24
maio/junho 2014 | ano 11 | nº54 distribuição gratuita Jardim Botânico Horto | Gávea | Humaitá jb f olhas em o informativo do jardim botânico 10 ANOS JB na rota dos estrangeiros Seja para visitar ou para morar, os gringos estão cada vez mais presentes no bairro. (Páginas 10 a 13) Tempo de mudanças no Jockey Grande Prêmio Brasil 2014 será realizado no dia 8 de junho. (Página 6) Ao sabor dos botecos Colunista dá um “rolezinho” pelos bares da região. (Página 13)

Jbef 54 final

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal Informativo do Bairro Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Invasão Gringa.

Citation preview

Page 1: Jbef 54 final

m a i o / j u n h o

2014 | ano 11 | nº54

distribuição gratuita

Jardim Botânico

Horto | Gávea | Humaitá

jb folhasemo informativo do jardim botânico

1 0 A N O S

JB na rota dos estrangeirosSeja para visitar ou para morar, os gringos estão cada vez

mais presentes no bairro. (Páginas 10 a 13)

Tempo de mudanças no Jockey Grande Prêmio Brasil 2014 será realizado no dia 8 de junho. (Página 6)

Ao sabor dos botecos Colunista dá um “rolezinho” pelos bares da região. (Página 13)

Page 2: Jbef 54 final

2

Editorial Uma Babel chamada Jardim Botânico

Caro Leitor,

O novo formato do nosso jornal chegou e arrebatou

corações. Recebemos cartas, fomos parados na rua e

conquistamos novos anunciantes e parcerias há muito

ensaiadas. Pela primeira vez, a AMA-JB uniu forças ao

JB em Folhas e reservou um espaço em nossas páginas

para relatar aos moradores o que a nova gestão anda

fazendo no bairro. E não é pouca coisa.

Nossa matéria de

capa chama a aten-

ção para o crescimen-

to de estrangeiros no

bairro. Um movimen-

to que começou aos

poucos – inicialmen-

te nos parques, de-

pois nas ruas – e bombou no ano passado, na época da

Jornada Mundial da Juventude. Agora não dá mais para

disfarçar: o Jardim Botânico – juntamente com a Lagoa –

virou uma Babel, onde é possível ouvir, a qualquer hora

do dia, outro idioma ou um sotaque diferente.

A onda que invade o bairro agora são os hostels,

que chegaram para oferecer um lugar ao sol a tu-

ristas do Brasil e do exterior, na carona dos eventos

internacionais, como a Copa do Mundo, que começa

em junho. Os gringos que já são locais estão sempre

de olho para oferecer uma ajuda e mostrar o carioca

way of life. Leia mais sobre essa invasão internacio-

nal a partir da página 10.

E como esta edição vai circular durante a Copa do

Mundo, saímos em campo para entrevistar o jornalista

Raul Quadros, para a seção “Meu JB”, na página 17. Além

de eleger seus pontos preferidos no bairro, o comenta-

rista da SporTV aproveitou para fazer suas apostas para o

evento mundial: “Torço para que a Copa do Mundo seja

boa para os brasileiros, de uma maneira geral. Acredito

que o Hulk, do Zenith (da Rússia), vai ser o destaque des-

sa Copa”, aposta Raul que, simpático, topou fazer uma sel-

fie comigo para o nosso editorial, como você vê ao lado.

A arquiteta Bel Lobo também merece o título de

Miss Simpatia. Apesar da agenda cheia, a apresen-

tadora do programa “Decora”, do GNT, arrumou um

tempinho para conversar com Betina Dowsley (foto

acima) sobre a profissão, o bairro e – por que não? –

decoração (página 22).

Até depois da Copa.

Christina Martins

EditoraFO

TOS:

CH

RIS

MA

RTIN

S

O JB em Folhas é uma publicação bimestral, editada pelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.

www.armazemcomunica.com.br

Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ)

Redação: Betina Dowsley

Projeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.br

Revisão: Carla Paes Leme

Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406

Estagiária de Redação: Sheila Gomes

Distribuição:Parques, bancas de jornais, galerias e prédios comerciais do Jardim Botânico, Horto, parte da Gávea e do Humaitá.

Foto da Capa: Chris Martins A foto da capa foi manipulada para preservar a privacidade dos fotografados.

Tiragem: 5.000 exemplares

Telefone: 3874-7111/ 98128-6104

e-mail: [email protected]

www.facebook.com/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanico

site: www.jbemfolhas.com.br

Expediente

Page 3: Jbef 54 final

3

No salão Karícia, Ormi Pereira de Araújo (33

anos de casa) e Miriam Macedo da Silva (qua-

se 30 anos) são a voz da experiência. Além de

manicures, são também depiladoras e assinam

a receita da cera caseira usada por todas as pro-

fissionais do estabelecimento. “A cera não tem

química, é totalmente natural, daí seu sucesso”,

explica Ormi. Miriam ainda ataca de “pajé”. Ela

explica: “Por conta de uma alergia que costuma

ficar mais forte quando o tempo muda, é co-

mum as clientes me ligarem para perguntar se

vai chover ou fazer sol, antes de marcar depila-

ção ou evento ao ar livre”, diverte-se. Na Copa

do Mundo, o expediente do salão será interrom-

pido durante os jogos do Brasil, quando deve

rolar uma feijoada para celebrar também o dia

da manicure, em 14 de junho.

Cara do JB Miriam Macedo e Ormi Pereira

CHR

IS M

ART

INS

Adorei o novo formato e as matérias. Parabéns pra vo-

cês! Sobre a matéria principal, achei que ficou faltando

falar do velho e bom guarda de trânsito! Aquele das

antigas que apitava, multava e organizava a bagunça.

Nena Z

Parabéns pela edição do JB em Folhas no novo forma-

to e pelo conteúdo.

Heitor Wegmann

Simplesmente maravilhoso!!! Estava com um exemplar

na pasta e mostrei para o pessoal do Clube de Enge-

nharia antes de começar a nossa reunião. Ficaram en-

cantados: “Só no JB, tem um jornal desse gabarito", foi

um dos comentários. O novo tamanho ficou JOIA...sem

nenhuma propaganda subliminar. Maravilha renovada.

Paulinho Lima

Parabéns à equipe do JB em Folhas. Ficou ótimo!

Maria Pia

Cartas

Page 4: Jbef 54 final

4

Carlos Eduardo Palermo Carlos Eduardo Palermo, presidente do Jockey Club

Brasileiro, não se sente intimidado pela tradição do

clube. Eleito em 2012 e com mais dois anos pela

frente no cargo, Palermo tem promovido – muitas

– mudanças na administração, na infraestrutura e

até na data do Grande Prêmio Brasil. A partir deste

ano, a mais importante competição do turfe nacio-

nal será disputada em junho, no dia 8.

- As mudanças visam à ocupação da área do

clube. O turfe não é mais o mesmo daquele do sé-

culo passado. Aqui há páreos de sexta a segunda,

mas 70% das apostas vêm de fora do hipódromo,

via internet, exemplifica o presidente, adiantando

que um aplicativo para smartphones está em de-

senvolvimento.

A primeira novidade de sua gestão foi a abertura

do Palaphita Gávea, filial do bem-sucedido quios-

que da Lagoa, com entrada pela rua Bartolomeu

Mitre. Ainda no setor gastronômico, no início de

junho, será inaugurado o primeiro restaurante da

rede Rubaiyat no Rio de Janeiro, instalado quase

em frente ao Jardim Botânico.

- A entrada do estacionamento contará com

um recuo para facilitar a entrada dos carros e

evitar a formação de filas na rua Jardim Botânico,

adianta Palermo.

A área está sendo chamada de Polo Cultural e

Gastronômico do Jockey e, ao longo de 2015, ga-

nhará outros dois prestigiados restaurantes – dos

chefs Claude Troisgros e Felipe Bronze –, além da

livraria Blooks e das galerias de arte Laura Marsiaj,

A Gentil Carioca e Fortes Vilaça.

Segundo Palermo, tudo isso tem sido viabilizado

por meio de parcerias com várias empresas: “O Jo-

ckey não coloca um tostão e ainda recebe participa-

ção no faturamento. Além disso, todos os projetos

de obras dentro do clube são enviados previamen-

te para aprovação do Iphan”, afirma o presidente.

Por falar no Instituto de Patrimônio Histórico e Ar-

tístico Nacional, Palermo destaca que o Jockey Club

Brasileiro é tombado pela instituição e que seus

muros da rua Jardim Botânico devem ser preserva-

dos: “Repintaremos quantas vezes forem necessá-

rias, mas o muro da avenida Borges de Medeiros

está à disposição dos grafiteiros”, avisa.

Outras inovações em andamento no clube são

a reforma do estacionamento e a abertura de dois

salões de festas embaixo das tribunas B e C, com

tratamento acústico, cozinha equipada e novos ba-

nheiros. Sem falar na futura criação de um museu,

projeto ainda em fase embrionária.

ENTREvISTA

FOTO

S: C

HR

IS M

ART

INS

Page 5: Jbef 54 final

5

Agência Nacional

de Vigilância Sani-

tária (Anvisa) obri-

ga a constar nas

em balagens dos

pro dutos atual-

mente, é a men-

ção quanto à presença de glúten ou não. Informação

nunca é demais e, nesse caso, é fundamental! Apoie

você também: www.facebook.com/poenorotulo.

Todo mundo deveria saber o que está consumindo,

mas nem sempre isso é possível. Iniciada por mães

que têm filhos com as mais diversas alergias, a cam-

panha “Põe no rótulo” visa à conscientização de todos

quanto à importância da rotulagem clara dos alimentos

como prevenção a possíveis reações alérgicas. Apesar

de 10% da população brasileira apresentarem alergia

a algum tipo de alimento, a única informação que a

CIDADANIA Põe no Rótulo

ACE

RVO

PES

SOA

L

O Jardim Botânico perdeu mais um de seus ilustres

moradores. Desta vez, foi o ator José Wilker, que mo-

rou por 30 anos na rua Peri. Wilker adorava a proximi-

dade com o verde do bairro, tanto assim que sua me-

sa de trabalho tinha vista para o Jardim Botânico. Os

seguranças da vizinhança estavam acostumados a vê-

lo caminhar diariamente levando “Cão”, seu animal

de estimação, para passear na praça Dag. Intérprete

de personagens que vão ficar para sempre no imagi-

nário popular – como Roque Santeiro e Giovani Impro-

ta –, o ator, diretor, locutor, apresentador e crítico de

cinema acabou partindo antes do tempo e frustrando

uma futura entrevista para o JB em Folhas. Fica aqui

nossa homenagem a esse artista reconhecido por sua

perspicácia e senso de humor aguçado.

In Memoriam José Wilker

Page 6: Jbef 54 final

6

Colônia de férias durante a CopaFolhas do Jardim

Fim do estacionamento no JBRJConforme já foi anunciado, o estacionamento do Jar-

dim Botânico do Rio de Janeiro será desativado, a par-

tir do dia 2 de junho. A medida visa a melhorar a mo-

bilidade da cidade, e acabar com os engarrafamentos

na entrada do parque. Será permitida a entrada de

carros para embarque e desembarque de pessoas

com dificuldades de locomoção. Os visitantes terão a

opção de usar o estacionamento do Jockey Club, pelo

mesmo preço que vinha sendo cobrado pelo do Jar-

dim Botânico, mediante apresentação do tiquete de

entrada do parque. Outra opção são os bicicletários,

que somam 36 vagas atualmente.

