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Ano 11, Dezembro 2014
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3
Manuel António AssunçãoReitor da Universidade de Aveiro
Edito
rial
Neste aniversário da UA sublinhamos
o caráter pioneiro do Programa de
Cátedras Convidadas, instituído para
promover a colaboração de cientistas de
elevado mérito no desenvolvimento
e afirmação de áreas estratégicas.
De entre todas elas foi decidido convidar
o Professor Philippe Pierre, ilustre
imunologista francês, associado à cátedra
Ilídio Pinho. E foi-o porque a Saúde é
hoje um dos domínios mais transversais
na atividade da UA, contando com
os contributos de um número muito
significativo de departamentos, escolas
e unidades de investigação, e com
tradução não só em termos de criação de
conhecimento, mas também de ensino,
prestação de serviços e cooperação
com outras instituições.
A investigação que vimos desenvolvendo
mobiliza já competências de praticamente
todas as áreas da UA: saúde,
naturalmente; física e química; biologia;
materiais; electrónica, telecomunicações
e informática; línguas; ambiente; educação;
políticas públicas; gestão e marketing,
sem querer ser exaustivo.
E continuamos a dar passos significativos
para reforçar a capacidade de bem fazer.
Criámos o iBiMED – Instituto de
Biomedicina de Aveiro, que congrega,
numa ótica multidisciplinar, investigadores
focados no estudo do envelhecimento e das
doenças a ele associadas, e que passou,
com distinção, à 2ª fase da avaliação
conduzida pela Fundação para a Ciência e
Tecnologia (FCT). Criámos igualmente um
pólo do CINTESIS – Centro de Investigação
em Tecnologias e Serviços da Saúde,
coordenado pela Universidade do Porto.
Ainda no âmbito de iniciativas recentes,
refiro a infraestrutura nacional para a
sequenciação e análise genómica –
Genome -, liderada pela UA, e que figura
entre os 40 projetos incluídos no roteiro
nacional promovido pela FCT. Roteiro
em que estamos presentes noutros
dois projetos no domínio das Ciências
Médicas e Biológicas: a rede nacional de
espectometria de massa e a plataforma
portuguesa de bioimagem.
No âmbito do Programa Mais Centro,
contando com o apoio da região, foram
criadas linhas de investigação em
“Biomateriais para uso em Medicina
regenerativa” e “Novas estratégias
aplicadas a distúrbios neuropatológicos”,
que possibilitaram a contratação
de investigadores.
No ensino tiramos partido do caráter dual
– universitário e politécnico –, e da nossa
estrutura matricial, através de cursos
ministrados na Escola Superior de Saúde
e na Secção Autónoma de Ciências da
Saúde. E alguns dos nossos melhores
estudantes são, precisamente, atraídos
para cursos como Ciências Biomédicas,
Biotecnologia ou Enfermagem.
O conhecimento e formação adquirem
uma particular expressão na colaboração
ativa que temos com a rede assistencial da
região, bem como com outros agentes do
setor, com tradução em estágios, projetos
conjuntos e prestação de serviços.
Estas são, apenas, algumas das frentes
em que marcamos presença, reforçando
as competências que detemos e
colocando-as ao serviço da melhoria da
qualidade de vida. Fazemos muito. Mas
podemos fazer mais e, sobretudo, melhor.
Com este objetivo foi criado, em maio
de 2013, um Grupo de Missão para a Área
da Saúde, coordenado pelo Professor
Júlio Pedrosa. O trabalho realizado
permitiu traçar orientações para aumentar
a relevância, o impacto e a eficiência
da nossa ação, a que se segue agora
a necessária concretização.
Importa, pois, tirar partido de todo este
potencial mobilizador e agregador,
no quadro mais alargado dos objetivos
europeus e nacionais para 2020, em que
a saúde, as alterações demográficas
e o bem-estar foram escolhidos como
desafios societais a superar.
linhas dezembro 2014
CULTURAL A grande música quer entrar nos lares sem
perder a solenidade reservada aos mestres
compositores
27-29
16-21
09-13
03
OPINIÃO
UA 2020: Uma Universidade Cívica
Investigação fundamental e aplicada
ENTREVISTA COM...
Isabel Martins
DOSSIER
UA e China: um enorme abraço com mais
de três décadas de parcerias
PERCURSOS ANTIGOS ALUNOS
Rui Costa
Ana Biscaia
Pedro Rogeiro
DISTINÇÕES
PERCURSO SINGULAR
Cátedra Ilídio Pinho para imunologistas e
especialistas em células dendríticas
EDITORIAL
Manuel António Assunção
Reitor da UA
06-0822-26
30-34
14-15
5
58-59
ACONTECEU NA UA
50-5235-37
53-57
COOPERAÇÃO
AAAUA otimista e cheia de projetos
para 2015!
Campus e cidade unem-se para mostrar a amizade pelos modos suaves de mobilidade e pela bicicleta
INVESTIGAÇÃO
Recomendações para gestão integrada
da ria nas próximas décadas ao dispor
dos decisores
Casa Passiva: o edifício do futuro no presente
CAMPUS SUSTENTÁVEL
UA aceita o desafio da ONU:
ter um Campus Sustentável
ENSINO
Alunos internacionais de mobilidade
consideram "excelente" experiência na UA
45-49
39-44
EDIÇÕES
linhas dezembro 2014
A UA tem sabido distinguir-se e afirmar-se pela relação que
estabelece com a sociedade e com a Região. O desafio
fundador, de se afirmar como uma universidade inovadora,
aberta à sociedade e capaz de fazer face aos maiores desafios
regionais, foi sendo respondido de forma capaz, tendo o seu
contributo para o desenvolvimento regional sido inquestionável.
Este percurso resultou numa forte interação com o tecido
económico e com as autoridades públicas locais e regionais,
na formação e investigação orientada para a economia regional
e para as necessidades societais, através de um envolvimento
inovador e de uma abordagem transversal às várias áreas
científicas que foram sendo desenvolvidas nos seus campi.
Hoje não é difícil afirmar que a UA é uma Universidade Cívica.
Os resultados são prova deste sucesso: redes de investigação
e formação internacionais, uma reputação de universidade
inovadora, com investigação de excelência, reconhecida pelo
seu papel no desenvolvimento regional e com uma comunidade
internacional em crescimento.
· orientar os processos futuros de
aprofundamento da sua missão,
especialmente no que diz respeito a
esta articulação;
· inovar na forma como se coloca ao
serviço da sociedade.
Este papel foi já reconhecido a nível
europeu, nomeadamente ao ser
identificada como estudo de caso numa
recente conferência sobre o papel
das Universidades Cívicas na Europa
promovida pelo Comité Económico e
Social da UE (junho de 2014).
Consideramos estarem, assim, reunidas
as condições para levar a cabo a
implementação de uma estratégia
que consubstancie esta experiência e
promova as necessárias adaptações
institucionais, de práticas e de
envolvimento com a sociedade. Uma
estratégia doravante designada por UA
2020: Universidade Cívica.
A distinção e separação entre funções
principais e função de ligação à sociedade
(usualmente designada por terceira
missão) é necessariamente menos clara
na Universidade Cívica. A sobreposição
e interligação entre as três missões
(formação, investigação e ‘cooperação’)
torna-se, não só, mais presente, como
também mais determinante para a
estratégia e missão da Universidade. Esta
sobreposição, ou melhor, a propositada
articulação e interdependência entre
missões tem profundas consequências
para cada uma delas e para a missão da
Universidade como um todo.
Em síntese, uma Universidade Cívica
reconhece que tem um sentido de
missão, é ativamente empenhada na
sociedade, desenvolve uma perspetiva
UA 2020:uma Universidade Cívica
Filipe TelesPró-reitor da UA
Uma Universidade Cívica entende
que o sentido da sua missão é ser melhor
para alguma coisa, e não apenas melhor
em alguma coisa.
Uma Universidade Cívica entende que o sentido da sua
missão é ser melhor para alguma coisa, e não apenas melhor
em alguma coisa. Trata-se de uma Universidade ativamente
envolvida na sociedade, promovendo a excelência e a
colaboração, de forma inovadora, transversal e em função das
necessidades identificadas na comunidade.
No entanto, a fronteira que se esbate entre a academia e a
sociedade exigirá uma capacidade de permanente adaptação
às novas exigências, necessidades e desafios desta última.
Tendo em conta a identidade da UA e o percurso que estabeleceu
ao longo dos seus primeiros 40 anos, há condições para:
· consolidar a experiência que tem demonstrado no
âmbito da relação com a sociedade e a cooperação que
soube estabelecer com a Região, ao assumir um papel
determinante no desenvolvimento regional;
7 opinião
holística na sua ação, com um sentido
de identidade indissociável da sua
comunidade de pertença territorial, e
é permanentemente inovadora. Uma
universidade aberta, permeável aos
desafios societais, capaz de medir e
avaliar o seu contributo para a sociedade.
Este é um processo estratégico que
implica mudanças graduais, mas
significativas no modo de atuar, na
orgânica institucional, nos incentivos, e
nas práticas de formação e investigação.
Implica, necessariamente, o envolvimento
empenhado de toda a comunidade
académica. A Universidade Cívica
implicará uma maior articulação entre
investigação e ensino; o desenvolvimento
de uma atitude transformadora,
socialmente responsável e empenhada,
conduzindo a sua missão enquanto
instituição de ensino superior em
função do impacto que as três missões
produzem na sociedade.
A UA pode assumir este percurso
se continuar a apostar na
internacionalização, na excelência da
investigação, na qualidade inovadora da
sua formação e na relação inseparável
com a comunidade local, nacional
e internacional. No entanto, o que
a distinguirá significativamente das
outras instituições é a capacidade de
se afirmar pela intencional e estratégica
articulação das suas missões,
nomeadamente repensando a relação
entre estas, integrando os desafios
societais nas suas agendas de formação
e investigação e reforçando o papel
das unidades de interface e do futuro
Parque de Ciência e Inovação. Será
ainda fundamental para esta estratégia
o aprofundamento das relações com
os stakeholders e alumni e a estreita
articulação com a Região, através
da participação ativa nos diversos
fora de decisão e na valorização de
programas de ação como as Plataformas
Tecnológicas e as iniciativas no
âmbito da promoção e valorização do
empreendedorismo, da inovação social e
da cultura científica.
Nas últimas quatro décadas o contributo
da UA é inquestionável. Importa, agora,
reforçar este papel que passa por
colocar a excelência académica ao
serviço da sociedade. A missão, assim
definida, implica uma maior articulação
entre as necessidades societais, a
produção e criação de conhecimento e
a ação da universidade. Requer, ainda,
o aumento de parcerias e plataformas
de articulação com a sociedade e
o desenvolvimento de mecanismos
e processos de co-produção de
conhecimento.
Uma estratégia com estas preocupações
deve, assim, garantir os objetivos de
promoção da reputação da UA enquanto
Universidade Cívica de Excelência,
permitindo posicioná-la enquanto
líder reconhecido no desenvolvimento
económico, social e cultural da região, e
contribuir para a afirmação internacional
da UA enquanto instituição atenta e a
contribuir ativamente para a resposta
aos desafios societais. Uma estratégia
que permita, ainda, contribuir para o
desenvolvimento do perfil público de
Aveiro como uma UniverCidade e da
Região de Aveiro como uma Região de
Conhecimento e Inovação.
A UA pretende criar e mobilizar
conhecimento de forma autónoma e
articulada com as necessidades da
sociedade. Ao fazê-lo, para além de
cumprir a sua missão cívica, deve
garantir que a mesma é consequência
de investigação e de formação de
excelência nas respetivas áreas. A UA
2020: Universidade Cívica possibilitará,
ainda, criar condições para um melhor
aproveitamento deste novo período de
programação comunitário 2014-
-2020, promovendo a sua atratividade
e internacionalização. É, assim,
determinante para o sucesso da
UA a valorização das suas áreas de
especialização, a partir da identificação
dos desafios societais mais relevantes
no seu contexto e para os quais poderá
contribuir. A missão da UA 2020:
Universidade Cívica resultará
da colaboração interna multidisciplinar
e do envolvimento ativo de toda
a comunidade.
linhas dezembro 2014
Investigação e Desenvolvimento (I&D) é comummente
decomposta em três categorias: investigação fundamental,
que se preocupa com o avanço do conhecimento por si só
(embora, naturalmente, possa incluir investigação teórica e
experimental); investigação aplicada, cujas descobertas são
passíveis de se transformarem em produtos e, normalmente,
é guiada por um fim muito concreto; desenvolvimento, que se
centra em implementar, na forma de produtos, as tecnologias
entretanto descobertas. Deve-se, no entanto, ressalvar que
este tipo de classificação está longe de ser consensual,
havendo autores (Rosenberg, 1990) que consideram mesmo
que em algumas áreas do conhecimento (como a medicina
ou a agricultura) não se deve levar em linha de conta, pelo
menos de modo absoluto, quaisquer tentativas de divisão da
investigação em fundamental e aplicada.
Quando se trata de planear financiamento de I&D, é
relativamente evidente a tentação, por parte de políticos e
decisores (públicos e privados), de emitirem opiniões — ou
mesmo tomarem decisões — meramente suportadas por
perceções pessoais, casuísticas, e não raras vezes sem algum
fundamento suportado por bases científicas.
Em termos mais globais, a história tem mostrado que em
épocas de grave crise económica e/ou instabilidade social,
o investimento em investigação fundamental fica pura e
simplesmente “esquecido”. Em tais épocas, constata-se até
o desaparecimento de uma perceção relativamente empírica
de que a longo prazo as três categorias acima indicadas estão
extraordinariamente interligadas, dependendo fortemente
entre si e alimentando-se mutuamente. O interessante é que
já existem modelos que permitem precisamente modelar o
equilíbrio e as dependências entre as tais três categorias de I&D;
cf., e.g., Akcigit, Hanley & Serrano-Velarde (2013) e Czarnitzki
& Thorwarth (2012). Várias empresas de grande dimensão e
abrangência mundial conhecem, de forma profunda, aquelas
formas de equilíbrio e as dependências inerentes, que são aliás
mensuráveis e passíveis de se deduzir de tais modelos. Assim,
não será por acaso que várias dessas empresas possibilitem
aos seus colaboradores meios e espaços temporais de criação,
não delimitados por objetivos imediatistas. Não são poucas as
vezes que estas mesmas empresas investem de forma planeada
(e com montantes bastante consideráveis) em investigação
fundamental – mesmo quando os seus principais objetivos são
muito concretos e imediatos.
Ao vivermos a atual crise económica,
na Europa, é constrangedor podermos
interpretar que, ao nível do investimento
público, não se aprendeu muito com
a história, nem, em particular, parece
haver conhecimento sustentado sobre
um necessário mínimo equilíbrio no
investimento entre as ditas investigações
(a fundamental e a aplicada). Há nesta
altura, na União Europeia, em nossa
opinião, uma exagerada e não equilibrada
tendência no investimento para os
resultados de investigação de cariz
imediato, em desfavor da investigação
fundamental. Se tivermos em conta os
modelos referidos acima, é fácil constatar
que níveis mínimos de equilíbrio no
investimento público nas três categorias
de I&D não estão considerados em
programas como o atual Programa-
Quadro Comunitário de Investigação e
Inovação – Horizonte 2020. Na realidade,
nos três pilares fundamentais daquele
programa (“Excelência Científica”,
“Liderança Industrial” e “Desafios
Societais”) é preciso algum esforço para
que aí se vislumbrem enquadramentos
da investigação fundamental. Pior ainda,
naquele programa (que, recorde-se, tem
um horizonte temporal de 2014 a 2020),
existem áreas do conhecimento com
extrema dificuldade em se enquadrarem
em alguma parte dos eixos do programa.
Aqueles que fazem investigação
fundamental, devem, portanto, ser
construtivos e o mais latos possível
na busca de financiamento para esta
categoria de investigação.
Só desta forma se poderá tentar
minimizar o desequilíbrio que nestas
breves linhas identificámos.
Investigação fundamental e aplicada
Luís Castro Docente do Departamento de Matemática da UA e investigador do CIDMA
Akcigit, U., Hanley, D.
& Serrano-Velarde, N.
(2013), “Back to basics:
Basic research spillovers,
innovation policy and
growth” PIER Working
Paper, 13-051.
Czarnitzki, D. & Thorwarth,
S. (2012), “Productivity
effects of basic research
in low-tech and high-tech
industries” Research
Policy, 41:1555–1564.
Rosenberg, N. (1990),
“Why do firms do basic
research (with their own
money)?” Research
Policy, 19:165–174.
9 opinião9 distinções
UA ENTRE AS 500 MELHORES UNIVERSIDADES DO MUNDO
O ranking da US News coloca a academia de Aveiro na restrita lista liderada pela
Universidade de Harvard seguida pelo Massachusetts Institute of Technology.
No ranking regional a US News situa a UA na 208.ª posição entre as mais bem
cotadas universidades europeias.
Entre as quatro universidades portuguesas referidas pelo ranking, a de Lisboa, no
265.º lugar, consegue o melhor resultado. Seguem-se as do Porto, de Coimbra e a
de Aveiro. No ranking regional para a Europa, a instituição lisboeta aparece na 113.ª
posição, Porto na 144.ª, Coimbra na 185.ª e Aveiro na 208.ª.
O novo ranking foi apresentado no final de outubro pela publicação norte-americana
especializada em educação, a US News, que há três décadas organiza listas sobre as
melhores universidades dos EUA.
DISTINÇÕES
ALUNOS INTERNACIONAIS
A UA obteve a melhor classificação
a nível nacional no “International
Student Satisfaction Awards 2014”,
do portal StudyPortals. A academia
de Aveiro foi considerada “excecional”
pelos alunos internacionais, obtendo
a classificação mais elevada no
ranking (pelo menos 9,5 valores em
10), relativamente a 2013/2014. A UA
repete, assim, o primeiro lugar do ano
anterior, melhorando mesmo a sua
classificação: passou de "excelente"
a "excecional".
Em Portugal, a Universidade
de Coimbra e do Instituto Superior
de Ciências do Trabalho e da
Empresa/Instituto Universitário de
Lisboa obtiveram as segunda e
terceira posições. As três instituições
obtiveram a classificação
de “excecional”.
O prémio, sob a forma de um
certificado, é o resultado de um
inquérito realizado na plataforma
de intercâmbio de experiências
de estudantes da StudyPortals.
linhas dezembro 2014
DOCUMENTÁRIOS DA UA
PREMIADOS NA 20.ª EDIÇÃO DO
CINEECO
O filme Neram N'dok, cuja filmagem
e montagem foi feita pela UA, ganhou
a categoria Lusofonia na 20.ª edição
do CineEco - Festival Internacional de
Cinema Ambiental da Serra da Estrela
que, de 11 a 18 de outubro, colocou a
concurso o que de melhor o cinema
mundial tem produzido sobre o ambiente
e a preservação da natureza. Na mesma
categoria, o documentário “A Ria por
Dentro” realizado pela UA foi galardoado
com uma menção honrosa.
O Neram N'dok é um documentário
sobre as ilhas Urok, situadas no
arquipélago dos Bijagós (Guiné-Bissau),
sobre os seus habitantes que têm
em mãos a construção de um
modelo único de sustentabilidade e
desenvolvimento e sobre a vibrante
natureza da qual dependem.
Também o documentário “A Ria por
Dentro”, um dos quatro documentários
produzidos e realizados pela UA, numa
colaboração entre Departamento de
Biologia/CESAM, STIC-audiovisuais e
IDAD, no âmbito do projeto “Do Ar à Água”,
recebeu da 20.ª edição do CineEco uma
menção honrosa na categoria Lusofonia.
Este projeto foi financiados pela
Agência Ciência Viva e pelo Compete
e teve como responsáveis os biológos
da UA Ana Maria Rodrigues e Victor
Quintino. Ana Maria Rodrigues aponte
que "os quatro documentários, têm
como objetivo dar a conhecer aspetos
sobre a biodiversidade, em particular da
Ria de Aveiro, zona húmida de beleza
paisagistica única no País, e pretendem
sensibilizar para a necessidade de gerir
de forma equilibrada os recursos naturais
da Ria de modo a não por em causa o
seu património natural".
NUNO BORGES DE CARVALHO
ELEITO "FELLOW" DO IEEE
Nuno Borges de Carvalho, professor
do Departamento de Eletrónica,
Telecomunicações e Informática
da UA e investigador do Instituto
de Telecomunicações, foi eleito em
novembro "fellow" do Institute of
Electrical and Electronics Engineers
(IEEE), elevando para três o número de
académicos da UA com este título.
O professor e investigador do IT
junta-se, assim, aos outros dois
membros da UA que já são "fellows"
do IEEE, nomeadamente: Andrei
Kholkin, investigador-coordenador
do Departamento de Engenharia de
Materiais e Cerâmica (DMAC) e do
Centro de Investigação em Materiais
Cerâmicos e Compósitos (CICECO),
e José Carlos Pedro, professor
do Departamento de Eletrónica,
Telecomunicações e Informática e
também investigador do Instituto de
Telecomunicações.
LIVRO DE EUGÉNIO LISBOA
CONQUISTA GRANDE PRÉMIO DE
LITERATURA BIOGRÁFICA 2012/2013
O livro “Acta Est Fabula – Memórias
I – Lourenço Marques (1930-1947)”, da
autoria de Eugénio Lisboa, professor
aposentado da UA e colaborador
do Centro de Línguas, Literaturas e
Culturas (CLLC), editado pela Opera
Omnia, conquistou o Grande Prémio de
Literatura Biográfica 2012/2013. Este
galardão foi atribuído em novembro pela
Associação Portuguesa de Escritores,
concretamente, na categoria de
Biografia, Autobiografia e Diário.
PROJETO DA UA VENCE CATEGORIA
DO BGI - IUL MIT PORTUGAL CAIXA
CAPITAL ACCELERATOR
Um dispositivo à escala milimétrica
que mede a quantidade de radiação
aplicada no organismo, desenvolvido
por investigadores da UA, venceu em
novembro a quinta edição do Building
Global Innovators (BGI) - IUL MIT
Portugal Caixa Capital Accelerator,
na categoria de Medical Technology
and Health IT. A equipa promotora do
projeto, designado nuRISE, recebeu
100 mil euros de prémio.
O dosímetro projetado pela equipa
permite aos médicos aplicar o
tratamento radioterapêutico de forma
mais eficiente nas células malignas
poupando ao mesmo tempo os tecidos
saudáveis, na medida em que fornece
informação em tempo real sobre a
dose de radiação que está realmente a
ser aplicada.
Formada pelos investigadores Luís
Moutinho, João Veloso e Filipe Castro,
do grupo Deteção da Radiação e
Imagiologia Médica do Departamento
de Física da UA, a equipa desenvolveu
o projeto, ao longo de três anos,
no âmbito das atividades do grupo
Deteção de Radiação e Imagiologia
Médica (DRIM), do Instituto de
Nanoestruturas, Nanofabricação e
Nanomodelação (I3N), laboratório
associado com polo na UA.
11 percurso singular11 distinções
DIRETOR DO CICECO NOMEADO
MEMBRO DA EUROPEAN ACADEMY
OF SCIENCES
A missiva de Claude Debru, presidente
da European Academy of Sciences
(EURASC), chegou dia 8 de setembro.
Convidava o investigador João
Rocha, também diretor do Centro de
Investigação em Materiais Cerâmicos
e Compósitos (CICECO), laboratório
associado da UA, para membro da
Academia na sequência de um processo
em que o seu nome foi apoiado por
todos os membros do Conselho Geral
daquela instituição.
