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1º número do Jornal doagrupamento de escolas de condeixa - DEZ2012
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Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 1
CRÓNICA , Ana Paula Amar o
OPINIÃO, Fernando Morei r a
2 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
A página da diretora ::
2 Onde pára o menino Jesus? 4 Editorial 5 Tarde do professor. Ser assistente operacional 6 Reflexões dos Diretores de Turma 8 No cias e a vidades Desporto Escolar 14 A vidades TAP Dia internacional da Filosofia Dia da declaração dos direitos humanos 16 Dia Internacional da Pessoa com Deficiência Um duende diferente ‐ 3º e 4º ano EB3 24 Dossiê: SOLIDARIEDADE ENTREVISTA com a Vice‐Presidente da Câmara Municipal de Condeixa 31 OPINIÃO de Fernando Moreira
A juventude e a mobilidade soci‐al em Portugal
32 Na Biblioteca acontece… 34 Escrita cria va 36 Diversões 38 Crónica de Ana Paula Amaro A força das palavras
Exatamente iguais: Apenas dife‐
rentes
39 Brevemente numa escola perto
de si...
Índice ::
ONDE PÁRA O MENINO JESUS?
Há dias, num passeio pela cidade, deparei‐me com muitas varandas em vias
de serem visitadas pelo Pai Natal.
Entrei num centro comercial e o Pai Natal lá estava a rar fotografias com
criancinhas que sentava no colo.
As montras, os postais, os sacos de compras, os bolos nas pastelarias, a televi‐
são, tudo em meu redor celebra um velhote de ar bonacheirão, a quem as artroses
parecem não chegar e que, ano após ano, vai ocupando sorrateiramente o lugar
do Menino Jesus. O meu próprio telemóvel faz questão de me enviar diariamente
um calendário do advento com gnomos, florestas cheias de neve e… lá no meio …
vem o vermelhusco do Pai Natal!! Às vezes parece‐me que estou a olhar para um
quadro do Wally… só que a tentar descobrir onde pára o menino Jesus!!!
É claro que no ra ng da Standard & Poors o Menino Jesus nem deve constar!!!
Mas por favor!!! É o nascimento dele que celebramos no dia 25 de dezembro!!! É
a esperança renovada do amor na simplicidade, da fé na salvação, da proximidade
entre o humano e o divino que nos torna crentes de que o bem triunfará sobre
todas as adversidades. E como precisamos desta mensagem vitamínica nos dias
de hoje!!!
Felizmente passei na festa das escolas do Sebal e lá estava… tudo como na
minha infância: um presépio vivo com todas as figuras que me faziam sonhar. E lá
estavam os pais e os avós, embevecidos com os seus meninos como Maria e José
terão ficado com o seu menino, Jesus. E pensei comigo mesma que, afinal, a tradi‐
ção ainda é o que era, e que a nossa frágil condição humana de seres cheios de
afeto nos conduzirá inexoravelmente a amar os pequeninos e a viver o Natal da
forma mais autên ca, mostrando de
forma incondicional o amor que por
eles sen mos. E lá fui, mais uma vez,
ler a História An ga do Miguel Torga
para ter a certeza que os maus aca‐
bam fritos e os bons levam sempre a
melhor!!!
A todos desejo um Santo Natal!
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 3
Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa
Ficha Técnica
Direção do Jornal:
Ana Rita Amorim
Isabel Neves
Fernando Pascoal
Paulo Carregã
Editores Isabel Neves
Paulo Carregã
Grafismo:
Ana Rita Amorim
Redação
Ana Rita Amorim
Isabel Neves
Paulo Carregã
Plataforma WWW
Fernando Pascoal
Impressão:
Reprografia da Escola Fernando Namora
Propriedade:
Agrupamento de Escolas de Condeixa
Contactos e envio de materiais
para publicação no jornal:
Os textos de opinião publicados no jor-
nal são da responsabilidade exclusiva
dos seus autores.
Dezembro de 2012
:: A página do Conselho Geral
O Conselho Geral do Agrupa‐
mento é o órgão de direção
responsável pela definição das
linhas orientadoras da a vidade
do agrupamento, assegurando a
par cipação e a representação
da comunidade educa va.
Neste primeiro ano de mandato do Conselho Geral realizaram‐se sete reuniões;
nas três primeiras procedeu‐se à cons tuição do órgão, à eleição do presidente
e nas restantes foram analisados, aprovados e dados pareceres sobre os mais
diversos assuntos. Alguns dos documentos mais significa vos para o agrupa‐
mento e que são da competência do Conselho Geral discu r e aprovar, foram:
‐ o Projeto Educa vo do Agrupamento, o qual foi largamente deba do e aprova‐
do em abril de 2012;
‐ o Plano Anual de A vidades que, sendo o documento que operacionaliza o
Projeto Educa vo, reflete muito do trabalho desenvolvido nos estabelecimentos
de ensino do agrupamento, o qual vai muito para além do espaço da sala de
aula, complementa a formação dos nossos alunos e enriquece toda a comunida‐
de educa va;
‐ o Regulamento Interno do Agrupamento, o qual foi revisto 3 vezes. Sim, 3 ve‐
zes. Estas revisões foram essencialmente consequência de mudança na legisla‐
ção, mas que obrigaram a alterações no documento em vigor.
Na análise dos documentos e assuntos tratados foi uma preocupação constante
a qualidade dos serviços prestados pelo agrupamento, o sucesso dos nossos
alunos, o seu bem‐estar e das suas famílias, assim como a sa sfação de todos os
que trabalham diariamente para que isso seja possível.
Sendo esta uma época de votos e intenções, o Conselho Geral deseja a toda a comunidade educa va um Natal pleno de simbolismo e alegria e que, no Novo Ano, as nossas ações sejam bem sucedidas.
A Presidente do Conselho Geral
Profª Graça Figueiredo
35%
10%
15%10%
10%
15% 5%
Composição do Conselho Geral 1
234567
7 docentes 2 não docentes 3 encarregados de educação 2 alunos 2 representantes do município
3 representantes da comunidade local
Diretora (sem direito a voto)
4 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
Editorial::
Vivemos tempos di ceis, nos quais o projeto de uma sociedade inclusiva, caraterizada pela equidade e pela jus ça, pare‐ce estar não apenas em crise, mas também a ser considerado como impossível e irrealizável, assumindo por isso os governos e os líderes de opinião que têm assento nos média a posição de que é preciso “fazer mais com menos” e de que “temos de viver com os recursos que temos, os quais, sendo poucos, implicam que temos de empobrecer”. Neste sen do, consoante as perspe vas sociopolí cas, há quem proponha o “aprofundamento”, a “reforma”, a “racionalização”, a “refundação” ou sim‐plesmente a “destruição” do estado social; no geral, a ideia de um estado mínimo tornou‐se cada vez mais presente na dis‐cussão pública.
Longe de toda a discussão polí ca sobre modelos do estado e da sociedade, as situações sociais de pobreza e de exclu‐são social tornaram‐se também no cia, sendo hoje comum falar‐se dos novos pobres e também das dificuldades das ins tui‐ções que prestam ajuda a todas essas pessoas; fala‐se dessas ins tuições recorrendo de novo à linguagem da assistência e da caridade, assumindo‐se à par da que essas pessoas foram abandonadas pelo estado, incapaz de garan r os direitos dos seus cidadãos. A solidariedade (ou seja, aquilo que a Revolução Francesa designou por fraternidade) é, pelo contrário, a crença na realidade desses direitos e na ideia de que o ser humano tem direito a uma vida decente e digna; mais do que isso é o compromisso a vo em tornar efe vos esses direitos e essa dignidade.
Numa situação de emergência social como aquela que estamos a viver, ser solidário é, no imediato, ajudar quem neces‐sita de apoio urgente e, enquanto se desenvolve essa ajuda, iniciar um processo de capacitação dessas pessoas, de molde a devolver‐lhes a sua condição de cidadãos a vos, produ vos e capazes de cumprir as suas obrigações sociais e de beneficiar dos seus direitos.
O primeiro número do JÁ apresenta um dossiê dedicado ao tema da solidariedade: o tema é tratado de uma forma plu‐ral, com textos que defendem perspe vas dis ntas, dando‐nos assim informação ú l para que cada um de nós, de forma crí ca, elabora a sua opinião fundamentada; neste dossiê, estão incluídos um texto de opinião do professor Fernando Morei‐ra e uma entrevista à Vice‐Presidente da Câmara Municipal de Condeixa, Dr.ª Margarida Guedes. Os textos dedicados ao dia internacional da pessoa deficiente, na qual se inclui a crónica da professora Ana Paula Amaro, também se ligam a este dossiê.
Tal como outros jornais escolares, o Já reporta em parte significa va das suas páginas as a vidades realizadas no agrupa‐mento de escolas de Condeixa; contudo, para além disso, o JÁ procura também trazer para as suas páginas o contributo de todos aqueles que fazem as escolas agrupadas de Condeixa — professores, alunos, funcionários não docentes, pais e encar‐regados de educação, e ainda os representantes da comunidade local que mostrem interesse pelo trabalho de formação que se realiza no nosso agrupamento; a sua colaboração enriquece significa vamente este jornal.
Por fim, uma breve nota histórica; o JÁ é um novo jornal, mas há um passado que assume como seu; na verdade, o JE, o Jornal da Escola, fundado pelo professor Fernando Moreira no âmbito do Clube Mul média do grupo de Filosofia, cons tui a nossa memória, que aqui assinalamos.
Levar os direitos a sério - isso é ser solidário
Fotografia:
Sebastião Salgado
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 5
:: A página da comunidade educa va
“Somos Assistentes Operacionais”
Dias agitados,
muito solicitados.
Respondem com prontidão ao trabalho
e à emoção.
Educadores em que a formação
é simplesmente amor e devoção.
Cremos no futuro.
Semeamos sorrisos de esperança.
Garra para vencer, sentido para crescer.
Apoiamos a desilusão, incentivamos
ao sucesso.
Acreditamos num mundo
Onde gira o progresso.
Guardadores de segredos
Aconchego de corações
Fremidos de amor, destruídos de dor,
Estamos sempre lá,
Com o nosso ombro amigo
Fazendo acreditar que faz sentido aqui estar
A escola, nossa casa, os meninos
nosso abrigo.
Somos alimentados pelo sonho
Movidos pela correria desenfreada
Pelos sorrisos contagiantes
Que nos tornam fortes e confiantes
E assim é:
Amamos, vencemos, “laboramos” para um ideal,
É o papel do Assistente Operacional.
Anabela Vitorino
Um professor, disse Thomas Mann, é a personificação da consci-ência do aluno - confirma-o nas suas dúvidas, explica-lhe o motivo de sua insatisfação e estimula a sua vontade de melhorar. Mas o profes-sor, para além da sua relação com os alunos, é também um profissio-nal que integra uma instituição, a escola, que se define, antes de mais, pelos professores que tem, mas também pelos professores que teve e que, dando-lhe o melhor do seu trabalho e da sua dedicação, a consti-tuíram e desenvolveram.
Uma escola que recorda quem a serviu é uma escola que respeita a sua identidade e que sabe como o futuro se constrói com o que, no passado, nos fez crescer; a tarde do professor que abaixo se assinala serviu justamente para lembrar estes factos, homenageando três pro-fessores cuja contribuição para a educação e o ensino em Condeixa é reconhecida por alunos, funcionários e professores.
6 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
A página do Diretor de Turma ::
::
Quando, como diretora de turma, pre‐
parava a exposição do projeto aos meus
alunos do 6ºC, depois de terminada a
leitura dos princípios orientadores e
obje vos enquadradores do mesmo,
ocorreu‐me o que Marçal Grilo disse
sobre educação e aprendizagem, no
livro “Di cil é Sentá‐los”:
«A ideia de que a educação são os meni‐
nos a saltar e os cavalos a correr, que é
tudo muito bonito, muito fácil, não é
verdade. A educação, e a aprendizagem
sobretudo, é esforço, é trabalho, é mui‐
tas vezes sacri cio.»
Foi este espírito que norteou a mo va‐
ção que me coube promover junto dos
meus alunos e dos pais, numa perspe ‐
va de adesão e comprome mento com
o projeto e, simultaneamente, de reco‐
nhecimento, por parte de todos os en‐
volvidos, da relevância e importância da
educação. O projeto “A minha turma é a
melhor da escola” veio, assim, contri‐
buir para fortalecer o sen mento de
que não basta andar na escola. É preciso
preparar o futuro, adquirir saber, co‐
nhecimentos, cul var os saberes e colo‐
car os conhecimentos ao serviço da re‐
solução de problemas, adquirir sen do
do dever e responsabilidade, da exigên‐
cia e do rigor.
