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l:f0 ,1ecao l IBEGEANA
CAROLINA
'. <
Maranhao
0 cao \OEG~A ''
IBGE - CONSELHO NACIONAL DE ESTATiSTICA
CARD LINt\ Maranhao
-tr ASPECTOS FiSICOS- Area: 10 237 km'; al-titude: 148 m; temperatura media em oc: das mciximas: 36,6; das minimas: 19,6; compensada: 33,5; precipitagao anual: 1338 mm.
-tr POPULAQAO - 21404 habitantes (Recen-seamento de 1950); densidade demogra-jica: 2 habitantes par quil6metro qua-drado.
t. BASE ECON()MICA - Pecuaria (bovinos e suinosJ e lavoura.
-tr ESTABELECIMENTOS ECONDMICOS (na sede) - 4 atacadistas, 20 varejistas; 1 agencia bancciria.
-t:r TRANSPORTES (numero estimado de vei-culos em trdjego diario na sede municipal) 10 autom6veis e caminh6es (s6 nas rodo-vias), 5 embarcag6es no porto e 6 avi6es comerciais.
1:r ASPECTOS URBANOS (sede) - 1 027 liga-c;6es eletricas, 4 hoteis, 2 pens6es, 1 cinema.
-tr ASSIST£NCIA MEDICA (sede) - 2 medicos no exercicio da projissao.
-tr ASPECTOS CULTURAIS- 25 unidades es-colares de ensino primario fundamental comum, 3 de ensino secundario; 1 jornal em circulagao; 2 tipograjias; 1 livraria.
-tr ORc;)AMENTO MUNICIPAL PARA 1954 (mi-lhares de cruzeiros) - receita total: 648; receita tributaria: 248; despesa: 648 .
1:r REPRESENTAQAO POL!TICA - 9 verea-dores em exercicio .
ASPECTOS HISTORICOS
0 GOvERNO portugues, por meio de Carta Regia de 12 de margo de 1798, ordenou ao Capitao do Maranhao promovesse o reco-nhecimento do rio Tocantins pelo lado da sua Capitania. A ansia de conquistar novas terras, que dominava OS espiritos naquela epoca, fa-cilitou a realizac;ao do desejo da Metr6pole, dando oportunidade a que se organizassem varias expedigoes, rumo as paragens onde, segundo acreditavam, devia correr a grande arteria fluvial.
Em 1809, Manoel Coelho Paredes e Elias de Barros estabeleceram-se a margem direita do rio Tocantins. Urn ano mais tarde, o goiano Francisco Jose Pinto Magalhaes, chegando ali, persuadiu Coelho Paredes a abandonar o sitio, alegando tratar-se de terreno perten-cente ao Principe. Em seguida se estabeleceu com as pessoas que o acompanhavam, dando ao nascente povoado a denominac;ao de Sao Pedro de Alcantara.
0 novo nucleo de colonizacao custou muito a desenvolver-se, tendo sido abando-nado, por volta de 1816, por Francisco Pinto de Magalhaes.
Sao Pedro de Alcantara t eria desaparecido totalmente se Elias de Barros nao tomasse a iniciativa de incentivar-lhe o progresso, a par-tir daquele ano. Foi entao que Antonio Moreira da Silva, participando das expedigoes oficiais, fundou, a margem esquerda do Tocantins, o povoado de Tres Barras.
Em 1825, o deputado do governo provis6rio, Padre Luis Gonzaga de Camargo Fleury, ao descer o rio, deu ao novo povoado o nome de Carolina, em honra a memoria de nossa pri-meira Imperatriz.
Em 25 de outubro de 1831, o povoado foi elevado a categoria de vila .
:~!:sse territ6rio sempre esteve sob o dominio do Maranhao. Erri 25 de outubro daquele ano, entretanto, o Governo de Goias, baseado na anterior ocupagao do mesmo por goianos, fez transladar para Sao Pedro de Alcantara a vila de Carolina, mudando de jurisdigao, assim, a antiga comuna maranhense. Em virtude dessa transplantagao, teve inicio uma longa luta entre os governos das duas provincias, que se julgavam com igual direito.
CAROLINA - 3
A 3 de margo de 1833, determinou o Impe-rador se conservasse a vila sob a jurisdigao de Goias. Aprovada a transferencia, ordenou o Governo goiano a sua instalagao, em 25 do mesmo mes, acrescentando ao nome de Al-cantara o de Carolina.
S6 a 23 de agosto de 1854, o Decreto n° 773 ratificou a demarcagao de limltes das provincias de Golas e Maranhao, voltando Carolina a pertencer ao territ6rio maranhense.
