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CENTRO DE HUMANIDADES DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA ALESSANDRA DA ROCHA LINHA DE PESQUISA: ENSINO DE GEOGRAFIA NO ENSINO MÉDIO GEOGRAFIA: AS PRÁTICAS EDUCATIVAS NA EJA DO ENSINO MÉDIO GUARABIRA 2015

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CENTRO DE HUMANIDADES

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM GEOGRAFIA

ALESSANDRA DA ROCHA

LINHA DE PESQUISA: ENSINO DE GEOGRAFIA NO ENSINO

MÉDIO

GEOGRAFIA: AS PRÁTICAS EDUCATIVAS NA EJA DO ENSINO MÉDIO

GUARABIRA

2015

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ALESSANDRA DA ROCHA

GEOGRAFIA: AS PRÁTICAS EDUCATIVAS NA EJA DO ENSINO MÉDIO

Artigo apresentada à Coordenação do Curso de

Licenciatura Plena em Geografia da Universidade

Estadual da Paraíba, em cumprimento dos

requisitos necessários para obtenção do Grau de

Licenciatura em Geografia sob orientação da

Professora e Mestre, Mônica de Fátima Guedes

de Oliveira.

GUARABIRA

2015

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Dedico este trabalho a minha mãe: Maria

Cristina da Rocha que já faleceu e que apesar

de ser analfabeta sempre me incentivou na

minha vida pessoal e estudantil e ao professor

Bosco da Escola onde conclui o Ensino Médio

o principal incentivador a prestar o vestibular e

a meu esposo pela compreensão e estímulos

nos momentos difíceis da minha caminhada.

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AGRADECIMENTOS

O Deus um Ser Supremo, Pai inseparável, Condutor dos meus passos, e Mestre

dos meus conhecimentos. Eu O louvo de todo coração porque de fato Ele conta comigo

na Sua Obra. Posso assim dizer que Deus vai além dos meus limites como pessoa

humana que sou e também por Sua Infinita Misericórdia para comigo desde sempre. A

Ele e a intercessão de Nossa Senhora de Fatima, rendo sinceramente todo meu amor e

minha GRATIDÃO;

A toda a minha família pelo apoio e pela ajuda na realização deste trabalho, mais

em especial para minha mãe Maria Cristina da Rocha que partiu durante período em que

estava cursando a universidade e que infelizmente não pode está presente neste

momento tão importante pra mim, mais tenho a certeza de onde ela está estará vendo

esta minha conquista;

Aos meus irmãos e colegas por estar sempre me dando apoio;

A todos os meus professores do Ensino Fundamental e Médio, principalmente ao

professor de História - Bosco - que me estimulou e acreditou na minha capacidade de

presta o vestibular, pois eu mesma não acreditava que era capaz de passar;

A minha Amiga Sheila e minha cunhada Vilma pela força que sempre deu na hora

me escrever para vestibular e fazer meus trabalhos acadêmicos;

Ao atual Corpo Administrativo da Escola Estadual de Ensino Fundamental e

Médio Professor José Soares de Carvalho e também a professora de Geografia e aos

alunos observados, pelo enorme carinho no qual me receberam, durante o meu período

de estágio supervisionado;

A minha orientadora a Professora Ms. Mônica de Fátima Guedes de Oliveira pela

paciência, dedicação e compreensão com que me atendeu durante o período que

estávamos trabalhando juntas;

Aos funcionários da UEPB e todos os professores da mesma, em especial, Ana

Carla, Cléoma Maria Toscano Heriques, Luciene Arruda, que tiveram verdadeira

responsabilidade e compromisso com a nossa formação de futuros professores;

Enfim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste

trabalho. Meu muito obrigado!

