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O jornal das lutas comunitárias e da cultura popular Ano 8 - Número 57 Maio de 2013 Vila União vai ser removida. O 1º de Maio em Jacarepaguá! A Lanterna, 1916. Página 7 Legado dos Jogos Olímpicos Enquanto o prefeito do Rio, Eduardo Paes, posa de bom moço, surfando na visibilidade da cidade em nível mundial em função de eventos grandiosos, sua tropa de choque passa o trator, literalmente, na Zona Oeste em flagrante desrespeito aos Direitos Humanos e à Constituição Brasileira. O desrespeito a preceitos de- mocráticos básicos é flagrante nos depoimentos dramáticos de famílias inteiras que viram suas vidas desabarem de uma hora para outra, sem dó nem piedade. Os algozes são autoridades mu- nicipais que agem com a compla- cência do Poder Judiciário. Página 5 O drama dos despejados pela Prefeitura do Rio de Janeiro João Vieira de Andrade, tem seu caixote moradia, onde vive depois de despejado da Vila Harmonia no Recreio Foto de Júlio Cesar. Biblioteca na Praça Seca abandonada. Página 3 Índios da Aldeia Tamoio em Jacarepaguá! Página 6 Sem vans para zona sul o povo sofre. Página 4 Maracanã é do Eike Batista. Página 8

Jaaj 57 maio13

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O jornaldas lutas

comunitáriase da cultura

popular

Ano 8 - Número 57

Maio de 2013

Vila União vai ser removida.

O 1º de Maio emJacarepaguá!

A Lanterna, 1916.

Página 7

Legado dos Jogos Olímpicos

Enquanto o prefeito do Rio,Eduardo Paes, posa de bommoço, surfando na visibilidade dacidade em nível mundial em funçãode eventos grandiosos, sua tropade choque passa o trator,literalmente, na Zona Oeste emflagrante desrespeito aos DireitosHumanos e à ConstituiçãoBrasileira.

O desrespeito a preceitos de-mocráticos básicos é flagrantenos depoimentos dramáticos defamílias inteiras que viram suasvidas desabarem de uma horapara outra, sem dó nem piedade.Os algozes são autoridades mu-nicipais que agem com a compla-cência do Poder Judiciário. Página 5

O drama dos despejados pela Prefeitura do Rio de Janeiro

João Vieira de Andrade, tem seu caixote moradia, onde vive depois de despejado da Vila Harmonia no Recreio

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Biblioteca na Praça Secaabandonada. Página 3

Índios da Aldeia Tamoioem Jacarepaguá! Página 6 Sem vans para

zona sul o

povo sofre.Página 4

Maracanã é do

Eike Batista.Página 8

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Cartas & E-mails dos leitores

Conselho Editorial: Almir Paulo, Douglas Faget,Ivaneide,Ivan Lima, Julio César, Manoel Meirelles, MaraciSoares, Mariluce Paixão, Miguel Pinho, Nely, Pedro Ivo,Renato Dória, Sônia dos Santos, Suely Costa e Val Costa.Coordenação Geral: Almir Paulo

Uma publicação mensal da RPC Editora Gráfica Ltda. CNPJ 08.855.227/0001-20Visite nosso blog: www.jaajrj.wordpress.comPara críticas, sugestões e reclamações: [email protected] Postal 70578 - Taquara/RJ - CEP 22740-971Para Anunciar ligue (21) 7119-6125 / 9282-1006

Arte e Diagramação: Jane FonsecaGerência Comercial: Manoel MeirellesCoordenação de Mídia Digital: Pedro IvoColaboradores dessa edição: Karolina, Silvia Regina eJuçara Braga

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**As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. **Distribuição gratuita pelos bairros e comunidades da Baixada de Jacarepaguá.

Banca da Rozinere tem JAAJ

ABI

Acuso o recebimento e agradeço a gentilezada remessa do exemplar da edição número54, fevereiro de 2013, do Jornal Abaixo-Assinado de Jacarepaguá e felicito essaentidade pela qualidade da publicação.

*Maurício Azêdo, Presidente da ABI –Associação Brasileira de Imprensa.

Colônia

Muito obrigado mais uma vez peladivulgação na edição de número 56, abrilde 2013, da nossa luta na Colônia. Vouencaminhar o JAAJ para todo o grupoEcolônia. Ficou maravilhosa a matéria!!!!

*Juliana Moura Marques, moradora daColônia – por e-mail.

Para ter direito à AposentadoriaEspecial, o trabalhador deverá comprovar,além do tempo de trabalho, efetivaexposição aos agentes nocivos químicos,físicos, biológicos ou associação de agentesprejudiciais pelo período exigido para aconcessão do benefício (15, 20 ou 25 anos).

A Aposentadoria Especial será devidaao segurado empregado, trabalhadoravulso e contribuinte individual, estesomente quando cooperado filiado acooperativa de trabalho ou de produção.Além disso, a exposição aos agentes nocivosdeverá ter ocorrido de modo habitual e per-manente, não ocasional nem intermitente.

Para ter direito à aposentadoriaespecial, é necessário também ocumprimento da carência, que correspondeao número mínimo de contribuiçõesmensais indispensáveis para que o seguradofaça jus ao benefício. Os inscritos a partirde 25 de julho de 1991 devem ter, pelo

menos, 180 contribuições mensais. Osfiliados antes dessa data têm de seguir atabela progressiva. A perda da qualidadede segurado não será considerada paraconcessão de aposentadoria especial,segundo a Lei 10.666/03.

A comprovação de exposição aosagentes nocivos será feita por formuláriodenominado Perfil ProfissiográficoPrevidenciário (PPP), preenchido pelaempresa ou seu preposto, com base emLaudo Técnico de Condições Ambientais deTrabalho (LTCAT) expedido por médico dotrabalho ou engenheiro de segurança dotrabalho.

Espero tê-lo ajudado, caro leitor.

Avenida das Lagoas, nº 1.987

(em frente ao Bar Mengão)

Gardênia Azul

Rozinere Souza é flamenguista desdecriancinha, porém jornaleira há exatos trêsmeses. Está feliz e adorando essa novaprofissão em sua vida porque “gosta deservir ao público”. A vida lhe sorrir inten-samente sendo jornaleira, vê no brilho dosseus olhos, no seu sorriso e na sua disposi-ção ao trabalho. Ao conhecer o JornalAbaixo-Assinado foi extremamente enfáti-ca: “É o jornal de bairro que Jacarepaguáprecisava”. Parceria feita!

