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Leucemia em pediatria Cuidados de enfermagem
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LEUCEMIAS
DEFINIÇÃO
A leucemia é uma doença maligna
dos glóbulos brancos (leucócitos) de
origem, na maioria das vezes não
conhecida, ou seja, que afeta a
produção dos glóbulos brancos.
CLASSIFICAÇÃO
Morfológica;
Marcadores citoquímicos;
Estudos cromossômicos;
Marcadores imunológicos de
superfície celular.
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA Linfo: indica leucemias que afetam o sistema
linfático;
Mielo: indica as leucemias de origem mielóide
(medula óssea);
Blástica e aguda: indicam leucemias
envolvendo células imaturas;
Cítica e crônica: indicam as leucemias que
envolvem células maduras.
TIPOS DE LEUCEMIA
Leucemia linfocítica crônica;
Leucemia mielóide crônica;
Leucemia linfocítica aguda;
*Leucemia mielóide aguda.
INCIDÊNCIA
O tipo mais freqüente de câncer em crianças e
adolescentes no Brasil são as leucemias, alcançando
uma média de 29% entre os casos nessa faixa
etária. O percentual é o mesmo ao índice mundial.
O dado consta de estudo inédito feito pelo Instituto
Nacional de Câncer (Inca). A incidência máxima está
em crianças entre 2 e 6 anos de idade.
FATORES DETERMINANTES
Radiação;
Vírus oncogênicos;
Agentes químicos e drogas;
Fatores genéticos;
Fatores imunológicos.
FISIOPATOLOGIA
Proliferação irrestrita de leucócitos imaturos nos
tecidos hematopoéticos;
As células leucêmicas exibem as mesmas propriedades
neoplásicas do cânceres sólidos;
Há uma infiltração e substituição de qualquer tecido do
organismo pelas células leucêmicas não funcionais;
As células em proliferação deprimem a produção dos
elementos figurados do sangue na medula óssea;
Há comprometimento do baço, fígado e
linfonodos podendo ocasionar fibrose;
Comprometimento do SNC;
As células leucêmicas podem invadir os
testículos, rins, próstata, ovários, trato GI e
pulmões;
As células leucêmicas privam todas as outras
dos nutrientes necessários.
SINAIS E SINTOMAS (GERAIS) Diminuição na produção de glóbulos
vermelhos (hemoglobina): sinais de anemia
levando a palidez, cansaço fácil, sonolência.
Diminuição na produção de plaquetas:
manchas roxas que ocorrem em locais onde
não relacionados a traumas, podem aparecer
petéquias ou sangramentos prolongados
resultantes de pequenos ferimentos.
Diminuição na produção de glóbulos
brancos: aumentando o risco de
infecção. Pode ocasionar gânglios,
dores de cabeça e vômitos.
Dor óssea (no inicio crianças
pequenas podem mancar ou recusar-
se a andar)
SINAIS E SINTOMAS (ESPECIFICOS)
Disfunção da medula óssea: palidez,
fadiga, febre, hemorragia, tedência a
fraturas, dor;
Fígado, baço e linfonodos:
hepatomegalia, esplenomegalia,
linfadenopatia;
SNC (meninges): cefaléia intensa,
vômitos, irritabilidade, letargia,
papiledema, coma eventual, dor,
rigidez do pescoço e dorso;
Hipermetabolismo: atrofia muscular,
perda de peso, anorexia e fadiga.
COMPLICAÇÕES
Anemia;
Infecção;
Tendência hemorrágica.
DIAGNÓSTICO
Clínico;
Mielograma;
Hemograma;
Punção da medula óssea;
Biópsia de medula;
Citoquímica e citogenética;
Marcadores imunológicos.
PROGNÓSTICO
A contagem inicial de leucócitos;
A idade da criança por ocasião do
diagnóstico;
O tipo de célula envolvida;
O sexo da criança;
A análise do cariótipo.
TRATAMENTO
Quimioterapia:
• Indução da remissão
• Profilaxia do SNC
• Manutenção ou consolidação
Radioterapia
Transplante de Medula Óssea
TRATAMENTO
Indução da remissão
• Inicia quase que imediatamente após a confirmação do diagnóstico e dura de 4 a 6 semanas;
• Tem objetivo de eliminar as células leucêmicas e restaurar a função medular normal;
• Ocorre mielossupressão dos elementos sanguíneos normais, com alto risco de infecção (↓dos leucócitos), hemorragia (↓ das plaquetas) e anemia (↓ das hemácias).