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Acredite é hora de vencer

Essa força vem de dentro de você

Você pode até tocar o céu se crer

Acredite que nenhum de nós

Já nasceu com jeito pra super-herói

Nossos sonhos a gente é quem

constrói

É vencendo os limites

Escalando as fortalezas

Conquistando o impossível pela fé

Campeão, vencedor

Deus da asas faz teu vôo

Campeão, vencedor

Essa fé que te faz imbatível

Te mostra o teu valor

Acredite que nenhum de nós

Já nasceu com jeito pra super-herói

Nossos sonhos a gente é quem

constrói

É vencendo os limites

Escalando as fortalezas

Conquistando o impossível pela fé

Campeão, vencedor

Deus da asas faz teu vôo

Campeão, vencedor

Essa fé que te faz imbatível

Te mostra o teu valor

Tantos recordes você pode quebrar

As barreiras você pode ultrapassar e

vencer

(Cantora Jamily)

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GEOGRAFIA: AS PRÁTICAS EDUCATIVAS NA EJA DO ENSINO MÉDIO

ALUNA: ALESSANDRA DA ROCHA

BANCA EXAMINADORA: Profª Monica de Fátima Guedes de Oliveira-(Orientadora)- DE Profº Jose Otavio da Silva (Examinador)-DE Profª Cléoma Maria Tosacana Henriques (Examinadora)-DG

RESUMO

O presente artigo apresenta uma temática do ensino de geografia, em uma

perspectiva de crítica ao tradicionalismo e busca de subsídios para a

construção de uma geografia preocupada com a criticidade e o senso de

cidadania dos educandos. Sabemos que o ensino tem sofrido mudanças

significativas nas ultimas décadas e o professor não pode ficar fora dessas

mudanças. Nesta pesquisa buscou – se investigar as práticas educativas

utilizadas na Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Ensino Médio, a partir da

experiência vivenciada durante o Estágio Supervisionado na E.E.E.F.M. José

de Carvalho, no município de Guarabira – PB no ano de 2014, a fim de verificar

sua adequação á realidade cultural e subjetiva dos alunos da EJA, visto que

esta é uma modalidade que deve possibilitar uma leitura crítica e analítica do

mundo. Como embasamento teórico utilizamos os seguintes autores FREIRE

(2005), FREIRE (1996), LDB (1996), MUNHOZ e SANTOS (2014), NETO

(2008), TOMITA (2012), CNE/CEB 11/2000. Como resultado desse estudo

constatou algumas conclusões bastante significativas, como, por exemplo, que

o ensino de geografia na sala de aula da EJA, ainda vem se caracterizando de

forma bastante tradicional; a escassez de material didático; e ausência de

contextualizar o conteúdo com o conhecimento do aluno, entre outros. Portanto

este estudo contribuirá para um repensar do professor de Geografia que está

atuando na sala de aula da Educação de Jovens e Adultos, fazendo o refletir

sobre sua prática educativa contribuindo para uma formação de cidadãos

conscientes de seu papel na sociedade.

PALAVRAS CHAVE: Estágio, Professor, EJA, Ensino de geografia.

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SUMÁRIO

RESUMO.......................................................................................................VI

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................8

2 O Ensino da Geografia na educação de Jovens e Adultos (EJA)..............9

2.1Breve Relato: Da Prática de Ensino da Geografia na EJA......................12

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................15

REFÊRENCIAS.............................................................................................17

ANEXOS......................................................................................................19

APÊNDICES...................................................................................20

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1 INTRODUÇÃO

O interesse pelo tema surgiu a partir do contato com modalidade

Educação de Jovens e Adultos (EJA), durante o Estágio Supervisionado II, no

Curso de Licenciatura em Geografia durante o ano de 2014. O estágio

supervisionado é um momento de fundamental importância no processo de

formação profissional são momentos de experiências e práticas que se

configura em uma atividade que possibilita ao discente a oportunidade de

colocar em prática as teorias aprendidas durante sua formação. E a obter uma

visão da realidade profissional, e assim aproximar o conhecimento acadêmico

das práticas a serem desenvolvida no ensino aprendizagem.

O estágio supervisionado além de propiciar na pratica o discente

observar e vivenciar a realidade do ser professor de uma escola pública

brasileira. Este momento é insubstituível em que o aluno graduando passa a

vivenciar um novo papel, o de professor estagiário. Além de auxiliar na

formação docente também assumi um papel importante de formar professor

pesquisador. Contribuindo pra que o estagiário desenvolva projetos de

pesquisas destinados a compreender e propor alternativas para melhorar a

qualidade de ensino público.

