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Leite e Câncer
Elizabeth Poças Rodrigues Rego Navarro Pereira
Nutricionista do Ambulatório de Oncologia Clínica do HFB
Especialista em Nutrição Clínica pela Faculdade São Camilo
Especialista em Geriatria e Gerontologia pela UNATI-UERJ
Especialista em Nutrição Oncológica pela SBNO
Outubro-2018
É o produto da secreção da glândula mamária dos mamíferos.
Composição: variável e depende
raça
alimentação do animal
individualidade
estação do ano
época da lactação
idade
numero de parições
alterações climáticas
Leite
Cálcio - participa do metabolismo ósseo, contração muscular, controle de diferenciação e proliferação
celular controlado pela vitamina D e hormônios;
Riboflavina (vit B2) e Cianocobalamina (vit B12);
Fatores de crescimento e hormônios - provavelmente digeridos. Embora o consumo de leite seja apontado
como responsável pelo aumento dos níveis circulantes de insulina e fator de crescimento)
Leite Composição: 100g de leite de vaca
Proteína 3,2 a 3,5 g Perfil de aminoácidos
adequado para o consumo
humano
Gorduras 3,5 a 4,5 g Sendo 2/3 saturados - CLA
Carboidratos 4,6 a 5,2 g A lactose é o principal
carboidrato
Água 86 A 89 %
Minerais 0,7 a 0,8 %
NORO, G. Síntese e secreção do leite. 2001
Histórico
Inicio do
consumo com a
domesticação dos
animais
Até o final do século
XIX usado como
substituto ou em
adição ao leite
humano para crianças
No século XX o leite de
vaca passa a ser
considerado alimento
básico nos EUA e em
alguns países europeus
A melhoria nos processos
de industrialização,
refrigeração, e de
embalagens tratadas com
altas temperaturas,
aumentando a sua
durabilidade e consumo
Com o declínio do
aleitamento materno o
leite de vaca modificado
passa a ser utilizado para
lactentes, inclusive em
programas sociais
Início século XX - desnutrição infantil: leite, ovos, carne passam a ser
considerados alimentos protetores;
Na década de 60 - leite integral e derivados integrais passam a ser considerados
com causadores de doença arterial coronariana (DAC);
Mais recentemente considerado boa fonte de cálcio devido a osteoporose;
Ampla variedade de alimentos: queijo, manteiga, ghee, iogurte, creme de leite e
leite condensado
WCRF/AICR -2007
Histórico
Principal causa de morte no mundo.
No Brasil 72% dos óbitos, sendo: 31,3% DAC; 16,3% Câncer; 5,2 % Diabetes; e
5,8% Doença Respiratória Crônica;
Perda de qualidade de vida
Impactos econômicos
Aumento das diferenças sociais e pobreza
Principais fatores de risco:
• tabaco
• alimentação não saudável
• inatividade física
• uso abusivo de álcool
DCNT – Doenças Crônicas Não Transmissíveis
Consumo excessivo de sal;
Alta ingestão de gorduras saturadas e ácidos graxos trans (LEITE integral);
Baixa ingestão de fibras (frutas, legumes e verduras);
Consumo de bebidas açucaradas e alimentos com alta densidade energética;
Consumo de alimentos processados e ultraprocessados.
Alimentação não saudável:
Conclusões: As evidências sobre a relação entre o leite e os produtos lácteos e dietas ricas em cálcio e o
risco de câncer apontam em direções diferentes:
O leite provavelmente protege contra o câncer colorretal;
Há evidências limitadas que o leite proteja contra o câncer de bexiga;
Há evidências limitadas que o queijo cause câncer colorretal;
Dietas ricas em cálcio são a provável causa de câncer de próstata;
Há evidências limitadas sugerindo que o alto consumo de leite e derivados é uma causa de câncer de
próstata.
Rede Global Do Fundo Mundial
Para Pesquisa Em Câncer
World Cancer Research Fund/American Institute Cancer Research, 2007
Capítulo 4:
4.4 Milk and dairy products
World Cancer Research Fund/American Institute Cancer Research, 2007
Prováveis mecanismos de ação do leite:
Aumento do IGF-1 circulante;
Aumento da resposta insulinêmica.