A nomeação, atribuída pela primeira
vez a um cientista nacional, é motivo de
orgulho para o professor da academia de
Aveiro. É também “um sinal de que o fim
já esteve mais longe”, comentou então
usando o seu sentido de humor.
João Rocha é membro da Academia
das Ciências de Lisboa, foi distinguido,
em 2004, com o Prémio de Excelência
Científica da Fundação para a Ciência
e Tecnologia (FCT) e é avaliador
do European Research Council. O
investigador desenvolve a sua atividade
nas áreas da química de materiais (em
particular emissores de luz), ressonância
magnética nuclear e difração de raios-X.
Com um palmarés de 430 artigos no
sistema internacional de registo e
citações científicas, 23 capítulos de livros
e 10 mil citações no total da sua produção
científica, e três pedidos de registo de
patente, João Rocha foi distinguido por
uma das mais prestigiadas organizações
científicas europeias.
EQUIPA DA UA EM PRIMEIRO LUGAR
NACIONAL E IBÉRICO NO CONCURSO
DE PROGRAMAÇÃO IEEE XTREME 8.0
As quatro equipas da UA que
participaram na competição “IEEE
Xtreme 8.0” ficaram no Top 10 Nacional,
ficando uma delas em 1º lugar a nível
ibérico. O concurso IEEE Xtreme 8.0, que
decorreu em outubro na academia de
Aveiro, consistiu numa competição de 24
horas de programação a nível mundial,
organizado pelo Institute of Electrical
and Electronics Engineers (IEEE) - UA
Student Branch.
PAULO VILA REAL ELEITO
PRESIDENTE DA COMISSÃO "FIRE
SAFETY OF STEEL STRUCTURES"
DA ECCS
Paulo Vila Real, professor do
Departamento de Engenharia Civil da
UA, foi eleito em outubro presidente
da Comissão Técnica nº 3 (TC3),
“Fire Safety of Steel Structures”, da
European Convention for Constructional
Steelwork (ECCS). O organismo
agrega as associações europeias de
construção metálica e mista e tem
como objetivo principal a promoção
do uso do aço na construção através,
entre outros, do contributo das suas
comissões técnicas, cujos membros são
maioritariamente académicos.
FÁBRICA CENTRO CIÊNCIA VIVA DE
AVEIRO VENCE PRIMEIRO PRÉMIO NO
CONCURSO “CIENCIA EN ACCIÓN”
A produção teatral da Fábrica Centro
Ciência Viva de Aveiro, com o título “Claro
como água!”, venceu o primeiro prémio
da XV edição do concurso internacional
“Ciência en Acción”, na modalidade “Puesta
en Escena”. O evento decorreu em outubro,
na CosmoCaixa Barcelona, em Espanha.
“Ciencia en Acción” é um concurso
internacional de língua espanhola e
portuguesa que visa fomentar a divulgação
científica e tecnológica. O evento mantém,
desde a sua criação, importantes laços
com outros programas de objetivos
análogos em museus, universidades,
empresas, centros científicos e outras
organizações relacionadas com a ciência,
por toda a Europa.
UA EM DESTAQUE NO GRANDE
CONCURSO EDUCACIONAL
SQÉDIO 2014
A UA esteve em evidência no Grande
Concurso Educacional Sqédio 2014. Para
além de ter alcançado o Grande Prémio
Projeto, a academia de Aveiro trouxe
para casa três menções honrosas do
concurso que anualmente desafia todos
os estudantes do ensino secundário e
superior a apresentarem seus projetos
3D. Forte nessa área, o Departamento
de Engenharia Mecânica (DEM) vestiu a
camisola da UA, disse presente e acabou
por atrair os holofotes do Sqédio 2014. Os
prémios foram entregues em setembro.
INVESTIGAÇÕES DA UA PREMIADAS
PELA INTERNATIONAL HUMIC
SUBSTANCES SOCIETY
Joana Leal e João Matos, doutorandos
do Departamento de Química e do
Centro de Estudos de Ambiente e Mar
(CESAM) da UA, foram homenageados
e premiados pela International Humic
Substances Society (IHSS) numa
cerimónia que decorreu em outubro na
cidade de Ioannina (Grécia).
linhas dezembro 2014
CERVEJA MALDITA É A MELHOR
DA EUROPA
A Cerveja Maldita foi distinguida como a
Best Barley Wine, na categoria de Europe’s
Best Beers 2014. O prémio foi entregue a
26 de setembro pela World Beer Awards,
sendo que esta instituição é conhecida por
ser aquela que define a melhor cerveja do
mundo. A cerveja é produzida pela Faustino
Microcervejeira, uma empresa incubada na
Incubadora de Empresas da Universidade
de Aveiro (IEUA).
Artur e Gonçalo Faustino são os pais da
Faustino Microcervejeira, uma empresa
de produção de cerveja artesanal
cujo parto resultou da união de dois
engenheiros, pai e filho, com uma paixão
em comum por cerveja, e com o apoio
da IEUA.
JOÃO A. P. COUTINHO GANHA
PRÉMIO PROFESSOR ALMIRO E
CASTRO
O docente da UA João A. P. Coutinho foi
o grande vencedor do prémio Professor
Almiro e Castro. A distinção, atribuída
ao investigador do Departamento de
Química e do Centro de Investigação
em Materiais Cerâmicos e Compósitos
(CICECO) da academia de Aveiro
durante a 12th International Chemical
and Biological Engineering Conference
(CHEMPOR 2014), que decorreu em
setembro no Porto, homenageia
o trabalho que o investigador tem
realizado nos últimos anos em áreas
que vão desde a purificação de
biomoléculas, à caraterização de
biocombustíveis, passando pelas novas
tecnologias para a recuperação
de petróleo.
“O trabalho que foi premiado é o
resultado do esforço dedicado de uma
enorme equipa por mim coordenada”,
congratulou-se João A. P. Coutinho
depois de ter recebido o prémio instituído
pela Paralab, uma empresa nacional da
área de distribuição de equipamentos
científicos para aplicações laboratoriais
e industriais. O galardão pretende
distinguir, de três em três anos, o mérito
científico de um docente e investigador
de nacionalidade portuguesa, com
idade inferior a 45 anos, que se tenha
destacado nas áreas das Engenharias
Química, Biológica e afins.
IMPRESSORA 3D NASCIDA
NA UA ENTRE AS MELHORES
DO MUNDO
A Beethefirst foi uma das grandes
vencedoras do The 3D PrintShow
Global Awards. A primeira impressora
3D portuguesa, criada por Francisco
Mendes e Jorge Pinto, engenheiros
formados na academia de Aveiro, foi
galardoada em setembro com os prémios
Best Consumer Printer e Best Prosumer
Printer no concurso do 3D PrintShow, o
certame que decorreu em Londres e que
é um dos maiores encontros mundiais do
setor das tecnologias de impressão a três
dimensões.
IDEIA DE NEGÓCIO DE ALUNOS
DA ESAN PREMIADA EM
CONCURSO NACIONAL DE
EMPREENDEDORISMO
Chama-se Upss, é uma bebida "low
cost" disponibilizada num copo
inovador e foi preparada a pensar nos
jovens. Desenvolvida por Ana Couto,
Mariana Figueira e Jhonny Carvalhais,
Os prémios entregues pela IHSS tiveram
por objetivo premiar jovens estudantes
graduados que estejam a desenvolver
projetos de doutoramento e contaram
com a candidatura de dezenas de
investigadores de todo o mundo cujos
trabalhos foram avaliadas pelo IHSS
Travel Support Award Committee.
O processo de avaliação que distinguiu
os dois investigadores da UA
valorizou primariamente a qualidade e
originalidade do conteúdo científico do
trabalho. Adicionalmente, cada jovem
investigador premiado devia ser parte
ativa e principal do planeamento e
condução da investigação no campo das
substâncias húmicas.
MATEMÁTICO DA UA UWE KÄHLER
PREMIADO PELA SOCIEDADE
EUROPEIA DE MÉTODOS
COMPUTACIONAIS NAS CIÊNCIAS
E ENGENHARIAS
A Sociedade Europeia de Métodos
Computacionais nas Ciências e
Engenharias premiou Uwe Kähler com
a distinção de Honorary Fellowship
pelas suas proeminentes contribuições
no campo da Matemática Aplicada.
A cerimónia que homenageou o
investigador do Departamento de
Matemática da UA decorreu a 23 de
setembro durante a 14ª International
Conference of Numerical Analysis and
Applied Mathematics que teve lugar
em Rodos, Grécia, onde Uwe Kähle foi
orador convidado.
13 distinções
estudantes do curso de Tecnologia
e Design de Produto da Escola
Superior Aveiro Norte (ESAN), a ideia
conquistou em setembro uma menção
honrosa no Concurso Nacional de
Empreendedorismo, o Poliempreende.
A bebida já tinha conquistado um
Concurso Regional que decorreu em
julho na UA.
ESTUDO DA TERMODINÂMICA VALE
RECONHECIMENTO INTERNACIONAL
PARA INVESTIGADORA DA UA
A investigadora Mara Freire foi
galardoada com o “ECTP-NETZSCH
Young Scientist Award”. O prémio
atribuído em setembro à investigadora
do Centro de Investigação em Materiais
Cerâmicos e Compósitos (CICECO)
da UA durante o "20th European
Congress on Thermophysical Properties"
homenageia, a cada três anos, uma
carreira científica de elevado mérito de
investigadores com menos de 40 anos
de idade na área da caracterização de
propriedades termofísicas.
Já em 2013 Mara Freire conquistou
1,4 milhões de euros atribuídos pelo
Conselho Europeu de Investigação,
através de uma das mais importantes
bolsas europeias de apoio
à investigação científica.
Durante os últimos anos a cientista,
licenciada em Química Analítica e
Doutorada em Engenharia Química
pela academia de Aveiro, estudou
essencialmente os perfluorocarbonetos
e os líquidos iónicos, duas grandes
categorias de solventes com
propriedades promissoras para as mais
variadas aplicações em processos
industriais. “Visando a sua aplicação
industrial contribuí com uma larga
panóplia de propriedades termofísicas,
assim como com a determinação dos
seus diagramas de fase”, lembrou.
GRUPO DE ROBÓTICA DA UA VENCE
NOVAMENTE CONCURSO "O ROBÔ
BOMBEIRO"
A UA ganhou dois primeiros prémios na
competição “O Robô Bombeiro”. Com
as equipas Robotazos 1 e Robotazos 2,
a academia de Aveiro sagrou-se campeã
e vice campeã na categoria Standard,
na qual participaram 22 equipas de todo
o país. O objetivo deste concurso anual
consiste em apagar uma vela localizada
num labirinto, usando para o efeito um
robô completamente autónomo.
FILIPA LÃ É NOVA CONSULTORA
DA PAN-EUROPEAN VOICE
CONFERENCES
A investigadora Filipa Lã, professora de
canto no Departamento de Comunicação
e Arte da UA, foi nomeada em julho
membro do Conselho Consultivo da Pan-
European Voice Conferences, um ciclo de
conferências interdisciplinares bianuais
maioritariamente europeias e dedicadas
à divulgação e partilha de conhecimento
nas áreas da pedagogia, da arte, da
medicina e da ciência da voz humana.
OURBRAND VENCE O CEBT IBÉRICO
OurBrand, uma Central Participativa de
Marca, foi o vencedor pela UA no CEBT
Ibérico – Competências Empreendedoras
de Base Tecnológica deste ano que
decorreu em julho. Trata-se de uma
plataforma tecnológica customizável
para diversos contextos organizacionais,
com a pretensão de resolver problemas
que tendem a afetar a marca e que
as típicas centrais de marca não
conseguem evitar. Os utilizadores são
convidados a envolver-se em todos os
assuntos com esta relacionados e aos
quais é permitida visibilidade.
PROJETO DE COMUNICAÇÃO
DE CIÊNCIA DO DBIO VENCE
PRÉMIO INTERNACIONAL
O projeto de comunicação de ciência
do Departamento de Biologia (DBio)
da UA intitulado “Biodiversidade no
Hipermercado” ganhou em julho o
primeiro prémio, ex aequo, na categoria
de “Curtas Científicas”, no âmbito do
Concurso Internacional Ciencia en
Acción. O projeto do DBio contou com
a participação criativa da produtora
Terra Líquida Filmes, o financiamento
da Agência Nacional Ciência Viva
(programa Compete) e a participação
dos Hipermercados Jumbo. Os episódios
foram transmitidos pela SIC Notícias de
1 de março a 24 de abril.
Ao todo são 13 os episódios multimédia
que têm como protagonistas o carrinho
do hipermercado e uma família. Entre
animais selvagens, cereais, fungos ou
flores, os temas abordados em cada um
dos filmes animados pretendem retratar
a diversidade biológica existente nas
grandes superfícies comerciais.
INVESTIGAÇÃO DA UA PREMIADA
NO 8TH YOUNG RESEARCHERS’
WORKSHOP AWARD
Ângelo Salvador, estudante de
doutoramento da UA, recebeu
um dos quatro prémios de melhor
comunicação oral atribuídos no 8th
Young Researchers’ Workshop Award do
62nd International Congress and Annual
Meeting of the Society for Medicinal
Plant and Natural Product Research (GA).
O encontro que premiou o estudante
decorreu em Guimarães entre 31 de
agosto e 4 de setembro.
linhas dezembro 2014
Philippe Pierre e Evelina Gatti foram pioneiros, há cerca de
15 anos, nos estudos de biologia celular, in vitro, de células
dendríticas de rato e humanas. Estas células que fazem parte
do sistema imunitário, têm vindo a ser objeto de uma crescente
atenção dado o seu enorme potencial terapêutico.
A equipa tem, hoje, uma longa e reconhecida experiência nesta
área de investigação e um particular interesse em alterações
fundamentais que ocorrem durante a ativação de células
dendríticas por organismos patogénicos.
Os especialistas, que numa saudável manifestação de modéstia
intelectual se consideram meros seguidores do Nobel da
Fisiologia ou Medicina (em 2010), coordenam uma equipa de 15
investigadores no Centro de Imunologia de Marselha-Luminy
(CIML). Descobriram que as células dendríticas agregam
proteínas quando detetam microrganismos patogénicos,
expondo fragmentos na sua superfície e informando, assim,
outras células do sistema sobre os locais afetados. Philippe
Pierre foi responsável por uma tecnologia (SUnSET) não
radioativa para visualização direta da síntese proteica na célula,
em tempo real. A dupla de investigadores produziu um mapa
proteómico, ou seja do conjunto de proteínas expressas por um
genoma, nos endossomas e lisossomas das células dendríticas.
Cátedra Ilídio Pinho para imunologistas e especialistas em células dendríticasImunologista, diretor de investigação no Centre
National de la Recherche Scientifique (CNRS),
em França, responsável por várias descobertas
relacionadas com as células dendríticas, Philippe
Pierre, é o detentor principal da Cátedra Ilídio
Pinho em Neurociências da UA. Evelina Gatti,
coordenadora de investigação também no Centre
d’Immunologie de Marseille-Luminy (CNRS),
acompanha Pierre. Ambos trabalham no âmbito
do recém-constituído Instituto de Biomedicina
de Aveiro (iBiMED).
Philippe Pierre e Evelina Gatti trabalharam na UA no âmbito do novo IBiMed
Pierre publicou mais de 60 artigos em periódicos científicos
internacionais, como por exemplo, na Nature, Cell, Nature
Methods, Immunity, Journal of Cell Biology, Journal of
Experimental Medicine, Procedings of the National Academy
of Sciences, USA, EMBO Journal ou ainda PLOS Pathogens.
Philippe Pierre foi distinguido pela Fundação Schlumberger
para a Educação e Investigação.
Colaboração com investigadores da UA
Há mais de 10 anos que a dupla de investigadores franceses
tem contacto com a equipa de Manuel Santos, diretor
da Secção Autónoma das Ciências da Saúde da UA e
coordenador da candidatura à FCT que levou à constituição
do iBiMED (ver caixa). Manuel Santos e Philippe Pierre foram
15 percurso singular
nomeados, em simultâneo, para o
prémio Young Investigator Award da
EMBO, em 2001.
Os investigadores franceses têm estado
em ligação regular com a ciência em
Portugal, quer através de contactos
pessoais, quer via orientação de
doutoramentos, quer ainda lecionando
no Programa Graduado em Áreas da
Biologia Básica e Aplicada (GABBA),
da Universidade do Porto. “A qualidade
e motivação dos investigadores
portugueses espanta-nos sempre, de
tal modo que, perante a oportunidade
de iniciar um novo programa de
investigação na UA, não hesitámos!”,
comentam. A dupla de investigadores
elogia a grande qualidade dos
investigadores e estudantes da UA, tanto
ao nível das competências científicas
como sociais. Ambos consideram uma
mais-valia a localização do campus,
reunindo todas as condições para ter
uma vibrante atmosfera científica, e
frutuosa a estratégia de apostar nas
tecnologias e no desenvolvimento de
polos científicos fortes, sem dispersão,
dado que se trata de uma universidade
relativamente nova.
Arteriosclerose e neurodegeneração
no programa
Pierre e Gatti agradecem à UA e à
Fundação Ilídio Pinho a oportunidade
Um novo centro dedicado
à Biomedicina e à Investigação
Clínica
O Instituto de Investigação em
Biomedicina (iBiMED) é a mais recente
aposta da UA na área da saúde, tendo
sido criado por iniciativa do atual Reitor,
Manuel António Assunção, e do grupo
de missão para a saúde, liderado por
Júlio Pedrosa, antigo Reitor e docente
do Departamento de Química da UA.
A candidatura do iBiMED à FCT
encontra-se em fase final de
avaliação, tendo a sua preparação
e submissão sido coordenada por
Manuel Santos, diretor da Secção
Autónoma das Ciências da Saúde
(SACS). É uma unidade multidisciplinar
e interdepartamental que integra
biólogos, bioquímicos, farmacêuticos,
químicos, físicos, matemáticos e
médicos do Hospital de Aveiro, cuja
missão é estudar o envelhecimento
e as doenças associadas ao
envelhecimento, nomeadamente o
cancro, diabetes, doenças vasculares
e neurodegenerativas, em estreita
ligação à clínica. O seu programa de
investigação incide no estudo das
alterações bioquímicas do genoma
(epigenoma) e na agregação das
proteínas que ocorrem naturalmente
durante o envelhecimento, na
identificação de biomarcadores
genómicos e proteicos para monitorizar
o processo de envelhecimento e
na identificação de drogas anti-
-envelhecimento.
A longevidade dos portugueses é
semelhante à dos povos do norte da
Europa, contudo, ao contrário dos
nórdicos, vivemos com múltiplas
doenças na idade sénior, que diminuem
a nossa qualidade de vida e aumentam
drasticamente os custos dos cuidados
de saúde (relatório do Lord Nigel Crisp
para a Fundação Calouste Gulbenkian,
2014). O iBiMED ambiciona contribuir
de modo decisivo para alterar esta
contingência e promover a qualidade de
vida dos portugueses.
de promover esta aliança franco-
portuguesa, em articulação com
o CNRS e a Universidade de Aix-
Marselha. Para além da Cátedra Ilídio
Pinho e da cooperação decorrida até
agora, os investigadores franceses
lembram ainda o esforço e o interesse
da Fundação da Universidade Aix-
Marselha (AMIDEX) nas relações
científicas com as universidades
mediterrânicas e do sudoeste
europeu, entidade que garantiu fundos
significativos para este projeto científico
conjunto, e assinalam que o CNRS está
a avaliar a atribuição do estatuto
de Laboratório Internacional Associado
a esta parceria.
Há complementaridade das matérias
de investigação entre a equipa da UA
que vai integrar o iBiMED e os temas
habitualmente tratados por Pierre
e Gatti. Na UA, a dupla francesa
pretende estudar, em colaboração
com os investigadores portugueses,
as relações entre os processos
bioquímicos de stress que são ativados
durante o declínio celular e a indução
de respostas imunológicas inatas.
Procurarão colmatar a falha entre, por
um lado, a desregulação de funções
celulares básicas, como sejam a
síntese proteica, tráfego membranar
e autofagia, que ocorre em muitas
situações patogénicas diferentes,
incluindo arteriosclerose ou agregação
proteica durante a neurodegeneração,
e a promoção da inflamação, por outro,
que pode aumentar a gravidade da
doença e, em certos casos, promover
a autoimunidade.
Na área da Saúde da UA, que reúne um
conjunto de parceiros, onde se incluem
entidades prestadoras de cuidados
de saúde, para além da Universidade,
Pierre e Gatti encontraram uma
componente clínica da investigação
que também lhes interessa e que
está menos presente no seu atual
trabalho no Centre d’Immunologie
de Marseille-Luminy.
linhas dezembro 2014
Rui
Cos
ta
É um homem ligado à informática que sempre soube que o seu caminho profissional
passaria pelas ciências exatas. Com um percurso que passou pelo ensino na UA,
a PT Inovação, o Instituto de Telecomunicações e o Instituto de Engenharia
Eletrónica e Telemática de Aveiro, Rui Costa lidera atualmente a Ubiwhere, uma
start-up criada na Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro (IEUA).
17 percurso antigo aluno
Começou por tirar uma licenciatura em
Matemática Aplicada e Computação.
Mas o desejo de aprofundar os
estudos levaram-no à segunda
licenciatura, em Engenharia de
Computadores e Telemática. Ambos
os cursos corresponderam às suas
expectativas e ambições: “Posso dizer
que ambas as formações, aliadas a um
bom ambiente na UA, corresponderam
às expectativas ao longo do meu
percurso”, afirma.
Mas porquê estas áreas de estudo
na UA e não outras? “As minhas
escolhas estão ligadas ao gosto que
fui desenvolvendo em relação às
ciências exatas. Sempre dei muito
valor ao conhecimento científico e à
aposta em áreas nas quais pudesse vir
a contribuir. Em termos profissionais,
as vivências, experiências e vontade
de querer mais, abriram as portas
necessárias”, explica.
Em relação aos anos que passou
na UA, recorda com saudade os
professores “que me apoiaram sempre
que precisei, as amizades criadas e
os bons resultados conquistados que
foram importantes para a minha vida
profissional e pessoal”.
Nesses anos adquiriu ainda
competências como espírito de
entreajuda, empreendedorismo,
capacidade de gestão, liderança, visão
tecnológica, inovação, entre outras, que
muito contribuíram para a pessoa e o
profissional que é atualmente, destaca.
Percurso multifacetado
Assim, após ter sido arquiteto
de redes, líder de projetos e docente
na UA além de engenheiro de
sistemas e de software, em 2007 foi
um dos cofundadores da Ubiwhere,
uma empresa que desenvolve e
investiga tecnologias de ponta, que
aposta em nichos de mercado que
apresentam vantagens competitivas
e que exigem um forte investimento
no desenvolvimento tecnológico.
“Ajudamos empresas a estimular
inovação e eficiência através da
prestação de serviços de I&I, idea
to product e soluções centradas no
utilizador em vários mercados”, explica.
Enquanto R&D manager da Ubiwhere
o seu trabalho passou pela gestão
de projetos, estratégias de negócio
e desenvolvimento de um sistema de
gestão de investigação e inovação.
Atualmente como CEO tem estado
envolvido no desenvolvimento e
criação de várias empresas do
universo Ubiwhere.
