior diferença ocorre no período chuvoso.

O Índice de Shannon demonstrou que no período chuvoso a cana-de-açúcar possui maior número de espécies quando comparado ao período seco e os parâmetros de diversidade, dominância e equitabilidade de Simpson, demonstraram que a Mata de Cocais possui um ambiente com melhores condições para o desenvolvimento das classes e ordens, conforme a baixa variação dos valores entre as épocas de amostragem, enquanto que na área com cana-de-açúcar os valores indicam desequilíbrio ecológico.

A Classe Formicidae demonstrou ser o grupo mais abundante e dominante na área de estudo. Os parâmetros da estatística descritiva demonstraram que todos os atributos em estudo apresentaram distribuição de frequência lognormal para os grupos da fauna epígea do solo. Os valores dos índices de biodiversidade demonstraram que a Mata de Cocais apresentou valores mais estáveis que o cultivo de cana-de-açúcar.

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UMS2016-27 Estabilidade de agregados em água de um Latossolo Vermelho cultivado com pastagem em recuperação com leguminosas Aline M. Santos Silva (1), Carolina dos S. Batista Bonini (1), Reges Heinrichs (1), Cecílio V. Soares Filho (2), Guilherme Constantino Meirelles (5), Fabricio Gomes Pedro (1), Emanuelle Rodrigues Alves (1), Aline Magalhães (1)

(1) Faculdade de Ciências Agrarias e Tecnológicas, Universidade Estadual Paulista - UNESP. CEP 17900-000, Dracena, São Paulo, Brasil (2) Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Estadual Paulista da Faculdade de Medicina Veterinária, Campus de Araçatuba, SP. CEP 16050-680, Araçatuba, SP, Brasil A agregação é definida como sendo o resultado da união das partículas primárias: areia, silte e argila, e outros componentes do solo, como a matéria orgânica e os carbonatos de cálcio e magnésio, originando massas distintas com agregados estáveis. E é um dos parâmetros que podem ser utilizados para medir a qualidade do solo, pois a manutenção da estrutura do solo facilita a aeração e a infiltração de água e reduz a erodibilidade. A estabilidade dos agregados é influenciada por diversas características do solo, como textura, teor de óxidos de ferro e alumínio, teor de matéria orgânica, atividade microbiana e também pelo manejo do solo. Os agregados são fatores de grande importância para a conservação do solo por conferirem maior resistência ao processo erosivo, proteção à matéria orgânica e, consequentemente, à população microbiana. O objetivo deste trabalho foi estudar a agregação de um Latossolo cultivado com pastagem de Brachiaria decumbens em recuperação desde 2012, com diferentes formas de introdução de Estilosantes cv. Campo Grande (Stylosanthes capitata e S. macrocephala. O experimento foi desenvolvido em área experimental do Polo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Extremo Oeste, sediado no município de Andradina-SP, Brasil. O clima, segundo a classificação Köppen é tropical quente e úmido com inverno seco, a precipitação média anual é de 1150 mm e a temperatura média anual é de 23°C. O solo do local foi classificado como Latossolo Vermelho. O delineamento experimental utilizado foi em blocos ao acaso, com quatro repetições e compostos por sete estratégias em plantio direto da leguminosa na pastagem:

1- testemunha capim braquiária; 2- braquiária + estilosantes com dessecação parcial

com 1,5 L ha-1 de glifosato; 3- braquiária + estilosantes com dessecação total com

3,0 L ha-1 de glifosato; 4- braquiária + estilosantes com plantio direto; 5- braquiária + estilosantes com escarificação do solo; 6- braquiária + estilosantes com gradagem rome; 7- braquiária + estilosantes com aração + gradagem.

Foi avaliada a distribuição e estabilidade de agregados em água e o diâmetro médio ponderado dos agregados, nas camadas de 0,00-0,1; 0,10-0,20 e 0,20-0,40 m. Os resultados foram analisados efetuando-se a análise de variância e teste de Tukey a 5% de probabilidade para a comparação de médias. Houve diferença estatística em todas as camadas de solo estudadas. Na camada de 0-0,10 m, o tratamento com menor estruturação do solo foi o de gradagem+plantio direto que refletiu em um

menor diâmetro médio ponderado (DMP). Já na camada de 0,10-0,20 m, o melhor e o pior tratamento foram plantio direto com dessecação total e Aração + gradagem, respectivamente. Na última camada analisada, o tratamento plantio direto com dessecação total teve uma melhor estruturação do solo. Solos com textura arenosa e com o clima favorável a degradação da matéria orgânica tende a ser menos estruturado, pois a textura e a quantidade de agente cimentante estão diretamente ligadas a maior ou menor agregação do solo. Com isso, conclui-se que as diferentes estratégias de semeadura da leguminosa estão influenciando a agregação do solo, sendo o tratamento gradagem + plantio direto o menos recomendado para esse tipo de solo e cultivo.

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UMS2016-28 Simulação computacional de hidrogramas utilizando o SWMM em modelos físicos reduzidos de bacias urbanas e chuvas simuladas Bruno Oliveira Lima (1), Alexandre Silveira (1), Antonio Marciano da Silva (1), Flávio Aparecido Gonçalves (1), Jorge M. G. P. Isidoro (2)

(1) Instituto de Ciência e Tecnologia, Universidade Federal de Alfenas, Campus Poços de Caldas, Brasil (2) Departamento de Engenharia Civil, Instituto de Engenharia, Universidade de Algarve, Faro, Portugal A intensificação da urbanização foi verificada em muitas cidades, principalmente, a partir do século XIX. Em grande parte do mundo, a urbanização ocorreu de forma desordenada e descontrolada, causando inúmeras consequências, como por exemplo: mudanças na qualidade e quantidade de escoamento superficial, aumento da produção de material sólido. No caso de bacias urbanas, são inúmeras as dificuldades para se investigar os efeitos da urbanização: dificuldade de monitoramento em tempo real, impossibilidade de se controlar variáveis inerentes ao processo, tais como a duração e a intensidade da precipitação, além das diferentes escalas das bacias. Por conta disso, novos estudos passaram a utilizar simuladores de chuvas em modelos físicos para bacias urbanas. Os simuladores são importantes, pois permitem aumentar o controle experimental sobre as variáveis que governam a o processo de transformação chuva-vazão. Aliado à utilização dos modelos físicos está o uso da modelagem computacional em que são implementados os modelos hidrológicos em programas computacionais que auxiliam no entendimento da simulação de processos hidráulicos e hidrológicos. O objetivo deste trabalho é utilizar o programa computacional SWMM (Stormwater Management Model) para simular hidrogramas experimentais observados com o uso de um simulador de chuva em um modelo reduzido de uma bacia experimental impermeável. A bacia experimental impermeável utilizada é feita em acrílico e tem área de a de 8 m2. Possui declividade ajustável, podendo variar de 2,5 a 10% longitudinalmente e 2,5 a 5% transversalmente. A bacia com declividade transversal e longitudinal é composta de duas superfícies simétricas unidas por uma calha que conduz o escoamento até um reservatório de coleta e medição. Sobre essa estrutura, há três bocais pressurizados que produzem a chuva simulada. Toda a água que precipita sobre a bacia experimental é recolhida no reservatório existente ao final da calha. Os hidrogramas são obtidos pela medição volumétrica do escoamento. Os ensaios foram realizados com diferentes configurações de declividades nos quais foram obtidos os hidrogramas experimentais para as chuvas simuladas. Entre os resultados a serem obtidos está a calibração do SWMM aos hidrogramas experimentais (em andamento).

UMS2016-31 Estudo de microrganismos resistentes ao herbicida 2,4-D provenientes de solos da Anazônia Ocidental Brasileira (Arquimedes, Rondônia, BR) Elaine O. Costa de Carvalho (1), Elize Hayashi (2), Gian Freshi (2), Gunther Brucha (2)

(1) Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho, RO, Brasil (2) Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), Poços de Caldas, MG, Brasil O uso de herbicidas no Brasil teve início na década de 60 com a “Revolução verde” buscando aumento da produtividade agrícola, hoje é o líder no ranking mundial entre os consumidores desse produto. O avanço da fronteira agrícola na região Amazônica tem proporcionado o aumento do uso de agroquímicos na região, no entanto, há uma carência de estudos e programas de monitoramento do uso e consequências ambientais relacionadas (Gomes et al., 2014). A economia rondoniense é baseada na agropecuária e os herbicidas são amplamente utilizados. Destacando-se o ácido 2,4 diclorofenoxiacético (2,4-D), principalmente para limpeza das pastagens, que constitui a maior parte das áreas rurais do estado.

O 2,4-D é um herbicida seletivo, sistêmico e pós-emergente, pertencente a família dos organoclorados, é classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) como produto hormonal de toxicidade nível II, pois é considerado um agente cancerígeno. Possui alta solubilidade em água e baixa absorção no solo, facilitando a contaminação de corpos d’água. Mesmo em concentrações pequenas causa impacto negativo sobre a biota aquática e terrestre. A degradação do 2,4-D por microrganismos em componentes menos tóxicos ao meio ambiente se constitui uma alternativa interessante para recuperar áreas impactadas pelo uso contínuo do herbicida (Marrón-Montiel et al., 2006; Silva et al., 2007; Araújo & Orlanda, 2014; Han et al., 2015).

Para este estudo foram coletadas 5 amostras simples (A, B, C, D e E) do solo em áreas de pastagem da camada 0-40 cm na Fazenda Nova Vida, Ariquemes, Rondônia, distando em média 850 m entre elas.

Para o enriquecimento dos consórcios microbianos resistentes/degradadores de 2,4-D, 2,5 g de cada amostra de solo coletada foi diluída em 100 ml de meio mineral inorgânico (Marrón-Montiel et al., 2006) e acrescido do composto 2,4-D (200 mg L-1) como única fonte de carbono, incubados a 30oC e agitados a 150 rpm. Para os 9 repiques seguintes, ao completar 96 horas de incubação, foi transferida uma alíquota de 1 ml do ensaio anterior para 99 ml de meio mineral inorgânico contendo o 2,4-D na mesma concentração.

Ao fim do ensaio de enriquecimento foi realizado um estudo de resistência dos consórcios microbianos ao herbicida 2,4-D por 336 horas. Neste estudo 1 ml de inóculo do último repique de enriquecimento, foi adicionado à 199 ml de meio mineral inorgânico contendo 200 mg L-1 de 2,4-D como única fonte de carbono e o crescimento microbiano foi monitorado por densidade óptica à 600 nm. As amostras A, D e E apresentaram melhor crescimento microbiano, as quais atingiram o auge do crescimento a 168 h de cultivo contínuo medindo

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DO600 de 1,466; 1,810 e 1,375 respectivamente. A amostra B apresentou crescimento mais contido medindo 0,574 de DO600 a 168 h. A amostra C apresentou crescimento muito reduzido com máximo de 0,014 de densidade óptica. Estudos anteriores relacionam o crescimento bacteriano em meio mineral contendo 2,4-D como única fonte de carbono, após uma fase de adaptação, à capacidade de degradação do composto in vitro (Marrón-Montiel et al., 2006; Araújo & Orlanda, 2014; Han et al., 2015). Os consórcios microbianos das amostras A, D e E mostraram-se mais resistentes ao herbicida 2,4-D, demonstrando portanto, terem maior potencial para a degradação do composto in vitro.

Referências:

Araújo, L.C.A., J.F.F. Orlanda (2014). Biodegradação do Herbicida 2,4-D Utilizando Bactérias Selecionadas do Solo do Cerrado Maranhense. Pesticidas: Revista de Ecotoxicologia e Meio Ambiente, 21, 21-32.

Gomes, M.A.F., R.R.M. Barizon (2014). Panorama da Contaminação Ambiental por Agrotóxicos e Nitrato de Origem Agrícola no Brasil: Cenário 1992/2011. Jaguariúna, SP: Embrapa Meio Ambiente, 35 p.

Han, L., D. Zhao, C. Li (2015). Isolation and 2,4-D-degrading characteristics of Cupriavidus campinensis BJ71. Brazilian Journal of Microbiology, 46, 2, 433-441.

Marrón-Montiel, E., N. Ruiz-Ordaz, C. Rubio-Granados, C. Juárez-Ramírez, C.J. Galíndez-Mayer (2006). 2,4-D-degrading bacterial consortium Isolation, kinetic characterization in batch and continuous culture and application for bioaugmenting an activated sludge microbial community. Process Biochemistry, 41, 1521–1528.

Silva, T.M., M.I. Stets, A.M. Mazzetto, F.D. Andrade, S.A.V. Pileggi, P.R. Fávero, M.D. Cantu, E. Carrilho, P.I.B Carneiro, M. Pileggi (2007). Degradation of 2,4-D Herbicide by Microorganisms Isolated from Brazilian Contaminated Soil. Brazilian Journal of Microbiology, 38, 522-525.

UMS2016-32 Estudo comparativo das comunidades bacterianas provenientes de solos de floresta e pastagens de Ariquemes, Rondônia, Brasil Elaine O. Costa de Carvalho (1), Elize Hayashi (2), Gunther Brucha (2)

(1) Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Porto Velho, RO, Brasil (2) Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL), Poços de Caldas, MG, Brasil A floresta amazônica possui uma grande biodiversidade, dessa forma seus solos supostamente abrigam elevada diversidade microbiana envolvida na ciclagem dos nutrientes. As alterações biogeoquímicas induzidas pelas ações antrópicas podem direcionar a seleção de grupos específicos de microrganismos do solo, dessa maneira a forma de uso da terra está relacionada diretamente à variedade na comunidade microbiana existente (Cenciani, 2007).

Para este estudo foram coletadas 10 amostras simples da camada 0-40 cm do solo na Fazenda Nova Vida, Ariquemes, Rondônia: 5 amostras foram extraídas de um fragmento de floresta (F1, F2, F3, F4 e F5), e 5 de áreas de pastagens (P1, P2, P3, P4 e P5). O município de Ariquemes está localizado a latitude 09o 54' 48" sul e longitude 63o 02' 27" oeste, com uma área de 4427 km², está localizado na porção centro-norte do estado, distando 203 km de Porto Velho, a capital do estado. A economia Ariquemense possui uma forte influência da pecuária, piscicultura e agricultura. A temperatura média

dessa região do estado é de 25°C e o índice pluviométrico varia de 150 a 2000 mm.

A comparação da diversidade microbiana presentes nas amostras de solo da floresta e da pastagem foi realizada através do PCR/DGGE. Para isso, o DNA das amostras foi extraído com auxílio do Kit PowerSoil (Mo Bio) e a amplificação do gene do RNAr16S do domínio Bacteria foi realizada com os primers 968F e 1401R (Kudo et al., 1997). A comparação da estrutura da comunidade microbiana entre amostras de pastagem e floresta mostrou um padrão característico para cada tipo de área avaliada. As comunidades microbianas das amostras de floresta apresentaram uma maior homogeneidade em sua composição, com alta similaridade, de acordo com a análise dos resultados de DGGE do domínio Bacteria, enquanto a estrutura das comunidades bacterianas das amostras de pastagem apresentaram maior variabilidade.

Resultados similares foram encontrados por Cenciani (2007) onde a diversidade de bactérias nitrificadoras de solos da Amazônia, avaliada pelo sequenciamento da região ribossonal 16S, foi maior no solo sob pastagem e capoeira que em floresta. Segundo a autora, as causas para as variações estão possivelmente relacionadas ao efeito conjunto da cobertura vegetal e das características químicas do solo. Já Valladares et al. (2011) verificou a melhoria na fertilidade dos solos sob culturas perenes, com diminuição da acidez e aumento dos teores de nutrientes. Rodrigues et al. (2013) observaram similaridade filogenética de 44,3% entre as comunidades bacterianas de floresta e de pastagem de amostras extraídas na mesma localidade deste estudo. Referências:

Cenciani, K. (2007). Diversidade bacteriana em solos da Amazônia: variabilidade dos gêneros associados ao processo de nitrificação. Tese (Doutorado em Microbiologia Agrícola). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 103 p.

Kudo, Y., T. Nakajima, T. Miyaki, H. Oyaizu (1997). Methanogen flora of paddy soils in Japan. FEMS Microbiol. Ecology, 22: 39-48.

Rodrigues, J.L.M., V.H. Pellizari, R. Mueller, K. Baek, E.C. Jesus, F.S. Paula, B. Mirza, G.S. Hamaoui, S.M. Tsai, B. Feigl, J.M. Tiedje, B.J.N. Bohannan, K. Nüsslen (2013). Conversion of the Amazon rainforest to agriculture results in biotic homogenization of soil bacterial communities. PNAS, 110(3): 988–993.

Valladares, G.S., M. Batistella, M.G. Pereira (2011). Alterações ocorridas pelo manejo em latossolo, Rondônia, Amazônia Brasileira. Bragantia, 70(3): 631-637.

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UMS2016-33 Variação espacial da condutividade elétrica aparente do solo e propriedades químicas do solo Glécio Machado Siqueira (1), Mayanna K. Lima Costa (1), Jorge Dafonte Dafonte (2), Antonio Paz González (2), Ênio F. de França e Silva (3)

(1) Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus Bacanga, São Luís, Maranhão, Brasil (2) Universidade de Santiago de Compostela (USC), Departamento de Engenharia Rural, Lugo, Galicia, España (3) Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Departamento de Engenharia Agrícola, Brasil A agricultura de precisão pode ser definida como o gerenciamento da produção levando em consideração a variabilidade espacial tanto da produtividade quanto dos fatores relacionados a ela. A fertilidade do solo tem sido apontada como principal responsável pela variabilidade espacial da produtividade, e portanto a determinação das características do solo é essencial na determinação das causas da variação espacial da produção agrícola. A condutividade elétrica aparente do solo (CEa), medida por contato ou por indução eletromagnética, têm sido muito utilizada como uma variável que se correlaciona com propriedades físicas e químicas do solo. Algumas pesquisas relatam que as leituras da CEa estão relacionadas as características e propriedades do solo como pH, umidade, textura e CTC, sendo possível obter boas correlações entre elas a partir de leituras da CEa tomadas em campo, várias pesquisas tem demonstrado a eficiência da utilização de dados de condutividade elétrica aparente do solo como informação secundária para a amostra de outras propriedades do solo e a avaliação da variabilidade espacial do solo e a definição de unidades de manejo. O objetivo deste trabalho foi estabelecer o padrão de variabilidade espacial de atributos químicos (matéria orgânica, pH, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e H + Al, soma de bases, capacidade de troca catiônica e porcentagem de saturação por bases) amostradas neste estudo pelo uso de ferramentas geoestatística, assim como determinar a correlação entre a variabilidade da condutividade elétrica aparente do solo, obtida em campo por um sistema de mapeamento e os atributos químicos do solo. A condutividade elétrica aparente do solo foi medida por indução eletromagnética com o dispositivo EM38-DD (Geonics Ltd) em duas profundidades: dipolo vertical (profundidade efetiva 1,5 m- CEa-V) e dipolo horizontal (profundidade efetiva de 0,4 m - CEa-H) em uma área de 6 ha localizada no noroeste de Espanha (Castro de Ribeiras de Lea, Lugo) em diversas datas. O semivariograma experimental mostrou a existência de tendência para os dados de CEa-V e CEa-H. No dia 23/06/2008 foi realizado uma amostragem da condutividade elétrica aparente do solo (CEa) e utilizando o programa ESAP 2.35 foram determinados 40 pontos de amostragem otimizados. Nestes pontos foram medidas as seguintes propriedades químicas na camada de 0,0-0,3 m de profundidade: matéria orgânica (MO), pH em CaCl2, fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), acidez potencial (H + Al), soma das bases (SB), capacidade de troca catiônica (CTC) e saturação por cento bases (V%). Os valores de coeficiente de variação (CV%) mostram que os dados de matéria orgânica (MO) e pH apresentam baixos valores de CV (7,88% e 6,07%, respectivamente) e as demais propriedades

apresentaram valores de CV médio. A condutividade elétrica do extrato de saturação (CEe, mS m-1) apresentou uma correlação positiva moderada com o conteúdo de P (r = 0,515), Ca (r = 0,525), Log Mg (r = 0,565), SB (r = 0,585) e V% (r = 0,544). Um coeficiente de correlação negativa moderada foi encontrado entre os valores de CEa-V e os de matéria orgânica. Os valores de condutividade elétrica aparente do solo tanto vertical como horizontal apresentaram comparativamente baixas correlações com as propriedades químicas do solo.

