Upload
o-estandarte-de-cristo
View
223
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Â
Citation preview
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Traduzido do original em Inglês
The Doctrine of Election
By A. W. Pink
A presente tradução consiste somente nos Capítulos 1 e 2,
Introduction e Its Source, da obra supracitada
Via: PBMinistries.org
(Providence Baptist Ministries)
Tradução por Amanda Ramalho e Camila Almeida
Revisão por William Teixeira e Camila Almeida
Capa por William Teixeira
1ª Edição: Dezembro de 2014
Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida permissão
do ministério Providence Baptist Ministries, sob a licença Creative Commons Attribution-
NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.
Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,
desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo
nem o utilize para quaisquer fins comerciais.
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Introdução e Fonte da Doutrina da Eleição Por Arthur Walkington Pink
[Os dois primeiros capítulos do livro The Doctrine of Election • Editado]
Introdução à Doutrina da Eleição
Eleição é uma doutrina fundamental. No passado, muitos dos professores mais hábeis esta-
vam acostumados a começar sua teologia sistemática com uma apresentação dos atributos
de Deus, e, em seguida, uma contemplação de Seus decretos eternos; e é nossa exami-
nada convicção, após ler os escritos de muitos de nossos contemporâneos, que o método
seguido por seus antecessores não pode ser melhorado. Deus existia antes do homem, e
Seu propósito eterno longamente antecedeu Suas obras no tempo. “Conhecidas por Deus
são todas as suas obras desde o princípio do mundo” (Atos 15:18). Os conselhos Divinos
vieram antes da criação. Como um construtor desenha seus planos antes de começar a
construir, assim o grande Arquiteto predestinou tudo antes que uma única criatura fosse
trazida à existência. Deus também não manteve isso como um segredo trancado em Seu
próprio seio; aprouve a Ele dar a conhecer em Sua Palavra, os conselhos eternos da Sua
graça, Seu desígnio na mesma, e a grande finalidade que Ele tem em vista.
Quando um edifício está em construção, os espectadores muitas vezes não conseguem
perceber a razão para muitos dos detalhes. Até agora, eles não discernem nenhuma ordem
ou propósito; tudo parece estar em confusão. Mas, se eles pudessem examinar cuidadosa-
mente o “plano” do construtor e visualizar a produção acabada, muito do que era confuso,
se tornaria claro para eles. É o mesmo com a realização do propósito eterno de Deus. A
menos que estejamos familiarizados com os Seus decretos eternos, a história continua a
ser um enigma insolúvel. Deus não está trabalhando de forma aleatória. O Evangelho não
foi enviado em nenhuma missão incerta. O resultado final no conflito entre o bem e o mal
não foi deixado indeterminado. Quantos serão salvos ou perdidos não depende da vontade
da criatura. Tudo foi infalivelmente determinado e imutavelmente fixado por Deus desde o
princípio, e tudo o que acontece no tempo é apenas o cumprimento do que foi ordenado na
eternidade.
A grande verdade da eleição, então, leva-nos de volta para o início de todas as coisas. A
eleição precedeu a entrada do pecado no universo, a Queda do homem, o advento de
Cristo, e a proclamação do Evangelho. A correta compreensão da mesma, especialmente
em sua relação com a aliança eterna é absolutamente essencial se quisermos ser preser-
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
vados de erro fundamental. Se a própria fundação estiver com defeito, então o edifício cons-
truído sobre ele não pode ser sólido; e se erramos em nossas concepções desta verdade
básica, então na mesma proporção será a imprecisão da nossa compreensão de todas as
outras verdades. As relações de Deus com judeus e gentios, Seu objetivo em enviar Seu
Filho ao mundo, Seu projeto por meio do Evangelho, sim, todo os Seus tratos providenciais,
não podem ser vistos em sua devida perspectiva até que eles sejam vistos à luz da Sua
eleição eterna. Isso se tornará mais evidente à medida que prosseguimos.
