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Jornal da Ambiental - Nº 01 Publicado em 06/05/2014 - página 1 Jornal da Ambiental Nº 01 - maio de 2014 Cultura e Extensão Estão abertas as inscrições do programa institucional Aprender com Cultura e Extensão. Virada Cultural Paulista 2014 - “Com participação de 28 cidades do interior e litoral, 8ª edição do evento terá atrações musicais de MPB, samba, rock, jazz, eletrônico e reggaePágina 6. Grupos da Amb A SAPA pretende, nos dias 09 e 16/05, realizar a pintura de uma de suas paredes de uma forma bastante criativa, com vistas à inte- gração de todos que contribuem à Engenharia Ambiental. XI Semana de Engenharia Ambiental “A SEA é constituída por palestras expo- sitivas (...) dentre os temas pode-se citar: ges- tão ambiental, planejamento urbanístico, edu- cação ambiental, inovações na área ambiental, entre outros.” “Agroflorestar” Uma explicação concisa acerca da agroe- cologia e as oportunidades de bolsa da Agro- floresta. Participe do GD! Confira as ultimas temáticas do GD e entenda melhor sua proposta! Página .8 Coluna Coletiva Um aluno nos conta suas impressões acerca das possíveis discussões fomentadas pela temática e enredo do filme Noé, dirigido por Darren Aronofsky, e adverte “atenção, o texto pode conter spoilers”. Página 12. Para Virar a USP do Avesso vence as eleições do DCE Fonte: http://uspdoavesso.org/historia/ Página 2. VI Conferência Internacional de Educação Ambiental e Sustentabilidade Fonte: http://www.bestbothworlds2014.sc.usp.br/ Página 5.

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Trata-se de um periódico produzidos pelos alunos da Engenharia Ambiental da USP - CAASO.

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Jornal da Ambiental - Nº 01 Publicado em 06/05/2014 - página 1

Jornal da

Ambiental Nº 01 - maio de 2014

Cultura e Extensão

Estão abertas as inscrições do programa institucional Aprender com Cultura e Extensão.

Virada Cultural Paulista 2014 - “Com participação de 28 cidades do interior e litoral, 8ª edição do evento terá atrações musicais de MPB, samba, rock, jazz, eletrônico e reggae”

Página 6.

Grupos da Amb

A SAPA pretende, nos dias 09 e 16/05,

realizar a pintura de uma de suas paredes de

uma forma bastante criativa, com vistas à inte-

gração de todos que contribuem à Engenharia

Ambiental.

XI Semana de Engenharia

Ambiental “A SEA é constituída por palestras expo-sitivas (...) dentre os temas pode-se citar: ges-tão ambiental, planejamento urbanístico, edu-cação ambiental, inovações na área ambiental,

entre outros.”

“Agroflorestar”

Uma explicação concisa acerca da agroe-cologia e as oportunidades de bolsa da Agro-floresta.

Participe do GD! Confira as ultimas temáticas do GD e entenda melhor sua proposta!

Página .8

Coluna Coletiva

Um aluno nos conta suas impressões acerca das possíveis discussões fomentadas pela temática e enredo do filme Noé, dirigido por Darren Aronofsky, e adverte “atenção, o texto pode conter spoilers”. Página 12.

Para Virar a USP do Avesso vence as eleições do DCE

Fonte: http://uspdoavesso.org/historia/

Página 2.

VI Conferência Internacional de Educação Ambiental e

Sustentabilidade

Fonte: http://www.bestbothworlds2014.sc.usp.br/

Página 5.

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Jornal da Ambiental - Nº 01 Publicado em 06/05/2014 - página 2

Como será o jornal deste ano?

O nosso jornal tem como principal objetivo uma maior integração das pessoas do curso de Engenharia Ambien-

tal. Para isso, vamos informar sobre as atividades dos alunos e professores, apresentar as propostas dos grupos

existentes em nosso curso, discutir os assuntos relevantes à nossa formação acadêmica, profissional e pessoal,

além de divulgar eventos do campus e da cidade. Nesse sentido, propõe-se uma maior participação dos estudan-

tes na construção desse setor da Secretaria Acadêmica, para que possamos dialogar com todos e efetivar o Jornal

da Ambiental. Qualquer um pode nos ajudar!

Equipe do Jornal da Ambiental

Secretaria Acadêmica Pró-Ambiental

[email protected]

As eleições do DCE: E eu com isso?

Na segunda semana de abril vimos faixas, cartazes e estudantes do lado de fora do bandejão dis-postos a conversar sobre um tal DCE. Ocorriam as eleições do DCE livre da USP – Alexandre Vannucchi Leme. O diretório central dos estudantes (DCE) é a maior entidade dos estudantes dentro da Univer-sidade de São Paulo, ou seja, repre-senta os atuais 92 mil estudantes de todos os campi, apesar das últi-mas gestões terem feito do DCE uma entidade ausente e distante da realidade dos estudantes do in-terior. Do tamanho da sua im-portância e responsabilidade é também o seu potencial. A dis-cussão e construção coletiva, junto aos estudantes de todos os campi, de pautas gerais devem ser protag-onizadas pelo DCE, como a trans-formação da estrutura de poder da nossa Universidade, atualmente antidemocrática, em que nós estu-dantes temos pouco espaço e voz nas instâncias de tomada de decisões da universidade, o que faz com que nossos interesses estejam sub-representados. Ou a discussão sobre as cargas horárias dos cur-sos, questionadas por diversos es-tudantes, cargas que nos sobre-carregam e muitas vezes nos im-pedem de realizar diversas outras

atividades na universidade, ou fora dela. Os diversos problemas, questões e sugestões gerais da USP e que influenciam o cotidiano dos estu-dantes devem ser debatidos por estes, e o DCE deve protagonizar essas discussões.