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UMS2016-34 Impactos de aplicação de resíduos florestais nas perdas do solo, da matéria orgânica e da biodiversidade em duas plantações de eucalipto no centro-norte de Portugal J. Keizer, D. Vieira, S. Valente, T. Silva, F. Silva, D. Serpa, L. Santos, J. Rocha, C. Ribeiro, J. Puga, S. Prats, G. Pimpão, M. Oliveira, M. Martins, M. Malvar, S. Faria, I. Campos, M. Brandsma, A. Bastos, N. Abrantes

CESAM, Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro, Portugal Enquanto parceiro do projecto EU-FP7 RECARE (www.recare-project.eu), e no âmbito do seu work package 6, a Universidade de Aveiro iniciou recentemente os testes em condições de campo a duas medidas de mitigação da erosão hídrica do solo pós-incêndio. A área de estudo está localizada no centro-norte de Portugal, na bacia do rio Ceira perto de Coimbra, e foi afectada por um incêndio florestal no Verão de 2015, encontrando-se previamente coberta por plantações de eucalipto. As duas medidas – aplicação de acolchoado vegetal proveniente de resíduos de corte florestal e lavragem segundo curvas de nível – foram previamente seleccionadas em dois workshops realizados com agentes locais e externos envolvidos no projecto. Embora, até ao momento, a técnica de lavragem segundo curvas de nível não tenha ainda sido posta em prática, a técnica de aplicação de acolchoado foi já implementada pela equipa de investigação da Universidade de Aveiro, utilizando resíduos de corte de plantações de eucaliptos (uma vez que os dois locais de estudo foram plantações de eucalipto), aplicando-o em duas taxas distintas: uma taxa de aplicação “padrão” de cerca de 10 Mg ha-1 e uma taxa mais reduzida de cerca de 3 Mg ha-1. A taxa padrão foi seleccionada por se ter previamente demonstrado eficaz na redução da escorrência e erosão pós-incêndio em estudos de campo realizados na região (Prats et al., 2012, 2014, 2015a), enquanto a taxa reduzida também revelou ser quase tão eficaz como a taxa padrão em um estudo recente realizado no Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente da Universidade de Coimbra (Prats et al., 2015b). No entanto, ao contrário dos referidos estudos, este trabalho irá também avaliar os impactos da aplicação de acolchoado vegetal em duas outras ameaças ao solo – i.e. o declínio da matéria orgânica e da biodiversidade do solo nas duas plantações de eucalipto. Em última análise, o presente estudo irá comparar as duas medidas no que respeita às suas consequências nos serviços de ecossistema facultados pelo solo, utilizando para o efeito a estrutura de investigação que está a ser desenvolvida pelo projeto RECARE (Schwilch et al., em Stolte et al., 2016).

A apresentação proposta irá exibir os primeiros resultados sobre os efeitos das duas taxas de aplicação de acolchoado vegetal na escorrência pós-incêndio e perdas associadas de sedimentos, matéria orgânica/C e nutrientes (N, P), assim como em indicadores seleccionados de actividade e diversidade biológica do solo.

Referências:

Prats S.A., L.H. MacDonald, M. Monteiro, A.J.D. Ferreira, C.O.A. Coelho, J.J. Keizer (2012). Effectiveness of forest residue mulching in reducing

post-fire runoff and erosion in a pine and a eucalypt plantation in north-central Portugal. Geoderma, 191, 115-125.

Prats S.A., M.A.S. Martins, M.C. Malvar, M. Ben-Hur, J.J. Keizer (2014). Polyacrylamide application versus forest residue mulching for reducing post-fire runoff and soil erosion. Science of the Total Environment, 468-469, 464-474.

Prats S.A., J. Wagenbrenner, M.C. Malvar, M.A.S. Martins, J.J. Keizer (2016, in press). Mid-term effectiveness of mulching-based treatments in central Portugal. Science of the Total Environment (doi: 10.1016/j.scitotenv.2016.04.064).

Prats S.A., J.R.C.B. Abrantes, I.P. Crema, J.J. Keizer, J.L.M.P.de Lima (2015). Testing the effectiveness of three forest residue mulch application schemes for reducing post-fire runoff and soil erosion using indoor simulated rain. FLAMMA, 6 (3), 113-116.

Stolte J., M. Tesfai, L. Øygarden, S. Kærnø, J. Keizer, F. Verheijen, P. Panagos, R. Hessel (eds.) (2016). Soil threats in Europe - Status, methods, drivers and effects on ecosystem services. JRCTechnical Report, EUR 27607 EN (doi:10.2788/488054 (print); doi:10.2788/828742 (online)), JRC Publications Office of the European Union, Luxembourg.

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UMS2016-35 Efectividad de las bandas de acolchado con restos forestales triturados para la mitigación de la escorrentía y la erosion del suelo en el laboratorio Sergio A. Prats (1), João R. C. B. Abrantes (2), Isabela P. Crema (3), J. Jacob Keizer (1), João L. M. P. de Lima (2)

(1) Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro, 3810-193 Aveiro, Portugal (2) Instituto do Mar (IMAR) e Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, Pólo II, 3030-788 Coimbra, Portugal (3) Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil Las últimas investigaciones en Portugal han demostrado que el acolchado con restos forestales triturados es muy efectivo para la reducción de escorrentía y sedimentos, especialmente durante la fase inicial posterior a los incendios, cuando la respuesta hidrológico-erosiva es máxima. Sin embargo, las altas tasas de aplicación (8-10 Mg ha-1), y la forma de aplicación (esparcir una capa homogénea que cubra entre el 70-80% de la superficie del suelo) hacen que el acolchado con restos forestales sea una tarea difícil de acometer. El objetivo de este estudio consiste en evaluar la efectividad de una menor aplicación de restos forestales triturado y cribados (con el fin de eliminar las fibras más pequeñas y con menor efectividad en la retención de sedimentos) con esquemas de aplicación en bandas de acolchado de diferente grosor. En este estudio comparamos seis combinaciones de acolchado en el Laboratório de Hidráulica, Recursos Hídricos e Ambiente, de la Universidad de Coimbra. En una parcela de 0.3 m por 2.7 m con una pendiente del 40% se comparó la producción de escorrentía y sedimentos de un suelo desnudo con la producida por cantidades crecientes de acolchado al 50% y 70% de cobertura del suelo. Estas dos coberturas fueron aplicadas homogéneamente sobre 1/3 de la parcela (banda de 0.9 m), sobre 2/3 de la parcela (banda de 1.8 m) y sobre toda la parcela (banda de 2.7 m). Cada uno de estos siete tratamientos fueron replicados tres veces y sometido a tres episodios de lluvia artificial y lluvia + flujo laminar superficial: (i) 20 minutos de lluvia con una intensidad de 56 mm h-1 sobre suelo seco; (ii) después de 1 h un segundo evento de 20 minutos de lluvia con una intensidad de 56 mm h-1 sobre suelo húmedo; (iii) después de 1 h un tercer 20 evento de 20 minutos de lluvia con una intensidad de 56 mm h-1, combinado con tres flujos laminares crecientes liberados desde lo alto de la parcela. Los análisis preliminares sobre suelo seco y húmedo sugieren que la cobertura al 50% en bandas de 0.9 m y 1.8 m no redujeron efectivamente la escorrentía, mientras que todos los otros tratamientos sí lo hicieron. La reducción de la erosión no fue significativa para la banda de 0.9 m a 50% de cubierta, pero sí para todas las demás aplicaciones. Los resultados de las experiencias con flujo laminar superficial evidencian que los restos forestales aplicados sobre toda la parcela a 70% de cubierta (tasa de aplicación de 2.6 Mg ha-1) son capaces de reducir efectivamente la escorrentía, la erosión laminar y también la erosión en surcos.

UMS2016-37 Uso de la tomografía eléctrica resistiva para caracterizar el perfil cultural del suelo Mara de Andrade Marinho (1), Antonio Paz González (2), Aitor García Tomillo (2), Montserrat Valcárcel Armesto (3), Juan R. Raposo González (3), Jorge Dafonte Dafonte (3)

(1) FEAGRI – Unicamp – Campinas, Brasil (2) Universidad de A Coruña, España (3) Universidad de Santiago de Compostela, España La caracterización y diagnóstico de los cambios de la estructura del suelo debido a los diferentes sistemas de manejo agrícola proporcionan información no solamente para la mejora de los sistemas de manejo como también para proposición de medidas de mitigación y/o corrección de las alteraciones físicas indeseables. Entre los métodos para el diagnóstico de la calidad estructural del suelo se destaca el método del “perfil cultural”, definido por Gautronneau y Manichon (1987), como “el conjunto de horizontes del suelo individualizados por la intervención de implementos agrícolas, por el comportamiento de las raíces de las plantas, por la influencia de factores naturales (clima) y por las técnicas de cultivo adoptadas”.

Los objetivos del método incluyen el conocimiento de la diferenciación estructural y de la disposición espacial de las estructuras en el perfil del suelo alterado por el manejo. El análisis morfoestructural permite caracterizar las estructuras, el espacio poroso de origen estructural, la fauna y la actividad del sistema radicular, la presencia y forma de la materia orgánica, así como el desarrollo, orientación y morfología de las raíces. El perfil cultural se diferencia del “perfil pedológico” utilizado para la clasificación y taxonomía de suelos.

La tomografía eléctrica resistiva está reconocida como un método geofísico no invasivo para el estudio de la variabilidad espacial y temporal del suelo que ha sido utilizada para estudiar el efecto del laboreo en propiedades físicas del suelo, para describir capas de suelo labrado, así como para estimar el contenido de agua del suelo y la conductividad hidráulica saturada del suelo. Los factores que afectan al valor de resistividad eléctrica son porosidad, contenido en agua, estructura, forma de las partículas y orientación, distribución de tamaño de las partículas, capacidad de intercambio catiónico, composición de cationes de la solución del suelo, temperatura,…

El objetivo del trabajo fue encontrar la relación entre la descripción del perfil cultural y los resultados de resistividad eléctrica obtenidos de la tomografía eléctrica resistiva en una zona de viñedo. Localizada en área experimental de la Estación de Viticultura y Enología de Galicia (EVEGA), en Leiro, provincia de Ourense-España, el área de estudio tiene aproximadamente 4 ha ocupadas por viñedos, con temperatura media anual de 14.5°C y precipitación anual de 900 mm. El suelo, derivado de granito, pertenece a la clase de los Cambisols (WRBR FAO), con textura franco-arenosa y contenido de materia orgánica en torno de 2%, que es bajo para los valores normales en la zona. Las medidas fueron realizadas el 24/11/2011.

Las estructuras o volúmenes pedológicos fueron separados considerando la posición en el viñedo: L, referida a la línea de viñedo; R, en las rodadas del tractor; M, en el medio de la calle. Los limites laterales y en

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VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

profundidad de las estructuras o unidades morfológicamente homogéneas (UMH), siguiendo la terminología de Tamia et al. (1999), fueron delimitadas en función de la morfología observada en la escala de perfil y en la del estado interno de los agregados o terrones (“peds”). La nomenclatura utilizada está de acuerdo con los trabajos de Tavares Filho et al. (1999).

Las medidas de TER se llevaron a cabo en siete líneas perpendiculares a las líneas de viñedo y otras siete líneas paralelas a las mismas. Se utilizó un equipo Terrameter SAS 1000 (ABEM), junto con un selector de electrodos ES 10-64, con una separación entre los 20 electrodos metálicos de cada línea de 0,20 m, y separación entre líneas de 0,20 m. Los datos de resistividad eléctrica aparente de ambas mediciones fueron invertidos mediante el software RES3DINV para obtener un modelo 3D de los datos de resistividad real. El protocolo elegido para realizar la medida fue el Wenner (Wenner 32SX) debido a que es el más apropiado para el estudio de estructuras horizontales.

El perfil cultural presenta las siguientes zonas: L1 (Línea de viñedo) –- 0-15 cm, UMHL1 - Fptµ - estructura

fragmentada, pequeños terrones, agregados porosos. L2 (Línea de viñedo) - 15-35 cm, UMHL2 - Fmt∆µ -

estructura fragmentada, medios terrones, agregados compactos que todavía guardan algunas características del estado no compacto.

L3 (Línea de viñedo) - 35-55 cmUMHL3 - Fmtµ∆ - estructura fragmentada, medios terrones, agregados con características predominantes del estado no compacto μ, pero en proceso de compactación o con algunas características del estado compacto.

R1 (Rodada del tractor) - 0-20 cm, UMHR1 - C∆ – estructura continua, apédica o sin agregados visibles en la escala del perfil; estado interno de las estructuras es compacto (poco poroso)

R2 (Rodada del tractor) - 20-40 cm, UMHR2 - Fmt∆µ - estructura fragmentada, medios terrones, agregados compactos que todavía guardan algunas características del estado no compacto.

M1 (Medio de la calle) - 0-25 cm, UMHM1 - Fmt∆µ - estructura fragmentada, medios terrones, agregados compactos que todavía guardan algunas características del estado no compacto.

M2 (Medio de la calle) - 25-45 cm, UMHM2 - Fmt∆µ - estructura fragmentada, medios terrones, agregados compactos que todavía guardan algunas características del estado no compacto.

Los resultados de la inversión de los datos de resistividad eléctrica aparente permiten identificar las zonas de la línea del viñedo caracterizada por mayores valores de resistividad eléctrica, y las zonas de las rodadas del tractor que presentan una menor resistividad eléctrica, también se aprecian las variaciones en profundidad y a lo largo de la líneas de viñedo, al realizar la inversión de los datos 3D. Por lo cual se puede concluir que la TER permitiría inferir una idea cualitativa de la variación del perfil cultural en la parcela.

Referências:

Gautronneau, Y., H. Manichon (1987). Guide méthodique du profil cultural. Lyon, CEREF-GEARA, 71p.

Tamia, A., R. Moreau, M. Fortier, G. Yoro (1999). Influence du travail du sol sur l’évolution physique d’un sol forestier ferralitique après défrichement motorisé. Étude et Gestion des Sols, 6: 27-39.

Tavares Filho, J., R. Ralisch, M.F. Guimarães, C.C. Medina, L.C. Balbino, C.S.V.J. Neves (1999). Método do perfil cultural para avaliação do estado físico de solos em condições tropicais. R. Brasileira Ciência do Solo, 23: 393-399.

UMS2016-39 Fauna edáfica e serapilheira acumulada na área de proteção ambiental municipal do Buriti do Meio em Caxias, MA Marirlan dos Reis Santos (1), Laiane Ferreira Cunha (1), Maria da Conceição S. da Silva (1), Régia M. Reis Gualter (1), Khalil de Menezes Rodrigues (2)

(1) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, Campus Caxias. CEP: 65.600-992, Caxias, Maranhão, Brasil (2) Centro de Ciências Agrárias e Ambientais da Universidade Federal do Maranhão. CEP: 65500-000, Chapadinha, Maranhão, Brasil A serapilheira acumulada nos solos florestais pode variar conforme fatores como alto ou baixo nível de água e nutrientes no solo, pH alto ou baixo, densidade da população de organismos decompositores e fragmentadores, favorecendo ou não a ciclagem de nutrientes, que em florestas pode ser analisada nos diferentes estratos. Dentre os organismos presentes no compartimento serapilheira-solo destaca-se a fauna edáfica, importante agente nos processos físico-químicos e biológicos do solo. O presente estudo teve por objetivo avaliar a fauna edáfica e quantificar o acúmulo de serapilheira em seus compartimentos formadores (folhas, galhos e miscelânea) sobre o solo em fitofisionomias presentes na Área de Proteção Ambiental Municipal do Buriti do Meio, em Caxias, MA. A Área de Proteção Ambiental Municipal do Buriti do Meio distancia-se 35 km do perímetro urbano de Caxias com uma área de 58 347,30 ha, onde encontram-se fitofisionomias como Cocal e Buritizal. Este estudo foi conduzido em junho de 2015, onde foram realizadas amostragens de fauna edáfica e serapilheira em cada uma das fitofisionomias citadas. Para a captura da fauna edáfica foram utilizadas armadilhas do tipo “pitfall”. Posteriormente procedeu-se a contagem e identificação dos indivíduos em nível de ordem, ou grupos, com o auxílio de um estereomicroscópio. Os seguintes parâmetros foram estimados: índice de indivíduos por armadilha/dia, riqueza média e riqueza total, índice de diversidade de Shannon e índice de equitabilidade de Pielou. Para a coleta da serapilheira foi utilizado um gabarito de metal de 0,5 m 0,5 m sem fundo, de 0,25 m² de área e altura de 0,15 m, construído de chapa lambri galvanizada. A serapilheira coletada foi separada em frações folhas e galhos, sendo pesadas e posteriormente colocadas em estufa a 65°C durante 72 horas. A abundância, riqueza e diversidade dos grupos da fauna edáfica foi semelhante nas fitofisionomias avaliadas. Quanto a avaliação da serapilheira, a massa seca e a produção de massa seca acumulada, a área de Cocal apresentou maiores valores em relação ao Buritizal, independente do material vegetal aportado.

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VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

UMS2016-40 Identificação de metais traço em sedimentos urbanos na cidade de Poços de Caldas (Brasil) Alexandre Silveira (1), José A. P. Júnior (1), Cristiano Poleto (4), João L. M. P. de Lima (2,3), Flávio A. Gonçalves (1), Lívia A. Alvarenga (1), Jorge M. G. P. Isidoro (3,5)

(1) Instituto de Ciência e Tecnologia, Universidade Federal de Alfenas UNIFAL-MG, Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil (2) Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal (3) MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal (4) Instituto de Pesquisas Hidráulicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil (5) Departamento de Engenharia Civil, Universidade do Algarve, Faro, Portugal No contexto do saneamento urbano, por mais abrangentes que sejam as políticas públicas específicas e por maior que tenham sido os esforços nas esferas política, técnica e econômica para conter e controlar a poluição urbana, ainda é insipiente a atenção que se dá em relação à poluição difusa proveniente da ocupação urbana em geral e principalmente nas pequenas e médias cidades brasileiras. Tem sido verificado que as áreas impermeáveis urbanas acumulam poluentes nos períodos entre os eventos de chuva e que esses poluentes são lavados das superfícies sendo rapidamente direcionados para os sistemas hídricos através do escoamento superficial. Dos poluentes gerados, tem especial interesse os metais traço por serem elementos associados à poluição, contaminação e toxicidade no meio ambiente. Este estudo tem como objetivo identificar os metais traço existentes nos sedimentos urbanos em uma cidade localizada no sul de Minas Gerais, Brasil.

As campanhas de amostragem foram realizadas em algumas vias de tráfego de um bairro no Município de Poços de Caldas. Para obtenção das amostras utilizou-se método de varrição a seco. As coletas foram executadas no período de 21/05/2013 a 27/08/2013, tipicamente seco para a região. As vias estudadas foram divididas em 12 seções e agrupadas em cinco zonas. As seções de amostragem nos arruamentos junto às sarjetas foram definidas com área de 1 m2. Uma vez limpa a superfície da sarjeta pela ação da varrição mais grosseira, a mesma área foi ligeiramente escovada com escova de cerdas de nylon e utilizou-se um pincel de cerdas de pelo animal para varrição mais fina dos sedimentos que se soltaram, classificados como “Aderidos”. Após peneiramento foi separada a fração de sedimentos de diâmetro ≤ 63 mm e as amostras foram submetidas a análise por Espectrometria de Fluorescência de Raios-X por Dispersão de Energia (EDXRF) para a determinação da composição mineralógica dos sedimentos. Para determinar a carga total de metais traço mais comuns em áreas urbanas (Cd, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn), as amostras foram submetidas a análise por Espectrometria de Emissão Ótica por Plasma Acoplado Indutivamente (ICP-OES).

Pela análise por meio do método EDXRF constatou-se o Zn foi o que apresentou maior concentração na forma de ZnO seguido do Cu (CuO). Pela análise do método ICP=OES foi verificado que em termos de carga de poluentes a relação entre os elementos foi Pb > As > Zn > Ni > Sn > Cr > Cu > Cd.

Concluiu-se com este trabalho que o emprego de dois métodos distintos de análise de sedimentos (EDXRF e ICP-OES) permitiu caracterizar a presença dos principais metais traço presentes em ambientes urbanos (Cr, Cd, Pb, Zn, Ni e Cu) além de traços de As e Sn. A partir da análise por ICP-OES, verificou-se a ocorrência de Pb como sendo o metal traço com maior concentração sobre as áreas amostradas, tendo sido estimada uma carga de Pb de 3676 mg m-2 e uma massa acumulada de chumbo de 12,48 g em toda a área de estudo. Esse resultado ressalta a relevância desse metal como poluente ambiental em áreas urbanas dadas as suas características de toxicidade em diversos compartimentos ambientais. UMS2016-43 Proposta de um modelo de utilização sustentável do solo em áreas críticas com recurso à análise espacial multicritério Luís Quinta-Nova, Natália Roque, Dora Ferreira

Instituto Politécnico de Castelo Branco, Portugal É consensual que a escolha dos usos mais adequados às aptidões edafo-climáticas, complementada com critérios socioeconómicos, promove uma utilização sustentável dos espaços rurais. Existem diferentes metodologias que permitem determinar a aptidão do solo para usos agroflorestais ou para a manutenção de ecossistemas seminaturais, nomeadamente culturas agrícolas, povoamentos florestais, territórios agro-silvo-pastoris e áreas críticas em termos de riscos de erosão hídrica ou outro risco natural. Neste estudo pretendeu-se determinar os diferentes níveis de aptidão de uso agroflorestal para uma região do Centro Interior de Portugal. Para o efeito recorreu-se a um conjunto de variáveis edáficas e topográficas, tendo como base um modelo digital do terreno, cartografia de solos e cartografia biogeográfica. A avaliação da aptidão foi efetuada com recurso ao método de análise multicritério Analytical Hierachy Process (AHP).

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UMS2016-46 Processos erosivos intensos em solos florestais após incêndios: Estudos de caso no Norte e Centro de Portugal Luciano Lourenço (1), António Bento-Gonçalves (2), António Vieira (2), Adélia Nunes (1), Bruno Martins (1), Carmen Ferreira (3), Tomás de Figueiredo (4), Felícia Fonseca (4)

(1) Departamento de Geografia e Turismo, CEGOT, Universidade de Coimbra, Portugal (2) Departamento de Geografia, CEGOT, Universidade do Minho, Portugal (3) Departamento de Geografia, CEGOT, Universidade do Porto, Portugal (4) Escola Superior Agrária, CIMO, Instituto Politécnico de Bragança, Portugal Portugal tem sofrido, sobretudo ao longo deste último meio século, não só de numerosos, mas também de alguns grandes incêndios florestais, que acarretam avultados prejuízos económicos, sociais e ambientais. De entre estes, porventura um dos menos conhecidos, diz respeito à erosão das vertentes e dos solos florestais que ocorre algum tempo depois dos incêndios, razão pela qual pretendemos dar a conhecer casos por nós estudados no Norte e Centro de Portugal.

