Upload
kheops-justo
View
969
Download
19
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Qual a necessidade dos pecados em sua vida? A origem da Bíblia. Reformas religosas. Os Concílios. A origem dos Sete Pecados; são alguns dos temas abordados neste trabalho, trazendo uma nova ótica para um novo século.
Citation preview
SSSSSSSSSSSSããããããããããããoooooooooooo oooooooooooossssssssssss sssssssssssseeeeeeeeeeeetttttttttttteeeeeeeeeeee ppppppppppppeeeeeeeeeeeeccccccccccccaaaaaaaaaaaaddddddddddddoooooooooooossssssssssss
ccccccccccccaaaaaaaaaaaappppppppppppiiiiiiiiiiiittttttttttttaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiissssssssssss????????????
2
3
S.E.R.S.E.R.S.E.R.S.E.R.
Sistema Energético de ResgateSistema Energético de ResgateSistema Energético de ResgateSistema Energético de Resgate
NOTA:
Este livreto não tem o condão de querer se prevalecer sobre qualquer
outro conhecimento, dogma, doutrina, fé, crença, filosofia, religião, seita,
ordem, tratado, estudo ou até mesmo opinião pessoal, isso deve ficar bem
frisado para o leitor que busca o Conhecimento! A palavra de ordem é:
LIBERDADE!
A proposta do S.E.R., com este trabalho é trazer ao leitor uma visão
mais ampla do que se vive no mundo material e extrair dele mesmo novas
visões para um mundo não-material.
Paz Inverencial!
4
Paradoxo.
Marcos 7:34-35
“E, levantando os olhos ao céu, suspirou, e disse: Efatá; isto é, Abre-te.
E logo se abriram os seus ouvidos, (...)”
Coríntios 14.6
“E agora, irmãos, se eu for ter convosco falando em línguas, que vos
aproveitaria, se não vos falasse ou por meio da revelação, ou da ciência, ou da
profecia, ou da doutrina?”
5
ão os Pecados Capitais?ão os Pecados Capitais?ão os Pecados Capitais?ão os Pecados Capitais?
No ano 33 da era Cristã, um homem foi condenado à pena
capital de sua época por defender idéias plácidas, todavia contrárias aos
interesses políticos daquela era.
Depois, os mesmos políticos perceberam que precisavam mudar seus
conceitos criando novos.
Juntaram-se numa das reuniões mais
famosas da história da humanidade e meditaram,
pesquisaram, avaliaram, conjeturaram, confabularam e
perceberam que dominar era importante e a massa pouco
pensante era o foco.
Jogaram fora escrúpulos de vaidade e
orgulho e adotaram as idéias do mesmo homem outrora
condenado à morte cruel na cruz.
Assim formou-se o Concílio de Nicéia. Elaboraram-se as normas e regras de
conduta moral e espiritual que, depois de lançadas à civilização, deveriam ser vigiadas e
cobradas com extremo rigor, inclusive com a paradoxal pena de morte por seu não
cumprimento!
Esses líderes dos quatro cantos do mundo conhecido precisavam organizar a
desordem político/religiosa, mas sob a tutela e óptica de quem? Dos Religiosos, dos Filósofos,
dos Cientistas ou dos Políticos?
Com o passar do tempo, novos ajustes foram sendo feitos e dentre as normas
e regulamentações surgem aí, na longínqua história, as raízes profundas que dariam origem
aos Sete Pecados Capitais, ou seja, os sete pecados de morte!
SSSS
6
bjetivosbjetivosbjetivosbjetivos
Um dos objetivos desta pesquisa é o de demonstrar o quão
aprisionados estamos em questões dogmáticas que foram implantadas em nossa
psique de geração em geração e que ainda povoam nossa mente em pleno avançado Século
XXI e gerar com isso um pensamento que conduza à liberdade conceitual e dogmática em
nossa era, indicando uma fórmula simples de pensamento individual que abre fronteiras para
analisar outros tipos de condicionamentos que nos mantém reféns de um sistema invisível e
dominador, tudo isto sem o cunho meramente crítico ou apológico tão somente.
Não é nossa idéia, tampouco a proposta, execrar qualquer religião, mas
mostrar o quanto serviu e que agora já foi; não há mais a necessidade de referenciais externos.
Outro dos objetivos que se procura abordar e levar ao patamar de equívoco é
o medo de tomar em mãos essa mesma liberdade conceitual e dogmática. Como ser livres de
conceitos que nos foram tão “úteis” por eras e eras a fio? E para quê? Seria a religião um freio
para a humanidade? A bíblia, o livro sagrado, seria realmente um instrumento do divino
Espírito Santo inspirado aos homens? Os Sete Pecados são realmente capitais? Indagamos
mais audaciosamente: existem pecados? Existe carma? E a Misericórdia Divina, como fica?
Essas são as principais questões problemáticas que se colocam para que
possamos nos aprofundar, no tempo e no espaço em busca das origens humanas de conceitos
enclausuradores.
OOOO
7
rigensrigensrigensrigens
Nos três quartos de século anteriores à fundação da histórica
Academia de Platão, tantos teoremas haviam sido provados que se tornou uma
questão complexa de como conectá-los a uma árvore genealógica, ou seja, como axiomatizar
a ciência pelo isolamento da menor quantidade de suposições independentes a partir das quais
estas e outras descobertas poderiam ser validamente derivadas. Assim, naquela época antes do
Cristo Jesus, criou-se um sistema conhecido por canônico o qual serviu para fechar os
possíveis detalhes soltos. De igual forma também foi criado um sistema canônico para fechar
todos os defeitos possíveis e encontráveis dentro de objetivos próprios onde pudessem estar
todos reunidos em sete “pecados” apenas.
Trezentos anos após o assassinato de Jesus da
Galiléia, o então bispado romano não estava
preparado para a enorme descoberta feita pelo
máximo poder político, de que já não se podia
governar sem Cristo. Silvestre I, titular oficial da
sede de Pedro, seguiu sem ter grande influência. Nos
21 anos que durou seu governo, paralelo ao do
Imperador Constantino, a igualdade de direitos de
todos os bispos foi mais decisiva e influente que a
autoridade exclusiva do bispo de Roma. Já havia na
África mais de 100 bispos, e 60 na Itália e Roma. No Oriente, no Egito e África,
o cristianismo se converteu em religião nacional. A Europa estava representada pela Itália,
Grécia e Espanha bem como havia representantes ocidentais.
O governo de Constantino procurou reunir todos os partidos religiosos e os
paladinos da fé. O Imperador, com o título de "Pontífice Máximo", presidiu durante 25 anos
aquela igreja episcopal; à frente do cristianismo havia um César
não batizado. Não se fez batizar até os últimos momentos de sua
vida.
Desde Lúcio Domício Aureliano (270 - 275
d.C.), os imperadores tinham abandonado a unidade religiosa, com
a renúncia de Aureliano a seus "direitos divinos", em 274. Porém,
Constantino, estadista sagaz que era, inverteu a política vigente, passando, da perseguição aos
cristãos, à promoção do Cristianismo, vislumbrando a oportunidade de relançar, através da
OOOO
Silvestre I
8
igreja, a unidade religiosa do seu Império. Contudo, durante todo o seu regime, não abriu mão
de sua condição de sumo-sacerdote do culto pagão ao "Sol Invictus", que era Mitra (e era
justamente ao mitraismo que a religião cristã pretendia absorver). Tinha um conhecimento
rudimentar da doutrina cristã e suas intervenções em matéria religiosa visavam, a princípio,
fortalecer a monarquia do seu governo.
Na verdade, Constantino observara a coragem e determinação dos mártires
cristãos durante as perseguições promovidas por Diocleciano, em 303. Sabia que, embora
ainda fossem minoritários (10% da população do Império), os cristãos se concentravam nos
grandes centros urbanos, principalmente em território inimigo. Foi uma jogada de mestre, do
ponto de vista estratégico, fazer do Cristianismo a Religião Oficial do Império: Tomando os
cristãos sob sua proteção, estabelecia a divisão no campo adversário.
325 d.C., data importante para os implantes dogmáticos da humanidade
sucessora de uma história marcada por sangue e perseguições. Parecia que se iniciava um
momento de vitória e paz, mas não era bem isso. Já como soberano único, Flavius Valerius
Constantinus (285 - 337 d.C.), filho de Constâncio I, realiza o famigerado Concílio de Nicéia,
atual cidade de Iznik, província de Anatólia (nome que se costuma dar à antiga Ásia Menor),
na Turquia asiática. Quando seu pai morreu em 306, Constantino passou a exercer autoridade
suprema na Bretanha, Gália (atual França) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle
de todo o Império Romano.
Este foi o primeiro Concílio Ecumênico
da igreja, convocado pelo Imperador; astuto, convocou
mais de 300 bispos ao Concílio de Nicéia. Constantino
visava dotar a igreja de uma doutrina padrão, pois as
divisões, dentro da nova religião que nascia, ameaçavam
sua autoridade e domínio. Era necessário, portanto, um
Concílio para dar nova estrutura aos seus poderes. E o
momento decisivo sobre a doutrina da Trindade ocorreu
nesse Concílio. bispos se reúnem para decidir se Cristo era
um ser criado (doutrina de Ário) ou não criado, e sim
igual e eterno como Deus Seu Pai (doutrina de Atanásio). A igreja
acabou rejeitando a idéia ariana de que Jesus era a primeira e mais
nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da mesma "substância" ou "essência" (isto é, a
mesma entidade existente) do Pai.
Concílio de Nicéia
9
Assim, segundo a conclusão desse Concílio, há somente um Deus, não dois;
a distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, e o Filho é Deus no mesmo
sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma substância", e que o Filho
é "gerado" ("único gerado, ou unigênito", João 1. 14,18; 3. 16,18), mas "não feito", o Credo
Niceno, estabelece a Divindade do homem da Galiléia, embora essa conclusão não tenha sido
unânime. Os bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados.
Qualquer semelhança com o que viria a ocorrer depois em nações ditas
civilizadas não pode ser considerada uma mera coincidência. Com a subida da igreja ao
poder, discussões doutrinárias passaram a ser tratadas como questões de Estado. E na
controvérsia ariana, colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de Constantino de
um Império universal que deveria ser alcançado com a uniformidade da adoração divina!
Flavius Valerius Constantinus
10
qqqque ue ue ue éééé uuuum Concílio?m Concílio?m Concílio?m Concílio?
OS CONCÍLIOS ECUMÊNICOS
Um concílio (também conhecido como sínodo) é uma assembléia de uma
igreja, geralmente uma igreja cristã, convocada para decidir um ponto de doutrina ou
administração. Um concílio ecumênico é assim chamado porque é um concílio de toda a
igreja (ou, mais exatamente, do que aqueles que o convocam consideram ser toda a igreja).
A Igreja Ortodoxa apenas reconhece como ecumênicos os oito primeiros
concílios, todos eles
realizados no Oriente; os
concílios subseqüentes a
Latrão I são apenas
considerados ecumênicos
pela Igreja Católica.
Enquanto
a igreja se desenvolvia
através da história, se
deparou com numerosas e
difíceis decisões, sempre
solucionando suas
dificuldades e tomando suas decisões para chegar a um consenso de opinião entre todos os
crentes “inspirados por Deus”, dirigidos por seus respectivos cabeças, primeiro os apóstolos e
logo, seus sucessores, os bispos.
O primeiro Concílio Eclesiástico da história teve lugar na Igreja Apostólica
para fixar as condições sob as quais os gentios, ou seja, os convertidos que não eram da fé
judaica, poderiam pertencer à igreja (Atos 15). Desde aquele tempo, e durante toda a história
da igreja, os Concílios foram convocados levando-se em conta todos os níveis da vida da
igreja, para se tomar decisões importantes. Os bispos se reuniam regularmente com seus
sacerdotes (presbíteros) e com os leigos, estabelecendo-se assim a prática e inclusive a lei,
desde muito cedo na história da igreja, que os bispos de diferentes regiões deveriam reunir-se
em concílios regularmente.
Em várias ocasiões, ao longo da história, foram convocados concílios de
todos os bispos da igreja. Na prática nem todos os bispos puderam assistir a estes concílios e
OOOO
11
nem todos os concílios foram automaticamente aceitos e aprovados pela igreja na sua “Santa
Tradição”. Na Igreja Ortodoxa somente sete Concílios (alguns dos quais foram bastante
reduzidos quanto ao número de bispos assistentes) receberam aprovação universal de toda a
igreja. Chamam-se estes, os Sete Concílios Ecumênicos:
1) - Nicéia, em 325, formulou a primeira parte do Credo (profissão de Fé) e definiu a
divindade do Filho de Deus.
2) - Constantinopla I, em 381, formulou a segunda parte do Credo (profissão de Fé) e
definiu a divindade do Espírito Santo, a natureza de Cristo e o arianismo.
3) - Éfeso, em 431. Reunião de líderes cristãos que se desenrolou, em cinco sessões, entre
22 de Junho e 31 de Julho de 431 na cidade de Éfeso. Foi convocado pelo Papa
Celestino I e teve como resultados a condenação da heresia cristológica e
mariológica de Nestório e a proclamação da maternidade divina de Maria. Definiu a
Cristo como o Verbo Encarnado de Deus e a Maria como Mãe de Deus (Theotócos).
4) - Calcedônia, em 451, foi um concílio ecumênico realizado entre 8 de Outubro e 1 de
Novembro de 451 em Calcedônia, uma cidade da Bitínia, na Ásia Menor. Foi o
quarto dos primeiros sete Concílios da história do cristianismo, onde foi repudiada a
doutrina de Eutiques do monofisismo e declarando a dualidade humana e divina de
Jesus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. Foi a seguir a este concílio que
aconteceu o cisma entre o Catolicismo e a Ortodoxia Oriental e deu origem à Igreja
Copta. Definiu a Cristo como verdadeiramente Deus e verdadeiramente Homem
(duas naturezas perfeitas) em uma só Pessoa.