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Jornal da Ambiental - Nº 01 Publicado em 06/05/2014 - página 3

Conversa com a Chapa!

Em relação as aludidas eleições, os resultados

convergiram à chapa Para Virar a USP do Avesso.

Apresenta-se a seguir uma conversa com um repre-

sentante dessa chapa, Felipe Magnus (Smeagol), que

discorre sobre algumas das propostas de gestão e al-

guns posicionamentos da nova gestão.

Em relação as eleições, Felipe considerou que

o processo eleitoral foi muito positivo, “percebemos

um momento de polarização dentro da USP, não foi

eleição por eleição”, diz. Segundo ele, a função primá-

ria das eleições foi cumpri-

da, ocorreram debates que

proporcionaram um avanço

político, “além do processo

eleitoral, as pessoas conver-

saram sobre o que é melhor

para a universidade. Isso

ocorreu não apenas em São

Carlos, mas também em ou-

tros campi do interior”.

Do ponto de vista da

chapa (agora gestão), ela se

diferencia das demais devi-

do a perspectiva financeira

acerca da atual situação or-

çamentária da USP,

“praticamente 100% do or-

çamento tem sido voltado

para folha salarial, o que

deixa a universidade imobili-

zada no investimento de vários setores necessários ao

seu funcionamento”. O ensino, a extensão, e a própria

pesquisa sofrem com essa situação, “o corte de inves-

timento, muito alto, escancara a porta da universida-

de à iniciativa privada, algo que vai contra o que pen-

samos de uma universidade pública. Esse corte se re-

flete de diversas maneiras, nos diversos cursos, que

sofrem com as dificuldades de contratação de profes-

sores, viagens didáticas que são canceladas e as obras

nos diversos campi que são paralisadas”. Afirma, ain-

da, que “nossa chapa enxerga que não adianta manter

uma política orçamentária de austeridade, sem a

perspectiva de sair, de fato, da crise. Não adianta cor-

tarmos os gastos, se continuarmos gastando 100% do

que recebemos em folha de pagamento, assim não

teremos condições de sair da crise. Enxergamos que a

solução é fazer uma campanha junto ao governo do

estado e as universidades estaduais para um maior

investimento nas universidades paulistas (...). É ne-

cessário um maior investimento na educação pública,

algo que caminharia junto às próprias Jornadas de Ju-

nho”.

Quando questionado sobre

a percepção das demandas

dos estudantes, Felipe afir-

mou que os interesses dos

campi andam juntos, e que

o DCE precisa ser mais evi-

dente, “precisamos de uma

política diferenciada para

que o DCE apareça mais

nos campi do interior”. Se-

gundo ele, a identificação

dos estudantes com os atu-

ais grupos representativos

em São Carlos, sobretudo o

CAASO, torna difícil para o

DCE manifestar-se como

entidade, e não aparecer “só

nos bastidores”, como tem

ocorrido. Isso porque existe

uma grande preocupação

em não omitir os níveis de representação, justamente

pelo maior contato com os estudantes. Nesse sentido,

segundo ele, faz-se necessário consolidar atividades

periódicas realizadas pelo DCE, abertas aos estudan-

tes. Além disso, para a chapa, a greve do ano passado

foi importante para escancarar algumas das deman-

das dos estudantes, principalmente no que se refere a

uma maior participação democrática e maior repre-

sentatividade.

A chapa defende, também, a expansão de me-

Fonte: http://www.dceusp.org.br/

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Jornal da Ambiental - Nº 01 Publicado em 06/05/2014 - página 4

didas de autonomia e permanência estudantil, das

cotas sociais e raciais, e que – junto aos demais níveis

de representação – sejam promovidos debates mais

integradores, que transgridam a casta dos estudantes.

Aliando-se a isso, a chapa propõe-se a ir contra os di-

versos tipos de opressões identificadas nos campi, no-

toriamente os aspectos relacionados a preconceitos

latentes, como a homofobia, “isso é um debate que

precisa existir para além do momento das eleições”,

diz Felipe.

Em relação ao posicionamento da chapa sobre

as medidas do novo reitor, Marco Antônio Zago, a

chapa declara perceber uma maior possibilidade de

diálogo, “O Zago tem colocado uma abertura muito

maior que o Rodas. A maneira antiga de se governar

não cabia mais (...). Ele veio para São Carlos e para

diversos outros centros acadêmicos, para debater so-

bre o que os estudantes queriam”. No entanto, existe

uma preocupação da chapa em acerca desse novo ce-

nário, “devemos ser muito cautelosos em relação a

isso, pois enquanto ele se coloca aberto ao dialogo,

ele mostra que tem posições muito bem formadas,

tentando deslegitimar as representações discentes do

campus (...). Ele não se mostra, de fato, aberto ao diá-

logo”. Para justificar o ponto de vista da chapa, Felipe

comenta sobre a carta escrita recentemente por Zago,

justificando suas medidas austeras. Para a chapa, isso

denota, justamente, a falta de diálogo com as diversas

esferas da comunidade universitária sobre a tomada

de medidas alternativas.

