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JORNAL DA UFOPA ANO III N 10

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Jornal da UFOPA

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I Jornada Acadêmica marca aniversário de 3 anos da UFOPA

A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) comemorou 3 anos de existência no dia 5 de novembro de 2012. Para celebrar a data, a primeira universidade pública com sede no interior da Amazônia realizou a I Jornada Acadêmica. O evento aconte-ceu entre os dias 5 e 9 de novembro nos três campi da instituição, em Santarém/PA. A programação, gratuita e aberta a toda a sociedade, contou com palestras, mesas-re-dondas, apresentações culturais, exposição de trabalhos, oficinas e outras atividades.

Com o tema “Integrando ensino, pesquisa e extensão”, a I Jornada Acadêmica buscou congregar as três funções da universidade em um só encontro, apresentando ao públi-co os avanços conquistados para a região ao longo dos últimos anos. Paralelamente à programação geral, ocorreram o II Seminário de Iniciação Científica, o I Seminário de Iniciação à Docência e o II Seminário de Pesquisa e Pós-Graduação. Nesses seminários, os bolsistas de iniciação científica e de iniciação à docência, além dos alunos da pós--graduação da universidade, apresentaram resultados de pesquisas, e também refle-xões sobre a prática da docência. Ao todo, 304 trabalhos foram inscritos.

“Como reitor, fico muito feliz e compensado em acompanhar, em menos de três anos de existência da UFOPA, essa congregação e esse fortalecimento da comunidade aca-dêmica e de toda a sociedade em torno das conquistas da nossa nova e inovadora uni-versidade, que, em si mesma, já é uma conquista para a região e para a população. A I Jornada Acadêmica externa esse entusiasmo pela nova instituição, ao mesmo tempo em que mostra e reflete sobre a sua produção acadêmica e científica e projeta a pers-pectiva de novos avanços, mostrando, na prática, a unidade institucional e a real in-dissociabilidade entre ensino, pesquisa, extensão e inovação, compartilhando experi-ências em todos esses níveis, principalmente entre alunos, professores, formuladores pedagógicos e dirigentes”, afirmou o reitor, Prof. Dr. José Seixas Lourenço.

Para o pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação Tecnológica, Prof. Marcos Ximenes, o grande objetivo do encontro, que será realizado anualmente pela UFOPA, é atrair pessoas para a vocação científica, possivelmente, futuros pesquisadores da instituição. Segundo ele, a região deve se fortalecer por meio do aumento de sua força criativa. Nesse contexto, destacou a importância da iniciação científica e da busca pelo conhecimento. “O homem começa a morrer quando perde o interesse pelo aprendi-zado. Uma região desprovida de oportunidades educacionais é uma região de pessoas mortas, ou quase mortas. O que nós estamos fazendo aqui, ao consolidar a universida-de, é ampliar a oportunidade de as pessoas viverem, e viverem de forma mais próspera e mais feliz”.

ExpedienteReitor: José Seixas Lourenço | Vice-Reitor: Clodoaldo Alcino Andrade dos Santos | Pró-Reitor de Ensino de Graduação: José Antônio de Oliveira Aquino |Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação Tecnológica: Marcos Ximenes Ponte | Pró-Reitor de Planejamento Institucional: Aldo Gomes Queiroz | Pró-Reitora de Administração: Arlete Moraes

Coordenadora de Comunicação: Lenne Santos | Jornalistas Responsáveis: Jussara Kishi (DRT/PA 2309), Lenne Santos (DRT/PR 3413) e Talita Ba-ena (DRT/PA 1991)| Revisão: Júlio César da Assunção Pedrosa | Fotos: Lenne Santos, Talita Baena, Jussara Kishi e Luciana Leal | Projeto gráfico e diagramação : Luciana Leal | Gráfica Lisboa, Belém/PA | Tiragem: 5.000 exemplares Coordenação de Comunicação da UFOPA | Campus Tapajós, Prédio Tapajós 1 | R. Vera Paz, s/n - Salé - Santarém, PA - 68035-110 | [email protected], [email protected]| Tel. (93) 2101- 4937

Jovens pesquisadores

A palestra de abertura da jornada – “O pesqui-sador do futuro” – foi proferida pelo diretor do Campus de Oriximiná da UFOPA, Prof. Dr. Do-mingos Luís Wanderley Picanço Diniz. O profes-sor falou sobre a experiência inovadora imple-mentada no município, por meio do Programa de Ação Interdisciplinar (PAI), que hoje faz par-te do projeto pedagógico do curso de Biologia de Águas Interiores. O programa busca contri-buir com a educação científica em Oriximiná, por meio da oferta de bolsas de iniciação cientí-fica júnior (PIBIC Jr.) a alunos da educação bási-ca da rede pública de ensino.

Segundo ele, o Pará apresenta um dos piores índices no Índice de Desenvolvimento da Edu-cação Básica IDEB. “Significa dizer que, apesar de nós havermos avançado em termos de inves-timento em pesquisa e conhecimento, não es-tamos fazendo esse conhecimento chegar ade-quadamente aos nossos alunos da rede básica de ensino”.

A ideia é garantir a conexão entre a escola bási-ca, seus alunos e os pesquisadores da universi-dade, motivando os estudantes desde cedo para a carreira científica, eliminando a sala de aula tradicional e formando cidadãos que contribu-am, efetivamente, para a melhoria da região. A iniciativa já beneficiou mais de 800 alunos da rede básica, que participam de reuniões de tra-balho, seminários, feiras de ciências e oficinas e apresentam trabalhos em feiras regionais. O programa utiliza, ainda, ferramentas didáticas, como artes cênicas, revistas em quadrinhos so-bre temas científicos e jogos educativos. Como resultado, pesquisas mostram que os alunos melhoram a produção escolar e tornam-se mais comunicativos e interessados em leitura.

“Nossa proposta é mudar, no sentido de dar o valor real à ciência como um processo educati-vo. Não só contextualizar a ciência, trabalhan-do-a como conteúdo programático na escola, mas usar a ciência, o método científico como um norte para o amadurecimento e a constru-ção de um cidadão adulto”, disse o diretor. O PAI teve início ainda com a UFPA e, após o des-membramento, foi mantido pela UFOPA, com perspectivas de ser ampliado.

Estudante recebe certificado por seu trabalho das mãos do reitor Seixas Lourenço

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Jussara Kishi e Talita Baena

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I Jornada Acadêmica marca aniversário de 3 anos da UFOPA

Inovações Acadêmicas

Um dos convidados da I Jornada foi o ex-reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Prof. Dr. Naomar de Almeida Filho, que proferiu a palestra “As inovações acadêmicas mais recentes no Brasil e no mundo”. A palestra teve a mediação do Prof. Dr. Rodrigo Ramalho, coordenador de Projetos Especiais da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e ex-pró--reitor de Ensino de Graduação da UFOPA.

Naomar traçou um panorama da educação superior brasileira e da de outros países e fa-lou sobre a tendência de reorganização curricular no Brasil. Presidente da Comissão de Implantação da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSBA), ele descreveu o projeto pedagógico da futura universidade federal na Bahia, que possui, em comum com a UFO-PA, um modelo interdisciplinar, que permite ao estudante definir sua profissão ao longo do percurso acadêmico, e não no início.

