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Guilherme Barcellos e Paulo Cardoso, intensivistas e organizadores do PASHA2 010, falam sobre o polêmico artigo New therapy for Sepsis infections, veiculado no jornal americano The Wall Street Journal Página 15 Somiti Informa entrevista o neurointensivista Jorge Luiz da Rocha Paranhos. Ele conta sobre o crescimento do neurointensivismo no país e do importante papel da Somiti nesse processo Página 5 Ano 18 - número 44 - outubro a novembro de 2010 Confira a cobertura do evento que reuniu especialistas da Terapia Intensiva, Clínica Médica e Pediatria Páginas 8 e 9 UTI na Praça reúne 300 pessoas na Praça da Liberdade Páginas 6 e 7 IV Fórum de Defesa Profissional Somiti

Jornal da Somiti nº 44

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Page 1: Jornal da Somiti nº 44

Guilherme Barcellos ePaulo Cardoso,intensivistas e

organizadores doPASHA2 010, falam

sobre o polêmico artigoNew therapy for Sepsis

infections, veiculado nojornal americano The

Wall Street Journal

Página 15

Somiti Informa entrevista o

neurointensivista Jorge Luiz

da Rocha Paranhos. Ele

conta sobre o crescimento

do neurointensivismo no

país e do importante papel

da Somiti nesse processo

Página 5

Ano 18 - número 44 - outubro a novembro de 2010

Confira a

cobertura

do evento

que reuniu

especialistas

da Terapia

Intensiva,

Clínica Médica

e Pediatria

Páginas 8 e 9

UTI na Praça reúne

300 pessoas na Praça

da Liberdade

Páginas 6 e 7

IV Fórum de DefesaProfissional Somiti

Page 2: Jornal da Somiti nº 44

Conselho Consultivo e FiscalHermann Alexandre Vivacqua von TiesenhausenMarcelo Mascarenhas CorrêaMarco Antônio Soares ReisMaria Aparecida BragaValmy Lessa Couto FilhoWaldemar Henrique FernalDIRETORIA EXECUTIVAPresidenteRogério de Castro Pereira Vice-PresidenteJosé Sabino de OliveiraDiretor Secretário GeralRodrigo Leonardo Goulart GonçalvesDiretor 1º TesoureiroHugo Corrêa de Andrade UrbanoDiretor 2º TesoureiroFrederico Rodrigues AnselmoDiretora CientíficaFátima Lúcia Guedes SilvaDIRETORIA AMPLIADAREGIONAIS - FiliadasTRIÂNGULOElmiro Santos ResendeSULJosé Tasca ZONA DA MATABruno Licy Gomes de Mello NORTE Fernando Emídio VargasALTO SÃO FRANCISCO Marcos Agnelo de Abreu MatosoVALE DO AÇOCybelle Augusta Vasconcellos Castro NORDESTE Sérgio de Azevedo Naves CAMPOS DAS VERTENTESAnderson Tavares Rodrigues CENTRO OESTE Marco Antonio Ribeiro LeãoDEPARTAMENTO CIENTÍFICODiretor de Assuntos Científicos, Ensino e DefesaProfissionalFátima Lúcia Guedes SilvaDiretor de protocolos e diretrizesMárcio de Sá FaleirosDiretor de ComunicaçãoHugo Corrêa de Andrade UrbanoPresidente do Congresso Mineiro 2011Rogério de Castro Pereira

Presidente do Congresso Mineiro 2009Rogério Fonseca SadDiretoria Cientifica do Congresso MineiroAdulto Hugo Corrêa de Andrade UrbanoPediátrica Fátima Lúcia Guedes SilvaPresidente das Jornadas Integração SomitiPresidentes das FiliadasDEPARTAMENTOSDepartamento de Formação do Intensivista eLigamiPetrônio Generoso ThomazCamila Armond IsoniPedro Moreira Coelho BarrosDepartamento de TransplanteRogério Fonseca SadGláucio de Oliveira NanginoDepartamento de EnfermagemAna Carolina Pereira Santos ZehErika de Azevedo Leitão MássimoFabiana Sarmento TrindadeVitório Guedes GomesDepartamento de FisioterapiaThaís Nascimento Albano CruzDepartamento de FonoaudiologiaIsabela Pereira Vono Maria Carolina de Lima FariaDepartamento de PediatriaMarcus Angelus Jannuzzi de Oliveira Departamento de NeonatologiaAmarílis Batista Teixeira Departamento de OdontologiaMaria Thereza Fonseca MartinsAlessandra Figueiredo de SouzaSantuza Maria Souza de MendonçaDepartamento de NeurointensivismoCláudia Camargos CarneiroJorge Luiz da Rocha ParanhosDepartamento de Terapia NutricionalLuiza Regina Lima Soares Barbosa Marcelo Mascarenhas CorrêaDepartamento de Psicologia aplicada a MedicinaIntensivaCoordenação Geral Eliana Márcia Martins Fittipaldi TorgaUTI AdultoÉrica Miranda FerreiraUTI PediátricaAlexandra Oliveira Martins

UTI NeonatalMargarida Gontijo de Brito SoaresUrgência e Emergência Andréia Geraldo BatistaDoação de ÓrgãosAndréia Oliveira ChagasConselho Consultivo de PsicologiaAna Maria Pueyo Blasco de MagalhãesGláucia Rezende TavaresLilian Almeida Couto VianaDepartamento de Humanização e bioéticaJosé Tasca Valmy Lessa Couto Departamento de Qualidade e GestãoMaria Aparecida BragaRenato Camargos CoutoDepartamento de Assistência RespiratóriaRodrigo Santana DutraDepartamento de Monitorização Hemodinâmica Fernando Antônio Botoni Departamento de InfecçãoCristiano Valério Ribeiro Departamento de MarketingMaria Aparecida BragaDepartamento de InternetNestor Ivan Saávedra Teran COMISSÕESCOMISSÃO DE DESENVOLVIMENTOCIENTÍFICOMaria Aparecida BragaCOMISSÃO DE CUIDADOS PALIATIVOSGláucia Rezende TavaresJoana Luíza de Lima SilvaMaria Aparecida BragaCOMISSÃO DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARACOMUNIDADEAna Maria Pueyo Blasco de MagalhãesHeberth César MiottoValmy Lessa Couto FilhoCOMISSÃO DE AUDITORIA DAS UNIDADESMINEIRASMarcos SaraivaFátima Lúcia Guedes SilvaCOMISSÃO DE RESSSUSCITAÇÃOHeberth César Miotto

COMISSÃO DE DEFESA PROFISSIONAL EHONORÁRIOS MÉDICOSMarcos SaraivaRogério de Castro PereiraFátima Lúcia Guedes SilvaCOMITÊ DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DAUNIMED – até 2010José Carlos Fernandez Versiani dos AnjosJosé de Freitas Teixeira JuniorMaria Aparecida BragaRenan Murta Soares de AlmeidaRogério de Castro PereiraCOMISSÃO PARA REVISÃO DO REGIMENTOINTERNO E DO ESTATUTOAchilles Rohlfs BarbosaJosé Sabino de OliveiraMarcelo Mascarenhas CorrêaWaldemar Henrique FernalCOMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃOHugo Corrêa de Andrade UrbanoCURSOS ACLS - BLSHeberth César MiottoCURSOS CITINJorge Luiz da Rocha ParanhosCURSOS FCCSCristiano Valério RibeiroLeandro Braz de CarvalhoMarcos SaraivaCURSOS PVMAHugo Corrêa de Andrade UrbanoCURSOS TENUTIMarcelo Mascarenhas CorrêaREPRESENTAÇÃO JUNTO À AMIBREPRESENTAÇÃO JUNTO À AMIBTitulares Anselmo Dornas Moura Frederico Bruzzi de CarvalhoHugo Corrêa de Andrade UrbanoLuís Fernando Andrade CarvalhoMarco Victor HermetoRogério de Castro PereiraSuplentesMarcelo Mascarenhas CorrêaJosé Sabino de OliveiraSaulo Fernandes SaturninoMárcio de Sá FaleirosFlávio Lopes Ferreira

editorial

“2010, ano de grandes realizações para a Somiti”