A instalagao da Comarca verificou-se a 26 de maio do ano seguinte, pela Lei provincial n .0 370 .
Carolina foi elevada a categoria de cidade pela Lei provincial n.0 527, de 8 de julho de 1859.
Segundo o quadro administrative do Pais, vigente em 1° de julho de 1955, o Municipio e composto de 2 distritos: Carolina e Para-naidji.
POPULA~AO
A POPULAgA.o de Carolina atingia em 10 de julho de 1950, por ocasiao do ultimo Recenseamento, 21404 habitantes.
Na mesma data a populagao da cidade (quadros urbano e suburbano do Distrito-sede) alcangava 4 659 habitantes.
Localiza(}iio da popula(}iio
CAROLINA e Municipio preponderantemente rural: LOCALIZACAO DA
POPULACAO
Cidade de Carolina .. . ...•...• . ...•. . . . . . ... Vila - Paranaidji. ............ . . . .. . ..... . . Quadro rural.. ........ . ..... . . . .. . . .. . .
TOTAL (todo o Municipio) ... . .. . ... . . .
POPULACAO PRESENT£
Numeros % s&bre absolutos o total
4 659 131
16 614
21 404
21,77 0,61
77,62
100,00
De acordo com os dados do Servigo Nacio-nal de Recenseamento, 78% da populagao do Municipio, localiza-se no quadro rural, en-quanta em todo o Estado, para o mesmo qua-dro, a distribuigao e de 83% .
CAROLINA- 4
PRINCIPAL ATIVIDADE
ECONOMICA
A PRINCIPAL atividade economica da popu-lagao local pode ficar bern caracterizada na tabela a seguir, onde se observa a predo-minancia do ramo "agricultura, pecuaria e silvicultura" (dados do Recenseamento Geral de 1950):
RAMOS DE ATIVIDADE
Agriculturn, pecuUria e silvicultura ......... . JndUstrias extrativas ...................... . Indllstrias de transformaciio ...........•... . ComCrcio de mercadorias ... ........ . . ..... . Com6rcio de imOvei.o;; e valorCb mobiliB.rios, crC-
dito, seguros e capitalizacao .... . ...... . . . Prestaciio de servicos .. .. . ..... . ........... . Transportes, comunicacl5es e armazenagem .. . Profiss~es liberais .....•• . .................. Ath·idades sociais . . ....... .... . .. .... . . ... . Administracao pUblica, Legislative, Justica • .• Defesa nacional e Seguranca pUblica .. ..... . Atividades domesticas niio remuneradas e ati~
vidades esco]ares dis centes . ........•...... Atividades niio compreendidas nos demais ra-
mos, atividades mal definidas ou niio decla-radas ....•. . ..... ...... ...... . ...... . ...
Condiciles inat ivas ....... .. . . •...... .... .. .
TOTAL .... . ....•.......... . ........
PESSOAS PRESENTES
DE 10 ANOS E MAIS
Total Homens Mulheres --- ---
5 079 5 022 57 52 50 2
223 219 4 182 154 28
5 4 1 422 186 236 101 98 3
5 4 I 64 25 39 43 40 3 14 14
7 783 636 7 147
1!1 1!0 1 896 491 405
14 980 7 053 7 927
Do . total de 14 980 pessoas e conveniente sejam subtraidos os efetivos correspondentes aos tres (lltimos ramos (ao todo, 8 790 pessoas). Resultam 6 190. As 5 079 pessoas ativas no ramo "agricultura, pecuaria e silvicultura" re-presentam cerca de 82% sobre esse Ultimo total.
Produ
Os principals produtos agricolas do Muni-cipio, segundo o valor da produc;ao, em 1953, sao OS seguintes (dados apurados pelo S E P):
PRODUTOS AGR[COLAS
Mandioca ......... .. .. .... .... ..... . •. . . . . . Milho ... .... ..... . . . ..................... .
~clj~~e·~· ~~·.·::::::::: ::: :::::: ::::::::: Outros .. . .. .... . .. . .. . ....... . . .
TOTAL .... ... . . ... . ... .. ... .
VALOR
Cr$ 1 000
2 100 2 064 1 440 1 080 3 106
9 790
% s6bre o total
21 ,45 21,08 14,71 11,03 31,73
100,00
Portanto, a mandioca, o milho, o arroz em casca e o feijao, constituem a forc;a da lavoura local;
Em 1953, o valor da produc;ao desses quatro produtos representou mais de 68 %.
Os demais produtos agricolas existentes no Municipio banana, laranja, fumo, coco~da-baia, etc. - contribuem com pequenas parcelas para esse total (nao superiores a 6%) ..