E é aqui que se sente como “peixe na
água”: “Faço o que gosto e, só por isso,
já tenho motivação para trabalhar e dar
tudo pela empresa. Para além do foco
na gestão da empresa, não deixo de
trabalhar nas áreas que me dão uma
motivação extra, envolvendo-me em
áreas mais técnicas, como a investigação
e inovação, estratégia e engenharia.
Apoio ainda as equipas de marketing,
comunicação e vendas”, esclareceu.
Persistência, vontade de aprender
e espírito de iniciativa
Aos jovens que agora terminam
a sua formação na área de informática,
e noutras áreas, Rui Costa aconselha-
-os a prepararem-se para mudanças,
“serem inovadores e nunca aceitarem
um não como resposta. Se tiverem a
oportunidade de entrar numa empresa
que não os limite em termos de criação
e desenvolvimento, as sinergias são
ilimitadas”, destaca. Mas para tudo isto
é necessária “persistência, vontade de
aprender, nunca desistir e ter espírito de
iniciativa. Para além disso, devem ser
criativos, aceitar sempre novos desafios
e ser empreendedores”.
E como é que uma universidade
pode ajudar no incremento de ideias
empreendedoras? Para o CEO da
Ubiwhere, as universidades são, em
primeira instância, “a porta de entrada
para um trabalho autónomo e objetivo”.
E como “o fundamental para
um ambiente empreendedor é a
qualificação das pessoas, a inovação
e a visão, para que de uma ideia
empreendedora se desenvolva um
negócio”, as universidades “dão
um contributo importante para o
incremento dessas ideias. Têm o know-
-how e as características necessárias
para guiarem os processos que vão
desde a apresentação da ideia até
ao desenvolvimento de negócios”,
considera.
“O fundamental para um ambiente empreendedor é a qualificaçãodas pessoas, a inovação e a visão"
linhas dezembro 2014
A designer gráfica e ilustradora Ana Biscaia venceu o Prémio Nacional de Ilustração 2013
pelas ilustrações que fez para o livro "A cadeira que queria ser sofá" de Clovis Levi.
O seu percurso enquanto designer começou no Departamento de Comunicação e Arte,
onde estudou Design, mas desde sempre, em casa dos pais, que os estiradores faziam
parte da sua vida. Vinda diretamente da Figueira da Foz para Aveiro, Ana Biscaia viveu
momentos intensos na UA, que recorda com algumas saudades, entre eles o ano em
que foi dirigente académica.
Ana
Bis
caia
19 percurso antigo aluno
Em pequena adormecia com o pai a
desenhar sentado ao estirador. “Dentro
do quarto havia a cama e o estirador e
outras coisas. É uma imagem que tenho
gravada na memória. O meu pai ensinou-
me muitas coisas: a desenhar e construir
cartazes, a usar marcadores e tintas”,
explica. Por isso, a escolha do curso de
Design “foi muito natural”.
De entre as instituições que ofereciam
este curso, a UA, inserida na cidade
de Aveiro, uma cidade de média
dimensão, acabou por seu a sua
primeira escolha, “pois aos 18 anos há
medos (que entretanto se perdem)”.
Pensar através do desenho
No curso de Design, marcou-a o professor
Pedro Bessa, que tinha com os alunos
uma relação fraternal, a professora Joana
Quental, que lhe pediu para ilustrar pela
primeira vez “A menina do Mar”, de Sophia
de Mello Breyner, e o professor Francisco
Providência, que a ensinou que devia
acordar e deitar-se sempre a pensar no
“projeto” (em sentido lato): “E ensinou-me
sobre a importância de pensar através do
desenho, e de fazer acontecer o desenho”.
Marcaram-na disciplinas como Tipografia e
Ilustração. Mas foram “as grandes cadeiras
chamadas Design de Comunicação
(que eram as disciplinas de projeto)” a
desempenhar um papel fundamental na
sua formação: “O primeiro ano dessa
disciplina foi decisivo porque tive como
professor de design Francisco Providência
que dava aulas que eram, para quase
todos nós, um verdadeiro espanto. Aprendi
a pensar concetualmente e a representar
visualmente o pensamento. Ainda hoje
as bases de design que aprendi na UA
são fundamentais para a realização de
ilustrações”, acrescenta.
E que outras competências adquiriu
no curso que tirou na UA? “O desenho
era prática obrigatória nas várias
disciplinas e apesar de já haver
computadores eram considerados
máquinas infernais. Por isso erámos
convidados a não fazer grande uso
deles, a não ser para desenhar
vetorialmente depois de já estar tudo
concebido no papel”, frisa.
O design gráfico e a tipografia geraram
uma espécie de bichinho cá dentro.
A ilustração também. O discurso sobre o
projeto era fundamental: era obrigatório
saber discorrer sobre as coisas, desenhar
com sentido era demasiado importante.
A fase da pesquisa no processo criativo
era vital para o desenvolvimento do
projeto. Ainda hoje é”.
Dirigente da AAUAv
Mas não só de estudos viveu Ana os
seus anos na UA. Foi dirigente da
Associação Académica da Universidade
de Aveiro (AAUAv) e diretora do jornal
UniverCidade, juntamente com a colega
Isabel Paiva. “Nesse ano aprendi a
fazer um jornal com tudo o que isso
implica. Também éramos nós que o
paginávamos. E isso permitiu-nos saber
mais sobre design gráfico”, acrescenta.
No ano em que esteve na AAUAv deu os
“primeiros passos numa direção mais
política”. “Descobri amigos de outros
cursos, pessoas que trabalhavam nos
vários núcleos estudantis. O espírito
de camaradagem e de entreajuda era
grande. A aventura também lá cabia e
não acabava na pastelaria…”
Quando terminou o curso, em 2002,
trabalhou durante uns meses nos
Serviços de Documentação da UA, onde
fez parte da equipa responsável pela
catalogação da coleção de cartazes
doados por Francisco Madeira Luís.
Regressou para as suas origens (distrito
de Coimbra) mas a vontade de aprender
não esmoreceu e Estocolmo foi a cidade
escolhida para estudar Ilustração e
Design Gráfico (na Konstfack University
College of Arts, Crafts and Design).
A ligação ao mundo do trabalho
Entretanto, trabalhou com editoras e
projetos variados de ilustração, design
gráfico e banda desenhada. Até que
em 2013 venceu o Prémio Nacional de
Ilustração. Atualmente trabalha por sua
“conta e risco”: “Tenho livros para fazer
e para fazer acontecer, exposições
para montar”. Também se dedica a
projetos conjuntos com outros artistas.
Um doutoramento poderá estar no seu
horizonte, mas é-lhe difícil aceitar que em
Portugal a educação não seja gratuita:
“Estive a estudar na Suécia dois anos, não
paguei nada e as condições oferecidas a
todos eram excecionais!”.
E tendo em conta a crise que o país
atravessa, “é cada vez mais difícil todos
terem um lugar no mercado de trabalho”,
considera. Para os que agora estudam
Design, Ana Biscaia aconselha a que
desde cedo estabeleçam algum tipo de
ligação ao mundo do trabalho:
“Esta ligação é fundamental para
quem vem da universidade. Porque a
universidade é um estabelecimento
de ensino que nem sempre consegue
provocar relações reais e autênticas
com o mundo cá fora e isto pode ser
demasiado penoso para quem tem sede
de saber mais e mais do que se passa fora
da universidade”. Assim, “as portas das
universidades devem estar escancaradas
para o mundo! Porque o mundo é um
espaço poderoso!”, considera.
"As portas das universidades devem estar escancaradas para o mundo"
linhas dezembro 2014
Nascido e criado na Guarda, Pedro Miguel Rogeiro conheceu Aveiro quando
aqui vinha visitar a sua irmã mais velha que estudava na UA. Apaixonou-se pela
cidade e pela Academia. E as coisas não poderiam ter corrido melhor quando em
1994 concorreu ao ensino superior: engenharia mecânica era o curso há muito
pretendido e, coincidência, abriu esse ano na UA. Pedro concorreu como primeira
opção e entrou. E o resto é “estória”…
Pedr
o R
ogei
ro
21 percurso antigo aluno
A paixão pelos automóveis vem de
pequenino, por isso sempre soube que
queria estudar algo nessa área. A UA foi
a primeira opção, pela questão familiar
e por ser “uma universidade das mais
modernas e bem afamadas do país”.
Dos anos passados na UA, entre 1994
e 2000, tudo o marcou pela positiva:
“Éramos poucos, pois só entravam 30
alunos por ano, e a primeira fornada
ainda hoje é unida e organiza jantares.
Houve uma pessoa que nos ajudou a
todos bastante, e a mim em particular,
que foi o engenheiro José Grácio,
coordenador do curso, que nos
deixou há pouco tempo, com o qual
manifesto saudade...”
Relativamente ao curso, considera
que este incluía muitas disciplinas
ligadas diretamente à sua paixão – os
automóveis, como Máquinas Térmicas,
Termodinâmica, Materiais, Mecânica
dos Sólidos, entre outras. “No entanto,
o curso deu-me bases fundamentais
para encarar qualquer profissão ligada à
mecânica, sendo muito vocacionado para
automação e tecnologia. O curso estava
bem integrado geograficamente face
ao tecido empresarial da zona”. Assim,
a UA “superou” as suas expectativas
em “instalações, métodos de ensino,
maquinaria e equipamento, ambiente
académico entre outros pontos”.
Mas os tempos universitários de
Pedro Rogeiro incluíram ainda uma
passagem de um ano pela Magna Tuna
Cartola, da qual só guarda “fantásticos
momentos e boas recordações!”
Com o empreendedorismo no sangue
Quando terminou a sua formação
na UA enveredou pelos automóveis,
embora numa área mais ligada à
gestão e comercial, sendo o seu
primeiro emprego diretor comercial de
uma concessão Audi e Volkswagen.
Depois mudou de marca (para a
Mercedes Benz), mantendo-se nas
mesmas funções. Um ano mais tarde
tornou-se gerente de uma concessão
Mitsubishi. No entanto, sentindo
carência de mais conceitos de gestão,
resolveu enriquecer o seu currículo
com uma pós graduação em Gestão de
Distribuição Automóvel.
Empresário do mundo automóvel
Voltou para Aveiro e criou a sua
primeira empresa, a Primagama,
a qual comercializava automóveis
de gama alta, novos e usados. Após
três anos de existência criou o
departamento pós venda com uma
oficina. Criou ainda outras empresas
de automóveis associadas ao nome
Primagama e hoje tem mais três
empresas de áreas diferentes.
Neste momento, e face à conjuntura
económica, no seu dia-a-dia enquanto
gestor e empresário faz “um pouco
de tudo”. “O organigrama de valor da
empresa deveria ser reforçado com
mais funções de chefias nos vários
departamentos, mas a margem que
temos não permite que tenhamos esse
espaço no organigrama da empresa,
sobrecarregando as funções do
empresário”, afirma.
O empreendedorismo está-lhe, assim,
no sangue. A experiência académica
na UA, no seu todo, contribuiu
para que adquirisse competências
como “planeamento, organização,
desenvolvimento do intelecto,
capacidade de ultrapassar obstáculos
e criar soluções”.
Considera que os jovens que agora
terminam a sua formação em
Engenharia Mecânica estão aptos
a “chefiar vários departamentos de
empresas e a desenvolver todo o tipo
de ideias, dependendo da área em que
se especializaram e, claro, da própria
personalidade de cada um, pois o
curso abre muitos horizontes mas tem
diferentes resultados consoante o
indivíduo”, frisa.
"Com humildade e vontade de vingar
depressa se sobe na cadeia de valor
de uma empresa"
Assim, deixa alguns conselhos a quem
agora pretende entrar no mercado de
trabalho: “Que aproveitem todas as
oportunidades que lhe forem dadas pois
para se ser bom em qualquer função
tem de se passar por cargos inferiores,
que não são desprestigiantes nem uma
perda de tempo. A ideia de acabar um
curso e sermos colarinhos brancos está
ultrapassada”, considera. E acrescenta:
“Com humildade e vontade de vingar
depressa se sobe na cadeia de valor
de uma empresa”.
E as universidades podem “dar uma
mãozinha” na integração dos alunos
no mercado de trabalho e, principalmente
no contexto económico atual, incentivar
os jovens a criar o seu próprio emprego:
“As universidades têm dado esse
contributo nas ações desenvolvidas
pelas incubadoras de empresas,
manifestando vontade de se juntarem
também às micro e pequenas empresas
e não apenas às grandes”, conclui.
Da Guarda para Aveiro, com a paixão pelos automóveis no sangue
linhas dezembro 2014
Isabel Martins“A educação em ciências é um valor público”Isabel Martins é uma figura incontornável na mudança do paradigma do ensino das ciências em Portugal. Licenciada em Química (Universidade de Coimbra, 1971), docente da UA desde 1981, professora catedrática no Departamento de Educação, aposentada em 2011, dedicou grande parte da sua vida profissional à formação de professores e investigação sobre o ensino experimental e contextualizado das ciências. Coordenou a equipa que elaborou os programas de Química para o ensino secundário (2002/04), o Programa de Formação de Professores para o ensino experimental das ciências no 1.º ciclo (2006/10) e, mais recentemente, o projeto de reestruturação curricular do ensino secundário geral de Timor-Leste. Foi Vice-reitora para a pós-graduação e assuntos científicos. O seu percurso começou em Coimbra, mas foi na UA que encontrou o “seu” lugar e onde deixa o seu legado para o futuro.
23 entrevista
É natural de Coimbra. Como foi
a sua infância e adolescência
na “cidade dos estudantes”?
Nasci na freguesia da Sé Nova, onde
o meu pai e os meus filhos também
nasceram! Na minha infância, uma das
coisas que cedo me despertou a atenção
foi querer ser professora. Entrei na escola
em 1954. Gostei do ambiente, apesar
de naquela época ser muito diferente do
atual. O conceito de instrução primária
era bastante distinto do conceito de
educação que defendemos para a escola
atualmente. Na escola pública onde andei
o ensino era masculino ou feminino.
Entrei no Liceu Nacional Infanta D. Maria,
um liceu feminino que tinha uma reitora
e todo o corpo docente feminino. Vi isso
como algo normal porque nunca tinha
conhecido outra realidade. A disciplina
era rígida e existiam regras no modo de
vestir e no comportamento. Mas gostei
sempre da escola e costumo dizer que
nunca saí da escola!
Depois deste percurso tão rígido,
porque decidiu ser professora
e porquê Química?
Aos 10 anos tínhamos de escolher se
íamos para o ensino liceal ou se íamos
para o ensino técnico. Escolhi o ensino
liceal, ideia que a minha família apoiou.
Durante a minha formação geral foi muito
claro para mim a preferência que tinha
pela área das ciências. E também gostei
muito de Matemática. Foi sempre um
campo apaixonante para mim. Portanto,
quando cheguei ao 5º ano do ensino
liceal, escolhi sem dificuldade nenhuma
as ciências. No final do ensino secundário
tínhamos exames nacionais por disciplina
e no de Matemática eu tive 20 valores
na prova oral, uma nota singular naquele
liceu. Recordo-me muito bem desse
dia, em julho de 1965. A professora
examinadora e o júri disseram que eu
tinha superado todas as expectativas
que poderiam ter e questionaram-me até
sobre a minha opção para o futuro. Preferi
Química porque assim também estudaria
Matemática. A escolha de Coimbra foi
natural por ser a minha cidade.
Como foi a vida de estudante
em Coimbra? As turmas,
as convulsões académicas…
Esse período foi bastante conturbado.
A consciência dos estudantes sobre
a situação política do país era muito
profunda. A academia de Coimbra teve
uma forte consciência política sobre o
regime de então e envolveu-se em muitas
lutas. Os acontecimentos de maio de 68
em Paris, estava eu no 3º ano, também
se repercutiram em Coimbra. Quando
deflagrou a crise académica de 1969
houve muita instabilidade e perturbação.
A associação de estudantes tinha
posições com as quais nem todos os
alunos concordavam mas que envolviam
todos. Foram momentos difíceis e em
que nos empenhámos bastante. Não
protagonizei nenhum movimento em
especial, embora tivesse acompanhado
essas lutas, sobretudo porque o meu
marido, na altura namorado, era muito
ativo nesse campo.
Como é que via o seu futuro,
nessa altura? O que antevia?
Tive o privilégio de durante o meu
tempo de estudante ter sido sinalizada
positivamente pelos meus professores
e, como era uma aluna com muito bom
aproveitamento, durante o último ano do
curso fui convidada para ser monitora
no Departamento de Química, na área
de Química Orgânica. Com o professor
Manuel Alves da Silva, um dos primeiros
especialistas em Portugal em Química
Têxtil, esse meu ano de monitora foi
como que um estágio para uma situação
de assistente. Nessa altura, antes do 25
de abril, as pessoas acediam aos lugares
por convite e ele era feito com base no
mérito académico. Assim, penso terem
sido fundamentais para o convite para
assistente que tive imediatamente a
seguir a terminar o curso, todo o trabalho
enquanto estudante e monitora.
Acabou o curso e foi assistente
durante vários anos. Mas depois
resolveu fazer a profissionalização
para poder dar aulas no ensino
secundário… Porque resolveu fazê-lo?
Esse é um período um pouco mais
complexo, pois entretanto aconteceu o
25 de abril de 1974. Esses anos foram
muito complicados na Academia.
Eu tomei posições absolutamente
favoráveis ao 25 de abril, à inovação,
à renovação. Identifiquei-me
profundamente com o 25 de abril.
Costumo dizer que as coisas mais
marcantes da minha vida foram o
nascimento dos meus filhos e o 25
de abril! O que aconteceu foi que na
reintegração dos professores que
tinham sido saneados no pós-25 de
abril, em 1978, o “clima” tornou-se muito
complicado. Então, oito assistentes do
Departamento de Química resolveram
sair, porque não concordavam com
algumas decisões tomadas pelos
professores reintegrados. Saímos para
fazer a profissionalização no ensino
secundário. Fi-lo na Escola Secundária
José Falcão, também em Coimbra.
Tive uma orientadora extraordinária,
Natália Cruz, que me ajudou a perceber
que para se ser professor não bastava
saber os conteúdos que se lecionava.
Era preciso saber muito mais e que isso
tinha de se estudar e aprofundar. A ideia
vigente era a de que os conhecimentos
científicos e a prática bastavam para
ser um bom professor. Eu vinha de um
nível de ensino com matérias de maior
complexidade e, nesse sentido, apenas
teria de adaptar os conteúdos àquele
nível de ensino. Mas não era assim. Isso
levou-me a fazer o que fiz depois nos
anos 1980: investigação em educação e
um doutoramento na área da Educação
em Química.
“Os acontecimentos
mais marcantes da
minha vida foram o
nascimento dos meus
filhos e o 25 de abril”
linhas dezembro 2014
Depois da profissionalização, como
surgiu a oportunidade de voltar ao
ensino superior e à UA em específico?
Em 1980/81 fui colocada, por requisição,
na Escola Secundária José Estevão,
aqui em Aveiro, para receber e orientar a
primeira aluna estagiária da Licenciatura
em Ensino de Física e Química da UA, a
professora Isabel Malaquias. Por parte da
UA eram orientadores a professora Marília
Fernandes Thomaz, do Departamento de
Física, e o professor Júlio Pedrosa, do
Departamento de Química. Ele tinha sido
meu colega assistente em Coimbra… Nas
reuniões e encontros de trabalho durante
esse ano, perguntou-me muitas vezes
se não queria regressar à universidade,
agora em Aveiro. Eu ponderei… Recebi
o convite formal da UA e respondi
afirmativamente. Fui contratada como
assistente convidada em regime de
requisição para o Departamento
de Química.
Impôs alguma condição para aceitar?
A única condição que impus foi
trabalhar, investigar e fazer um
doutoramento em Educação em
Ciências e em Química em particular.
O professor Júlio Pedrosa disse-me
que tinha um colega a acabar um
doutoramento em Inglaterra nesta área,
o professor Cachapuz. Assim, numa das
visitas que ele fez a Aveiro conversámos
e iniciámos trabalho.
Durante os anos em que trabalhou
nesta área, alcançou os objetivos a
que se propôs? A UA proporcionou-lhe
as condições ideais para isso?
Acho que fiz na UA aquilo que quis
em cada época porque me foram
dadas condições para isso através
da confiança depositada em mim. Os
anos 1980 foram anos de iniciação à
investigação, anos em que entrei num
mundo que não conhecia… Mas foram
anos em que sempre trabalhei na
docência e na formação de químicos
aqui na UA. Ainda no início dos anos 90
dei aulas de Química no Departamento
de Química já estando no Departamento
de Didática e Tecnologia Educativa.
Paralelamente fazia investigação para
fazer o meu doutoramento em Educação
em Química. Fui o 30.º doutorado na
UA, a 4 de janeiro de 1990!
Mais tarde, como surgiu
a oportunidade de integrar a equipa
reitoral de Helena Nazaré?
Recebi um convite direto da senhora
Reitora.
Deu-lhe logo uma resposta positiva?
Teve de refletir muito?
Quando fui convidada para a função,
tinha um percurso nesta universidade
que não era só de docência e
investigação. Tinha desempenhado
cargos diretivos no departamento,
funções de direção de cursos, de
criação de cursos de mestrado,
vice presidente do CIFOP, tinha sido
responsável pela Secção Autónoma de
Didática e Tecnologia Educativa (antes
de ser departamento). Portanto, tive
outros cargos mais ligados à gestão.
Quando a professora Helena Nazaré me
convidou, fiquei surpreendida porque
não esperava, mas senti-me muito
honrada por ela me ter escolhido entre
tantas pessoas! Não decidi na hora,
mas não demorei muito tempo. Aceitei
porque alguém tinha confiado em
mim. Portanto, se a Reitora da UA me
convidava é porque confiava no trabalho
que poderia fazer. E convidou-me para
a área da pós graduação, um domínio
ao qual eu prestava muita atenção
naquela altura. Eu partilhava a ideia de
que o desenvolvimento da sociedade iria
depender cada vez mais da formação
académica e que a formação ao nível
da licenciatura não seria suficiente para
o desenvolvimento do futuro. Esta era
uma área emergente nas preocupações
dos dirigentes universitários, pós a
Declaração de Bolonha. Por isso, aceitei
para poder apresentar ideias e contribuir
para o desenvolvimento da instituição.
Que balanço faz desses anos?
Foram anos muito desafiadores,
de muita dedicação, mas em que
me satisfiz com o rumo de algumas
decisões e com o facto de outras
terem de ser reconsideradas. Não
faço balanços negativos da minha
vida porque vivi cada época no seu
momento. Quando faço uma retrospetiva
faço-o procurando não analisar o
momento com os olhos de hoje, mas da
época. Acho fundamental sabermo-nos
situar na época em que vivemos cada
um desses momentos. Sou da geração
Jantar de finalistas da Licenciatura em Química, com professores – Faculdade de Ciências,Universidade de Coimbra, maio 1970 (quinta a contar da direita, na primeira fila em pé)
25 entrevista
que assistiu à chegada do primeiro
homem à lua: tinha 21 anos e assisti em
direto na televisão… A minha geração
assistiu a coisas incríveis e eu procuro
apreciar cada época no seu tempo.
ciências e ciência ligada a contextos da
vida diária, porque são esses contextos
que nos mostram mais a proximidade
entre ciência e cidadania: como é que
a ciência nos ajuda no dia a dia e nos
ajuda a tomar decisões.
Destaca algum projeto profissional
em específico ao longo da sua
carreira?