Produção Editorial: Vfazitto Comunicação e Consultoria Ltda / Jornalista responsável:Vilma Fazitto - 1988/MT/JP/ Reportagem: Andressa Santos Reg. Prof. 15.162/MG / ProjetoGráfico: Helô Costa / Diagramação: Cleber Campos / CGB Artes Gráficas / tiragem: 2.000exemplares / Fotos: Wilson Avelar

2Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

Sociedade Mineira de Terapia inTenSiva | SoMiTi |TriÊnio 2009/2011av. João pinheiro, 161/T05 - centro - BH/MG - 30130-180 / Telefax: (31) 3222-3172 / www.somiti.org.br / [email protected]

expediente

Após três décadas administrativas,vemos que o crescimento da SociedadeMineira de Terapia Intensiva foi real.Crescemos como entidade respeitada pelomeio médico e ganhamos noto-riedade nacional, ocupando,hoje, ao lado do Rio de Janeiro, osegundo lugar em importânciano país. Tudo isso é resultado dacontribuição e dedicação dosmembros da Sociedade, cujasatribuições foram realizadas como objetivo de valorizar a especia-lidade. A colaboração e dedica-ção dos intensivistas mineirossolidificaram os valores daSomiti, ganhando destaque nesteano de 2010, a valorização e defesa profis-sional, cada vez mais difundida.

Durante os dois anos da nossa gestão,

procuramos difundir, com nossos cursos,congressos e jornadas, a segurança, humani-zação, cuidados paliativos, qualidade e gestão,pilares de extrema importância na Terapia

Intensiva. Levamos aos cole-gas do interior alto nível deconhecimento científicocom as Jornadas deIntegração de MontesClaros e Muriaé e, mais umavez, aproximamos a popula-ção da realidade das unida-des de terapia intensiva,com a realização de duascampanhas UTI na Praça.

A Terapia Intensivamineira se encontra capa-

citada para colocar em prática as metas daSomiti para 2011, destacando o CongressoMineiro de Terapia Intensiva, que será rea-

lizado entre os dias 16 e 18 de junho e que,tenho certeza, será mais um evento degrande sucesso! Atualmente, temos maisde 800 sócios com anuidade em dia com aSociedade e nosso objetivo é fazer comque esse número aumente cada vez mais.

O ano de 2011 pretende ser aindamelhor do que foi este ano, pois continua-remos a propagar o incentivo à pesquisa,educação continuada, defesa profissional,inovação em cursos de imersão, interaçãoentre os centros formadores e aproxima-ção com outras Sociedades, como aClínica Médica e Pediatria. Desejamos atodos os colegas intensivistas um felizNatal e um Ano Novo repleto de realiza-ções!

Rogério de Castro PereiraPresidente

Page 3: Jornal da Somiti nº 44

3 Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

eventos

agenda

Você já pode se inscrever para o XII Congresso Mineirode Terapia Intensiva, que será realizado entre os dias 16 e 18de junho de 2011, no Ouro Minas Palace Hotel, em BeloHorizonte, tendo como tema central: “Educação e cuidado:da história às evidências”.

O Congresso tem como objetivo a educação continuada,integração entre os intensivistas e atualização dos conheci-mentos. A diretoria da Sociedade Mineira de TerapiaIntensiva está se preparando para oferecer aos intensivistasmineiros uma grade científica atualizada e diversificada.

Faça já a sua inscrição pelo site da Somitiwww.somiti.org.br!

“A expectativa é de que seja grande o interesse dos cole-gas mineiros em nos enviar seus resumos para avaliação”,afirma Rogério de Castro Pereira, presidente da Somiti. Oprazo para envio de resumos ao XII Congresso Mineiro deTerapia Intensiva termina no dia 25 de março de 2011.

Se você tem interesse em nos enviar seu resumo paraavaliação, acesse o site da Somiti.

Abertas inscrições para o XII CongressoMineiro de Terapia Intensiva!

Calendário de atividadesAgenda Estadual

Agenda Nacional

Page 4: Jornal da Somiti nº 44

4Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

departamento

Odontologia Intensiva: crescimento evalorização do Departamento

A Somiti comemora trinta anos demuita história. Desde 1980, atua na defesado profissional intensivista, no amplo senti-do da palavra. A equipe interdisciplinar ésempre contemplada nas ações de defesa evalorização profissional almejada pela enti-dade. De acordo com essa filosofia, háexato um ano e dois meses foi inauguradoo Departamento de Odontologia, sobcoordenação da cirurgiã-dentista MariaThereza F. Martins, a convite de Rogériode Castro Pereira, seu atual presidente.“Para nós dentistas, é um prazer contribuircom o trabalho sério, embasado e de dedi-

cação da Somiti, que é uma grande família.Parece que estou aqui há anos, por tudoque já realizamos com a Odontologia como auxílio dos outros departamentos eapoio incondicional da diretoria”, declaraMaria Thereza.

Apesar do pouco tempo de existência,pode-se afirmar que o Departamentoesteve presente em todos os eventos cien-tíficos, de organização, promoção, defesae valorização do profissional. Entre eles,destaque para organização do XIICongresso Mineiro de Terapia Intensiva, aser realizado em junho de 2011. “Estamos

planejando esse evento com extremo cari-nho e dedicação pelo fato de participar-mos pela primeira vez, com temas daOdontologia. A programação sintetiza oque todo dentista gostaria de saber parainiciar os estudos nesta nova área de atua-ção”, ressalta a coordenadora.

Com a divulgação da OdontologiaIntensiva e da aproximação desses profis-sionais da Somiti, atualmente encontram-se na co-coordenação do DepartamentoAlessandra Figueiredo de Souza, dentista eenfermeira e Santuza Mendonça, professo-ra do Centro Universitário Newton Paiva.“A odontologia intensiva veio para comple-tar a assistência integral do paciente emUTI`s. Por meio da atuação, discussão e odesenvolvimento de trabalhos baseadosem evidência poderemos conquistar estenovo espaço”, afirma AlessandraFigueiredo.

A parceria evoluiu e as três profissio-nais foram designadas para compor aComissão de Odontologia Hospitalar doConselho Regional de Odontologia deMinas Gerais (CRO-MG). “Nós, comorepresentantes da Odontologia na Somiti eCRO-MG, estamos buscando, num pri-meiro momento, definir os campos deatuação do dentista intensivista com aidentificação das principais demandas decuidados bucais nos pacientes das UTIs, edas expectativas da equipe interdisciplinarintensivista.”, conclui Santuza Mendonça. esquerda para direita – Santuza Mendonça, Maria Thereza e alessandra Figueiredo.

Page 5: Jornal da Somiti nº 44

5 Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

entrevista

Neurointensivismo: o cuidado ao doente neurológico

Por que o seu interesse em morar nointerior do Estado, sendo que havia possi-bilidade de exercer sua profissão em BeloHorizonte?

O meu interesse era sair do Rio de Janeiroe ir para uma cidade do interior, em busca dequalidade de vida. Busquei, exclusivamente,tranqüilidade e uma melhor educação aos meusfilhos. Mas eu não podia abandonar o suportetécnico dos grandes centros, como BeloHorizonte, então, me aproximei da capital pormeio de serviços de neurocirurgia. Foi assimque fiquei conhecendo pessoas que estavamenvolvidas com a Somiti, como José Luiz deAmorim Ratton, cuja família é de São João DelRei, Maria Aparecida Braga e Marco AntônioSoares Reis, dois ex-presidentes da Sociedade.Foi dessa forma que acabei me vinculando nãosó oficialmente, mas também por questões deamizade, à Somiti.

Qual foi o grande momento da suaparceira com a Somiti?

Sou associado da Somiti desde 1991.Quando conheci José Ratton ele me estimuloua iniciar um curso de educação continuada emSão João Del Rei. Esses cursos começaram a serrealizados em 1996, sempre tendo a Somiticomo parceira. A Amib, baseada nessa ideia,me convidou a criar um curso de terapia inten-siva neurológica. E foi o que fiz, em 2002, nacidade de São João Del Rei, abraçado pelaSomiti. Hoje, esse curso percorre todo o país.Quando ele teve início, a diretoria da Somitiachou por bem criar um Departamento deNeurointensivismom que já existia na Amib. Fuiconvidado a ser coordenador desseDepartamento. Nessa época, começou umamplo desenvolvimento do neurointensivismodentro da Amib, principalmente em MinasGerais com a Somiti que, na época, era aSociedade que mais realizava cursos de neu-rointensivismo.