Onde encontrar o JAAJVeja os locais onde os moradores da Baixada de Jacarepaguá interessados em conhe-cerem os problemas de nossa região poderão apanhar, gratuitamente, um ou maisexemplares do Jornal Abaixo-Assinado de Jacarepaguá. Boa leitura!Estabelecimentos comerciais que passarão a ter o JAAJ todo mês:

· Banca da Rosilda - Rua Cândido Benício,2.256, em frente à Sorveteria Diplomata,Praça Seca.· Banca da Sandra - Estr. do Tindiba, 2.070,em frente à Agência dos Correios da Taquara.· Banca do Mário - Estrada do Camorim,em frente ao nº. 635, Camorim.· Banca do Merinho - Localizada próximaàs lojas no Conjunto Daniel-Margarida naCidade de Deus.· Banca do Rodrigo - Localizada em frente

ao Restaurante Popular (Bandejão) na pra-ça principal da Cidade de Deus.· Banca da D. Margareth - Estr. deJacarepaguá, 7709 (em frente a Casa doBiscoito) - Freguesia· Personal Studio Saúde e Fitness - Estr. doTindiba, nº. 185 slas 102 e 104, Pechincha.· Centter Adrycopy - Rua Relvado, nº.64, Loja A, Praça Nova Orleans, Taquara.· Império da Belleza – Estrada doGuerenguê, 1.054, Taquara.

Rua Ponte Nova

Em nome do Movimento Pró-Melhoramentos da Rua PonteNova, no bairro do Tanque, agradeço a reportagem donúmero 55, março/2013, sobre a nossa rua. Teremos umencontro no próximo dia 19/05 no número 194, às 10h,onde trataremos dos assuntos pertinentes aos interessesdo nosso movimento. Gostaríamos de contar com apresença de um representante do jornal.

*Sérgio de Souza, morador da Rua Ponte Nova – por e-mail.

Aposentadoria Especial

Escabeche de Sardinhas

É tempo de comprar sardinha fresca a um ótimo preço! Ricaem ômega3 faz muito bem para o coração. Aí vai uma receitafácil de fazer e de baixo custo: Escabeche de Sardinhas!

Ingredientes• 1kg de sardinhaslimpas• 2 cebolas roxas (oubrancas)• 2 tomates

• 2 pimentão verde

Modo de preparoArrumar em camadas os temperos, as sardi-nhas limpas, porém fechadas e sem cabeça, ecolocar na panela de pressão. Após começara chiar, baixar o fogo e deixar cozinhandopor 30 minutos. Só abrir depois de fria. Asespinhas somem e fica muito saboroso.

maduro (vermelho)• 1 xícara de azeite (ouóleo)• 10 azeitonas pretas (ouverdes)• 1 xícara de vinagre

• 4 a 5 dentes de alho

• 3 folhas de louro

• orégano

• pimenta do reino moídana hora• 3 c.s. salsinha

• 2 c.s. coentro fresco

• Limão e sal à gosto

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EditorialLuta Popular pela ELuta Popular pela ELuta Popular pela ELuta Popular pela ELuta Popular pela Educaçãoducaçãoducaçãoducaçãoducação

JAAJ é contra

Propostas de Emenda

à Constituição 37 e 33

Está em votação no CongressoNacional uma Proposta de EmendaConstitucional (PEC) sob o número37, que tira o poder de investigaçãodos Ministérios Públicos Estaduaise Federal. Apelidada de “PEC daImpunidade”, restringe os poderesde investigação criminal às políciascivil e federal, impossibilitando aatuação de outros órgãos, como oMinistério Público. Mas, caso sejaaprovada, praticamente deixarãode existir investigações contra ocrime organizado, sobre desvio deverbas, corrupção, abusoscometidos por agentes do Estado eviolações de direitos humanos. Osgrandes escândalos sempre foraminvestigados e denunciados peloMinistério Público, que atua emdefesa da cidadania de formaindependente.

Repudiamos a PEC 33, aprovadapela Comissão de Constituição eJustiça da Câmara Federal quepropõe limites ao poder doSupremo Tribunal Federal (STF).Com essa PEC, na prática, o STFdeixaria de ser a última palavrasobre mudanças na Constituição. APEC 33 submete as decisões daCorte ao crivo do CongressoNacional.

A proposta, de autoria dodeputado Nazareno Fonteles (PT),prevê que quando o STF decidirpela inconstitucionalidade de umaemenda à Constituição, o Congressopoderá reavaliar o ato do tribunal.Se parlamentares discordarem daposição do Supremo, a questão,segundo o projeto, será decididaem um plebiscito popular. Aproposta também estabelece que,para o STF declarar ainconstitucionalidade de umanorma, serão necessários os votosde nove dos 11 ministros(atualmente bastam seis votos).

A quem interessa retirar o poderde investigação do MinistérioPúblico?

A quem interessa fragilizar asdecisões do Supremo TribunalFederal, fazendo com que assúmulas vinculantes do STF sóvalham com o aval do Congresso?

Com a palavra os Presidentes doSenado e da Câmara, o GovernoFederal, o seu partido e os seusaliados em Brasília.

Manoel Meirelles*O JAAJ na sua edição de abril de 2006,

número 12, página 7, publicou o texto dojornalista e escritor Waldemar Costa, como título: “Queremos uma nova bibliotecaregional para Jacarepaguá”. O artigorelatava as condições precárias dasinstalações no prédio alugado da RuaDr.Bernadino, na Praça Seca, e sinalizava aluta dos moradores pela construção de umanova biblioteca nos fundos do prédio daSubprefeitura de Jacarepaguá.

Passados sete anos e os governos doCesar Maia e o primeiro de Eduardo Paes, oJAAJ voltou a Biblioteca Cecília Meireles enos deparamos com a bendita no mesmoprédio precário e literalmente fechada desdeo fim de janeiro de 2013.

Visitamos o jornalista Waldemar Costapara saber sobre a luta pela construção danova biblioteca. Em sua casa, o jornalista foienfático e afirmou “que nada mudou nestesanos e que a luta continuava. Não preciso serentrevistado, é só republicar o meu artigo de2006”.

Então, se nada melhorou e nada foi feitopela Secretaria Municipal de Cultura, o JAAJ

nessa edição, de maio de 2013, publica naíntegra o texto de 2006 do jornalista eescritor Waldemar Costa. Chega de descasoe esperamos uma resposta da Secretaria deCultura sobre a questão.

*Do Conselho Editorial do JAAJ

Queremos uma nova biblioteca regional

em Jacarepaguá

*Waldemar CostaA construção da nova Biblioteca Regional

de Jacarepaguá é considerada, por todos,meta prioritária para o bairro. Nas reuniõespara debater o Plano Estratégico da Cidade,a construção da nova biblioteca na Praça Secatem sido considerada prioritária.

Ocorre que o prédio alugado na rua dr.Bernardino não oferece a mínima condiçãode funcionamento da biblioteca, o que temcausado a indignação dos moradores. Hágoteiras e o espaço é pequeno. Por isso, boaparte do acervo está encaixotada.

A construção e a mudança da bibliotecapara os fundos do prédio da Subprefeitura deJacarepaguá é o maior desejo da populaçãodo bairro. Um dos que lutam por isso é o dr.Jorge Bernardo, marido de Dona Alaíde,exdiretora da Biblioteca Regional deJacarepaguá, que elaborou uma planta para anova biblioteca, já aprovada pelos moradoresdo bairro e com cópias nas secretariasmunicipais de Governo e das Culturas há doisanos, mas sem resposta até hoje.