Obs: A proteína do leite provavelmente induz a hiperinsulinemia estimulando a síntese hepática de IGF-1
(Melnik, BC)
Transdução de sinal de insulina, IGF-1 e IGF-2
Ações
metabólicas
Metabolismo
de glicose
Mitose
Crescimento
Diferenciação
Antiapoptose
Reserva de IGF-2
Remove
receptores
Insulina IGF-1 IGF-2
IGF-1: • participa na regulação do ciclo celular;
• inibe o processo de apoptose;
• estimula a proliferação celular.
O leite e a proteína do leite levam a alterações na sinalização de Insulina/IGF-1 e no
desenvolvimento de doenças crônicas ocidentais
Pré-natal Pós-natal Adolescência Adulto
Maturação de
células T
no timo
Crescimento
fetal em excesso
Alergia atópica
Doenças
autoimunes
Macrossomia
fetal
Ativação de
sebócitos
Acne
Diferenciação
de adipócitos
Obesidade
Formação de
ateroma
Aterosclerose
Doença
cardiovascular
Derrame
Tumorigênese
Câncer
Formação de
proteína
neurotóxica
Doenças
neurotóxicas
Aumento de IGF-1 sérico encontrado no câncer de mama pré-menopausa e no câncer de próstata estão
associados ao alto consumo de laticinios e cálcio.
Conclusão: embora existam vastas evidências que o consumo de leite aumente
os níveis séricos de IGF-1, recentemente 2 artigos de revisão concluem não ser
possível associar o consumo de latícios ao risco de câncer de mama.
Estudos do NCI (Intituto Nacional do Câncer) desde 2007
2 grandes estudos prospectivos:
NIH-AARP Diet and Health Study- 566.401 membros da AARP completaram um abrangente
questionário de base avaliando dieta e estilo de vida, incluindo um questionário de freqüência
alimentar de 124 itens. Os participantes foram acompanhados desde o início e o
acompanhamento está em andamento, a última avaliação foi feita em 2006.
Prostate, Lung, Colorectal and Ovarian Cancer Screening Trial- ensaio randomizado
controlado, desenhado para testar a eficácia do rastreamento do câncer e investigar marcadores
precoces e etiologia do câncer. Entre 1993 e 2001, cerca de155.000 participantes com idades
entre 55 e 74 anos preencheram um questionário de freqüência alimentar de 137 itens no início
do estudo e receberam questionários anuais que perguntavam se eles haviam sido diagnosticados
com câncer.
Esses estudos de coorte são importantes para a análise dos efeitos dos produtos animais na incidência e
mortalidade do câncer:
Diminuição do risco de câncer colorretal relacionada a alta ingestão de alimentos lácteos descrita no
estudo NIH-AARP – efeito protetor do cálcio.
Excessão para o queijo;
Diminuição do risco de câncer de bexiga em homens associada a maior ingestão de alimentos lácteos
(Park et al, 2009);
16 coortes e 13 casos-controles encontraram redução no risco de câncer de bexiga associado à alta
ingestão de leite.
2 coortes e 4 casos-controles não encontraram associação entre consumo de leite e câncer de bexiga;
Alta ingestão de alimentos lácteos positivamente associada ao câncer de próstata no estudo NIH-AARP
Alimentos lácteos têm sido associados com o aumento no risco de câncer de ovário, no entanto, uma
análise de 12 coortes prospectivos não encontrou ligação;
Meta-análise de Dong e col: a ingestão total de alimentos lácteos foi inversamente associada ao câncer de
mama em 12 coortea prospectivas, com associações mais fortes para a ingestão de produtos lácteos com
baixo teor de gordura e para mulheres na pré-menopausa.
Conclusão: pesquisas sobre produtos lácteos e risco de câncer têm sido
geralmente consistentes com o relatório WCRF / AICR de 2007
Estudo prospectivo - 1995 e 2003;
Indivíduos entre 50 e 71 anos residentes nos EUA – 567.169 pessoas
Questionário de frequência alimentar composto por 124 itens de alimentos onde avaliou-se o consumo e o
tamanho das porções;
36965 homens e 16605 mulheres desenvolveram câncer durante o período de acompanhamento.
