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DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3934 | QUARTA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO DE 2011 WWW.JTM.COM.MO AO SERVIÇO DE MACAU DESDE 1982 Tribuna de Macau Jornal 10 PATACAS CENTRAIS 700 artistas por uma “cidade latina” Presença portuguesa “não se deve deixar abafar por outros interesses” PÁG 7 David Chow faz balanço da consulta sobre Terminal do Porto Exterior PÁGS 8 A 11 O falso barão que enganou um Governador de Macau PÁG 14 Pequim confirma apoio ao novo líder da Coreia do Norte PÁGS 16 E 17 Desenvolvimento com “bases sólidas” Apresentando um retrato optimista da situação sócio- económica de Macau, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, garantiu ontem que estão criadas as “bases sólidas” para o desenvolvimento a longo prazo do território. Na recepção oficial que assinalou o 12º aniversário da RAEM, Chui Sai On referiu ainda que o desafio para 2012 passa pela qualificação da população. A Secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, avançou que assim que Pequim se pronunciar sobre a reforma política começa uma série de auscultações. PÁGS 2 E 3 JTM regressa às bancas no dia 28 Devido às comemorações da quadra natalícia, O JORNAL TRIBUNA DE MACAU não se publica nos próximos dias, regressando ao convívio dos leitores no dia 28, quarta-feira. A todos os nossos colaboradores e anunciantes aproveitamos para desejar Feliz Natal. Polícia de Guangdong terá agredido manifestantes ÚLTIMA Vozes de protesto saíram à rua PÁGS 4 E 5

Jornal Tribuna de Macau

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JTM 21-12-2011

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Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3934 | quarta-feira, 21 De Dezembro De 2011

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

centrais

700 artistas poruma “cidade latina”

Presença portuguesa “não se deve deixar abafar por outros interesses” Pág 7

David Chow faz balanço da consulta sobre Terminaldo Porto Exterior Págs 8 a 11

O falso barão que enganou um Governador de Macau Pág 14

Pequim confirma apoioao novo líder daCoreia do Norte Págs 16 e 17

Desenvolvimento com “bases sólidas”Apresentando um retrato optimista da situação sócio-económica de Macau, o Chefe do Executivo, Chui Sai On, garantiu ontem que estão criadas as “bases sólidas” para o desenvolvimento a longo prazo do território. Na recepção oficial que assinalou o 12º aniversário da

RAEM, Chui Sai On referiu ainda que o desafio para 2012 passa pela qualificação da população. A Secretária para a Administração e Justiça, Florinda Chan, avançou que assim que Pequim se pronunciar sobre a reforma política começa uma série de auscultações. Págs 2 e 3

JTM regressa às bancas no dia 28

Devido às comemorações da quadra natalícia, o JorNal tribuNa De macau não

se publica nos próximos dias, regressando ao convívio dos

leitores no dia 28, quarta-feira. a todos os nossos colaboradores

e anunciantes aproveitamos para desejar feliz Natal.

Polícia de Guangdongterá agredidomanifestantes última

Vozes de protesto saíram à ruaPágs 4 e 5

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jornal tribuna De macau quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 pág 03pág 02 quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 jornal tribuna De macau

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jornal tribuna De macau

local“Estamos convictos de que, com a devida preparação e desde que trabalhemos com pragmatismo, conseguiremos enfrentar não só os desafios, como conseguiremos acumular bases sólidas para o nosso desenvolvimento a longo prazo” - Chui Sai On local

FLoRINDA cHAN FALA NA REFoRmA PoLÍtIcA

consultas públicas depois do parecer de PequimAo longo do próximo ano deverão desenrolar-se várias iniciativas de consulta pública quanto à reforma política. Antes disso, Pequim vai analisar a questão dentro de poucos dias

Florinda Chan disse ontem que o Governo irá ini-ciar “uma série de trabalhos e uma auscultação permanente”, logo que o Comité Permanente

da Assembleia Popular Nacional se pronuncie sobre o processo de revisão das metodologias para a consti-

tuição da Assembleia Legislativa e a eleição do Chefe do Executivo.

À margem das cerimónias comemorativas dos doze anos de existência da RAEM, a Secretária para a Administração e Justiça revelou aos órgãos de comu-nicação social, que “os trabalhos relativos ao progres-so do sistema político têm sido desenvolvidos orde-nadamente e que actualmente está a ser preparada a respectiva fase auscultação, cujos pormenores serão divulgados ao público, quando estiver tudo prepa-rado”. Faltará primeiro que o Governo Central inter-

prete as normas da Lei Básica que definem os proces-sos eleitorais na RAEM.

Segundo a mesma responsável, “o desenvolvi-mento do sistema político é um tema importante para a população”, pelo que o Governo tem a ex-pectativa de contar com “uma participação activa na partilha de opiniões”. Florinda Chan revelou ainda que, durante o processo de auscultação, vai ser lançado um documento que permitirá que os cidadãos expressem as suas opiniões sobre as me-didas de reforma política.

“O desenvolvimento do sistema político é um tema importante para a população” - Florinda Chan

12º ANIVERSÁRIODA RAEM

12º ANIVERSÁRIODA RAEM

cHEFE Do EXEcUtIVo APoNtA DESAFIoS PARA 2012

Desenvolvimento com “bases sólidas”Num discurso em que antecipou os desafios da governação ao longo do próximo ano, o Chefe do Executivo defendeu que estão criadas as “bases sólidas” para o desenvolvimento a longo prazo. E disse ainda que, caso a inflação se agrave, está previsto o lançamento de “novas medidas de apoio”

Chui Sai On apresentou ontem um retrato optimista da situação sócio-económica de Macau, no discurso

que fez na recepção oficial que assinalou o 12.º aniversário do estabelecimento da RAEM. Segundo o Chefe do Executivo, a região “apresenta uma economia com um crescimento estável e um sector fi-nanceiro com bases sólidas”, proporcio-nando “emprego suficiente para os seus residentes”. “As áreas da cultura, ensino e saúde continuam a desenvolver-se. Em geral, a sociedade de Macau mantém-se estável e harmoniosa”, disse.

A recepção decorreu na Torre de Macau, pouco depois da tradicional ceri-mónia do içar das bandeiras. Estiveram presentes mais de mil convidados, en-tre eles o vice-presidente da Conferên-cia Política Consultiva do Povo Chinês, Edmund Ho, o director do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM, Bai Zhijian, o presidente da Assembleia Legislativa, Lau Cheok Va, e o presiden-te do Tribunal de Última Instância, Sam Hou Fai.

No seu discurso, Chui Sai On ante-

cipou a governação em 2012, ano em que “coexistirão oportunidades e desafios”, dada a “complexidade e instabilidade” da conjuntura económica internacional. “Estamos convictos de que, com a devi-da preparação e desde que trabalhemos com pragmatismo, conseguiremos en-frentar não só os desafios, como conse-guiremos acumular bases sólidas para o nosso desenvolvimento a longo prazo”, afirmou. Em termos locais, o dirigente louvou “as vantagens do princípio um país, dois sistemas”, considerando pa-ralelamente que “a prosperidade e o for-talecimento” da China são factores “que irão trazer novas oportunidades de de-senvolvimento para a RAEM”.

No ano que agora se avizinha, de acordo com o Chefe de Executivo, “o de-senvolvimento económico e a melhoria das condições de vida dos cidadãos con-tinuarão a ser as principais prioridades da acção governativa”. Para além da in-tegração regional e do desenvolvimento da Ilha da Montanha (ver caixa), foram também destacadas as políticas de trans-formação de Macau num “centro mun-dial de turismo e de lazer” e de reforço do papel da RAEM enquanto plataforma de serviços de cooperação económica e comercial entre a China e os países lusó-fonos. Os problemas da habitação e do trânsito também não foram esquecidos no discurso.

A necessidade de conceder apoio aos mais afectados pelo fenómeno in-flacionista foi outro dos temas do dis-curso de Chui Sai On na cerimónia de 12.º aniversário da RAEM. Apesar de a inflação apresentar indícios de queda na China interior, o governante admi-te que a situação “continua a preocu-par os residentes de Macau”, pelo que o Governo “irá abrir mais canais de importação de produtos alimentícios, e irá concretizar diversas políticas de apoio”. Caso a taxa de inflação conti-nue a subir, está previsto o lançamento de “novas medidas de apoio”, embo-

ra não tivesse sido especificado o teor dessas medidas.O DESAFIO DA FORMAÇÃO. O di-rigente da RAEM disse que há “um de-safio” no processo de desenvolvimento da região, que se coloca ao Governo e à população em geral. Este desafio con-sistirá na melhoria das qualificações dos cidadãos. “Assim, no próximo ano, o Governo da RAEM empenhar-se-á, por um lado, na intensificação de acções de formação para os trabalhadores da fun-ção pública, e por outro, na continuidade no reforço de investimentos educativos, na optimização do nível pedagógico do ensino, na consolidação do subsídio de ensino contínuo, bem como na imple-mentação de um subsídio de aprendiza-gem para estudantes universitários.”

Na parte final da sua intervenção, Chui Sai On falou ainda no “dever de reforçar os valores humanistas”, pro-movendo “o espírito de auto-aperfeiço-amento” e “fomentando o interesse pela aprendizagem e pela leitura de bons livros”. “Devemos continuar a avançar empenhados na construção duma so-ciedade alicerçada na riqueza material e espiritual, no respeito pela continuidade nos valores tradicionais chineses de ex-celência”, declarou.

P.B.

ELoGIoS Do DIREctoR Do GAbINEtE DE LIGAção

RaEM foi “novo ponto de partida”Há 12 anos, o retorno da soberania à China foi

um “novo ponto de partida para o desenvol-vimento” de Macau, durante o qual foram

atingidos “sucessos notáveis”, salienta o director do Gabinete de Ligação do Governo Central, num texto com que assinala mais um aniversário da RAEM.

Referindo-se aos tempos mais recentes, Bai Zhi-jian pensa que a RAEM tem registado um notável sucesso económico, em particular nos primeiros tri-mestres do ano. O responsável cita algumas estatís-ticas económicas, destacando que o Produto Interno Bruto contabilizado naqueles nove meses de 2011 foi

de 207.67 mil milhões de patacas, o que representa um crescimento de 21,8% em relação ao período ho-mólogo do ano passado. Bai Zhijian considera que a crise financeira mundial faz com que estes resultados sejam ainda mais notáveis.

Aludindo a políticas concretas, o director do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM destaca as medidas tomadas pelo Executivo liderado por Chui Sai On em termos de habitação pública, no-meadamente as 19 mil fracções que estão a ser cons-truídas e que, na sua opinião, “ajudarão a população a resolver as suas carências habitacionais”.

Continuando com os elogios, Bai Zhijian, disse ain-da que a RAEM despendeu 12 mil milhões de patacas para combater a inflação e está a aproveitar bem o 12.º Plano Quinquenal (2011-2015) “construindo o centro mundial de turismo e de lazer e incentivando o papel de plataforma entre a China e os países lusófonos”.

O director deixou também algumas sugestões quanto a políticas a seguir durante o próximo ano, tais como “o reforço das medidas para a constituição de um centro turístico de nível mundial”, bem como a necessidade de dar maior atenção ao sistema judi-cial e à formação de talentos locais.

Perspectiva-se maior integração regional as medidas de reforço da cooperação com a china interior, em especial com a província de Guangdong, foram realçadas por chui Sai on. o dirigente especificou que o enquadramento dessa cooperação está garantido por instrumentos como o acordo de estreitamento das relações económicas e comerciais entre o interior da china e macau (cujo oitavo suplemento foi assinado na semana passada), bem como a recém-criada sociedade “macau investimento e Desenvolvimento S.a.” e a futura “comissão para apreciação dos projectos de desenvolvimento da ilha de Hengqin”. o chefe do executivo avançou que o Governo “pretende estimular a participação das empresas e dos residentes de macau na exploração da ilha de Hengqin e da zona de Nansha, contribuindo assim para o seu progresso e para o progresso da raem em geral”.

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fÁtIMA AlMEIDAVIVIANA CHAN

localPREVISÃO DE DESCIDA DA TEMPERATURA NO NATAL. Segundo a previsão da Direcção dos Serviços meteorológicos e Geofísicos, a temperatura de macau durante o Solstício de inverno e os feriados de Natal vai descer significativamente. Desta forma, os Serviços de Saúde apelam aos residentes, especialmente idosos e pessoas portadoras de doenças crónicas, para se prevenirem contra a hipotermia.local

APROVADO REGULAMENTO DE HORÁRIO FLEXÍVEL NA DSAJ. foi publicado anteontem em boletim oficial um despacho da Secretária para a administração e Justiça, florinda chan, que aprova o regulamento de horário flexível do pessoal da Direcção dos Serviços de assuntos de Justiça.

12º ANIVERSÁRIODA RAEM

12º ANIVERSÁRIODA RAEM

mANIFEStAçÕES jUNtARAm mAIS DE tREZENtAS PESSoAS

Da democracia aos problemas do quotidianoAs vozes que desfilaram pelas ruas responderam ao repto da Associação Novo Macau e apelaram à democracia, mas foram os problemas do quotidiano a mover muitos dos que se juntaram à marcha. Os problemas de trânsito e da habitação estiveram na ordem do dia. Os membros do Novo Macau dizem-se satisfeitos com a participação dos jovens, mas reconhece que este ano houve uma menor adesão ao protesto. Segundo a polícia, cerca de 360 pessoas participaram nas manifestações de ontem

Pun tem um rosto jovem e olhar de mãe. Durante os quilómetros que separam o parque do Iao

Hon e a Sede do Governo carregou ao peito o filho ainda bebé para lutar contra o receio de viver debaixo de um tecto que ameaça ruir na Travessa da Corda. O medo já se tinha torna-do público quando os moradores do Edifício Koi Fu enviaram uma carta a Chui Sai On alertando o governan-te para as fissuras que vão cortando a parede, mas ontem decidiram jun-tar-se à marcha organizada pela As-sociação Novo Macau para um novo alerta.

Não era difícil adivinhar o tema principal desta manifestação se olhássemos para o desenho – Demo-cracia - da t-shirt de Chow Chung Yeung que veio de Hong Kong. Nas ruas o slogan “Ama Macau, ama a democracia”, na verdade, soltou-se de várias cordas vocais, mas no meio do protesto foram manifestadas ou-tras preocupações. Além dos proble-mas com a habitação, os transportes e a alegada repressão do canal chinês da Teledifusão de Macau mereceram uma repetida contestação.

As faces do director do Gabinete de Comunicação Social e da directora de informação da TDM, do canal em chinês, estiveram no centro de muitos cartazes empunhados sobretudo por jovens, que acusam o canal de seguir os interesses do poder e Victor Chan de não actuar a favor da liberdade de expressão e de tentar corromper os chefes dos meios de comunicação social.

Apesar da adesão ao protesto ter sido menor do que em anos anterio-res, Scott Chiang e Ng Kuok Cheong mostram-se satisfeitos com o resulta-do. “Em Macau as pessoas têm sem-pre medo de expressar em voz alta o que pensam, e nem falam publica-mente, por isso estamos mais do que satisfeitos em promover esta plata-forma”, disse ao JTM Scott Chiang.

O membro da Novo Macau sa-lientou que o facto de as pessoas irem para a rua lutar pelos seus interesses

e expor a sua opinião já “contribuiu para a Democracia”. “Sabemos que não há muitas pessoas que levantam a sua voz por esta questão [a reforma política], por isso não esperávamos milhares de pessoas. Sempre promo-vemos esta plataforma para grupos com diferentes interesses”, explicou

Scott Chiang.Para Ng Kuok Cheong há duas

razões que poderão explicar uma menor adesão. “Agora Macau está melhor, muitas pessoas aproveita-ram para desfrutar do dia. Por outro lado, este ano, estamos concentrados apenas na reforma política, enquanto

que no ano passado estávamos tam-bém focados nos problemas de habi-tação e em lutar contra a corrupção”, justificou.

O deputado frisa que o proces-so não pode depender apenas “desta manifestação” e alerta para a necessi-dade de haver “uma discussão aber-ta na primeira metade do próximo ano”. Ng Kuok Cheong mostrou-se convencido que em 2012 as pessoas se “sentirão mais confortáveis para participar”. Para já, diz-se satisfeito por terem integrado a marcha vários jovens, alguns já interessados em im-pulsionar a reforma política.

Mee Kam, de 27 anos, decidiu participar no protesto para defender “o sufrágio universal”, que considera “um direito básico de todos os resi-dentes”. Para a jovem assistente so-cial, a participação e o interesse dos jovens na política será maior quando sentirem que têm o direito de voto também para eleger o Chefe do Exe-cutivo. A mesma opinião foi partilha-da por Luis Agostinho, que observou que será “através da participação que as pessoas vão ficar com mais interes-se” nas questões políticas.

