Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Edição 13 – Junho de 2017
A RELEVÂNCIA DA LEITURA NO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
ARAUJO, Selma Aurenice de1
SILVA, Claúdia Alexandre da2
MARTINS, Viviane Lima (orientadora)3
RESUMO
O presente trabalho de pesquisa que tem como seu principal objetivo investigar a importância da
leitura para o aprimoramento da mesma por deleite. Para tal, se desenvolveu a partir das seguintes
estratégias: a) uma pesquisa teórica bibliográfica sobre a importância da leitura e suas implicações
para sua construção, baseada na visão de diversos autores como: Paulo Freire, Isabel Solé, Alberto
Manguel, Emília Ferreiro e Ezequiel Teodoro da Silva. O Objetivo foi trazer informações sobre o
importante papel da leitura para o seu desenvolvimento da criança no 3º ano e, como a prática
docente pode influenciar nesse processo.
Palavras-chave: Leitura, Práticas de leitura, Escola.
INTRODUÇÃO
A leitura, de modo geral, amplia e diversifica nossas visões e interpretações sobre o mundo e
da vida como um todo.
Precisamos estar atentos a esta questão, pois a ausência da leitura em nossa vida bloqueia
possibilidades de crescimento pessoal e profissional, e acaba de certa forma, nos excluindo dos
acontecimentos, da interpretação, da imaginação.
Seja num romance ou artigo; uma crônica, conto, poesia, jornal, um gibi, numa história
infantil ou infanto-juvenil, são inúmeras as possibilidades de mergulhar no mundo da fantasia e da
realidade encontradas no mundo das palavras.
A prática da leitura se faz presente em nossas vidas desde o momento em que começamos a
"compreender" o mundo à nossa volta. No constante desejo de decifrar e interpretar o sentido das
coisas que nos cercam, de perceber o mundo em diversas perspectivas, de relacionar a realidade
ficcional com a que vivemos no contato com um livro, enfim, em todos estes casos estamos de certa
forma, lendo, embora, muitas vezes, não nos damos conta, ou seja, quanto mais um indivíduo lê
mais integrado com o seu meio estará.
1 Graduada em Pedagogia.
2 Graduada em Pedagogia.
3 Professora Universitária, Doutora em Comunicação.
Edição 13 – Junho de 2017
O mundo moderno, as novas tecnologias, fez com que as pessoas deixassem a leitura de livros
de lado, o que resultou em indivíduos sem interesse pelos livros, possuindo vocabulários cada vez
mais pobres. A escola tem que utilizar dessas tecnologias para promover o deleite na leitura, pois é
algo crucial para a aprendizagem do educando.
Apreciar uma boa obra literária algo para ser cultivada no educando, papel que a escola tem
grande importância no decorrer da vida escolar do sujeito. Despertar o prazer de ler do aluno deve
ser o objetivo principal de toda a escola e professores.
A leitura só será satisfatória para o educando se antes acontecer uma interação, buscando
construir um sentido para o texto, estabelecendo uma relação entre o que é lido e o universo do
individuo. O professor tem que criar subsídios para transformar os momentos de leitura em algo
prazeroso para os alunos, onde a estratégia utilizada contribuirá para o êxito, estabelecendo assim a
relação entre o que é lido e o universo da criança. O processo de leitura deve garantir que o leitor
compreenda os diversos textos que se propõe a ler, ou seja, o processo é interno e deve ser
ensinado.
A leitura atualmente não é considerada apenas como um meio de receber uma mensagem é
também uma forma de aprendizagem e contribui no desenvolvimento das capacidades intelectuais
dos indivíduos, da linguagem e da personalidade.
Esse trabalho tem como intuito a conscientização dos professores em relação à prática da
leitura no 3º ano do Ensino Fundamental, contribuindo para a formação de leitores que
compreendam a sociedade que o cercam, tendo por base que o hábito da leitura muda o educando
no seu modo de expressar-se, e por isso é relevante a influência da mesma em sala de aula e em
outros ambientes, para assim formar cidadãos transformadores.
Incluímos como objetivos demonstrar que a leitura beneficia o sujeito, enriquecendo
culturalmente sua percepção de mundo, no qual as modificações serão feitas a partir de suas
reflexões críticas sobre a sociedade. Pretende-se mostrar, também, as práticas da leitura, bem como
as estratégias reais e concretas usadas por professores em sala de aula.
1 A LEITURA E SEUS ESPAÇOS DIFERENCIADOS
1.1 O que é leitura?
Em 1.300 a.C. os escribas egípcios, entendia que ler significava declamar. Durante maior
parte na história antiga ler denotava falar. A leitura prioriza o significado.
Edição 13 – Junho de 2017
A leitura é a capacidade de colher sentido de símbolos escritos ou impressos. Ao longo da
pré- história a representação da palavra era por meio de desenhos sendo usada por diferentes povos
em vários períodos, pertencendo ao grupo seleto.
Segundo Fischer (2005), o homem de Neandertal e os primeiros homo sapiens liam entalhes
em ossos sinalizando algo que lhes fosse significado; pontuação de um jogo, marcações de dias ou
de ciclos lunares. A arte rupestre também era “lida” como histórias visuais dotadas de informações
com significado. Tribos primitivas liam extensas mensagens imagéticas em cascas de árvores ou em
couro, ricas em detalhes. Em diversas sociedades antigas, varetas eram lidas para contagem de
quantidades.
A sinalização permitia que mensagens simbólicas fossem lidas a distancias: bandeiras,
fumaça, fogo, reflexos em metais polidos e outros dispositivos.
Os Incas liam nós “quipo” (é um nome dado a um conjunto de cordões, de cores e tamanhos
variados, com nós em varias posições, usado pelos indígenas peruanos para fazer cálculos,
transmitir mensagens e para monitorar transações comerciais complexas). Os polinésios antigos
liam registros em cordas e entalhes para embalar suas gerações. Todas essas “leituras” envolviam
códigos predeterminados.
Ler era “ita” (it, id, ed) em sumério, que também significa “contar, calcular, ponderar,
memorizar, declamar, ler em voz alta”. (FISCHER, 2005, p.13).
O homem no decorrer da sua evolução atribui significados as manifestações que ocorriam no
mundo externo, usando materiais que estavam disponíveis ao seu redor.
Desde os primórdios o homem encontrou maneiras de representação de símbolos que
contasse sua trajetória.
A leitura é um elemento de referência fundamental para o ingresso e a participação na
sociedade letrada. Sendo assim, se torna uma ferramenta básica da comunicação do homem na
sociedade contemporânea e a chave para o ato de um saber já adquirido, fazendo com que esse
homem se torne um cidadão inserido na civilização moderna com perfeito domínio dos símbolos da
comunicação.
Definir a leitura no sentido lato da palavra, tida como atividade intelectual eminentemente
humana é tarefa simples, diante do repertório de dados comprovados por respeitáveis intelectuais.
Porém, é limitador e bastante complicado tentar conceituar e desenvolver as interfaces que
compõem o todo dessa atividade e os atores envolvidos no processo, como também não é fácil,
analisar os elementos que integram o seu campo de ação, circunstancializar as situações em que se
realiza e determinar o papel que desempenha durante sua produção.
Edição 13 – Junho de 2017
Na sociedade letrada a leitura é uma aquisição necessária a todos os indivíduos, para que
possam tornar-se verdadeiros cidadãos sociais. Portanto, é um instrumento de acesso à cultura e à
realidade social de grande importância no desenvolvimento do ser humano. Como fonte de
informação, possibilita a percepção da realidade do indivíduo, de seus problemas e conflitos,
facilitando a aquisição de diferentes pontos de vista sobre esta realidade, pois a pessoa bem
informada tem noção dos seus direitos e deveres, podendo exercer sua cidadania com maior
facilidade.
Segundo Silva (2002, p. 31):
A atividade de leitura se faz presente em todos os níveis educacionais das sociedades
letradas. Tal presença sem dúvida marcante e abrangente começa no período de
alfabetização, quando a criança passa a compreender o significado potencial de mensagens
registradas através das escritas.
Leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto. É um momento único em que o
leitor deve examinar detalhadamente o texto, identificando as ideias principais, a mensagem que o
autor quer passar. Nesse processo, não quer dizer que o significado que o escrito tem para o leitor
não é uma réplica do significado que o autor quis lhe dar, mas uma construção que envolve o texto,
os conhecimentos prévios do leitor que o aborda e seus objetivos, (SOLÉ, 1998, p.22).
Um dos significados registrados por Ferreiro (2000, p. 423.), a palavra “ler” é de “captar
signos ou sinais registrados em (um suporte) para recuperar as informações por eles codificadas”.
Assim, a leitura pode ser compreendida em primeira instância, como um ato de decifração e
decodificação.
Vista como atividade estritamente linguística, a leitura se desenvolve na constante interação
de significados, significantes, elementos culturais e ideológicos do leitor. Assim sendo, a relação
que a constitui não se reduz à mera transmissão do conhecimento padrão da língua e demais
conteúdos do currículo escolar, ou seja, a simples decodificação de textos. Aprende-se a ler a partir
de uma leitura significativa que vai além de um ato visual, pois envolve técnica, estabelecimento de
relação entre leitor e texto, perspicácia intelectual, sensibilidade, experiência, postura crítica e
sistemática e associações que só podem ser adquiridas através da prática.
Quanto mais se ler, mas aprende, e com isso novas palavras e significados passam a fazer
parte de um novo vocabulário o que de fato é de suma importância.
Conforme Martins, (1989, p. 44):
O treinamento para a leitura efetiva implica aprendermos e desenvolvermos determinadas
técnicas. Dos manuais didáticos aos estudos aprofundados sobre o ato de ler, todos oferecem
orientações ora menos ora mais objetivas e eficientes. Todavia, cada leitor tem que descobrir
criar uma técnica própria para aprimorar seu desempenho.
Edição 13 – Junho de 2017
O ato de ler faz parte de um processo que visa interagir o leitor através de informações
significativas que poderão servir como sustentação para toda a sua vida escolar e social. À medida
que ultrapassa o limite da leitura visual, levando em conta suas representações, cresce o desejo de
participar da construção do conhecimento de forma ativa. Desse modo, a leitura torna-se um
processo de interlocução entre o autor e o texto, que se dá através da escrita e nesse processo
interativo entram em jogo, não apenas o intelecto, mas também os sentidos e as emoções, deixando
evidenciar como afirma Martins (1994, p. 36.) que “se a leitura tem mais mistérios e sutilezas do
que a mera decodificação de palavras escritas tem também um lado de simplicidade que os
letrados não se preocupam muito em revelar”.
Tomando por base esse conceito amplificado do ato de ler, o leitor passa a ser um sujeito
ativo e consequentemente se transforma num manancial de significações e implicações que vão
sendo descobertas a cada leitura. Assim, é fundamental perceber que cada nova leitura oportuniza o
desfilamento de novas significações, não detectadas em leituras anteriores e que nesse contexto, a
leitura é antes de tudo, um processo contínuo de compreensão e aprofundamento.
Sobre isso, Silva (2002, p. 70) afirma:
Se a compreensão, na perspectiva ontológica, significa habitar o mundo através de projetos
existenciais, então, a leitura por necessariamente envolver compreensão, também vai
significar uma saída de si ou um projeto de busca de novos significados. Por outro lado, se
compreender é enriquecer-se com novas proposições de mundo, então ler é detectar ou
aprender as possibilidades de ser ao mundo apontado pelos documentos que fazem parte do
mundo da escrita.
A leitura hoje não se constitui em um ato solitário, nem em atividade monológica do
indivíduo como se pensava há algum tempo, pois no processo da leitura se dá a interação do leitor
não apenas com o autor, como também com os leitores virtuais criados pelo mesmo no momento da
escritura, estabelecendo dessa forma, relações plurais. Nessa medida, a leitura compreendida,
sobretudo em seu caráter dialógico, constitui-se em precioso instrumento no processo de produção
do conhecimento por oportunizar ao leitor o contato com diversificadas formas de visão e
compreensão de mundo. Leitor e leitura se constituem, portanto, como elementos vitais nesse
processo de interlocução contínua, capaz de alargar indefinidamente as possibilidades de atribuição
de sentido.
A leitura tem por finalidade levar outros mundos possíveis, seja a literatura ou as revistas e
livros. Pode nos entreter ao mesmo tempo em que favorece a reflexão sobre a realidade ou a fuga de
dificuldades que enfrentamos em nosso cotidiano. Além disso, desperta sonhos, curiosidades e ativa
a criatividade e o vocabulário.
Edição 13 – Junho de 2017
Durante a leitura descobrimos um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas.
O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o indivíduo aprenda desde pequeno
que ler é algo importante e prazeroso, assim com certeza ele será um adulto culto, dinâmico e
perspicaz. Saber ler e compreender o que os outros dizem nos difere dos animais irracionais, pois
comer, beber e dormir até eles sabem, é a leitura que proporciona a capacidade de interpretação.
Toda escola, particular ou pública, deve fornecer uma educação de qualidade incentivando a
leitura, pois dessa forma a população se torna mais informada e crítica.
Quando vista como um instrumento de poder, a leitura vem através dos tempos assumindo
seu papel na sociedade, que é o de contribuir como decodificadora de signos, o que embora vá
muito além. Freire (1983) comenta que “os signos são os próprios fatos, acontecimentos, situações
reais ou imaginárias em que os sons, paisagens, imagens tendem a melhorar a relação homem -
meio – mundo”.
Quando o ser leitor tem uma visão do mundo que o cerca torna-se mais fácil a sua leitura,
pois carrega consigo uma bagagem de significados.
A leitura amplia os conhecimentos do ser humano. É através dela ou mesmo pelo hábito de
ler que o indivíduo habilita-se a exercer os conhecimentos culturalmente construídos e dessa forma
escala com maior facilidade os novos degraus do ensino, e em consequência atinge também sua
realização profissional.
O ato de ler é função primordial da escola, e é esta que possibilita o educando a ler o mundo,
de construir a sua própria história.
Segundo Manguel, é o leitor que lê o sentido; é o leitor que confere a um objeto, lugar ou
acontecimento, certa legibilidade possível, ou que a reconhece neles; é o leitor que deve atribuir
significando-a um sistema de signos e depois decifrá-lo (MANGUEL, 2000, p.19).
Ler o mundo que está em volta vislumbrando a infinidade de códigos para decifrar e traduzir
o conhecimento que vai sendo adquirido.
Cada sujeito tem uma interpretação diferente do conjunto de informações que estejam em
um livro, jornal, quadro, pois sendo um leitor ávido a compreensão dos fatos apresentados será
transparente.
Conforme Solé, para devemos simultaneamente, manejar com destreza as habilidades de
decodificar e apontar ao texto nossos objetivos, ideias e experiências prévias, (SOLÉ, 1998, p.23).
Para ocorrer um elo entre o objeto texto e o sujeito, o conhecimento que o indivíduo já
possui pode auxiliar na compreensão da leitura e usando-a como instrumento de aprendizagem.
Edição 13 – Junho de 2017
1.2. Leitura de mundo e formação do indivíduo
A reflexão sobre a importância da leitura para formação do indivíduo é de suma importância
nos dias de hoje. Nesta reflexão é primordial analisar os fatores que impedem e apresentar caminhos
de renovação e qualificação. A leitura sempre teve um papel social de grande interferência na
sociedade, como pesquisa educacional e a evolução da leitura na sociedade diante dos problemas
sociais, políticos e econômicos.
Conforme Kleimam, a compreensão de um texto é um processo que se caracteriza pela
utilização de conhecimento prévio: o leitor utiliza na leitura o que ele já sabe o conhecimento
adquirido ao longo de sua vida. É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento, como o
conhecimento linguístico, o textual, o conhecimento de mundo, que o leitor consegue construir o
sentido do texto. É porque o leitor utiliza justamente diversos níveis de conhecimentos que
interagem entre si, à leitura é considerado um processo interativo. Pode-se dizer com segurança que
sem o engajamento do conhecimento prévio do leitor não haverá compreensão, (KLEIMAM, 2010,
p.13).