Assim o presente estudo com base em pesquisa bibliográfica e de

campo, tem como objetivo analisar as Práticas Educativas na Educação de

Jovens e Adultos (EJA) no Ensino Médio. Por isso, ao longo dessa pesquisa,

pretende-se verificar como é que vêm sendo desenvolvido o ensino de

geografia na EJA do Ensino Médio da escola pública. Compreender teórica e

empiricamente a metodologia, o conteúdo geográfico e recursos didáticos

utilizados nesta modalidade, a fim de verificar sua adequação à realidade

cultural e subjetiva dos jovens e adultos. Este estudo tem como finalidade

contribuir para um repensar do educador atuante nas classes da EJA, fazendo

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o mesmo refletir sobre sua prática educativa, especialmente como formador de

cidadãos conscientes de seu papel na sociedade.

2 O ENSINO DA GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

(EJA)

As Políticas públicas para a Educação de Jovens e Adultos (EJA)

surgiram no Brasil a partir da Constituição Federal de 1988 e da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, prevaleceu nos

documentos legais, à visão da EJA como um direito elemento essencial para a

construção de uma cidadania plena (GOMES, 2011, p.3). Essa Constituição

representou algumas conquistas legais no campo de educação e de acordo

com Soares, (2008) o Estado passou a ter o dever de garantir a educação para

todos aqueles que não tiveram acesso, independente da faixa etária.

Desde sua criação, a EJA passou por importantes conquistas na

legislação e se expandiu nas redes públicas de ensino quanto ao atendimento

aos jovens e adultos que se encontravam sem acesso à educação (SOARES,

2008). Porém, não é difícil fugir da conclusão de que essa valorização da EJA

trouxe à luz uma série de desafios a serem enfrentados para ofertar educação

formal a milhões de pessoas em nosso país (GOMES, 2011), que atenda a

necessidade do aluno EJA.

Se tratando do ensino da Geografia para Jovens e Adultos do ensino

Médio, temos que levar em consideração a especificidade do aluno que

frequenta na sala da EJA. O educador da EJA deve ter em mente as distinções

entre educação de jovens e adultos da educação convencional, pois os jovens

e adultos retornam à escola pela dificuldade de se manterem no mercado de

trabalho muito competitivo e objetivando melhoras profissionais (TOMITA,

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2012). Além do que a bagagem de conhecimento e a experiência vivida do

aluno devem servir de alicerce para a construção do saber.

Portanto, os jovens e adultos que procuram ou estão matriculados nesta

modalidade de ensino a maioria deles já estão inserido no mercado de trabalho

ou estão querendo ou necessitando de se (re) inserir. Segundo Ventura (2010)

esses tais alunos estão envolvidos diretamente com o mundo do trabalho.

Ainda de acordo com a LDB 9.394/96, “A educação escolar deverá vincular-se

ao mundo do trabalho e à prática social”. O ensino na EJA deve ser voltado

para formação de cidadãos reflexíveis e críticos, conscientes para intervir e se

integrar no meio social.

Diante da especificidade existente na Educação de Jovens e Adultos.

Uma das preocupações que acompanha o ensino da Geografia é sua prática

denominada por Freire (2005), de educação “bancaria”. Essa é uma educação,

onde, o professor deposita os conteúdos nos educando que os memorizam e

meramente os repetem com as mesmas palavras dos textos nas atividades ou

provas. É impossível que o ensino da Geografia na EJA se preste somente em

transposição de conteúdos prontos e como verdades absolutas.

É fundamental que o educador possua abertura para ouvir e debater

junto com a turma, intermediando as discussões, que desconstrua a concepção

do professor possuidor do conhecimento a ser depositado nos alunos, que

serão moldados por tal conhecimento (MUNHOZ e SANTOS, 2013, p.3). O

professor deve oferecer oportunidade pra que através de suas falas os alunos

possam expor experiências que reforcem a compreensão de conteúdos

ministrados e recriar a sua capacidade de uma nova leitura de mundo

(TOMITA, 2012, p.4).

O papel do educador é mediar à aprendizagem, priorizando, nesse

processo, a bagagem de conhecimentos trazida pelos alunos, ajudando-os a

transpor esse conhecimento para o conhecimento científico. Essa reflexão leva

à busca de novas metodologias, adequada à realidade do aluno da EJA. Para

Munhoz e Santos (2013, p.4):

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Deve haver por parte do professor um trabalho de elaboração e seleção dos materiais didáticos e organização da forma como serão apresentados à turma, criando um elo teórico-prático que desperte o interesse dos jovens e adultos que compõem as turmas de EJA pelo estudo do espaço geográfico, com informações atualizadas, de fácil compreensão que despertem a curiosidade e senso crítico dos alunos, de modo a mostrar aplicabilidades aos conhecimentos estudados pela disciplina.