Também para Roger Chow este é um assunto que urge debater em Ma-cau para que haja mais transparência nas acções governativas. “A demo-cracia é muito importante para lutar contra a corrupção. Não há fiscaliza-ção sem a democracia”, advertiu em declarações ao JTM.

Para o engenheiro civil de Hong Kong, em Macau é necessário que as pessoas saibam cada vez mais sobre este tema. Ao mesmo tempo será es-sencial uma mudança no Continente chinês a favor da liberdade, frisou. “Se a China Continental não muda, Macau e Hong Kong também não po-derão evoluir muito. A China terá de se tornar num país mais livre”, enfa-tizou.

No final do protesto, Ng Kuok Cheong estimava que se tivessem juntado à marcha do Novo Macau cerca de 800 pessoas, mas segundo o Corpo de Polícia de Segurança Públi-ca (CPSP), no total participaram em protestos, com direcções diferentes, cerca de 360 pessoas. Para o protesto foram ainda destacados 80 agentes. LUTA CONSTANTE PELOS FI-LHOS. A marcha do Novo Macau partiu do Jardim do Iao Hon às 15h, depois de um concerto a propósito da Liberdade e terminou na Sede do Governo com o retrato dos Secretá-rios a cobrir a face de pais natais in-sufláveis. Já pelas 14h30 a associação constituída por residentes de Macau que pedem que os filhos maiores de idade que estão no Continente chinês possam viver em Macau, partia do Jardim Triangular com dois destino.

Além de entregar uma petição na Sede do Governo, o grupo dirigiu-se ainda ao Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM para a en-trega de outro pedido com o mesmo conteúdo. “Queremos que seja per-mitido aos nossos filhos ter um car-tão de residente”, vincou Lei Iok Ian, salientando a falta de comunicação

entre o Governo local e Pequim. “No dia 16 falá-mos com o Chefe do Gabinete de Ligação do Go-verno Central na RAEM que nos disse que o Chefe do Executivo não entregou nenhum documento ao gabinete”, queixou-se.

Segundo Lei Iok Ian, são cerca de 1.400 famílias que esperam ver residir em Macau, no total, 2.000 filhos. A luta da associação tem sido constante e prometem não baixar os braços mesmo que o Go-verno da RAEM já tenha reiterado que esta é um questão que depende de Pequim.

Antes desta associação foram entregues outras petições. Alguns dos cerca de 50 moradores dos 12

apartamentos do edifício Koi Fu também se dirigi-ram à Sede do Governo na esperança de um desfe-cho feliz para o seu problema. “A solução passa por reconstruir o prédio, mas ninguém tem dinheiro que o permita fazer. Então queremos tentar pedir apoio ao Governo, porque vivemos num prédio em risco de ruir”, explicou Pun.

O feriado foi ainda aproveitado para apelar à resolução de casos antigos, como o de um pai que voltou a pedir ao Governo que sejam apuradas as responsabilidades médicas no caso da sua filha que se encontra em coma há sete anos.

Também Hoi que se viu a braços com um pro-

cesso judicial interposto por uma seguradora por difamação, manifestou-se para pedir uma indem-nização ao Governo. O homem garantiu que só vai parar de se manifestar quando receber uma com-pensação razoável da Autoridade de Macau, - 15 milhões de patacas. O valor requerido diz ser para compensar os prejuízos económicos, morais e de má fama porque passou com a família durante os últimos nove anos.

As manifestações também chegaram à porta da Direcção dos Serviços de Tráfego e ao Departa-mento de Tráfego do CPSP para exigir uma melhor ordenação do trânsito em Macau.

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PubliciDaDE 12º ANIVERSÁRIODA RAEM

ambrose So prevê período mais difícilno jogo para 2012O director executivo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), Ambrose So, disse aos jornalis-tas, na festa da celebração de 12º Aniversário da RAEM, que o desenvolvimento rápido do sector de jogo já chegou ao fim. Devido às cri-ses financeiras, Ambrose So afirmou que vem aí um período mais difícil para o sector mas que ainda assim deverá haver um crescimento estável no próximo ano. Este responsável da SJM afirmou ainda que a operadora vai para o COTAI de modo a tentar assegurar uma quota de mercado na ordem dos 30%, e que se hou-ver oportunidade também quer estar presente na Ilha da Montanha. “Nós temos salas VIP e salas normais, que são duas vias para o cresci-mento. E também queremos estar no COTAI, que é outra via para o crescimento”, referiu aos jornalistas. Já o vice-presidente da Galaxy, por outro lado, mostrou confiança no sector do jogo em Macau para o próximo ano. Para Francis Lui, um aumento de receitas entre 18 e 25 por cento já será satisfatória. Também este responsável se mostrou interessado em avan-çar para a Ilha da Montanha “se tiver um ter-reno com boa localização.”

ASSocIAção DoS tRAbALHADoRES DA FUNção PÚbLIcA

Regime de “stand by” no GcSmotiva queixa ao ccacPara o deputado Pereira Coutinho, a obrigação dos funcionários públicos, neste caso trabalhadores do Gabinete de Comunicação Social, ficarem em “stand by” em certos dias, sem compensação, é ilegal

A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) apresentou queixa

ao Comissariado Contra a Corrup-ção devido ao regime de “stand by” que foi imposto aos trabalhadores do Gabinete de Comunicação Social (GCS). Este regime é considerado “ilegal” e foi imposto no período do Natal.

Segundo uma nota da ATFPM,

na quinta-feira “o GCS emitiu uma nota de imprensa justificando o pro-grama de trabalho fora do horário de expediente e durante os dias de festividade e feriados”. Mas esta as-sociação denuncia que “mais uma vez os trabalhadores do GCS estão a ser obrigados, sistematicamente, a cumprir ordens ilegais provenientes da direção para permanecerem em casa em regime de “stand by””.

Desta forma, continua a nota, “este regime ilegal impede os tra-balhadores de se ausentarem da RAEM, nomeadamente a Hong Kong e Zhuhai, uma vez que podem ser chamados a apresentarem-se nos seus postos de trabalho a qualquer momento”.

Entendendo que esta obrigação “prejudica fortemente” os direitos dos trabalhadores, uma vez que o

“Ao longo de 20 anos de carreira profissional sempre me preocupei em fazer o melhor possível, tentando valorizar-me para que o trabalho seja reconhecido. E hoje consigo ver esse reconhecimento” – Manuela de Sousa Aguiar

cASA DE PoRtUGAL DIStINGUIDA QUANDo PASSAm 10 ANoS DA cRIAção

uma presença “que não se deixe abafar por outros interesses”Reconhecimento e alegria foi o sentimento expresso pelos que receberam distinções do Governo na comemoração dos 12 anos da RAEM. António Dias Azedo, Manuela Sousa Aguiar e Nuno Jorge foram três dos 38 distinguidos. BNU recebeu a medalha de Mérito Industrial e Comercial

A Medalha de Mérito Cultural atribuída pelo Governo da RAEM à Casa de Portu-gal “representa o reconhecimento de um

trabalho de 10 anos”, que “tem vindo sempre a crescer” e que marca “a presença cultural portu-guesa em Macau”, reforçando a própria identi-dade do território, nas palavras da presidente da instituição, Maria Amélia António.

Na opinião desta dirigente, que foi citada pela Rádio Macau, “o grande desafio é sermos de capazes de termos uma presença muito forte, que não se deixe abafar por esses outros interes-ses que rodeiam Macau e que nós sentimos ano após ano tentarem afirmar-se como se fizessem parte [do território] e da sua identidade, o que não é real”.

Assim, esta distinção, no entender de Amé-lia António, não é mais do que “o reconhecimen-to da importância que efectivamente a cultura portuguesa tem em Macau e que precisa de ser reforçada”. Deve servir, por isso, como um “es-tímulo para as pessoas trabalharem o mais que puderem”.

O Banco Nacional Ultramarino (BNU) foi a outra instituição portuguesa a ser agraciada, mas com a Medalha de Mérito Industrial e Comercial. O cônsul de Portugal em Macau, Manuel Carva-lho, disse estar “muito satisfeito” pela distinção feita ao BNU e à Casa de Portugal, segundo de-

clarações à agência Lusa. “Fiquei muito satisfei-to, são duas instituições que são estruturantes da presença portuguesa aqui em Macau e fico não só satisfeito pelas instituições, mas pelo reco-nhecimento que receberam das autoridades da RAEM”, afirmou.

Para além desta instituições, o Executivo não se esqueceu ainda de três macaenses: o advoga-do António Dias Azedo, a tradutora Manuela de Sousa Aguiar e o arquitecto Nuno Jorge.

“Estou muito feliz e contente por ser agra-ciado com esta medalha de mérito profissional. Só posso agradecer a todos os meus colegas, à minha família em especial, aos meus amigos que colaboraram comigo nesta minha caminhada até chegar a este momento que é tão feliz. Sinto-me um bocado orgulhoso”, confessou o advogado aos microfones da Rádio Macau.

António Dias Azedo lançou ainda um ape-lo “à juventude de Macau para que se interesse mais pelas coisas de Macau e que contribuam e colaborem para o futuro” da RAEM.

Ontem, a tradutora também não conseguia esconder a satisfação. “É um grande reconheci-mento do Governo da RAEM por aquilo que eu tenho feito. É uma grande honra para mim e para a minha família porque nunca imaginei poder ser agraciada com uma medalha de dedicação. Ao longo de 20 anos de carreira profissional sem-pre me preocupei em fazer o melhor possível, tentando valorizar-me para que o trabalho seja reconhecido. E hoje consigo ver esse reconheci-mento”.

Ao todo, foram distinguidas 38 personalida-des e instituições. Tina Ho, empresária e antiga deputada, recebeu a terceira mais importante distinção: a Lótus de Prata, a par de Wan Chun. A cerimónia de imposição de medalhas e títulos honoríficos vai decorrer no início do próximo ano.

regime de “stand by” “não tem qual-quer tipo de compensação para além de ser uma determinação ilegal”, os ATFPM denunciam “um abuso de poder”, descrevendo toda a situação como “um péssimo exemplo à socie-dade civil”.

O presidente da direcção dos ATFPM, Pereira Coutinho, voltou, a propósito, a levantar a necessi-dade de uma lei sindical e de ne-gociação colectiva. No entender do deputado, “devido a estas lacunas a maioria dos trabalhadores do sector público são sistematicamen-te explorados”, nomeadamente no que se refere ao não pagamento de horas extraordinárias e falta de compensação no caso de trabalho em feriados obrigatórios”. Por isso, apresentou queixa ao Comissariado Contra a Corrupção.

A presidente da Casa de Portugal, Maria Amélia António,apela a um reforço da cultura portuguesa em Macau

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locallocal12º ANIVERSÁRIODA RAEM

12º ANIVERSÁRIODA RAEM

(...) “Em jeito de balanço sobre os resultados do inquérito, pode afirmar-se que foram postos a descoberto os mais diversos problemas suscitados na consulta lançada para auscultação de opiniões sobre o Plano Director das Novas Zonas de Aterro” (...) – David Chow

(...) As consultas feitas pelo Governo, apesar de se assemelharem a uma proliferação de cogumelos na Primavera, são uma mera formalidade, designadamente, as consultas sobre o reordenamento dos bairros antigos, a actualização das tarifas de energia eléctrica e a lei de imprensa e de radiotelevisão” (...) – David Chow

CONtINuA NA PÁgINA SEguINtE >

balanço da recolha de opiniões sobre a transferência do Terminal do Porto Exterior

O facto de a península de Macau ser o centro político, económico e cultural da Região Ad-ministrativa Especial de Macau (RAEM), de

nela viver cerca de 85,2% da população da RAEM e de 99% de um total de cerca de 15.000 pequenas e médias empresas aqui se encontrarem estabelecidas, demonstra, à saciedade, a razão de nela se concentra-rem as deslocações ao exterior para efeitos de turismo, negócios ou visitas, bem como a quase totalidade das actividades quotidianas dos residentes. É, por conse-guinte, neste contexto que a eventual transferência do Terminal Marítimo do Porto Exterior (TMPE) pode trazer sérios inconvenientes ao seu quotidiano. Para além disso, pois digno de todo o respeito, também o património mundial do Centro Histórico, cartaz de atracção turística, de que tanto nos orgulhamos, está situado na sua totalidade na península, o que significa que, com a eventual transferência do TMPE para a ilha da Taipa, os visitantes teriam de utilizar as pontes de ligação Macau-Taipa para se deslocarem à zona velha, o que contrariaria o princípio do desvio do fluxo da circulação preconizado no planeamento urbanístico, logo, por mais ligações que se façam, em nada se resolveria o problema.

Importa salientar, acima de tudo, que, sendo o TMPE uma importante infra-estrutura portuária que faz a ligação entre Macau-Guangdong-Hong Kong, a sua eventual transferência para a ilha da Taipa equi-valeria a uma mudança para esta do centro económi-co e político da RAEM, transferindo-se, deste modo, paulatinamente, a posição vantajosa da zona velha (península de Macau) para a zona nova (ilha da Tai-pa). Criar-se-ia, assim, a impressão de se tratar de uma política desequilibrada em benefício das empre-sas do jogo no Cotai. A grande maioria das pequenas e médias empresas estabelecidas e consolidadas na península de Macau teria então de enfrentar, inevi-tavelmente, grandes dificuldades na manutenção e prossecução das suas actividades, o que correspon-deria, por conseguinte, a um retrocesso económico, a uma desvalorização do tecido urbano e a uma clara perda de competitividade.

Em jeito de balanço sobre os resultados do inqué-rito, pode afirmar-se que foram postos a descoberto os mais diversos problemas suscitados na consulta lançada para auscultação de opiniões sobre o Plano Director das Novas Zonas de Aterro.

1. Consulta restrita com destinatários pré-determi-nados

A primeira fase da consulta pública sobre o Plano Director das Novas Zonas de Aterro, promovida pelo Governo da RAEM, foi realizada durante um período de dois meses, com início em 18 de Junho e conclusão em 18 de Agosto de 2010. Segundo o relatório, foram realizadas 40 sessões de consulta pública e um coló-quio, tendo sido recolhidas 1.879 opiniões, cobrindo um total de 14 sectores de actividade. Contudo, a opi-nião pública não corresponde à simples opinião do sector da construção, não devendo o Governo tomar o resultado obtido na reunião que teve com este sector como opinião corrente, na medida em que estariam em causa apenas os interesses deste sector e os da ac-tividade comercial. Portanto, para afastar quaisquer susceptibilidades, bem devia o sector ter invocado o regime de impedimento, pois só assim evitaria ser acusado de ter celebrado um pacto à porta fechada. Mesmo que se contasse apenas com a intervenção e participação do sector da construção, teriam ainda de ser escrupulosamente observados os procedimentos relativos ao Planeamento Urbanístico, uma vez que, segundo alguns autores (Wikipedia), podem aqueles ser divididos em seis etapas, a saber:

1 - Levantamento e recolha de informações fun-damentais e necessárias para estudo do planeamento

urbanístico;2 - Definição do desenvolvimento e da área ocu-

pada pela cidade, bem como dos diversos índices técnico-económicos relativos ao desenvolvimento ur-bano (incluindo a elaboração de plantas e a divisão das funções a serem desenvolvidas em cada uma das áreas);

3 - Aproveitamento racional dos solos, determi-nação da estrutura do plano urbanístico e projecção do rumo de desenvolvimento a longo prazo, bem como o planeamento das infra-estruturas (água, elec-tricidade, comunicações, correios, telecomunicações, gás natural ou butano e terraplanagens);

4 - Definição dos princípios, dos procedimentos e das formas de aproveitamento (das zonas velhas) da reurbanização (realização de consulta pública e articulação com o desenvolvimento sustentável da sociedade);

5 - Definição dos princípios e das características

técnicas a serem observados nas obras de construção ou nos empreendimentos e equipamentos municipais (incluindo, o levantamento topográfico e prospecção geotécnica relativos ao projecto das obras);

6 - Organização de projectos específicos mais actualizados, segundo o plano de construção urbana (elaboração da respectiva maqueta e plantas de por-menor de desenvolvimento).

Para além disso, registou-se, naquela consulta, um grande desvio na forma como as opiniões foram recolhidas, pelo que não podem ser, como tal, con-sideradas, uma vez que a esmagadora maioria dos residentes se remeteu ao silêncio, situação esta decor-rente do desinteresse que se criou, pelo facto de as opiniões terem sido constantemente preteridas, pela falta de divulgação ou de acesso às informações ou até pelos seus afazeres. As pessoas não se manifes-taram, mas isso não quer dizer que não tenham uma opinião. Por outras palavras, generalizaram-se as

DAVID CHOw*

opiniões recolhidas, o que, para além de se tratar de uma “consulta fictícia”, prova que esta serviu apenas de pretexto para vincar a posição do Governo. Para que se faça e possa ouvir a opinião das pessoas, há ainda um longo caminho a percorrer, que passa pela promoção da educação cívica.