Uma das propostas inovadoras da UFSBA é o ingresso na instituição por meio de uma Rede de Colégios Universitários – Rede CUNI, destinada a egressos do ensino médio da rede pública da região. Com a Rede CUNI, baseada em sistema utilizado em países como Estados Unidos e Canadá, os estudantes poderão estudar uma parte do curso em suas ci-dades de origem.

Trabalhos Premiados

A premiação dos melhores trabalhos apresentados na I Jornada Acadêmica da UFOPA marcou a solenidade de encerramento, realizada no Auditório do Campus Tapajós. Ao todo, 14 trabalhos foram premiados, sendo 5 no âmbito da Educação; 2 no âmbito das Ci-ências Sociais Aplicadas; 1 no âmbito das Ciências Exatas e da Terra; 1 na área de Linguís-tica, Letras e Artes; 1 no âmbito das Ciências Biológicas; 1 na área das Ciências Humanas; 2 no âmbito das Ciências Agrárias; e 1 na área de recursos pesqueiros.

Os certificados de melhores trabalhos apresentados em diversas categorias e modalidades foram entregues pela representante do comitê externo de avaliação do Programa Insti-tucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), Profa. Regina Célia Fernandes Cruz; pelo reitor da UFOPA, José Seixas Lourenço; pelo pró-reitor de Ensino de Graduação, José Aquino; e pelo pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação Tecnológica, Marcos Xi-menes.

Na avaliação de Regina Célia, a qualidade dos trabalhos dos bolsistas de iniciação garantiu o sucesso do evento. “Foi a terceira oportunidade de avaliação do PIBIC/UFOPA. Antes de tudo, a UFOPA está de parabéns pela realização do evento acadêmico. Durante as avalia-ções dos trabalhos, foi possível constatar que, em geral, o nível dos trabalhos estava bom. Como instituição nova, é surpreendente o esforço de toda a UFOPA em apostar no pro-grama PIBIC, de forma que constatamos um aprimoramento do programa na instituição. Para um segundo seminário PIBIC, a qualidade dos trabalhos estava muito boa. Apostar na iniciação científica e determiná-la como uma das prioridades institucionais é opção sensata para uma instituição que, apesar de nova, já possui 3 programas de mestrado e 2 de doutorado. Para a retroalimentação desses programas, a formação de massa crítica é in-dispensável”, destacou a avaliadora durante o encerramento. Ainda na avaliação do comitê externo, as áreas de botânica, zoologia e letras foram as que apresentaram a necessidade de ser v fortalecidas.

Para Seixas Lourenço, a jornada foi um momento importante para que fossem apresenta-dos os resultados dos trabalhos em ensino, pesquisa e extensão. “Eu costumo dizer que, se em 3 anos já observamos tanta conquistas, vislumbramos um futuro glorioso para a nossa instituição e para a nossa região. Agradeço a todos pelo sucesso na organização do evento”, finalizou o reitor.

Buscar o desenvolvimento de modelo sustentável para a pequena mineração na região do Tapajós. Esse foi o objetivo do encontro do Grupo de Tra-balho para o ordenamento da mineração, realiza-do no dia 14 de dezembro de 2012, na Universida-de Federal do Oeste do Pará (UFOPA).

Criado pela Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração (SEICOM) e apoiado pela Secretaria Especial de Estado de Desenvolvimento Econô-mico e Incentivo à Produção, o Grupo Tapajós reuniu instituições de ensino, como a Universi-dade de São Paulo (USP) e a UFOPA, e o Cen-tro de Tecnologia Mineral (CETEM), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a fim de construir agenda para o apri-moramento das atividades na Província Aurífera do Tapajós.

O professor Giorgio de Tomi, diretor do Núcleo de Apoio à Pequena Mineração Responsável, da USP, apresentou a proposta do Centro de Treinamento para Mineração Responsável na Província Mine-ral do Tapajós – Projeto CTMINAS-Tapajós, que contempla a criação de uma mina modelo, com protótipos de mina, usina, produtos e rejeitos, e ainda um centro de treinamento para pequenos mineradores da Província Aurífera do Tapajós.

De acordo com Maria Amélia Enriquez, secretá-ria-adjunta da SEICOM, a ideia é somar esforços interinstitucionais para a implantação do projeto Pequena Mineração Responsável. “Hoje nós nos reunimos com o objetivo de definir uma agenda que deverá ser implantada durante dois anos”, ex-plica a secretária.

A UFOPA, por meio do Parque de Tecnologia do Tapajós, será parceira na implantação do projeto e deverá fornecer estudos e recursos humanos para a execução das atividades planejadas. “Iremos atu-ar diretamente nas áreas onde ocorrem as ativida-des de pequena lavra mineral, com o intuito de in-ternalizar, nos pequenos mineradores, o conceito de mineração sustentável”, ressalta o pró-reitor de Planejamento Institucional, Aldo Queiroz.

Também participaram da reunião Claudio Scliar, assessor especial da Reitoria da UFOPA; Patricia Chaves, diretora do Parque de Tecnologia do Ta-pajós; José Ferreira Leal, pesquisador do CETEM/ CNPq; Marjorie Neves (SEICOM); e os professo-res pesquisadores no âmbito da mineração – Ber-nhard Gregor Peregovich (UFOPA), Alexandre Passos (USP) e Gonzalo Enriquez (SEDIP/UFPA).

Pequena Mineração Responsável é tema de discussão

“Hoje nós nos reunimos com o objetivo de definir uma agenda que deverá ser implantada durante dois anos”

Alunos premiados durante a I Jornada Acadêmica

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Avanços na pós-graduação marcam três anos da UFOPA

Aliar ensino, pesquisa e extensão é um dos maiores desafios das instituições de ensino su-perior, em especial para aquelas que estão distantes dos grandes centros. Apesar de ter sido criada há três anos, a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) já se consolida como um importante espaço de produção de conhecimento no interior da Amazônia. Isso se reflete na larga oferta de cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu. No total, são quatro programas de mestrado e dois de doutorado, além de quase uma dezena de especializações. Em 2009, no ano em que foi criada, deu início ao Programa de Pós-graduação em Recursos Naturais da Amazônia (PPGRNA), que já registra 30 dissertações defendidas; algumas delas deverão se desdobrar em patentes, pois já há encaminhamento de registro. Há ainda, além do PPGRNA, a oferta do Programa de Pós-graduação em Recursos Aquáticos Continentais Amazônicos (PPGRACAM) e o Mestrado Profissional em Matemática em Rede (PROFMAT). Recentemente foi aprovado o quarto mestrado, em Biociências, que será coordenado pelo Campus de Oriximiná. De acordo com o reitor, a aprovação desses mestrados não é só uma questão de decisão institucional, é uma questão de reconhecimento. “A Capes, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, que é a agência brasileira de pós-graduação, faz uma análise muito rigorosa para avaliar as propostas de criação de mestrados e doutora-dos; portanto, esses cursos foram avaliados de uma maneira muito criteriosa”.