Destaco o Programa de Formação de
Professores para o Ensino Experimental
das Ciências no 1.º Ciclo. Coordenei
a comissão nacional que o desenhou
e acompanhou entre 2006 e 2010,
a convite da ministra da Educação
Maria de Lurdes Rodrigues. Foi um
programa absolutamente extraordinário
em termos do impacto que teve! Foi
desenvolvido com quatro universidades
e 14 politécnicos, as instituições
que em Portugal continental se
ocupavam da formação inicial de
professores deste nível. Estas 18
instituições desenvolverem na sua
região um programa de formação e
de acompanhamento dos professores
e as crianças aprenderam ciência de
um modo experimental. Este programa
envolveu milhares de professores e
mais de 100 mil crianças. O programa
terminou, mas os guiões didáticos
concebidos continuam disponíveis
online, cerca de 900 páginas, para
o uso de professores. Mas houve
outros projetos que me apaixonaram: a
elaboração dos currículos de Química
para o ensino secundário, também a
convite do ministério da Educação,
entre 2002 e 2004. Também coordenei
essa comissão nacional. Abordava-se a
Química numa perspetiva diferente: uma
química dos “conceitos em contexto”,
segundo temas socialmente relevantes,
uma perspetiva de abordagem das
ciências que preconizamos. Trata-se
do ensino CTS: ciência, tecnologia e
sociedade. Ainda nesta perspetiva,
também me orgulho muito da
organização dos seminários ibéricos
CTS (desde 2008, ibero-americanos)
e que de uma forma regular se têm
realizado de dois em dois anos, tendo
o primeiro tido lugar na UA, em 2000.
Em 2010 constituímos a Associação
Ibero-Americana CTS de Educação
em Ciências. Fui eleita presidente em
2012, uma responsabilidade agora em
contexto internacional.
Fale-nos um pouco sobre o projeto
de Timor-Leste
Em março de 2009 recebi um telefonema
do Doutor Carmelo Rosa, da Fundação
Calouste Gulbenkian, que tinha sido
contactado pelo Ministério da Educação
de Timor-Leste para, em parceria
financeira com o Instituto Português de
Apoio ao Desenvolvimento, desenvolver
um projeto de reestruturação curricular
do ensino secundário geral de Timor-
Leste. Para isso, ele precisava de uma
instituição de ensino superior, com
prática de formação de professores,
que se responsabilizasse pela parte
científica do projeto. Eu nunca tinha ido
a Timor-Leste, não conhecia o país…
“A minha geração
assistiu a coisas
incríveis!”
E que balanço faz da sua vida
profissional aqui na UA, enquanto
docente e investigadora?
A investigação é, porventura, aquilo
que mais me marcou pelas áreas de
conhecimento que fomos aprofundando
ao longo dos anos. A importância
da educação em ciências nos
primeiros anos de escolaridade foi-se
afirmando. Julgo que no Departamento
de Educação, com o grupo de
investigação criado, desenvolvemos
investigação sobre ensino de ciências
nos primeiros anos e formação de
professores pioneira a nível nacional e
de acordo com padrões internacionais.
Construímos aqui conhecimento sobre
como os professores devem trabalhar
com as crianças, que recursos didáticos
devem disponibilizar, que ambientes
de formação devem existir e como
deve ser a formação de professores.
A educação em ciências é hoje uma
área de conhecimento absolutamente
fundamental e prioritária. Costumo
dizer que a educação em ciências é um
valor público. Porque é o conhecimento
que nos afasta das crenças. A ciência
dá-nos conhecimentos para termos
práticas de cidadania mais corretas,
para tomar decisões informadas.
Sempre privilegiei o que é que, em
termos de práticas de formação de
professores, pode ajudá-los melhor
desde os primeiros anos de formação
a despertar o gosto pela aprendizagem
das ciências e eles próprios adquirirem
ferramentas para melhor ensinarem
linhas dezembro 2014
Como poderia fazer isso? Eu, que
defendia um ensino contextualizado, um
ensino em que os professores tinham
de ser conhecedores da realidade que
os envolvia… Falei em primeiro lugar
com o Ângelo Ferreira (assessor da
Reitoria), a pessoa que eu conhecia que
mais conhecia de Timor-Leste. A minha
resposta foi positiva com a condição
de o Ângelo estar no projeto, como
coordenador-adjunto. Foi com ele que
aprendi o que é Timor-Leste. Com ele
e com a Gillian Moreira (professora no
Departamento de Línguas e Culturas)
fizemos a primeira visita exploratória
a Timor-Leste onde tive o primeiro
contacto com a realidade daquele
país. Foi a semana mais intensa da
minha vida, em julho de 2009! Entrei
numa sociedade e numa realidade
onde nunca tinha estado e onde tudo
era tão diferente. Depois dessa visita
definimos as disciplinas que deveriam
constar do plano de estudos, escolhi os
coordenadores das disciplinas e cada
coordenador escolheu os membros
da sua equipa. Elaborámos o plano
curricular, depois os programas das 14
disciplinas e para cada ano e disciplina
um manual para o aluno e um guia
para o professor. Isto deu no total 84
volumes e 11500 páginas originais.
Este ano completa-se o 1.º ciclo de
implementação do projeto: em 2012
iniciou-se o 10.º ano, em 2013 o 11.º e
em 2014 o 12.º ano. Apesar de todas as
limitações existentes, vemos como muito
positivo existirem hoje todos os manuais
impressos e estes estarem nas mãos
de muitos alunos. Manuais que foram
escritos por uma equipa de mais de 60
pessoas que trabalhou neste projeto de
2010 a 2013 e dos quais 40 conheceram
a realidade do país, para elaborarem
os programas de 14 disciplinas “para”
Timor-Leste… Isto foi um trabalho
“com” Timor-Leste no sentido alargado:
com responsáveis do Ministério da
Educação, com diretores de escolas,
com professores e com alunos.
Fazer isto é muito diferente de receber
uma encomenda e entregar um
trabalho feito a distância. É um projeto
apaixonante e aliciante onde ainda há
muito para fazer. Não tenho palavras
para descrever o que representou em
termos de desafio o conseguir um
produto útil para os timorenses, um
produto feito “com” eles e “para” eles!
O que ficou por fazer na sua vida
profissional, agora que se aposentou?
Ficou por fazer aquilo que não fui
chamada a fazer! A minha carreira não
terminou, no sentido em que continuo
ativa para responder a todos os projetos
em que me queiram envolver: continuo
membro do Centro de Investigação
Didática e Tecnologia na Formação de
Formadores, o meu último desafio foi
coordenar uma linha temática transversal
deste centro na candidatura ao último
concurso de avaliação da Fundação
para a Ciência e Tecnologia. Portanto,
continuarei a desenvolver projetos
de investigação que permitam que
possamos continuar a investigar nesta
área. Continuo a escrever, a participar
em conferências… Considero-me uma
pessoa no ativo, embora não tenha
responsabilidade de lecionação. Mas
serão sempre os outros a avaliar a
minha utilidade. Estarei disponível para
responder aos desafios que me quiserem
lançar. Tenho muito orgulho nas equipas
que deixo aqui, pessoas que fizeram
a sua formação aqui na UA. Já tenho
vários “netos académicos” (pessoas que
já fizeram doutoramentos com pessoas
por mim orientadas)!
“Estarei disponível
para responder aos
desafios que me
quiserem lançar”
Com o ministro da Educação de Timor Leste, diretor Geral da Educação, diretor Nacional do Currículo e colegas da UA, em Díli, julho 2011.
Como gostaria de ver a UA daqui a 10,
20, 30 anos?
Gostaria de ver a UA como uma
universidade do seu tempo; um motor
de desenvolvimento da região, do país e
da comunidade científica internacional;
que o nome da UA exista no mapa
das instituições universitárias a nível
internacional e que a UA tenha sempre
pessoas que nela acreditem e que,
sobretudo, o país saiba aproveitar
o potencial que ela representa; que
se tenha sobre a importância das
universidades em Portugal não apenas
a perspetiva de se recorrer àquelas que
estão mais próximas, as da capital, mas
que não se esqueça que o resto do país
existe e que Aveiro, embora seja uma
cidade pequena, tem uma comunidade
científica muito importante.
27 cultural
A grande música quer entrar nos lares sem perder a solenidade reservada aos mestres compositoresUma média de 75 concertos
por ano, atividades para crianças,
jovens e famílias, concertos com
obras de grandes compositores
e outros com nomes conhecidos
do grande público. A Orquestra
Filarmonia das Beiras (OFB)
desdobra-se em várias frentes,
porque levar música às pessoas
“é mais difícil do que parece”,
reconhece o diretor artístico
e maestro, António Vassalo
Lourenço. Mas, o maestro
salienta que o esforço tem sido
compensado, pois tem sentido
o “crescimento do público”.
A 15 de dezembro de 1997, no mesmo dia em que a UA completava 24 anos, a
OFB dava o primeiro concerto. A estrutura fora criada no âmbito de um programa
governamental para a constituição de uma rede de orquestras regionais, tendo como
fundadores diversas instituições e municípios da região centro, associados
da Associação Musical das Beiras, que tutela a orquestra.
O interregno, consequente reformulação do projeto e reajustamento do número de
membros, durante o ano de 2004, veio estabelecer um antes e um depois, uma fase
de arranque e um reinício em 2005. O equilíbrio das finanças durante os primeiros
dois anos após o reinício, abriu caminho ao investimento na melhoria artística do
projeto com a contratação de mais músicos, mas em número bastante inferior ao que
tinha na primeira fase. A OFB tem, hoje, um efetivo de 23 músicos de cordas que pode
aumentar com outros grupos (naipes) de instrumentos, consoante as necessidades do
repertório. Seis dos membros mantêm-se desde a formação inicial: André Fonseca,
Agnese Bravo e Elitza Mladenova, nos primeiros violinos, Daniel Matys, nos segundos
violinos, Daniel Leão, nas violas, e Alberto Restivo, nos violoncelos.
UA é um dos parceiros da Orquestra Filarmonia das Beiras
A OFB, no seu formato habitual com
inclusão de sopros e percurssão, está
particularmente vocacionada para
interpretar obras de compositores do
século XVIII e da primeira metade do
século XIX, como por exemplo Bach,
Mozart, Haydn, Beethoven, Mendelssohn
e Schubert, não deixando de dar atenção
a obras do século XX e a compositores
portugueses para este tipo de formação.
A estrutura é financiada em 50 por
cento pelo Orçamento de Estado.
A restante parte do orçamento é
garantido pelos protocolos com os
parceiros, onde se inclui a UA, em troca
linhas dezembro 2014
de um certo número de atuações, pela
venda de concertos e pelos patrocínios.
A OFB é das três orquestras regionais
portuguesas a que recebe uma
verba mais baixa do Estado, tem um
público que oscila entre os 40 e os
45 000 espetadores e uma média de
75 concertos por ano. Apresenta-se,
essencialmente, na região das Beiras,
pelo compromisso que assumiu em
divulgar a música erudita na sua
região e em contribuir para a formação
de novos públicos. No entanto, tem
realizado concertos fora desta área,
atuando a norte e sul da região de
maior influência, com concertos em
Almada, Barreiro, Braga, Fafe, Fronteira,
Guimarães, Lagos, Lisboa, Porto,
Sintra, entre outros locais.
Acompanhar e enriquecer
outros géneros
“Porque as orquestras não podem
continuar fechadas na sua sala de
concertos à espera de um público que
não se tem renovado o suficiente e não
têm de se manter herméticas dentro
de certos géneros”, nas palavras do
diretor artístico, a OFB tem atuado com
nomes bem conhecidos da cena musical
nacional e internacional, diga-se, mais
popular, como os James, Camané,
Carminho, Paulo de Carvalho, Rui Veloso,
Ivan Lins, Mário Laginha, Marisa, entre
outros. Um trabalho que se faz “por
convicção” e “gosto pessoal”, reconhece
o maestro, mas também porque
enriquece a prestação desses artistas e
porque pode chamar mais pessoas para
a restante atividade da OFB.
“A OFB é muito mais conhecida desde
há quatro ou cinco anos, apesar
de ter sido constituída em 1997!”,
salienta António Vassalo Lourenço.
“Quando começámos, há uns anos, os
espetáculos eram gratuitos. Entretanto,
os espetáculos passaram a ser pagos,
mesmo assim sabemos que já não
vamos atuar para uma sala vazia! Temos
vindo a sentir o crescimento de público!”.
O crescente número de seguidores na
2º Violinos Ana Rufino, Luís Trigo, Daniel Matys, Mafalda Vilan (ausente: Juliana Sousa).
Violas Carina Rocha, João Tiago, Judit Bank, Daniel Leão.
Violoncelos Svitlana Gavrikova, Raquel Andrade, Aliaksandr Znachonak, Alberto Restivo.
Contrabaixos Bruno Rodrigues e Hugo Correia.
página do Facebook da OFB e
de pedidos de envio da newsletter
parecem confirmar esta perspetiva
apresentada pelo maestro que dirige
a OFB desde 1999.
“O grande desafio é puxar as pessoas
para dentro da sala de concerto, porque,
uma vez lá, gostam e, provavelmente
vão voltar”, afirma o diretor artístico da
OFB. Por isso, não tem dúvidas: “Tem
de haver mecanismos para chamar
pessoas, o que implica ter uma parte da
programação mais apelativa, sem nunca
– e disso nunca abdicarei!... – deixar de
levar às pessoas a música para a qual
esta Orquestra foi formada e pensada:
a música sinfónica do grande repertório
‘erudito’, ‘clássico’ ou ‘sério’… ”.
De pequenino…
“Toda criança é sensível à música – a
todo tipo de música. Meu pai, muito
mais culto nesta arte que a maioria
dos aficionados, soube desenvolver os
meus gostos e estimular precocemente
a minha paixão.”, disse um dia o famoso
autor do “Bolero”, Maurice Ravel
(“Esquisse autobiographique”, 1928).
Ravel teve um pai que lhe mostrou o
caminho. E as outras crianças que não
têm pais com sensibilidade musical ou
apreciadores deste tipo de música que
gerações e gerações de criadores foram
aprendendo, construindo e ensinando,
especialmente desde o século XVIII?
A OFB tem vindo a dedicar-se também
à formação de novos públicos, a
começar pelos mais jovens. Programas
anuais como “Música na Escola”,
com atividades participadas pelos
alunos nas comunidades educativas,
culminando com um concerto para toda
a família no fim, ópera especialmente
pensada para as crianças; o programa
“À conversa com a Música”, em que
a música é explicada e ouvida em
ambientes informais, são exemplos
desta preocupação em cativar os mais
novos para chegar às famílias e
aos adultos.
1º Violinos Andriy Slabodukh, Elitza Mladenova, Agnese Bravo, Flávio Azevedo (ausentes: o concertino André Fonseca e Kinga Switaj).
29 cultural
André Fonseca, 41 anos, é concertino da
OFB, ou seja, é o imediato hierárquico do
maestro titular, no plano artístico. Está
qualificado para desempenhar as funções
inerentes à preparação e execução do
repertório, incluindo a realização de solos,
sendo ainda responsável pela manutenção
do nível artístico global da orquestra,
particularmente da secção de cordas e dos
primeiros violinos, quer a orquestra atue na
sua formação máxima ou desdobrada em
programas diferentes. André é um dos seis
membros iniciais, entrou em dezembro de
1997, ainda com o maestro Fernando Eldoro
como diretor artístico.
O violinista realça que atuar numa orquestra
é fazer parte de um trabalho de uma
equipa, liderado pelo diretor artístico que
tem conseguido, "com grande grau de
competência e criatividade, projetar a OFB
no panorama nacional e regional". Considera
toda esta dinâmica e os programas que
vão ao encontro dos diferentes públicos
formas de responder à crise que afetou a
economia, a sociedade e também a cultura,
resposta essa que tem de ser continuada.
O concertino não tem dúvidas que a OFB é,
hoje, um projeto “com pernas para andar”.
Juliana Sousa, 27 anos, é segundo violino,
entrou na OFB em 2012, e é um dos antigos
alunos da UA que a integram.
Juliana diz gostar de trabalhar em orquestra.
Considera que os programas para públicos
diversificados têm sido uma boa experiência.
Os concertos com os cantores e músicos mais
populares, por exemplo, são um desafio para
eles próprios e para os membros da OFB.
Tal como outros músicos, tem participado em
programas direcionados para as famílias e para
os mais novos, sendo “muito curioso olhar para
as crianças e perceber como veem o mundo;
as suas reações entusiasmadas são curiosas e
gratificantes para os músicos”.
Juliana Sousasegundo violino, entre os membros mais recentes
André Fonsecaconcertino e um dos membros iniciais
Há também colaborações e estágios para alunos das escolas
de música da região (incluindo coros) que também pode
englobar a componente de coro. A criação do Estúdio de Ópera
do Centro, no âmbito da atividade da OFB, projeto que já teve
apoio da Direção Geral das Artes, permite apresentar uma outra
oferta de espetáculos numa região que, sem esta iniciativa,
raramente aqui chegariam. Embora atualmente sem apoio da
administração central, o Estúdio de Ópera do Centro garante,
pelo menos, uma produção do grande repertório operático e
uma outra especialmente dirigida ao público infantil, por ano.
OFB também forma
Da atividade da OFB destacam-se ainda os cursos de
formação. Do Curso Internacional de Música Vocal, incluindo
técnica vocal, concerto, direção coral, Alexander Technique
e ópera, a vertente de ópera é a mais procurada, englobando
aulas de cena e duas récitas, no final, com orquestra.
O Curso Internacional de Arte Orquestral inclui Estágio e Direção
de Orquestra, sendo o primeiro especialmente vocacionado
para alunos dos últimos anos dos Conservatórios ou de cursos
profissionais e superiores de Música. A vertente de Direção
de Orquestra, coordenada pelo maestro Ernst Schelle, é uma
oportunidade rara para formandos deste nível de ensino em
Portugal, que permite uma experiência de Direção com um
coletivo de 60 músicos aproximadamente (a estrutura habitual
da OFB, alargada com músicos do estágio de Orquestra).
Apesar de toda esta atividade em que a OFB se desdobra,
o diretor artístico lamenta que a esmagadora maioria dos
municípios das Beiras, embora tenham grupos e organizações
que desenvolvem alguma atividade musical, não adiram a
estes programas concebidos profissionalmente e, portanto, as
respetivas populações não possam usufruir deles. “Esse é o lado
preocupante” de todo este trabalho, lastima.
António Vassalo Lourenço, diretor artístico da OFB, dirige um ensaio.
linhas dezembro 2014
As viagens de novembro não foram
as primeiras, nem serão as últimas,
na decana ponte que desde os anos
80 a UA e a China têm construído em
conjunto. A história de 500 anos de
relações luso-chinesas, onde se salienta
a presença e influência portuguesa em
Macau, que criou uma indelével relação
de afetividade com a cultura chinesa e,
naturalmente, o papel que o povo chinês
tem assumido num mundo cada vez mais
globalizado, quer em termos económicos,
demográficos, científicos ou culturais,
deram o mote ao lançamento da primeira
pedra dessa ponte intercontinental.
O alicerce primordial foi cimentado nos
anos 80 quando o então Departamento
UA e China: um enorme abraço com mais de três décadas de parcerias
de Engenharia Cerâmica e do Vidro
(hoje Departamento de Engenharia de
Materiais e Cerâmica) acolheu vários
investigadores chineses pela ação do
professor Lopes Batista. A chegada dos
cientistas dava-se então ao abrigo do
esforço de internacionalização que a UA
iniciou logo após a adesão de Portugal
à CEE, altura em que a academia olhou
para a China e percebeu que, face às
respetivas transformações sociais e
económicas em curso, havia todo um
potencial de cooperação por explorar
naquele país asiático.
“A estratégia asiática foi estruturada
em Aveiro no sentido da identificação
de áreas científicas de afinidade e de
organizações chinesas que nessas áreas
tivessem níveis elevados de qualidade
académica”, recorda Carlos Rodrigues,
Coordenador do Centro de Estudos
Asiáticos (CEA) da UA. O também diretor
do Mestrado em Estudos Chineses
lembra que “a área dos materiais emergiu
então como um domínio de afinidade
privilegiado e a Universidade de Zhejiang,
designadamente o seu departamento
de Ciências e Engenharia dos Materiais,
como sede de dinâmica de investigação e
desenvolvimento notável”.
Dos contatos estabelecidos entre Lopes
Baptista, hoje professor jubilado, e Yin
Pan, prestigiado cientista da Universidade
de Zhejiang, resultaram as primeiras
Novembro de 2014. A UA aterra na China integrada na
missão empresarial que a Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) levou à província
de Zhejiang. Na viagem de regresso, o Vice-reitor Carlos Pascoal
Neto trouxe na mala uma mão cheia de oportunidades de cooperação com Zhejiang,
nomeadamente na área do Mar e dos Materiais. No mesmo mês, o Campus de Aveiro
recebe uma comitiva com alguns dos mais sonantes cientistas da Universidade de Zhejiang.
O nome da conferência em que vieram participar diz tudo de uma relação cada vez mais
umbilical: "Aveiro and Zhejiang Universities: building a long term cooperation and new ventures
in Marine Sciences and Technology".
31 dossier
parcerias em projetos científicos e
pedagógicos entre a UA e a China. Estas
envolveram a vinda para o Departamento
de Engenharia Cerâmica e do Vidro de
docentes, cientistas e estudantes não
só daquela academia como também de
outras instituições chinesas, como foi o
caso da Universidade de Pequim.
Três décadas depois, a área dos
materiais continua a ser um palco
privilegiado de cooperação entre a UA e
a China, nomeadamente no âmbito das
atividades do Centro de Investigação
em Materiais Cerâmicos e Compósitos
(CICECO) da academia. Uma parceria
que pode ser medida nas quase 400
publicações da UA realizadas em
coautoria com cientistas chineses ou na
incontável elaboração de propostas de
investigação conjuntas.
Cooperação em múltiplas áreas
científicas
Se os Materiais deram um primeiro
impulso ao abraço entre a UA e a China,
um gesto que, como veremos à frente,
extravasou de forma mais visível para
o ensino das línguas, para a área do
Turismo e para os Estudos Asiáticos,
este foi igualmente aproveitado pela
academia para o consolidar noutros
domínios científicos, do ambiente às
telecomunicações, passando pelas
ciências da Terra.
O Departamento de Ambiente e
Ordenamento, por exemplo, tem
aproveitado a relação privilegiada
da UA com instituições científicas
chinesas para avançar, constantemente,
com projetos de cooperação nas
componentes de investigação e
formação com a Faculdade de
Ciências e Tecnologia da Universidade
de Macau, com a Northeast Electric
Power Corporation of China ou, no
âmbito do Joint European Master
in Environmental Studies – Cities
& Sustainability, a Beijing Normal
University e a China Beijing University
of Technology.
Também no Departamento de Eletrónica
e Telecomunicações (DETI) e no
Instituto de Telecomunicações decorre
um contato estreito com um grupo de
investigação da Beijing University of Post
and Telecommunications. A ligação tem
sido concretizada em vários projetos
bilaterais na área das telecomunicações
por fibra ótica que têm permitido a troca
de investigadores e de ideias das quais
resultaram várias publicações científicas.
Na área das Geociências, o investigador
da UA Luís Menezes Pinheiro tem
trabalhado, desde há vários anos, com um
grupo de cientistas do Instituto Geofísico
da Academia de Ciências de Pequim e do
South China Sea Institute of Oceanology
da Academia Chinesa de Ciências.
