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Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 12 - N o 138 | novembro de 2011 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento Um jornal a serviço do agronegócio Tecnologia permite produção de tomate livre de resíduos | Agrotóxicos | pág. 10 Frutas Geral Legumes Verduras Diversos Pescado -0,57% -3,44% -19,33% -4,39% 1,22% 1,24% Baixa Baixa Baixa Baixa Alta Alta Índice Ceagesp - outubro 2011 Gestão eficiente fomenta negócios nas Ceasas de Londres Visita a um dos mercados atacadistas de Londres revela a excelência britânica no comércio de hortícolas pág.4 | Transgênicos | pág. 06 Liberação comercial de feijão da Embrapa provoca divergências | Transporte | pág. 28 Nova lei de emissões antecipa lançamentos das montadoras A Ceagesp iniciou a reforma da torre do relógio do ETSP, marco arquitetônico do mer- cado paulistano. As obras, que abrangem a retirada das quatro faces, a restauração das instalações mecânicas, pintura e ilumi- nação, são fruto de um termo de coopera- ção técnica assinado entre a companhia e a Dimep. O relógio permanecerá analógico, com a medida de 4 m x 4 m em cada uma de suas quatro faces Reforma do relógio

Jornal Entreposto | Novembro de 2011

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Um jornal a serviço do agronegócio

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Diretora Geral: Selma Rodrigues Tucunduva | ANO 12 - No 138 | novembro de 2011 | Circulação nacional | Distribuição autorizada no ETSP da Ceagesp | www.jornalentreposto.com.br

Associação Brasileira dasCentrais de Abastecimento

Um jornal a serviço do agronegócio

Tecnologia permite produção de tomate livre de resíduos

| Agrotóxicos | pág. 10

FrutasGeral Legumes Verduras Diversos Pescado-0,57%-3,44% -19,33% -4,39% 1,22% 1,24%BaixaBaixa Baixa Baixa Alta Alta

Índice Ceagesp - outubro 2011

Gestão eficiente fomenta negócios nas Ceasas de Londres

Visita a um dos mercados atacadistas de Londres revela a excelência britânica no comércio de hortícolas

pág.4

| Transgênicos | pág. 06

Liberação comercial de feijão da Embrapa provoca divergências

| Transporte | pág. 28

Nova lei de emissões antecipa lançamentos das montadoras A Ceagesp iniciou a reforma da torre do

relógio do ETSP, marco arquitetônico do mer-cado paulistano. As obras, que abrangem a retirada das quatro faces, a restauração das instalações mecânicas, pintura e ilumi-nação, são fruto de um termo de coopera-ção técnica assinado entre a companhia e a Dimep. O relógio permanecerá analógico, com a medida de 4 m x 4 m em cada uma de suas quatro faces

Reforma do relógio

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201102 Direito e Negócios

O recém-fundado Sindica-to do Comércio Atacadista de Hortifrutigranjeiros e Pescados em Centrais de Abastecimen-to de Alimentos no Estado de São Paulo entrou na luta para assegurar o direito a fundo de comércio aos permissionários da Ceagesp.

Segundo o presidente da entidade, Paulo Murad, a cate-goria econômica de permissio-nário não existe legalmente. “De fato, o que há nas Ceasas é a categoria econômica de comer-ciantes atacadistas de frutas, hortaliças e pescados”, explica o advogado, lembrando que o fundo de comércio é um direito do empresário garantido pelo Código Tributário Nacional e pelo artigo 179 da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

Clientela, instalações, nome comercial, estoque, atendimen-to e qualidade de produto fa-zem parte da lista de elementos que formam o conjunto de bens materiais e imateriais integran-tes do fundo de comércio, inde-pendentemente do contrato ser de locação ou de permissão de uso.

“Permissionário é apenas um apelido. É a mesma coisa que chamar de locatário al-guém que aluga algum imóvel”, informa. “Portanto, o Sincomat vai promover uma série de campanhas de esclarecimento e dispor de todos os meios le-gais para que os comerciantes atacadistas da Ceagesp tenham esse e outros direitos garanti-dos”, acrescenta.

Para assegurar esse direito, a nova entidade representativa do setor vai mover processos administrativos e judiciais para que, se o TPRU (Termo de Per-

Sincomat quer garantir fundo de comércio aos permissionários da CeagespClientela, instalações, nome comercial e qualidade de produto integram lista de elementos que formam o conjunto de bens materiais e imateriais dos atacadistas, salienta advogado

missão Remunerado de Uso) for cancelado por qualquer mo-tivo, o valor do lance vencedor na licitação seja revertido ao úl-timo permissionário que deti-nha o fundo de comércio do seu estabelecimento. “Atualmente, esse fundo vai para a Ceagesp, que em nada contribui para formá-lo”, ressalta.

Entre outras iniciativas, Mu-rad destaca que o Sincomat ain-da realizará campanhas para que os agentes públicos que cometerem atos de improbi-dade administrativa sejam res-ponsabilizados pessoalmente e devolvam os recursos desvia-dos para os cofres da empresa.

“Nosso objetivo é evitar que esses prejuízos sejam incluídos nos boletos enviados aos em-presários”, diz.

O novo sindicato também vai acompanhar todos os pro-cessos judiciais e administrati-vos em que a Ceagesp é parte, uma vez que o resultado final dessas ações implica maior ou menor gasto aos comerciantes atacadistas que pagam o rateio de despesas dos entrepostos da estatal.

“Essas são nossas principais propostas. No entanto, para ob-termos sucesso, precisaremos da adesão de todos os atacadis-tas ao Sincomat”, reforça.

INFORMATIVO SINCOMAT

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio março de 2011 03EditorialJORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 03

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201104 Abastecimento

Neno SilveiraDe Londres

A cidade de Londres tem três mercados atacadistas que podem ser considerados de médio porte, quando comparados aos prin-cipais entrepostos brasileiros, e cada um desses mercados perten-ce a uma diferente instância de governo. O primeiro, situado em área mais central, é o New Covent Garden Market e é ligado à admi-nistração federal. O segundo é o New Spitafields, ligado à prefeitu-ra de Londres e localizado no lado leste da cidade. O terceiro chama-se Western International Market e está vinculado ao que poderia se comparar à uma subprefeitura, no caso a de Hounslow, no lado oeste de Londres.

Nas próximas edições, o Jor-nal Entreposto trará um panora-ma sobre cada um desses merca-dos, com o objetivo de conhecer o trabalho de seus gestores e atacadistas e ver se algumas de suas experiências podem sugerir novos caminhos para os merca-dos brasileiros. Abrindo a série, o New Covent Garden Market, cuja história recente guarda algumas semelhanças com a evolução da comercialização atacadista na ca-pital paulista.

Pelos números do mercado, pode-se observar que, embora possa ser considerado pequeno para os padrões brasileiros, tanto em número de permissionários quanto em área, o mercado é alta-mente eficiente pois movimenta cerca de 70% do valor do Entre-posto Terminal de São Paulo da Ceagesp (ETSP) em um espaço de comercialização próximo de 10% do existente no entreposto paulis-tano

Números do mercado e informações operacionais

Área total do terreno: 57 acres, ou pouco mais que 230 mil m2, não contínuos, visto serem cortados por um dos ramais fer-roviários da capital.

Um Mercado Atacadista em LondresUma visita ao New Covent Garden Market mostra o que as centrais de abastecimento brasileiras podem aprender com a eficiência dos ingleses

Área de comercialização: 2 pa-vilhões para frutas e hortaliças e 1 pavilhão para flores (não mais que 30 mil m2 no total)

Número de permissionários: 200 permissionários, sendo 115 atacadistas e distribuidores no setor horti e 85 de setores diver-sos, como importadores, fornece-dores de alimentos industrializa-dos, firmas de catering e outros.

Dos 115 atacadistas e distri-buidores, 34 são atacadistas do setor de flores, 26 trabalham com frutas e hortaliças e 55 são distri-buidores de frutas e hortaliças.

Valor da comercialização: 560 milhões de libras/ano, aproxima-damente R$ 1,7 bilhões (apro-ximadamente 70% do valor da comercialização na Ceagesp). É interessante observar que o va-lor é informado pelos próprios comerciantes, o que faz supor que ele não seja superestimado. O volume comercializado não é computado.

Produtos: são 160 tipos de frutas e 180 de hortaliças comer-cializados ao longo do ano.

Horário de Comercialização: os caminhões encostam a partir da meia-noite. A comercialização acontece das 3h às 11h, de segun-da a sexta e de 4h às 10h no sá-bado. Os distribuidores tendem a operar 24 horas e podem ser con-tatados a qualquer hora da noite ou do dia, de segunda a domingo.

Número de empregados: es-tima-se que 2.500 pessoas traba-lham no mercado, ao passo que a administração (Covent Garden Market Autorithy) é bastante reduzida para os padrões brasi-leiros, contando apenas com 32 funcionários.

Principais clientes: Mercado de Horti – restaurantes, hotéis, cafés, pubs, escolas, hospitais, mercados varejistas e quitandas; Mercado de Flores: floristas (va-rejo, contratos e eventos), flori-culturas, eventos de negócios, decoradores, mercados varejistas. Vale notar que os supermercados, com seus centros de distribuição próprios, não se encontram entre os principais clientes.

Participação no abastecimen-

to: estima-se que 40 % das re-feições fora de casa em Londres acontecem com produtos do New Covent Garden Market.

Origem dos Produtos: Setenta por cento dos produtos comercia-lizados são importados.

Tarifas: os comerciantes pa-gam aluguel e rateio e também taxas de comércio para a “sub-prefeitura local” (Wandsworth Council).

Lixo: o volume total de lixo caiu de 15, 5 mil toneladas em 2008/09 para 13, 2 mil em 2009/2010. No mesmo período, o lixo destinado ao aterro caiu de 9,8 mil toneladas para 7,1 mil toneladas, enquanto o percentual de reciclagem subiu para 46% do total.

A queda no volume de lixo é resultado de programa implan-tado em 2009, chamado “Pague o que você descarta”. Com esse programa, cada permissionário tem os seus próprios recipientes para orgânicos, recicláveis e lixo em geral. Eles são pesados e es-vaziados e cada permissionário paga pelo lixo que gera.

Em poucos meses do progra-ma, os resultados foram expressi-vos na redução de remessa de lixo para o aterro e no aumento dos volumes reciclados. O volume ge-ral de resíduos também foi redu-zido drasticamente, quando cada permissionário passou a tomar ciência e a ser cobrado pelo custo da sua própria operação.

No momento, os prospectos da administração ressaltam que a remessa de lixo proveniente do mercado para o aterro local che-gou a zero, destinando-se 100% para reciclagem, compostagem ou alimentação animal. Para este de-sempenho contribuem também fatores como transporte paleti-zado, utilização de embalagens adequadas, manuseio adequado nos distribuidores e inexistência de comercialização a granel.

Com os geradores de resíduos sendo obrigados a arcar com as próprias despesas de remoção, desestimula-se práticas observa-das frequentemente nos merca-dos brasileiros, inclusive na Ce-agesp, onde os permissionários não se preocupam em modificar seus hábitos, porque sabem que as despesas de remoção serão di-vididas pelo conjunto dos comer-ciantes.

Preços: além de não coletar informações de quantidade, a ad-ministração do mercado também não coleta preços. Esta coleta é feita por uma publicação vincu-lada a órgãos do comércio – The Fresh Produce Journal – que co-mercializa os dados.

Origem

A origem do mercado de Covent Garden remonta à épo-ca medieval, mas as instalações que persistem até hoje no centro da cidade foram edificadas em

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 05

1829/30, sendo agora utilizadas para abrigar cafés, restaurantes, lojas diversas e feiras de arte-sanato. O mercado permaneceu como um empreendimento pri-vado até 1961, quando o governo entendeu que a modernização do comércio exigia o envolvimento do setor público. Naquele ano, foi estabelecida a Covent Garden Ma-rket Authority, coincidindo com a época em que nascia em São Pau-lo a empresa Ceasa (Centro Esta-dual de Abastecimento S/A).

O mercado funcionou na re-gião central de Londres até o iní-cio da década de 1970. Quando entendeu que essa região não comportava mais o funciona-mento de um mercado atacadis-ta, a administração selecionou e adquiriu uma área denominada Nine Elms, no distrito londrino de Vauxhall, praticamente à margem do rio Tâmisa. Ali, a construção do mercado atual foi iniciada em 1971 e a comercialização passou para essas novas instalações em 1974, um pouco menos de dez anos depois da inauguração do ETSP.

Vale dizer que, se naquela épo-ca, a transferência representou um distanciamento significativo da área central, hoje, a exemplo da Ceagesp, o mercado se encon-tra numa região considerada re-lativamente próxima e envolvida pela cidade, e, do mesmo modo que na capital paulista, apresen-ta um entorno ainda com áreas semi-degradadas e subutilizadas.

As semelhanças terminam por aqui e começam as distinções, pois as autoridades que cuidam do mercado estão terminando os preparativos para colocar em ação um projeto que vai, simples-mente, colocar no chão as atuais instalações, que são relativamen-te novas, e construir um mercado mais moderno no mesmo local. O surpreendente é que elas preten-dem fazer isso mantendo o merca-do em funcionamento, ou seja, sem interromper a comercialização.

E por que as autoridades lo-cais estão empenhadas nesse grande projeto? Por entenderem que o mercado tem carências que precisam ser corrigidas e também por considerarem que o entorno precisa ser revitalizado.

Necessidade de modernização

Para eles, a necessidade de novas instalações é clara, pois embora os permissionários man-tenham seus negócios prosperan-do, eles operam com uma infraes-trutura inadequada há 37 anos. A direção do mercado entende que vários erros foram cometi-dos quando da construção e estes erros dificultam as operações até hoje.

Os edifícios foram planejados e construídos em 1971 e consi-dera-se que estão no fim de sua vida útil. O layout interno é mui-tas vezes confuso, especialmente para novos clientes. Observam-se deslocamentos dos compradores, evidenciando que os espaços que

poderiam ser usados de forma mais eficaz. Além disso, serviços como correios e bancos estão pouco acessíveis para os visi-tantes e existe a necessidade de modernização de equipamentos como os cafés, para atender às no-vas exigências dos clientes.

Os boxes atuais não permi-tem alterações que atendam as necessidades de cada um. Os con-densadores e câmaras frigoríficas tiveram de ser montados sepa-radamente em cada unidade ao longo do tempo e há escritórios de má qualidade, distantes dos boxes, e faltam sanitários nas uni-dades individuais.

A rede viária interna funciona de forma ineficiente, com áreas muito congestionadas nos ho-rários de pico. Veículos pesados fazendo entregas compartilham o espaço com veículos menores, empilhadeiras e carros particula-res. Há também problemas práti-cos de carga, descarga e estacio-namento, uma vez que o design original do mercado encoraja o uso ineficiente das grandes áreas abertas.

Os edifícios atuais não permi-tem uma manutenção adequada e são bastante ineficientes no uso de energia, com isolamento ge-ralmente pobre e um sistema de aquecimento muito antigo ainda em uso. Além disso, os custos de manutenção, limpeza e segurança no local são muito maiores do que seriam com novas instalações.

A entrada do mercado, sob a

linha ferroviária, é muitas vezes sujeita a inundações. No Mercado de Flores, não foi previsto sistema de drenagem para os boxes quan-do da construção em 1974, o que representa um problema, pois a maioria dos produtos é acondi-cionada e entregue em água. Com o crescente número de permissio-nários que trabalham com carnes, peixes e preparação de alimentos em geral, há também necessidade de sistemas de drenagem adequa-dos nas unidades.

Apesar da área total do merca-do representar cerca de um terço da área do ETSP, os administrado-res consideram que é muito espa-ço para manter e zelar. Assim, en-tendem que uma nova construção poderá concentrar os edifícios de forma a aproveitar melhor os es-paços. Por problemas como esses, o mercado será totalmente demo-lido e reconstruído com padrão e materiais mais modernos e ade-quados.