Hipótese: laticínios possuem nutrientes anticarcinogênicos de alto potencial relativo, tais como cálcio,
vitamina D e ácido linoleico conjugado (CLA). Também relacionados com o aumento do IGF-1,
potente mitógeno.
Cálcio:
Diminui proliferação celular
Estimula diferenciação celular
Induz apoptose
Associado a bile – diminui danos a mucosa do intestino
Vit. D:
Atua na regulação do cálcio corporal
Metabolismo ósseo
CLA: 2 isômeros (cis-9,trans 11)
Ação antioxidante;
Aumento do processo de apoptose.
Estudos com humanos escassos e contraditórios
Conclusões:
Laticínios e cálcio foram inversamente associados ao câncer colorretal;
Laticínios e cálcio foram positivamente associados com câncer de próstata e ovário;
Fraca associação inversa com o total de cálcio ingerido (cálcio dietético + suplementado) com a
incidência de câncer em homens;
Em mulheres, cálcio dietético, mas não laticínios, são inversamente relacionados com a incidência de
câncer;
Em homens, laticínios inversamente associados com câncer de cabeça e pescoço, esôfago, estomago,
colorretal e bexiga;
Em mulheres:
Laticínios inversamente associados com câncer colorretal e baixa associação inversa com
câncer de estomago.
Suplementos de cálcio inversamente associados com câncer de fígado (são necessários mais
estudos);
Ingestão total de cálcio foi relacionada com aumento do risco de LNH (mais estudos são
necessários).
laticínios, cálcio dietético, suplementos de cálcio e cálcio total não se relacionam com câncer
de mama, ovário e endométrio
Obs: em relação ao câncer de mama e o consumo de laticínios e cálcio, mais estudos são necessários
associando características do tumor e o status da menopausa.
Em homens:
Laticínios inversamente associados com câncer de cabeça e pescoço, esôfago, estomago,
colorretal e bexiga;
Nesse estudo, não houve associação do consumo de cálcio, mesmo em altas doses, com o câncer de
próstata independente do estágio;
Suplementação de cálcio reduziu recorrência de adenomas colorretais (precursor do
câncer;
A ação do cálcio e vit D podem se confundir.
Cálcio total:
Significativamente associado com baixo risco para câncer colorretal;
Fraca associação inversa com câncer de rim;
Sem associação com câncer de próstata - o risco decresce com consumo até 1300 mg/dia.
Laticínios e cálcio:
Inversamente associados com câncer do sistema digestório (colorretal) em homens e mulheres.
O consumo de cálcio não está relacionado com o câncer de mama e próstata
IGF-1 e câncer de mama:
Estudo de caso-controle: aumento da concentração plasmática de IGF-1 em mulheres com câncer de
mama;
Estudo prospectivo: concentrações plasmáticas de IGF-1 foram positivamente associadas ao câncer de
mama em mulheres na pré-menopausa, mas não na pós-menopausa;
Reanálise de 17 estudos prospectivos: associação positiva entre a concentração de IGF-1 e o câncer de
mama independente do status da menopausa.
IGF-1 e câncer de próstata:
Estudo prospectivo (1998): altas concentrações plasmáticas de IGF-1 foram positivamente
associadas ao câncer de próstata;
Reanálise de 12 estudos prospectivos: associação positiva entre a concentração de IGF-1 e o
câncer de próstata independente do estagio da doença.
Conclusão: mais pesquisas são necessárias para ampliar as evidências sobre IGF-1 e risco de câncer,
a fim de melhorar a compreensão sobre o efeito da dieta no IGF-1 e se esse efeito afetaria
o risco de câncer.
Revisão bibliográfica, de artigos publicados nos últimos dez anos, de fontes de revistas indexadas em
bibliotecas virtuais Lilacs, SciELO e Medline.
Câncer Colorretal: estudos evidenciam uma possível ação do Cálcio e da Vitamina D como anticarcinógenos.
Cálcio: ligação com os sais biliares e ácidos graxos ionizados reduzindo a proliferação celular na mucosa
colônica e promovendo diferenciação celular.
Vitamina D: ação na regulação da proliferação celular e diferenciação de células cancerígenas de humanos.