Apontam-se casos de erosão hídrica associados tanto a movimentações de partícula a partícula, de que são exemplo os ravinamentos, como a movimentações em massa, quer provocadas por deslizamentos, quer devidas a enxurradas, processos morfogenéticos que muitas vezes são acelerados pelos sobrantes do incêndio, os quais, na presença de precipitações abundantes, mormente quando elas são intensas, contribuem para a mobilização de maior quantidade de partículas minerais e, até, de pedaços de rocha, que são transportados para a base das vertentes, ou, então, para maiores distâncias, quando transportadas pelos cursos de água. Consideram-se situações registadas em diferentes contextos geológicos, designadamente em solos formados a expensas de xistos, graníticos e calcários, bem como em depósitos de cobertura, essencialmente constituídos por rocha alterada e depósitos de vertente.

Apresentam-se algumas das situações por nós estudadas durante os últimos trinta anos, sobretudo associadas a precipitações intensas mas, por vezes, também decorrentes de precipitações menos intensas que se prolongaram no tempo. Frequentemente, quando esse transporte é assegurado pelas linhas de água, os materiais minerais e as matérias orgânicas podem percorrer longas distâncias e ficar depositados fora da área queimada, facto que contribui para que nem sempre sejam associados aos incêndios florestais, mas somente ao episódio hidrometeorológico intenso que diretamente o originou, tanto mais que estes se podem registar passados vários meses sobre o decurso dos incêndios a que os processos morfogenéticos estão intimamente associados e que são a causa indireta, dado que se, anteriormente, não tivesse havido o incêndio, eles não ocorreriam ou, a acontecerem, teriam uma intensidade bem menor.

UMS2016-47 Efectos de la tala post-incendio en la respuesta hidrológica y de erosión del suelo medidos a dos escalas espaciales M. C. Malvar, F. Silva, S. Prats, M. Martins, D. Vieira, T. Silva, J. Puga, S. Faria, I. Campos, C.O.A. Coelho, J. Keizer

Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro, 3810-193 Aveiro, Portugal El fuerte incremento en la escorrentía y erosión del suelo es una de las principales preocupaciones de la gestión forestal post-incendio ya que constituye un riesgo para la sostenibilidad en el uso del suelo, los hábitats fluviales o las infraestructuras humanas (ej. pantanos). Además del fuego, existen prácticas de gestión forestal post-incendio que tienen un fuerte impacto en la respuesta erosiva de las áreas ardidas. La tala de los árboles quemados puede aumentar grandemente la erosión, pero su efecto ha sido escasamente cuantificado, a pesar de que: (i) es una de las actividades más frecuentes después del incendio; (ii) los suelos recientemente ardidos son más fácilmente erosionables que los suelos no ardidos.

En el contexto de proyecto europeo RECARE (www.recare-project.eu), en el cual el caso de estudio portugués pretende evaluar el riesgo de erosión post-incendio, la Universidad de Aveiro estableció un experimento para testar el efecto de la tala post-incendio sobre la respuesta hidrológica y erosiva. El área de estudio está localizada en el centro de Portugal, en la sierra de Semide, municipalidad de Miranda do Corvo. El área sufrió un incendio en el verano de 2015, que afectó unas 600 ha de principalmente plantaciones de eucalipto.

El poster propuesto mostrará los resultados preliminares de los efectos de las actividades de tala en la escorrentía y erosión del suelo medidos sobre dos escalas espaciales.

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UMS2016-49 Influência de doses de manipueira nos atributos químicos de um solo cultivado com girassol Mara S. Marques Dantas, Mario Monteiro Rolim, Elvira M. Regis Pedrosa

Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, CEP 52171-900, Recife, PE, Brasil A manipueira é um resíduo líquido gerado no processamento da mandioca, que apresenta elevados teores de nitrogênio (3064,0 mg L-1), fósforo (312,0 mg L-1), potássio (3200,0 mg L-1), cálcio (241,9 mg L-1) e magnésio (1588,2 mg L-1), rico em açúcares, amidos, proteínas, linamarina e elevada carga orgânica, configurando-se como uma alternativa promissora de fertilizante para as culturas agrícolas. Assim objetivou-se com o presente trabalho avaliar a influência de doses de manipueira sobre a concentração de íons em diferentes profundidades de um Latossolo Vermelho amarelo cultivado com girassol. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com seis tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram dispostos em parcelas subdivididas, sendo as parcelas representadas pelas doses de manipueira (0; 8,5; 17; 34; 68 e 136 m3 ha-1) e as subparcelas pelas profundidades (0 - 20 e 20 - 40 cm). As doses de manipueira foram aplicadas, de uma só vez, em sulcos de 0,08 m de profundidade, quinze dias antes do plantio, utilizando como referência a necessidade de potássio para a cultura e seus teores no resíduo e no solo. A irrigação foi realizada por gotejamento, sendo aplicada, durante todo o ciclo, uma lâmina de 357 mm. A cultivar de girassol utilizada foi a Helio 250, no espaçamento de 1,0 0,2 m e a semeadura foi feita diretamente em campo. Foram avaliados as concentrações trocáveis de potássio, cálcio, magnésio e o teor de fósforo disponível. A dose de 136 m3 ha-1 foi a que proporcionou maior média no teor de K+, sendo a profundidade de 0 – 20 cm a que expressou maior teor de K+. Para as doses 0 e 8,5 m3 ha-1 observou-se que a maior concentração de Mg2+ ocorreu na profundidade do solo de 20 – 40 cm. Por outro lado, ao avaliar o efeito da profundidade do solo para cada dose, foram encontrados maiores teores de Mg2+ na profundidade de 0 – 20 cm para a dose de 17 m3 ha-1, não sendo observado efeito significativo para as profundidades nas doses 34, 68 e 136 m3 ha-1. Com relação ao fósforo e o cálcio as maiores concentrações foram obtidas na profundidade de 0-20 cm. Desse modo, percebe-se que ocorreu uma maior concentração dos íons na camada mais superficial, ou seja, de 0 – 20 cm, indicando que as doses de manipueira não promoveram risco de lixiviação do resíduo, bem como contaminação do lençol freático, mesmo com a tendência de aumentos nas concentrações dos íons em função do aumento das doses do resíduo aplicadas; assim, considera-se que a manipueira pode constituir um potencial fertilizante para a cultura do girassol.

UMS2016-50 Avaliação da qualidade física do solo de um sistema produtivo de cana-de-açúcar em solos tabuleiros do Brasil Pedro F. Sanguino Ortiz, Mara S. Marques Dantas, Mario Monteiro Rolim

Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, CEP 52171-900, Recife, PE, Brasil Apesar das crescentes preocupações pela baixa eficiência nos sistemas produtivos agrícolas, como incremento nas taxas de degradação do solo, ainda não existem critérios universais para avaliar as mudanças na qualidade do solo, pelo qual se faz necessário obter variáveis que permitam registrar informações, avaliar condições e observar as tendências dos comportamentos, a fim de definir a qualidade do solo, através de Indicadores de qualidade. Está grande preocupação está presente em todas as esferas, ou seja, na população, nos consumidores, agricultores, como também nas instituições governamentais e não governamentais, fazendo-se necessário obter os Índices de Qualidade do Solo — IQS — que não só alertem os estados críticos do solo, mas também, estimulem a continua necessidade de pesquisa em prol da sustentabilidade e da qualidade ambiental. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar o estado da qualidade física do solo de um sistema produtivo de cana-de-açúcar com mais de 40 anos de uso, comparado com um solo sem alteração antrópica. As áreas de estudos foram situadas na fazenda produtiva de cana-de-açúcar da EECAC e classificaram-se pelo uso do solo, tempo de uso do solo e períodos produtivos, ou seja, foi selecionada 1 áreas de primeira folha de produção, correspondente ao primeiro ciclo produtivo, o qual apresentava um tempo de uso de solo e, além disso, outra área selecionada na floresta nativa como ponto de comparação da qualidade física do solo. Para a avaliação da qualidade física do solo foram realizadas amostragens do solo com estrutura deformadas e indeformadas com profundidades de 0 - 40 cm, nas áreas de estudo. O método aplicado para a avaliação da qualidade física do solo foi a avaliação integrativa da qualidade do solo, desenvolvido com o propósito de constatar-se a resposta de um conjunto de indicadores frente a um determinado sistema de manejo, ao longo do tempo. O sistema matemático aditivo, modelo que está em função dos processos principais e dos seus respetivos indicadores de qualidade que participam deste, como também, da ponderação predefinida pela necessidade do pesquisador. A avaliação dos indicadores de qualidade fiscos, quanto as funções de capacidade de armazenamento e retenção de agua, e a função de crescimento e suporte radicular, apresentou uma área de produção de cana-de-açúcar com forte limitante nas duas funções avaliadas, pois os indicadores físicos válidos, aprestaram afetação pelas práticas e técnicas de manejo desenvolvidas. A pesquisa realizada permitiu concluir que o prolongado tempo de uso constante das atuais técnicas e práticas de manejo dos sistemas de produção de cana-de-açúcar, afetam as funções física do solo, o que poderia também estar afetando a eficiência no desenvolvimento e na produtiva da cana-de-açúcar.

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UMS2016-52 O aporte de sedimentos em bacias hidrográficas urbanas e as suas implicações sobre os recursos hídricos Felippe Fernandes (1), Jorge M. G. P. Isidoro (2,3), Cristiano Poleto (4)

(1) Departamento de Ciências da Engenharia Ambiental, Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, km 13 Rodovia Domingos Innocentini, Itirapina, Brasil (2) Departamento de Engenharia Civil, Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve, Campus da Penha, 8005-139 Faro, Portugal (3) MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal (4) Departamento Instituto de Pesquisas Hidráulicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Av. Bento Gonçalves, 9500 Porto Alegre, Brasil O crescimento urbano nas proximidades de ecossistemas aquáticos pode levar à degradação da qualidade das águas, bem como à supressão e/ou substituição da vegetação nativa, acarretando em prejuízos expressivos aos ecossistemas aquáticos e a saúde pública. A rápida urbanização e consequente aumento de áreas impermeáveis, o uso inadequado do solo e o lançamento de efluentes, por vezes sem tratamento, de origem doméstica e/ou industrial com significativa carga de poluentes de origem orgânica e química, incluem-se nas principais causas da degradação dos recursos naturais. Elevados prejuízos ambientais são gerados não apenas pelas alterações hidrológicas, mas também pela carga de poluentes lixiviados ou transportados junto aos sedimentos, tendo por destino final a sedimentação em corpos de água.

O assoreamento dos reservatórios, resultante da lixiviação e arrasto de sedimentos, pode levar ao colapso dos mesmos originando cheias, que por sua vez resultam em problemas de saúde pública, e de ordem social e económica das mais diversas magnitudes. A erosão, transporte e deposição de sedimentos origina a formação das camadas sedimentares finamente divididas no fundo de rios, lagos, reservatórios, baias, estuários e oceanos. Esses consistem, de forma geral, em vários minerais com granulação fina, media e grossa, incluindo argilas, silte e areia misturados com matéria orgânica, sendo que sua composição (mineral e orgânica) depende da geologia e biota local, enquanto a granulometria varia principalmente com a sua origem.

Os sedimentos de fundo desempenham papel muito importante na avaliação da poluição de mananciais de água, pois eles refletem a qualidade atual e/ou histórica, caso se avalie amostras em perfis sedimentares de um sistema aquático, podendo ser usados para detectar a presença de contaminantes, principalmente os que não permanecem solúveis após o seu lançamento em águas superficiais. Os sedimentos podem também atuar como possíveis fontes de poluição, uma vez que após agregados e/ou sedimentados em camadas, estes podem armazenar poluentes por décadas até, que se torne novamente expostos ou sofram alterações químicas.

Num ambiente urbanizado há uma maior probabilidade de ocorrência da poluição, por exemplo através dos metais que estão presentes entre os demais poluentes agregados aos sedimentos, gerados de forma natural e/ou antropogénica. Neste sentido compreender a dinâmica dos sedimentos de uma bacia hidrográfica tem

grande importância, por exemplo, sobre as alterações de uso e ocupação da terra, a urbanização, o desenvolvimento económico, os impactes e os passivos ambientais decorrentes de atividades antrópicas.

Neste trabalho pretende-se avaliar as concentrações de Zinco e Níquel, nas diferentes profundidades amostradas em testemunhos de sedimentos produzidos na bacia hidrográfica urbanizada que compõe a barragem Mãe d´Água (Região Metropolitana de Porto Alegre, RS, Brasil). As coletas das amostras foram realizadas em junho de 2014, sendo amostrados quatro testemunhos sedimentares distribuídos no lago da referida barragem. Para a extração dos testemunhos foi utilizado um amostrador de núcleo “Piston Core”. Os sedimentos da fração menor que 63 μm foram destinados a análise química para verificação da presença e concentração dos elementos traço: Níquel (Ni) e Zinco (Zn). A metodologia de digestão ácida empregue é a EPA 3050, adotada pela U.S. Environment Protection Agency, sendo que as análises foram realizadas em duplicata e, para controle de qualidade, foram utilizados dois materiais de referência da USGS (U.S. Geological Survey): SGR-1b e SCO-1 que apresentam boa média e seus valores estão dentro do desvio padrão de cada amostra certificada. Para o Green River Shale (SGR-1b) (com média e desvio padrão de referência para Ni de 29±5 mg·kg-1) apresentou média de 27 mg·kg-1, e para o Zn (74±9 mg·kg-1) média de 77 mg·kg-1. Já o Cody Shale (SCo-1) (com média e desvio padrão para Ni de 27±4 mg·kg-1) apresentou média 24 mg·kg-1, e para o Zn onde a média e desvio padrão de referência é de 103±8 mg·kg-1, e apresentou média de 110 mg·kg-1, assim demostrando que a metodologia utilizada apresentou bom desempenho na digestão dos metais e resultados confiáveis.

Todas as amostras apresentaram concentrações de Zn e Ni acima do valor de background local, que são respectivamente 47.4 mg·kg-1 e 4.9 mg·kg-1 e com padrões de crescimento, portanto, evidenciam a existência de enriquecimento dos sedimentos por estes elementos. O elemento Zinco apresentou média em cada um dos perfis, correspondente a T1: 237 mg·kg-1, T4: 200 mg·kg-1, T6: 161 mg·kg-1 e T8: 228 mg·kg-1 e para o metal Níquel T1: 11 mg·kg-1, T4: 10 mg·kg-1, T6: mg·kg-1

e T8: 11 mg·kg-1. Considerando que a área de estudo se caracteriza historicamente pela ocupação residencial, ações antropogénicas podem ser consideradas as principais causadoras dos passivos ambientais no corpo de água em estudo.

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UMS2016-53 Influência da salinidade da água de irrigação na condutividade elétrica de solo cultivado com cana-de-açúcar Raquele Mendes Lira (1), Ênio F. de França e Silva (2), Alexsandro Oliveira da Silva (1), Marcone da Silva Barros (1), Erick B. Pacheco Albuquerque (1)

(1) Universidade Estadual do Piauí, Brasil (2) Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE; Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos - CEP: 52.171-900 - Recife/PE, Brasil O cultivo da cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L.) é realizado na região Metropolitana do Recife desde a época do Brasil colonial e ainda é uma das principais fontes de renda de parte da população da Região litorânea e Zona da Mata do Estado de Pernambuco, principalmente devido a produção de açúcar. Com o aumento populacional e o uso cada vez maior das águas superficiais para o uso doméstico e industrial, o cultivo da cana-de-açúcar passou a ser estritamente de sequeiro aproveitando o elevado regime pluvial da região litorânea do Estado, porém, em anos de estação seca onde o regime pluvial é reduzido o uso de águas de qualidade inferior pode ser uma opção para elevar a produtividade da cultura. Contudo um manejo da irrigação adequado e o monitoramento das condições do solo são de grande importância para o sucesso exploratório dessas águas. Diante do exposto, objetivou-se com este trabalho avaliar a condutividade elétrica da água lixiviada (CEa) do solo cultivado com cana-de-açúcar e irrigado com diferentes salinidades e frações de lixiviação, numa estação lisimétrica de drenagem. O experimento foi conduzido na estação de Agricultura Irrigada Prof. Ronaldo Freire de Moura, do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Campus de Recife-PE. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições, em esquema fatorial 5 2 referente a cinco níveis de salinidade da água (CEa - 0,5; 2,0; 3,5; 5,0 e 6,5 dS m-1) e duas frações de lixiviação (100 e 120% da evapotranspiração da cultura - ETc) com quatro repetições, totalizando 40 parcelas experimentais. O sistema de irrigação foi o localizado por gotejamento 4 L h-1, e as soluções salinas eram preparadas com a adição de NaCl e CaCl2 na água de abastecimento local em tanques de 500 L. Durante todo o ciclo de cultivo (dos 65 aos 300 dias após a semeadura, DAS) foram obtidos o material lixiviado. Diariamente foram realizadas a medições dos volumes gerados a partir da drenagem das parcelas com o auxílio de provetas de 100 e 1000 mL, e de um balde graduado de 20 L-¹. Uma alíquota do lixiviado foi posteriormente conduzido ao Laboratório de Qualidade de Água da UFRPE, onde foi medida a condutividade elétrica através de condutivímetro de bancada. A condutividade elétrica obtida pela água drenada dos lisímetros apresentou considerável aumento nos tratamentos estudados a partir dos 94 DAS, obtendo-se valores de até 13,67 dS m-1 aos 156 DAS, para a aplicação de uma CEa de 6,5 dS m-1, repondo-se apenas o volume evapotranspirado de água pela cultura. As CEa em conjunto com a aplicação de lâminas de 120% da ETc apresentaram as menores CE do volume drenado durante o ciclo experimental.

UMS2016-54 Condutividade elétrica do extrato de saturação do solo irrigado com água salobra sob frações de lixiviação José F. de Carvalho (1), Ênio F. de França e Silva (2), Gerônimo Ferreira da Silva (2), Mário Monteiro Rolim (2)

(1) Universidade Estadual do Piauí, Brasil (2) Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE; Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos - CEP: 52.171-900 - Recife/PE, Brasil Face o grande crescimento populacional do planeta e, como consequência, a maior demanda de água potável, tem-se verificado uma redução acentuada da disponibilidade de água de baixa salinidade e de fácil utilização. Assim, a adoção da irrigação utilizando água salobra tem-se tornado um desafio que vem sendo superado por meio da aplicação de técnicas adequadas de manejo como o cultivo rotacionado e a adição de uma lâmina de água superior a quantidade requerida para suprir a evapotranspiracão da cultura. O emprego adequado dessas técnicas pode permitir o uso racional de águas de qualidade inferior existentes na região e contribuir para minimizar a degradação do solo. A ocorrência de chuvas elevadas se constitui, também, como importante fonte de lixiviação de sais do solo, visto que em períodos que o solo apresenta nível salino mais elevado pode se cultivar variedades mais tolerantes, porém, com a ocorrência das chuvas e a consequente lixiviação dos sais no perfil, culturas menos tolerantes e de sistema radicular mais profundo podem ser cultivadas sem perdas de produtividade. Diante do exposto, objetivou-se com este trabalho avaliar a condutividade elétrica do extrato de saturação do solo (CEes), em função da salinidade da água de irrigação e de fração de lixiviação, numa estação lisimétrica de drenagem. O experimento foi conduzido na estação Experimental de Agricultura Irrigada Prof. Ronaldo Freire de Moura, do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Campus de Recife-PE. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições, em esquema fatorial 2 5 referente a dois níveis de salinidade da água (condutividade elétrica aparente, CEa - 1,2 e 3,3 dS m-1) e cinco frações de lixiviação (0, 5, 10, 15 e 20%). A salinidade do solo aumenta com a salinidade da água de irrigação e com a redução da fração de lixiviação.

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UMS2016-55 Balanço de sais em cultivos de feijão-caupi rotacionado com milho verde sob irrigação com água salobra José F. de Carvalho (1), Ênio F. de França e Silva (2), Gerônimo Ferreira da Silva (2), Mário Monteiro Rolim (2)

(1) Universidade Estadual do Piauí, Brasil (2) Departamento de Engenharia Agrícola, Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE; Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos - CEP: 52.171-900 - Recife/PE, Brasil O manejo dos solos salinos deve considerar prioritariamente o balanço de sais na área. Assim, a remoção de sais da zona radicular para manter a solução do solo a um nível de salinidade compatível com o sistema de cultivo, aliado a prática do cultivo rotacionado que já é utilizada em diversas partes do mundo, são duas das técnicas mais importantes para evitar a salinização de uma área irrigada e, dependem da manutenção do balanço de sais do solo. Diante disso, objetivou-se com este trabalho quantificar o balanço da entrada e da saída de sais em um solo submetido à irrigação por gotejamento com água salobra e sob frações de lixiviação, em condições de cultivo rotacionado numa estação lisimétrica de drenagem. O experimento foi conduzido na estação Experimental de Agricultura Irrigada Prof. Ronaldo Freire de Moura, do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Campus de Recife-PE. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições, em esquema fatorial 2 5 referente a dois níveis de salinidade da água (condutividade elétrica aparente, CEa - 1,2 e 3,3 dS m-1) e cinco frações de lixiviação (0, 5, 10, 15 e 20%). O aumento na fração de lixiviação proporcionou maior saída de sais do perfil do solo independente da salinidade estudada, mas, durante os períodos de cultivo não preveniu o acúmulo de sais, principalmente na maior salinidade da água de irrigação. Os períodos de pousio e as chuvas intensas reduziram as quantidades de sais armazenados no solo. A extração de nutrientes pelas plantas foi superior à aplicação de fertilizantes em massa, comprovando a ocorrência de lixiviação de nutrientes. Para as condições estudadas, é possível se produzir feijão-caupi consorciado com milho-verde irrigados com água salobra sob técnicas de manejo para a lixiviação de sais do solo.