Ainda sobre a questão orçamentária, a chapa

posicionou-se sobre a questão da terceirização, uma

medida amplamente adotada por diversas instituições

sob a perspectiva de redução de custos. A chapa afir-

ma que é necessário evitá-la ao máximo, sobretudo

devido as condições de trabalho, “A começar pelo sa-

lário, eles [os terceirizados] recebem menos, o que

justifica o argumento do corte de gasto(...). No entan-

to, isso demonstra a conivência da universidade com

essa situação de trabalho”. Além disso, Felipe consi-

dera que os terceiros acabam por não se envolver com

a rotina da universidade, justamente pela rotatividade

do pessoal, o que pode prejudicar o próprio serviço

prestado. Defende-se ainda uma intervenção maior

dos estudantes no contrato de trabalho, de modo a

assegurar seu cumprimento, e que esse deve ser man-

tido com empresas municipais, em detrimento de pri-

vadas.

A nova gestão do DCE mostra-se como apoia-

dora do movimento estudantil nas atividades intra e

extra universidade. Nesse sentido, defende-se a ex-

pansão dos espaços de sociabilidade dos estudantes,

além das salas de aula – e do bandejão –, sendo o

Centro Acadêmico a entidade que deve protagonizar

essa luta. Felipe ressalta que esses espaços têm gran-

de importância econômica, haja vista que possibili-

tam o financiamento de diversas atividades estudan-

tis. Além disso, ele reitera a importância do movi-

mento estudantil à história do Brasil, sobretudo no

processo de redemocratização, “as entidades estudan-

tis não podem se limitar aos espaços universitários”.

Levando-se em conta o “tripé da universida-

de” (pesquisa, ensino e extensão), a nova gestão o

considera capenga. Isso porque, para ela, faz-se ne-

cessário uma redefinição das prioridades de investi-

mento, e uma clareza, mesmo por parte da universi-

dade, sobre a importância da extensão, “O tripé está

uma rampa. A universidade não consegue reconhecer

a importância da extensão, justamente porque ela não

se reflete nos rankings – de modo imediato. Essas ati-

vidades acabam sendo puxadas pelo próprio centro

acadêmico”.

Para finalizar, Felipe reafirma a importância

dos estudantes evolvidos com suas entidades repre-

sentativas, afirmando que é necessário um diálogo

maior entre as esferas estudantis e o DCE, bem como

uma maior participação do DCE na rotina dos estu-

dantes.

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VI Conferência Internacional de Educação Ambiental e

Sustentabilidade: GEISA em diversos “mundos”

Cada um de nós, na maior parte do tempo, vive em seu próprio mundo com suas próprias ideias e crenças. Quando cruzamos essa fronteira, enfrenta-mos situações que nos transformam. Essa interação entre “mundos” é o que determina quem somos. Esse é um dos desafios que a extensão enfrenta no “mundo” universitário, atravessar fronteiras e afirmar sua real importância:

Artigo 2º – São fins da USP:

I – promover e desenvolver todas as formas de conhecimento, por meio do ensino e da pesquisa; II – ministrar o ensino superior vi-sando à formação de pessoas capa-

citadas ao exercício da investigação e do ma-gistério em todas as áreas do conhecimento, bem como à qualificação para as atividades profissionais;

III – estender à sociedade serviços indis-sociáveis das atividades de ensino e de pesqui-sa.

Artigo 52 – Cabe ao Departa-mento, obedecida a orientação geral dos Colegiados Superiores:

III – ministrar cursos de extensão uni-versitária;

VII – promover a extensão de serviços à comunidade;

(Estatuto da Universidade de São Paulo) De acordo com o estatuto da USP: ensino,

pesquisa e extensão têm o mesmo peso e importân-cia, ou seja, a mesma necessidade que a universidade tem de criar tecnologia e formar profissionais , tem de estender o conhecimento acadêmico.

Esse é um dos desafios que o GEISA enfrenta. Atuando tanto dentro do próprio Campus, quanto “quebrando” as grades azuis que isolam a universida-de. De diferentes maneiras, o GEISA atua em conjun-to com a comunidade universitária, com a do Santa Felícia (bairro do entorno do Campus 2), e aos pou-

cos com a do Assentamento Nova São Carlos. Uma extensão que possibilita troca de conhecimentos e construção de projetos conjuntos.

Na busca pela valorização da extensão no meio universitário o GEISA inscreveu três de seus projetos na “VI Conferência Internacional de Educa-ção Ambiental e Sustentabilidade ‘Melhor de ambos os mundos’” voltada para educadores, pesquisadores, funcionários do governo, acadêmicos, gestores, ONGs e indivíduos envolvidos na sensibilização e comunicação ambiental de mais de 18 países.

A conferência acontecerá em Bertioga dos dias 12 a 16 de maio com o intuito de compartilhar as prá-ticas e pesquisas em Educação Ambiental e EDS (Educação para o Desenvolvimento Sustentável) nas áreas de conservação da biodiversidade, ambientali-zação de escolas e instituições de ensino superior e gestão participativa em comunidades rurais, fortale-cer parcerias entre as diferentes instituições que atu-am na área de Educação Ambiental, discutir estraté-gias e propor subsídios às políticas públicas em Edu-cação Ambiental nos países em vias de desenvolvi-mento.

Nessa conferência o GEISA apresentará o Pro-jeto Escola, onde o grupo semanalmente atua na área de educação ambiental na Escola Bento da Silva Cé-sar, localizada no entorno do Campus 2, o Projeto da Horta, que acontece na mesma escola com a ideia de criação e manutenção de uma horta didática, e o Projeto da Compostagem, que tem a meta de com-postar todos os resíduos do bandejão da USP São Carlos, além de fazer oficinas de educação ambiental.

Nós do GEISA, convidamos a todos os interes-sados em extensão ou projetos diversos a participar das reuniões do grupo e trazer suas ideias. Toda ter-ça-feira, na sala da SAPA às 13h.