A Associação Comercial de Macau, o mais im-portante grémio da classe em Macau, salientou, aquando do debate sobre o Plano Director das Novas Zonas de Aterro, que o “TMPE continuará a ter um papel importante nos próximos cinco a dez anos” e que a sua transferência “não só implica a mudança propriamente dita do terminal, mas também afecta directamente a sobrevivência, em termos económi-cos, de toda uma zona, bem como as facilidades nas deslocações dos residentes, em termos de transpor-te” (“Jornal Ou Mun”, edição de 23 de Novembro de 2011, página C5).

Por sua vez, a Associação das Pequenas e Médias Empresas referiu, na sessão de consulta, que “não se opõe à transferência do TMPE” (“Jornal Ou Mun”, edição de 24 de Novembro de 2011, página C). Será que esta afirmação representa a vontade das mais de 15.000 pequenas e médias empresas? É duvidoso que aquela afirmação de Stanley Au, feita na qualida-de de presidente da Associação, possa representar a maioria das pequenas e médias empresas. Se for uma mera opinião pessoal, espero que a referida Associa-ção se esforce mais, no sentido de se conseguir a ade-são de mais associados, prestando-lhes mais atenção e inteirando-se melhor das dificuldades das pequenas e médias empresas, pois só assim se consegue pros-seguir, perseguindo, o objectivo de servir os associa-dos. Portanto, qualquer que seja a consulta, importa perceber se a opinião recolhida foi legitimada e se é real, caso contrário, nada mais terá sido do que um parecer informal e descontextualizado da realidade.

2. Inoperância dos canais de recolha da opinião pú-blica

Que os benefícios integrais a serem retirados do desenvolvimento das novas zonas urbanas é um tema complexo, quer em termos económicos, quer em termos sociológicos, comprova-o a característi-ca incontornável do próprio facto. Portanto, há que adoptar, no seu planeamento, como base para a reali-zação de um inquérito sistemático e universal, dados já provados cientificamente. Contudo, do processo de consulta lançado pelo Governo, fica provado que os canais de consulta são reduzidos e que as soluções avançadas resultam de posições pré-assumidas. Será que esta forma de consulta consegue ser acolhida por todos?

Nestes doze anos após o estabelecimento da RAEM, as consultas feitas pelo Governo, apesar de se assemelharem a uma proliferação de cogumelos na Primavera, são uma mera formalidade, designada-mente, as consultas sobre o reordenamento dos bair-ros antigos, a actualização das tarifas de energia eléc-trica e a lei de imprensa e de radiotelevisão. Invoca-se amiúde que é para auscultar, de forma alargada, a opinião pública, mas, na realidade, não há qualquer incentivo à participação do público, nem se respeitam as opiniões dadas. As chamadas consultas não pas-sam de armas para justificar as opções ou as soluções a adoptar, pois as opiniões recolhidas, quer nas ses-sões de consulta, quer através das linhas abertas ou da Internet, são filtradas, acabando apenas uma parte delas por ser consideradas como opinião pública. No fundo, o Governo fabrica as opiniões, conforme me-lhor entende, para depois nelas se poder escudar.

Por isso, deve o Governo da RAEM reorganizar ou reajustar os canais de consulta, de forma a que o processo surta o desejado efeito de função de recolha de opiniões e da prestação de um serviço aos resi-dentes. Funcionam, na máquina administrativa, mais de 35 órgãos de consulta. Será que estes conseguem exercer, com a devida competência, essa sua função? E terá o Governo auscultado a sua opinião? É sabi-do que as associações e as organizações cívicas são também excelentes meios para apoiar o Governo na recolha de opiniões junto do público. Para que as es-tratégias políticas e os projectos de empreendimentos se coadunem com os interesses e necessidades dos residentes, a longo prazo, bem devia o Governo, atra-vés daquelas organizações, recolher a opinião dos seus associados ou membros e promover uma parti-cipação alargada a todos os estratos sociais.

3. Posição pré-determinada e burocratismoDas informações relacionadas com o Plano Di-

rector das Novas Zonas de Aterro, sabe-se que já ha-via uma posição pré-formada, pois, em 23 de Outu-bro do corrente ano, ou seja, no segundo dia após o lançamento da consulta, já o Chefe do Gabinete do Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Sr. Wong Chan Tong, fazia a apresentação do plano com “high profile” e, no dia 23 do mês findo, afirmava, ao abordar o tema da relação entre o planeamento ur-banístico e o clima de negócios, que a solução a dar ao TMPE, referida no anteprojecto do Plano Director, não era uma posição pré-formada. Ora, se assim for, porque é que o terminal marítimo do Pac On vai so-frer uma ampliação quatro vezes maior do que estava previsto, conforme foi referido pelo Deputado Chan Meng Kam, no Plenário de 25 de Julho de 2011?

Os que têm uma última palavra a dizer sobre o planeamento e os empreendimentos, que envolvem custos superiores a centenas de milhar de milhões de patacas, durante os próximos dez anos, devem antes respeitar a opinião pública. Parece que os dirigentes relegam isto para o domínio do esquecimento e que assumem atitudes arrogantes, especialmente o Sr. Lao Iong, Chefe do Departamento de Planeamento Urbano, da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Apesar de ser apenas um dos membros do Grupo de Trabalho para o Plano Director das Novas Zonas de Aterro, a verdade é que coorde-na todos os trabalhos de consulta, sendo que os seus poderes, atitudes e posições se encontram acima de um subdirector, director, Secretário ou até do próprio Chefe do Executivo, chegando mesmo ao ponto de, em declarações públicas, confessar “não ter medo de ameaças”, ao referir-se às associações e organizações cívicas ou aos indivíduos que acompanham de per-to as opiniões do público, assumindo, portanto, uma atitude que, para além de demonstrar irresponsabi-lidade, desprezo pelas opiniões e burocratismo, não é digna de um responsável ao serviço de um ”Go-verno íntegro”. Caso venha a ser reconduzido, com toda esta incompetência, num cargo em que se exige tanta responsabilidade, Macau cairá num poço, sem mais daí sair. Para o bem de Macau, deve demitir-se imediatamente, se quiser manter ainda um mínimo de dignidade. Parece que aquelas palavras e actos de Lao Iong passam despercebidos aos ouvidos e aos olhos de Wong Chan Tong, coordenador do referido Grupo de Trabalho, o que, afinal, apenas demonstra que são pessoas da mesma laia. Para além disso, afir-ma-se que determinada associação ou organização cívica também tem uma posição pré-formada sobre a questão. De facto, um acto ou uma omissão tam-bém pode revelar-se como equivalendo a uma deter-minada posição. Pois bem, quando o Governo coloca todas as informações da consulta sobre o Plano Direc-tor das Novas Zonas de Aterros no Centro de Ciência de Macau, também é, tendencialmente, per se, uma posição pré-formada. Ou não será?

Quando uma associação cívica, movida pela preocupação com o futuro desenvolvimento de Ma-cau, promove a participação e o envolvimento dos seus associados em questões de natureza social, em ordem a dinamizar a sua função social, convocando uma reunião de assembleia geral ou de direcção e conselho fiscal para recolher as opiniões dos seus as-sociados ou promover a recolha, de forma alargada, de opiniões junto do público, será que esta sua opi-

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locallocal12º ANIVERSÁRIODA RAEM

12º ANIVERSÁRIODA RAEM

(...) “Aproveita-se o Governo da boca destes “especialistas” para induzir em erro a população, com palavras bonitas, proferidas com toda a pompa e circunstância, mas fora da realidade e sem estarem escoradas em dados e em justificações plausíveis” (...) - David Chow

(...) “Tratou-se, pois, do maior inquérito jamais realizado na história de Macau, servindo os seus resultados não só de referência para o Governo na definição das linhas de acção governativa, mas também como forma de expressão do modo como pode ser construído um Governo transparente e uma sociedade com um desenvolvimento sustentável” (...) - David Chow

< CONtINuADO DA PÁgINA ANtERIOR

nião é uma posição pré-formada? Na realidade, um inquérito, qualquer que seja, desde que tenha uma vasta cobertura e contenha questões objectivas, o seu resultado pode ser considerado como uma base da opinião pública.

4. A boca dos “especialistas” a induzir os residentes em erro

Com a gradual e contínua internacionalização de Macau e para se articular com os diversos planos de grandes empreendimentos, temos assistido, nestes últimos anos, a constantes obras de construção civil, mas, o Governo, para enganar o público, recorre com frequência à contratação de empresas internacionais de consultoria, sem ser aquela precedida de concurso público, e divulga depois o perfil das empresas ou dos especialistas contratados, nomeadamente, quan-to a estes, no que se refere à experiência profissional, currículo e habilitações. Só quando algo corre mal e lesa os interesses dos residentes é que o Governo se escuda no parecer das empresas de consultoria ou dos especialistas, ainda que o seu relatório nunca seja divulgado. O fenómeno reflecte a paranóica arro-gância de determinados governantes em colocarem, acima de tudo, a “necessidade das obras” e o “gosto pessoal”, sem atenderem à opinião do público, ou de recorrerem às empresas para encobrirem a sua “in-competência” ou para “não serem queimados”, por falta de auto-confiança sobre as suas próprias capaci-dades profissionais.

Leng Ka Kan, ex-presidente da Associação dos Projectistas de Hong Kong, serviu-se, como exemplo, da experiência colhida na análise sobre o destino a dar ao antigo aeroporto de Kai Tak para sustentar que, no que concerne ao TMPE, há apenas duas solu-ções: a transferência ou a manutenção. Ng Sio Meng, engenheiro e subdirector-geral do Instituto de Estu-dos Hídricos do Rio das Pérolas, afirmou que, apenas do ponto de vista da ciência do engenheiro, o TMPE

deve ser transferido. Estes académicos e especialistas exprimiram apenas o que pensavam, mas, se estas opiniões valem mais do que a opinião pública, então são os interesses globais da sociedade que, em última instância, acabam por ser prejudicados. O Governo “convidou” intencionalmente estes especialistas do exterior para falarem da sua experiência relativamen-

te àquele projecto, mas, o que acontece é que nada conhecem das realidades locais, nem tão pouco das suas tendências de desenvolvimento e das necessida-des dos residentes locais. Perante estas “opiniões, di-tas de experiência”, não é de estranhar que se duvide da autoridade daquelas afirmações.

Aproveita-se o Governo da boca destes “especia-listas” para induzir em erro a população, com pala-vras bonitas, proferidas com toda a pompa e circuns-tância, mas fora da realidade e sem estarem escoradas em dados e em justificações plausíveis. A sua inten-ção, apesar de velada, também não escapa aos olhos do público. Um projecto de tamanha envergadura, que diz respeito ao bem-estar da população e que de-via ser implementado, tendo por base a defesa dos seus interesses, merece, de facto, um outro tratamen-to, qual seja o de corresponder à vontade expressa de todos os residentes, colhida num inquérito universal, ou à opinião de individualidades com a necessária re-presentatividade, a colher num inquérito aleatório, a ser realizado com toda a cientificidade.

5. Reformar a estrutura já obsoleta da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes

Esta prepotente posição do Grupo de Trabalho para o Planeamento Urbanístico das Novas Zonas de Aterro, em termos de política, que afecta os interesses de 560 mil habitantes e de cerca de 15.000 pequenas e médias empresas, nada mais é do que uma arma para atingir os 25 milhões de visitantes que aqui aportam anualmente, camuflando-se o megalómano investi-mento feito no projecto de construção do Terminal Marítimo do Pac On, cujos objectivos e intenções muito preocupam a população.

Segundo os dados estatísticos divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos, entre 2006 e Outubro de 2011, num período de pouco mais de 6 anos, cerca de 6 milhões de pessoas utilizaram o TMPE para as suas deslocações. Com uma taxa de utilização pouco elevada, registando mesmo uma tendência de quebra, o facto reflecte claramente que

o TMPE se encontra longe de estar saturado e, por conseguinte, a construção e a ampliação de um outro terminal para o substituir não passa de despesismo.

Sendo o TMPE a principal ponte-cais utilizada pelos residentes e visitantes para as suas deslocações entre Guangdong-Hong Kong-Macau, como é que o Governo pode “menosprezar” estes dados e factos, tanto mais que a Ponte Zhuhai-Hong Kong-Macau só entrará em funcionamento em 2016, sendo só a partir daí que o papel do TMPE pode ser mais reduzido? Sendo assim, não será redundante a transferência do TMPE ou a ampliação do Terminal Marítimo do Pac On?

Por outro lado, vários foram os Deputados que expressaram a sua opinião sobre a Direcção dos Servi-ços de Solos, Obras Públicas e Transportes, advogan-do que esta deve reforçar a sua gestão e fiscalização, reajustando a sua estrutura e reavaliando o desem-penho do seu pessoal e dos especialistas contratados, só assim se garantindo a justiça e a imparcialidade das decisões e o respeito pelas opiniões do público. Aumentar a eficácia administrativa e executar o que está firmado na Carta de Qualidade são, portanto, as linhas de orientação a ser prosseguidas. Caso contrá-rio, como é que pode ser erradicada da Administra-ção a imagem deixada pelo caso de corrupção do ex-Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Au Man Long?

6. Maximizar o papel da Comissão Eleitoral na sua função de auscultação da opinião pública

A Comissão Eleitoral da RAEM, supremo órgão eleitoral, composta por 300 residentes permanentes, todos eles provenientes do sector político, financeiro, empresarial, cultural e educativo e laboral, portanto, com um vasto leque de representatividade, que vai desde governantes até às classes sociais de base, tem um papel muito importante, tal como a sua congéne-re da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK), composta por 1.200 membros provenien-tes daqueles mesmos quatro sectores, no processo de eleição do Chefe do Executivo e na apresentação das opiniões do público, junto do Governo Regional e do Governo Central.

Foi, precisamente, pelo facto de a transferência do TMPE dizer respeito ao futuro desenvolvimento de Macau que o Governo da RAEM organizou um colóquio com “especialistas”. Mas, porque não aus-cultou a opinião da Comissão Eleitoral? Cada um dos

seus membros, sem margem para qualquer dúvida, representa um determinado sector e a vontade de de-terminado estrato social, logo, deve o Governo, na to-mada de decisão perante esta tão relevante estratégia política, envolvê-los, convidando-os ou encorajando-os a terem uma participação mais activa, de forma a que possam dinamizar os seus próprios canais para auscultar a opinião pública.

Sendo a reforma política irreversível, cabe agora ao Governo pensar no modo de maximizar o papel a desempenhar pela Comissão Eleitoral na prestação de serviços à sociedade e na auscultação do público.

7. Respeitar a opinião pública para servir a popu-lação

Com a liberalização do sector do jogo e com o crescimento exponencial das receitas provenientes desta indústria, o Governo da RAEM passou a usu-fruir de uma saudável situação financeira. E projec-tou o rendimento mediano dos residentes para as onze mil patacas, ocupando a primeira posição na lista, em termos de Produto Interno Bruto, per capita, dos países da Ásia. Até finais de Outubro de 2010, es-timava-se em 253,400 milhares de milhões de patacas o valor do Fundo de Reservas Cambiais da RAEM. Se bem que as monstruosas receitas do jogo permitam um maior espaço de manobra para se poder resolver as questões que afligem os residentes e a sociedade, é bom não esquecer que isto não significa que todas as preocupações estejam afastadas à partida, pois não poucos abastados países do Médio Oriente, onde a população vive com fartura e em que nada lhes falta, motivo de inveja de muitos outros, também enfren-tam, devido à política autoritária e tirânica dos go-vernantes, sucessivos problemas com manifestações e greves que põem em causa a estabilidade social, ra-zão por que deve esta situação servir de exemplo ao Governo da RAEM.

A transferência, ou não, do TMPE tem impactos directos na vida quotidiana da população, sendo natu-ral, por isso, que seja este o seu foco de atenção e sejam as suas opiniões uma forma de se pronunciarem sobre a política e sobre os projectos de empreendimentos a lançar pelo Governo, enquanto mecanismo de mani-festação de confiança e de apoio ao Governo.

É por isso que as políticas que tenham uma re-lação com a vida da população devem incorporar e respeitar a sua opinião, de forma a grangear o seu envolvimento, através de uma participação, activa e

eficaz, nos assuntos públicos, e, consequentemente, assegurar o direito à informação, à participação e à fiscalizacão. É esta, afinal, a base de um serviço à po-pulação.

