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Literatura

Literatura Brasileira

Professora Maria Tereza

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Literatura

PERIODIZAÇÃO

Como todas as outras artes, a Literatura reflete as relações do homem com o mundo e com os seus semelhantes. Assim, as obras de determinado período histórico, ainda que se diferenciem umas das outras, contam com certas características comuns que as identificam. Esses traços dizem respeito tanto à ideologia predominante na época quanto às formas, às convenções e às técnicas utilizadas pelos autores.

Chamam-se Escolas Literárias os conjuntos em que se costumam dividir a história da Literatura.

A Literatura no Brasil está intrinsecamente ligada à Literatura portuguesa. Durante muito tem-po, toda a produção literária esteve subjugada ao pensamento português. A partir do Roman-tismo, a Literatura brasileira emancipou-se, alcançou autonomia e criou manifestações literá-rias próprias.

Escolas Literárias Brasileiras

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Quinhentismo

A primeira manifestação literária no Brasil também ficou conhecida como "literatura de infor-mação" e “catequética”:

• reúne relatos de viagem com características informativas e descritivas;

• ocorreu paralelo ao Classicismo português;

• a literatura de informação foi produzida pelos viajantes no início do século XVI, no período do Descobrimento do Brasil e das Grandes navegações;

• os jesuítas, responsáveis por catequizarem os índios, criaram uma nova categoria de textos que fizeram parte do Quinhentismo – a "literatura de catequese".

• os principais cronistas desse período são Pero Vaz de Caminha, Pero Magalhães Gândavo, Padre Manuel da Nóbrega e Padre José de Anchieta.

Características do Quinhentismo

• Crônicas de viagens

• Textos descritivos e informativos

• Conquista material e espiritual

• Linguagem simples

• Utilização de adjetivos

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Autores e obras do Quinhentismo

• Pero Vaz de Caminha (1450-1500): escrivão-mor da esquadra liderada por Pedro Álvares Cabral (1468-1520), escritor e vereador português, registrou suas primeiras impressões acerca das terras brasileiras. Fez isso por meio da "Carta de Achamento do Brasil" datada de 1º de maio de 1500 para o Rei de Portugal, D. Manuel. Tal documento é considerado o marco inicial da Literatura Brasileira.

“A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas

vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de comprimento duma mão

travessa, da grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como um furador. Metemnos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita como ro-

que de xadrez, ali encaixado de tal sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou no beber.”

• José de Anchieta (1534-1597): historiador, gramático, poeta, teatrólogo e padre jesuíta es-panhol. No Brasil, ele teve a função de catequizar os índios sendo um defensor desse povo contra os abusos dos colonizadores portugueses. Aprendeu a língua tupi e desenvolveu a primeira gramática da íngua indígena, chamada de "Língua Geral".

Principais obras: "Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil" (1595) e "Po-ema à virgem".

A COMPAIXÃO E O PRANTO DA VIRGEM NA MORTE DO FILHOMinha alma, por que tu te abandonas ao profundo sono?

Por que no pesado sono, tão fundo ressonas?Não te move à aflição dessa Mãe toda em pranto,

Que a morte tão cruel do Filho chora tanto?

• Pero de Magalhães Gândavo (1540-1580): gramático, professor, historiador e cronista por-tuguês. Ficou conhecido pelos relatos que fez sobre a fauna, a flora e a dimensão das terras brasileiras em seu livro "História da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos de Brasil".

Baltasar Ferreira mata o Ipupiara em História da Província de Sãcta Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, do cronista Pero de Magalhães Gândavo.

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• Manuel da Nóbrega (1517-1570): jesuíta português e chefe da primeira missão jesuítica à América. Participou da primeira missa realizada no Brasil e da fundação das cidades de Salvador e Rio de Janeiro. Seu trabalho no Brasil foi de catequizar os índios e suas obras que merecem destaque são "Informação da Terra do Brasil" (1549); "Diálogo sobre a conversão do gentio" (1557); "Tratado contra a Antropofagia" (1559).

Barroco

O Barroco, ou Seiscentismo, é constituído pelas primeiras manifestações literárias ocorridas em terras brasileiras, embora diretamente influenciadas pelo barroco europeu. Além da lite-ratura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época. A expressão “Barroco” significa absurdo ou grotesco e foi assim chamado pelos críticos a fim de ridicularizar a arte que abdicava das regras do estilo clássico.

Contexto Histórico – Europa

• Reforma Protestante X Contrarreforma (século XVI): Igreja Católica perdeu força e apoio na busca pela retomada das ideias teocentristas.

• Companhia de Jesus: passou a dominar quase inteiramente o ensino. Exerceu papel impor-tante na difusão do pensamento católico aprovado no Concílio de Trento.

• Inquisição: ameaçava a liberdade de pensamento, instaurando um clima de austeridade e de repressão.

Nesse contexto desenvolveu-se o movimento artístico chamado Barroco, arte eclesiástica que desejava propagar a fé católica.

Contexto Histórico – Brasil

• Economia açucareira.

• Região nordeste (Bahia e Pernambuco).

• Salvador (=Bahia): centro econômico do país.

• Sociedade escravista.

O carregamento da cruz, Antônio Francisco Lisboa (O Aleijadinho)

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Didaticamente, o Barroco brasileiro tem seu marco inicial em 1601, com a publicação do poe-ma épico Prosopopeia (inspirada em Os Lusíadas – Camões), de Bento Teixeira.

Cantem Poetas o Poder Romano,Sobmetendo Nações ao jugo duro;O Mantuano pinte o Rei Troiano,

Descendo à confusão do Reino escuro;Que eu canto um Albuquerque soberano,

Da Fé, da cara Pátria firme muro,Cujo valor e ser, que o Ceo lhe inspira,

Pode estancar a Lácia e Grega lira.

Características do Barroco

• Linguagem dramática.

• Exagero e rebuscamento.