Ensino do mandarim pela UA
é referência nacional
E porque é através da língua que nos
entendemos, as estruturas pedagógicas
da UA, nos últimos anos, têm feito uma
forte aposta quer no ensino do mandarim
aos respetivos estudantes e comunidade
em geral, quer no ensino do português a
estudantes chineses.
Nesse sentido, os resultados são
avassaladores. Mais de 700 estudantes
portugueses da academia de Aveiro
já aprenderam a escrever e a falar
chinês desde que o ensino de
mandarim, pela primeira vez numa
universidade portuguesa, passou
a integrar as unidades curriculares
dos cursos de Línguas e Relações
Empresariais (Licenciatura e Mestrado
do Departamento de Línguas e Culturas
(DLC) e de Estudos Chineses (Mestrado
do Departamento de Ciências Sociais,
Políticas e do Território).
Desafiada em 2012 pela Câmara
Municipal de João da Madeira a
apresentar um projeto de ensino de
chinês ao 1º ciclo, a UA também ministra
hoje o mandarim a cerca de 900 crianças
do 3º e 4º ano do 1.º ciclo do ensino
básico daquele município, um projeto que
Alguns dos mais sonantes cientistas do Ocean College
da Universidade de Zhejiang (China) em visita à UA com o
objetivo de identificarem oportunidades de colaboração
na área do Mar.
O Vice-reitor Carlos Pascoal Neto (à frente, o terceiro a
contar da esquerda) na China com a missão empresarial
da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento
Regional do Centro.
Jovens chineses da Guizhou Normal University
estudam no Advanced Course on Tourism and
Hospitality Studies do Departamento de Economia,
Gestão e Engenharia Industrial.
O Departamento de Línguas e Culturas tem, neste ano
letivo, cerca de 60 estudantes de nacionalidade chinesa.
linhas dezembro 2014
vai ser alargado, em janeiro de 2015 ao 5.º
ano do ensino básico. Muito do sucesso
da iniciativa que, por isso mesmo, pode
vir a ser alargado a outros concelhos e a
novos graus de ensino, deve-se a Wang
Suoying, docente no DLC.
“Graças ao trabalho conjunto da direção
do Departamento, das duas leitoras
de chinês – eu e a minha colega Mai
Ran, que também tem trabalhado muito
para este projeto - e dos docentes
envolvidos, além dos esforços da
Câmara [de São João da Madeira], das
autoridades da educação e das escolas
envolvidas, o projeto está a ter êxito”,
congratula-se Wang Suoying.
Professora no DLC há 16 anos, a chinesa
Wang Suoying é a coordenadora do projeto
de ensino de chinês em São João da
Madeira e é a responsável pelos conteúdos
programáticos das disciplinas de chinês
ministradas em três cursos da academia.
Tradutora, escritora e investigadora sobre
as línguas, literaturas e culturas da China e
de Portugal, a docente, aos 61 anos, é hoje
um rosto indiscutível não só na UA como
também em Portugal e na China quando
se fala de abraços culturalmente apertados
entre os dois países.
Em Aveiro, o ensino do mandarim a
portugueses implica também sublinhar
as 70 crianças, entre os 6 e os 10 anos,
do Centro de Infância Arte e Qualidade
de Aveiro que, desde o início deste ano
letivo, e sob responsabilidade formativa
do DLC, recebem aulas de mandarim.
No que toca ao ensino da língua lusa
a estudantes chineses, mais de uma
centena de universitários daquele país já
passaram nos últimos quatro anos pelo
DLC. Só este ano letivo, o Departamento
recebeu cerca de 60 estudantes de
nacionalidade chinesa.
O crescente número de alunos chineses
que todos os anos têm aportado à UA
para aprenderem português, o que
faz do DLC uma referência nacional
quando o assunto são trocas culturais e
linguísticas entre Portugal e a China, é o
resultado dos protocolos assinados com
diversas instituições de ensino superior
daquele país.
"A aposta num país com um número
crescente de alunos que pretendem
aprender a nossa língua insere-se numa
“Para a UA a China é um parceiro indispensável,
sendo que a academia deverá aproveitar as
oportunidades criadas pela elevada procura por
formação avançada por parte da China, a abertura
para integrar entidades externas em redes com
empresas e universidades tendo em vista a
transferência de tecnologia e partilha de know-how”,
aponta Celeste Varum. A diretora do Mestrado
em Economia do Departamento de Economia,
Gestão e Engenharia Industrial da UA aponta que
Chineses na UA para aprenderem
português
Não se pode igualmente esquecer as
cerca de 200 pessoas, entre estudantes
e não estudantes da academia, que
já frequentaram os cursos livres de
Chinês ministrados pelo Gabinete de
Formação e Língua do DLC. E o número
de empresários, advogados e estudantes
de diversas áreas que procuram esta
formação não tem parado de crescer de
ano para ano. “As línguas associadas
aos chamados mercados emergentes
têm verificado de facto uma procura
significativa e o número de alunos que
se inscrevem em chinês tem vindo
a aumentar regularmente”, aponta
Fernando Martinho, coordenador
do Gabinete.
“há ainda que explorar as possibilidades no âmbito
do Programa Nacional para o Desenvolvimento a
médio e longo prazo da Ciência e Tecnologia na
China”. Nesse âmbito, refere a responsável, existem
já “ligações concretas e sólidas entre alguns
departamentos da UA e entidades chinesas, e daqui
poderão surgir mais parcerias”.
“Quer para a UA, quer para as empresas
portuguesas, realce-se que, para além das cidades
mais imediatas de Beijing e Shangai, outras zonas
como Chongqing, Chengdu, Wuhan, Hangzhou,
Tianjin, Xiamen, Dalian, Shenyang, Nanjing têm
uma dinâmica muito significativa”, diz a responsável
que adianta: “Nestas regiões ocorrem grandes
investimentos em novas infraestruturas e indústrias,
assim como também em ciência e tecnologia,
sendo locais onde existe mercado e elevada procura
por formação e transferência de know-how”.
Com a responsabilidade formativa do Departamento de Línguas e Culturas, 70 crianças do Centro de Infância
Arte e Qualidade de Aveiro frequentam aulas de chinês.
China: Um parceiro imprescindível
33 dossier
estratégia de internacionalização do
Departamento, por um lado, e da língua
portuguesa, por outro”, aponta Carlos
Morais, diretor do DLC. “Muitos destes
estudantes iniciam a sua licenciatura
de Estudos Portugueses na China,
ingressando no nosso Departamento
depois de terem terminado o segundo
ano”, explica Carlos Morais que adianta:
“A maioria tem como objetivo concluir
a licenciatura e, depois, o Mestrado em
Línguas, Literaturas e Culturas”.
No futuro, a UA, que já tem no seu
Campus um Centro de Estudos
Asiáticos, pode vir a criar cursos no
Departamento de Educação para
formar docentes qualificados de forma
a acompanhar a decisão do governo
de ensinar chinês no 1º ciclo do ensino
primário e no ensino secundário.
Área do Turismo é uma nova e sólida
ponte de entendimento
O enorme prestígio que o ensino e
investigação na área do Turismo na
UA alcançaram nos últimos anos está
na base de uma das mais recentes e
sólidas ligações da academia à China.
Em dezembro de 2012 a UA assinou um
protocolo com o governo da província
chinesa de Guizhou, que faz da academia
de Aveiro parceira no projeto da futura
Escola Internacional de Turismo.
As assinaturas deram forma a um
enorme passo no envolvimento da UA,
através do Departamento de Economia,
Gestão e Engenharia Industrial (DEGEI),
na formação académica em Turismo na
China. Pouco tempo antes, a academia
de Aveiro já havia protocolado com
a Guizhou Normal University, uma
das universidades da província de
Guizhou, uma parceria que permitiu, já
no início deste ano letivo, que grupos
de estudantes de Turismo e Gestão
Hoteleira daquela instituição frequentem
em Aveiro o curso de pós-graduação
denominado Advanced Course on
Tourism and Hospitality Studies. O plano
de formação dura oito meses e foi criado
pela UA especificamente para colmatar as
necessidades formativas dos estudantes.
DEGEI aposta forte na China
“A aposta do DEGEI na China decorreu,
numa primeira fase, de dois contactos
privilegiados que temos e que nos
colocaram em contacto com pessoas
de lá”, recorda Carlos Costa, diretor do
DEGEI. “Depois de termos feito uma
primeira visita e desta ter decorrido muito
bem, apercebemo-nos do potencial
que o mercado chinês encerra, não
apenas em termos da sua dimensão
mas dos desafios que se nos colocam
em termos de crescimento no futuro”,
relata o responsável pela criação na UA,
há 25 anos, da primeira Licenciatura em
Turismo em Portugal.
Com quase três milhões de habitantes,
Anshun, a capital da região, já movimenta
grande parte da sua economia
graças ao turismo. Mas a cidade,
e consequentemente toda a região
envolvente, quer alargar ainda mais
a capacidade hoteleira e, por isso, o
número de profissionais especializados
na área. Sem uma instituição que forme
profissionais para o setor do turismo, o
governo local vê na UA o parceiro ideal
para ultrapassar o desafio.
Da cooperação entre o DEGEI e a
China Carlos Costa faz “um balanço
excelente, que dificilmente poderia
ser melhor”. Ao fim de ano e meio de
contatos, “desenhámos um programa
de cooperação vasto, assinámos um
protocolo que envolve a UA, o Governo
Chinês, universidades da China,
empresas e organizações de turismo,
iniciámos o primeiro curso de turismo
em Portugal específico para chineses
e criámos um potencial de crescimento
para o futuro que é enorme”. Carlos Costa
não tem dúvidas: “Estamos a trilhar um
caminho excecional”.
O segredo, neste caso o Turismo, é
a alma do negócio. Por isso, Carlos
Costa não vai revelar todos os próximos
passos que o DEGEI tem já na calha em
direção à China para serem trilhados.
Desvenda apenas que o Departamento
quer cimentar o caminho já feito. “Vamos
consolidar o que temos. Queremos que
estes programas se autossustentem,
vamos alargar as nossas ações às quatro
áreas do DEGEI [Turismo, Economia,
Gestão e Engenharia Industrial], vamos
alargar o nosso trabalho para outras
regiões da China e vamos marcar a
diferença com novos projetos”, adianta.
O diretor aponta que o trabalho pioneiro
desenvolvido no DEGEI tem envergadura
para beneficiar toda a academia. “A nossa
ideia é consolidar este trabalho dentro
do Departamento mas, progressivamente,
estendê-lo a outros departamentos
da UA”, garante.
UA pioneira em Estudos Chineses
Nascido em 1998, o Mestrado em Estudos
Chineses do Departamento de Ciências
Sociais, Políticas e do Território (DCSPT)
foi o primogénito curso português de pós-
-graduação na área dos estudos chineses.
Se ao curso se juntar, um ano antes, a
criação do CEA naquele Departamento
com o objetivo de promover atividades
que contribuam para a aquisição e
disseminação de conhecimento sobre a
Ásia numa diversidade de domínios, bem
como fomentar a interação entre a UA
e as instituições de ensino superior dos
países asiáticos, a UA tem no DCSPT outro
importante ponto de conexão com a China.
“A ligação do DCSPT à China tem a sua
génese na criação do CEA e do Mestrado
Xu Lin (terceira à esquerda), chefe executiva da sede central
do Hanban em Pequim, de visita a Aveiro para celebrar o
vínculo que a UA tem com o país das culturas milenares.
linhas dezembro 2014
em Estudos Chineses, que tiveram a
sua sede na então Secção Autónoma de
Ciências Sociais, Jurídicas e Políticas”,
lembra Carlos Rodrigues, coordenador do
Centro e diretor do Mestrado.
Depois do ímpeto inicial, baseado na
colaboração de especialistas de renome
internacional, esta área de estudos do
DCSPT, lembra Carlos Rodrigues, “sofreu
alterações significativas, designadamente
no que toca ao seu corpo docente, mas
continuou a marcar presença de assinalar,
muito por obra do saudoso professor
Manuel Serrano Pinto”.
A ligação do DCSPT à China no
contexto atual pode situar-se no âmbito
daquele que é o enquadramento
essencial das atividades de ensino,
investigação e ligação à comunidade
do departamento: as políticas públicas.
É assim clara a ligação do DCSPT
à problemática da promoção do
desenvolvimento social e económico.
“As relações internacionais, nas suas
várias vertentes, inserem-se neste
contexto e, tendo em conta a importância
crescente da China no panorama social e
económico global, acaba por ser natural
a existência da vontade de consolidar
as relações com aquele país asiático”,
aponta o responsável.
A aproximação tem sido gradual e feita de
modo consistente. A participação ativa do
DCSPT no Observatório da China (uma
associação que pretende contribuir para
os estudos multidisciplinares e a
divulgação do conhecimento sobre a
civilização chinesa), na East Asia Net (uma
rede de instituições académicas europeias
com estudos asiáticos) e, ainda, o papel
que as atividades do Mestrado em Estudos
Chineses têm vindo a desempenhar na
aproximação do Departamento a várias
organizações chinesas ou com ligação
à China são apenas alguns dos exemplos
do caminho já percorrido em direção
ao grande oriente.
Mais concretamente em relação
à atividade do CEA, nos últimos
dois anos, esta tem estado focada
essencialmente na organização de
momentos de divulgação científica e
cultural e na ligação ao meio empresarial,
nomeadamente através de ações de
formação e de sensibilização. “O Centro
lançou também uma revista científica em
open access, a EsiYa – Interdisciplinary
Journal on Asian Studies, visando a
disseminação de conhecimento científico
gerado pelo trabalho de docentes,
investigadores, alunos e alumni com
relevância para o estudo da Ásia, no
âmbito da ‘geografia’ abraçada pelo
CEA e do caráter multidisciplinar da
investigação que o centro persegue”,
lembra Carlos Rodrigues.
Visitas:
de cá para lá e de lá para cá
Apesar da distância geográfica,
a proximidade humana entre a UA e a
China tem sido reforçada quer através
de visitas de várias personalidades
chinesas a Aveiro quer de representantes
da academia à China. Sublinhe-se,
por exemplo, a visita em 1999 de uma
delegação de Reitores e Vice-reitores de
várias universidades da República Popular
da China ao Campus da UA para tomarem
contato com as atividades do Centro
Multimédia e de Ensino à Distância.
Um ano depois, a UA recebia a então
Ministra da Ciência e Tecnologia da China,
Zhun Lian, para a assinatura de diversos
memorandos de entendimento que
reforçaram o intercâmbio de estudantes
e cientistas. Em 2001 seria a vez da
UA receber o Embaixador da China em
Lisboa no âmbito da semana cultural
que a UA dedicou à China. O mais alto
representante em Portugal da China
haveria de regressar ao Campus em
2013 para, in loco, tomar nota da forte
aposta da UA no ensino do mandarim.
Já em 2014, Xu Lin, chefe executiva da
sede central do Hanban em Pequim, foi
recebida pela academia.
Em novembro deste ano uma delegação
do Ocean College da Universidade de
Zhejiang deslocou-se à UA com o objetivo
de se identificarem oportunidades de
colaboração na área das Ciências e
Tecnologias Marinhas.
De cá para lá, também a UA fez várias
viagens à China das quais se destacam as
da antiga Reitora Helena Nazaré e, mais
recentemente, as dos atuais Vice-reitores
José Fernando Mendes (na comitiva que
o ministro da Educação e Ciência, Nuno
Crato, levou em 2013 à China) e Carlos
Pascoal Neto (na missão de novembro
último, liderada pela Comissão de
Coordenação e Desenvolvimento Regional
do Centro).
Wang Suoying, professora no Departamento de Línguas e Culturas e figura indiscutível em Portugal
e na China quando se fala da ligação entre os dois países.
35 ensino
Estudantes de mobilidade elogiam experiência na UAOs alunos internacionais de mobilidade
na Universidade de Aveiro (UA) fazem
uma apreciação muito positiva desta
universidade e do tempo aqui passado.
Segundo o “International Student
Satisfaction Awards 2014”, da página
internet StudyPortals, a UA foi considerada
“excecional”, obtendo a classificação mais
elevada a nível nacional. E também um
inquérito feito pelo Gabinete de Relações
Internacionais (GRI) relativo ao ano
letivo 2013/14 corroborou este dado: os
estudantes internacionais de mobilidade
têm uma apreciação global sobre a UA
“muito boa”. Assim, a UA recomenda-se!
Nos “International Student Satisfaction
Awards 2014 a UA foi considerada
“excecional”, obtendo a classificação mais
elevada a nível nacional (pelo menos 9,5
valores em 10). Este inquérito, colocava
questões como a componente académica
dos estudos, cidade e cultura, vida social,
instalações e serviços, desenvolvimento
pessoal e profissional com o intercâmbio,
impressão geral, envolvente externa da
universidade e ainda custo de vida.
E como a satisfação é uma preocupação
da UA, também o GRI elaborou o seu
próprio inquérito por questionário enviado
aos 471 alunos de mobilidade que a
UA acolheu em 2013/2014. O inquérito
pretendeu saber o que esperavam da
UA antes de chegarem, o que motivou
a sua escolha, como foram recebidos,
que avaliação fazem da experiência de
intercâmbio e as mais-valias para a sua
vida pessoal e profissional.
No inquérito verificou-se que a maioria dos
estudantes preferiu procurar informações
junto de amigos para preparar a sua vinda e
estadia em Aveiro. A escolha da UA foi feita
Artur Ekert, Polónia
“Estou a gostar da experiência de estudar na UA.
O sistema de ensino é diferente da Polónia, com mais
horas práticas e um equilíbrio maior entre a parte teórica
e a prática, o que é mais vantajoso para mim pois
aprendo mais”.
Rathnakannan Kailasam, Índia
“A UA tem instalações ótimas, tudo é fantástico e os
estudantes adoram a universidade. A equipa do GRI
é fantástica! A UA é uma universidade próspera que
se tornará uma das melhores nesta parte do mundo.
As pessoas em Aveiro, em Portugal e na UA são muito
simpáticas e amigáveis”.
Hou Chaoyue e Yang Lidan, China
“Viemos para a UA porque estudamos português
na Universidade dos Estudos Internacionais de Xi’na.
Já tínhamos ouvido falar da professora Wang Suoying,
do Departamento de Línguas e Culturas. A UA é um lugar
tranquilo e bem adaptado ao estudo. Os professores
ajudam muito. Gostamos da vida universitária e do
ambiente no campus. Os doces são deliciosos!”
com base no custo de vida, pela reputação
que a UA tem junto de estudantes e
professores nas suas universidades de
origem e pelo facto de a UA permitir que os
alunos estudem disciplinas de diferentes
cursos e departamentos.
Para facilitar a chegada à UA e a
integração, existem diversas pessoas
disponíveis no início de cada semestre
letivo, em particular os membros do
ESN (Erasmus Student Network), os
coordenadores departamentais de
mobilidade, a equipa do GRI e os
Serviços de Ação Social. Os alunos
valorizaram esta receção humanizada.
Durante o período de mobilidade
os Serviços de Gestão Académica,
através do GRI, têm um papel fundamental
(reconhecido pelos alunos) na gestão
do processo do estudante.
No pós mobilidade os alunos consideram
que os contactos pessoais e profissionais
estabelecidos na UA são importantes para
a sua vida pessoal e profissional.
Finalmente, a apreciação global sobre
a UA é “muito boa”, tendo a Academia
de Aveiro merecido diversos elogios e
boas recomendações. Contudo, alguns
alunos consideram que alguns colegas
e professores não falam corretamente
inglês e apelaram a um aumento da oferta
formativa nesta língua.
De acordo com o coordenador do GRI,
Niall Power, os desafios para o futuro são
“a melhoria da informação transmitida por
meios eletrónicos e o aperfeiçoamento do
uso da língua inglesa nos departamentos e
serviços da universidade”.
35 ensino
dezembro 2014linhas
Antes de chegar: a influênciade amigos e professores
A maioria dos estudantes preferiu procurar informações através de
amigos para preparar a sua vinda e estadia em Aveiro. A escolha da UA
como destino para a mobilidade foi feita com base na perceção que os
estudantes tinham relativamente ao custo de vida em Aveiro, pela
reputação que a UA tem junto de estudantes e professores nas suas
universidades de origem e pela oferta de cursos que a UA propõe.
Chegada e períodode mobilidade
Os resultados sugerem que se criou alguma
dependência sobre a “boa vontade” e
presença (física) da equipa que recebe os
alunos na UA, sendo que quando houve
falhas humanas no âmbito do acolhimento,
houve também alguma insatisfação.
Durante o período de mobilidade os
Serviços de Gestão Académica, através
do Gabinete de Relações Internacionais,
têm um papel fundamental (reconhecido
pelos alunos) no apoio ao estudante na
gestão do seu processo académico.
Depois da mobilidade:os efeitos para o futuro
Os contactos estabelecidos pelos estudantes na
UA são importantes para a sua vida pessoal e
profissional, no pós mobilidade. A apreciação
global sobre a UA é tendencialmente “muito
boa”, tendo a Academia de Aveiro merecido
diversos elogios e boas recomendações.
No dia em que chegou ao Campus da Universidade, foi claro para si saber o que tinha de fazer e onde tinha de ir?
Foi difícil encontrar as disciplinas e os horários?
6%extremamente
confuso6%extremamente claro
5%extremamente difícil
13%não muitoclaro
13%difícil
36%não muito claro mas tive ajuda e correu tudo bem
41%foi difícil mas tive ajuda e correu tudo bem
*Outros: Bangladesh, Bielorrússia, Cazaquistão, Egito, Equador, Etiópia, EUA, Japão, Noruega, Rússia, Sérvia, Suíça e Tailândia.
38%muito claro
27%bastante
fácil
14%muito fácil
Os estudantes optam por fontes de informação não formais
1º facebook
2º amigos e professores
3º site da UA
4º correio eletrónico da UA
A chegada e orientação inicial não são sempre fáceis para os estudantes
Os estudantes apreciam o trabalho dos serviços da UA
Os contactos feitos na UA são relevantes
Classificação geral da UA
471 estudantes de mobilidade em 2013/2014 (total de respostas: 206)
62% União Europeia
22% Brasil
3% Turquia1%Mexico
4%Outros*
7% RP China
45%recomendada por professores ou amigos
23%Consideram haver necessidade de mais oferta de cursos em língua inglesa
28%localização marítima e clima
a ua atrai pela localizaçãoe por recomendação
1%péssima
3%bastantemá
7%nadaespecial
9%razoável
18%boa e recomendável
27%muitoboa
23%excelente
12%melhor do mundo
80 %o gabinete de relações internacionais torna os aspetos burocráticos fáceis de resolver.
85 %o gabinete de relações internacionais responde bem aos pedidos dos estudantes.
83 %dos estudantes acham que os contactos feitos em Aveiro são importantes ou muito importantes para o seu futuro.
Resultados do inquérito aos alunos internacionais de mobilidade
37 ensino
Antes de chegar: a influênciade amigos e professores
A maioria dos estudantes preferiu procurar informações através de
amigos para preparar a sua vinda e estadia em Aveiro. A escolha da UA
como destino para a mobilidade foi feita com base na perceção que os
estudantes tinham relativamente ao custo de vida em Aveiro, pela
reputação que a UA tem junto de estudantes e professores nas suas
universidades de origem e pela oferta de cursos que a UA propõe.
Chegada e períodode mobilidade
Os resultados sugerem que se criou alguma
dependência sobre a “boa vontade” e
presença (física) da equipa que recebe os
alunos na UA, sendo que quando houve
falhas humanas no âmbito do acolhimento,
houve também alguma insatisfação.