Além dos mestrados, a UFOPA oferta dois cursos de doutorado. O Doutorado Interdiscipli-nar em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento (PPG-SND) e o Doutorado Interinstitucional (DINTER) em Educação, promovido em parceria com a Unicamp. “Não há nenhuma dessas instituições novas, criadas nesses últimos quatro anos, que tenha conseguido avanços como esses na pós-graduação”, avalia o reitor.

Histórico - Criada pela Lei nº 12.085, de 5 de novembro de 2009, com a incorporação das unidades da UFPA e da UFRA na região Oeste do Pará, a UFOPA vem superando o desafio de promover a integração amazônica, interiorizando atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão de qualidade e contextualizadas para a região. Focada na missão de socializar e pro-duzir conhecimentos, contribuindo para a cidadania, inovação e desenvolvimento na Ama-zônia, a UFOPA já é referência na formação interdisciplinar, integrando sociedade, natureza e desenvolvimento.

Com apenas três anos, a UFOPA possui cerca 6.322 alunos matriculados, incluindo os do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR. A meta é que, dentro de 10 anos, a UFOPA tenha cerca de 10 mil alunos. Além disso, a busca de parcerias por meio de um amplo programa de cooperação técnica possibilitou também a formação de recursos humanos e o incentivo à pesquisa científica na região. No que se refere aos recursos humanos, atualmente a universidade possui 453 servidores concursados, sendo 236 professo-res (119 doutores, 117 mestres, 8 especialistas e 1 graduado) e 263 técnicos administrativos.

Prospecção

Mesmo com todos esses avanços que visam à ampliação da oferta de educação pública de qualidade, a UFOPA ainda está em processo de consolidação. As próximas conquistas serão a inauguração do Parque Tecnológico do Tapajós (parceria com o governo do estado), a criação da Base Científica de Curuá-Una (parceria com a Eletronorte) e a consolidação da estrutura física da universidade.

Com a Certificação de Disponibilidade Orçamentária no valor de R$ 119 milhões, aprovada pelo Ministério da Educação, a UFOPA irá iniciar a construção dos novos espaços, como um prédio multiúso e os prédios que vão abrigar os quatro institutos temáticos. A verba, de acor-do com o reitor, deverá ser aplicada ao longo dos próximos três anos e vai permitir consolidar a estrutura física da UFOPA.

Modelo Acadêmico único no Brasil

Com um modelo acadêmico inovador, baseado nos princípios da interdisciplinaridade e da educação continuada, a universidade está estruturada em seis unidades acadêmicas: o Centro de Formação Interdisciplinar (CFI), responsável pela oferta do primeiro semestre, comum a todos os alunos ingressantes na instituição; e cinco institutos temáticos focados em gran-des áreas de conhecimento e interesse para a região: Instituto de Biodiversidade e Florestas (IBEF), formado pelos programas de Agrofloresta e Biotecnologia; Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas (ICTA), constituído pelos programas de Biologia Aquática e Vegetal, Recursos Aquáticos e Aquicultura, Saneamento Ambiental, e Recursos Hídricos; Instituto de Engenharia e Geociências (IEG), com programas nas áreas de Ciências da Terra, Ciência e Tecnologia, e Tecnologia da Informação e Computação; Instituto de Ciências da Sociedade

(ICS), com os programas de Antropologia e Ar-queologia, Ciências Jurídicas, e Ciências Econô-micas e Desenvolvimento Regional; e Instituto de Ciências da Educação (ICED), com os programas de Ciências Naturais, Ciências Exatas, Letras, Ci-ências Humanas, e Pedagogia.

Cursos Ofertados

Ao todo são 34 cursos de graduação, sendo 7 ba-charelados interdisciplinares, 4 licenciaturas inte-gradas, 2 licenciaturas específicas e 21 formações específicas, ofertados pelos institutos temáticos. Na pós-graduação, já são 16 cursos ofertados, sendo eles: dois doutorados (Programa de Pós--graduação Doutorado em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento – PPGSND e Programa de Dou-torado Interinstitucional em Educação – Unicamp e UFOPA), quatro mestrados (Recursos Naturais da Amazônia, Recursos Aquáticos Continentais Amazônicos, Matemática em Rede e o mestrado em Biociências, recentemente aprovado) e ainda dez especializações (Direitos Humanos e Políticas Públicas; Sociedade, Meio Ambiente e Desenvol-vimento Sustentável na Amazônia; Agroecologia; Jornalismo Científico; Manejo de Florestas Tropi-cais; Gestão Escolar; Educação Infantil; Coorde-nação Pedagógica; Língua, Cultura e Sociedade; Ensino Interdisciplinar das Ciências e Meio Am-biente – Interciências).

Universidade Multicâmpi

Em cooperação com governos dos municípios da região Oeste do Pará, a UFOPA também vem se consolidando nos campi de Alenquer, Itaitu-ba, Juruti, Monte Alegre, Óbidos e Oriximiná. Nessas localidades, os cursos de licenciatura são ofertados na modalidade intervalar por meio do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica – PARFOR. “Nem todas as uni-versidades brasileiras participam do PARFOR, porém optamos por participar do programa por-que entendemos que o esforço imenso possibilita a formação de professores. Nós mergulhamos de cabeça e atualmente temos quase 3 mil alunos, apenas no PARFOR”, informa o reitor José Seixas Lourenço.

No município de Juruti, o processo de licitação para a construção do campus já foi iniciado. A construção do prédio faz parte da agenda positiva estabelecida entre o município e a mineradora Al-coa, que atua na região.

Processo Seletivo Diferenciado Foi uma das primeiras universidades do país a optar pelo ENEM como único critério de acesso, dando fim ao “vestibular” tradicional. O expressi-vo aumento no número de vagas ofertadas, de 300 para 1.200, já no processo seletivo de 2011, tam-bém é outro fato que merece ser destacado. No processo seletivo de 2013, serão ofertadas 1.200 vagas. Também a partir deste ano, a UFOPA ado-ta a Lei de Cotas para as universidades federais. A classificação dos candidatos é feita em ordem

Lenne Santos

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Avanços na pós-graduação marcam três anos da UFOPA

decrescente da média obtida no resultado do ENEM. No Processo Especial Indígena, a UFO-PA ampliou a oferta de 50 para 65 vagas, destinadas, exclusivamente, a candidatos indígenas.

Cooperação técnica na pesquisa e inovação

É importante destacar que as inúmeras ações e avanços na formação de recursos humanos são resultados do intenso programa de cooperação técnica que busca parcerias com outras instituições de ensino e pesquisa, o que também favorece a produção científica.

Visando à cooperação, a UFOPA possui parceria com instituições regionais, como é o caso da UFPA e UFRA, e também com instituições como o Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia (INPA), o Museu Goeldi, a Embrapa, o Instituto Butantan, a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade de Campinas (Unicamp). Essas instituições têm colaborado com a formação de recursos humanos, o que tem impacto na qualidade na educação supe-rior. “O essencial para uma universidade, principalmente uma universidade pública e fede-ral, é contar com um quadro da mais alta qualificação. Só para se ter uma ideia, a UFOPA já atingiu a meta do Conselho Nacional de Educação, que, em resolução, distingue institui-ções de nível superior de universidade, ou seja, só poderão ser consideradas universidades, a partir de 2014, as instituições que tenham 3 mestrados e 1 doutorado, e a partir de 2016, 5 mestrados e 2 doutorados”.