• Uso de figuras de linguagem.

→ Antítese: aproximação de opostos.

• Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, / Depois da Luz se segue a noite escura, / Em tristes sombras morre a formosura, / Em contínuas tristezas a alegria.(Gregório de Matos Guerra)

→ Hipérbole: exagero.

• É a vaidade, Fábio, nesta vida, / Rosa, que da manhã lisonjeada, / Púrpuras mil, com ambição dourada, / Airosa rompe, arrasta presumida. (Gregório de Matos Guerra)

→ Metáfora: comparações implícitas.

• Se és fogo, como passas brandamente? / Se és neve, como queimas com porfia? (Gregório de Matos Guerra)

→ Paradoxo: sobreposição de opostos.

• Ardor em firme Coração nascido; / pranto por belos olhos derramado; / incêndio em mares de água disfarçado; / rio de neve em fogo convertido. (Gregório de Matos Guerra)

→ Prosopopeia: personificação.

• No diamante agradou-me o forte, no cedro o incorruptível, na águia o sublime, no Leão o generoso, no Sol o excesso de Luz. (Padre Antônio Vieira)

• União do religioso e do profano (Teocentrismo X Antropocentrismo; alma X corpo).

• Jogo de contrastes.

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• Valorização dos detalhes.

• Cultismo (jogo de palavras): rebuscamento da forma, a obsessão pela linguagem culta e erudita. É o abuso de figuras de linguagem no texto, especialmente a metáfora, antítese e o hipérbato.

• O todo sem a parte não é todo; / A parte sem o todo não é parte; / Mas se a parte o faz todo, sendo parte, / Não se diga que é parte, sendo o todo. (Gregório de Matos)

• Conceptismo (jogo de ideias): a preocupação com as associações inesperadas que seguem o raciocínio lógico e racionalista.

• Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e luz. Se tem espelho e é cego, não se pode ver por falta de olhos; se tem espelhos e olhos, e é de noite, não se pode ver por falta de luz. Logo, há mister¹ luz, há mister espelho e há mister olhos. (Pe. Antônio Vieira)

• Tema da fugacidade do tempo: consequente carpe diem.

Principais Nomes da Literatura Barroca no Brasil

Gregório de Matos Guerra – “O Boca do Inferno”

1. POESIA RELIGIOSA

• Oscilação da alma barroca entre o mundo terreno e a perspectiva da salvação eterna.

• Licenciosidade moral x consciência da infâmia (arrependimento).

• Postura = o homem ajoelhado diante de Deus.

A Jesus Cristo Nosso Senhor

Gregório de Matos Guerra

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,Da vossa alta clemência me despido;Antes, quanto mais tenho delinquido,

Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,A abrandar-vos sobeja um só gemido:

Que a mesma culpa, que vos há ofendido,Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida já cobrada,Glória tal e prazer tão repentino

Vos deu, como afirmais na Sacra História:

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,Perder na vossa ovelha a vossa glória.

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2. POESIA AMOROSA

• Amor elevado.

• Idealização dos afetos.

• Preocupação com a passagem do tempo (carpe diem).

• Eventual temática erótica (obscena, com palavrões e conotações sexuais).

À mesma D. Ângela

Anjo no nome, Angélica na cara,Isso é ser flor, e Anjo juntamente,Ser Angélica flor, e anjo florente,

Em quem, senão em vós se uniformara?

Quem veria uma flor, que a não cortaraDe verde pé, de rama florescente?E quem um Anjo vira tão luzente,

Que por seu Deus, o não idolatrara?[...]

3. POESIA SATÍRICA

• Protesto do poeta contra um novo mundo que subverteu todos os princípios e hierarquias, que degradou sua classe (nobreza).

• Linguagem: ofensiva, cínica; ênfase nos aspectos grotescos dos indivíduos e do contexto baiano.

• Temas: política (corrupção), economia (colonialismo no Brasil), social (fofoca), religiosidade (profana) e fescenina (obscena).

Triste Bahia

Triste Bahia! ó quão dessemelhante

Estás e estou do nosso antigo estado!Pobre te vejo a ti, tu a mi abundante.

A ti tocou-te a máquina mercante,Que em tua larga barra tem entrado,

A mim foi-me trocando e, tem trocado,Tanto negócio e tanto negociante.

[...]

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4. POESIA FILOSÓFICA

Moraliza o poeta nos ocidentes do sol a inconstância dos bens do mundo

[...]Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia?

[...]

Padre Antônio Vieira

• Sermões (1679 – 1748): crítica ao despotismo dos colonos portugueses, à influencia nega-tiva que o Protestantismo exerceria na colônia, aos pregadores que não cumpriam com seu ofício de catequizar e evangelizar e à própria Inquisição; defesa dos índios e de sua evan-gelização; condenação dos horrores vivenciados pelos indígenas nas mãos de colonos e os cristãos-novos (judeus convertidos ao Catolicismo).

→ Sermão da Sexagésima, Sermão para o Bom Sucesso das de Portugal contra as de Ho-landa, ...

• Utilização da Bíblia para referir-se a temas do cotidiano.

• Sonho com o “Grande Império” cristão a ser localizado no Brasil.

• Linguagem conceptista.

• Oratória vigorosa.

• Ataque aos vícios = corrupção + violência + pedantismo, etc.

• Elogio às virtudes = religiosidade + modéstia + caridade, etc.

Arcadismo

O Arcadismo no Brasil inicia-se em 1768, ano da publicação do livro Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa, poeta que participou da Inconfidência Mineira. Esse livro compõe-se de 100 sonetos líricos, cuja inspiração é Camões lírico.

Contexto Histórico – Europa

• Revolução Industrial.

• Revolução Francesa (luta da burguesia pelo poder político).

• Período de urbanização e de êxodo rural.

• Valorização da razão, da ciência e do progresso.

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Contexto Histórico – Brasil

• Economia baseada na mineração.