UMS2016-56 Evaluación de la compactación de un suelo de viñedo de la D.O. Ribeiro (NO España) por el paso de maquinaria y su relación con la conductividad eléctrica aparente Irene Varela-Vila, Eva Vidal Vázquez, Marcos Lado, Antonio Paz González

Area de Edafología y Química Agrícola, Centro de Investigaciones Científicas Avanzadas (C.I.C.A.), Facultad de Ciencias, Universidad de A Coruña, A Zapateira s/n,15071, A Coruña, España La mecanización de las labores agrícolas es una de las causas principales de la degradación física de los suelos dedicados a la viticultura. El paso de maquinaria entre hileras del cultivo puede provocar la compactación del suelo, lo que reduce la porosidad, especialmente la macroporosidad, y con ello la aireación y el movimiento de agua en el suelo. La forma más común de evaluar el estado de compactación del suelo es midiendo la resistencia a la penetración (RP), ya que existe una relación directa entre ambas variables: cuanto más compactado está un horizonte edáfico, mayor será su resistencia a la penetración. No obstante, la naturaleza destructiva de esta medida hace que exista un interés en buscar métodos alternativos, no-destructivos y sencillos, para la evaluación de la compactación. En este sentido, la popularización en los últimos tiempos de los métodos de exploración geofísicos en el estudio de suelo ha hecho que la conductividad eléctrica aparente (CEa) se encuentre entre las herramientas más utilizadas para la caracterización espacio-temporal de propiedades edáficas. La CEa está relacionada con diversas propiedades del suelo, como el contenido de humedad, el contenido en arcilla, o la salinidad del suelo, y puede ser muestreada intensamente de manera económica y sencilla. Por tanto, los objetivos de este estudio son, por un lado, caracterizar el impacto del laboreo mecanizado sobre la compactación del suelo en un viñedo de la denominación de origen del Ribeiro, y por otro lado, evaluar el uso de la CEa como una alternativa a la medida de RP.

El trabajo experimental se llevó a cabo en la finca experimental anexa a la Estación de Viticultura y Enología de Galicia (EVEGA), que se ubica en el municipio de Leiro dentro de la denominación de Origen Ribeiro (Galicia, NO España). El clima de la zona es templado-húmedo y de tipo Atlántico, si bien se observa un déficit hídrico durante los meses de verano. Las medidas de RP y CEa se realizaron en 2012, a lo largo de dos transectos localizados entre dos hileras del viñedo: uno sobre la zona de rodada dejada por la maquinaria agrícola, y otro en la zona entre dos rodadas. Cada transecto tuvo una longitud de 51,2 m, en el que se tomaron medidas en 65 puntos separados 0,8 m entre sí. En cada punto se midieron simultáneamente RP y CEa en profundidad con un penetrómetro Veris P3000. Dentro de cada perfil, se tomaron medidas desde la superficie hasta una profundidad de 0,9 m con un espaciamiento de 0,02 m.

La RP presentó un comportamiento similar en ambos tratamientos: aumentó desde la superficie hasta alcanzar un máximo a los 0,20 m de profundidad, luego descendio hasta una profundidad de 0,36 m, y a continuación volvió a aumentar gradualmente hasta la profundidad máxima de muestreo. Se observaron diferencias en el grado de

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compactación entre las zonas de rodada y entre rodadas. Estas diferencias se produjeron en la capa comprendida entre los 10 y 40 cm de profundidad, y fueron máximas a los 20 cm, donde el suelo bajo rodada posee una resistencia a la penetración de 2,3 Mpa frente a 1,1 Mpa obvervados entre las rodadas.

En cuanto a la CEa, sus valores máximos se obtuvieron a una profundidad de 10 cm, independientemente del tratamiento, para luego descender y estabilizarse a los 40 cm, profundidad a partir de la cual permanecieron constantes. La CEa también presentó diferencias entre ambos tratamientos: a los 10 cm de profundidad, donde se observaron los valores máximos de CEa, los valores fueron mayores en la zona de rodada que entre las rodadas (3,74 mS/m frente a 1,55 mS/m).

Ambas variables, RP y CEa, mostraron diferencias entre los tratamientos considerados, aunque la relación entre ambas variables no está clara. A pesar de que la salinidad de este suelo es baja, y por tanto la influencia de las sales en los valores de CEa debería ser baja, es muy probable que otras variables que influencian CEa, como el contenido en arcilla de los diversos horizontes y el contenido de humedad del suelo, sean las responsables de la disparidad de comportamiento entre RP y CEa.

Agradecimientos: Este trabajo ha sido financiado por la Xunta de Galicia mediante el proyecto EM2014/047 del programa de Investigadores Emerxentes.

UMS2016-57 Avaliação da suscetibilidade à erosão induzida pela ação da chuva: Aplicação da metodologia PAP/RAC à Serra de Grândola Jorge M. G. P. Isidoro (1,2), Fernando M. G. Martins (1,3), Helena M. Fernandez (1,3)

(1) Departamento de Engenharia Civil, Instituto Superior de Engenharia, Universidade do Algarve, Campus da Penha, 8005-139 Faro, Portugal (2) MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Coimbra, Portugal (3) MED_Soil Research Group, Sevilha, España Na Península Ibérica a erosão do solo causada pela ação da chuva é o processo mais comum de degradação do solo e um importante indicador de desertificação. Assim, a compreensão das características da precipitação bem como da variabilidade temporal e especial da mesma, revelam-se de elevada importância para a avaliação dos processos erosivos e da adoção de estratégias de gestão que visem a minimização da perda de solo.

Neste trabalho é descrita uma metodologia baseada num sistema de informação geográfica (SIG) desenvolvido sob as linhas orientadores do Priority Actions Programme/Regional Activity Centre (PAP/RAC), com o objetivo de mapear a suscetibilidade da Serra de Grândola à erosão causada pela ação da chuva. O modelo PAP/RAC para previsão de erosão nas áreas costeiras do Mediterrâneo e da União Europeia, visa um objetivo comum de contribuir para um desenvolvimento mais saudável e sustentado do ambiente Mediterrânico. Este modelo é simples e versátil, não necessitando do uso de parâmetros que revelar dificuldades na sua obtenção. A metodologia usada neste estudo combina o impacto da ação mecânica da chuva (erosividade) com a suscetibilidade à erosão do solo (status erosivo).

A Serra de Grândola é uma formação montanhosa na região Alentejana, no Sul de Portugal (N 38o 0’ a N 38o 13’ e W 8o 32’ a W 8o 44’). A precipitação média anual varia entre 600 mm nas menores altitudes a 1050 mm nas cotas mais elevadas. O clima é moderado apresentando temperatura média anual de 17oC. As formações litológicas mais representativas são as do grupo Flysch do Baixo Alentejo. A Serra de Grândola tem particular relevância pelo seu valor ecológico e paisagístico, bem como pela gestão dos recursos naturais com baixo impacte praticada pela população local.

Foi possível concluir que a área em estudo é composta de zonas com baixa a moderada suscetibilidade de erosão do solo causada por ação da precipitação. As zonas de maior altitude apresentam maior suscetibilidade à erosão devido à precipitação mais elevada e à maior declividade das encostas, apesar do solo constituinte ser mais resistente à erosão. Os vales onde as encostas têm grande declividade apresentam uma muito alta suscetibilidade à erosão (e.g., Ribeira da Lagoa de Melides, Ribeira da Cascalheira, Ribeira da Ponte e Ribeira de Santo André). Os autores esperam que este trabalho possa contribuir para uma melhor gestão do uso do solo na Serra de Grândola, dadas as suas qualidades ecológicas e paisagísticas, bem como à sua suscetibilidade à erosão.

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UMS2016-58 Análisis multifractal y polimultifractal de la variabilidad a lo largo de un transecto del contenido en P, K, Ca y Mg extraído por dos métodos Aitor García Tomillo (1), Rosane da Silva Días (1), Eva Vidal Vázquez (1), Montesrrat Valcárcel Armesto (2), Jorge Dafonte Dafonte (2), Antonio Paz González (1)

(1) Departamento de Edafología, Facultad de Ciencias, Universidad de A Coruña – Campus Zapateira – CP-15008 A Coruña, España (2) Departamento de Ingeniería Agroforestal, Universidad de Santiago de Compostela – USC, 27002, Lugo, España La caracterización de la variabilidad espacial del suelo ha sido abordada mediante diferentes métodos. Muchos estudios han empleado métodos geoestadísticos, que están basados en el análisis de momentos de segundo orden. Se admite que para variables que presentan una distribución normal, el valor promedio y un momento de segundo orden, como por ejemplo el semivariograma, permiten una descripción completa de la variabilidad espacial. Sin embargo los momentos de segundo orden no caracterizan adecuadamente aquellas variables que no presentan una distribución normal. Por otro lado, la teoría fractal permite relacionar datos obtenidos a diferentes escalas y por lo tanto los métodos basados en la misma pueden ser usados para evaluar cuantitativamente la variabilidad espacial. La teoría fractal permite analizar el escalamiento de una variable para momentos de sucesivos órdenes de momentos (tercero, cuarto, etc.) superiores al segundo. Si el escalamiento no varía con el momento, es decir si es suficiente un solo coeficiente para transferir información entre escalas se habla de monofractal. Pero, si el coeficiente de escalamiento varía en función del momento, la serie de datos estudiados es multifractal.

En este trabajo se llevó a cabo un análisis multifractal y polimultifractal de la distribución espacial de los contenidos en el suelo de cuatro elementos nutritivos, P, K, Ca y Mg, extraídos mediante dos métodos diferentes: la solución Mehlich-3 y una resina de intercambio iónico. Los objetivos del mismo consisten en: i) evaluar la heterogeneidad de la distribución espacial del contenido en el suelo de dichos nutrientes mediante análisis multifractal y ii) evaluar la asociación a diferente escalas entre el contenido de cada elemento extraído mediante dos métodos y entre los contenidos de cada par de nutrientes extraídos con cada una de los métodos mediante análisis polimultifractal.

La parcela estudiada se localiza en el Centro de Investigaciones Agrarias de Mabegondo (CIAM), A Coruña, España (Latitud 43° 14' 47" N, y Longitud 8° 16' 23" W), siendo su pendiente moderada. El suelo era de textura franca y pertenece al orden de los Inceptisoles. Se tomaron 65 muestras a la profundidad de 0 a 0.20 m, a lo largo de un transecto de 52 m, siendo la distancia entre cada punto de muestreo de 0.8 m. Las muestra se suelo se tamizaron a 2 mm, tras secado al aire. Tras extraer los elementos disponibles mediante, el P se determinó por colorimetría, mientras que P, Ca y Mg se determinaron por ICP-MS.

Las concentraciones medias de P, K, Mg y Ca extraídos con Mehlich-3 fueron de 39,27, 229,90, 471,03 y 36,68 mg kg-1 respectivamente. Las concentraciones medias de P, K, Mg y Ca extraídos con resina de

intercambio iónico fueron de 12,45, 138,98, 508,57 y 38,98 mg kg-1 respectivamente. Los coeficientes de variación de los elementos disponibles extraídos con Mehlich-3 oscilaron entre 18,16% y 53,60%, mientras que tras la extracción con resina de intercambio iónico variaron entre 20,25% y 50,25%.

Los análisis multifactal y polimultifractal se llevaron a cabo mediante el método de los momentos. Tras el análisis multifractal, para cada variable estudiada, se obtuvieron la función exponente de masa, el espectro de singularidades, y la función exponente de masa. El análisis polimultifractal proporcionó índices de singularidad para cada par de variables estudiado, así como la dimensión conjunta, y por lo tanto un espectro de variabilidad conjunta a diferentes escalas.

Se comprobó que las distribuciones espaciales de todas las series de datos estudiadas se ajustaban a un modelo multifractal. Para los elementos disponibles extraídos con Mehlich-3, la heterogeneidad de la variabilidad espacial a diferentes escalas aumenta de acuerdo con: K Asimismo, el análisis conjunto de pares de variables multifractales, puso de manifiesto que las correlaciones de las mismas a diferentes escalas pueden ser muy diferentes a las correlaciones lineales simples a la escala de muestreo. Estos resultados tienen consecuencias cuando se compran entre sí distintos métodos de extracción de elementos nutritivos del suelo.

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UMS2016-59 Atributos edáficos em áreas de vinhedos em ambiente altomontano, São Joaquim, SC, Brasil Denilson Dortzbach (1), Marcos Gervasio Pereira (2), Antonio Paz González (3), Luiz F. Novaes Vianna (4), Rosane da Silva Dias (3), Everton Blainski (4)

(1) Epagri/UFRRJ, Brasil (2) UFRRJ, Brasil (3) UDC, España (4) Epagri, Brasil A produção de vinhos finos de altitude na região de São Joaquim, SC, Brasil é recente, com o início dos experimentos ocorridos na década de 90, e a implantação dos primeiros vinhedos comerciais no ano de 2000. Esses vinhos, apesar do pequeno período de produção, vêm alcançando posição de destaque no cenário nacional e internacional devido a sua alta qualidade. Entretanto, a competitividade do setor tem desafiado os produtores a estabelecerem estratégias, que observem de forma mais eficiente os seus recursos e desse modo absorvam uma parcela distinta do mercado consumidor de vinhos, mantendo a sustentabilidade competitiva em longo prazo.

A implantação de Indicações Geográficas (IG) é uma ótima possibilidade para agregação de valor aos produtores, entretanto, segundo Miele (2010), ainda existem poucos estudos no Brasil que integrem regiões, variedades e vinícolas, fundamentais para delimitação de IGs e caracterização de terroir. Nesse sentido, a hipótese estabelecida no presente estudo foi que a avaliação de atributos físicos e químicos do solo em vinhedos de uma determinada região, contribui para a identificação de propriedades vitícolas com características específicas, que podem refletir na tipicidade do vinho nelas produzido, subsidiando uma IG. Dessa forma, o objetivo do estudo foi o avaliar os atributos físicos e químicos de vinhedos de ambiente altomontanos localizados em áreas de ocorrência de rochas efusivas ácidas da região de São Joaquim, SC, distinguindo propriedades que apresentem similaridades quanto a esses atributos do solo.

O estudo foi desenvolvido em vinhedos localizados nos municípios de São Joaquim e Urupema, em altitudes que variaram de 1135 a 1438 m. A geologia da área compreende as rochas da Formação Serra Geral sobre a Bacia do Paraná, sendo observada a presença de rochas de caráter mais ácido (riodacitos), com solos que apresentam elevado conteúdo de argila. O clima, segundo Köppen é Cfb, que nessa condição é um fator de formação do solo de grande importância, tanto pelas baixas temperaturas observadas nessas áreas, que estão entre as menores do Brasil, assim como pela elevada umidade. Essas características associadas ao material de origem favorece a alta lixiviação de bases, contribuindo para aumento dos teores de alumínio trocável, resultando em solos quimicamente pobres e ácidos, além de elevados teores de matéria orgânica nos horizontes superficiais.

Para a caracterização química coletou-se uma amostra composta, formada a partir de três amostras simples, em quatro vinhedos (repetições), em cada uma das 19 propriedades vitícolas avaliadas. Foram avaliados o pH, P, K, MO, Al, CTC, Zn e Cu conforme Embrapa (1997), nas profundidades de 0 a 5, 5 a 10, 10 a 20 e 20 a 40 cm. Após a coleta, as amostras foram identificadas e

acondicionadas em sacos plásticos, sendo, em seguida, transportadas para o laboratório, secas ao ar, destorroadas e passadas por peneira de 2 mm de malha, obtendo-se a terra fina seca ao ar (TFSA), material que foi utilizado para realização das análises. Todas as análises foram realizadas no laboratório de solos da Epagri, no município de Chapecó, SC. As amostras indeformadas foram coletadas em anéis volumétricos de aço inox com 5 cm de altura e 7 cm de diâmetro interno, nas profundidades de 0 a 20 e 20 a 40 cm, para avaliação dos atributos físicos. Foi determinada a granulometria (areia fina, areia grossa, silte e argila), densidade do solo (Ds), resistência a penetração (Rp), com umidade equilibrada na tensão de 600 kPa (Pt), macroporosidade (Mp) e microporosidade (mP), realizadas de acordo com Veiga (2011) adaptado de Embrapa (1997). Os atributos determinados foram submetidos à estatística descritiva (teste de médias e desvio padrão) e de similaridade entre as propriedades vitícolas por meio da análise multivariada.

Os vinhedos apresentaram solos com excesso de adubações verificado pela análise dos atributos químicos. Os valores de fósforo e potássio foram elevados (adicionar aqui as variações) valores elevados, resultado de aplicações excessivas de fertilizantes tanto na adubação de pré-plantio e de manutenção em vinhedos. Para os micronutrientes (Cu e Zn) também foram quantificados valores elevados, relacionados à maciça aplicação de defensivos agrícolas, para o controle das doenças fúngicas da videira, devido às condições de elevada umidade dessa região.

Os valores de pH apresentam-se dentro dos considerados adequados para a cultura da videira, sendo que em grande parte das camadas encontram-se acima de 5,5, sendo observados valores até 6,9. Para os teores de MO verificaram-se valores acima de 30 g kg-1, que podem ser atribuídos a lenta decomposição da MO, devido as condições climáticas impostas pelo ambiente altomontano.

Os teores de argila dos solos dessa região são elevados, e estão associados principalmente ao material de origem, aliados à posição na paisagem e ao clima, o qual proporcionou no solo maior grau de intemperismo e maior teor de argila.

Na análise multivariada dos atributos físicos do solo observou-se a formação de inúmeros grupos de similaridade, dependendo da distância euclidiana adotada. Nas duas camadas os padrões alteraram e a similaridade entre as propriedades observada na camada de 0 a 20 cm não se manteve na camada de 20 a 40 cm. Esse fato deve estar relacionado aos distintos manejos utilizados nas propriedades, que resultou diferenças entre a camada arável e a mais profunda. Dessa forma, os tributos físicos não foram bons indicadores para utilização como parâmetro na distinção de IG. Já para os atributos químicos as propriedades vitícolas apresentam grande similaridade entre si, que pode refletir na tipicidade do vinho nelas produzido, subsidiando uma IG.

Referências:

EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (1997). Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Pesquisa de Solos, 212p.

Miele, A., L.A. Rizzon, M.C. Zanus (2010). Discrimination of Brazilian red wines according to the viticultural region, varietal, and winery origin. Ciênc. Tecnol. Aliment., 30(1): 268-275.

Veiga, M. (2011). Metodologia para coleta de amostras e análises físicas do solo. Florianópolis: Epagri, 52p. (Epagri. Boletim Técnico, 156).

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UMS2016-62 Efecto de la fertilización y el sistema de labranza en la concentración de P y K extraídos mediante Mehlich-3 y resina de intercambio iónico Rosane da Silva Dias (1), Eva Vidal Vázquez (2), Cleide Aparecida de Abreu (3), Jorge Dafonte Dafonte (4)

(1) Facultad de Ciencias, Universidade da Coruña, España (2) Facultad de Ciencias, Universidade da Coruña, España (3) Instituto Agronômico de Campinas, Brasil (4) Escuela Politécnica Superior de Lugo, Universidad de Santiago de Compostela, España La valorización del purín de vacuno, mediante su uso como abono orgánico, puede presentar ventajas, tanto desde el punto de vista agronómico como medioambiental. En la Comunidad Autónoma de Galicia, España, la notable producción de este residuo, ha motivado el estudio de las dosis más recomendables de aplicación del mismo, así como la evaluación de las posibilidades de su empleo como sustituto del abono químico. En este sentido, los ensayos de campo permiten el estudio de la acción de los purines sobre la disponibilidad de elementos nutritivos en el suelo. Con frecuencia se emplean diferentes métodos de extracción de los elementos disponibles y, en el estado actual de conocimiento, resulta difícil recomendar un procedimiento generalizado de análisis; por tanto es frecuente emplear más de un método de extracción. El objetivo de este trabajo consistió en evaluar el efecto de la dosis de purín sobre las concentraciones de fósforo (P) y Potasio (K) disponibles bajo dos sistemas de laboreo.

La parcela experimental se localiza en A Pastoriza, provincia de Lugo, Galicia. Se llevó a cabo un ensayo de campo entre 2004 y 2006 para evaluar el efecto de cuatro de abonado y dos sistemas de laboreo. Durante el ensayo, la parcela estuvo dedicada a maíz y cereal de invierno en rotación. El diseño experimental consistió en bloques al azar con cuatro repeticiones por tratamiento, por lo que se estudiaron 32 parcelas individuales; cada parcela experimental media 10 15 m. En tres de los tratamientos se aplicaron dosis de purín de 30, 60 y 90 m3 ha-1 cada seis meses, mientras que el tratamiento testigo recibió 800 kg ha-1 del fertilizante químico NP2O5K2O (15-15-15) aplicado durante la siembra. Los dos sistemas de laboreo estudiados fueron mínimo laboreo (MT) y no laboreo (NT); en el tratamiento con mínimo laboreo se efectuó un subsolado hasta 60 cm previamente a la siembra directa a favor de pequeños surcos. Previa a la instalación del ensayo, la parcela experimental había sido labrada según el sistema de laboreo convencional.