8. Apoiar sem reservas a criação de um Governo transparente

Macau é uma sociedade onde impera o sistema de democracia baseado na “política associativa”. Es-tão aqui presentes, hoje, os responsáveis de mais de 50 associações cívicas, enquanto elemento da socie-dade de Macau. O motivo que nos levou a promover esta recolha da opinião pública, de uma forma alar-gada, visa apenas ajudar o Governo a auscultar, de uma forma integral, científica e aprofundada, as opi-niões da sociedade, na esperança de podermos dar o nosso contributo para a criação de um canal eficaz e sem obstáculos para o efeito, junto do Governo, de modo a que todos os assuntos de relevância para a sociedade e relacionados com a vida pública possam ser decididos de forma adequada e conveniente. Ou seja, acolhendo prioritariamente a opinião do público e esforçando-se por implementar as políticas e acções, tomando-as como referência. Fica hoje mais que de-monstrado pelos factos que é através desta forma de consulta que se conseguem mais de 62 mil respostas a um inquérito, o que prova que o público não se re-mete, pura e simplesmente, ao silêncio ou se mantém indiferente aos assuntos que lhe dizem respeito, des-de que as suas opiniões sejam respeitadas. É, portan-to, através deste estado de espírito da população que podem ser lançados os alicerces para a construção de uma sociedade harmoniosa.

Tratou-se, pois, do maior inquérito jamais reali-zado na história de Macau, servindo os seus resulta-dos não só de referência para o Governo na definição das linhas de acção governativa, mas também como forma de expressão do modo como pode ser constru-ído um Governo transparente e uma sociedade com um desenvolvimento sustentável.

Por último, não posso deixar de agradecer aos responsáveis das associações, aos amigos da comuni-cação social e aos ilustres convidados aqui presentes que se associaram a este evento e quiseram assim ma-nifestar o seu interesse no futuro desenvolvimento de Macau. Bem haja a todos.

* Ex-deputado à Assembleia Legislativa e actual membro do Conselho Económico de Macau e da Comissão

de Apoio ao Desenvolvimento Turístico de Macau.

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local

DESFILE REUNIU QUARENtA GRUPoS E cERcA DE SEtEcENtoS ARtIStAS

uma amálgama cultural pelas ruas de MacauOlhos esbugalhados, suspiros de espanto. Dragões dançantes no ar, bailarinos e músicos em terra. O “Desfile por Macau, Cidade Latina” abriu ontem espaço ao jorrar de culturas. As pedras da calçada transformaram-se em ondas do mar, um oceano que uniu diferentes formas artísticas, diversos países e múltiplos rostos. Muitos pedem para que o evento se repita

Um quadro de união, feito de mil cores, mui-tas línguas e tantas culturas foi ontem pin-tado pelas ruas do território. O princípio,

meio e fim do “Desfile por Macau, Cidade Latina” pautou-se pelo encontro de rostos e caras de dife-rentes pontos do globo. Entre o samba do Brasil, o folclore de diferentes províncias chinesas e a “Dan-ça das Tesouras” do Perú, a parada causou espanto a quem assistiu e satisfação a quem organizou. Os dois lados esperam que o evento perdure.

No dia em que se assinalaram doze anos após a transferência de soberania, as Ruínas de São Paulo serviram de baú para muitas surpresas. Pelas escadas junto à fachada actuaram cerca de quarenta grupos, compostos por sete centenas de artistas. Hugo Mene-zes dos portugueses “Tumbala” foi um deles. Com roupas feitas de tecidos, tubos e outros materiais, pretos e vermelhos, o grupo de percussão despertou a curiosidade de muitos. “As pessoas são muito sim-páticas, embora existam evidentes diferenças cultu-rais”, confessa, entre poses para fotografias.

Os “Tumbala” participaram na coordenação da Orquestra Sinfónica de Macau, do Grupo de Ventos e do grupo de capoeira. “Ensinámos, por exemplo, a construir instrumentos recicláveis”. Originalidade não faltou ao desfile. Da tradição à modernidade, dois lados da mesma moeda reflectidos em trajes, ritmos e danças, que subiram a Calçada de São Pau-lo, passaram pela Rua D. Belchior Carneiro, cruza-ram a Rua dos Artilheiros e, indo por outras vielas, chegaram até ao Bairro de São Lázaro. Sempre de passeios apinhados de gente.

Haze Lam, 28 anos, foi uma das habitantes de Macau a assistir ao evento. “É uma excelente ideia,

estou muito surpreendida. Penso que é interessan-te para os locais, mas também para os turistas”. Nascida e criada no território, gosta de ver as “ruas mais agitadas e coloridas”. Semelhante espectáculo despertou no seu íntimo a vontade de um dia vir a fazer parte de uma festa assim. “Gostava muito de participar”, admite, sem conter o riso.

Mais à frente, enquanto os balões gigantes ras-gam o ar frio das ruas de Macau, Jack Fu olha hip-notizado para a massa de gente que anima a Rua de D. Belchior. “É óptimo. Um excelente programa de entretenimento”. Da região vizinha, o homem de 40 anos tem por hábito vir a Macau apenas uma ou duas vezes por ano. “Esta foi uma feliz coinci-dência. Não sabia que ia acontecer algo do género”. Para além da diversão e das cores que lhe enchem o olhar, Jack Fu abriu uma enciclopédia com muitos factos que desconhecia. “Sabia que Macau era um espaço de encontro entre as culturas portuguesa e chinesa, mas não fazia ideia que existiam tantas co-munidades diferentes neste território”.

Laurence Dang, 22 anos, salienta precisamente o bolo cultural. “É uma iniciativa bastante inovado-ra e demonstrativa do que é Macau. A mistura de diferentes elementos artísticos e culturais expressa bem isso”, afirma o jovem estudante na Universi-dade de Macau, oriundo do Continente. Trata-se de uma iniciativa tão bem sucedida que até poderia repetir-se. “Talvez possa tornar-se numa tradição, creio que toda a gente apreciaria uma parada anual deste género”.

Passadas as casas amarelas e vermelhas Bair-ro de São Lázaro, entre fios brancos a decorarem as ruas e com a calçada portuguesa a assistir, mão no tambor, pés em movimento, tudo segue a ritmo certo até à Praça Tap Seac. Adultos e crianças parti-lham a curiosidade, mas também bandeiras colori-das e coroas de papel. É na praça junto ao Instituto Cultural que as pessoas vindas de diferentes pontos da cidade se juntam. A animação e o rebuliço conti-nuam, na rua e em palco. Há pintura ao vivo, com o artista local Pakeong Sequeira, mas também pente-ados originais da autoria dos espanhóis “Osadía”. E lá andam os dragões a desenharem movimentos no ar e a fazerem tombar pescoços em terra.UNIR CULTURAS E ExPRESSõES ARTíSTI-CAS. Com o cair do dia, as atenções concentram-se no palco. Faz-se silêncio para o fado “Gaivota”

e, em voo rasante, caminha-se até ao final. O palco enche-se de artistas de Macau, República Popular da China, Portugal, Brasil, França, Itália, Colômbia, Chile, Venezuela, Peru, Equador e Costa Rica, entre outros. A despedida acontece ao som de “I’d Like to Teach the World to Sing”, pela Orquestra Chinesa de Macau.

Luzes apagadas, praça a esvaziar-se, a equipa de produção já pode respirar de alívio. Sandra Bat-taglia, directora artística do evento, partilha com o JTM a satisfação de um desfile difícil de preparar mas que culminou em aplausos e dezenas de sor-risos. Durante seis meses, a também bailarina do grupo “Amalgama” desenhou o conceito artístico e os objectivos da parada. “Foi meio ano de traba-lho intenso, a escrever dossiês e em busca de um conceito diferente de outras paradas que acontecem pelo mundo. Quis que fosse algo distinto, itinerante e que antes de mais servisse de veículo de ligação de diferentes expressões artísticas e culturas”.

À medida que foi avançando na empreitada de coser uma rede firme, Sandra Battaglia confessa que “existiram momentos muito difíceis”. “Não foi fácil. O último mês foi muito intenso, de reuniões de manhã à noite”, recorda. Pelas mãos da directora artística juntaram-se 40 grupos, 30 dos quais locais, três companhias portuguesas (a Companhia de Dança Amalgama, a Companhia PIA e os Tumbala) e os “Les Plasticiens Volants”, a formação francesa mentora dos balões com mil formas. “Investimos ao máximo nos grupos locais. Realizámos vários ‘workshops’. Muitas das intervenções que aconte-ceram ao longo do percurso foram resultado desse trabalho. Quisemos cruzar artistas, formas de arte e trabalhar em conjunto”

Valeu a pena? “Valeu muito a pena”, diz, ain-da de mãos a tremer. Sandra Battaglia acredita que Macau “poderia ser um exemplo para o resto da Ásia, um portal de tolerância e igualdade”. Ideias que a directora artística torce para ver perpetuadas. “Gostava de continuar a colaborar, a despertar este território para a arte, para a partilha, desenvolver grupos locais, potenciar as culturas e cruzá-las”.

Com o “Desfile por Macau, Cidade Latina” foi possível forjar uma “unidade através da diferença”. Sandra Battaglia lembra que “o oceano também é feito de muitas partículas. E mar rima com amar. É preciso despertar o amor e o respeito pelo outro”.

12º ANIVERSÁRIODA RAEM

12º ANIVERSÁRIODA RAEM

RAquEl CARVAlHO

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entosMacau “poderia ser um exemplo para o resto da Ásia, um portal de tolerância e igualdade” – Sandra Battaglia, directora artística da parada

“Talvez possa tornar-se numa tradição, creio que toda a gente apreciaria uma parada anual deste género” – Laurence Dang, estudante

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O pretenso barão Benyowsky era um astuto aventureiroque foi condenado a trabalhos forçados na Sibéria

local12º ANIVERSÁRIODA RAEM DESPoRTo

RAEHK VIU MELHOR AUTOGOLO DE SEMPRE. o defesa baise festus, do citizen, de Hong Kong, marcou aquele que deverá ser o melhor auto-golo da história do futebol, com um remate acrobático. apesar disso, o citizen venceu o jogo por 3-2.

JUVE VOLTA à CARGA POR GUARÍN. a Juventus estará mesmo decidida a contratar freddy Guarín ao fc Porto, tendo aumentado a proposta apresentada aos dragões de quatro para 10 milhões de euros, avançou a imprensa italiana.

HIStÓRIA RocAmboLESA Do SÉcULo XVIII

o falso barão que enganou um Governador de MacauO barão de Benyowsky, um conde húngaro que fora exilado para Canchatca, na Sibéria, conseguiu enganar vários governadores, entre eles o de Macau. Mais fácil foi ainda a “ascensão” ao trono real de Madagáscar

JOSé SIMõES MORAIS*

Num miserável estado, a corveta S. Pedro e S. Paulo chegou a Ma-cau em 22 de Setembro de 1771,

após seis meses de uma viagem tormen-tosa. Mais trágica era a situação dos 65 sobreviventes que vinham a bordo, na sua maioria militares húngaros, coman-dados pelo coronel barão de Benyowsky. E com eles vinham mais cinco pessoas vestidas de mulher.

Traziam uma fome tal que a sofregui-dão com que se atiraram à comida levou treze a perderem a vida por congestão.

Durante a estadia em Macau, de 22 de Setembro a 17 de Janeiro, o go-vernador Diogo Fernandes Salema e Saldanha, que pela segunda vez desem-penhava o cargo e o Senado, concorda-ram em dar o necessário para que não os deixassem morrer à fome. Mas, foi tal a largueza com que o Senado os sus-tentou que o Vice-Rei da Índia, em car-ta de 28 de Abril de 1772, lhe lembrava que, embora essas acções sejam “muito agradáveis e generosas”, “o cabedal que administra não é seu”.

A história que contaram da sua via-gem começa quando o conde húngaro Maurício Augusto Benyowsky, general de cavalaria dos Confederados foi com-bater os russos na Polónia. Estes aprisio-naram-no em 1769 e mandaram-no para Canchatca com os soldados do seu co-mando. Localizada na Sibéria, Cancha-tca é uma península montanhosa locali-zada no extremo Nordeste da Rússia. Aí os deixaram, sobrevivendo com a caça. O governador Niloff vendo a esmerada educação do conde confiou-lhe a edu-cação das suas filhas, mas a mais velha, Afanásia, apaixonou-se por ele.

Exilado no Canchatca, começou a planear uma fuga com os seus soldados, mas foram descobertos e o governador, com a tropa na refrega para os dominar, foi morto. O conde Benyowsky apode-rou-se da corveta S. Pedro e S. Paulo e fez-se à vela a 12 de Maio de 1771 com os seus 95 homens. Afanásia seguiu-o vestida de homem, e com o nome de Aquiles.

Tencionavam dirigir-se a Cantão e dali seguirem para a Europa, mas as tem-pestades arrastaram o navio até às costas da Califórnia. Daí voltaram para a Ásia e chegaram ao Japão, já fechado aos estran-geiros. Passaram depois para a Formosa (actual Taiwan) onde, pelo facto dos na-tivos se terem oposto ao desembarque, recorreram à força, matando muitos. De-pois de uma estadia de 16 dias, fizeram-se à vela para Macau, onde chegaram a 22 de Setembro de 1771, só com 65 tripulan-tes. Em Macau, durante a sua estadia, fa-

leceram ao todo 22 pessoas.Não se sabe se a russa Afanásia du

Niloff, quando fugiu com o conde hún-garo, sabia ou não que este era casado, ou mesmo quando teve conhecimento disso. A filha mais velha do governador Niloff morreu em Macau e foi sepultada

na igreja de S. Paulo.Outra dessas pessoas sepultadas em

Macau era uma senhora que foi desem-barcada com o seguinte pedido muito extraordinário ao governador: “Que o cadáver fosse enterrado, onde ninguém jazera até então e num lugar honroso;

que se desse licença ao barão para assis-tir ao funeral a fim de prestar honras es-peciais à defunta”. O pedido despertou curiosidade a dois Franciscanos que, à noite, descobriram o corpo de um ho-mem quando espreitaram para dentro do caixão. Descoberto tal malogro logo se deu ordem para dar ao morto um en-terro ordinário, tendo o barão declarado que era um príncipe do Império, enquan-to outros disseram ser um bispo.

Após quatro meses de estadia em Macau partiram e no ano seguinte o con-de encontrava-se já em Paris, oferecendo-se ao Governo francês para fundar uma colónia em Madagáscar.

REI DE MADAGáSCARMaurício Augusto Benyowsky,

acompanhado da sua esposa que vinda da Hungria se juntou a ele em Paris, par-tiu para Madagáscar em 1773 num navio e com soldados que o governo francês lhe pôs à disposição. Passado uns tempos de aí ter chegado, tomou conhecimento de uma história antiga. Contava esta que a filha de Rimini, o chefe da ilha, fora rap-tada e vendida a estrangeiros, que a le-varam para fora da ilha. Então veio-lhe a ideia de se apresentar aos nativos como o filho dessa princesa, versão confirmada pela mulher negra que trouxera consigo que acrescentou que fora companheira de cativeiro da então jovem raptada. O povo acreditou e assim, em 1776 foi pro-clamado rei da ilha de Madagáscar.

Maurício Augusto Benyowsky vol-tou a Paris, agora como rei, para fazer um tratado de aliança. Mas devido à descon-fiança e ciúmes dos oficiais franceses, co-nhecedores da história como este estran-geiro tinha conseguido tal cargo e o título de rei difamaram-no dificultaram-lhe to-dos os projectos. Sem conseguir nenhum tratado com os franceses, rumou para a América e uma firma de Maryland dis-ponibilizou um barco para o regresso do rei à sua ilha. Esta encontrava-se já nos mapas europeus no ano de 1500, quan-do o português Diogo Dias aí passou. No século XVII, os franceses tentavam a sua colonização e tinha então um rei europeu escolhido pelos nativos. Na via-gem, ainda ressabiado com os franceses, o rei Benyowsky aproveitou para, com a ajuda dos seus súbditos, tomar a fei-toria francesa de Angoutzi, onde come-çou a construir uma cidade. O exército do governador da ilha de França para aí se deslocou e o rei escondeu-se com os seus, mas quando estes sentiram os as-sobios das balas a passar perto, fugiram, deixando-o desamparado. Acabou por ser morto por uma bala.

Soube-se só muito mais tarde que o misterioso pretenso barão, que apareceu em Macau em 1771, era um astuto aven-tureiro, condenado a trabalhos forçados no Canchatca, por crimes cometidos tal-vez em Petersburgo, ou em Moscovo e os seus soldados eram presos, que com ele seguiram para o exílio. Com uma gran-de astúcia conseguiu convencer tudo e todos e até os governadores nele acredi-taram. O governador de Macau tratou-o mesmo como um príncipe.

* Colaborador regular do JTM

ver vídeo na edição online do jtm www.jtm.com.mo

NEymAR PEDIU A PEP GUARDIoLA:

“leva-me para o barcelona”Rendido ao futebol do Barça, a coqueluche do Santos e do futebol brasileiro terá metido uma “cunha” a Guardiola

LIGA PoRtUGUESA

Grande reviravolta do bragaA perder por 2-0 ao intervalo, os minhotos cerraram os dentes, viraram o resultado e agora já só estão a dois pontos do Sporting

Quatro golos em dez mi-nutos loucos (num total de sete), uma reviravolta

de se tirar o chapéu, mais um guarda-redes improvisado e emoção até ao fim: o Olhanense-Braga teve de tudo um pouco! E se é verdade que os pupilos de Faquirá fizeram uma primeira parte quase irrepreensível, tam-bém é de elementar justiça des-tacar a reacção dos bracarenses, que rectificaram processos e ti-veram em Lima o artífice capaz de baralhar os adversários.