• Centro cultural: Vila Rica.

• Centro político: Rio de Janeiro.

Características do Arcadismo

• Simplicidade e retomada do racionalismo clássico (oposição aos exageros barrocos).

• Preocupação com o equilíbrio (aurea mediocritas) e a harmonia.

• Retomada do paganismo: a mitologia volta a aos versos árcades.

• Pastoralismo: natureza convencional = cenário para o encontro entre o pastor e sua amada.

• Bucolismo: valorização do campo como um local ameno para onde se deve fugir, já que a cidade apresenta-se como lugar de intrigas e falsidades (fugere urbem, locus amoenus).

• Manutenção da temática do carpe diem (marcante no Barroco) sem sentimento de pecado.

Mas tendo tantos dotes de ventura,Só apreço lhes dou, gentil Pastora,Depois que o teu afeto me segura

Que queres do que tenho ser Senhora.É bom, minha Marília, é bom ser dono

De um rebanho, que cubra monte e prado;Porém, gentil pastora, o teu agrado

Vale mais que um rebanho, e mais que um trono.Graças, Marília bela,

Graças à minha Estrela!

Principais Nomes Arcadismo

Plêiade Mineira

Líricos

1. Cláudio Manuel da Costa

• pseudônimo: Glauceste Satúrnio

• pastora: Nise

• poeta de transição Barroco – Arcadismo

Obra: Obras Poéticas e Vila Rica

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Obs.: poeta de múltiplas influências

→ árcade (por influência da época);

→ barroco (por traços de estilo, como inversões e trocadilhos);

→ pré-romântico (pelo subjetivismo, como saudosismo).

2. Tomás Antônio Gonzaga

• pseudônimo: Dirceu

• pastora: Marília

• características da obra: valorização da natureza, alusão à mitologia greco-romana, lingua-gem graciosa.

Obras: Marília de Dirceu

poema lírico composto de três partes:

→ 1ª parte – o poeta (Dirceu) exprime seu amor galante pela jovem Maria Doroteia de Seixas (Marília);

→ 2ª parte – escrita na prisão, manifesta as saudades da amada, o sofrimento e a esperança de um desenlace feliz;

→ 3ª parte – a autenticidade é contestada por alguns críticos.

Cartas Chilenas: treze cartas, em decassílabos brancos, dirigidas por Critilo (o próprio Gonzaga), de Santiago do Chile (que representaria Vila Rica), ao amigo Doroteu (provavelmente, Cláudio M. da Costa), na Espanha (que seria Portugal), satirizando “a mediocridade administrativa” e “a série de arbitrariedades” de Fanfarrão Minésio, governador de Santiago, na realidade, Dom Luís da Cunha Meneses, governador de Minas Gerais.

Épicos

1. Basílio da Gama

• poeta de transição Arcadismo – Romantismo.

• liberdade temática, versos brancos (sem rima) e estrofação livre.

Obra: O Uraguai

→ enredo – destruição dos Sete Povos das Missões (30 mil índios recusavam-se a obedecer ao Tratado de Madri);

→ personagens – além do herói Gomes Freire de Andrade, Cacambo e sua amada Lindoia; Caitutu, Padre Balda, Baldeta...

→ episódio mais célebre – morte de Lindoia.

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2. Frei José Santa Rita Durão

• poeta camonista;

• temática: indianismo realista.

Obra: Caramuru

→ enredo – narra o naufrágio de Diogo Álvares Correia (o Caramuru);

→ personagens – Caramuru, Paraguaçu (com quem o herói se casa, na França), Moema (rival de Paraguaçu, morreu afogada quando perseguia a nau que levava Caramuru e Paraguaçu à Europa), Jararaca, Sergipe e Gupeva.

→ episódio mais célebre – Morte de Moema.

Romantismo

Iniciou-se no ano de 1836, com a publicação do livro de poesias de Gonçalves de Magalhães, Suspiros Poéticos e Saudades. Autor de qualidade inferior, o seu livro tem mais importância histórica (foi o primeiro livro de características românticas do Brasil) do que literária. Sobre o texto propriamente dito, o Prefácio em prosa do livro é mais importante do que os poemas que o compõem porque apresenta as principais características do Romantismo.

Contexto Histórico

• Vinda da Família Real para o Rio de Janeiro (1808).

• Independência do Brasil.

• Revolução Francesa.

• Surgimento de um público leitor: os burgueses.

Características do Romantismo

Subjetividade.          Fantasia: evasão, fuga, sonho.

Individualismo.          Nacionalismo (Independência).

Sentimentalismo.         Valorização da natureza (a natureza interage com o eu lírico).

Idealismo.            Arte “da burguesia para a burguesia”.

Maior liberdade formal.      Amor intenso; paixão.

Poesia Romântica

1ª Geração

Características

• Nacionalista.

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• Indianista: adaptação do medievalismo europeu; mito do bom selvagem.

• Saudade da pátria.

• Natureza.

• Religiosidade.

• Amor impossível.

Principais Nomes

• Gonçalves de Magalhães: introdutor do movimento com Suspiros Poéticos e Saudades (im-portância histórica)

• Gonçalves Dias:

→ nacionalista;

Canção do Exílio

Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá.

[...]

→ indianista (I-Juca Pirama, Os Timbiras, O Canto do Piaga);

I-Juca Pirama

Meu canto de morteGuerreiros, ouvi.

Sou filho das selvas,Nas selvas cresci.

Guerreiros, descendoDa tribo Tupi.

[...]

→ lírico-amorosa.

Ainda uma vez – Adeus!

Enfim te vejo! – enfim possoCurvado a teus pés, dizer-te

Que não cessei de querere-te,Pesar do quanto sofri.

[...]

(Poema dedicado a Ana Amélia, a mulher inatingível da vida do poeta; ela lhe foi negada porque Gonçalves Dias era mestiço.)