Durante o período de mobilidade os
Serviços de Gestão Académica, através
do Gabinete de Relações Internacionais,
têm um papel fundamental (reconhecido
pelos alunos) no apoio ao estudante na
gestão do seu processo académico.
Depois da mobilidade:os efeitos para o futuro
Os contactos estabelecidos pelos estudantes na
UA são importantes para a sua vida pessoal e
profissional, no pós mobilidade. A apreciação
global sobre a UA é tendencialmente “muito
boa”, tendo a Academia de Aveiro merecido
diversos elogios e boas recomendações.
No dia em que chegou ao Campus da Universidade, foi claro para si saber o que tinha de fazer e onde tinha de ir?
Foi difícil encontrar as disciplinas e os horários?
6%extremamente
confuso6%extremamente claro
5%extremamente difícil
13%não muitoclaro
13%difícil
36%não muito claro mas tive ajuda e correu tudo bem
41%foi difícil mas tive ajuda e correu tudo bem
*Outros: Bangladesh, Bielorrússia, Cazaquistão, Egito, Equador, Etiópia, EUA, Japão, Noruega, Rússia, Sérvia, Suíça e Tailândia.
38%muito claro
27%bastante
fácil
14%muito fácil
Os estudantes optam por fontes de informação não formais
1º facebook
2º amigos e professores
3º site da UA
4º correio eletrónico da UA
A chegada e orientação inicial não são sempre fáceis para os estudantes
Os estudantes apreciam o trabalho dos serviços da UA
Os contactos feitos na UA são relevantes
Classificação geral da UA
471 estudantes de mobilidade em 2013/2014 (total de respostas: 206)
62% União Europeia
22% Brasil
3% Turquia1%Mexico
4%Outros*
7% RP China
45%recomendada por professores ou amigos
23%Consideram haver necessidade de mais oferta de cursos em língua inglesa
28%localização marítima e clima
a ua atrai pela localizaçãoe por recomendação
1%péssima
3%bastantemá
7%nadaespecial
9%razoável
18%boa e recomendável
27%muitoboa
23%excelente
12%melhor do mundo
80 %o gabinete de relações internacionais torna os aspetos burocráticos fáceis de resolver.
85 %o gabinete de relações internacionais responde bem aos pedidos dos estudantes.
83 %dos estudantes acham que os contactos feitos em Aveiro são importantes ou muito importantes para o seu futuro.
Resultados do inquérito aos alunos internacionais de mobilidade
dezembro 2014linhas
39 investigação
Recomendações para gestão integradada Ria nas próximas décadas ao dispor dos decisores
Aumento adequado de cotas dos taludes, consolidação das margens e navegabilidade dos canais; fecho do
dique do baixo Vouga Lagunar; otimização da área agrícola e utilização de métodos agrícolas sustentáveis;
gestão colaborativa e integrada da Ria de Aveiro; fiscalização a vários níveis/atividades; promoção do turismo
sustentável. Estas são apenas algumas recomendações, para os próximos 20 anos, resultantes da visão dos
habitantes da Ria, no projeto europeu LAGOONS, coordenado pela UA.
A gestão integrada de uma zona lagunar sensível e diversa
em recursos naturais como a Ria de Aveiro, sujeita a pressões
várias, desde a pesca ao imobiliário, passando por várias outras
atividades económicas e sob jurisdições tão diversas, não é
fácil. A este cenário em permanente mutação acrescente-se as
possíveis consequências das alterações climáticas que podem
vir a afetar, sobremaneira, ambientes caraterísticos do Baixo
Vouga tão sensíveis como o Bocage, com os seus retângulos de
pastagem rodeados por sebes de salgueiro ou amieiro.
O contexto político e legislativo na Ria “é complexo”,
reconhece-se na brochura com as conclusões do projeto
(“Gestão integrada de lagunas costeiras europeias no contexto
das alterações climáticas – a Ria de Aveiro”). Um dos exemplos
dessa complexidade é o ordenamento do território que
envolve instrumentos multissetoriais e de diferentes níveis
de governação para operacionalização das intervenções
no espaço terrestre. Outro é a lacuna que existe em termos
de regulamentação do espaço marinho. Um terceiro é a
sobreposição de instrumentos e orientações de gestão.
Foram os caminhos para a gestão integrada de realidades
como esta que se procuraram com o projeto europeu
LAGOONS, com coordenação da UA por intermédio da
investigadora Ana Isabel Lillebø, do Centro de Estudos do
Ambiente e do Mar (CESAM), laboratório associado da UA. Este
projeto de gestão integrada de lagunas costeiras europeias, no
contexto das alterações climáticas, envolveu parceiros de mais
sete países: Noruega, Polónia, Rússia, Ucrânia, Reino Unido,
Alemanha e Espanha. Em Portugal, a Ria de Aveiro foi o caso
escolhido para estudo.
A opinião geral dos parceiros, afirma Ana Isabel Lillebø, é
de que a complementaridade de valências do consórcio foi
fundamental para que fossem alcançados os objetivos do
projeto que durou três anos.
Inovação no método
O LAGOONS teve como particularidade a integração, para além
do contributo científico e das políticas, a participação e visão
dos que designou como “atores chave”, ou seja, utilizadores,
Al Lillebø
linhas dezembro 2014
decisores políticos e representantes de entidades públicas
e privadas que atuam nas zonas lagunares consideradas
no projeto. No final, o que se pretendia era potenciar a
“ecoeficiência” dos serviços prestados pelas zonas lagunares
e despertar soluções “ecoinovadoras” no contexto das
alterações climáticas. Foram criados “Grupos de Discussão”
constituídos com a ajuda dos presidentes das juntas de
freguesia ribeirinhas, em que os habitantes foram desafiados
a debater livremente a temática da Ria. Foi realizado também
um “Painel de Cidadãos”, com a participação de cidadãos e de
um grupo de peritos em diferentes áreas, tendo como objetivo
“enriquecer o conhecimento científico através do conhecimento
de quem convive diariamente com a Ria de Aveiro”, explica-se
na brochura publicada com as conclusões do projeto.
Da integração do conhecimento científico com a experiência
de quem vive nas margens da zona lagunar resultaram quatro
possíveis cenários futuros para a Ria, tendo em consideração a
combinação de possíveis tendências económicas e ambientais
para os próximos 20 anos, tanto ao nível na bacia como na
região lagunar e atividades como a pesca, a mariscagem, o
turismo e recreio, a atividade portuária, entre outras. Esses
quatro cenários – tendência atual se nada for feito; gestão
integrada, tendo em conta já algumas recomendações; crise
alargada; e tendência ambiental – sistematizaram-se em
quatro narrativas descrevendo quatro possíveis tendências e
o clima projetado para o período de 2011-2040. Os cenários
foram apresentados e discutidos numa “Oficina de Trabalho”, no
sentido de se conseguir uma visão conjunta para a Ria e para
o ano de 2030. Daqui resultou um conjunto de recomendações
para que essa visão possa vir a ser alcançada. O estudo
considerou, para além do ano de 2030, também o final do século
mas apenas numa perspetiva climática.
O clima projetado para esse período teve em conta os cenários
do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas
(IPCC em inglês). No caso concreto da Ria, e em termos
climáticos, os resultados do projeto mostram que o ano típico
projetado para 2030 não é significativamente diferente do
ano típico do período de referência. Ou seja, os resultados
do modulo de evolução usado no projeto, no que à atmosfera
diz respeito, são muito semelhantes para os anos típicos no
período de referência (1981-2010), para o período de 2011-2040
e para o final do século.
Relativamente à fronteira oceânica, foi adicionado o aumento,
previsto por outros estudos, do nível das águas do mar de
34cm. Os cenários de inundação marginal e navegabilidade
foram projetados tendo por base o modelo anteriormente
validado no projeto ADAPTARIA, aplicando os parâmetros (que
são alterados para ver como o modelo responde), do projeto
LAGOONS. No âmbito das alterações climáticas para além da
Distribuição espacial dos aspetos positivos e das preocupações. Exemplos de aspetos positivos: riqueza natural da Ria que serve de sustento a atividades
socioeconómicas das populações ribeirinhas. Exemplos de aspetos negativos: problemas de navegabilidade e velocidade da corrente.
análise entre anos típicos, foram também simulados, no âmbito
do LAGOONS, três cenários de eventos extremos: a ocorrência
de um verão excecionalmente quente; enxurradas de elevado
caudal no final do verão; e sobrelevação do nível médio das
águas do mar significativa devido a condições de tempestade.
CIRA pode ser solução para gestão da Ria
Os resultados, tendo em conta a visão que os habitantes
da região têm para a Ria nos próximos 20 anos, apontam
para uma gestão colaborativa e integrada da Ria, ou seja,
envolvendo todas as partes interessadas e coordenada
por uma entidade da região de Aveiro. A Comunidade
Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) foi apontada pelos
atores chave como uma das entidades com perfil e valência
adequada para essa gestão colaborativa e integrada da Ria.
Do estudo resultaram também claras algumas lacunas no
conhecimento da Ria, como é o caso do impacto do abandono
41 investigação
das salinas, e consequente colapso das motas, para as
populações de aves limícolas ou o impacto da intrusão salina à
superfície nas propriedades agrícolas do Baixo Vouga Lagunar.
O projeto LAGOONS integrou o conhecimento sobre a Ria
de Aveiro numa plataforma interativa que poderá ser acedida
no endereço http://webgis.no/openlagoons, encontrando-se
as publicações resultantes do projeto disponíveis no sitio
da internet http://lagoons.web.ua.pt. Todos os resultados
estão acessíveis. A equipa continuará disponível para dar
continuidade ao trabalho.
Ao nível europeu, será editado pela International Water
Association (IWA) o livro intitulado “Coastal Lagoons in
Europe: Integrated Water Resource Strategies” (Editores:
Ana Lillebø, University of Aveiro, Portugal, Per Stalnacke,
Bioforsk, Norwegian Institute for Agricultural and Environmental
Research, Norway, and Geoffrey D. Gooch, University of
Dundee, Scotland, UK (www.iwapublishing.com/catalogue/
IWAPublicationsCatalogue2014.pdf).
A cobertura territorial de alguns dos planos e programas na Ria (Fonte: adaptado de Sousa et al 2011) revela a complexidade dos regimes jurídicos e das tutelas.
Para que a concretização destas recomendações seja
possível, refere Ana Lillebø, torna-se necessária a atenção
dos decisores políticos.
Al Lillebø
linhas dezembro 2014
Casa Passiva: o edifício do futuro no presenteJá se imaginou a andar de manga curta em casa, em pleno
inverno, sem ter de ligar o aquecimento? Gostava de obter um nível
de conforto térmico elevado, sem pagar uma fatura exagerada
de energia? Isto já é possível em edifícios construídos de raiz ou
requalificados segundo as normas da Casa Passiva (Passivhaus),
um conceito nascido na Alemanha há cerca de duas décadas e
desenvolvido na UA por um grupo de investigadores do Departamento
de Engenharia Civil (DECivil) que criou a Associação Casa Passiva
com o objetivo de promover e divulgar este tipo de construção.
Uma casa passiva é um edifício de
baixíssimo consumo energético para
aquecimento (no inverno) e arrefecimento
(no verão). Para se atingir este objetivo,
devem cumprir-se cinco requisitos:
excelente isolamento térmico; janelas e
portas adequadas; sistema de ventilação
mecânica com recuperação de calor;
eliminação de pontes térmicas (zonas da
envolvente através das quais ocorrem
perdas de energia) e estanquidade do
edifício ao ar exterior (criação de uma
envolvente estanque com materiais que
reforcem o revestimento interior).
Mas como se consegue criar uma
casa estanque e simultaneamente
com renovação de ar? Através de um
equipamento de ventilação mecânica
altamente eficiente que faz a renovação
do ar interior.
A casa passiva é a base para se atingir um
nearly zero energy building ou mesmo um
energy-plus building: quando se associa
às suas baixas necessidades de energia
a produção da quantidade de energia que
consome ou de mais do que esta, através
de sistemas de energias renováveis tais
como painéis solares, fotovoltaicos, energia
eólica, energia das ondas, etc. O calor
fornecido externamente pela radiação solar
e internamente por aparelhos domésticos,
ocupantes e outros ganhos internos, é
quase suficiente para aquecer este tipo de
casa, quando adequadamente orientada
e isolada. “A casa deve ser autossuficiente
numa base anual: no inverno gasta-se mais
do que se produz e no verão acontece o
inverso. Portanto, fazendo uma média,
a casa pode conseguir ser de consumo
quase zero e ser autossuficiente”, explica
Romeu Vicente, docente e investigador do
DECivil e um dos elementos fundadores da
Associação Casa Passiva.
Assim, se se construir ou reabilitar um
edifício seguindo estas regras, poder-
-se-á conseguir um consumo energético
abaixo dos 15 quilowatts por metro
quadrado por ano, muito inferior ao que
consomem os edifícios classificados
atualmente de classe energética A+
(menos de 30 quilowatts por metro
quadrado, por ano para necessidades
de climatização, isto é aquecimento mais
arrefecimento). A poupança pode ser de
90 por cento em relação aos consumos
energéticos existentes em edifícios
reabilitados e de 75 por cento em relação
aos consumos energéticos de edifícios
construídos atualmente de raiz.
De acordo com Fernanda Rodrigues,
também docente e investigadora
do DECivil e outro dos elementos
fundadores da Associação Casa Passiva,
“este conceito é considerado atualmente
o standard mais exigente de conforto
e eficiência energética dos edifícios”.
Apesar de ter nascido na Europa central e
do norte para ser aplicado a climas frios,
“aplica-se em qualquer parte do mundo,
adaptando-se às exigências climáticas
do local em causa”, explica.
A premência destes princípios é tanto
maior quanto “a nível mundial há
43 investigação
grandes exigências de diminuição
do consumo de energia e de emissão
de CO2”, frisa Fernanda Rodrigues pois:
“A diretiva europeia Energy Performance
Building Directive aponta que em 2020
todos os edifícios sejam de consumo
energético e de emissões de zero
ou quase zero”. E também a ONU
recomenda a diminuição das emissões
de carbono. Mas, segundo Romeu
Vicente, “só o conseguimos construindo
ou reabilitando edifícios segundo estes
princípios. Ou seja, “isto não é um
discurso de amanhã mas um discurso
de ontem!”, sublinha.
Baixo consumo energético aliado
a máximo conforto
Para além do baixo consumo energético
e, consequentemente, das baixas
emissões de CO2, a Casa Passiva
aponta para um “conforto extremo”,
explica a investigadora Ana Alves, e
outro dos elementos fundadores da
Associação Casa Passiva: “Atualmente
as nossas casas, mesmo as novas, não
são equilibrados em termos de conforto
térmico. A Passive House consegue
uma temperatura ambiente de 20 graus
Celsius, a temperatura considerada ideal
em termos de conforto, sempre com
renovação do ar interior".
No caso dos edifícios novos, tudo
começa no planeamento e estudo de
arquitetura e engenharia, que têm de ser
aprofundados. “Este conceito devolveu
dignidade ao exercício da arquitetura e
da engenharia porque voltou a trazer a
cultura de estudar, pensar, recalcular,
desenhar, pensar em todo o contexto”,
explica Romeu Vicente.
Existe um acréscimo inicial dos custos,
porque há um acompanhamento e
um estudo pormenorizado do tipo de
construção que vai ser feita, mas as
poupanças que se vão obter no futuro
compensam o acréscimo de investimento
inicial (de 8 a 12 por cento). O tempo de
retorno do investimento extra é de 5 a 12
anos no máximo.
Ainda no capítulo dos custos, outro dos
princípios da Casa Passiva é recorrer
sempre que possível a materiais locais,
para diminuir também o impacto
da importação.
Atualmente o principal investimento é a
formação e a informação. “Depois dos
principais intervenientes (arquitetos e
construtores) conhecerem o conceito
e saberem como o aplicar, o tempo de
construção vai diminuir, o investimento vão
reduzir-se, os erros vão diminuir porque
tudo é previamente planeado e delineado:
reduz-se o desperdício de tempo, de
materiais e de mão de obra”, explicam.
Associação Casa Passiva
Por enquanto os “atores” da construção
ainda não estão muito sensibilizados
para esta temática, “mas quando isso
acontecer, esta construção vai passar
a ser vulgar, a ser a norma e a má
construção vai passar a ser invulgar”,
espera Romeu Vicente.
E foi por isso que em junho de 2012
criaram a Associação Casa Passiva, com
o objetivo de disseminar este conceito,
através da formação de técnicos
(arquitetos e engenheiros), da prestação
de serviços de consultadoria a quem
pretender construir ou reabilitar edifícios
de acordo com esta ideologia.
Em outubro de 2012 frequentaram
um curso intensivo de 10 dias no
Instituto Passivhaus, em Darmstadt,
para aprenderem mais sobre este
conceito e para poderem ser Passive
House designers.
Nesse curso, frequentado por técnicos de
todo o mundo, ficaram a saber que existem
já mais de 50 mil edifícios nos “quatro
cantos do globo” construídos de acordo
com as regras da Passive House, que se
aplica não só a casas de habitação mas
qualquer tipo de imóvel.
Pioneiros e na vanguarda deste projeto em
Portugal (são o único grupo universitário
linhas dezembro 2014
a investigar com o conceito Casa Passiva
no país), nestes últimos dois anos têm feito
formações, ações de divulgação em vários
locais, incluindo a Ordem dos Engenheiros,
bem como assessoria técnica em projetos
de construção. Participaram em palestras,
fóruns e organizaram as 1ªs Jornadas Casa
Passiva, em março de 2014 na UA (para
2015 estão já marcadas as segundas).
Ainda em 2014 organizaram uma
atividade para o PMate (Competições
Nacionais de Ciência para alunos do
ensino básico e secundário): a Energy Go
Round, onde mostraram este conceito
a alunos de escolas secundárias.
As ordens profissionais (dos engenheiros
e arquitetos) estão sensíveis e recetivas
a este conceito, consideram, “mas são
os projetistas que têm de alterar a forma
de fazer os projetos. Isto começa com
a formação nas universidades e é esse
passo que ainda falta dar”, afirma a
equipa de investigação.
Assim, ao tentarem sensibilizar colegas
de profissão para esta temática, tentam
simultaneamente que o ensino se adapte
a esta nova realidade de construção.
“O conhecimento tem de nascer nas
universidades e só depois as ordens
profissionais acolhem estas ideias”,
afirma Romeu Vicente.
Por parte dos proprietários a
consciencialização para estas temáticas
“é muito importante também: as pessoas
passam frio e calor nas suas casas, os
filhos têm doenças relacionadas com
a falta de qualidade do ar interior. Isto
também muda quando forem os clientes a
exigir outro tipo de construção”, observa.
Por parte do Estado, pode-se dizer que a
legislação tem evoluído, mas ainda muito
influenciada pelas diretivas europeias.
Apesar de tudo, “estamos a caminhar para
lá. A legislação está a ser cada vez mais
exigente”, destaca Fernanda Rodrigues.
“Modiko Passive house”
O DECivil e a Associação Casa Passiva
com a empresa Modiko – Estruturas para
Construção, Lda desenvolveram o projeto
de uma casa passiva que se encontra
atualmente em construção, de modo
a ser certificável pelo Passive House
Institute, explica Rui Oliveira, investigador
do DECivil.
Trata-se da Modiko Passive House, um
edifício de construção leve (metálica), com
uma base mássica (uma laje de betão).
A laje apoia uma estrutura metálica
tamponada com painéis pré fabricados
de isolamento. Os envidraçados (caixilharia)
são todos em PVC com vidros duplos.
A conformação da cobertura é efetuada
com painéis de isolamento térmico sobre a
estrutura de suporte.
Todo o cálculo do balanço térmico
é efetuado com recurso ao software
Passive House Planning Package, que
permite simular todo o edifício: prevê
o que o vai precisar de gastar para
aquecimento e arrefecimento.
Esta casa, localizada em Oliveirinha,
Aveiro, deverá estar concluída no primeiro
trimestre de 2015. A casa vai ser habitada
e o grupo de investigadores pretende que
a empresa Modiko continue a construir
segundo este conceito e com este grupo
da UA.
Futuro do projeto Casa Passiva
O futuro da Associação Casa Passiva
passa por terminar a Modiko Passive
House e trabalhar na reabilitação de
edifícios. Para além disso, o grupo está
a criar um mostruário deste conceito na
UA, com intervenções em imóveis e não
apenas com estudos e projetos em papel,
frisam os investigadores.
Entretanto, já conseguiram “contagiar”
o outro lado do Atlântico, mais
especificamente a Universidade Federal
de Pelotas. Em 2015 vão ao Brasil
disseminar estas ideias e os colegas
brasileiros vêm cá conhecer a sua
implementação no terreno.
O desejo destes investigadores é tornar
este conceito obrigatório numa unidade
curricular em alguns dos cursos de
engenharia e arquitetura, para que os
alunos terminem os seus estudos com
conhecimentos sobre a Passive House.
“Trata-se de uma mudança de paradigma
e as mudanças de mentalidade começam
no ensino”, frisam. A investigação nesta
área, como é óbvio, também vai continuar.
E a Passive House não para: o futuro vai
trazer também a Passive House Plus,
casas que produzem tanta energia como
aquela que consomem, e as Passive
House Premium, imóveis que produzem
mais energia do que a que consomem!
Mas o principal sonho deste grupo de
investigadores é transformar o edifício
do DECivil num edifício passivo… “Seria
um projeto fabuloso se o pudéssemos
concretizar!” O futuro o dirá.
Rui Oliveira, Ana Alves, Romeu Vicente e Fernanda Rodrigues, do DECivil e Associação Casa Passiva
45 cooperação
A Associação de Antigos Alunos da Universidade de Aveiro
(AAAUA) está muito otimista em relação à sua atividade e
dinâmica no próximo ano 2015 e promete trazer muitas surpresas
e novidades, que só se concretizarão com sucesso se houver
participação ativa de todos. Os tempos difíceis que correm são
os momentos certos para mostramos a nossa diferença, da
qualidade do nosso ensino e, portanto, da nossa capacidade de
ultrapassar todos os obstáculos, com união e determinação.
Encontramo-nos atualmente a reestruturar a organização interna
da AAAUA e um dos objetivos que esperamos ver concluído, no
início do próximo ano, é a integração da AAAUA na plataforma
SIGAAA (Sistema Integrado de Gestão de Acompanhamento
de Antigos Alunos da UA) que permitirá a otimização na
comunicação entre a AAAUA e a sua rede de associados.
Clube de Empresários Alumni UA
Já temos delineado o plano de atividades para 2015 e
alguns projetos já estão em fase de arranque. Destaco que
continuaremos a fazer uma aposta forte e firme no networking
que consideramos a mais poderosa ferramenta para criar
oportunidades de negócio, potenciar parcerias e contactos
privilegiados. Para este fim, planeamos uma nova dinamização
do Clube de Empresários Alumni UA (nacional e internacional),
recorrendo à plataforma profissional Linkedin. Prevemos,
pelo menos, um encontro anual destes grupos de forma a
facilitar um contacto mais direto e privilegiado, a partilha de
experiências e recomendações, para quem pondere uma
carreira além-fronteiras.
Tertúlias e conferências
As tertúlias e conferências terão sempre lugar de destaque
na agenda da AAAUA e serão realizadas assiduamente,
contribuindo para a partilha de conhecimentos e para o fomento
da inovação e da criatividade, com personalidades relevantes
nacionais e internacionais, nas mais diversas áreas do
conhecimento e ação cívica.