Como foi levar a especialidade de neu-rocirurgia para São João Del Rei?

Quando eu resolvi montar um serviço deneurocirurgia em uma cidade pequena, esbarreicom a não existência de uma UTI no município.Eu tive, então, de criar uma UTI para darsuporte aos meus pacientes operados. Fiz aUTI “do zero”. Dez anos antes de mim, umcardiologista tentou implantar uma UTI, masnão obteve apoio suficiente para dar seguimen-to. Até que, quando me mudei para São JoãoDel Rei, consegui convencer a Santa Casa a mefornecer o espaço para a construção dessa UTI.Não foi uma área da Santa Casa que foi adapta-

da, mas sim um terreno baldio que foi construí-do. Ela foi inaugurada em janeiro de 1991 e levao nome de Cid Rangel, uma homenagem aofalecido pai de Paulo César Rangel, cardiologis-ta que tentou, dez anos antes, implantar a UTIna cidade. O principal cliente da nossa UTI é odoente neurológico grave.

O senhor possui trabalhos internacio-nais publicados? Qual deles merece maiordestaque, na sua opinião?

Tenho vários trabalhos publicados. Comtoda essa experiência comecei a escrever sobreos nossos principais resultados. Inicialmente, ostrabalhos eram de neurocirurgia e, atualmente,são de neurointensivismo. Dou destaque aotrabalho de Osmoterapia publicado na Critical

Care Ressucitacion, no ano passado. Ele foiescrito juntamente com um grupo daUniversidade Católica do Chile. Também mere-ce destaque uma pesquisa sobre o Controle doPerfil Metabólico do Paciente NeurológicoGrave, publicado na Neuro Critical Care, nesseano de 2010. Esses foram os trabalhos de maiorimpacto, com grande número de pessoaspedindo explicações sobre o tema.

Além de trabalhos publicados, osenhor já escreveu capítulos de livros?

Nunca escrevi livros sozinhos, mas tenhopublicados 15 ou 20 capítulos de livros. Doisdeles são muito interessantes, que são oslivros da Sociedade Européia de MedicinaIntensiva. Eu tive a satisfação de ter sido con-vidado, já por duas vezes em dois anos conse-cutivos, para escrever um capítulo do livro daSociedade Européia de Medicina Intensiva.Isso é muito gratificante, pois são raros os bra-sileiros convidados a escrever em livros euro-peus. Além disso, quando somos convidados aescrever, também somos convidados a daraulas em congressos sobre o capítulo queescrevemos

Em todas as aulas que dou e em todas aspalestras que apresento, em qualquer lugar domundo, levo a logomarca da Somiti no meu pri-meiro slide. Afinal, foi a Somiti que me criou.Levo também a logomarca da Santa Casa deSão João Del Rei e da Amib.

A Somiti este ano completou 30 anos.Qual a importância desses 30 anos de tra-balho realizado pela Sociedade para MinasGerais?

Eu tenho participado dos últimos 20 anosda Somiti e percebo um crescimento ordenadoda entidade. Ela passou a ser umas das trêsmaiores Sociedades Brasileiras, não só emnúmero de participantes, mas também empublicações científicas. A Somiti passou a serrespeitada do ponto de vista político brasileiro,uma vez que, o peso das decisões de MinasGerais sempre interfere nas decisões nacionais.O que vejo é um amadurecimento da Somiti.Enquanto há 20 anos atrás tínhamos ilhas deexcelência em Minas, hoje temos um continen-te mineiro. Existe hoje uma preocupação daSociedade Mineira de Terapia Intensiva em tra-zer o pessoal do interior para perto da gente.Todos os intensivistas que trabalham no interiorrecebem uma atenção da Somiti, inclusive comos Congressos de Integração no interior. ASomiti, durante seus 30 anos, cresceu do pontode vista científico, social, político e numérico.

Os intensivistas podem se programarpara algum evento de neurointensivismonos próximos meses?

Com certeza. Será realizado entre os dias 18 a20 de março de 2011, em Belo Horizonte, noMinascentro, o III Congresso Brasileiro deNeurotrauma, que é organizado pelo Departamentode Trauma e de Neurointensivismo da SociedadeBrasileira de Neurocirurgia. Eu sou o presiden-te deste congresso e consegui vencer a disputae trazê-lo para BH. O primeiro foi realizado noRio de Janeiro e o segundo em Natal. EsseCongresso este ano apresenta uma particulari-dade interessante: o primeiro dia é destinadoao trauma de crânio e o terceiro dia é voltadoao trauma de coluna, mas o segundo dia é tododedicado ao neurointensivismo do trauma. Porisso, existe um preço especial para o segundodia do evento, para que os intensivistas possamfreqüentar somente este dia do Congresso,que terá uma grande participação dos neu-rointensivistas de Minas Gerais. Para essedia teremos quatro professores de fora doEstado e três convidados internacionais. Asinscrições podem ser feitas no sitewww.neurotrauma2011.com.br.

Jorge Luiz Paranhos é neurocirurgião, membro da Sociedade Mineira da Terapia Intensiva, Associação de Medicina IntensivaBrasileira e Sociedade Brasileira de Neurocirurgia. Referência nacional e internacional em neurointensivismo, montou umserviço de neurocirurgia na cidade de São João Del Rei, interior de Minas Gerais, onde também coordena uma UTI, inaugu-rada por ele na época. O jornal Somiti Informa conta a sua experiência.

Jorge Luiz paranhos

Page 6: Jornal da Somiti nº 44

Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti 6

medicina intensiva

UTI na Praça: aproximando a socieda

Em comemoração ao dia dointensivista, celebrado em 10 denovembro, a Sociedade Mineira deTerapia Intensiva realizou, no dia 6de novembro, na Praça daLiberdade, em Belo Horizonte, aquinta edição da campanha UTI naPraça, que trás à população a chan-ce de ver de perto e entender umpouco mais sobre o trabalho reali-zado pela equipe multidisciplinarnas unidades de terapia intensiva,de forma simples e acessível.Médicos, psicólogos, enfermeiros,fisioterapeutas, nutricionistas, den-tistas e fonoaudiólogos participa-ram do evento.

“Hoje, estamos apresentando paraa população uma proposta de maiorinteração da família dos pacientes noCTI, aumentando as informações paraos familiares e respeitando a autonomiados pacientes”, destaca Rogério deCastro Pereira, presidente da Somiti.

CircuitoAproximadamente, 300 pessoas

tiveram a oportunidade de conhe-cer o funcionamento das unidadesde terapia intensiva, participandodo circuito educativo criado pelaSomiti, composto de nove tendas.

Essa estrutura oferece à populaçãoapresentação de vídeos, demons-tração de atendimento de primei-ros socorros, equipamentos deUTI adulto e neonatal, aferição depressão, glicose, índice de massacorporal e grupo sanguíneo.

Quinta edição da campanha ocorreu no dia 6 de novembro, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, com grandeparticipação do público e destaque na imprensa da capital. Intensivistas, voluntários e acadêmicos atuaram nessacampanha, que aproxima o cidadão das unidades de terapia intensiva. A UTI na Praça contou este ano com a parce-ria da Associação Médica de Minas Gerais, Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Conselho Regional deMedicina de Minas Gerais, Conselho Regional de Odontologia de Minas Gerais, Hospital Dia e MaternidadeUnimed-BH, Sesc-MG e Hospital Vila da Serra.

intensivistas da Somiti participam da quinta edição da campanha UTi na praça

EscovódromoPela primeira vez na UTI na

Praça, o “escovódromo” fez sucessona tenda da odontologia, que tem oobjetivo de, além de divulgar o papeldo cirurgião dentista dentro da UTI edivulgar a campanha de prevenção decâncer bucal, mostrar às crianças amaneira correta de escovar os den-tes e utilizar o fio dental. Além dadiversão garantida com a escovação,elas também ganharam kits de higie-ne bucal doados pelo CRO-MG, con-tendo, cada um, escova de denteinfantil, pasta de dente e fio dental.

artur, de 9 anos, mostra que aprendeu aescovar os dentes corretamente.

os gêmeos artur e Lucas (6 anos) sedivertem escolhendo os Kits infantis.