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Programa Aprender com Cultura e

Extensão: inscrições abertas

O Programa Aprender com Cultura e Exten-são tem como finalidade fomentar as ações de cultu-ra e extensão por meio da interação das atividades dos estudantes de graduação, em projetos, de forma a contribuir para a sua formação. Propõe-se, assim, a apoiar projetos desta natureza, em temáticas volta-das para os desafios da realidade intra e extrauniver-sidade.

Os projetos deverão apontar as suas relações com as finalidades acadêmicas dos cursos aos quais os alunos se encontram vinculados e com as metas das Unidades para o desenvolvimento da cultura e extensão universitária, na sua articulação com o ensi-no e a pesquisa.

Nesse sentido, voltado para a Enge-nharia Ambiental, há projetos do CDCC (Centro de Divulgação Científica e Cultural), como “Educação Am-biental com Ênfase em Resíduos Sólidos” e “Visita a campo – a ba-cia hidrográfica e o Cerrado como unidade de ensino”, e da EESC, como o de “Estudo e aplicação de técnicas agroecológicas para reflorestamento de matas ciliares” e “Projeto Educativo para a minimiza-ção de resíduos sólidos para os restaurantes universi-tários dos campi de São Carlos”.

O Programa estará com as inscrições abertas de 15 de abril a 14 de maio, através do Sistema Jupi-terWeb, oportunidade na qual o aluno poderá optar por até dois projetos e, os que não realizaram a ins-crição antecipada no PAPFE (referente à avaliação socioeconômica) poderão fazê-lo neste momento, em igual período.

Cabe ressaltar que é obrigatória a inscrição nas duas instâncias: Programa Aprender com Cultura

e Extensão e o Programa de Apoio à Permanência Estudantil (PAPFE), para concorrer às bolsas dos projetos apresentados.

No total serão concedidas 1.200 (mil e duzen-tas) bolsas, no valor de R$ 400,00 (quatrocentos re-ais), para o período de 01 de agosto de 2014 a 31 de julho de 2015. Os recursos serão provenientes do or-çamento da Universidade de São Paulo.

É importante ressaltar a importância da ma-nutenção desse Programa, já que além de integrar a Política de Apoio à Permanência e Formação Estu-dantil da Universidade de São Paulo, institucionaliza a extensão e possibilita a elaboração de projetos de iniciativas docentes e discentes sobre diferentes te-mas e realidades. Como disse a Pró- Reitora de Cul-tura e Extensão, Maria Arminda, a difusão da ciência é parte integrante dessa sociedade, constituindo-se como um direito do cidadão.

Para lista completa dos projetos aprovados entre no Júpiter Web > Gestão de Bolsas > Aprender com Cultura e Extensão > Ano 2014

Dúvidas para se inscrever, fale com alguém do GEISA (Grupo de Estudos e Intervenções Socioambi-entais).

VIRADA CULTURAL PAULISTA 2014 EM SÃO CARLOS

“Neste ano, a Virada Cultural Paulista, uma realização do Governo do Estado de São Paulo em par-ceria com a Prefeitura e com o SESC-SP, chega a sua 8ª edição. Pela primeira vez, o evento será realizado

Cultura e Extensão

Fonte: http://www.prceu.usp.br/programas/aprender/pc_aprender.php

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em dois fins de semana, 24 e 25 de maio e 31 de maio e 1º de junho. Todas as atrações e atividades são gratui-tas.”

http://www.saocarlos.sp.gov.br/

"São R$ 7,2 milhões, apresentações culturais no interior de São Paulo, descentralizando, levando a cultura para os nossos municípios em parceria com o Sesc. Milton Nascimento dizia que o artista deve es-tar onde o povo está, então a cultura vai ao encontro da população", disse o governador Geraldo Alckmin durante o anúncio da programação do evento. Afirma-se que com a expansão do evento, as prefeituras têm maiores condições de planejamento, considerando-se que seria reduzida a disputa entre eventos regionais e a Virada. Além disso, torna-se possível a realização de atividades mais diversas e populares, pois as apresentações podem ocorrer em mais de uma localidade nas diferentes datas. Vale ressaltar que, no interior, a mesma cida-de não será palco da Virada nas duas ocasiões. Em São Carlos, por exemplo, as atividades ocorrerão nos dias 31 de maio e 1º de junho. A programação completa, com horários e localidades, pode ser verifi-cada no site www.viradaculturalpaulista.sp.gov.br.

Programação em Destaque 1º FIM DE SEMANA: 24 e 25 de Maio Americana - Criolo e J. Pizzarelli (EUA) Araraquara - Otto (The Moon 1111) e Gal Costa Barretos - Lobão e Emicida Botucatu - Titãs e Geraldo Azevedo Caraguatatuba - Gabriel o Pensador e Wanderléa Franca - Almir Sater e Lobão Indaiatuba - Asian Dub Foundation (Inglaterra) e Titãs Jundiaí - Emicida e Ultraje a Rigor Marília - Geraldo Azevedo e Raimundos Mogi das Cruzes -Guilherme Arantes Piracicaba - Guilherme Arantes e Nação Zumbi São João da Boa Vista - Ultraje a Rigor e Arnaldo Antunes São José do Rio Preto - Gal Costa e Otto (The Mo-on 1111) Sorocaba - Arnaldo Antunes e Criolo