Foi ao ritmo de Cauê que decorreram os primeiros minu-tos. O possante médio brasileiro inaugurou o marcador e depois obrigou Quim a defesa apertada, ganhando todas as bolas a meio-campo e surgindo lesto na zona de finalização. O tento madru-gador moralizou os algarvios, que neste período construíram outros lances susceptíveis de golo (Wilson Eduardo, Yontcha,

Agra), perante um Braga preo-cupado em anular a desvanta-gem e que abria brechas na zona de construção.

O 2-0, por Yontcha, premia-va o pragmatismo do Olhanense e castigava a tal toada sôfrega dos minhotos. Alan teve nos pés a única ocasião deste período e foi, a par de Lima, dos poucos jo-gadores lúcidos da sua equipa.

Ao intervalo, porém, tudo se alterou. Leonardo Jardim lan-çou Hélder Barbosa e Carlão, passou a actuar em 4x2x4 e o golo de Douglão, logo aos 53’, serviu de mote para uma “caval-gada” dos bracarenses, que em cerca de meia dúzia de minutos obtiveram mais três tentos, ope-rando um fantástico volteface. Os locais não baixaram os bra-ços, fizeram o 3-4, e nem mes-mo após a expulsão de Fabiano (defendeu com os braços fora da área) e o recuo de Cauê para a baliza desistiram dos seus inten-tos: no último minuto, Djalmir teve o empate à mercê.

JTM/DN

Neymar há muito que tem mostrado interesse em jogar na Liga espa-

nhola. No domingo, depois da derrota do Santos por 4-0 frente ao Barcelona, na final do Mun-dial de Clubes, em Yokohama, no Japão, o jovem avançado do Santos foi mais longe e, sem querer saber de empresários e dirigentes desportivos, pediu directamente ao treinador Pep Guardiola para levá-lo para o Barcelona.

Segundo o jornal espanhol AS, no momento em que o mais valorizado internacional brasi-leiro da actualidade felicitou o treinador dos catalães, antes da entrega dos troféus, dirigiu-se a Pep Guardiola e foi directo, pedindo ao técnico para o levar para Camp Nou. “Leva-me para o Barça”, pediu Neymar.

Uns minutos antes, na aná-lise ao jogo para a imprensa, já o jogador de 19 anos se tinha exce-dido em elogios à equipa catalã. “Hoje, o Barça ensinou-nos a jo-

gar futebol”, tinha dito numa de-monstração de humildade. Após o banho e o controlo antidoping, o avançado brasileiro passou pela zona mista, agora mais re-servado, mas com mais palavras de elogio para o adversário no Ja-pão. “O Barça é uma máquina. É fantástico. Para nós era um gran-de desafio chegar aqui. Às vezes para se poder ganhar tem de se saber perder”, atirou.

Estas declarações surgem um mês após Neymar anunciar a renovação de contrato com o Santos e assegurar que iria per-manecer no Brasil até 2014. Po-rém, a imprensa espanhola in-siste em ligar o nome do jogador primeiro ao Real Madrid e agora

ao Barcelona, clubes que já apre-sentaram propostas contratuais.

Todavia, nem mesmo o pedido expresso de Neymar na final do Mundial de clubes fez a direcção do Barcelona alterar a sua postura pública sobre a estrela do Santos. O presidente do clube catalão, Sandro Ros-sel, driblou a questão. “Ney-mar é um grande jogador”, dis-se quando questionado sobre o eventual interesse do Barça na contratação da revelação san-tista, mas “chutou para canto”, dizendo que “quem decide os jogadores a contratar é Pep Guardiola”, e que “não falou” com o treinador sobre Neymar.

JTM/DN

HélIO NASCIMENtO*

Messi cumprimentou Neymar após final do Mundial de clubes

(...) “[O falso barão] com uma grande astúcia conseguiu convencer tudo e todos e até os governadores nele acreditaram. O governador de Macau tratou-o mesmo como um príncipe” (...) – José Simões Morais

Benyowsky viajou por quatro continentes

Histórias de Benyowsky levaram-no ao trono de Madagáscar

ANÚNCIOCONCURSO PÚBLICO PARA

«EMPREITADA DE CONSTRUÇÃO DE PASSAGEM SUPERIOR PEDONAL NA ESTRADA CORONEL NICOLAU DE MESQUITA, NA TAIPA»

1. Entidade que põe a obra a concurso: Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas. 2. Modalidade de concurso: concurso público. 3. Local de execução da obra: situa-se na Estrada Coronel Nicolau de Mesquita, Taipa. 4. Objecto da Empreitada: equipamento de apoio à comunidade, ligando a habitação económica do lote

TN27 e o Jardim do Lago. 5. Prazo máximo de execução: 210 (duzentos e dez) dias. 6. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data

do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no programa do concurso. 7. Tipo de empreitada: a empreitada é por série de preços. 8. Caução provisória: $280 000,00 (duzentas e oitenta mil patacas), a prestar mediante depósito em

dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovados nos termos legais. 9. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber

em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).

10. Preço base: não há. 11. Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para

execução de obras, bem como as que à data do concurso tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.

12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Dia e hora limite: dia 12 de Janeiro de 2012, quinta-feira, até às 17,00 horas.

13. Local, dia e hora do acto público: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, sala de reunião; Dia e hora: dia 13 de Janeiro de 2012, sexta-feira, pelas 9,30 horas. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Hora: horário de expediente; Preço: $1 000,00 (mil patacas).

15. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço razoável 60%;- Plano de trabalhos 10%;- Experiência e qualidade em obras 18%;- Integridade e honestidade 12%;

16. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer na sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, a partir de 4 de Janeiro de 2012 (inclusive) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 7 de Dezembro de 2011.

O Coordenador do Gabinete Chan Hon Kit

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas

Page 9: Jornal Tribuna de Macau

pág 16 quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 jornal tribuna De macau jornal tribuna De macau quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 pág 17

acTualHOMENAGEM SILENCIOSA EM LIÈGE. milhares de anónimos e as mais altas autoridades belgas homenagearam ontem em silêncio as vítimas do tiroteio da praça de Saint-lambert em liége, precisamente uma semana depois do drama que chocou a bélgica. Do tiroteio resultaram cinco mortos, além do atirador que se suicidou, e 120 feridos.

CHÁVEZ ACUSA OBAMA. o Presidente da venezuela, Hugo chávez, acusou o seu homólogo norte-americano de ser “falso” depois de barack obama ter alertado que as relações com o irão não são benéficas para os venezuelanos e questionado algumas políticas do Governo de caracas. “Somos livres e nunca seremos uma colónia tua nem de ninguém (...)”, disse. acTual

SEUL TEME CIBERATAqUES. o ministério da Defesa sul-coreano elevou o nível de alerta contra eventuais ciberataques de Pyongyang, após a morte de Kim Jong-il. a coreia do Norte dispõe de uma unidade de piratas informáticos, o que levou Seul a desenvolver um serviço específico de defesa.

AIEA qUER ENVIAR INSPECTORES A PYONGYANG. a agência internacional de energia atómica (aiea) deve reenviar os respectivos inspectores para a coreia do Norte, a fim de contribuir para a desnuclearização da península coreana, disse o director-geral da agência, Yukiya amano.

o fã de basquetebol que foi “amigo” de um luso-descendente na SuíçaKim Jong-Un frequentou um colégio suíço nos anos 90. Na época exibia grande sentido de humor. E gostava de filmes de acção

O estudante Pak Un estava inscrito numa tur-ma para alunos que não falavam alemão, mas depressa mudou de turma. Era considerado

bem adaptado ao ambiente da escola, com iniciativa e ambicioso. O seu passatempo era basquetebol.” É as-sim que Ueli Studer, o director educativo do colégio de Steinhoelzli, nos arredores de Berna, onde estu-dou o novo líder da Coreia do Norte, descreve aquele que era de facto Kim Jong- un.

Conhecido pelo nome de “Pak Un”, Kim era um “grande fã dos Chicago Bulls”, uma das grandes equipas de basquete dos EUA, e “tinha um grande

sentido de humor, sempre pronto a fazer uma pia-da”, garante Marco Imhof, um seu ex-colega, que se espanta com o facto “de ter jogado basquetebol com a pessoa que dirige agora a Coreia do Norte”.

A mesma paixão pelo basquete é referida por João Micaelo, luso-descendente e actual mestre cozi-nheiro num restaurante de Viena que frequentou o colégio na mesma época de Kim, de 1998 a 2001. “Na época, ele vivia para o basquetebol. Víamos filmes do Jackie Chan, fazíamos videojogos e estudávamos, cla-ro”, disse à Reuters e à CNN. Micaelo privou algum tempo com Kim, que caracteriza como “bom amigo e boa pessoa”. Este era “bom em matemática e dese-nho”, diz o luso-descendente.

Esta “boa pessoa”, nascida em Janeiro de 1984, é o terceiro membro da família a assumir a direcção da Coreia do Norte. Fundado em 1948 e dirigido por seu

avô Kim Il-sung até à sua morte em 1994, o regime de Pyongyang foi chefiado até sábado último por Kim Jong-il, de quem Kim Jong-un é o filho mais novo.

coREIA Do NoRtE

Novo líder enfrenta futuro incerto

Kim Jong-un chega ao poder aos 30 anos.Sem tempo para preparar o seu exercício.

Regime depende dos militares e de Pequim

As cenas de choro convulsivo mostradas segunda-feira na televisão norte-coreana pou-

co depois de anunciada a morte do “Querido Líder” Kim Jong-il não fo-ram a única reacção orquestrada pelo

regime de Pyongyang, após o desa-parecimento daquele que governou o país desde 1994.

Poucas horas após o anúncio da morte de Kim, de 69 anos, devido a uma crise cardíaca, a Coreia do Sul revelava que Pyongyang “procede-ra ao lançamento de dois mísseis de curto alcance”. Um tipo de actuação

que o regime costuma adoptar em momentos delicados da sua exis-tência. Um gesto que evidencia a importân-cia dos militares na estrutura de poder na Coreia do Norte.

O modo como o aparelho militar norte-coreano irá comportar-se no futuro próximo era a grande interroga-ção e o principal factor de incerteza sublinha-do nos comentários internacionais. O facto de o sucessor de Kim Jong-il ser o seu filho mais novo, Kim Jong-un, de apenas 30 anos, levou muitos analistas a dar como indispensá-vel um período de tran-sição, em que o novo lí-der será “assessorado” por um pequeno grupo de generais.

Em paralelo com alguns familiares pró-

ximos, aqueles chefes militares po-derão funcionar como regentes numa primeira fase. Num segundo momen-to, ou o novo líder consegue afirmar-se ou, mesmo permanecendo formal-mente no poder, a direcção efectiva do regime caberá a outros.

Kim Jong-un foi marcado para a sucessão em 2009, ou possivelmente em 2008; protagonizou então uma as-censão fulgurante.

Acompanhou o pai numa visita à República Popular da China, onde as autoridades de Pequim teriam dado “luz verde” ao processo de transição familiar. No plano interno, começou a ser referido pela expressão “Brilhante Camarada”, integrou a Comissão Mi-litar Central, e foi promovido a gene-ral de quatro estrelas em Dezembro de 2010, um dia antes do início de um congresso – evento raro – do Partido dos Trabalhadores, no poder na Co-reia do Norte. No partido, ascendeu também à sua direcção.

Chegou anteontem formalmente à liderança do regime, sob o cognome de “Grande Sucessor”, mas sem tem-po nem experiência para ter construí-do uma base de poder própria e uma rede de cumplicidades directamente ligadas à sua pessoa. O que pode ser a sua maior fragilidade política.

A generalidade das reacções in-ternacionais foi cautelosa e sublinhou a necessidade de “estabilidade e segu-rança na península coreana” – caso dos EUA – e de igual estabilidade interna, como foi salientado por Pequim.

Como já sucedera com o desa-parecimento do pai de Kim Jong-il, o “Grande Líder” Kim Il- sung, os me-dia divulgaram notícias sobre a “tris-teza indescritível” da população, e a televisão local mostrou imagens de pessoas chorando nas ruas, de for-ma convulsiva, lamentando, entre as lágrimas, o desaparecimento de Kim Jong-il.

A morte do “Querido Líder” ti-nha ocorrido 48 horas antes, no sába-do, mas o regime manteve em segredo o facto, inclusive dos serviços de in-formação sul-coreanos, habitualmen-te bem informados sobre o quotidiano do regime considerado o mais opaco do mundo.

Personalidade paranóica - recusa-va viajar de avião, fazendo-o sempre de comboio -, Jong-il era conhecido pelo seu gosto de filmes de acção e gosto pela bebida. Suposto autor de óperas e outras peças musicais, orde-nou em 1978 o rapto de um cineasta sul-coreano e sua mulher para ajuda-rem a criar a indústria cinematográfi-ca do Norte.

A Coreia do Norte viveu vários períodos de fome generalizada sob Jong-il. Foi ainda sob a sua égide que o país realizou a primeira detonação nuclear, em 2006, e esteve envolvido, em Março de 2010, na crise mais grave desde o fim da guerra de 1950- 53: o afundamento de um navio de patru-lha do Sul, em que perderam a vida dezenas de marinheiros.

* JTM/DN

ABEl COElHO DE MORAIS*

Kim Jong-Un estudou num colégio suíço nos anos 90

Pequim confirmaapoio a Kim Jong-unA China manifestou ontem o seu apoio expresso a Kim Jong-un como novo líder da Coreia do Norte, abrindo as portas para uma visita ao território chinês

TV norte-coreana mostrou corpo de Kim Jong-ilA televisão estatal norte-coreana mostrou ontem pela primeira vez o corpo do antigo líder da Coreia do Norte, Kim Jong-il

Nas imagens divulgadas pela televisão estatal podem ver-se diversos

dirigentes do partido no poder e o seu filho e sucessor, Kim Jong-un. Jong-il, que dirigia com mão de ferro a Coreia do Norte há 17 anos, aparece num caixão com o habitual uniforme em caqui e rodeado de flores brancas e ver-melhas.

“O camarada Kim Jong-un (...) visitou o corpo do camarada Kim Jong-il com representantes do seu partido, do governo e do Exército para exprimir as suas condolências e a sua mágoa”, avançou a agência oficial norte-coreana KCNA.

Entretanto, a Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, declarou estar “profun-damente inquieta pelo bem-es-tar do povo norte-coreano”. “Os nossos pensamentos e as nossas

preces estão com eles nestes tem-pos difíceis”, acrescentou Clin-ton. Paralelamente, o Governo da Coreia do Sul apresentou ontem as suas “condolências” ao povo da Coreia do Norte, acrescentando, porém, que não irá enviar qualquer representan-te oficial às cerimónias fúnebres do dirigente comunista, marca-das para o dia 28 de Dezembro.

“O Governo apresenta as suas condolências ao povo da Coreia do Norte”, declarou o mi-nistro sul-coreano para a Reuni-ficação, Yu Woo-Ik. “Não iremos enviar nenhuma delegação go-vernamental, mas as famílias do antigo presidente Kim Dae-Jung e do antigo presidente do gru-po Hyundai Chung Mong-Hun serão autorizadas a deslocar-se até ao Norte” para as exéquias fúnebres, acrescentou o mesmo governante.

Kim Jong-un é um grande líder da Repúbli-ca Popular Democrática da Coreia, assim como um bom amigo do povo chinês, que

contribuiu muito para o desenvolvimento do so-cialismo”, assegurou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), Liu Weimin.

“Acreditamos que sob a liderança de Kim Jong-un serão promovidos esforços para construir um forte país socialista e alcançar a paz na penínsu-la coreana”, acrescentou.

Inicialmente, o porta-voz não quis mencionar a possibilidade do novo líder norte-coreano viajar até à China, mas minutos depois, após receber uma nota oficial, especificou que Pequim “dá as boas-vindas a visitas dos líderes da Coreia do Norte quando acharem conveniente”.

Por outro lado, Liu considerou pouco prová-vel que líderes comunistas chineses visitem a Co-reia do Norte nos próximos dias para assistir ao fu-neral de Kim Jong-il, “já que a parte norte-coreana expressou claramente que não haverá delegações estrangeiras”.

O porta-voz do MNE informou ainda que o chefe da diplomacia chinesa, Yang Jiechi, conver-sou por telefone com os homólogos da Coreia do Sul, Kim Sung-hwan, e dos EUA, Hillary Clinton, para coordenar posições sobre a situação regional após a troca de poder na Coreia do Norte. “Yang disse que a paz e a estabilidade na península core-ana são um interesse comum de todas as partes, e que a China fará todos os esforços possíveis para mantê-las”, assinalou Liu.