A doutrina da eleição é uma doutrina difícil, e isto em três aspectos. Em primeiro lugar, no
entendimento dela. A menos que tenhamos o privilégio de sentar-nos sob o ministério de
algum servo ensinado pelo Espírito de Deus, que nos apresente a verdade de forma siste-
mática, um grande esforço e empenho são necessários para o exame das Escrituras, de
modo que possamos coletar e tabular suas declarações dispersas sobre este assunto. Não
agradou ao Espírito Santo nos dar uma definição completa e ordenada da doutrina da
eleição, mas sim “um pouco aqui, um pouco ali”, na história típica, em salmo e profecia, na
grandiosa oração de Cristo (João 17), nas epístolas dos apóstolos. Em segundo lugar, a
aceitação da mesma. Isto apresenta uma maior dificuldade, pois quando a mente percebe
que as Escrituras revelam a doutrina da eleição, o coração é relutante em receber uma
verdade tão humilhante e abatedora da carne. Quão ardentemente precisamos orar a Deus
para subjugar nossa inimizade contra Ele e nosso preconceito contra a Sua verdade. Em
terceiro lugar, na proclamação da mesma. Nenhum iniciante é competente para apresentar
o assunto em sua proporção e perspectiva escriturísticas.
Mas, não obstante, essas dificuldades não devem desencorajar, e menos ainda deter-nos
de um esforço honesto e sério para entender e sinceramente receber tudo o que Deus se
agradou em nos revelar nesta doutrina. Dificuldades são projetadas para nos humilhar, para
nos exercitar, para nos fazer sentir nossa necessidade da sabedoria do alto. Não é fácil
chegar a uma compreensão clara e adequada de qualquer uma das grandes doutrinas da
Escritura Sagrada, e Deus nunca pretendeu que fosse assim. A verdade tem de ser “com-
prada” (Provérbios 23:23); infelizmente tão poucos estão dispostos a pagar o preço:
dedicar, em oração, ao estudo da Palavra o tempo que ele desperdiça em jornais ou recrea-
ções ociosas. Estas dificuldades não são insuperáveis, pois o Espírito foi dado ao povo de
Deus para guiá-los em toda a verdade. Igualmente assim para o ministro da Palavra: uma
espera humilde em Deus, juntamente com um esforço diligente para ser um obreiro que
não tem do que se envergonhar, que, no devido tempo servirá para expor esta verdade
para a glória de Deus e para a bênção de seus ouvintes.
Esta é uma doutrina importante, como é evidente a partir de várias considerações. Talvez
possamos expressar mais impressionantemente a importância desta verdade, apontando
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
que, à parte da eterna eleição nunca teria havido qualquer Jesus Cristo e, portanto, não
haveria Evangelho Divino; porque, se Deus não tivesse escolhido um povo para a salvação,
Ele nunca teria enviado o Seu Filho; e se Ele não tivesse enviado nenhum Salvador, nin-
guém seria salvo. Assim, o próprio Evangelho se originou nesta questão vital da eleição.
“Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter
Deus elegido desde o princípio para a salvação” (2 Tessalonicenses 2:13). E por que
devemos “dar graças”? Porque a eleição é a raiz de todas as bênçãos, a nascente de cada
misericórdia que a alma recebe. Se a eleição for tirada, tudo é levado embora, pois aqueles
que têm qualquer espécie de bênçãos espirituais são os que têm todas as bênçãos espiri-
tuais à medida que foram eleitos “nele antes da fundação do mundo” (Efésios 1:3-4).
Foi bem dito por Calvino: “Nós nunca seremos claramente convencidos, como deveríamos
ser, que a nossa salvação flui da fonte da misericórdia gratuita de Deus, até estarmos
familiarizados com a Sua eleição eterna, que ilustra a graça de Deus, por esta comparação;
que Ele não adota todos indiscriminadamente para a esperança da salvação, mas Ele dá a
alguns o que Ele recusa a outros. Ignorância deste princípio evidentemente desvia a glória
Divina, e diminui a verdadeira humildade. Se, então, precisamos lembrar que a origem da
eleição prova que não obtemos a salvação de nenhuma outra fonte além daquela mera boa
vontade de Deus, então aqueles que desejam extinguir este princípio fazem todo o possível
para obscurecer o que deveria ser magnificamente e em voz alta celebrado”.