Page 7: Jornal da Somiti nº 44

7 Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

de das unidades de terapia intensiva

Além disso, os participantespuderam levar para casa uma carti-lha contendo informações sobre opapel de cada profissional intensi-vista e puderam ver de perto aestrutura de funcionamento deuma ambulância e atendimento doSAMU - Serviço de AtendimentoMóvel de Urgência.

"Poder contribuir esclarecendo aimportância da inserção do profissionalfonoaudiólogo juntamente à equipeinterdisciplinar é muito produtivo egratificante”, ressalva Isabela Vono,membro do Departamento deFonoaudiologia da Somiti.

Segundo Lilian Couto Viana, coorde-nadora da UTI na Praça e psicólogaintensivista, a tenda da psicologia sem-pre tem um retorno muito positivo. “Aspessoas chegam aqui com a ideia de quea UTI é um lugar para pacientes em finalde vida. Desta forma, preparamos apopulação para visitar as unidades deterapia intensiva neonatal e adulto queestão montadas na praça. Informamosentão, que a unidade é para pacientescom potencial de recuperação e traba-lhamos assim, a desmistificação desta

visão. Pretendemos que estes sejammultiplicadores em nossa sociedade,levando o conceito de que a UTI é um

local de acolhimento, cuidado e segu-rança, e que o nosso objetivo é a vida”,esclarece.

rogério de castro pereira, presidente daSomiti, e as psicólogas intensivistas eorganizadoras do evento Lilian viana eeliana Torga.

voluntários da Unimed esclarecem apopulação sobre a UTi adulto

na tenda “promoção da Saúde” aspessoas puderam medir pressão arterial,glicose e índice de massa corporal

na tenda BLS, intensivistas demonstramatendimento de primeiros socorros.

Mudando concepções“Até ontem eu acreditava que a

UTI era um lugar ruim onde as pes-soas morriam. Mas a partir de hojeminha concepção mudou. É muitobom saber que há uma equipe intei-ra, de várias especialidades, buscan-do salvar o paciente. Eu já estiveinternado em UTI e tive muito medo.Com certeza, se tivesse passado poraqui antes, teria ficado muito maistranquilo e confiante durante a minhainternação”, afirma Nelson Manueldos Santos, de 65 anos, participanteda campanha UTI na Praça.

antônio Souza, 62 anos e nelson Manuel dos Santos, 67 anos participaram docircuito e aprenderam mais sobre as UTis.

Page 8: Jornal da Somiti nº 44

Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti 8

capa

IV Fórum de Defesa Profissional discute melhoria

Aproximadamente, 150 profissionais pude-ram ouvir as propostas para a evolução e integra-ção da urgência e emergência em Minas Gerais,no IV Fórum de Defesa Profissional da Somiti, rea-lizado no dia 30 de outubro, em Belo Horizonte.O evento reuniu grandes nomes da MedicinaIntensiva, Clínica Médica e Pediatria, durante o VICongresso Mineiro de Clínica Médica. Em pauta,questões relevantes ao atendimento de urgêncianas especialidades

Segundo Rogério de Castro Pereira, presi-dente da Somiti, o objetivo do Fórum não ésomente expor a realidade da urgência e emer-gência do Estado, mas, principalmente, colocaralgumas soluções em práticas, melhorando a assis-tência e valorizando o profissional.

Para Breno Figueiredo Gomes, presidente daAssociação de Clínica Médica e co-organizador doFórum, a iniciativa é muito favorável. “A troca deexperiências e a forçados interessados no proces-so de melhoria do setor de urgência e emergênciaé o primeiro passo para a mudança. Condições detrabalho, remuneração e reconhecimento domédico são os passos a serem seguidos”.

PalestrasOs palestrantes discutiram questões relevan-

tes ao atendimento de urgência e emergência noEstado, como classificação de riscos no pronto-socorro, saúde suplementar, integração pronto-socorro e CTI, objetivos do pronto socorro,inserção da psicologia na urgência e emergência,urgência e emergência pediátrica, parecer doConselho Regional de Medicina de Minas Gerais eda Associação Brasileira de Medicina de Urgência

e Emergência (Abramurgem - MG), dentreoutros.

Paulo Poggiali, presidente da SociedadeMineira de Pediatria, foi um dos palestrantes convi-dados e destacou a atual situação das unidades depronto-socorro pediátricas, que, devido à grandeprocura, têm o atendimento sobrecarregado.Segundo ele, existem dados que comprovam que60% dos pacientes que procuram o pronto atendi-mento pediátrico não deveriam estar lá, mas simem consultórios médicos e em unidades básicas desaúde. Mas, o fechamento progressivo de consul-tórios é um grande complicador. “Essa situaçãosobrecarrega as unidades de pronto-socorro nasaúde suplementar e UPAs, gerando um prejuízo naidentificação e atendimento de casos graves, atra-sando a chegada do paciente às unidades de terapiaintensiva”, esclarece.

O Conselho Regional de Medicina de MinasGerais foi representado por Hermann AlexandreVivacqua von Tiesenhausen, que abordou aimportância da integração entre médicos e oCRM-MG, por meio das Sociedades deEspecialidades da Associação Médica de MinasGerais, gerando conhecimento científico aos pro-fissionais. “Desde que foi instituído o Programa deEducação Permanente do CRM-MG, em 2007,cerca de 5.000 médicos realizaram reciclagem emdiversas áreas – ACLS, FCCS, PALS, cursos detrauma, clínica, pediatria, cirurgia geral, medicinada família e comunidade e, recentemente, assis-tência ao parto. Do ponto de vista de defesa pro-fissional, a Somiti e o CRM-MG têm desenvolvidoações conjuntas junto às Secretarias Municipal eEstadual de Saúde, no que se refere à remunera-ção e condição de trabalho”, destaca Hermann.

Buscando valorizar a especialidade e integrar os intensivistas aos colegas clínicos e pediatras que atendem em urgên-cia e emergência, a Somiti realizou o IV Fórum de Defesa Profissional, no dia 30 de outubro, no Dayrell Hotel, emBelo Horizonte. O evento integrou a programação especial de comemoração dos 30 anos da Sociedade e tambémcontou com uma sala multidisciplinar que reuniu fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e dentistas.

Maria aparecida Braga fala sobre a experiência da Unimed – BH

A importância da intervenção multidisciplinar em UTIOdontologia, Fisioterapia, Fonoau-

diologia e Nutrição: temas discutidos nasala multidisciplinar no IV Fórum deDefesa Profissional

O IV Fórum de Defesa Profissionaltambém contemplou a interdisciplinaridadenas unidades de terapia intensiva e propor-cionou às demais especialidades de reabilita-ção a troca de experiências. Odontólogos,Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos e Nutri-cionistas debateram sobre defesa profissio-nal e sobre a importância da atuação dessesprofissionais em CTI.

Heloísa Magalhães, Joana IsabelDrummond de Camargo Penayo e Franca

Arenare Jeunon, respectivamente, repre-sentantes dos Conselhos Regionais deNutrição, Fonoaudiologia e Odontologia,incrementaram as discussões, expondosobre as experiências dos Conselhos esobre a importância das parcerias criadascom a Somiti.

“Apresentação do Departamento deFisioterapia”, “Atuação fonoaudiológica nasala de emergência”, “Defesa profissional navisão do Conselho Regional deNutricionistas” e “Defesa profissional navisão do Conselho Regional deOdontologia”, foram os principais temas dis-cutidos no evento. palestrantes da sala multidisciplinar

Page 9: Jornal da Somiti nº 44

9 Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

na assistência e valorização do intensivista

Maria Aparecida Braga, ex-presidente da Somiti eConselheira Técnica da Unimed, expôs sobre aIntegração Pronto-socorro e CTI do Hospital daUnimed. Enfatizou o objetivo do pronto-socorro (aten-dimento de urgên-cia e emergência) eque, 80% dos pa-cientes que procuramo pronto atendimentopodiam ser atendidos,no caso da Unimed,em Centros de Aten-ção à Saúde, Núcleosde Atenção à Saúde,atendimento domici-liar e consultórios.“Atualmente, vivemosa realidade de que opronto-socorro é uti-

lizado para resolver o problema de acesso aos cui-dados, todos os cuidados. Nosso desafio é pro-porcionar aos pacientes locais adequados paraatendimentos de baixo risco. Precisamos restabe-

lecer o objetivo fundamental dos pronto-socor-ros”.

