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Arapongas 2018
LEONARDO PRONIEVICZ DA SILVA
A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA GESTÃO EMPRESARIAL
Arapongas 2018
A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA GESTÃO EMPRESARIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNOPAR – Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Ciências Contábeis.
Orientador: Ana Costa
LEONARDO PRONIEVICZ DA SILVA
LEONARDO PRONIEVICZ DA SILVA
A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NA GESTÃO
EMPRESARIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNOPAR – Universidade Norte do Paraná como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Ciências Contábeis.
BANCA EXAMINADORA
Prof(a). Líria Helena Golfetto
Prof. Márcio Coelho Moreira
Prof. Cleberson Júlio Pinheiro
Cidade, dia de mês de ano (Fonte Arial 12)
Substitua as palavras em vermelho conforme o local e data de aprovação.
Dedico este trabalho, a minha família que
sempre esteve me apoiando e me
incentivando, dedico também a todos que
torceram e torcem por mim.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado forças, capacidade e
conhecimento, para ter chegado até aqui.
Agradeço a toda minha família, a meus pais e meu irmão, que sempre me
apoiaram nos momentos mais difíceis.
Agradeço também aos mestres e professores que tive por todo meu período de
instrução e ensino, agradeço aos colegas de classe que tornaram os dias na
universidade mais prazerosos.
SILVA, Leonardo Pronievicz da. A Importância da Auditoria na Gestão Empresarial. 2018. 38. Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Contábeis – Unopar (Universidade Norte do Paraná), Arapongas, 2018.
RESUMO
O presente trabalho trata-se de uma análise bibliográfica que busca estudar, analisar e compreender como a auditoria tem importância para uma organização na gestão empresarial. Para isso é estudado como surgiu a auditoria e como sua evolução ocorreu no meio da contabilidade para a qual é conhecida hoje. Foi compreendido também suas formas, características e tipos, buscando o foco principal na auditoria interna, onde a empresa possui um profissional de contabilidade trabalhando como auditor da empresa, analisando os setores, financeiro, compras, comercial, ou seja todos os setores que englobam em compõem uma organização, para a busca e solução de problemas que podem ter em ambos. Com isso, na gestão empresarial, que é uma forma de controlar e gerenciar a organização, a auditoria trabalha em conjunto com o controle interno, que é também uma ferramenta que busca analisar os setores da empresa buscando sempre melhorias para que a empresa consiga se desenvolver cada vez mais. Dessa forma podendo auditoria e controle interno trabalharem juntas.
Palavras-chave: Auditoria; Gestão Empresarial; Controle Interno;
SILVA, Leonardo Pronievicz da. A Importância da Auditoria na Gestão Empresarial. 2018. 38. Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Contábeis – Unopar (Universidade Norte do Paraná), Arapongas, 2018.
ABSTRACT
The present work deals with a bibliographical analysis that seeks to study, analyze and understand how auditing is important for an organization in business management. For this is studied how the audit came about and how its evolution occurred in the middle of the accounting for which it is known today. It was also understood its forms, characteristics and types, seeking the main focus on internal auditing, where the company has an accounting professional working as an auditor of the company, analyzing the sectors, financial, purchasing, commercial, that is all sectors that encompass make up an organization, to search for and solve problems they may have in both. Thus, in business management, which is a way to control and manage the organization, the audit works in conjunction with internal control, which is also a tool that seeks to analyze the sectors of the company always seeking improvements so that the company can develop increasingly. In this way, internal audit and control can work together. Key-words: Audit; Business Management; Internal Control.
LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Evolução da Contabilidade ....................................................................14 Quadro 2 – Evolução da Auditoria ............................................................................15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BACEN Banco Central do Brasil
SFN Sistema Financeiro Nacional
NBC TA Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas a Auditoria
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11
2. SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA AUDITORIA ............................................... 13
3. TIPOS, METODOS DE UMA AUDITORIA ........................................................ 19
4. FUNÇÕES DA AUDITORIA EM UMA ORGANIZAÇÃO ................................... 31
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 36
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 37
11
1. INTRODUÇÃO
A auditoria é uma ferramenta de controle e análise dos demonstrativos de
uma empresa ou organização. Não se tem uma data correta para o surgimento da
mesma, ela surgiu em lugares diversos em épocas distintas. Ela surgiu da
necessidade do grupo de pessoas em controlar as movimentações financeiras das
primeiras organizações.
A auditoria possui vários tipos e classificações, as mais utilizadas são as
auditorias internas e externas, que podem ser divididas em subgrupos, como,
auditoria financeira, auditoria de conformidade ou auditoria operacional. Esses três
grupos formam a base e estrutura que uma empresa deve seguir para que a mesma
consiga identificar em quais setores a mesma está “pecando” e melhorar assim suas
funcionalidades.
A auditoria interna analisa a organização de dentro, analisando os aspectos
contábeis e seus sistemas operacionais, como cada setor funciona buscando
através das demonstrações e resultados buscar melhorias eficientes para a
organização. Por sua vez a auditoria externa, analisa a empresa de fora, como o
mercado, os concorrentes e a sociedade influenciam o meio em que a empresa está
inserida, e através dos resultados buscar formas da empresa em sobressair as
influências negativas externas.
Acredita-se que por meio da aplicação da auditoria interna é possível analisar
com mais clareza a organização, e contribuindo para um crescimento positivo, de
maneira eficiente e que gere retornos positivos para a organização. Nesse sentido, o
trabalho parte da busca por compreender “como a auditoria interna pode contribuir
para a gestão de uma organização?”
Na busca por responder tal problemática o presente trabalho tem por objetivo
geral compreender por meio de uma pesquisa bibliográfica, a importância que a
auditoria interna tem para as organizações na gestão empresarial, para isso será
preciso compreender sua evolução história e como ocorreu seu surgimento. Após
será identificado os tipos e procedimentos que compõem a auditoria interna e por
final, como a mesma é útil na gestão empresarial.
O trabalho tem por objetivo mostrar que a auditoria interna é uma ferramenta
de grande importância para as organizações, pois ela analisa, examina, ajusta, corri
e certifica através da coleta de dados planos que podem melhorar os processos da
organização ajudando a mesma a atingir seus objetivos.
12
A metodologia utilizada no trabalho foi uma revisão literária, que apresenta
dados e opiniões de diversos autores, através do conhecimento científico do assunto
e com respaldo e garantia de suas informações. Contribuindo com a fundamentação
da pesquisa, para o trabalho tivesse cunho científico.
Os capítulos do trabalho serão divididos em três, onde o primeiro irá tratar do
surgimento e contexto histórico da auditoria, o segundo falará sobre os tipos de
auditoria e o terceiro e última retratara a importância da auditoria interna em uma
organização e os métodos a serem utilizados para se fazer uma auditoria.