E foi mesmo assim…Muito trabalho,
muito estudo, muita dedicação, muito
esforço. Fizemos uma caminhada co‐
le va: alunos, pais, professores, funci‐
onários. Alcançámos as metas. O reco‐
nhecimento chegou, como previsto, e
par mos em viagem, a prome da e
tão esperada viagem, certos de que
também ela fortaleceu as a tudes, os
valores e os comportamentos que, a
par do nível de conhecimentos a ngi‐
dos, vão, por certo, contribuir para a
construção duma cidadania responsá‐
vel a nível cívico, cultural e profissio‐
nal e que foram a chave do sucesso
na turma do 6ºC.
E não é apenas o 6ºC (alunos, pais e
professores) que está de parabéns.
Está também de parabéns a equipa
promotora do projeto que viu nele
uma forma de desenvolver capacida‐
des e a tudes capazes de a ngir as
metas consignadas no projeto educa‐
vo e também a direção do agrupa‐
mento por ter acreditado nele como
promotor de mudança.
Em jeito de balanço deixo a minha
modesta opinião: este projeto precisa
de ter con nuidade pois pode con ‐
nuar a dar frutos!
Condeixa, 06 de julho de2012
Aldina Barrosa Machado Esteves
diretora de turma do 6ºC em 2010/2011
Projeto “ A minha turma é a melhor da escola”
O olhar de uma diretora de turma
TURMA VENCEDORA do 6º ano em 2011/2012
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 7
:: A página do Diretor de Turma
Numa época em que se assiste à desagregação de todos
os sistemas, polí cos, económicos, sociais e familiares, a
escola mantém‐se como o úl mo reduto de segurança e
fiabilidade para os mais jovens. Muitos não sabem se, quan‐
do chegarem à noite a casa, terão jantar, a mãe empregada,
o pai ausente por estar num segundo emprego que lhe per‐
mita trazer algum dinheiro extra para casa no final do mês.
Não sabem se a casa que os abriga con nuará a ser a sua,
no próximo mês; se o carro, que os transporta de manhã,
terá combus vel para os levar no dia seguinte…
No meio deste cenário de caos e incerteza futura, a Escola
é uma certeza nas suas vidas. Nela estão os amigos, os mo‐
mentos de alegria par lhada, a refeição quente do almoço
(para alguns, já a do pequeno‐almoço), a oportunidade de
conhecer novos dados, de ouvir histórias diferentes, de so‐
nhar… Sobretudo, a par r do momento em que entram de
manhã no edi cio, a oportunidade de esquecerem, durante
algumas horas, que o mundo fora dele parece estar a ruir
sem se vislumbrar o momento da sua reconstrução, com‐
prometendo um futuro promissor para eles.
O papel do diretor de turma é, por isso, cada vez mais
fulcral. Mais do que supervisionar o aproveitamento e o
comportamento dos alunos e informar a família, cabe‐lhe
ser o olho vigilante e perspicaz, o ouvido atento e pronto a
escutar confidências e desabafos de jovens perplexos, bara‐
lhados com a situação que vive o país e que se reflete nas
suas casas. Quando tudo o mais parece falhar, fazer a ponte
com outras ins tuições, encontrar soluções ou procurar
minimizar problemas pode fazer a diferença na vida destes
seres. Às vezes, basta apenas escutar…
Nesta época que se quer de paz interior, mais próxima dos
outros, de sorriso na cara, esperemos conseguir fazer a pon‐
te entre todos, funcionários, alunos, famílias, nós que for‐
mamos uma grande comunidade, a escolar, do Agrupamen‐
to de Escolas de Condeixa e pode ser que o novo ano pareça
menos negro e mais promissor.
Votos de um melhor ano para todos nós!
dos Coordenadores dos
Diretores de Turma do Agrupamento
A Escola, Pilar da Sociedade Atual
As pautas da avaliação do 1º Período serão afixadas no dia 21 de Dezembro a partir das
10h00. As entregas das avaliações aos Encarregados de Educação, acontecerão entre os di-
as 3 e 9 de Janeiro, em reuniões convocadas pelos Diretores de Turma para o efeito.
8 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
NOTÍCIAS/ ATIVIDADES ::
Os atletas do Agrupamento… no Corta-Mato Escolar No dia 31 de outubro, decorreu, no Par‐
que Verde, o Corta‐Mato do Agrupamen‐
to de Escolas de Condeixa‐a‐Nova, dina‐
mizado pelo Grupo de Educação Física e
integrado no projeto do Desporto Esco‐
lar.
Par ciparam nas diferentes provas dos
respe vos escalões – infan s A, infan s
B, iniciados e juvenis – um total de 85
alunos, desde o 1º ciclo de ensino até ao
secundário.
Foram realizadas provas desde os 1000
até aos 3500 metros, a que os alunos
corresponderam bastante bem, com
grande empenho, imprimindo, dessa
forma, um nível compe vo salutar.
Para a realização do evento, o Agrupa‐
mento contou com a colaboração da
Câmara Municipal de Condeixa‐a‐Nova,
Bombeiros Voluntários e Guarda Nacio‐
nal Republicana.
O grupo felicita todos os alunos par ci‐
pantes, a quem foram entregues cer fi‐
cados, par cularmente, àqueles que se
classificaram nos seis primeiros lugares
de cada escalão/género, que alcançaram
o direito de representar o Agrupamento
no Corta Mato Distrital, a realizar‐se no
dia 29 de janeiro, em Coimbra.
Nas palavras das alunas Mafalda Mar ns
(5º A) e Bruna Brito (5º B) "Para alguns, a
primeira vez, para outros mais uma vitó‐
ria numa carreira já longa, começada
ainda no 5ºano”. No final da prova hou‐
ve a entrega dos prémios, e muitos
aplausos. Todos os alunos que realiza‐
ram esta prova veram uma par cipação
bastante posi va deixando a imagem de
grande espirito despor vo. Contaram
também com toda a família reunida que
se orgulhou dos seus campeões. Foi um
dia que vai ficar na nossa memória.
Ficam as classificações de pódio e algumas fotos…
CORTA MATO ESCOLAR 2012 Escalões 1º Lugar 2º Lugar 3º Lugar
Infantis A Femininos
Mafalda Martins (5ºA)
Carolina Fer-reira (5ºA)
Iara Noivo (5ºC)
Infantis A Masculinos
Pedro Ferreira (5ºB)
Diogo Oliveira (5ºD)
Rafael Silva (5ºA)
Infantis B Femininos
Diana Oliveira (7ºB)
Filipa Lopes (7ºA)
Virgínia Gonçalves (6ºA)
Infantis B Masculinos
Daniel Santos (5ºA)
André Costa (6ºF)
Pedro Jimenez (6ºE)
Iniciados Femininos
Mª Francisca Rodrigues
(8ºA)
Mariana Cou-tinho (8ºA)
Tânia Ribeiro (8ºC)
Iniciados Masculinos
Dmytro Bodnarchuk
(9ºB)
João Frota (9ºC)
André Bernardes (8ºC)
Juvenis Masculinos
João Fonseca (9ºA)
Pedro Sales (10ºC)
Emanuel Bacalhau (11ºA)
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 9
:: NOTÍCIAS/ ATIVIDADES
Tal como tem sido hábito no Agrupamento, decorreu, uma vez mais, o
Torneio de Basquetebol que integra o projeto de âmbito nacional Compal
Air 3 x 3. Esta compe ção que obedece a diferentes fases, culminando na
nacional, com as equipas apuradas nas escolas de todo o país, visa a ade‐
são e fomento da modalidade.
O nosso torneio realizou‐se durante três quartas‐feiras, de 3 a 17 de outu‐
bro, de acordo com os diferentes escalões/géneros das equipas inscritas.
Par ciparam 57 alunos, integrando 15 equipas. Foram ainda realizadas
provas técnicas de lançamento, drible e manejo de bola, nas quais se des‐
tacaram os mais dotados…
Foram tardes de boa confraternização despor va, nas quais os alunos de‐
monstraram, mais uma vez, que o desporto é mo vo de alegria e bem‐
estar.
No final, foram apuradas as equipas vencedoras por escalão, a saber: 7º B
female (Inf. Fem.); 2win (Inic. Fem.); Gucci (Juv. Fem.); Sem nome (Inf.
Masc.); Bichos (Inic. Masc.).
Boa sorte a todos para a próxima fase!
Compal Air 3 x 3… o Basquetebol espetáculo!
O Agrupamento voltou a integrar o projeto Mega, desen‐
volvido numa parceria entre a Federação Portuguesa de
Atle smo e o Desporto Escolar. Mo var e sensibilizar os
alunos para a prá ca do Atle smo, apoiando os jovens
mais talentosos nesta área, são os grandes obje vos do
Projeto Mega.
O Projeto Mega desenvolve‐se tendo como referência a
velocidade, uma qualidade sica fundamental no desen‐
volvimento motor da criança/jovem, transversal à prá ca
de quase todas as a vidades despor vas. As a vidades
dinamizadas pelo Grupo de Educação Física / Clube de
Desporto Escolar foram provas de velocidade (40m) e sal‐
to em comprimento.
Foram obje vos da integração deste projeto no Plano
Anual de A vidades, a promoção de es los de vida saudá‐
veis, desenvolver prá cas orientadoras para as aprendiza‐
gens dos alunos, a aplicação dos conteúdos abordados na
disciplina de Educação Física, o desenvolvimento do espíri‐
to de fairplay e o apuramento dos alunos com as melhores
classificações, por escalão, em cada uma das provas para
representarem a nossa escola na Fase Distrital.
De 7 de novembro a 5 de dezembro, às quartas‐feiras, da
parte da tarde, foram realizadas as provas calendarizadas
de acordo com os escalões, tendo sido plenamente alcan‐
çados os obje vos traçados.
Depois do apuramento realizado em cada turma, par ci‐
param na Fase Escola 38 alunos. De realçar a envolvência,
uma vez mais, dos alunos do 1º ciclo no projeto, tal como
havia acontecido no Corta‐Mato, através da disciplina de
Expressão Físico‐Motora lecionada no âmbito das A vida‐
des Extracurriculares.
Mais rápido, mais longe… mais forte – Projeto Mega
10 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
NOTÍCIAS/ ATIVIDADES ::
Todas as informações e fotos do Clube de Desporto Escolar em: http://efdeaecondeixaanova.blogspot.pt/
Os alunos com melhores classificações em cada prova e, pelo facto, apurados para representar o Agrupamento de Escolas de Condeixa‐a‐Nova, no dia 13 de março, na Fase Distrital, que se realizará no Estádio Cidade de Coim‐bra, foram os seguintes:
CORRIDA DE VELOCIDADE (SEGUNDOS) SALTO EM COMPRIMENTO (METROS)
Feminino Feminino Feminino Masculino
Infantis A 2002/03
5ºC Alexandra Marques (6,51)
5ºE Maria Rocha (6,90)
5ºB Gonçalo Costa (6,11)
5ºB Pedro Ferreira (6,35)
5ºC Alexandra Marques (2,80)
4ºA Carlos Lima (3,47)
Infantis B 2000/01
6ºA Virgínia Gonçalves (6,66)
7ºB Diana Oliveira (6,84)
7ºB Guilherme Nunes (6,52)
7ºB Francisco Palrilha (6,70)
7ºB Diana Oliveira (3,55)
6ºA Tiago Narciso
(3,88)
Iniciados 1998/99
8ºE Ana Miranda (6,56)
7ºC Ana Leal (6,75)
8ºC André Bernardes (6,09)
8ºE Gonçalo Beja (6,42)
8ºE Ana Miranda (3,68)
8ºE Gonçalo Beja (4,24)
Escalão
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 11
Este ano a EB2 oferece um novo espaço de apoio às famílias e aos alu‐nos ‐ o ATL.
Ao longo deste primeiro período foram já realizadas algumas a vida‐des diver das como a comemoração do Halloween, em que nos mascará‐mos, fizemos jogos, cozinhámos boli‐nhos e comemos muitos docinhos, e a do dia de S. Mar nho, em que deco‐rámos a nossa sala a preceito, fizemos cartuchos e comemos castanhas.
Semanalmente, os alunos têm a oportunidade de realizar diferentes a vidades ar s cas, bordados e tape‐çarias, culinária, ver filmes e jogar jogos e ainda têm apoio na realização dos TPCs.
O ATL convida todos os alunos da EB2 a aparecerem na sala C1.02 para conhecerem o nosso espaço e par ci‐parem nas nossas a vidades.
Aparece e
traz um amigo!
A propósito do projeto A falar bem é que a gente se entende, mais uma vez, os tapetes conta-dores de histórias procuram dar o seu contributo no desenvolvimento da comunicação, linguagem e fala, acreditando que, através do lúdico e das his-tórias, podemos oferecer às nossas crianças me-canismos que lhes permitam aperfeiçoar e desen-volver estas competências de uma forma divertida e prazenteira.