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2ª Geração

Características

• Ultrarromântica (Mal do século).

• Egocentrismo exacerbado.

• Atração pela morte.

Principais Nomes

• Álvares de Azevedo: pessimismo, morte, tédio, ironia, prosaísmo.

→ Lira dos Vinte Anos: poesias.

→ Noite na Taverna: contos de morte, orgias, satanismo...

→ Macário: teatro.

Adeus, meus sonhos!

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro! Não levo da existência uma saudade!

E tanta vida que meu peito enchia Morreu na minha triste mocidade!

[...]

• Casimiro de Abreu: ingenuidade; temática da família, da saudade (lembranças da infância).

→ Primaveras

→ Livro Negro (revela postura diferenciada em relação à obra anterior).

MEUS OITO ANOS

Oh! que saudades que tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância querida

Que os anos não trazem mais![...]

3ª Geração

Características

• Condoreirismo.

Principal Nome

• Castro Alves: abolicionista; eloquente, arrebatador; suas metáforas expressam grandiosi-dade.

→ Temática social: Os Escravos (destaque para “Vozes d’África” e “O Navio Negreiro”).

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Navio Negreiro

‘Stamos em pleno mar...Doudo no espaço

Brinca o luar — dourada borboleta;E as vagas após ele correm... cansam

Como turba de infantes inquieta.[...]

→ Poesia lírica: amor sensual e natureza.

Boa noite

Boa noite, Maria! Eu vou-me embora,A lua nas janelas bate em cheio,

Boa noite, Maria! É tarde... é tarde...Não me apertes assim contra teu seio.

[...]

Prosa Romântica

Características

• Folhetim → romance romântico.

• Reconhecimento dos espaços regionais: romance indianista/histórico; romance regional; romance urbano.

• Flash back narrativo.

• Linguagem metafórica.

• Idealização do herói.

• Personagens planas, rasas.

Principais Nomes

• Joaquim Manuel de Macedo: mostrou superficialmente a vida burguesa do Rio de Janeiro nos meados do século XIX.

→ A Moreninha

• José de Alencar: consolidação do romance nacional; tentativa de criação de uma língua nacional; painel da realidade brasileira.

→ Romances urbanos: Senhora; Lucíola.

→ Romances históricos: Minas de Prata; A Guerra dos Mascates.

→ Romances regionalistas: O Gaúcho; O Sertanejo.

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→ Romances indianistas: O Guarani; Iracema.

• Manuel Antônio de Almeida: precursor do Realismo.

→ Memórias de um Sargento de Milícias – romance picaresco (costumes populares do Rio de Janeiro nos tempos de D. João VI); personagens caricaturados (Leonardo Pataca, Ma-ria da Hortaliça, Leonardo – primeiro anti -herói da literatura brasileira, o “malandro”.

Teatro Romântico

• Martins Pena: criador do teatro popular nacional; descrição bem-humorada e irônica do convívio de tipos rurais com a sociedade urbana do RJ do século XIX; personagens caricatu-radas e situações satíricas; linguagem coloquial.

→ Judas em sábado de aleluia

→ Os dous ou O inglês maquinista (alegoria da realidade nacional de então).

→ O Noviço (sutil crítica à vida religiosa não vocacionada e aos casamentos por interesse).

→ O juiz de paz na roça

→ Quem casa quer casa

Realismo

Inicia-se em 1881, com a publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

Contexto Histórico

As duas décadas de vigência do Realismo e do Naturalismo no País foram um período contur-bado e de grandes transformações na nossa história social, política, econômica e literária. Entre os fatos mais importantes, podem ser elencados a abolição da escravatura (1888), a Proclama-ção da República (1889), as revoltas militares, a especulação na Bolsa de Valores, o Encilha-mento, o surgimento das primeiras escolas de Direito, a filosofia positivista.

Características do Realismo

Racionalismo.

Objetividade.

Análise psicológica.

Crítica à sociedade burguesa, retratada como hipócrita, sem caráter, ociosa e adúltera.

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Tipificação social.

Verossimilhança.

Principal Nome

• Machado de Assis

→ Primeira fase: tendências românticas; convencionalismo; análise de caracteres femininos (esquematismo psicológico)

→ Obras: Ressurreição; A Mão e a Luva; Helena; Iaiá Garcia.

→ Segunda Fase: realista; análise da burguesia do Rio de Janeiro do Império à República; aná-lise psicológica em profundidade; pessimismo, humor amargo, ironia; quebra da linearida-de narrativa; personagens ambíguas; presença do narrador; aparência x essência.

→ Obras: Memórias Póstumas de Brás Cubas (defunto-autor); Dom Casmurro; Quincas Borba (“Ao vencedor, as batatas”); Esaú e Jacó; Memorial de Aires.

• Raul Pompeia: escritor de difícil classificação.

→ O Ateneu (1888).

Naturalismo

Com a publicação de O Mulato (1881), de Aluísio Azevedo, inicia-se o Naturalismo brasileiro.

Contexto Histórico

O século XIX, no Brasil, foi marcado não só pelas transformações político-sociais comuns ao Re-alismo, como também pelas novas concepções a respeito do homem e da vida em sociedade e pelos estudos biológicos, psicológicos e sociológicos.

O Naturalismo, de fato, é uma ramificação do Realismo e uma das suas principais característi-cas é a retratação da sociedade de uma forma bem objetiva.

Características do Naturalismo

Recriação de um universo interpretado à luz do Evolucionismo e do Positivismo.

Temática da patologia social.

Objetivismo científico, impessoalidade, preocupação com minúcias.

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Redução do ser humano ao nível animal.

Detalhismo.

Principal Nome

• Aluísio Azevedo: abordagem patológica de aspectos sociais; temas – anomalias, sexo, mi-séria; tipos sociais.

→ Obras: O Mulato; Casa de Pensão; O Cortiço (influências da Teoria Determinista; misé-ria urbana – o cortiço é retratado como um organismo vivo).