A enfermagem e a psicologia também estive-ram presentes nos debates. Vitório GuedesGomes, especialista em enfermagem neonatal,falou sobre classificação de riscos nos prontosatendimentos. “O objetivo principal do protocolode classificação de riscos é humanizar o atendi-mento nas unidades de urgência e emergência,definindo as pessoas que, de fato, necessitam deatendimento. Todos os pacientes que procuram oserviço de urgência serão atendidos, mas nãonecessariamente naquele momento. Se o pacien-te puder esperar, ele irá esperar”, destaca.

Eliana Márcia Martins Fittipaldi Torga,representante do Departamento de Psicologiada Somiti, destacou a inserção da psicologia naurgência e emergência. Segundo ela, o psicó-logo precisa ter uma atuação efetiva com ospacientes, a família, a equipe médica e a insti-tuição.

Também participaram do evento e contribuí-

ram com a discussão, Argenil José Assis de

Oliveira (“Experiência do Hospital Risoleta

Tolentino Neves na integração Pronto-Socorro e

CTI”), Maria do Carmo Barros de Melo

(“Experiência na formação profissional – mudança

curricular relacionada a urgência”), Danilo Borges

Matias (“Experiência do Hospital Odilon

Behrens”), Rasível dos Reis Santos Júnior

(“Experiência do Estado na Macro Região

Norte”), Ewaldo Aggrippino de Fraga Mattos

Júnior (“Posicionamento das cooperativas frente

ao cenário atual de saúde”) e Osvaldo Fortini

Levindo Lopes (“Abramurgem – especialização em

urgência”).

participantes do iv Fórum de defesa profissional

vitório Guedes esclarece dúvidas da plateia

Associados se reúnem em Assembleia Geral Ordinária da SomitiApós o IV Fórum de Defesa Profissional

foi realizada, entre os associados da SociedadeMineira de Terapia Intensiva, Assembleia GeralOrdinária. Alteração dos membros da direto-ria - Triênio 2009/2001 - e aquisição de imóvelpara centro de treinamento foram os assuntosdiscutidos e votados pelos participantes.

A alteração da diretoria foi discutida emassembleia para se adequar ao novo Estatuto daSomiti, assim como o ano de eleição de seusmembros, igualando ao da Associação deMedicina Intensiva Brasileira (Amib). Além disso,os associados discutiram e aprovaram a extinçãodo cargo de 2º Secretário, ocupado por AloísioBenvindo de Paula e a criação da DiretoriaCientífica.

Dessa forma, a Diretoria da Somiti passa aser composta pelos seguintes membros:

Rogério de Castro Pereira - Presidente

José Sabino de Oliveira - Vice-presidente

Rodrigo Leonardo Goulart Gonçalves -Diretor Secretário

Hugo Corrêa de Andrade Urbano - 1ºTesoureiro

Frederico Rodrigues Anselmo - Diretor 2ºTesoureiro

Fátima Lúcia Guedes Silva - DiretoraCientífica

associados da Somiti em assembleiaordinária

Page 10: Jornal da Somiti nº 44

10Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

em destaque

“Somiti, eu faço parte dessa história”No dia 30 de outubro, os intensivistas mineiros comemoraram os 30 anos da Somiti em uma bela festa de confraterni-

zação realizada na Casa de shows Zep Tep, em Belo Horizonte. A Sociedade aproveitou a ocasião para homenagear os pro-fissionais que marcaram a história da Somiti e que tanto colaboraram para o seu crescimento e reconhecimento no meiomédico. Veja abaixo os principais momentos da premiação:

rogério de castro pereira, presidente daSomiti e Lilian viana, departamento depsicologia

Marcelo Mascarenhas corrêa,ex-presidente da Somiti

Maria aparecida Braga, ex-presidenteda Sociedade

Thaís nascimento albano cruz,departamento de Fisioterapia

Maria Thereza Fonseca Martins,departamento de odontologia

rogério de castro pereira, Jorge Luiz da rochaparanhos, Hugo corrêa de andrade Urbano eHeberth Miotto

Hermann alexandre vivacqua von Tiesenhausen,ex-presidente da Somiti, agradece a homenagem Homenageados posam para foto

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Ser o maior hospital privado desti-nado ao atendimento de urgência eemergência de Minas Gerais. Esse é oobjetivo do Hospital Unimed, localiza-do na avenida do Contorno, 3097,bairro Santa Efigênia, em BeloHorizonte. De acordo com a assesso-ria do Hospital, sua construção surgiuda necessidade de se ter novos espa-ços para atender os clientes da opera-dora, principalmente, os que necessi-tam de atendimento de urgência eemergência, uma vez que, os diversoshospitais credenciados de BeloHorizonte, estão trabalhando em suacapacidade máxima.

Sua estrutura oferece 250 leitos,sendo 20 exclusivos da Unidade deTerapia Intensiva. Além disso, contacom 12 salas de Centro Cirúrgico, umcompleto Centro de Radiologia eExames, Pronto-Socorro com 20 con-sultórios, 32 leitos de observação eárea específica para pediatria.

Estruturado para atender casosde alta complexidade, o Pronto-Socorro possui toda a estrutura

necessária para receber pacientesem estado crítico.

Cirurgias de coração, neurológica,de quadril e de coluna, exames deendoscopia digestiva alta, colonoscopiae broncoscopia, cateterismo cardíacoe angioplastia, mamografia, ressonân-cia magnética, tomografia computado-rizada, ultrassonografia e ecocardio-grafia são os serviços realizados nopronto-atendimento. Além disso,conta com o apoio de um leito isoladopara doenças infecto-contagiosas euma sala de cuidados integrados, comestrutura e equipamentos necessáriospara manter o cliente em observaçãopor até 24h.

Unidade de Terapia Intensiva

A Unidade de Terapia Intensiva foiconstruída visando o melhor atendi-mento aos seus usuários com equipa-mentos de última geração que atendemàs normas e necessidades de um centrode terapia intensiva de alta complexida-de. Sua estrutura, que tem capacidadepara atender 600 pacientes por mês, éformada por duas unidades com dez

boxes de atendi-mento individualiza-do, possibilitandoprivacidade aos pa-cientes e isolamen-to respiratório ehemodiálise. Há umelevador exclusivopara comunicaçãoentre o centro deimagens e o pronto-socorro, além deuma bancada cen-tral onde a equipemult iprof iss ionalobserva os pacien-tes proximamente e

realiza suas atividades rotineiras, comoevoluções, prescrições e lançamentode dados clínicos

O cuidado ao paciente crítico é rea-lizado por uma equipe multidisciplinarformada por médico coordenador eplantonistas (um para cada dez leitos),enfermeiro coordenador e plantonistas(um para cada dez leitos), técnicos deenfermagem (um para cada dois leitos),fisioterapeuta coordenador e plantonis-tas 24hs, dois psicólogos e dois fonoau-diólogos.

Humanização

A humanização é um fator valori-zado pela equipe da UTI do Hospitalda Unimed. Os profissionais da equi-pe multiprofissional trabalham colo-cando em prática a idéia de acolhi-mento, individualidade, espaço paramanifestação durante a permanênciae avaliação do paciente pós-alta. Afamília tem a sua importância reco-nhecida no processo de recuperaçãodo paciente. A presença dos entesqueridos dos doentes críticos é facili-tada por toda a equipe de intensivis-tas, seguindo orientações específicas,contidas no guia da unidade, disponí-vel no local.

11 Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

UTIs de Minas

UTI do Hospital Unimed é planejada para

oferecer o melhor atendimento de urgência

e emergência do Estado

Hospital da Unimed na avenida docontorno, bairro Santa efigênia

Leandro Braz de carvalho, anestegiologista, Lucas viegasMartins, médico intensivista, renan Murta Soares de almeida,médico intensivista.