Passeio de bola na Lagoa

DIV

ULG

Açã

O G

ESTO

S

Em época de Copa do Mundo, que tal passear dentro

de uma bola na Lagoa Rodrigo de Freitas? As novas

Floatballs (pequenos barcos em formato de bola com

motor elétrico que não polui o espelho d’água) têm

ponto de embarque no Complexo Lagoon, e os pas-

seios – para até sete pessoas por vez – duram 20 mi-

nutos. O horário de funcionamento da novidade é, de

segunda a sexta, das 18h às 22h; mas, nos finais de

semana, começa ao meio-dia.

O Espaço Gestos repete a bem-sucedida experiência

de janeiro e realiza nova edição de sua Colônia de Fé-

rias no mês de junho, ao longo das três semanas de

férias escolares durante a Copa do Mundo. Coordena-

da por Ana Marta Moura, educadora e psicomotricista,

a colônia – para a turma entre 3 e 8 anos – acontecerá

no Gestos, na praça Pio XI e no Parque Lage, de 16 de

junho a 3 de julho, exceto nos dias de jogo do Brasil.

Temporada de novidades no bairroO trecho do bairro mais movimentado neste período

é o da rua Lopes Quintas e seus arredores. O Atelier

Clementine é agora Prosa na Cozinha, que oferece

cursos de culinária com a chef Manu Zappa. Entre

as inaugurações, Casa Soma (moda e design), o DC

Lá em Cima (misto de livraria-loja-café, parceria da

editora Cosac Naify com a Dona Coisa) e, em breve,

a Oba, de móveis infantis. Já na Borges de Medeiros,

a Igreja de Nova Vida fechou, assim como a floricul-

tura, que ficava na JB, em frente à ABBR, esta última

transformada em casa lotérica. Ali pertinho, foram

abertos o restaurante Ibérico, na Saturnino de Brito, e

a galeria Café com Arte, na praça Otto Lara Resende.

FOTO

S: C

HR

IS M

ART

INS

Page 7: Jbef 54 final

7

Ainda no segmento gastronômico, o Empório Jardim

ocupa o endereço do Fazendola, que ficou anos fe-

chado. O bairro conta agora com mais dois restauran-

tes japoneses: o Tadashi, na rua Maria Angélica, e o

Seidô – Nao Hara, na J.J.Seabra.

Metrô no JB, será?Os moradores do bairro estão animados com a no-

tícia publicada, em abril, no Diário Oficial: a licitação

de estudo para implementação de uma nova linha do

metrô, fazendo o traçado original da Linha 4: Gávea

- Jardim Botânico - Humaitá - Dona Marta - Botafogo

- Laranjeiras - Centro. Vale torcer (e votar) para que o

futuro governador realize mesmo a obra e traga – fi-

nalmente! – o metrô para o nosso bairro.

Revitalização das praças Dag e Pio XINo dia 12 de abril, a praça Dag Hammarskjoeld foi, fi-

nalmente, entregue aos moradores, totalmente revita-

lizada e com novos brinquedos, doados pela Associação

dos Moradores do Alto JB, representada por seu presi-

dente Beto Zornig e moradores. O evento contou tam-

bém com a presença do subprefeito da Zona Sul, Bruno

Ramos; do administrador regional, Leonardo Spritzer;

e de Ana Luiza Piza, representante da Secretaria Mu-

nicipal de Conservação. Já na Praça Pio XI, a reforma

segue em ritmo lento. Já foram restauradas as rampas

de acessibilidade e instalado um novo corrimão na es-

cadaria que leva à rua Benjamim Batista.

Cinema na PraçaO Cinema na Praça, que teve sua primeira edição no

aniversário de 10 anos do JB em Folhas, vai voltar, em

julho, após a Copa do Mundo. Aguardem notícias.

Page 8: Jbef 54 final

8

A AMAJB Conta Com você!

A atual Diretoria da AMAJB conta com o apoio in-

dispensável de moradores, empresários, comércio,

amigos do bairro e orgãos públicos para devolver

e preservar as características únicas do Jardim Bo-

tânico. Por isso nosso slogan: O JB QUE QUEREMOS!

Nossos principais compromissos são:

Segurança | Mobilidade Urbana Meio Ambiente | Qualidade de Vida

Dentre as iniciativas adotadas nestes seis

meses de mandato, destacamos:

• Continuidade das reuniões com o 23º Batalhão

de Polícia Militar: reforço no policiamento do

bairro, com viaturas em rodízio e realização de

blitzes regulares

• Melhora da iluminação em vários pontos: em

frente ao Parque Lage, na rua JJ Seabra, no entor-

no da Igreja São José, na Praça Pio XI e em sua

escadaria

• Recuperação do asfalto, calçadas e faixas de pe-

destres no entorno da ABBR

• Apoio à adoção de praças: Pio XI (já concretizada),

e Praça dos Jacarandás, Sagrada Família, Tablado e

Igreja São José (em andamento)

• Urbanização da calçada da Rua Oliveira Rocha (Hí-

pica), com plantio de mudas, reforço à proibição

de estacionamento, e pleito de extensão da ciclo-

via, além de maior cuidado com a proteção acústi-

ca e redução do barulho nas festas da Hípica

• Atuação junto à CET-Rio e à Sec. de Transportes

para melhorias no trânsito, com sincronismo de

sinais (Oliveira Rocha, Faro e ABBR) e retirada das

linhas 569 e 463 da Maria Angélica

• Atuação junto à João Fortes Engenharia, à Adminis-

tração Pública e aos moradores sobre o empreen-

dimento “Touch”, na Rua Jardim Botânico (antigo

posto Shell), com gabarito previsto de 27m (nove

andares) e impacto significativo na região

• Diálogos com comércio (Zona Sul e Pão de Açúcar)

e restaurantes do bairro quanto à organização e ao

uso do espaço público

• Solicitação para a instalação de três estações da

Bike Rio, estimulando a locomoção em bicicletas

A AMAJB precisa de você como associado. Quanto

mais associados, mais força teremos junto aos ór-

gãos públicos, resultando em respostas mais rápidas

às nossas demandas. O investimento para se associar

é de apenas R$ 80,00 (oitenta reais) por ano.

Basta fazer um DOC ou TED com seu CPF para AS-

SOCIAÇÃO DE MORADORES E AMIGOS DO JARDIM

BOTÂNICO Banco Bradesco Agência: 1444 Conta:

042737-3 CNPJ: 30499941/0001-82.

As reuniões da AMA-JB acontecem nas segundas terças-feiras do mês, a partir das 20h, no Colégio Divina Providência, na rua Lopes Quintas, 274.

INFORME AMA-JB PUBLIEDITORIAL

DIV

ULG

Açã

O/

AM

A-J

B

Page 9: Jbef 54 final

9

Uma colher de azeite para proteger o estômago,

recomenda a sabedoria popular, e vamos peda-

lando de pé-sujo. Vejam que delícia a cena do ‘cri-

me’ no Bar dos Amigos: vestidos a caráter, capa-

cetes, luvas e o escambau, ciclistas deslizam pela

Pacheco Leão até frear na churrasqueira.

E desce uma ampola do fundo da geladeira.

Descem várias, e nova modalidade se desenha

entre espetos de alcatra, coração de galinha e

quem mais chegar. O levantamento de copos e

petiscos está no sangue, a provar nos balcões que

o Jardim Botânico é também território de bote-

quins de alma inspiradora.

No rastro do festival Comida di Buteco, sugerimos

roteiro de um dia de pé na jaca pelas ruas do bair-

ro, pedalando ou na sola do sapato. Começamos na

paz da Pacheco com os amigos do pedal, seja nos

croquetes de carne ou no vasto contrafilé a cavalo

e cercado de fritas. Na sexta, tem feijoada que ser-

ve dois a R$ 18, onde mais a não ser no boteco?

Caindo à esquerda na Visconde de Carandaí,

chegamos à Lopes Quintas para o Tocão, que

pode surpreender o freguês com samba fora de

hora do pessoal do Último Gole, o bloco. Tem Hei-

neken grande e Stellinha na geladeira, pastéis de

bacalhau e carne seca, pernil no balcão e futebol

na tela, com bandeiras na parede. Garrafão de

engasga-gato com gengibre e casca de laranja

aguarda quem é do ramo.

Na avenida principal, há sempre o reformado

Belmonte com suas empadonas de siri, camarão

e outras bossas, agora no ar-condicionado. E cho-

pes e mais chopes.

Agora pare e repare na graça que faz o viscon-

de, na Visconde da Graça. Um pit stop no Gen-

te Bem, pé-sujo dos anos 1950 renovado pelos

jovens Pedro e Lucas: tem luz colorida que roda

no balcão, som de primeira no notebook (curti

Black Alien) e empadinhas nota 10 com pimenta

caseira. Na calçada, a quem possa interessar, vi-

ve uma das maiores concentrações de gatinhos e

gatinhas da cidade.

Um quarteirão à frente e chegamos ao Jóia, que

manteve o acento agudo, ganhou banho de loja e

virou pé-limpo com sobrenome ‘Carioca’. Vai do

filé de linguado com molho de camarão à linguiça

mineira com aipim frito.

Vencendo o Parque Lage, fechamos a noite com

fígado de ouro no Rebouças, de fama muito além

do Jardim. A casa do fenômeno Jorginho, garçom

que cozinha, serve, limpa e ainda faz entregas no

bairro. São indispensáveis os bolinhos de aipim

com carne seca, e camarão no queijo cremoso fei-

tos por de Dona Getrudes, mulher do Seu Alberto

(saudades do jiló que se foi). Para rebater, cacha-

ças de Meia Lua a Canarinha, e opções de cervejas

da lavra de Urquells e Duvels. Na região, há quem

jante na Bráz, na Capricciosa ou mesmo no Olym-

pe, de Troisgros, e encerre a noite com pinga e

conversa fiada no Rebouças. Eu, por exemplo.

Pedro Landim

Jornalista e editor do blog www.bocanomundo.com

Sabores do Jardim JB de bar em bar

PED

RO

LA

ND

IM

Page 10: Jbef 54 final

10

JB para inglês ver e viver!Os cariocas já se acostumaram a ver turistas de toda

parte passeando pela cidade. De uns tempos para cá,

porém, a frequência intensificou-se e – mesmo em

bairros como Jardim Botânico, Gávea, Humaitá e La-

goa – passou a ser comum cruzarmos com visitantes

de outros estados e países.

De acordo com o Ministério do Turismo, o Rio de Ja-

neiro teve um aumento de cerca de 12% de visitantes

em 2012 em relação ao ano anterior. A cidade é a maior

receptora de lazer do país e, no nosso bairro, o Jardim

Botânico do Rio de Janeiro é o maior atrativo. Mas, se

antigamente os visitantes restringiam-se aos limites do

parque, atualmente é possível cruzar com turistas por

toda parte, andando pelas ruas do bairro, pela ciclovia

da lagoa, visitando o Parque Lage (foto 2), além dos res-

taurantes e padarias de grife aqui instalados.

O crescimento do turismo e a iminente realização

de grandes eventos no Rio estimularam a chegada

de pequenos hotéis à região. O primeiro a se instalar

foi o Lagoa Guest House, na rua Humaitá, pertinho do

acesso ao túnel Rebouças. Com capacidade para até

42 pessoas divididas em quartos individuais, duplos

ou coletivos, o endereço vê sua ocupação crescer

com estudantes e, mais recentemente, de pessoas

que vêm ao Rio para tirar visto para entrada nos Es-

tados Unidos no posto do consulado norte-americano

instalado do outro lado da rua. Fábio Azevedo, pro-

prietário do negócio desde 2011, diz que, entre os

estrangeiros, as nacionalidades mais frequentes de

seus hóspedes são: inglesa, australiana, americana,

francesa e portuguesa.

O belga Raphael Kiss (foto 3) é cliente assíduo do

FOTO

S: C

HR

IS M

ART

INS

1

Page 11: Jbef 54 final

11

Lagoa Guest House. Ele mora, atualmente, em Volta Re-

donda, mas passa de três a quatro dias por semana no

Rio, por conta de seu trabalho à frente da franquia do

portal www.angloinfo.com, que reúne serviços e dicas

para expatriados anglófonos residentes no Rio de Janeiro.

- No Lagoa Guest House, me sinto em casa. Os fun-

cionários são atenciosos, e é um ótimo local para no-

vas amizades, atesta Rafa, como ficou conhecido.

No final de 2013 e no início 2014, dois hostels foram

inaugurados no JB: respectivamente, o Rioow e o Bota-

nic. Os novos estabelecimentos contaram com projetos

de arquitetura refinados para o “padrão albergue”. Em

ambos os casos, tudo é novinho, a maior parte das re-

servas chega via internet, e o maior desafio encontrado

pelos proprietários é mostrar aos visitantes que o Rio

de Janeiro é muito mais do que praia.

Bruna Marques, proprietária do Rioow – situado na

avenida Borges de Medeiros, quase em frente ao Pi-

raquê (foto 5) –, afirma que “temos de trabalhar mui-

to para divulgar outros pontos turísticos da cidade e

como os cariocas vivem. Quem se hospeda aqui não

fica decepcionado com a beleza da Lagoa Rodrigo de

Freitas e as opções de parques, bares e restaurantes

que a vizinhança oferece”, garante ela que pretende

abrir o bar do hostel aos moradores do bairro e, com

isso, criar uma interação entre visitantes e locais.

A aposta do Botanic Hostel (foto 6), instalado em

plena rua Jardim Botânico, é justamente essa: revelar

aos visitantes o lado residencial do bairro e o jeito

carioca de viver, observa Raphael Ferreira, um dos só-

cios e administrador do negócio: “Promovemos happy

hours, alugamos bicicletas e organizamos passeios

para todo tipo de hóspede, do turistão ao ecológico,

passando pelo baladeiro e aquele que vem em busca

de programas culturais”, exemplifica.

Segundo Ferreira, o perfil dos hóspedes do Botanic

é variado: “Durante a semana, a ocupação é de estu-

dantes e profissionais liberais; nos finais de semana,

os frequentadores, especialmente paulistas, vêm ao

Rio em busca de lazer e diversão”, destaca.

2

3

Page 12: Jbef 54 final

12

Uma pesquisa realizada pelo site Hotel.com – e de

acordo com as próprias reservas nos hostels do bair-

ro – aponta que o número de turistas estrangeiros só

vai aumentar com a proximidade da Copa do Mundo.

Em relação ao mesmo período do ano passado, o au-

mento será de mais de 500%, impulsionado, princi-

palmente, por países de língua inglesa, como Austrá-

lia, Reino Unido e Estados Unidos.

O artista plástico cubano José Andrés Cruz Muñoz (foto

1, à direita) – radicado há 20 anos no Rio, 15 deles no Jar-

dim Botânico – já percebeu a mudança de perfil do bairro.

“O ambiente era mais familiar e artístico. Com a alta de

preços dos imóveis, um novo tipo de morador está che-

gando”, observa o frequentador do Parque Lage, do Mer-

cadinho Afonso Celso e do Bar Joia, onde conheceu Raul

Seixas, Tim Maia e Chico Buarque, entre outros artistas.

- Nunca me senti discriminado por ser ‘gringo’. Ser

estrangeiro no Rio é um prazer, recebemos carinho e

atenção, revela Andrés, pai de quatro filhos brasilei-

ros, também conhecido como “cubano” ou “Fidel”.

Outro ‘gringo’ quase brasileiro é o candense Jeb

Blount, atual correspondente da Agência Reuters. Ele

chegou ao Rio em 1998 e conheceu sua esposa no Ca-

roline Café. Morador do JB, Jeb chama a atenção para os

serviços: “De uma maneira geral, estão piores e mais ca-

ros do que quando morei aqui pela primeira vez, apesar

da grande exigência de turistas estrangeiros”, observa

ele, que, nas horas de folga, gosta de trocar uma ideia

com amigos, no Mercado Afonso Celso (foto 4). Apesar

de ter vivido em outros bairros, Jeb confessa, carregando

no sotaque: “O Jardim Botânico é o melhor lugar do Rio

de Janeiro. Eu adoro viver aqui!”

O inglês recém-chegado ao Rio Jonathan Watts (foto

1, à esquerda) também está surpreso com os altos pre-

ços de cidade. Depois de atuar como correspondente

do jornal The Guardian no Japão e na China, ele esco-

lheu vir morar no Rio de Janeiro com a família (esposa

e duas filhas adolescentes). A motivação foi ambiental:

“A poluição na capital chinesa está acima dos limites

aceitáveis, e, muitas vezes, os moradores são recomen-

dados a não sairem de casa”, conta ele, feliz com as

opções de atividades ao ar livre que o Rio de Janeiro – e

particularmente o Jardim Botânico – oferece.

- Apesar de morar em um apartamento pequeno e

CHR

IS M

ART

INS

MA

RCO

S B

RA

VO

54

Page 13: Jbef 54 final

13

do custo de vida ser bastante elevado, quero ficar aqui

até – pelo menos – 2017, para que minhas filhas aca-

bem o Ensino Médio, adianta Jonathan para quem o

trânsito e a burocracia são os maiores problemas para

sua adaptação à cidade.

Sem maiores planos a longo prazo, a dinamarque-

sa Maria Louens Oliveira (foto 7) chegou ao Rio no

final do ano passado e, desde janeiro, divide com o

marido Luiz Augusto de Oliveira o comando do Café

La Furgoneta, que funciona dentro do Polo de Pensa-

mento Contemporâneo e serve produtos orgânicos e

sustentáveis. A ideia de vir morar, durante um tempo,

no Brasil foi dela: “Precisava conhecer melhor a famí-

lia, os lugares e o modo de vida do Luiz, mas fiquei

surpresa com os preços, o trânsito caótico e o indivi-

dualismo das pessoas aqui”, confessa a barista com

formação em Marketing. Por outro lado, as belezas da

cidade, a alegria e o jeito leve e despreocupado dos

cariocas são fatores positivos que se sobrepõem às di-

ficuldades encontradas pela jovem dinamarquesa, que

ainda precisa aprender o português.

A procura por aulas de português para estrangei-

ros, aliás, vem crescendo bastante. O curso The Sco-

le, por exemplo, percebeu a demanda e criou turmas

especiais intensivas. Segundo o diretor da instituição,

Paulino de Souza Jr, “com a proximidade dos grandes

eventos, a tendência é aumentar ainda mais a procura

por esse tipo de curso”.

Fatores como Copa do Mundo, Olimpíadas, belezas na-

turais e simpatia do povo pesaram para que o Brasil fos-

se apontado como o melhor país para se visitar em 2014

pelo guia turístico Lonely Planet. O Instituto Brasileiro de

Turismo (Embratur) estima que o crescimento do número

de turistas estrangeiros no Brasil, em 2016, será de 10%

a 15% superior ao que deve ser registrado em 2015.

Sinal de que precisamos nos preparar mais e melhor pa-

ra receber tanta gente. E não bastam obras, paisagens

e monumentos. Precisamos resgatar valores e apostar

mais em carinho, simpatia e atenção para que os “grin-

gos” continuem a se sentirem em casa no Rio e no JB!

6

7

Page 14: Jbef 54 final

14

Rua Jardim Botanico, 719 - Loja 26Telefone: (21) 3114-0342

Email:[email protected]

Rua Jardim Botanico, 719 - Loja 26Telefone: (21) 3114-0342

Email:[email protected]

É certo que faltam vagas pa ra tantos carros no bairro. Mas

nada justifica a falta de consciência do motorista que estacio-

na em frente à rampa de acessibilidade e bloqueia a passa-

gem de bicicletas, carrinhos de bebê e cadeiras de rodas.

FOTO

S: C

HR

IS M

ART

INS

FOTO

S: A

NG

ELA

TO

STES

A construção da academia Bodytech está trazendo trans- tornos aos moradores da Maria Angélica, como registrou a

leitora Angela Tostes. Além da poeira e da lama que têm espalhado na rua, os pesados caminhões da obra costu-

mam interditar a via e a calçada, obrigando os moradores a circu- larem pelo meio da rua. A vizinhança espera que

a Prefeitu- ra tome providências, pois a promessa é de que a obra seja entregue apenas em 2015. Haja paciência

Flagrantes

Page 15: Jbef 54 final

15

ZONA SUL

Page 16: Jbef 54 final

16

nho de diversões, oficinas criativas e animação com o

personagem Fuleco, mascote da Copa. O Galpão Brasil

apresentará a exposição interativa “O negro no futebol

brasileiro”, baseada em livro de Mário Filho. À noite, a

boa é o The Village, aberto das 22h às 4h para festas.

Os ingressos para o Parque da Bola custarão R$ 30,

sendo que, na inauguração, basta fazer uma aposta de

qualquer valor para garantir acesso ao evento.

“Qualquer maneira de amar” vale a pena

O golpe militar de

1964 e o regime di-

tatorial que se insta-

lou no país por mais

de 20 anos são o

pano de fundo para

“Qualquer maneira

de amar”, recém-

lançado romance do

jornalista e morador

do Humaitá Marcus

Veras. O livro conta

a história de Mauro,

um advogado apo-

sentado, que faz um balanço de sua vida. A obra de

ficção deixa claro que nem só de heróis e guerrilhei-

ros é feita a história e que mesmo aqueles apenas

simpatizantes da militância sofreram as consequên-

cias da ditadura.

CD “Na medida do impossível”O título do novo CD

solo de Fernanda

Takai faz pensar na

ginástica que a can-

tora e compositora

precisou fazer para

reunir, num mesmo

álbum, a roqueira

Fotografia portuguesa no Parque Lage

JBF indica

O Ciclo da Fotografia Portuguesa traz, à Escola de Artes

Visuais do Parque Lage, o trabalho de dez fotógrafos

portugueses de diferentes gerações e em diferentes

estágios de suas carreiras profissionais, entre eles Ana

Viotti e Inês D’Orey. A mostra, que trabalha o tempo e

a memória, ficará em cartaz na Galeria EAV de 30 de

maio a 29 de junho, diariamente, das 9h às 17h.