Frente este desafio, a Geografia mostra sua importância enquanto

ciência crítica e interligada aos problemas e dilemas sociais, com explicações

abrangentes e conexões reais com o cotidiano vivido (MUNHOZ e SANTOS,

p.10). Nesta perspectiva o ensino da Geografia tem um papel central, visto que

a mesma possibilita uma leitura crítica do mundo, já que o seu objeto de estudo

é a sociedade e o espaço geográfico, tanto em nível local, como mundial.

Segundo Tomita (2012) é preciso tornar significativos o contexto das

aulas para o aluno, a ciência geográfica por tratar diretamente com realidade,

abre grande leque de possibilidades para trabalhar seus temas na escola.

A Geografia trabalha com acontecimentos reais porque não contextualizar os

conteúdos geográficos com realidade cotidiana dos Jovens e Adultos.

O ensino de Geografia na EJA do ensino Médio deve ser voltado para

formação de cidadão responsável e reflexível. Os conteúdos geográficos estão

cheio de significados reais da vida cotidiana do aluno que contribui para

conscientização do seu papel na sociedade, então o ensino da Geografia a

Jovens e Adultos deve ser pensado a partir da sua realidade e pra isso cabe ao

educador planejar o conteúdo e desenvolver metodologia para prática de

ensino (TOMITA, 2012). Isso significa dar significado aos conteúdos que

favoreça a ruptura com a prática tradicional e avançar em direção à prática

pluralista, flexível, dinâmica.

Acreditamos que compreender a educação de forma crítica implica

entender o processo educativo como um processo formativo de sujeitos

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autônomos e criativos, capazes de questionar e transformar a realidade vivida,

verificando ao invés de aceitarem tudo que lhes é apresentado.

2.1 Breve Relato: Da Prática de Ensino da Geografia na EJA

Durante a realização do Estagio Supervisionado II na turma do EJA, do

curso de Geografia, onde foi observado e analisado a Prática de Ensino efetiva.

A didática de ensino de Geografia a jovens e adultos na EJA que conteúdo é

transmitido da seguinte maneira. É distribuído para os alunos Xerox do texto

contendo no verso as perguntas, onde os alunos ao receber iniciam a leitura

em seguida as responde no verso do texto ou no caderno e conforme vão

terminando, leva para professora corrigir e dar vistos.

Ou seja, para trabalhar no curto espaço de tempo e aproveitar mais

tempo da aula a professora traz o conteúdo de casa (texto), pois já que escola

não disponibiliza material didático para a professora e alunos. O que acaba

sendo inevitável a impressão de texto com as perguntas para ministrar suas

aulas. Assim também a professora se aproveita do pouco tempo e da falta de

material didático para não buscar outros recursos didáticos em suas aulas,

contribuindo para uma metodologia e ensino de Geografia de forma tradicional.

Não há durante a aula uma discussão ou uma leitura compartilhada,

sobre o conteúdo do texto e nem explicação das perguntas, até mesmo do que

se trata o conteúdo. Fazer a leitura do texto faz parte do trabalho do professor

introduzir o conteúdo para estimular e intermediar a discussões entre eles,

fazendo com que aprendam a compartilhar os seus conhecimentos em grupo.

Percebe-se um distanciamento entre a professora e alunos, dentro da

sala de aula, não há a relação de diálogo, troca de informação, o conteúdo não

é contextualizado com realidade local do aluno. Não é aproveitado em sala de

aula o pré- conhecimento, a leitura de mundo, o conhecimento adquirido fora

do âmbito escolar desta turma, e sim ele é totalmente ignorado. Entendo que

um diálogo aberto entre professor e alunos torna-se indispensável na sala de

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aula para se ter um melhor trabalho ensino- aprendizagem garantir a troca de

conhecimento e respeito entre ambos.

A educação que está sendo aplicada é de adaptação, de ajuste dos

alunos quanto mais se vencem conteúdos, mais são arquivados pelo aluno,

também menos desenvolverão em si uma consciência crítica, que resultaria na

sua inserção no mundo e como sujeito transformador dele. Somente o diálogo,

que implica um pensar critico, é capaz também, de gerá-lo. Sem ele não há

comunicação, sem esta não há verdadeira educação (FREIRE, 2005).