Parque de Ciência e Tecnologia do Tapajós

O Parque de Ciência e Tecnologia do Tapajós, espaço físico que pretende transformar o co-nhecimento gerado na universidade em produtos para pequenas, médias, grandes empresas e cooperativas, está em via de implantação e contará com o apoio dos governos federal e estadual. As áreas de tecnologia aquícola, de biotecnologia animal e a pesquisa e desenvolvi-mento de bioativos serão algumas das áreas beneficiadas com o parque.

Base Científica de Curuá-Una Outra ação voltada ao âmbito da pesquisa na região é a futura parceria com a Eletronorte, que irá possibilitar a implantação de uma base científica da UFOPA na área da Hidrelétrica de Curuá-Una. As duas instituições deverão firmar um protocolo de intenções, no valor de R$ 2 milhões, ainda neste ano. Está previsto para março o lançamento da pedra fundamental da base.

Novo prédio do ICED em obras

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Auditório do novo prédio do ICED

Novo laboratório de arqueologia

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Atividades realizadas paralelamente em 7 municípios do Oeste do Pará marcaram o fim das atividades do Centro de Formação Interdisciplinar da Universidade Federal do Oeste do Pará (CFI/UFOPA) do ano letivo de 2012, no âmbito do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR). O III Ciclo de Extensão de 2012 CFI/UFOPA foi realizado nos dias 30 de novembro e 1º de dezembro em Santarém, Alenquer, Itaituba, Juruti, Monte Alegre, Óbidos e Oriximiná, envolvendo professo-res da UFOPA, alunos ingressantes no PARFOR em 2012 e convidados. Em Santarém, as atividades ocorreram no Campus Tapajós. A principal palestra foi proferida pelo presidente do Instituto Sagres, Dr. Mário Andreuzza, que abordou o tema “Estudos de Futuro e Cenários para a Amazônia”, destacando o papel da UFOPA na construção desses cenários.

Em Óbidos, o evento ocorreu na Casa de Cultura e reuniu 87 alunos das 3 turmas de ca-louros do município-polo, que também atende Curuá. Eles apresentaram os resultados dos estudos realizados durante o Módulo Interação na Base Real (IBR). Pela primeira vez, o IBR foi vinculado ao projeto Agenda Cidadã – uma parceria entre a UFOPA e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) –, que busca realizar diagnóstico das comunidades atendidas pelas escolas onde os alunos atuam.

Alunos do PARFOR em Óbidos mostram resultados do projeto Agenda Cidadã

Palestra de abertura

Na noite de abertura, a Profa. Dra. Danielle de Almeida Menezes (UFRJ) proferiu a palestra “Projeto Agenda Cidadã: a experiência da Fase I no município de Santarém”. Originalmente pensado para estudantes dos ensinos fundamental e médio, o projeto propõe que os jovens se tornem cidadãos ativos e responsáveis, capazes de diagnosti-car problemas socioambientais e educacionais e promover mudanças em suas próprias realidades. A pesquisa em Santarém teve a participação de 800 alunos e 80 professores da rede municipal, alunos e professores da UFOPA e da UFRJ e envolveu quase 18 mil domicílios no ano de 2009.

Os dados revelam que a baixa potabilidade da água consumida, a carência de emprego, a falta de Internet, segurança, esgotamento sanitário e espaços públicos para lazer estão entre os problemas mais apontados pelas comunidades. Quanto ao assunto edu-cação, problemas encontrados como baixos salários, carga horária elevada de trabalho dos professores e falta de atualização profissional podem ajudar a compreender o bai-xo desempenho do Pará em rankings como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). “Isso precisa se tornar um hábito nas práticas escolares porque serve como um laboratório de autodiagnóstico nas mãos do professor. Ele sabe quais são as questões que precisam ser enfrentadas e, com a sua comunidade escolar, começa a pensar nas possíveis soluções. Observar os aspectos socioambientais e do ensino con-tribui para que se alcance aquilo que está estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”, disse a professora.

Agenda Cidadã no PARFOR

No segundo dia do evento, os alunos do PARFOR apresentaram 40 trabalhos resultan-tes das atividades do IBR/Agenda Cidadã, nos formatos comunicação oral e pôster. Os estudos foram realizados em duas etapas: diagnóstico socioambiental e resgate. Cada aluno ou grupo realizou sua pesquisa na comunidade ou bairro onde se localiza sua escola. O coordenador do PARFOR em Óbidos, Prof. Itamar Paulino Rodrigues, elogiou a dedicação dos alunos e professores envolvidos no processo. “Foi um trabalho incan-sável e dificultoso, que merece respeito, em prol de uma educação de qualidade e da formação de vocês para a educação básica das cidades de Óbidos e Curuá”.

O trabalho “Saúde em Curumu: uma investigação socioambiental”, dos estudantes Ra-nildo Alvarenga, Maria Salete Andrade e Valdenilson Santos, com orientação do Prof. Itamar Paulino, averiguou as doenças de maior incidência na comunidade obidense e suas possíveis causas. Dos 210 moradores entrevistados, 16,8% afirmaram ter tido caso de diarreia na família nos últimos 12 meses; 9,5% relataram problemas respiratórios; e 8,1%, problemas cardíacos. Os estudantes constataram, ainda, que 90% da população queimam o lixo que produzem e 95,2% afirmam beber água tratada. “Pressupõe-se que a queima do lixo é a causa das doenças respiratórias e do coração”, disse Ranildo. “É preciso verificar se o tratamento da água está dentro dos padrões de saneamento básico ou se eles entendem por água tratada a água limpa”, completou.

Já o projeto “Avaliação da infraestrutura e serviços dos bairros Nossa Senhora do Car-mo e Curuá Velho”, dos acadêmicos Maria de Nazaré Pereira, Francisco Alves, Licurgo

Profa. Danielle Menezes (UFRJ) ministra palestra sobre Agenda Cidadã

Miranda Filho e Maria Joana da Cruz – orienta-dos pela Profa. Sandra Maria de Sousa da Silva –, estudou regiões periféricas do município de Curuá em questões como acondicionamento do lixo, água e energia. “A gente pôde observar as problemáticas da nossa comunidade. Se não fosse essa pesquisa, nós estaríamos vivendo acomodados. Vamos fazer uma ampla reflexão e, a partir de agora, trabalhar com os alunos, sensibilizar a população, pois os problemas têm solução”, afirma Maria Joana.

Além dos professores do CFI Itamar Paulino, Sandra Maria de Sousa da Silva, Rubens Dias e João Tristan Vargas, o III Ciclo de Extensão contou com a presença dos assessores especiais da Reitoria da UFOPA Cláudio Scliar e Rosân-gela Viana; da secretária-adjunta de Várzea da Secretaria de Educação de Óbidos, Gracinda Azevedo; e da secretária de educação de Curuá, Maria das Graças Garcia Rodrigues.