Recursos

E como pretendem bancar a construção do novo mercado? Como o governo não dispõe de recursos, esse grande projeto, que tem o mercado como pólo indutor, vai avançar para as áreas adjacen-tes, situadas dentro do terreno atual. Essas áreas serão abertas ao investimento privado para a construção de torres comerciais e outros prédios comerciais e resi-denciais e o investimento privado

bancará todas as obras previstas, inclusive o novo mercado.

Veja o vídeo sobre a moder-nização da região de Nine Elms, onde se situa o do mercado, no site do Jornal Entreposto ou aces-se o seguinte link: http://www.newcoventgardenmarket.com/news/future-nine-elms-video

Administração e governo

O funcionamento do atual New Covent Garden Market e o conhecimento do que está sendo programado para acontecer ali no futuro próximo podem ensi-nar algumas lições valiosas aos brasileiros. Primeiro, a de que um mercado atacadista situado em região relativamente central pode funcionar de maneira eficiente, sem representar um transtorno para a cidade.

Como se viu, esse mercado responde por cerca de 40% do abastecimento dos estabeleci-mentos que servem refeições em Londres, além de ser o maior mercado de flores, apesar do pe-queno número de comerciantes, da relativamente modesta área de comercialização e de um terreno que é apenas um terço da área do ETSP, e que ainda é cortado pela via férrea.

Um número reduzido de co-merciantes, abastecendo um grande número de distribuidores que podem ser acionados 24 ho-ras por dia evidencia um arranjo eficiente. O fato de o mercado operar à noite também demons-tra que ele se adaptou às exigên-cias de uma grande metrópole.

Mesmo assim, tanto a admi-nistração do mercado quanto o governo não estão satisfeitos e tudo que foi construído a partir de 1971 vai ser posto abaixo e reconstruído para se tornar ainda melhor. O que pode parecer pra nós uma grande ousadia, para os dirigentes londrinos parece ser uma decorrência natural dos car-gos que exercem.

Eles estão ali para exercer o papel que os administradores públicos devem cumprir. Pensar o futuro da cidade, planejar o desenvolvimento de uma impor-tante área que precisa ser revita-lizada e cuidar para que os equi-pamentos públicos ali existentes funcionem a contento. Esta é sem dúvida uma lição de fazer inveja.

Vale dizer que estão envolvi-dos nesse empreendimento as diversas instâncias de governo, incluindo o governo federal, a prefeitura da cidade e a adminis-tração do distrito onde o mercado está localizado, além da própria direção do mercado. Vale res-saltar, finalmente, que todos os passos para a implantação estão sendo levados a efeito com a con-cordância e acompanhamento da associação de permissionários, a qual entende que a modernização vai trazer novos clientes e incre-mentar os negócios.

Fica a pergunta: seria tão ab-surda a ideia de que uma ação se-melhante poderia ser implemen-tada para modernizar a Ceagesp?

Abastecimento

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201106 Alimentos Transgênicos

O cultivo de alimentos transgênicos divide o governo e coloca em lados opostos o Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutri-cional), ligado à presidência e a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), li-gada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação). A libe-ração da venda do feijão GM Embrapa 5.1 expôs a divergên-cia entre os dois órgãos.

Em carta enviada à presi-dente Dilma Rousseff durante o processo de liberação do feijão geneticamente modificado, o presidente do Consea, Renato Sérgio Jamil Maluf, afirma que o Brasil “não tem respeitado o princípio da precaução, base fundamental da Agenda 21, em suas decisões referentes a te-mas de biossegurança”. Segun-do Maluf, o Consea avalia que é preciso adequar as políticas de biossegurança aos preceitos da Conferência Rio 92 e avalia como “escassa” a análise gené-tica e os estudos de campo em Goiás, Minas Gerais e no Paraná.

O presidente do conselho pediu a proibição da liberação do feijão transgênico e fez du-ras críticas à CTNBio, solicitan-do “especial atenção” de Dilma Rousseff às liberações comer-

ciais do órgão. “Percebe-se que a referida comissão assumiu um caráter de entidade facili-tadora das liberações de OGMs [organismos geneticamente modificados] no Brasil, em si-tuação que rotineiramente con-traria os votos e despreza ar-gumentos apresentados pelos representantes da agricultura familiar, dos consumidores, dos

ministérios da Saúde, do Meio Ambiente e do Desenvolvimen-to Agrário”.

A carta do Consea a Dilma fez com que o presidente da CTNBio, Edilson Paiva, enviasse ofício ao ministro Aloizio Mer-cadante (Ciência, Tecnologia e Inovação) e criticasse o conse-lho pela visão “obscurantista”. Paiva ressalta que a CTNBio

Feijão transgênico provoca divergência entre órgãos do governo

cumpre as regras internacio-nais, como a Codex Alimenta-rius da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Ali-mentação (FAO) e a legislação brasileira sobre biossegurança.

Paiva enfatiza o rigor das avaliações na CTNBio. Segun-do ele, a liberação comercial do feijão geneticamente modifica-do (ainda em análise naquela

época) se basearia em docu-mentação “bastante robusta” (500 páginas), em testes de “to-xicidade e alergenicidade”, que tiveram resultados negativos, e em parecer de especialista independente apresentado em audiência pública. O executi-vo enfatizou que a produção de OGMs pela Embrapa levou “uma dezena de anos” e en-volveu “quase uma centena de pesquisadores”.

No ofício, Paiva ainda per-gunta “qual a perda para os agricultores brasileiros se deixarmos que o vírus afete a produtividade do feijão? Como este prejuízo se compara com os alegados e não comprovados potenciais danos à saúde ou ao ambiente?”.

O feijão transgênico foi libe-rado em 15 de setembro após controvérsia dentro do gover-no. Na opinião do presidente da CTNBio, “o contraditório é bom”, mas a polêmica já se alonga por muito tempo. “São 16 anos em que se utilizam os mesmos ar-gumentos, enquanto hoje no mundo se utilizam milhões e milhões de toneladas de grãos transgênicos na alimentação humana no mundo inteiro e até hoje não há único caso provado cientificamente de que isso pos-sa ter causado qualquer mal”, reclama Edilson Paiva.

Agência Brasil

A liberação comercial da semente de feijão, do tipo ca-rioquinha, geneticamente mo-dificado e desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) esvaziou o discurso dos opo-sitores aos transgênicos, opina o pesquisador da estatal Fran-cisco Aragão. “Durante mui-tos anos, as pessoas que são contra essa tecnologia sempre disseram que é uma tecnolo-gia para grandes produtores, para commodities [produtos básicos de comercialização no mercado financeiro], e feita apenas por empresas multi-nacionais. O feijão mostra que não é isso, mas uma tecnologia

Feijão brasileiro esvazia críticas contra transgênicos, avalia Embrapa

para os programas de melho-ramento, até para subsistên-cia”, assinala Aragão.

O feijão GM Embrapa 5.1 é resistente ao vírus do mosaico dourado (transmitido por um inseto popularmente conheci-do como mosca-branca), prin-cipal praga que ataca a cultura no Brasil e na América do Sul. Segundo o pesquisador, o orga-nismo geneticamente modifi-cado (OGM) “terá repercussão mais forte entre os pequenos produtores”, responsáveis por sete de cada dez grãos de fei-jão produzidos no Brasil e sem recursos para fazer o controle químico do vetor que transmi-te o vírus.

“O pequeno agricultor vai deixar de jogar veneno, vai dei-xar de se intoxicar e de poluir o meio ambiente”, complementa o presidente da Comissão Téc-nica Nacional de Biosseguran-ça (CTNBio), Edilson Paiva.

Segundo ele, a “Embrapa é uma das poucas empresas pú-blicas no mundo que podem enfrentar a concorrência de multinacionais”, diz se refe-rindo às empresas norte-ame-ricanas Monsanto e Pioneer, à DuPont (de capital francês), à suíça Syngenta e às empresas alemãs Basf e Bayer. Diferen-temente das grandes compa-nhias, a Embrapa não cobra royalties das suas sementes.

O Brasil é um dos maio-res importadores de feijão do mundo, compra da Argentina, da Bolívia e da China. Segundo Francisco Aragão, a Argentina já demonstrou interesse pela semente desenvolvida pela Embrapa.

Aragão salienta que a se-mente ainda não está dispo-nível para a comercialização, pois é preciso fazer o registro da variedade no Ministério da Agricultura, o que depende de “novos ensaios”. Na avaliação do pesquisador do Laborató-rio de Engenharia Ecológica da Unicamp, José Maria Ferraz, as avaliações sobre o feijão e os eventuais efeitos do consumo

não são suficientes. Segundo ele, foram feitos testes apenas com dez animais (ratos) por 35 dias.

“É um número insignifican-te, nenhuma revista do mundo aceitaria um artigo para a pu-blicação com o número peque-no assim”, reclama Ferraz que é pesquisador aposentado da Embrapa, e membro da CTN-Bio.

O presidente da CTNBio assegura que o feijão da Em-brapa não traz riscos. Segundo Edilson Paiva, o transgênico “tem exatamente as mesmas proteínas e as mesmas concen-trações médias de nutrientes que o feijão convencional”.

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 07

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201108 Artigo

Antonio Hélio Junqueira

Engenheiro agrônomo, doutorando em Ciências da Comunicação (ECA/USP), mestre em Comunicação e Práticas de Consumo (ESPM), pós-graduado em Desenvolvimento Rural e Abastecimento Alimentar Urbano (FAO/PNUD/CEPAL/IPARDES), sócio administrador da Hórtica Consultoria e Treinamento.

Flores e plantas ornamentaisHábitos brasileiros de consumo natalino - Parte 1

O Natal, como todos sabe-mos, constitui-se na maior festa do comércio em quase todo o mundo. E assim também é no Brasil. Para ela se preparam, com a antecedência possível, produtores, distribuidores, ata-cadistas, varejistas, prestadores de serviços. E, é claro, os bolsos dos consumidores. Afinal, se existe uma coisa que o merca-do sazonal exige, esta é o pla-nejamento. Atento e minucioso, diga-se, para que possa dar con-ta de, em poucos dias, garantir o sucesso de todo um ramo de negócios.

Ainda que para a cadeia pro-dutiva de flores e plantas orna-mentais essa não seja a princi-pal data para as vendas – haja vista que a todo ano é suplanta-da pelo Dia das Mães e dos Na-morados – o comércio natalino sustenta volumes consideráveis de negócios setoriais. A come-çar, é claro, pela insubstituível árvore de Natal.

Originário da tradição pagã do nordeste europeu, esse or-namento encontra-se profun-damente arraigado na tradição cultural brasileira da celebração natalina. Certamente, a árvore de Natal, assim como inúmeros elementos simbólicos religiosos e festivos, foi por nós herdada do colonizador português e o imaginário a ela associado, rati-ficado pelas sucessivas ondas de imigrantes italianos, alemães, poloneses - entre tantas ou-tras etnias-, que por aqui foram aportando.

No Brasil urbano contempo-râneo, duas espécies se desta-cam na ornamentação natalina: a tuia holandesa (Cupressus macrocarpa) e o pinheiro. A pri-meira constitui-se na líder de vendas, com a comercialização anual de mais de 270 mil unida-des, apenas para essa finalidade.

Nos meses de novembro e de-zembro ocorrem mais de 80% das vendas das tuias produzi-das. O restante é vendido, ao longo do ano, para paisagismo e jardinagem. Seus preços são for-mados de acordo com a varieda-de (que pode ser a áurea, maçã, limão, Europa, prata e a stricta, de folhas mais escuras e galhos mais resistentes para a decora-ção), porte e altura da planta. Para os brasileiros, a altura pre-ferida para sua árvore de Natal é a de 1,5 metro, embora nos últimos anos se observem ven-das crescentes para as de porte inferior, com apenas 0,70 metro.

Quanto aos pinheiros as principais variedades comer-cializadas são o cipreste, o pinheiro-prateado, o pinheiro-dourado e o pinheiro-azul, to-dos do gênero Chamaecyparis. A comercialização dessas plan-tas nos principais mercados atacadistas costuma aumentar, em média, 70% entre a primei-ra quinzena de novembro e o Natal.

Outra planta ornamental que vem ganhando grande destaque no comércio sazonal natalino é a poinsétia, não apenas na sua versão vermelha, tradicional, mas também nas rosa, branca, amarela e creme. A planta pas-sou a ser chamada no mercado pelo seu antigo nome científico (Poinsettia pulcherrima), mas, em realidade, continua sendo a velha conhecida “bico-de-papa-gaio”, dos canteiros da vovó. Ar-busto semi-lenhoso, da família das Euphorbiáceas, originário do México, a planta faz parte dos jardins das fazendas brasileiras desde o século 19.

Só que agora essas plantas se apresentam melhoradas ge-neticamente e culturalmente miniaturizadas para o cultivo e comercialização em vasos, já em plena floração. Na Cooperativa Veiling Holambra - principal centro de comercialização ata-cadista da floricultura brasileira - só na época do Natal são ven-didas cerca de 700 mil unida-des dessas plantas. O hábito de comprar poinsétias para a or-namentação natalina no Brasil é relativamente recente e influen-ciado pelos padrões norte-ame-ricano e europeu. No nosso país,

o crescimento do seu consumo está associado também aos seus preços mais acessíveis em com-paração com outras opções de flores envasadas para o período e, ainda, à cultura do transplan-tio das poinsétias utilizadas na decoração posteriormente para os jardins residenciais ou con-dominiais, onde não apenas so-brevivem, mas podem tornar-se arbustos interessantes do ponto de vista ornamental.

Finalmente, entre os hábi-

tos de consumo natalino, cabe destacar as flores de coloração vermelha, a qual, na tradição cristã, possui fortes significados associados ao amor, à paixão e ao sacrifício de Cristo. Por isso mesmo, essa cor é eleita como um grande símbolo da data e costuma ser reproduzida em to-dos os adornos, além das flores – de corte e envasadas - que tan-to podem ser as rosas (Rosa sp.), gérberas (Gerbera jamesonii), amarílis ou açucenas (Hyppe-

astrum sp.), begônias (Begonia sp.) lírios (Lilium sp.) e gladío-los (Gladiolus x grandiflorus) entre muitas outras opções. Vale estar atento para o fato de que a oferta da maioria dessas espécies não costuma aumentar nesta época do ano. Aliás, mui-tas delas costumam ter redução, devido ao calor, o que contribui para a notável elevação de seus preços, que podem até triplicar no período.

Atualmente, o mercado bra-sileiro de lírios envasados mo-vimenta pouco mais de quatro milhões de unidades por ano, com a oferta concentrada para as vendas para o Dia dasd Mães e em dezembro, justamente fo-cado na ornamentação natalina e do Réveillon. Para as gérberas vermelhas, o potencial de mer-cado por ocasião do Natal é es-timado em cerca de um milhão de hastes. No caso do amarílis, sua venda anual é da ordem de 500 mil vasos, principalmen-te nas cores vermelha e bran-ca, bastante atraentes. Muitas vantagens contribuem para a crescente popularização desta espécie, especialmente a gran-deza e a robustez da flor, além da durabilidade e versatilidade da planta para a confecção dos arranjos natalinos.

No segmento dos com-plementos florais, as espigas branqueadas do trigo estarão, em 2011 - como, aliás, sempre estiveram - entre os favoritos. Representam a abundância e a prosperidade que desejamos a todos.

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 09

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201110 Agrícola

Tecnologia permite produção de tomates sem resíduos de agrotóxicos

A Embrapa Solos desen-volveu uma tecnologia para a produção de tomates sem resí-duos de agrotóxicos. Segundo o engenheiro agrônomo José Ronaldo Macedo, pesquisador da Embrapa Solos, o tomatec,

por pragas nem por resíduos de agrotóxicos.

Não se trata, contudo, de produção orgânica, uma vez que existe, quando necessária, embora em escala reduzida, a aplicação de produtos quími-cos contra pragas, como defen-sivos agrícolas ou fungicidas, esclareceu.