A prática de ensino de Geografia na EJA é desinteressante estanque,

ocorre de forma mecanizada para o aprendizado nota-se que é ministrada sem

um planejamento prévio. Este é um tipo de educação que anula ou minimiza o

poder de criatividade do aluno, uma educação que não serve para orientar no

sentido de conscientização destes com realidade de mundo. Esse tipo de

educação FREIRE denominou de educação “bancaria”.

Desta maneira a educação se torna um ato de depositar, em que os educando são depositários e o educador o depositante. Em lugar de comunicar-se, o educador faz “comunicados” e depósitos que os educando, meras incidências, recebem pacientemente, memorizam e repetem (2005, p.66).

É fundamental assim que o professor crie e planeje situações utilize

procedimentos que viabilize aprendizagem dos alunos que possam ser capaz

de analisar, compreender e descrever o próprio espaço ou local vivido. É

necessário que o ensino da Geografia através de texto se engaje numa

perspectiva criativa em torno da leitura, compreensão e da comunicação.

Enquanto preparação do sujeito para aprender, estudar é, em primeiro lugar, um fazer crítico, criador, recriado, não importa que eu nele me engaje através da leitura de um texto que trata ou discute certo conteúdo que me foi proposto pela escola ou se o realizo partindo de uma reflexão crítica sobre certos acontecimentos social ou natural e que, como necessidade da própria reflexão, me conduz à leitura de textos que minha curiosidade e minha experiência intelectual me sugerem ou que

me são sugeridos por outros. (Carta de Paulo Freire aos professores)

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O conteúdo da Geografia para jovens e adultos, tem como

finalidade interagir com o meio de convivência do aluno, o espaço vivido pelo

alunado deve ser o objeto de estudo mostrando a variedade que existe no lugar

no qual tem contato, esse trabalho é feito durante todo período escolar, que

envolve uma reflexão do ensino da geografia com alunos (BRASIL, 2002) em

clara e contundente crítica á Geografia tradicional, que descreve os

fenômenos, mas não os explica como processos.

Ao acompanhar o estágio supervisionado, percebi um único uso de

matérias didáticos para a prática de ensino na “EJA” muitas vezes o educador

não tem um acompanhamento necessário para o programa escolar, a formação

inicial e continuada do professor de Geografia deve contemplar as

particularidade e necessidade dessa modalidade de ensino, a tecnologia que

ajuda para uma aula atraente. Não é o principal!

Mas contribui bastante para uma aula, no entanto, saber usar as novas

tecnologias ou introduzir um modo diferente de abordar as questões dos

programas escolares é a grande dificuldade dos professores, que se encontra

com um sentimento de isolamento e falta de preparo para o processo de

transformação da sua prática. O uso de data show como meio de ferramenta

didática para ministrar aulas com slides, vídeos de documentário, debates,

trabalhos em grupo, passar um filme, manuseios de revistas e jornais,

discursões de notícias que estão na mídia, uso de mapas entre outros, muito

contribui como uma das alternativas para construção do conhecimento

geográfico na sala de aula da EJA de ensino médio, principalmente em se

tratando da escassez de tempo para ministrar a aula, de material didático e das

dificuldades de aprendizagens do aluno da EJA.

O professor deve laçar-se mão de estratégias didático-pedagógicas

diversificadas, com intuito de dinamizar o processo de ensino- aprendizagem e

potencializar o ensino dos conteúdos Geográficos. Durante o estágio o que

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observei foi ausência da relação do conteúdo trabalhado na sala de aula com a

vida cotidiana do aluno da EJA. Notei também que a professora que já está

perto de se aposentar falta muito as aulas não dar a devida importância para

com os alunos, parece que se ver obrigado trabalhar com essa modalidade de

ensino somente para complementar a carga horaria e melhorar o salário,

situação esta que se encontra grande parcela dos professores brasileiros.