Alunos do PARFOR em Óbidos participam do III Ciclo de Extensão do CFI

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Alunos do PARFOR em Óbidos mostram resultados do projeto Agenda Cidadã

“Eu não sabia que o índice de analfabetismo era tão alto no bairro onde moro”, la-menta Ana Lúcia, 40 anos, cursista PARFOR/UFOPA em Juruti. Essa dura realidade descoberta pela cursista durante a pesquisa socioambiental de resgate da memória promovida pelo projeto Agenda Cidadã foi revelada no III Ciclo de Extensão do Centro de Formação Interdisciplinar da UFOPA. O ciclo encerra a etapa inicial de formação, na qual alunos recém-admitidos ao curso superior já entram em contato com a pesquisa acadêmica.

Ao todo, foram dois dias de debates e discussões sobre o papel do professor e a impor-tância deste como agente de transformação da realidade onde atua. Para o Pró-reitor de Ensino de Graduação, Prof. Dr. José Aquino, que abriu os trabalhos do ciclo de for-mação no município de Juruti, as ações e os resultados da Agenda Cidadã – realizados em consonância com as atividades do PARFOR – atingem um problema crônico no âmbito da educação na região amazônica – a baixa qualidade do ensino, como atestam os baixos indicadores do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). “Esses professores, conhecendo agora a realidade da comunidade do seu entorno, poderão transformar essa realidade, possibilitando a construção de um futuro promissor para a educação na região Oeste do Pará”, avalia o Pró-Reitor.

Os resultados parciais da segunda fase do projeto Agenda Cidadã foram apresentados nos formatos de pôsteres, apresentações orais e relatórios individuais. Em Juruti, Luiz Mendes, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), proferiu palestra de abertura e apresentou os dados já consolidados da primeira fase do projeto piloto, realizado em Santarém. No segundo dia do ciclo de extensão, o Prof. Jaílson Novais e a Profa. Dra. Iracenir Andrade abriram as atividades de apresentações orais. À tarde, a programação continuou com a sessão de pôsteres. Já no domingo, dia 2 de dezembro, os cursistas do PARFOR participaram de oficina de Tratamentos Alternativos de Água, já que a problemática da falta de saneamento básico foi observada durante a pesquisa.

Conhecendo para transformar vidasA interação entre professor, cursistas do PARFOR e comunidade vem possibilitando não só a construção do saber, mas também um futuro promissor para a educação em Juruti, no Oeste do Pará.

Mapeamento participativo

Pautado pela Carta da Terra, documento em defesa do desenvolvimento sustentável do planeta, o projeto Agenda Cidadã, além de buscar o ensino de ciências, a sustentabilidade e a cidadania proativa dos estudantes dos ensinos médio e fundamental, também realiza um mapeamento participativo das localidades onde é desenvolvido.

Criada com base nos trabalhos de grupo de pesquisa coordenado por José Luiz Santana, a metodologia do projeto Agenda Cidadã enfatiza o mapeamento da comunidade, e não uma estatística oficial de governo. No entanto, a construção desse processo de diagnóstico participativo para a região Amazônica exigiu novas estratégias de abordagens da realidade local.

Olhares interdisciplinares

Relatos como o da cursista Ana Lúcia sobre o ní-vel de analfabetismo na comunidade onde atua emocionaram os que apreciaram as apresentações orais e revelaram como o olhar transdisciplinar faz a diferença na formação do professor.

Na avaliação de Aquino, os trabalhos apresenta-dos na Formação Interdisciplinar I demonstram o quanto é importante essa formação e o casamento com o projeto Agenda Cidadã. “Esses trabalhos demonstram quão é importante a inserção do professor na realidade da sua comunidade. O que nós vimos hoje aqui foram professores que come-çam a entender efetivamente a sua comunidade e a fazer um resgate histórico do local onde vivem. Isso é fundamental porque aproxima o professor da comunidade, aproxima o professor do alu-no, uma vez que o professor passa a trabalhar o conteúdo que ele vivenciou na comunidade, que é a realidade do próprio aluno. Eu fiquei bastan-te emocionado ao ver os nossos alunos ainda no primeiro ciclo de formação, mesmo observando a necessidade de alguns princípios metodológi-cos. Porém, o cerne do problema foi levantado, e o próprio levantamento feito por eles através da pesquisa socioambiental. O resgate histórico já é o retorno à comunidade. Se eles levarem para as suas escolas o que apresentaram, já estarão dan-do o retorno para essas comunidades onde eles pesquisaram. Tudo isso faz com que o professor mude o seu olhar. Ele passa a olhar para a sua co-munidade e, quando o professor olha para a co-munidade, muda a sua prática”, conclui.

De acordo com Mendes, a metodologia estava muito atrelada a uma realidade da região Sudes-te e urbana; porém, quando se chegou à Amazô-nia, o cenário mudou completamente. “Com as dimensões, com as dificuldades dos professores, as distâncias, a escala deste georreferenciamento muda muito. Dessa forma, adaptamos a metodo-logia para que possamos alcançar a meta da Agen-da Cidadã, que é trabalhar com a comunidade, su-gerindo propostas de melhorias em seus projetos”, informou o professor.

Para se compreender as dimensões do trabalho re-alizado na primeira fase da Agenda Cidadã, mais de 1 milhão e 800 mil registros foram levantados apenas em Santarém. “A nossa previsão é que se-jam mais de 8 milhões de registros nesta segunda fase da pesquisa”, acredita Mendes.

Alunos do PARFOR durante o III Ciclo de Extensão do CFI

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Prof. José Aquino durante abertura do evento em JurutiFo

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I I Café Fi losófico Comunidade

Apresentação do grupo folclórico Dança das Pretinhas

Crianças e jovens jogando xadrez

Pelo segundo ano consecutivo, o Centro de Formação Interdisciplinar da Universidade Federal do Oeste do Pará (CFI/UFOPA) promoveu o Café Filosófico Comunidade, evento aberto a toda a sociedade santarena. O Café foi concebido pelo Programa de Educação Tutorial do CFI para ser um momento de troca de conhecimentos e apresentação dos resultados de pesquisas em torno do diálogo interdisciplinar entre a universidade e o saber tradicional amazônico.

Realizado em outubro no Campus Tapajós, o II Café contou com debates no “Café Ex-presso” sobre temas diversos, tais como saberes científico-tradicionais, educação, saú-de, política e cidadania, além de exposições artísticas, oficinas para todos os públicos, torneio de xadrez e venda de comida regional. Na ocasião, também foi montada uma tenda do Serviço Social do Comércio (Sesc/Santarém), que ofereceu serviços como me-dição de pressão arterial e teste de glicemia capilar.

A programação cultural teve apresentações musicais de Nato Aguiar, Telma Bemer-guy, Alan Chetto e banda “Professor Mandrágora”, dança com o grupo “Bailado de Carimbó”, declamações poéticas de Zaquel Carvalho, Jackson Rêgo, Hildiley Santos, Mário Lemos e Anselmo Colares, apresentação do grupo “Capoeira Angolana” e exibi-ção de curtas cinematográficos da Amazônia.

Oficina de sushi

6º Simpósio Brasil-Alemanha reunirá pesquisadores de renome internacional em Santarém

A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) sediará, entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro de 2013, o 6º Simpósio Brasil-Alemanha, evento que ocorre a cada dois anos, alternadamente, nos dois países. Integrantes da comissão organizadora, as pesquisadoras Daniela Neuffer (Universidade de Stuttgart) e Sabine Heinle (Universidade de Tubingen) estiveram em Santarém, no segundo semestre de 2012, para acompanhar os trabalhos da comissão preparatória do evento.