13
2. SURGIMENTO E EVOLUÇÃO DA AUDITORIA
A auditoria é um processo utilizado em várias áreas organizacionais, podendo
ser feita de várias formas, com funcionários da própria empresa ou não, porém para
compreender como a auditoria pode contribuir para uma organização, será preciso
estudar como ocorreu seu surgimento, e sua evolução para a auditoria que é
conhecida hoje.
Não há uma data certa para o surgimento da auditoria, segundo Batista
(2012, p.2):
Alguns autores especulam que as técnicas de auditoria surgiram na Inglaterra, por causa do progresso do continente europeu em relação à sua aplicação como forma de fiscalização das receitas públicas e do tesouro nos primeiros anos do século XVI.
Já segundo Junior (1995, p.11) “A prática de auditoria surgiu provavelmente
no século XV ou XVI na Itália.” Onde surgiu os percursores da contabilidade, visto
que era uma época onde o clero era responsável pelos principais empreendimentos
estruturados.
A auditoria surgiu em diversas épocas dependendo da região, sem uma data
ou lugar certo, ela surgiu para atender as necessidades decorrentes da evolução do
sistema capitalista. No início as empresas eram em parte mais familiares e fechadas,
com a evolução da economia surgiram algumas necessidades de captar recursos
financeiros de terceiros, ou seja, para crescer e se desenvolver era necessário
dinheiro, e em muitas ocasiões esse dinheiro vinha externamente a empresa, esse
capital vinha de bancos, credores e acionistas.
Neste contexto, é certo que o surgimento da auditoria ocorreu com a evolução
do comercio. Segundo Batista (2012), “Expedições marítimas, surgimento de
companhias para exploração dos continentes, cobrança de tributos e o aparecimento
de financiadores dessas atividades fizeram que a auditoria se tornasse um
importante instrumento de controle.”
Vendo a necessidade de se registrar os processos de controle dos fatores de
venda e compra entre outros, viu-se a necessidade da criação de uma área de
estudo e compreensão. Para Antônio Lopes de Sá,
A necessidade de guardar memória dos fatos ocorridos com a riqueza patrimonial gerou critérios de escrita em formas progredidas mesmo nas
14
civilizações mais antigas, como a da Suméria; há cerca de 6.000 anos, encontram-se já registros em peças de argila que indicam tais evoluções. Pequenas tábuas de barro cru, serviam para gravar, de forma simples, fatos patrimoniais diversos. (2003, p. 21)
Dessa forma, se originou o controle sistemático, que fez eclodir a
necessidade de revisão de controles por meio de auditoria.
Com o desenvolvimento do comercio, da indústria e da prestação de serviços,
e com o surgimento de grupos sociais que detinham o poder econômico das
instituições de produção e de comercialização de bens e serviços, houve a
necessidade da evolução de técnicas capazes de verificar os resultados das
operações comerciais, confirmam os registros contábeis, estabelecer e acompanhar
o controle dos resultados financeiros, econômicos e administrativos, além de inibir
fraudes, erros, conluios ou roubos dos ativos, para a proteção do patrimônio
empresarial.
Para Almeida,
A auditoria evoluiu com a expansão do mercado e com o acirramento da concorrência. Esta, por sua vez, trouxe a necessidade de ampliação do cambo fabril, do desenvolvimento de novas tecnologias, do aprimoramento de controles e de procedimentos internos, visando à redução de custos e controles externos sobre as operações. (2003, p. 21)
Embora não se tenha uma ordem e data cronológica para a evolução história,
abaixo será elencando algumas datas e fatos que ocorreram que contribuíram para
a contabilidade e para a auditoria de forma a ajudar a compreender como as duas
evoluíram e se tornaram o que são hoje.
Quadro 01: Evolução Contábil
Datas Fatos
? - Desconhecida a data do início da aplicação do método das partidas
dobradas.
1202 - Publicação do Liber abacci, de auditoria de Fibonacci, expondo cálculos
financeiros nas operações mercantis.
1494 - Publicação da Summa/tractatus, de Frá Luca Paccioli. No tratado é
apresentada a escrituração das contas mercantis pelo método das
partidas dobradas.
1840 - Publicação de A Contabilidade aplicada à administração publica e à
administração privada, de Francisco Villa.
15
1840 - Evidencia a Escola Italiana de Contabilidade, iniciando o
desenvolvimento da Teoria da Contabilidade, predominando as
discussões teóricas a respeito da disciplina.
1920 - Predominância da Escola Anglo-americana de Contabilidade com o
desenvolvimento da Contabilidade de Custos, Contabilidade Gerencial,
Análise de Balanços, Auditoria e ramificações técnicas.
1934 Predominância da Escola Americana de Contabilidade, que pendura até
os tempos atuais.
Auditoria – Conceitos e Aplicações: Attie (2011, p.8)
O quadro acima apresentou os principais acontecimentos da evolução da
contabilidade, afim de mostrar de maneira clara e sem muitas delongas como foi sua
evolução desde o seu surgimento até os dias mais atuais, comprovando que assim
como outros assuntos a contabilidade está em constante evolução.
No quadro abaixo, será possível analisa a evolução que a auditoria teve
desde seu surgimento, apresentando também seus principais tópicos.
Quadro 02: Evolução da Auditoria
Datas Fatos
? - Desconhecida a data de início da atividade de auditoria.
1314 - Criação do cargo de auditor do Tesouro da Inglaterra.
1559 - Sistematização e estabelecimento da auditoria dos pagamentos a
servidores públicos pela Rainha Elizabeth I.
1880 - Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados (Institute
of Chartered Accountants in England and Wales), na Inglaterra.
1886 - Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados (AICPA),
nos Estados Unidos.
1894 - Criação do Instituto Holandês de Contadores Públicos.
1934 - Criação do Security and Exchange Commission (SEC), nos Estados
Unidos.
Auditoria – Conceitos e Aplicações: Attie (2011, p.8)
O quadro mostra de maneira simples e direta os fatos mais marcantes do
surgimento da auditoria, assim como também uma pequena parte mais relevante de
16
sua evolução, afim de mostrar de maneira objetiva e sem muitas delongas como
ocorreu esse processo.
Segundo Attie,
Foi a partir da criação da SEC em 1934, nos Estados Unidos, que foi reconhecida a importância da profissão de auditor, e assim criando um novo estimulo, uma vez que as empresas que faziam negociações na Bolsa de Valores, foram obrigadas a se utilizarem dos serviços de auditoria para dar maior credibilidade nas demonstrações contábeis, favorecendo ainda mais a profissão.(2011, p. 8)
O autor ainda diz que a evolução da contabilidade, partiu no sentido de se
tornar em elemento de informação dinâmica e de apoio aos administradores em
geral, unindo assim a contabilidade e a auditoria em um só, tornando os dados ainda
mais confiáveis.