Macedo explicou ainda que a tecnologia permite reduzir o custo dos produtores em cerca de 10%, ampliando a produti-vidade em até 30%. Ele avaliou que a redução no custo é um grande ganho, porque haverá aumento de produtividade e porque a ideia no futuro é que o produtor tenha esse produto valorizado.

A tecnologia baseia-se em pontos que podem ser adota-dos por qualquer agricultor. Um deles é a introdução do sistema de plantio direto, que envolve rotação de culturas, para o solo não ficar contami-

nado por pragas e doenças que atingem o tomate. A condução do tomate, ou tutoramento, é feita nessa tecnologia de for-ma vertical e não inclinada, como ocorre tradicionalmente, o que favorece a criação de um microambiente muito úmido próximo às plantas. Pelo toma-tec, o tutoramento é feito com fitilhos que são usados uma vez e, depois, entram na rotação de culturas, como, por exemplo, a ervilha ou o feijão de corda.

Outro ponto reúne o uso da irrigação por gotejamento com a adubação. A essa técnica dá-se o nome de fertirrigação. Na pro-dução tradicional de tomate, os produtores usam mangueira de duas polegadas. “É um sistema muito arcaico. Na fertirrigação, o produtor fica com o tempo de irrigar e adubar liberado para fazer outros tratamentos”. Em seguida, vem o manejo integra-do de pragas. Duas vezes por semana, o agricultor percorre

a lavoura, analisando um nú-mero pequeno de plantas. Ele anota as doenças encontradas e, ao final do monitoramento, quantifica as pragas. “Se houver necessidade, aplica o inseticida ou fungicida”.

O agrônomo da Embrapa Solos destacou que como as pencas deverão estar ensaca-das nessa etapa do plantio, os sacos protegem contra a aplica-ção de defensivos.

“E os produtores têm a ga-rantia de que vão colher 100% dos frutos, que não são ataca-dos pelas brocas, praga que, nos tomates, causa prejuízo de mais de 50% do plantio se não houver o tratamento adequa-do”, explicou. Segundo Macedo, o agricultor ganha em termos de produtividade com o ensa-camento, pelo fato de o inseto não conseguir atingir o fruto. Sem o ensacamento, a perda da lavoura atinge, em média, de 20% a 30%.

como foi chamado, é um siste-ma de produção que permite utilizar qualquer cultivar ou variedade de tomate. Ele se caracteriza pelo ensacamento das pencas, que garante que o fruto não fique contaminado

O país enfrenta, atualmente, uma espécie de transição nutricional, já que hábitos até então comuns como o consumo de arroz e feijão regis-traram queda, enquanto carnes gordurosas e ali-mentos embutidos passaram a ser amplamente consumidos. A avaliação é da coordenadora de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do Minis-tério da Saúde, Déborah Malta. Segundo ela, o pro-blema de alimentos como salsichas e linguiças é o alto teor de sal, responsável por aumentar o risco de doenças cardiovasculares.

A presença de elevados níveis de açúcar na die-ta do brasileiro, segundo a coordenadora, também representa uma agravante – sobretudo quando as-sociada a um baixo consumo de frutas e hortaliças.

Os dados da pesquisa elaborada em 2010 mostram que 48,1% da população adulta no país estão acima do peso, enquanto 15% dos brasilei-ros estão obesos. O estudo indica ainda que ape-nas 18,2% das pessoas consomem cinco porções de frutas e hortaliças por cinco dias ou mais por semana; 34% consomem alimentos com elevado teor de gordura e 28% consomem refrigerantes cinco ou mais dias por semana. O consumo diário de sal no Brasil, atualmente, é de 12 gramas – mais de duas vezes maior que o recomendado pela Or-ganização Mundial da Saúde (OMS). Já o açúcar é consumido de forma considerada exagerada por 61,3% da população.

“Nos últimos anos, a desnutrição, que era um problema, recuou, mas a obesidade e o excesso de peso cresceram – em função de uma alimentação não adequada e não balanceada e também de ní-veis baixos de atividade física”, concluiu.

Diminui consumo de frutas e hortaliças

A cultura do coco no litoral norte da Bahia ga-nhará mais força com a chegada do grupo Auran-tiaca, que está construindo a primeira fábrica de fibra de coco do estado. Sediada no município de Conde, que possui 15 mil hectares plantados, a in-dústria holandesa vai gerar cerca de 500 empregos diretos e três mil indiretos, numa região que tem população estimada em mais de 12 mil pessoas. O complexo industrial terá capacidade para proces-sar um milhão de cocos por dia, sendo 400 mil fru-tos secos e 600 mil frutos verdes.

Com 83 mil hectares plantados, a Bahia é líder do ranking nacional, com produção anual superior a 500 milhões de frutos, posicionando-se à frente do Ceará (43 mil ha), Sergipe (34 mil ha) e Pará (25 mil há). No estado nordestino, a cultura do coco gera 240 mil empregos e é praticada, essen-cialmente, por agricultores familiares.

A Aurantiaca vai produzir, inicialmente, fibra, processando a casca do coco seco, matéria-prima que hoje é descartada. Depois, o objetivo é fabricar óleo e água de coco. “Até junho de 2012, a unidade de fibras já estará em operação. Até o final do pró-ximo ano, as obras estarão totalmente concluídas, e a inauguração do complexo deverá acontecer no início de 2013”, diz o empresário holandês Piet Dörr. O grupo empresarial possui 2 mil hectares no município de Conde, com 400 mil coqueiros, com projetos de dobrar a área e a produção. A indústria vai produzir 50% da matéria-prima, e o restante será comprado diretamente do produtor. “O agri-cultor familiar não será um simples fornecedor. Ele será nosso parceiro e, portanto, vamos contribuir para o seu treinamento e capacitação”, ressalta.

Bahia terá fábrica de fibra de coco

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 11

A Receita Federal tem realizado várias autuações em propriedades rurais, em decorrência de uma interpretação restritiva do conceito da atividade rural, no qual os investimentos em equipamentos de el-evada tecnologia acabam impossibilitando a utiliza-ção dos incentivos fiscais concedidos à área.

O alerta é da contado-ra Angelita Kenes Farias, da Pactum Consultoria, que defende os incentivos como a compensação inte-gral de prejuízos e depre-ciação acelerada.

“A atividade agrícola diferencia-se de outras no aspecto tributário pelos incentivos que a ela são concedidos, mas a Receita Federal, em sua sede ar-recadatória, vem tentando restringí-los”, comenta.

“Este entendimento não encontra base legal e contraria a política de desenvolvimento do país, que, inclusive, incentiva as empresas a investirem em desenvolvimento e aplica-ção de novas tecnologias em suas áreas deatuação”, acrescenta.

Atividade rural na mira do fisco

GARRAS DO LEÃO

Conduta contraria política de desenvolvimento do país, diz especialista

A Agência Nacional de Vigi-lância Sanitária proibiu a ven-da, fabricação e importação de alimentos e bebidas à base de Aloe vera. De acordo com o ór-gão, não há comprovação da se-gurança do uso do componente e nem registro para esse fim. A restrição já foi publicada no

Anvisa proíbe alimentos e bebidas à base de Aloe vera

Diário Oficial da União. A Aloe vera é uma planta conhecida popularmente como babosa. É usada principalmente em pro-dutos para o cabelo, mas recen-temente também era encon-trada em bebidas e alimentos, inclusive com função de ema-grecimento. Por se encaixar na categoria de “novos alimentos”,

a planta precisa se submeter ao registro da Anvisa para poder ser comercializada com esse fim.

De acordo com a resolução, o uso da Aloe vera é regula-mentado apenas como aditivo na função de aromatizantes de alimentos e bebidas, o que con-tinua sendo permitido.

Conhecida popularmente como babosa, planta ainda precisa ser submetida ao registro da agência governamental

Da Agência Brasil

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201112

Aumento dos custos de pro-dução, impactos ambientais e maior resistência de plantas daninhas a herbicidas. Esses são os principais fatores provocados por práticas culturais ine�icien-tes e pela utilização inadequada de herbicidas na cultura do mi-lho. Segundo o pesquisador Dé-cio Karam, da área de Fitossani-dade da Embrapa Milho e Sorgo, a resistência de determinadas plantas daninhas a herbicidas foi primeiramente noti�icada no Brasil na década de 1980 com o surgimento da enzima ALS (acetolactato sintase), conforme relatado no site internacional de monitoramento de plantas da-ninhas resistentes a herbicidas (http://www.weedscience.org/in.asp).

A partir dessa data, outras espécies foram sendo descritas como resistentes, sendo que herbicidas inibidores dessa en-zima – ALS – são os produtos que mais selecionaram plantas daninhas resistentes no Brasil e no mundo, de acordo com o pes-quisador. “Com a introdução das culturas transgênicas resisten-tes ao herbicida glyphosate, a pressão de seleção imposta pe-las glicinas tende a aumentar e veremos, consequentemente, o surgimento de mais populações resistentes a esse grupo herbici-da”, explica Karam.

Em 2008 houve o primeiro relato de uma planta daninha resistente à atrazina, herbicida usado em plantações de milho, cana-de-açúcar e sorgo para o controle de ervas daninhas. O fato foi evidenciado no Paraná. Segundo Décio Karam, outro exemplo de resistência múltipla é a tolerância da losna-branca aos herbicidas chlorimuron-ethyl, imazethapyr, foransul-furon + iodosulfuron-methyl e chloransulan-methyl, utilizados em diferentes culturas em su-cessão. “Com isso, o manejo de

populações que apresentam re-sistência múltipla torna-se de extrema di�iculdade, já que es-ses mecanismos de ação são os mais utilizados nessas culturas em sucessão”, interpreta o pes-quisador.

Entre as ocorrências mais recentes, Décio Karam alerta para o surgimento do azevém, gramínea agressiva resistente aos herbicidas da classe das gli-cinas, o “que poderá ocasionar alguma di�iculdade de controle em cultivares de milho resisten-tes ao glifosato”. Situações se-melhantes têm sido veri�icadas em relação às seguintes plantas daninhas: buva, leiteiro, comum em áreas de pastagens, e capim amargoso, já relatadas no Brasil como resistentes ao glifosato. “O surgimento de plantas daninhas resistentes a herbicidas sempre

estará associado a mudanças genéticas na população em fun-ção da seleção ocasionada pela aplicação repetida de um mes-mo herbicida ou herbicidas com um mesmo mecanismo de ação”, alerta o pesquisador.

Décio Karam reforça que o manejo de plantas daninhas re-sistentes ou não aos herbicidas não deve tomar as proporções alcançadas na cultura da soja, “visto que o uso de produtos do grupo das triazinas tem sido a base para o controle”. “Por essa razão, os sistemas que incluem o milho em sucessão ou rotação tornam-se importante no mane-jo das plantas daninhas”, a�irma. Ainda segundo ele, cuidados de-vem ser tomados pelos agricul-tores na utilização de cultivares de milho resistentes a herbici-das quando o cereal está inseri-do em sistemas de sucessão ou rotação com outras culturas que apresentem resistência ao mes-mo grupo herbicida. Um exem-plo é o cultivo do milho safrinha, que vem geralmente após o cul-tivo da soja, e quando ambas as culturas apresentam resistência ao glifosato.

“Com isso, se o manejo de plantas daninhas por meio do controle químico não for bem planejado, poderá haver aumen-to da pressão de seleção, contri-buindo para o surgimento mui-to mais rápido de mais espécies resistentes aos herbicidas”, pon-

Milho: aumenta número de plantas daninhas resistentes a herbicidas

dera Karam. “Ressalta-se, por-tanto, que o uso da rotação e/ou sucessão de culturas é um mé-todo de controle complementar para plantas daninhas resisten-tes aos herbicidas, fazendo com que o sistema produtivo seja e�iciente na redução do tempo necessário para a seleção dessa resistência”, conclui.

TransgênicoNa cultura do milho, a libe-

ração de cultivares resistentes a herbicidas ocorreu em maio de 2007 com a comercialização do evento T-25, que confere a resistência ao herbicida glufosi-nato de amônio. A partir dessa, outras liberações foram realiza-das, como em setembro de 2008 com os eventos NK603 e GA21, que conferem resistência ao gli-fosato. Após setembro de 2009, a liberação para a comercializa-ção de cultivares geneticamente modi�icadas com resistência a herbicidas já estava sendo as-sociada à resistência a insetos. Em novembro do mesmo ano, houve a liberação para comer-cialização de cultivares que apresentavam a associação de três genes de resistência, o que conferia resistência ao glifosato, ao glufosinato de amônia e a re-sistência a insetos, começando uma nova era de inserção de vá-rios genes com diferentes carac-terísticas agronômicas.

Estima-se que o uso de her-

bicidas na cultura do milho te-nha alcançado 70% das áreas cultivadas no Brasil. Na safra de verão, segundo o pesquisador Décio Karam, essa porcentagem sobe para 90%, sendo que na safrinha o uso da atrazina tem ocorrido na maioria das apli-cações. Além desse último her-bicida, o glifosato e o 2,4D cor-respondem a aproximadamente 76% do volume comercializado no Brasil. Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Ge-rais e Paraná lideram a comer-cialização do glifosato, enquan-to a atrazina é o herbicida mais comercializado, com exceção do estado de Mato Grosso.

De acordo com Karam, os herbicidas têm sido o agrotóxi-co mais utilizado na agricultura brasileira. Em relatório apre-sentado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-váveis), a comercialização de herbicidas superou 127 mil to-neladas em 2009 distribuídos em 90 ingredientes ativos e em mais de 440 marcas comerciais. Entre em contato com a Em-brapa Milho e Sorgo e saiba os principais métodos usados para o controle de plantas daninhas na cultura do milho, como ope-rações que devem ser realizadas na fase pós-colheita, tecnologias disponíveis de aplicação e as práticas da dessecação e do ma-nejo da resistência.

Agrícola

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 13

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Os produtores de hortali-ças e legumes contam com um novo método para proteção de suas plantações. Trata-se do nãotecido, uma manta leve, po-rosa, feita de polipropileno, que permite a passagem de água e também da luminosidade para o solo, favorecendo a produtivi-dade. Experimentos realizados por agrônomos e pela Associa-ção Brasileira das Indústrias de Nãotecidos e Tecidos Técnicos (Abint) constataram redução de 10 dias na colheita de alfa-ce. Houve redução no tempo de colheita também em outras hortaliças.

O agricultor pode colocar as mantas, que são vendidas em bobinas, diretamente sobre o solo semeado ou sobre as mu-das plantadas. O melhor é que ela não necessita de nenhuma estrutura de sustentação, basta colocar sobre a manta algum peso (pedra ou um bloco) nas laterais dos canteiros. Essa

manta de nãotecido, conheci-da como agrotêxtil, impedirá a ação de insetos e pássaros ao mesmo tempo em que permi-tirá a passagem dos raios sola-res e da água, seja da chuva ou da irrigação. Isso, segundo os técnicos agrícolas, possibilita a criação de um microclima ideal para o bom desenvolvimento das plantas.

Outra vantagem associada do uso do agrotêxtil é que ele reduz em até 50% a necessida-de de irrigação, uma vez que a cobertura mantém a umidade do solo e da planta por mais tempo. Experimentos feitos apontaram que em vez regar os canteiros duas vezes ao dia, o produtor precisa regar apenas uma vez ao dia, sem prejuízo da produção. A necessidade de agrotóxico também �ica redu-zida ao mínimo, uma vez que a plantação estará sempre prote-gida da ação de insetos e pra-gas. Em regiões de clima frio, o

Manta especial reduz em 10 dias o tempo de colheita de alface

material ajuda também a prote-ger a planta de geadas.

O produtor só precisa �icar atento na hora de adquirir o nãotecido. Não pode ser aquele usado na confecção de decora-ção, embalagens e confecções de roupas e artigos descartá-veis. Tem de ser o agrotêxtil que passou por um tratamento

para reduzir sua degradação, uma vez que ele �icará exposto às intempéries, como sol inten-so e chuva

Nãotecido é uma estrutura plana, �lexível e porosa, consti-tuída de véu ou manta de �ibras ou �ilamentos. Podem ser divi-didos em duráveis (como re-vestimento interno de automó-

veis, base de carpete, geotêxtil, coberturas agrícolas, entretelas para confecção, por exemplo), semiduráveis (panos de limpe-za) e descartáveis (absorven-tes, fraldas, lenços umedecidos, roupas descartáveis para a área médico-hospitalar, como tou-cas, máscaras, aventais, jalecos, calças entre outros).

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201114 Agrícola

Uma parceria entre as em-presas Fischer e Basf com o permitirá que pequenos e mé-dios produtores catarinenses tenham acesso à certificação GlobalG.A.P. Cerca de 120 agri-cultores receberão capacita-ção e a meta é que 40% deles tenham a sua produção certi-ficada internacionalmente, até junho de 2014.

Além de uma melhor gestão da propriedade, o selo possibi-litará a colocação do produto agrícola no mercado interna-cional. A GlobalG.A.P. tem com o objetivo estabelecer normas de boas práticas agrícolas e qua-lidade do produto in natura. O selo assegura ao consumidor que todo o procedimento de produção, desde o plantio até o momento em que o produto agrícola deixa a fazenda, aten-de aos requisitos internacio-nais de produção que assegure segurança alimentar, respeito ao meio ambiente, ao trabalha-dor e rastreabildiade.

“Com a certificação, o con-sumidor terá a certeza de estar adquirindo um produto agrí-cola com garantia de qualida-de. Além disso, acreditamos que a cadeia terá maior valor agregado e os produtores na-

cionais serão devidamente va-lorizados”, explica José Munhoz Felippe, Diretor de Negócios Especialidades da Unidade de Proteção de Cultivos da Basf para o Brasil. A Fischer foi uma das empresas produtoras de maçã pioneiras na certificação GlobalG.A.P., e agora busca es-tender a qualificação aos seus fornecedores. O objetivo é que todos os agricultores que for-necem sua produção à empresa tenham a certificação, assegu-rando que 100% das frutas es-tejam em concordância com as exigências do mercado interna-cional.

Segundo Ney Araldi, diretor da Fischer, existe uma crescen-te demanda mundial por se-gurança alimentar, além disso, itens como responsabilidade social e ambiental também devem ser contemplados. “Os médios e grandes produtores têm se preocupado com estas demandas e, em sua maioria já possuem algum tipo de cer-tificação que garante a confia-bilidade de seus produtos. Na pequena propriedade, o acesso a esta certificação é mais difícil e o custo de implantação de um programa da qualidade seria proibitivo”, explica.

Certificação da maçã beneficia produtores catarinenses

“Em 37 anos eu não tinha visto nada igual”, comentou o produtor de pêssegos de Porto Alegre, Luciano de Souza Ber-tacco, ao avaliar a quantidade de frutas nos pés. Segundo ele, com o frio intenso e prolonga-do, a colheita atrasou e o núme-ro de frutas aumentou muito se comparado com a safra passa-da. A declaração foi feita pelo agricultor durante a abertura da colheita do pêssego da capi-tal, que aconteceu no dia 1 de novembro, na propriedade da família dele, que conta com sete hectares, onde, além do pêsse-go, são cultivadas uvas, nectari-nas, morangos e tomates. Con-forme a engenheira agrônoma da Emater/RS, Cristina Gadea, a área cultivada por 35 famílias na capital chega a 120 hectares e expectativa é que aja um au-mento de produção em torno de 20%, em virtude do inverno rigoroso que oportunizou um

Para aumentar e melhorar a produção nos pomares, aper-feiçoar a gestão do negócio e fortalecer a comercialização de fruta, cerca de 2,5 mil produto-res de 20 municípios mineiros vão participar, em 2012, do Cir-cuito Mineiro de Fruticultura (Frutifica Minas). Criado pela Secretaria de Agricultura, o circuito consiste em palestras, dias de campo e oficinas para difundir a utilização de boas práticas de produção entre os fruticultores.

Thyara Rocha Ribeiro, as-sessora técnica da Subsecre-taria de Agricultura Familiar, informa que no próximo ano o Frutifica Minas vai enfatizar a agregação de valor aos produ-tos dos pomares por meio de melhorias no período pós-co-lheita, utilização de embalagem e adesão ao processamento de frutas (produção de doces, su-cos, licores e outros). “Os agri-cultores também serão estimu-lados para trabalhar em grupo e fortalecer o associativismo nas regiões de fruticultura”, ex-plica a assessora.

Nas palestras e dias de cam-

po, segundo Thyara, serão in-cluídas informações sobre os novos canais de comercializa-ção à disposição dos produto-res, com destaque para o PNAE (Programa de Alimentação Es-colar), que possibilita a venda direta dos produtos para as es-colas municipais e estaduais.

De acordo com Deny Saná-bio, coordenador do Circuito de Fruticultura pela Emater, o programa está avançando conforme as expectativas. “Os trabalhos realizados em 2011 registram um considerável crescimento, pois o ano vai fechar com doze municípios atendidos e cerca de 1,9 mil produtores envolvidos. Em 2010, primeiro ano do Frutifica Minas, cinco municípios foram atendidos e houve a participa-ção de 1,2 mil produtores”, in-forma.

Nos encontros, os técnicos e pesquisadores a serviço do Frutifica Minas falam sobre a necessidade de profissionali-zação dos agricultores e dão ênfase à produção conforme as exigências do mercado. Se-gundo o coordenador estadual

de Fruticultura da Emater-MG, Sérgio Pereira de Carvalho, “as palestras, as oficinas e os dias de campo mostram a importân-cia de práticas de baixo custo para a produção sustentável nos pomares.”

O coordenador explica que a demanda por frutas no Esta-do é grande e deve continuar aumentando. “A renda familiar cresceu e os hábitos alimenta-res estão mudando, conforme uma linha de valorização da saúde, e neste caso tem desta-que a progressiva inclusão de frutas”, enfatiza.

Carvalho acrescenta que os produtores mineiros podem contar inclusive com a perspec-tiva de vendas para o mercado externo depois de alcançarem um volume de produção sufi-ciente para a demanda interna. Ele informa que apenas 31,9% das frutas comercializadas atu-almente na CeasaMinas vêm de municípios mineiros. “No entanto, temos condições de solo e clima para produzir em grande escala, respeitadas as características específicas das regiões mineiras”, avalia.

Projeto pretende agregar valor às frutas produzidas em MG

Produção de pêssego deverá superar as expectativas na capital gaúcha

número adequado de horas de frio abaixo de 7ºC necessário para uma boa florada. Já An-tônio Bertaco ressaltou que a safra neste ano deve chegar a 1600 toneladas.

As variedades de pêssego

cultivadas na capital são o Pre-mier, Sulina, Charme, Peach, Chimarrita, Douradão, Maciel, Granada, Cardeal e Eldorado, que são comercializadas em pontos de venda, na Festa do Pêssego e na Ceasa.

BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS

Page 15: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 15

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Page 16: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201116 Qualidade

O alho é utilizado como condimento e como remédio pela humanidade há milhares de anos.

Existe grande diversidade nas centenas de variedades de alho, frutos do trabalho contí-nuo de seleção e melhoramen-to genético no mundo todo. Elas diferem em produtividade, ciclo de produção, resistência a pragas e doenças, tamanho e formato do bulbo, no número de bulbilhos por bulbo, na co-loração do bulbo e do bulbilho, nas características do catáfilo e, o mais importante, no poder de condimentação.

A variedade predominante na produção brasileira é o Alho Nobre Roxo Chonan, conhecido pelo seu poder de condimen-tação, que foi introduzida por Takashi Chonan, no final da dé-cada de 1970.

Nos últimos anos a produ-ção brasileira de alho cresceu em produtividade, passando de três toneladas em 1980 para 20 toneladas atualmente, e em produção, passando de 71 mil toneladas em 1990 para 104 mil toneladas em 2010, o que representa um crescimento de 46%.

A importação de alho cres-ceu 728% no mesmo período, de 21 mil toneladas em 1990 para 153 mil toneladas. A par-ticipação da China como forne-cedora oficial de alho passou de 13 mil toneladas em 1993 para 97 mil toneladas em 2010, um crescimento de 746%. A varie-dade do alho chinês, conhecida como ‘white’ ou branco é re-conhecida como tendo menor poder de condimentação que o alho roxo brasileiro.

O consumo brasileiro (pro-dução + importação) cresceu de 92 mil toneladas em 1990 para 257 mil toneladas – um aumento de 279%. A popula-ção brasileira cresceu de 149 milhões em 1990 para 194 milhões em 2010 - um cresci-mento de 30%. O consumo de alho do brasileiro dobrou entre 1990 e 2010.

Os produtores brasileiros de alho vêm tentando, sem su-cesso, há mais de 15 anos, atra-vés de medidas na Justiça, difi-cultar a entrada do alho chinês, que chega ao Brasil com preços muito baixos, subsidiado pelo governo chinês.

A maior valorização do alho roxo é um reconhecimento do seu maior poder de condi-mentação. Entretanto, a com-petição desleal do alho chinês impede o maior crescimento da produção brasileira. As afir-mações de que são necessários cinco bulbilhos do alho chinês para conseguir a mesma con-dimentação de um bulbilho do alho brasileiro e que na fritu-ra o alho brasileiro (roxo) fica dourado e o alho chinês (bran-co) queima, são comuns no mercado atacadista da Ceagesp paulistana.

Assim, o alho brasileiro pode custar cinco vezes mais que o alho chinês para atingir o mesmo poder de condimen-tação. Hoje a diferença média de preço entre o alho brasileiro e o chinês é em torno de 20% no mercado atacadista da Cea-gesp.

A comprovação e a divulga-ção da diferença do poder de condimentação entre os alhos roxo e branco, brasileiro e chi-nês, é o caminho para mudar o futuro da produção do alho brasileiro e da sua competitivi-dade em relação ao alho chinês.

O Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp en-caminhou uma solicitação à professora Dra. Marta Fillet Spoto, chefe do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Esalq, para a rea-lização de pesquisa com os ob-jetivos de avaliar a diferença do poder de condimentação entre o alho roxo (brasileiro) e alho branco (chinês) através de aná-lise sensorial.

O outro objetivo refere-se à divulgação dos resultados na mídia científica, o que per-mitirá uma ampla campanha de orientação do consumidor, através das mídias convencio-nais.

Os resultados da pesquisa permitirão estabelecer a dife-rença percentual entre o poder de condimentação do alho roxo e do branco e a diferença de quantidade necessária de cada um para obtenção do mesmo resultado sensorial.

O trabalho exigirá a forma-ção e treinamento da equipe de provadores para a realização dos testes sensoriais e permi-tirá estudos futuros, tais como:

•1. A mensuração das carac-terísticas físico-químicas, res-ponsáveis pelo poder de condi-mentação, do alho branco e do alho roxo;

• 2. A evolução do poder de con-dimentação na pós-colheita;

• 3.O efeito do tamanho do alho no seu poder de condimenta-ção;

• 4. O efeito de diferentes siste-mas de armazenamento no po-der de condimentação do alho.

O poder da condimentação do alho

Anita de Souza Dias GutierresClaudio Inforzato FanaleFabiane CâmaraGuilherme CarraraCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Além de muito consumido na preparação dos alimentos, o alho tem propriedades medicinais

Evolução da produçãoa e importação do alho no Brasil em toneladas

Volume de alho importado, por origem, em 2010

China

Argentina

México

Chile

Espanha

Total

97.190

54.083

286

231

1.089

153.141

63,46

35,32

0,19

0,15

0,71

Fonte: AliceWeb

ToneladasOrigem %

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

71.087

85.165

78.889

86.936

84.172

59.017

52.455

60.749

55.217

69.787

84.141

101.925

114.436

123.099

85.597

86.199

87.779

99.002

91.714

86.752

104.126

21.133

23.099

26.919

46.844

53.780

85.382

102.293

92.445

103.960

93.451

88.807

77.827

79.334

91.565

101.164

132.581

120.565

133.095

145.811

151.720

153.141

92.220

108.264

105.808

133.780

137.952

144.399

154.748

153.194

159.177

163.238

172.948

179.752

193.770

214.664

186.761

218.780

208.344

232.097

237.525

238.472

257.267

23

21

25

35

39

59

66

60

65

57

51

43

41

43

54

61

58

57

61

64

60

Ano Produção Importação Total % Importação

Page 17: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

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O monitoramento de resí-duos de agrotóxicos em frutas e hortaliças permite veri�icar, através de amostragem, o ní-vel de contaminação química pelo uso de pesticidas nos cul-tivos, com vistas a assegurar à população a inocuidade dos alimentos comercializados nas centrais de abastecimento e a orientar as ações de �iscaliza-ção e orientação da utilização de agrotóxicos na produção.

A Ceagesp realiza analises de resíduos de agrotóxicos des-de 1978. Seu banco de dados (Sirah) contém resultados, ori-gem na produção e atacadistas de 8.807 amostras analisadas.

Atualmente a Ceagesp é par-ceira do Programa Nacional de Controle de Resíduos e Conta-minantes (PNCRC), do Ministé-rio da Agricultura, que estabe-lece o número de amostras e as frutas e hortaliças analisadas.

Na programação da safra 2009/2010 foram coletadas no entreposto paulistano da Cea-gesp, 450 amostras de 12 pro-dutos. São eles: abacaxi, alface, banana, batata, limão, maçã, mamão, manga, melão, moran-go, tomate e uva. Os níveis de conformidade (segurança do alimento) dos resultados das análises desses produtos varia-ram entre 77% a 100%.

O índice geral de confor-midade do PNCRC para 690 amostras de frutas e hortaliça, em todo o Brasil, situou-se em 92%.

Para mais informações procure o Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp.

Monitoramento de resíduos de agrotóxicos na CeagespOssir GorensteinCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

Obter competitividade, seja em relação a outras culturas seja frente ao grão importado, é um desa�io que ainda está longe de ser superado pelo tri-go brasileiro. Nesses termos, a cultura vai se limitando às áre-as onde não há alternativa para a safra de inverno. Neste ano, a Conab estima a produção na-cional em 5,13 milhões de to-neladas, quase 13% menor que a colhida no ano passado.

Essa redução da oferta, po-rém, não tem sido su�iciente para dar sustentação os preços. Cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Econo-mia Aplicada), da Esalq/USP, sinalizam que a receita da safra que está sendo colhida deve �i-car bem abaixo do necessário

para cobrir ao menos os gastos com insumos – superar o custo total, está fora de questão – no Rio Grande do Sul e no Paraná – tomando-se como base dados primários do Cepea coletados nas regiões noroeste do Rio Grande do Sul e oeste e norte do Paraná.

Para que o produtor consiga receita que se iguale aos custos operacionais, a produtividade deve ser de, no mínimo, 50 sa-cas por hectare. Nas regiões pa-ranaenses, no entanto, a produ-tividade desta safra – já está na reta �inal – está bem inferior a esse nível, com média ao redor de 35 sacas, segundo dados do Deral/Seab. No Rio Grande do Sul, a colheita ainda está no co-meço, mas também não há ex-

pectativas de que sejam atingi-das 50 sacas por hectares. Essa produtividade praticamente nunca foi alcançada na média do estado, apesar de haver no-tícias de que algumas fazendas a tenham obtido.

As cotações nominais de balcão (ao produtor) no Pa-raná estão no menor patamar deste ano, conforme levanta-mentos do Cepea. No oeste do estado, os preços do trigo pão ou melhorador ao produtor chegaram a R$ 22,90/sc de 60 kg, valor 14,6% abaixo do má-ximo deste ano, que foi de R$ 26,80/sc em maio. No sudoeste paranaense, a saca está em R$ 24,10/sc, sendo 8,6% menor do que a máxima de 2011, de R$ 26,36/sc, em abril. Já no norte do Paraná não há sequer indicação de preços há 17 dias.

No Rio Grande do Sul, se-gundo maior produtor nacio-nal, a liquidez é ainda menor, e desde fevereiro a saca do trigo tipo brando (o tipo pão ou me-lhorador tem melhor qualidade e maior demanda) está na casa dos R$ 24,00 ao produtor.

Conforme pesquisadores do Cepea, há anos se observa que, a partir de setembro – em alguns anos, mesmo em agos-to –, compradores reduzem o interesse pelo trigo nacional, di�icultando até mesmo que se obtenham parâmetros de pre-ços – por isso, as cotações no-minais.

Entre os motivos dessa fal-ta de interesse estão as impor-tações crescentes de trigo em grão e de farinhas. Nem mesmo a melhora nas tecnologias utili-zadas pelo produtor brasileiro, como sementes que resultam em trigo de melhor qualidade, é su�iciente para atrair compra-dores. Por outro lado, leilões do governo para ajudar no esco-amento da produção nacional acabam recebendo uma boa adesão de compradores.

No mercado de derivados, a liquidez está melhor, segun-do levantamentos do Cepea. O principal motivo para o au-mento da demanda foi a alta do dólar, que encarece o produto importado, mas as negociações em pequenas quantidades ain-da prevalecem.

Com isso, os preços das di-versas farinhas cotadas pelo Cepea seguem relativamente estáveis, com ligeiros recuos nos últimos dias.

Na Argentina, a colheita do trigo está começando. Segun-do dados da Bolsa de Cereales, o rendimento das primeiras áreas colhidas é baixo devido às geadas e à falta de umidade durante o desenvolvimento da planta, mas a expectativa é de que os próximos lotes tenham bom rendimento. Por enquan-to, a safra daquele país, que é o principal fornecedor do Brasil, é estimada em 12,6 milhões de toneladas.

Preços baixos acarretam mais um ano de prejuízo ao produtor de trigo

Page 18: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201118 Qualidade

Anita de Souza Dias GutierrezThiago OliveiraCQH-Centro de Qualidade em Horticultura da Ceagesp

O matemático grego Arqui-medes foi desa�iado pelo rei, du-zentos e cinquenta anos antes de Cristo, para decidir se o monarca havia ou não sido enganado por um artesão, contratado para fa-zer a sua coroa. O rei havia forne-cido ouro para o artesão e suspei-tava que este havia substituído uma parte do ouro por prata. A coroa tinha o mesmo peso das outras coroas e a sua construção, cheia de desenhos complicados, impedia a medida do seu volume exato e a veri�icação de sua den-sidade. A diferença de densidade (volume/massa) entre os dife-rentes metais, poderia ser uma maneira de Arquimedes veri�icar se a coroa era feita de ouro puro.

Um dia, ao tomar banho, ele notou que a água que saía da banheira era proporcional ao vo-lume do seu corpo, que entrava nela. Ele lembrou que uma mes-ma massa de prata ocupa mais espaço que o seu equivalente em ouro. Ele então pesou a coroa e uma quantidade igual de ouro e colocou a coroa numa vasilha cheia de água e veri�icou que a coroa que o artesão havia feito deslocava mais água que o ouro. O artesão estava de fato fraudan-do o rei. Dizem que Arquimedes �icou tão excitado com a desco-berta que saiu correndo nu nas ruas, gritando Eureka!, que em grego signi�ica “Eu descobri!”.

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O densímetro utilizado pelo Centro de Qualidade em Horti-cultura (CQH) da Ceagesp segue o princípio de Arquimedes.

Alguns estudos mostram que existe relação entre a densidade e o conteúdo de sólidos solúveis para a uva, para o kiwi e outras frutas. Quando escolhemos um fruto sempre procuramos o mais pesado para o seu tamanho. Os sul-africanos até desenvolveram um equipamento muito sim-ples que usa este princípio para decidir o momento da colheita da uva. A baga da fruta é colo-cada num líquido de densidade correspondente ao conteúdo de sólidos solúveis desejado. É só entrar no endereço http://www.prosinnovations.com/ para maiores informações.

O CQH mediu a densidade e conteúdo de sólidos solúveis (1º Brix) de 92 bagas de uma varie-dade de uva sem semente e che-gou a uma alta correlação entre eles, como mostra o grá�ico abai-xo. A densidade pode ser uma boa ferramenta de medição de doçura para uvas sem semente. Agora é preciso determinar se a correlação é a mesma na colheita e no mercado, se ela varia com a variedade e com a região de plan-tio e se ela precisa ser determi-nada caso a caso. O método pode ser a redenção das uvas escuras de di�ícil determinação do ponto de colheita. Os dados levantados pelo CQH mostram que precisa-mos de um líquido de densidade 1,08 para selecionar uma uva de 20,5º Brix.

Arquimedes e a doçura da uva

Page 19: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 19

Page 20: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201120 Meio Ambiente

Uma das maiores exportado-ras de suco de laranja, a Cutrale acaba de receber o selo Rainfo-rest Alliance Certified, reconhe-cimento dado a empresas do segmento agrícola que buscam unir a adequação dos sistemas de produção à proteção da bio-diversidade ao aprimoramento socioeconômico em suas pro-priedades, com o bem-estar de trabalhadores e comunidades locais.

A empresa foi certificada pe-las práticas implementadas na Fazenda Graziela, localizada em Ibaté, interior de São Paulo, que mantém iniciativas de preser-vação da diversidade da flora, monitoramento da fauna (já ca-talogou espécies ameaçadas de extinção como o tatu-galinha, veado-catingueiro, onça-parda, gaviões-caboclos, entre outras), adubação verde, plantio em cur-vas de nível respeitando a área de proteção ambiental, reflo-restamento de espécies nativas, conservação da biodiversidade e proteção dos ecossistemas.

Para conquistar o selo, a Cutrale foi auditada pelo Ima-flora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agríco-la), organização brasileira res-ponsável pelas auditorias para obtenção e concessão do uso do selo Rainforest Alliance Certi-fied. No Brasil esta certificação já atinge mais de 130 mil hec-tares em áreas de laranja, café, cacau, cana-de-açúcar.

Com esta certificação, a Cutrale passa a ser reconheci-da por consumidores de vários países como símbolo de empre-sa que aplica a sustentabilida-de em suas ações ambientais, econômicas e sociais na Fazen-da Graziela. O selo Rainforest Alliance Certified comprova que os produtores adotam práticas

Cutrale recebe selo verdeCertificação é resultado das práticas sustentáveis adotadas na produção de suco de laranja na Fazenda Graziela

agrícolas saudáveis, protegendo as florestas, os rios, os solos e a vida selvagem. A certificação socioambiental da Rede de Agricultura Sustentável tam-bém garante que os produto-res são bons vizinhos para as comunidade e que os trabalha-dores recebem salários justos, têm condições dignas de vida e acesso à educação e à saúde.

A Rede de Agricultura Sus-tentável é uma organização conservacionista internacional, sem fins lucrativos, que certifi-ca propriedades citrícolas, as-segurando que elas obedeçam à rigorosos padrões de conser-vação ambiental e de direitos ao bem-estar de trabalhadores e comunidades locais.

Sustentabilidade no processo fabril

Além de manter iniciativas socioambientais em suas fazen-das, a Cutrale possui um proces-so fabril nas melhores práticas de sustentabilidade. Um dos exemplos mais marcantes dos cuidados da empresa com os re-cursos naturais é o tratamento que confere à água. No caso do suco de laranja concentrado, a água retirada da própria fruta é reaproveitada é reutilizada em diversos momentos do proces-so produtivo da empresa, tais como na lavagem das frutas, de pisos e equipamentos, na dilui-ção de produtos como soluções de limpeza e sanitizantes, na re-posição em equipamentos eva-poradores etc.

Após o processo industrial, entra em operação o tratamen-to de efluentes. Hoje, a empresa gera cerca de1.000 metros cú-bicos de efluentes por hora em todas as unidades. Todas elas possuem uma Estação de Trata-

mento de Efluentes (ETE) para garantir que a água utilizada no processo produtivo seja tratada e devolvida à natureza com uma eficiência superior à exigência ambiental, que é de 80%.

A principal ETE da Cutrale está localizada na cidade de Ara-raquara, sede da empresa. Esta estação, que recebe investimen-tos da ordem de R$ 7 milhões por ano, possui capacidade para o tratamento de um volume de efluentes correspondente ao de um município com 500 mil ha-bitantes, com eficiência de 95% no resultado final do tratamen-to da água.

“Além de devolver a água em condições ainda melhores do que a que retiramos, devol-vemos em média 1,5 litro para cada um retirado. Isso é possí-vel porque nos processos pro-dutivos, a água que é retirada do suco na concentração do pro-duto é tratada e devolvida para os rios também”, explica Otávio Gottardi Abujamra, diretor in-dustrial da Cutrale.

Energia renovável Atualmente, o combustível

utilizado para alimentar as cal-deiras das unidades da Cutrale é biomassa (bagaço de cana de açúcar) adquirida de usinas próximas às unidades fabris da empresa, evitando o uso outras fontes de energia, reduzindo consideravelmente as emissões de CO2. Vale ressaltar ainda que as emissões das chaminés das fábricas da Cutrale passam por processo de lavagem, resultan-do em vapor de água, atenden-do os parâmetros estabelecidos pelos órgãos ambientais, com acompanhamento e emissão de relatórios anuais da empresa para estes órgãos.

CNA defende licenciamento ambiental simplificado

A presidente da Confedera-ção da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Ká-tia Abreu, defendeu a criação da Licença Ambiental Única (LAU) para desburocratizar os procedimentos de obtenção do licenciamento ambiental no se-tor agropecuário e reduzir os custos de implantação de em-preendimentos agropecuários e florestais.

Ela abordou a questão du-rante o Seminário Articulação Política pela Sustentabilidade – Encontro Brasileiro de Secre-tários de Meio Ambiente, rea-lizado no final de outubro na Câmara dos Deputados. Em sua palestra, afirmou que a buro-cracia imposta pela legislação, além de onerar o produtor ru-ral, pode prejudicá-lo na sua ati-vidade. “O produtor espera até um ano para ter sua licença am-biental, quando deveria obtê-la na hora em que solicita”, disse.

A senadora apresentou da-dos que mostram o alto custo do licenciamento ambiental no Brasil. No Tocantins, por exem-plo, a permissão para um em-preendimento agropecuário ou florestal, em uma área de até mil hectares, chega a custar R$ 58 mil. Deste total, as taxas respon-dem por 26% do custo, enquan-to os projetos de licenciamento representam 74% do ônus. Para áreas acima de mil hectares, o

custo sobe para, aproximada-mente, R$ 318 mil, em razão da exigência do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (Rima), cujas taxas equivalem a 21% da quantia desembolsada e os projetos 79%. “Estes custos aca-bam inviabilizando muitos em-preendimentos agropecuários e florestais”, afirmou a presidente da CNA, que citou experiências bem sucedidas no Mato Gros-so e Mato Grosso do Sul, que já adotam a LAU. “Os exemplos destes dois Estados devem ser-vir de exemplo para o resto do País”, acrescentou.

Ainda em relação à LAU, ci-tou o Projeto de Lei 2.163/11, do deputado Irajá Abreu (PSD-TO), que simplifica os proce-dimentos para a obtenção do licenciamento ambiental para empreendimentos agropecu-ários e florestais, por meio da licença ambiental unificada. A matéria aguarda análise da Co-missão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvi-mento Rural, da Câmara. O pro-jeto também atribui aos órgãos ambientais nos Estados e no Distrito Federal a decisão sobre a necessidade de se apresentar o EIA e o Rima como requisito para a obtenção do licencia-mento. Prevê, ainda, a isenção de custos para o licenciamento em áreas de até 10 mil hectares.

Page 21: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 21

O projeto de reforma do Có-digo Florestal poderá ser mo-dificado para incluir capítulo especial sobre a agricultura fa-miliar. A possibilidade foi anun-ciada pelo relator da matéria nas comissões de Agricultura e de Ciência e Tecnologia, sena-dor Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), em reunião conjun-ta das duas comissões, no fim de outubro. Após apresentar seu substitutivo aos senadores das comissões, Luiz Henrique dis-se considerar adequado que a nova lei florestal leve em conta as especificidades dos agricul-tores familiares. O relator lem-brou que existem 4,3 milhões de propriedades rurais familiares, o que representa cerca de 85% do total de estabelecimentos no meio rural.

Para ser classificada como

Nova legislação pode ter capítulo para a agricultura familiar

familiar, uma propriedade deve ter no máximo quatro módulos fiscais, utilizar predominante-mente mão de obra própria, ser administrada pela família e ser a exploração da área sua principal fonte de renda, conforme está previsto na Lei 11.326/2006.

Luiz Henrique manteve em seu relatório artigo aprovado na Câmara dos Deputados es-tabelecendo que propriedades com até quatro módulos fiscais ficarão isentas da recomposi-ção de reserva legal desmatada irregularmente até 2008, mas alguns senadores argumentam que o benefício deveria recair apenas sobre as propriedades familiares.

Essa é a opinião do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). Para ele, a legislação florestal deve prever tratamento especial aos agricultores familiares, para as-segurar a manutenção dos re-

CidadesOutra emenda ao texto foi

sugerida pelo senador Cyro Mi-randa (PSDB-GO). Ele quer mo-dificar o projeto para desobrigar a manutenção de área de reserva legal em zona urbana, tornando explícita a exigência desse tipo de área protegida somente para imóveis rurais.

Na discussão, Luiz Henrique observou que ainda existem pen-dências sobre regras para áreas urbanas no projeto de novo Có-digo Florestal. “Vamos trabalhar nisso, em interlocução com o go-verno e com as corporações liga-das a esse processo, para vermos se conseguimos ainda definir, seja no meu parecer, seja no parecer do senador Jorge Viana, uma so-lução satisfatória para as cidades, já que essa é uma grande reivin-dicação que sentimos por parte de todos os setores da sociedade brasileira”, disse o relator.

Agência Senado

O caminho para a manu-tenção das florestas brasileiras passa pelo pagamento dos ser-viços ambientais prestados por elas. Essa é uma das posições defendidas pelo grupo Brasil Verde que Alimenta – Conselho dos Produtores Rurais, que re-presenta mais de 40 mil agri-cultores brasileiros, especial-mente os pequenos. Para seus integrantes, a solução que irá assegurar uma efetiva proteção das matas nacionais existentes dentro de propriedades parti-culares está na valorização dos ativos florestais pertencentes aos produtores rurais.

Hoje, o país possui 60% do seu território coberto por flo-restas com vegetações típicas dos diferentes biomas. Mas a reforma do Código Florestal, em discussão no Senado, trata ape-nas das propriedades privadas, ou seja, algo em torno de 30% do território nacional. Tais flo-restas pertencem aos proprie-tários das terras, que são res-ponsáveis por mantê-las em pé para o “uso comum do povo”. Ou seja, todos se beneficiam, mas é o proprietário quem arca com o

Novo Código Florestal deve prever pagamento por serviços ambientaisEntidade dos produtores propõe a criação de título financeiros para compensação de danos

ônus pelo manutenção da mata – o que significa o não uso da área para agricultura ou pecuá-ria. E os bônus ficam para toda sociedade.

O projeto de reforma do Código Florestal que está em discussão no Senado prevê a criação de Cotas de Reserva Ambiental (CRAs) de forma li-mitada. O Brasil Verde que Ali-menta propõe que essas cotas sejam denominadas Certifica-dos de Cotas de Reserva Am-biental (CCRAs), para que não sejam confundidas com as CRAs já existentes. Outra alteração sugerida é que tomem a forma de títulos representativos de to-das as florestas existentes e se-jam negociáveis e endossáveis, com emissão, registro e circu-lação controladas pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR) e pelas instituições financeiras que irão intermediar os interesses do titular com os do adquirentedo direito.

Os CCRAs também devem passar pelo sistema deregistro e de liquidação financeira, ad-ministrado por entidade auto-rizada pelo Banco Central do

Brasil, hoje BM&F Bovespa. Isso daria liquidez ao título, o quefa-ria com que os proprietários das florestas tenham interesse eco-nômico emmantê-las. Poderiam adquirir e ou alugar os CCRAs todos os que precisem com-pensar danos ambientais. Quer sejam danos futuros, quando do pedido delicença ambiental, inclusive na renovação das con-cessões de serviços públicos, quer seja por danos causados ao meio ambiente em decorrência de ações ou omissões,

Para estes últimos casos, seria aberta a oportunidade de compensarem os danos cau-sados comprando ou alugan-do CCRAs, ao invés de pagar a multa, que não resulta em vantagem ambiental. Pagariam pelo dano ambiental adquirin-do ou alugando CCRAs, ou seja, assegurando a manutenção e conservação de determinadas florestas. A lei, também, deverá deixar a oportunidade que os CCRAs possam ser adquiridos por pessoas físicas ou jurídicas que desejem conservar florestas e adquirirem a condição de ami-gos do meio ambiente.

cursos naturais sem prejudicar atividades realizadas por eles há décadas, em especial a pro-dução de alimentos.

Na discussão do assunto, o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) sugeriu que a redação

do artigo seja modificada para explicitar que o benefício al-cança apenas propriedades que tinham quatro módulos fiscais em 2008, para evitar o parce-lamento das terras apenas com vistas à isenção.

Meio Ambiente

Page 22: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201122

A Amazônia perdeu uma área de 253,8 quilômetros quadrados de floresta em setembro, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em rela-ção ao mesmo mês do ano passa-do, quando foram registrados 448 km² de desmate, houve queda de 43%. Na comparação com o mês de agosto, entretanto, quando fo-ram contabilizados 164 km² de derrubadas, houve aumento da área desmatada. O estado onde foram registrados mais desma-tamentos, em setembro, foi Mato Grosso, com 110 km².

Em seguida está o estado de Rondônia, com 49,88 km² e em terceiro, o Pará, com 46,94 km². O estado onde houve o menor registro de desmatamento foi To-cantins, com 2,24 km². No estado do Amapá não foi detectado des-mate.

Segundo o Inpe, apenas 5% da região não foram monitoradas por causa das nuvens. Fazem par-te da região da Amazônia Legal os estados do Acre, Amapá, Amazo-nas, de Mato Grosso, do Pará, de Rondônia, Roraima e do Tocan-tins, além de parte do estado do Maranhão.

Desmatamento na Amazônia aumenta e chega a 253,8 km²

Agência Brasil

Os efeitos do desmatamen-to na nova fronteira agrícola do Cerrado - formada pelo Ma-ranhão, Tocantins, Piauí e pela Bahia - são menos conhecidos e estudados pela ciência do que em outras áreas do bioma. Os quatro estados formam a parte norte do Cerrado, batizada pelo Ministério da Agricultura como “Matopiba”.

O Laboratório de Ecologia e de Ecossistemas da Universida-de de Brasília (UnB) está fazen-do um levantamento sobre os artigos científicos que tratam do estoque e fluxo de carbono, e também de nitrogênio e fósforo - elementos químicos importan-tes para a incorporação de car-bono na vegetação. Das 105 lo-calidades estudadas, apenas três estão no Matopiba; 54 em outras áreas do Cerrado; 20 na Amazô-nia; 13 nos Pampas; 12 na Mata Atlântica; e quatro na Caatinga.

O dado é preliminar e diz respeito a 91 artigos científicos levantados até agora, mas indi-ca que há menos conhecimento sobre os efeitos da degradação ambiental na região que, segun-do o Ministério da Agricultu-ra (Projeções do Agronegócio 2010/11-2020/2021), deverá assistir nesta década a um avan-ço na produção de algodão, fran-go, carne bovina e soja, além de celulose e papel.

O motivo da atração pelo Ma-topiba é o preço das terras, mais baratas do que, por exemplo, áreas de Mato Grosso e de Goi-ás, onde já há intensa atividade agropecuária.

Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia foram responsáveis por 65% do desmatamento do Cer-

Emissão de gás carbônico em nova fronteira agrícola ainda é pouco investigada

rado verificado pelo Ministério do Meio Ambiente entre 2009 e 2010, o equivalente a 4,2 mil qui-lômetros quadrados. O bioma é um dos mais ameaçados do país. Em 2010, já havia perdido 48,5% da cobertura original - cerca de um milhão de km². O desma-tamento é a principal causa de emissão de dióxido de carbono no Brasil, que provoca a dimi-nuição da camada de ozônio e as mudanças climáticas.

De acordo com a coordena-dora-geral de Gestão e Ecossis-temas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Mercedes Bustamante, também professora do Departamento de Ecologia da UnB, a exploração do Cerrado ao

Norte poderia ser diferente da que se fez na parte ao Sul, mas por enquanto não há uma “cesta de incentivos positivos” para evi-tar o desmatamento incontrola-do, como a dedução de encargos, os incentivos tecnológicos para o aumento de produtividade e o pa-gamento de serviços ambientais.

O poder público, segundo a coordenadora, tem menos re-cursos para proteger o Cerrado (como unidades de conservação e extensas áreas de preservação obrigatória) do que para a Ama-zônia.

Na região, com muitas pro-priedades privadas rurais, é pre-ciso dialogar com o agronegócio. “Se não trouxer o setor produti-

Meio Ambiente

vo, como vamos racionalizar o uso das águas?”, pergunta.

O pesquisador do Laborató-rio de Ecologia de Ecossistemas da UnB, Alexandre de Siqueira Pinto, explica que a destruição da vegetação no Cerrado é fun-damental para o regime de chu-vas e mesmo uma área não de-gradada pode sentir os efeitos da destruição.

Ele lembra que o desmata-mento diminui a capacidade de absorção da água pelas plantas, o que reduz a evaporação, afetan-do o ciclo hidrológico e a capa-cidade de absorção de carbono. “O carbono não existe indepen-dentemente de outros fatores”, salienta.

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 23

Agência Brasil

Representantes da indústria e do governo e trabalhadores da Zona Franca de Manaus estão propondo acrescentar aos pro-dutos da região selos que iden-tifiquem a origem amazônica, assim como a sustentabilidade ambiental e também social. No final de 2012, deve entrar em vigor a certificação do Selo Ama-zônico, proposta por empresá-rios à Suframa (Superintendên-cia da Zona Franca de Manaus), para produtos que contenham matérias-primas extraídas da floresta.

Serão certificados pelo In-metro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecno-logia) alimentos, cosméticos e fitoterápicos produzidos nos nove estados da Amazônia Legal que, além de serem ecologica-mente sustentáveis, remunerem o conhecimento das populações tradicionais e não explorem tra-balho escravo ou infantil.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Manaus também propôs ao governo estadual e à Suframa agregar ao selo que já acompa-

Zona Franca de Manaus quer criar selos verdes

nha os produtos da Zona Fran-ca um selo “verde e social”, que ateste a qualidade do produto e o respeito à legislação trabalhista.

“O Brasil e o mundo vão sa-ber que aquele produto foi feito com mais dignidade para todos”, ressalta o presidente do sindica-to, Valdemir Santana, que pre-tende encaminhar a proposta do selo ambiental e trabalhista ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e ao Ministério da Ciência, Tecno-logia e Inovação.

Para ele, os selos podem agregar valor atestando quali-dade e distinguindo os produtos da Zona Franca de Manaus das mercadorias de países que não respeitem direitos de trabalha-dores, reconhecidos pela Organi-zação Internacional do Trabalho.

Internamente, o selo pro-posto pelo sindicato pode servir como recurso para evitar casos de abuso, como agressões físicas e assédio a trabalhadores que ocorreram recentemente em em-presa de capital asiático inazala-da no Polo Industrial de Manaus.

Os agricultores que culti-vam morango no estado de São Paulo e buscavam a certificação da Produção Integrada de Mo-rango (PIMo) estão prestes a produzir a primeira safra cer-tificada do fruto. Propriedades da região de Atibaia, Jarinu e Valinhos receberam, no início de novembro, auditores do Sistema PIMo que analisaram todos os itens da norma técni-ca nas lavouras e em diversos pontos de apoio dos estabeleci-mentos rurais.

A visita incluiu a verificação

de laudos de água, solo, emba-lagens vazias de agrotóxicos, notas fiscais de produtos e in-sumos, etc.

Amostras de morangos também foram coletadas e se-rão enviadas para análise em laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pe-cuária e Abastecimento.

Quase todos os critérios avaliados seguiam as exigên-cias e a certificadora anunciou que alguns itens precisam ser levemente ajustados.

A previsão é que, a partir de

Produção integrada de morango será certificadaEm 2012, consumidores terão acesso ao fruto produzido pelo sistema

maio de 2012, os produtores ofereçam um morango certi-ficado para o mercado. Com o reconhecimento, os consu-midores terão mais facilidade em distinguir os frutos. Após a certificação, os produtos culti-vados com esse rigor terão um selo de identificação.

Leite

Outro produto que está em processo de certificação para produção integrada é o leite. Integrantes da Comissão Na-cional da Produção Integrada Agropecuária e da Comissão Técnica para Produção Integra-

da do Leite reuniram-se, tam-bém na semana passada, para definir as diretrizes das novas comissões.

Durante o encontro, foi aprovado o regimento interno da Comissão Técnica para Pro-dução Integrada do Leite. To-dos os membros da comissão receberam uma cópia da Nor-ma para Certificação da Pro-dução Integrada do Leite. Os representantes terão até o dia 20 de novembro para enviar sugestões de melhorias.

Depois de elaborada, a nor-ma será encaminhada à Co-missão Nacional da Produção Integrada Agropecuária para aprovação. A previsão é de que, no primeiro semestre de 2012, a norma definitiva para certi-ficação da produção integrada do produto esteja pronta.

Sustentabilidade

A Produção Integrada Agro-pecuária (PI Brasil) é um siste-ma baseado na sustentabilidade ambiental, segurança alimentar, viabilidade econômica e ras-treabilidade de todas as etapas produtivas. O programa, inicia-do em 2001, prevê a inserção de tecnologias que propiciem a certificação e elevem a compe-titividade dos produtos. Além disso, diminui o emprego de in-seticidas e fungicidas, reduz os custos de produção e o uso de fertilizantes.

A adesão à iniciativa é volun-tária, porém, o produtor que op-tar pelo sistema terá de cumprir rigorosamente as orientações estabelecidas. O Ministério da Agricultura é responsável pela publicação das normas, enquan-to as certificadoras acreditadas pelo Inmetro fazem as auditorias e emitem o selo do programa.

FRUTICULTURA

Page 24: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201124 Ceasas do Brasil

A modernização das cen-trais atacadistas brasileiras foi tema da abertura do Encontro Técnico da Abracen (Associa-ção Brasileira de Centrais de Abastecimento), realizado no �inal de outubro em Curitiba (PR). Representantes de 11 centrais atacadistas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país se reuniram para debater soluções para reduzir o custo na logística de distribuição dos alimentos que chegam à mesa do consumidor.

Na abertura do encontro foi assinado termo de cooperação técnica em que as centrais ata-cadistas se comprometem em desenvolver as boas práticas de distribuição e comercialização dos alimentos para assegurar a qualidade dos produtos. As boas práticas referem-se ao modelo de transporte, emba-lagem e comercialização, além da necessidade de revitalização das estruturas de abastecimen-to.

De acordo com o secretário da Agricultura e do Abasteci-mento do Paraná, Norberto Or-tigara, todas as centrais estão com estruturas �ísicas e huma-nas sem renovação há mais de 40 anos. O desa�io é encontrar um modelo novo para distri-buir alimentos com e�iciência e custos menores. “O mundo está cheio de exemplos bem sucedi-dos de centrais atacadistas com perdas mínimas que podem ser adaptados”, a�irmou.

Ortigara defendeu a atração de capital privado para assegu-rar os investimentos necessá-rios para a modernização das Ceasas. Segundo ele, ao gover-no cabe a determinação da po-lítica necessária para encurtar os caminhos da distribuição.

“Temos que apostar na recons-trução, na remodelação das centrais e encontrar um novo jeito de fazer a distribuição dos alimentos e chegar aos merca-dos varejistas com mais compe-tência”, sugeriu.

O encontro de Curitiba teve como base a discussão do Ma-nual Operacional das Ceasas do Brasil, primeiro documento do gênero no mundo, que traz in-formações de diferentes áreas ligadas ao abastecimento para contribuir com a modernização das centrais de abastecimento.

O presidente da Abracen e da CeasaMinas, João Alber-to Paixão Lages falou sobre a Frente Parlamentar em Defesa das Ceasas, lançada em julho, em Brasília, e que se compro-meteu em contribuir com o fortalecimento de mecanismos de combate à fome e ao des-perdício alimentar e também com a criação de logísticas de transporte e armazenagem de alimentos.

O secretário municipal do Abastecimento, Humberto Ma-lucelli Neto, defendeu que as

mudanças devem se concentrar no atendimento ao consumidor e, por isso, as reformas a serem implantadas devem levar em consideração a qualidade dos alimentos. Segundo Malucelli, o Mercado Municipal de Curiti-ba, com a criação de um espaço especial para a comercialização de produtos orgânicos, de for-ma pioneira no país, é exemplo de remodelação de mercados que dá prioridade ao atendi-mento ao consumidor.

“A Ceasa paranaense é a quarta central atacadista do país e se destaca como eixo de ligação na distribuição de ali-mentos entre o Sul e o Sudeste, o que faz dela um local estraté-gico para as políticas de abas-tecimento alimentar”, disse o presidente da Central, Luiz Dâ-maso Gusi. Para ele, a moderni-zação que se impõe deve levar em conta a compatibilidade de abastecimento comercial e so-cial, equilibrando fatores como segurança alimentar, e�iciência logística e exigências de mer-cado. Segundo Gusi, a central atacadista paranaense já adota

Ceasas de 11 estados debatem redução de custos de logísticaEncontro aconteceu em Curitiba e reuniu representantes em busca de soluções para reduzir custos com transporte e distribuição de alimentos

modelo de tratamento de resí-duos que certamente servirá de referência para outros merca-dos brasileiros. A Ceasa Paraná gera 40 toneladas de resídu-os orgânicos por dia. A maior parte era destinada aos aterros sanitários e contribuía para a contaminação do solo pelo chorume e proliferação de ro-edores e pragas. Porém, agora os resíduos ajudam na alimen-tação de gado.

O Plano Nacional de Trata-mento de Resíduos Sólidos pre-vê que, a cada ano, as centrais atacadistas devem reduzir 25% do resíduo orgânico destinado a aterros sanitários até com-pletar 100%, em quatro anos. De acordo com Gusi, desde ju-lho, uma empresa absorve todo o resíduo orgânico gerado na Ceasa do Pinheirinho, em Curi-tiba, para fazer ração animal que alimenta mil bovinos em con�inamento. Os resíduos pas-sam por pasteurização, são de-sidratados e enriquecidos com nutrientes e vitaminas para gerar um produto de alto valor nutritivo aos animais.

Técnicos do Prohort (Pro-grama Brasileiro de Moder-nização do Mercado Horti-granjeiro) estão avaliando a viabilidade da instalação de uma Central de Abastecimen-to nas proximidades da região de Luziânia, no estado de Goi-

Goiás pode ter uma nova Ceasa

ás. Um dos motivos é que a re-gião possui uma extensa área de plantio de frutas e hortali-ças e uma numerosa popula-ção.

O gerente de moderniza-ção do mercado hortigranjei-ro da Conab, Newton Araújo,

adiantou que duas visitas fo-ram feitas ao município, para uma análise inicial. “Estão previstas ainda, para as pró-ximas semanas, reuniões com técnicos e representantes da prefeitura e das associações de produtores”.

No passado, quando ocorria in-cêndio na Ceagesp, o primeiro a chegar era o caminhão tanque da companhia., chamado de “Cachorrão”. O veículo era guiado pelo Dimas que, com seus aju-dantes, combatia o fogo até a chegada dos bombeiros.

O Cachorrão hoje já não existe mais e o Dimas agora é motorista da diretoria, mas o espírito de cora-gem e desprendimento para ajudar o próximo ainda se faz presente e pôde ser visto no último dia 26 de outu-bro, quando ocorreu um incêndio de grandes proporções na comunidade do portão 9. Os barracos de madeira estavam prestes a se transformar em cinzas, mas houve um grito de socorro e o 193 foi acionado.

A empresa contratada pela Ceag-esp mandou os caminhões-pipa e os funcionários subiram no alambrado para jogar água nas chamas; a briga-da de incêndio da Metalúrgica Atlas controlou o fogo até a chagada dos bombeiros. O trabalho em conjunto conseguiu debelar as chamas e evitar que toda a comunidade fosse destruí-da, inclusive a sede da Nossa Turma, que estava no caminho do fogo. Quem também prestou um rápido socorro foi a concessionária da Ultragaz, que rapidamente auxiliou na retirada dos botijões de gás da escola.

Os funcionários da Ceagesp, num gesto de solidariedade, doaram roup-as, calçados, material de higiene, dis-tribuídos pela Nossa Turma entre as famílias atingidas. A Metalúrgica Atlas mandou várias picapes carregadas de roupas e alimentos; os funcionários da Diebold também colaboraram e tudo foi distribuído entre a comunidade. O que sobrou foi enviado para a comuni-dade Dracena, que também foi vítima do fogo na semana seguinte.

******A Nossa Turma já está com a lista

das sacolinhas de Natal para as crian-ças e adolescentes. O kit consiste em uma roupa nova, um calçado novo, um brinquedo e artigos de higiene pes-soal. Quem quiser apadrinhar uma criança é só ligar para o telefone 3832-3366 e pedir para a Silvana o nome de uma criança e entregar o kit até o dia 8 de dezembro.

******A horta da escolinha já está pro-

duzindo para o consumo da criançada. Tomate, berinjela, cenoura, beterraba, pimentão e alface, plantados pelas crianças e por representantes de enti-dades que nos visitaram durante o ano.

*****Os simpatizantes da Nossa Turma vão ajudar na festa de Natal das crianças. Este ano contaremos com o apoio dos amigos da Ceagesp, o Instituto da Cri-ança, a Fundação Abrinq, o Rotary Alto da Lapa, os voluntários do HSBC e da Diebold, e a ONG Meninas do Bem. Sem esquecer que a estrela maior do São Paulo futebol Clube, Rogério Ceni, nos enviou sua camisa autografada comemorativa dos 1000 jogos que será sorteada entre os nossos colab-oradores.

Por Manelão

Os heróis da Ceagesp

CÁ ENTRE NÓS

Page 25: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 25Ceasas do Brasil

Batata Comum

7%Salsa PescadaMelão

-26,5% 6%23,4%Pimentão Vermelho

-59,6%

(*) cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos

Índice Ceagesp outubro 2011

Geral

Frutas

Legumes

Verduras

Diversos*

Pescados

-3,44%

-0,57%

-19,33%

-4,39%

1,22%

1,24%

Fonte: Ceagesp

Com uma queda expressiva de 19,33%, o setor de legumes contribuiu para a retração de 3,44% em outubro do Índice Ceagesp, balizador dos preços no atacado dos principais pro-dutos comercializados na es-tatal. Pimentão vermelho, chu-chu, abobrinha italiana foram os responsáveis pela baixa no setor, já as altas nos preços �ica-ram por conta da ervilha torta, mandioca e jiló.

Outros fatores também fa-voreceram para esta baixa do indicador e colaboraram para a redução dos preços praticados

na maior central atacadista do país. “As condições climáticas satisfatórias (temperaturas amenas e pouca incidência de chuvas), os aspectos sazonais positivos (poucos produtos em entressafra e muitas op-ções de compra), a manuten-ção do dólar em patamares aceitáveis (queda da moeda americana, após consecutivas altas), a demanda retraída (somente em dezembro deve crescer o consumo)”, avalia o economista da companhia, Flávio Godas.

Os setores de verduras

(4,39%) e de frutas (0,57%) também computaram quedas nos preços. Em verduras, as principais retrações nos preços foram da salsa, do repolho e do espinafre e os aumentos �ica-ram por conta do brócolis ninja, do alho porró e do almeirão.

Já em frutas, item de maior representatividade na cesta de 105 produtos frescos que com-põe o Índice Ceagesp, as baixas nos preços foram do melão, caju e abacate. As principais altas foram da uva itália, ca-rambola e do mamão formosa (13,9%).

Apenas os setores de pes-cados e diversos apresentaram ligeiras altas nos preços. Os principais aumentos nos pesca-dos foram do polvo, da pescada e do camarão.

Já no setor de diversos - composto por cebola, batata, amendoim, coco seco e ovos -, as elevações dos preços foram da cebola e da batata comum e as quedas foram do coco seco, ovos e amendoim.

“A expectativa é de preços reduzidos até dezembro. O iní-cio do período de chuvas em conjunto com as altas tempe-

raturas devem impulsionar os preços no último mês do ano, principalmente no setor de fru-tas, cujo consumo cresce acen-tuadamente”, ressalta Godas.

Índice Ceagesp recua 3,44% em outubro

A CeasaMinas planeja a im-plantação de um mercado de �lo-res e orgânicos. Durante palestra de apresentação do projeto, o téc-nico da estatal, Gustavo Almeida, ressaltou que o comércio de �lores está crescendo e citou os casos de sucesso de alguns mercados de �lores, como o da Ceagesp e da Ce-asa Campinas.

Almeida acrescentou ainda que a CeasaMinas fez uma pesqui-sa com 100 produtores de �lores. Noventa e três por cento deles apoiaram a montagem do merca-do atacadista. Para os entrevista-dos, a venda de �lores deve ocor-rer em dois ou três dias semanais, preferencialmente à terça-feira, quinta-feira e sexta-feira.

Com relação aos orgânicos, que vão ocupar o mesmo pavilhão das �lores, há a expectativa de adesão por parte dos produtores, o que vai aumentar a oferta deste tipo de produto em Belo Horizon-te.

Após a palestra, o presiden-te da estatal, João Alberto Paixão Lages disse que “A CeasaMinas demonstrará capacidade de estí-mulo à produção e seu potencial de diversi�icação. O mix que nós teremos deixará a CeasaMinas cada vez mais completa”.

Ceasa mineira planeja inaugurar mercado de �lores e orgânicos

Page 26: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201126 Transporte

Mais da metade das rodo-vias brasileiras pavimentadas apresentam problemas, segun-do a 15ª pesquisa de rodovias divulgada no fim de outubro pela CNT (Confederação Na-cional do Transporte. Foram avaliados 92.747 quilômetros de rodovias. Destes, 53.226 km, o que corresponde a 57,4% do total, apresentaram “algum tipo de deficiência”. De acor-do com a pesquisa, 24.899 km “estão em situação crítica”. Isso corresponde a 26,9%.

A pesquisa aponta que, em relação ao pavimento, 44.479 km (47,9%) têm problemas; e, em relação à sinalização, esse número sobe para 52.738 km, ou 56,9% do total analisado. Além disso, em 88,3% dos tre-chos analisados predominam pistas simples de mão dupla. Em condições favoráveis, ava-liado como ótima ou boa con-dição pelo estudo, estão 39.521 km, o que corresponde a 42,6% da extensão pesquisada.

“Se o governo não resolver os problemas das rodovias, o Brasil vai sofrer um colapso de transporte. A proposta de desenvolvimento para os pró-

ximos anos estará comprome-tida, caso não sejam feitos os investimentos necessários”, alerta o diretor executivo da CNT, Bruno Batista. A CNT ava-lia que serão necessários R$ 200 bilhões em investimentos apenas em rodovias, para dei-xá-las em boas condições. Em 2010 foram investidos apenas R$ 13 bilhões. Destes, R$ 9 bi-lhões tiveram como destino as rodovias federais.

A situação, avalia ele, pio-rou, na comparação com a pesquisa feita em 2010. “Em relação ao passado, se verifica um decréscimo em termos de qualidade. Nossa grande preo-cupação é que, no ano em que o governo mais investiu em ro-dovias, o cenário não mudou. Isso mostra que o governo não está investindo de forma corre-ta. Existe um problema geren-cial que precisa ser muito bem equacionado de forma rápida”, disse o pesquisador.

“E quem acaba pagando por isso é a indústria, que perde competitividade, e o consumi-dor que acaba pagando mais caro pelos produtos. Isso sem falar no maior número de mor-tes nas estradas”, acrescentou.

O diretor executivo da CNT, Bruno Batista, avalia que, na comparação com a pesquisa

Mais da metade das principais rodovias brasileiras apresentam problemas, diz CNT

anterior, feita em 2010, houve aumento também no número de pontos críticos, passando de 109 para 219 em 2011.

Na tentativa de quantificar o que se perde no país em função do mau estado das rodovias, a CNT fez uma simulação envol-vendo a principal commoditie brasileira em um dos principais trechos rodoviários do país. O impacto econômico chega a 13% do valor do frete relativo ao escoamento de 40 toneladas de soja nos 2.586 km entre Lu-cas do Rio Verde (MT) e Para-naguá (PR).

“Nessa simulação, o custo adicional por carreta foi de R$ 1.540, ou R$ 38,50 por tonela-da de carga. Os 13% do valor do frete nesse deslocamento se tornam prejuízo incorporado ao produto, e o custo operacio-nal adicional equivale a 16,7% do valor total de deslocamento, devido ao pavimento na rota estudada”, disse Batista.

Para que a pesquisa fosse feita, a CNT utilizou 17 equipes espalhadas pelo país durante 39 dias de coleta em campo. As rodovias pesquisadas abran-gem toda a malha rodoviária federal pavimentada, os prin-cipais trechos de rodovias esta-duais pavimentadas e as rodo-vias concedidas.

Agência Brasil

JOSÉ CRUZ/ABr

Page 27: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 27Transporte

Montadoras defendem incentivos para produzir carro elétrico no BrasilAgência Brasil

Para começar a produção de veículos elétricos no Brasil, as montadoras apontam a neces-sidade de incentivos do gover-no, como a redução de tributos. “Para fazer as coisas acontecer-em no Brasil, necessitamos de uma parceria com o governo, dando incentivos para permitir que esses veículos entrem [no mercado], sejam acessíveis e atinjam escala su�iciente para reduzir os custos”, ressaltou o diretor de desenvolvimento de produtos da Ford na América do Sul, Matt O’Leary.

O diretor de engenharia da Mitsubishi no Brasil, Reinaldo Muratori, defendeu que, para viabilizar a fabricação, é pre-ciso um período de adaptação com redução do imposto de importação e do Imposto so-bre Produtos Industrializados

(IPI). Segundo ele, é indispen-sável “testar o mercado” antes de começar uma produção na-cional. “O plano da Mitsubishi é, se o governo incentivar a parte dos impostos, a gente pode trazer uma frota razoável, co-locar isso em teste e fazer um plano de produção local a mé-dio prazo”, disse após partici-par de debate no 20º Congres-so e Exposição Internacionais de Tecnologia da Mobilidade (SAE Brasil), que ocorreu esta semana na capital paulista.

A viabilidade da inclusão dos carros elétricos na ma-triz brasileira de transportes está em estudo pelo governo. De acordo com o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, é possível que o país tenha um projeto piloto para o desenvolvimento desse tipo de veículo.

Além do apoio governa-

mental, Muratori destacou que as empresas também terão de apostar na ideia para propor-cionar a popularização dos veículos elétricos no país. “A montadora tem que subsidiar uma parte, enquanto se desen-volve maneiras de baratear o carro”, explicou. Mesmo que o IPI e o imposto de importação fossem zerados, um carro elé-trico da Mitsubishi, com au-tonomia de 160 quilômetros, ainda custaria cerca de R$ 100 mil. “O que é caro”, admitiu o executivo.

Os carros híbridos, abas-tecidos com eletricidade ou combustíveis comuns, podem, no entanto, ser uma maneira mais fácil de os veículos elétri-cos conseguirem penetração no mercado brasileiro, na opinião de Matt O’Leary. “Costuma-mos pensar nos híbridos vindo primeiro, como uma maneira

de atrair o interesse e trazer o preço para o patamar acessív-el”, explicou o diretor da Ford.

Os incentivos para importa-ção dos carros elétricos não são a única opção para a implemen-tação desses veículos no país, na opinião do professor de en-genharia de produção da Uni-versidade de São Paulo Roberto Marx. “É uma tecnologia que, a princípio, o Brasil não domina completamente, mas isso pode-ria ser – com uma orientação mais forte nesse sentido e com incentivos – viabilizada em um espaço não muito longo de tempo.”

A tecnologia não é, no en-tanto, o único obstáculo para a implementação desse tipo de veículo no país. Leandro Lac-erda lembra da necessidade de mão de obra especí�ica. Ele é capitão da equipe de estu-dantes que expôs no SAE Brasil

um protótipo de carro de cor-rida elétrico. Desenvolvido por uma equipe do Centro Univer-sitário da Fundação Educacio-nal Inaciana, o projeto faz parte de uma iniciativa para incenti-var trabalhos na área, de modo a formar pro�issionais especial-izados. “Não adianta ter carro elétrico no Brasil e ter que im-portar a mão de obra depois”, ponderou.

O carro, que deverá disputar uma competição com outros do mesmo tipo em 2012, é abas-tecido com 1,4 mil baterias de celular. Essa foi a maneira en-contrada pelos estudantes para contornar a falta de insumos especí�icos para o funciona-mento desse tipo de máquina. “As principais di�iculdades são na parte de motores e baterias, que há muito tempo não ocorre muito desenvolvimento nessa área”, destaca Lacerda.

Page 28: Jornal Entreposto | Novembro de 2011

JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201128 Transporte

A partir do ano que vem, to-dos os caminhões terão que sair de fábrica com novos motores que permitem uma redução na emissão de poluentes na atmos-fera. O Proconve-7 exige que a oferta de combustível apresente teor reduzido de enxofre para veículos pesados e uma total adequação aos padrões estabe-lecidos pelo Euro 5, que limita, ao máximo possível, o impacto ambiental dos veículos rodovi-ários no ambiente e na saúde. Embora tenham até 2012 para apresentar seus novos motores já adaptados à norma, as mon-tadoras que atuam no país já se antecipam e começam a colocar seus novos modelos no merca-do. A 18ª edição da Fenatran, uma das maiores feiras do setor, realizada em outubro na capital paulista, serviu de palco para grande parte desses lançamen-tos.

A MAN Latin America, fabri-cante dos caminhões Volkswa-gen, aposta no novo motor com duas versões do modelo MAN D08, com dois turbocompres-sores e sistema de injeção Com-mon Rail, de 4 cilindros, com 190 e 230 cavalos de potência, e de 6 cilindros, com 280 cavalos. A tecnologia empregada para atender ao Euro 5 nesses moto-res é a EGR, com recirculação de gases de exaustão, sem a neces-sidade do aditivo. “Com as novas normas de emissão, estamos dando um enorme passo tecno-lógico, nos aproximando ainda mais da legislação de emissões em vigor nos países mais avan-çados”, analisa Ricardo Alouche, diretor de vendas da montadora.

A sueca Scania apresentou seu modelo P270, caminhão movido 100% a etanol e que, segundo a fabricante, propor-ciona uma redução de até 90% na emissão de CO2 (dióxido de carbono), atendendo às necessi-dades das novas leis que entram em vigor a partir de janeiro do próximo ano. Outra novidade da montadora é a linha de moto-res com oito cilindros - V8, que chega com a plataforma para atender as normas não somen-te do Euro 5, mas já do Euro 6, que entrará em vigor no mer-cado europeu em 2013. “O V8

chega para dominar o mercado em termos de alta potência, res-pondendo por mais da metade do volume total de vendas na faixa dos 600 cavalos”, explica o diretor geral da Scania do Bra-sil, Roberto Leoncini. Já a Volvo optou pela tecnologia SCR (Re-dução Catalítica Seletiva na si-gla em inglês), baseado no pós-tratamento dos gases de escape, tendo sido desenvolvido para reduzir os níveis de óxidos de nitrogênio (NOx).

O sistema converte os tóxi-cos gases de óxidos de nitro-gênio em nitrogênio e vapor de água, inofensivos ao meio

Montadoras aceleram lançamentos adequados às leis de emissõesNovas regras só entram em vigor a partir de janeiro de 2012, mas as fabricantes já se antecipam para colocar novos modelos no mercado

ambiente. Segundo a monta-dora, a tecnologia proporciona um aproveitamento energético mais eficiente e uma solução ambiental otimizada. “Já temos mais de 170 mil caminhões com a tecnologia SCR comercializa-dos e rodando na Europa e em outros mercados onde a Volvo Trucks está presente e que já es-tavam com a legislação de emis-sões em etapas mais avançadas”, afirma Bernardo Fedalto Jr., ge-rente de caminhões da linha F.

Com crescimento de 52% nas vendas no primeiro semes-tre, a Iveco apresentou a linha Ecoline 2012, com motores mais potentes e menos poluen-tes, já atendendo as normas do Euro 5.

Apesar do aumento de pre-ço inicial dos equipamentos, as perspectivas continuam altas. “Neste ano teremos vendidos mais de 20 mil caminhões no Brasil e em dezembro abrire-mos nossa 100ª concessionária aqui no país. Entendemos que os preços subiram com o novo motor, mas a história mostra que a tendência é que se encon-tre um novo patamar”, destacou o diretor de desenvolvimento, Renato Mastrobuono.

O executivo explicou que a Iveco está apostando em um re-posicionamento, no qual a com-petitividade entre as fabrican-tes, as necessidades do mercado e os preços nas indústrias vão se equilibrar e o novo motor deve ter menos impacto no preço do produto final. De acordo com a Iveco, a Ecoline conta com cami-nhões que economizam até 9% de combustível e os modelos es-tarão no mercado entre 2012 e 2014.

A aposta da Ford Caminhões fica por conta da linha Cargo Euro 5, que será composta por doze novos modelos que utiliza-rão a tecnologia SCR. De acordo com a montadora, a nova gera-ção tem melhor desempenho e redução da emissão de poluen-tes no meio ambiente em até 80% diante dos níveis atuais. A economia de combustível é ou-tro destaque, podendo variar de 5% a 7% em comparação com os caminhões Cargo Euro 3, se-gundo os testes realizados.

18ª edição da Fenatran, uma das maiores feiras do setor, serviu de palco de apresentação das novas tecnologias

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 29Transporte

A confusão judicial causa-da pelo aumento do Imposto sobre Produtos Industrializa-dos (IPI) de carros importa-dos foi a principal responsá-vel pela queda nas vendas de carros em outubro, segundo o presidente da Fenabrave (Fe-deração Nacional da Distribui-ção de Veículos Automotores), Sérgio Reze. Um balanço di-vulgado nesta quinta-feira (3) pela entidade que representa os revendedores apontou que, no mês passado, a quantidade de carros vendidos foi 10,15% menor que a de setembro.

“Se não fosse a confusão gerada pelo IPI sobre os veí-culos importados, não tería-mos nenhuma notícia nega-tiva em outubro”, disse Reze ao explicar os números do levantamento da Fenabrave. No dia 15 de setembro, o go-verno baixou um decreto que aumentou em 30 pontos per-centuais o IPI sobre veículos importados para proteger a

indústria nacional. No dia 20 de outubro, o Supremo Tri-bunal Federal decidiu que a mudança no imposto, para atender à legislação, só vale a partir de 15 de dezembro. Com isso, as alíquotas volta-ram aos patamares anteriores.

Dados da Fenabrave mos-traram que a média diária de vendas em dias úteis (descon-siderando o dia 28 de outu-bro, que foi ponto facultativo) caiu 0,67% de setembro para outubro. Já a venda de carros importados de fora do México ou de países do Mercosul (que têm acordos comerciais com o Brasil) caiu 17,77%.

Reze disse, porém, que a Fenabrave apoia o aumento do IPI para carros importa-dos. Mesmo com o impacto negativo nas vendas, Reze dis-se que o governo precisa pro-teger a indústria nacional. Por isso, aumentar o IPI sobre os carros importados é, para ele, uma boa medida.

Máquinas agrícolas e veícu-los de carga adquiridos por agricultores cadastrados no Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) poderão �icar isentos do Imposto sobre Produtos In-dustrializados (IPI).

Proposta nesse sentido, de autoria do senador Gim Ar-gello (PTB-DF), foi aprovada no último dia 27 de outubro pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária e segue para a Comissão de Assuntos Econômicos. Caso o bem seja vendido à pessoa não inscrita no Pronaf em até cinco anos após a compra, o projeto prevê que o agricultor familiar será obrigado a recolher o imposto dispensado, acrescido de juros de mora.

Em voto favorável ao texto, o relator, senador Clésio An-drade (PR-MG), disse consid-erar que o incentivo previsto

na proposta contribuirá para reduzir os custos da produção agrícola familiar, segmento rel-evante para o abastecimento de alimentos para o mercado interno.

Na mesma reunião, também foi aprovado o PLS 632/2007, do senador Francisco Dor-nelles (PP-RJ), que estende os bene�ícios �iscais previstos na Lei 11.529/2007 a atividades pesqueiras, de produção de óleo de palma, de bene�icia-mento de castanha de caju e

Confusão sobre aumento do IPI reduz vendas de carros em outubro

Máquinas para agricultor familiar podem �icar isentos de IPIAgência Senado

de componentes de calçados, voltados à exportação.

A proposta também facilita o acesso ao regime Especial de Aquisição de Bens de Capi-tal para Empresas Exporta-doras (Recap). Como relator substituto, o senador Jayme Campos (DEM-MT) manteve voto do relator inicial, sena-dor Cyro Miranda (PSDB-GO), propondo emendas ao texto para adequar a redação do PLS 632/2007 ao texto atual da lei que a proposta modi�ica.

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócionovembro de 201130 Apesp

Espaço ApespEspaço informativo da Associação dos Permissionários do Entreposto de São Paulo

Programa de Controle de Saúde Médico Ocupacional - PCMSO

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA

Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT

Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP

Exames médicos: Admissão, Periódico, Retorno ao trabalho, Demisssionais.

Dra. Ana Maria Alencar (Diretora Médica)

Programas exigidos por lei:

Entre em contato com nossos representantesFábio (11) 3832.4049 / 3835.9576 / 7871.2644End. Edsed II sala 37(em cima da padaria Nativa)

No próximo dia 2 de de-zembro, a Apesp realiza, o tradicional jantar de con-fraternização dos permis-sionários da Ceagesp. Este ano, a 12a edição do evento será realizada na churrasca-ria Fogo de Chão. Prestigie a nossa festa, que é a oportu-nidade de reunir os amigos, familiares, convidados e de comemorar mais um ano de trabalho, brindando com es-perança o ano novo que logo se inicia.

A festa começa a partir das 19h30 e a churrasca-ria, famosa pelo bom aten-dimento e pelos cortes que oferece, fica na avenida dos Bandeirantes, 538, na Vila Olímpia. Participe!

Apesp reúne permissionários no seu 12º jantar de confraternização

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JORNAL ENTREPOSTOUm jornal a serviço do agronegócio novembro de 2011 31

Mariana G. Marques

Turismo

Este é com certeza um pas-seio pela historia e cultura de São Paulo. O Roteiro dos Ban-deirantes é o traçado por onde passaram e se aventuraram os desbravadores, que partiam da então Vila de São Paulo de Pira-tininga em suas longas caminha-das pelo desconhecido território nacional. As cidades do roteiro são referência histórico-cultural para todo o Brasil e possuem museus, fazendas, trilhas e ca-minhos dignos de serem explo-rados por novos desbravadores.

A viagem é uma excelente oportunidade para o visitante se aprofundar na história do Brasil, pisando nas mesmas terras por onde passaram personagens como Bartolomeu Bueno da Silva - O Anhanguera e Fernão Dias Paes Leme, o Caçador de Esmeraldas, homens que deram, com bravura e determinação, o formato que o Brasil tem atual-mente.

São 180 quilômetros, par-tindo de Santana do Parnaíba, passando por Pirapora do Bom Jesus (ainda na Região Metropo-litana de São Paulo), Araçarigua-ma, Cabreúva, Itu e Porto Feliz, até chegar à cidade de Tietê. Essa região próxima a Itu, consi-derada berço da República, pos-sui um privilegiado patrimônio arquitetônico e belezas naturais inesquecíveis.

Santana do Parnaíba

A cidade de Santana do Par-naíba nasceu de um pequeno povoado instalado por conta de expedições que buscavam ouro e outros metais preciosos pró-ximos ao curso do rio Tietê. É neste local que inicia o trecho mais bonito da SP-312 (Estrada dos Romeiros), que liga a cidade de Barueri a Itu. A “Estrada Par-que”, devido ao pouco movimen-to e a presença de eucaliptos e encantadoras áreas verdes, é uma boa opção para quem quer admirar a paisagem da região. A estradinha é muito procurada por ciclistas, que seguem peda-lando até Itu e Salto, e pelos ro-meiros vindos do interior para as festas religiosas em Santana do Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus.

A cidade realiza todo ano a tradicional Festa de Corpus Christi com a confecção dos fa-mosos tapetes artesanais de serragem com cerca de 800 me-tros de extensão, com um total de 59 quadros passando pelas ruas principais do Centro Histó-rico. O drama da paixão também é encenado ao ar livre onde 70 atores e 500 �igurantes fazem o maior espetáculo do gênero no estado.

Santana também cultiva a tradição da cachaça, muita gente vem de longe em busca da famo-sa “branquinha de Parnaíba”, a cidade conta também com mui-tos pesqueiros, todos com fácil acesso e ótima infra-estrutura.

Pirapora do Bom Jesus

Pirapora do Bom Jesus é o último município da Grande São Paulo banhado pelas águas do Rio Tietê, distante 54 km do marco zero da capital paulista. A origem do seu nome vem do Tupi Guarani que signi�ica Pei-xe (Pira) que pula (Pora), pois os peixes na desova tentavam pular para cima da cachoeira. Em 1725, a imagem de madeira do Senhor Bom Jesus, Santo Pa-droeiro da cidade foi encontrada numa corredeira, apoiada numa pedra do Rio Tietê, por José Al-meida Naves, dando origem ao 1º Centro Cristocêntrico do Brasil. Tornou-se município em 1959, quando se emancipou de Santana de Parnaíba.

A cidade possui muitas bele-zas naturais que podem ser visi-tadas, como a Estrada do Morro Branco que é tombada pelo pa-trimônio histórico turístico e em seu pico possui umas das mais belas visões de Osasco e São Paulo. Porém, o principal moti-vo de visitas a cidade e pela reli-gião, famosa pelas romarias que recebe, onde ciclistas, pedestres, charreteiros, cavaleiros e veícu-los motorizados chegam para re-verenciar a imagem de Bom Je-sus. Até hoje, a cidade continua recebendo um número bastante signi�icativo de romeiros tanto em datas religiosas quanto em �ins de semanas normais.

Itu

O marco da fundação da ci-dade de Itu foi à construção, em

1610, de uma capela devotada a Nossa Senhora da Candelária, no lugar em que hoje �ica a Igre-ja do Bom Jesus. Em Itu foram organizadas muitas monções, expedições �luviais que partiam do Porto de Araritaguaba (hoje Porto Feliz), às margens do rio Tietê, com destino às minas de ouro de Cuiabá.

No cinturão de fazendas que foram sendo abertas ao redor de Itu, construíram-se casas, enge-nhos e os demais aparelhamen-tos próprios da cultura canaviei-ra. As moradas que ainda restam desse período são do assim cha-mado “estilo bandeirista”, casas de taipa-de-pilão com planta simples e simétrica, construídas de acordo com sistema que vigo-rava em terras paulistas desde o tempo das bandeiras.

Na cidade, pode-se encon-trar um conjunto arquitetônico preservado na área central e em outros pontos, todos tombados pelos órgãos competentes. Ou-tros pontos históricos importan-tes da cidade sao o Museu Repu-blicano “Convenção de Itu”, e o Museu da Energia.

As igrejas antigas também são destaque no turismo de do local. Entre outras, as mais co-nhecidas são a Igreja do Senhor Bom Jesus, Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária e Igreja de Santa Rita de Cássia. A cidade também tem o famoso “Orelhão de Itu” (instalado num poste do jardim da matriz), a Casa Imperial (um dos marcos sig-ni�icativos das antigas residên-cias de Itu), Mercado Municipal (inaugurada em 1905), Fábrica São Luiz (a primeira fábrica de tecidos movida a vapor do Es-tado de São Paulo) e Parque do Varvito, um verdadeiro monu-mento geológico inaugurado em 1995. Patrimônio tombado pelo Condephaat, foi construído em uma área de 44.346 m2 da an-

tiga pedreira. Varvito é o nome utilizado pelos geólogos para denominar um tipo de rocha sedimentar única, formada pela sucessão repetitiva de lâminas ou camadas, cada uma delas de-positada durante o intervalo de um ano.

Cabreúva

O nome da cidade é originá-rio da árvore Cabreúva do tipo pardo conhecida pelos índios como “Kaburé-Iwa” (Árvore da Coruja). A cabreúva é muito valorizada pela densidade da madeira e pelas propriedades medicinais do líquido aromático liberado quando se efetuam in-cisões no tronco, o qual produz um bálsamo muito utilizado na medicina popular.

Um dos destaques da cidade é o turismo rural, onde o visi-tante pode conhecer de perto o sistema “colhe e pague” em di-versos tipos de produção agríco-la. Além disso, Cabreúva possui propriedades rurais que são dis-poníveis para alugar para even-tos ou apenas visitar.

O público que gosta de adre-nalina pode praticar esportes de aventura e radicais, como, tiro-lesa, escalada, rapel, canoagem, arvorismo, entre outros, em al-guns dos campings da cidade. Além das trilhas onde o visitan-te pode desfrutar da belíssima paisagem da Serra do Japi, com suas nascentes, cachoeiras, �lora e fauna exuberantes, acompa-nhados por monitores e guias. A cidade se destaca também no tu-rismo de saúde através de seus Spa’s de altíssima qualidade em áreas muito agradáveis. Os Spas estão sempre inovando, tendo salões de beleza, diversos tipos de massagem, atividades recre-ativas e formas alternativas de melhorar a qualidade de vida com caminhadas monitoradas.

Caminho dos BandeirantesNatureza, história e religião

Salto

Salto conta com diversos pontos turísticos, o que levou o Governo do Estado a transfor-má-la em Estância Turística. O visitante pode conhecer a Pra-ça XV de Novembro, o Convívio D. Pedro II (uma das principais ruas comerciais da cidade), o Monumento aos Imigrantes, o Museu da Cidade, (seu acervo exibe urnas funerárias indíge-nas, pontas de �lechas, maqui-nário das primeiras tecelagens, peças do cotidiano da cidade no início do século XX e outros ob-jetos ligados à presença dos imi-grantes italianos).

Tietê

A história de Tietê teve ori-gens com os bandeirantes, que desbravavam o interior paulista navegando pelo rio Tietê. A ferti-lidade do solo atraiu grande nú-mero de aventureiros e pessoas afeitas à lavoura para o local.

Tietê possui uma das mais belas praças do Brasil a Praça Dr. Elias Garcia, cartão postal que rendeu à cidade o título de “Cidade Jardim”. Tietê é um mu-nicípio de São Paulo e atrai mui-tos turistas devido ao grande numero de festas e comemora-coes populares realizadas no lo-cal. Uma das principais atrações é a Festa do Divino, que ocorre desde 1830. A parte principal desse evento (que ocorre tradi-cionalmente no último sábado do ano), é o Encontro das Cano-as que acontece no Rio Tietê.

Mais Infomações: Ambar Turismowww.ambarturismo.com.brEcomania Turismowww.ecomaniaturismo.com.br

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