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Jornal A Cidade - Encarte - TEABRAÇO

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2 A CIDADE Quarta-feira, 18 de março de 2015 PUBLIEDITORIAL - Semana Internacional TEA

Produção: Phábrica De Ideias e Assessoria em Comunicação | Rua Dr. Paulo Barra, 660 - Ribeirão Preto - Fone (16) 3620-4448Reportagens: Phábrica de Ideias por Mirene Benincasa, Nathália Vieira, Augusto Vercezi, Fabíola Correia, Amanda Bermudes e Luciana Stabile | Coordenação: Mirene Benincasa

Direção: Carol Felício e Joelma Fachini | Realização: Jornal A Cidade | Fotos: Acervo pessoal dos entrevistados e acervo JUJUBA TecnologiaDesign: Claudio Malerbo Neto | Departamento comercial: (16) 3977-2172 [email protected]

Conhecer, entender e transformar

realidadesSão 70 milhões de autistas no mundo todo e no Brasil 2 milhões. Como ficar indiferente a isso?

Pela falta de preparo, desin-formações e preconceito o tema autismo sempre ficou muito dis-tante da nossa realidade, mas ele está presente e em crescimento. Há 3 anos uma a cada 110 crian-ças era diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autis-ta) e hoje a proporção já está em uma a cada 68. O que fazer? E então nasceu o projeto TEAbra-ço, respaldado por profissionais de grandes centros de excelência dos EUA, um país que se destaca em pesquisas, inovações, tecno-logia. Assim, o TEAbraço veio para trazer o que há de mais no-vo no mundo do autismo e su-as variações, quebrar barreiras, preconceitos e abrir espaço pa-ra uma vida digna e produtiva para pessoas e famílias que con-vivem com essa realidade além da capacitação dos nossos pro-fissionais.

E , começando por este even-to, já nos sentimos vencedores por toda a mobilização que es-tá acontecendo em Ribeirão, re-gião e até no Brasil.

O abraço, além de signifi-car muito para o autista, é onde encontramos amparo, respostas,

aconchego e compreensão, onde muitas vezes depomos as nossas armas e nos sentimos seguros. Isso é o TEAbraço: evento com workshop, atividades Livres e gratuitas envolvendo crianças, pais e profissionais da área.

Temos que estar prontos pa-ra a inclusão e para oferecer ao autista estrutura para estar na sociedade. Quando fechamos as portas com a falta de preparo e o preconceito, expomos essas pes-soas ao pior sintoma do autis-mo, que é o isolamento e falta de convívio social.

Famílias de autistas são cercadas de desafios

•70 milhões de pessoas no mundo; •2 milhões de pessoas no Brasil; •1 em cada 68 crianças tem o diagnósticos de TEA nos Es-tados Unidos; •Transtorno atinge mais me-ninos que meninas (um em cada 42, contra uma em ca-da 189); •Autismo é mais comum em crianças que o câncer infan-til, AIDS e diabetes;

•Diagnóstico pode ser feito a partir dos 2 anos de idade; •45% das crianças com TEA tem a capacidade intelectual normal (QI não-verbal aci-ma de 70); •Mais diagnosticado em crianças brancas que em ne-gras ou hispânicas; •As crianças negras e hispâ-nicas identificadas com TEA têm maior probabilidade que as brancas de apresentar défi-cit intelectual.

Do diagnóstico à busca por tratamentos, dedicação da família é essencial no desenvolvimento

Karina Guedes Garuti é pro-fessora, mãe do Vítor de 3 anos, que teve o diagnóstico de au-tismo fechado quando tinha 3. Com o olhar atento de mãe ela notou logo nos primeiros seis meses de vida que o comporta-mento dele era diferente. Perto de um ano de idade, Vitor co-meçou a ficar muito agitado e agressivo, mexia muito os bra-ços e não falava. “O pediatra na época chegou a falar que nós estávamos dando muita aten-ção pra ele e por isso ele não se comunicava, pois não precisa-va”, conta Karina. Porém como ele não falava, a mãe procurou uma fonoaudióloga e foi através do relatório dela que se chegou ao autismo. “Os sintomas foram piorando e o Vitor não se inte-ressava por quase nenhum brin-quedo, não mantinha contato visual e a socialização era bem complicada”, relata.