Este ano, a planta foi encaminhadadiretamente ao prefeito César Maia. Por telefone,os moradores souberam que os documentosforam enviados à Secretaria de Meio Ambiente,onde não foi localizada em março de 2006. Aplanta e uma relação dos moradores estãoperdidos na Secretaria de Meio Ambiente.

A planta da nova biblioteca está prontapara se transformar em projeto.

Tem auditório de 53 m2, que poderá serusado em cursos, reuniões, conferências,exibições de filmes e vídeos. Estão previstassalas para livros escritos pelo método Braille,para livros infantis e para instalações dadireção da instituição, o que não existe na atualbiblioteca.

A sala de consulta e leitura é extensa comestantes suficientes para comportar todo oacervo da Biblioteca Regional. O salão deatendimento também é amplo. São previstosquatro banheiros (dois para o público e doispara funcionários). Com entradaindependente, há uma grande sala para amemória do bairro de Jacarepaguá. Será umabiblioteca moderna e funcional com muitasáreas naturais de ventilação.

*Jornalista e Escritor

SOS Biblioteca Cecília Meireles

Waldemar Costa continua na luta pelaconstrução de uma novo prédio para aBiblioteca Popular de Jacarepaguá

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Almir Paulo*Era uma vez um

estabelecimento de ensino,localizado numa pequena casa,chamado Colégio Estadual EstelaMatutina (CEEM), conhecido nobairro do Tanque como “A saunaeducacional do Cabral”. Todavia,os seus assíduos frequentadores,professores, funcionários eestudantes, não suportam maistrabalhar, ensinar e estudar sobintensa temperatura na época doverão.

No colégio sauna, uma aula de históriacom a sensação térmica na sala em torno de45 graus torna o aprendizado sobre ocapitalismo insuportável. Imagine falar inglês,entender química e física e equacionarproblemas matemáticos suando feito burrona caatinga nordestina?

Essa pendenga já dura quase quinze anose as promessas não foram cumpridas pelosgovernos do Garotinho, Benedita, Rosinha eSérgio Cabral. Já estamos no terceiro ano dosegundo mandato do Cabral e nada atéagora. Entra e sai Secretário de Estado deEducação e nada avança.

O JAAJ está há anos batendo nessa tecla:•Na edição de número 12, abril de 2006,publicamos na página 7 a luta do MovimentoUzina Eco Arte, alunos, pais e profissionais deeducação que cobravam da governadoraRosinha o início das obras necessárias àtransferência do Colégio Estela Matutina parao prédio do Detran, na Avenida GeremárioDantas.•Na edição de número 44, junho de 2010,página 7, Márcio Luiz afirmava indignado:“Pais, alunos e professores aguardam ocumprimento da promessa do governador detransferência do Colégio Estadual StellaMatutina para o antigo prédio da

Administração Regional deJacarepaguá e Detran, localizadono Tanque, que estácompletamente abandonado. Oprédio é da própria SecretariaEstadual de Educação e ogovernador prometeu uma amplareforma, o que não teve início atéo momento”.•Em maio de 2011, na edição denúmero 48, Erick Correa SilvaMartins escreveu no JAAJ: “Tenho19 anos, estudo no Colégio

Estadual Stella Matutina, no bairro do Tanque,e estou cursando o 3° ano do Ensino Médio.minha escola tem bons professores e uma boadireção. Mas como toda escola do ensinopúblico, enfrenta alguns problemas. Os maisgraves são as salas, além de pequenas e muitoquentes, falta ventilação adequada na maioria,ou em todas, o que faz o rendimento das aulascaírem muito”.

Sabe o que mudou no CEEM? Nada!Absolutamente nada!Sim, algo mudou: oaumento da temperatura no último verão queinfernizou a vida de professores e alunos emsala de aula.

*Do Conselho Editorial do JAAJ

Biblioteca Popular de Jacarepaguá literalmente abandonada

Colégio Estela Matutina: cadê a nova escola governador?

Foto de Márcio Luiz publicada em 2010 no JAAJ

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Luta Popular

Com o lema: “Quem muda a cidadesomos nós: Reforma Urbana já!”, os Mu-nicípios e as entidades da sociedade civiljá estão se preparando para a 5ªConferência Nacional das Cidades. Asetapas municipais ocorrerão de 1º demarço a 15 de maio de 2013. As etapasestaduais de 1º de julho a 28 de setembrode 2013 e a etapa nacional de 20 a 24 denovembro de 2013.

Durante as conferências municipais e es-taduais, serão definidas as diretrizes a se-rem debatidas na Conferência Nacional. Omaterial deve subsidiar os debates da Polí-tica Nacional de Desenvolvimento Urbanoe as prioridades de atuação do Ministériodas Cidades. O objetivo da conferência éampliar o debate acerca dos desafios detransformar os Municípios em espaços maisjustos e assegurar o direito à cidade.

A Conferência Municipal da Cidade doRio será realizada entre 03 de maio a 1º dejunho deste ano.

*Do Conselho Editorial do JAAJ

Conferência Nacional

das Cidades

*Maraci Santos

VereadorEliomarCoelho

A decisão da prefeitura, como sempre,não levou em consideração o lado social damedida. Perderam os passageiros e os tra-balhadores do transporte alternativo e suasfamílias. Quem ganhou mais uma vez foramos empresários donos das empresas de ôni-bus. “A retirada das cercas de 600 vans nãomelhorou em nada o trânsito, porque aprefeitura obrigou as empresas de ônibus acolocarem cerca de mais de 750 ônibus nazona sul”, fala Rodolfo.

Em Jacarepaguá, os moradores daTaquara, Cidade de Deus e Gardênia Azulque utilizavam as vans da linha Taquara-

Ignorando diversas recomendações doMinistério Públ ico e inúmerasincongruências apontadas por nós ediversas organizações da sociedade civilsobre o projeto do novo corredor viárioTransolímpica, o INEA emitiu a LicençaAmbiental Prévia. Isso significa que aPrefeitura ganhou carta branca desteórgão ambiental para detalhar o projetoexecutivo, iniciar as negociações com osfuturos desapropriados e pleitear aLicença de Instalação, que permiteformalmente o início das obras.

Apenas duas alterações no traçadooriginal foram incorporadas ao projeto:uma pleiteada pelos moradores docondomínio Bosque da Boiúna e outrapelos moradores de Sulacap. As

alterações reduziram bastante anecessidade de desapropriações. Trata-se, sem dúvida, de uma grande vitóriadesses moradores que lutaram pelos seusdireitos e conseguiram garantir suapermanência onde vivem. Isso demonstraque uma mobilização coesa, unificada efocada pode ser bastante proveitosa paraqualquer coletividade que se veja diantede um projeto social e ambientalmenteinjusto.

Saudamos os moradores do Bosqueda Boiúna e de Sulacap, mas não abrimosmão de continuar denunciando asinúmeras ilegalidades que ainda permeiamesse projeto.

A vitória dos moradores do Bosqueda Boiúna deve servir de exemplo, mas aatenção deve ser redobrada pra quemestá na reta.