Agora será apresentado como foi o seu surgimento no Brasil, e sua evolução
no país.
2.1 AUDITORIA NO BRASIL
No Brasil, o surgimento da auditoria está relacionado com a instalação de
filiais e subsidiarias de empresas estrangerias que precisavam avaliar seus
investimentos no País, dessa forma, há informações de firmas de auditoria
internacionais instaladas em terras brasileiras desde o início do século XX.
No Brasil tudo indica que as civilizações indígenas, de maneira simplificada e não convencional, já praticavam essa “verificação”. Sem qualquer valor agregado para as pessoas ou grupo de pessoas, os povos indígenas adotavam o controle do resultado das operações. (BATISTA, 2012 P. 02)
No Brasil, pode-se dizer que o surgimento da auditoria está desde os
primórdios, ainda nos tempos indígenas, como forma de controle da produção que
os mesmo tinham em suas aldeias.
Segundo Batista (2012), no Brasil também a introdução da auditoria no
mercado, não consiste em uma data exata, porém, em 1965, pelo advento da Lei nº
4.728, que disciplinou o mercado de capitais e estabeleceu medidas para seu
desenvolvimento, foi mencionada pela primeira vez na legislação brasileira a
expressão auditores independentes. Posteriormente o Banco Central do Brasil
(BACEN) estabeleceu uma serie de regulamentos tornando obrigatório a auditoria
17
independente em quase todas as entidades integrantes do Sistema Financeiro
Nacional (SFN) e companhias abertas.
O BACEN por sua vez, estabeleceu também, por meio da Circular nº 179, de
11 de maio de 1972, as normas gerais de auditoria (BRASIL, 1972), como pode-se
observar a auditoria ainda é uma ciência nova no Brasil e no mundo, e que está em
constante evolução e aperfeiçoamento.
Segundo Batista,
Com o desenvolvimento das empresas, do comercio internacional, da globalização, do aumento do volume de bens e serviços comercializados, dentre outros movimentos, fez da auditoria uma técnica capaz de dar segurança aos investidores que colocavam seus recursos financeiros com o objetivo de obter lucro no menor possível. (2001, p.03)
Assim com o desenvolvimento das empresas no comercio e o
desenvolvimento do comercio internacional no pais trouxe ainda mais a necessidade
do desenvolvimento da auditoria no Brasil. Segundo Aragão (2014),
A auditoria se consolidou em todos os países do mundo, por consequência houve um fortalecimento e desenvolvimento das empresas, cuja complexidade e ramificações tornou possível aos administradores o controle de seus atos e dos seus colaboradores. (2014 p. 14)
Para o Brasil, a condição de país em desenvolvimento tem favorecido o
surgimento de grandes empresas e, até o momento, de grandes conglomerados
econômicos com ramificações no exterior. Aliado a isso, a mentalidade de
empresarial tem evoluído extraordinariamente, fazendo as empresas adotarem
atitudes avançadas em sincronia com a atualidade.
A evolução da autoria no Brasil, segundo Attie,
Está primariamente relacionada com a instalação de empresas internacionais de auditoria independente, uma vez que investimentos também internacionais foram aqui implantados e compulsoriamente tiveram de ter suas demonstrações contábeis auditadas. (2011, p.08)
A evolução da auditoria no Brasil sofreu varias influencias para se
transformar na auditoria que é encontrada hoje onde segundo Attie (2011):
Filiais e subsidiárias de firmas estrangeiras; Financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais; Crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversificação de suas atividades econômicas; Evolução do mercado de capitais; Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil em 1972; Criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades por Ações em 1976. (2011, p.08)
18
Como foi possível observar, foram vários fatores que influenciaram o
desenvolvimento da auditoria no Brasil, alguns fatores como podemos ver são
simples, mas todos de muita importância.
No próximo capitulo será apresentado os tipos de auditoria e como ela
ajudam os diversos tipos de empresas e organizações, onde a função do auditor é
identificar qual o melhor método a ser usado para resolver problemas e conflitos
encontrados nas empresas.
19
3. TIPOS E METODOS DA UMA AUDITORIA
No primeiro capitulo foi estudado como surgiu a auditoria e como ocorreu sua
evolução no Brasil e no mundo, neste capitulo, será estudado os tipos e variações
de auditoria, assim como os métodos para se aplicar uma auditoria.
De forma geral segundo Barreto; Grieff (2015, p.25), a auditoria pode ser
classificada de acordo com seus objetivos em três grandes grupos, auditoria
financeira ou das demonstrações contábeis, auditoria de conformidade ou de
compliance, e auditoria operacional ou de gestão.
3.1 AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Segundo Barreto; Graeff (2015), a auditoria das demonstrações contábeis,
pode ser definido pelo seu próprio nome, ou seja, envolve a obtenção e a avaliação
de evidências para a emissão de uma opinião sobre a adequação das
demonstrações contábeis de uma organização.
Ainda segundo os autores Barreto; Graeff (2015),
Esse tipo de auditoria é fundamental para o funcionamento adequado dos mercados de capitais, pois permite que os investidores e credores baseiam suas decisões em informações precisas e de qualidade, que expressam a verdadeira situação das empresas em termos de direitos, obrigações e procedimentos contábeis. (2015, p.25)
Para essa fiscalização e controle existe o “Concelho Federal de
Contabilidade”, que é o responsável pela normatização geral dos processos que
guia a execução desse tipo de auditoria, onde se é emitido as normas brasileiras de
contabilidade técnica de auditoria independente de informação contábil (NBC TA).
As NBC TA’s segundo Barreto; Grieff,
São escritas no contexto da auditoria de demonstrações contábeis executada por um auditor independente. Enfim, são essas normas que devem ser seguidas no curso dos trabalhos de auditoria, podendo ser adaptados conforme às circunstâncias, sendo responsabilidade do auditor garantir o cumprimento de todas as obrigações legais, regulatórias e profissionais devidas. (2015, p.26)
Dessa forma, o objetivo principal da auditoria de demonstrações contábeis é a
formação de opinião, se as demonstrações contábeis são apresentadas
adequadamente em todos os aspectos relevantes, em conformidade com estrutura
20
de relatório financeiro aplicável, ou seja, em conformidade com as práticas contábeis
e com a legislação aplicável à determinada entidade.
3.2 AUDITORIA DE CONFORMIDADE OU DE COMPLIANCE
A auditoria de conformidade ou de compliance envolve a obtenção de
evidencias para avaliar se as atividades de uma entidade, seja elas financeiras ou
operacionais, obedecem a regras ou a regulamentos previamente estabelecidos. Em
outras palavras, o auditor, nesse tipo de trabalho, objetiva medir a aderência dos
fatos encontrados com as normas aplicáveis. (BARRETO E GRIEFF, 2015). A
auditoria de compliance pode ser definida então, como uma auditoria que tem por
objetivo a comparação com normas, regras ou regulamentos.