2ª FIM DE SEMANA: 31 de Maio e 1º de Junho

Araçatuba - Criolo e Asian Dub Foundation (Inglaterra) Assis - Moraes Moreira (Acabou Chorare) e Tulipa Ruiz Bauru - IRA! e Almir Sater Campinas - Asian Dub Foundation (Inglaterra) e Baby do Brasil Diadema - Gabriel O Pensador e Nando Reis com participação de Arnaldo Antunes Ilha Solteira - (em confirmação) Mogi Mirim - Titãs e B Negão e os Seletores de Frequência Mogi Guaçu - João Bosco e Céu Presidente Prudente - Farofa Carioca e Raimundos Registro - Ultraje a Rigor e Otto (Otto canta Marti-nho da Vila) Santa Bárbara D"Oeste - Almir Sater e IRA! Santos - Ultraje a Rigor e Tributo a Tim Maia (Banda Black Rio, Ed Motta e Paula Lima) São Carlos - Baby do Brasil e Titãs São José dos Campos - Otto (Otto canta Martinho da Vila) e Pollo

Fonte: http://www.saocarlosoficial.com.br/noticias/

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Café seguido de pintura Nos próximos dias 09 e 16, a SAPA realizará a pintura de uma das paredes com tinta utilizada em lousas escolares. O intuito é manter um grande qua-dro de avisos que dinamize as atividades realizadas, bem como proporcionar uma maior interação de to-dos da ambiental. Antes disso, será um realizado um café da ma-nhã! Basta contribuir com algo de comer ou beber para participar. Mais informações, fale com alguém da SAPA. Secretaria Acadêmica Pró-Ambiental

XI Semana de Engenharia

Ambiental: de 19 à 23 de maio

A Semana da Engenharia Ambiental (SEA) é um evento anual organizado por uma comissão de graduandos do curso de Engenharia Ambiental da Es-cola de Engenharia de São Carlos (EESC), pertencente à Universidade de São Paulo (USP).

A SEA é constituída por pa-lestras expositivas, grupos de discus-sões, mesas-redondas, docu-mentários e mini-cursos que abor-dam temas atuais e diversificados, com o intuito de instigar e aprimorar a visão crítica dos partici-pantes, dentre os temas pode-se citar: gestão ambien-tal, planejamento urbanístico, educação ambiental, inovações na área ambiental, entre outros.

As inscrições ainda estão abertas. Para mais informa-

ções, acesse o site: www.eescsea.com

“Agroflorestar” Se você já ouviu falar sobre Agroecologia, ou mesmo

sobre ecossistemas, saiba que agroflorestar vai muito

além de conceitos. Se você nunca ouviu falar nos

dois, mas depende do que a natureza nos oferece pa-

ra viver, saiba que só basta refletir.

Agroecologia é um método de se fazer agricultura, e

até pecuária e extração vegetal, de uma maneira al-

ternativa ao modelo convencional. Mas o que seria o

convencional? Pense, por exemplo, na agricultura

brasileira e nos impactos dela. Latifúndios monocul-

tores dependentes da indústria de insumos agrícolas,

como adubos e agrotóxicos. Diversos estudos tentam

entender as consequências ambientais e para a saúde

humana resultantes desse modelo, e já é sabido que

na perspectiva ambiental ele prejudica basicamente

os mecanismos naturais de fertilidade do solo, por

meio da poluição que afeta também os corpos d’á-

gua, lençóis freáticos e o próprio ar. Quanto à saúde

humana, os casos de intoxicação a curto e longo pra-

zo já são capazes de exemplificar os perigos desse

modelo, mas é interessante ressaltar que o uso dos

insumos acumula não apenas compostos orgânicos

nocivos e inertes,

como também me-

tais pesados, am-

bos capazes de se-

rem bioacumula-

dos e induzirem

doenças que estão

ainda em estudo.

Assim, a agroeco-

logia visa à utiliza-

ção das interações

ecológicas e dos sinergismos entre os componentes

biológicos, de modo que esses próprios sistemas pro-

movam a fertilidade do solo, sua produtividade e sa-

nidade (Altieri, 2012). Existem diversas estratégias

Grupos da Amb

Fonte: http://www.eescsea.com/

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Jornal da Ambiental - Nº 01 Publicado em 06/05/2014 - página 9

nas quais a agroecologia é aplicada, como a rotação

de culturas, os policultivos/consórcios, os sistemas

agroflorestais, os cultivos de cobertura e a integração

animal no agroecossistema.

Pra quem se lembra das alterações no Código Flo-

restal em 2011, sabe que a grande polêmica girava em

torno de ceder ou

não áreas margi-

nais de rios e cór-

regos para a agro-

pecuária e o extra-

tivismo. Se você já

se aproximou das

bordas de um rio,

não é difícil enten-

der o porquê da

necessidade de se

conservar a mata

ciliar nativa, afi-

nal, é ela que se-

gura as margens e

abriga a biodiver-

sidade que man-

tém os ciclos ne-

cessários à sanidade desse corpo d’água.

Foi pensando sobre tudo isso que os alunos da En-

genharia Ambiental, a partir de 2008, começaram a

pesquisar o histórico da área II do nosso campus de

São Carlos, e dos dois rios que o cortam. Uma região

consumida pelo plantio de cana-de-açúcar e de Pinus

foi doada à Universidade de São Paulo, com as dis-

tâncias mínimas até às margens dos córregos não

respeitadas. Isso levou à iniciativa de se implantar

um sistema agroflorestal próximo ao encontro dos

dois rios, onde um dia fora cultivo de Pinus, para se

restaurar os ciclos necessários ao reflorestamento,

atraindo-se a biodiversidade nativa. Concomitante-

mente, a USP começou a cultivar um reflorestamen-

to no modelo convencional, subjacente à área cedida

para o estudo agroecológico. Nem mesmo um incên-

dio em 2009 foi capaz de desestimular a implantação

do sistema alternativo, que voltou à tona em 2012

com um projeto do GEISA (Grupo de estudos e inter-

venções sócio-ambientais) e dois bolsistas. Além des-

tes, muitos estudantes se comprometeram com as

atividades semanais que ocorrem na área, com os

mutirões e atividades didáticas, inclusive com alunos

do ensino fundamental da comunidade no entorno

do campus.