Transolímpica:vitória do Bosque da Boiúna

deve servir de exemplo

Moradores de Jacarepaguá sofrem com a proibição das vans na zona sulCerca de 420 mil passageiros usavam a linha Taquara-Gávea ao mês

Gávea foram os mais prejudicados. “Como decreto o passageiro, que usava um únicomodal de transporte, van, ficou obrigado asoltar na passarela da Barra e pagar maisuma passagem, atrasando sua viagem emmais o menos uma hora”, ressalta Rodolfo.

O gosto amargo de derrota dos trabalha-dores das vans é extremamente forte, mastambém dói a traição do prefeito eleito comos votos e apoio de todos. Só perda. A Coo-perativa de Transporte Alternativo da Cidadede Deus legalizada, desde 2001, filiada daOCBRJ-SESCOOP, antes do decreto tinha 50carros filiados, que sustentavam cerca de 300

Ivan Paulo*A brutalidade e imbecilidade de marginais

numa van de São Gonçalo, que cometeramum bárbaro crime contra dois estrangeiros,foi a gota d’água e um forte pretexto para aPrefeitura do Rio de Janeiro antecipar o de-creto de proibição e circulação de vans,kombis e micro-ônibus na zona sul da cidade.

“O transporte alternativo está sendo tru-cidado pela política de transporte do atualgoverno municipal”, sentencia o diretoradministrativo da Cooperativa de Transpor-te Alternativo da Cidade de Deus, Rodolfodos Santos.

famílias, depois do decreto ficaram cerca de20 carros. Muitos motoristas e cobradoresficaram desempregados. A cooperativa estimaque cerca de 420 mil passageiros usavam alinha Taquara-Gávea, ao mês.

A perda de recursos já atinge o dia a diada cooperativa na Cidade de Deus. “Tive-mos que demitir funcionários da cooperati-va. Estamos tendo enormes dificuldades naação e atendimento social da cooperativana comunidade, como enterros, transportede pessoas doentes e a escolinha de futebolda UPP”, diz Rodolfo dos Santos.

*Do Conselho Editorial do JAAJ

Texto e foto Professor Márcio Franco

Entidades da sociedade organizada,centrais sindicais, parlamentares eagremiações estudantis tomaram parte deum ato em desagravo ao Sindicato Estadualdos Profissionais de Educação – SEPE,contra os sucessivos ataques do governoestadual para impedir o direitodemocrático de livre organização emanifestação previstos pela Constituição.O evento foi realizado no último dia 3 demaio no auditório da ABI – AssociaçãoBrasileira de Imprensa.

Durante o mês de abril, o Tribunal deJustiça do Rio aceitou o pedido deantecipação de tutela feito pelo governoestadual contra o Sepe e estabeleceu umamulta de R$ 500 mil ao sindicato por causada greve de advertência de 72 horas nasescolas estaduais convocada pelo sindicato,nos dias 16 a 18 de abril.

A greve foi comunicada oficialmente ecom antecedência pelo sindicato, comomanda a legislação – além de ter sidobastante divulgada pela imprensa. Noentanto, ao invés de abrirnegociações, o governo estadualresolveu levar para o Judiciárioa luta da categoria, atingindo odireito de greve, que é umaconquista da sociedadebrasileira.

Além de aplicar a multa, oTribunal permitiu à Secretaria deEstado de Educação (Seeduc) aaplicação de falta sem o códigode greve nos professores efuncionários administrativos(merendeiras, inspetores de

alunos, zeladores etc) que participaram dagreve – as direções de escolas, dessa forma,estão aplicando o código 30 (falta semmotivo) na frequência dos profissionais, aoinvés do código de greve (código 61), o queestá causando enorme revolta na categoria.A falta sem motivo pode proporcionarsérias punições ao servidor, como a perdade direito de licença.

Ou seja, a liminar ganha pelo governonão só multou pesadamente o Sepe emtermos financeiros, como também puniu oprofissional de educação, reprimindo o seudireito de realizar um movimento grevista.

No entanto, o sindicato conseguiu estasemana uma vitória na Justiça: odesembargador Ademir Pimentel, queconcedeu a liminar para o governo, após aexposição da direção do Sepe (o sindicatoexplicou que desde o ano passado tentanegociar com o governo e que a categoriateve motivos justos para realizar a greve deadvertência de 72 horas), determinou queo Núcleo Permanente de MétodosConsensuais de Solução de Conflitos(NUPEMEC) do Tribunal de Justiça discutao processo novamente. O Núcleo écoordenado pela desembargadora MarileneMelo Alves.

(Extraído da site do SEPE/RJ)

Ato de defesa do SEPE contra ataques dogoverno estadual reúne entidades,

partidos e parlamentares

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Comunidade em Luta

Texto e fotosProfessor

Lourival

Bonifácio

No dia 28 de março, aconteceu umaassembleia entre representantes daPrefeitura e moradores da Comunidade VilaUnião em Curicica, próximo ao HospitalRafael de Souza Paula. O assunto em questãofoi a tão badalada Transolímpica. Naoportunidade, o povo foi informado daremoção. Também foi apresentado o layoutdos apartamentos que serão construídos na

Colônia Juliano Moreira, próximo aopavilhão do Hospital Municipal JurandyrManfredini, onde todos serão assentados,de acordo com o Projeto “Minha casa,minha vida”.

A informação era que na semanaseguinte, começaria o cadastramento dasfamílias no local. E eles cumpriram apromessa. No dia 08 de abril, houve umainvasão de agentes daPrefeitura à comunidade.Alguns se prevalecendo da suaposição, agiram de autori-tarismo, causando descon-forto aos moradores, de talmaneira que foram detectadoscasos de infartos em senhorasidosas, que não queriamperder suas casas construídascom muito sacrifício.

A moradora Adelaide Silva

Soares dos Santos ficou entristecida porque,em um dúplex em que moram duas famíliasdistintas: uma no térreo e a outra no segundoandar, não conseguiu duas inscrições pelofato de ter uma só entrada. A pergunta é:Como colocar essas famílias, composta deoito pessoas, com uma das mulheres grávidade dois meses, em um apartamento de 43,95m²?

O mais agravante foi um jovem deaproximadamente 30 anos que, no seudesespero, em defesa do patrimônio,jogou uma lata cheia de redutor no corpode um dos agentes da Prefeitura e em

cima de s i mesmo. Só nãoaconteceu uma catástrofe,porque o isqueiro que e lecarregava em uma de suas mãosfalhou ao ser acionado. Foi umcorre-corre na comunidade. Ojovem andou um pouco sumidodo loca l , retornando apósprestar ocorrência em umadelegacia próxima.

D i a n t e d e t o d o s e s s e sfatos lamentáveis, f ica algo positivo:o c a m p o d e f u t e b o l E u s t á q u i oMarques, a Arena Curicica, o DivinoF. C . , d a n o v e l a Av e n i d a B r a s i l ,permanecerá intacto, ao lado da via.Aquele gramado l indo e verde queserv irá para contrastar d iante dogrande elefante de concreto que seráerguido num futuro próximo.