Hoje Vitor frequenta a AMA e também uma escola regular duas vezes por semana e com os tratamentos corretos, a sociabi-lidade e a agressividade melho-raram.

Entender o autismo e acei-tá-lo como uma condição para

toda a vida é um desafio e por isso a discussão aberta e a tro-ca de experiências é de extre-ma importância. “É a sociedade quem precisa mudar, pois o que podemos fazer pelos nossos fi-lhos já estamos fazendo”, desa-bafa Karina.

KARINA descobriu que o filho Vitor era autista quando ele tinha 3 anos

1. Direito à ações e serviços de saúde no âm-bito do SUS, incluindo diagnóstico precoce, atendimento multiprofissional, nutrição ade-quada e terapia nutricional, medicamentos e informações que auxiliem no diagnóstico e no tratamento;

2. Acesso à educação e ao ensino profissiona-lizante, à moradia, ao mercado de trabalho e à previdência social;

3. É dever do Estado, da família, da comuni-dade escolar e da sociedade assegurar o di-reito da pessoa com TEA à educação, em um sistema educacional inclusivo, sendo que em

casos de comprovada necessidade, o autista que cursa ensino regular terá direito a acom-panhante especializado durante as atividades no ambiente escolar;

4. O gestor escolar ou autoridade competen-te que recusar a matrícula de estudantes com transtorno do espectro autista, ou qualquer ou-tro tipo de deficiência, será punido com multa de 3 a 20 salários-mínimos;

5. Qualquer interessado poderá denunciar a re-cusa da matrícula de estudantes com deficiência ao órgão administrativo competente, sem pre-juízo a outras denúncias previstas na legislação.

DIREITOS DOS AUTISTAS E DA FAMÍLIA - LEI BERENICE

ARQUIVO PESSOAL

Inclusão é amor ao próximo, é conviver bem com as diferenças.

“Nesse abraço cabe todo mundo!”

Carol Felício - Diretora da Jujuba realizadora do TEAbraço

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PUBLIEDITORIAL - Semana Internacional TEA 3 A CIDADEQuarta-feira, 18 de março de 2015

AUTISMO atinge mais crianças brancas do sexo masculino

Atendimento ao vivo poderá ser visto por plateia em sala anexa Palestras e consultas médicas em crianças e

adolescentes entre 18 meses e 18 anos de idade, se-rão transmitidas ao público, ao vivo. Enquanto os especialistas analisam e orientam os acompanhan-tes em uma sala, os participantes do workshop po-dem assistir e tirar suas dúvidas – “Elegemos ca-sos que possam ser interessantes para o maior nú-mero de pessoas, assim, o conhecimento e os tra-

tamentos podem ser compartilhados” – observa Carol Felicio, realizadora do evento.

O workshop começa na quinta-feira, dia 19 de março e vai até dia 22, domingo. Os interessados em participar ainda podem se inscrever através do site do evento pelo link:

http://www.teabraco.com.br/increva-se-no--workshop/

Entre alguns dos nomes con-firmados estão especialistas co-mo Erin S. Brooker-Lozott, mes-tre em Fonoaudiologia, pesqui-sadora-líder do Projeto de Pes-quisa em Interação Social na Ge-orgia (EUA); Marlene Sotelo, di-retora de Programas da Els for Autism Foundation na Flórida (EUA), Marlene é musicotera-peuta especialista em Educação Especial e análise do comporta-mento; Maria Arizmendi, Fun-dadora e diretora do grupo Pro-gressive Behavioral Science, cen-

tro de terapia intensiva para au-tismo na Flórida (EUA); Celi-sabel Caldevilla, bacharel em psicologia, é mestre em Análi-se Comportamental Aplicada no Progressive Behavioral Science na Flórida (EUA); Dr. Alexandre Crippa, professor e pesquisador na USP Ribeirão Preto, é um dos cientistas brasileiros mais ativos na luta pela liberação do Cana-bidiol para uso terapêutico, Dr. Alysson Muotri, neurocientista atuante nos EUA, líder no proje-to “Fada do Dente”.