Atualmente, a

nossa “Agro” conta

com 14 núcleos de

plantio, que mis-

turam espécies

arbóreas como a

Embaúba, o Pau-

Brasil, o Jequitibá

Rosa, e espécies de

adubação como o

feijão-de-corda,

feijão-de-porco,

Crotalária, Tremo-

ço, abacaxi, dentre

muitas outras.

Além disso, é pos-

sível avistar diversas espécies de macroinvertebra-

dos, e outros exemplares de fauna como cobras e ta-

tus.

Com persistência e dedicação, o grupo teve o proje-

to renovado pelo Programa Aprender com Cultura e

Extensão, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Uni-

versitária, com as inscrições abertas de 15 de abril a

14 de maio, através do Sistema JupiterWeb. Ou seja,

temos a oportunidade de mais dois estudantes inte-

ressados serem bolsistas do projeto “Estudo e aplica-

ção de técnicas agroecológicas para reflorestamento

de matas ciliares”. Há também projetos de iniciação

científica sendo realizados na área, com o intuito de

avaliar o solo física e quimicamente, de modo a for-

necer dados para o plantio, e de avaliar a eficiência

do sistema agroflorestal na atração de biodiversida-

de.

Oficina da Agrofloresta, realizada na agro no dia 26/04

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Jornal da Ambiental - Nº 01 Publicado em 06/05/2014 - página 10

Refletir e vivenciar a agroecologia são formas

interligadas de se aplicar os conceitos da Engenharia

Ambiental de forma holística. É quando a ecologia se

entrelaça à agronomia, à biologia, à geologia ... Além

disso, é preciso se considerar a perspectiva econômi-

ca e política que desfavorece a produção alternativa,

o que torna imprescindível a perspectiva sociológica,

dentre muitas outras. Ou seja, a interdisciplinarida-

de depende de experiências como essas, e o GEISA

está sempre de portas abertas para quem quer expe-

rimentar e estender o conhecimento de forma que se

cumpra a função da Universidade.

Referências bibliográficas:

ALTIERI, M. Agroecologia: princípios e estratégias para o desenho

de sistemas agrícolas sustentáveis. In: MIGUEL ALTIERI. Agroecolo-

gia: bases científicas para uma agricultura sustentável. São Paulo,

Rio de Janeiro: Expressão Popular, AS-PTA 2012.

O Grupo de Discussões da SAPA:

Entra na Roda!

Salve, galera! A SAPA, por meio do Grupo de

Discussões (GD) promove todas as quartas, na hora

do almoço, um ciclo de roda de discussões sobre te-

mas que fazem parte do nosso cotidiano e que tam-

bém são fundamentais para nossa formação humana.

Esses temas costumam ser bem diversos: política,

filosofia, arte, cultura e outros - lembrando que esta-

mos sempre abertos a sugestões. Nesse ano, começa-

mos um pouquinho diferente. Organizamos nossos

temas em eixos maiores. Por exemplo, os três primei-

ros GDs que rolaram eram temas relacionados à uni-

versidade (Trote, Estrutura Universitária e Vestibu-

lar). A intenção dessa ideia é abranger temas múlti-

plos de eixos que, por serem complexos, tem uma

discussão mais construtiva num espaço de tempo

maior. Tivemos discussões temáticas também: sobre

a Ditadura – por conta dos 50 anos do Golpe Militar

– e também sobre a cultura Hip Hop, tema este que

se relaciona a um momento que a cidade de São Car-

los vive, na luta da periferia por seu espaço de ex-

pressão cultural. É uma pena que não seja possível

colocar aqui tudo o que discutimos, mas vamos ten-

tar resumir!

Trote universitário Algumas brincadeiras têm

a intenção de integrar, outras humilham e apenas

servem para manter a hierarquia entre os veteranos e

calouros. O trote é um ritual que agrada a muitos,

mas que também é muito traumático e marcam ne-

gativamente o início da vida universitária. Como es-

tudantes, temos a responsabilidade de intervir nestas

situações, pois se formos depender da universidade,

ficaremos esperando em vão.

Estrutura Universitária: Na nossa Constituição

Federal (art. 5º e art. 206, inciso I A VII), está estabe-

lecido que a educação (um direito de todos e dever

do Estado e da família) será promovida e incentiva-

da. Dessa forma, discutiu-se a problemática da estru-

tura universitária brasileira, pois a segregação do in-

gresso ao ensino superior – mesmo após a implanta-

ção da política de cotas – é notável num país no qual

o ensino deveria ser ministrado com base nos princí-

pios de igualdade de condições para o acesso e per-

manência na escola, com coexistência de instituições

públicas e privadas, garantindo a gratuidade e gestão

democrática do ensino público.

Vestibular: O vestibular é uma fase difícil e

obrigatória para todos os que almejam o ingresso a

uma escola de ensino superior. Discutiu-se a obriga-

toriedade de ter feito uma graduação para exercer

grande parte das profissões, além da pressão sofrida

pelos jovens por parte dos pais e professores para in-

gressarem em uma universidade renomada. Debateu

-se também a respeito do método preparatório dos

grandes cursinhos e a diferença gritante destes se

comparados à perspectiva adotada pelos cursinhos

populares. Outro aspecto discutido foi o jeito mecâ-

nico e pouco didático de como o conteúdo é cobrado

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Jornal da Ambiental - Nº 01 Publicado em 06/05/2014 - página 11

no vestibular e de como isso afeta o lado pensante

dos jovens, que acabam se tornando robotizados e

alienados das razões de estarem passando por tudo

isso.