Segundo Barreto e Grieff,
Outra definição desse tipo de auditoria é expressa pelo CFC na NBC TA 01, que define trabalhos de asseguração como “um trabalho no qual o auditor independente expressa uma conclusão com a finalidade de aumentar o grau de confiança dos outros usuários previstos, que não seja parte responsável, acerca do resultado da avaliação ou mensuração de determinado objeto de acordo com os critérios aplicáveis. (2015, p. 26)
Assim podemos concluir que a auditoria das demonstrações contábeis é um
tipo de auditoria de conformidade ou trabalho de asseguração, na medida em que o
auditor emite uma opinião sobre adequação das informações contábeis. (Barreto e
Graeff)
3.3 AUDITORIA OPERACIONAL OU DE GESTÃO
A auditoria operacional, também chamada de auditoria de gestão, de
desempenho ou de performance, tem como objetivo avaliar a economia, a eficiência,
a eficácia e a efetividade das atividades operacionais de uma entidade, ou seja,
trata-se de uma avaliação do desempenho da entidade.
Os critérios utilizados nesse tipo específico de auditoria segundo Barreto e
Graeff (2015), a auditoria não se restringe apenas à mera constatação do
cumprimento de normas ou regulamentos, mas busca também medir o desempenho
da organização, avaliando a economia, eficiência, eficácia e a efetividade. Como
Barreto; Graeff, definem abaixo:
21
A administração desempenhou suas atividades com economia, de acordo com princípios e práticas administrativas corretas (economicidade); Os recursos humanos, financeiros e de qualquer outra natureza foram utilizados com eficiência (eficiência); Há eficácia do desempenho das entidades auditadas em relação ao alcance de seus objetivos (eficácia); Avaliar o verdadeiro efeito de suas atividades em comparação com o efeito esperado (efetividade). (2015, p.27)
Esse tipo de procedimento consiste numa atividade de assessoramento ao
gestor, com vistas a aprimorar as práticas do atos e fatos administrativos, sendo
desenvolvida de forma tempestiva. (Barreto e Graeff, 2015 p.27)
3.4 MÉTODOS DE UMA AUDITORIA
Os métodos de uma auditoria, pode ser definido como a forma de trabalho da
auditoria, auditorias podem também ser classificadas a partir de outro ponto de vista,
sendo dividas em dois grandes grupos, auditoria externa e auditoria interna.
A auditoria para uma organização, pode ser tanto a interna como a externa, a
empresa que verá qual será a que melhor se adequa às suas necessidades, porém,
será trabalhado nesse contexto como a auditoria interna, pois ela tem por referência
os processos internos da organização.
Segundo Almeida (1996), com a expansão dos negócios, sentiu-se a
necessidade de dar maior ênfase às normas ou aos procedimentos internos, devido
ao fato de que o proprietário da empresa ou seu administrador não conseguiria
supervisionar pessoalmente todas as atividades da organização.
Com isso, os proprietário e administradores viram que o auditor externo
passava muito pouco tempo na empresa, e que neste caso seria necessária uma
auditoria mais periódica que conseguisse atender todas as necessidades do
administrador da empresa, com um maior grau de profundidade, visando também as
outras áreas da empresa.
Porém, a empresa deve saber se deve contratar um auditor interno ou
externo, dependendo da sua necessidade, dessa forma abaixo será apresentado as
definições de auditores externos e internos para ajudar a identificar qual é a melhor
solução.
22
3.4.1 AUDITORIA EXTERNA OU INDEPENDENTE
A auditoria externa ou independente segundo Barreto e Graeff (2015, .29) é
aquela executada por profissionais ou empresas que não possuem vinculo ou
subordinação à empresa auditada, com o objetivo de trazer uma opinião
independente sobre a entidade auditada.
Neste contexto, enquanto a auditoria externa dedicava seus esforços no
exame das demonstrações contábeis por um curto espaço de tempo, fez-se
necessário um trabalho de maior constância, de maior grau de profundidade, capaz
de alcançar outas áreas não relacionadas à contabilidade – controle de qualidade,
lucratividade, eficiência operacional, administração de pessoal etc.
Segundo Silva (2014), “os auditores externos mantêm total independência em
relação à empresa auditada, evitando qualquer tipo de relação que venha prejudicar
ou parecer sobre as demonstrações auditadas.”
Na auditoria independente, o objetivo é a emissão da opinião sobre as
demonstrações contábeis, destinada principalmente, ao público externo (acionistas,
credores, fisco, ect.).
3.4.2 AUDITORIA INTERNA
A auditoria interna, por sua vez, é aquela executada pela própria organização,
com o objetivo de garantir o atendimento de seus objetivos institucionais, por meio
da avaliação continua de seus procedimentos e controles internos. Esse tipo de
auditoria surgiu como uma evolução ou ramificação da auditoria independente.
A auditoria interna, nasceu da necessidade de acompanhar e de avaliar a
correta aplicação das normas e procedimentos internos da empresa (controles
internos), abrangendo aspectos contábeis e operacionais.
Segundo Silva (2014), “a auditoria interna, é desempenhada por profissionais
da própria empresa auditada e na maioria dos casos são funcionários da área
contábil, mas que também podem ser de outras áreas dependendo do ramo de
atuação da empresa
23
Na auditoria interna, o objetivo é a elaboração de um relatório que comunique
os trabalhos realizado, as conclusões obtidas e as recomendações e providencias
serem tomadas.
3.5 PLANEJAMENTO DE UMA AUDITORIA INTERNA
Segundo Barreto e Grieff (2015) “o planejamento é a etapa inicial da
auditoria.” Nele o auditor “pensa seu trabalho”, identificando quais serão os seus
objetivos e definindo os detalhes que conduzirão os trabalhos (cronograma,
procedimentos, riscos envolvidos).
Quando se fala em planejamento Barreto; Grieff (2015) “afirmam que é
possível definir dois grandes produtos dessa fase: a estratégia global e o plano de
auditoria.” Para que o auditor estabeleça uma estratégia global de auditoria que
defina o alcance, à época e a direção da auditoria ele deve:
Identificar as características do trabalho para definir seu alcance; Definir os objetivos do relatório do trabalho de forma a planejar a época da auditoria e a natureza das comunicações requeridas; Considerar os fatores que no julgamento profissional do auditor são significativos para orientar os esforços da equipe do trabalho; Considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria e, quando aplicável, se é relevante o conhecimento obtido em outros trabalhos realizados; Determinar a natureza, a época e a extensão dos recursos necessários para realizar o trabalho. (BARRETO; GRIEFF, 2015)
Em resumo o auditor deve estar estabelecendo uma macro estratégia, que
seja capaz de orienta-lo no desenvolvimento de um plano de auditoria. Esse plano é
uma descrição detalhada dos caminhos que o auditor deverá seguir durante a
execução do trabalho, seguindo os aspectos de natureza, e outros procedimentos
necessários.