Durante dois dias elas acompanharam de perto os trabalhos da comissão local de organi-zação, que é presidida pelo Prof. William Vale e conta com a participação de professores e técnicos da instituição, e viram uma mostra do que será apresentado durante as atividades culturais do 6º Simpósio. As alemãs assistiram a uma apresentação do ritual do Sairé, com integrantes do tradicional grupo Espanta Cão, além de conhecer aspectos da música local, com a apresentação do grupo Roda de Curimbó, que integra o movimento do mesmo nome e utiliza instrumentos de pau e corda.

A UFOPA foi escolhida pela atual comissão organizadora do evento, formada por repre-sentantes das universidades alemãs de Stuttgart e Tübingen, e da Universidade Federal de Santa Maria, do Rio Grande do Sul, que consideraram “excelente” a proposta elaborada pela equipe da UFOPA, coordenada pelo Prof. William Vale. “Depois dessa reunião, temos certeza de que a escolha da UFOPA foi acertada. Estamos bastante impressionadas com o comprometimento da equipe que está à frente da organização do evento e temos certeza de que o 6º Simpósio, em Santarém, será um sucesso”, afirmou Daniela Neuffer, durante o lançamento. Outras duas universidades brasileiras também apresentaram propostas para sediar o evento internacional, destinado a cientistas brasileiros e alemães.

Entre os objetivos do simpósio está o de propor contribuição relevante para o incremento da co-operação entre Brasil e Alemanha, mediante pro-posições da comunidade científica sobre políticas públicas e ações de integração entre a ciência, o Estado e a economia, em benefício do desenvolvi-mento socioeconômico sustentável.

Mais informações sobre o 6º Simpósio Brasil-Ale-manha de Desenvolvimento Sustentável estão dis-poníveis em http://www.ufopa.edu.br/sba-2013.

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Kit de cuia e colher de bambu

Integrantes da comissão organizadora

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Alunos e professores ganham sistema acadêmico virtual

Foi lançado na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas – SIGAA – Módulo Graduação, desenvolvido para facilitar as rotinas de alunos, professores e técnicos da universidade nas diversas ati-vidades relativas à graduação. O lançamento ocorreu em outubro e contou com a pre-sença do pró-reitor de ensino de graduação e do diretor do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação (CTIC/UFOPA), Hélio Corrêa, além de alunos, professores e técnicos da instituição.

Na ocasião, o diretor do CTIC explicou que o SIGAA é fruto de um termo de cooperação assinado em 2010 com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), cujo sistema de gestão acadêmica é considerado o melhor do Brasil. Segundo ele, em razão das especificidades do modelo acadêmico da UFOPA, foram feitas diversas adaptações até se chegar a um sistema que atendesse às demandas da Pró-reitoria de Ensino de Graduação (PROEN/UFOPA) e das unidades acadêmicas.

Aquino afirmou que o SIGAA é fundamental para registro e controle das atividades da instituição. “O aluno não terá mais que ir, em determinada hora e determinado local, fazer a matrícula. Ele poderá fazer isso no conforto de sua casa, inclusive nos finais de semana”, disse, citando uma das facilidades do novo sistema. O pró-reitor pediu a cola-boração de todos os alunos no sentido de realizar o cadastro no sistema o quanto antes para compor a base de dados da universidade. A exceção são os alunos remanescentes da Universidade Federal do Pará (UFPA), que, a princípio, permanecerão no sistema daquela instituição.

O Módulo Graduação do SIGAA é composto por três portais. Por meio do Portal Discen-te, os estudantes podem não apenas realizar matrícula, mas também acompanhar suas

notas, obter certificados e histórico escolar, entre outros procedimentos. Da mesma forma, os pro-fessores, a partir de agora, irão utilizar o Portal Docente para lançar notas e frequência, acessar grade de horários e gerenciar planos de cursos. O Módulo Graduação é composto, ainda, pelo Portal Coordenação de Graduação, por meio do qual os coordenadores de programa têm acesso a opera-ções como solicitação de matrículas e ofertas de turmas.

Pode-se ter acesso ao SIGAA/UFOPA por meio do endereço eletrônico www.sigaa.ufopa.edu.br ou pelo Portal da UFOPA, clicando no banner rotati-vo, na página inicial.

Sobre o Sistema: O SIGAA/UFOPA terá outros módulos: Pós-graduação (stricto e latu sensu); Submissão e Controle de Projetos e Bolsistas de Pesquisa; Submissão e Controle de Ações de Ex-tensão; Submissão e Controle de Projetos de Ensi-no (monitoria e inovações); Registro e Relatórios de Produção Acadêmica dos Docentes e Ativida-des de Ensino a Distância; além de um ambiente virtual de aprendizado denominado Turma Vir-tual.

O Processo Seletivo Regular (PSR) da Universidade Federal do Oeste do Pará para entra-da em 2013 trouxe novidades. Este ano, a UFOPA ofertou um total de 1.150 vagas para a Formação Interdisciplinar 1, etapa inicial do percursos acadêmicos, com duração de 1 semestre. Do total de vagas, a Universidade reservou 50% para o sistema de ingresso por cotas sociais, conforme a Lei nº 12.711, de 16 de agosto de 2012, e a Portaria nº 18, de 11 de outubro de 2012.

Vale destacar que as instituições poderiam implementar a nova lei federal, na sua totalida-de, em até 4 anos, mas a UFOPA optou por adotá-la integralmente já no Processo Seletivo 2013, em virtude das especificidades apresentadas pelos candidatos que ingressam na ins-tituição. Para optar pelo sistema de cotas, os candidatos devem ter cursado todo o ensino médio no sistema público de ensino, além de atender aos critérios previstos na Portaria nº 18.

O PSR 2013 teve 16.611 inscritos. A primeira chamada com a lista de classificados foi di-vulgada no dia 11 de janeiro de 2013. Ao todo a UFOPA oferta 33 cursos de graduação em 2013, sendo um novo: o curso de Engenharia Sanitária e Ambiental. Para o preenchimento das vagas, a instituição adotou como referencial as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) dos anos de 2011 e 2012, sendo considerada a maior média obtida pelo candidato entre os dois anos.

Processo Seletivo Especial amplia número de vagas para indígenas

O Processo Seletivo Especial (PSE) da UFOPA, cujo objetivo é a seleção diferenciada de candidatos indígenas, ofertou número maior de vagas este ano: foram 65 candidatos sele-cionados para ingressar na universidade com os aprovados no Processo Seletivo Regular (em 2012 foram ofertadas 50 vagas). Diferente dos anos anteriores, serão garantidas até duas vagas em cada curso de graduação da universidade para os alunos indígenas. O pró-reitor de Ensino de Graduação, Prof. Dr. José Antônio de Oliveira Aquino, destaca que o processo seletivo indígena faz parte da política de inclusão de populações tradicio-nais da região no ensino superior. “O PSE Indígena é mais uma ação afirmativa cujo objeti-vo é atender à demanda histórica das populações tradicionais da região”, informa.