Parnasianismo

Com a publicação de Fanfarras (1882), de Teófilo Dias, inicia-se o Parnasianismo brasileiro. Tra-ta-se de estética literária de caráter exclusivamente poético, que reagiu contra os abusos senti-mentais dos românticos.

Contexto Histórico

A transição do século XIX para o século XX representou para o Brasil um período de consolida-ção das novas instituições republicanas, fim do regime militar e desenvolvimento dos governos civis, restauração das finanças, progresso material.

Características do Parnasianismo

Arte pela arte.

Apego à tradição clássica e à mitologia greco-latina.

Descritivismo.

Culto à forma.

Busca da perfeição formal.

Vocabulário erudito.

Gosto pelo soneto.

Objetividade e impessoalidade.

Principais Nomes

• Olavo Bilac: exploração da temática greco-romana clássica; preocupação com a forma – verso metrificado; tendência ao sentimentalismo e ao sensualismo.

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→ Lirismo Amoroso

Soneto XIII

Ora (direis) ouvir estrelas!Certo perdeste o senso!

E eu vos direi, no entanto,Que, para ouvi-las, muita vez despertoE abro as janelas, pálido de espanto...

[...]

→ Ufanismo Pátrio

Língua Portuguesa

Última flor do Lácio1, inculta e bela,És, a um tempo, esplendor e sepultura:

Ouro nativo, que na ganga2 impuraA bruta mina entre os cascalhos vela...

[...]

1 – Lácio: região que circunda Roma e onde nasceu o Latim; 2 – Ganga: resíduo inútil de minério.

→ Sensualismo

Satânia

Nua, de pé, solto o cabelo às costas,Sorri. Na alcova perfumada e quente,

Pela janela, como um rio enormeDe áureas ondas tranquilas e impalpáveis,

Profusamente a luz do meio-diaEntra e se espalha palpitante e viva.

[...]

• Raimundo Correia: pessimismo amoroso e percepção negativa do mundo.

Mal Secreto

Se se pudesse, o espírito que chora,Ver através da máscara da face,

Quanta gente, talvez, que inveja agoraNos causa, então piedade nos causasse.

[...]

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• Alberto de Oliveira: mais parnasiano de todos; rigor formal.

O Muro

É um velho paredão, todo gretado,Roto e negro, a que o tempo uma oferendaDeixou num cacto em flor ensanguentado

E num pouco de musgo em cada fenda.[...]

Simbolismo

O Simbolismo no Brasil teve início em 1893 com a publicação de Missal (prosa) e Broquéis (ver-so), de Cruz e Souza, e se estendeu até 1922, ano da Semana de Arte Moderna.

No Brasil, foi uma estética marginal, pois se encontrava fora dos grandes centros urbanos do século XIX. A estética predominante era a do Realismo e de suas nuances (Naturalismo e Parna-sianismo). O Simbolismo se desenvolveu no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná e em Minas Gerais.

Contexto Histórico

Os movimentos literários do fim do século XIX e início do XX são marcados pela Primeira Guerra Mundial e pela Revolução Russa, resultantes do Imperialismo. A Revolução Federalista, ocorri-da entre 1893 e 1895, pode ser considerada como um marco do Simbolismo no Brasil.

Características do Simbolismo

Descoberta do inconsciente.

Valorização do mistério.

Forte poder sugestivo: cor, música e ritmo.

Indefinições.

Espiritualismo.

Sensorialismo.

Resgate de traços da subjetividade romântica.

Musicalidade.

Uso de maiúsculas.

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Principais Nomes

• Cruz e Souza – O Cisne Negro: transcendência; sofrimento; erotismo sublimado; platonis-mo; obsessão pelo branco; vítima de preconceito racial; linguagem musical.

Violões que choram

Ah! Plangentes violões dormentes, mornos, soluços ao luar, choros ao vento...

Tristes perfis, os mais vagos contornos,bocas murmurejantes de lamento.

[...]

Antífona

Ó formas alvas, brancas, Formas claras De luares, de neve, de neblinas!...

Ó formas vagas, fluidas, cristalinas... Incensos dos turíbulos das aras...

[...]

• Alphonsus de Guimaraens: religiosidade; misticismo; temática da morte (da noiva).

A Catedral

Entre brumas ao longe surge a aurora, O hialino orvalho aos poucos se evapora,

Agoniza o arrebol. A catedral ebúrnea do meu sonho

Aparece na paz do céu risonho Toda branca de sol.

E o sino canta em lúgubres responsos: “Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!”

[...]

Ismália

Quando Ismália enlouqueceu,Pôs-se na torre a sonhar...

Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar.

[...]

Pré-Modernismo

O Pré-Modernismo foi um período da literatura brasileira, que teve seu desenvolvimento nas dé-cadas de 1910 e 1920. Muitos teóricos da Literatura afirmam que foi um momento de transição entre o Simbolismo e o Modernismo, não constituindo, pois, uma escola, mas a confluência de autores cuja temática os aproximava. Assim, não é apontada uma obra específica como marco inicial do período. Contudo, Os Sertões, de Euclides da Cunha, foi publicado em 1902.

Contexto histórico

O Pré-Modernismo brasileiro situa-se no contexto histórico da consolidação da República. A expectativa de um novo Brasil, mais justo e moderno, com o advento do regime republicano foi frustrada. No novo regime, as desigualdades continuaram, a oligarquia se manteve no po-der, a participação política ficou restrita às elites e os conflitos sociais (por exemplo, Revolta da Vacina, Guerra do Contestado, Cangaço e Revolta da Chibata) pipocaram pelo Brasil. Foi esse contexto que influenciou a produção literária das duas primeiras décadas do século XX.

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Características do Pré-Modernismo

Tendência regionalista.

Denúncia social – interesse pela realidade do Brasil (tipos humanos marginalizados).

Estilo tradicional (exceto Augusto dos Anjos e Lima Barreto, que com ele rompem).

Principais Nomes

• Euclides da Cunha: Os Sertões (1902) – ensaio sociológico e histórico.

→ rigor científico;

→ influência do cientificismo na visão sobre Canudos e sobre a guerra movida pelas for-ças do governo contra Antônio Conselheiro e seus seguidores;

→ determinismo geográfico, racial, histórico;

→ estrutura do livro – A Terra; O Homem; A Luta.

• Augusto dos Anjos: Eu (não se enquadra em nenhum movimento literário) – obra única.

→ vocabulário cientificista, a despeito do tom coloquial;

→ visão pessimista;

→ materialismo, angústia, falta de esperança;

→ predomínio do soneto.

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,Monstro de escuridão e rutilância,

Sofro, desde a epigênese da infância,A influência má dos signos do zodíaco.

[...]

• Lima Barreto: mulato e pobre; temática do preconceito; análise da vida suburbana carioca, especialmente do funcionário público.

→ Obras: Clara dos Anjos; Triste Fim de Policarpo Quaresma (os ideais e as frustrações do funcionário público Policarpo Quaresma, homem metódico e nacionalista fanático); Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá; Recordações do Escrivão Isaías Caminha (quase autobiográfico).

• Monteiro Lobato: nacionalista; progressista; desinteresse pela renovação literária; valori-zação do “realismo tradicional”; Paranoia ou Mistificação – artigo polêmico em que critica a exposição de pintura expressionista de Anita Malfati (1ª fase modernista); retrato predo-minante dos vilarejos decadentes e das populações do Vale do Paraíba.

→ Obras: Urupês (contos satíricos em que se encontra Jeca Tatu, o símbolo do caipira – doentio, subnutrido, preguiçoso); Cidades Mortas; Sítio do Pica-Pau Amarelo.

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• Simões Lopes Neto: presença da cultura regional sul-rio-grandense; fixação dos costumes da campanha gaúcha, em vias de extinção; registro da oralidade regional.

→ Obras: Lendas do Sul (compilação de "O Negrinho do Pastoreio", "Mboitatá" e "A Salamanca do Jarau"); Casos do Romualdo; Contos Gauchescos.

• Graça Aranha: um dos participantes da SAM.

→ Obra principal: Canaã (romance de tese).

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PERIODIZAÇÃO

Escolas Literárias Brasileiras

Modernismo

O Modernismo surgiu de forma quase simultânea em vários países europeus como reflexo da modernização – iniciada com a Segunda Revolução Industrial. Após a 1ª Guerra, as formas artísticas do passado não tinham mais razão de ser. Instaura-se o momento demolidor. Entre os movimentos artísticos inovadores da época – as vanguardas -, há que se destacar, sobretudo na poesia,

• Futurismo – celebra a técnica e a velocidade, despreza o passado;

• Cubismo – busca destruir o convencionalismo das imagens, rompendo com a perspectiva tradicional;

• Dadaísmo – é a negação mais radical da arte como era entendida até então;

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• Surrealismo – prega uma arte insólita, próxima do delírio, irracional e ilógica, advinda do inconsciente.

Modernismo no Brasil

1ª Fase (1922 – 30) – Destruição

2ª Fase (1930 – 45) – Construção

3ª Fase – Geração de 45 – Renovação

Contexto Histórico

• República Velha (1894-1930): "política do café com leite".

• Chegada de imigrantes de origem italiana e japonesa.

• Marginalização dos ex-escravos.

• Surgimento das ideias anarquistas (efeitos da Revolução Russa – 1917).

• Em 1922: influência do Tenentismo em toda a política da década de 20.

• Em 1929: quebra da Bolsa de Nova York.

• Revolução de 30.

• Até 1945: Era Vargas.

A Semana de Arte Moderna (fevereiro de 1922)

O ano de 1922 foi escolhido pela nova geração de intelec-tuais para a proclamação da independência cultural brasi-leira. Segundo Mário de Andrade, a figura mais importan-te da primeira fase modernista, o movimento renovador visava à criação de um estado de espírito nacional.

Os frutos desse movimento foram a divulgação de novos padrões artísticos (o cotidiano, a simplicidade, etc.), a

ocorrência de debates em torno da arte moderna e dos novos valores brasileiros e a repercus-são, em todo o território nacional, da tentativa de romper com o provincianismo.

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1ª Fase (destruição)

Características

• Nacionalismo

• Liberdade de criação

• Orientação revolucionária.

• Rompimento com o passado.

• Desprezo pela gramática normativa

• Coloquialismo

• Cotidiano

• Paródias

Autores e obras da 1ª fase

• Mário de Andrade: papa do Modernismo e sua principal figura teórica.

Poesia

→ Pauliceia Desvairada    • progresso

→ Losango Cáqui       • transformação da paisagem urbana

→ Clã do Jabuti        • ironia e subjetividade

→ Lira Paulistana

ODE AO BURGUÊS

(In: Pauliceia Desvairada)

Eu insulto o burguês! O burguês níquel, o burguês-burguês!

A digestão bem feita de São Paulo! O homem curva! O homem-nádegas!

O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!

(...) Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!

Oh! purê de batatas morais!(...)

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Contos

→ Contos Novos

→ Contos de Belazarte

Romance

→ Amar, verbo intransitivo

Rapsódia

→ Macunaíma, o herói sem nenhum caráter: considerada uma rapsódia devido à variedade de gêneros literários presentes na obra – epopeia (criação do herói); – crônica (linguagem coloquial e registros do cotidiano); – paródia (subversão do sentido original de outras obras – relação com Iracema, de José de Alencar)

• Oswald de Andrade: figura mais irreverente da primeira fase do Modernismo brasileiro, produziu os romances mais revolucionários da nossa literatura, por meio de uma linguagem fragmentada e da montagem cinematográfica dos relatos.

Poesia

→ Pau-Brasil (renovação da linguagem literária, visão irônica do País, poema-piada).

CANTO DE REGRESSO À PÁTRIA

Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá

Romances (eliminação das diferenças entre prosa e poesia).

→ Memórias Sentimentais de João Miramar

→ Serafim Ponte Grande

Teatro

→ O Rei da Vela: crítica à burguesia de São Paulo.

2ª Fase (poesia – construção)

Características

• Preservação de certas inovações poéticas elaboradas na 1ª fase do Modernismo.

• Tendências social e intimista.

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Autores e obras da 2ª fase – poesia

• Manuel Bandeira

→ Estilo simples.

→ Metalinguagem.

→ Sensualismo.

→ Evasão.

→ Infância.

→ Melancolia.

→ Morte.

Também ligado à primeira fase (momento “demolidor”), o que é percebido neste poema, declamado na Semana de 22, em que se faz um ataque aos parnasianos.

OS SAPOS

Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi:

- "Meu pai foi à guerra!" - "Não foi!" – "Foi!" – "Não foi!".

[...]

Também produziu poesia de caráter confidencial e autobiográfico, nos quais explora a temática existencial.

PNEUMOTÓRAX

Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos. A vida inteira que podia ter sido e que não foi.

Tosse, tosse, tosse. Mandou chamar o médico:

- Diga trinta e três. - Trinta e três... trinta e três... trinta e três...

- Respire. ......................................................................................................................

– O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado. – Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?

– Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

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VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA

Vou-me embora pra Pasárgada Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada[...]

• Carlos Drummond de Andrade

→ Nasceu em Minas Gerais – Itabira –, o que muito influenciou sua obra.

→ Publicou poesia, contos, crônicas, literatura infantil e traduções.

→ Principais obras poéticas: Alguma Poesia, Sentimento do Mundo, A Rosa do Povo, Claro Enigma, Lição de Coisas, Boitempo, entre outras.

→ Produziu uma das obras mais significativas da poesia brasileira do século XX.

→ Sua obra tematiza a vida e os acontecimentos do mundo, em versos que ora focalizam o indivíduo, a terra natal, a família e os amigos, o passado, ora os embates sociais, o questionamento da existência e a própria poesia.

→ Apresenta personagens poéticos (Carlos, José...)

POEMA DE SETE FACES

(in Alguma poesia, 1930)

Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche* na vida.

*gauche, esquerdo em francês, é o anti-herói, o desajeitado, solitário.

CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO

Alguns anos vivi em Itabira. Principalmente nasci em Itabira.

Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro. Noventa por cento de ferro nas calçadas.

Oitenta por cento de ferro nas almas. E esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação.

[...]

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JOSÉ

E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu, a noite esfriou,

e agora, José?

E agora, você?

Você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama, protesta?

E agora, José?

[...]

A FLOR E A NÁUSEA

Preso à minha classe e a algumas roupas, Vou de branco pela rua cinzenta.

Melancolias, mercadorias espreitam-me. Devo seguir até o enjoo?

Posso, sem armas, revoltar-me?[...]

• Vinícius de Morais

→ Lírico-amoroso: mistura de aspectos eróticos e espirituais.

→ Poesia social.

→ Ligação com a Bossa Nova

GAROTA DE IPANEMA

Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça É ela menina que vem e que passa

Num doce balanço, caminho do mar[...]

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• Mário Quintana

→ Neossimbolista.

→ Ironia aliada a um fino senso de humor.

→ Epigramas: poemas curtos em prosa.

→ Temas: Porto Alegre; amor; morte; cotidiano; infância.

O despertador é um acidente de tráfego do sono.

• Cecília Meireles

→ Linguagem plena de musicalidade.

→ Temática: ligações com o Simbolismo.

→ Melancolia difusa. Passagem do tempo.

→ Criação poética.

→ Efemeridade das coisas.

MOTIVO

Eu canto porque o instante existe e a minha vida esta completa

Não sou alegre nem sou triste: sou poeta.

2ª Fase (prosa)

Romance de 30

Características

• Influência da Crise de 1929, da crise cafeeira, da Revolução de 30.

• Destaque temático para o regionalismo nordestino.

• Romances com marcas do Real-Naturalismo do século XIX.

• Caráter, por vezes, documental.

• Verossimilhança.

• Criatividade.

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• Narrativa linear.

• Personagens-tipo.

• Coloquialismo.

Obs.: O primeiro romance foi A Bagaceira, de José Américo de Almeida.

Autores e obras da 2ª fase – prosa

• José Lins do Rego: em sua produção, encontra-se o Nordeste dos engenhos, onde desde cedo habitou. Testemunhou a decadência dos engenhos de açúcar, que cederam lugar às usinas, num processo de transformação social e econômica.

Romances do Ciclo da Cana-de-Açúcar

→ MENINO DO ENGENHO (predominância do memorialismo)

→ DOIDINHO (predominância do memorialismo)

→ BANGUÊ (predominância do memorialismo)

→ MOLEQUE RICARDO (narrador em 3ª pessoa)

→ USINA (narrador em 3ª pessoa)

→ FOGO MORTO (narrador em 3ª pessoa; obra dividida em três partes, cuja unidade é garantida pelo cenário comum e o relacionamento que os três diferentes protagonistas mantêm entre si) Denominação dada a um engenho que já não mói.

• Graciliano Ramos (Alagoas)

→ Obra – síntese da psicologia individual e social: temática da modernização brasileira, transformação de um país rural em outro urbano e capitalista.

→ Estilo “seco”, frases curtas.

→ Narrativa em 1ª pessoa (exceção de Vidas secas – narrado em 3ª pessoa, revela a incapacidade de comunicação de Fabiano, o protagonista).

→ Outras obras: Angústia, Vidas secas , São Bernardo, Infância, Insônia, Memórias do cárcere.