O Presidente chinês, Hu Jintao, visitou ontem a embaixada da Coreia do Norte em Pequim para apresentar condolências pela morte de Kim Jong-il, informou entretanto a agência oficial Xinhua.INFLUENCIAR SEM INTERFERIR. Um jornal oficial chinês defendeu ontem que “a China deve

influenciar a evolução da política da Coreia do Norte, mas sem interferir nos seus assuntos inter-nos”. A Coreia do Norte “é um especial parceiro estratégico da China (...) Desistir da influência so-bre (aquele) país pode resultar na violação dos inte-resses da China”, diz o Global Times num editorial sobre a sucessão de Kim Jong-il.

“Tão cedo quanto possível”, a China deve en-viar “uma missão de alto nível” à Coreia do Nor-te para “manter uma estreita comunicação com o novo líder e dar um forte sinal a Pyongyang e ao mundo”, propõe o jornal, uma publicação do Gru-po Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comu-nista Chinês.

“Como o novo líder [Kim Jong-un] é bastante jovem, alguns países esperam que ocorram mudan-ças drásticas e tomarão até medidas para alcançar isso. Sendo um pequeno país, nas actuais condições geopolíticas, a Coreia do Norte é susceptível de so-frer pressões”, refere o Global Times, acrescentan-do que “a China deve dar um poderoso e seguro apoio a uma transição de poderes sem sobressaltos na Coreia do Norte”.

Um académico chinês citado pelo Global Ti-mes adverte que qualquer “turbulência” na Coreia do Norte “provocará um afluxo de refugiados à China e ameaçaria a gestão dos seus engenhos nu-cleares”.

Imprensa chinesa dedicou amplo espaço à morte de Kim Jong-il

POLíCIA JUDICIáRIA

Nos termos do disposto nos artigos 104.º, 105.º e 106.º do Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 87/89/M, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.° 62/98/M, conjugados com o n.° 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, avisa-se Choi Kun Peng, investigador criminal principal da Polícia Judiciária, para se dirigir pessoalmente à Divisão de Pessoal e Administrativa, sita no 3.º andar do Bloco B da Polícia Judiciária, na Rua Central, dentro do horário de trabalho, antes do dia 29 de Dezembro de 2011, para receber a guia de presença na Junta de Saúde do dia 30 de Dezembro de 2011.

Polícia Judiciária, aos 15 de Dezembro de 2011.

O Director, Wong Sio Chak

AVISO Direcção dos Serviços de Economia

CARTA-CIRCULAR

C.C.: 3 / 2011 / DGCE

Data: 19 /12 / 2011

Renovação de licença e declaração de importação de

aves domésticas vivas, peixes e legumes, etc.

• Associações Empresariais• Comunicação Social• Divulgação Interna• Internet• Afixação

Na sequência da nova revisão da Nomenclatura para o Comércio Externo de Macau/Sistema Harmonizado (5.ª revisão) que entrará em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2012, procede-se à alteração correspondente de determinados códigos de mercadorias – NCEM /SH a preencher na licença e declaração de importação referidas em epígrafe. Avisa-se todos os operadores que se dedicam à importação de mercadorias de aves domésticas vivas, peixes e legumes, etc., que irão ser emitidos novos modelos de impressos destinados a tal efeito.

Os novos modelos de licença e declaração de importação começarão a ser utilizados a partir de 1 de Janeiro de 2012, mas simultaneamente, podendo ainda ser usados os modelos antigos.

O Director dos Serviços, Sou Tim Peng

Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes

ANÚNCIO

Faz-se saber que em relação ao concurso público para a execução da empreitada de «Construção do Segmento dos Postos Fronteiriços da Taipa da 1ª Fase do Sistema de Metro Ligeiro – C370», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau nº 45, II Série, de 9 de Novembro de 2011, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2º do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso.

Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de expediente na sede do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes, sita na Rua do Dr. Pedro José Lobo, Edif. Banco Luso Internacional, nºs 1-3, 26º andar, Macau.

Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes, aos 15 de Dezembro de 2011.

O Coordenador do Gabinete,Lei Chan Tong

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pág 18 quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 jornal tribuna De macau jornal tribuna De macau quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 pág 20

VoLtA AomUNDMembros do PC chinês têm de ser ateusos militantes do Partido comunis-ta chinês estão proibidos de seguir qualquer religião, devendo pelo contrário promover o marxismo e o ateísmo, proclamou um respon-sável da organização citado ontem na imprensa oficial. “Se o Partido levantasse a proibição (de seguir uma religião), como algumas suge-rem, isso teria perniciosas conse-quências”, escreveu zhu Weiqun, vice-ministro do departamento do comité central do Pcc encarregue dos contactos com sectores exterio-res ao Partido (a chamada frente unida). “as organizações do Parti-do ficariam altamente enfraqueci-das na luta contra o separatismo” se os seus membros se convertes-sem a uma religião, argumentou. zhu Weiquan referia-se em parti-cular ao tibete e a xinjiang, duas regiões maioritariamente habitadas por etnias de religião budista ou muçulmana, e onde “as forças hos-tis, internas e externas, fazem tudo o que podem para usar a religião para actividades separatistas”.

Newt Gingrich recua nas sondagens eleitoraisa posição de Newt Gingrich como favorito para ser o candidato repu-blicano a Presidente dos eua em 2012 está a perder força, depois de várias semanas de ataques por parte dos adversários e de um intenso escrutínio da imprensa a respeito do seu passado político e pessoal. a nível nacional, Gin-grich aparece agora empatado com romney, ambos com 28%, segundo uma pesquisa cNN/orc que ouviu eleitores republicanos e independentes com simpatias pelo Partido republicano.

675 paquistanesas vítimas de “crimes de honra”Pelo menos 675 mulheres e rapa-rigas paquistanesas foram mortas durante os primeiros nove meses de 2011 em “crimes de honra”, indicou a comissão dos Direitos Humanos paquistanesa. entre as vítimas, 71 têm menos de 18 anos. a comis-são registou 791 crimes de honra em 2010 e a tendência este ano não é para que diminuam. Perto de 450 daquelas mulheres foram acusadas de terem “relações proibidas” e 129 de se terem casado sem aprovação da família. uma parte das vítimas foi violada, por vezes por várias pesso-as, antes de ser morta. Pelo menos 19 foram mortas pelos filhos, 49 pe-los pais e 169 pelo marido, segundo a comissão.

Polícia britânica poderá usar armas em distúrbiosa polícia britânica poderá utilizar le-galmente armas de fogo em deter-minadas circunstâncias durante dis-túrbios como os que se registaram em inglaterra em agosto, indica um relatório oficial ontem publicado. De acordo com o documento, elabora-do pelo corpo de inspectores da po-lícia, que supervisiona a actividade das forças de segurança, os agen-tes poderão disparar em função “do risco e da gravidade das conse-quências” de cada situação.

acTualDéFICE PORTUGUês FICA NA CAsA DOs 4%. o ministro português das finanças, vítor Gaspar, anunciou ontem que o défice orçamental este ano ficará na casa dos 4%, mas que sem as medidas extraordinárias tomadas, ficaria acima dos 8%. “o défice orçamental ficará com toda a probabilidade na casa dos 4%, bem abaixo dos 5,9%”, estipulados no programa com a ‘troika’, disse o ministro, numa audição conjunta com o secretário de estado adjunto do primeiro-ministro.

Three Gorges revela que nove empresas entraram na corrida pela privatização da EDP. As acções da eléctrica portuguesa têm potencial de valorização de 19%

A EDP vai servir como porta de entrada da Three Gorges no Brasil. O anúncio foi feito pelos chineses, que admiti-ram estar na corrida pela privatização da eléctrica portu-

guesa para ter acesso aos elevados recursos naturais do Brasil e à experiência da administração da EDP para desenvolver a sua expansão internacional.

Em comunicado citado pelo Wall Street Journal, a Three Gorges considera ter “uma ligeira vantagem” numa corrida que, na sua fase inicial, chegou a ter nove interessados. Além disso, os chineses criticam o facto de a imprensa portuguesa questionar a sua entrada como uma ameaça à economia.

Segundo a empresa chinesa, foram nove as companhias que integraram o primeiro lote de candidatos à compra da po-sição estatal de 21,35%, sendo que após duas rondas restam apenas três: a Three Gorges, E. ON e Electrobras. Ou seja, os chineses colocam já a Cemig fora da corrida.

Os chineses consideram ainda ter “uma ligeira vantagem”, argumentando que a sua oferta final é, “segundo os media por-tugueses, de 2,7 mil milhões de euros, ou seja, 5% superior à proposta da E. ON e 6% superior à da Electrobras”.

No entanto, a Three Gorges critica o facto de a imprensa portuguesa ter questionado se a venda desta posição aos chine-ses não poderá representar uma ameaça à economia. A empresa espera, por isso, que o concurso tenha um vencedor escolhido com base em questões comerciais e não políticas, salientando que o próprio ministro do Comércio chinês já expressou publi-camente o desejo de que Portugal cumpra os princípios do mer-cado e trate as propostas de forma aberta, justa e transparente.

A decisão final está prometida para este ano, mas no Con-selho de Ministros desta quinta-feira poderá ser anunciado o vencedor. Questionado pelo DN/ Dinheiro Vivo, o CEO da

Dif Broker, Pedro Lino, considera que, com o anúncio, “as ac-ções poderão sentir um impacto inicial positivo, mas limitado à evolução dos mercados”. Já Paulo Santos, analista da XTB, não espera grandes alterações “porque a detenção desse bloco de acções não alterará grandemente a realidade fundamental da EDP”.

Quando comparada a média dos preços-alvo de 21 casas de investimento, de 2,815 euros, com a cotação actual, de 2,37 euros, as acções da EDP apresentam um potencial de valori-zação de 19%. No entanto, os analistas não são tão optimistas. “Não é expectável uma valorização dessa grandeza até porque os investidores devem ter a noção de que quem comprar a po-sição está a pagar um prémio de controlo”, avisa Pedro Lino. Já Paulo Santos defende que “para já, o que se pode dizer é que a sazonalidade até ao final do ano é favorável”.

* JTM/DN

PoRtUGAL

Grupo chinês quer EDPpara entrar no brasil

PoRtUGAL

cavaco “preocupado” com coesão socialO Presidente português reconhece que está “muito preocupado” com a coesão social e diz estar a fazer tudo para limitar as consequências sociais da crise, insistindo que o diálogo entre PSD e PS “é muito importante”

A crise requererá muito tempo, devemos romper o círculo vicio-so. Temos uma recessão e o de-

semprego aumenta rapidamente. Ando muito preocupado com a coesão social, com o desemprego entre os jovens, com o perigo da exclusão social dos pobres. A nossa resistência vai ser muito posta à prova em 2012”, afirma o chefe de Es-tado, numa entrevista ao diário econó-mico holandês “Financieele Dagblad” publicada ontem.

Insistindo que deve ser encontrada uma “certa igualdade e um equilíbrio na repartição dos encargos da crise”, Cavaco Silva fala ao longo da entrevis-ta das “medidas duras de austeridade” que o Governo “pretende realmente implementar” e sublinha a “grande res-ponsabilidade patriótica” que os portu-gueses têm demonstrado.

“Queremos mostrar que fazemos o que devemos fazer. Claro que as pes-soas não estão satisfeitas. Mas é o mo-mento para reparar os nossos erros”, defende Cavaco Silva, contestando as previsões negativas de que Portugal não conseguirá vencer a crise.

Apontando o excessivo investi-mento em bens não transaccionáveis como um dos erros cometidos pelos portugueses, que beneficiaram do Euro e tiveram “uma vida fácil”, o Presiden-te da República lamenta a forma como

o país negou as consequências da im-possibilidade de ter uma política de taxas de câmbio, concluindo: “Fomos, portanto, demasiado negligentes”.

Agora, preconiza, Portugal en-frenta um “grande desafio”, precisa de reforçar o sector da produção para ex-portar mais e para tornar desnecessária parte das importações.

Cavaco Silva, que vinca na entre-vista o “poder da palavra” de que dis-põe, lembrando que todas as quintas-feiras tem “um longo encontro” com o primeiro-ministro e que por essa via pode exercer influência e “comentar as medidas ainda numa fase precoce”, re-nova também os apelos ao diálogo en-tre PSD e PS.

“Nas condições actuais tento fazer tudo para limitar as consequências so-ciais da crise. O diálogo entre o PSD e o PS é muito importante”, defende, recor-dando que os socialistas não votaram contra o Orçamento do Estado para 2012 e que isso é “muito positivo”.

Contudo, acrescenta, o diálogo com o PS “continua a ser muito necessário”.

Além disso, refere ainda Cavaco Silva, é igualmente “essencial” a con-certação tripartida do Governo com os sindicatos e o patronato.

Nove empresas entraram na corrida pela posição estatal na EDP

acTualDETIDOS JORNALISTAS NA TURqUIA. a polícia turca prendeu ontem pelo menos 35 pessoas, a maior parte das quais jornalistas, numa nova onda de detenções contra a união de comunidades do curdistão, considerada como a “rede urbana” do grupo armado Partido dos trabalhadores do curdistão.

MAIs REPREssÃO NA sÍRIA. o Presidente sírio promulgou ontem uma lei que estabelece a pena de morte para quem distribuir armamento para grupos que “planeiam cometer actos terroristas”, num sinal de que o regime, apesar das promessas, continua com as acções repressivas contra a população.

tIAgO fIguEIREDO SIlVA*

ESPANHA

o galego de direita que foi eleito à terceiraRajoy, de 56 anos, venceu para o PP as legislativas de 20 de Novembro. Galego, apreciador de charutos e adepto do Deportivo da Corunha, toma hoje posse como primeiro-ministro

PAtRÍCIA VIEgAS

Em Abril de 2004, um mês depois da eleição de José Luis Rodrí-guez Zapatero, o jornalista Ós-

car Campillo Madrigal escrevia um livro intitulado Zapatero: Presidente a la Primera (“Zapatero, Primeiro-ministro à Primeira”). Hoje, se o ac-tual director do grupo Marca decidis-se escrever um livro sobre Mariano Rajoy, esse poderia ter como título, por exemplo, Rajoy: Presidente a la Tercera (“Rajoy: Primeiro- ministro à Terceira”). Ao contrário de Zapatero, que chegou a líder do PSOE em 2000 e foi eleito para a chefia do Governo quatro anos mais tarde, numas elei-ções marcadas pelo efeito dos aten-tados do 11 de Março, Rajoy chegou a líder do PP em 2003, mas só agora, em 2011, depois de duas tentativas falhadas, conseguiu ser eleito para a Moncloa (palácio do Governo de Es-panha).

O político que não disfarça nada as suas origens galegas, até porque quando fala carrega no xis, mostrou que a paciência pode compensar a longo prazo e conseguiu para a di-reita a sua mais expressiva maioria absoluta da democracia em Espanha: 186 deputados no Congresso espa-nhol (mais três do que os que con-seguira em 2000 José María Aznar, o seu mentor de longa data). Agora, todos esperam para ver o que o novo primeiro-ministro espanhol vai fazer para enfrentar a crise, incluindo a União Europeia.

Tentando evitar os media desde que venceu as eleições, Rajoy reuniu-se com os presidentes das comunida-des autónomas espanhola que são do seu partido (11 num total de 17) para discutir formas de reduzir o défice. Encontrou-se com os líderes dos sin-dicatos e dos patrões para debater a reforma do mercado laboral e pediu-lhes que cheguem a acordo depois do Natal.

Os media espanhóis falam na in-tenção de tornar os despedimentos mais baratos em Espanha. Rajoy tem-se reunido algumas vezes com José Rodríguez Zapatero, com o objectivo de consertar a posição espanhola na UE, tendo o socialista representado o país na cimeira de dia 9. Isto por-que Rajoy só toma posse hoje. O seu Governo toma posse no dia seguinte,

data em que anda à roda a Lotaria de Natal, El Gordo, (que tem 2,5 mil mi-lhões de euros para distribuir). Por-tanto, muito do calendário político do líder popular gira à volta da época de Natal.

Mariano Rajoy Brey nasceu a 27 de Março de 1955 em Santiago de Compostela, a cidade natal galega do seu avô Enrique Rajoy Leloup, um dos responsáveis pela redacção do estatuto de autonomia da Galiza durante a II República em Espanha. O seu pai, o reputado jurista Mariano Rajoy Sobredo, dirigiu a Audiencia Provincial de Pontevedra e educou os quatro filhos com grande discipli-na e vocação para as leis. Estudante exemplar, saído da burguesia da pro-víncia, licenciou-se em Direito pela Universidade de Santiago em 1977. E enquanto outros gastaram tempo a protestar contra o franquismo, na Galiza daquele tempo, Rajoy preferiu submergir-se em tratados jurídicos. Talvez venha daí a sua obsessão pe-los números: nos debates televisivos que teve, primeiro com Zapatero, em 2008, e com Alfredo Pérez Rubalcaba, agora, não resistiu nunca a desfiar um novelo de algarismos.