Processo Seletivo 2013: UFOPA adota sistema de cotas e oferta novo curso

Jussara Kishi

No início do mês de setembro, a Comissão Orga-nizadora do PSE Indígena 2013, coordenada pelas professoras Myrian Barboza e Carla Ramos, rea-lizou o II Seminário para a Formulação das Dire-trizes para o Edital do Processo Seletivo Especial Indígena 2013. O evento reuniu lideranças e repre-sentantes de movimentos e associações indígenas do Oeste do Pará. Durante o evento, foi anunciada a oferta de dois cursos intervalares para indígenas a partir de julho de 2013. Um deles será o curso de Etnodesenvolvimento, cujo projeto pedagógico já se encontra em andamento, e o outro, uma licen-ciatura, possivelmente em parceria com a Univer-sidade do Estado do Pará (UEPA). A ideia é aten-der àqueles povos que têm maior dificuldade de deslocamento para estudar nos cursos regulares.

Jussara Kishi e Talita Baena

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Pesquisador descreve nova espécie de inseto

“ Esse grupo de insetos já foi identificado como

vetor da bactéria Xyllela fatidiosa. Essa bactéria

coloniza os vasos por onde passa a seiva bru-ta de uma determinada

planta. “

Uma nova espécie de cigarrinha – a Paraportanus longispinu –, oriunda dos estados de Roraima e Amazonas, foi descrita e ilustrada pelo pesquisador Adenomar Neves de Carvalho, coordenador do Laboratório de Entomologia do Instituto de Biodiversidade e Florestas (IBEF) da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). O artigo que descreve a nova espécie foi divulgado na edição nº 242 da revista científica ZooKeys, publicação internacional especializada na temática da biodiversidade. Na publicação, o pesquisador também forneceu uma chave de identificação para espécies do gênero.

Segundo o pesquisador, no âmbito da biologia, descobrir uma espécie de inseto é mui-to interessante, pois os insetos são animais importantes no ecossistema, já que atuam em diversas áreas, sobretudo na ciclagem de nutrientes. “Hoje existem 1 milhão e 500 mil espécies descritas. Dessas, 925 mil são somente de insetos. E isso são dados de 2005, e a cada dia dezenas de pesquisadores estão descobrindo e descrevendo no-vas espécies. Isso proporciona um conhecimento da biodiversidade e também a partir dessas descobertas começam os estudos pontuais sobre a biologia e a ecologia dessas espécies”, destaca.

As cigarrinhas, de acordo com o pesquisador, são da ordem Hemiptera e insetos fitó-fagos, que sugam seivas de plantas. Por terem esse hábito alimentar, acabam vetoran-do, ou seja, transmitindo micro-organismos patogênicos. “Esse grupo de insetos já foi identificado como vetor da bactéria Xyllela fatidiosa. Essa bactéria coloniza os vasos por onde passa a seiva bruta de uma determinada planta. Ao se colonizar, a bactéria obstrui os vasos, impedindo o fluxo de seiva da raiz para as folhas, consequentemente prejudicando a fotossíntese e levando à morte da planta”, informa.

Atualmente, já foi documentado o ataque da bactéria Xyllela fatidiosa às plantações de laranja no estado de São Paulo, nas décadas de 1980 e 1990. “A bactéria praticamente dizimou os laranjais do estado de São Paulo, e só depois de muitas pesquisas, desco-briu-se que este grupo de cigarras transmitia a bactéria que contaminava as planta-ções de laranja”, lembra.

A ciência que estuda os insetos

Entomologia – ciência que estuda os insetos, seus aspectos e relações com o homem, as plantas e os animais – vem sendo empregada desde Aristóteles (384-322 a.C). O termo “entomologia” é proveniente da união de dois radicais gregos: entomon = inseto e logos = estudo.

Na UFOPA, o laboratório de Entomologia foi criado em fevereiro de 2011. Atual-mente, Adenomar Carvalho coordena duas pesquisas: uma sobre levantamento de cigarrinhas no Oeste do Pará e outra sobre o estudo de insetos de palmeiras também na região Oeste do Pará. Sobre as pesquisas em Entomologia, ele comenta: “Desde 2010, estamos fazendo coletas em vários ambientes de florestas e em vários estados. Numa única coleta, milhares de espécies de insetos são coletadas. Isso requer um trabalho de triagem, separação e identificação. Essa etapa é mecânica e, para o de-sempenho dela, temos a ajuda de alunos bolsitas de iniciação científica. No entanto, quando se descobre uma espécie de inseto, o próximo passo da pesquisa é o de che-car toda a literatura mundial para ter a certeza de que esse inseto já não foi descrito e ter contato com outros pesquisadores que trabalham com o mesmo grupo, para saber se eles não estão trabalhando com o mesmo tipo de animal. Todo esse trabalho para não incorremos no erro de publicar a mesma espécie duas vezes”, explica.

Na região amazônica, o estudo de insetos e sua relação com o meio ambiente é im-portante para as ações de reflorestamento e ou agricultura familiar, pois evita que o plantio seja contaminado por pragas, porém a relevância desse tipo de estudo vai além disso. “Na entomologia, descobrir uma espécie não é algo extraordinário, é corriqueiro. Para ter uma ideia, aqui no laboratório temos 10 espécies novas, das quais eu descrevi e publiquei uma delas. Contudo, a importância da descoberta e descrição desta espécie é a ampliação do campo de pesquisa, porque, a partir da descoberta dessa nova espécie de cigarrinha, abre-se um campo de pesquisa para outros pesquisadores e em diversas áreas”, conclui o pesquisador.

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Adenomar Neves de Carvalho, coordenador do Laboratório de Entomo-logia do IBEF

A nova espécie de cigarrilha

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“Na física, muitas coisas são abstratas, como no caso da atmosfera. Por isso, para a crian-ça, o planetário torna tudo mais palpável, instiga a curiosidade e facilita a aprendizagem”, diz a aluna do curso de Física Ambiental da UFOPA, Paulina Moreira Rodrigues, bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID. Em fase experimen-tal, o planetário conta com duas apresentações gerais para o público leigo sobre o univer-so, mas a expectativa do CPADC é que, no próximo ano, a universidade tenha programas divididos por faixa etária, para os ensinos fundamental e médio.

Mãe da estudante Ana Clara Siqueira, 8 anos, Sirleidy Mota Siqueira acompanhou a filha durante uma das sessões. Além de aprovar a iniciativa, ela acabou se interessando pelo assunto tanto quanto a menina: “Foi uma sensação maravilhosa. Parecia que a gente es-

Planetário móvel aproxima crianças da ciência

tava realmente lá. Essa ideia foi ótima porque o que ela já tinha aprendido na escola, olhando ali, pare-cia real. Tirou todas as dúvidas”, disse. A estudante diz que aprendeu coisas que ainda não tinha visto nos livros: “Eu gostei porque a gente conheceu vá-rios planetas”. Fã de astronomia, Marcos Zander, 11 anos, já sabia o que esperar ao entrar no planetário: “Quero ver os planetas mais de perto, mais reais”, disse, ansioso.