Vila União vai ser removidaPânico na comunidade que fica em Curicica com

chegada de agentes da Prefeitura no local.Suely Costa e Júlio Cesar*

As famílias foramatropeladas pela prefeitura,Secretaria Municipal deHabitação e pelaSubprefeitura da Barra eJacarepaguá. O motivoalegado para derrubarem ascasas de uma vida inteira emdiversas comunidades daregião: a Copa do Mundo e osJogos Olímpicos. Presentenesses depoimentos, overdadeiro legado social dagestão Eduardo Paes na prefeitura carioca.

Ravel, Rosilene e Rosivaldo Mendonça

No dia, 14/03, a TV ESPN apresentou odrama urbano de Ravel Mendonça, 17 anos,jogador de vôlei de praia consideradoesperança olímpica. Convocado paratreinar em Saquarema, no Centro deDesenvolvimento de Voleibol (CDV), Ravelintegra a seleção brasileira sub-19 que seprepara para o próximo Mundial dacategoria. O jogador só não esperava tersua família despejada e sua casa demolidapela Prefeitura enquanto treinava. No Largodo Tanque, os pais de Ravel com seus doisirmãos de seis e 18 anos, ambos portadoresde necessidades especiais, e toda avizinhança, moradores de um terreno, poronde passará a TransCarioca, tiveram seusimóveis desapropriados, sendo intimidadose forçados a negociarem valores irrisóriosa título de indenizações. RosinaldoMendonça, pai de Ravel, comprou, há seteanos, o terreno em que morava: “Falaram,olha, isso aqui é da Prefeitura, vocês nãopodem permanecer aqui e acabou. Isso aquinão é nada de vocês. Tem que sair e acabou”.A pressão foi tanta que Rosilene, mãe deRavel, resolveu negociar, finalmente, com aPrefeitura que ofereceu R$ 40 mil emindenização, insuficientes, no entanto, pararealocar sua família.

Marlene Afonso da Silva

Despejada, Marlene Afonso da Silva, 56anos, da Vila Harmonia, nascida e criada nolocal, com o dinheiro da irrisóriaindenização paga pela Prefeitura comprouum pequeno barraco na comunidade VilaTaboinha, no Recreio.

Toda comunidade da Vila Harmonia, aolado do Shopping do Recreio, foi despejada

com a alegação da passagem da TransOeste,porém o terreno virou somente canteiro daobra.

João Vieira de Andrade (foto)

Com 63 anos, João Vieira de Andrademora em um barraco, tipo caixote, medindoaproximadamente, 1 metro de largura por2 de comprimento, mal dando para sentar-se na cama. Sofre de hérnia umbilical, nãoquer operar com medo de ao voltar e nãoter o caixote para morar. João disse que suacasa foi demolida na Vila Harmonia paraconstrução da TransOeste, que não recebeunenhuma indenização e foi colocado ali porum fiscal da Prefeitura.

Um detalhe interessante: João tem seucaixote-moradia no pátio de materiais eequipamentos da própria prefeitura, bempróximo do local onde tinha sua casa.

Jorge da Vila Recreio

Jorge Padeiro ou Jose Jorge Santos deOliveira, mais conhecido por Jorge da VilaRecreio, 52 anos, morou na Vila Recreio atéo dia 27/12/2010 quando sua família teveque sair do local pressionada por ameaçasde morte. Todavia, Jorge permaneceu nacasa até o dia 16/08/2012. Nesse dia,enquanto ele participava de uma reunião naFiocruz em Manguinhos, a Subprefeitura daBarra, aproveitando do fato de não terninguém na residência, derrubou sua casa.

Hoje, o terreno que ficava acomunidade da Vila Recreio estáabandonado à espera de algumempreendimento imobiliário de luxo comtotal complacência da Prefeitura.

Está claro que remover pobre da Barrae do Recreio é a prioridade da atual gestãomunicipal no Rio de Janeiro.*Membros do Conselho Editorial do JAAJ

Legado dos Jogos OlímpicosO drama dos despejados

pela Prefeitura do Rio de Janeiro

Leia o Blog do JAAJ<http://jaajrj.wordpress.com/>

Lá você pode escrever sobre seu bairro, enviar foto denunciandoas mazelas ou mostrando a beleza da sua comunidade para o JAAJ

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Geral

Saúde & Prevenção BiomédicoDouglas Faget*

Na manhã do dia 30/04 fomos acompa-nhar como estavam as condições dos índi-os, que após o violento despejo por partedo Governo Estadual da Aldeia Maracanã,foram alojados na Colônia Curupaiti no Tan-que. Foram dadas três opções derealocação, primeira no próprio Curupaiti,segunda na Quinta da Boa Vista em SãoCristovão e por último uma nas proximida-des do Cristo Redentor. Os indígenas esco-lheram Jacarepaguá pelas áreas verdes e anatureza mais preservada. Mas de todos osíndios que foram removidos da AldeiaMaracanã, apenas uma parte, segundo Afon-so Apurinã, veio para Jacarepaguá, um gru-po recusou-se a negociar com o governa-dor Sérgio Cabral, pois entendia que erainegociável sair da Aldeia Maracanã. ParaApurinã, embora o Maracanã fosse um lu-gar melhor, pela história e identificação coma cultura indígena, o mais importante eraque fosse garantido um Centro de Referên-cia da Cultura e das Tradições Indígenas.

Este novo espaço não se chamará maisAldeia Maracanã, e sim Aldeia Tamoio,nome original proposto para a ocupaçãono Maracanã. Embora exista essa divisãono seio do movimento indígena, Apurinã sevê otimista em relação a maior participa-ção indígena na Aldeia Tamoio. Afirma queaquele espaço é uma conquista geral detodo o povo indígena.

O grupo atual possui 12 índios, de di-versas tribos, e mais um contingente rotativode aproximadamente 15. A ideia é que in-dígenas que estejam participando de even-tos no Rio possam ficar na aldeia e façameste intercambio cultural com outras tribos,além de ser um espaço permanente de dis-cussão das questões indígenas no Brasil. Umdos problemas deste novo espaço, mesmoque provisório, é que poucos índios sabemda sua localização, o que dificulta uma mai-

Texto e fotosProfessor

Miguel Pinho*

or participação.A Aldeia Tamoio é formada por duas

grandes tendas e alguns containers, dentrodestes é que ficam os quartos, cozinha e osbanheiros. A grande reclamação é em rela-ção ao calor, embora estejamos no outono,com temperaturas amenas, nos dias maisquentes será muito desconfortável perma-necer na aldeia. As atividades culturais em-bora não tenham um local específico paraacontecer, continuam ocorrendo como opeixe assado na folha da bananeira e acontação de histórias, atividades tradicio-nais que ocorriam na Aldeia Maracanã. Umdos problemas deste alojamento provisó-rio é a descaracterização das moradias, noMacaranã, os índios haviam construídosocas, que além de mais frescas, são umpatrimônio de sua cultura.