Assim, idealizado e confecionado pela Educa-dora Nina (Fernanda Raposo), surge agora um novo tapete, neste caso falador, da história
adaptada da Galinha Medrosa, que pretende, com as peripécias de uma galinha muito medrosa e de um discurso atabalhoado, trabalhar algumas das dificuldades de linguagem mais comuns nas nossas crianças.
A partir de janeiro de 2013 serão calendari-zadas sessões da história do tapete falador, A Galinha Ruiva, em todas as salas dos jardins de infância do agrupamento.
Tapetes contadores de histórias
A Galinha Medrosa
:: NOTÍCIAS/ ATIVIDADES
12 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
NOTÍCIAS/ ATIVIDADES ::
A 17 acontece… Já em época de presépios, de calor da lareira e de tradi‐
cional atenção ao outro, acalmamos a infan l ansiedade,
produto de um longo ano de espera, recordando que afinal
o espírito de Natal acontece sempre que quisermos. Cum‐
pre, pois, dar aqui conta de um programa que, ao longo dos
úl mos meses, tem feito acontecer em Condeixa‐a‐Nova,
de diferentes formas e em diversos locais.
O programa «A 17 acontece» nasceu no âmbito das inici‐
a vas camarárias respeitantes ao Dia Mundial Contra a
Pobreza e a Exclusão Social, assinalado a 17 de outubro do
corrente ano, tendo o Agrupamento de Escolas de Condeixa
naturalmente aderido, a par de outros parceiros, numa
altura em que as dificuldades se vão fazendo sen r com
par cular intensidade: nas palavras da Vice‐Presidente da
Câmara Municipal de Condeixa (responsável pela pasta da
ação social), Dr.ª Margarida Guedes, o que mais preocupa,
no momento, «são os bens alimentares», mas, para além
disso, «há muitos pos de carências».
Ciente da diversidade e da importância dessas carências,
bem como da especificidade do seu papel no seio da comu‐
nidade, a EB2 trouxe daquele evento um simbólico cesto de
recolha, cuja presença inspirou a vidades de diferente ca‐
riz, desde a troca de conhecimento à recolha de vestuário,
da palavra dita à entrega de produtos de higiene, passando
pelos bens, nomeadamente alimentares, ou mesmo tampi‐
nhas. Assim, o espírito de par lha, de forma discreta, mas
efe va, foi envolvendo os alunos e respe vas famílias, pro‐
fessores e funcionários, chegando às salas de aula, em res‐
posta a dificuldades previamente sinalizadas ou simples‐
mente visando o enriquecimento comum.
De facto, podemos dizer que em torno do dia 17 de cada
mês compareceu uma vontade solidária, feita de «coisas,
pequenas coisas», daquelas que aproximam as gentes e
que ensinam que não é Natal só a 25 de dezembro. Na nos‐
sa escola, também a cada 17, esse Natal acontece.
Sandra Galante, coordenadora da EB2
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 13
:: NOTÍCIAS/ ATIVIDADES
Na Quinta das Romãzeiras
No dia 19 de novembro, fomos visitar a Quinta das Romãzeiras, na
Casa de Saúde Rainha Santa Isabel.
É uma quinta agrícola onde vimos muitas coisas interessantes:
árvores de fruto, estufas, muitas flores e um lago com patos. No
lago havia uma jangada onde é posta a comida para os patos e
uma casa para as galinhas! Nas estufas havia muitos vegetais: cou‐
ves, alfaces, espinafres, beringelas, morangos, pepinos…
Também havia um local onde se colocam as fezes dos animais que depois se decompõem em estrume para as plantas.
Aprendemos que há pessoas que, mesmo com uma deficiência,
cul vam na quinta e criam animais para a sua alimentação.
No final, recebemos uma flor cor de laranja!
No dia 21 de novembro, voltámos à Casa de Saúde Rainha Santa Isabel mas, desta vez,
fomos par cipar em ateliês.
Fizemos muitos trabalhos, diferentes uns dos outros: pintámos cascas de nozes, que
colámos em cartões, pintámos e ficaram umas joaninhas muito engraçadas! Também
fizemos espantalhos, com pano, fios, cola, jornal e um pau de espetada. Outros colegas fizeram pulseiras de lã e colares.
Gostámos muito desta a vidade e de ver os trabalhos que já estavam feitos por outras
pessoas. E ainda nos ofereceram uma borboleta de papel, com um chupa‐chupa!
Grupo de alunos do 3ºA ‐ EBNº1 de Condeixa
ÁRVORE DA SOLIDARIEDADE
A pobreza e a exclusão social cons tuem
um dos mais graves problemas das soci‐
edades dos nossos dias. Não podemos,
nem queremos alhear‐nos de um pro‐
blema que toca a todos, por isso, e, por‐que acreditamos que é possível fazer a
diferença através de pequenos gestos,
decidimos associar‐nos a esta causa
construindo a ÁRVORE DA SOLIDARIEDA‐
DE.
Tivemos como obje vos desenvolver nos
alunos sen mentos de solidariedade
entre todos, sensibilizar para os valores
da família e amizade e interiorizar valo‐res democrá cos e de cidadania.
No âmbito da comemoração do Ano dos Morcegos, os alunos do Jardim de
Infância n.º 1 de Condeixa visitaram as Buracas do Casmilo, à procura de
ves gios destes animais… que são os únicos mamíferos que voam e que
gostam de viver em grutas!
14 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
NOTÍCIAS/ ATIVIDADES ::
Atividades realizadas pelos formandos do Curso Profissional de Apoio Psicossocial
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 15
NOTÍCIAS/ ATIVIDADES ::
16 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
:: NOTÍCIAS/ ATIVIDADES
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 17
:: NOTÍCIAS/ ATIVIDADES
A Evolução da Informática
Esteviveram em exposição, durante o mês de
outubro e novembro, no átrio da Escola Secun‐
dária Fernando Namora, alguns equipamentos
que fazem parte da “evolução da informá ca”.
Esta exposição foi dinamizada pelos alunos do
1º ano do Curso de Instalação e Operação de
Sistemas Informá cos (IOSI), contando com a
presença de alguns equipamentos tais como: o
ábaco, placas gráficas, disquetes, motherbo‐
ards, processadores, discos, entre outros equi‐
pamentos.
blog do IOSI
http://cefiosiesfn.blogspot.com
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18 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
Estamos na época natalícia. Já cheira a
azevinho, a musgo verde, a pinheiros
vaidosos, enfeitados de bolas colori‐
das e luzinhas cin lantes…
hummmmm… e o cheirinho a filho‐
ses, a bolo de mel, rabanadas e bolo‐
rei, que fazem despertar o ape te!?
Na casa do pai Natal, na Lapónia, já se
sente a azáfama desta época; todos
correm de um lado para o outro, atare‐
fados com o frenesim do trabalho que
há para fazer: construir brinquedos,
preparar e verificar se o trenó foi à
inspeção, alimentar bem as renas, colo‐
car em ordem as cartas escritas por
todas as crianças do mundo que envia‐
ram para o Pai Natal com os seus imen‐
sos pedidos. Enfim, nem imaginam!
Truz, truz, truz. Batem à porta. O duen‐
de Piteco abre a porta e surge à sua
frente outro duende. Estava enregela‐
do, era baixinho, muito magrito e mi‐
damente pedia um emprego.
O Piteco foi a correr chamar o Pai Natal.
Este estava na sua sala a trabalhar no
computador. É aí que tem todas as
informações re radas das cartas das
crianças, numa enorme base de dados
(é assim que ele sabe quem se portou
bem ou mal…).
O Pai Natal reparou na aflição de Piteco
e ligeirinho chegou à porta. Deu‐lhe um
aperto no coração! Rapidamente man‐
da‐o entrar e começou a reconfortá‐lo.
Mandou preparar um banho quen ‐
nho, arranjou roupinhas de lã confortá‐
veis e um cremoso chocolate quente.
Ninetalis parecia outro.
Escusado será dizer que o Pai Natal, com
o seu coração carregadinho de genero‐
sidade e solidariedade, lhe arranjou
logo emprego. Iria trabalhar na linha de
montagem da Fábrica de Brinquedos.
‐ Mais um par de mãos dá sempre jeito
nesta altura do ano – disse o Pai Natal.
Na Fábrica estava tudo preparado para a
montagem de bonecos.
Ninetalis ficou encarregue de pintar os
bonecos.
Os bonecos seguiam pela passadeira
rolante e iam passando por outros du‐
endes que nham diferentes responsa‐
bilidades. Uns punham os olhos, outros
os braços, outras as pernas, até ficarem
completos. Finalmente chegavam às
mãos habilidosas de Ninetalis. Este
estava tão feliz que o seu sorriso che‐
gava de orelha a orelha No fim da
passadeira e depois de passarem pelo
secador, os bonecos iam caindo num
cesto gigantesco. Havia bonecos bran‐
cos, outros amarelados com olhitos à
chinês, outros negros e de cabelo enca‐
rapinhado, outros avermelhados, ou‐
tros acastanhados…enfim de variadas
cores e expressões.
Os duendes que estavam a empacotar
os bonecos começaram a reparar que
aqueles bonecos eram diferentes.
Criou‐se uma agitação enorme! Os
duendes começaram a gritar, gerou‐
—se uma infernal confusão e começa‐
ram a maltratar o duende Ninetalis.
Zangaram‐se com ele e insultaram‐no
:3 DEZ ‐Dia Internacional da Pessoa com Deficiência ::
Um duende diferente Texto elaborado pela turma D do 3º/4º Anos da EBNº3
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 19
:: 3 DEZ ‐Dia Internacional da Pessoa com Deficiência
dizendo que ele não fazia nada em
condições, que nha estragado a pro‐
dução toda de bonecos.
Ninetalis encolheu‐se envergonhado.
Já estava habituado a ser tratado as‐
sim… as pessoas não o compreendi‐
am. Mais uma vez ia perder o seu
emprego. E ele que estava a gostar
tanto deste!
A gritaria, a confusão e os empurrões
não paravam. Todos estavam contra
ele.
O barulho perturbou tanto o sossego
do Pai Natal que este levantou‐se e
foi ver o que se passava
A barafunda reinava e todos queriam
explicar ao Pai Natal a desgraça que o
Ninetalis nha provocado. Afinal, ele
nha estragado o Natal!
O Pai Natal esforçava‐se mas não con‐
seguia compreender o que se passava
porque todos falavam e refilavam ao
mesmo tempo, acusando o Ninetalis.
Felizmente o Pai Natal é muito pacien‐
te, calmo, generoso e aguardou que
todos se acalmassem. Nessa altura
Vul rius, o supervisor da fábrica de
brinquedos, informou o Pai Natal do
sucedido.
Ficaram todos em ”suspense” a aguar‐
dar o veredito final.
Todos olharam para o Pai Natal. Este
sorri com um ar de visionário… nha
do uma genial e luminosa ideia.
Ninetalis afinal não nha destruído
o Natal, graças ao seu talento, Nineta‐
lis iria transformar este Natal num
Natal diferente.
O espanto era geral. Em silêncio
aguardavam. De repente, o Pai Natal
virou‐se para o Ninetalis e, sorrindo,
disse‐lhe:
‐Parabéns! És um génio! Tiveste
uma ideia fantás ca. Transformaste e
marcaste para sempre este Natal.
Os duendes, nos seus fa nhos ver‐
des, estavam incrédulos!
‐Ó Pai Natal, afinal o que se passa?! –
Não se vai zangar ou despedir o Nine‐
talis?! Ele estragou os brinquedos!
‐Calma, meus pequeninos heróis. Ora
pensem um bocadinho …o que fez o
Ninetalis? Ele transformou os bone‐
cos normais que fazíamos em bone‐
cos extraordinariamente parecidos
com todas as raças do planeta. Agora,
todas as pessoas do mundo poderão
comprar ou receber um boneco da
sua raça, seja ela europeia, asiá ca,
africana, indiana, indígena ou de dife‐
rentes etnias como a cigana…tantas e
tantas outras! Foi realmente uma
ideia excelente!
‐Já imaginaram os rostos e as expres‐
sões felizes que vamos proporcionar
este ano a tantos milhões de pesso‐
as?!
Os duendes envergonhados com a
a tude que nham do com o Nine‐
talis, abraçaram‐no, pediram‐lhe mui‐
tas desculpas e elogiaram a forma
diferente que ele nha de ver as coi‐
sas. Tinha conseguido unir todas as
raças do planeta com um simples bo‐
neco!
No dia de Natal, nas diferentes par‐
tes do mundo, houve espanto, surpre‐
sa, sorrisos e muita alegria.
Aguardamos pelas expressões felizes
de todos numa união familiar repleta
de amor e carinho com votos de um
bom Natal para todos os habitantes
do planeta!
20 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
3 DEZ ‐Dia Internacional da Pessoa com Deficiência ::
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 21
:: 3 DEZ ‐Dia Internacional da Pessoa com Deficiência
DEFICIÊNCIA (Mário Quintana)
"Deficiente" é aquele que não consegue modificar a sua vida, aceitando as im-posições de outras pessoas ou da sociedade em que vi-ve, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura
ser feliz.
"Cego" é aquele que não vê o seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria.
"Surdo" é aquele que não
tem tempo de ouvir um de-sabafo de um amigo, ou o
apelo de um irmão.
"Mudo" é aquele que não consegue dizer o que sente
e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não
consegue andar na direção daqueles que precisam de
sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.
E "Miserável" são todos os que não conseguem falar
com Deus.
Como forma de assinalar o Dia Internacional da Deficiência, o departamen‐to de Educação Especial dinamizou, de 3 a 7 de dezembro, a “Semana da Diferença”. Ao longo desta semana os alunos da EB2 puderam visualizar, no hall do bloco B, uma apresentação alusiva à deficiência e inclusão educa va e social das pessoas portadoras de deficiência. Para além disso, diversos cartazes espalhados pela escola chamaram a atenção para a necessidade de respeitar as diferenças, encarando‐as como naturais na diversidade hu‐mana. Nem todas as pessoas sem deficiência são eficientes em todos os as‐petos da sua vida, assim como as pessoas portadoras de deficiência não são deficientes em tudo, antes pelo contrário: têm muitas potencialidades: é preciso iden ficá‐las, acreditar nas capacidades de cada um e tratar essas pessoas com todo o respeito que merecem, apenas como qualquer outra, mas atendendo às suas necessidades especiais.
****Feliz Natal** São os votos do departamento de
Educação Especial
22 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
Viver a Diferença Amar em sinceridade,
Incluir na vida o respeito, Superar dificuldades.
Construir um mundo mais justo
Onde todos tenham o mesmo valor
Pobres, idosos, crianças, Sem distinção de raça ou cor.
Ser apenas diferente, Na vida ninguém é igual,
Somos todos únicos, diferentes,
Deus fez-nos a cada um… ESPECIAL!
Amar a todos sem distinção,
Fazer da diferença aprendizagem,
Pessoas portadoras de necessidades,
Somos todos nós, que precisamos viver em igualdade.
Uns precisam mais de carinho,
Outro de estímulo para seguir,
Outros andam com dificuldade,
Precisam de guia… de apoio para prosseguir.
Alguns veem com os olhos da alma;
Outros falam a linguagem das mãos;
Somos todos diferentes;
Brancos, mulatos, negros… IRMÃOS!
Há que viver a diferença, E nela aprender a amar,
Respeitando todos os seres, unidos…
Vida feliz vamos todos ganhar. (adap. de Paula Belmino)
Entre os dias 17 e 26 de outubro, a profes‐
sora Maria João Antunes, responsável pela
UEEA, dinamizou sessões de sensibilização
para o Au smo em todas as turmas do 5º
ano. A avaliação destas sessões conside‐
ra—se bastante posi va dado que os alu‐
nos se mostraram bastante interessados
no tema, ques onando a professora sobre
as caraterís cas e necessidades de diver‐
sos alunos com Necessidades Educa vas
Especiais, mesmo daqueles que não se
enquadram no Espetro do Au smo.
Foi passado um pequeno ques onário, no
final de cada sessão, no qual era pedido
aos alunos que, anonimamente, avalias‐
sem a sessão. A maior parte dos alunos
(80%) avaliou as sessões com a menção de
excelente. Era ainda pedido aos alunos
que expressassem a ideia principal com
que ficaram sobre o Au smo; aqui estão
algumas:
“O au smo é uma perturbação da cabeça
e as pessoas que têm essa perturbação
parece que vivem noutro planeta”;
“Que quem tem au smo não consegue
controlar‐se e por isso devemos ajudá‐‐
las”;
“Acho que é um problema grave, mas de‐
vemos tratar essas pessoas como trataría‐
mos qualquer outra”;
“Devemos brincar com eles e dizer‐lhes
sempre o que devem fazer”;
NOTÍCIAS /ATIVIDADES ::
No dia 17 de outubro, par cipámos na inicia va
“A 17 acontece…” com a leitura do poema
Notícias do Departamento de Educação Especial
No dia 3 de outubro realizou‐se uma sessão in tulada “Alunos com NEE
nas Escolas Regulares: a realidade da EB2 de Condeixa”. Esta sessão,
des nada a todos os professores que lecionam na EB2 e dinamizada
pela professora Maria João Antunes, teve como obje vo sensibilizar
para a inclusão socioeduca va dos alunos com NEE que frequentam
esta escola, nomeadamente os que apresentam Perturbações do Espe‐
tro do Au smo. Foi dado especial ênfase às crises que estes alunos
apresentam, quando sujeitos a elevados níveis
de ansiedade ou frustração, e indicadas algumas
estratégias para as prevenir, ou, se tal não for
possível, que a tudes tomar, quando a crise já
se encontra instalada.
Com o obje vo de sensibilizar e dar a conhecer, de uma maneira geral,
as caraterís cas das pessoas com Perturbações do Espetro do Au smo,
realizou‐se no hall junto ao bar e sala de alunos, entre os dias 15 de
setembro e 30 de novembro uma pequena exposição sobre o tema.
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 23
:: NOTÍCIAS/ ATIVIDADES
No dia 9 de Novembro dois jogadores da Aca‐démica vieram à escola
A sala dos alunos estava enfeitada.
Eu vi os jogadores e eles deram autógrafos.
Eu fiquei feliz. Mariana 6ºF
“Comunicar com símbolos” - software educativo que facilita a aprendiza-gem da leitura e da escrita pela associação da palavra à imagem
Alguns alunos do nosso Agrupamento, com a ajuda dos professores Mário Alves e Isabel Correia decidiram lembrar o dia de S. Martinho, oferecendo aos pro-fessores da Escola Básica nº 2 um momento musical com algumas canções. Esta atividade foi antecedida por uma ida à feira para comprar castanhas e concluída com um belo magusto!
No dia 12 de novembro, eu, os professores e alguns colegas fo‐mos até à sala dos professores para tocar e cantar canções rela‐cionadas com o dia de S. Mar ‐nho. Quando lá chegámos estavam lá muitos professores. Cantámos três canções e, quando acabámos, todos bateram palmas porque gostaram muito. No final, a diretora ofereceu‐nos broa e castanhas assadas. Voltámos para a sala, cantámos e tocámos mais uma vez e come‐mos as castanhas assadas e bebe‐mos sumo.
Sandra Santos nº 9 8ºC
24 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
A Solidariedade aos olhos dos nossos alunos::
No passado ano letivo, por ter cumprido todos os meus deveres enquanto delegada de turma, entrei para o quadro de valor. Quando me disseram isto fiquei um pouco espantada por-que não estava mesmo à espe-ra. Acho que só fiz o que me foi pedido, tendo em conta a minha função perante a turma.
Para mim, a solidarieda-de é ajudar quem precisa, não tendo em conta a sua idade nem o seu estatuto social, e aju-dar é não estar à espera de na-da em troca.
Júlia Silva Nº11 7ºG
Um amigo No ano passado ganhei o
quadro de valor, porque eu aju-
dei um colega da minha turma
que tinha problemas. Ele, de
vez em quando, não tomava o
comprimido e ficava descontro-
lado, e eu tentava acalmá-lo e,
muitas vezes, conseguia. Tentei
ser amigo dele para o ajudar.
Para mim, ser solidário é
ajudar as outras pessoas e ten-
tar compreendê-las sem rece-
ber nada em troca. Diogo Manaia, 7ºA
Solidariedade nos dias de hoje
Dar sem esperar receber em troca...
Esta é a primeira ideia que me surge quando penso numa definição ou num sentido para o termo Solidariedade.
Em tempos que toda a gente diz serem de crise, há imen-sas iniciativas e projetos em que nos podemos envolver e colaborar, de maneira a dar apoio e a ajudar aqueles que verdadeiramente precisam de auxílio.
Um projeto que tem vindo a destacar-se nesse domínio é o “Banco Alimentar Contra a Fo-me”, caraterizado pelo elevado número de voluntários que consegue reunir à volta de um objetivo comum: recolher ali-mentos para posterior distri-buição por instituições de soli-dariedade social e pelas famí-lias mais carenciadas.
A forma de recolha mais co-
mum, utilizada em todas as campanhas, é a que diretamen-te é levada a cabo por centenas de voluntários distribuídos nos vários pontos de venda das grandes cadeias de super e hi-permercados, que, estabele-cendo contacto direto com as
pessoas, trocam um sorriso e um obriga-do por um saco com alimentos.
Mas não se pense que só quem vai às com-pras pode contribuir. Para evitar que alguém que queira ajudar fique de fora, o “Banco Alimen-tar Contra a Fome” criou num sítio da internet uma alternativa à entrega direta. Sob a denomi-nação alimentestaideia.net, cri-ou a possibilidade de, qualquer
pessoa selecionar os alimentos e as quantidades que pretende doar; e o Banco Alimentar a que pretende destiná-las, tudo com o controlo do valor que a doação representa. Depois, é só proceder ao pagamento e a entrega é garantida.
Como é bom de ver, não há desculpa para não ajudar, pois, tudo se encontra à distância de
um clique.
Mas mais perto ainda que um clique no rato do computador, estão os nossos conhecidos que, tantas vezes, precisam da nossa ajuda. E esses têm um rosto e uma voz.
Basta estar atento e ver o que à nossa volta merece a nossa solidariedade.
João Francisco Letras Ferreira Nº 10 8º Ano - Turma D
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 25
:: A Solidariedade aos olhos dos nossos alunos
Solidariedade
A solidariedade não é uma obrigação, mas um dever moral. Nós, escuteiros, não a praticamos por nos impingirem essa obrigação ou por termos como lema fazer uma boa ação por dia. Quando nos entregamos aos outros, não esperamos qual-quer recompensa, pelo contrá-rio: damo-nos sem medida, com-batemos sem cuidar das feridas, trabalhamos sem procurar des-canso e o nosso maior objetivo é dar e receber sorrisos.
Todos nos conhecem
Ser solidário
Ser solidário é algo muito precio-so. Eu sou aluna da EB2 de Condeixa e sou, com muito orgulho, escu-teira. Ser escuteiro não é só ter um lenço ao pescoço, não é só andar de farda vestida e de chapéu B P (Baden Powell) na cabeça. É mui-to mais do que isso, é sermos solidários para com os outros. É ajudarmos os outros.
pela “praga” de adolescentes de calção e meia até ao joelho, de inverno a inverno, e lenço ao pes-coço, como os que recolhem ali-mentos, cheios de boa vontade, que podem mudar a vida de muitas famílias. No entanto, a solidarieda-de não é só isto. Há a limpeza de espaços públicos e as campanhas de bens para instituições, em que participamos, e os sorrisos e abra-ços que distribuímos. Ser solidário é dar o nosso lugar no transporte público e fazer toda a viagem em pé, é ajudar alguém a atravessar a rua, é ver as diferenças e torná-las indiferentes, é olhar para quem
está ao nosso lado, é dizer não aos preconceitos, é denunciar a violên-cia doméstica e os abusos infantis.
Tudo é solidariedade quando ajudamos os outros sem quaisquer benefícios para nós, a não ser tranquilidade e paz de es-pírito. Isto é ser escuteiro mas, acima disso, é ser humano, é cres-cer interiormente e despertar para a realidade.
Vivemos num mundo em que, cada vez mais, ou somos soli-dários ou solitários. Qual prefe-res? Faz a tua própria escolha, mas lembra-te: amanhã podes ser tu a precisar de ajuda!
Filipa Beatriz 12ºC
Não é alguém pedir-nos algo e nós dizermos não. Ser solidário não é só darmos os nossos brinquedos velhos a quem não os tem, pela altura do Natal. É também auxiliar alguém a atraves-sar a rua ou a carregar algo muito pesado. É ajudar alguém que não tem nada. Se alguém precisa de água nós não dizemos: - Desculpe, mas já só temos pouca água.
Dizemos sim: - Espere um momento, nós vamos já tirar dos nossos cantis. E oferecemos a água. Fazemos o mesmo com comida ou outra coi-sa qualquer. Mesmo tendo pouco, esse pouco, torna-se muito para alguém. E lembrem-se, façam como Baden Powell, fundador do escutismo, nos ensinou: “Tentem sempre deixar o mundo um pouco me-lhor do que o encontraram.”
Raquel Cardoso, 6ºF
26 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
ENTREVISTA ::
Já - Tendo em conta a situação global do país neste mo-mento, como é que avalia a situação social do concelho de Condeixa?
Dr.ª Margarida Guedes (MG) - No concelho de Condeixa, tal como no resto do país, tem havido um crescimento significativo das famílias com necessidade de apoio social; esta evolução não nos surpreendeu, dada a situação global do país, pelo que elaborámos, na Câmara Municipal de Condeixa (CMC), um plano de apoio social, um plano estratégico, de modo a intervir nas situações de pobreza que vão sendo identificadas, ajudando as pessoas a ultrapassar os seus problemas mais prementes.
Já - Quais são os “sinais exteriores” de pobreza?
MG – Os sinais exteriores de pobreza não se modifi-caram muito; sabemos que há situações através dos pedi-dos de auxílio que chegam aos serviços de ação social do concelho. Nós funcionamos em rede, temos uma rede social e, dentro dessa rede social, temos técnicos de ser-viço social que vão por todo o concelho; na Ega, temos o centro social e aqui, em Condeixa, temos os serviços locais de ação social da segurança social do distrito de Coimbra e temos ainda os serviços sociais da CMC, da Santa Casa e da APPACDM. As pessoas dirigem-se a es-tes serviços e apresentam-nos a sua situação, mas os pro-blemas são mais visíveis nos estabelecimentos de educa-ção e de ensino. Com efeito, nas escolas podemos obser-var alguns sinais que evidenciam situações de pobreza, nomeadamente quando um aluno deixa de ir comer, pas-sa mal durante as aulas sem causa conhecida e não adqui-re os materiais necessários; no caso dos adultos, verifi-ca—se que estes, por vergonha ou por outras razões, escondem muitas vezes a sua situação.
O motivo mais invocado por essas pessoas é o facto de um ou mais elementos do agregado familiar estar desempregado. Esta situação verifica-se cada vez mais, sendo visível nas atas da CMC – cada vez mais há pessoas que solicitam o pagamento da água em prestações ou que têm atrasos no pagamento.
Nas escolas verifica-se também que um número crescente de famílias está a pedir a revisão dos apoios recebidos; há algumas famílias que têm dificuldades crescentes em pagar as refeições ou o transporte dos filhos. A CMC, através de um programa de emergência social, está a apoiar diretamente muitas famílias jo-vens no pagamento da água, da luz ou da prestação da casa; não é, felizmente, uma situação generalizada, mas é bem maior da-quela que nós gostaríamos de ter
Já: Há, na atual situação de crise no país, “novos pobres”? Que tipos de pessoas estão nessa situação?
MG: Sim, há novos pobres. Há pessoas que, devido ao de-semprego ou devido à redução dos seus rendimentos, estão a recorrer aos serviços de apoio social. Muitas vezes, essas pesso-as só recorrem aos serviços quando a situação já é muito grave, não sabendo muitas vezes como fazê-lo, pois estão perante uma situação inesperada. Temos tido um número muito significativo destes casos. Estas pessoas procuram apoio social, nomeada-mente a nível dos bens alimentares ou do rendimento social de inserção, o qual tem agora regras de atribuição muito apertadas; a nível dos bens alimentares, o recurso às cantinas sociais tem aumentado muito (as cantinas sociais são uma medida de política social recente que traz tantos problemas quanto os que resol-ve); o pedido de bens alimentares também tem aumentado signi-ficativamente. De facto, todos os dias (não é uma vez, mas todos os dias mesmo), temos pessoas a solicitar este tipo de apoios. Um outro sinal de que as coisas não estão bem é o aumento dos pedidos de apoio por famílias monoparentais ou divorciadas; em geral, nestas famílias, os filhos ficaram ao cuidado das mães e há muitos casos em que só as mães contribuem para sustentar a família – essas famílias são muito mais vulneráveis à redução do rendimento e ao desemprego, pelo que estão a recorrer mais aos serviços de apoio social.
Já: Qual a distribuição da pobreza no concelho de Condeixa, a pobreza ocorre mais na área rural ou urbana?
Já: O desemprego é um fator que produz pobreza; qual a taxa de desemprego no concelho de Condeixa?
MG: A taxa de desemprego no concelho de Condei-xa não é das maiores face ao distrito e ao país. Contudo, não sendo das maiores, há desemprego no nosso conce-lho, nomeadamente de dois tipos – o desemprego de longa duração, que atinge sobretudo pessoas com 45 ou 50 anos que têm dificuldade em encontrar ofertas de emprego, e o desemprego dos mais jovens. No concelho de Condeixa há, principalmente nas novas urbanizações, muitos jovens que, mesmo tendo níveis elevados de quali-ficação, estão desempregados, seja por não encontrarem emprego, seja por terem ficado recentemente desempre-gados. Esta situação também se verifica em algumas famí-lias e um sinal disso é o facto de haver muitos apartamen-tos à venda porque as famílias não conseguem pagá-los. Um outro indicador dos efeitos do desemprego no nosso concelho é o facto de haver muitas famílias que não con-seguem pagar atempadamente a água, a luz ou a renda.
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 27
:: ENTREVISTA
Temos mais pessoas a pedir apoio, mas temos menos dinheiro e temos mais trabalho, mas temos de o fazer com o pessoal existente.
Já: No apoio social que é dado às famílias e às pessoas, há critérios de atribuição definidos?
Já: No concelho de Condeixa, entre as pessoas pobres ou socialmente excluídas, qual é a situação específica dos idosos e das pessoas portadoras de deficiência?
MG: No caso das pessoas portadoras de deficiência, há em Condeixa um IPSS (instituição particular de solidarieda-de social), a APPACDM (associação portuguesa de pais e amigos do cidadão deficiente mental), a quem compete in-tervir diretamente nas situações detetadas; a função da CMC é ajudar sempre que houver solicitação para tal; a CMC tem também um serviço de teleassistência que, além das pessoas idosas, inclui as pessoas portadoras de deficiên-cia. No âmbito do programa para facilitar as acessibilidades em Condeixa, que estamos a desenvolver, estamos também a pensar nos problemas das pessoas portadoras de deficiên-cia, nomeadamente pessoas com incapacidade ou deficiência motora ou visual. Outros tipos de apoios não fazemos, pois não são da nossa competência.
No que se refere aos idosos, temos um programa que abrange diversas vertentes, nomeadamente na parte da ativi-dade física (exercício físico, aulas de hidroginástica), e na parte das atividades culturais e de lazer, nomeadamente aquelas que permitem combater a solidão. Além destas, temos ainda outros programas de intervenção, nomeada-mente a teleassistência e os ateliês ocupacionais; por exem-plo, temos ateliês de computadores, de dança e de inglês.
MG: A pobreza ocorre mais nas áreas urbana, pois nes-tas zonas não há um suporte familiar – uma família alargada – que possa auxiliar. Nas zonas rurais, as pessoas recorrem às suas famílias alargadas em situações de emergência, mas nas zonas urbanas as famílias vivem mais isoladas, não há laços de solidariedade, pelo que não têm ninguém a quem recorrer a não ser aos serviços de apoio social.
Já: Qual a percentagem de pessoas que são considerados pobres no concelho de Condeixa?
MG: A medição da pobreza através de uma simples taxa é pouco elucidativa; é certo que, antes da situação de crise económica que agora vivemos, era possível contabilizar o número de famílias ou de pessoas atingidas pela pobreza, pois muitas dessas pessoas estavam presas a um ciclo de pobreza permanente ou de longa duração, de que raramen-te saíam. Na situação atual, com o surgimento de novos casos de novas situações de pobreza praticamente todos os dias, não se consegue contabilizar de forma tão clara; ainda assim, posso dizer que só a CMC apoiou, no mês passado, 200 famílias; ora, tendo em conta que os serviços locais da segurança social apoiaram um número igual ou superior a este e que a Santa Casa também apoiou um número muito significativo de pessoas, verificamos que estamos perante um número já muito preocupante, tendo em conta a popula-ção do concelho.
Já: Devido à atual situação de crise económica, houve neces-sidade de contratar mais pessoas para a área do apoio social?
MG: Deveria ser assim…, mas a crise também atingiu as instituições, sobretudo as que são públicas; além disso, há, por opção política, limitações draconianas à contratação de pessoal nas instituições públicas; ainda que a necessidade exista, e é um facto que existe, não é possível contratar pessoal.
Já: Quais são as causas destas situações de pobreza no con-celho de Condeixa?
MG: Há dois tipos; em primeiro lugar, temos aqueles a quem chamamos os “carenciados crónicos” – são pessoas que não têm capacidades ou competências para procurar emprego ou para responder às exigências da oferta de em-prego, pois são pessoas com baixa escolaridade, com baixas competências sociais, com uma idade que o mercado de trabalho já não aceita e que têm ainda outras condicionantes pessoais ou familiares que as impedem de ter trabalhar de forma estável. Estas pessoas ou não conseguem arranjar trabalho ou, se o conseguem, não são capazes de o manter e por isso estão cronicamente dependentes de algum tipo de apoio social. Em segundo lugar, temos os novos casos de pobreza; nestes, a pobreza é causada, fundamentalmente, pela perda do emprego, por uma situação de divórcio re-cente, por uma situação de doença grave.
MG: Sim, temos critérios definidos; todas as pessoas que recorrem aos serviços da rede social de Condeixa, que inclui instituições particulares e públicas de apoio social, são atendidas segundo regras e procedimentos iguais. A rede social estabeleceu essas regras, ou tais regras foram defini-das por lei, as quais são aplicadas em todos os serviços da rede. Quando uma pessoa recorre aos serviços, as técnicas de ação social começam por elaborar um processo específi-co para essa pessoa, segundo procedimentos estabelecidos, o qual inclui um conjunto padrão de informações – agregado familiar, rendimentos, emprego, habilitações escolares, do-enças, entre outros. Qualquer pessoa, desde que reúna as condições exigidas, pode recorrer a um determinado apoio social. As condições exigidas obedecem a três critérios, que têm de orientar sempre a prestação de um serviço público: transparência, igualdade e universalidade. A transparência refere-se à clareza das regras estabelecidas, que todos de-vem conhecer e controlar; a igualdade refere-se à exigência de um tratamento igual para todas as pessoas que cumpram as condições definidas – se alguém cumpre as condições exigidas para um apoio, então terá acesso a esse apoio.
28 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
ENTREVISTA ::
No caso da dependência do álcool, que tem uma incidência muito significativa no concelho, os servi-ços sociais têm, antes de mais, tentado encaminhar as pessoas identificadas para tratamento, pois em primeiro lugar tem de vir o controlo da dependên-cia, para depois se atuar a nível da reintegração social. Contudo, há muitas reincidências, as pessoas dependentes do álcool resistem muito ao trata-mento; como já disse, o nosso objetivo nestes casos é primeiro tratar e depois tentar apoiar a sua rea-bilitação social.
Já: As pessoas dependentes de substâncias do nosso conce-lho têm algumas caraterísticas que se possam destacar?
MG: Em geral, os casos que conhecemos têm algumas caraterísticas definidas, é verdade; algumas são pessoas sós, pessoas que passaram recentemente por um divórcio, pes-soas cujas famílias são desestruturadas, outras não têm família…De algum modo estas situações estão associadas à dependência de substâncias, embora o consumo também se inicie devido a experiências lúdicas dos jovens, as quais se tornam depois em dependência devido à incapacidade de alguns jovens para aguentarem a pressão de grupo ou alguns acontecimentos stressantes da sua vida.
Já: Um dos problemas associados à pobreza – embora não exclusivo dela – é a violência doméstica e o abandono ou a negligência para com as crianças e os idosos. Que tipos de vio-lência na família têm sido observados no concelho de Condeixa?
MG: No concelho de Condeixa, tenho de reconhecê—-lo, identificámos todos esses tipos de violência; a violência doméstica, sobretudo sobre as mulheres, sobre as crianças e sobre os idosos. No que se refere às mulheres, temos algumas mulheres que recorreram aos nossos serviços e que, após análise da sua situação, encaminhámos para insti-tuições de refúgio; neste momento temos 3 mulheres refu-giadas em instituições devido à violência dos maridos ou companheiros. Outras apresentaram queixa nas autorida-des policiais, mas depois, por pressão da família ou por estarem dependentes dos maridos ou companheiros, reti-ram a queixa, sobretudo quando não há marcas visíveis de violência física; esta situação acontece porque estas mulhe-res não têm independência económica, elas dependem do marido ou do companheiro, pelo que acabam por ficar caladas, tentando aguentar a situação. No caso das crian-ças, identificámos diversos tipos de violência, desde a negli-gência (a nível da alimentação, higiene e cuidados básicos), à violência física contra a criança (por parte dos pais), à violência sexual (assédio e abuso) e identificámos ainda casos de violência psicológica exercida pelos pais sobre a criança, sobretudo em situações de divórcio (a criança é usada como arma de arremesso pelos mais no âmbito do seu conflito conjugal).
Já: Uma realidade que se observa em certas zonas do con-celho de Condeixa (por exemplo, na estrada para Penela) é a existência de mulheres que se dedicam à prostituição; há dados sobre quem são estas pessoas?
MG: A prostituição é uma atividade difícil de analisar; a rede social tem conhecimento de que há certos locais on-de se pratica a prostituição, nomeadamente à beira das estradas, toda a gente vê… A intervenção da CMC nesta prática é difícil; já pedimos às autoridades policiais para intervirem, mas isso não resolve o problema; além disso, as pessoas que se dedicam a esta atividade fazem-no em terrenos privados, que estão fora do nosso controlo. Que esta prática é degradante, é; que, sobretudo no caso da prostituição de rua, é uma expressão de pobreza e da ex-clusão social, também; que é uma situação que não conse-guimos debelar, sim. Contudo, esta situação tem de ser enfrentada por diversas instituições e pela própria comuni-dade; trata-se de uma situação que não se resolve só pela lei ou pela repressão. Além disso, o facto de assistirmos a um aparente aumento desta atividade, envolvendo de resto muitas jovens, cada vez mais jovens, indicia também que o nosso país está de facto a afundar-se a nível social – o au-mento da prostituição, sobretudo da prostituição de rua, é uma mau indicador social, é um sinal de que há mais po-breza e mais exclusão.
Já: As pessoas que se dedicam à prostituição de rua que descreveu são portuguesas ou estrangeiras?
MG: Segundo dados das forças de segurança, parte são portuguesas, mas também há imigrantes; possivelmente há redes de prostituição envolvidas.
Já: Algumas destas pessoas dedicam-se à prostituição devi-do ao consumo de drogas?
MG: É possível que haja alguns casos, mas não tenho informação segura sobre a situação; sabemos contudo que há mais pessoas, a nível do concelho, com problemas de dependência de substâncias.
Já: Qual é a situação das pessoas dependentes de drogas no concelho de Condeixa? Estão a ser acompanhadas?
MG: Algumas dessas pessoas recorrem aos apoios so-ciais, sobretudo aquelas que já estão a ser acompanhadas por técnicos de saúde, por técnicos do instituto da droga e da toxicodependência ou técnicos de ação social; no âmbi-to dos serviços sociais da CMC o apoio que lhes é dado, tendo em conta a especificidade de cada situação, segue os critérios gerais do apoio social, nomeadamente na saúde e na habitação.
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 29
Na CPCJ (comissão de proteção de crianças e jovens) de Condeixa acompanhamos neste momento 37 casos de crianças vítimas de algum tipo de violência e arquivámos 51 casos durante este ano; todos os dias nos chegam casos novos à comissão com algum tipo de problema… No caso dos idosos, os nossos servi-ços identificaram situações de negligência (deixar os idosos sem medicação, higiene ou alimentação) e de violência física. Um ou-tro tipo de violência sobre os idosos é a sua exploração econó-mica por parte dos filhos, que se apropriam das reformas dos pais, sobretudo quando estes não têm, por alguma razão, meios de subsistência.
Já: A violência doméstica ocorre mais nas famílias pobres ou ocor-re também em outros tipos de famílias?
MG: Eu não diria que a violência doméstica ocorre mais em famílias pobres, mas sim que a violência ocorre mais em famílias desestruturadas, às vezes a violência tem a ver com a situação económica, mas outras vezes não. É verdade que a má situação financeira de uma família agrava o stresse e assim a possibilidade da violência, mas também há situações de violência em famílias com boa ou muito boa situação financeira. A violência não é ex-clusiva das famílias pobres, é um fenómeno presente em todas as classes sociais.
Já: Quais são as causas mais comuns das situações de violência doméstica que têm sido identificadas no concelho de Condeixa?
MG: Uma explicação para algumas situações de violência do-méstica contra a mulher decorre talvez da alteração do estatuto social e profissional da mulher, que se tornou mais independente, mais ativa e mais livre, o que colocou em causa o poder do ho-mem, que tradicionalmente exercia um controlo quase absoluto sobre a vida da mulher; além disso, essa alteração do estatuto social da mulher alterou também o desempenho de papéis no seio da família (a mulher deixou de ser “a fada do lar”), levando a que alguns homens se sintam ameaçados, reagindo através do uso da força para tentar repor o seu controlo.
Já: Feito o diagnóstico da situação social do concelho de Condeixa, gostaríamos agora de saber o que tem sido feito para resolver ou pelo menos minorar esta situação, seja a nível nacio-nal, seja a nível local.
MG: A nível nacional, há um conjunto de prestações sociais estabelecidas, através da segurança social, nomea-damente o rendimento social de inserção, que visa apoi-ar pessoas em situação de grande pobreza, o apoio com-plementar para idosos, que visa apoiar idosos que vivem abaixo do nível da pobreza, o apoio familiar aos menores e o apoio complementar para pessoas portadoras de deficiência. Existem ainda apoios eventuais, também da segurança social, para aquelas pessoas que não tendo no momento nenhum apoio social necessitam de apoio ime-diato; um outro apoio deste tipo é o subsídio de desem-prego. Como é sabido, recentemente, muitas destas prestações viram o seu valor, o seu âmbito e a sua dura-ção significativamente cortados. Um outro tipo de apoio é o que se baseia na oferta de bens alimentares; há um programa de distribuição de bens alimentares básicos da união europeia e que é dirigido a pessoas com uma situa-ção de pobreza já identificada; existe ainda o programa de ajuda alimentar do Banco Alimentar, que é distribuí-do, a nível local, pelas Conferências Vicentinas e segundo critérios definidos por essa organização. Por fim, foram agora desenvolvidas as cantinas sociais, que fornecem almoços e jantares; em Condeixa há duas, uma no Cen-tro Social da Ega e outra na Santa Casa.
A nível local, a CMC estabeleceu um programa de emergência no valor de 50.000 euros para este ano; este programa tem várias facetas. Um delas é a ajuda alimen-tar, angariada junto da comunidade ou adquirida aos su-permercados; a Casa de Saúde Rainha Santa Isabel tem também contribuído para este programa, enviando bens alimentares que são distribuídos através da Loja Social de Condeixa. A Loja Social disponibiliza também outros bens (roupas, brinquedos, produtos de higiene, etc.). Uma outra faceta do programa é o apoio financeiro de emergência para o pagamento da água, luz ou prestação da casa e também para pequenas ajudas para a aquisição de certos bens como óculos ou de outros aparelhos no âmbito da saúde; esta ajuda funciona como um comple-mento ao apoio da segurança social ou como um apoio a situações de emergência que não são cobertas por ou-tros apoios sociais. Uma terceira faceta do programa é o apoio financeiro para a realização de pequenas interven-ções em habitações degradadas – comparticipamos em 90% o custo de pequenas reparações ou a aquisição de materiais que melhorem as condições de habitabilidade. Por fim, a última faceta do programa é o apoio às famílias pobres das crianças que frequentam o ensino pré-escolar e o ensino básico, financiando livros, alimentação e trans-portes. Resumiria os nossos apoios assim: no concelho de Condeixa, ninguém tem de passar fome porque te-mos apoios suficientes para o evitar (se há alguém a pas-sar fome é porque nós não sabemos); com este progra-ma de emergência social tentamos cobrir as situações de emergência do concelho, desde os mais jovens até aos mais idosos.
30 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
Já: A nível do país, considera as políticas sociais que estão a ser atualmente seguidas adequadas para resolver o problema da exclusão social?
MG: Não, as medidas que estão a ser tomadas atualmente pelo governo não só não atenuam as situações de pobreza e de exclusão social, mas estão já a agravá-las e a aumentar a desigualdade social, o fosso entre os mais ricos e os mais po-bres está a crescer. As políticas sociais e económicas que têm vindo a ser desenvolvidas têm aumentado o desemprego e reduzido o salário, levando a que o estado receba cada vez menos contribuições sociais, mas tenha de pagar prestações de apoio social a cada vez mais pessoas.
Já: Há algum aspeto que a Sr.ª Vice-Presidente ainda queira referir para concluir esta entrevista?
MG: Bem, eu gostaria de concluir do seguinte modo: gos-taria de viver num concelho que não precisasse de ter pro-gramas de emergência social, um concelho no qual a pobreza e a exclusão social não existissem; ainda assim, sendo a reali-dade o que é, estamos preparados para enfrentar as dificulda-des existentes com os recursos que temos e com a colabora-ção de todos os que fazem parte da nossa rede social.
__________________________________________
A entrevista foi realizada pelos alunos do Curso Profissio-nal de Técnico de Apoio Psicossocial José Costa, Nuno Cor-reia, Inês Santos, Jéssica Vaz, e Maria Paredes; a captação de som e imagem foi de Beatriz Cordeiro, Ana Sousa e Tiago Marto.
As questões resultaram de um trabalho de grupo realiza-do nas disciplina de Animação Sociocultural e de Comunidade e Integração Social, no âmbito do estudo das técnicas de in-vestigação (entrevista) e de realização de um diagnóstico soci-al. Este trabalho foi realizado por todos os alunos da turma, divididos em quatro grupos, que correspondem aos quatro momentos temáticos da entrevista realizada.
O JÁ agradece a disponibilidade manifestada pela Dr.ª Margarida Guedes.
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 31
:: OPINIÃO
A juventude e a mobilidade social em Portugal
Fernando Moreira Há já alguns meses que os meios de comunicação social,
dando voz a diversos especialistas e analistas polí cos, vêm
guiando a opinião pública para a inevitabilidade da pobreza
que nos espera e para a natural consequência da juventude
ir ter um futuro bem menos afortunado do que o dos seus
pais. Condição fundamental para que uma previsão social se
concre ze é a de que os seus sujeitos e agentes acreditem
na veracidade do oráculo e na irreversível necessidade de o
tornar realidade. Segundo o barómetro mensal da Aximage
para o Negócios e o Correio da Manhã
(www.jornaldenegocios.pt), “mais de dois terços dos jovens
portugueses acham que vão ter um nível de vida pior do que
os seus pais”. Quando ques onados sobre o seu futuro,
comparado com o nível de vida dos seus pais, “68,7% dos
jovens inquiridos no Barómetro considera que será pior”.
Está pois em marcha o processo de interiorização da auten‐
cidade do futuro condenado e da sua pacífica aceitação,
jus ficado e fundado no saber técnico de quem prevê – seja
ministro ou economista – seja esse saber alicerçado noutra
coisa qualquer, como ocorre nas opiniões da doutora Isabel
Jonet, cuja presciência a levou a afirmar “esta é a primeira
geração onde se tem a certeza de que os filhos vão viver
pior do que os pais, o que gera desconforto e um sen men‐
to de falhanço pessoal” (Semanário Expresso 01/12/2012).
Repare‐se como a previsão transita, nas palavras da presi‐
dente da Federação dos Bancos Alimentares, do reino de
uma eventualidade, que seria de evitar e combater a todo o
custo, para o da certeza contra a qual nada resta senão acei‐
tar. Contentem‐se os pais e os jovens portugueses com o
desconforto e o sen mento de falhanço pessoal, pois de
nada serve recusar esta certeza afirmada por tais sumida‐
des. Mas, reflitamos sobre o significado de tal realidade tão
doutamente considerada como certa. Se os jovens portu‐
gueses vierem a viver pior do que os seus pais, isso seria,
acima de tudo, a pior das derrotas que poderia ser infligida
a Portugal, aos interesses dos portugueses e à própria no‐
ção de meritocracia, tão cara a qualquer estado democrá ‐
co e liberal. Essa ocorrência traduziria um total desprezo
pelo inves mento, estudo, dedicação e qualificação, a que
se votaram os jovens e os seus familiares durante muitos
anos. Em termos sociológicos, estaríamos perante um fenó‐
meno de mobilidade social de valor nega vo, em si mesmo
suficientemente grave para desmoralizar e comprometer o
futuro dos portugueses e de Portugal. Segundo Friedman
(2012), as sociedades onde não há melhoria das condições
de vida, onde há poucas oportunidades para a mobilidade
social, ficarão desprovidas de incen vos para as pessoas se
dedicarem. Os países que criam as oportunidades para que
todos os cidadãos triunfem, maximizarão os talentos da sua
população, enquanto os países que falhem nesta tarefa fica‐
rão irremediavelmente para trás, apoiados nos talentos de
uns poucos privilegiados. Embora o conceito de mobilidade
social não possa ser tratado linearmente e reduzido a uma
vertente meramente financeira, parece irrecusável reconhe‐
cer que os rendimentos, assim como os cargos e as funções
desempenhadas, são parte cons tu va da noção de mobili‐
dade social. Condenar, por antecipação, os mais jovens a
uma descida nos níveis de rendimento e de qualificação
laboral, compa veis com os méritos e competências adqui‐
ridas, é sentenciar todo o sistema educa vo que as propor‐
cionou e toda a devoção que os jovens lhe dedicaram.
Friedman, Howard Steven, The Measure of a Nation: How to Re-gain America's Competitive Edge and Boost Our Global Standing, Prometheus Books, 2012.
32 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
-O quê? Já passou o primeiro período letivo?? Tão depressa?? Que bom é ter esta sensação de olhar para trás e esboçar um sorriso ao recordar todos os momentos especiais que passámos em tão boa companhia… a VOSSA. Obrigada pelo vosso envolvimento, a vossa simpatia, o carinho e vontade de partilhar e ajudar… É tempo de fazer um breve balanço sobre o muito que já construímos em conjunto. Ora vejamos…
Na Biblioteca acontece… ::
Obrigad
o,
pelas
tuas be-
las fra
ses…
Aconteceu nas nossas Bibliotecas Escolares…
Tudo começou no dia 14 de setembro, quando as crianças e jovens do nosso Agrupamento, vieram
conhecer/reencontrar os seus colegas, professores e a escola. Assim, como uma forma de lhes dar as
boas vindas, as professoras bibliotecárias es veram nas Bibliotecas Escolares das EB nº1, EB nº2 e EB
nº3 para os receber e mostrar o local mágico onde são sempre bem recebidos, mo vando‐os para a
plena u lização do mesmo e para a importância de serem BONS LEITORES. Os alunos de 5º ano res‐
ponderam, prontamente, ao desafio lançado… preencher a frase na página em branco do mini livrinho
que lhes foi dado. E surgiram frases tão poé cas! O di cil foi escolher estas três, que vos damos agora
a conhecer. Prontos? As frases vencedoras do desafio foram as seguintes:
1º lugar: “Um livro é um pássaro a voar no nosso coração.” - Beatriz Figueiredo, 5º D 2º lugar: “Com o livro, posso sonhar e conhecer o universo sem sair do lugar.”- Leonor Pereira, 5º B 3º lugar: “Dentro de um livro, está um mundo colorido.” - Anónimo
À imagem do que se tem verificado nos úl ‐
mos anos, assinalámos, mais uma vez, o Mês
das Bibliotecas Escolares, outubro. Nas várias
escolas com BE, os alunos dos vários níveis e
ciclos de ensino foram "acolhidos" na Biblio‐
teca e receberam, gradualmente, formação
no âmbito de u lizadores, tendo a oportuni‐
dade de conhecer melhor as a vidades, nor‐
mas de funcionamento, zonas funcionais e
organização da documentação (CDU). Ainda
nesse mês se procedeu, nas quatro BE do
Agrupamento, às candidaturas e seleção dos
Monitores da Biblioteca Escolar, para as várias
secções de apoio aos u lizadores, ou seja,
informá ca, leitura, receção/áudio e vídeo e
jornalismo. Os candidatos foram muitos, mas
mesmo muitos, mas, para nossa grande pena,
não podíamos aceitar todos. Esperamos pelas
vossas novas candidaturas, no próximo ano
le vo. Atualmente e após formação, alunos
do 3º ao 12º ano fazem agora um excelente
trabalho, dando uma lição diária de civismo,
capacidade de trabalho, responsabilidade e
espírito de entreajuda. São magníficos, torna‐
ram a equipa e o serviço a prestar pela BE
melhores. Parabéns e muito obrigada a todos
vós!! Muito obrigada, igualmente, a todos os
alunos que, mesmo não sendo monitores,
nos ajudam tanto.
Como não podia deixar de ser e porque
as datas importantes não podem cair no es‐
quecimento, celebrámos com filmes, decora‐
ção do espaço, com os trabalhos dos nossos
alunos feitos nas BE ou nas respe vas turmas,
exposição de documentos, produção textual
várias efemérides.
No dia 1 de outubro, celebrámos o Dia
Internacional da Música, na BE da EB nº2,
com música, filmes e obras sobre a temá ca
e nos dias 4 e7 de outubro, comemorámos o
Dia do Professor, tendo os nossos alunos
desejado um Bom dia, professor(a)!, entre‐
gando flores de papel frases, ambas elabora‐
das por eles. Para que possam vislumbrar um
pouco da qualidade das frases produzidas,
deixamos‐vos com escrita pelo Tiago Pereira,
do 7º G; “Se não fossem os Srs. Professores, o
mundo não girava com conhecimento, só
girava por girar. Professor, cada via é uma via
para o conhecimento, graças a si. Obrigado!”
BIBLIOTECA ESCOLAR
OH!OH!OH!
Festas Felizes e um exce-lente ano de 2013!!!!
Saudações livrescas …
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 33
:: Na Biblioteca acontece...
O que acontecerá no próximo ano nas nossas Bibliotecas Escolares??? Surpresas e mais surpresas que já temos preparadas para todos vós!!! Até lá…
No final de outubro preparámos tudo para
lembrarmos duas tradições, a portuguesa,
Dia de Todos os Santos, e a anglófona
Halloween. As BE ficaram assustadora‐
mente atra vas e interessantes, com todas as surpresas que a equipa da BE preparou
para vós. Assustaram‐se???
Agora, chegou a época natalícia e, a par
com o brilho, as decorações, resplandece
mais intensamente a solidariedade, a von‐tade de par lhar e de ajudar o próximo. O
professor António Galvão e a Profª Isabel
Gabriel ofereceram um brinquedo maravi‐
lhoso para contar histórias aos mais pe‐
queninos (vide foto). Os nossos monitores
e alunos, fizeram trabalhos de artes plás ‐
cas, desenhos, escreveram frases e cartas
ao Pai Natal, decoraram as BE, fizeram
poemas, viram filmes e requisitaram livros sobre a temá ca. Ouviram o nosso apelo
lançado na Campanha de doação “No Na‐
tal, ofereça um livro à Biblioteca Escolar”.
Obrigado!
No dia 27 de novembro, demos início à inicia va “30 dias, 30 livros”, projeto con‐
junto das bibliotecas concelhias de Condei‐
xa (BM e BE). Assim, ao longo do ano, as
BE do Agrupamento e a Biblioteca Munici‐
pal irão assegurar um serviço de Biblioteca
generalizado também aos Jardins de Infân‐
cia e escolas de 1º Ciclo, que distam da
sede de concelho. É tão recompensador
sen r a alegria de todos quando nos veem, a nós e, obviamente, aos tesouros que
levamos, os livros!
Concurso de pesquisa e leitura “Quem é Quem”, que, nos meses de novembro e dezembro, versou sobre as escritoras Luísa Ducla Soares (1º CEB) e Mª Teresa Maia Gon‐zalez (2º e 3º CEB).
TOP LEITOR – que se des na a reco‐nhecer os melhores leitores dos vários ciclos de ensino, nos três períodos le vos.
Concurso de Leitura “Ouvir Ler? Que prazer!”, promovido, em colaboração com a Biblioteca Municipal, visa promover o desenvolvimento das competências da leitura, em voz alta, dos alunos de 3º ao 9º ano, deste Agrupamento. As inscrições encontram‐se a decorrer e a 1ª eliminató‐ria será em janeiro.
Campanha “No Natal, ofereça um livro à Biblioteca Escolar” – des nada à comunida‐de educa va e famílias dos nossos alunos, pretendendo‐se com a mesma apetrechar melhor as Bibliotecas Escolares do Agrupa‐mento, com livros, CD, DVD e jogos interes‐santes, educa vos e em bom estado, pois as nossas crianças e jovens também agrade‐cem. E, como o Natal é sempre que o Homem quiser, esta campanha de doação é estendida a todo o ano le vo, pelo que aguardamos e agradecemos as vossas doações.
“Chega Dezembro, gélido e belo, ansioso e
desperto. Uma inexplicável magia aflora ao
ar leve e frio, que treme, uma antecipação
nostálgica de um novo Natal que se abeira
no tempo. Logo a mim se une essa nostal‐
gia, que tantas memórias queridas carrega
no seu âmago suave. Anseio por ver as ruas, as casas, as árvores ganharem nova vida
por entre mil cores luzindo. Anseio evocar a
neve pura e branca, que tudo cobre num
abraço apaixonado e gélido. Anseio pelas
tradicionais melodias natalícias, pela deco‐
ração exuberante de cores e brilho, pela
felicidade no simples ato de erguer uma
árvore de natal ou montar um presépio
minuciosamente. Anseio pelo momento em que surgem os primeiros embrulhos misteri‐
osos, o reunir das pessoas que amamos, o
calor do fogo que arde tranquilo na lareira,
as velas acesas na noite mágica, os doces
aromas dos bolos e das comidas tradicio‐
nais da época, os sinos que tocam como os
anjos que cantam, o simbolismo do nasci‐
mento que deu nome a esta época, histórias que dá prazer contar. Anseio por sen r essa
magia única e o amor que enche o ar de um
lar unido, a paz e o aconchego dos laços
afe vos.
Eis o Natal, em todo o seu esplendor. Se
acredito no Pai Natal? Acreditava, na minha
ingenuidade de criança. Não passa de um
símbolo que anima os mais pequenos, que
esconde a verdadeira magia do Natal, mais an ga, mais viva, mais verdadeira.
E que neste Natal, possamos oferecer um
gesto de carinho a quem não tem nem um
olhar de atenção. “
Belleine (Quem será esta jovem escritora da ESFN??) Acontece nas nossas
Bibliotecas Escolares…
34 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
A propósito da Odisseia de Homero, adaptação de João de Barros, os alunos do curso de Eletricista de Instalações (Tipo 2) imaginaram algumas conversas entre Ulisses e Calipso.
Conversas possíveis
Calipso – Ulisses, se tu casares comigo, eu torno-te imortal e ficarás para sempre jovem. Ulisses – Eu caso contigo, Calipso. Mas como é que consegues viver nu-ma ilha deserta como esta? Eu não me vou conseguir habituar a esta ilha. Calipso – Eu já moro aqui há muitos anos e depois esta ilha não está deserta, tem muitos pássaros que cantam e fazem-me muita compa-nhia.
Nélio Fernandes
Ele – Calipso, Por que não me deixas ir embora? Ela – Porque gosto muito de ti e quero casar contigo, meu querido Ulis-ses. Ele – Mas tu sabes que eu tenho esposa, filho e um povo que amo para governar. Ela – Não quero saber, Ulisses. Se não és meu, não vais ser de mais nin-guém!
Matheus Costa
Ulisses tinha ido dar um passeio e entretanto chegou a casa: Ulisses – Hum! Cheira bem lá fora, o que estás fazendo? Calipso – Uma caldeirada de lulas. Já está quase pronta. Vai pôr a mesa enquanto eu acabo isto… Ulisses – Com certeza, minha deusa. Depois de comerem: Ulisses – Que rico almoço! Calipso – Ainda bem que gostaste! Agora tens aqui a sobremesa (uma taça de frutas tropicais). Enquanto Ulisses saboreava a sua fruta, disse para Calipso: Tenho saudades de casa…
Pedro Xavier Pereira
Escrita cria va::
História Antiga
Era uma vez, lá na Judeia, um rei. Feio bicho, de resto: Uma cara de burro sem cabresto E duas grandes tranças. A gente olhava, reparava, e via Que naquela figura não havia Olhos de quem gosta de crianças. E, na verdade, assim acontecia. Porque um dia, O malvado, Só por ter o poder de quem é rei Por não ter coração, Sem mais nem menos, Mandou matar quantos eram pequenos Nas cidades e aldeias da Nação. Mas, Por acaso ou milagre, aconteceu Que, num burrinho pela areia fora, Fugiu Daquelas mãos de sangue um pequenito Que o vivo sol da vida acarinhou; E bastou Esse palmo de sonho Para encher este mundo de alegria; Para crescer, ser Deus; E meter no inferno o tal das tranças, Só porque ele não gostava de crianças.
Miguel Torga
Coimbra, 12/10/1937
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 35
:: Escrita cria va
Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol. António Ramos Rosa,
in viagem através de uma nebulosa(ática, 1960) in antologia poética (d. quixote, 2001)
O Perdão
O perdão está na nossa mão. Anda, estende o braço, Temos que seguir o coração Não podemos ficar com a desilusão.
Este meu amigo está triste Mas ele tinha de pensar Será que o vou magoar?
O que devemos fazer é perdoar.
Neste momento vivemos Na dúvida. Devemos perdoar Ou viver na amargura?
Sem o perdão
Não existe Amor nem paixão. Temos que aprender a perdoar!
Beatriz Simões Rodrigo Ferreira
6c
Solidariedade
Solidariedade é A palavra-chave da vida. É amar alguém que precisa De ajuda. Solidariedade é Uma ponte que pode ruir. Se alguém não ajudar, Ela vai cair. E sem os outros Ninguém conseguia viver, Porque para viver na solidão Mais valia morrer. Solidariedade é Um ou dois amigos a dar a mão, Mas se um não ajudar o outro Este pobre fica na solidão.
Cedrico Louro 6ºC
Solidariedade
Se na vida queremos crescer, temos a todos que dar as mãos, ver o que está a acontecer, afinal somos todos irmãos. Temos de superar as nossas diferenças, superar as nossas dificuldades, temos dos outros cuidar, e repartir responsabilidades. A solidariedade é aquela que nos vai ajudar, para nós conseguirmos nossas dores suportar. Vamos ajudar o próximo, neste mundo de egoísmo, vamos dividir com o outro, esquecer o consumismo. Agora não te esqueças de com todos partilhar pois se o fizeres tu vais brilhar.
Bárbara 6ºC
Ser poeta As palavras são A alma do poeta que existe Livre de sonhar e gritar, Amar em liberdade Num paraíso… Um paraíso tão profundo e sereno, Sem barreiras… Sem medos ou crueldade, Um mundo novo!
António Fróis, 12º A
36 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
DIVERSÕES::
Encontra, no quadro B, as palavras do quadro A, correspondentes aos nomes de deuses
ou de personagens da Odisseia, de Homero.
Quadro A Quadro B
Os alunos do curso de Eletricista de Instalações (9.º EI)
mensageiro dos deuses
deus do vinho
deus dos deuses
deus dos mares
morada dos deuses
barqueiro do mundo dos mortos
cão que guarda a entrada do mundo dos mortos
deus do sol
herói da guerra de Troia
esposa de Ulisses
esposa de Menelau
deus da guerra
deus do tempo
ninfa da ilha de Ogígia
Vejam “I am Sam – a força do amor”, um belíssi‐
mo filme:
Sam Dawson (Sean Penn) é um homem com
deficiência mental que cria a sua filha Lucy
(Dakota Fanning) com a ajuda de um extraordi‐
nário grupo de amigos.
Quando Lucy faz sete anos, ultrapassa intelec‐
tualmente o pai; nessa altura, a relação privile‐
giada entre os dois é ameaçada por uma assis‐
tente social que coloca Lucy ao cuidado de um
orfanato.
Enfrentando o que parece um problema imba‐
vel, Sam jura lutar contra o sistema legal e
forma uma inesperada aliança com Rita Harri‐
son (Michelle Pfeiffer), uma poderosa e egoísta
advogada que aceita o caso gratuitamente em
resposta a um desafio dos seus colegas.
Leiam
“O Estranho Caso do Cão Morto” de Mark Haddon:
Referido pelo The Times como «um dos melhores
livros de 2003», O Estranho Caso do Cão Morto é
muito diver do. Conta a história de Christopher
Boone, um miúdo au sta, com apenas 15 anos
que vive enredado no seu próprio mundo, longe
de tudo e de todos. Possui uma memória foto‐
gráfica e é um aluno excelente a matemá ca e a
ciências, mas detesta o amarelo e o castanho e
não suporta que alguém lhe toque. Absorvido
pela sua doença, Christopher desperta um dia,
quando encontra o cão da sua vizinha morto, no
meio do jardim, com uma forquilha atravessada.
A par r daqui nunca mais será o mesmo pois só
descansará quando descobrir quem cometeu tão
atroz crime. Uma obra de humor irónico, que irá
em breve ser adaptada ao cinema, pois os direi‐
tos para filme foram já adquiridos pelos produto‐
res de Harry Po er, contando com Brad Pi co‐
A propósito de eletricida‐de…
‐ Ó mãe, ó mãe! A avó é eletricista? ‐ Não, filho... Porquê? ‐ Porque como ela está ali a mexer no quadro elétrico tão rápido... O eletricista entra na sala do hospi‐tal onde estão os doentes ligados aos ven ladores e diz: ‐ Eh, pessoal! Vamos lá a dar uma respiradela bem funda que eu pre‐ciso de cortar a luz por cinco minu‐tos!
mo ator.
Juntos, lutam para convencer o siste‐
ma que Sam merece a sua filha de
volta e, durante o processo, formam‐
se, entre eles, laços que são um tes‐
temunho único do poder do amor
incondicional.
Propostas de ocupação do tempo
livre na interrupção letiva do Natal
pelo Departamento da Ed. Especial
Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 37
Sumário: Teste MAT
Escreve nos quadrados as respostas obtidas. No fim, verifica a mensagem …
1
2
3
☺
4
5
6
☺
7
8
9
10
11
12
1- Desporto pelo qual ficou conhecido o nome “Eusébio”
2- Uma das propriedades da adição de núme-ros inteiros
3- Cidade onde nasceu D. Afonso Henriques
4- O que representa a fórmula química
5- Rocha mais abundante no norte de Portugal
6- Uma das ilhas do arquipélago dos Açores 7- Como se designa um conjunto de estrelas
ligadas por linhas imaginárias
8- Que nome se dá aos seres vivos constituídos apenas por uma célula
9- Operação inversa da divisão
10- Povo que criou a escrita hieroglífica
11- Distrito que começa pela letra A e termina na letra O
12- Designação da religião em que se acredita em vários deuses
(Atividade elaborada em MAC – 7º G)
OH 2
Criado no site h p://www.pixton.com/pt/ Pela Profª Ana Rita Amorim
:: DIVERSÕES Um Aluno Muito
solidArio...
- SUGESTÕES DE LEITURA
Da Biblioteca Escolar O Natal está a chegar, está frio lá fora e a temperatura é ideal para ler um “aconchegante” livro… Que tal??
ANEDOTA Vão quatro engenheiros no carro, quando este avaria. Cada engenheiro dá sua sugestão. Engenheiro mecânico: A caixa de velocidades deve ter avariado. Engenheiro químico: Não concordo. O problema está na composição do combus‐vel.
Engenheiro eletrotécnico: Nada disso! É a bateria que está descarregada. Engenheiro informá co: E se nós saíssemos e entrás‐semos novamente?
38 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
Crónica::
A força das palavras Ana Paula Amaro
Sem braços. Sem pernas. Sem problemas. Muita gente
conhece o lema de vida de Nick Vujicic e os seus inspira‐
dores vídeos disponíveis na internet. Nick, nascido sem
braços nem pernas, apenas com “uma asinha de frango”
como pé, como ele próprio ironicamente refere, não se
deixou vencer pela adversidade. Pesca, surfa, nada, anda
de barco, joga futebol e é autossuficiente. Ele é a prova
viva de que o ser humano é muito mais do que a soma das
suas partes. Ter uma, ou várias deficiências, é diferente de
ser‐se deficiente. Existe um abismo entre estes dois ver‐
bos: um exprime a condição presente enquanto o outro
define a essência. Tem‐se o que a natureza ou a herança
gené ca nos legou. É‐se tudo aquilo que conseguimos ser,
usando a nossa força interior e aquela vas dão que abran‐
ge o conceito de autossuperação. Obviamente não somos
tudo aquilo que sonhámos ser. A vida não é uma linha
reta sem imperfeições; antes um quadro abstrato, pleno
de figuras geométricas. No caso dos o mistas pode ser
um quadro de Kandinsky; no caso dos pessimistas um gri‐
to de Munch.
Ninguém deseja ter uma deficiência para se exibir como
ser extraordinário. Contudo, a escolha de como enfrentar
os problemas, define‐nos como pessoas.
Tenho a sorte de ter amigos chegados que são portado‐
res de deficiência e sinto um orgulho desmedido em tê‐
los no meu círculo dos afetos. Seja a minha amiga Lurdes
Breda, escritora inspirada de mão cheia, com livros no
Plano Nacional de Leitura e na Feira de Bolonha, presen‐
ça recente em vários eventos em Moçambique ou pré‐
mios literários no Brasil. Seja a minha amiga Rita, cuja
alegria de viver ultrapassa largamente a sua paralisia ce‐
rebral. Aprendi com elas que não há limites para a pala‐
vra possível e que a expressão “ Não consigo” ocupa um
espaço muito reduzido no seu quo diano.
Por tudo isto, e
muito mais que
fica por dizer,
indigna‐me a
falta de solidari‐
edade para com os outros, especialmente para com as pes‐
soas que não veram a sorte de nascer com capacidades
sicas ou mentais, iguais às dos demais. Insultos como “És
um deficiente!” deverão ser considerados apenas insultos
para quem os pronuncia. Quem opta pelo uso indevido
destas palavras é realmente deficiente pois falta‐lhes algu‐
ma parte invisível na formação do seu carácter. São porta‐
dores de uma deficiência muito mais profunda e aterrado‐
ra: Chama‐se síndroma de ASNO: Ausência de Sensibilidade
Notória. Por vezes, este síndroma vem acompanhado de
um outro ainda pior: o síndroma de IDIOTA – Imunodefici‐
ência de Ignorância Obtusa e Tolice Adquirida. Para essas
pessoas fica a minha expressão de pesar: ainda não se in‐
ventou uma cadeira de rodas para o preconceito ou um
programa de computador para a incultura.
Todavia, como educadora tento fazer a minha parte nesta
missão de todos nós. Demonstrar que, de facto, somos
“Todos diferentes, todos iguais”, ou como os meus alunos
do 9º ano aprenderam somos “Exatamente iguais: apenas
diferentes”.
E nessa diferença reside a nossa riqueza. Sem preconceito.
Sem ignorância. Sem problemas.
Casais do Campo
21 de novembro 2012
Exatamente iguais: Apenas diferentes
Kandinsky Composition VIII, 1923 Oil on canvas Guggenheim Museum New York, EUA
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Dezembro de 2012 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa 39
Quadro B
Z E U S A B A C O P O O R E B R E C L H O M E R C U R I O P L O E C A L I P S O S N E A S E I E P D C A R O N T E S O O S L N I E C R O N O L N U A R E S E O L I M P O P
:: Brevemente numa escola perto de si
1 F U T E B O L 2 C O M U T A T I V A 3 G U I M A R Ã E S ☺ 4 Á G U A 5 G R A N I T O 6 G R A C I O S A ☺ 7 C O N S T E L A Ç Ã O 8 U N I C E L U L A R E S 9 M U L T I P L I C A Ç Ã O 10 E G Í P C I O S 11 A V E I R O 12 P O L I T E I S T A
SOLUÇÕES:
Tendo como obje vo o desenvolvi‐
mento da consciência ecológica, a
EBNº1 de Condeixa vem implemen‐
tando o projeto “Uma Escola Azul
num Planeta Verde”.
Neste âmbito, surgiu a oportunida‐
de de aliar a reciclagem de papel,
vertente importante de uma con‐
duta ecologicamente responsável,
à luta contra a fome.
Sabemos que o nosso é apenas um
pequeno contributo, mas, se todos
contribuírem, faremos da solidarie‐
dade uma força.
Papel por alimentos
“Faça o seu papel!”
entregue‐nos papel usado que alguém o transformará em alimentos!
40 JÁ - O Jornal do Agrupamento de Escolas de Condeixa Dezembro de 2012
ÚLTIMA Isabel Jonet, responsável pelo Banco Alimentar, em entrevista ao
Jornal I, diz preferir o valor da cari-dade, um gesto individual de dádiva e de amor, ao valor da redistribui-ção social da riqueza por parte do
estado, que é o que se designa por solidariedade social, um gesto “frio” de política social redistributiva.
Quer isto dizer que, para Isa-
bel Jonet, o combate ao problema da pobreza deve ser feito mais pela assistência caritativa aos pobres e aos excluídos do que pela atividade
de ação social do estado, a qual pressupõe a ideia de que há direitos sociais que o estado tem a obriga-ção de proteger através de uma in-
tervenção de redistribuição da ri-queza.
Está tudo muito claro. Isabel Jonet parece defender que o estado
não tem o dever de fazer cumprir os direitos sociais, de modo a garan-tir um mínimo de justiça e de digni-dade a qualquer ser humano. No
fundo, tais direitos não existem ou, como ela diz, são simples “direitos adquiridos” e como tal revogáveis,
nomeadamente em situações de cri-se económica como a que vivemos agora. Os direitos sociais não são direitos humanos.
Aos pobres só lhes resta espe-rar pelo amor caridoso que, como todos sabemos, os mais ricos têm por eles; é certamente por isso que
o número de pobres está sempre a aumentar; quanto maior for o seu número, maior será a oportunidade de os ricos mostrarem o seu imenso
amor pela pobreza. Acreditem, é verdade.