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“O protocolo surgiu da necessidade deconhecer melhor os pacientes atendidos porfonoaudiólogos nas unidades de terapia inten-siva. Ele é prático e proporciona uma visãomais ampla do paciente”, afirma MariaCarolina de Lima Faria, uma das responsáveispelo Departamento de Fonoaudiologia daSomiti.

Elaborado pelas profissionais MariaCarolina de Lima Faria, Isabela Pereira Vono eCristiane de Oliveira Pimenta, o documento,denominado de “Protocolo Fono Mais deAvaliação Fonoaudiológica em CTI Adulto”,contém dados gerais do paciente (desde a suaadmissão e durante todo o seu acompanha-mento) e, principalmente, aqueles pertinentesà fonoaudiologia, proporcionando a praticida-de de se ter todo o histórico do paciente nasmãos.

“A equipe de fonoaudiologia, que naépoca trabalhava no CTI Medimig, localizadono Hospital Otaviano Neves, nem sempreatuava no mesmo horário, sendo, então,necessário um documento para que fosse uti-lizada uma mesma linha de trabalho e de racio-

cínio clínico para a evolução terapêutica dopaciente. Neste período, a equipe de fisiotera-pia do hospital (Fisiot) utilizava um protocolopróprio, contendo anotações da fisioterapia acada atendimento. Dessa forma, o profissio-nal, a cada troca de plantão, teria uma visãomais geral do quadro fisioterápico do pacien-te. Foi neste documento que nos baseamospara elaborar o nosso protocolo”, esclareceMaria Carolina.

O protocolo “Fono Mais” fornece dadossobre a identificação do paciente e sobre a suaevolução dentro da UTI, como quadro respi-ratório, nível de consciência, postura, dadosvitais, dentre outros. É prático e simples. Naadmissão/avaliação do paciente a maioria dasinformações será marcada apenas com um“X”, de forma objetiva, como uma espécie decheck list. No Congresso Mineiro de TerapiaIntensiva, realizado em 2007, foi reconhecidocomo trabalho merecedor de um prêmio

Divulgação

Segundo Isabela Vono, uma das criadorasdo documento, a utilização do protocolo por

outros profissionais é excelente para futurasmodificações, uma vez que seria uma oportu-nidade de receber opiniões e observações. Jáutilizado em aproximadamente 500 pacientes,o protocolo ainda não foi publicado em revis-ta científica. “O Departamento Científico daSomiti poderia nos auxiliar nessa publicação”,defende. Atualmente, ele é utilizado pelafonoaudióloga Nathália Weber Dutra, na UTIdo hospital Vera Cruz.

“O protocolo deveria ser distribuído paraque alguns fonoaudiólogos trabalhassem comele nos CTIs. Em Belo Horizonte, existe umdéficit muito grande em trabalhos científicos eprotocolos. Cada especialidade cria o seu deuma maneira muito isolada, ou, na maioria dasvezes, apenas consultando o prontuário.Nosso objetivo é que o ‘Fono Mais’ seja utili-zado em todo o país”, conclui Maria Carolina.

Para ter acesso ao “Protocolo Fono Maisde Avaliação Fonoaudiológica em CTI Adulto”entre em contato com Maria Carolina pelo e-mail [email protected] ou com a Somitipelo e-mail [email protected] e pelo tele-fone (31) 3222-3172.

fique por dentro

Protocolo de Fonoaudiologia: praticidade eagilidade no atendimento

12Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

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13Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

acontece

No dia 23 de setembro foi realizada, naAssociação Médica de Minas Gerais, reuniãocom Rogério de Castro Pereira, presidente daSomiti, Luiza Lima, responsável peloDepartamento de Terapia Nutricional daSociedade e Heloísa Magalhães, conselheira doConselho Regional de Nutricionistas da 9ªRegião – Minas Gerais. No encontro foram dis-cutidas ações de valorização do nutricionistanas unidades de terapia intensiva.

"A parceria entre o Departamento deTerapia Nutricional da Somiti e o CRN 9 visaagregar valores na luta dos nutricionistas clíni-cos perante o mercado de trabalho, trazendopeso aos profissionais que buscam essa causa,por meio da união de forças e, consequenteampliação da abrangência de atuação”, destacaLuiza Lima.

Segundo Luiza, a falta de divulgação daimportância do trabalho do nutricionista emUTI é um dos maiores problemas enfrentadospela especialidade. “Temos que promover anutrição em terapia intensiva. Infelizmente, asleis nesse ramo ainda não sustentam o embasa-mento necessário para exigir o profissionaldentro da terapia intensiva. Esse campo possuiatuações muitas vezes sobrepostas por carên-cia de se estabelecê-las, levando, muitas vezes,o nutricionista clínico a deixar de atuar deforma incisiva neste espaço. Outro ponto rele-vante é o fato dessa área ser pouco citada nas

universidades, não despertando o interesse dosalunos para lutar pelo espaço”, esclarece.

Visando modificar essa realidade, foi pro-posto que as ações e metas do Departamentode Terapia Nutricional sejam expostas aos alu-nos das faculdades de nutrição de BeloHorizonte, com o objetivo de divulgar o traba-lho realizado pelo nutricionista nas UTIs e oconhecimento das leis de inserção desse profis-sional em uma unidade de terapia intensiva.

Como exemplo, a especialidade tem aResolução nº 7 da Diretoria Colegiada daAgência Nacional de Vigilância Sanitária, queexige Terapia Nutricional enteral e parenteral ea assistência nutricional em UTI.

“A nutrição vem ganhando espaço nasociedade e, infelizmente, a área hospitalarainda possui grande carência desse profissional,inclusive, na área de terapia intensiva. É neces-sário evoluir esse trabalho para os gestores dehospital, nutricionistas e familiares. O ConselhoRegional de Nutricionistas pretende estar maispróximo dos gestores, para divulgar à socieda-de o papel desse profissional”, esclareceHeloísa Magalhães.

Desmistificando a UTI

A representante do Conselho defende anecessidade de mostrar à população o conceito

de UTI, identificando quais os profissionais quefazem parte dela. A partir do momento em quea sociedade tiver consciência da importância eda necessidade do nutricionista na unidade deterapia intensiva ela vai começar a exigir. Aprópria família do paciente exigirá”, ressalta.

Na reunião, Luiza Lima também abordou anecessidade em se divulgar o TENUTI (TerapiaNutricional em Terapia Intensiva), oferecidopela Somiti, que tem a finalidade de capacitar oprofissional a identificar o risco nutricional, afisiopatologia e as consequências da desnutri-ção, além de realizar estimativa das necessida-des nutricionais e implementar e monitorar aterapia nutricional. Mais informações sobre oTENUTI no site www.somiti.org.br.

Parceria para valorizar a nutrição clínica

“Facilitar a organização da residência e/ouespecialização em Terapia Intensiva”. SegundoRogério de Castro Pereira, presidente daSomiti, é esse o objetivo da Sociedade, que reu-niu, no dia 21 de outubro, aproximadamente,30 intensivistas, dentre eles, 9 coordenadoresde centros formadores de Medicina Intensivade Minas Gerais para discutir as novas propos-tas na área.

A Associação de Medicina Intensiva Brasileira(AMIB) pretende aproximar, cada vez mais, o progra-ma de residência com o programa deespecialização em Terapia Intensiva, paraque, em um futuro próximo, os dois pro-gramas se tornem uma coisa só. O centroformador se baseará no “Programa deFormação Orientado por Competênciaem Medicina Intensiva”, da instituição.

Esse projeto foi elaborado emuma parceria internacional de organi-zações profissionais e médicos dedi-cados aos cuidados de pacientes gra-vemente enfermos onde foi criadauma proposta de conteúdo progra-mático com o objetivo de melhorar otreinamento em terapia intensiva. Oprograma contém 102 tópicos de

competências, divididos em 11 domínios (res-sucitação e controle inicial do paciente grave-mente enfermo, diagnóstico, controle da doen-ça, intervenções terapêuticas e suporte a siste-mas orgânicos em condições de falência únicaou múltipla de órgãos, procedimentos práticos,cuidados pré-operatórios, conforto e recupera-ção, cuidados terminais, transporte, segurançado paciente e controle de sistemas de saúde eprofissionalismo).