A criança quando apresentada ao mundo da leitura necessita receber apoio e incentivos para
que tal prática se concretize, uma vez que, a participação dos adultos durante esta fase de
compreensão e conhecimento da leitura é extremamente relevante, pois é a partir das expressões e
hábitos cotidianos que a criança realiza o entendimento desse universo desconhecido. “A leitura,
possibilitando a aquisição de diferentes pontos de vista e alargamento de experiências, parece ser
o único meio de desenvolver a originalidade e autenticidade dos seres que aprendem. (SILVA,
1992, p.43)”.
O “compreender” deve ser visto como uma forma de ser, emergindo através das atitudes do
leitor diante do texto, assim como através do seu conteúdo, ou seja, o texto como uma percepção ou
panorama dentro do qual os significados são atribuídos (SILVA, 1992, p. 44).
A leitura proporciona ao leitor momentos de reflexão, se a mesma for por deleite, agregando
assim a outros conhecimentos.
A leitura verdadeira acontece quando o sujeito leitor, perante o objeto consegue interpretar
as várias informações usando seus atributos linguísticos, culturais e sociais.
A prática da leitura caracteriza um ato político, para o sujeito que ao interpretar o que esta
lendo constrói reflexões sendo um agente transformador na sociedade, pois se tornará um cidadão
questionador fundamentado.
Edição 13 – Junho de 2017
Segundo Silva, quando nos envolvemos num ato de interpretação concreto, precisamos em
primeiro lugar nos dirigir para aquilo que existe ali, que deve ser interpretado. O que esta ali,
porém, nada mais é do que asserções não discutidas da pessoa que faz a interpretação. No ato de
interpretar está uma asserção, aquela que foi aceita pela própria interpretação, isto é, que foi
apresentado no que está diante de nós, naquilo que vimos antecipadamente, e na possibilidade de
concepção. (SILVA, 1992, p.29).
O conhecimento prévio do leitor auxiliará a construir um sentido para o texto, sendo em
diferentes linguagens: plástica, simbólica, musical, oral e escrita.
1.3 Tipos de leitura (imagens, sons e texto).
Segundo o autor, os textos tem formato próprio suporte específicos, possível propósito de
leitura em outras palavras, tem o que os especialistas chamam de “Características
Sociocomunicativas”, definidas pelo conteúdo, a função, o estilo e a composição do material a ser
lido. E é essa soma de características que define os diferentes gêneros, ou seja, se é um texto com
função comunicativa, tem um gênero, os especialistas dizem que os gêneros são, na verdade, uma
“condição didática para trabalhar com comportamentos leitores e escritores”. A sutileza –
importantíssima – é que eles devem estar a serviço dos conteúdos os chamados “comportamentos
leitores e escritores” (ler para estudar, encontrar, uma informação específica, tomar notas, organizar
entrevistas, elaborar resumos, sublinhar as informações mais relevantes, comparar dados entre
textos e, claro, enfrentar o desafio de escrevê-los). “Cabe ao professor possibilitar que os alunos
pratiquem esses comportamentos, utilizando textos de diferentes gêneros.” Afirma Beatriz Gouveia,
coordenadora do Programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, em São Paulo. (MOÇO, 2013).
O bebê nasce, cresce , torna-se adulto e os sons continuam a provocar essas e outras reações
mais sofisticadas: eles evocam memórias e pensamentos, comunicam, provocam sensações,
emoções e movimentações, desde os tempos mais remotos, o homem percebeu todo esse potencial,
usando os materiais que tinha à disposição (pedras, ossos, madeira, o próprio corpo e a voz), ele foi
combinando sons e silêncio das mais diversas maneiras.
O som é uma vibração que se propaga no ar, formando ondas sonoras que são captadas por
nosso sistema auditivo. Depois de transformadas em impulsos elétricos, elas viajam pelos neurônios
até o cérebro, onde são interpretadas.
Edição 13 – Junho de 2017
Segundo Gentile (2013), a cultura visual – nome desse novo campo de estudo- propõe que
as atividades ligadas à arte passem a ir além de pinturas e esculturas, incorporando publicidade,
objetos de uso cotidiano, moda, arquitetura, videoclipes e tantas representações visuais quantas o
homem é capaz de produzir. Trata-se de levar o cotidiano para a sala de aula, explorando a
experiência dos estudantes e sua realidade.
Essa “alfabetização visual” dará ao aluno condições de conhecer melhor a sociedade em que
vive interpretar a cultura de sua época e tomar contato com a de outros povos. (GENTILE, 2013).
O leitor no processo de construção do seu conhecimento tem de utilizar de varias formas
para enriquecer o seu conhecimento linguístico, a leitura proporciona a reflexão do sujeito em seus
vários tipos.
A atividade de leitura se faz presente em todos os níveis educacionais das sociedades
letradas. Tal presença sem dúvida marcante e abrangente começa no período de alfabetização,
quando a criança passa a compreender o significado potencial de mensagens registradas através da
escrita. Após esta fase de iniciação, o aluno continua a se encontrar com livros textos
(materializados, na prática escolar, sob a forma de livro- adotado, texto base, bibliografia
obrigatória, leitura suplementar, apostila, etc.) ao longo de toda sua trajetória acadêmica. (SILVA,
1992, p. 31).
Contribuirá para uma leitura crítica, no qual o educando analise, pesquise, interprete e
questione as informações contidas no que esta sendo lido, ou seja, um leitor letrado.
Segundo Manguel, tentar ler um livro numa língua que não se conhece, grego, russo
evidentemente não revela nada. Mas, se o livro é ilustrado, mesmo não conseguindo ler, as imagens
podem atribuir um sentido. (MANGUEL, 1997, p.116).
As imagens equivalem à leitura do sujeito, que conforme o seu conhecimento vai interpretar
as informações que estão contidas no texto e sua imaginação também fluirá.
Sendo essa obra uma pintura, escultura, fotografia, música revelam hábitos, valores e
transformações de um período da história. Reunir-se para ouvir alguém ler torna-se também uma
prática necessária e comum no mundo laico da Idade Média. (MANGUEL, 1997, p. 138).
Ser alfabetizado nesse período da História era raro, sendo os livros artigos preciosos e um
privilégio apenas para os ricos.
Na Europa do século XI, os itinerantes recitavam ou cantavam versos deles próprios ou de
autoria de outros trovadores, sendo assim os feitos deste período eternizados para as futuras
gerações.
Edição 13 – Junho de 2017
1.4 Os Espaços de Leitura
Os espaços de leitura são caracterizados como: espaços escolares e espaços não escolares.
Espaços escolares são: bibliotecas, sala de aula, cantinhos de leitura, escola entre outros.
Espaços não escolares são: feiras de livros, ônibus-biblioteca, bibliotecas ao ar livre entre outros.
São espaços de incentivo à leitura, instrumentos de educação a serviço da população, onde
se fortalece a ação protagonista das lideranças comunitárias como agentes multiplicadores de saber
e sonhos onde se estimula a leitura entre famílias, contribuindo na mobilização da sociedade pela
erradicação do analfabetismo funcional, ou seja, nos Espaços de Leitura se valoriza o saber popular,
tendo a educação para a cidadania como propósito.
O espaço de leitura é um lugar onde, além de livros e estantes, as crianças encontram
diversas formas de encantamento com a leitura, pois imaginam estar dentro própria da história o que
possibilita a construção da própria realidade por meio do teatro, contação de histórias, produção de
textos e atividades onde envolvem a imaginação.
Para que uma criança possa constituir-se enquanto leitora, de forma a fazer da leitura uma
parte querida e importante de sua vida, é preciso que ela tenha a oportunidade de conviver com
livros e leitores, compartilhando práticas de leitura. Algumas das crianças têm essa convivência
assegurada na sua vida familiar, mas muitas dependem da escola para ter acesso a ela.
1.4.1 Espaços formais de leitura (escola, biblioteca, sala de leitura).
A educação formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos
previamente demarcados.