“À medida em que se trabalha dessa forma o co-nhecimento científico do que é o espaço, do que é o universo, de como se formam as estrelas, você está aprendendo de forma lúdica, sem o rigor ou a exi-gência de ter um papel, de ler um texto. E às vezes, você acaba aprendendo muito mais”, afirma a dire-tora do ICED, Profa. Solange Ximenes. Da mesma forma, diz a professora, a atividade também é im-portante na formação do estudante de licenciatura: “Existem outras modalidades de ensino para além da sala de aula, então um aluno de iniciação cientí-fica, um monitor que está envolvido no projeto do planetário também está aprendendo, muitas vezes muito mais do que se estivesse em sala de aula, com conteúdo formal”.

“Foi uma sensação maravi-lhosa. Parecia que a gente estava realmente lá. Essa ideia foi ótima porque o que ela já tinha aprendido na escola, olhando ali, pa-recia real. Tirou todas as dúvidas”Ana Clara Siqueira, estudante

Alunos, professores e pais em sessão do planetário

Estudantes acompanham pela primeira vez uma sessão de planetário

Centenas de estudantes do ensino fundamental do município de Santarém puderam par-ticipar de uma atração inédita na semana do Dia das Crianças. A Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), promoveu sessões de projeção no Planetário Móvel, adquirido recentemente pela univer-sidade, através do Instituto de Ciências da Educação (ICED). A estrutura foi montada no Espaço Pérola do Tapajós, localizado no Parque da Cidade, e atendeu cerca de 400 alunos de escolas públicas e privadas durante 3 dias de exibição.

O coordenador do Centro Pedagógico de Apoio ao Desenvolvimento Científico (CPADC) do ICED/UFOPA, Prof. Everaldo do Carmo, explica que o maior objetivo do planetário é ajudar na divulgação da astronomia na educação básica da região. “Estamos preocupa-dos porque verificamos que muitos professores de ciências não ensinam astronomia por não ter segurança no assunto. Então é válido que o planetário seja esse instrumento que divulgue a astronomia, questões curiosas e de caráter científico”. Ele destaca que, apesar do formato, o foco do planetário não é o entretenimento e, sim, seu caráter pedagógico e científico.

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O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) lançou o livro “Memó-rias de trabalho – balateiros de Monte Alegre”, organizado pela Profa. Dra. Luciana Gonçal-ves de Carvalho, da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). A obra, editada pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/IPHAN), reúne relatos biográficos e retratos de cerca de 50 balateiros que trabalharam nos balatais dos rios Maicuru e Paru, no município de Monte Alegre (PA), principalmente entre as décadas de 1940 e 1970. Alu-nos da UFOPA realizaram as entrevistas, a transcrição e a edição dos relatos bibliográficos e produziram as fotografias presentes no livro.

“Os relatos focam memórias do ofício – técnicas, contextos, redes e hierarquias de trabalho – e informações sobre os territórios de exploração da balata”, explica Luciana. O livro traz, ainda, informações de caráter histórico e socioeconômico acerca do extrativismo da bala-ta, que é uma espécie de látex proveniente da árvore conhecida como balateira, e aspectos relacionados ao acesso e ao uso de recursos naturais.

O trabalho faz parte do Programa de Extensão “Patrimônio Cultural na Amazônia” (PEP-CA/PROEXT/MEC), que visa à produção de conhecimento, à difusão e à valorização do patrimônio cultural material e imaterial da região, bem como à salvaguarda dos direitos culturais dos grupos detentores/produtores desse patrimônio, por meio de ações de pes-quisa e extensão, incluindo assessoria técnica e jurídica aos grupos.

Livro “Memórias de trabalho – balateiros de Monte Alegre”

No início do mês de dezembro, a Universidade Federal do Oeste do Para (UFOPA) rece-beu Geraldo Magela da Trindade, secretário-adjunto da Secretaria Nacional de Relações Político-Sociais da Presidência da República, com o objetivo de apresentar as ações da uni-versidade que estão em consonância com os 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs).

Estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) no ano de 2000, os ODMs são metas que atingem o que para a ONU são os maiores problemas mundiais – a pobreza e a fome, a baixa escolaridade, a desigualdade de gênero, os problemas ambientais, a aids, a malária e outras doenças. No Brasil, as metas foram nomeadas de 8 Jeitos de Mudar o Mundo, e é de responsabilidade da Secretaria Nacional sua divulgação para os municípios brasileiros.

Na reunião que ocorreu em Santarém, no dia 10 de dezembro, Geraldo Magela foi recebi-do pelo reitor da UFOPA, José Seixas Lourenço, e também por pró-reitores e professores da universidade. A vice-prefeita eleita, Maria José Maia, também participou da reunião. Depois das exposições de ações e projetos da universidade, Geraldo Magela confirmou a possibilidade de a UFOPA abrigar um núcleo dos ODMs e, na ocasião, estabeleceu uma agenda de 2013, na qual as diretrizes dos ODMs deverão ser repassadas para as gestões municipais da região Oeste do Pará. “Estou impressionado com a disposição da UFOPA de abrigar um núcleo que trate os Objetivos do Milênio na região. Esse núcleo funcionará como referência para as políticas públicas, pois irá possibilitar a construção de um obser-vatório que identifique os indicadores municipais, a execução de projeto de intervenção e também uma proposta de capacitação de gestores e da sociedade com vistas ao atendimen-to das metas para milênio”, acredita.

De acordo com Seixas Lourenço, durante o mês de novembro de 2012, as unidades gestoras da UFOPA observaram que muitas atividades da universidade possuíam convergência com os objetivos do milênio. “Um exemplo dessa convergência é a questão da articulação da educação superior da nossa universidade com a educação básica que a gente vem desenvol-vendo por meio do PARFOR; a Agenda Cidadã, que vem dando resultados extraordinários para o desenvolvimento do Oeste do Pará; e várias outras ações da universidade na linha dos grupos de inovação tecnológica, como o Parque de Tecnologia do Tapajós”, exemplifica.

Ainda de acordo com o reitor, a ocasião foi uma boa possibilidade de sinergia entre gover-no federal e o futuro governo local. “Ter o secretário da Presidência da República, Geral-do Magela, que faz a coordenação dos Objetivos do Milênio, aproveitando para convocar a nova gestão de Santarém, na pessoa da vice-prefeita eleita, Maria José Maia, foi uma possibilidade extraordinária no sentido de começarmos a explorar essa capacidade de ar-ticulação com as prefeituras. E esse mesmo trabalho, que iniciamos com a prefeitura de Santarém, vamos levar para todos os demais municípios da região, porque um dos focos principais dos Objetivos do Milênio é a articulação das gestões federais, estaduais e mu-

UFOPA terá núcleo articulador dos Objetivos do Milênio

Jussara Kishi

nicipais, visando à concretização das metas esta-belecidas. Esta reunião foi muito produtiva, pois já saímos com uma agenda concreta, que deve ser iniciada em março de 2013 com as demais prefei-turas do Oeste do Pará”, informa o reitor.

Talita Baena

1. Acabar com a fome e a miséria2. Educação básica de qualidade para todos

3. Igualdade entre sexos e valorização da mulher4. Reduzir a mortalidade infantil

5. Melhorar a saúde das gestantes6. Combater a AIDS, a malária e outras doenças

7. Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente8. Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento