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TEMA O skate, é um esporte radical em que o skatista, realiza manobras
difíceis, deslocando-se, saltando sobre uma prancha com quatro
rodas. O skate de rua usa de obstáculos da paisagem urbana (que
tornem o esporte mais radical) para realizações das manobras. São
usados corrimões, ruas de asfalto, guias de calçadas, escadas, praças,
rampas, bancos, muretas, monumentos, entre outros. O uso do espaço
público para a prática do skate e o estilo visual do skatista pode ser
observado por fotografias. A fotografia capta uma reprodução exata
de imagem, pode ser considerada uma cópia fiel da realidade. O olhar
do fotógrafo é essencial para a afirmação dos fatos e/ou para a arte
com a fotografia. Sendo assim a fotografia é um reflexo da visão do
fotógrafo sobre o assunto fotografado. A partir de uma fotografia
podemos discorrer sobre uma determinada paisagem, cultura ou
sociedade, afirmando questões como detalhes arquitetônicos,
expressões, estilos e atos, por exemplo. Esta pesquisa é realizada
através de saídas a campo com entrevistas e trocas de informações
com os jaguarenses e skatistas jaguarenses. Para que possamos
desenvolver afirmações e a partir destas afirmações organizar uma
narrativa com os registros fotográficos da saída a campo e das
dificuldades encontradas por esses skatistas para realização das
manobras na cidade histórica e tombada Jaguarão.
OBJETIVOS Geral:
• Realizar um levantamento dos espaços públicos de Jaguarão/RS
utilizados para a prática do skate de rua por meio dos nossos
olhares fotográficos.
Especificos:
• Mostrar o cenário skatista urbano jaguarense.
• Revelar as dificuldades vividas pelo skatista de rua na apropriação
do espaço público para a prática do esporte.
• Refletir sobre a visão cultural e social dos moradores da cidade
sobre os espaços públicos e sobre o skate de rua em Jaguarão/RS.
RESULTADOS Entrevistamos sete skatistas de dez a trinta e um anos de idade, a
maioria deles tinham entre vinte e três e vinte e seis anos, moradores
da cidade de Jaguarão. Os sete skatistas são naturais de Jaguarão, seis
deles residem em Jaguarão desde que nasceram. Todos os skatistas
disseram que os lugares para praticarem são poucos, precários, com
buracos e com rachaduras. Questionados sobre as ruas de asfalto,
disseram-nos que as ruas são boas, mas que não possuem obstáculos
que possam ser usados na prática do esporte, assim existem poucos
lugares para praticar. Quatro skatistas, mais velhos, falaram sobre a
superlotação dos espaços que são apropriados. Um deles fabrica seus
próprios obstáculos, intervindo no local, apropriando e modificando
espaços. E com os corrimões (chamado de trilho), rampas e caixotes
feitos eles se encontram todos para praticarem juntos. Um dos
skatistas nos informou que o local mais apropriado e modificado com
esses objetos é o ginásio no bairro Kennedy e o centro de comercio
informal de Jaguarão no bairro centro. Três skatistas disseram que o
esporte ainda é muito mal visto pelos moradores e que eles sofrem de
preconceitos, são chamados então de marginais, usuários de drogas,
vândalos e que estão destruindo a cidade. Cinco skatistas respondem
que já participaram de um abaixo assinado para andarem de skate em
uma das ruas asfaltadas, quando proibidos. Os sete skatistas
encontram inspirações nas amizades, nos skatistas
LEVANTAMENTO DOS ESPAÇOS PÚBLICOS EM
JAGUARÃO/RS PARA A PRÁTICA DO SKATE DE
RUA, ATRAVÉS DO OLHAR FOTOGRÁFICO Autores: Jéssica Lucas Vieira Campos; Júlio César Felix Silva Orientador: Dr. Jeferson Francisco Selbach¹
[email protected]; [email protected] [email protected]
REFERÊNCIAS:
BRANDÃO, Leonardo. Corpos Deslizantes, Corpos Desviantes: A Prática do Skate e Suas
Representações no Espaço Urbano (1972 – 1989) – Cap. 3: Imagens de um Esporte Rebelde.
Programa de Pós-Graduação em História – Mestrado da Universidade Federal Grande Dourados -
UFGD. Dourados, 2006.
COSTA, M. R. Maria; RODRIGUES da SILVA, Eduardo; COSTA, L. M. Vera. Skatistas Street:
Enfrentando as Incertezas e Construindo Conhecimentos. Publicado no site da Universidade Estadual
do Ceará, 2011.