Dia do Antigo Aluno
Pretendemos, igualmente, apostar nos encontros de cultura
e lazer entre os antigos alunos, sempre abertos a toda a
comunidade da região. O encontro que mais destacamos e
no qual faremos todos os esforços para o ver realizado será o
“Dia do Antigo Aluno” que prevemos ser um dia memorável,
não pela quantidade de atividades que irão decorrer, mas sim
pela qualidade das mesmas, tanto na escolha dos artistas
convidados, como na escolha gastronómica e não posso
adiantar mais...
Ciclo de cinema
A partir de maio de 2015 daremos início a um Ciclo de Cinema
que decorrerá ao ar livre com projeção de filmes para rir e
chorar. Este ciclo de cinema pretende recordar os filmes
que mobilizaram várias gerações, bem como trazer a boa
disposição ao público.
Inovação social
A integração da plataforma para a inovação social – 4iS – na
AAAUA irá reforçar os objetivos estratégicos para 2015, no
que se refere à inovação social e ao empreendedorismo,
com a criação, implementação e maturação de projetos para
a inovação social, através de iniciativas de voluntariado,
empreendedorismo social e produção científica.
UA: marca de referência internacional
A AAAUA pretende, como tem acontecido, manter uma relação
próxima com a equipa Reitoral, de partilha e cooperação,
com objetivos que se pretendem ser consensuais no caminho
da UA, que mais não são que materialização de uma marca
de referencia internacional, num produto transacionável no
mercado e de elevado valor.
Este é o desafio que todos temos o dever de aceitar, que só
pode ser consumado cabalmente com a participação de todos,
mas com enorme responsabilidade dos antigos alunos, pois
estes são a história da UA, a sua pegada na história. Todos com
percursos diferenciados, histórias para contar e partilhar e, por
isso, com capacidade para ajudar a definir um caminho entre
muitos para o sucesso, que só com reflexão
e feedback se constrói.
AAAUA otimista
e cheia de projetos para 2015!Carlos Pedro FerreiraPresidente da AAAUA
linhas dezembro 2014
Campus e cidade unem-se para mostrar a amizade pelos modos suaves de mobilidade e pela bicicletaUm abraço-demonstração vai unir o campus de Santiago, o Parque Ciência e Inovação e as cidades de
Aveiro e Ílhavo com o nome UA Campus-Cidade Bike Friendly. Mais do que uma união na amizade à bicicleta
como a designação poderia sugerir, trata-se de fundar as bases do que pode vir a ser uma cidade, ou
melhor, uma sociedade amiga do empreendedorismo, da investigação e do desenvolvimento. A parceria
criada por iniciativa da UA na Plataforma Tecnológica da Bicicleta e da Mobilidade Suave dá o mote.
“Há uma economia ligada à utilização do automóvel e que
promove a utilização deste veículo e que a torna muito forte
– seis por centro das receitas do Orçamento de Estado
estão relacionadas com a mobilidade. Há que consolidar,
agora, uma economia da bicicleta e dos modos suaves de
mobilidade, introduzindo e ampliando novas maneiras de
usar o território em bicicleta com apoio das tecnologias de
informação, comunicação e eletrónica, com novos produtos e
serviços”, visiona José Carlos Mota, um dos coordenadores
da Plataforma Tecnológica da Bicicleta e da Mobilidade
Suave (http://www.ua.pt/ptbicicleta/), parceria que envolve a
UA, investigadores, empresas e outras organizações. São as
gerações futuras que o pedem, alerta.
Plataforma Tecnológica da Bicicleta e da Mobilidade Suave está na base do projeto
Para tal ser possível, há que adotar espaços de
experimentação, designadamente assumindo a cidade como
espaço de teste; assim, será possível modelar obstáculos,
avaliar soluções e o conceito UA Campus-Cidade Bike
Friendly para eventual replicação a outras escalas, propõe o
investigador do Departamento de Ciências Sociais, Jurídicas e
do Território da UA.
No entanto, o coordenador da Plataforma não espera que
este percurso que propõe para ganhar terreno ao automóvel
seja uma ciclovia suave. Cada aveirense viaja, em média,
22 quilómetros por dia de automóvel e só 60 por cento das
viagens são entre a residência e o trabalho. Mas há mais. 75
47 cooperação
por cento das deslocações são feitas
em automóvel e destas 40 por cento são
de curta duração (menos de 5 minutos).
As razões? Todos nós as conhecemos:
a dispersão territorial das funções
quotidianas do próprio e dos familiares
(comércio, desporto e cultura), a
comodidade (necessidade de transportar
objetos), a segurança do estacionamento
e as condições meteorológicas sobretudo
em certos períodos do ano, … para referir
apenas algumas. Mesmo assim, em
média, em 60 por cento dos dias do ano
não chove, enquanto em Copenhaga a
população usa mais a bicicleta debaixo
de um clima com, em média, chuva em
60 por cento dos dias do ano.
Um inquérito realizado aos utilizadores
do campus de Santiago em 2010
concluía que 78 por cento possuíam
bicicleta, mas apenas 34 por cento a
utilizavam nas deslocações para a UA.
As distâncias percorridas, as condições
climatéricas, a insuficiência de ciclovias
e a insegurança eram as razões
apontadas, referidas por esta ordem
de frequência, sendo a diferença muito
reduzida entre as percentagens das duas
primeiras razões apontadas.
Contudo, os promotores consideram que a
projeção conseguida desde o lançamento
da parceria informal representada na
Plataforma Tecnológica da Bicicleta e
da Mobilidade Suave e as caraterísticas
socioeconómicas da região de Aveiro, a
colocam com condições ímpares para dar
sentido ao conceito UA Campus-Cidade
Bike Friendly. Senão vejamos…
Região há muito que pedala
É na sub-região Baixo-Vouga que,
em Portugal, mais pessoas andam
regularmente de bicicleta – um valor
oito vezes superior à média nacional.
Na sub-região Baixo-Vouga (NUT III),
3,9 por cento dos residentes andam
regularmente de bicicleta, sendo a média
nacional 0,5 por cento, segundo dados
do Instituto Nacional de Estatística
(dados de 2011).
Bewegen/BikeEmotion: a emoção
de uma parceria para o mundo
O projeto BikeEmotion (http://www.
bikeemotion.com), um sistema de gestão,
partilha e imobilização de bicicletas, com
GPS, que pode ser desbloqueado através
dispositivo móvel de comunicação ou cartão,
surgiu do impulso de empresas ligadas às
novas tecnologias e de antigos alunos da
UA. Numa fase inicial e de desenvolvimento o
projeto teve a participação da UA.
Após a parceria estabelecida com a
multinacional Bewegen, o produto é agora
desenvolvido por esta empresa canadiana.
Trata-se de um sistema de partilha de
bicicletas com assistência elétrica (pedelec)
que permite a mudança no paradigma de
transporte urbano. Atualmente é o mais
avançado sistema de veículos partilhados
do mundo. Foi desenhado por uma equipa
mundialmente premiada de forma modular,
podendo ser otimizado e adaptado a qualquer
território. A cargo da BikeEmotion, está a
inteligência deste sistema, ou seja, todo o
hardware e software de comunicações e
gestão do sistema.
O sistema encontra-se, neste momento,
em vias de comercialização, podendo estar
implantado, no verão de 2015.
Percursos seguros para a UA integram
Aveiro, Capital Jovem da Segurança
Rodoviária 2015
A identificação de percursos seguros para
a UA, iniciativa da Plataforma Tecnológica
da Bicicleta e da Mobilidade Suave e da
Câmara Municipal de Aveiro, com apoio da
PSP, da AAUAv e da AAAUA, apresentada em
novembro de 2014, é uma peça fundamental
do projeto UA Campus Cidade Bike Friendly.
Segurança Rodoviária pressupõe, na
perspetiva do projeto da UA, também reduzir
o número de automóveis, de deslocações
em automóvel, a velocidade de circulação,
e sensibilização para os modos suaves
de transporte. Nesse sentido, o projeto
"percursos seguros para a UA" irá fazer parte
do evento Capital Jovem da Segurança
Rodoviária, um evento nacional da Forum
Estudante, com apoio do ACP e da BP,
assenta arraiais em Aveiro no ano de 2015.
A Murtosa, palco da apresentação
pública da Plataforma Tecnológica
da Bicicleta e Mobilidade Suave, é
o concelho com maior número de
utilizadores de bicicleta em termos
relativos (17 por cento). Ílhavo, Aveiro,
Estarreja, Ovar e Murtosa são os cinco
concelhos com maior valor em termos
absolutos: respetivamente, 2.160, 1.351,
996, 935 e 893 utilizadores da bicicleta.
Mais de metade da população da
sub-região do Baixo-Vouga tem uma
bicicleta em casa (535 bicicletas por
mil habitantes), valor superior à taxa de
motorização média dos concelhos – 502
veículos/1.000 habitantes.
Em média, 29 por cento dos residentes
da região admitem poder utilizar
a bicicleta nas suas deslocações
quotidianas (valores variam de 7 por
cento em Sever do Vouga até 37 por
cento e 42 por cento na Murtosa e Ílhavo,
respetivamente), estando dependente da
melhoria e expansão
da rede ciclável (57 por cento), melhoria
das condições dos pavimentos (17 por
cento), aumento da segurança rodoviária
(6 por cento) e redução do tráfego
rodoviário (2 por cento), segundo dados
do Plano Intermunicipal de Mobilidade
e Transportes da Região de Aveiro
(PIMTRA), de 2012.
É também nesta região que está instalada
uma parte significativa das empresas
do setor e da fileira nacional das duas
rodas e sediada a sua associação
nacional (ABIMOTA). As empresas da
região desenvolvem e comercializam
produtos em todos os pontos da fileira:
as bicicletas da Órbita e os modelos
para consumidores específicos de
Noca Ramos, antigo aluno da UA, as
bicicletas com materiais recicláveis da
Angel – projeto do ex-futebolista José
Nuno Amaro -, as peças e componentes
da Rodi e da empresa Miranda & Irmão,
a roupa para ciclistas da Rasto, o
mobiliário urbano, incluindo suportes para
estacionamento de bicicletas, da Larus,
apenas para citar alguns exemplos.
linhas dezembro 2014
UA também dá ao pedal
Por outro lado, vários grupos de investigação da UA trabalham
no desenvolvimento de novos materiais para bicicletas
(Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica e Escola
Superior Aveiro Norte), no design de bicicletas e equipamentos
(Departamento de Comunicação e Arte ), na renovação do
próprio objeto, como a First Bike, bicicletas especialmente
concebidas para os mais novos, as Cargo Bikes, bicicletas de
carga (Departamento de Engenharia Mecânica), ou em sistemas
de energia (baterias) com possibilidade de adaptação a bicicletas
(Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática).
A melhoria das infraestruturas, ao nível dos pavimentos –
Departamento de Engenharia Civil –, ou a avaliação do ciclo de
vida da bicicleta (Departamento de Engenharia Mecânica) são
outras vertentes em investigação. Mas, a montante, também têm
vindo a realizar-se pesquisas da UA, como o ordenamento do
território e o planeamento da mobilidade ciclável (Departamento
de Ciências Sociais, Políticas e do Território), o turismo sustentável
em bicicleta (Departamento de Ambiente e Ordenamento), o
contributo para a saúde (Escola Superior de Saúde) ou a avaliação
de padrões de mobilidade urbana incluindo a mobilidade suave
(Departamento de Engenharia Mecânica). Associadas a estes
trabalhos de investigação têm estado diversos projetos em
parceria com a região, dos quais o CicloRia é apenas um exemplo.
Foi todo este contexto e o facto de existir um projeto inovador
que pode constituir uma mais-valia para os seus produtos que
levou um grande construtor mundial de bicicletas a fixar-se na
Incubadora de Empresas da UA e numa cidade que já foi pioneira
nacional com a Bicicleta de Uso Gratuito de Aveiro (BUGA). O
BikeEmotion é um consórcio criado pelas empresas de antigos
alunos da UA, Ponto C, Micro I/O e Ubiwhere, para desenvolver
um sistema de gestão, partilha e imobilização de bicicletas, com
GPS, que pode ser desbloqueado através dispositivo móvel de
comunicação ou cartão. O BikeEmotion é o parceiro tecnológico
exclusivo do construtor de bicicletas canadiano Bewegen.
Veículo de causas pós-modernas
Apesar do contexto sugerir amizade à bicicleta, o conceito
“Bike Friendly” não se deve limitar à utilização da bicicleta.
Neste caso, a bicicleta traz outros componentes, salienta José
Carlos Mota, como a engenharia, a educação e sensibilização,
regulamentação e legislação, planeamento e avaliação e,
no horizonte, uma cidade amiga do empreendedorismo, da
investigação e desenvolvimento. Mas a bicicleta também é um
veículo de causas, como a causa ambiental, a saúde e vida
saudável e até, de alguma maneira, de uma nova postura cívica.
Ou seja, um veículo “trendy”. À bicicleta serve bem a imagem
de uma certa pós-modernidade.
Mas, para que seja o veículo de toda esta mudança, afirma
o coordenador da Plataforma Tecnológica, o conceito UA
Campus-Cidade Bike Friendly tem de ser
testado. Ora a comunidade de 16.500
pessoas, durante a semana, quase 2.000
novos membros, em cada ano, à procura
de novas formas de deslocação e
abertos a causas que tragam mudanças
à sociedade, e também o facto de o
campus ser um espaço com gestão
própria, fazem da UA um território
adequado à experimentação.
Ao conceito UA Campus-Cidade
Bike Friendly estão associadas várias
“agendas”, muito para além da inovação
tecnológica, que também têm a ver
com novas formas de organização
do espaço. Cada “agenda” traz
consigo o potencial de inovação
e desenvolvimento económico:
infraestruturas, como ciclovias,
estacionamento e sinalização; a
articulação com outras formas de
mobilidade e o transporte coletivo; a
inovação que pode passar por novos
materiais e componentes, pelo design
da bicicleta, novos tipos de pavimento,
pelas tecnologias da informação,
comunicação e eletrónica;
a sensibilização que pressupõe ações
de comunicação e pedagogia que
podem estar também associadas a
eventos; e também pela disponibilização
de bicicletas individuais e coletivas.
José Carlos Mota sublinha o
alinhamento deste e de outros projetos
da Plataforma que co-coordena com as
estratégias que enquadram a aplicação
de novos fundos comunitários: Portugal
2020 e, particularmente, o Quadro
Comum de Investimentos da Região de
Aveiro 2014/2020 (QCIRA 2014/2020).
…E deixa um repto a todos, incluindo-se
a si próprio, como quem desafia a saltar
para um comboio rumo ao futuro e que
já está em andamento: “Como tornar
o projeto UA Campus-Cidade Bike
Friendly um desígnio colectivo?”.
É neste sentido que a UA dá estas
primeiras pedaladas.
49 campus sustentável
MYBIKES(de Noca Ramos, ex-aluno da UA)
Produção de bicicletas
(Gafanha da Nazaré)
ANGELProduções de bicicletas(Águeda)
BEWEGEN/BIKEEMOTIONProdução de bicicletas
(Aveiro)
RASTOroupa para ciclistas
(Gafanha da Encarnação)
MIRANDA & IRMÃOComponentes
para bicicleta
(Águeda)
RODIRodas para bicicletas
(Aveiro)
ÓRBITA/MIRALAGO
Produção de bicicletas
(Águeda)
LARUSMobiliário urbano,
também para bicicletas
(Albergaria-a-Velha)
alguns exemplos deuma fileira em expansãoUA: novos materiais, design de bicicletas e equipamentos, sistemas de energia,
novos pavimentos e infraestruturas, análise de ciclo de vida, ordenamento do
território, turismo sustentável, padrões de mobilidade, contributo para a saúde.
linhas dezembro 2014
UA aceita o desafio da ONU:ter um Campus Sustentável Educação, gestão sustentável dos campi, envolvimento da comunidade e investigação.
Estes são os quatro alicerces nos quais a UA vai cimentar a resposta ao desafio que a Organização
das Nações Unidas (ONU) lançou em 2012 às instituições de ensino superior em redor do mundo:
que apresentem respostas aos desafios da sustentabilidade, reconhecendo que, de facto, podem
e devem ter um papel essencial na construção de uma sociedade mais sustentável.
51 campus sustentável
“É fundamental a consciencialização de
que a sustentabilidade da Universidade
não implica forçosamente custos, mas
pode ser o caminho para a otimização de
recursos e para uma maior eficiência”,
aponta Ana Isabel Miranda, docente
do Departamento de Ambiente e
Ordenamento e coordenadora do GMDS.
“A estratégia preparada pelo Grupo de
Missão foi acolhida com entusiasmo
pela Reitoria”, congratula-se a docente.
Outra abertura não seria de esperar pois
a visão de um Campus Sustentável é
uma aposta inerente à própria missão
da academia de Aveiro e o Reitor da UA,
Manuel António Assunção, é o primeiro
a subscrevê-la.
O programa de ação do Reitor para o
período 2014-2018 não deixa dúvidas
ao descrever o desígnio que quer selar
na UA: “Exemplar na sua configuração
e combinação de espaços, exteriores e
interiores, proporcionando não só um
ambiente adequado para a atividade
da Universidade, mas valorizando
igualmente a fruição deste espaço
pela comunidade numa interação
sem barreiras, de simbiose entre a
Universidade, a Cidade e a Região”.
Mais acrescenta o caderno de encargos
da equipa reitoral, que quer em Aveiro
um Campus “exemplar do ponto de
vista ambiental, com elevados níveis
de eficiência energética, de gestão da
água e de resíduos, e com valorização
da biodiversidade e do meio em
que nos inserimos, promovendo a
sustentabilidade da nossa atividade,
no seu sentido mais amplo, e servindo
de referência”.
A estratégia para o Campus Sustentável
da UA, apresentado pelo Grupo
de Missão, está assente em quatro
prioridades – educação, investigação,
envolvimento da comunidade e gestão
sustentável dos campi – estabelecidas
tendo em consideração a evolução da
O apelo, erigido durante a Cimeira
das Nações Unidas para o Ambiente
e Desenvolvimento, no Rio de
Janeiro, quer ver as universidades
comprometidas não só com o ensino
de conceitos de desenvolvimento
sustentável e com o apoio a ações de
sustentabilidade nas comunidades
em que se inserem, como também
apostadas na investigação de soluções
para a construção de sociedades em
equilíbrio com o meio ambiente.
O Grupo de Missão para o
Desenvolvimento Sustentável (GMDS),
criado pela UA, abraçou o desafio
e já está a trabalhar. A equipa tem
apontado o ano de 2015 para dar o tiro
de partida no caminho proposto pela
ONU. Até 2020 a UA quer ser o motor
e um exemplo ao nível das instituições
de ensino superior quando o tema é a
defesa da sustentabilidade, o que
implica uma maior eficiência
no uso de recursos.
linhas dezembro 2014
academia nos últimos cinco anos, o
Plano de Atividades da UA para 2014 e
o impacto das potenciais ações para o
período entre 2014 e 2020.
Educar, educar, educar sempre
Na educação, considerada como “o
pilar essencial da formação integral dos
futuros profissionais e decisores de uma
sociedade sustentável”, o GMDS quer
chegar a 2020 com a realização de um
conjunto de iniciativas que promovam
o desenvolvimento e integração
de competências (conhecimentos,
capacidades, atitudes e valores) para
a sustentabilidade na ação educativa
formal na UA, mas também em
instituições de ensino não superior, e em
contextos não-formais.
Implementação de programas de
formação em temáticas relacionadas
com a ciência, a tecnologia e o
diálogo intercultural que evidenciem
a importância da educação para
o desenvolvimento sustentável,
iniciativas de consciencialização para
a sustentabilidade e para a relevância
da educação para o desenvolvimento
sustentável e integração do tema nas
unidades curriculares da UA são algumas
das apostas traçadas para os próximos
anos em redor do pilar educação.
Destas medidas educacionais refere-se
a vontade de “ter em 2020, 20 por cento
dos cursos da UA com desenvolvimento
de competências na área do
desenvolvimento sustentável e 20 por
cento dos seus docentes com formação
específica sobre a inclusão de questões
de sustentabilidade nas unidades
curriculares que lecionam”.
Gestão sustentável, Campus
sustentável
“Um campus universitário é uma
pequena cidade que, devido à sua
dimensão, atividade dos utilizadores e
características do ambiente construído,
é responsável por fluxos energéticos e
materiais relevantes”, aponta o Grupo
de Missão. Nesse sentido, como não
podia deixar de ser, um dos vetores
estratégicos para o desenvolvimento
de um campus sustentável, “porventura
um dos mais visíveis”, é a gestão
dos campi.
O GMDS indica a desmaterialização
de processos e de procedimentos
administrativos, a gestão da energia,
água, ar e resíduos, a gestão e
manutenção dos edifícios e espaços
verdes existentes, a promoção e
usufruição da biodiversidade e a
definição de regras e princípios
reguladores da qualificação dos campi
como aspetos a desenvolver. Propõe
que até 2020 a UA implemente um
conjunto de ações tendo como objetivos
estratégicos certificar a academia no
âmbito de normas ISO associadas ao
desenvolvimento sustentável.
“As metas estabelecidas concretizar-
-se-ão através dum plano de ações
detalhado, envolvendo a administração
e a comunidade académica, e resultarão
duma reformulação significativa da
abordagem da gestão dos campi da
UA, criando rotinas e procedimentos
potenciadores dos diferentes critérios
de sustentabilidade e promovendo uma
imagem de modernidade organizacional
para o exterior”, antevê o Grupo.
Maior envolvimento
com a comunidade
Um campus sustentável implica o
envolvimento de toda a comunidade,
quer interna, quer exterior à UA, e,
por isso, a academia deverá cada vez
mais ser sentida como um espaço de
todos e de cada um. Para tal, o GMDS
propõe “a criação de atividades abertas
a toda a comunidade, que constituirão
espaços de partilha de conhecimento e
experiências, fomentando, por exemplo,
a consciencialização ambiental”.
Sensibilizar o público em geral
enquanto se promove a imagem da UA,
incrementar o espírito de comunidade
e de equipa para efetuar diversos
trabalhos, contribuindo para o espírito de
empreendedorismo, principalmente nos
mais jovens, são alguns dos objetivos
das atividades agregadas à vontade de
cimentar o envolvimento da comunidade.
Daqui a seis anos, antevê o Grupo
de Missão, “deverá ser uma prática
habitual a realização de, pelo menos,
quatro oficinas pedagógicas e de
quatro palestras ou debates, por ano”.
A colaboração com a Escola Superior
de Saúde, integrando atividades
direcionadas para grupos com
necessidades especiais, e o sistema de
voluntariado para a monitorização da
biodiversidade e da qualidade ambiental,
“devem ser uma realidade em 2020”.
Investigação com consciência
ambiental
“Uma universidade sustentável deve
desenvolver atividades de investigação
na área, promovendo a inovação e a
implementação das melhores práticas”,
aponta Ana Isabel Miranda.
Neste campo, o GMDS assume como
metas concretas “o envolvimento da
UA em, pelo menos, dois projetos
internacionais [no âmbito do novo
quadro de apoio comunitário –
HORIZON 2020] e em dois projetos
nacionais [aprovados pela Fundação
para a Ciência e Tecnologia ou outros
organismos] de investigação na área da
sustentabilidade”.
Dos projetos nacionais, pelo menos
um deverá resultar da colaboração
de investigadores de várias unidades
orgânicas da UA, “revelando sinergias
interdepartamentais”. Como objetivo de
melhoria da divulgação da investigação
feita na UA até ao início da segunda
década deste século, o Grupo de
Missão quer que “seja prática comum
a realização duma conferência aberta
ao exterior envolvendo investigadores,
estudantes e funcionários com atividade
na área da sustentabilidade”.
53 cultural53 aconteceu na ua
ACONTECEU NA UA
PERTO DE OITO MIL PESSOAS NA SEMANA ABERTA DA CIêNCIA E TECNOLOGIAA Semana Aberta da Ciência e Tecnologia da UA regressou para a 15ª edição, de 24
a 28 de novembro. Este ano inscreveram-se 7664 pessoas em 102 atividades (e 324
sessões), organizadas por 22 unidades da UA. Esta foi a maior iniciativa de divulgação
de ciência do país, integrada na Semana da Ciência e da Tecnologia promovida pela
Ciência Viva, Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.
A SACT transformou mais uma vez os campi da UA num gigantesco laboratório
científico aberto a todos, desde crianças do pré-escolar, até pessoas aposentadas,
passando pelos alunos do ensino básico e secundário.
Experiências, atividades laboratoriais, palestras, saídas de campo, exposições.
Estas foram algumas das atividades que decorreram nos diversos departamentos
e unidades orgânicas do Campus Universitário de Santiago e do Crasto, na Escola
Superior Aveiro-Norte, em Oliveira de Azeméis, e na Escola Superior de Tecnologia e
Gestão de Águeda.
CERIMÓNIA DE JUBILAÇÃO
DE CELESTE COELHO
A cerimónia de jubilação de Celeste
Coelho, professora do Departamento
de Ambiente e Ordenamento (DAO) da
UA, realizou-se dia 26 de novembro. Na
academia aveirense foi professora auxiliar,
de outubro de 1985 até junho de 1991,
professora associada, de 1991 a 2000, e
professora catedrática desde 2000.
Os domínios de especialização de Celeste
Coelho são a Hidrogeomorfologia,
Geografia Física Aplicada e Planeamento
e Gestão de Recursos Naturais. Os
seus atuais interesses de investigação
são Hidrologia e Gestão Integrada de
Bacias Hidrográficas, Processos de
Desertificação e Degradação do solo
(dimensão ambiental e socioeconómica) e
Planeamento e Gestão de Áreas Costeiras.
CERIMÓNIA DE JUBILAÇÃO DE JOSÉ
TEIXEIRA DIAS
A cerimónia de jubilação de José Teixeira
Dias, docente do Departamento de
Química da UA, ocorreu no dia 19 de
novembro. Professor catedrático de
Química na Universidade de Coimbra
de 1980 a 1995 e da academia de Aveiro
desde 1995, José Teixeira Dias doutorou-se
em Química pela Universidade de Sussex,
Reino Unido, em 1970, com tese sobre
Química Quântica (Forças Intermoleculares)
e Espectroscopia de Raman.
Fellow da Royal Society of Chemistry
com a distinção Chartered Chemist
(CChem) desde 1991 e Chartered
Scientist (CSci) do Science Council do
Reino Unido desde 2004, o especialista
na área da Química-Física Molecular
linhas dezembro 2014
é autor e co-autor de mais de 150
artigos na Web of Science. José Teixeira
Dias recebeu o Prémio de Excelência
Científica em 2004 concedido pela
Fundação para a Ciência e Tecnologia.
do Ocean College da Universidade
de Zhejiang (China), com o objetivo
de se identificarem oportunidades de
colaboração na área do Mar. O workshop
"Aveiro and Zhejiang Universities:
building a long term cooperation and
new ventures in Marine Sciences and
Technology" deu o mote ao encontro.
visitou em novembro a UA. A governante
procurou experiências e conhecimentos
em instituições portuguesas que possam
ajudar a enfrentar os novos desafios do
desenvolvimento de Cabo Verde. No caso
da UA, Sara Lopes tomou conhecimento
da capacidade da UA para eventual
cooperação em projetos de formação que
possam dar resposta às necessidades
atuais daquele país africano, mas também
na vertente de investigação aplicada e
prestação de serviços.
FESTIVAIS DE OUTONO 2014:
DAR PALCO A JOVENS TALENTOS
E A ARTISTAS DE RENOME
Os Festivais de Outono, evento
promovido pela Universidade de Aveiro
(UA), renovaram o objetivo de servir a
região centro de Portugal com um leque
diversificado de ofertas musicais ao
longo de cerca de um mês, de 7 a 29 de
novembro. O programa da 10ª edição do
evento percorreu atuações para apetites
variados, incluindo a ópera, a música
barroca e de câmara, recitais de piano,
músicas do mundo e obras sinfónicas.
O palco foi sucessivamente ocupado com
jovens talentos com ligação à UA, ao seu
Departamento de Comunicação e Arte
(DeCA) e à região, mas também artistas
de grande relevo na cena
musical internacional.
UA RECEBE COMITIVA DE
CIENTISTAS DO OCEAN COLLEGE DA
UNIVERSIDADE DE ZHEJIANG
A UA recebeu em novembro uma comitiva
com alguns dos mais sonantes cientistas
UA RECEBE DELEGAÇÃO RUSSA
PARA PREPARAR COOPERAÇÃO
A UA recebeu uma comitiva de
investigadores e representantes de
instituições russas de ensino superior e
investigação ao abrigo do programa de
promoção da ciência russa pelo Ministério
da Ciência daquele país. A delegação
russa que visitou a UA a 10 de novembro,
foi constituída por nove elementos,
entre responsáveis e professores da
Ural State University, Moscow Institut of
Physics, Moscow Institut of Astronomy, e
representantes de Kazac State University
e Far East Federal University, para além
da National University os Science and
Technology (MISIS).
MINISTRA DAS INFRAESTRUTURAS
DE CABO VERDE VEIO à UA PARA
PROCURAR ÁREAS DE COOPERAÇÃO
A ministra das Infraestruturas e Economia
Marítima de Cabo Verde, Sara Lopes,
DELEGAÇÃO DA UNIVERSIDADE
EDUARDO MONDLANE PROCURA
PARCERIAS NA UA
Uma delegação do Departamento de
Engenharia da Universidade Eduardo
Mondlane, Moçambique, visitou
em outubro a UA no âmbito de uma
deslocação a Portugal para identificar
oportunidades de colaboração junto
de várias universidades portuguesas.
A visita teve um caráter exploratório
e foi dedicada a dar a conhecer as
competências da UA nos domínios
da investigação e colaboração
com a sociedade, assim como as
oportunidades para a mobilidade e
acolhimento de estudantes, docentes
e investigadores de Moçambique.
PROMOÇÃO DA MOBILIDADE E DA
INVESTIGAÇÃO EM ACORDO COM A
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
Incentivar o intercâmbio de docentes,
investigadores e estudantes, realizar
seminários e conferências conjuntos
e ainda desenvolver investigação em
comum são os objetivos de um protocolo
de cooperação subscrito entre a UA e
a Fundação Universidade de Caxias do
55 aconteceu na ua
Sul (FUCS), do Rio Grande do Sul, Brasil.
O acordo foi assinado pelos reitores de
ambas as instituições, a 23 de outubro,
e vigora por cinco anos.
INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO
DESEJA INCREMENTO DE
COOPERAÇÃO COM UA
Há cerca de dois anos o Reitor da UA,
Manuel António Assunção, visitou o
Instituto Federal do Maranhão (IFM), no
Brasil. Dessa visita resultou a assinatura
de um “termo de cooperação técnica” e
ficou a vontade da instituição de terras de
Vera Cruz conhecer também a UA. A visita
concretizou-se dia 17 de outubro, com a
vinda do reitor e de uma delegação, da
qual resultou a garantia de que as duas
instituições vão incrementar a mobilidade
e a criação de cursos conjuntos na área
dos materiais e química.
UA RENOVA ACORDO DE
PARCERIA COM A COMUNIDADE
INTERMUNICIPAL NO DIA DA REGIÃO
A UA assinou um Contrato de Parceria
Institucional com a Comunidade
Intermunicipal da Região de Aveiro
(CIRA) no dia 16 de outubro, data em que
se assinalou pela primeira vez o Dia de
Região que coincidiu com o aniversário
de constituição desta estrutura
intermunicipal. O Contrato de Parceria
foi assinado no âmbito da segunda
conferência sobre a estratégia de
desenvolvimento territorial para a Região,
evento que contou com a presença do
ministro-adjunto e do Desenvolvimento
Regional. Poiares Maduro considerou
a estratégia nacional no âmbito do
Horizonte 2020 enunciadora de uma nova
cultura de funcionamento do Estado.
UA COLABORA COM CABO VERDE
PARA INFORMATIZAR JUSTIÇA
A UA e o Ministério da Justiça cabo-
-verdiano assinaram em outubro um
memorando de entendimento sobre o
Sistema de Informatização da Justiça
de Cabo Verde, que tem como objetivo
diminuir os custos e a morosidade
processual e aumentar a transparência
e as garantias de segredo de justiça
naquele país. O protocolo, assinado
na cidade da Praia pelo ministro da
Justiça cabo-verdiano, José Carlos
Correia, e pelo Reitor da UA, Manuel
António Assunção, prolonga por mais
quatro anos a parceria entre as duas
instituições iniciada em 2008 com o
apoio do Departamento de Eletrónica,
Telecomunicações e Informática (DETI)
da academia de Aveiro.
O POTENCIAL DA UA NA
REVITALIZAÇÃO DO SETOR DA
CONSTRUÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL
PORTUGUÊS
O auditório da Fábrica Centro Ciência
Viva reuniu, a 24 de outubro, cerca de 70
representantes de empresas, para além
de especialistas, representantes do setor
público e conhecedores do setor, na mesa
redonda sobre "Construção e Reparação
Naval", iniciativa da Fábrica Centro
Ciência Viva e da Plataforma Tecnológica
do Mar da Universidade de Aveiro (UA),
com o apoio do Grupo Martifer.
UA ASSINALOU ABERTURA DO ANO
COM APELOS AO APROVEITAMENTO
DOS NOVOS FUNDOS EUROPEUS
O bom posicionamento da UA para
concorrer aos novos fundos europeus,
quer pela interdisciplinaridade no ensino
e investigação, quer pelas colaborações
e parcerias com a Região, foi destacado
pelo Reitor na Sessão de Abertura do
Ano Letivo. Assumindo o “objetivo claro”
de contribuir para a riqueza e para a
criação de emprego das regiões, o
secretário de Estado do Desenvolvimento
Regional, também presente na Sessão
que decorreu em outubro, sublinhou
as diferenças em relação aos quadros
comunitários anteriores, a aposta nas
parcerias alargadas e na orientação para
os resultados.
VISITA DE UNIVERSIDADE CHECA
à UA DEIXA NO AR COLABORAÇÃO
FUTURA
Uma delegação da Universidade de
Hradec Kralove, República Checa, esteve
dia 17 de outubro na UA, naquela que
foi uma primeira visita exploratória para
uma colaboração futura entre as duas
instituições. Recebida pela pró-Reitora
para a Internacionalização da UA,
Marlene Amorim, a delegação saiu da
UA com vontade de encontrar formas de
colaboração, nomeadamente ao nível da
mobilidade de docentes e investigadores.
linhas dezembro 2014
SECRETÁRIO DE ESTADO VISITOU
PLATAFORMA TECNOLÓGICA
DA BICICLETA E DA MOBILIDADE
SUAVE NA UA
No contexto da preparação de
estratégias alinhadas com os
programas de financiamento
nacional no âmbito do Portugal 2020,
nomeadamente o programa Cidades
Sustentáveis 2020, o secretário de
Estado do Ordenamento do Território e
da Conservação da Natureza observou,
na UA e na região, as potencialidades
em modos suaves de mobilidade,
nomeadamente para a mobilidade
elétrica em bicicleta. Miguel de
Castro Neto tomou conhecimento em
outubro de vários projetos e protótipos
associados à Plataforma Tecnológica
da Bicicleta e da Mobilidade Suave no
âmbito do tema mobilidade elétrica.
Geral da Universidade de Aveiro (UA).
“É uma universidade muito ativa que já
muito conquistou e muito tem ainda para
ganhar neste atual mundo competitivo”,
apontou o novo elemento da família
UA que deixou a garantia: “Todo o meu
conhecimento e experiência estão agora
ao serviço da UA”.
KBC E UNIVERSIDADE DE AVEIRO
COOPERAM PARA A EXTENSÃO
DO MODELO CPA NO PROGRAMA
MULTIFLASH
A KBC Advanced Technologies plc (KBC)
anunciou em outubro que vai colaborar
com a UA no desenvolvimento de uma
extensão abrangente do modelo CPA
através do financiamento de um projeto
de doutoramento e disponibilizando
cópias dos programas Multiflash e
Petro-SIM para fins de investigação e
educacionais. Esta é já a segunda vez
que a empresa, fornecedora de ponta de
soluções de consultadoria e de software
para a indústria de processamento de
hidrocarbonetos, colabora com a equipa
de João Coutinho, investigador do
CICECO. A parceria já aconteceu quando
os investigadores de Aveiro estavam a
desenvolver e a implementar o modelo
de referência para estes compostos no
programa Multiflash.
INVESTIGAÇÃO DA UA FAZ CAPA
NA CONCEITUADA REVISTA
CHEMSUSCHEM
Uma equipa de investigadores da UA
conseguiu obter nanopartículas de
ouro e prata usando uma metodologia
simples e amiga do ambiente usando um
extrato aquoso de casca de eucalipto
como agente redutor e de estabilização.
Através de um estudo sistemático,
utilizando técnicas cromatográficas
avançadas, os cientistas de Aveiro
conseguiram determinar pela primeira
vez o papel de cada uma das famílias de
compostos presentes naquele extrato
assim como a função específica dos
compostos maioritários. O estudo fez
capa na edição do mês de setembro da
conceituada revista ChemSusChem.
RESTAURO DA FACHADA DO TEATRO
NACIONAL SÃO JOÃO TEM MÃO DO
DECIVIL DA UA
O restauro da fachada do Teatro
Nacional São João (TNSJ), no Porto, foi
concluído em setembro e a obra contou
com o apoio técnico do Departamento
de Engenharia Civil (DECivil) da UA,
cujos trabalhos na área da reabilitação
de edifícios antigos constituem uma
das principais marcas reconhecidas a
nível nacional e internacional quando o
assunto é fazer do velho novo. O restauro
da fachada do edifício, que tem mais
de dois séculos de história, durou cinco
anos e implicou um investimento de 960
mil euros, cofinanciados em 85 por cento
por fundos comunitários.
JOAN VIñAS SALAS É O NOVO
MEMBRO DO CONSELHO GERAL
DA UA
Reitor da Universidade de Lérida
(Espanha) entre 2003 e 2011, onde foi
também diretor do Departamento de
Cirurgia, membro da Academia Real
de Medicina e antigo presidente do
Instituto Catalão de Saúde, Joan Viñas
Salas foi apresentado em outubro como
o mais recente elemento do Conselho
ENSINO DE CHINÊS PELA UA EM
SÃO JOÃO DA MADEIRA ALARGADO
AO 5º ANO
A UA recebe a confirmação em setembro
do secretário de Estado do Ensino
Básico e Secundário, João Grancho, de
que o ensino de mandarim nas escolas
do 1º ciclo de São João da Madeira
pode ser alargado, já a partir de 2015,
como oferta complementar ao 5º ano
de escolaridade. O projeto foi iniciado
em 2013 com a coordenação científica
e formativa da UA e sob a alçada do
Ministério da Educação e Ciência e do
Município de São João da Madeira.
57 aconteceu na ua
UA CONQUISTA O 3º LUGAR NO CAMPEONATO DO MUNDO
DE FUTEBOL ROBÓTICO
A equipa da CAMBADA alcançou o 3º lugar no Robocup 2014, o Campeonato
do Mundo de Futebol Robótico, que decorreu em julho na cidade brasileira de
João Pessoa. Após terem alcançado as meias-finais, os robôs futebolistas da
Universidade de Aveiro (UA) foram derrotados por 2-1 frente à TechUnited da Holanda,
precisamente a equipa que acabou por conquistar o título mundial ganhando a final
frente aos chineses da Water Team por 3-2. No jogo de apuramento dos terceiros e
quartos lugares, a seleção lusa derrotou a MRL (Irão) por 4-0.
A CAMBADA repetiu assim a presença no pódio alcançada nas últimas seis edições
do Campeonato do Mundo.
UA PARCEIRA DA PLATAFORMA NOROESTE GLOBAL
A UA foi anunciada em julho como um dos membros da nova Plataforma Noroeste
Global, que pretende captar investimento, apostar na inovação e transferência de
tecnologia e conhecimento, aumentar a competitividade das empresas, promover a
sua internacionalização e o aumento da exportação dos produtos dessas mesmas
empresas. Tudo isto através do trabalho conjunto dos membros da Plataforma:
municípios de Aveiro, Porto, Braga e Guimarães e instituições de ensino superior
desta região (UA, universidades do Porto e Minho, Centro Regional do Porto da
Universidade Católica) e ainda a COTEC.
ASAE APOSTA NA UA PARA ACONSELHAMENTO CIENTÍFICO
Quatro investigadores da UA entram para as novas equipas dos Painéis Temáticos
da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Manuel António
Coimbra e Ivonne Delgadillo, no Painel dos Aditivos e Contaminantes da Cadeia
Alimentar, e Artur Silva e Amadeu Soares, no dos Riscos Biológicos, foram os
nomes convidados para integrarem duas das cinco unidades da ASAE que têm
como finalidade prestar apoio especializado na elaboração de pareceres científicos
e avaliação de riscos na cadeia alimentar.
DELEGAÇÃO DE INVESTIDORES
NORTE AMERICANOS CONHECE
START UPS DA UA
Vieram em julho do outro lado do oceano
para conhecer e investir nas start ups da
UA. Eram 11 investidores norte-americanos,
luso descendentes, que integravam a
Global Entrepreneurship Program (GEP), do
Departamento de Estado norte-americano.
Falaram sobre as suas experiências de
trabalho como mentores de negócios e
“business angels”, deram conselhos e
conheceram as empresas incubadas na
Incubadora de Empresas da Universidade
de Aveiro (IEUA).
MELHORES TRABALHOS DE ALUNOS
DE DESIGN DA UA PREMIADOS
EM GALA
A gala “And The Winner is…” premiou
os melhores trabalhos de Alunos
de Design de 1º, 2º e 3º ciclos da
UA, dia 4 de junho, no Auditório da
Reitoria. Estiveram a concurso sete
áreas: Autoria, Programa, Tecnologia,
Interdisciplinaridade, Inovação pelo
desenho, Mercado e Investigação.
RESEARCH DAY 2014
Ana Flávia Miguel, do polo de Aveiro do
Instituto de Etnomusicologia - Centro de
Estudos em Música e Dança (INET-MD),
Paulo Gaspar, do Instituto de Engenharia
Eletrónica e Telemática de Aveiro (IEETA),
Ricardo Fernandes, do Instituto de
Telecomunicações de Aveiro (IT) e Ana
Rita Bezerra, do Centro de Estudos do
Ambiente e do Mar (CESAM), foram os
autores dos pósteres premiados em mais
uma edição do Research Day que decorreu
dia 3 de junho na UA. O evento contou com
a apresentação de 12 palestras, de 200
pósteres e de vários protótipos.
ATIVIDADES PARA O ENSINO DA LÍNGUA:
PRODUÇÃO ESCRITA: 1º E 2º CICLOS DO
ENSINO BÁSICO
Coord. Luísa Álvares Pereira, Inês Cardoso,
respetivamente, professora e investigadora do
Departamento de Educação da UA
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-383-6
Ano 2013
CUIDADORES INFORMAIS DE PESSOAS
IDOSAS: CAMINHOS DE MUDANÇA
[RECURSO ELETRÓNICO]
Coord. Dayse Neri de Souza, Marília Santos Rua,
respetivamente, professoras do Departamento de
Educação e da Escola Superior de Saúde da UA
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-384-3
Ano 2013
OFÍCIO DE CONTAR
Autor António TrabuloPrémio Aldónio Gomes 2014
Editora UA/Departamento de Línguas e Culturas
ISBN 978-972-789-429-1
Ano 2014
TRANSVERSALIDADE III: DAS PALAVRAS
à AÇÃO NOS PRIMEIROS ANOS DE
ESCOLARIDADE [RECURSO ELETRÓNICO]
Org. Cristina Manuela Sá, professora do Departa-
mento de Educação da UA
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-419-2
Ano 2014
FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES
E EDUCADORES: EXPERIÊNCIAS
EM CONTEXTO PORTUGUÊS
[RECURSO ELETRÓNICO]
Org. Gabriela Portugal...[et al.]
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-428-4
Ano 2014
EDIÇÕES
A QUÍMICA DAS COISAS
[RECURSO ELETRÓNICO]
Coord. Paulo Ribeiro Claro, professor do
Departamento de Química da UA, e Mariana
Barrosa
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-396-6
Ano 2014
CONSTRUIR CIÊNCIA, CONSTRUIR
O MUNDO: [RESUMOS DO] 4º ENCONTRO
NACIONAL DE HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS
E DA TECNOLOGIA – ENHCT
Coords. Isabel Malaquias...[et al.], professora do
Departamento de Física da UA
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-418-5
Ano 2014
REINVENTAR O TURISMO RURAL EM
PORTUGAL: COCRIAÇÃO DE EXPERIÊNCIAS
TURÍSTICAS SUSTENTÁVEIS
Coord. Elisabeth Kastenholz...[et al.], professora
do Departamento de Economia, Gestão e
Engenharia Industrial da UA
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-395-9
Ano 2014
ESCALAS COMPORTAMENTAIS PARA
CRIANÇAS EM IDADE PRÉ-ESCOLAR –
PKBSPT: MANUAL
Autores Rosa Maria Gomes, Anabela Sousa
Pereira, professoras do Departamento de
Educação da UA
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-398-0
Ano 2014
9TH INTERNATIONAL COMMITTEE [ON] DESIGN
HISTORY AND DESIGN STUDIES - ICDHS 2014:
TRADITION, TRANSITION, TRAJECTORIES:
MAJOR OR MINOR INFLUENCES?
Coord. Helena Barbosa, professora do
Departamento de Comunicação e Arte da UA,
e Anna Calvera
Editora UA Editora
Proceedings ISBN 978-972-789-421-5;
Posters ISBN 978-972-789-422-2
Ano 2014
USO DAS TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO
NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO PORTUGUÊS
NAS PERSPETIVAS INSTITUCIONAL E
DOCENTE: RECOLHA E ANÁLISE DE DADOS
[RECURSO ELETRÓNICO]
Autores Ana Balula...[et al.];
Orgs. Fernando Ramos, António Moreira,
respetivamente, professores dos Departamentos
de Comunicação e Arte e de Educação da UA
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-401-7
Ano 2014
USO DAS TECNOLOGIAS DA COMUNICAÇÃO
NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO
PORTUGUÊS: ANÁLISE, SISTEMATIZAÇÃO
E VISUALIZAÇÃO DE INFORMAÇÃO NAS
PERSPETIVAS INSTITUCIONAL E DOCENTE
Autores Ana Balula...[et al.];
Org. Fernando Ramos, António Moreira,
respetivamente, professores dos Departamentos
de Comunicação e Arte e de Educação da UA
Editora UA Editora
ISBN 978-972-789-400-0
Ano 2014