5) - Constantinopla II, em 553. As obras de três teólogos nestorianos ou seminestorianos,
Teodoro de Mopsuéstia, Teodoreto de Ciro e Ibas de Edessa, tinham sido resumidas
como os "três capítulos" e aprovadas em Calcedônia. Mas os monofisistas1
pressionaram o Imperador Justiniano através de sua mulher Teodora, conseguindo
que ele condenasse os "três capítulos" por um edito em 543. O Papa Virgílio foi
persuadido, ou intimidado, a confirmar essa condenação, mas a opinião surgida no
Ocidente o levou a solicitar a convocação de um concílio ecumênico, que se reuniu
em Constantinopla e condenou os "capítulos". Assim, "o Oriente foi reconciliado à
custa do Ocidente" (O que prova que houve uma intensa participação do papa nesse
Concílio). Reafirmou a doutrina sobre a Santíssima Trindade e sobre o Cristo.
1 [De mon(o)- + -fisi(o)- + -ismo.] S. m. 1. Doutrina daqueles que admitiam em Jesus Cristo uma só natureza. Fonte: Dicionário Aurélio Século XXI Eletrônico.
12
6) - Constantinopla III, em 680 ou 681. “Heresia” surgida na Igreja do Oriente quando a
teologia cristológica ainda estava mal definida. Opondo-se ao Nestorianismo,
Eutiques, arquimandrita dum mosteiro de Constantinopla, defendeu que, havendo
uma só pessoa em Jesus Cristo, também devia haver uma só natureza, admitindo que
a humana fora absorvida pela divina. A discussão foi turbulenta e a questão só foi
definitivamente resolvida no Concílio de Calcedônia (451), que definiu haver em
Jesus Cristo duas naturezas, a divina e a humana, subsistindo na única pessoa divina
do Verbo encarnado. Esta definição não convenceu diversas comunidades, que
continuaram a aderir algumas até hoje. Tempos depois, o patriarca Sérgio de
Constantinopla, na boa intenção de congraçar os monofisistas, proclamou que em
Jesus Cristo, embora havendo duas naturezas, só havia uma vontade, pela
identificação perfeita da vontade humana com a vontade divina, o que ficou
conhecido na história das heresias por Monotelismo. Mais que heresia, tratava-se de
afirmação equívoca, porquanto da identificação do querer de Jesus com o querer
divino é compatível com a existência nele de duas vontades ontologicamente
distintas. A questão ficou esclarecida no III Concílio de Constantinopla (681).
Afirmou a verdadeira humanidade de Jesus Cristo insistindo na realidade de sua
vontade e ação humanas.
7) - Nicéia II, em 787. Veneração de imagens é tópico de seculares discussões nos meios
religiosos cristãos. O Segundo Concílio de Nicéia, realizado em 787, declarou a
legitimidade do que é chamado pelos atuais protestantes e evangélicos como
veneração de imagens definindo que, segundo o ensino dos padres da igreja e
segundo a tradição universal da igreja cristã, se podiam propor à veneração dos fiéis,
conjuntamente com a Cruz, as imagens da Mãe de Deus, dos Anjos e dos Santos,
tanto nas igrejas como nas casas ou ao longo dos caminhos. Afirmou a veneração
dos ícones como expressões verdadeiras da fé cristã.
13
As definições dogmáticas (só lembrando que dogma quer dizer
ensinamento oficial) e as leis canônicas dos Concílios Ecumênicos são inspiradas por Deus
e expressam sua Vontade para com a humanidade. Assim, são fontes essenciais da
doutrina cristã ortodoxa.
Além dos sete Concílios Ecumênicos, houve também outros concílios
locais cujas decisões receberam a aprovação de toda a Igreja Ortodoxa considerando-se assim
como expressões verdadeiras da fé e da vida ortodoxa. As decisões desses concílios são
principalmente de caráter moral e estrutural, no entanto, também revelam o ensinamento da
Igreja Ortodoxa.
14
EsquemaEsquemaEsquemaEsquema
Segundo consta, o Concílio de Nicéia foi aberto formalmente a 20
de maio, na estrutura central do palácio imperial, ocupando-se com discussões
preparatórias na questão ariana, em que Ário, com alguns seguidores, em especial Eusébio, de
Nicomédia; Teógnis, de Nice, e Maris, de Chalcedon, parecem ter sido os principais
líderes. Como era costume, os bispos orientais estavam em maioria. Na primeira linha
de influência hierárquica estavam três arcebispos: Alexandre, de Alexandria; Eustáquio, de
Antioquia e Macário, de Jerusalém, bem como Eusébio, de Nicomédia e Eusébio, de Cesaréia.
Entre os bispos encontravam-se Stratofilus, bispo de Pitiunt (Bichvinta, reino de Egrisi). O
ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção relativa das províncias:
Marcus, da Calábria (Itália); Cecilian, de Cartago (África); Hosius, de Córdova (Espanha);
Nicasius, de Dijon (França) e Domnus, de Stridon (Província do Danúbio). “Apenas” 318
bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do Império. Dos
318, poucos eram da parte ocidental do domínio de Constantino, tornando a votação, no
mínimo, tendenciosa. Assim, tendo os bispos orientais como maioria e a seu favor,
Constantino aprovaria com facilidade, tudo aquilo que fosse do seu interesse. As sessões
regulares, no entanto, começaram somente com a chegada do Imperador. Despertaram
profunda emoção as vítimas da última perseguição de cristãos: o bispo Potomano da Heracléia
(Egito), de quem se atravessou um olho; o bispo Pafúncio da Alta Tebaida, a quem se mutilou
um joelho; o bispo Paulo de Cesaréia, com as duas mãos paralíticas em conseqüência de ter
sido torturado com ferros candentes.
Constantino, muito amigo do luxo e da
riqueza nos palácios imperiais e igrejas cristãs de seu Império,
revestiu de análogo esplendor, com profusão de ouro e
pedraria, a assembléia eclesiástica que se celebrava no corpo
central do palácio imperial. Era um espetáculo de lenda. O
Imperador, vestido de púrpura, sobressaía-se sobre todos os
presentes. No centro havia uma cadeira de ouro, trono no qual
se sentava ele, a pedido dos bispos. Seu discurso pronunciado
em latim e traduzido ao grego punha muita ênfase em sua
condição de "Imperador" vitorioso e expressava sem rodeios a opinião de que a assembléia
lhe merecia. Importava-lhe a unidade do Estado e da igreja, pois só assim podia levar-se a
cabo uma política com garantias de êxito no Ocidente e Oriente.
OOOO
15
Chamava-se a si mesmo "co-servidor dos bispos", e aos bispos "amigos" ou
"queridos irmãos", o que não impedia, porém, que os dirigisse com a maior energia.
Constantino sabia apresentar-se com suavidade e bondade e se mostrou humilde quando,
diante da assembléia reunida, saudou o bispo martirizado que havia perdido um olho e lhe
beijou a cova deixada pela cicatriz.
Escutou com paciência discursos e réplicas. Era a velha cantilena que desde
jovem tinha ouvido o Imperador: adversidades, transtornos, dificuldades, disputa sobre
ortodoxia, adulterações de manifestações eclesiásticas e opiniões heréticas.
Todos os hereges começam acatando a fé, mas logo se separam das normas
por ela impostas. Assim o tinha proclamado fazia 100 anos Orígenes, o conhecedor científico
das questões eclesiásticas. Daí que o Imperador ou seus assessores teológicos
compreendessem claramente o que faltava à igreja: um dogma e uma administração. Só a
unidade da fé podia restabelecer a unidade da igreja e, com ela, a do Estado. Isso era o que
importava em Nicéia, aquilo pelo que lutava o Imperador. O César, entre o paganismo e o
cristianismo, queria dotar a igreja de uma couraça que a protegesse interior e exteriormente.
Essa couraça se chamava: unidade dogmática.
Depois desses discursos e réplicas no parlamento eclesiástico imperial,
apresentaram-se ao Imperador escritos de súplicas e queixa durante uma pausa ocorrida no
primeiro dia de deliberações. Constantino prometeu tratar aqueles memorandos em um dos
próximos dias, embora os tenha devolvido sem abrir os papéis apresentados e disse: "Deus
lhes pôs como sacerdotes e lhes deu poder para nos julgar
inclusive. Vós não podeis ser julgados por homens." Em
seguida fez queimar todos os escritos de queixa. Além
disso, ordenou a readmissão pela igreja de três ex-bispos
que tinham sido excomungados.
Entre os pontos principais do programa
de Nicéia figurava a “doutrina herética” de Ário, o mais
perigoso de todos os heréticos, o presbítero de Alexandria,
no quarto século. Vejamos o que Ário promulgava rapidamente como um adendo. Ele ensinou
que o Verbo, ou o Filho de Deus, recebeu o começo de sua existência no tempo, apesar de ter
sido antes de qualquer outra coisa; que Ele foi criado por Deus, apesar de subseqüentemente
Deus ter criado tudo através Dele; que Ele é chamado de Filho de Deus só porque Ele é o
mais perfeito de todos os espíritos criados, e tem uma natureza que, sendo diferente da do Pai,
não é divina.
16
Deixemos em aberto este pensamento de Ário que tanto perturbou o mundo
Cristão. Esse “distúrbio” tão grande ocorreu em face de ele ter puxado atrás de si muita
gente... Estaria Ário equivocado em suas colocações? Por que teria causado tanto cuidado
seus ensinamentos? Para ele agora não importa, o Concílio os hierarcas chefes da igreja
unanimemente expressaram o antigo ensinamento da ortodoxia e condenaram o “falso”(?)
ensinamento de Ário. O Concílio triunfante pronunciou simplesmente anátema2 contra
aqueles que existiram num tempo em que o Filho de Deus não existiu, contra aqueles que
afirmaram que Ele foi criado, ou que Ele era diferente
em essência que a do Deus Pai. O Concílio compôs um
Símbolo da Fé, que foi confirmado e completado mais
tarde no Segundo Concílio Ecumênico. A unidade e
igualdade de honra do Filho de Deus com o Deus Pai
foi expressa por esse Concílio no Símbolo da Fé com as
palavras: "De Uma Essência com o Pai”.
Com sua tese de que Cristo era um ser
intermediário entre a divindade e a humanidade, confirmou-se a destituição de Ário e
a doutrina ariana foi definitivamente condenada.
Voltemos a Constantino e seu Concílio.
Em outro dia das deliberações, o Imperador falou com um dos participantes
que figurava entre os novacianos. Era adepto daquele partido intransigente do clero que há um
século (e até entrada a Idade Média) dividiu em dois grupos, não somente Roma, mas, sim, ao
Império. Os novacianos, seguindo o exemplo de seu fundador o presbítero Novaciano expulso
da sede episcopal de Roma, aspiravam a uma igreja de "puros", eles negavam a absolvição
dos erros e afirmavam que a igreja não tem poder para dar a paz aos que renegaram a fé na
perseguição e aos que cometeram algum pecado mortal. Opunham-se à readmissão dos
apóstatas3. Constantino lamentava que se apartassem da igreja católica. O cismático4 se
mostrou inacessível respondendo ao Imperador que quem tinha cometido um pecado mortal
2 [Do gr. anáthema, pelo lat. anathema.] S. m. A. Expulsão do seio da Igreja; excomunhão: B. Maldição, execração, opróbrio. C. Reprovação enérgica. – Fonte: Ibdem. 3 [Do gr. apostasía.] S. f. A. Separação ou deserção do corpo constituído (de uma instituição, de um partido, de uma corporação) ao qual se pertencia. B. Abandono da fé de uma igreja, especialmente a cristã. C. Abandono do estado religioso ou sacerdotal. – Fonte: Ibdem. 4 [Do gr. schismatikós, pelo lat. tard. schismaticu.] Adj. S. m. Rel. A. Que ou aquele que se separou da comunhão duma igreja. – Fonte: Ibdem.
Árius
17
depois de batizado, já não podia ser admitido aos sagrados mistérios, mas, sim, tinha que
esperar o perdão de Deus, pois os sacerdotes não lhe podiam dar. Então respondeu
ironicamente o Imperador: "Bom, pois toma a escada e sobe você sozinho ao céu."
Após Constantino ter explicitamente ordenado o curso das negociações, ele
confiou o controle dos procedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo
provavelmente nos participantes mais proeminentes desse corpo.
O Imperador manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio
para garantir que votariam no que ele acreditava, e não em algum consenso a que os bispos
chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Ário foram exilados e seus escritos foram
destruídos (algo bem contemporâneo, não?). Constantino decretou que qualquer um que fosse
apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte. Essa era a piedade que
ele pregava em prol de um “bem maior”.
Mas a decisão da Assembléia não foi unânime, e a influência do Imperador
era claramente evidente quando diversos bispos do Egito foram expulsos devido à sua
oposição ao credo. Na realidade, as decisões de Nicéia foram fruto de uma minoria. Foram
mal entendidas e até rejeitadas por muitos que não eram partidários de Ário.
18
stratégiastratégiastratégiastratégia
O vencedor em Roma queria dar a paz; por isso suas primeiras
medidas foram cautelosas e conciliadoras. Basta de mártires! Não devia havê-los
em nenhum grupo. Constantino proibiu a crucificação, a estigmatização na testa e a mutilação
de membros. Proclamou: "Que ninguém incomode a outros; que cada qual se comporte como
seu coração lhe diga. Ninguém pode ferir a outro, quaisquer que sejam suas convicções...".
Constantino decorou seus estandartes imperiais com o emblema cristão.
Entretanto, na casa da moeda de Tarragona se cunharam
moedas com a imagem do deus da luz acompanhado da
Vitória. Como monumento de triunfo mandou erigir uma
estátua no Foro levando na mão direita levantada uma
cruz. Um ano depois da ocupação de Roma, o Imperador
promulgou o Decreto de Melam, que amparava aos
cristãos e lhes concedia igualdade de direitos.