A subsistência dos membros da Aldeiaprovém basicamente da venda do artesa-nato e doações. E quando tem excedentesde provisões enviam para as tribos que maisnecessitam. Entretanto, devido ao despejoficaram sem alguns itens de uso pessoal,como barracas, artesanato e até os sapa-tos.

Dia 26 de maio acontecerá o Dia doVerde, com plantio de mudas e organiza-ção de um jardim suspenso com garrafasPET, no próprio Curupaiti. Toda comunida-de de Jacarepaguá está convida para inte-grar-se a atividade e será muito bem-vinda.

Por fim, os índios esperam que o pro-cesso de licitação da construçãodo Centro de Referência da Cul-tura e das Tradições Indígenas sejatransparente e ocorra o mais rá-pido possível, para que tenhamasseguradas as conquistas de suaslutas, e além do mais o GovernoCabral deve abrir imediatamen-te diálogo com os outros segmen-tos do movimento que não nego-ciou com o governo. Chega dedescaso e desrespeito com a nos-sa história!

A hanseníase, também conhecida comomal de Hansen ou lepra, é uma doença crôni-ca causada pela bactéria Mycobacterium Lepraeque atinge os nervos, a pele ou os olhos. Háevidências de que essa doença existe há cercade 4000 anos. Apesar de antiga, a hanseníaseainda é considerada um problema de saúdepública no mundo e no Brasil. A hanseníasepode atingir crianças, adultos ou idosos. En-tre os principais sintomas estão alterações noaspecto da pele e a perda da capacidade dediferenciar o quente e o frio devido ao acome-timento dos nervos. A incidência de hanseníaseno Brasil é maior nas regiões norte e centro-oeste. Sendo o Estado do Rio de Janeiro con-siderado uma região de baixa incidência.

A Colônia Curupaiti, localizada na Baixadade Jacarepaguá, foi criada na década de 1920para abrigar compulsoriamente pessoas porta-doras de hanseníase. Atualmente, a colônia abri-

ga antigos pacientes, seus parentes e mais recen-temente os índios removidos do antigo Museudo Índio localizado no Maracanã. A colônia foicriada com o intuito de isolar as pessoas porta-doras da doença do resto da sociedade. Devidoao isolamento e ao estigma social existente so-bre os portadores de hanseníase, os moradoresda Colônia Curupaiti ainda possuem dificuldadepara se reintegrar a sociedade.

Grande parte do preconceito sofrido pe-los portadores de hanseníase se deve a faltade informação da população. Apesar de serprincipalmente transmitida de pessoa porpessoa pela fala ou pela respiração, os porta-dores de hanseníase em tratamento não sãocapazes de transmitir a doença a outras pes-soas. Além disso, mais de 90% da populaçãoé naturalmente imune à bactéria causadorada doença. E o mais importante, a hanseníasequando tratada sem interrupções tem cura.

Estão em Jacarepaguá os índios

despejados do Maracanã

Índios da Aldeia Maracanã aguardamem containers o início das obras do

Centro Indígena no Curupaiti

Hanseníase:Ainda um estigma social

*Texto e foto de Silvia ReginaO outono traz uma das frutas mais esperadas

da agricultura da cidade: é o momento em que ocaqui está pronto para a colheita.

O feriado de 21 de abril tem agora novosentido para o carioca. Pelo terceiro anoconsecutivo é celebrado o “Tira Caqui”. Éum misto de vivência agroecológica comcolheita bem no seio da zona oeste do Rio. Éum momento de celebração à agricultura dacidade e aos tradicionais lavradores doMaciço da Pedra Branca.

Este ano a comunidade tradicional deVargem Grande foi a anfitriã. AngélicaMesquita e Francisco Caldeira abriram suacasa para receber os visitantes. A RedeCarioca de Agricultura Urbana mobilizou asolidariedade de muitos. Um destaqueespecial para as amigas que prepararam asrefeições: Joselita e Cléo da Pastoral daCriança e Rita Aguiar, agricultora urbana daColônia. O uso sustentável da lenha deu otoque de “tradição” à feijoada vegetarianaque foi servida no almoço. Enquanto, o triopreparava o almoço, duas atividadesocorriam. Cerca de trinta pessoas de todasas idades percorriam as trilhas do Maciçoda Pedra Branca em direção aos caquizais.Desta vez foram duas horas de caminhadapara chegar ao local da colheita. Para amaioria foi um momento de êxtase e beleza.Um rapaz, pode ter sido o Vicente, viu naincidência da luz do sol sobre os frutosvermelhos, uma certa fluorescência.

Eita! Bom... Esse efeito pode ser frutodo cansaço da subida. Parece mais umavisagem, não acham?

Outro coletivo se formou para refletirsobre o seu direito à moradia digna e àpreservação da paisagem cultural. Nesseencontro ficaram vinte e duas pessoas quefizeram um profundo debate e análise darealidade das comunidades. A comunidadetradicional de Vargem Grande contou coma parceria da Pastoral de Favelas, daPastoral do Meio Ambiente e da RedeCarioca de Agricultura Urbana queorganizou o evento.

Com gratidão a todo esse povoentusiasmado seguimos rumo ao “TiraCaqui – 2014”, no Maciço do Mendanha.

Rede Carioca de Agricultura Urbana

O caqui do Sertão Carioca

Tião colhe caqui em Rio da Prata

Anuncie(21) 7119-6125 / 9282-1006

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História & CulturaHistória & CulturaHistória & CulturaHistória & CulturaHistória & Cultura

“Eu odeio o racismo, pois o considero uma coisa selvagem, venha ele de um negro ou deum branco.“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda porsua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar,podem ser ensinadas a amar.”“Democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia.”“A educação é o grande motor do desenvolvimento pessoal. É através dela que a filha deum camponês pode se tornar uma médica, que o filho de um mineiro pode se tornar odiretor da mina, que uma criança de peões de fazenda pode se tornar o presidente de umpaís.”“A educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo.”

Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá - IHBAJA

Dia 27 de abril aconteceu o lançamentodo livro “Marketing da SustentabilidadeHabitacional”, de Gisela Santana, na Livrariada entidade FEIC, na estrada do Pau Ferro.

”O livro da nossa companheira de lutasGisela Santana, estudiosa do tema urbanis-mo, ecologia e sustentabilidade, que sendomoradora de Jacarepaguá viveu e vive,aborda também o caos que a Freguesia setornou com a mudança do PEU (Plano deEstruturação Urbana) ocorrida em 2004,mas que até hoje o Prefeito Eduardo Paesnão apoiou as alterações que a Associação deMoradores e Amigos da Freguesia (AMAF) etodos os moradores reclamam”, fala Jorge Pin-to, presidente da AMAF. Leia e divulgue o livro“”Marketing da SustentabilidadeHabitacional”. Um estudo que reforça a lutapor uma qualidade de vida que a especulaçãoimobiliária torna “insustentável”.

Para adquirir o livro entre em contato coma Editora Mauad <www.mauad.com.br>.