A biblioteca escolar é um espaço cultural que possibilita ao seu usuário o acesso à
informação, direito à expressão de criação e à formação da consciência crítica. Constitui-se como
fator essencial para que possa atingir as metas educacionais, funcionando como centro de recursos
para a aprendizagem e desenvolvendo o hábito da leitura sólida e permanente. O ambiente de uma
biblioteca escolar deve ser um lugar alegre e convidativo, para que as pessoas gostem de ficar por
ali, ou seja, um ambiente acolhedor que favoreça e estimule o estudo, pesquisa, leitura, reflexão,
cultura e silêncio.
Também é na biblioteca escolar que se constitui o ambiente de acesso e uso da informação
através da leitura de livros, de textos da Internet ou outros. O que interessa considerar neste ponto é
o texto que vai ser lido, seja em suporte de papel, seja em suporte informático. Claro que há outras
Edição 13 – Junho de 2017
fontes de informação nas bibliotecas escolares, tais como vídeos, DVDs. Mas tais fontes de
informação não são objeto de estudo na abordagem aqui presente. A biblioteca pode colaborar para
o ensino da leitura e agregar outros valores a essa atividade, como instigar o prazer pela mesma,
permitir a exploração desse espaço e possibilitar a formação de um leitor autônomo.
Investir mais na leitura durante o processo da alfabetização é imprescindível, pois é a base
que está sendo construída.
Nas salas de leitura, sob a coordenação de um professor orientador especialmente designado
para esta função, são desenvolvidas atividades de leitura articuladas com a proposta pedagógica das
salas de aulas regulares junto com o projeto pedagógico da escola, com o propósito de inserir os
alunos na cultura oral e escrita, por meio do contato com os diferentes gêneros de textos presentes
em seu cotidiano.
1.4.2 Espaços não formais de leitura (brinquedoteca, bicicloteca, hospitais, ONG)
A educação não formal é aquela que se aprende no cotidiano, na relação com
diferentes pessoas, pela experiência e em espaços fora da escola, em locais informais onde há
processos de interação e intencionalidade na ação, na participação, na aprendizagem e na
transmissão e troca de saberes.
A educação não formal é uma modalidade de ensino que vem ganhando destaque na
sociedade atualmente, um dos motivos desse crescimento é a crise das escolas públicas, que acabam
excluindo alguns educando ao não valorizar a sua cultura popular e privilegiando a cultura da
sociedade dominante. Essa modalidade de ensino caracteriza-se pela não fixação de tempos e
espaços de aprendizagem e pela flexibilidade dos currículos, conteúdos e, embora não seja o
seu principal objetivo, acaba preenchendo as falhas da educação formal e fornece certificação de
conclusão. Possui semelhança com a educação formal no que diz respeito à estrutura e organização
que ambas devem possuir.
A educação não formal abre possibilidades de conhecimento sobre o mundo que rodeia os
indivíduos e suas relações sociais, ou seja, podemos dizer que a educação não formal pode ocorrer
em diferentes espaços também denominados de espaços não formais.
A Bicicloteca - Instituto Mobilidade verde “ONG”, em parceria com gestores locais é
composta por 10 bicicletas na cidade de São Paulo, que em pouco mais de dois anos já distribuíram
mais de 200mil livros gratuitamente.
Edição 13 – Junho de 2017
Figura 1: Apresentação da bicicloteca aos moradores do bairro.
Fonte: http://bicicloteca.wordpress.com/
Biblioteca viva é um espaço lúdico de leitura dentro do hospital onde a mesma é para bebês,
crianças, jovens e acompanhantes. O momento de leitura busca aliviar a tensão causada pelas
circunstâncias do ambiente hospitalar, onde os voluntários tentam criar uma atmosfera mais leve, de
preservação e desenvolvimento da saúde psíquica de todos através da leitura.
A partir do hábito da leitura, estimulará as diferentes percepções e a criatividade, organiza o
pensamento e ajuda a criança a administrar a situação. O acervo é feito através de doações de
editoras e instituições particulares.
1.5 A leitura e o processo de alfabetização (o primeiro contato com o livro)
Ao se falar em alfabetizar não se deve imputar a responsabilidade unicamente à escola e a
seus professores, pois todos têm participação neste processo. Quando digo todos me refiro à
família-escola-comunidade. Este tripé tem que caminhar em sintonia para que o resultado seja
harmônico.
Segundo Solé, a alfabetização é um processo através do qual as pessoas aprendem a ler e a
escrever.
A criança deve ser estimulada à alfabetização e consequentemente o gosto pela leitura desde
seu nascimento, através da contação de histórias, ou seja, as crianças que ouvem histórias e veem as
ilustrações de seus livros infantis desde bebê desenvolve um vocabulário melhor. O
Edição 13 – Junho de 2017
desenvolvimento da linguagem vem acompanhado do estímulo cognitivo e consequentemente
melhor desempenho no processo de alfabetização.
Quando a criança inicia seu processo de alfabetização é importante que seja estimulada a ter
autonomia para a leitura, para que possa perceber o prazer no ler. Muitas vezes a escola ou mesmo
os pais, na euforia de incentivar a leitura, acaba obrigando a criança a ler determinando livro sem
que este lhe tenha despertado interesse. Sabemos que muitos professores apontam como tarefas para
nota a leitura de determinado livro com respostas a questionários e outros artifícios que, ao invés de
motivar, acabam por criar aversão.
Segundo a autora, a alfabetização da criança é realizada sistematicamente levando-se em
consideração os métodos de ensino aos quais ela se submete na pré-escola ou no contexto social em
que vive. O saber que a criança adquire se revelam no sistema de escrita, e nessa perspectiva sua
compreensão se efetiva de acordo com as informações recebidas, ou seja, a aprendizagem ocorre de
fora para dentro, pois as crianças veem muitas letras fora da escola e assim acaba ajudando na sua
aprendizagem dentro da escola.
De acordo com Ferreiro (1995), a alfabetização vista numa perspectiva de adoção de
conhecimentos ao individuo é uma atividade intencional que se revela a partir da prática pedagógica
isenta de neutralidade. São os métodos e técnicas empregadas no ato de alfabetizar que contribuem
significativamente para auxiliar o sujeito a compreender as representações que lhe são apresentadas
no cotidiano.
Supõe-se que os significados apresentados nas leituras contribuem para a reflexão de adulto
nas condições materiais que vivem, proporcionando a oportunidade de realizações concretas de suas
ideias anteriormente formuladas no cognitivo.
Na concepção de Paulo Freire, a alfabetização é um meio para a conscientização do homem
como criador de cultura, para a abertura de horizontes e para o abandono de uma posição passiva
diante da sociedade, a partir do momento em que se apodera da escrita e a utiliza como um meio de
expressão e libertação.
O ser diante de todo conhecimento adquirido através da leitura utiliza-o para a sua liberdade
de expressão.
Conforme Solé (1998), o ensino da leitura deve garantir a interação significativa e funcional
da criança com a língua escrita, como meio de construir os conhecimentos necessários para poder
abordar as diferentes etapas da sua aprendizagem.
Edição 13 – Junho de 2017
2. O PROCESSO DE LEITURA NO 3° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
2.1 Leitura e PCN de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental
A concepção de leitura que consta nos Parâmetros Curriculares do Ensino Fundamental diz
que:
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e
interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto,
sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem, etc. Não se trata de extrair informação,
decodificando letra por letra, palavra por palavra.
Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e
verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que
possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades
de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas.
(PCN, 1998, p.69).
A leitura fluente e por deleite envolve uma série de outras estratégias e recursos para a
construção do significado.
Desde o início da década de 80, o ensino da língua portuguesa vem sido muito discutido
acerca da necessidade de melhorar a educação do país. Uma das maiores dificuldades das escolas é
ensinar seus alunos a ler e a escrever, tal barreira reflete num índice de pessoas alfabetizadas não
muito favorável, ou seja, analfabeto funcional. Este obstáculo é encontrado no fim da primeira série
do ensino fundamental (alfabetização) e na quinta série do mesmo.
Por meio do PCN (Parâmetros Nacionais Curriculares), o professor encontra uma espécie de
síntese mostrando um possível avanço hoje, em relação há anos anterior. Nos anos 60, por exemplo,
buscava-se no aluno o fracasso escolar; havendo lógica, visto que em parte dos discentes o ensino
parecia funcionar. Nos anos oitenta, começava a circular entre os educadores livros e artigos que
davam conta de uma mudança no processo de alfabetização: “Como se ensina” e “Como se
aprende”. Esse seguimento ajudou os professores a compreenderem aspectos importantes de
aprendizagem da leitura e da escrita.
A leitura deve acontecer continuamente com as diferentes formas e objetivos no contexto do
cotidiano, e para que tenha sentido para o educando, tenta-se descrevê-la de forma sucinta.
Para aprender a ler, é preciso interagir com uma variedade de textos escritos e participar de
fato dos atos da leitura. É relevante que a criança receba o incentivo e ajuda de leitores experientes
para ampliar os seus conhecimentos, objetivos e interesses.
O PCN tem como objetivo auxiliar o educador no cumprimento de seu trabalho juntamente
aos educando, visando assim um bom aproveitamento de ambos; mestre e aluno.
Edição 13 – Junho de 2017
Os Parâmetros Curriculares Nacionais servem, também, como instrumento de discussão
entre professores e orientadores na elaboração das aulas, criação de projetos, feiras estudantis e,
finalizando, como atualização e crescimento profissional a todos educadores que usarem do PCN
para fins dentro de cada instituição.
No que diz respeito à leitura, os PCN de Língua Portuguesa preconizam a formação de
leitores competentes, que consigam construir significados a partir de diferentes gêneros textuais.
Para isso, os PCN preconizam uma abordagem que articula a leitura e a escrita, dando a estas o
papel de atividades articuladas e complementares. Com base nos PCN, é atribuído à leitura o papel
de atividade de construção e elaboração de sentido. Essa posição surge com a pretensão de se opor à
prática da leitura como decodificação. Nessa nova perspectiva, o documento oficial orienta vários
tipos de leitura (silenciosa, em voz alta, individual, em conjunto etc.) e o desenvolvimento de
diversas atividades relacionadas a essa competência linguística, tais como: projetos de leitura,
atividades sequenciadas etc.
Quanto mais variados, interessantes e divertidos forem os textos que você apresentar às
crianças, maior será a chance de elas se tornarem leitoras hábeis, se na sala de aula só entrarem
aqueles textos escritos explicitamente para ensinar a ler, que despertam pouca atenção nos alunos,
eles se desinteressarão da leitura e terão dificuldade em aprender, pois, quem lê mais dispõe de um
vocabulário mais rico e compreende melhor a estrutura gramatical e as normas ortográficas da
Língua Portuguesa.
De acordo com os PCN, para que essa inserção no mundo das letras venha a ocorrer, o
ensino da Língua Portuguesa deve se organizar de maneira que os estudantes sejam capazes de
compreender textos em diferentes níveis, sabendo inferir as intenções do autor, valorizando a leitura
como fonte de informação que lhes permita recorrer para diferentes objetivos, além de utilizar a
linguagem como instrumento de aprendizagem.
O contato com outros leitores experientes promoverá o contato, de fato, com momentos
válidos de leitura, propiciando a interação com a diversidade textual e cabe ao professor mediar essa
interação entre os leitores, podendo também constituir-se como um modelo, ou seja, um professor
apaixonado pela leitura é capaz de tornar seu aluno um leitor que sabe construir ativamente o
significado de um texto, de acordo com o objetivo da sua leitura. Para isso, o material selecionado
deve ser adequado ao leitor, tornando a aula de leitura um momento prazeroso.
De acordo com os PCN (1998), atividades permanentes de leitura são situações didáticas
propostas com regularidade e voltadas para a formação de uma atitude favorável à leitura. Nesse
momento de leitura, é considerado essencial o trabalho com outras formas de leitura. Uma leitura
Edição 13 – Junho de 2017
dramatizada, por exemplo, favorece a concentração e o interesse de uma sala que tem altos índices
de indisciplina.
2.2- A leitura no currículo do 3°ano do Ensino Fundamental.
Neste tópico discutiremos alguns acontecimentos em que gostaríamos de enfatizar
as relações presentes na sala de aula nos momentos de leitura e os sentimentos dos alunos durante a
leitura.
Dentre a análise, nos livros didáticos de Língua Portuguesa do 3° ano os textos contidos
apresentam músicas de compositores brasileiros modernos, fábulas, contos, lendas, mitos e histórias
em quadrinhos. Os três livros observados de Língua Portuguesa tem os mesmo formato de gêneros
textuais. Análise e reflexão de diversos textos culminam no processo de aprendizagem da língua na
construção de sua própria interpretação. A diversidade de gêneros presentes no livro poderá ser o
eixo norteador do ensino da leitura que deve ser algo significativo para o educando.
Figura 2: Projeto de incentivo à leitura reduz índice de reprovação.
Fonte: Diário Oficial Guarujá 19 de outubro 2013.
A leitura autônoma e proficiente se apoiará na formação de alunos-leitores ativos. As
atividades de leitura espontânea e de contar aos colegas o livro lido são sugeridas pelos PCN: O
professor deve permitir que seus alunos escolhessem suas leituras. Fora da escola, os leitores
escolhem o que leem o que é preciso trabalhar o componente livre da leitura, caso contrário, ao sair
da escola, os livros ficarão para trás (PCN, 1998; p. 17). Outro aspecto destacado pelos PCN é que a
escola deve organizar-se em torno de uma política de formação de leitores. Todo professor, não
apenas o de Língua Portuguesa, é também professor de leitura. É importante destacar que as duas
Edição 13 – Junho de 2017
atividades mais comuns relacionadas à leitura em sala de aula, ler em voz alta e fazer perguntas de
compreensão do texto, não ensinam de fato a ler. Para tanto, algumas tarefas específicas podem
ajudar e cabe ao professor planejar suas aulas, de acordo com a realidade e a necessidade dos seus
alunos para maior aproveitamento no processo de ensino-aprendizagem. Sendo assim, para formar
um leitor competente faz-se necessário compreender o que lê e que saiba posicionar-se na busca de
informações implícitas, que se ancoram nos dados não fornecidos pelo autor. Para isso, esse leitor
precisa de práticas constantes de leitura de textos diversos que circulam socialmente.
O tratamento didático que a leitura precisa dentro da sala de aula, segundo os PCN, refere-se
à maneira como a leitura foi e está sendo exercitada, isto é, se for usada como objeto de
aprendizagem, é necessário que ela faça sentido para o aluno, afastando-se, assim, daquele ensino
em que o aluno/leitor não vê referência e nem sentido naquilo que lê.
Quem lê mais dispõe de um vocabulário mais rico e compreende melhor a estrutura
gramatical.
Quanto mais variados, interessantes e divertidos forem os textos que o professor apresentar
às crianças, maior será a chance de elas se tornarem leitores hábeis.
Segundo Silva, em termos de educação institucionalizada, além de ligar-se à aquisição de
experiências, a mensagem escrita e uma das fontes primeiras que disparam a ação educativa
exercida pelo professor. Em verdade, nas escolas brasileiras os diferentes tipos de documentos
escritos colocam-se no centro da vivência professor-aluno, despontando como mediadores dessa
relação e| ou veículos para instigar discussões, reflexões ou novas práticas. (SILVA, 1992, p.32).
A leitura, possibilitando a aquisição de diferentes pontos de vista e alargamento de
experiências, parece ser o único meio de desenvolver a originalidade e autenticidade dos
seres que aprendem. O livro, dadas as suas condições de produção e manuseio, levanta-se
como o recurso mais prático para a difusão do conhecimento no meio escolar. (SILVA,
1992, p.43).
Conforme o mesmo todo o professor, por adotar um livro ou mesmo por produzir ou
selecionar seus textos, transforma-se, necessariamente, num corresponsável pelo ensino e
encaminhamento da leitura. Em outras palavras, a leitura é uma “exigência” que está presente nas
disciplinas acadêmicas oferecidas pela escola e, por isso mesmo, os respectivos professores são,
implícita ou explicitamente, orientadores de leitura.
(...) O leitor curioso e interessado é aquele que está em constante conflito com o texto,
conflito representado por uma ânsia incontida de compreender, de concordar, de discordar
– conflito, enfim, onde quem lê não somente capta o objeto da leitura, como transmite ao
texto lido as cargas de suas experiências humana e intelectual. (SAFADY, 1990, p.13).
Edição 13 – Junho de 2017
Sendo um tipo específico de comunicação, a leitura é uma forma de encontro entre o
homem e a realidade sociocultural; o livro (ou qualquer outro tipo de material escrito) é sempre uma
emersão do homem do processo histórico, é sempre a encarnação de uma intencionalidade e, por
isso mesmo, “sempre reflete o humano”. Daí a necessidade de um enfoque mais específico sobre os
aspectos da comunicação humana, inerentes à leitura. (SILVA, 1992, p. 41).
A facilitação da aprendizagem eficiente da leitura é um dos principais recursos de que o
professor dispõe para combater a massificação galopante, executada principalmente pela televisão.
Mesmo com a presença de outros meios de comunicação, o livro permanece como o veículo mais
importante para a criação, transmissão e transformação da cultura. (SILVA, 1992, p.43).
A leitura é algo fundamental na formação humana, pois através dela a criança resolve
conflitos, faz descobertas, compreende o mundo, adquire novos conhecimentos e se diverte, além de
muitos outros fatores que contribuem para o seu desenvolvimento emocional, intelectual e social.
Perante isso, podemos dizer o quanto é importante formar leitores, pois na sociedade em que
vivemos hoje, ler torna-se, cada vez mais, imprescindível para vida social.
O que acontece na escola é que esse tipo de leitura escolarizada - que não insere o aluno no
contexto, que não o leva à descoberta do mundo e suas implicações, acaba levando-o a pensar como
se não nada existisse fora dos muros dela. Ou seja, uma prática cotidiana que dificilmente vai
mobilizar o aluno a interessar-se em ler, uma vez que quase sempre os textos são
descontextualizados.
Desta forma, podemos dizer que para formar leitores nas primeiras séries do ensino
fundamental, faz-se necessário um trabalho contínuo de incentivo à leitura para que os alunos
tenham acessos diariamente aos livros e possam conhecer o mundo do ato de ler, levando-os a
encontrarem o verdadeiro sentido da leitura e, principalmente, de sua existência.
2.3 Principais problemas relacionados à leitura
Segundo Saraiva, a análise da situação em que se encontra a leitura comprova a ineficácia da
escola, pois o aluno manifesta seu desinteresse por essa atividade, evidenciado a distância que se
estabelece entre a ação pedagógica e o alcance do comportamento desejo. O pretenso leitor assume
o papel de decodificador e de eventual intérprete, sem almejar o desenvolvimento de atitudes
crítico-reflexivo, e limita suas experiências com textos literários às exigidas pela escola, enquanto
se restringe, na vida cotidiana, à leitura de jornais e revistas (SARAIVA, 2001, p 23).
Edição 13 – Junho de 2017
Apropriação da leitura e de extrema responsabilidade tanto da família quanto da escola, ou
seja, durante a trajetória do estudante fica a cargo da escola aprofundar o prazer da leitura, sendo
uma prática presente na rotina em sala.
Conforme a autora, a leitura está relacionando com o sucesso, não apenas acadêmico, mas
também social e econômico, pois se lhe atribui à capacidade de promover os indivíduos. É
reconhecida, igualmente, a importância da arte literária por ser capaz de situar o indivíduo diante de
si mesmo e de seu contexto; por possibilitar-lhe a percepção de variados pontos de vista e por
estimular sua criatividade (SARAIVA, 2001, p. 24).
O docente estimular a leitura despertando a fluência leitora do indivíduo, para que ocorra a
compreensão do que se lê, ocorrendo uma interação entre o sujeito leitor é o texto que esta sendo
apresentado.
Segundo Silva, a leitura, portanto, desde a alfabetização até as formas mais complexas de
encontro com textos na universidade, é uma forma de atribuição contínua de significados. Dessa
forma, o leitor seja ele a criança que inicia na alfabetização ou o adulto já na universidade está num
contínuo de atribuição de significados, de expectativas de visão e de chegar à idealidade daquilo
que está sendo mostrado pela cartilha ou pelos diferentes tipos de texto. (SILVA, 1992, p.30).
Durante o procedimento de leitura o educando irá construir o seus significados com as
informações explícitas nos textos, identificando gêneros, enriquecendo o seu conhecimento
linguístico.
Conforme Silva, (1992, p. 64).
É essencial que saibamos mais sobre os fatores envolvidos na leitura eficiente, os interesses
e preferências dos alunos- leitores numa sociedade em constante mudança, os efeitos da
leitura em diferentes segmentos da população, os procedimentos apropriados para o ensino
da leitura as necessidades da leitura da população urbana (...) a lista poderia se estender
interminavelmente (...) os estudos não precisam se originar do próprio investigador. As
escolas estão frequentemente identificando os seus próprios problemas; poucas pesquisam a
solução para esses problemas.
Segundo o autor, a leitura (ou a resultante do ato de se atribuir um significado ao discurso
escrito) passa a ser, então, uma via de acesso à participação do homem, mas sociedades letradas na
medida em que permite a entrada e a participação no mundo da escrita; a experiência dos produtos
culturais que fazem parte desse mundo só é possível pela existência de leitores. Daí ser a escola
uma instituição formal que objetiva facilitar a aprendizagem não só do falar e ouvir, mas
principalmente dos escrever e ler. (SILVA, 1992, p. 64).
Segundo os PCN (BRASIL, 1998, p.48), para que as dificuldades da leitura sejam
superadas, a escola deve:
Edição 13 – Junho de 2017
Dispor de uma boa biblioteca, de um acervo de classe com livros e outros materiais
de leitura; organizar momentos de leitura livre em que o professor também leia. Para
os alunos não acostumados com a participação em atos de leitura (...) participem e
conheçam o valor que a possuem, despertando o desejo de ler.
É preciso que a escola ofereça condições para que os alunos construam
aprendizagens na leitura, além de conquistar o educando de forma prazerosa, para
que ele desenvolva o hábito de ler utilizando seus recursos e baseando-se num
planejamento que atenda não só os alunos bem sucedidos, mas que dê maior ênfase
aos que apresentam dificuldades como leitoras, possibilitando-os a um despertar para
que as dificuldades transformem em facilidade, sensibilizando-os e assegurando-os
na apropriação de textos orais e escritos.
Os principais problemas em uma das escolas observadas são a qualidade do ensino,
repetência e a falta de biblioteca, pois o corpo docente não tem o suporte do qual
precisam.
Conforme Silva, a leitura é uma atividade essencial qualquer área do conhecimento e mais
essencial ainda à própria vida do ser humano. O patrimônio simbólico do homem contém uma
herança cultural registrada pela escrita.
Estar com e no mundo pressupõe, então, atos de criação e recriação direcionados a essa
herança. A leitura, por ser uma via de acesso a essa herança, é uma das formas do homem se situar
com o mundo de forma a dinamizá-lo. (SILVA, 1992, p.42).
A escola tem o papel de estimular o gosto pela leitura e fazer dela um local de várias
descobertas que o mundo literário pode proporcionar e por sua vez tem a função cultural e
educativa.
A leitura pode ser concebida em partes, sendo elas: o reconhecimento, a decodificação e
compreensão daquilo que se ler e é de fundamental importância, tanto no reconhecimento das letras
quanto na decodificação.
Outro aspecto a ser observado é se ao ler, o aluno respeita as pontuações, se utiliza
entonação em voz alta, também lembrando a importância da leitura silenciosa e ir tendo o contato
com o texto para pode fazer inferências.
Segundo a autora, a leitura crítica sempre leva à produção ou construção de outro texto: o
texto do próprio leitor. Em outras palavras, a leitura crítica sempre gera expressão: o desvela mento
Edição 13 – Junho de 2017
do ser leitor. Assim, este tipo de leitura é muito mais do que um simples processo de apropriação de
significado; a leitura crítica deve ser caracterizada como um projeto. (SILVA, 1992, p.81).
Cabe ao professor, especialmente, o educador oportunizar condições necessárias para que a
criança consiga fazer a leitura interpretativa de forma coerente, usando termos adequados à faixa
etária, questionando-o quando preciso a respeito do seu entendimento em relação ao problema
trabalhado e instigando-a com material adequado com o seu dia-a-dia, ou seja, buscando recursos
mais próximos da sua realidade.
Se na sala de aula só entrarem textos escritos explicitamente para ensinar a ler, que despertam
pouca atenção nos alunos, eles se desinteressarão da leitura e terão dificuldades em aprender a ler.
O livro e a prática da leitura devem ser apresentados aos estudantes numa dimensão de prazer
e alegria e não como uma obrigatoriedade, ou seja, deixar que os próprios alunos escolham os livros
dos quais querem ler, pois assim a leitura será por deleite, ou seja, no processo de leitura deve-se
levar em consideração o conhecimento prévio do aluno, uma vez que o mesmo precisa estabelecer
uma ponte entre o saber adquirido em seu dia-a-dia com os conhecimentos que obtém durante o
processo ensino aprendizagem.
O ato da leitura é considerado dentro do processo ensino aprendizagem uma ação
indispensável para o desenvolvimento crítico, reflexivo e intelectual do aluno.
Edição 13 – Junho de 2017
3 AS ESTRATÉGIAS DE LEITURA
A leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto para satisfazer um propósito ou
finalidade. Lemos para algo: fantasiar, preencher um momento de lazer, seguir uma pauta para
realizar uma atividade, entre outras coisas.
Solé (1998) ressalta que ao discutir as estratégias de leitura, em sua obra, não se referia
especialmente aos livros de literatura, entretanto, buscávamos inovar as práticas referentes ao ato de
ler, até então utilizadas por meio da conciliação entre a teoria de estratégias de leitura do seu livro
com a literatura. Em virtude da compreensão de leitura e de criança que possuímos, pois
proporcionamos uma formação leitora que valorize as várias expectativas e significados únicos que
o leitor cria, permitindo que este passe a ser o protagonista e responsável do seu processo de leitura.
Segundo Solé (1998, p. 22), “a leitura é um processo de interação entre o leitor e o texto;
e neste processo tenta-se satisfazer e obter uma informação pertinente para os objetivos que guiam
sua leitura”.
O leitor quando lê por deleite se envolve totalmente no mundo da leitura, e assim
utilizando seus conhecimentos para construir novas interpretações de mundo.
De acordo com Solé (1998, p. 22), é o:
“Leitor” que constrói o significado do texto, e este sentido irá variar de leitor para leitor,
pois o significado que um escrito tem para um leitor não é a tradução ou réplica do significa
que o autor quis lhe dar, mas uma construção que envolve o texto e os conhecimentos
prévios do leitor.
Para Solé (1998, p. 133), “não é possível estabelecer limites claros entre o que acontece
antes, durante e depois da leitura” e que, apesar de a autora ter optado por sua classificação em três
momentos, ela defende a indistinção destes. Assim sendo, podemos usar uma única estratégia antes,
durante e depois da leitura, uma vez que as mesmas são flexíveis e se fundem, no decorrer do
processo de ler.
O trabalho com estratégias que englobam o antes, o durante e o depois da leitura possibilita
ao estudante construir, gradativamente, suas próprias práticas de trabalho, por meio do contato com
os métodos praticados por outros alunos e pelo educador, usando a diversidade de textos com os
quais mantém contato e grande parte do esforço para compreender o texto pelo leitor é exercida
durante a leitura, pois ele tem que entender a mensagem, eleger as informações de maior relevância,
relacioná-las com as previsões feitas anteriormente e confirmá-las ou não.
Edição 13 – Junho de 2017
Conforme Solé (1998), as estratégias utilizadas depois da leitura têm por objetivo refletir
sobre as relações estabelecidas entre o leitor e o texto, visando auxiliar o estudante a desenvolver
vários tipos de atividades cognitivas, como: criticar, elaborar opiniões, fazer comparações, fazer
conexões pessoais com outras obras, estabelecer a causa e o efeito no enredo, considerar as
intenções e pontos de vista do autor da obra e aplicar as informações novas adquiridas com a leitura.
Segundo Souza:
(...) o professor deve proporcionar varias atividades inovadoras, procurando conhecer os
gostos de seus alunos e a partir daí escolher um livro ou uma história que vá ao encontro
das necessidades da criança, adaptando o seu vocabulário, despertando esse educando para
o gosto de ler, deixando-o se expressar. (SOUZA, 2004, p.233).
Os PCN apresentam algumas sugestões didáticas orientadas especificamente para a
formação de leitores que são elas: leituras autônoma, colaborativa, em voz alta, programada, a
leitura de escolha pessoal e outras, todas muito importantes na prática pedagógica. Todas essas
sugestões dos PCN, bem trabalhadas em sala de aula, desenvolvem a capacidade critica e criativa e,
ainda, permitem a ampliação do vocabulário do aluno.
Segundo o PCN, a leitura colaborativa é aquela em que o professor questiona durante a
leitura sobre algumas pistas linguísticas do texto para que eles possam ir discutindo com os colegas
e informando o porquê de tais conclusões a respeito da compreensão pessoal de cada um.
3.1 Estratégias de leitura no 3° ano do ensino fundamental
A responsabilidade do ensino formal que é praticado nas instituições de ensino torna se
maior devido ao grau de letramento das comunidades em que vivem os alunos e por isso cabe à
escola promover a ampliação de conhecimentos dos mesmos, de forma que progressivamente ao
longo do processo de escolarização cada um se torne capaz de interpretar os diferentes textos que
circulam socialmente, de assumir o papel de leitor, para produzir textos eficazes nas mais variadas
situações da vida.
Tendo como base os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) compreendemos
que:
O trabalho com produção de textos tem como finalidade formar escritores competentes
capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes. Um escritor competente é
alguém que planeja o discurso e consequentemente o texto em função do seu objetivo e
do leitor a que se destina, sem desconsiderar as características específicas do gênero. É
alguém que sabe elaborar um resumo ou tomar notas durante uma exposição oral; que
sabe esquematizar suas anotações para estudar um assunto; que sabe expressar por
escrito seus sentimentos, experiências ou opiniões. (BRASIL, 1997 p.42-43).
Edição 13 – Junho de 2017
Ou seja, não basta que os alunos leiam e escrevam é preciso que eles sintam prazer em
realizar as atividades, como também precisam adquirir as habilidades necessárias para se tornarem
bons leitores e escritores, conhecendo os gêneros textuais, fazendo bom uso dos conhecimentos
prévios adquiridos e conseguindo transmitir suas ideias através da escrita de forma que seja
compreensível para os leitores.
Círculos de leitura, saraus literários, dinâmicas estruturadas são algumas estratégias
utilizadas pelo docente para facilitar a compreensão do aluno, o mediador tem que expor objetivos
bem definidos para desenvolver com os mesmos essas atividades.
A proposta dos círculos de leitura é criar momentos no cotidiano escolar em que todos
param para ler e depois comenta a leitura com os colegas que leram o mesmo livro e posteriormente
com toda a sala, essa proposta apresentada por Harvey Daniels um especialista norte-americano,
(2012).
O vínculo intenso com a leitura engloba plenamente a formação de leitores argumentativos
é com mais autonomia, ler amplia o repertório cultural do sujeito. O aluno interagir com o livro de
maneira prazerosa, reconhecendo-o como uma fonte de múltiplas informações. “Desenvolver, em
cada ano escolar, atividades permanentes ou periódicas concebidas de tal modo que cada um dos
alunos tenha a possibilidade de ler uma história para os demais ou escolher para os colegas.
(LEMER, 2002, p.128).”
O professor pode incentivar os educando acompanhando-os à biblioteca para que eles
escolham os títulos que desejam ler, mediando situações propícias para esse momento ser relevante.
Na sua estratégia, o conhecimento do acervo que tenha na escola auxiliará no seu trabalho de
mediação para o gosto pela leitura aflore nos indivíduos.
O docente tem que escolher textos nos quais o repertório esteja à altura dos educando para
que o diálogo com a leitura seja produtiva, mas também inserir leituras complexas, que mediados
por ele tornar-se possível o diálogo. Portanto, cabe ao professor, através de práticas pedagógicas,
proporcionar aos alunos e alunas o acesso à leitura para a formação de leitores que entram no
universo literário e do autor, transformando essa atividade de leitura muito mais prazerosa.