Dias, O. GIUSLAINE. Skateboard além do Esporte: Manifestação Social e Movimento Cultural.
Dissertação apresentada para o curso de Ciências Sociais com habilitação em Sociologia da
Universidade de Brasília, pág 84 e 85, de 2011.
GODOLPHIM, Nuno. A Fotografia como Recurso Narrativo: Problemas da Apropriação da Imagem
Enquanto Mensagem Antropológica. Publicado no livro Horizontes Antropológicos, Porto Alegre,
ano 1, n. 2, p. 161-185, jul./set. 1995.
SILVA, H. Luciano; DINIZ, Nelson; CAMPOS, L. G. Maicon. A Apropriação do Espaço Público
pelo Skateboarding no Centro do Rio de Janeiro: O Coletivo I Love XV e a Conquista do Direito à
Cidade. Publicado no site www.egal2013.pe (Encontros dos Geógrafos da América Latina), Peru,
2013.
HONORATO, Tony. Uma História do Skate no Brasil: Do Lazer à Esportivização. Texto integrante
dos anais do xvii encontro regional de história - o lugar da história, publicado em anpuh/spunicamp,
campinas, setembro de 2004. ¹ Dr. Jeferson Francisco Selbach, professor na Universidade Federal do Pampa, Campus Jaguarão. Rua Conselheiro Diana s/n, Centro Jaguarão/RS, Brasil.
METODOLOGIA Conversamos com alguns skatistas da cidade com o intuito de
conhecer os locais que esses skatistas utilizam para praticar o skate de
rua. Entrevistamos para conhecer as maiores dificuldades e desafios
vividos pelos skatistas jaguarenses perante o exercício do skate nas
ruas da cidade. Saímos a campo para observar e interagir com os
grupos de skate de rua, para desenvolver afirmações e obter
conclusões sobre os obstáculos encontrados na apropriação dos
espaços públicos em Jaguarão. Durante as interações fotografamos, e
a partir dos resultados faremos mais fotografias.
CONCLUSÕES Durante os dias de acompanhamento, fotografia e observação, com o grupo de
skatistas entrevistados, conhecemos alguns dos locais onde eles andam de skate e foi
possível identificar as condições as quais se encontram os locais, com poucos
espaços, com muita terra e grama em volta, outros com muita sujeira. Os skates são
desgastados, é difícil ver algum skate (shape/prancha, rodinhas, trucks/eixo) novo.
Eles praticam o esporte na entrada do Banco Banrisul, na entrada do cinema
Regente, na entrada da loja Radioluz, no ginásio (quadra abandonada) do bairro
Kennedy, nas escadas da Igreja Matriz e no centro de comercio informal
abandonado. Quando chove na cidade eles têm apenas um local para a prática, que é
o centro de comercio informal abandonado, que também serve de abrigo para alguns
moradores de rua da cidade. Independente da idade, todos possuem a mesma
dificuldade em relação ao espaço físico para andar. Com poucos lugares aptos à
prática todos skatistas andam no mesmo espaço gerando a superlotação dos espaços
públicos usados à prática. Essa lotação é mais evidenciada quando eles interferem
nos espaços com seus obstáculos criados. Alguns skatistas são mais preocupados
com as condições para uso da pista de skate local, que esta em péssimas condições
de uso, com muitos buracos e desgastada. Notamos também que os skatistas
possuem dificuldade em comprar equipamentos, pois não há skateshop, eles
compram em oportunidades de encomendas ou viagens. Visualizando Jaguarão
como uma cidade carente em espaços para praticar skate de rua, concluímos que é
necessária a participação e apoio da gestão pública para incentivo e evolução deste
esporte na cidade. Visto que é um dos esportes que claramente atrai bastantes jovens.
nacionais e internacionais, campeonatos que assistem, em músicas (estilos
variados, em destaque o rap, rock, reggae), em vídeos e revistas especializadas em
skate de rua e de pista também. Nenhum dos skatistas recebe apoio político ou
patrocínio comercial. Falaram que o skate em Jaguarão não é evoluído comparado às
outras cidades devido à falta de patrocínios, quatro deles objetivaram que deveria ter
um apoio político principalmente para a estrutura física da cidade e todos
concordaram quando um disse que deveria haver uma skateshop (loja com objetos
específicos para skatistas) na cidade.