Renato Dória*Em maio de 1886 na cidade de Chicago,

nos EUA, manifestações para reduzir a jorna-da de trabalho de 16 para 8 horas resultaramna morte de trabalhadores pela polícia. Trêsanos depois, durante a 2ª Internacional Socia-lista, decidiu-se com referência a esta tragé-dia escolher o 1° de Maio como dia de home-nagem à classe trabalhadora, suas lutas e con-quistas. Seguindo estas resoluções, em 1909,a Federação Operária do Rio de Janeiro orga-nizou um ato de 1º de maio partindo da suasede, na antiga rua do Hospício (atual BuenosAires), indo até o Lgo. de São Francisco, ondeocorreu um grande comício. No ano de 1919o recém-fundado Partido Comunista do Riode Janeiro, que naquela formação abrigavaanarquistas, socialistas e todos que aceitavamo comunismo social, organizou um 1º de Maioonde se viu centenas de operários tomando aPraça Mauá e as escadarias do Teatro Munici-pal aclamando a expansão do comunismo pelaEuropa e manifestando solidariedade e apoioaos operários presos em Magé durante a in-surreição anarquista de 1918.

A região da Baixada de Jacarepaguá tam-bém não ficou alheia a estes tipos de eventos,que muito contribuem para a autoformaçãodos trabalhadores, através de ações de pro-testo e solidariedade. Um exemplo disso ocor-reu no ano de 1946, quando Jacarepaguá ain-da era zona rural da cidade do Rio de Janeiroe conhecida como “Sertão Carioca”. Naque-le período, o PCB possuía a tática de atuaçãocomunitária através de organizações de bair-ro: eram os Comitês Democráticos Progres-sistas (CDP) ou apenas Comitês Populares.

Atuando a partir das necessidades básicas dalocalidade onde se instalava, estes Comitêsapresentavam demandas como: serviços deluz, água e saneamento.

O CDP de Jacarepaguá tinha alcance até nosbairros rurais de Vargem Grande, VargemPequena e Guaratiba, localidades onde os con-flitos pela posse terra começaram a se acirrarapós a conclusão, ao longo da década de 1930,de diversas obras de saneamento. Para o 1º deMaio de 1946, o CDP de Jacarepaguá anuncioua organização de um grande desfileprotagonizado pela massa de trabalhadores ru-rais da região, que empunhariam ramos de pro-dutos agrícolas, talvez para simbolizar a resis-tência dos lavradores frente as ameaças de des-pejos por grileiros e empresas imobiliárias. Noentanto, forças do exército e da Polícia Especialforam enviadas às ruas do D.F. para evitar qual-quer tipo de manifestação popular naquele ano,demonstrando que a ditadura não havia encer-rado com a saída de Vargas do comando daRepública.

Por tudo isso, o 1º de Maio é um dia paralembrar que, enquanto trabalhadores, somosexplorados e somente com muita e contínua luta,à base de colaboração e solidariedade com osdemais trabalhadores, podemos conquistarmelhorias das nossas condições de trabalho ede vida. Atualmente, diversas famílias detrabalhadores(as) da região de Jacarepaguá queocupam as favelas ameaçadas de remoção, cons-cientes ou não, dão continuidade a uma históriaque também é fruto dessa luta: foram a auto-organização e a solidariedade dos mutirões quetornaram as favelas lugares de convivência dasclasses exploradas e dominadas. 1° de Maio –

Dia do Trabalhador,dia da luta e daresistência dosmoradores dasfavelas!*Pesquisador do Insti-tuto Histórico da Bai-xada de Jacarepaguá.

Na América Portuguesa, as freguesias eramterritórios submetidos à jurisdição espiritualde um pároco ou vigário que também exerciaa administração civil. Era uma circunscriçãoeclesial em que se dividia a diocese. Cada fre-guesia possuía um mercado local onde se rea-lizavam atividades rurais e urbanas e um aglo-merado populacional que poderia ir de deze-nas a centenas de casas. A construção de umaigreja matriz na freguesia mostrava a consoli-dação da mesma como um importante núcleopopulacional, com uma considerável densida-de demográfica. Essa nomenclatura perdurouaté, aproximadamente, a promulgação doDecreto n. 119-A, de 7 de Janeiro de 1890,quando Igreja e Estado se separaram. A partirde então, as freguesias passaram a ser maisconhecidas como paróquias.

A primeira freguesia da cidade, a de SãoSebastião, foi fundada em 1569. Depois vie-ram, por ordem cronológica, Nossa Senhorada Candelária (1634) e Nossa Senhora da

Apresentação de Irajá (1644). A Freguesia deNossa Senhora do Loreto e Santo Antônio deJacarepaguá foi criada em 6 de março de 1661,sendo desmembrada da Freguesia de Irajá.

A paróquia foi inaugurada em março de 1664,por Manuel de Souza e Almada, tendo sido seuprimeiro vigário o Padre Antônio Ribeiro deAlmeida, empossado no cargo em 1665, 1667,foi construído um outro templo no mesmo localdo anterior, que se encontrava em avançado es-tado de deterioração. Em 1747, foi edificada aatual Igreja de N. S. do Loreto, na subida daladeira da Pedra do Galo, no local que se cha-mava Porta d’Água. Por ser a matriz da Fregue-sia de Jacarepaguá, a região no seu entorno co-meçou a ser chamada de “Freguesia”, dandoorigem ao bairro de mesmo nome. Em 1970, aIgreja recebeu o título de Santuário Nacional deNossa Senhora do Loreto.

Formação das freguesias da Cidade doRio de JaneiroNome Área (ha) Criação Origem

Antiga Freguesia deCandelária 36 1634 S. Sebastião

Desmembrada da Fre-Irajá 12.972 1644 guesia da Candelária

Desmembrada daJacarepaguá 21.732 1661 Freguesia de IrajáCampo Desmembrada daGrande 26.247 1673 Freguesia de Irajá

Desmembrada daInhaúma 4.323 1743 Freguesia de Irajá

Fonte: Carvalho. (1988, p. 115)

O 1º de Maio em Jacarepaguá!A Formação da Freguesia de Jacarepaguá

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Igreja do Loreto, na Freguesia.

Frases & PensamentosFrases & PensamentosFrases & PensamentosFrases & PensamentosFrases & Pensamentos Frases & pensamentos de Nelson Mandela em

homenagem ao nosso dia 13 de maio

Livro “Marketing da Sustentabilidade Habitacional”

Tribuna Popular - publicação de 1946.

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Texto e fotosProfessorVal Costa*

História & CidadaniaHistória & CidadaniaHistória & CidadaniaHistória & CidadaniaHistória & Cidadania

Na bucólica Barra de Guaratiba,localizada na Zona Oeste da cida-de do Rio de Janeiro, se encontraum ícone do paisagismo brasileiro:o Sítio Burle Marx. Essa proprieda-de, anteriormente chamada de San-

to Antônio da Bica, foi compradapelo artista plástico Roberto BurleMarx e pelo seu irmão, GuilhermeSiegfried Marx, em 1949. BurleMarx, autor de mais de três mil pro-jetos de paisagismo em 20 países,mudou para o sítio em 1973, tendoresidido nele até a sua morte, em

julho de 1994.Com uma área de

365.000 m², a proprieda-de possui cerca de 3.500espécies de plantas tropi-cais e subtropicais compotencial paisagístico. Osítio também tem o Mu-seu-Casa de Burle Marx,onde existe um acervo de3.125 peças, incluindoimagens barrocas, cerâmi-cas pré-colombianas e

obras do próprio paisagista (pintu-ras, desenhos, tapeçarias e muraisem azulejos). O prédio da adminis-tração possui uma biblioteca comcerca de 2.600 títulos em botânica,arquitetura e paisagismo.