Segundo Silva, uma mensagem escrita deixa de ser o mero conteúdo informativo para se
transformar no pretexto (condição) para a formação da consciência crítica. Mais especificamente: o
documento escrito deixa de ser o simples instrumento de produção que o professor fornece ao
aluno, para transformar-se num a partir de veiculador da tradição histórica e cultural, passada e
presente. (SILVA, 1992, p.78).
Edição 13 – Junho de 2017
Ao dominar a leitura desenvolvemos raciocínios, participamos ativamente da vida social,
tendo uma visão de mundo. A escola em meio às transformações tecnológicas e sociais tem que
usar artifícios para estimular a leitura, principalmente de compreensão.
As estratégias do professor nos processos de alfabetização, no qual devem ser desenvolvidas
as habilidades iniciais de codificação e decodificação, a leitura fluente e a conscientização da
criança no processo de aprendizagem também são muito importantes. Elas devem ser aplicadas de
uma forma que a criança sinta o apoio e o entusiasmo do professor. Essas são metas inquestionáveis
e importantíssimas para o sucesso da aprendizagem, pois é triste que uma pessoa aprenda a escrever
ou ler algumas palavras e que se diga que ela está alfabetizada, e infelizmente isso ainda ocorre
muito nas escolas.
Enfim, é importante ressaltar que os professores devem saber selecionar entre os que
circulam socialmente, aqueles textos que podem atender às necessidades do educando, conseguindo
também selecionar as estratégias adequadas para a sua abordagem em sala de aula.
Os tipos de textos mais adequados ao 3º ano do Ensino Fundamental, de acordo com a faixa
etária, são fábulas, contos populares, poemas, canções populares, trava-línguas, lendas, receitas
entre outras, pois são de fácil entendimento e interesse dos alunos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Aprender a ler é não só uma dos objetivos mais importantes da vida escolar, ou seja, é uma
vivência única para cada pessoa. Ao dominar a leitura abrimos a possibilidade de adquirir
conhecimentos, desenvolver raciocínios, abrir a visão de mundo, do outro e de si mesmo,
participar ativamente da vida social. No entanto, até hoje, ler é um problema para muitas pessoas.
Cabe à escola, em meio a tantas mudanças tecnológicas e sociais, estimular a leitura, melhorar as
estratégias, principalmente de compreensão e oferecer muitos e variados textos.
O problema do ensino da leitura ocorre, na escola, em vários aspectos como a ausência de
um trabalho interdisciplinar sobre a mesma, a dificuldade de conceitualização do que é leitura e a
falta de suportes.
No desenvolvimento desse trabalho, a leitura é vista como um processo de produção de
sentido que se dá a partir de interações sociais ou do diálogo que ocorre entre leitor/texto/autor.
Assim, não existe texto sem a presença do leitor. É o leitor que dá voz e vida ao texto.
Edição 13 – Junho de 2017
É importante também perceber que todo texto dialoga com a cultura de sua época e com a
leitura de mundo. Compreender isto é ler percebendo o contexto sócio-histórico-cultural do mesmo.
Paulo Freire afirma que “a leitura do mundo precede sempre à leitura da palavra e a leitura desta
implica a continuidade da leitura daquele” (FREIRE, 2003, p. 40).
De acordo com os objetivos propostos nesta pesquisa, entendemos que o professor é aquele
que leva o aluno a se apropriar do conhecimento, através dos conteúdos. Ele transmite os
conhecimentos científicos, clássicos e curriculares, onde aluno apropria-se dos mesmos numa
relação de interação com o professor, com os conteúdos, colegas e com os conhecimentos prévios.
As estratégias de compreensão e de interpretação representaram a possibilidade de
proporcionar meios de amadurecimento e autonomia para o leitor em formação, prioridade da
prática pedagógica, embora consciente das dificuldades inerentes ao processo, mas certos da
capacidade de transformação nele contida. Daí a preocupação com a construção do sentido do texto,
com os procedimentos envolvidos nessa construção, com as estratégias acionadas no processo de
leitura e, principalmente, com a necessidade do professor assumir uma nova postura nas aulas de
Língua Portuguesa.
Ressalta-se aqui, também, a necessidade percebida de uma atuação conjunta entre a escola e
a família, uma vez que a competência em leitura é influenciada por fatores motivacionais,
cognitivos e contextuais como os familiares e escolares.
O presente trabalho mostrou quando os alunos, são motivados, podem desenvolver, de forma
autônoma, atividades de oralidade e leitura por deleite. Segundo Fanny Abramivich, escritora de
literatura infantil e juvenil ler não pode ser hábito, tem de ser vício. E contar história, ler para as
crianças, ajuda a viciá-las.
O docente tem um papel relevante nesse momento tornando especial para o sujeito leitor,
sua postura proporcionara o deleite para o educando, tarefa que exige do professor todo um
planejamento para sua aula seja culminante e sua proposta de leitura alcance os seus objetivos.
O enriquecimento do conhecimento linguístico se faz pelas as informações que estão
contidas nos livros em toda forma de leitura, o aluno tem que perceber esse processo, o professor é
um facilitador para o sujeito compreender esse fator. Tornando-se um leitor crítico formador de
opinião e ideias próprias.
A importância do papel do professor como leitor o qual serve de modelo para os alunos e
a função de mediador que tem nesse processo. O aluno precisa de apoio, informação, incentivo e
dos desafios proporcionados pelo professor. Assim, o mesmo vai dominando, progressivamente
aspectos da tarefa de leitura que, no início, são distantes dele. É necessário refletir, ainda, que o
Edição 13 – Junho de 2017
ensino da leitura não é questão de um curso ou professor, mas questão de toda a escola e de todos
os professores.
Trabalhando desta forma, podemos acreditar na pedagogia da compreensão dos mecanismos
constitutivos do sentido da leitura por deleite.
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, Fanny. Espelho, Espelho Meu. São Paulo: Saraiva, 1992.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua
Portuguesa. Brasília: MEC/ SEF, 1997.
DANIELS, Harvey. Círculos de leitura. Nova Escola. 2012. Disponível:
http||revistaescola.abril.com.br|...|círculos-leitura-turma-1º-5º-581627-shtml. Acesso: 18/05/2103.
FISHER, Steven Roger. História da leitura. São Paulo: Fundação UNESP, 2005.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez,
1997. 87p.
_______________. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 8 Ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
GENTILE, Paola. Um mundo de imagens para ler. In: Revista nova escola, abril de 2003, p. 45-49.
INSTITUTO AVISA LÁ. Disponível em: http||:www.avisalá.org.br. In: http||:alemdasletras.org.br.
Acesso: 22-04-2013
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: ática, 2002.
LEMER, Delia. Ler e escrever na escola - O Real, o Possível e o Necessário. Porto Alegre: ArtMed,
2002. p.128.
KLEIMAN, Ângela. Oficina de leitura: teoria e prática. 6. ed. Campinas, São Paulo: Fontes, 1997.
_________________. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 6. ed. Campinas: Fontes, 1999.
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das letras, 1997.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 1991.
___________________. Palavra e imagem. São Paulo: Brasiliense, 2004.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Língua Portuguesa: primeiro e segundo ciclos /
Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3. ed. Brasília : A Secretaria, 1998.
SAFADY, Naief. Introdução a analise do texto. 8 Ed. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves,
1990.
SARAIVA, Juracy Assmann (Org). Leitura e alfabetização: do plano do choro ao plano da ação.
Porto Alegre: ArtMed, 2001.
SILVA, Ezequiel Teodoro. O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da
leitura. São Paulo: Cortez, 1992.
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
SOUZA, Renata Junqueira de. Leitura do professor, leitura do aluno: processos de formação
continuada. Presidente Prudente: UNESP, 2004. Disponível em: http||:www.vunesp.br. Acesso em
19 de outubro 2013.
WORDPRESS. Bicicloteca. Disponível em: http//:biciclotecas.wordpress.com.about/. Acesso em:
12/06/2013.