Natureza, época e a extensão dos procedimentos planejados de avaliação de risco, por meio do entendimento da entidade e de seu ambiente, assim como nos processos adicionais de auditoria planejados no novel de afirmação; Outros procedimentos de auditoria planejados e necessários para que o trabalho esteja em conformidade com as normas de auditoria. (Barreto; Grieff, 2015).
No planejamento da auditoria o auditor deve estar analisando as principais abordagens que serão feitas em seu trabalho, para seguir de guia nos próximos passos.
24
3.5.1 COMO ADQUIRIR CONHECIMENTOS SOBRE A EMPRESA AUDITADA
Segundo Almeida (1996), o auditor externo deve adquirir ou restabelecer
conhecimentos sobre a empresa para que possa planejar e efetuar seu exame de
acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas.
O auditor deve estar analisando a empresa como um todo, e colhendo
informações sobre todas as áreas, como financeira, contábil, orçamentaria, pessoal,
fisco e legal, operações, vendas e suprimentos. Para compreender melhor a
responsabilidade em cada setor, os mesmos serão divididos em sub tópicos.
3.5.1.1 ANÁLISE FINANCEIRA
As demonstrações financeiras de uma organização são compostas de contas,
tais como receita ou contas a receber, que representam uma síntese das transações
da empresa. (GRAMLING; RITTEMBERG; JOHNSTONE, 2012).
A análise financeira, tem por objetivo fazer uma análise do setor de forma
total, analisando o comportamento do fluxo de caixa da empresa, verificando todas
as entradas e saídas de vendas e pagamentos, para que a empresa consiga garantir
sua liquidez. (ALMEIDA, 1996 p. 124)
Ela deve estar analisando também se a empresa está cumprindo com todos
os seus compromissos financeiros, se existe cobranças a serem feitas a clientes,
pagamentos a fornecedores e ainda se é feito algum tipo de investimento e como
anda a situação desses investimentos.
Crepaldi (2007) apresenta também que para a empresa adquirir
conhecimento da empresa auditada o auditor deve, analisar o comportamento do
fluxo de caixa, analisar se as operações da empresa estão gerando recursos
suficientes para sustenta-la financeiramente, identificar possíveis problemas de
liquidez, se os fornecedores estão sendo pagos em dia, entre outras características
já afirmadas por outro autor.
Os dados coletados da área financeira são importantes para garantir e
verificar como anda a liquidez da empresa, onde identifica seu fluxo de caixa, como
pagamentos de fornecedores, recebimentos de clientes, entre outros fatores
confirme mostrado na tabela.
25
3.5.1.2 ANÁLISE CONTÁBIL
Na análise contábil, seu principal objetivo é identificar e analisar as
demonstrações contábeis da empresa, e como é feito o desenvolvimento dela na
empresa no decorrer do ano, se está cumprindo com o planejado. (ALMEIDA, 1996
p. 124)
Segundo Crepaldi (2007), o auditor deve analisar alguns fatores da empresa,
como: os princípios contábeis adotados na elaboração das demonstrações
contábeis, a uniformidade de um exercício social para outro, na aplicação desses
princípios; quando as demonstrações contábeis estarão prontas, entre outros
fundamentos que afirmam as palavras de Almeida.
Os dados coletados a área contábil, mostram ao auditor, como anda as
documentações da empresa, se ela possui pendencias escriturais e como estão as
demonstrações contábeis da empresa.
3.5.1.3 ANÁLISE ORÇAMENTÁRIA
A análise orçamentaria, é responsável por analisar a situação do orçamento
da organização em comparação com o incorrido, explicar as variações significativas
entre o valor orçado e o valor real, além de fazer projeções até o fim do exercício
social. (ALMEIDA, 1996 p. 124)
O auditor deve também, estar analisando a atual situação do orçado em
comparação com o incorrido, buscar explicações para as variações significativas
entre o orçado e o real e analisar as projeções até o fim do exercício social.
CREPALDI (2007).
Os dados coletados da analise orçamentária mostra ao auditor como está o
funcionamento dos orçamentos da empresa, se o que é apresentado, está sendo o
valor real no final.
3.5.1.4 ANÁLISE PESSOAL
A análise pessoal busca fazer e trabalhar em cima dos funcionários da
organização, estabelecendo políticas de admissões, treinamentos e avaliação, assim
26
como também uma política de cargos e salários para tentar reter talentos dentro da
empresa. (ALMEIDA, 1996 p. 124)
Assim como Almeida, o autor Crepaldi (2007) afirma que na analise pessoal
deve-se estar analisando as politicas de admissões, de treinamentos, avaliação e de
aumentos salariais, além de analisar também a estrutura organizacional e se a
empresa está perdendo funcionários importantes.
Na análise de pessoal por sua vez, mostra como a empresa costuma
remunerar seus colaborares e funcionários, como funciona o trabalho deles desde a
contratação até a eventual demissão do mesmo.
3.5.1.5 ANÁLISE FÍSCAL E LEGAL
O processo e analise fiscal e legal dentro da organização, tem como objetivo
analisar a situação de processos envolvendo o nome da empresa, o status dos livros
fiscais e legais e sua escrituração, analisa também os resultados das investigações
sobre a empresa, e confere e altera se preciso o contrato social. (ALMEIDA, 1996 p.
125)
Crepaldi (2007), seguindo o pensamento afirma que na analise fiscal e legal,
a situação atual de processos envolvendo o nome da empresa, que a conjuntura dos
livros ficais e legais e sua escrituração assim como as mudanças das investigações
no contrato social da empresa, são importantes áreas a serem analisadas numa
eventual auditoria.
Na análise fisco e legal, o auditor toma conhecimento de eventuais processos
já sofridos pela empresa, e como estão os livros fiscais e a escrituração da
organização.
3.5.1.6 ANÁLISE DAS OPERAÇÕES
A análise das operações, busca verificar como é feita as principais aquisições
e baixas de bens do ativo imobilizado, se possui alguma maquina parada ou que
esteja obsoleta, analisa também o estoque de produtos obsoletos ou de lento
movimento, analisa os novos produtos e o planejamento do inventario físico anual da
organização. (ALMEIDA, 1996 p. 125)
27
Na analise das operações, mantendo a afirmativa passada, Crepaldi (2007)
destaca que a analise das principais aquisições e baixas dos bens do Ativo
Imobilizado, a identificação de maquinas paradas e obsoletas, assim como também
os estoques parados e novos devem ser analisadas para se possuir uma boa
identificação do funcionamento desse setor na empresa.