A ingestão de leite, produtos lácteos e cálcio está inversamente associada à diminuição no risco de câncer
colorretal;
O consumo de produtos lácteos está inversamente relacionado com a reincidência de adenoma colorretal
independente do consumo de vitamina D e suplementação de cálcio. E a suplementação dietética (>1200
mg/dia) de cálcio;
O consumo de 25 g/ dia de queijo cottage, ricota, manteiga, creme ou sorvete de creme foram
relacionados com menor risco de câncer colorretal, entretanto outros produtos lácteos não demonstraram
a mesma correlação;
Ingestão de cálcio e cálcio total (dietético e suplementar) se associam a um menor risco de câncer
colorretal;
Doses moderadas de cálcio reduzem o risco, mas altas doses não teriam benefícios;
Efeito protetor do consumo de cálcio e vitamina D para câncer colorretal em ocidentais, mas os estudos
são limitados na população asiática (baixo consmo). Em japoneses observou-se a diminuição do risco em
quem tinha elevado consumo de vit. D ou exposição adequada ao sol.
Cálcio total é inversamente associado ao risco de câncer colorretal em ambos os sexos, sendo 30% para
homens e 36% para as mulheres;
Em um dos estudos não foi evidenciado redução de risco em grupos com ingestão >= 1350 mg/dia;
Em estudos com animais, o efeito protetor do cálcio foi mais evidente em dietas ricas em gordura.
Fósforo e fibras podem diminuir a absorção intestinal de cálcio;
Vitamina D é inversamente associada ao câncer colorretal em homens, mas não em mulheres. E altas
concentrações sérica de vit. D associa-se com efeitos protetores para adenomas colorretais;
Cálcio e produtos lácteos associam-se inversamente aos tumores de cólon proximal e distal e de reto.
O leite foi inversamente associado ao câncer de cólon distal e reto.
O consumo de queijo e iogurte não obteve significância estatística.
Alto consumo de cálcio demonstrou efeito protetor para tumores de cólon distal e reto. Um estudo
demonstrou que o efeito protetor seria para tumores de cólon proximal;
Além do cálcio os produtos lácteos possuem outras substância que podem interferir na redução do
câncer colorretal, tais como: CLA, lactoferrina (inibidores de carcinogênese) e caseína (antimutagênica).
Pesquisa bibliográfica na base de dados do PubMed de todos os estudos publicados sobre dieta e câncer de
próstata (CaP) em 2012 ou anterior.
É difícil determinar quais nutrientes comporiam a dieta ideal para a prevenção primária e secundária do CaP.
Sendo necessários mais estudos para avaliar os alimentos, ao invés de um único nutriente.
Carboidratos, gorduras saturadas, ω-6 e alguns suplementos vitamínicos – aumentam risco e a progressão de Cap
Fitoquímicos e ω-3 – retardam o risco e a progressão de Cap
Dieta ocidental está associada ao CaP, como a outros cânceres e a obesidade.
Rica em:
Carboidratos refinados;
Gorduras saturadas;
Alta densidade energética;
Proteína animal.
Pobre em:
Frutas frescas;
Vegetais;
Grãos integrais.
O leite integral estaria relacionado com a progressão do CaP, devido ao excesso de gordura
saturada e cálcio. Enquanto o baixo teor de gordura retardaria a progressão.
Pela diversidade é difícil isolar quais componentes da dieta estão envolvidos no surgimento do
CaP. Mais pesquisas são necessárias para elucidar as vias moleculares afetadas por nutrientes
específicos e determinar os efeitos.
Gorduras saturadas podem levar ao aumento do IGF-1 e por isso a progressão do CaP (especulativo);
O excesso de ω-6 ligado ao aumento do risco de CaP geral e de alto risco. Pesquisas atuais indicam que
ω-3 (indução das vias antiinflamatórias) possa retardar o surgimento de tumores, inclusive o de próstata-
dados inconclusivos);
Colesterol alto pode ser fator de risco para tumores devido a regulação das vias inflamatórias e
esteroidogênese intratumoral (sem evidências);
Calcitriol (forma ativa- 1,25 di-hidroxivitamina, D3):
Formação óssea adequada;
Indução da diferenciação de algumas células do sistema imunológico;
Inibição das vias pró-tumorais, como proliferação e angiogênese
De acordo com a literatura, não há associação entre Vit. D e risco de CaP. O cálcio pode se ligar a Vit. D e
inativá-la. O que pode explicar o aumento de cálcio e consumo de laticinios e CaP.