Parque da Bola na templo do turfe

FOTO

S; D

IVU

LGA

çãO

O Grande Prêmio Brasil, no dia 8 de junho, antecipa a

inauguração do Parque da Bola, que funcionará de 14

de junho a 13 de julho, no centro da pista de corrida

do hipódromo da Gávea. Em 50 m2, o evento contará

com exposições, praça de alimentação e área de lazer

e entretenimento, com um palco para shows e dois

telões para transmissão dos jogos com capacidade pa-

ra até 4 mil pessoas. Para as crianças, haverá parqui-

Page 17: Jbef 54 final

17

Pitty e o Padre Fábio de Melo, dois dos muitos ar-

tistas convidados que figuram no CD. Os gêneros

visitados também são os mais diversos: new wave,

brega e rock britânico, só para citar alguns. Apesar

de tamanha miscelânea, o resultado reforça o caris-

ma da mineira.

Rubem Braga – O Fazendeiro do Ar

A exposição “Rubem Braga – O Fazendeiro do Ar” ce-

lebra o centenário de nascimento do escritor no Gal-

pão das Artes – Espaço Tom Jobim, no Jardim Botâni-

co. Dividida nos módulos “Capital Secreta do Mundo”,

“Retratos”, “Guerra”, “Redação”, “Cobertura” e “Pas-

sarinho”, a mostra reúne textos, documentos, corres-

pondências, desenhos, pinturas, fotografias, objetos,

depoimentos em vídeos e publicações do cronista. A

exposição fica aberta até 15 de junho, de terça a do-

mingo, das 10h às 17h, com entrada franca.

Page 18: Jbef 54 final

18

CONSUMOFO

TOS:

CH

RIS

MA

RTIN

S/ D

IVU

LGA

çãO

Jogo Americano de madeira pintada (produção própria) R$ 35

Venda em Garagem - Tel: 2512-2629

Chaveiro Pão de Açúcar R$84

Maria Oiticica - Tel: 2275-4197

Sacolas Retornáveis Amo Rio A partir de R$ 3,90

Supermercado Zona Sul – www.zonasulatende.com.br

Roupão de seda com estampa tropical R$ 230

Duvet – Tel: 98683-2631

Escultura em resina Rio Cores R$ 145

Análogos - Tel: 99605-9849

O Jardim Botânico, o Rio de Janeiro e o país estão na moda, com

artigos para todos os gostos e gêneros. É só escolher:

Page 19: Jbef 54 final

19

O futebol está no sangue de Raul Quadros, comentarista

do canal SporTV. Em seus quase 50 anos de profissão, o

jornalista passou por vários veículos de imprensa, como

Jornal dos Sports, Revista Placar e TV Globo. Mas, se na

carreira a troca de passes foi constante, no quesito mo-

radia, o Jardim Botânico é titular desde 1967, com ape-

nas um intervalo de 10 anos morando no Humaitá. Fora

o trabalho, na Barra, Raul faz tudo a pé: vai de manhã ao

Clube dos Macacos; aos sábados almoça no Mormaço,

no Belmonte ou no Jóia Carioca; e fecha a programação

com um cineminha no Clube Piraquê.

1_Jóia Carioca – É o meu restaurante favorito no

bairro. Vou lá desde o tempo do Seu Cristóvão. De-

pois da reforma, a comida melhorou bastante. Gosto

de encontrar os amigos para resenhar.

2_Clube dos Macacos – Subo a Lopes Quintas até

o Clube dos Macacos. Aliás, o lugar chama-se Clube

17, número do macaco no jogo do bicho. Por isso,

ficou com esse nome.

Meu JB Raul Quadros

3_Mormaço – Gosto do galeto de lá. Vou sempre

aos sábados.

4_Bar do Amigo (Horto) – É parada obrigatória

para tomar uma água. No final de semana, o lugar

fica cheio de mesas, e já ouvi dizer que a comida é

muito boa.

1

4

3

2

FOTO

S: C

HR

IS M

ART

INS

Anna Guinle

Organização e JardimG < 9 1 h : M / d

L A C M P

a n n a i z a b e l g u i n l e @ g m a i l . c om 21 99773.0025 - rio de janeiro - brasil

e c a r d i m 4 3 @ g m a i l . c o m | 9 9 5 4 6 - 1 7 9 7f a c e : c h e f e d u a r d o c a r d i m

Chef em CasaEventos

Comida deliciosa para toda ocasiãoPratos para o dia a dia e congelados

Page 20: Jbef 54 final

20

Reciclando o óleo vegetal

É sabido que o óleo de cozinha descartado

de forma irresponsável polui o ambiente e gera prejuízos diretos para

a população. Por isso, foi criado o Programa de Reaproveitamento de

Óleo Vegetal (Prove), que ensina como coletar e descartar adequada-

mente o óleo utilizado na cozinha. O programa conta com um serviço

de recolhimento do material em domicílio. Basta ligar para 2334-5902

ou mandar um e-mail para [email protected]. A partir da solici-

tação, uma cooperativa cadastrada entrará em contato para recolher o

óleo usado. No bairro, a Jardim Botânico Educação Infantil (2540-8799)

também recebe óleo usado e o encaminha para uma cooperativa.

Ecodica

Atendimento ao cidadão 1746Bombeiros 193 / 3399-1234Cedae (água e esgoto) 195 / 2297-0195CEG 0800-240197Defesa Civil 199 / 2576-5665Disque-Denúncia 2253-1177

Guarda Municipal 153Light 0800-282-012015ª DP 2332-2900Polícia Civil 197Polícia Militar 190Procon 151Subprefeitura da Zona Sul 2521-5540Vigilância Sanitária 2503-2280

Telefones úteis

CHR

IS M

ART

INS

Page 21: Jbef 54 final

21

Quem passa pela Igreja São José, na Lagoa, não

imagina que aquele exemplo de paróquia mo-

derna – a primeira a ter vidros ray-ban no mundo

– tenha sua história ligada ao século XIX. Agora,

ao completar 50 anos com o novo visual, a Igre-

ja está fazendo uma campanha para conseguir

patrocinadores para realização de um projeto de

iluminação especial.