Na análise das operações, o auditor toma conhecimento dos bens imóveis
adquiridos pela empresa, assim como os que foram desfeitos pela empresa, ele
analisa também os maquinários da empresa que estão sendo utilizados ou não,
assim também como os estoques de produtos novos e velhos, além de seus
estoques.
3.5.1.7 ANÁLISE DAS VENDAS
A análise de vendas, como o próprio nome já diz, irá fazer uma análise da
situação da empresa no mercado levando em consideração os concorrentes, como
funciona a política de propaganda, e analisar as causas de devolução das vendas e
como funciona a política de trocas. (ALMEIDA, 1996 p. 125)
Crepaldi (2007), também afirma que na analise das vendas, é importante
identificar a situação da empresa no mercado em comparação com os principais
concorrentes, que a política de divulgação de propaganda de e estar presente, e
também a identificação dos fatores das devoluções das vendas e as politicas de
garantias devem ser bem demonstradas a forma de que a empresa consiga se
manter no mercado e possuir capacidade competitiva.
Ou seja, na análise das vendas, o auditor verifica como a empresa está
representada no mercado, e como ela está em comparação com seus principais
concorrentes. Ele irá analisar se a forma que a propaganda dos produtos está sendo
feita está de acordo com a empresa, e como e porque os produtos são devolvidos.
3.5.1.8 ANÁLISE DE SUPRIMENTOS
A análise de suprimentos nada mais é, do que estar verificando os limites de
aprovação para compra de matérias primas, a apresentação do sistema de compras
(informação da necessidade de compra, pesquisa de possíveis fornecedores,
cotação de preços aos fornecedores, seleção de melhor proposta e a compra) e os
28
problemas potenciais de compras (único fornecedor, dificuldade de importação,
crescimento muito elevado dos preços das matérias primas). (ALMEIDA, 1996 p.
125)
Crepaldi (2007), garante que na análise de suprimentos deve-se estar
identificando alguns fatores que contribuem para uma melhora nos resultados, como:
limite de aprovação das compras; sistemas que ajudam a gerenciar as compras e
possíveis problemas que podem ocorrer, como possuir apenas um fornecedor de
determinada matéria prima.
Com essa última análise, a de suprimentos, o auditor irá verificar se estão
sendo feitas as compras de maneira certa e de insumos realmente necessários,
assim como também quais são os fornecedores que a empresa possui, como
funciona o sistema de compras, e quais os problemas que essa compra poderá
trazer para a organização.
Feito todos os levantamentos de todas as informações dos setores da
empresa, o auditor irá fazer sua análise, onde Almeida, diz que:
O auditor deve planejar o seu trabalho de forma que todas as áreas de controle interno e revisão analítica sejam executadas em primeiro lugar, para que ele possa determinar a natureza, extensão e datas dos testes detalhados ou procedimentos de auditoria para as diversas contas do balanço patrimonial e das demonstrações do resultado do exercício. (1996, p. 125)
Após isso ele deverá estar analisando os dados para apresentar as soluções
para o administradores e donos da empresa, como será possível estudar no próximo
tópico.
3.5.2 IDENTIFICAÇÃO DOS PROBLEMAS E APRESENTAÇÃO DOS
RESULTADOS
Segundo Almeida (1996), a auditoria deve ser planejada de forma que os
problemas sejam identificados com antecedência, para que a administração da
empresa tenha tempo útil de solucioná-los sem que haja atraso na divulgação das
demonstrações financeiras anuais.
Com a identificação dos problemas a apresentação dos resultados para os
administradores se torna necessária, dessa forma, o auditor deve seguir alguns
procedimentos para com a empresa, sendo eles, ler os pareceres e as
29
demonstrações financeiras do exercício anterior, visitas a fábrica, ler os pareceres
das auditorias anteriores. (ALMEIDA, 1996).
Além das informações passadas, o auditor deve apresentar seus pareceres
finais à empresa, segundo Almeida (1996), existem quatro tipos de pareceres que o
auditor pode apresentar a empresa, sendo eles:
Parecer sem ressalva ou limpo – onde o auditor emite um parecer sem
ressalvas, limpo ou padrão, nas seguintes circunstâncias, com um exame feito de
acordo com as normas de auditoria, as demonstrações financeiras elaboradas de
acordo com os princípios de contabilidade e as demonstrações financeiras e as
exposições informativas necessárias.
Parecer com ressalva, segundo Almeida (1996),
No caso da emissão de um parecer com ressalvas, o parágrafo padrão da opinião deve ser alterado de forma a deixar claros a natureza da ressalva e seu efeito sobre a situação patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio liquidam e as origens e aplicações de recursos, se esse efeito puder ser razoavelmente determinado. (1996, p. 126)
Ou seja, o parecer com ressalvas apresenta partes que devem ser
averiguadas novamente, onde o mesmo não possui todas as informações
necessárias para concluir seu parecer.
Outro modelo de parecer é o parecer adverso, onde segundo Almeida (1996),
O parecer adverso é emitido quando o auditor possui informações suficientes para formar a opinião de que as demonstrações financeiras não representam adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos, de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade. Esse fato ocorre quando o auditor constata que a transação é tão importante que não justifica a simples emissão de um parecer com ressalvas. (1996, p. 126)
O quarto e último modelo de parecer, é o negativo de parecer, que segundo
Almeida (1996),
O auditor deve dar negativa de parecer quando ele não obtém elementos comprobatórios suficientes para formar sua opinião sobre as demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Esse fato ocorre, normalmente, em função de limite no escopo do exame ou incertezas que possam ter efeito bastante relevante sobre a situação patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido, ou as origens e aplicações de recursos. (1996, p. 127)
Com a apresentação do parecer o auditor apresentará também o que pode
ser feito para corrigir as falhas encontradas nas diversas áreas da empresa, para
30
que dessa forma a empresa consiga melhorar seus processos e aumentar sua
lucratividade, porém não é possível elencar quais tipos de soluções o mesmo pode
apresentar, pois varia de empresa para empresa, buscando sempre atingir as
necessidades particulares de cada uma.
31
4. FUNÇÕES DA AUDITORIA EM UMA ORGANIZAÇÃO
Neste capitulo, será abordado como a auditoria pode contribuir para uma
organização na gestão empresarial, independentemente de estar sendo feita por um
auditor interno, ou por um auditor externo, o objetivo é a influência que tal auditoria
terá na empresa.