O grande problema que se percebe na maioria das escolas que

oferecem a modalidade é que o professor lotado para ministrar suas aulas, em

muitos casos não tem o devido preparo. Isto é, quer utilizar a metodologia

usada com séries regulares, onde a clientela estudantil é bem diferente aos da

EJA. O professor precisa continuamente receber cursos de formação na área e

modalidade. Precisa lidar com o diferente. Enfim, o professor precisa ter

competências e habilidades para atuar nessa modalidade. Também deve se

investir na formação docente, com mais disciplinas obrigatórias e optativas na

graduação voltada para Educação de Jovens e Adultos (EJA).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação de jovens e adultos vem sendo discutida no contexto da

educação brasileiro à décadas com objetivo de erradicar o analfabetismo. E foi

esse objetivo que fez surgir a EJA, essa nova modalidade transformou-se num

importante objeto de estudo na atualidade, por atender uma camada da

população que não teve acesso à escola ou não concluiu seus estudos no

tempo devido. E também por necessitar de técnica e metodologia especifica.

O momento de estágio na sala da EJA de Ensino Médio me mostrou o

quanto esse espaço é diversificado e desafiador. A observação das praticas

educativas me fez perceber o quanto o ensino da Geografia na EJA continua

firmado sobre as bases do ensino tradicional que é uma lastima, pois não

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desperta no aluno a curiosidade e nem a capacidade de refletir e ter uma

posição frente às questões cotidiana e das relações sócio espaciais.

As teorias estabelecidas por lei para ensino dessa modalidade não

estão sendo colocada em prática prejudicando aprendizagem e a formação

crítica do aluno. As aulas de geografia na EJA são estáticas, não há troca de

conhecimento entre professor e aluno, o que se vê são alunos aceitando o

conteúdo passivamente sem fazer questionamentos, a metodologia de ensino é

sempre a mesma a professora não busca inovar. Levando em consideração o

pouco tempo para ministrar aula e a falta de material didático, falta um

planejamento de aula por parte da professora. Essa modalidade de ensino

exige do profissional para com a EJA criar estratégias que modifique a prática

de ensino. Seria importante que governo disponibilizasse materiais didáticos

para que possa criar ambiente que estimule o processo de aprendizagem.

Ou depende do professor em assumir um compromisso de mudança na

sua forma de ensinar geografia na EJA que contagie e motive o aluno a

participar de sua prática educativa de forma mais coerente com a realidade

vivenciada por eles. Portanto, apesar do pouco tempo de permanência do

estagiário para conhecer a estrutura da escola ser insuficiente. O estágio é

importante período na trajetória do graduando, pois as experiências

vivenciadas é que movera a pensar na responsabilidade de ser docente e de

iniciar na profissão.

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REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. CARTA DE PAULO FREIRE AOS PROFESSORES. Stud Av. vol.15, no. 42. São Paulo. May/Aug. 2001.Acesso 05/12/201521h03min.

FREIRE, Paulo. PEDAGOGIA DA AUTONOMIA: Saberes necessário á prática educativa. São Paulo. Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).

–-------------------- PEDAGOGIA DO OPRIMIDO. Rio de Janeiro. Paz e Terra, 2005.

http://legislação.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/viw_Indentificacao/lei9.394.Acesso:14/07/2014 23:32hs

http://www.ararunaonline.com/noticia/12245/analfabetismo-cai-na-paraiba-aponta-ibge 14/10/14.Acesso em: 23/10/2014 23h22min.

http://www.portaldolitoralpb.com.br/analfabetismo-cai-na-pb-mas-ainda-atinge-mais-de-654-mil/ibge 14/10/14.Acesso em: 23/10/2014 23h15min.

LAKATOS, Eva Maria. MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2010.

Lei de Diretrizes e Bases Nacional N°9.394 20 de Dezembro de 1996.

MUNHOZ, Rodrigo; SANTOS, Victor H. Calejon. DESAFIOS DO ENSINO DE GEOGRAFIA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO OBRIGATÓRIO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA. In: FERRETTI, Orlando; CUSTÓDIO, Gabriela A. (orgs). Artigos da disciplina estágio curricular supervisionado em geografia II: segundo semestre de 2013. Florianópolis: NEPEGeo; UFSC, 2014. Disponível em: http://nepegeo.ufsc.br/files/2014/06/Artigo-Rodrigo-e-Victor.pdf.

NETO, Fernanda Borges. A GEOGRAFIA ESCOLAR DO ALUNO EJA: CAMINHOS PARA UMA PRÁTICA DE ENSINO. Uberlândia, Minas Gerais, Instituto de Geografia, 2008.

Parâmetros Curriculares Nacionais: história e geografia / Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. -3 ed.- Brasília: A secretária, 2001.

Parecer CNE/CEB 11/2000.

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ANEXOS