A ingestão de cálcio e o risco de CaP são conflitantes.
Alguns estudos de meta-análise dizem que o aumento do consumo aumenta o risco, outros que
não. Um estudo sugere que o baixo consumo ou a suplementação aumentariam o risco. Baixa
evidência pré-clínica;
Escolhas alimentares conscientes e estilo de vida saudável parecem a melhor escolha.
Baixo consumo de carboidratos refinados;
Baixo consumo de gorduras saturadas;
Proteínas magras;
ω-3;
Frutas;
Vegetais;
Consumo moderado de calorias.
Ingestão de leite recomendada em uma dieta saudável;
Ingestão elevada de laticínios/cálcio e risco de CaP relacionada com a presença de estrogênio e IGF-1 no
leite
Estudo com profissionais de saúde, acompanhados por 16 anos. Observou-se que o consumo entre 1500-
1999 mg/dL se associava a um risco maior de casos avançados ou fatais de CaP, mas isso não aconteceu
quando avaliaram o consumo de laticínios e cálcio simultaneamente;
Estudo de coorte multiétnica, acompanhado por 8 anos, não foi observado associação entre o consumo de
cálcio, mesmo daqueles com consumo >1300 mg/dL, e o risco de CaP. Também não foi observado
relação com o consumo de leite e laticínios com o CaP. Porém para o consumo de leite com baixo teor de
gordura ou desnatado o risco relativo era maior. O leite integral demonstrou risco reduzido para CaP.
Esses achados se relacionam com CaP de baixo risco e localizado, e não com o avançado;
Uma meta-análise com 45 estudos observacionais não sustentou a associação de consumo de lácteos e
risco aumentado para CaP.
Mecanismos envolvidos:
Presença de estrógenos (mediado por receptores de estrogênio) e IGF-1 (não é absorvido via
oral);
Inibição da Vit. D, que é inibidor de carcinogênese prostática, pelo alto consumo de cálcio.
Obs:
A quantidade de estrogênio no leite é mínima e se o leite for desnatado menor ainda uma vez
que o estradiol é solúvel na gordura;
O consumo elevado de laticínios/cálcio podem ter efeitos contraditórios entre diferentes tipos
de câncer;
A quantidade de cálcio ingerida está abaixo do níveis preconizados em quase todos os países.
Conclusão:
Não há um consenso com relação ao consumo de laticínios/cálcio e desenvolvimento do CaP.
Embora o excesso deva ser evitado, esses alimentos são fonte de nutrientes importantes, como
proteína, cálcio, magnésio e potássio, podendo ser aconselhado a ingestão adequada dos
alimentos de baixo teor de gordura
Revisão de literatura epidemiológica baseada em estudos de coorte e caso-controle com foco na ingestão de
produtos lácteos e o risco do câncer de mama, base Medline, Cancerlit.
O câncer de mama é o câncer mais comum em mulheres e é a principal causa de mortalidade por câncer
em mulheres o mundo.
Fatores de risco:
1. Idade.
2. Peso corporal relativo;
3. Mudança de peso ao longo do tempo;
4. Número e intervalo de eventos reprodutivos;
5. Lactação exógena e concentrações hormonais endógenas e metabolismo;
6. Histórico de doença benigna da mama;
7. Exposição à radiação;
8. Álcool;
9. História familiar de câncer de mama;
10.Diferenças geneticas entre populações;
11.Estilo de vida e dieta.
Am J Clin Nutr 2004;80:5–14.
Produtos lácteos - grupo alimentar diversificado com fatores que podem influenciar o risco de câncer
(teor de gordura saturada), em contraste ao conteúdo de cálcio e viatmina D que são apontados como
protetores do câncer de mama.