Se tomaron muestras de suelo a la profundidad de 0 a 5 cm. Una vez seco y tamizado a 2 mm, se efectuó una extracción de los elementos disponibles, entre ellos P y K, mediante la solución Mehlich 3 y una resina de intercambio iónico. El Fósforo se determinó por colorimetría, mientras que el potasio se determinó por ICP-MS. En general, independientemente de la dosis de fertilizante y el tipo de laboreo, la concentración de K extraída con Mehlich 3 (480,4 mg dm3) fue más elevada que la correspondiente a la resina de intercambio iónico (480,4 mg dm3). Asimismo, se extrajo más K con Mehlich 3 (240,7 mg dm3) que con resina de intercambio iónico (177,5 mg dm3). Bajo no laboreo se observó un incremento significativo de la cantidad de P en la

superficie del suelo, en relación con mínimo laboreo; este efecto del laboreo sobre la concentración de P tiene consecuencias para a la transferencia de dicho elemento hacia las aguas superficiales y por tanto para evaluar los riesgos de eutrofización.

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UMS2016-63 Seleção de fatores relacionados ao transporte de sedimentos em diferentes escalas no semiárido brasileiro Julio C. Neves dos Santos (1), Cleene Agostinho de Lima (2), José R. de Araújo Neto (1), Helba A. de Queiroz Palácio (3)

(1) Universidade Federal do Ceará, Departamento de Engenharia Agrícola, CCA/UFC, Brasil (2 Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife-Pernambuco, Brasil (3) Instituto Federal do Ceará, Campus Iguatu-CE, Brasil l A erosão acelerada dos solos é um dos principais problemas ambientais e econômicos no mundo, sendo este ainda mais agravado em áreas áridas e semiáridas. Análise da componente principal na seleção de fatores relacionados a desagregação e transporte de sedimentos em diferentes escalas no semiárido pode ser aplicada. O objetivo desse estudo com Análise Fatorial/Análise de Componentes Principais foi identificar os fatores relacionados com a capacidade de transporte de sedimentos em diferentes escalas espaciais e uso do solo no semiárido cearense, Brasil. A área de estudo é a Bacia Experimental de Iguatu (BEI), composta de três pequenas microbacias aninhadas (de 1 a 3 ha), três parcelas de erosão de 20 m2 e três parcelas de erosão de 1 m2. Uma das microbacia foi mantida com Caatinga em regeneração a 35 anos, outra submetida ao manejo de raleamento da caatinga e na última foi realizado o desmatamento seguido de queimada e cultivo de capim. As parcelas de 1 m2 e 20 m2 foram distribuídas nas microbacias mencionadas. O período de estudo foi de 2009 a 2015. As coletas para quantificação do escoamento superficial e das perdas de sedimentos foram realizadas a cada evento de chuva erosiva, no acumulado de 24 horas. O escoamento superficial nas microbacias foi quantificado através de calhas Parshall e as produções de sedimentos foram mensuradas através de torres e fossos coletores de sedimentos em suspensão e arraste. As variáveis estudadas foram: Precipitação (PPT – mm); Intensidades máximas (5, 10, 15, 20, 30, 45 e 60 mm h-1); Erosividade da chuva (EI30 – MJ mm ha-1 h-1); Umidade antecedente do solo com base em massa (Umi. Ant. – %); precipitação antecedente dos últimos 5 dias (PPT ult. 5 d. – mm); dias consecutivos secos com PPT < 1 mm (DSC – dias); Vazão de pico (Qmáx. – L s-1); Lâmina de escoamento (Lesc. – mm); Produção de sedimentos (PS – kg ha-1). Análise Fatorial/Análise das Componentes Principais (AF/ACP) foi aplicada para análise dos dados, através do SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). A produção de sedimentos apresentou elevada correlação com a lâmina escoada e vazão de pico para todas as microbacias com diferentes coberturas vegetais e escalas espaciais, indicando a dependência do transporte de sedimentos pela energia de transporte. O emprego da AF/ACP promoveu a redução das variáveis estudadas em três componentes, explicado mais de 78% da variância total em todas as escalas e coberturas. A primeira componente principal (CP1) foi representada por variáveis relacionadas ao poder energético da chuva em desagregar as partículas de solo (PPT e intensidades máximas/I5, I10, I15, I20, I30, I45, I60), formando assim uma componente relacionada a energia de desagregação. A segunda componente principal (CP2)

relacionou-se com as variáveis de produção de sedimentos (PS), Qmáx e Lesc. Na terceira CP foram enquadradas as variáveis relacionadas ao conteúdo de água no solo (Umi. ant.; PPT ult. 5 d.; DCS). Conclui-se que a vazão de pico e a lâmina escoada estão diretamente relacionadas a energia para o transporte de sedimentos, sendo essa componente caracterizada pela energia de transporte. E que a componente principal reforça que a produção de sedimentos na região é limitada pela capacidade de transporte. UMS2016-66 Análise da estabilidade de um talude arenoso imerso em escoamento fluvial Isabel M. C. F. G. Falorca

UBI, Universidade da Beira Interior, Portugal C-MADE, Centre of Materials and Building Technologies A Diretiva Quadro da Água, transposta para o direito português através da Lei da Água (2012), estabelece a necessidade de implementar medidas de conservação e reabilitação da rede hidrográfica que garantam condições de escoamento da água e sedimentos em situações normais e extremas e minimização das situações de risco para pessoas e bens, em situações de cheia. As medidas incluem a correção dos efeitos da erosão, transporte e deposição de sedimentos, que pode implicar o desassoreamento das zonas de escoamento e de expansão das águas de superfície, desde que decorrente de planos específicos de desassoreamento.

A erosão fluvial (erosão lateral e instabilidade de taludes) tem assumido uma gradual importância com o aumento de intervenções nos cursos de água, e como tal surge a necessidade de analisar a estabilidade de taludes de solo móvel. O estado atual do conhecimento sobre a interação entre escoamento turbulento e fronteiras móveis e permeáveis é muito limitado, sendo indispensável a caracterização do campo de tensões tangenciais, que subentende uma boa descrição das características do escoamento e do solo.

O trabalho a apresentar insere-se na análise da estabilidade de taludes, com âmbito no estudo e interpretação do mecanismo de instabilidade em desenvolvimento num talude arenoso imerso em escoamento fluvial. Pretende-se contribuir para melhorar o conhecimento sobre o mecanismo de rotura associado à erosão fluvial e lançar as bases para a formulação do problema em termos Geotécnicos. Para concretizar o objetivo, foi realizada uma análise determinística complementada por modelação física de um talude em areia uniforme, em escala reduzida. Os resultados mostram que para assegurar a estabilidade é necessário considerar na análise um coeficiente de redução da resistência ao corte.

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Resumos – Comunicações em Poster 73 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

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UMS2016-67 Avaliação dos fatores que influenciam o deslocamento de sementes de oleaginosas não convencionais perenes Cleene A. de Lima (1), João L. M. P. de Lima (2, 3), Abelardo A. A. Montenegro (1), Babar Mujtaba (2,3), João R. C. B. Abrantes (2,3), Alexandre Silveira (3,4)

(1) Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil (2) Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal (3) MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal (4) Instituto de Ciência e Tecnologia, Universidade Federal de Alfenas, Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil Para elaboração de planos de recuperação de solos degradados é importante conhecer, entre outros, o transporte das sementes pelo escoamento superficial. O presente estudo teve como objetivo avaliar alguns fatores que interferem no transporte de sementes de oleaginosas não convencionais perenes, como o efeito do declive da superfície, das características da chuvada, da rugosidade da superfície e da posição das sementes no seu transporte pelo escoamento. Foram realizados ensaios laboratoriais utilizando um simulador de chuva e um canal de terra retangular de 2.8 m de comprimento e 0.3 m de largura, onde foi estudado o transporte de sementes Moringa (Moringa oleifera Lam.) e Nim (Azadirachta indica A. Juss). Foram simuladas chuvadas uniformes e com padrões temporais avançados e atrasados, com intensidade média de 90 mm/h e duração de 15 minutos, em condições iniciais de solo húmido. Os ensaios decorreram para superfície do solo rugosa e lisa, e três declividades diferentes: 10, 30 e 50%. As sementes foram distribuídas uniformemente sobre a superfície do solo, com a direção do seu eixo maior posicionado perpendicularmente e paralelamente à direção do escoamento. Obtiveram-se os hidrogramas de escoamento superficial a jusante do canal, o transporte de sedimentos e de sementes associado a esse escoamento e o deslocamento das sementes na superfície do solo. Para as condições estudadas, apenas para declives iguais ou superiores a 30%, foi observado deslocamento das sementes, com os maiores valores a ocorreram segundo o eixo longitudinal do canal. As sementes Nim, posicionadas com o seu eixo maior paralelo à direção do escoamento, verificaram maiores deslocamentos do que as posicionadas com o seu eixo maior perpendicular à direção do escoamento. As sementes Moringa, por serem mais leves e apresentarem forma geométrica mais simétrica do que as sementes do Nim, apresentaram maiores deslocamentos para todos os declives investigados. Conclui-se que as características das sementes e o declive da superfície afetam fortemente o transporte destas sementes.

Financiamento: CNPq, Brasil.

UMS2016-68 Aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis em zonas urbanas: estudo exploratório Susana Sousa (1), João L. M. P. de Lima (2,3), M. Isabel P. de Lima (2,3)

(1) LIPOR – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, Portugal (2) MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal (3) Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal A conservação e a utilização eficiente dos recursos hídricos assumem grande importância à escala global. Tendo em vista o aumento da eficiência hídrica deverão ser adotadas medidas que potenciem a redução da utilização da água de abastecimento público. Em zonas urbanas, o setor doméstico é o mais representativo em termos de consumo de água, pelo que a atuação neste sector apresenta um grande potencial de redução de consumo hídrico.

O aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis é uma alternativa simples e acessível que visa a redução do consumo de água potável e permite, simultaneamente, uma melhor distribuição da carga de água pluvial nos sistemas de drenagem urbana, minimizando assim os problemas com cheias. O armazenamento da água da chuva em edifícios é conseguido através da instalação de Sistemas de Aproveitamento de Águas Pluviais (SAAP), prática ainda pouco corrente em Portugal, e que apresenta grande potencialidade em edifícios com grandes áreas de cobertura. Este aproveitamento, para fins não potáveis, depende de um conjunto de fatores e parâmetros locais, entre os quais o regime pluviométrico da região, a área e natureza da superfície de captação, o coeficiente de escoamento, o consumo de água e a qualidade da água recolhida e utilizada.

O presente trabalho teve como objetivo o estudo experimental, exploratório, do potencial de aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis, com incidência numa edificação universitária: usou-se a cobertura do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. O estudo envolveu a análise de séries temporais diárias de precipitação local, a análise do processo precipitação-escoamento com vista à determinação do coeficiente de escoamento, e a caraterização da qualidade da água da chuva e das águas de escoamento gerado na cobertura do edifício. A monitorização da quantidade e qualidade do escoamento com origem pluvial escoado foi realizada num pequeno setor da cobertura do edifício através da instalação de um sistema experimental no local. Os resultados sugerem que a água da chuva e a água de escoamento captada na cobertura do edifício apresentam qualidades físico-química e bacteriológica adequadas a qualquer uso não potável, no local. As características da cobertura monitorizada neste estudo influenciam o aproveitamento da água pluvial. Para uma maior eficiência dos sistemas, tanto em termos quantitativos como qualitativos, deve privilegiar-se o uso de materiais impermeáveis. Este estudo pretende ser um contributo para a promoção de futuros projetos que visem a redução do consumo de água potável, em fins que não o justifiquem e, naturalmente, a conservação do recurso água.

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UMS2016-70 Relación entre el tamaño del banco de semillas y la condición física del suelo en un área de bosques nativos de Argentina S. G. Ledesma (1), S. M. J. Sione (1), M. G. Wilson (2), R. A. Sabattini (1), A. Paz González (3)

(1) Universidad Nacional de Entre Ríos, Facultad de Ciencias Agropecuarias. Ruta 11 Km 10.5. (3101) Oro Verde, Entre Ríos, España (2) Instituto Nacional de Tecnología Agropecuaria – Estación Experimental Agropecuaria Paraná, Ruta 11 Km 12.5. (3101) Oro Verde, Entre Ríos, España (3) Universidade Da Coruña, Facultad de Ciencias, A Zapateira s/n (15071) La Coruña, España La República Argentina ha experimentado históricamente un intenso proceso de transformación y degradación de sus bosques nativos, dado por el avance de la frontera agrícola y el aprovechamiento forestal selectivo. El banco de semillas del suelo (BSS) representa el potencial regenerativo de las comunidades vegetales y cumple un papel preponderante en la recuperación de áreas disturbadas. Se ha demostrado que el movimiento vertical de las semillas en el suelo está influenciado por la compactación y porosidad del suelo, como así también por la presencia de canales. El objetivo fue determinar el tamaño del banco de semillas del suelo (BSS) y establecer su relación con variables físicas edáficas en un área de bosques nativos sujeta a cambio de uso de la tierra. El estudio se desarrolló en Argiudoles vérticos característicos de la región boscosa de la provincia de Entre Ríos, y se evaluaron cuatro tratamientos: bosque nativo (BN), bosque nativo con manejo ganadero (BNM), bosque en regeneración (BR) y agricultura (AGR). Para evaluar el BSS, en el período marzo/abril de 2013 se extrajeron muestras de suelo con un barreno de 10 cm de diámetro, a dos profundidades: 0-5 cm y 5-10 cm, muestreando sistemáticamente un total de 30 puntos por tratamiento. Las muestras fueron procesadas por el método de la separación física, separándose e identificando las semillas bajo lupa. El tamaño del BSS fue determinado a través de la densidad total de semillas (nº semillas m-2) para cada tratamiento. Las variables edáficas determinadas fueron la resistencia mecánica a la penetración (RMP), la densidad aparente (Dap) y la porosidad total (PT), a las dos profundidades analizadas. Se aplicó la prueba no paramétrica de Kruskal-Wallis para determinar la existencia de diferencias significativas del tamaño del BSS entre tratamientos. Para efectuar la comparación entre los valores de las variables edáficas se utilizó el test de comparación de medias de Tukey al 5%. La relación entre la densidad de semillas en los primeros 5 cm del suelo y los atributos edáficos se realizó mediante el análisis de correlación de rangos de Spearman. La densidad total del BSS en los primeros 10 cm de profundidad osciló entre 3142 y 11917 semillas m-2. En BNM se registró una densidad media significativamente superior respecto al resto de los tratamientos (H = 32,80, n = 25, P ≤ 0,0001), correspondiendo la menor densidad a AGR. En BN, BNM y BR, la densidad de semillas en el banco superficial resultó significativamente superior respecto a la capa 5-10 cm, mientras que en AGR la diferencia no resultó estadísticamente significativa (P ≤ 0,05). No se detectaron diferencias significativas entre tratamientos en el BSS determinado de 5-10 cm de profundidad.

Respecto a la RMP, las mejores condiciones se obtuvieron en AGR y BR, con valores próximos a 1,0 MPa, mientras que en BN se registraron valores superiores a 2,0 Mpa, umbral crítico para el crecimiento radical. No se obtuvo relación significativa entre esta variable edáfica y el tamaño del BSS en los cuatro tratamientos evaluados. Con relación a Dap, la condición física más pobre en la capa superficial se presentó en AGR, con valores significativamente superiores (P ≤ 0,05) respecto a BN. En la capa de 5-10 cm no se registraron diferencias significativas de Dap entre tratamientos. Respecto a PT en superficie, los mayores valores fueron determinados en los bosques (BN, BNM y BR), oscilando entre 46 y 51%, resultando significativamente similares entre sí. El AGR presentó una PT de 42%. Se observó una correlación significativa (P ≤ 0,05) entre la densidad de semillas en los primeros 5 cm y las variables edáficas Dap y PT determinadas a esa profundidad. A mayores valores de Dap se registró menor densidad del BSS (r = -0,63; P ***), en tanto que altos valores de PT estuvieron asociados (r = 0,55) con densidades superiores del banco. Esto indicaría la importancia que reviste una buena condición física del suelo en la formación de los BSS, dado que facilitaría el ingreso y movimiento vertical de las semillas.

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UMS2016-73 Variabilidade espacial de plantas daninhas num latossolo vermelho sob sistema plantio direto Glécio M. Siqueira (1), Raimunda A. Silva (1), Alana das Chagas F. Aguiar (1), Mayanna Karlla L. Costa (1), Ênio F. França e Silva (2), Rafael Montanari (3)

(1) Universidade Federal do Maranhão, Campus Bacanga, São Luís, Maranhão, Brasil (2) Departamento de Engenharia Agrícola/Universidade Federal Rural de Pernambuco, Brasil (3) Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Brasil As plantas daninhas adquiriram ao longo do processo evolutivo capacidade de estabelecer-se em áreas onde a vegetação natural foi eliminada, principalmente para cultivo agrícola. Uma vez não controladas, as plantas daninhas são hospedeiras de vários insetos-pragas, nematoides e agentes patogênicos nas lavouras. Além disso, ainda compete por água, nutrientes, o que reduz a disponibilidade para a cultura na área. Nesse sentido, o uso de ferramentas de agricultura de precisão permite o monitoramento espacial e temporal da variabilidade das plantas daninhas, mapeando as zonas de infestações, determinação de áreas específicas de manejo e a aplicação localizada de herbicidas, o que reduz a quantidade aplicada e os custos. Assim, objetivou com esse trabalho determinar a variabilidade espacial de plantas daninhas num Latossolo Vermelho manejado sob o sistema plantio direto em Urutaí (Goiás) numa área de Cerrado. A área de estudo possui 0,5 ha (50 m 100 m) e está localizada no Instituto Federal Goiano – Campus de Urutaí. O solo da área é um Latossolo Vermelho eutroférrico.

A área foi dividida em uma grade de amostragem contendo 50 pontos com espaçamento de 5 m 10 m. Em cada ponto de amostragem foi lançado ao acaso um círculo com 0,5 m de diâmetro (0,196 m2) para identificação do número de indivíduos por ponto, número de espécies por ponto e a incidência de cada espécie em cada um dos pontos de amostragem, por meio da técnica de identificação manual. As plantas identificadas foram: carrapicho (Cenchurus echinatus L.), burra leiteira (Chamaesyce sp. (L.) Mill), crista-de-galo (Heliotropium indicum L.), corda-de-viola (Ipomoea triloba L.), capim-pé-de-galinha (Eleusine indica (L.) Gaertn) e picão-preto (Bidens pilosa L.). Posteriormente, foram avaliados os valores quantitativos de densidade, densidade relativa, frequência, frequência relativa, abundância, abundância relativa, índice de valores de importância relativa, índices de biodiversidade (Shannon-Wiener, Simpson, Diversidade D de Simpson, Diversidade de Menhinick, Diversidade de McIntosh, Diversidade de Gleason, Diversidade Total). A variabilidade espacial foi analisada por meio da construção de semivariogramas, considerando a hipótese intrínseca da geoestatística. Os parâmetros ajustados foram efeito pepita (C0), variância estrutural (C1) e alcance (a). Em seguida foi calculada a razão de dependência (RD) em forte (0-25%), moderada (25-75%) e baixa (75-100%).

Todas as espécies de plantas daninhas estudadas apresentaram distribuição de frequência do tipo lognormal. O número de indivíduos, C. echinatus, H. indicum e E. indica, apresentam elevados valores de coeficiente de variação (CV ≥ 60%). No entanto, os

coeficientes de variação para os índices de diversidade são considerados baixos, variando de 0,293 para o índice de Menhinick à 0,670 para McIntosh. O parâmetro de assimetria para os índices de D. Simpson, Simpson, Shannon, Menhinick, McIntosh, Margalef apresentaram valores menores que 0,5, o que indica distribuição normal. Nesse caso, apenas a diversidade total e o índice de Gleason apresentam valores que não seguem distribuição normal (-0,851 e 1,592, respectivamente). Verificou-se que três espécies de plantas apresentaram maiores valores de frequência, densidade, abundância e índice de importância relativa. C. echinatus apresentou frequência relativa (35.34); densidade relativa (64.38); abundância relativa (39.26) e índice de importância relativa (138.99). Para a B. pilosa obteve-se frequência relativa (21.55); densidade relativa (11.28); abundância relativa (11.29) e índice de importância relativa (44.13). E o capim E. indica frequência relativa (17.24); densidade relativa (14.28); abundância relativa (17.86) e índice de importância relativa (49.39). A análise geoestatística demonstrou que as espécies, a H. indicum e I. triloba apresentaram efeito pepita puro, assim como os índices de diversidade de Shanon, Menhinick, Margalef e Gleason. A presença de efeito pepita se deve principalmente porque o espaçamento utilizado não foi suficiente para detectar a variabilidade espacial entre amostras. O modelo esférico foi o que mais se ajustou aos dados de plantas de daninhas, corroborando com outros estudos que descrevem este modelo como o que mais se ajusta aos dados de solo e planta, com exceção do capim C. echinatus que se ajustou ao modelo gaussiano. Nos índices de biodiversidade foi o modelo exponencial (Simpson D, Diversidade de Simpson, Diversidade de McIntosh), com exceção da diversidade total que se ajustou ao modelo esférico. C. echinatus apresentaram elevados valores de efeito pepita (C0). O capim C. echinatus apresentou o maior valor de alcance (a = 38,00 m) e o B. pilosa apresentou o menor valor de alcance (a = 20,00 m). Para os índices de biodiversidade o maior valor de alcance foi da diversidade total (30,70 m). A razão de dependência espacial é elevada para Chamaesyce sp., E. indica, B. pilosa, Simpson (D), Diversidade Simpson e McIntosh (RD = 0-25%), média para a C. echinatus e Diversidade total (RD = 25-75%). Em análise do semivariograma escalonado, a diversidade total, assim como o índice de Margalef apresentam maior dispersão quando comparado aos demais índices. De igual forma, Chamaesyce sp, H. indicum e a I. triloba que apresentam grande dispersão dos pares de semivariância na pequena distância e com o aumento da distância. As demais variáveis que apresentaram variabilidade espacial têm o mesmo comportamento espacial. De maneira geral, todas as espécies de plantas daninhas presentes na área de estudo apresentaram variabilidade espacial, com exceção da I. triloba e H. indicum. As espécies de plantas daninhas apresentaram distribuição em reboleiras. Não foi possível determinar zonas específicas de manejo na área de estudo uma vez que as distintas espécies de plantas daninhas infestaram diferentes zonas da área de estudo.