Ditadura militar: Embora tenham se passado

quase três décadas do fim do Regime Militar, é ine-

gável que muitos aspectos de nossas instituições atu-

ais carregam traços do autoritarismo, truculência e

hierarquia. O fim da ditadura é, portanto, bastante

questionável. Além disso, mesmo com a aprovação

da Comissão da Verdade (que se restringe a investi-

gação), a impunidade dos torturadores ainda reina.

Assim, a luta continua. Por memória verdade e justi-

ça.

Movimento Hip Hop A partir dos quatro pila-

res do Hip Hop (DJ’s, MC’s, Grafiti e Break Dance),

discutiu-se como um movimento artístico e cultural

é importante para a manifestação de pessoas que são

criminalizadas e marginalizadas, permitindo-se que

estas possam se inserir nos espaços públicos, lidar

com as contradições de suas vidas, denunciar as in-

justiças de sua realidade e lutar por melhores condi-

ções de vida.

É isso aí, cola com o GD então, pessoal!!!

Nota da SAPA sobre a Terceirização

Como todos sabem, o serviço de segurança e

limpeza no nosso prédio e na USP inteira é terceiri-

zado. A terceirização é uma prática que permite a

empresa abrir mão da execução de um processo e

transferi-lo para um terceiro, portador de uma base

de conhecimento mais especializada, com o objetivo

de agregar maior valor ao produto final, segundo Le-

onardo Leocadio, pós-graduado em Engenharia e

Gestão do Conhecimento na UFSC.

Para tanto, a USP deve estar de acordo com o

modo como a empresa age. E, para a atividade de se-

gurança, a empresa terceirizada tem funcionado da

seguinte forma: os funcionários trabalham 12h e fol-

gam nas próximas 36h - esse intervalo comprido per-

mite que muitos deles trabalhem em outros lugares,

realizando trabalhos informais, por exemplo. Acon-

tece que, repentinamente, a empresa implementou

uma mudança na jornada de trabalho, que foi modi-

ficada para 8 horas de trabalho, durante 5 dias, se-

guido de um dia de folga. O Salário foi mantido, e a

quantidade total de horas trabalhadas também. No

entanto, nesse novo regime de horários, os referidos

funcionários não dispõem de tempo para realização

de outras atividades, o que reduz de modo notório a

sua renda mensal. Tal situação faz com que muitos

cogitem, inclusive, a demissão desse emprego.

Quando a Universidade contrata empresas

terceiras, como as de limpeza e segurança, abre mão

de sua responsabilidade de garantir boas condições

de trabalho, salários dignos e direitos trabalhistas a

centenas de pessoas. Isso já aconteceu inúmeras ve-

zes como quando os funcionários da empresa HIGI-

LIMP, que presta serviços à FFLCH e à FEA, não re-

ceberam seus salários; ou quando uma nova empresa

começou a cuidar da administração do bandejão da

EACH, e passaram a serem servidos 900 almoços e

800 jantares para uma comunidade de aproximada-

mente 6500 estudantes, o suco virou água e o azeite

virou óleo, além da demissão dos funcionários que

moravam em Guarulhos (e que, portanto, geravam

maiores custos com Vale Transporte), que trabalha-

vam a mais de 8 anos no RU (restaurante universitá-

rio). Ou no nosso próprio prédio, em que as funcio-

nárias da limpeza, por serem aconselhadas pela em-

presa que as contrata e pela USP a não ocuparem os

corredores ou espaços de vivência estudantil durante

o seu horário de intervalo, ficam sentadas nos pró-

prios banheiros femininos durante esses intervalos.

A realidade será a mesma se/quando a Athe-

nas Paulista começar a administrar o transporte Área

1-2 daqui do Campus de São Carlos. Casos assim já

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tem sido enfrentados em São Paulo, onde um convê-

nio semelhante foi estabelecido, e os problemas no

transporte persistiram, os alunos se mobilizam, mas

a discussão já não é mais com a universidade, agora

é com a empresa, o que dificulta qualquer tipo de

acordo.

Nós da Secretaria Acadêmica Pró-Ambiental

continuaremos exigindo que a Universidade se res-

ponsabilize pelos seus serviços e funcionários, seja

não terceirizando serviços básicos que ela deve for-

necer, seja exigindo um posicionamento frente a es-

ses absurdos.

Sabemos que essa imposição da empresa ter-

ceira passa por aprovação de cada departamento.

Embora não saibamos as implicações que isso gera,

estamos trabalhando nisso com o departamento

SHS, que já se mostrou positivo em relação a nossa

presença nessa discussão.

A partir desse contexto, consideramos neces-

sário uma verificação conjunta das aludidas mudan-

ças de horários dos funcionários da segurança e à au-

sência, no nosso prédio, de uma localidade adequada

e salubre às pessoas que asseguram a limpeza. Decla-

ramos, ainda, a nossa posição contrária a terceiriza-

ção do serviço de transporte entre as áreas 1 e 2, e a

todo e qualquer descaso com qualidade de serviços

oferecidos e condições de trabalho dos funcionários.

Por fim, nos propomos a dialogar com os envolvidos

e os responsáveis do departamento SHS para chegar-

mos em uma conclusão benéfica aos que mais sofrem

com tal situação, os funcionários.

Secretaria Acadêmica Pró– Ambiental

O Debate Ambiental em Noé (e algumas outras coisas)

Atenção, o texto pode conter spoilers.

Devido às diversas críticas e indignações apontadas

não só por setores mais religiosos como também

por ateístas, resolvi assistir ao recém-lançado fil-

me Noé e me surpreendi com o debate ambiental

ecocêntrico apresentado no mesmo, descobrindo

posteriormente que o diretor do filme alega que Noé

foi o primeiro ambientalista.

No quadro Haters of the Lost Ark de seu

programa de notícias/comédia Daily Show

(facilmente encontrado na internet), Jon Stewart

responde às críticas dos setores religiosos ao filme,

mostrando que estes ou não assistiram ao filme ou

não leram a Bíblia considerando os argumentos que

afirmam que o filme mostra fatos que não são re-

presentados na Bíblia quando na verdade são.

Existem sim elementos que não constam nas passa-

gens bíblicas, como os anjos caídos e o perdão de

Deus para com os mesmos.

Pelo outro lado, os ateus são contrários ao fil-

me ou às obras religiosas em geral, por admitirem

que se tratam de ficções. Entretanto isto não pode

ser tomado como razão suficiente para menosprezar

algo. É possível lembrar, por exemplo, das previ-

sões da Asimov em seus mundos fictícios que

hoje se tornaram realidade, de modo que isso

basta para lembrar que as ficções podem contri-

buir para um debate, quer sobre o presente, quer so-

bre o futuro. Também importante ressaltar que hoje

vemos iniciativas muito próximas à ideia da Arca,

como o Banco Mundial/Global de Sementes de Sval-

bard e os projetos Genoma e que ambos projetos

são extremamente importantes em relação a bio-

diversidade, o que torna o tema desta ficção bastante

Coluna Coletiva

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Jornal da Ambiental - Nº 01 Publicado em 06/05/2014 - página 13

contemporâneo.

O filme apresenta duas formas de vida/

organização social: uma através dos descendentes

de Caim, outra pelos descendentes de Set. Os pri-

meiros são mostrados como uma civilização in-

dustrial estritamente antropocêntrica que conso-

me desenfreadamente os recursos, destrói ecos-

sistemas e que (pelo menos seguindo os valores

atuais) desrespeita os direitos humanos de seus

membros. Portanto tais atitudes desrespeitam

Deus por desrespeitar Sua criação. A outra, com-

posta por Noé e sua família, representa uma resis-

tência à primeira e adota uma visão de mundo mais

ecossistêmica, que fica explicita no ensinamento

transmitido por Noé à seu filho de se retirar apenas

aquilo que é necessário, possuindo respeito por

espécies não humanas assim como humanas

(pelo menos da mesma linhagem). Infelizmente

parece que houve uma falha na tradução da últi-

ma fala do filme, onde “embrace the Earth” foi

traduzido como “encha a Terra”, o que pode se tor-

nar um problema (talvez não tão grave) para tal en-

tendimento.

Admite-se que Noé se torna o escolhido

divino por apresentar posicionamentos e comporta-

mentos éticos alinhados ao do Criador, porém não

recebe todos os detalhes sobre como deve proceder

em relação ao iminente dilúvio. Noé ao construir a

Arca não admite a entrada de nenhum humano da

linhagem de Caim (exceto uma filha sua que fora

adotada quando criança) por acreditar que estes não

são capazes de se redimir, que não seriam perdoa-

dos por Deus. Com isso ele desconsidera o fato tanto

de que sua filha adotada foi capaz de se redimir as-

sim como, no filme, os próprios anjos caídos tam-

bém o foram. Ele também se questiona se deve man-

ter a humanidade através de sua linhagem ou se de-

veria abrir mão de confiar nela, pois esta já havia

traído o Criador. Pode-se associar este Noé aos

atores envolvidos (ou parte destes) nas questões

socioambientais, pois estes reconhecem os inúmeros

problemas existentes atualmente, se deparam com

cenários futuros desastrosos (o dilúvio), reconhe-

cem a necessidade de mudanças na nossa socie-

dade (descendentes de Caim) e atuam como podem dentro (ou o quanto for possível fora – assim como

Noé) do sistema, mas que também não sabem

todos os detalhes para uma resolução ótima dos pro-

blemas.

Este debate ambiental poderia ir mais

além, entretanto isso seria incompatível com a mi-

tologia católico-cristã (e talvez ocidental em geral)

devido a alguns pontos. Imagino que o principal

seja o fato de que Deus criou o homem a sua

imagem e semelhança, portanto ou Ele é um ser an-

tropomórfico ou os humanos exclusivamente são

seres teomórficos. Em qualquer uma das hipóteses

podem ser admitidas visões antropocêntricas mais

danosas. Como o próprio filme remonta ao Pecado

Original, pode-se lembrar por exemplo que não

faria sentido que todos os seres vivos sofressem reta-

liações pelo pecado cometido por uma única espécie

dentro de uma visão teológica não especista.

Assim, mostra-se o quão importante foi e

é uma proposta teológica de fato ecossistêmica

como por exemplo o Espinosismo, onde não pode

ser apontada uma distinção entre Criação e Criador.

Vale lembrar que os principais nomes da Ecologia

Profunda e Ecosofia admitem a importância da

influência espinosista em seus trabalhos.

Desta forma, é importante notar que os

questionamentos de valores e tradições, sendo es-

tes religiosos ou não, são necessários aos avanços

das questões ambientalistas. Na medida em que os

valores religiosos apresentados sustentam o antro-

pocentrismo, estes constituem um obstáculo que

deve ser encarado no sentido da superação de

dicotomias tais como: criador/criação, natural/

artificial, homem/natureza.

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