A principal atração históri-ca da propriedade é a Capela deSanto Antônio da Bica, construídaem 1690 por Belchior da FonsecaDoria. Em 1710, quando o corsá-rio francês Jean-François Duclercaportou com 1200 homens naspraias de Barra de Guaratiba paratentar invadir a cidade do Rio deJaneiro, esse pequeno templo foi sa-queado e queimado pelos france-ses. Após adquirir o sítio, os irmãosMarx restauraram a capela, com as-sessoria do arquiteto e urbanistaLucio Costa. A Capela ainda hoje é

utilizada pelos habitantes da regiãopara cerimônias religiosas e festi-vas.

Em março de 1985, Burle Marxdoou o sítio ao governo federal, queatualmente o administra através doInstituto do Patrimônio Histórico eArtístico Nacional – IPHAN. A co-leção botânica, desde 1985, é con-siderada patrimônio cultural do

Brasil. Em janeiro de 1988, todo osítio foi tombado pelo Instituto Es-tadual do Patrimônio Cultural –INEPAC. Em 14 de junho de 2002,através da Portaria n.º 321, o sítiofoi definitivamente tombado peloIPHAN.

Pedro Porfírio*Depois de investir R$ 1 bilhão

na reforma do Maracanã, o gover-nador Sérgio Cabral vai privatizá-lo novinho em folha. O formato daescolha da empresa beneficiada éda lavra de uma das empresas doseu dileto amigo Eike Batista. E nopróximo dia 9 de maio, ele pró-prio, atuando também como pre-tendente à concessão do estádiopelos próximos 35 anos, deverá serdeclarado vencedor, como inte-grante de um consórcio encabeça-do formalmente pela construtoraOdebrecht, numa licitação em queenfrentou um único concorrente.

O Governo do Estado concluiua segunda fase da licitação e deu amaior nota das análises das pro-postas econômicas e técnicas ao“Consórcio Maracanã”, formadopor Odebrecht Participações e In-vestimentos S.A., IMX Venues eArena S.A (de Eike) e AEG Admi-nistração de Estádios do BrasilLTDA: 98,26 pontos.

O outro grupo na disputa é o“Consórcio Complexo Esportivoe Cultural do Rio de Janeiro” - com-posto por Construtora OAS S.A.,Stadion Amsterdam N.V. eLagardère Unlimited -, que ganhou94,4624 pontos da Comissão Es-pecial de Licitação.

No último dia 16 de abril, a co-missão apresentou os valores daspropostas dos dois consórcios. Aoferta que conta com a empresade Eike foi R$ 26,4 milhõessuperior à do concorrente (R$181,5 milhões contra R$ 155,1milhões, ambos divididos em 33parcelas).

No dia 9 de abril, o MinistérioPúblico havia obtido uma liminarcontra a licitação, mas o governodo Estado conseguiu derrubá-la atempo de abrir os envelopes comas propostas.

Como foi a IMX de Eike quefez o estudo da “viabilidade daconcessão”, ela aparece no con-sórcio com apenas 5% de partici-pação. O construtora Odebrecht,a mesma envolvida no Itaquerão,do Coríntias, aparece como 90%do controle.

Em sua petição, o Ministério Pú-blico (MP) alegou que diversasobras previstas no edital - como ademolição do parque aquático Jú-lio Delamare e do estádio de atle-tismo Célio de Barros - não sãonecessárias para a realização daCopa do Mundo, assim como osJogos Olímpicos de 2016.

O MP/RJ também questionou alegalidade da participação da em-presa IMX, de Eike Baptista, no

processo de licitação, uma vez quefoi ela a responsável pelo estudode viabilidade da concessão.Segundo o órgão, todo o processofavorece a IMX, já que a empresateve acesso a informações privile-giadas e exclusivas. A baixarentabilidade do negócio para ogoverno do Rio de Janeiro é outroponto abordado.

A empresa vencedora pagaráR$ 7 milhões por ano ao governodo Rio de Janeiro. Os valores daconcessão não irão quitar os gas-tos com as obras de reforma doestádio, que ficaram em torno deR$ 850 milhões. Durante a Copadas Confederações deste ano, aCopa do Mundo de 2014 e asOlimpíadas de 2016, o estádioserá exclusivo dos organizadoresdos eventos (Fifa e COI).

No ano passado, durante o lan-çamento do edital, as receitas edespesas do Maracanã foram esti-madas pelo governo. Pelo estudo,o estádio vai gerar R$ 154 milhõespor ano e terá um gasto de R$ 50milhões. A previsão é de que osrecursos investidos pelo concessi-onário sejam quitados em 12 anos.Com isso, o novo gestor terialucro durante 23 anos do contrato,gerando R$ 2,5 bilhões.

*Jornalista.

História e paisagismo interagemno Sítio Burle Marx

Lindo e merece ser viistado o

Sítio Burle Marx

Capela de Santo Antônio da Bica

Maracanã de mão beijadaConsórcio com a participação do amigo Eike

deverá ficar com o estádio, que já custou R$ 1 bilhãoA Igreja Batista Quintanilha,

localizada no bairro da Freguesia,desenvolve um projeto socialchamado “O Futuro Agora”. Paracomemorar o aniversário de umano do mesmo, a igreja realizouum campeonato de futebol com50 meninos com idades entre 7 e14 anos.

O projeto “O Futuro Agora” épautado na educação peloesporte, onde a criança e oadolescente constituem o foco dasatenções e o esporte é a

ferramenta utilizada paratransformar suas potencialidadesem competências para tomardecisões sobre suas vidas e omundo que os cerca.

Durante o campeonato, essesmeninos precisaram colocar emprática tudo o que aprenderamnesse um ano de projeto. Foinecessário demonstrar bem maisdo que um bom futebol. Otrabalho em equipe, os valores decidadania, a responsabilidadeforam itens que visivelmente essesmeninos estão aprendendo aexercitar.

Para encerrar o Campeonato,foi promovido um evento naIgreja Batista Quintanilha, onde ostimes foram premiados. Foipossível promover a integração dealgumas famílias, que foram

participar desse momento tãoimportante na vida dessesmeninos.

O projeto “O FuturoAgora” acontece todos ossábados de 8h às 10h nocampo dos apartamentos daCidade de Deus. Para maisi n f o r m a ç õ e s :[email protected]

Igreja Batista Quintanilha realizaprojeto social na Cidade de Deus

Crianças do Projeto

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