Financiamento: Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA).

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UMS2016-74 Análise de índices de seca meteorológica e hidrológica e sua aplicação na bacia hidrográfica Tânia de Moura Cota (1), Vanda Pires (1), Álvaro Silva (1), Isabel P. de Lima (2,3), Fátima Espírito Santo (1)

(1) Instituto Português do Mar e da Atmosfera I.P., Lisboa, Portugal (2) Departamento de Engenharia Civil, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal (3) Instituto do Mar (IMAR) e Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), Portugal A ocorrência de fenómenos extremos de natureza meteorológica e climática (secas e cheias) afeta Portugal, com maior ou menor frequência, com incidências socioeconómicas e nos ecossistemas que dependem, em boa medida, do grau de desenvolvimento e da organização das infraestruturas para minimizar os seus efeitos: os impactos esperados dependem muito das condições locais, incluindo capacidades de resiliência e adaptação. Em geral, o aumento da temperatura do ar à superfície tem conduzido à avaliação dos efeitos na variabilidade espacial e temporal de algumas componentes do balanço hídrico, a várias escalas, e consequentemente no ciclo da água e sistemas hidrológicos. Em particular, alterações nos extremos de precipitação são motivo de preocupação, nomeadamente para a conservação da água e do solo.

Com o objetivo de aprofundar o conhecimento da variabilidade e tendências da temperatura e precipitação, assim como os efeitos nos recursos hídricos, utilizaram-se três índices que permitem identificar e caracterizar os vários tipos e classes de seca. Para a análise meteorológica, calculou-se o índice padronizado de precipitação, SPI (Standardized Precipitation Index), que tem em conta apenas a precipitação, e o índice padronizado de precipitação e evapotranspiração, SPEI (Standardized Precipitation-Evapotranspiration Index), que, para além da precipitação, tem também em consideração a temperatura do ar. Do ponto de vista hidrológico, avaliou-se o índice padronizado de escoamento, SFI (Standardized Flow Index), que se calcula aplicando o procedimento de cálculo do SPI a séries temporais de escoamento.

A análise incidiu na bacia hidrográfica do rio Sado (Portugal), no período 1961-2010. Consideraram-se os dados de precipitação e temperatura mensal das estações da rede meteorológica do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) para o cálculo dos índices SPI e SPEI; no caso do índice SFI, utilizaram-se as séries de dados de escoamento mensal da rede hidrométrica da APA (Agência Portuguesa do Ambiente). Os índices foram calculados na escala mensal, sazonal e anual, tendo-se procedido à respetiva análise de tendências. Utilizou-se o teste de Mann-Kendall para determinar a significância estatística dos resultados, aplicado para o nível de significância de 5%. Foram ainda calculadas as correlações mensais e sazonais, com o objetivo de compreender a relação entre os índices meteorológicos (SPI e SPEI) e hidrológico (SFI) e a sua dinâmica temporal na identificação e caracterização dos eventos de seca.

A análise da temperatura média indica uma tendência de aumento estatisticamente significativo em todas as estações do ano, com exceção do inverno. Em relação à

precipitação, observa-se tendência de aumento no outono e diminuição noutros períodos. Consequentemente, e para as escalas de tempo consideradas (3, 6 e 12 meses) os índices SPI e SPEI evidenciam um aumento nas condições de seca severa e extrema à escala anual e sazonal, com exceção do outono, em que há uma tendência de aumento das condições húmidas.

Para o SPI e SFI analisaram-se as correspondentes séries de médias móveis: a técnica da média móvel apresenta a vantagem de permitir expurgar das séries de SPI as secas sem expressão efetiva. No caso do SPI-12 o incremento adotado para a média móvel foi de 5. Para as restantes escalas de tempo de cálculo dos valores de SPI (3 e 6 meses), que agrupam menos meses, considerou-se um maior incremento da média móvel, de 10, de modo a obter efeitos de “alisamento” com ordens de grandeza equivalentes.

Obtiveram-se os coeficientes de correlação para as séries móveis do SPI e SFI relativas às escalas de 3, 6 e 12 meses. Os coeficientes foram calculados para o mesmo instante (=0) e para desfasamentos temporais entre o SPI e SFI (=1, 2 e 3); ou seja, fez-se corresponder o SPI com o SFI desfasados de meses, sendo um número inteiro positivo indicativo de escoamentos ocorrendo em intervalos de tempo posteriores aos das precipitações. Dos resultados obtidos verificou-se que os coeficientes de correlação mais elevados ocorrem com um desfasamento de 3 meses para os índices de SPI/SFI-3 e SPI/SFI-6, e com um desfasamento de 2 meses para a SPI/SFI-12.

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UMS2016-75 Estudo de medidas de conservação do solo e da água no semiárido pernambucano: aplicação de cobertura de pó de coco e cultivo de palma forrageira Cleene A. de Lima (1), Abelardo A. A. Montenegro (1), João L. M. P. de Lima (2,3), Myrtta S. R. Santana (1), Thayná A. B. Almeida (1), Roberta Q. Cavalcanti (1), João R. C. B. Abrantes (2,3)

(1) Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, CEP 50910-130 Recife, PE, Brasil (2) MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal (3) Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal O estudo do efeito de algumas práticas conservacionistas, tais como a aplicação de cobertura morta sobre a superfície do solo e o cultivo de espécies adaptadas, é fundamental para uma gestão adequada das práticas agrícolas em regiões com escassez severa de recursos hídricos (e.g. região semiárida do nordeste do Brasil). Este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia da aplicação de pó de coco sobre a superfície do solo e o cultivo de palma forrageira, na redução do escoamento superficial e da perda de solo.

Foram realizados ensaios laboratoriais utilizando um simulador de chuva com um aspersor Veejet 80.100, posicionado a 2.00 m de altura de um canal de terra com 1.50 m de comprimento, 0.50 m de largura e 0.25 m de altura, no Laboratório do Departamento de Engenharia Agrícola da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Brasil. Foi utilizado um Argissolo Amarelo Eutrófico Típico, de textura franco-arenosa, representativo da bacia experimental do Alto Ipanema, Pernambuco, Brasil. Foram consideradas três condições da superfície do solo, inclinada a 10%: i) Superfície do solo descoberta; ii) Aplicação de cobertura morta de pó de coco (Cocos nucifera L) sobre a superfície do solo, com uma densidade de 8 t/ha; e iii) Cultivo de palma forrageira (Opuntia fícus-indica L), alinhadas com as linhas de nível e com espaçamento de 0.15 m entre plantas. Foram simuladas chuvadas de intensidade constante de 90 mm/h e com uma duração total de 15 minutos, a partir das quais foram avaliados os seguintes parâmetros: i) Humidade do solo antes e após chuvada, medida utilizando sensores de humidade FALKER HidroFarm HFM 1010; ii) Escoamento superficial, coletado a jusante do canal; e iii) Perda de solo, obtida através da secagem das amostras de escoamento superficial. Para cada condição da superfície do solo foram realizadas três repetições.

Em média, os tratamentos com palma forrageira e cobertura de pó de coco proporcionaram, respetivamente, um aumento de 90% e 135% na humidade do solo, uma redução de 30% e 50% no volume total escoado e uma redução de 30% e 70% na massa total de solo perdido, em relação ao solo descoberto. Verificou-se que ambos os tratamentos criaram barreiras naturais ao escoamento superficial, promovendo assim uma maior infiltração, com consequente aumento da água no solo, um retardamento do início do escoamento superficial e uma redução da erosão hídrica.

UMS2016-76 Caracterização da infiltração pela metodologia do problema inverso da modelação de rega de superfície José Manuel Gonçalves (1), Luis Santos Pereira (2)

(1) Instituto Politécnico de Coimbra, Escola Superior Agrária, Portugal (2) Centro de Investigação em Agronomia, Alimentos, Ambiente e Paisagem (LEAF), Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa, Portugal A rega de superfície caracteriza-se pela aplicação da água na cabeceira da parcela e no escoamento em superfície livre sobre o solo, em que os mecanismos de transporte são a gravidade e as diferenças de pressão hidrostática, ao mesmo tempo que ocorre a infiltração para a zona radicular. Assim, a superfície do solo funciona como um canal na distribuição da água no interior da parcela, pelo que as suas características de superfície e de infiltração determinam o desempenho dos sistemas. No processo de submersão forma-se uma toalha de água que rapidamente submerge ou alaga toda a parcela, pelo que a maior parte da infiltração ocorre com a água em repouso. Por sua vez, no escorrimento, a água escoa-se à superfície atingindo lentamente toda a parcela, ocorrendo infiltração com a água em movimento, aplicando-se quando o declive e o comprimento são relativamente elevados, condição que não viabiliza a submersão em toda a parcela.

A hidráulica da rega de superfície compreende o movimento da água na superfície do solo, em sulcos ou sobre a superfície plana do terreno, e o movimento da água no perfil do solo a partir da infiltração. Nestas condições, ocorre à superfície um escoamento variável, no tempo e no espaço. O desempenho dum sistema está, portanto, dependente da conjugação do escoamento superficial na totalidade da parcela com as características de infiltração do solo. Neste processo são determinantes o comprimento e declive da parcela, a forma e a rugosidade superficial do solo, a velocidade e altura do escoamento e a permeabilidade do solo.

A modelação da hidráulica da rega de superfície tem por base os princípios fundamentais da conservação da massa e da quantidade de movimento, através das equações de Saint-Venant, sendo os modelos mais aplicados o SIRMOD e o SRFR. No cálculo da infiltração são utilizadas diversas equações, como as de Richards ou de Kostiakov, esta a mais usada na modelação da rega. Os modelos de simulação têm uma grande valia no projeto e gestão da rega, permitindo a experimentação sobre o funcionamento dos sistemas no sentido da análise e otimização de resultados. São também usados na avaliação de um sistema de rega, em complemento aos dados observados no campo, e em sistemas de controlo da rega em tempo real. A descrição das condições de funcionamento do sistema de rega para a aplicação de modelos de simulação é efetuada por um conjunto de parâmetros, obtidos a partir de observações de campo, como em ensaios de infiltração.

A metodologia do “problema inverso” faz uso dos modelos de simulação para a determinação de parâmetros de infiltração e de rugosidade do solo, através dum procedimento de calibração dos resultados da simulação com as observações de campo, como os tempos de avanço e recessão, o caudal na extremidade

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de jusante, ou os níveis de água sobre o solo. O caso particular dos dados do avanço para determinar os parâmetros de infiltração, como o método dos Dois Pontos, é uma prática muito divulgada, pois permite, de uma forma simples, a caracterização da infiltração média espacial na parcela. O uso desta técnica em sistemas de controlo da rega em tempo real tem também a vantagem de permitir incorporar dados observados na própria rega, na gestão do sistema.

Este artigo vai explanar a metodologia do problema inverso na parametrização da infiltração para efeito da avaliação ou projeto de rega e apresentar vários exemplos de aplicação. UMS2016-77 Nivelamento de terras: modelo de cálculo para apoio à modernização do regadio José Manuel Gonçalves (1), Luis Santos Pereira (2)

(1) Instituto Politécnico de Coimbra, Escola Superior Agrária (2) Centro de Investigação em Agronomia, Alimentos, Ambiente e Paisagem (LEAF), Instituto Superior de Agronomia, Universidade de Lisboa O nivelamento de terras é uma operação que se destina a modificar a forma da superfície do solo, dando-lhe uma configuração adequada à finalidade pretendida. Na preparação do terreno para a rega de superfície pretende-se que a sua superfície corresponda a um plano com inclinação conveniente. Efetua-se o nivelamento de terras quando se instala um novo sistema de rega, com a possível a alteração da inclinação natural do terreno. Os custos elevados da movimentação de volumes de terra significativos e a degradação da fertilidade do solo resultante de escavações excessivas conduzem à regra geral de que as alterações das inclinações devem ser minimizadas, embora sujeitas a requisitos dos sistemas de rega ou drenagem. Após a instalação do sistema, o nivelamento de manutenção destina-se à sua retificação por alisamento da superfície do solo, muitas vezes de periodicidade anual.

A eficácia da rega de superfície está muito dependente da qualidade do nivelamento de terras, dado que a água se escoa em canal na superfície do solo, logo as suas características devem permitir que o movimento da água seja o mais possível uniforme, o que só acontece com a superfície do solo bem nivelada. Esta também favorece a mecanização cultural, como exemplo na sementeira e em operações de cultivo.

A compactação excessiva ou a remoção da camada superficial do solo, em determinadas zonas da parcela, pode provocar uma degradação do solo com efeitos negativos para a produção agrícola, pelo que é necessário ponderar a profundidade dos cortes a efetuar. Assim, a operação de nivelamento deve ser precedida de um estudo do solo, analisando-se o seu perfil, natureza e constituição dos seus horizontes, no sentido de avaliar a espessura dos cortes que se podem realizar sem prejuízo sensível da produtividade, ou suscetíveis de serem compensados por adequada fertilização.

O processo de nivelamentos de terras envolve várias fases: i) Levantamento topográfico de pormenor, com

escala entre 1:200 e 1:1000 e uma precisão altimétrica de 3 a 10 mm, estabelecendo-se o modelo de elevação do terreno (MET) da parcela; ii) Reconhecimento de solos, para avaliar a profundidade de escavação do terreno para prevenir a degradação da fertilidade do solo; iii) Cálculo dos declives a adotar, tendo em conta a espessura da camada arável, dos volumes a movimentar e dos custos correspondentes; iv) Movimentação de terras através de máquinas de nivelamento de precisão, em especial com controlo laser, cujo rendimento depende das condições do solo, da área e das distâncias de transporte de terras.

Para apoio à planificação e à operação de campo foi desenvolvido um modelo de cálculo que aplica o método do plano ao MET da parcela de terreno. O cálculo do volume de terras é efetuado com base nas cotas de trabalho (desníveis entre terreno e plano) e na determinação das linhas de passagem (linhas de delimitação das áreas de escavação e aterro). Depois para cada unidade de malha são calculados os volumes unitários (de escavação ou aterro) de cada forma prismoide de terreno que se desvia da posição ideal do plano. Para que ocorra um equilíbrio na movimentação de terras (volume de aterro equivaler ao de escavação), deve a posição do plano de projeto ser ajustada por translação na vertical. O tempo de trabalho necessário à operação e o respetivo custo são resultados relevantes para a tomada de decisão.

O resultado gráfico das áreas de escavação e aterro, por níveis de profundidade, permitem inferir sobre o impacte que a operação pode ter nas modificações do perfil do solo, em particular nas áreas de escavação. Permite também estabelecer os percursos de corte-transporte-aterro-retorno que otimizam a operação de nivelamento, através de trajetos com idênticos comprimentos. Com este objetivo evita-se o uso excessivo das linhas de percurso e minimiza-se o transporte e as distâncias de retorno. Mesmo com o equipamento de controlo laser, a experiência do operador e a informação prévia de apoio técnico são necessárias para maximizar a eficácia da operação.

Este artigo vai apresentar o modelo de cálculo para nivelamento de terras desenvolvido, na perspetiva de apoio à modernização do regadio. Serão também apresentados alguns exemplos de aplicação.

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UMS2016-78 Estudo de técnicas biológicas para remoção de antibióticos de água residual Isabel M. Duarte, M. Paula Amador

Departamento de Ambiente, Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra, Bencanta 3045-601 Coimbra, Portugal A administração generalizada de antibióticos para a terapia humana e animal, termina com a sua excreção na forma activa, juntamente com os seus metabolitos, através da urina e das fezes. Elevadas concentrações de antibióticos são frequentemente encontradas nos efluentes de estações de tratamento de esgoto, nas águas superficiais, bem como em solos aráveis. A reutilização de águas residuais tratadas, provenientes de áreas urbanas e da produção pecuária, para a rega de campos agrícolas, pode veicular resíduos de antibióticos para o solo, que por sua vez possibilita a sua exportação através de escoamento para as águas superficiais e por lixiviação para as águas subterrâneas. Neste cenário, é crucial o papel desempenhado pelas estações de tratamento de águas residuais (ETAR) para gerir o risco ambiental de disseminação destas contaminações na água e solo. No entanto, os métodos biológicos convencionais da maioria das ETARs não os removem eficientemente. A reduzida biodegradabilidade no efluente deve-se à presença de antibióticos ou de outros poluentes aromáticos, que inibem o crescimento microbiano e, simultaneamente, exercem uma pressão selectiva, favorecendo o crescimento de bactérias multirresistentes. A consciência da presença de uma ampla gama de resíduos de antibióticos em diferentes matrizes ambientais colocou as preocupações na busca de tratamentos eficazes para estações de tratamento de águas residuais.

Este artigo relata um estudo preliminar para desenvolver um tratamento biológico que pretende lidar de forma eficaz e económica com efluentes contaminados com antibióticos e bactérias portadoras de genes resistentes a antibióticos. Inicialmente foi realizada uma prospecção de microrganismos capazes de degradar antibióticos. A obtenção dos isolados candidatos para executar esta tarefa inclui: i) a recolha de amostras de solo e madeira ambiental, ii) o isolamento dos microrganismos, iii) o rastreio dos isolados para o fenótipo requerido, iv) a manutenção dos isolados, v) a identificação molecular dos isolados fenotipicamente interessantes. O potencial de biodegradação de alguns antibióticos mais prevalentes pelos isolados seleccionados será avaliado em ensaios in vitro, através de: i) ensaios conduzidos em soluções de antibiótico, ii) monitorização da concentração de antibiótico, por medição da sua concentração por HPLC em alíquotas da solução, recolhidas a intervalos regulares. Como os testes estão ainda em curso, os resultados só estarão disponíveis futuramente. A etapa seguinte deste projecto prevê a condução de ensaios em tanques-piloto para avaliar a utilidade prática deste método na degradação de antibióticos em condições de campo, com o objectivo de evitar a poluição ambiental e a propagação de bactérias que contêm genes resistentes a antibióticos.

UMS2016-79 Avaliação da resistência a antibióticos nas águas residuais da actividade pecuária Paula Amador (1), Rúben Fernandes (2), Cristina Prudêncio (2), Roberto Costa (1), Isabel Duarte (1)

(1) Departamento de Ambiente, Escola Superior Agrária de Coimbra, Instituto Politécnico de Coimbra, Bencanta 3045-601 Coimbra, Portugal (2) Ciências Químicas e das Biomoléculas, Escola Superior de Tecnologia de Saúde do Porto, Instituto Politécnico do Porto, Rua Valente Perfeito, 322, 4400-330, Vila Nova de Gaia, Portugal Ao longo das últimas décadas, os antibióticos foram utilizados na terapia humana e animal. Na Europa, eles não são permitidos como promotores de crescimento na pecuária intensiva, mas podem ser usados como aditivos alimentares na aquicultura e da avicultura. A administração generalizada de antibióticos resulta na sua absorção, distribuição, metabolização e excreção através da urina e fezes, nas suas formas activas, conjuntamente com os seus metabolitos e com bactérias resistentes. As principais vias de contaminação ambiental com antibióticos, bactérias resistentes e de genes de resistência são a rede de esgotos municipais e agrícolas. Além da poluição química por antibióticos, a sua permanência a longo prazo nos sistemas de água, conduz a pressões de selecção com concentrações sub-inibitórias, favorecendo as bactérias resistentes aos antibióticos. As águas residuais, com elevados níveis de matéria orgânica e microrganismos são especialmente adaptadas para o crescimento e propagação das resistências aos antibióticos.

Os sistemas agrícolas têm uma interacção especial com os antibióticos das águas residuais; pois, se por um lado, o sector da produção animal é responsável pela contaminação das águas residuais rurais, por outro lado, usa água potável e de rega que podem conter resíduos de antibióticos. As práticas agrícolas comuns de reutilização da água, nutrientes e de matéria orgânica para a produção agrícola, por exemplo, a fertilização do solo com estrume e chorume da pecuária intensiva e rega com efluentes de sistemas de aquicultura intensiva, são responsáveis pela contaminação dos solos agrícolas. Os seres humanos podem estar expostos continuamente a estes contaminantes, através da ingestão de alimentos vegetais cultivados em solo contaminado.

Já foram identificados problemas graves. Tem havido relatos de elevadas concentrações de antibióticos nos efluentes de estações de tratamento, bem como nas águas superficiais, a maioria dos quais apresentam um comportamento recalcitrante. A crescente consciência de que o uso intensivo de antibióticos é responsável pela presença de uma ampla gama de resíduos de antibióticos, detectados por monitorização ambiental, colocou recentemente este problema no topo das preocupações ambientais.

Este trabalho apresenta um estudo preliminar de avaliação do contributo da actividade pecuária na propagação das resistências aos antibióticos, através das águas residuais tratadas, estrume e chorume na região centro de Portugal. Entre março e junho de 2016, será realizada a amostragem de águas residuais tratadas de algumas ETAR seleccionadas. As amostras serão recolhidas em garrafas de plástico estéril de 1 L, a partir

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das quais serão isoladas Enterobacteriaceae e caracterizadas fenotipicamente, pelo método de difusão em ágar para a determinação dos perfis de resistência a 14 antibióticos. As bactérias ampR serão enumeradas em placas de VRBG suplementado com ampicilina. Posteriormente serão apresentados os resultados obtidos neste estudo. Este trabalho irá fornecer uma visão sobre a real contribuição desta actividade para este grave problema de Saúde Pública.