Rogério de Castro defendeu a proposta de

que o especializando terá o seu desempenho econhecimento avaliados em diferentes contex-tos, inclusive, quanto a sua postura ética. “ASomiti está disposta a fazer propostas paraagregar e facilitar a educação, a transmissão deconhecimento”, destaca.

Na reunião, Cláudio Dornas de Oliveira,coordenador do CTI Adulto da Santa Casa deBelo Horizonte, foi nomeado representante daSomiti para organização das novas propostaspara os centros formadores em terapia intensi-

va do Estado. Os participantes tam-bém definiram o programa de espe-cialização, com aula uma vez porsemana (às terças-feiras), cobrindo ostemas definidos pela AMIB. Serãoselecionados palestrantes para contri-buir com a programação científica docurso.

De acordo com Cláudio Dornas,a programação científica será abertapara outros médicos residentes e aca-dêmicos. “Essa nova forma de realizaro treinamento pode também integrar,treinar e promover a melhoria da

Medicina Intensiva em Minas Gerais”,conclui.

Somiti inicia a criação do Centro de Formação de Intensivistas

rogério de castro pereira, HeloísaMagalhães e Luiza Lima

intensivistas discutem propostas para criação do centroFormador de intensivistas

Page 14: Jornal da Somiti nº 44

14Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

cuidados paliativos

Ana Maria Pueyo Blasco deMagalhães - Mestre em Ciênciasda Saúde pela UFRJ e especialistaem Psicologia Clínica, Hospitalar,Psicotrauma, Bioética e SaúdePública.

Júlio César Batista Santana –Mestre em Bioética pelo CentroUniversitário São Camilo SãoPaulo, enfermeiro do SAMU deSete Lagoas/MG.

Os cuidados paliativos buscam umaforma do cuidar centrado no paciente eseus familiares, identificando a qualidade devida como seu objetivo primordial. Naassistência aos pacientes portadores dedoenças crônicas degenerativas ou em faseterminal, é primordial a implementaçãodos cuidados paliativos, com o objetivo deminimizar a dor e o sofrimento humano.

Os cuidados paliativos constituem-se uma filosofia que resgata a essênciada pessoa e de seus familiares, agre-gando valores que são indispensáveisao cuidado em sua integralidade, res-peitando o direito do paciente, propi-ciando uma morte digna, sem o uso deuma terapia invasiva e de ações dista-násicas que promovam o sofrimentohumano. Esse tipo de cuidado preocu-pa fundamentalmente com a qualida-de, valor e sentido de vida.

Fórum Integrado de Saúde

No último dia 24 de novembro,realizamos o Fórum Integrado deSaúde que abordou o tema “CuidadosPaliativos: um debate necessário”, pro-movido pelo Pró- Saúde e Escola deEnfermagem da Pontifícia Universi-dade Católica de Minas Gerais.Tivemos a participação de docentes ediscentes dos cursos de Enfermagem,Odontologia, Fisioterapia, Fonoaudio-logia, Nutrição, Psicologia, Direito eprofissionais de diversas instituições desaúde e ensino.

Recebemos Leo Pessini, professordo Centro Universitário São Camilo

de São Paulo, que proferiu a conferên-cia “Cuidados Paliativos: possibilidadede humanização na terminalidade davida”, José Ricardo de Oliveira, queapresentou a conferência “Bioética eCuidados Paliativos: abordagem sobrea vida e a morte”, Lilian Machado de

Sá, que apresentou os “Paradigmasatuais do cuidado de pacientes porta-dores de doenças terminais e crôni-cas” e o projeto “ Conclusões neces-sárias” e Ana Maria Pueyo Blasco deMagalhães, que abordou a comunica-ção terapêutica e humanização emcuidados paliativos.

A proposta de discussão dessatemática é extremamente relevantena academia, demonstrando mu-danças nos paradigmas de um cui-dado com foco cen-trado no modelohospitalocêntrico eabre espaços paranovas d iscussões,mudanças de atitu-des e educação dosprofissionais envol-vidos em um con-texto multidiscipli-nar na assistênciaaos pacientes porta-dores de doençascrônico-degenerati-vas e terminais.

Importância da comunicaçãoCom relação à educação, um dos

fundamentos da humanização em açõespaliativas é a comunicação e sua açãoterapêutica no cuidado. Os tipos decomunicação incluem aspectos da intra-comunicação ou autopercepção, que são

os pensamentos e emo-ções, e são fatores deautocuidado indispensá-veis no preparo profissio-nal. Nos processos decomunicações difíceis, abase estratégica da viven-cia da equipe de saúdeencontra-se na comunica-ção terapêutica efetiva, aopriorizar o planejamentode etapas na escuta, diálo-go, aceitação e apoio pelaunidade representada pe-la pessoa doente, sua his-toria de vida e interaçõescom familiares.

Com o intuito de incentivar a refle-xão com a sociedade, a Somiti promo-veu, em 2008 atividade socioeducativaapresentando a temática dos cuidadospela vida e ações paliativas na Praça daLiberdade no evento UTI na Praça. Asensibilização foi uma das estratégias,dentre outras, para provocar o debatesocial sobre o cuidado nas questões dasaúde e da vida com qualidade até seumomento final.

Reflexões sobre o cuidar naterminalidade da vida

ana Maria pueyo Blasco de Magalhães

Júlio césar Batista Santana

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15Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

opinião

Guilherme Brauner Barcellos e PauloRicardo Cardoso - Médicos intensivistas eorganizadores do PASHA2010 – I Congress

oh the Pan American Society of Hospitalist,realizado em Florianópolis, nos dias 12 a25 de novembro de 2010, feito, por opção,sem patrocínio da indústria farmacêutica eque reuniu mais de uma dezena de pales-trantes dos EUA, Canadá, Chile eArgentina.

Relacionamento entre médicos e indústriafarmacêutica, conflitos de interesse e preocupa-ções quanto ao impacto disto em qualidade assis-tencial, custos e educação médica têm, cada vezmais, sido pauta de discussões, algumas caloro-sas, no meio médico acadêmico, associativo etambém na mídia de uma maneira geral.

Enquanto muitos médicos consideram queas preocupações são justas e que discutir oassunto é necessário, outros se ofendem ao,simplesmente, observar esta discussão vir àtona (“é uma afronta a nossa integridade e põeem cheque a ética profissional de toda a corpo-ração”). Esses indivíduos acreditam que suadevoção à Medicina e aos pacientes (que efeti-vamente costumam ter), os protegem deinfluências externas. Entretanto, esta visãopode se basear em falta de compreensão ouentendimento incompleto da psicologia huma-na. Conflitos de interesse são problemáticosnão apenas porque são comuns, mas, principal-mente, porque as pessoas pensam incorreta-mente que sucumbir a eles ocorre apenas porcorrupção intencional, o que não é verdade.Sucumbir a conflitos de interesse pode ocorrersem que percebamos.

Outras vezes, até percebemos os poten-ciais conflitos de interesse em si, mas reconhe-cendo (corretamente) que se expor não signifi-ca por si só sucumbir ou cometer ato antiético

ou imoral, criamos justificativas para aceitá-lose aumentamos os riscos. A relativização pode-ria se dar por acreditarmos em um benefíciomaior para o movimento ou grupo que repre-sentamos, por exemplo. Na prática, ocorrempressões para relativização variadas e por todosos lados.

O cérebro ético

Estudos em neurociência e psicologiasugerem que toda pessoa pode ser um poucomais influenciável do que costuma pensar queseja. E não é surpreendente que médicos pen-sem que conflitos de interesse não os afetam,pois, na maioria das vezes, isto se dá no sub-consciente. É compreensível então, que a maio-ria de nós se enxergue como pessoas éticas quesob hipótese alguma colocariam sua objetivida-de a venda.

Evidências da psicologia oferecem umaperspectiva diferente, na qual julgamentospodem ser distorcidos ou enviesados sem quepercebamos ou sendo isto percebido tardedemais. Foi por isto que optamos por fazer oPASHA2010 independente: reconhecimento denossa própria fragilidade.