No Arco de Constantino, que o Senado
mandou erigir, incluíram-se estatuetas do deus solar e da
Vitória. Era uma artimanha do Senado, de tendência pagã
ou o desejava o Imperador, a fim de dar a seu governo uma
nota de imparcialidade?
Em fins de outubro de 313, os clérigos da
igreja católica gozavam dos mesmos privilégios que os anteriores sacerdotes oficiais; isenção
de prestação de serviços públicos e impostos, reconhecimento dos tribunais arbitrais
episcopais e direito da igreja a receber heranças. Os santuários cristãos estavam dotados do
direito de asilo, igual aos templos dos antigos deuses.
Os privilégios concedidos pelo Imperador aos cristãos requeriam uma
contrapartida político-militar; a este efeito, a grande reunião eclesiástica celebrada em Arles
no ano 314, sob a direção de Constantino, emitiu um documento sobre a negativa de prestar o
serviço militar. Nele se diz: "Os que em tempo de paz abandonem as armas, serão excluídos
da comunhão." Seria o princípio do que se tornaria conhecido por excomunhão! Para os
cristãos dos primeiros séculos, assim como para os bispos e pais da igreja, os crentes não
podiam ser arrolados para o serviço militar, e até lhes estava proibido assistir como
espectadores às lutas de gladiadores.
EEEE
19
Em Arles, adotou-se outro critério. Agora, sob o reinado de Constantino, a
igreja consentia em que os cristãos levassem espada, e até negava o sacramento do altar aos
que seguiam o exemplo dos antigos soldados mártires. Os que caíram da fé pareciam
esquecidos; os soldados mártires, sacrificados.
Ao cabo de cinco anos de ter
começado o governo de Constantino em Roma, Itália
e África, todos os estandartes do exército romano
ostentavam o anagrama de Cristo, com estas
palavras: "In hoc signo vinces" (Neste sinal,
vencerás!). Oito anos depois da conquista de Roma
se gravou como símbolo imperial nas lanças a cruz
de Cristo, que um dia havia aparecido ao Imperador
e a seus soldados. A iconografia começava sua
jornada para o futuro da fé nos arquétipos religiosos
encomendados.
Constantino organizou o primeiro serviço litúrgico cristão no exército. Aos
domingos, os soldados iam ao campo de exercícios. A um sinal, cristãos e não cristãos
rezavam em latim com as mãos levantadas. E o olhar fixo no alto. Observe, Deus já não
habita dentro, mas sim fora, no “alto”. Diz-se que o próprio Imperador tinha redigido a
oração, que dizia assim: "Só te reconhecemos como rei; imploramos-te como protetor; de ti
obtivemos as vitórias, por ti nos impusemos aos inimigos. Estamos agradecidos pelo bem que
nos tens feito, e esperamos poder dizer-te obrigado pelo que nos faças no futuro. A ti nos
dirigimos, implorando: Conserva nosso Imperador Constantino e a seus filhos, queridos de
Deus, uma vida longa e vitoriosa."
Em março de 321, o Imperador promulgou uma lei que restringia o trabalho
nos domingos; - bendito feriado mundial e alguém poderia até pensar que no sétimo dia Deus
descansou! - quatro séculos depois, aquela proibição fez-se extensiva a todo trabalho no
domingo. Constantino insistia em celebrar como dia de descanso "o venerável dia do sol". A
importância do domingo aumentou embora, no século II, tenha aparecido o costume de
celebrar a quarta-feira como dia em que o Alto Conselho tinha ordenado a detenção de Jesus,
e na sexta-feira por ser o dia de seu Suplício. Os dois últimos dias eram de penitência,
enquanto que no domingo era uma festa alegre. Próprio do "dia do Senhor" era o "Ágape do
Senhor". O Imperador Constantino permitiu que no domingo se emancipassem escravos e que
as autoridades lavrassem as atas daquelas emancipações.
20
Paz DogmáticaPaz DogmáticaPaz DogmáticaPaz Dogmática
Na luta, que começou ao ano 323, contra seu cunhado, o Imperador
Licínio, soberano da metade oriental do Império,
Constantino enviou suas tropas à batalha com o
emblema cristão. Obtiveram a vitória, e
Constantino passou à história como general
invicto. Após reinou no Ocidente e Oriente sob o
"lábaro", ou estandarte imperial, de cor púrpura
com as iniciais gregas do nome de Cristo
bordadas em ouro. Desde 326 a 330, o Imperador
fez cunhar a primeira moeda com o símbolo
cristão, embora Roma tenha posto em circulação,
ao mesmo tempo, moedas com as imagens da loba
de Rômulo e Remo. Constantino, apesar de
favorecer aos cristãos, apreciava deste modo os cultos antigos e
manifestava sua simpatia pelos antigos deuses. Era um político religioso de grande estilo.
"Considero que a cisão interna da igreja é mais perigosa que as guerras e batalhas", advertiu
Constantino ao ver as discórdias entre os cristãos. Estes não deixavam de disputar, quer fosse
na África, no Egito, Síria ou países vizinhos; até a igreja do Oriente se dividiu. Aquilo podia
ser uma faísca perigosa para o Império romano. Então, o Imperador interveio com decisão e
energia na política eclesiástica. Sabia o que fazia falta: paz!
Em 313 d.C., com o grande avanço da "Religião do Carpinteiro", o
Imperador Constantino Magno enfrentava problemas com o povo romano e necessitava de
uma nova religião para controlar as massas.
Aproveitando-se da grande difusão
do Cristianismo, apoderou-se dessa religião e
modificou-a, conforme seus interesses. Quando
Roma tornou-se o famoso Império mundial,
assimilou no seu sistema os deuses e as religiões
dos vários países pagãos que dominava.
Certamente, a Babilônia era a fonte do paganismo desses países,
o que nos leva a constatar que a religião primitiva da Roma pagã não era outra senão o
AAAA
In hoc signo vinces
Jardins Suspensos Babilônia
21
culto babilônico. No decorrer dos anos, os líderes da época começaram a atribuir a si mesmos,
o poder de "senhores do povo" de Deus, no lugar da Mensagem deixada por Cristo. Na época
da igreja Primitiva, os verdadeiros Cristãos eram jogados aos leões. Bastava se recusar a
seguir os falsos ensinamentos e o castigo vinha a galope. O paganismo babilônico imperava a
custa de vidas humanas. No ano 323 d.C, o Imperador Constantino professou conversão ao
Cristianismo. As ordens imperiais foram espalhadas por todo o Império: As perseguições
deveriam cessar!
Nesta época, a igreja começou a receber grandes honrarias e poderes
mundanos. Ao invés de ser separada do mundo, ela passou a ser parte ativa do sistema
político que governava. Daí em diante, as misturas do paganismo com o Cristianismo foram
crescendo, principalmente em Roma, dando origem ao Catolicismo Romano. O Concílio de
Nicéia, na Ásia Menor, presidido por Constantino era composto pelos bispos que eram
nomeados pelo Imperador e por outros que eram nomeados por líderes religiosos das diversas
comunidades. Tal Concílio consagrou oficialmente a designação "Católica" aplicada à
igreja organizada por Constantino, dando origem a uma das orações mais famosas entre os
cristãos católicos: "Creio na igreja una, santa, católica e apostólica". Poderíamos até mesmo
dizer que Constantino foi seu primeiro Papa. Como se vê claramente, a igreja Católica não foi
fundada por Pedro e está longe de ser a igreja primitiva dos Apóstolos...
O que os bispos de Nicéia sentiam e necessitavam, formulou-o o Imperador
que convocou e presidiu o concílio ecumênico. Já não era o momento de sustentar lutas
pessoais ou de grupo entre bispos e escolas teológicas que se insultavam e proscreviam
mutuamente. A questão não era dirimir a
luta, mas, sim, encontrar a unidade. O que
importava era a concórdia, não a discórdia;
importava a ordem da igreja. De acordo
com o bispo Ósio de Córdoba, desde muito
tempo atrás íntimo do Imperador e
supostamente pai da idéia de celebrar
aquele concílio, Constantino impôs que o
dogma falasse da igualdade de essência divina do Filho com o Pai. Como
dizia o texto: "Filho de Deus, nascido do Pai, filho unigênito, ou seja, gerado, não criado, da
essência do Pai; Deus de Deus, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
consubstancial ao Pai, por quem foram feitas todas as coisas."
Este dogma de Nicéia sobre a divindade de Cristo procede de Constantino, a
quem parece que encontrou a expressão "consubstancial", que foi aceita por unanimidade na
Concílio de Nicéia
22
sessão de 19 de junho de 325. O dogma da igreja se publicou como lei do Império. O concílio
ecumênico imperial se perpetuou como instituição permanente, durante mais de cinco séculos.
Como encerramento do primeiro concílio ecumênico, Constantino deu um
banquete oficial em Nicéia. Desdobramento de pompa e desfiles militares. Todo bispo
recebeu um presente de despedida. Nos salões, nas varandas, em portas e portais, havia
guardas de honra. O Imperador escreveu a Alexandria: "O que acordaram os 300 bispos, não
é nada mais que a opinião de Deus."(!)
É de estranhar que se baseando nessa aliança, Constantino se chamasse às
vezes o "Homem de Deus"? Havendo lhe visitado um grupo de padres, recebeu-os com estas
palavras: "Vós fostes designados Por Deus para o que diz respeito às coisas internas da
igreja, e eu como uma espécie de bispo para os assuntos exteriores." Daí que o governante
assumisse a missão temporal do cristianismo. Graças a ele, abriu-se à igreja o Império do
Oriente até Bizâncio: cristianização dos Bálcãs, dos godos e dos eslavos.
23
LendaLendaLendaLenda
Nas proximidades do Natal do ano de 312, o Imperador romano
Constantino o Grande, enfrentou Maxêncio, um seu rival ao trono de Roma. Nas
vésperas das duas batalhas que travou então ele jurou ter escutado vozes divinas bem como
assegurou ter visto claramente signos no céu que lhe davam o ganho da causa. Esses
acontecimentos tiveram notável efeito na história da fé do mundo ocidental visto que a vitória
de Constantino na ponte Milvio, que cruzava o rio Tibre, acelerou a conversão dos romanos à
religião de Jesus Cristo.
Segundo Eusébio de Cesaréia, o primeiro historiador da igreja cristã,
falecido em 341, foi o próprio Imperador
Constantino o Grande, quem lhe confessou ter
tido as duas visões que o convenceram de que
Cristo o escolhera para missões extraordinárias.
A primeira delas deu-se nas vésperas da batalha
Saxa Rubia, quando ele teria visto no céu, em
meio às nuvens, a poderosa imagem da cruz e
uma voz que lhe dissera: “Meus Pace est cum
Vos . . .In Hoc Signo Vinces”, “ Minha paz está
contigo... Com este signo vencerás”. E de fato,
assim se deu. Apesar de inferiorizado, Constantino bateu fácil o então seu rival chamado
Maxêncio. Não havia, entretanto, vencido a guerra. Dias depois, em 28 de outubro de 312, um
pouco antes de ter que atravessar a Ponte Milvio sobre o rio Tibre, travando uma outra batalha
para poder chegar ao centro de Roma, novamente ouviu uma voz. Desta vez ela ordenara-lhe
que removesse a águia imperial dos escudos romanos, colocando um outro símbolo no seu
lugar. De imediato Constantino providenciou a alteração, afixando neles as letras Χ χ Khi =
ki, qui k, pronunciado aspirado kh, em grego, que tinha forma de um xis e Ρ ρ Rho = rô r, que
vinham a ser as iniciais gregas de Cristo, logo encimadas pela coroa de espinhos. Os inimigos
foram esmagados nas estreituras da ponte, e o próprio Maxêncio pereceu afogado no Tibre.
AAAA
24
Constantino não
teve visão alguma! Tais lendas teriam
então sido inventadas pelos patriarcas
romanos dos três séculos que se
seguiram, durante os quais todos os
documentos dos primórdios da assim
chamada "era Cristã" existentes nos
arquivos do Império Romano, foram
completamente alterados. O que
realmente aconteceu na época de
Constantino, foi que, aliados os
presbíteros de Roma e Alexandria,
com a cumplicidade dos patriarcas das igrejas locais, dirigiram-se ao Imperador, fizeram-lhe
ver que a religião oficial era seguida apenas por uma minoria de patrícios, que a quase
totalidade da população do Império era cristã (pertencendo às várias seitas e congregações das
províncias); que o Império se estava desintegrando devido a discrepância entre a fé do povo e
a dos patrícios; que as investidas constantes de seitas guerreiras essênias da Palestina
incitavam as províncias contra a autoridade de Roma; e que, resumindo, a única forma de
Constantino conservar o Império seria aceitar a versão Romano-Alexandrina do Cristianismo.
Então, os bispos aconselhariam o povo a cooperar com ele; em troca, Constantino ajudaria os
bispos a destruírem a influência de todas as outras seitas cristãs! Constantino aceitou este
pacto político, tornando a versão Romano-Alexandrina do Cristianismo na religião oficial do
Império.
Conseqüentemente, a liderança religiosa passou às mãos dos patriarcas
Romano-Alexandrinos, que, auxiliados pelo exército do Imperador, começaram uma
"purgação" bem nos moldes daquelas da Rússia moderna. Os cabeças das seitas cristãs
independentes foram aprisionados; seus templos, interditados; e congregações inteiras foram
sacrificadas nas arenas das províncias de Roma e Alexandria. Os gnósticos gregos, herdeiros
dos Mistérios de Elêusis, foram acusados de práticas infames por padres castrados como
Orígenes e Irineu (a castração era um método singular de preservar a castidade, derivado do
culto de Átis, do qual se originou a psicologia Romano-Alexandrina). Os essênios foram
condenados através do hábil truque de fazer dos judeus os vilões do Mistério da Paixão; e
com a derrota e dispersão finais dos judeus pelos quatro cantos do Império, a igreja Romano-
Alexandrina respirou desafogada e pode dedicar-se completamente ao que tem sido sua
25
especialidade desde então: manipular seus implantes mentais na humanidade de acordo com
suas idéias e intenções.
26
ínteseínteseínteseíntese
Em resumo: Por influência dos imperadores Constantino e
Teodósio, - que no ano de 380 proclamou oficialmente o Cristianismo como a
única “Religião de Estado”, mas que ainda foi necessário
esperar mais 12 anos para que todos os outros cultos fossem
definitivamente proibidos. - o Cristianismo tornou-se a religião
oficial do Império Romano e entrou no desvio.
Institucionalizou-se; surgiu o profissionalismo religioso;
práticas exteriores do paganismo foram assimiladas; criaram-se
ritos e rezas, ofícios e oficiantes. Toda uma estrutura teológica
foi montada para atender às pretensões absolutistas da casta
sacerdotal dominante, que se impunha aos fiéis com
a draconiana afirmação: "Fora da igreja não há salvação".
Além disso, Constantino queria um Império unido e forte, sem dissensões. Para
manter o seu domínio sobre os homens e estabelecer a ditadura religiosa, as autoridades
eclesiásticas romanas deviam manter a ignorância sobre as filosofias e escrituras. A mesma
bíblia devia ser diferente. Devia exaltar Deus e os Patriarcas mas, também, um Deus forte,
para se opor ao próprio Jeová dos Hebreus, ao Buda, aos poderosos deuses do Olimpo. Era
necessário trazer a Divindade Arcaica Oriental, misturada às fábulas com as antigas histórias
de Moisés, Elias, Isaías, etc., onde colocaram Jesus, não mais como Messias ou Cristo, mas,
maliciosamente, colocou Jesus parafraseado de divindade no lugar de Jezeu Cristna5, a
segunda pessoa da trindade arcaica do Hinduísmo. Nesse quadro de ambições e privilégios,
não havia lugar para uma doutrina que exalta a responsabilidade individual e ensina que o
nosso futuro está condicionado ao empenho da renovação interior e não à simples adesão
e submissão incondicional aos dogmas de uma igreja, os quais, para uma
perfeita assimilação, eram necessários admitir a quintessência da teologia: "Credo quia
absurdum", ou seja, "Acredito mesmo que seja absurdo"(!), criada por Tertuliano (155-220),
apologista Cristão.
5 Jezeu Cristna é o segundo de uma divindade tríplice (um deus que é composto por três divindades) da Índia. – Fonte: http://www.litaurica.com/site/litaurica/curiosidades.php - Em 26-09-2008.
SSSS
Teodósio
27
Disso tudo deveria nascer uma religião forte que servisse ao Império
Romano. Veio ainda a serem criados os simbolismos da Sagrada Família e de todos os Santos,
mas as verdades do real cânone do Novo Testamento e parte das Sagradas Escrituras deviam
ser suprimidas ou ocultadas, inclusive as obras de Sócrates e outras Filosofias contrárias aos
interesses da igreja que nascia. Esta lógica foi adotada pelas forças clericais mancomunadas
com a política romana, que precisava desta religião, forte o bastante, para impor-se aos povos
conquistados e reprimidos por Roma, para assegurar-se nas regiões invadidas, onde dominava
as terras, mas não o espírito dos povos ocupados. Em troca, o Cristianismo ganhava a
Universalidade, pois queria se tornar "A Religião Imperial Católica Apostólica Romana", que
vinha a ser sustentada pela força, ao mesmo tempo em que simulava a graça divina,
recomendando o arrependimento e perdão, mas que na prática derrotava seus inimigos a
golpes de espada. Então não era da tolerância pregada pelo Cristianismo que Constantino
precisava, mas de uma religião autoritária, rígida, sem evasivas, de longo alcance, com raízes
profundas no passado e uma promessa inflexível no futuro, estabelecida mediante poderes,
leis e costumes terrenos. Para isso, Constantino devia adaptar a “Religião do Galileu”, dando-
lhes origens divinas e assim impressionaria mais o povo o qual sabendo que Jesus era
reconhecido como o próprio Deus na nova religião que nascia, haveria facilidade de impor a
sua estrutura hierárquica, seu regime monárquico imperial, e assim os seus poderes ganhariam
amplos limites, quase inatingíveis.
28
Quando Constantino morreu, em 337, foi batizado e enterrado
na consideração de que ele se tornara um décimo terceiro Apóstolo, e na
iconografia eclesiástica veio a ser representado recebendo a coroa das mãos de Deus.
29
ista ista ista ista dddde He He He Heresiaseresiaseresiaseresias
Estamos nos aproximando de uma
conclusão. Sabemos que tanta
informação contínua massacra nossa mente
acostumada a ter quase tudo pronto sem
pesquisar: é só engolir! Mas é imprescindível
que se tenha mais paciência e sigamos as
investigações...
Para abordamos o próximo tópico, urge que
saibamos um pouco mais sobre “heresias”.
São consideradas aquelas doutrinas e práticas
contrárias à bíblia. Elas são também chamadas
de "tradições humanas" ou "doutrinas dos
homens". Doutrina contrária ao que foi
definida pela igreja em matéria de fé. Ato ou
palavra ofensiva à religião. Idéia ou teoria contrária a qualquer doutrina estabelecida.
Aí está. Para que possamos ter uma idéia (mesmo que superficial) listaremos
agora as heresias mais célebres da história, vindas logo após Jesus.
É bom recordar que estas datas são, em muitos casos, aproximadas. Muitas
destas heresias ocorreram há anos antes da igreja, mas, somente quando foram adotadas por
um conselho da igreja, e proclamadas pelo papa como dogma de fé, elas foram incorporadas
aos Católicos (que tal: implantadas?).
LLLL
30
Uma doutrina para ser verdadeira, tem que estar de acordo com a palavra de
Deus. "À lei e ao Testemunho; Se eles não falarem segundo esta palavra, é porque não há luz
neles." (Isaías 8:20).
Com a Reforma do Século XVI, estas heresias foram repudiadas por não
fazer parte da Religião de Jesus, conforme ensina o Velho Testamento.
31
HERESIAS d.C.
1. De todas as tradições humanas ensinadas e praticadas pela Igreja Católica
Romana, as mais antigas são as preces para os mortos e o sinal da Cruz.
Ambas surgiram 300 anos após Cristo.
310
2. As Velas de parafina foram introduzidas na igreja cerca do ano: 300
3. A Veneração aos anjos e santos mortos cerca do ano: 375
4. A Missa, como uma celebração diária, adotada em: 394
5. A Adoração a Maria, mãe de Jesus, e o uso do termo, "Mãe de Deus", como
aplicado a ela, teve origem no conselho de Efésios em: 431
6. Os padres passaram a se vestir diferentemente dos leigos em: 500
7. A doutrina do Purgatório foi estabelecida primeiro, por Gregório o Grande, a
cerca do ano de: 593
8. O Latim , como língua das orações e dos cultos nas igrejas, foi também
imposto pelo Papa Gregório I. 600 anos após Cristo. 600
9. Orações dirigidas a Maria. Esta prática começou na Igreja Romana cerca
de: 600
10. O Papado é de origem pagã. O título papa ou bispo universal, foi dado ao
bispo de Roma, pelo cruel imperador Phocas, primeiramente no ano de:
Ele deu este nome a ele com o objetivo de causar um descontentamento ao bispo
Ciriacus de Constantinopla, quem justamente o excomungou por ter causado a
morte de seu antecessor, imperador Mauritus. Gregório I, o então bispo de
Roma, recusou o título, mas seu sucessor, Bonifácio III, foi o primeiro a assumir
o título de "papa."
610
11. O ato de beijar os pés do Papa começou em: 709
32
Era um costume pagão beijar os pés de imperadores.
12. O poder Temporal dos Papas começou em:
Quando Pepin, o usurpador do trono da França, dirigiu-se a Itália, convocado
pelo Papa Stephen II, para a guerra contra os Longobards Italianos, ele os
dizimou, e deu a cidade de Roma e suas vizinhanças ao papa.
750
13. Veneração da cruz, de imagens e relíquias foi autorizada em:
Isto foi por ordem da Imperatriz Irene de Constantinopla, quem causou a
extirpação dos olhos de seu próprio filho, Constantino VI, e então chamou um
conselho da igreja, por solicitação do papa de Roma Hadrian I, naquele tempo.
788
14. A Água Benta, misturada com uma pitada de sal e abençoada pelo padre, foi
autorizada em: 850
15. A Veneração a São José começou em: 890
16. O Batismo dos sinos foi instituído pelo papa João XIV, no ano de: 965
17. A Canonização dos santos mortos foi feita pelo Papa João XV no ano: 995
18. Jejuar as sextas-feiras e durante as Quaresmas, foram tradições impostas
no ano de:
Pelos papas, que se disseram interessados pelo comércio de peixe. (bula papal,
ou permitir que se coma carne). Algumas autoridades dizem, que começou no
ano de 700.
998
19. A Missa foi desenvolvida gradualmente como um sacrifício; passou a ser
obrigatória no Século XI.
20. O celibato do sacerdócio foi decretado pelo Papa Hildebrand, Bonifácio VII,
no ano de: 1079
21. O Rosário, ou o terço de oração, foi introduzido pelo Pedro o Eremita, no
ano de 1090. Copiado dos Hindus e Muçulmanos: 1090
33
22. A Inquisição dos hereges foi instituída pelo Conselho de Verona, no ano de
1184. 1184
23. A venda de Indulgências, usualmente considerada como a compra do
perdão que permite indultar o pecado, começou no ano de:
Foi o protesto contra essa prática que trouxe a tona a Reforma Protestante no
Século XVI.
1190
24. O Dogma da Transubstanciação foi decretado pelo Papa Inocêncio III, no
ano:
Através desta doutrina, o padre pretende fazer um milagre diário, de transformar
uma hóstia no próprio corpo de Cristo.
1215
25. A Confissão dos pecados ao padre, uma vez ao ano, foi instituída pelo
Papa Inocêncio III, no Conselho de Lateran, no ano de:
O Evangelho orienta que confessemos nossos pecados diretamente a Deus. (Leia
Salmos 51: -10; Lucas 7:48; 15:21; I João 1:8-9).
1215
26. A adoração à Hóstia, foi decretada pelo Papa Honório, no ano de: 1220
27. A proibição da bíblia aos leigos, e a sua inclusão na lista de livros proibidos
pelo conselho de Valência em: 1287
28. O Escapulário foi inventado por Simon Stock, um monge inglês, no ano de:
Trata-se de uma tira de tecido marrom, com o desenho da Virgem, para proteger
de todos os perigos, aqueles que as vestirem sobre a pele nua.
1287
29. A Igreja Romana proibiu o cálice aos fiéis, pela instituição de um tipo só no
Conselho de Constância em: 1414
30. A Doutrina do Purgatório foi proclamada como dogma de fé, pelo
Conselho de Florença em: 1439
31. A doutrina dos 7 Sacramentos foi afirmada em: 1439
32. A Ave Maria , parte da última metade do ano: 1508
34
Cinqüenta anos depois, e então, foi finalmente aprovado pelo Papa Sixtus V, ao
final do Século XVI.
33. O Concílio de Trento, ocorrido no ano de 1545, declarou que a Tradição
tivesse autoridade igual à bíblia em:
1545
34. Livros apócrifos também foram incluídos à bíblia pelo Conselho de Trento,
em: 1546
35. O Credo do Papa Pius IV, foi imposto como credo oficial 1560 anos após
Cristo e os Apóstolos, em: 1560
36. A Concepção Imaculada da Virgem Maria foi proclamada pelo Papa Pius
IX no ano de: 1854
37. No ano 1870 após Cristo, o Papa Pius IX proclamou o dogma da
“ Infalibilidade” Papal: 1870
38. O Papa Piu X, no ano de 1907, condenou junto com o "Modernismo", todas
as descobertas da ciência moderna, as quais não eram aprovadas pelas Igreja:
Pius IX fez a mesma coisa no Sílabo (lista de erros que o Papa condenou) de
1864.
1907
39. No ano de 1930, Pius XI condenou as Escolas Públicas: 1930
40. No ano de 1931, o mesmo Papa, Pius XI, reafirmou a doutrina a qual Maria
era "a Mãe de Deus":
Esta doutrina foi primeiramente concebida pelo o Conselho de Efésios, no ano
de 431.
1931
41. No ano de 1950, o último dogma foi proclamado pelo Papa Pius XII, a
Assunção da Virgem Maria: 1950
35
Deixamos este maravilhoso pedaço da história aqui para que o leitor possa
refletir (e refletir bem).
36
rigem da Bíbliarigem da Bíbliarigem da Bíbliarigem da Bíblia
OS ORIGINAIS
Grego, hebraico e aramaico foram os idiomas utilizados para
escrever os originais das Escrituras Sagradas.
O Antigo Testamento foi escrito em hebraico. Apenas alguns poucos textos
foram escritos em aramaico.
O Novo Testamento foi escrito
originalmente em grego, que era a língua mais
utilizada na época. Os originais da bíblia são a
base para a elaboração de uma tradução
“confiável” das Escrituras. Porém, não existe
nenhuma versão original de manuscrito da
bíblia, mas sim cópias de cópias de cópias.
Todos os autógrafos, isto é, os livros originais,
como foram escritos pelos seus autores, se
perderam. As edições do Antigo Testamento
hebraico e do Novo Testamento grego se
baseiam nas melhores e mais antigas cópias que existem e que foram encontradas graças às
descobertas arqueológicas.
Para a tradução do Antigo Testamento, a Comissão de Tradução da
Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) – protestante, por sinal - usa a bíblia Stuttgartensia,
publicada pela Sociedade Bíblica Alemã. Já para o Novo Testamento é utilizado The Greek
New Testament, editado pelas Sociedades Bíblicas Unidas. Essas são consideradas as
melhores edições dos textos hebraicos e gregos que existem hoje, disponíveis para tradutores.
Muito embora as sigam a seguinte trajetória: hebraico, grego, francês, latim e depois para os
demais idiomas. Implica em recordar que Maria Madalena e Paulo de Tarso romperam com
Pedro exatamente por que divergiram sobre a universalidade da igreja e não sua centralização
consoante Pedro (o Apóstolo) queria, restando evangelhos diferentes.
OOOO
37
O ANTIGO TESTAMENTO EM HEBRAICO
Muitos séculos antes de Cristo, escribas,
sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu
mantiveram registros de sua história e de seu
relacionamento com Deus. Estes registros tinham grande
significado e importância em suas vidas e, por isso, foram
copiados muitas e muitas vezes e passados de geração em
geração.
Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções
conhecidas por A Lei, Os Profetas e As Escrituras. Esses três grandes conjuntos de livros, em
especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu
por volta de 95 d.C. A Lei continha os primeiros cinco livros da nossa bíblia. Já Os Profetas,
incluíam Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e
1 e 2 Reis. E As Escrituras reuniam o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios,
Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1
e 2 Crônicas.
Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos
confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente,
cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora A Lei
freqüentemente fosse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico -
da direita para a esquerda - e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico. Hoje se tem
conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento
em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o Século II a.C. e se assemelha muito ao
pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente
com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto. Observa-se que o hebraico
era escrito da direita para esquerda, sem espaços, pois o papel naquela época era objeto
raríssimo e caro, implicava isto numa árdua tarefa e uma capacidade total de isenção de
opinião, a qual, infelizmente, esbarrava numa questão complexa: como traduzir determinadas
palavras e intenções que o autor primordial precisava (e queria) passar adiante sem encontrar
palavras nativas que se moldassem melhor ao ideário do autor? E as opiniões pessoais? Será
que ninguém, em nenhum momento “interpretou” de uma “melhor maneira” os escritos
antigos para o bem da humanidade?
38
O NOVO TESTAMENTO EM GREGO
Os primeiros manuscritos do
Novo Testamento que chegaram até nós são
algumas das cartas do Apóstolo Paulo destinadas a
pequenos grupos de pessoas de diversos povoados
que acreditavam no Evangelho por ele pregado. A
formação desses grupos marca o início da igreja cristã. As cartas de Paulo eram recebidas e
preservadas com todo o cuidado. Não tardou para que esses manuscritos fossem solicitados
por outras pessoas. Dessa forma, começaram a ser largamente copiados e as cartas de Paulo
passaram a ter grande circulação.
A necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o
testemunho dos primeiros discípulos em relação à vida e aos ensinamentos de Cristo
resultaram na escrita dos Evangelhos que, na medida em que as igrejas cresciam e se
espalhavam, passaram a ser muito solicitados. Outras cartas, exortações, sermões e
manuscritos cristãos similares também começaram a circular.
O mais antigo fragmento do Novo Testamento hoje conhecido é um
pequeno pedaço de papiro escrito no início do Século II d.C. Nele estão contidas algumas
palavras de João 18.31-33, além de outras referentes aos versículos 37 e 38. Nos últimos cem
anos descobriu-se uma quantidade considerável de papiros contendo o Novo Testamento e o
texto em grego do Antigo Testamento. Bem, se ainda se descobrem escritos da bíblia, como
pode ela ser definitiva?
OUTROS MANUSCRITOS
Além dos livros que compõem o nosso atual
Novo Testamento, havia outros que circularam nos primeiros
séculos da era cristã, como as Cartas de Clemente, o
Evangelho de Pedro, o Pastor de Hermas, e o Didache (ou
Ensinamento dos Doze Apóstolos). Durante muitos anos,
embora os evangelhos e as cartas de Paulo fossem aceitos de
forma geral, não foi feita nenhuma tentativa de determinar
quais dos muitos manuscritos eram realmente autorizados.
Entretanto, gradualmente, o julgamento das igrejas, orientado
pelo “Espírito de Deus”, reuniu a coleção das Escrituras que
Evangelho de Judas
39
constituíam um relato mais fiel sobre a vida e ensinamentos de Jesus. No Século IV d.C. foi
estabelecido entre os concílios das igrejas um acordo comum e o Novo Testamento foi
constituído. Os dois manuscritos mais antigos da bíblia em grego podem ter sido escritos
naquela ocasião - o grande Codex Sinaiticus e o Codex Vaticanus. Estes dois inestimáveis
manuscritos contêm quase a totalidade da bíblia em grego. Ao todo temos aproximadamente
vinte manuscritos do Novo Testamento escritos nos primeiros cinco séculos.
Quando Teodósio proclamou e impôs o cristianismo como única religião
oficial no Império Romano no final do Século IV, surgiu uma demanda nova e mais ampla
por boas cópias de livros do Novo Testamento. É possível que o grande historiador Eusébio
de Cesaréia (263 - 340) tenha conseguido demonstrar ao imperador o quanto os livros dos
cristãos já estavam danificados e usados, porque o imperador encomendou 50 cópias para as
igrejas de Constantinopla. Provavelmente, esta tenha sido a primeira vez que o Antigo e o
Novo Testamentos foram apresentados em um único volume, agora denominado bíblia.
Eusébio de Cesaréia
40
HISTÓRIA DAS TRADUÇÕES
A bíblia - o livro mais lido, traduzido e distribuído do mundo -, desde as
suas origens, foi considerada sagrada e de grande importância. E, como tal, deveria ser
conhecida e compreendida por toda a humanidade. A “necessidade” de difundir seus
ensinamentos através dos tempos e entre os mais variados povos, resultou em inúmeras
traduções para os mais variados idiomas e dialetos. Hoje é possível encontrar a bíblia,
completa ou em porções, em mais de 2.000 línguas diferentes.
Lutero Traduzindo Escrituras
41
A PRIMEIRA TRADUÇÃO
Estima-se que a primeira tradução foi elaborada entre 200 a 300 anos antes
de Cristo. Como os judeus que viviam no Egito não compreendiam a língua hebraica,(!) o
Antigo Testamento foi traduzido para o grego. Porém, não eram apenas os judeus que viviam
no estrangeiro que tinham dificuldade de ler o original em hebraico: com o cativeiro da
Babilônia, os judeus da Palestina também já não falavam mais o hebraico. Denominada
Septuaginta (ou Tradução dos Setenta), esta primeira tradução foi realizada por 70 sábios e
contém sete livros que não fazem parte da coleção hebraica; pois não estavam incluídos
quando o cânon (ou lista oficial) do Antigo Testamento foi estabelecido por exegetas israelitas
no final do Século I d.C. A igreja primitiva geralmente incluía tais livros em sua bíblia. Eles
são chamados apócrifos (abordado mais adiante) ou deuterocanônicos e encontram-se
presentes nas bíblias de algumas igrejas.
Essa tradução do Antigo Testamento foi utilizada em sinagogas de todas as
regiões do Mediterrâneo e representou um instrumento fundamental nos esforços
empreendidos pelos primeiros discípulos de Jesus na propagação dos ensinamentos de Deus.
42
OUTRAS TRADUÇÕES
Outras traduções começaram a ser realizadas por cristãos novos nas línguas
copta (Egito), etíope (Etiópia), siríaca (norte da Palestina) e em latim – considerada a mais
importante de todas as línguas pela sua ampla utilização no Ocidente.
Por haver tantas versões parciais e insatisfatórias em latim, no ano 382 d.C.,
o bispo de Roma nomeou o grande exegeta Jerônimo para fazer uma tradução oficial das
Escrituras.
Com o objetivo de realizar uma tradução de qualidade e fiel aos originais,
Jerônimo foi à Palestina, onde viveu durante 20 anos. Estudou hebraico com rabinos famosos
e examinou todos os manuscritos que conseguiu localizar. Sua tradução tornou-se conhecida
como "Vulgata", ou seja, escrita na língua de pessoas comuns ("vulgus"). Embora não tenha
sido imediatamente aceita, tornou-se o texto oficial do cristianismo ocidental. Neste formato,
a bíblia difundiu-se por todas as regiões do Mediterrâneo, alcançando até o Norte da Europa.
Na Europa, os cristãos entraram em conflito com os invasores godos e hunos, que destruíram
uma grande parte da civilização romana. Em mosteiros, nos quais alguns homens se
refugiaram da turbulência causada por guerras constantes, o texto bíblico foi preservado por
muitos séculos, especialmente a bíblia em latim na versão de Jerônimo.
43
Não se sabe quando e como a bíblia chegou até as Ilhas Britânicas.
Missionários levaram o evangelho para Irlanda, Escócia e Inglaterra, e não há dúvida de que
havia cristãos nos exércitos romanos que lá estiveram no segundo e terceiro séculos.
Provavelmente a tradução mais antiga na língua do povo desta região é a do Venerável Bede.
Relata-se que, no momento de sua morte, em 735, ele estava ditando uma tradução do
Evangelho de João; entretanto, nenhuma de suas traduções chegou até nós. Aos poucos as
traduções de passagens e de livros inteiros foram surgindo.
44
AS PRIMEIRAS ESCRITURAS IMPRESSAS
Na Alemanha, em meados do Século XV, um ourives chamado Johannes
Gutemberg desenvolveu a arte de fundir tipos metálicos móveis. O primeiro livro de grande
porte produzido por sua prensa foi a bíblia em latim. Cópias impressas decoradas a mão
passaram a competir com os mais belos
manuscritos. Esta nova arte foi utilizada para
imprimir bíblias em seis línguas antes de 1500 -
alemão, italiano, francês, tcheco, holandês e
catalão; e em outras seis línguas até meados do
Século XVI - espanhol, dinamarquês, inglês,
sueco, húngaro, islandês, polonês e finlandês.
Finalmente as Escrituras realmente podiam ser
lidas na língua destes povos. Mas essas traduções ainda estavam vinculadas ao texto em latim.
No início do Século XVI, manuscritos de textos em grego e hebraico, preservados nas igrejas
orientais, começaram a chegar à Europa ocidental. Havia pessoas eruditas que podiam auxiliar
os sacerdotes ocidentais a ler e apreciar tais manuscritos. Uma pessoa de grande destaque
durante este novo período de estudo e aprendizado foi Erasmo de Roterdã. Ele passou alguns
anos atuando como professor na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Em 1516, sua edição
do Novo Testamento em grego foi publicada com seu próprio paralelo da tradução em latim.
Assim, pela primeira vez, estudiosos da Europa ocidental puderam ter acesso ao Novo
Testamento na língua original, embora, infelizmente, os manuscritos fornecidos a Erasmo
fossem de origem relativamente recente e, portanto, não eram completamente confiáveis.
45
OS EVANGELHOS APÓCRIFOS
Provavelmente você já ouviu falar nos “Evangelhos Apócrifos”. Mas que
significado tem a palavra “apócrifo”? Apócrifos são chamados os livros que apesar de
atribuídos a um autor sagrado, não são aceitos como canônicos. E qual o exato significado da
palavra “canônico”? A palavra deriva de “Cânon”, que é o catálogo de Livros Sagrados
admitidos pela igreja, no caso, a Católica.
Sendo assim, que critério a igreja se utilizou para decidir se um livro,
supostamente escrito por um autor sagrado, tem caráter apócrifo ou canônico?
A bíblia como um todo, não apresentou sempre a forma como hoje é
conhecida. Vários textos, chamados hoje de "apócrifos", figuravam anteriormente na bíblia,
mas ao longo dos sucessivos concílios acabaram sendo eliminados. Houve os que depois
viriam a ser beneficiados por uma reconsideração e tornariam a partilhar a bíblia. No início do
cristianismo os evangelhos eram em número de 315, sendo posteriormente reduzidos para
quatro, no Concílio de Nicéia.
Os Evangelhos Apócrifos são numerosos e das mais
variadas índoles: Evangelho da Infância de Jesus, Evangelho de
Maria, dos Doze Apóstolos, de São Pedro, de São Bartolomeu etc...
Existe também o Evangelho de Eva, de Zacarias, de Gamaliel e até
de Judas Iscariotes.
Quando exploramos o assunto, vemos que a
“escolha” é feita pela fé, para não dizer conveniência. Os Livros
Canônicos são os livros escritos por inspiração Divina. Mas de que forma podem saber quais
foram e quais não foram inspirados por Deus?
O que é ainda mais interessante neste assunto é que a própria igreja
reconhece que boa parte desses Evangelhos Apócrifos foram elaborados por autores sagrados.
Por que então não são incluídos na “categoria” bíblica? E o que é mais estranho, por que
foram perseguidos e condenados durante séculos?
Com o passar dos séculos, o termo apócrifo foi ganhando outros
significados. Na antiguidade, designava obras de uso exclusivo de seitas ou escolhas
iniciáticas de mistério. Mais tarde adquiriu o significado de livro de origem duvidosa, ou, obra
ou fato sem autenticidade, ou cuja autenticidade não se provou.
Não se tira o fato de que é certo que deve ser muito difícil para a igreja
separar os textos que relatam os fatos da Vida e Obra do Mestre Jesus dos que contam
histórias sem autenticidade. Porém, a própria instituição reconhece hoje em dia o valor de
46
algumas destas obras, ou Evangelhos Apócrifos, os quais nos contam algumas passagens da
Natividade, Infância e Pregação do Avatar e sua progenitora.
Hoje, a igreja
reconhece como parte da
tradição, os Evangelhos
Apócrifos de Tiago, Matheus, O
Livro sobre a Natividade de
Maria, o Evangelho de Pedro e o
Armênio e Árabe da Infância de
Jesus, além dos evangelistas
“aceitos”.
A maior parte destes textos apareceu nos séculos II e IV e atualmente são
considerados apócrifos. Na realidade, a única diferença entre eles e os quatro Evangelhos
Canônicos resume-se ao fato de que “não foram inspirados por Deus”.
Estes Evangelhos considerados apócrifos foram publicados ao mesmo
tempo em que os que passam por canônicos, foram recebidos com igual respeito e idêntica
confiança e, ainda, sendo citados preferencialmente nos primeiros séculos. Logo, o mesmo
motivo que pesa em favor da autenticidade de uns, pesa também a favor de outros. No
entanto, somente quatro são aceitos “oficialmente”.
A admissão exclusiva dos quatro Evangelhos hoje aceitos se deu no século
IV, no ano de 325 d.C., por ocasião do Concílio de Nicéia e depois referenciado em 363 d.C.,
no de Laodicéia, No entanto, Irineu, bispo de Lion que morrera mais ou menos no ano 200, já
expressava sua preferência pelos quatro Evangelhos hoje
aceitos como canônicos. Irineu compôs contra as principais
heresias do tempo uma refutação completa em cinco livros.
Eis o conteúdo e modo de exposição: a unidade de Deus,
criador do céu e da terra, é proclamada por todos os séculos e
todos os homens. A Igreja católica é a fiel depositária dessa
tradição universal. A santidade é inseparável dessa Igreja. A
Igreja é universal. É apostólica. Para confundir todos os
hereges, basta a tradição da Igreja romana.
Devemos lembrar que como instituição, a igreja tem seus erros e acertos,
pois apesar de alegar ter os olhos do Senhor, é controlada por humanos. Portanto não nos
esqueçamos que os Evangelhos Apócrifos, ou não aceitos, assim foram rotulados por
47
humanos como nós, que, enquanto nessa condição, incorrem em erros, e não é nossa proposta
alegar que estejam agindo com má-fé.
O CONTEÚDO DOS APÓCRIFOS
Segundo investigações hoje notórias, há fundamentalmente três tipos de
evangelhos apócrifos, que proliferaram entre os cristãos no século II e posteriormente:
— aqueles dos quais só restaram alguns fragmentos escritos em papiro e se
assemelham bastante aos evangelhos canônicos;
— os que se conservaram completos e narram com sentido piedoso histórias
sobre Jesus e a Santíssima Virgem; e
— aqueles outros que, utilizando o nome de algum apóstolo, ensinavam
doutrinas diversas daquelas que a Igreja proclamava, seguindo a verdadeira tradição
apostólica.
Os primeiros são escassos e não dizem nada de novo, talvez porque se
conhece pouco sobre o seu conteúdo. A eles pertencem os fragmentos do "evangelho de
Pedro", que narram a Paixão.
Entre os do segundo tipo, o mais antigo é o chamado "Protoevangelho de
São Tiago" que narra a permanência da Santíssima Virgem no templo desde que tinha três
anos e como foi designado São José, que era viúvo, para cuidar dela quando esta cumpriu os
doze anos. Os sacerdotes do templo reuniram todos os viúvos e um prodígio ocorrido com
José, que consistiu em surgir uma pomba do seu cajado, fez que fosse ele o escolhido.
Outros apócrifos mais recentes recolhem a mesma história, como o "Pseudo
Mateus", que conta que o seu cajado floresceu milagrosamente. Também se detém o
Protoevangelho em descrever o nascimento de Jesus quando José ia com Maria até Belém.
Narra que o santo patriarca buscou uma parteira, que pôde comprovar a virgindade de Maria
no parto.
Em uma linha parecida, outros apócrifos, como "o Nascimento de Maria", se
detêm em narrar o nascimento da Virgem, quando Joaquim e Ana já eram anciãos. A infância
de Jesus e os milagres que fazia quando criança são narrados pelo "Pseudo Tomás", e a morte
de José é o tema principal da "História de José, o Carpinteiro". Nos apócrifos árabes da
infância, já mais recentes, se fixa a atenção nos Reis Magos, dos quais num apócrifo etíope se
incluem inclusive os nomes pelos quais se tornaram populares.
Um motivo muito presente em outros apócrifos, como o chamado "Livro do
Repouso" ou o "Pseudo Melitão", foi a morte e a Assunção da Santíssima Virgem, narrando
48
que morreu rodeada pelos apóstolos e que o Senhor transportou o seu corpo em um carro
celeste. Todas essas lendas piedosas circularam com profusão na Idade Média e serviram de
inspiração a muitos artistas.
Outro tipo de apócrifos são os que propunham doutrinas heréticas. Os
padres os citam para rebatê-los e, com freqüência, os designam pelo nome do herege que tinha
escrito como o de Marcião, Basílides ou Valentim, ou pelos destinatários aos quais iam
dirigidos, como o dos Hebreus ou o dos Egípcios. Outras
vezes os próprios padres acusam esses hereges de pôr suas
doutrinas sob o nome de algum apóstolo, preferentemente São
Tiago ou Tomé. As informações se confirmaram com a
aparição de umas quarenta obras gnósticas em Nag Hammadi
(Egito) em 1945. Normalmente apresentam revelações secretas de Jesus, que carecem de
qualquer garantia. Costumam imaginar Deus Criador como um deus inferior e perverso (o
Demiurgo) e a aquisição da salvação por parte do homem a partir do conhecimento de sua
procedência divina.
DESCOBERTAS ARQUEOLÓGICAS
Várias foram as descobertas arqueológicas que proporcionaram o melhor
entendimento das Escrituras Sagradas. Os manuscritos mais
antigos que existem de trechos do Antigo Testamento datam de
850 d.C. Existem, porém, partes menores bem mais antigas
como o Papiro Nash do segundo século da era cristã. Mas sem
dúvida a maior descoberta ocorreu em 1947, quando um pastor
beduíno, que buscava uma cabra perdida de seu rebanho,
encontrou por acaso os Manuscritos do Mar Morto, na região
de Jericó. Durante nove anos vários documentos foram
encontrados nas cavernas de Qumrân, no Mar Morto,
constituindo-se nos mais antigos fragmentos da bíblia hebraica que se têm notícias.
Escondidos ali pela tribo judaica dos essênios no Século I, nos 800 pergaminhos, escritos
entre 250 a.C. a 100 d.C., aparecem comentários teológicos e descrições da vida religiosa
deste povo, revelando aspectos até então considerados exclusivos do cristianismo. Estes
documentos tiveram grande impacto na visão da bíblia, pois fornecem espantosa confirmação
49
da fidelidade dos textos massoréticos6 aos originais. O estudo da cerâmica dos jarros e a
datação por carbono 14 estabelecem que os documentos foram produzidos entre 168 a.C. e
233 d.C. Destaca-se, entre estes documentos, uma cópia quase completa do livro de Isaías,
feita cerca de cem anos antes do nascimento de Cristo. Especialistas compararam o texto
dessa cópia com o texto-padrão do Antigo Testamento hebraico (o manuscrito chamado
Codex Leningradense, de 1008 d.C.) e descobriram que as diferenças entre ambos eram
mínimas. Outros manuscritos também foram encontrados neste mesmo local, como o do
profeta Isaías, fragmentos de um texto do profeta Samuel, textos de profetas menores, parte
do livro de Levítico e um targum (paráfrase) de Jó.
As descobertas arqueológicas, como a dos manuscritos do Mar Morto e
outras mais recentes, continuam a fornecer novos dados aos tradutores da bíblia. Elas têm
ajudado a resolver várias questões a respeito de palavras e termos hebraicos e gregos, cujo
sentido não era absolutamente claro. Antes disso, os tradutores se baseavam em
manuscritos mais "novos", ou seja, em cópias produzidas em datas mais distantes da origem
dos textos bíblicos.
Se os estudos de Metafísica do Grego Aristóteles até hoje não têm um
significado adequado quanto à simples origem da palavra “Metafísica”, que se dirá então de
um livro inteiro, fracionado em dois períodos, como a bíblia?
6 [Do hebr. massorat, 'tradição'.] 1- O conjunto dos comentários críticos e gramaticais acerca da Bíblia (sobretudo o Velho Testamento) feitos por doutores judeus. Fonte: Ibdem.
50
A BÍBLIA E SEUS ESCRITORES
A palavra bíblia é derivada da palavra grega biblos, que significa: livro ou rolo.
A bíblia foi escrita durante um período de mais de 1500 anos, foram aproximadamente 40 os seus
autores, servos inspirados pelo Espírito Santo.
Apesar dos seus diversos autores é um só livro, com uma única mensagem, isenta de contradições em
seu conteúdo.
É um livro espiritual, se aceita pela fé, direcionada a um povo especifico, o Povo de Deus.
São estes, todos os que foram lavados e restaurados no sangue de Jesus e o tem como Mestre.
Devemos lê-la em espírito, meditando em seus ensinamentos e ouvindo a voz do Santo Espírito, que
nos dá a compreensão.
É um livro especial que traz os princípios da fé do Povo de Deus.
A seguir, apresentamos uma tabela com os livros, datas prováveis em que foram escritos e autores.
Livro Data Autor Livro Data Autor
Antigo Testamento:
Gn 1440 aC Moisés Ex 1400 aC Moisés
Lv 1445 aC Moisés Nm 1400 aC Moisés
Dt 1400 aC Moisés Js 1400—1375 aC Josué
Jz 1050—1000 aC Desconhecido Rt 1050—500 aC Desconhecido
1 Sm 931—722 aC Samuel e outros 2 Sm 931—722 aC Samuel e outros
1 Rs 560—538 aC Jeremias 2 Rs 560—538 aC Jeremias
1 Cr 425—400 aC Esdras 2 Cr 425—400 aC Esdras
Ed 538—457 Ac Esdras Ne 423 aC Neemias
Et 465 aC Desconhecido Jó Sec. V—II aC Moisés ou Salomão
Sl 1000—300 aC Davi, Asafe e outros Pv 950—700 aC Salomão e outros
Ec 935 aC Salomão Ct 970—930 aC Salomão
Is 700—690 aC Isaias Jr 626—586 aC Jeremias
Lm 587 aC Jeremias Ez 593—573 aC Ezequiel
Dn 537 aC Daniel Os 750 aC Oséias
51
Jl 835—805 aC Joel Am 760—750 aC Amós
Ob 586 aC Obadias Jn 760 aC Jonas
Mq 704—696 aC Miquéias Na 612 aC Naum
Hc 600 aC Habacuque Sf 630 aC Sofonias
Ag 520 aC Ageu Zc 520—475 aC Zacarias
Ml 450 aC Malaquias
Novo Testamento:
Mt 50 –75 dC Mateus Mc 65—70 dC Marcos
Lc 59—75 dC Lucas Jo 85 dC João
At 62 dC Lucas Rm 56 dC Paulo
1Co 56 dC Paulo 2Co 56 dC Paulo
Gl 55—56 dC Paulo Ef 60—61 dC Paulo
Fp 61 dC Paulo Cl 61 dC Paulo
1Ts 50 dC Paulo 2Ts 50 dC Paulo
1Tm 64 dC Paulo 2Tm 66—67 dC Paulo
Tt 64 dC Paulo Fm 60—61 dC Paulo
Hb 64—68 dC Desconhecido Tg 48-62 dC Tiago (irmão de Jesus)
1Pe 60 dC Pedro 2Pe 65—68 dC Pedro
1Jo 90 dC 1,2,3 Jo // João Jd 65—80 Dc Judas
Ap 70—95 dC João
52
s Sete Pecados Capitaiss Sete Pecados Capitaiss Sete Pecados Capitaiss Sete Pecados Capitais
Assim chegamos ao ômega do tema, usando um termo que nos
mantém no curso histórico.
Vamos estudar agora alguns pontos que indicam que os sete
pecados capitais não caíram do céu, tampouco foram para nós trazidos por algum tipo de deus
cruel ou bondoso que quisesse que mantivéssemos a linha, caso contrário seríamos punidos.
O conceito de pecado como transgressão contra a vontade de Deus e as
descrições das falhas de caráter e de comportamento mais graves que merecem esse nome
fazem parte da tradição judaico-cristã, mas aparecem na bíblia de maneira dispersa. Os sete
pecados capitais só foram enumerados e agrupados no século VI, pelo papa São Gregório
Magno (540-604), tomando como referência as cartas de São Paulo. Também são chamados
de mortais, porque significariam a morte da alma em contraste com os pecados veniais, estes,
considerados menos ofensivos. Capital vem do latim caput (cabeça) – onde já vimos isto
antes? “Cabeça de legião”! - significando que esses sete são como “mães” de todos os outros
pecados.
OOOO
Gregório Magno
53
Berço da CulpaBerço da CulpaBerço da CulpaBerço da Culpa
Podemos sentir culpa pelas mais variadas razões, mas elas podem
ser resumidas numa lista de fácil memorização. Ainda no primeiro milênio, a igreja
cristã decidiu encarar esse desafio, e o resultado — embora seus detalhes possam
escapar à maioria — dificilmente não foi mencionado pelo menos uma vez aos ocidentais
ligados ao cristianismo.
Quem codificou a relação foi o papa
Gregório I, o Grande, que comandou a Igreja cristã entre 590 e
604. Em sua obra Moralia in Job, ele listou os sete pecados
principais (ou capitais, ou mortais): orgulho, inveja, raiva,
avareza, tristeza, gula e luxúria. Mais tarde, a relação teve
uma troca: “saiu” a tristeza – simples assim: saiu, foi embora -
e entrou a preguiça.
O número sete não está à toa nessa história, mesmo
porque as listas de vícios de onde Gregório I parece ter extraído sua relação — entre as quais
as de dois autores do século 4 dc., Evaagrius e Cassiano — continham oito itens. De acordo
com a doutrina tradicional simbolista, os sete pecados capitais estão relacionados diretamente
à influência dos sete planetas dos antigos, divindades mitológicas que ao cristianismo inte-
ressava descartar.
Outro escritor do século 4, o poeta Prudêncio, inspirou boa parte das obras
de arte produzidas a respeito dos sete pecados capitais com a sua descrição das batalhas entre
os vícios e as virtudes no texto Psychomachia.7
No mesmo trabalho, ele indicou uma lista de
virtudes opostas, cuja prática ofereceria alguma
proteção contra os pecados. Segundo ele, o
orgulho (superbia) seria superado pela
humildade; a avareza (avaritia), pela
generosidade; a inveja (invidia), pela
bondade; a gula (gula), pela temperança; a
luxúria ( luxuria ), pela castidade; a raiva
(ira), pela paciência; e a preguiça (accidia), pela diligência.
7 As Sete Virtudes são derivadas do épico Psychomachia, poema escrito por Aurelius Clemens Prudentius intitulando a batalha das boas virtudes e vícios malignos.
OOOO
Gregório Magno
Psychomachia
54
A igreja dividiu todos os pecados em duas categorias. Os mais simples, ou
veniais, podem ser perdoados sem a necessidade de confissão. Já os mais graves merecem
a danação(!). Os sete pecados capitais receberam essa denominação porque produzem outros
pecados, outros vícios, tendo um efeito potencialmente letal no que se refere á saúde
espiritual da pessoa. Atentemos aqui de onde surgem os agregados, os elementos densos.
Se essas transgressões representavam tamanho risco para o fiel, seria até
desejável, segundo o ponto de vista de alguns religiosos, que o assunto fosse tratado como
tabu. Mas ele ganhou certa publicidade dos próprios meios eclesiásticos, pois a opinião que
prevaleceu defendia que nenhum indivíduo cometeria esses pecados sem perceber sua
gravidade, e que, portanto, eles estariam capacitados a confessar tais atos e receber a
absolvição.
Essa preocupação com a educação dos fiéis apareceu, sobretudo no quarto
Concílio de Latrão, em 1214. Ao estabelecer a prática da confissão anual para todos os
cristãos, o texto definido pela assembléia declarava que “todos os fiéis de ambos os sexos,
depois de ter chegado à idade da discrição, confessarão todos os seus pecados pelo menos
uma vez por ano ao seu próprio padre e cumprirão com o melhor de sua capacidade a
penitência imposta”, acrescentando que esse “saudável decreto” fosse divulgado
freqüentemente nas igrejas, de modo que “ninguém possa achar na alegação de ignorância
uma sombra de desculpa”. Mais parece nossa Constituição. Com isso, os sete pecados capitais
tornaram-se tema rotineiro dos catecismos da época.
Mesmo com o avanço do laicismo registrado nos últimos séculos, os sete
pecados capitais continuam sendo um tema constante nas igrejas, na literatura e nas artes. Um
dos filmes mais bem-sucedidos (e assustadores) da última década, por exemplo, foi Se7en, de
David Fincher, no qual dois policiais (interpretados por Morgan Freeman e Brad Pitt) perse-
guem um assassino serial que pauta seus crimes segundo a lista dos principais pecados
cristãos.
Embora o assunto não atraia muita atenção no mundo acadêmico, alguns
estudiosos têm buscado abordá-lo a partir da perspectiva de outros campos, como o clínico. O
psiquiatra americano Karl Menninger propôs em 1973 que o conceito de pecado fosse
incorporado ao trabalho de psicanalistas e de outros profissionais da saúde mental. Ele sugeriu
inclusive que a lista de pecados fosse aumentada, - viva, quanto mais, melhor! - com o
acréscimo de itens como a crueldade.
Três anos depois, Hobart Mowrer lançou uma teoria dos efeitos psicológicos
danosos dos pecados não confessados (especialmente entre os protestantes), contra os quais
indicou “grupos de integridade” que lembram, de certo modo, os procedimentos adotados por
55
agrupamentos do início da cristandade — identificação do pecado e correção de rumo com o
apoio dos companheiros.
Em From Sin to Wholeness (1982), Brian W. Grant afirmava que os sete pe-
cados capitais advêm da infância mal orientada (preguiça e gula), da adolescência prolongada
(raiva e luxúria) e da maturidade excessiva (avareza, inveja e orgulho). No fim daquela
década, o sociólogo Anthony Campolo definiu os pecados como “atitudes, emoções e estados
da mente (que) condicionam nosso comportamento em formas que são destrutivas para nós
mesmos e para aqueles à nossa volta”.
Mais recentemente, em 1997, Solomon Schimmel afirmou em The Seven
Deadly Sins: Jewish, Christiam, and Classical Reflections on Humam Psychology que muitos
pecados tradicionais, e mais especificamente os sete pecados capitais, são psicológicos tanto
quanto qualquer outra coisa, e “são primariamente relacionados com o que significa ser
humano e as responsabilidades que temos de preencher se queremos ser considerados como
tal”.
56
ncorporação ncorporação ncorporação ncorporação dos dos dos dos Sete Pecados CapitaisSete Pecados CapitaisSete Pecados CapitaisSete Pecados Capitais
Embora o conceito dos pecados capitais tenha se originado
ainda nos primórdios do Cristianismo, eles só foram compilados e enumerados
bem mais tarde, no século VI. Na época, tomando por base as epístolas de São Paulo, o papa
Gregório Magno definiu como sendo sete os principais vícios de conduta. Era comum fazer
listas de pecados na Idade Média. Essas anotações cristãs facilitavam a memória e o ensino da
catequese.
O rol dos sete pecados, porém, só foi incorporado à doutrina da Igreja no
século XIII, com o teólogo São Tomás de Aquino, que “explicou” detalhadamente cada um
deles, mostrando a razão de serem capitais. Nessa acepção, seriam os comandantes dos
outros vícios subordinados. – Seriam os agregados, porventura?
Ou seja, todo e qualquer mal de conduta é derivado dos sete pecados
mortais, como também são chamados, por representar a "morte" da alma. Quando uma pessoa
mente, por exemplo, pode estar sendo movida pela inveja; o ato de cobiçar a mulher do
próximo seria provocado pela luxúria; e assim por diante. No entanto, entre as infrações
capitais, uma delas é considerada a raiz de todas as outras: a soberba (orgulho). No
Gênesis, a serpente oferece o fruto da árvore proibida do conhecimento a Adão e Eva, e eles
aceitam, querendo igualar-se a Deus. Esse foi o pecado original: a soberba. Nesse sentido, é
como se, ao cometer qualquer infração, a pessoa anunciasse para si: "Deus está errado e eu
estou certo".
Segundo os religiosos, ter consciência dos males da prática dos sete pecados
e, claro, procurar “evitá-los” é o caminho para garantir a "vida" da alma. Toda pessoa que
deixa de cometê-los se sente mais plena e feliz. Mesmo aqueles que não crêem em Deus,
evoluem. Quem acredita, por sua vez, experimenta mais de perto a misericórdia divina, diz o
padre carioca José Roberto Develar, doutor em arte sacra pela Universidade Gregoriana de
Roma.
Em termos psicológicos, desde sua formulação, o conceito dos pecados
capitais é considerado um instrumento para o fiel conhecer a "estrutura do mal" e defender-se
contra ele. "Historicamente, as religiões funcionaram como uma forma externa de controle e
moderação dos apetites humanos. Com o tempo, o homem internalizou esse aspecto
moderador, trocando a culpa - que era atribuída a um ente externo - pela responsabilidade
individual por seus atos", afirma Marcos Fleury, membro da Sociedade Brasileira de
Psicologia Analítica (SBPA). Isso, é claro, não exclui a proteção divina. Caso não consiga se
IIII
57
eximir de cometer alguma das infrações, o fiel ainda pode contar com o indulto do Criador.
"O perdão é alcançado por meio da confissão e do arrependimento sincero a Deus", diz o
padre José Roberto.
Prisioneiros da Culpa
58
s Setes Setes Setes Sete
Vejamos como agem esses terríveis elementos que surgiram do
“além”.
1 - GULA
A busca incessante aos prazeres da comida e da
bebida gera o embrutecimento do homem, de acordo com a teologia
moral.
2 - AVAREZA
É o desejo exagerado pelos bens materiais, o que hoje
se manifesta principalmente em relação ao dinheiro. Gera a injustiça e a
fraude, entre outros males.
3 - INVEJA
Incorremos nesse vício quando desejamos os bens que
outros possuem, o que causa tristeza, rancor e ressentimento.
OOOO
59
4 - IRA
A ira é a força que permite atacar um mal adverso. "A
força da ira é a autêntica força de defesa e de resistência da alma",
dizia São Tomás de Aquino. O mal advém de seu uso descontrolado, o
que gera ódio e assassinato.
5 - PREGUIÇA
A imagem de uma pessoa dormindo em plena igreja
representa a recusa em aceitar-se o esforço necessário para a união com
Deus. Tal atitude, fruto da falta de amor ao bem, resulta em danos
diversos, como perda de tempo o desinteresse pela vida.
6 - LUXÚRIA
Trata-se da entrega mundana, descontrolada e
irracional aos prazeres corporais. Representa uma oposição direta
ao cultivo dos valores do espírito, que se fundamentam na crença
de que o verdadeiro prazer se encontra na conquista da graça e do
perdão divinos.
7 - SOBERBA
Considerada a fonte de todos os pecados. Segundo a
igreja, todo erro de conduta pressupõe uma afirmação do ego em oposição
ao Criador, como se o homem, com tal postura, afirmasse para si e para o
mundo que seria o receptáculo da verdade, e não Deus.
60
Caminho das VirtudesCaminho das VirtudesCaminho das VirtudesCaminho das Virtudes
Em contraponto aos
vícios capitais, a igreja formulou o
conceito das sete virtudes
fundamentais, - observem aqui, que até mesmo as
próprias virtudes foram elaboradas, criadas! - cada
uma delas servindo de antídoto específico a
algum dos pecados. Elas regulam a conduta do
fiel e conduzem o cristão a Deus. "A palavra
virtude vem do latim virtu, que significa força. Em
conjunto, elas fortificam a pessoa ao longo da vida”, diz padre Roberto Paz.
1 - HUMILDADE (versus soberba)
Jesus Cristo pregou a humildade quando lavou os pés dos apóstolos, antes
da última ceia.
2 - DISCIPLINA (preguiça)
Manter-se fiel aos princípios divinos mesmo em meio às atribulações da
vida.
3 - CARIDADE (inveja)
Caridade como sinônimo do amor ao próximo.
4 - CASTIDADE (luxúria)
Autodomínio, controle das paixões e da sensualidade exacerbada.
5 - PACIÊNCIA (ira)
Harmonia interior para não perder a calma diante das adversidades.
6 - GENEROSIDADE (avareza)
O valor de uma pessoa cultivar a capacidade de compartilhar com o
próximo.
7 - TEMPERANÇA (gula)
A postura equilibrada diante dos prazeres, controlando o apetite por comida
e bebida.
OOOO
61
ara Nara Nara Nara Não Falar Apenas ão Falar Apenas ão Falar Apenas ão Falar Apenas dddde e e e uuuuma Facema Facema Facema Face
Taoísmo e confucionismo na China, budismo e jainismo na Índia,
a arte do pensamento preconizada pelos grandes filósofos gregos da Antigüidade
foram movimentos revolucionários que aconteceram ao redor do século VI antes de Cristo.
Todos eles foram criados para combater e vencer, em seus respectivos países, o poder
absolutista dos sacerdotes das antigas religiões. Ao perder toda noção de limite, esses
intermediários entre os deuses e os homens passaram a oprimir e a aterrorizar os povos e os
governantes laicos.
PPPP
62
Poder Poder Poder Poder dddda Dominaçãoa Dominaçãoa Dominaçãoa Dominação
Naquele período, quase simultaneamente, uma importante
revolução religiosa civil sacudiu as três grandes civilizações que dominavam o
mundo conhecido. Naquela época, os sistemas religiosos da Grécia, da Índia e da China
entraram em colapso, dando origem a novos sistemas que, de certa forma, perduram até os
dias de hoje. As mudanças ocorreram depois de sangrentas revoltas populares contra o poder
de um clero corrupto que dominava as populações e até mesmo os governantes civis.
Através das superstições e da criação de um mundo sobrenatural ater-
rorizante, habitado por uma infinidade de demônios maléficos e potestades vingativas, os
sacerdotes controlavam todos os setores daquelas sociedades. Nada mais se fazia sem a
intercessão desses sacerdotes, que se
apresentavam como intermediários
entre os homens e as divindades. Qualquer
mudança, qualquer novo empreendimento ou
iniciativa requeria enormes quantidades de
oferendas e de sacrifícios de animais — em
alguns lugares, sacrifícios humanos. Tudo
oficiado por sacerdotes que cobravam altas
somas pelos seus serviços.
Exatamente como acontece com os políticos, o poder em excesso enlou-
quecera os sacerdotes e os fizera perder a noção de limites. Foi nesse ponto, quando a sua
atuação sobre o meio social tornou-se desagregadora e insuportável, que o frágil equilíbrio se
rompeu. Algumas crônicas desses tempos que chegaram até nós falam da grande crise que se
instaurou quando as antigas religiões perderam a credibilidade e entraram em colapso.
Novos sistemas religiosos e filosóficos então surgiram, para preencher o
vazio. Na Grécia, apareceram os grandes filósofos, Sócrates, Platão, Aristóteles e vários
outros, cujas idéias determinaram a formação do pensamento ocidental. Na Índia, dois
grandes líderes fundaram novas religiões: Gautama Buda, criador do budismo, e Jina
Mahavira, fundador do jainismo.
OOOO
63
O budismo ainda é uma das grandes religiões do mundo. Contudo, na sua
forma original, ele é mais uma filosofia, que procura uma solução para o enigma da existência
no seio do universo, um bálsamo contra as angústias da vida e da cadeia de mortes-
renascimentos e, sobretudo, uma sabedoria ética que passa pela renúncia aos bens materiais e
aos prazeres fáceis do mundo.
Jina Mahavira
64
s Novas Doutrinass Novas Doutrinass Novas Doutrinass Novas Doutrinas
O budismo primitivo considera Buda não como um deus, mas
como um grande sábio, um iluminado que soube dar ao mundo um método para
escapar à seqüência dos renascimentos e atingir o nirvana (a “iluminação espiritual”). Desse
método faz parte a meditação sobre as quatro verdades sagradas: a dor, as suas causas
(paixões, desejos, apegos), a sua superação e o caminho para lá chegar. O método é também
chamado de “caminho do meio”, ou da sabedoria.
Como o budismo, o jainismo
surgiu como uma heterodoxia do hinduísmo. E
uma reação contra o politeísmo, contra o sistema
demasiado rígido das castas e os sacrifícios
sangrentos. O que mais o caracteriza é o papel pri-
mordial atribuído ao princípio de ahimsa (a não-
violência), que proíbe matar ou maltratar qualquer
criatura viva, até mesmo as que estão mais em-
baixo na escala da evolução dos seres vivos. É por
isso que o regime alimentar dos jainistas é muito
restrito: apenas permite alguns frutos e legumes.
Um jaina (sacerdote jainista) ortodoxo deve filtrar
a água que bebe, levar um pedaço de tecido de véu
diante da boca para não correr o risco de engolir algum inseto e varrer o chão diante dele
quando caminha para não pisar em qualquer animal.
A moral jainista, inclusive a dos leigos, é muito severa; impõe os cinco
votos inferiores: não matar; não mentir; não roubar; abster-se o mais possível das relações
sexuais; e contentar-se com um mínimo de bens materiais. Os adeptos da seita jainista dos
digambara (“os que se vestem de nuvens”) andam completamente nus. Como no budismo, o
objetivo do sábio jainista é libertar-se do carma (lei da ação e reação, responsável pelos
intermináveis ciclos de mortes e renascimentos).
Cerca de quatro milhões de indianos ainda praticam o jainismo. Não fazem
proselitismo (conversão a uma doutrina, idéia ou sistema; sectário, adepto, partidário) e são
muito bem considerados na Índia pela sua honestidade, bondade e pela simplicidade de suas
vidas.
AAAA
65
A China não escapou da revolução religiosa do século VI antes de Cristo.
Ali, curiosamente, duas correntes opostas e complementares surgiram quase ao mesmo tempo:
o confucionismo e o taoísmo.
Como o budismo na Índia, o
confucionismo chinês surgiu mais como sa-
bedoria moral e social do que como religião.
Seu fundador, Confúcio, foi um dos grandes
sábios da China. Num momento histórico de
grande caos político e religioso, ele
restabeleceu a necessidade da ordem no mundo pelo regresso à virtude e pela
correlação entre a ordem moral humana e a ordem cósmica.
Para o confucionismo, tudo deve ser harmonia na sociedade, cuja base é a
família, na qual a piedade filial é a primeira das virtudes. Todas as ações humanas devem se
assentar na noção bem chinesa do wu-wei (o não-agir) e a de jen (a benevolência, como virtu-
de de humanidade e de justiça).
Assim, mais que religião, o confucionismo é uma sabedoria: uma arte de
governar para o rei, uma moral política para os letrados, uma fidelidade à tradição para o
povo, O confucionismo não tem nem preocupações metafísicas, nem dogmas absolutos, nem
clero. Preocupando-se, sobretudo com o concreto e o pragmático, procura a harmonia do
mundo real pelo equilíbrio das forças contrárias e complementares, o yin e o yang, a disciplina
e a ordem social pelas virtudes familiares, o amor fraterno e a educação do povo. Esse
pragmatismo é chamado “ética de Confúcio”, e preconiza as quatro grandes virtudes: humani-
dade, justiça, comportamento ritual e conhecimento.
Confúcio
66
TaoTaoTaoTao
O confucionismo foi quase a religião oficial da China até o século
20. Na metade desse século, com o advento da revolução maoísta, o sistema passou
a ser radicalmente condenado pelos ideólogos do regime. Eles julgavam paralisante a
fidelidade inquebrantável às tradições que o confucionismo enaltecia. Apesar disso, é
impossível dissociar a civilização chinesa e a sua cultura dos cânones confucionistas.
Na mesma época em que o confucionismo surgiu na China, o século VI an-
tes de Cristo, e quase para contrabalançar e equilibrar a rigidez pragmática desse sistema, um
outro surgiu, tão importante quanto o primeiro: o taoísmo.
O nome vem de tao, que significa “via” ou “caminho”. Nessa religião de
forte componente metafísico, tao é a noção fundamental
preexistente à divindade organizadora de tudo aquilo que
existe (o Ser saído do não-Ser). E o grande princípio da
ordem universal, a síntese do yin e do yang, as duas
categorias opostas e complementares. Essas categorias são
essenciais no pensamento chinês, e formam a alternância
verificada por toda a parte na natureza: o feminino e o
masculino, o frio e o calor, a sombra e a luz, o negativo e o
positivo, a noite e o dia.
A sabedoria, para o taoísta, consiste em procurar o “caminho”,
que é a realidade suprema que harmoniza as contradições aparentes. Para tanto, várias
alternativas são oferecidas aos seguidores: o místico chega lá pela meditação, pela
contemplação e pelo êxtase, mas também por uma disciplina física e moral que desenvolve
todas as faculdades potenciais do homem. Dessa disciplina fazem parte exercícios
respiratórios, exercícios que recordam os da ioga, a prática de artes marciais, etc.
A fundação do taoísmo é atribuída a Lao-tsé, personagem lendário e pre-
sumível autor da obra fundamental do taoísmo, o Tao Te King, livro do “caminho” e da
“virtude” que exprime as doutrinas e os conselhos de sabedoria para fazer reinar a ordem.
Em seu aspecto filosófico, o objetivo central do taoísmo é o de alcançar a
santidade, o estado de perfeita harmonia com o mundo natural, um estado que se conquista
integrando-se a ele através da meditação e da experiência de vários estados de êxtase.
O taoísmo é também considerado uma religião “ecológica” por excelência,
já que afirma que a natureza não deve ser alterada pela ação humana. Por essa razão é que o
OOOO
Lao Tsé
67
taoísta pratica e prega o não-agir em todos os campos da vida e da atividade humana
(inclusive o campo político), não admitindo descontroles ou perdas do estado de equilíbrio,
nem mesmo no momento da morte.
68
amos Refletir Melhoramos Refletir Melhoramos Refletir Melhoramos Refletir Melhor
Agora pedimos aos leitores que se esforcem um pouco mais
para que possamos nos aprofundar em um ponto que compreendemos ser
crucial na nossa trajetória até aqui. Buscamos num site qualquer o texto que se
segue e é importante que o leiamos para seguir nosso raciocínio:
OS TIPOS DE CARMA
Existem vários tipos de Carma:
Individual: quando é aplicado especificamente a uma pessoa. Por exemplo,
no caso de uma doença.
Familiar: quando é aplicado de tal forma que afeta toda uma família. Por
exemplo, no caso de se ter um membro da família que é viciado em drogas. Isto traz
sofrimento para todos ao redor.
Regional: quando é aplicado em determinada região. Temos como exemplo
as secas, enchentes ou outras adversidades climáticas que ocorrem em determinados lugares
e regiões.
Nacional: é uma ampliação do carma regional. Temos o exemplo de países
que são assolados pela guerra, ditaduras, misérias, desastres naturais, etc.
Mundial: quando é aplicado a toda humanidade. Temos o exemplo das
guerras mundiais e, atualmente, vemos a imensa degradação e a progressiva escassez dos
VVVV
69
recursos naturais, iminência de guerra nuclear, grandes desastres naturais, ameaças de
epidemias, etc.
Katância: é o carma mais rigoroso, que é aplicado aos Mestres, que apesar
de suas inúmeras perfeições, podem cometer erros e ser penalizados.
Kamaduro: que é o carma aplicado a erros graves, assassinatos,
emboscadas, torturas, etc. Esse tipo de karma não é negociável e quando é aplicado vai
inevitavelmente até as suas conseqüências finais.
Karmasaya: esse carma também não é negociável e é aplicado quando a
pessoa comete adultério.
A Lei Divina tem como base a justiça e a misericórdia. A justiça sem
misericórdia é tirania. A misericórdia sem justiça é tolerância, complacência com o erro. Se
ao pesar nossas ações em uma balança, o prato das boas ações estiver mais pesado o
resultado será um Darma, que é uma recompensa pelas boas obras que fazemos.
O Darma (do sânscrito Dharma) significa também realidade ou ainda
virtude.
Se ocorrer o contrário, se o prato das más ações estiver mais pesado, o resultado será um
Carma para nós, ou seja sofrimento, dor, adversidades, etc.
A palavra de origem sânscrita Karma significa ação. Podemos entendê-la
como lei de ação e conseqüência.
Assim está o texto emprestado. (Sem qualquer crítica ao seu autor, portanto
não o identificamos, eis que o tema é farto e pode ser encontrado em qualquer literatura, seja
ela virtual ou não, em verdade até agradecemos o belo trabalho).
Apenas um comentário, até hoje não se encontra uma literatura que defina
de fato se é Karma, Carma, Kharma, Karmah...
70
orolárioorolárioorolárioorolário
Afinal de contas, o que queremos com toda essa gama de dados,
gráficos e informes de época e históricos? Criticar as religiões tais e quais? Não!
Elas fazem seu papel perante a humanidade que precisa dela. Mas, queremos deixar claro e
evidente que em todas as culturas, todas as crenças existem dogmatismos, e, só para que não
nos esqueçamos do profundo significado literal da palavra “dogma”, faço questão de buscar o
dicionário e expô-lo aqui: “Ponto fundamental e indiscutível duma doutrina religiosa, e, por
extensão, de qualquer doutrina ou sistema”. Observaram? Toda forma de poder, de
dominação cria condutas
psicológicas, emocionais, tais como
verdadeiros implantes que passam a
fazer parte da nossa vida como se raízes
tivessem e como se fosse algo muito
normal, natural até. Mudar para quê? Está
bom como está!
Se o leitor assíduo
se recordar já abordamos o tema na
parte que trata da MISERICÓRDIA. Ora, a misericórdia é a própria graça celestial. Se ela
existe, todos estamos fadados a sermos perdoados do que quer que seja e sermos livres até os
fins do que quer que seja!
Pensemos: Seriam as religiões o freio necessário da humanidade? Será que
realmente precisamos de uma? Não queremos dizer que rezar, orar, jejuar, decretar,
mantralizar, esteja errado, pois afinal de contas o cerne de nosso trabalho é exatamente
mostrar que BEM e MAL não EXISTEM!, mas que em determinados momentos da história
humana, precisou-se de certos guias, mentores, mestres, para orientar uma massa enorme e
não-pensante que desembocava num eterno “estagnatismo” ou numa eterna anarquia. Sem
consciência precisamos sermos conduzidos por quem a tem. Mas quem, na ordem do dia,
realmente tem consciência para guiar os outros? Será que não é por isso que dizem que
possuímos o “livre arbítrio”?
Esse trabalho foi construído para provar que já não podemos mais ficar
presos a conceitos que foram elaborados por políticos, militares, sacerdotes, pessoas como
nós, como você, que têm seus próprios interesses, desejos e deficiências; esses conceitos de
toda sorte nos engessam o evoluir e o principal conceito implantado em nosso universo – e
CCCC
71
quando dizemos isso queremos deixar claro que ele
não nos pertence – é o MEDO! Medo, sim! Medo de
concluir esta leitura! Medo de acreditar que tudo
isto aqui escrito pode ser verdade! Medo de cometer
algum pecado ao tentar mudar! Medo de mostrar e
discutir abertamente esses temas com alguém!
Medo de ser criticado, despedido, abandonado,
execrado, taxado de “diferente”, “estranho”. Medo
de ter medo! Medo de eliminar o medo! BRRRR!
Como ficamos, então? Grandes mestres nos disseram para sermos revolucionários; grandes
pensadores nos disseram para sermos revolucionários, outros tantos deixaram claro que não
sigamos a ninguém, nossa voz interior é nosso último referencial, não busquemos mais fora o
que podemos encontrar diretamente com nosso SER!
Pecado, karma, castigo, céu, inferno, certo, errado! Que importa isso!
Consciência livre para vivermos nossa vida no sistema ao qual pertencemos até que o mesmo
perdure. Cuidemos de nós mesmos, pois ninguém o fará por nós! Esse sim, o verdadeiro
pecado da humanidade, achar que alguém virá com uma vara mágica, um mantra mágico, uma
pílula mágica e mudaremos da noite para o dia e assim passaremos a sermos uma pessoa
“melhor”, mais magra, mais bela, mais rica, mais saudável, mais eterna...
Abramos nossos olhos com alegria, sem medo, preocupações e rancores,
mágoas. O que passou, passou! Vivamos o agora, felizes. Se precisamos digitar algo,
façamos! Se precisamos acompanhar um doente da família, façamos! Se precisamos colher
café, façamos! Se precisamos limpar a casa, façamos! Se precisamos fazer promoções,
façamos! Com inteligência, sabedoria, sem sermos tontos, assim, perceberemos que não existe
vítimas das circunstâncias.
72
Queremos concluir (mas não findar) com uma passagem de um filósofo:
Danilo di Manna de Almeida, em seu texto Uma Ética para o Corpo onde ele literalmente diz
o seguinte: “A liberdade diz respeito à posição e não à sua possessão por uma pessoa. A ética
serve para descrever a pessoa em seu movimento de tomada de posse da liberdade. [...] em
destaque a opção humana de percorrer esse trajeto de liberdade. Posso construir a liberdade
no momento em que desenho seu ‘rosto’, através das obras e de minhas ações” 8. - (Grifo
nosso).
Perceberam? Se sou eu mesmo quem construo minha liberdade, eu mesmo
tenho o condão de me libertar, por tal sou eu mesmo quem me prendo, portanto, não há vítima
das circunstâncias!
CONSCIÊNCIA LIVRE!
8 ALMEIDA, Danilo D. M. Uma ética para o corpo – Cidadania e Educação Transformadora. p. 13.
73
* O presente livreto é entregue na totalidade da forma que aqui se apresenta. Não nos responsabilizamos por quaisquer mudanças, alterações ou tergiversações de seu conteúdo!
http://kheops.blog.terra.com.br/