UMS2016-81 Drones subaquáticos: ferramentas com elevado potencial para aplicações inovadoras na gestão dos recursos hídricos Rui L. P. de Lima (1,2), Rutger E. de Graaf (3), Floris C. Boogaard (4)

(1) INDYMO, The Netherlands (2) MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal (3) INDYMO, Deltasync; Hogeschool Rotterdam, The Netherlands (4) INDYMO, TAUW; Hanze University of Applied Sciences, TU Delft, The Netherlands Assegurar um correto uso, gestão e conservação dos recursos hídricos e do solo é fundamental para a sobrevivência humana e ecológica. Actualmente, face às alterações climáticas e crescente urbanização, os diversos sistemas aquáticos e do solo estão em constante e acelerada mudança (e.g. serviços ecológicos afetados, crescente impermeabilização do solo, excesso de nutrientes disponíveis). Uma eficiente monitorização de aspectos relativos à qualidade da água, do solo e ecologia são importantes para a correcta compreensão, modelação e previsão de comportamentos dos meios hídricos e, naturalmente, para uma adequada gestão ambiental e tomada de decisões na área ambiental. Para isso, observa-se uma crescente necessidade de novos métodos e abordagens inovadores que consigam aproveitar as potencialidades de novas tecnologias que estão cada vez mais acessíveis aos profissionais de diferentes áreas.

O presente trabalho descreve os resultados e experiências resultantes da utilização de drones subaquáticos equipados com sensores e câmaras de vídeo em diferentes tarefas no sector da água. Estes veículos tele-comandados foram testados em diversas aplicações-piloto na Holanda, em colaboração e na presença de autoridades da água locais e de outros prováveis utilizadores desta metodologia. As possíveis aplicações são vastas e incluem abordagens mais direcionadas para a informação obtida pelos diversos sensores instalados nos veículos (mapeamento de parâmetros da qualidade da água, procura de fontes de poluição), mas também tarefas baseadas na informação visual (inspeções de infra-estrutura, estudos ecológicos). Os objetivos do estudo incluem investigar o estado da arte da tecnologia aplicável a drones subaquáticos, e identificar as oportunidades, limitações e obstáculos da aplicação desta tecnologia à gestão da água e legislação europeia, pelas entidades responsáveis.

Resultados preliminares indicam que, em diversas situações, a utilização de drones subaquáticos permite a obtenção de informação que seria difícil e dispendiosa de obter com outros métodos (e.g. acesso ao interior de galerias e debaixo de estruturas flutuantes). O facto de ser uma abordagem dinâmica e móvel, oferece uma forte componente espacial permitindo, por exemplo, a determinação da variabilidade espacial de parâmetros da qualidade da água. A disponibilização de novas informações e dados sobre sistemas aquáticos permitem a realização de novos estudos e análises, sendo fundamental para uma gestão eficaz dos recursos hídricos.

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UMS2016-82 Caracterização da variabilidade espacial da hidrofobicidade do solo: Utilização de termografia por infravermelhos João R. C. B. Abrantes (1), João L. M. P. de Lima (1), Sérgio Prats Alegre (2), Jacob J. Keizer (2)

(1) MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente; Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal (2) CESAM - Centro de Estudos do Ambiente e do Mar; Departamento de Ambiente e Ordenamento, Universidade de Aveiro, Aveiro, Portugal A hidrofobicidade da camada superficial do solo pode representar um problema em áreas agrícolas e florestais, na medida em que altera a capacidade de infiltração do solo e promove a ocorrência de escoamento superficial e de erosão hídrica. A hidrofobicidade do solo é um processo que tem chamado a atenção de técnicos e cientistas, que há muito tentam desenvolver técnicas para a sua deteção e para a medição da sua intensidade e/ou persistência. Neste trabalho foi avaliada, em laboratório, o potencial de utilização da termografia por infravermelhos para a caracterização da variabilidade espacial da hidrofobicidade da superfície do solo. Este trabalho vem em seguimento de outros trabalhos onde a termografia por infravermelhos mostrou ser uma ferramenta útil no estudo de diferentes características da superfície do solo (e.g., micro-relevo, permeabilidade, macroporosidade).

A técnica proposta foi testada utilizando um canal de terra de 1.00 0.75 m2 preenchido com um solo franco-arenoso, onde foram induzidos diferentes graus de hidrofobicidade em várias áreas da superfície do solo, utilizando um spray impermeabilizante. A técnica consiste na aplicação de água fria (10oC) sobre a superfície do solo, por meio de um sistema de alimentação instalado a montante do canal, e no registo da temperatura da superfície do solo com uma câmara de vídeo de infravermelhos. Enquanto a água fria escoa ao longo do canal, é repelida nas áreas hidrofóbicas que, consequentemente, vão apresentar temperaturas mais elevadas que as áreas não hidrofóbicas. Os registos térmicos foram comparados com medições da hidrofobicidade realizadas previamente com o teste MED (Molarity of an Ethanol Droplet), um dos testes mais utilizados na medição da intensidade da hidrofobicidade do solo.

Os resultados mostraram que a termografia por infravermelhos pode ser utilizada para caracterizar a hidrofobicidade da superfície do solo. Em geral, a técnica permitiu distinguir áreas hidrofóbicas de áreas não hidrofóbicas e distinguir áreas com diferentes graus de intensidade de hidrofobicidade. Desta forma, a técnica termográfica proposta poderá contribuir para o estudo dos impactos hidrológicos de áreas com diferentes distribuições espaciais de hidrofobicidade do solo.

Financiamento: Fundação para a Ciência e a Tecnologia, Portugal.

UMS2016-84 Fatores condicionantes no transporte de sementes pelo escoamento superficial: Avaliação laboratorial Babar Mutjaba (1,2), Cleene A. de Lima (3), João R. C. B. Abrantes (1,2), João L. M. P. de Lima (1,2)

(1) Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal (2) MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal (3) Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco, Brasil O transporte de sementes pelo escoamento é um dos mecanismos mais importantes da sua dispersão e desempenha um papel fundamental no funcionamento e dinâmica das comunidades vegetativas e dos ecossistemas, tanto em meio agrícola e florestal, como urbano. É esse transporte que permite que algumas sementes provenientes de áreas áridas consigam alcançar áreas mais favoráveis à sua sobrevivência e germinação. É também essa deslocação que pode explicar a baixa densidade de vegetação em áreas degradadas pela erosão. Por outro lado, essas sementes têm a capacidade de restaurar essas áreas deterioradas. Desta forma, é fundamental estudar os fatores que podem influenciar o transporte de sementes pelo escoamento, não só para compreender melhor o funcionamento e dinâmica das comunidade vegetativas e dos ecossistemas, mas também para delinear estratégias de reflorestação e de recuperação da vegetação de áreas áridas e áreas degradadas pela erosão. Este estudo teve como objetivo avaliar a influência das características da semente, da inclinação da superfície e das características hidráulicas do escoamento no transporte de sementes.

Foram realizados ensaios laboratoriais utilizando um canal com uma superfície cerâmica, com 2.4 m de comprimento, 0.1 m de largura e 0.4 m de profundidade, posicionada com inclinações de 18, 27 e 36%. A montante do canal foi instalado um sistema manual de regulação do caudal. Para cada inclinação foram aplicados diferentes caudais e foi medido o deslocamento de dois tipos de sementes oleaginosas distribuídas ao longo da superfície do canal: i) Semente de Moringa (Moringa oleifera Lam), com formato esférico e uma densidade de 200 kg/m3; e ii) Semente de Nim (Azadirachta indica A. Juss), com formato cilíndrico e uma densidade de 450 kg/m3. O deslocamento e a velocidade de transporte das sementes foram medidos através de processamento de imagem, após registo visual com uma câmara de vídeo GoPro. Foi também medida a velocidade e a profundidade do escoamento para os diferentes caudais, utilizando um traçador térmico e um limnímetro regulável. Para cada inclinação foi avaliado o caudal mínimo necessário para ocorrer transporte de sementes pelo escoamento e foi calculada a energia do fluxo (streampower) associada a esse caudal.

Em geral, as sementes de Nim e Moringa, apesar de terem densidades e geometrias diferentes, apresentaram deslocamentos e velocidades de transporte semelhantes. Para as condições estudadas, tanto o deslocamento como a velocidade de transporte das sementes cresceram linearmente com o caudal escoado.

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UMS2016-87 Drenagem Urbana Sustentável: aplicação e modelação de telhados verdes Clarisse I. T. Carneiro (1), José A. A. Sá Marques (1,2), Nuno E. C. Simões (1,2)

(1) Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal (2) MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal O aumento da urbanização, sem o devido planeamento, combinado com as alterações climáticas, levam ao aumento dos caudais superficiais e à ocorrência das cheias. Nos últimos vinte anos as cheias foram o desastre natural mais recorrente, mostrando a vulnerabilidade dos ambientes urbanos às condições hidrológicas extremas. Reconstruir o sistema de drenagem para fazer face a este problema pode não ser eficiente ou viável, quer tecnicamente quer economicamente. Técnicas inovadoras como a dos telhados verdes, construção de pavimentos permeáveis, canais abertos com vegetação, bacias de retenção, entre outros, atenuam os picos de cheia, diminuindo o risco de cheia nas áreas urbanas.

Os telhados verdes são uma alternativa aos telhados tradicionais e têm vindo a ser desenvolvidos pelos seus benefícios na retenção da precipitação, reduzindo o volume de água escoado e atenuando os picos de cheia. Contudo, verificaram-se outros benefícios associados a esta tecnologia, nomeadamente: redução da concentração de poluentes das águas da chuva, redução do consumo energético da habitação, redução do efeito de Ilha de Calor, mitigação da poluição do ar, absorção de som, preservação ecológica e aumento de áreas vegetadas nas áreas urbanas.

O presente trabalho teve como objetivo a análise do potencial dos telhados verdes na redução do pico de cheia e da quantidade de caudal superficial, bem como a sustentabilidade desta tecnologia: economicamente, socialmente e ambientalmente. A potencial redução do pico de cheia e da quantidade de caudal superficial foi efetuada considerando a aplicação desta tecnologia na área do Pólo II da Universidade de Coimbra, recorrendo ao programa de modelação hidráulica-hidrológica Storm Water Management Model (SWMM), da Environmental Protection Agency (EPA) dos Estados Unidos da América (EUA). O estudo envolveu a análise da influência das características construtivas do telhado verde e a análise da redução do escoamento superficial mediante essas influências.

Os resultados obtidos indicam uma redução do pico de cheia, entre os 94-100%, e da quantidade de caudal superficial, aproximadamente 97%, quando considerando somente uma área de telhado verde, utilizando a ferramenta de controlo LID. No entanto, considerando toda a área em estudo, a redução é na ordem dos 12-15%. Isto deve-se à grande dimensão da área em estudo que possui uma baixa área de telhados que pode ser convertida em telhado verde. Este estudo pretende ser um contributo para o desenvolvimento futuro de projetos desta tecnologia, ainda recente e pouco desenvolvida, em Portugal.

UMS2016-88 Correlação de Pearson dos atributos físico-químicos de um Neossolo Quartzarênico sob cultivo de eucalipto E. S. Lima (1), R. Montanari (2), L. H. Lovera (1), Z. M. Souza (1), M. Squizato (2), A. Paz González (3)

(1) Universidade de Campinas (UNICAMP), Faculdade de Engenharia Agrícola – Av. Cândido Rondon, 51, Barão Geraldo, 13083-875, Campinas, São Paulo, Brasil (2) Universidade Estadual Paulista (UNESP), Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos – Av. Brasil, 56, Centro, 15385-000, Ilha Solteira, São Paulo, Brasil (3) Universidade da Coruña (UDC), Facultad de Ciencias, Campus de A Zapateira, s/n., 15008, A Coruña, España A produção de eucalipto vem se destacando por apresentar grande potencial produtivo madeireiro, uma vez que o consumo de papel no mundo tende a aumentar com o incremento da população e o desenvolvimento das cidades. A utilização de biomassa produzida por eucalipto tem-se destacado como um potencial de energia renovável e uma alternativa para substituição ou redução do consumo de combustíveis fósseis. Com isso, objetivou-se avaliar a correlação linear dos atributos físico-químicos de um Neossolo Quartzarênico em Três Lagoas - MS. O trabalho foi desenvolvido nos anos agrícolas 2014/2015, no município de Três Lagoas, MS em área de Eucalyptus urograndis situada nas condições do cerrado brasileiro, onde uma malha regular experimental de 50 pontos amostrais foi instalada para a determinação dos atributos: altura do eucalipto (ALT), diâmetro a altura do peito (DAP), resistência mecânica à penetração (RP), matéria orgânica (MO), potencial hidrogeniônico (pH), fósforo (P) e soma de bases (SB) nas camadas de 0,00-0,20 e 0,20-0,40 m. A correlação de Pearson entre planta e solo apresentou significância para os pares DAP RP1 (-0,112**), ALT P1 (0,286*) e DAP P1 (0,303*). A correlação inversa entre DAP e RP1 demonstra que, quanto menor a resistência do solo à penetração na camada de 0,00-0,020 m maior será o diâmetro a altura do peito do eucalipto. Por outro lado as correlações ALT e DAP versus fósforo na camada de 0,00-0,020 m foram positivas indicando que, quanto maior o teor de fósforo, maior será o eucalipto em altura e diâmetro. A correlação solo versus solo apresentou significância para os pares MO1 P1 (0,578**), MO2 P2 (0,677**), MO2 pH2 (0,359*), MO2 SB1 (0,391**), MO2 SB2 (0,492**), SB1 pH1 (0,867**) e SB2 pH2 (0,641**). Pode-se verificar que a MO apresentou correlação direta com P, pH e SB isso ocorre pois com o aumento do teor de MO no solo há uma maior estruturação do solo, uma maior retenção e disponibilidades de nutrientes aumentando assim os teores de fósforo e soma de bases, consequentemente aumentando o pH. O aumento do teor de P ocorre devido o mesmo se tornar lábil a partir do aumento da soma de bases e do pH aumentando assim sua disponibilidade na solução do solo para as plantas de eucalipto. Dessa forma conclui-se que, com a redução da resistência mecânica à penetração e com o aumento do teor da matéria orgânica do solo há um aumento da fertilidade e um melhor desenvolvimento do eucalipto em altura e diâmetro.

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UMS2016-89 Distribuição espacial da macrofauna de um latossolo na cultura da soja (Glycine max l.) L. H. Lovera (1), R. Montanari (2), E. S. Lima (1), J. S. Rosset (3), Z. M. Souza (1), Mariele Squizato (2), Beatriz Batello Rodrigues (2)

(1) Universidade de Campinas (UNICAMP), Faculdade de Engenharia Agrícola – Av. Cândido Rondon, 51, Barão Geraldo, 13083-875, Campinas, São Paulo, Brasil (2) Universidade Estadual Paulista (UNESP), Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos – Av. Brasil, 56, Centro, C. P. 31, 15385-000, Ilha Solteira, São Paulo, Brasil (3) Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, Unidade Universitária de Mundo Novo, Km 20.2, 79980-000, Mundo Novo, Mato Grosso do Sul, Brasil O conhecimento da macrofauna nos fornece um indicativo da complexidade ecológica das comunidades do solo, onde existem grupos (pragas) que prejudicam as folhas, vagens e grãos da cultura, incluindo os percevejos (Hemiptera) sugadores de grãos, as lagartas (Lepidoptera) e os besouros (Coleoptera) que atacam as vagens, além dos grupos benéficos, como exemplo da minhoca (anelídeo). Assim, no ano agrícola de 2013/2014, na fazenda de Ensino e Pesquisa da faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, onde estudou-se a distribuição espacial da macrofauna e a sua relação com a produtividade da cultura da soja em um experimento na região de Selvíria, MS. A determinação dos pontos de coleta da macrofauna e da produtividade da soja foi feita com auxílio de uma malha estatística contendo 100 pontos amostrais. Para a coleta da macrofauna, fez-se buracos de largura e profundidade suficiente para encaixar o recipiente de coleta, ficando nivelada com a superfície do solo. A solução utilizada foi a aspirina (ácido acetilsalicílico), diluída em água e despejada no recipiente plástico, onde, após uma semana, os recipientes foram retirados e levados para o laboratório, separando os insetos por classes e a realização da contagem. A análise estatística foi: a) análise descritiva inicial dos atributos e b) análise geoestatística. Todas as classes de insetos apresentaram variabilidade muito alta, com coeficientes de variação entre 108,7 a 438,1%, tais resultados apresentaram altos CV’s devido a macrofauna não apresentar a estacionaridade, onde os mesmos possuem a capacidade de locomoção, assim, pontos amostrados apresentaram alta ou baixa população da macrofauna na área experimental. Apenas a PG da soja e a classe coleóptera apresentou dependência espacial, tida como média e muito alta, respectivamente, mostrando que a maior concentração da classe coleóptera estava distribuída de forma agregada na área. O menor valor para o alcance foi para coleóptera, indicando que os pontos amostrados são semelhantes num raio de 7,6 m, já, para a PG da soja, o raio foi de 28,3 m. Esse parâmetro fornecido pela análise geoestatística é de fundamental importância, pois representa a distância em que uma variável regionalizada apresenta continuidade espacial, sendo que a acima desta distância, o comportamento espacial da variável passa a ser totalmente aleatório. Conhecer a dinâmica espaço-temporal dos coleópteros em função da produtividade da soja torna-se importante para o desenvolvimento de estratégias de manejo da cultura.

UMS2016-90 Atributos químicos do solo após cultivo de trigo sob adubação nitrogenada e inoculação com Azospirillum brasilense F. S. Galindo, M. C. M. Teixeira Filho, R. Montanari, M. G. Z. Ludkiewicz, E. H. M. Boleta, V. M. Silva

Universidade Estadual Paulista (UNESP), Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos – Av. Brasil, 56, Centro, C. P. 31, 15385-000, Ilha Solteira, São Paulo, Brasil O Azospirillum brasilense destaca-se no processo de fixação biológica de nitrogênio (FBN) em gramíneas. Contudo, mais estudos necessitam ser conduzidos para definir quanto se pode aplicar de N mineral considerando a eficiência da FBN para alcançar altas produtividades sem alterar a fixação, bem como sobre o impacto dessas práticas na fertilidade do solo. Sendo assim, objetivou-se estudar o efeito da inoculação de trigo com A. brasilense, associada a doses e fontes de N, em solo de Cerrado, avaliando-se os atributos químicos do solo após dois cultivos de trigo irrigado (M.O., P, K, S, Ca, Mg, pH, H + Al, SB, CTC e V%). O experimento foi desenvolvido em Selvíria - MS, Brasil, em sistema plantio direto, em Latossolo Vermelho distrófico, em 2014 e 2015. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com quatro repetições, dispostos em um esquema fatorial 2 5 2, sendo: 2 fontes de N (ureia e Super N - ureia com inibidor da enzima urease NBPT (N(-n-butil tiofosfórico triamida)); 5 doses de N em cobertura (0, 50, 100, 150 e 200 kg ha-1); com e sem inoculação das sementes com A. brasilense. O incremento das doses de N não influenciou os atributos químicos do solo. O Super N pode acidificar mais o solo comparativamente à ureia. A inoculação com A. brasilense pode reduzir o efeito da acidificação do solo em cultivos intensivos de trigo irrigado, contudo a extração de bases foi maior, refletindo em menor CTC do solo após cultivo com inoculação.

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84 Resumos – Comunicações em Poster _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

UMS2016-92 Concentração de macro e micronutrientes na palhada de trigo após cultivo sob adubação nitrogenada e inoculação com Azospirillum brasilense F. S. Galindo, M. C. M. Teixeira Filho, R. Montanari, M. G. Z. Ludkiewicz, E. H. M. Boleta, V. M. Silva

Universidade Estadual Paulista (UNESP), Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos – Av. Brasil, 56, Centro, C. P. 31, 15385-000, Ilha Solteira, São Paulo, Brasil Em gramíneas, o Azospirillum brasilense vem se destacando no processo de fixação biológica de nitrogênio (FBN). Entretanto, existe a necessidade de mais estudos para definir quanto se pode aplicar de N mineral considerando a eficiência da FBN para alcançar altas produtividades sem alterar a fixação, bem como sobre o impacto dessas práticas na fertilidade do solo e ciclagem de nutrientes. Sendo assim, objetivou-se estudar o efeito da inoculação de trigo com A. brasilense, associada a doses e fontes de N, em solo de Cerrado brasileiro, avaliando-se a concentração de macro e micronutrientes na palhada após um cultivo de trigo irrigado. O experimento foi desenvolvido em Selvíria - MS, em sistema plantio direto, num Latossolo Vermelho distrófico, em 2014. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com quatro repetições, dispostos em um esquema fatorial 2 5 2, sendo: 2 fontes de N (ureia e Super N - ureia com inibidor da enzima urease NBPT (N(-n-butil tiofosfórico triamida)); 5 doses de N em cobertura (0, 50, 100, 150 e 200 kg ha-1); com e sem inoculação das sementes com A. brasilense. O incremento das doses de N não influenciou na concentração de N, P, K, Ca, Mg, S, Cu, Mn e Zn, mas propiciou maior concentração de Fe na palhada. De maneira geral, as fontes de N não influenciaram a concentrações dos nutrientes supracitados, com exceção do S, que apresentou maior concentração quando a fonte utilizada foi o Super N. A inoculação com A. brasilense influenciou as concentrações de P e S na palhada de formas distintas. Para a concentração de P, a inoculação foi prejudicial em função da maior concentração do nutriente nos grãos, entretanto, para a concentração de S, os tratamentos em que foram efetuados a inoculação propiciaram maior concentração do nutriente na palhada.