A auditoria interna é de grande importância para as organizações, ajudando a
eliminar desperdícios, simplificar tarefas, servir de ferramenta de apoio à gestão e
transmitir informações aos administradores ou diretores sobre o desenvolvimento
das atividades executadas. (ALMEIDA, 2006)
Um departamento de auditoria interna, competente e atuante, pode,
antecipadamente, evitar o surgimento de fraudes ou de outro tipo de
comportamentos que pode ser lesivo, como danos morais, materiais, antiéticos ou
simplesmente de natureza desviante. (BARREIRO, 2007)
Nesse aspecto, um auditor interno na empresa, ajuda a prever e evitar
possíveis problemas que a mesma pode ter em seus diversos setores, onde Teixeira
(2006) define auditor interno como “um socio estratégico da gestão, na medida em
que desempenha o papel de assessor e consultor na identificação dos riscos e de
propor estratégias que permitam à organização melhorar o seu desempenho no
setor econômico.”
Figura 01: Organograma Auditor
Fonte: Auditoria – Um Curso Moderno e Completo (Almeida, 1996)
PRESIDÊNCIA
DIRETORIA TÉCNICA
DIRETORIA FINANCEIRA
DIRETORIA ADMINISTRATIVA
DEPARTAMENTO DE AUDITORIA
INTERNA
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Como foi possível identificar, o auditor interno deve estar submisso apenas ao
diretor da empresa, dessa forma tendo acesso a todos os dados gerados pela
empresa para que seu trabalho seja bem executado.
A auditoria interna representa os olhos da gestão e a sua atuação é proativa,
de forma ampla e continua. Dessa forma o auditor interno é a figura mais indicada
para apoiar a gestão na tomada de decisões.
Agora que já foi visto como a auditoria interna influência uma organização, em
suas tomadas de decisões e aplicação de resultados, é preciso entrar na discussão
de como a auditoria entra na gestão empresarial, tema a ser tratado a seguir.
4.1 GESTÃO EMPRESARIAL
A gestão empresarial, é um modelo de trabalho que muito tem em comum
com a auditoria, por uma política de valores, capaz de planejar, alocar e gerir
recursos, ações, iniciativas pois é orientado, princípios valores e estratégia,
procurando viabilizar o alcance dos objetivos propostos.
Segundo Gonçalves, a gestão empresarial é o controle, a administração e a
estruturação dos processos de uma empresa. Ou seja, a gestão empresarial é um
modelo de trabalho, através do qual formata a estrutura hierárquica de uma
empresa.
Dessa forma, como foi visto até aqui a auditoria tem muito disso, pois também
busca estudar a organização de maneira a identificar seus processos internos
buscando soluções e melhorias, mas como conciliar as duas? As duas podem ser
conciliadas através do estudo dos controles internos da empresa, pois ambas
buscam entender o funcionamento para aplicar soluções para o desenvolvimento da
organização.
No próximo tópico, será possível identificar, como o controle interno está
ligado na gestão empresarial e na auditoria.
4.2 CONTROLES INTERNOS
O controle interno segundo Schimidt e Santos (2006) se caracteriza como
uma atividade que mede, avalia e indica, caso seja necessário, a correção dos
rumos buscando o atendimento dos objetivos e dos planos de negócios.
33
Ou seja, o controle interno é uma atividade que busca a avaliação dos setores
da organização buscando identificar e fazer correção que acredita ser necessária
para a organização.
Segundo Costa (2008), “o controle interno pode ser definido como qualquer
ação empreendida pela gestão e outros membros da entidade, para aperfeiçoar a
gestão do risco e melhorar a possibilidade dos seus objetivos e metas.
O controle interno deve ser visto como um aspecto básico dentro da
organização, na medida em que ajuda a organização alcançar seus objetivos,
conseguindo assim, ter sucesso.
O sistema de controle interno é de extrema importância para a gestão das
empresas, considerando que suas diversas atribuições demonstram não apenas sua
relevância de responsabilidades como também a preocupação em cuidar, analisar,
comprovar e desempenar um controle interno apropriado sobre atos praticados pela
administração, não se limita em evitar práticas fraudulentas. (LORENZA E VIEIRA,
2013)
Dessa forma, pode-se dizer que por essa razão da importância do controle
interno, tem-se registrado nos últimos anos um forte investimento por parte das
empresas no aperfeiçoamento dos seus sistemas de controle interno, onde segundo
COSO,
Um bom controle interno torna-se um bom investimento para a organização, uma vez que ajuda a assegurar que os objetivos operacionais, financeiros e de conformidade sejam alcançados [...] Muitas organizações são obrigadas a relatar sobre a quantidade dos controles internos acerca dos relatórios financeiros, nomeadamente as organizações sujeitas à lei SOX.(2009)
Com isso, Jund (2001) diz que, o auditor interno está se modificando, em
virtude dos novos conceitos e necessidades da gestão empresarial, onde a auditoria
interna se torna uma grande aliada, revendo as atividades operacionais e de apoio,
bem como avaliando a eficiência e a eficácia do controle interno, crescendo assim
cada vez mais a necessidade de que o auditor interno tenha participação na
estratégia da empresa, contribuindo com opiniões e sugestões.
O grau de confiança nos controles internos é de grande importância para o
trabalho do auditor interno, pois transmitem ao mesmo segurança para a realização
da auditoria.
34
Segundo AICPA (2015), a auditoria interna desempenha um papel importante
na monitorização do sistema de controle interno e ao proceder à sua avaliação para
a eficácia continua do controle interno.
4.2.1 COMPONENTES DO CONTROLE INTERNO
O controle interno é composto por cinco componentes inter-relacionados que
devem trabalhar em conjunto em um processo que visa atingir os objetivos da
organização. (GRAMLING; RITTEMBERG; JOHNSTONE, 2012)
Esses componentes que serão apresentados, são de extrema importância
para a organização, para isso é necessário compreender o que são eles.
O primeiro componente segundo Gramling, Rittemberg e Johnstone (2012), é
aquele que diz que a administração deve avaliar os riscos que afetam a conquista
desses objetivos.
O segundo componente, é o ambiente de controle, normalmente chamado de
“Clima no Topo”, é fundamental na atenuação dos riscos. O comprometimento de
contratação de pessoal contábil competente reduz parcialmente o risco associado a
erros de julgamento em questões contábeis. (GRAMLING; RITTEMBERG;
JOHNSTONE, 2012)
O terceiro componente, é o que analisa como pode haver erros de
processamento, a organização deve implantar atividades de controle projetadas de
modo a impedir ou detectar os possíveis problemas. (GRAMLING; RITTEMBERG;
JOHNSTONE, 2012)
O quarto componente é o qual a administração deve comunicar suas políticas,
bem como receber informação dos níveis hierárquicos inferiores, com o uso dos
processos de informação e comunicação da organização. (GRAMLING;
RITTEMBERG; JOHNSTONE, 2012)
O quinto e último componente trata que ao ser implantado o controle interno,
a administração deve monitorar o funcionamento dos controles para assegurar que
todos os cinco componentes funcionem de maneira e forma eficaz. (GRAMLING;
RITTEMBERG; JOHNSTONE, 2012)
Com os cinco componentes estabelecidos a empresa começa a ter um
controle mais direto de seus setores industriais e operacionais, conseguindo
35
informação de maneira mais eficiente, podendo contribui e muito com o auditor nas
melhorias que a empresa pode necessitar a curto e longo prazo.
Uma empresa que é auditada e possui um controle interno tem uma
credibilidade maior no mercado em que a mesma está inserido, porém não adianta a
empresa fazer tais processos durante um período apenas, ela deve estar sempre
buscando o melhoramentos dos processos, pois a credibilidade adquirida não é
hereditária, da mesma forma que a empresa consegue ela pode perder se os
processos não forem bem executados, entrando assim o papel do auditor, ajudando
a empresa a estar sempre dentro das normas para manter sua credibilidade no
mercado.
A utilização da auditoria e do controle interno como ferramenta eficaz na
gestão se deve ser imprescindível para uma boa saúde na empresa, pois são
métodos que permitem identificar erros e fraudes, auxiliando na prevenção, tomada
de decisões e registro de fluxos contábeis, proporcionando ao administrador uma
visão mais clara da empresa. Com eles ainda é possível evitar erros como: a
ineficiência na gestão, a falta de planejamento, a acirrada concorrência, a
capacitação dos funcionários. (Moura; Barbosa, 2016)
Conforme os autores acima, é possível ainda dizer que o trabalho em
conjunto da auditoria e da controladoria interna é eficiente para a empresa, porém
não se deve achar que os dois são a mesma coisa, eles trabalham em conjunto, mas
possuem definições diferentes, como já estudado até aqui.
Dessa forma é possível ainda afirmar que uma empresa que trabalha com a
auditoria alinhada com o controle interno, possui uma diferenciação em seus
processos conseguindo uma analise mais acerta dos objetivos da empresa.
36
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após o estudo sobre a Auditoria conclui-se que, a auditoria é de grande
importância para uma organização, tanto de forma interna como externa, foi possível
compreender como ocorreu o surgimento da auditoria através do desenvolvimento
da contabilidade, ela surgiu como ferramenta que busca ajudar, compreender e
estudar uma organização, e através desse conhecimento contribuir para o melhor
desenvolvimento da mesma.
Com as diversas formas de auditorias presentes, a interna é a que consegue
fazer uma analise mais detalhada da organização, pois estuda todos os setores da
empresa de forma consistente buscando compreender todos os dados informados,
contribuindo assim e muito para a organização. As organizações que trabalham com
auditores internos conseguem estar sempre atentos as mudanças e as formas de
mudar algo que seja realmente necessário.
Com uma abordagem na gestão empresarial, foi possível identificar outro
sistema que contribui com o auditor, que é a controladoria interna, que apesar que
muito parecida com a auditoria possui definições e funções distintas, mas ambas no
final buscam estudar, analisar e controlar os setores de uma organização, sempre
buscando forma de melhorar os processos, identificando fatores que possam
prejudicar a empresa e resolve-los.
O trabalho em si, tentou atingir os objetivos propostos, chegando a um
consentimento de que o assunto de auditoria dentro de uma organização
englobando a gestão empresarial é de difícil estudo, pois engloba várias definições
onde muitas vezes o acesso a materiais foi comprometido pela falta ou ineficiência
de livros e artigos que abordassem os assuntos de maneira que conseguisse atingir
os objetivos propostos. Porém o trabalho conseguiu de uma maneira mais simples
fazer uma conciliação dos assuntos.
37
6. REFERÊNCIAS
AICPA – American Institute of Certified Public Accountants (2005). International
Control: A Tool for the Audit Commettie
ARAGÃO, Marcelo. Apostila Auditoria Governamental para Concurso de Auditor
Interno no DF. Disponivel em: http://igepp.com.br/uploads/arquivos/igepp_-
_acidf_apostila_auditoria_gov_seap_df_marcelo_aragao_180214.pdf , 2014 –
Distrito Federal.
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria – Um curso moderno e completo. Ed.
Atlas – 5ª Edição, São Paulo 1996.
ATTIE, William. Auditoria – Conceitos e Aplicações. Ed. Atlas - 6º Edição, São
Paulo 2011.
BARRETO, Davi; GRAEFF, Fernando. Auditoria – Teoria e exercícios
comentados. Ed. Método - 3ª Edição, São Paulo, 2014.
BARREIRO, M. Auditoria Interna – Aliada da estratégia empresarial. Revista de
Auditoria Interna, (2007).
BATISTA, Daniel Gerhard. Manual de Controle e Auditoria. Ed. Saraiva, São
Paulo, 2012.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil – Teoria e Prática. Ed. Atlas, São
Paulo, 2007.
COSO – Commettiee of Sponsoring Organizations of the Treadway Comission
(2009). Guidance on Monitoring Internal Control Systems – Integrated Framework.
GRAMLING, RITTENBERG; JHONSTONE, Audrey A. Larry E. Karla M. Auditoria.
Traduzido por Antonio Sanvicente – Editoria Cegage Lerarning, 2012 – São Paulo.
GONCALVES, Vinicius. O que é gestão empresarial e como funciona em uma
pequena empresa. 2017. Disponível em: www.novonegocio.com.br Acesso em
11/11/2018.
JUND, S. Auditoria: conceitos, normas técnicas e procedimentos: teoria e 500
questões. Rio de Janeiro – Impetus, 2001.
38
JUNIOR, José Hernadez Perez. Auditoria de Demonstrações Contábeis – Normas e Procedimento. Ed. Atlas, São Paulo, 1995.
LORENZONI, VIEIRA. Rafaela, Eloir Trindade Vasques. O controle interno e a Auditoria como ferramenta de desenvolvimento nas Micro e Pequenas Empresas. Revista Gestão e Desenvolvimento em Contexto – Gedecon. Vol 1 nº01,2013.
MAUTZ, R. K. Princípios de Auditoria. Ed. Atlas, 3ª Edição, São Paulo, 1980.
MOURA; BARBOSA, Renan Gomes de; Marcus Vinícius. O controle interno e a auditoria como ferramentas eficazes de gestão. 2016. Disponível em: www.inivarse.org Acesso em 11/11/2018
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Critérios Valor do critério Nota
Nota Total (0-40) 40
4(0-4)
As referências contemplam todas as obras e autores
que foram citados no trabalho, atendendo a
formatação correta de acordo com ABNT.
Apresentou coerência, linguagem formal e impessoal,
respeita as regras ortogramaticais.
TCC 2/2 - Atividade 3
Elementos pré-textuais e pós-textuais.
Considerações finais coerentes com os objetivos
propostos.
4
(0-2) 2
Introdução clara e coerente com o trabalho.
(0-6)
(0-4) 4
6
Desenvolvimento (Capítulo 1, 2 e 3) de forma clara e
estruturada ao longo de todo o trabalho
(0-4)
(0-20) 20