TRATAMENTO
Profilaxia do SNC
• A maioria dos agentes quimioterápicos não penetra no SNC, por isso é utilizada a terapia intratecal ou a irradiação craniana, para prevenir a invasão das células leucêmicas neste local.
• O tratamento no SNC pode levar ao desenvolvimento de tumores, além do risco de prejudicar a função intelectual e motora, principalmente em crianças menores de 5 anos.
TRATAMENTO
Profilaxia do SNC
• Após a administração do fármaco, o paciente deve ficar de repouso, de preferência em decúbito ventral;
• As reações esperadas são cefaléia, náuseas e febre. Outros efeitos graves incluem rigidez da nuca, vômitos, paresias, dor lombar, confusão, irritabilidade, vertigem, sonolência e convulsão.
TRATAMENTO
Manutenção ou consolidação
• Inicia após a terapia de indução bem sucedida, com o objetivo de manter a remissão e reduzir ainda mais o número de células leucêmicas;
• Se não houver uma continuidade no tratamento após a remissão, a todos os casos podem recidivar;
TRATAMENTO Recidiva: quando se observa a presença de
células leucêmicas na medula óssea, testículo ou SNC após o tratamento.
• O tratamento da recidiva consiste em uma nova indução da remissão;
• Se o local da recidiva for no testículo ou SNC, é necessário um tratamento especifico para esses locais;
• Indivíduos com LLA que sofrem recidiva tem indicação de transplante de medula óssea.
TRATAMENTO
Transplante de medula óssea
• É indicado para pacientes LMA já na primeira remissão;
• Antes do transplante, é administrado altas doses de quimioterapia e radioterapia, com o objetivo de destruir toda a medula óssea;
• A medula óssea doadora é infundida por via intravenosa, e de 2 a 4 semana se estabelece em determinados sítios do corpo, onde começa a produzir leucócitos, eritrócitos e plaquetas.
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA (TMO)
TMO alogênico: o doador é compatível para o antígeno leucocitário humano (HLA) e pode ser um familiar ou não.
• Efeito enxerto-versus-hospedeiro: as células transplantadas não são imunologicamente tolerantes a malignidade do paciente, causando a morte dessas células;
• Doença do enxerto-versus-hospedeiro: as células do doador causam uma resposta imune contra os tecidos do receptor.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Prevenção das complicações - Infecção
• Avaliar diariamente o paciente a procura de sinais de infecção;
• Observar qualquer elevação da temperatura;
• Administrar antibióticos de amplo espectro;
• Controlar a transmissão de infecção no ambiente hospitalar (quarto privativo, restrição de visitas, lavagem das mãos);
• Incentivar uma ingestão proteico-calórica adequada;
• Evitar procedimentos invasivos;
• Instruir a família e o paciente em relação a higiene pessoal rigorosa.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Prevenção das complicações – Hemorragia
• Observar os locais onde foi realizado punções venosas, medicamentos IM e aspiração de medula óssea;
• Realizar exame físico para detectar sinais de sangramentos;
• Testar a urina e fezes para detectar a presença de sangue oculto;
• Orientar os pais a manter um ambiente seguro;
• Evitar a administração de medicamentos que afetam a função plaquetária.
CUIDADO DE ENFERMAGEM
Alívio da Dor:• A dor óssea é particularmente Aguda – Doses
de opióides (narcóticos são ajustadas para as necessidades da criança e administradas de modo contínuo para o controle da dor).
• O repouso e sono adequado, diversão, elevação do humor, empatia e medicamentos adjuvantes, como os antieméticos, antidepressivos, ansiolíticos, anestésicos locais, radiofármacos.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Usar Precauções especiais na Administração e manipulação dos Agentes quimioterápicos:
Podem causar grave lesão celular se houver infiltração do tecido circundante com diminutas quantidades do fármaco.
Obtenção de história de alergias conhecidas. Observar a criança durante 2O minutos após a infusão. (sinais de anafilaxia). Se houver suspeita de uma reação, suspender fármaco, Adm soro fisiológico via IV e efetua-se monitorização SSVV da criança.
Educar a família sobre os fármacos e adesão do esquema medicamentoso na terapêutica de manutenção.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Controlar os problemas relacionados com a toxicidade medicamentosa: Náusea e Vômitos - Adm. do agente antiemético
antes do início da quimioterapia. Anorexia – Perda do apetite: Preferências da criança
e requisitos fisiológicos e metabólicos são considerados quando se selecionam os alimentos. Refeições pequenas e frequentes, com suplementos estre as refeições.