A produc;ao de mandioca e milho teve o seguinte desenvolvimento no periodo de 1949/ 53, ainda segundo os dados doSE P:
: QUANTIDADE (I) VALOR (Cr$ 1 000)
·ANOS Mandloca Milho Mandioca Milho
1949 ......... .. . · ·•·• 7200 115 576 115 1950 .. ... . . . ... . ..... 5 053 668 1 011 557 1951. .. ......... . .... 2 750 1 038 550 1 038 1952 . ................ 8 200 720 1 640 720 1953 ................. 10 500 1 032 2 100 2 064
Pecuaria
E xrsTIAM em 1953, em Carolina - dados ainda do S E P - 38 000 cabec;as de bovi-nos, 8 600 de eqi.iinos, 2 000 de asininos, 2 500 de muares, 40 000 de suinos, 2 200 de ovinos e 2 500 de caprin as.
Os valores dos gados maior e menor atin-giram 30 480 e 8 257 milhares de cruzeiros, res-pectivamente.
0 Municipio e urn dos primeiros, dentro do Estado, na criac;iio do gada vacum.
CAROLINA- 6
A bate de reses
D E ac6rdo com a mesma fonte, 'abateram-se em 1953, no Municipio, 2 217 cabegas de bovinos, 2 008 de suinos, 466 de ovinos e 519 de caprinos.
Preparm;iio de carne e toucinho
0 s ultimos resultados fornecidos pelo S E P permitem verificar que foram preparadas, em 1953, 300 toneladas de carne de bovino no valor aproximado de 1 987 milhares de cru-zeiros e 35 toneladas de toucinho fresco, no valor de 366 milhares de cruzeiros. ·
MEIOS DE TRANSPORT£
0 MUNiciPIO liga-Se aS CidadeS vizinhas e as capitals Estadual e Federal pelos se-guintes meios de transportes:
Grajau- 1) A cavalo: 304 km; 2) Aerea: 222 km.
Porto Franco - 1) Fluvial: 114 km; 2) A cavalo: 117 km .
ocEANO ATLA NT!CO
I
'
CAROLINA- 7
Riachiio - Rodoviario : 145 km. Pedro Afonso - 1) · Aereo : 190 kin; 2) Flu-
v~~l: ( ... ) Tocantin6polis, GO - Fluvial: ( . . . ) Capital Estadual- 1) Aereo, via Teresina,
PI - 1 015 km; 2) Misto: a) rodovilirio, via Balsas ate Caxias - 1 027 km ; b) ferroviario (EFSLT) - 373 km; 3) 20 Misto: a) rodo-viario ate Balsas 253 km ; b) fluvial, ate Te-resina, PI 466 km ; c) ferroviario (EFSLT): 453 km.
Capital Federal: Via Sao Luis, ja descrita dai ao DF.: 1) Maritimo - 3 497 km ; 2) Ae-reo: 3 342 km ou 1) Aereo : 2 025 km; 2) Flu-vial: (. .. ) ate Belem, PA, e 3) Fluvial e mari-timo: 4134 km .
Transporte aereo
0 MUNiciPIO e servido por quatro empresas de transporte aereo: Cruzeiro do Sul, Cons6rcio Real-Aerovias, Aeronorte do Brasil e L6ide Aereo Nacional.
De acordo com a Diretoria de Aeronautica Civil o aeroporto de Carolina apresentou, em 1953, o seguinte movimento :
Nfunero de pousos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • 1 222 Passagelros transporta dos
Embarcados . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . . . 4 757 Desembarcados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 245
Bagagem (Kg ) Em bar cada . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 784 Desembarcada. . . . . . . . . . . . • . . . . . . . . . . • 87 467
Carga (Kg ) Embarcada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 221 008 Desembarca da . ... ... . .... .. . . . ... . .• 368 774
Correlo (Kg) Embarcado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 780 Desembarca.do . . . . . . . • . • . . . • . .. .. . .. . 1 315
0 aeroporto de Carolina e o 2.0 dentro do Estado, logo ap6s ao de Sao Luis.
Transporte fluvial
0 MUNICIPIO e banhado por inumeros rios, entre os quais se destacam o Tocantins, Manuel Alves Grande, Farinha e Itapicuru-zinho.
A navegac;ao e feita no rio Tocantins atra-ves de pequenas embarcac;6es, pertencentes a 10 empresas que comunicam Carolina com os Municipios vizinhos e os Estados do Para, Golas e Piaui.