Relacionamento entre médicos efarmacêuticas: um assunto complexo

Não é raro nos vermos envolvidos nãoporque queremos, sequer porque nosso sub-consciente nos prega uma peça, mas porqueestaríamos simplesmente impossibilitados detraduzir a verdade. Algumas vezes, os doisintensivistas que subscrevem este artigo defen-deram o Early-Goal Directed Therapy (EGDT)em palestras. A estratégia de Rivers tem plausi-bilidade biológica. E há um ensaio clínico ran-domizado demonstrando redução de mortali-dade. Paralelamente, há publicada no The Wall

Street Journal denúncia de que pacientes teriam“desaparecido” do estudo após o processo derandomização. E o WSJ sugere que Rivers e seuhospital tenham recebido milhões da empresafabricante da tecnologia usada no grupo EGDT.Será que quando demos as palestras estávamosenganando sem saber? Não temos esta respos-ta – queremos um “novo” ensaio clínico. Se nãofizermos nada para melhorar o que estará emcausa é a sobrevivência do próprio modelo damedicina baseada em evidências, que tantoêxito nos trouxe até hoje.

Declaração de conflito de interesse

A resposta da comunidade acadêmica a

conflitos de interesses normalmente se dá pormeio da exigência de declaração. Não é sufi-ciente. E algumas evidências demonstram quepode até piorar as coisas.

Conclusões

A verdade que se descortina é que nãosomos tão livres para pensar e decidir quantoqueremos acreditar, fato que encontra seu viésbioético no entendimento que as decisões sãotomadas dentro de certos graus de liberdade,mais ou menos condicionados interna e exter-namente. Quanto mais individual nossa pers-pectiva sobre a realidade, menor sua pretensaobjetividade.

Há aqueles que tentam nos desqualificarneste debate dizendo que estaríamos querendoser paladinos da moral e da ética. Pensássemosisto e buscaríamos fazer eventos com a indús-tria e aproveitar o melhor dos dois mundos.Infelizmente, somos influenciáveis!

Bem como entendemos que as sociedadesmédicas de especialidades têm a obrigaçãoespecial de aderir a padrões éticos rigorosíssi-mos para somente então cobrar de seus mem-bros algo próximo disto.

Para obter mais informações acessewww.unisimers.com.br.

Referências Bibliográficas:

Conflicts of Interest - Challenges andSolutions in Business, Law, Medicine, and PublicPolicy (2005)

Conflict of Interest in Medical Research,Education and Practice (2009), Institute ofMedicine

The Dirt of Coming Clean: PerverseEffects of Disclosing Conflicts of Interest -[Journal of Legal Studies, vol 34 (January 2005)]

Existindo conflitos de interesse, todos somos influenciáveis (atémesmo os médicos e autores deste artigo)

O The Wall Street Journal (EUA) publicou em seu site, no dia 14 de agosto, o artigo New Therapy for Sepsis Infections Raises

Hope but Many Questions. O texto aborda o questionamento que especialistas estão tendo sobre uma pesquisa, realizada há

sete anos, que resultou em um novo medicamento contra a Sepse e que é muito utilizado em hospitais de todo o mundo.

Guilherme Brauner Barcellos

paulo ricardo cardoso

Page 16: Jornal da Somiti nº 44

16Informativo da Sociedade Mineira de Terapia Intensiva | Somiti

especialização

A Somiti, buscando, cada vez mais,oferecer aos intensivistas mineiros amelhor especialização, realizará, nos dias19 e 20 de março de 2011, naAssociação Médica de Minas Gerais, ocurso Winfocus: ultrassonografia nopaciente crítico.

O curso de ultrassonografia é resul-tado da parceria entre a SociedadeMineira de Terapia Intensiva e aWinfocus, considerado o maior canalde formação e divulgação de conhe-cimento em ultrassonografia nopaciente crítico em todo o mundo,com representação em vários países(Veja em www.winfocus.org). Com essainiciativa, a Somiti amplia seu portifóliode cursos e reafirma sua posição de van-guarda no país.

Segundo José Muniz Pazeli Júnior, coorde-nador do curso Winfocus - Brasil e coordena-dor do CTI da Santa Casa de Barbacena, seuobjetivo é capacitar intensivistas, emergencis-tas, cirurgiões e clínicos para o uso da ultrasso-nografia no manejo de pacientes críticos.“Queremos utilizar toda a estrutura e reco-nhecimento oferecidos pela Somiti para capa-citarmos todos os médicos envolvidos noatendimento de pacientes críticos”, afirmaPazeli.

O curso terá dois dias de duração,em regime de imersão. As aulas teóricasserão realizadas no período da manhã,onde serão abordados diversos temassobre o uso do ultrassom nas emergên-cias clínicas e cirúrgicas. As tardes serãodedicadas ao treinamento prático, ondeos alunos terão a oportunidade de reali-zar exames, aprender as funções básicasdos equipamentos e reconhecer asestruturas citadas nas aulas teóricas,com o auxílio de equipamentos, mane-quins e simulação de acesso vascular.

As turmas serão formadas por 40alunos. O objetivo da Somiti é inscrever,no máximo, dez alunos em cada móduloprático, possibilitando a todos os inscri-tos a oportunidade de aprender a manu-sear os equipamentos de ultrassonogra-fia e ecocardiografia. As aulas serãoministradas por uma equipe capacitadade quatro instrutores, dentre eles, oargentino Miguel Montefarno, coordena-dor do Winfocus - América Latina, eco-cardiografista e chefe do Serviço deEcodoppler do Hospital de EmergênciasDr. Clemente Alvarez, localizado nacidade do Rosário - Argentina.

“Fiz o curso Winfocus em 2008, oprimeiro realizado em Belo Horizonte.Asseguro que essa experiência mudouradicalmente a minha prática médica.

Como nefrologista e intensivista, utili-zo diariamente o ultrassom nos maisdiversos cenários clínicos, tanto naUTI que coordeno, quanto na minhaunidade de diálise. Me arrisco a dizerque o ultrassom pode ser consideradoo novo estetoscópio, e que em breveserá impossível o manejo de pacientesgraves sem esta ferramenta”, concluiPazeli.

Participe do Winfocus: ultrassono-grafia no paciente crítico! As inscrições jápodem ser realizadas no site www.somi-ti.org.br pelos valores de R$ 900,00 paraassociados e R$1.200,00 para não -sócios. Vagas limitadas! Ao final do curso,a Winfocus entregará o certificado aosparticipantes.

Somiti oferece curso de ultrassonografiano paciente crítico

José Muniz pazeli ministra aula práticano curso Winfocus realizado na cidadede Milão, em 2008.

Veja a abaixo a programação completa:Programação cursoWinfocus: ultrassonografiano paciente crítico

1° Dia - 19 de março de 2011

7h30 às 8h - Pré-teste

8h às 8h30 - Ultrassom no Paciente

Crítico: um novo paradigma para a

atenção básica, emergência e cuidados

intensivos

8h30 às 9h - Conceitos Básicos de UF

9h às 9h30 - Aspectos anatômicos daecocardiografia transtorácica

9h30 às 10h - Ultrassografia pulmonar

10h30 às 11h - Coffee Break

11h30 às 12h - Protocolo FAST e EFAST

12h às 12h30 - Avaliaçãoecocardiográfica na ressuscitaçãocardio-respiratória (ACLS)

12h30 às 13h30 - Almoço

13h30 às 18h – Aula Prática (4 Turmasde 10 alunos cada)

2° Dia - 20 de março de 2011

7h às 8h - Recepcão

8h às 9h - Ultrassonografia no pacientehemodinamicamente instável

9h às 9h30 - Ultrassom na detecção de

trombo-embolismo venoso

9h30 às 10h - Ultrassom em acessovascular

10 às 10h30 - Coffe break

10h30 às 11h - Ultrassonografia em

pacientes dispnéicos

11h às 12h - Papel da ultrassonografia

no manejo das vias respiratórias de

pacientes criticamente enfermos

12h às 13h30 - Almoço

13h30 às 18h – Aula Prática (4 Turmasde 10 alunos cada)