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Apresentação realizada na Semana de Humanidades 2011 dentro da programação do Minicurso Os judeus na antiguidade e período medieval: identidade e imaginário.
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Docente Andreia Regina Moura Mendes
Historiadora, antropóloga e doutoranda em Ciências Sociais-UFRN
[email protected]@AndreiaReginaBr
Olhai para Abraão, vosso paie para Sara, aquela que vos deu à luz.Ele estava só quando o chamei,mas eu o abençoei e o multipliquei.
Isaías, 51,2.
Percepção do conceito de identidade enquanto fenômeno sociocultural.
Necessidade de contextualizar o fenômeno a partir de cada sociedade.
Definidores de uma identidade.
• Ernest Renan afirma a oposição entre laços biológicos e laços intelectuais na construção do conceito de nação. Desqualifica os laços biológicos, enfatizando os laços intelectuais como fatores da formação das nações.
• Substitui critérios objetivos de pertença nacional (fatores etnográficos, geográficos ou linguístico) por critérios subjetivos como desejo, a vontade e o consentimento.
Para Weber, não existe diferença entre disposições raciais e as disposições adquiridas (cultura e tradição).
Acervo religioso, histórico e cultural que constitui elemento de identidade do povo judeu.
Estes parâmetros se aplicam aos judeus “históricos” (por genealogia ou reconhecimento de pertencimento); aos judeus “religiosos” (professam e praticam a religião) e aos judeus “culturais” (identificam-se com as tradições e práticas culturais judaicas).
Religião coletiva assumida por um grupo e de caráter não dogmático.
“(...) para a maioria dos judeus, o significado de ‘judaísmo’ e de ‘judeu’ transcende o aspecto puramente religioso, o que nem sempre é compreendido muito bem, pois não tem analogia total com os termos que designam outras religiões (...)”. (AZEVEDO, 2002, p.214).
“A religião de Israel é acima de tudo a religião do Livro”.
(ELIADE, 2010, p.162)
Segundo a Halachá: judeu é todo aquele descendente de mãe judia ou convertido ao judaísmo.
Judaísmo moderno: também é aceito como judeu o descendente patrilinear.
A identidade judaica é calcada desde o princípio (séc. XIII a. C) na história, fé e regras de comportamento.
“(...) alguns autores (...) afirmaram que a cosmogonia e os mitos de origem desempenharam um papel secundário na consciência religiosa de Israel. Em suma, os hebreus interessavam-se mais pela ‘história santa’, isto é, pelas suas relações com Deus (...)”
Idem
“(...) o judaísmo implica, pois, a percepção de pertinência ao povo judeu, a identificação com os valores religiosos e comportamentais e culturais (...) e a sintonia e engajamento com os processos que lhe são comuns como entidade histórica”. (AZEVEDO, p.215).
OS TREZE PRINCÍPIOS DA FÉ JUDAICAOrdenados pelo Rambam, Rabi Moshé ben Maimon (também conhecido por
"Maimônides") 1 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, é o Criador
e Guia de todas as criaturas, e apenas Ele, criou, cria e criará todas as coisas. 2 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, é Único e
que não há nenhuma unicidade como Ele; que somente Ele é nosso Deus, era, é e será.
3 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, não é corpóreo, não tem nenhuma propriedade antropomórfica, e não há absolutamente nada parecido com Ele.
4 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, é primeiro e último.
5 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, é o único a Quem é apropriado rezarmos, e que não é apropriado rezar a mais ninguém.
6 — Eu acredito com plena fé que todas as palavras dos profetas são verdadeiras. 7 — Eu acredito com plena fé que a profecia de Moshé (Moisés), nosso mestre, que
esteja em paz, foi verdadeira, que ele foi o pai de todos os profetas, daqueles que o precederam como daqueles que o seguiram.
8 — Eu acredito com plena fé que toda a Torá que está em nossas mãos foi dada a Moisés, nosso mestre, que esteja em paz.
9 — Eu acredito com plena fé que esta Torá não será modificada nem haverá outra Torá dada pelo Criador, abençoado seja o Seu nome.
10 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, conhece todas as ações e todos os pensamentos dos seres humanos, como está escrito: “É Ele quem forma os corações de todos, Quem percebe todas as suas ações” (Salmos 33:15).
11 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, recompensa aqueles que guardam Seus mandamentos, e pune aqueles que os transgridem.
12 — Eu acredito com plena fé na vinda de Mashiach (Messias), e ainda que possa tardar, mesmo assim espero a cada dia pela sua vinda.
13 — Eu acredito com plena fé que haverá a ressurreição dos mortos no momento que assim o desejar nosso Criador, abençoado seja o Seu nome, exaltada seja a Sua lembrança para todo o sempre.
http://www.admatai.org/iniciantes/13_principios_da_fe_judaica.htm
AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. Dicionário histórico de religiões. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.
ELIADE, Mircea. História das crenças e das ideias religiosas. Da idade da pedra aos mistérios de Elêusis. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010.