CAROLINA -..-:. 8
COMERCIO LOCAL
As vend as de mercadorias atingiram os seguintes valores no comercio atacadista e varejista no Municipio de Carolina, segun-do o Censo Comercial de 1950 (dados prelimi-nares):
Valor (Cr$ 1 000)
Comercio atacadista . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . 4 658 Comercio varejista • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 813
Comparem-se esses dados com os corres-pondentes a Sao Luis e ao Estado:
VALOR DAS VENDAS EM 1949
ESPECIFICA
Ensino primario
A TABELA a seguir permlte verificar ser pe-queno o numero de crianc;as de 7 a 14 anos matriculadas nas respectivas unidades escolares :
Estado ESPECJFJCACAO do
Maranhao
Pessoas presentes de 7 a 14 anos, recenscadas em 1.o-VII-1950 . ... . . . . .... . .. . . . ... . . . ........ 339 729
Unidades e~coJares do ensino prin:u!.rio funda-mental comum (1950).. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 234
Matricula gernl do ensino prim!irio fundamental comum (1950) .... _ •••••. • . •...•.. . ... '. .. 70 404
Municipio de
Carolina
4 381
21
1 118
Assim, a quota de pessoas em idade es-colar matriculadas, atinge s6 26 % no Municipio de Carolina e 12% no Estado do Maranhao ( % da matricula geral s6bre · pessoas de 7 a 14 anos).
FINANl;AS PUBLICAS
P ARA 0 periodo 1952/ 54, sao OS seguintes OS dados disponiveis s6bre as financ;as do Municipio de Carolina (Conselho Tecnico de Economia e Financ;as) :
FINANCAS (Cr$ 1 000) (1)
ANOS Receita a rrecadada Saldo ou Despesa cdeflcil>
Total Tribut3ria realizada do balan~o
1952 ...... ... . . . •. .. . 648 248 648 -191)3 . . .. .. .... .. . G48 248 648 -1954 . .. ............. 648 248 648 -
(1) Dados do orcamento.
A arrecadac;ao das receitas federal, esta-dual e municipal apresentou os seguintes dados para o periodo 1951/ 54 (Diretoria das Rendas Internas, Inspetoria Regional de Es-tatistica Municipal e Conselho Tecnico de Eco-nomia e Financ;as) :
ANOS RECEJTA ARRECADADA (Cr$ 1 000)
Federal Estadual Municipal (1)
1951. .. . . . . . . ... ....... 278 496 .. . 1952 ........ . ... . . . . .. .. 316 624 648 1953 . .............• . .. . . 776 943 648 1954 ... .. . . ............. 986 890 648
(!) Dados do orcamento.
CAROLINA - 10
DIVERSOS ASPECTOS
DO MUNICiPIO
C AROLINA esta situada a margem direita do rio Tocantins, no extrema Sul do Es-tado.
As terras estao distribuidas entre as ba-cias do Tocantins, Manoel Alves Grande e Fa-rinha.
Existe no Municipio a lagoa Grande com uma superficie calculada em 2 500 m', locali-zada a 15 km da sede.
Relativamente a parte educacional possui Carolina 25 unidades escolares de ensino pri-mario fundamental comum e 3 de ensino se-cundario.
Conta a sede municipal com 1 livraria, 2 tipografias e 1 jornal em circulagao. Possui 1 027 ligag6es eletricas.
A assistencia medica e prestada a popula-gao local apenas por 2 medicos no exercicio da profissao.
Disp6e a cidade de 4 hotels, 2 pens6es e 1 cinema.
Esta representada, politicamente, por 9 vereadores em exercicio.
Encontra-se instalada n a cidade a Agen-cia Municipal de Estatistica, que integra a rede de 6rgaos coletores da Estatistica Bra-sileira.
E ST A pu blicariio faz parte da serie de monogmfias municipais 01·ganizada pela Diretoria de Documen-r;:iio e Divulgariio do Conselho Nacional de Estatistica. A nota intmdutoria, sabre aspectos cia evoluriio hist6-rica do l\1.unicipio, c01·responde a uma tentativa no sen tido de sintetizm·, com adequada sistematizar;:iio, ele-mentos esparsos em difcren tes documentos. Ocorrem, em alguns casas, dive1·gencias de opiniao, comuns em assuntos dessa natu1·eza, niio sendo mros os equivocos e erms nas projJrias fontes de pesquisa. Por isso, o CNE acolhe1·ia com o maior interesse qualquer cola-borar;:iio, especialmente de hist01·iadoms e geografos, a fim de que se possa divu lgar de futuro, sem receio de con troversias, o escorr;:o hist6rico e geogrdfico dos municipios bwsi/ei1·os.
CAROLINA - 11
) \
IBGE - CONSELHO NACIONAL DE ESTATISTICA
Presidente: Elmano Cardim
Se