Evitar ingestão de líquidos durante as refeições. Quando a nutrição adequada não pode ser mantida
pela ingesta oral, o suporte nutricional por via enteral pode ser necessário.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Ulcerações da mucosa: Lesão das mucosas gastrintestinal. Mucosite, Estomatite e úlceras retais. Oferecer uma dieta leve, umectante e semi-sólida
apropriada para idade e de preferência da criança; Utilizar uma escova de dentes de esponja macia
ou um aplicador com algodão na extremidade; Realizar lavagens frequentes da boca com soro
fisiológico; Aplicação de anestésicos tópicos ou preparações
sem álcool adquiridas sem prescrição.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Em geral a criança deve escolher os alimentos que mais tolera;
Em caso de úlceras retais – são tratadas mediante a higiene meticulosa e uso de pomada oclusiva ou curativo aplicado á área ulcerada para promover a epitelização.
Os pais devem ser alertados no sentido de registrarem as evacuações, visto que a criança pode evitar voluntariamente a defecação para evitar a dor.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Neuropatia – Efeitos neurotóxicos. Adm. Amolecedores do bolo fecal ou laxativos em caso
de constipação grave provocada por menor inervação intestinal;
Manter um bom alinhamento do corpo e, se estiver em repouso no leito, utilizar uma tábua de suporte nos pés ou sapatos altos para minimizar ou evitar o pé caído;
Tomar medidas de segurança durante a deambulação devido á fraqueza e á dormência dos membros, o que pode causar dificuldade na marcha ou nos movimentos finos da mão;
Fornecer uma dieta mole ou líquida em caso de dor intensa da mandíbula .
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Cistite hemorrágica – efeito colateral da irritação química da bexiga: Ingestão de líquidos aumentada; Micções frequentes imediatamente após
sentir vontade, antes de deitar e após acordar.
Adm. do fármaco no início do dia, permitindo uma ingestão oral suficiente e sua eliminação;
Adm de mesna, quando prescrito, um agente que proporciona proteção a bexiga.
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Alopecia – quimioterápicos e radiação craniana. Avisar a criança e aos pais deste efeito
colateral. Informar a família de que o cabelo retorna
dentro de 3 a 6 meses, mas pode ter cor e textura diferentes.
Providenciar algum tipo de proteção para a cabeça, sobretudo nos climas frios e exposição ao sol. (bonés de algodão macio, perucas, cachecol, chapéu .
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Oferecer cuidado físico contínuo e suporte emocional: Monitorização contínua do
crescimento e do desenvolvimento físicos e intelectuais.
É essencial que conheça as necessidades emocionais de cada membro da família, bem como as formas de cuidado competente para um suporte positivo da família, promovendo seu crescimento.
EVOLUÇÃO
Eficácia: Constante Reavaliação e análise do cuidado. Comparar o número de visitas dos serviços de
assistência primária com o esquema recomendado de supervisão;
Monitorizar o crescimento o desenvolvimento e outros aspectos da avaliação regular da saúde, verificar a higiene dentária; proceder a uma revisão do registro de imunizações, e uso de preparações de vírus não–vivos.
Entrevistar a criança e a família para verificar a sua compreensão sobre o tratamento e exames diagnósticos.
Utilizar técnicas de avaliação da dor associada aos procedimentos .
EVOLUÇÃO
Efetuar observações cuidadosas do estado físico: – Monitorização SSVV, – Observar sinais de sangramento, infecção, neuropatia, cistite e ulceração da mucosa – Observar e registrar a ingesta e a excreta.
Observar se a criança mantém estado nutricional adequado;
Observar se a criança alcança alívio da dor e do desconforto;
Entrevistar a criança e sua família e observar os comportamentos em consequência das complicações do tratamento;
Entrevistar a criança e sua família e observar comportamentos indicando sua resposta a á doença, seu tratamento e intervenções de enfermagem
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BONASSA, Edva Moreno Aguilar; SANTANA, Tatiana Rocha. Enfermagem em
terapêutica oncológica; 3ª Ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.
HOCKENBERRY MJ; Fundamentos de enfermagem pediátrica; 7ª Ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2006.
GOLDMEN, Lee; Cecil Medicina; Lee Goldmen, Dennis Ausiello; [tradução: Adriana
Pitella Sudré et. Al.]; Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
SMELTZER, S.C.; BARE, B.G. Brunner & Suddart: tratado de enfermagem médico-
cirúrgico. 09. ed. V.2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
www.abrale.com.br acesso em 28/10/2011 às 13:59 horas.
www.inca.com.br acesso em 28/10/2011 às 14:12 horas.