Mecanismos - hipóteses:
Alta ingestão de gordura saturada (e aumento dos estrógenos – evidência fraca nos estudos de coorte);
Produtos lácteos podem conter contaminantes tipo pesticidas (carcinogênicos-
organoclorados=disruptores);
Presença de fatores de crescimento tipo IGF-1 (FDA= IGF-1 inativo via oral - hipótese menos
convincente;
Presença de fatores protetores: cálcio, vitamina D e CLA (ácido linoleico conjugado) –mecanismos de
proliferação e diferenciação celular e a indução à apoptose.
Conclusão:
Avaliação de fatores dietéticos sujeitos a vieses:
Possíveis erros de relatos no questionário de frequencia alimentar, classificação de alimentos e
porções
Dificuldade em separar os efeitos dos produtos lácteos de outros fatores dietéticos (ingestão de
vários tipos de gorduras, por exemplo, ou ingestão de frutas e legumes, etc;
Grau de fortificação.
Mesmo em estudos onde houve ajuste para covariáveis, não houve alteração no resultado.
Os estudos analisados não fornecem evidências consistentes para o consumo de laticínios e o risco de
câncer de mama
Os estudos analisados não fornecem evidências epidemiológicas que suportem a associação entre o
consumo de leite/laticínios e o risco de câncer de mama
Meta-análise de estudos prospectivos de coorte, na base de daos PubMed, até janeiro de 2011, avaliando a
associação entre o consumo diário de laticinios e o risco de câncer de mama.
1.063.471 participantes com 24.187 casos
18 estudos epidemiológicos avaliaram o consumo diário de laticínios e o risco de câncer de mama.
Dados conflitantes com relatos de relação inversa e positiva. Além disso analisaram por região
geográfica, tempo de acompanhamento, teor de gordura dos laticínios e menopausa no início do estudo.
O consumo total de laticínios está inversamente relacionado com o risco de câncer de mama na maioria
dos subgrupos, menos nos que consomem laticínios com alto teor de gordura ou na pós-menopausa. Essa
associação é mais forte para laticínios com menor teor de gordura e mulheres na pré-menopausa;
A ingestão de leite desnatado associou-se significativamente a um risco reduzido de câncer de mama;
Mulheres na pré-menopausa , embora não significativamente, apresentam redução do risco em relação ao
consumo de leite, em comparação com as mulheres na pós-menopausa;
Consumo de 200 g/dia de laticínios, apresenta leve redução no risco (4%), mas 200 g/dia (1 copo) de leite
não demonstrou essa redução;
O cálcio e a vitamina D, por seus efeitos anticarcinogênicos, protegem as mulheres principalmente na
pré-menopausa;
Em estudos experimentais, o CLA parece proteger as mulheres contra a carcinogênese mamária, por
atuar de forma anti-inflamatória e por induzir apoptose. Em estudos populacionais os resultados são
conflitantes. Mas o consumo de gordura saturada se associa positivamente ao câncer de mama;
O status da menopausa pode interferir com a influência do leite/laticínios no risco de câncer de mama.
Talvez relacionado com a interação do cálcio, vitamina D e IGF-1 ser mais forte na pré do que na pós-
menopausa.
Vieses:
O uso de produtos com menor teor de gordura normalmente é acompanhado por estilo de vida mais
saudável;
Definição dos produtos lácteos utilizados;
Heterogeneidade;
O consumo de laticínios foi avaliado só uma vez durante anos de acompanhamento, os hábitos podem
mudar;
Dose resposta baseada em um número limitado de trabalhos.
Conclusão:
O aumento no consumo de leite/laticínios podem estar relacionado com risco diminuído de câncer
de mama- evidências insuficientes;
A menopausa pode modificar o efeito do leite/laticínios no risco de câncer de mama;
Mais estudos são necessários
CONCLUSÃO PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA
Prostate Cancer Report, Revised 2018, WCRF
CONCLUSÃO PARA O CÂNCER DE MAMA
Breast Cancer Report, Revised 2018, WCRF
CONCLUSÃO PARA O CÂNCER DE MAMA
Breast Cancer Report, Revised 2018, WCRF
CONCLUSÃO PARA O CÂNCER COLORRETAL
Colorectal Cancer Report, Revised 2018, WCRF