O líder do PP teve o seu primei-ro emprego no registo predial. Tinha 23 anos. Seis anos depois, estreou-se como deputado no Parlamento auto-nómico da Galiza, aos 27 anos chegou a vereador e aos 31 tornou-se presi-dente do Conselho provincial de Pon-tevedra. Em 1996, aos 41 anos, Rajoy, que até então ganhara o apelido de “solteiro dourado”, casou-se com El-vira Fernández Balboa, filha de um construtor de Sanxenxo, em Ponteve-dra, católica e formada em Economia. O casal conhecera-se quatro anos an-tes, no bar La Luna, precisamente em Sanxenxo. Têm dois filhos, Mariano e Juan. Apesar da discrição e timidez que caracteriza o casal, no dia da vi-tória eleitoral, Rajoy e “Viri”, como os media lhe chamam, beijaram-se na boca na varanda da sede do PP, no n. º 13 da calle Génova em Madrid. Agora, a família vai mudar-se para o Palácio da Moncloa, apesar de Rajoy ter inicialmente dado a entender o contrário. “Estou muito bem na mi-nha casa”, declarara numa entrevista antes das eleições, sublinhando que Ana Botella, a mulher de Aznar, um dia lhe disse que a Moncloa era “ina-bitável para uma família normal”.

1996 foi o ano em que Aznar ga-nhou as legislativas para o PP e cha-mou Rajoy para o Governo. Foi seu ministro quatro vezes. Primeiro da Administração Pública, depois da Educação e Cultura, a seguir do In-terior e depois da Presidência. Entre 2000 e 2003, foi vice-primeiro-minis-tro. Como porta-voz do Governo, teve a dura tarefa de falar sobre a catástrofe do Prestige, na Galiza, em 2002, mas também sobre a decisão de Aznar em apoiar George W. Bush na guerra do Iraque, em 2003. Em 2004, a insistência do Governo PP em re-lacionar a ETA com as explosões nos comboios de Atocha terá custado vo-tos à direita.

Com a ETA não tenciona Rajoy dialogar, agora que chegou à chefia do Governo de Espanha. Isto apesar de a organização terrorista basca ter anun-ciado a 20 de Outubro que renuncia à luta armada, precisamente um mês antes das eleições. “Com a ETA não há nada a falar”, disse o líder do PP numa entrevista antes de vencer as eleições, adiantando que vai continu-ar a via da repressão, escolhida pelo PSOE depois de uma tentativa falhada de diálogo com os terroristas bascos. Adepto do Deportivo da Corunha e apreciador de um bom charuto, Rajoy, hoje com 56 anos, prometeu revogar a lei do aborto de Zapatero. Mas quanto a outras leis aprovadas pelo PSOE nas suas duas últimas legislaturas, como a dos casamentos entre pessoas do mes-mo sexo, o líder dos populares não dis-se ainda o que pretende fazer. Crítico da Europa dos tecnocratas e defensor dos políticos eleitos de forma demo-crática, Rajoy está agora mais preocu-pado com a crise, com a pressão dos mercados sobre a dívida espanhola e com os cinco milhões de desemprega-dos que tem às costas. O seu objectivo será impedir que o número suba para os seis milhões.

JTM/DN

Rajoy anuncia cortes de 16,5 mil milhões

Numa tentativa de conter a crise no país, o novo líder do Governo da espanha, mariano rajoy, anunciou novos cortes de gastos estatais de 16,5 mil milhões de euros em 2012, mudanças no sistema de aposentadoria e o fim das pontes junto aos feriados, mas em contrapartida ofereceu um aumento nas pensões e reduções de impostos para as pequenas empresas. “teremos que reduzir a diferença entre receitas e gastos para o conjunto das administrações públicas”, disse rajoy, num discurso perante o Parlamento. a espanha, um dos mais afectados pela crise na europa e pela explosão da bolha imobiliária, tem como meta principal a redução de seu défice público, que chegou a 9,3% em 2010. “Segundo as previsões da ministra da economia, elena Salgado, o desequilíbrio entre receitas e despesas do conjunto das administrações públicas ficará em 65 mil milhões de euros de défice este ano, cerca de 6% do Pib. esta cifra, no entanto, pode ser superada”, afirmou ainda rajoy. com o maior índice de desemprego da união europeia e as altas taxas de juros sobre os títulos das dívidas, há fortes indícios de que a espanha pode ser o próximo país a necessitar de um pacote externo de resgate financeiro.

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(...) “o voluntarismo iluminado, por mais bem-intencionado que seja, é perigoso. Sem os pés assentes na terra, as prioridades serão as erradas e as reformas estruturais falharão. e podem comprometer a democracia” (...)

Alberto Castro in “Jornal de Notícias”D

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oPiNião

jornal tribuna De macau quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 pág 21

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JTM/DN

oPiNião(...) “Que seja por fim elaborado o famoso plano urbanístico para a cidade e as ilhas que assegure que o desenvolvimento urbano não agrida o nosso património histórico e a habitação social cuide dos seus futuros beneficiários ao menos como pandas” (...)– Luiz de Oliveira Dias

(...) “No estado em que estamos, na luta subterrânea no mundo da Justiça, quem não optar, simplesmente, pelo silêncio, por um absoluto (parafraseando a ministra) silêncio “institucional”, faz parte do problema, não da solução” (...) – Pedro Tadeu

Votos, sonhos e pesadelos

Não tendo registos de memória nem, por enquanto, capacidade

para recorrer aos “googles”, faltam-me bases para também eu fazer o ba-lanço do ano. O que me não impede, todavia, de cumprir o dever cívico de votar, no sentido de fazer e exprimir votos, menos ainda de sonhar.

E o primeiro é, naturalmente, por que em 2012 se chegue ao Natal pelo menos com tanta paz, bem estar e har-monia como agora temos. E o segun-do, obviamente, por que se leve a sé-rio a obrigação prioritária de inverter a galopada do aumento dos produtos mais indispensáveis – alimentação, rendas de casa, medicamentos, trans-portes, e livros (especial os escolares), punindo com rigor os “gangs” de es-peculadores que nos sufocam o dia-a-dia e as justas esperanças de vida me-lhor; chega de estudos e de comissões e grupos de trabalho; é acção o que se exige agora.

Depois - só sonho? - que seja por fim elaborado o famoso plano urba-nístico para a cidade e as ilhas que as-segure que o desenvolvimento urbano não agrida o nosso património históri-co e a habitação social cuide dos seus futuros beneficiários ao menos como pandas.

Outro voto (que não devia ser neces-sário) por que as autoridades responsá-veis acabem com esse atraso - essa des-graça - da venda praticamente livre de drogas nos lugares da noite, bem como de álcool a menores em restaurantes, ba-res e discotecas.

Mais um sonho (mais um voto que não tinha por que ser preciso) que se co-mece a actuar a sério contra os conduto-res e os proprietários de táxis que, além de continuarem a assaltar-nos com total impunidade, sujam a imagem externa de Macau. E o mesmo contra os anteneiros, que se estão descaradamente a rir da Lei e os seus agentes destruindo logo à parti-da, como, acima, o da DSAT, o prestígio da DS das Telecomunicações. Será que al-guma coisa, mesmo que mínima, melho-rou com a criação destas duas Direcções de Serviços? Então…

Eu não comento - não sou doido… - a colocação do novo Centros de Saúde da Taipa num dos lugares mais fora de mão da vila; mas, já agora, fora de mão por fora de mão, por que o não instalaram an-tes nas traseiras do “Domo” do Manuel Silvério? Dava-se mais utilidade àquela infra-estrutura comunitária e…ficava mais barato. E como estou com a mão na moca, quando é que a Saúde se resolve a começar as obras de melhoramento do

Posto de Coloane, “há anos” provisória (e miserabilistamente instalado) nuns cubículos exíguos muito piores que os da sua sede? Além dos mais, rosna-se na vila que aquela linda casa da praceta do jardim vai ser obsequiada com uma torre-monstro das que todos conhece-mos, para satisfação da ganância insaci-ável de alguns construtores e projectis-tas. Pior que um crime, seria mais uma vergonha.

E, como estamos nas ilhas, eu e mais alguns milhares de residentes e utilizadores daquém e dalém rio, preci-samos de saber – mas não passa de um sonho… - quando acaba a devastação das casuarinas que nos protegem e à Praia de Hác-sa e a sua incrível substi-tuição (incrivel e algo misteriosa) por al-gumas centenas de palmeiras raquíticas tão feias como inúteis.

E tenho mais. Pelo menos mais dois que, longe de sonhos, são pesa-delos. Dois votos que faço com inteira consciência da sua inutilidade. Mas…

Há dias, um senhor deputado co-nhecido pela sua incontinência verbal e pelo vazio negativista – é só bater, bater… - das suas intervenções, teve o descôco de afirmar no Plenário que a existência de deputados nomeados se deve ao receio dos portugueses, na altu-ra da redacção da Declaração Conjunta, de virem a ficar privados de vozes que protegessem os seus interesses. Inau-dito! Inaudito mas, foi dito e foi ouvi-

do sem que nenhum dos seus colegas, especialmente os visados, lhe tivesse administrado o correctivo que merecia. Daí o meu voto - que lho dêem as urnas no próximo sufrágio.

E acabo com outro voto, um voto - pesadelo; tão platónico e póstumo como o anterior: o do escândalo académico que foi a escolha de um professor chi-nês, que não conhece o Direito de Ma-cau nem fala Português, para director da nossa Faculdade de Direito. Não é difícil descortinar a razão que, aliás, pa-rece encobrir uma intenção velada de se começar a tornear o nosso Sistema Jurídico, esteio da nossa identidade e da especialidade desta Região e, como tal, consagrado na Lei Básica. Que fa-zer? Agora, apenas protestar. Protestar e estarmos atentos. O que faço indigna-damente, com a legitimidade que tenho de ter colaborado na construção daquela Faculdade.

***Apesar de tudo, neste Sábado já

será Natal. Boas Festas senhores da Economia, das Obras Públicas, dos Transportes e Comunicações, da Saúde, do IACM, da Assembleia e da Reitoria da UM. Ninguém é contra vós. Somos apenas por Macau. Por um Macau mais justo, mais alegre e progressivo e mais civilizado como o que alguns teimam em não permitir.

*Docente. Anterior presidente do IPM.

TRibuNa

A ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, que não tem o defeito generalizado neste Governo

de falar sem pensar, termina uma entrevista ao di-ário Público com esta frase, em resposta a uma per-gunta sobre o que pensava do procurador-geral da República, Pinto Monteiro: “Sobre isso direi apenas que tenho uma ideia clara, mas também direi duas coisas. Enquanto o procurador-geral estiver em fun-ções, as relações institucionais são institucionais. E mais, esta é uma matéria que envolve dois órgãos de soberania: Governo e Presidente da República. Por-tanto, eu jamais falaria na praça pública sobre essa questão.”

Se há conclusão a retirar deste arrazoado esqui-

as frases opacas da ministra da Justiça

vo é este: a ministra não gosta do procurador-geral e só o suporta porque tem a obrigação institucional de o aturar. Falou, portanto, demais.

Já sabíamos que Paula Teixeira da Cruz também não suporta o bastonário dos advogados, Marinho e Pinto, mas, é seguro, enquanto este for bastonário ela terá a obrigação institucional de o suportar.

Alvitro a hipótese, da minha inteira responsabilida-de, de a ministra também não suportar o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha de Nascimento, quanto mais não seja por ele ter mandado destruir as escutas do “Face Oculta” que envolviam José Sócrates, mas, certamente, enquanto ele estiver nesse cargo ela terá a gentileza de se comportar como alguém que pensa

que “as relações institucionais são institucionais”.Disse, no princípio deste texto, que achava ser

Paula Teixeira da Cruz uma pessoa que reflecte antes de dizer seja o que for. Isto leva-me a pensar que a fra-se sobre Pinto Monteiro é dita intencionalmente para dela tirar um efeito político. Não vislumbro qual, mas sei uma coisa: desde o processo Casa Pia que me farto de ver responsáveis pela Justiça em Portugal troca-rem insultos através da comunicação social portu-guesa, mais vistosos ou mais discretos, numa guerra permanente, motivada por uma combate explosivo entre interesses corporativos, interesses partidários, interesses pessoais misturados com muita incompe-tência. Tudo isto só destrói e nada cria.

Olhando para este exemplo de Paula Teixeira da Cruz, perco a esperança de ela trazer-nos alguma serenidade. Mesmo com linguagem “institucional”, dali sai muito veneno para este ambiente.

No estado em que estamos, na luta subterrânea no mundo da Justiça, quem não optar, simplesmen-te, pelo silêncio, por um absoluto (parafraseando a ministra) silêncio “institucional”, faz parte do proble-ma, não da solução. JTM/DN

PoSTaiS DaS ilhaS luiz de oliveira dias*

Pedro tadeu

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 21/12/1991

há 20 anos

banco da china moStrouaS novaS inStalaçõeSA admisnistração local do Banco da China convidou ontem os jornalistas a visitar as instalações que passam a ser a sede da sucur-sal de Macau daquela instituição, no que é também o mais alto edifício do Território. Além de três caves (duas para estacio-namento e outra para cofres e outras instalações) o Banco reser-vou para si os quinze primeiros andares e ainda mais três (do 33º ao 35º). Acompanhados pelos mais altos responsáveis locais do Banco, os jornalistas percor-reram demoradamente as vastas instalações que passarão a estar abertas ao público a partir do dia 27. Dispondo de 40 guinnchets de atendimento no primeiro piso, os clientes do banco têm ainda novas e bem equipadas áreas ao se dispor, nomeadamente para transações financeiras com vasta informação informática sobre o evoluir das cotações. O pessoal tem igualmente muito melhores condições de trabalho, num am-biente funcional mas bem decora-do, dispondo ainda de uma exce-lente cantina (que ocupa todo um andar) com o atractivo acrescido de dois amplos terraços dos quais se disfruta um magnífico pano-rama de Macau. O gerente-geral passa a dispor como suporte ao seu gabinete de uma ampla sala de visistas e de salas de reuniões para 20 a 40 pessoas. Um outro andar está reservado para a infor-mática, onde já está instalado a maior parte do equipamento.

Estamos a muito poucos dias da véspe-ra do grande dia de Natal e por isso

nada melhor do que recordar o que eram as ceias das casas maquistas de outrora, se bem que ainda se mantenham mui-tos costumes e se celebrem em algumas famílias mais tradicionais, não mais nas antigas casas senhoriais da baía da Praia Grande ou Penha, mas sim em aparta-mentos de prédios ou torres que agora são a nova cara de Macau moderno.

Nunca nos poderemos esquecer que a presença dos portugueses em Macau data de meados do século XVI e que aqui chegavam mercadorias e especiarias que eram trazidas da Índia, de África, de Ma-laca e outras paragens por onde navega-vam estas pequenas embarcações que necessitavam de lastro. Nelas também vinham novas gentes que se foram esta-belecendo. Os casamentos, muitas vezes por motivo de trocas comerciais, terão trazido para cá não só comerciantes, mas também mulheres de diferentes etnias. Com elas vieram conhecimentos culiná-rios distintos, usos e costumes tradicio-nais das suas terras de origem. Outra particularidade, espiritualmente falando, era a fé cristã que vinha e era espalhada pelos missionários, figuras imprescindí-veis e inseparáveis das naus portuguesa, nestas expedições ao Oriente.

É tradição do Macaense ter uma mesa “farta” quando recebe alguém em sua casa e a consoada não foge à regra, mas esta era celebrada com simplicida-de, pois de acordo com os dogmas anti-gos da Igreja Apostólica Romana, nessa época praticava-se a abstinência o que significava a não ingestão de carnes até à

a ceia de Natal em Macauceia de Natal. Por isso ao jantar, antes da Missa do Galo, esta refeição era compos-ta somente de sopa de lacassá (aletria) e empada de peixe. O momento mais alto nas celebrações passou a ser a ceia, de-pois da missa da meia-noite e o do almo-ço do dia de Natal, no dia 25 de Dezem-bro, onde a mesa era então composta de imensas carnes e doces, quebrado que estava o jejum e a abstinência dos dias anteriores. Depois da ceia ou do almo-ço da família, tinha lugar a distribuição de presentes entre todos. Embora estas práticas estejam profundamente altera-das, ainda restam algumas famílias que mantêm esta forma de celebrar o Natal.

A exiguidade das áreas de habita-ção, nestas novas “torres de babel”, não é muito favorável a grandes reuniões fami-liares, nem à inclusão de todos os pratos que antigamente enchiam por completo uma mesa maquista nas casas senhoriais ou mesmo apalaçadas. Podemos até enu-merar algumas das razões: O espaço das actuais cozinhas é minúsculo; a falta de pessoal doméstico como outrora, para ajudar a dona de casa; o emprego e a pro-fissão desta última, faz com que ela tenha de dividir o seu dia-a-dia entre a casa a família e a sua vida profissional.