Tudo começou, no mesmo endereço, com uma

pequena capela, criada para atender aos funcioná-

rios da fábrica de tecidos Corcovado e operários de

outros estabelecimentos industriais instalados no

bairro. A capela funcionou até julho de 1944, quando

foi fundada a igreja de São José, na rua Jardim Bo-

Alamedas do Jardim50 Anos da Paróquia de São José

tânico, colada ao Hospital da Lagoa, onde hoje fica o

Colégio Estadual Ignácio Azevedo do Amaral.

A paróquia cresceu e, com o aumento da popu-

lação local, mais uma vez houve necessidade de

ampliar suas instalações. Assim, em 24 de abril de

1964, foi inaugurada a Igreja de São José na Lagoa.

O projeto modernista, em formato oval e todo envi-

draçado, é do arquiteto Edgar de Oliveira da Fonse-

ca, o mesmo que projetou a Catedal Metropolitana

– na Avenida Chile, no Centro do Rio – e o campus

da PUC, na Gávea, com seus famosos pilotis.

Igreja de São José

Av Borges de Medeiros, 2735 - LagoaCH

RIS

MA

RTIN

S

REP

RO

DU

çãO

Page 22: Jbef 54 final

22

pus cuidar do local como uma ‘caseira com terceiro

grau’, conta Bel.

O marido e parceiro Bob Néri achou uma loucura sair

de um apartamento próprio, no Leblon, para um espa-

ço menor, alugado. A mudança aconteceu aos poucos.

Ela foi trazendo suas coisas, e, logo, Bob e os dois filhos

do casal fizeram o mesmo: “Aqui é mais tranquilo, o

Leblon perdeu muitos de seus pequenos comerciantes.

Espero que o Jardim Botânico consiga preservar me-

lhor esse clima de bairro”, observa a apresentadora do

“Decora”, do canal de TV a cabo GNT. No jardim de sua

casa, aliás, é possível reconhecer objetos criados para

o programa, como o chuveiro móvel e o ‘boião’ – pro-

tótipo desenvolvido para o projeto da Biblioteca Parque

Estadual, recém-inaugurada no Centro da cidade –, e

que também marcou presença também na TV, em um

dos episódios do “Decora”.

À frente do programa há sete temporadas e de um

escritório de arquitetura com 40 funcionários, Bel Lobo

tem pouco tempo para bater perna despreocupada-

mente pelo bairro. Recentemente, ela se associou ao

Jardim Botânico, onde fez o curso “O jardim de Epicuro

ou Sobre a natureza das coisas”, do cenógrafo e artis-

A arquiteta Bel Lobo queria um jardim. Morou em

Ipanema, Laranjeiras, Cosme Velho e Leblon, e, sem-

pre que podia, dava um jeito de incluir um cantinho

verde em suas casas. Há um ano, ela se mudou para

o Jardim Botânico e agora, além do parque, tem seu

próprio jardim.

- Eu já conhecia esta casa, é de uma amiga minha

e estava alugada para um outro amigo. Quando ele

disse que ia passar um tempo morando fora, pro-

Ilustre Morador

BEL

LO

BO

CHR

IS M

ART

INS

DIV

ULG

Açã

O G

NT

Page 23: Jbef 54 final

23

ta Hélio Eischbauer, que misturava filosofia, literatura,

teatro e arte. Já passear simplesmente pelo parque ela

ainda não conseguiu!

Graças à dificuldade em conciliar suas agendas pes-

soal e profissional, descobriu o salão de Bruno Donatti,

na Visconde da Graça, e se encantou com seu talento

tanto como cabeleireiro, quanto como cantor lírico: “Um

dia cheguei lá e fui recebida com um sonoro buongior-

no!”, diverte-se. Ela destaca o bar Gente Bem, ao lado

do salão, e, perto de casa, curte ir ao Jojô. A expectativa

é grande em torno do Studio 152, centro cultural onde

deve fazer uma ocupação a convite de Beti Speiski –

uma das sócias do espaço –, para quem Bel desenvol-

veu projetos das lojas Sacada e Oh, Boy!

Mas a relação de Bel com o bairro vem de antes de

vir morar aqui. É dela o espaço da Phebo, dentro da

loja Dona Coisa, e também o projeto do restaurante

Mormaço – que confessa que gostaria de ter mudado

antes mesmo da inauguração: “Depois de pronto, achei

que tinha ficado muito chamativo e conversei com os

sócios, mas eles preferiam manter”, desculpa-se. Um

projeto que ela admira muito é o da Casa 6D, de Thiago

Bernardes, na rua Corcovado: “É incrível!”, exalta com

conhecimento de causa.

Preocupada com a preservação do bairro, Bel não

gostaria de ver o gabarito da rua Pacheco Leão alterado

ou a construção de mais prédios na rua Jardim Botânico.

Ela acredita que é preciso tornar a cidade inteira mais

interessante, “linda como um todo, e não só a Zona

Sul”, observa.

Em ritmo de despedida – ao menos temporária – da

TV, Bel está reservando os meses de setembro, outubro

e novembro para cuidar mais dela mesma, mas admite

que a exclusividade é quase impossível!

- Ainda assim, estarei envolvida com meu escritó-

rio, no Cosme Velho; com o novo showroom m.o.o.c.

(móveis, objetos e outras coisas), na antiga fábrica da

Bhering, no Santo Cristo; e na construção de uma casa

– ou pelo menos um jardim aberto ao público – aqui no

Jardim Botânico, enumera a arquiteta multitarefa.

Page 24: Jbef 54 final