Time de especialistas discute o autismo

De 17 a 20 de março, o TEAbraço promove na Livraria Cultura diversas palestras e debates abordando assuntos relacionados ao tema do autismo, sempre com o objetivo de estimular a reflexão e a difusão de informações. Entre os debates e bate papos estão: “Direitos do Autista”, “Ca-nabidiol”, “Projeto Fada do Dente” e “Método Priorit”. To-das as palestras são gratuitas (ver programação completa nas páginas 04 e 05)

Ciclo de palestras gratuitas

No dia 21 de março, sábado, a partir das 19h, no Open Mall do Shopping Iguatemi Ribeirão Preto, o escritor Au-gusto Cury realizará um bate papo com pais, professores e profissionais de saúde. O tema abordado será “Cons-truindo Pensamentos: Os papéis da memória e formação de personalidade”. A palestra é gratuita.

Augusto Cury fala sobre formação de personalidades

DIRETOR do Miami Children’s Hospital, Dr. Carlos Gadia é uma

das principais referências em autis-mo no mundo

ARQUIVO PESSOAL

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6 A CIDADE Quarta-feira, 18 de março de 2015 PUBLIEDITORIAL - Semana Internacional TEA

Pesquisa busca a cura do autismo através de estudo com células nos

dentes de leite Projeto A Fada do Dente compara as diferenças estruturais das células de uma criança autista

com as células de uma criança sem o distúrbio

O estudo, realizado em laboratórios brasileiros, utiliza células-tronco, semelhantes às embrionárias, transformadas em neurônios para mapear o compor-tamento genético. Com isso é possível entender o com-portamento dessas células e avançar no objetivo de en-contrar a cura ou o melhor tratamento possível pa-ra o TEA.

A Fada do Dente é um projeto desenvolvido por Patrícia Beltrão Braga - professora da Universidade de São Paulo e pós-doutora em Neurociência pela Univer-sidade da Califórnia - em parceria com Alysson Muotri - professor na Universidade da Califórnia e pós-dou-tor também em Neurociência pelo Instituto Salk de Pesquisas Biológicas - que consiste em arrecadar den-tes de leite de crianças brasileiras com TEA para estu-dos com as células extraídas da polpa. O evento é gra-tuito e acontece na Livraria Cultura, às 17h, no dia 19 de março, quinta-feira. MATERIAL DA POLPA do dente é utilizado para testar medicamentos

O uso do canabidiol

mitos e verdades Substância auxilia no controle da hiperativi-dade e dos ataques de agressividade, entre

outros sintomas

Durante o TEAbraço, o pós-doutor José Alexan-dre Crippa – formado pelo Instituto de Psiquiatria de Londres (London University, Kings College) na área de Neuroimagem – abordará o uso do medicamento a ba-se de Cannabis Sativa (nome científico da maconha) e quais são os benefícios alcançados nesse tipo de trata-mento para o Transtorno Espectro Autista.

A palestra é gratuita na Livraria Cultura e acontece,

no dia 19 de março, quinta-feira, às 19h.

Pílulas de boas ideias para pais, familiares e professores

Conheça algumas práticas para estimular a interação e o convívio social de pessoas com TEA.

USO DE TECNOLOGIA: os smartphones e tablets têm a tela sensível ao toque, é de fácil uso e ainda estimula a concen-tração, chamando a atenção pa-ra assuntos pedagógicos através de cores e animações. Mas limite o tempo de uso para não incen-tivar o isolamento da criança.

NO MEIO DA MULTI-DÃO: o medo de encarar um bloco de carnaval ou uma gran-de festa pode ser minimizado ao compartilhar antes com a crian-ça tudo que pode acontecer, co-mo barulho alto, aglomerados, pessoas com roupa diferente, luz forte. Assim, ela fica consciente e consegue se preparar para cur-

tir a festa mais tranquila. NA SALA DE AULA: após

identificar a atividade que o alu-no mais gosta (pintar, recortar, colar), o professor pode inserir a técnica para explicações mais complexas, pois a criança assi-mila melhor com o visual, es-tabelecendo um vínculo com o objetivo proposto através dos objetos apresentados.

EXPLICANDO TAREFAS COMPLEXAS: fracione a ati-vidade em etapas, fazendo pe-quenos intervalos cronometra-dos entre cada uma, e limitando o tempo para execução. Isso aju-da a criança que tem dificuldade de reter atenção.

FOTO: DIVULGAÇÃO

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PUBLIEDITORIAL - Semana Internacional TEA 7 A CIDADEQuarta-feira, 18 de março de 2015

Além das principais inovações tecnológicas e softwares para soluções rápidas, o espaço trará diversas oficinas lúdicas para crianças com TEA e ambientes propícios para que os pais e profissionais possam conhecer e interagir com as soluções digitais desenvolvidas especialmente para autistas, além de programação cultural, música, arte e teatro.

TEATRO PARA CRIANÇAS 19/03 - às 16h - Peça: Seu Onofre e as Histórias do Fundo do Baú” - Cia Santarosa de Teatro

OFICINA 20/03 – às 16h – Tema: Oficina de expressão corporal – Cia De Dança Natássia Felício Vianna

CINEMA AO AR LIVRE – a partir das 19h45 no Open Mall. UMA ESPECIALISTA DISCUTE FILMES QUE ABORDAM O AUTISMO. 18/03 – 19h45 às 22h30 – Filme: Mary e Max19/03 – 19h45 às 22h30 – The Black Balloon (Sei Que Vou Te Amar)

Espaço Inovação e Criatividade - arte e emoção no TEAbraço

Lorenzo, uma das estrelas da programaçãoO projeto Sound Open Air - do Shopping Iguatemi

Ribeirão Preto - será especial nesta sexta-feira, dia 20. Lorenzo, de apenas 10 anos, diagnosticado com TEA, fará uma apresentação musical mostrando seu talento com violão e flauta doce a partir das 19h no Open Mall do centro de compras.

A música passou a fazer parte da sua vida por orien-tação dos profissionais da AMA, instituição que ele fez parte dos 4 aos 8 anos, quando através da música, tor-nou-se uma criança mais tranquila. Marisa Costa de Oliveira, sua mãe, conta que Lorenzo se identificou mui-to com o primeiro professor de música, que era bastante jovem. Com a música o garoto perdeu a timidez, o me-do do público e passou a integrar as apresentações artís-ticas da escola. “Foi uma grande evolução para o Loren-zo”, diz Marisa.

No show no Iguatemi Ribeirão Preto durante o TEAbraço, Lorenzo apresentará quatro músicas – duas no violão e duas na flauta.

MÚSICA diminuiu a timidez de Lorenzo e facilitou sua integração

ExposiçãoArtística

Mais de 40 trabalhos e pinturas feitas por crianças e adultos diagnosticados com TEA e atendidos pela Associação de Ami-gos do Autista - AMA, serão expostas no Boulevard do Sho-pping Iguatemi. Trabalhos desenvolvidos junto às Terapeutas Ocupacionais da associação dão um panorama da diversidade e da personalidade criativa dos artistas.

Sob a curadoria de Heloísa Junqueira, a mostra artística tra-rá pinturas em guache e areia.

FOTO: DIVULGAÇÃO

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FOTO: ARQUIVO PESSOAL

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