Algumas das famílias mais nume-rosas, que não querem perder por com-pleto estas tradições natalícias, procuram dividir as tarefas entre várias famílias, consoante a especialidade em que cada uma se especializou melhor. Assim te-mos quem faça a “Sola de Anjo” ou “ca-vacas”, cuja origem é sem dúvida portu-guesa, outras que preparam os “sonhos”, “fartes” ou almofada do Menino Jesus,

no que respeita aos salgados, nas carnes, temos as carnes assadas, o “porco bafá-as-sá”, o perú, que foi com certeza um hábito trazido pelos ingleses em finais do século XIX com a entrada em Hong Kong, assim como o “Christmas cake” ou só “cake” um bolo muito apreciado nesta época, assim como nos baptizados e casamentos, cuja particularidade é ser confeccionado com uma variedade de frutas cristalizadas e licores. Estas são algumas especialidades desta terra na época natalícia.

A tradicional consoada, mais recen-temente, em nossas casas, começa com a canja de galinha, ou o lacassá e toda uma variedade de pratos da gastronomia ma-caense, tais como:

- O “tacho” (ou chau chau de peles, espécie de cozido à portuguesa, adaptado localmente); O porco bafassá; O apa-bico, Os chilicotes. E nas sobremesas temos sem-pre: Os “cabelos de noiva” (fios de ovos); O popular bolo menino; O alua; Os gine-tes; o bicho-bicho; o muchi –muchi, etc..

Para concluir podemos ainda dizer que com estas festas todas e com esta abundância, resultou na criação de um novo “prato de assinatura” maquista! Nada mais, nada menos, do que o “Dia-bo”, pois para nada se deitar fora, com todas estas sobras de comida da véspera, nasce o que, mal comparado, em Portu-gal dá pelo nome de “Roupa Velha”, aqui é baptizado de “Diabo”, mas que raio de nome, tão oposto á época e espírito nata-lício! Será que alguém me pode explicar a razão de ser deste nome!?

Valha-nos o Menino Jesus! Um Feliz e Santo Natal!

* Escreve neste espaço às quartas-feiras.

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Page 12: Jornal Tribuna de Macau

pág 22 quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 jornal tribuna De macau

lazERKELLY OSBOURNE PARTE A MÃO AO CAIR DA CAMA. apenas algumas semanas depois de bater a cabeça e desmaiar, Kelly osbourne sofreu um novo acidente doméstico ao cair da cama e partir a mão esquerda em três lugares diferentes.

MORREU O ACTOR NORTE-AMERICANO DAN FRAzER. o actor norte-americano Dan frazer, um dos protagonistas da série televisiva dos anos 1970 «Kojak», juntamente com telly Savalas, morreu ontem aos 90 anos, na sequência de paragem cardio-respiratória.

jornal tribuna De macau quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 pág 23

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TDm 13:00 TDM News – Repetição13:30 Jornal das 24h RTPi14:30 RTPi Directo17:00 Académica - Sporting (Rep.)18:30 Que Loucura de Família19:00 TDM Entrevista (Repetição)19:30 Amanhecer20:30 Telejornal21:00 Montra do Lilau21:30 Irmãos e Irmãs22:15 Passione23:00 TDM News23:30 Antes e Depois01:20 Telejornal (Repetição)02:00 RTPi Directo

30 esPn13:00 Basketball Samford vs Kentucky15:00 FINA Aquatics World 201115:30 2011 US Figure Skating Championships17:30 Basketball Samford vs Kentucky19:30 (LIVE) Sportscenter Asia20:00 Chang World of Football20:30 Great North Citygames21:00 Sydney Marathon 201122:00 Sportscenter Asia22:30 AFC Champions League Suwon Samsung Bluewings vs Al Sadd 31 sTar sPorTs 13:00 Hyundai Hopman Cup Xxiii Great Britain vs Italy16:00 (LIVE) 2011/12 Australian Baseball League19:30 V8 Supercars Championship 2011-Season Review20:30 Best of australian open tennis21:30 (LIVE) Score Tonight22:00 F1 Classics - 2001 Japanese Grand Prix23:00 MotoGP World Championship 2011 - Main Race Grand Prix Deutschland

40 sTar movies11:35 Six Days, Seven Nights 13:20 1314:55 One Fine Day 16:50 Black Hawk Down 19:15 Unstoppable 21:00 Furry Vengeance 22:40 Centurion 00:20 Last Action Hero

41 hBo12:00 Licence To Kill14:15 Celine Through The Eyes Of The World16:35 The Legend Of 190018:50 Big Bully20:25 Hachiko: A Dog’S Story22:00 Goldeneye00:10 Disclosure

42 cinemax12:30 The Taking Of Pelham 1 2 3 14:15 The Hunted16:00 Merrill’S Marauders17:35 Creature from The Black Lagoon18:50 Simon Sez20:15 Nightmares22:00 Lethal Weapon 223:55 30 Days Of Night

43 mgm13:00 Broken Angel14:30 Marty16:00 Saving Jessica Lynch17:30 Pascali’s Island19:15 Terror at London Bridge21:00 Martin’s Day22:45 Buy & Cell00:30 Pieces of April

50 Discovery13:00 I (Almost) Got Away With It14:00 Speed Of Life15:00 Lost Tapes15:30 Destroyed In Seconds16:00 A Haunting17:00 Dirty Jobs18:00 How It’s Made

18:30 How Do They Do It?19:00 River Monsters20:00 Deadliest Catch21:00 Deception With Keith Barry22:00 Medical Anomalies23:00 River Monsters00:00 Deception With Keith Barry

51 ngc12:30 The Border13:25 Witness: Japan Disaster14:20 Hunter Hunted 15:15 Hong Kong To The World16:10 Dog Whisperer17:05 Deep Jungle18:00 The Border19:00 Demolition Dynasty20:00 Megastructures21:00 Hong Kong To The World22:00 Dog Whisperer00:00 Hong Kong To The World

54 hisTory13:00 Modern Marvels14:00 Cannibals16:00 Greatest Tank Battles17:00 Hidden Cities18:00 Modern Marvels19:00 Swamp People20:00 Hidden Cities22:00 The Greeks23:00 Ancients Behaving Badly00:00 How The Earth Was Made

55 BiograPhy channel14:00 I Survived15:00 Gene Simmons: Family Jewels17:00 Gutted18:00 Sell This House 18:30 The Locator19:00 I Survived20:00 Gene Simmons: Family Jewels21:00 One Born Every Minute23:00 I Survived00:00 Intervention

62 axn12:20 Csi: Crime Scene Investigation

13:10 Wipeout

14:00 Numb3Rs

14:55 Wipeout

15:45 Breaking The Magician’S Code

16:35 Wipeout

17:25 Csi: Crime Scene Investigation

18:15 Leverage

19:10 Teen Wolf

20:05 Cash Cab Asia

21:05 Csi: Crime Scene Investigation

22:55 Leverage

23:50 Cash Cab Asia

00:50 Csi: Crime Scene Investigation

63 sTar WorlD12:10 MasterChef US

13:05 The Bachelorette

14:55 Happy Endings

15:25 90210

17:15 Australia’s Next Top Model

18:10 MasterChef US

19:05 How I Met Your Mother

19:30 Happy Endings

20:00 The Bachelorette

21:50 Dancing With The Stars

22:45 MasterChef US

23:40 How I Met Your Mother

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82 rTPi118:00 Telejornal madeira

18:35 A hora de baco

19:00 Magazine brasil contacto

19:31 Ingrediente secreto

20:00 Bom dia portugal

20:59 O elo mais fraco

21:55 Resistirei

22:34 Trio d´ataque(r/)

00:00 Jornal da tarde

02:09 Magazine brasil contacto

02:40 Portugal no coração

a programação é da responsabilidadedas estações emissoras

Torre De macau The Three muskeTeers 3DFilme de: Ariel Schulman, Henry Joost. Com: Katie Featherston, Sprague Grayden.

cineTeaTro SALA 2 sherlock holmes: a game of shaDoWsFilme de: Guy Ritchie. Com: Robert Downey Jr., Jude Law, Noomi Rapace.

14:30h 16:45h 19:15h 21:30hcineTeaTro SALA 3 Paranormal 3 acTiviTyFilme de: Sarah Smith. Com: James McAvoy, Hugh Laurie.

14:15h 16:00h 17:45h 21:30h

cineTeaTro SALA 1 mission: imPossiBle ghosT ProTocolFilme de: Brad Bird. Com: Tom Cruise, Jeremy Renner, Simon Pegg.

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14:30h 16:45h 19:15h 21:30h

Miss bumbum

brasilexibe curvas

na “Sexy”rosana ferreira,

conhecida pelo título de miss bumbum brasil,

aparecerá nas páginas da edição de Janeiro de

2012 da revista masculina Sexy. Na foto, é possível

ver que a loira exibe curvas sensuais e o seu atributo

mais conhecido.

Rihanna discute com hóspede racista em lisboarihanna revelou no twitter que travou uma acesa discussão com um hóspede num hotel em lisboa em que ficou hospedada para o concerto de sábado no Pavilhão atlântico. o hóspede insultou-a, afirmando que as mulheres negras são «cadelas, pegas, que não deviam estar nos mesmos hotéis que os brancos». «claro que não me fiquei e respondi-lhe à letra», relatou. “chamei o gerente do hotel e «ele era negro»”, acrescentou.

Príncipe harry ouve assalto em ‘directo’citando relatos policiais, o jornal the mail on Sunday conta que o príncipe Harry falava ao telefone com thomas van Straubenzee, um dos seus melhores amigos, quando ouviu em ‘directo’ este ser assaltado, levando o telemóvel, um blackberry. De imediato Harry saltou para o carro e, acompanhado pela sua escolta pessoal, arrancou para o local do crime, o bairro de battersea (londres). o príncipe ainda correu as ruas mas acabou por só dar com ele na esquadra da polícia, quando já se encontrava a apresentar queixa.

Edição da Playboy esgota nos Euaa edição da Playboy com lindsay lohan revelou-se um enorme sucesso de vendas nos eua, tendo esgotado nas bancas de grande parte do país. apesar das fotos da actriz terem surgido na internet antes da revista ser colocada à venda, a edição promete ser a mais vendida da Playboy nos últimos anos. lohan recebeu um milhão de dólares para posar, invocando marilyn monroe na sessão fotográfica.

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Page 13: Jornal Tribuna de Macau

pág 24 quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 jornal tribuna De macau fecho desta edição Jtm - 00:30horas

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SéRGIO TERRADirector editorial executivo

É precisamente quando o frio começa a apertar que se sente melhor o calor dos corações humanos. A magia do Natal é assim, não se explica, sente-se, e de uma forma tão arrebatadora que faz renovar esperanças, sonhos e um espírito de solidariedade não raras vezes adormecido ao longo do ano. Em época de paz, alegria e amor, era importante que também não nos esquecêssemos daqueles que, um pouco por todo o mundo, não têm o privilégio de sentir o verdadeiro espírito de Natal.Para todos, Feliz Natal e Próspero Ano Novo.

RAqUEL CARvALHOJornalista

Dar um abraço a quem se gosta. Dizer aquela palavra que ficou esquecida na estante dos dias ferozes. Há que resgatar o que de bom está guardado. Espero que todos se lembrem, entre o frio e as luzes de Natal, de quem está ao lado, de quem ficou lá longe, de quem nos sorri e faz rir. E que partilhem.

MANUELA NUNES Colaboradora

Felicitações natalícias...e prometo que nestes meus votos não vão tiradas irónicas sobre os deslizes na alimentação que a maioria de nós faz durante o ano, e em particular durante esta temporada... Contudo, os deslizes desta época serão perdoáveis, ou digamos antes recuperáveis, se houver força de vontade e perseverança nos próximos 365 que se avizinham. Assim, a minha mensagem de Natal é de abastança à mesa e intenso calor humano. Estejam onde estiverem, lembrem-se de que a partilha é que faz despertar em nós o espírito natalício. Por isso partilhem: sonhos e desejos, ambições e intenções… e as vossas habilidades culinárias ou acepipes preferidos, com os amigos, os familiares, e os que se cruzarem convosco nesta quadra. Celebrem de acordo com as vossas tradições, ou assimilem outras que vos atraiam, mesmo sem razão aparente. Sejam criativos ou tradicionais, improvisem ou sigam à risca as regras de séculos, o que importa é que sintam a alma reavivada e em harmonia com o espaço e o tempo em que habitamos. E quando o ano novo chegar projectem no futuro os vossos sonhos e desejos, ambições e intenções… Visualizem um ano cheio de realizações, de objectivos concretizados, de metas alcançadas. E desejem ser tudo o que mais querem, pois o poder de desejar é o primeiro passo para alcançar… desejem ser melhores pais, melhores filhos, melhores amigos… desejem ser mais saudáveis, mais atléticos, mais cuidadosos com o vosso corpo e o vosso íntimo… mas desejem sobretudo fazer melhor que no ano anterior e o ano será colossalmente melhor! Um Natal Feliz e um Ano Auspicioso!

economia munDial está “num momento muito perigoso”A economia mundial encontra-se “num momento de viragem muito perigoso”, disse ontem em Lagos a directora-geral do Fundo Mo-netário Internacional (FMI), Christine Lagarde. Durante um debate sobre o futuro económico de África, a directora do Fundo advertiu que a actual crise financeira pode ter repercussões graves sobre os países em vias de desenvolvimento. Na segunda-feira, os países da zona euro acordaram reforçar os recursos do FMI com 150 mil mi-lhões de euros, pedindo a outros parceiros que se juntem ao esforço, com vista a salvaguardar a estabilidade financeira global. De fora deste esforço ficam Grécia, Irlanda e Portugal.

polícia De guangDong terá agreDiDo manifestantesA polícia da província chinesa de Guangdong dis-parou ontem gás lacrimogéneo e espancou mani-festantes que protestavam defronte de edifícios go-vernamentais, durante protestos contra uma central energética, disseram testemunhas. Os habitantes da cidade de Haimen, da província de Guangdong, exigem o encerramento de uma central a carvão, que acusam de destruir a saúde dos residentes, no-ticiou a agência francesa AFP, citando manifestantes e testemunhas das manifestações. As mesmas fontes disseram que a polícia de choque, chamada ao local, matou um rapaz de 15 anos e espancou cerca de 100 pessoas, embora a AFP não tenha conseguido confirmar estas informações. Uma mulher que a AFP contactou na esquadra da polícia local negou a ocorrência de quaisquer motins na cidade. Haimen está a cerca de 115 quilómetros a noroeste da aldeia de Wukan, onde os residentes estão em revolta aberta contra o Governo local, depois do que dizem ser anos de apropriações indevida de terras. Não há indicações de que os protestos estejam relacionados, mas são parte de uma maré de agitação social que tem vindo a crescer em Guangdong, a província mais rica da China e responsável pela maioria das exportações do país.

frança peDe a 30 mil mulheres que retirem implantes mamáriosAs autoridades de saúde francesas vão pedir às 30 mil portadoras de implantes mamários da marca PIP (Poly implants prothèses), em França e no estrangeiro, que os retirem como medida de precaução. Esta “decisão única na história da cirurgia plástica” será anunciada antes do próximo dia 24, assegurou o jornal “Libération”, que cita como fonte a presidente do Instituto Nacional do Can-cro, Agnès Buzyn, e o director geral da Saúde francesa, Jean-Yves Grall. O diário francês refere que a medida não tem carácter urgente e que se deve ao “princípio de pre-caução”. As próteses da marca francesa PIP apresentam defeitos, suspeitando-se que tenham causado a morte de pelo menos uma mulher, segundo o “Libération”.

cristãos são um terço Da população munDialUm terço da população mundial é cristã, o equivalente a 2,18 mil milhões de pessoas, revela um mega-estudo do centro de investigação norte-americano Pew, realçando que os cristãos são o primeiro grupo religioso, à frente dos muçulmanos. O estudo sobre a população cristã mundial e que se baseia em 2.400 inquéritos realizados em 200 países, salienta que a mesma permaneceu estável durante um século em termos de dimensão, mas muito variada quanto à repartição no mundo. Segundo a pesquisa, o núme-ro de cristãos quadruplicou num século, quase tanto como a população mundial, o que significa que a proporção de cristãos continuou relativamente estável (de 35% para 32% actualmente). Contudo, a repartição no planeta é diferente: há cem anos, 93% da população cristã concentrava-se na Europa e nas Américas, contra 63% hoje. Actualmente, a região da África Subsariana concentra 24% da população cristã e a Ásia-Pacífico 13%. O estudo adianta que 50% dos cristãos são católicos, 37% protestantes, 12% ortodoxos e um por cento mórmons ou Testemunhas de Jeová. Por países, Brasil, EUA e México concen-tram o maior número de cristãos, logo seguidos por Rússia, Filipinas e Nigéria.

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