UMS2016-93 Atributos químicos do solo em sistemas conservacionistas com e sem o uso do gesso agrícola Leandro A. Freitas, Luiz M. M. De Mello, Rafael Montanari, Élcio H. Yano, Diego S. Pereira

Universidade Estadual Paulista (UNESP), Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos – Av. Brasil, 56, Centro, C. P. 31, 15385-000, Ilha Solteira, São Paulo, Brasil O uso do solo para produção agrícola no cerrado se estabeleceu, com sistemas de preparo intensivo. Com a intensificação do preparo, os atributos químicos do solo foram alterados conforme o manejo aplicado. Este trabalho teve o intuito de estudar os atributos químicos do solo nos diferentes manejos e uso do gesso agrícola. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, combinando de quatro sistemas de cultivo: Semeadura Direta Contínua (SPD-SPD) e Alternada (SPD-CM), Cultivo Mínimo Contínuo (CM-CM) e Alternado (CM-SPD) com ou sem o uso de gesso, e quatro repetições. Foram avaliados os atributos químicos do solo, nas profundidades de 0,0-0,15 m; 0,15-0,30 m. Os resultados desmontaram que o sistema de plantio direto contínuo apresentou as melhores disponibilidades e estabilidade de nutrientes com ou sem o uso do gesso, nas duas profundidades. A utilização do gesso proporcionou melhores disponibilidades de nutrientes em perfil do solo independentemente do manejo de solo empregado, contudo este deve ser utilizado conforme o manejo, pois pode causar lixiviação de nutrientes.

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Resumos – Comunicações em Poster 85 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

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UMS2016-94 Desempenho agronômico da cultura do milho submetido a sistemas de manejos e residual de gesso Leandro A. Freitas, Luiz M. M. De Mello, Rafael Montanari, Élcio H. Yano, Diego S. Pereira

Universidade Estadual Paulista (UNESP), Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos – Av. Brasil, 56, Centro, C. P. 31, 15385-000, Ilha Solteira, São Paulo, Brasil Os sistemas intensivos de preparo do solo podem afetar os seus atributos químicos, físicos e biológicos e conseqüentemente, a viabilidade dos sistemas de produção. Com a intensificação do preparo, os atributos do solo foram alterados conforme o manejo aplicado. Com o intuito de estudar o desempenho agronômico da cultura do milho nos diferentes manejos e uso do gesso agrícola foi realizado este estudo. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, combinando de três sistemas de cultivo: Sistema de Plantio Direto (SPD), Cultivo Mínimo (CM) Sistema Plantio Convencional (SPC), com ou sem o uso de gesso, e quatro repetições. Foram avaliadas as características agronômicas da cultura do milho. Os resultados desmontaram que o sistema de plantio direto obteve as melhores características de estabilização e sobrevivência do milho, também foi o sistema de manejo de solo que obteve os melhores números de produtividade. O uso do gesso proporcionou melhores disponibilidades de nutrientes em perfil do solo independentemente do manejo de solo empregado, contudo este deve se utilizado em função do manejo empregado, pois afeta as características do solo reagindo com nutrientes, de forma que possa ser usado incorporado ou em superfície.

UMS2016-96 Variabilidade temporal da humidade do solo numa encosta na bacia do Jatobá-PE, Brasil Valdemir de P. e Silva Junior (1), Abelardo A. A. Montenegro (1), João L. M. P. de Lima (2,3)

(1) Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil (2) MARE - Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Portugal (3) Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal A humidade do solo é uma variável de grande importância para a compreensão dos processos hidrológicos, dentre eles a relação precipitação-escoamento e a infiltração, apresentando elevada variabilidade espacial e temporal em bacias do semiárido Pernambucano. O objetivo deste estudo foi avaliar o comportamento da humidade do solo numa encosta de referência na bacia hidrográfica experimental do Jatobá, no semiárido brasileiro. Realizaram-se 55 campanhas de monitorização da humidade do solo nas camadas de 0,0 – 0,1 m e 0,1 – 0,2 m utilizando a sonda capacitiva/Diviner – 2000® no período de 23/06/2010 a 02/10/2014, com presença de vegetação arbustiva natural (Caatinga) e pastagem degradada. Análise de variabilidade do teor de água do solo foi realizada para seis pontos dessa encosta. Os resultados demonstraram que é possível identificar um ponto representativo do comportamento médio da humidade. Esse ponto na área de pastagem degradada, distando cerca de 300 m da área com a presença de vegetação nativa e a 65 m da linha de água principal, foi considerado como representativo da humidade na encosta, possibilitando assim reduzir os custos relacionados com futuras monitorizações hidrológicas.

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86 Resumos – Comunicações em Poster _________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Visitas Técnicas Visita Técnica 1 14 junho: 14:00-19:00 Aproveitamento Hidroagrícola do Baixo Mondego

Visita com a duração aproximada de 5 horas, a decorrer no Vale do Rio Mondego, a jusante de Coimbra. DESTAQUES:

Sistemas de uso do solo no Vale do Mondego Obras de regularização do rio Mondego Sistemas de rega e drenagem Infraestruturas hidráulicas

BREVE DESCRIÇÃO:

Os Campos do Mondego

O rio Mondego é o maior curso de água integralmente português, com um comprimento de 227 km, drenando uma bacia hidrográfica de 6659 km2 (Fig. 1). O regime hidrológico do rio é extremamente irregular, verificando-se em condições naturais (sem as obras de regularização) caudais de estiagem inferiores a 1 m3/s e caudais de cheia superiores a 3000 m3/s. O vale aluvionar do Baixo Mondego tem sido ao longo dos séculos uma fonte de riqueza e de sofrimento para as populações locais, pois eram frequentemente flageladas por inundações dos campos, com perdas de colheita, de solo fértil e infraestruturas.

O Baixo Mondego, também designado por Campos do Mondego, compreende uma área de cerca 15 000 ha, no distrito de Coimbra, incluindo o vale principal - entre Coimbra e Figueira da Foz - e os vales secundários - dos rios Arzila, Ega, Arunca e Pranto, na margem esquerda, e do rio Foja, na margem direita. O clima pela classificação de Köppen é mesotérmico húmido, com estação seca no Verão, que é pouco quente e longa (Csb na zona de montante do vale e Csa a jusante). A precipitação anual média varia de 910 mm em Coimbra e 720 mm em Figueira da Foz. Os solo predominantes são de textura franco-limosa, a montante (46%), e franco-argilo-limosa, a jusante (37%), ocorrendo solos arenosos em 5% da área. A capacidade de água utilizável é geralmente elevada.

A agricultura nos Campos do Mondego é secular, com solos de grande potencial produtivo de origem aluvionar, onde a água sempre se mostrou marcante, nas inundações, na deficiente drenagem, na salinização do solo, e no abastecimento para rega para garantir a produtividade da terra. Até à década de oitenta do século XX eram problemas a fragmentação da estrutura fundiária, a reduzida dimensão das explorações e a predominância de sistemas monoculturais de Primavera-Verão.

As obras do Aproveitamento Hidráulico do Mondego e o Projeto de Desenvolvimento Agrícola do Baixo Mondego permitiram solucionar os principais problemas, criando as

condições básicas para a modernização da agricultura e a melhoria do nível socioeconómico dos agricultores. As obras de regularização fluvial do rio Mondego foram primordiais, permitindo simultaneamente a defesa contra cheias dos campos do Baixo Mondego, a rega e a sua drenagem. O Ministério da Agricultura estabeleceu como objetivo o aumento de 25% da produtividade agrícola em pelo menos 80% da área beneficiada através da implementação de um sistema de rega e drenagem, da restruturação fundiária, do emparcelamento, da modernização da rede viária, da reconversão cultural pela introdução de novas culturas e técnicas e pela criação de uma associação de beneficiários. As principais culturas agrícolas são o milho, hortícolas e viveiros, a montante, e o arroz, a jusante.

Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do Mondego, em

Portugal Continental.

Elementos da visita

1) Açude-ponte de Coimbra: esta infraestrutura (Fig. 2) destina-se, fundamentalmente, a estabelecer um nível de água que permita o funcionamento adequado das tomadas de água; a capacidade de armazenamento da sua albufeira dá-lhe uma relativa autonomia, cerca de sete horas, o tempo necessário para o escoamento dos caudais para rega, modulados na barragem da Raiva, em articulação com a barragem da Aguieira, a montante, que permite a regularização fluvial; este açude tem instalado uma moderna escada de peixe (Fig. 3), na margem esquerda.

Figura 2. Açude-ponte de Coimbra, com vista

da tomada de água do Canal Condutor Geral, na margem

direita.

Figura 3. Escada de peixe no Açude de Coimbra.

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88 Programa da Visita Técnica _________________________________________________________________________________________________________________________________________

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2) Canal condutor-geral: esta obra, em betão, tem uma extensão de cerca de 35 km, de secção trapezoidal, com uma capacidade inicial de 25 m3/s; inicia-se na tomada de água na margem direita do Açude-Ponte de Coimbra, desenvolvendo-se a partir do Choupal, sobre os diques do Leito Central; integra descarregadores de controlo de nível e módulos de derivação para rega (Fig. 4).

3) Demonstração de campo de drones na deteção remota para monitorização agrícola e ambiental, a cargo da empresa Sleeklab (www.sleeklab.com).

4) Novo leito do Rio Mondego (Fig. 5), para visualizar secção composta do rio, diques, canal de rega e descarregador de segurança (tipo sifão - Fig. 6).

5) Rede secundária de rega em área emparcelada e equipada (Fig. 7).

6) Núcleo Museológico do Sal da Figueira da Foz (Museu do Sal): as Salinas (Fig. 8) são uma forma muito especial de uso conjunto do solo e água (salgada): os elementos predominantes são o sal, a flora, a fauna, a paisagem e a cultura.

7) Castelo de Montemor-o-Velho para vista panorâmica do vale (Fig. 9).

Figura 4. Canal Condutor Geral: módulo de derivação de rega

(em cima) e órgão de controlo de nível (descarregador em bico-de-pato, em baixo).

Figura 5. Novo leito do Rio Mondego.

Figura 6.

Descarregador tipo sifão, no canal de

rega.

Figura 7. Rede secundária de rega em área emparcelada e

equipada.

Figura 8. Vista das salinas, no rio Mondego.

Figura 9. Castelo de Montemor-o-Velho e

vistas panorâmicas sobre o vale do Mondego.

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Visita Técnica 2 16 junho: 9:30-16:00 O ecossistema e uso do solo nas margens do Rio Mondego a montante de Coimbra

Descida de kayak num segmento do Rio Mondego a montante de Coimbra. BREVE DESCRIÇÃO:

A bacia hidrográfica do Rio Mondego tem uma orientação dominante NE-SW e a área de 6659 km2; esta bacia é a segunda maior bacia hidrográfica em área entre as que se desenvolvem inteiramente em território português. O rio tem o comprimento de 234 km: a nascente localiza-se na Serra da Estrela, à altitude de 1425 m a.s.l., e a foz junto à cidade da Figueira da Foz, no Oceano Atlântico. Nos primeiros 50 km o rio desce até aos 750 m; os últimos 80 km do rio são caracterizados por um declive suave. As principais formações geológicas são granitos e xistos da Meseta Ibérica, observando-se primeiro uma mudança para arenitos e margas e depois, perto da foz, para formações sedimentares mais recentes.

A descida do Rio Mondego ao longo de uma extensão de cerca de 15 km, de kayak, é uma actividade relaxante que combina a atividade física com a oportunidade de observar a preciosa paisagem envolvente e o ecossistema característico de um segmento do rio. O troço escolhido, a montante de Coimbra, desenvolve-se entre Penacova e a Praia fluvial de Palheiros e Zorro (margem esquerda). Inicialmente o rio desenvolve-se ao longo de um vale profundo e estreito, com um traçado meanderizado e envolvido por encostas com grandes declives, revestidas por florestas de pinheiros e de eucaliptos. Os solos são derivados de xistos. Próximo de Coimbra o vale do rio começa a abrir-se, desenvolvendo-se num vale aluvionar durante os últimos 40 km. A viagem de kayak acaba na Praia fluvial de Palheiros e Zorro.

A descida será guiada por profissionais. São satisfeitas as medidas de segurança correntes. Os kayaks são para duas pessoas. Será providenciado o transporte desde Coimbra até aos pontos de partida e chegada.

No final da descida do rio será possível almoçar no Casal da Misarela, frente à Praia fluvial de Palheiros e Zorro. Mapa do trajecto de kayak

Coimbra

Penacova

Rio Mondego 

Rio Mondego

Penacova

Praia Fluvial de Palheiros e Zorro

Coimbra

Coimbra e a Universidade

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Índice de Autores 91 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Índice de Autores Abrantes, J.R.C.B. 26, 38, 60, 73,

77, 81 Abrantes, N. 24, 59 Abreu Junior, C.H. 29 Aguiar, A.C.F. 37, 43, 48, 49, 51,

75 Alarcón, M.N. 41 Albuquerque, E.B.P. 66 Alcañiz, J.M. 34 Almeida, T.A.B. 50, 77 Alvarenga, L.A. 42, 62 Alves, E.R. 27, 49, 55 Alves, M.C. 27 Amador, M.P. 79 Araújo, L.G. 46 Arf, O. 49 Armesto, M.V. 60, 69 Asensio, V. 29 Bandeira, D.H. 23 Barros, M.S. 66 Bastos, A.C. 24, 59 Bento-Gonçalves, A. 29, 63 Bertol, I. 23 Bezerra, J.M. 24, 47, 48, 53 Blainski, E. 32, 70 Boleta, E.H.M. 83, 84 Bonini Neto, A. 27 Bonini, C.S.B. 27, 49, 55 Boogaard, F.C. 80 Bouillet, J.P. 29 Brandsma, M. 59 Brucha, G. 25, 56, 57 Calvo-Cases, A. 31 Calvo-Flores, G.D. 20, 40, 41 Calvo-Flores, R.D. 40 Campos, I. 59, 63 Carneiro, C.I.T. 82 Cavalcanti, R.Q. 77 Cavaleiro, V.P. 33 Chaves, J.O. 45, 46 Claret, R.M.P. 21 Coelho, C.O.A. 63 Cooper, M. 21 Costa, M.K.L. 37, 48, 51, 53, 54,

58, 75 Costa, R. 79 Cota, T.M. 76 Crema, I.P. 60 Cunha, L.F. 61 da Cunha, C.M.L. 28 da Luz, L.R.Q.P. 19 da Silva Neto, E.C. 32 da Silva, A.M. 42, 46, 56 da Silva, A.O. 66 da Silva, G.F. 66, 67 da Silva, I.C. 25 da Silva, L. 45, 46 da Silva, M.C.S. 61 Dafonte, J.D. 37, 47, 52, 58, 60,

69, 71 Dantas, M.S.M. 64 de Abreu, C.A. 71 de Araújo Neto, J.R. 72 de Araújo, D.R. 43 de Carvalho, E.O.C. 26, 56, 57

de Carvalho, J.F. 66, 67 de Farias, M.F. 37 de Farias, M.S.S. 24, 47 de Figueiredo, T. 63 de Graaf, R.E. 80 de la Cueva, S.P. 41 de Lima, C.A. 72, 73, 77, 81 de Lima, J.L.M.P. 26, 36, 38, 50,

60, 62, 73, 77, 81, 85 de Lima, M.I.P. 33, 38, 73, 76 de Lima, R.L.P. 80 De Mello, L.M.M. 84, 85 de Moura, E.G. 43 de Sousa, A.C.M. 21, 44 de Souza, L.C.D. 49 de Souza, Z.M. 21, 44 del Moral, L.G. 20 Dias, R.S. 69, 70, 71 Domec, J.C. 29 Dortzbach, D. 19, 32, 70 dos Santos, G.A.A. 53, 54 dos Santos, J.C.N. 72 dos Santos, N.C.B. 49 Duarte, A.C. 33 Duarte, I.M. 79 Falorca, I.M.C.F.G. 72 Farhate, C.V.V. 44 Faria, S. 59, 63 Feitosa, C.E.L. 37 Felice, J.G. 42 Fernandes, F. 65 Fernandes, R. 79 Fernandez, H.M. 68 Ferreira, A.G.C. 49 Ferreira, A.J.D. 35, 36 Ferreira, A.M. 39 Ferreira, C. 63 Ferreira, C.S.S. 35, 36 Ferreira, D. 62 Ferreira, L.C. 45 Ferreiro, J.P. 19 Fidélis, T. 38 Fonseca, F. 63 Freitas, L.A. 84, 85 Freschi, G. 25, 56, 57 Galindo, F.S. 83, 84 García, J.M.M. 40 García-Tomillo, A. 52 Gonçalves, F. 24 Gonçalves, F.A. 39, 42, 46, 56, 62 Gonçalves, J.M. 36, 38, 77, 78 González, A.P. 19, 23, 26, 32, 52,

58, 60, 67, 69, 70, 74, 82 González, J.R.R. 60 Gualter, R.M.R. 45, 46, 61 Guedes Filho, O. 24 Gutierrez, A.S. 23 Hayashi, E. 25, 56 Heinrichs, R. 27, 55 Henares, J.A.R. 20, 40, 41 Isidoro, J.M.G.P. 42, 56, 62, 65, 68 Jordan-Meille, L. 29 Júnior, J.A.P. 62 Junker, P.H.B.M. 39 Keizer, J.J. 24, 38, 59, 60, 63, 81

Laclau, J.P. 29 Lado, M. 67 Lavres Junior, J. 29 Ledesma, S.G. 74 Leite, A.P. 33 Lima, B.O. 56 Lima, C.S. 49, 51, 53 Lima, E.S. 82, 83 Lima, T.V. 51 Lira, R.M. 66 Lourenço, L. 29, 63 Lovejoy, S. 33 Lovera, L.H. 82, 83 Ludkiewicz, M.G.Z. 83, 84 Macedo, V.R.A. 43 Magalhães, A. 27, 55 Malvar, M.C. 59, 63 Marañón, M.S. 40 Marinho, M.A. 60 Marques, J.A.A.S. 82 Martínez, J.P. 20, 40 Martins, B. 63 Martins, F.M.G. 68 Martins, M. 59, 63 Mata, A.G.C. 20, 40, 41 Mathias, D.T. 28 Meirelles, G.C. 27, 49, 55 Mello, C.R. 46 Montanari, R. 75, 82, 83, 84, 85 Montenegro, A.A.A. 38, 50, 73, 77,

85 Moratiel, R. 26 Moreira, F. 39 Moruzzi, R. 28 Mujtaba, B. 26, 73, 81 Nouvellon, Y. 29 Nunes, A. 29, 63 Nunes, M. 36 Núñez, V.M. 20 Ojeda, G. 34 Oliveira, A.S. 46 Oliveira, E.P. 39 Oliveira, F.G.C. 39 Oliveira, M. 59 Ortiz, P.F.S. 64 Palácio, H.A.Q. 72 Pedro, F.G. 27, 49, 55 Pedrosa, E.M.R. 30, 64 Pedrosa, J.L.F. 43 Pereira, D.S. 84, 85 Pereira, L.S. 36, 77, 78 Pereira, M.G. 32, 70 Pérez, .M.J.M. 22 Pérez, M.R. 22 Pimpão, G. 59 Pires, V. 76 Poleto, C. 62, 65 Prats, S.A. 38, 59, 60, 63, 81 Prudêncio, C. 79 Puga, A.J. 24, 59, 63 Purcino, M.D. 39 Quinta-Nova, L. 62 Requejo, A.S. 26 Ribeiro, C. 59 Rocha, J. 59

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92 Índice de Autores _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

Rodrigues, B.B. 83 Rodrigues, C. 38 Rodrigues, K.M. 45, 46, 61 Rodrigues, R.A.S. 50 Rodríguez–Lado, L. 22 Rojas, J.D. 29 Rolim, M.M. 30, 64, 66, 67 Roque, N. 62 Rosset, J.S. 83 Roxo, M.J. 31 Sabattini, R.A. 74 Santana, M.S.R. 77 Santo, F.E. 76 Santos, A.P.G. 21 Santos, L. 59 Santos, M.R. 45, 61 Saraiva, M.J. 24 Scala Junior, N.L. 44 Serpa, D. 59 Sierra, C.B. 22 Silva Junior, V.P. 38, 85

Silva, A. 76 Silva, A.M.S. 27, 49, 55 Silva, A.T. 39 Silva, E.F.F. 47, 58, 66, 67, 75 Silva, F. 59, 63 Silva, J.R.L. 50 Silva, R.A. 49, 51, 53, 54, 75 Silva, R.C. 49 Silva, T. 59, 63 Silva, V.M. 83, 84 Silveira, A. 26, 39, 42, 46, 56, 62,

73 Simões, N.E.C. 82 Sione, S.M.J. 74 Siqueira, G.M. 24, 37, 47, 48, 49,

51, 53, 54, 58, 75 Soares Filho, C.V. 55 Sousa, S. 73 Souza, A.M. 39 Souza, L.N. 45 Souza, Z.M. 82, 83

Squizato, M. 82, 83 Tarquis, A.M. 26 Tarrasón, D. 34 Tavares, R.L.M. 44 Tavares, U.E. 30 Teixeira Filho, M.C.M. 83, 84 Tiezzi, R.O. 39 Tomillo, A.G. 60, 69 Vale, C.C. 43 Valencia, J.L. 26 Valente, S. 59 Varela-Vila, I. 67 Vázquez, E.V. 19, 67, 69, 71 Vianna, L.F.N. 32, 70 Vieira, A. 63 Vieira, D. 59, 63 Walsh, R.P.D. 35 Wilson, M.G. 74 Yango, E.H. 84, 85

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Notas 93 _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

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94 Notas _________________________________________________________________________________________________________________________________________

VII Congresso sobre Uso e Manejo do Solo UMS 2016 _______________________________________________________________________

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