• Jorge Amado (Bahia): nasceu em uma fazenda de cacau em Itabuna, o que muito influenciou sua obra, tendo em vista seu conhecimento da disputa de terras para o plantio desse fruto.

1ª fase: romance proletário.

• panfletarismo (ideais comunistas) e esquematismo psicológico;

• sucessão de episódios e de acontecimentos;

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• crença na generosidade humana; relato fiel do dia a dia das camadas populares;

• verossimilhança;

• tipos humanos rústicos;

• erotismo.

• Obras: O país do carnaval (1931); Cacau (1933); Suor (1934); Jubiabá (1935); Mar morto (1936); Capitães de areia (1937); Terras do sem fim (1943); São Jorge dos Ilhéus (1944); Seara vermelha (1946); Os subterrâneos da liberdade (1954).

2ª fase:

• afastamento dos ideais da esquerda ortodoxa;

• personagens de origem popular representantes da liberdade e da solidariedade humanas;

• luta contra os preconceitos da pequena burguesia;

• erotismo;

• humor;

• folclore;

• mitologia das religiões de origem africana.

• Obras: Gabriela, cravo e canela (1958); Os velhos marinheiros (1961); Dona Flor e seus dois maridos (1966); Tenda dos milagres (1969); Tereza Batista, cansada de guerra (1972); Tieta do Agreste (1977); Farda, fardão, camisola de dormir (1979); Tocaia Grande (1984), entre outras.

• Erico Verissimo (Rio Grande do Sul): viu a fortuna de sua tradicional família de estancieiros esvair-se devido ao comportamento perdulário do pai. Tal situação em muito influenciou a sua obra.

1ª fase: Romance Urbano.

• Localização – quase todos em Porto Alegre.

• Registro dos valores e dos costumes da pequena burguesia, sua organização familiar e luta pela ascensão social.

• Visão liberal-humanista.

• Utilização da técnica do contraponto (justaposição de variados personagens e situações, sem que haja um centro narrativo.

• Linguagem tradicional.

• Obras – Clarissa (1933); Caminhos cruzados (1935); Música ao longe (1935); Um lugar ao sol (1936); Olhai os lírios do campo (1938); Saga (1940); O resto é silêncio (1943).

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2ª fase: romances históricos e políticos.

• Reflexão crítica sobre a sociedade; caráter universal.

• Continuidade da visão liberal-humanista.

• Aprofundamento dos temas políticos.

• Linguagem culta formal, sem inovações e sem privilégio de termos regionalistas.

• Obras: O tempo e o vento (O continente – O retrato – O arquipélago); Noite (1954); O senhor embaixador (1965); O prisioneiro (1967); Incidente em Antares (1971); Solo de Clarineta I e II (memórias do autor, 1973).

• Rachel de Queiroz (Fortaleza): primeira mulher a ocupar cadeira na Academia Brasileira de Letras.

→ Narrativas, de tom intimista.

→ Mundo rural e contato com o universo urbano.

→ Obras: O Quinze (1930); João Miguel (1932); Caminhos de Pedra (1937); Três Marias (1939); Dora Doralina (1974); Memorial de Maria Moura (1992)

3ª Fase (renovação)

Autores e obras da 3ª fase

• Guimarães Rosa (Minas Gerais)

→ Obra ambientada no sertão de Minas Gerais.

→ Recriação da linguagem.

→ Universalidade.

→ Predominância do sertão mineiro como espaço físico

→ Predominância do sertão mineiro como estrutura social arcaica.

→ Interrogação do sujeito quanto aos motivos de sua existência.

→ Incorporação do linguajar sertanejo à invenção de um novo léxico.

→ Obras: Sagarana; Primeiras Estórias; Corpo de Baile (temática existencial e metafísica, abordagem simbólica); Grande Sertão: Veredas.

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• Clarice Lispector

→ Introspecção.

→ Sondagem do mundo interior.

→ Ausência de ação exterior.

→ Universo feminino.

→ Monólogo interior (fluxo da consciência).

→ Personagens inusitadas.

→ Romances: Perto do Coração Selvagem; A Paixão Segundo G.H. (problematização da solidão e da busca feminina da própria identidade; personagem-narradora G.H); A Hora da Estrela (história de Macabéa, uma alagoana simples).

→ Contos: Laços de Família.

• João Cabral de Melo Neto

→ Rigor formal.

→ Exatidão.

→ Linguagem concisa, “visão de engenheiro”.

→ Paisagem do Nordeste brasileiro e da Espanha.

→ Poesia social.

→ Obras principais: O Cão Sem Plumas (rio Capibaribe = rio-detrito); Morte e Vida Severina – Auto de Natal Pernambucano.

Obs.: nessa fase, vê-se o distanciamento da irreverência e do engajamento social marcantes na 1ª e 2ª fases do Modernismo no Brasil. Logo, as características são o apuro formal, a valorização da técnica da composição, o intelectualismo, temas referentes à sociedade, à política e à ética vigente.

[...]E não há melhor resposta que o espetáculo da vida:

vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida (...)

vê-la brotar como há pouco em nova vida explodida;

mesmo quando é assim pequena a explosão, como a ocorrida;

mesmo quando é uma explosão como a de há pouco, franzina; mesmo quando é a explosão

de uma vida severina.

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Concretismo

No início dos anos 50, o avanço da tecnologia e dos meios de comunicação de massa propiciou a busca de novas formas de expressão. Assim, surgiu o Concretismo, movimento de vanguarda que primava, por meio de sua estética, por uma maior preocupação com a comunicação visual do que com a verbal. Seus adeptos – entre eles, os criadores Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos – atacavam a produção da Geração de 45, acusando-a de verbalismo.

Características

• Experimentalismo poético: abolição do verso tradicional, linguagem sintética, uso de neologismos e de estrangeirismos.

• Objectualização do poema – valorização do espaço gráfico.