A doutrina da eleição é uma doutrina abençoada, pois a eleição é a fonte de todas as
bênçãos. Isto é feito inequivocamente claro por Efésios 1:3-4. Primeiro, o Espírito Santo de-
clara que os santos foram abençoados com todas as bênçãos espirituais nos lugares celes-
tiais em Cristo. Então Ele passa a mostrar como e por que eles foram tão abençoados, a
saber, na medida em que Deus nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo. A
eleição em Cristo, portanto, precede o sermos abençoados com todas as bênçãos espiri-
tuais, pois somos abençoados com elas apenas enquanto estando nEle, e nós apenas esta-
mos nEle na medida em que somos escolhidos nEle. Vemos, então, que grande e gloriosa
verdade é esta, pois todas as nossas esperanças e perspectivas pertencem a isso. Eleição,
embora distinta e pessoal, não é, como, por vezes é descuidadamente afirmado, uma mera
escolha abstrata de pessoas para a salvação eterna, independentemente da união com sua
Cabeça do Pacto, mas uma escolha deles em Cristo. Isso implica, portanto, todas as outras
bênçãos, e todas as outras bênçãos são dadas apenas por meio da eleição e, de acordo
com ela.
Corretamente entendido não há nada tão calculado para dar conforto e coragem, força e
segurança, como uma apreensão cordial desta verdade. Pois ter certeza de que eu sou um
dos altos favoritos do Céu dá a confiança de que Deus certamente suprirá todas as minhas
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
necessidades e fará com que todas as coisas cooperem para o meu bem. O conhecimento
que Deus me predestinou para a glória eterna fornece uma garantia absoluta que nenhum
esforço de Satanás pode, eventualmente, levar à minha destruição, pois se o grande Deus
é por mim, quem será contra mim?! Isso traz uma grande paz para o pregador, pois ele
agora descobre que Deus não o enviou para levar um arco em uma aventura perigosa, mas
que a Sua Palavra fará o que Lhe apraz, e prosperará naquilo para que Ele a envia (Isaías
55:11). E que incentivo isso deve dar ao pecador despertado. Quando ele descobre que a
eleição é apenas uma questão de graça Divina, a esperança se acende em seu coração;
enquanto ele descobre que a eleição destacou alguns dos mais vis dentre os vis para serem
os monumentos da misericórdia Divina, por que ele deveria se desesperar!?
A doutrina da eleição é uma doutrina desagradável. Alguém naturalmente pensou que uma
verdade que honra tanto a Deus, exalta Cristo e é tão abençoada, teria sido cordialmente
defendida por todos os Cristãos professos que tiveram-na claramente apresentada a eles.
Em vista do fato de que os termos “predestinados”, “eleitos” e “escolhidos”, ocorrem com
tanta frequência na Palavra, alguém com certeza concluiria que todos os que pretendem
aceitar as Escrituras como Divinamente inspiradas receberiam com implícita fé esta grande
verdade, relacionando o ato em si — como convém a criaturas pecadoras e ignorantes
assim fazer — à boa vontade soberana de Deus. Mas isso está longe de acontecer, muito
longe de ser o caso real. Nenhuma doutrina é tão detestada pela orgulhosa natureza
humana como esta, que faz da criatura nada e do Criador, tudo; sim, em nenhum outro
ponto a inimizade da mente carnal é tão descarada e acaloradamente evidente.
Nós iniciávamos as nossas pregações na Austrália, dizendo: “Eu falarei hoje à noite sobre
uma das doutrinas mais odiadas da Bíblia, ou seja, sobre a eleição soberana de Deus”.
Desde então temos rodeado este globo, e entramos em mais ou menos estreito contato
com milhares de pessoas pertencentes a várias denominações, e mais milhares de Cristãos
professos que não estão ligados a nenhuma, e hoje a única mudança que faria nessa
declaração é que, enquanto a verdade do castigo eterno é mais reprovável a não-professos,
a da eleição soberana de Deus é a verdade mais odiada e insultada pela maioria daqueles
que afirmam ser crentes. Que seja claramente anunciado que a salvação não teve origem
na vontade do homem, mas na vontade de Deus (veja João 1:13; Romanos 9:16), que se
não fosse assim, ninguém seria ou poderia ser salvo — pois por causa da Queda, o homem
perdeu todo o desejo e vontade pelo que é bom (João 5:40; Romanos 3:11) — e que até
mesmo os eleitos precisam ser feitos dispostos (Salmos 110:3) e altos serão os gritos de
indignação levantados contra tal ensino.
É neste ponto que a questão é distorcida. Os comerciantes de méritos não reconhecerão a
supremacia da vontade Divina e a impotência da vontade humana para o bem; consequen-
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
temente, aqueles que são os mais implacáveis em denunciar a eleição pela vontade sobe-
rana de Deus, são os mais calorosos em declarar o livre-arbítrio do homem caído. Nos
decretos do Concílio de Trento — em que o Papado definitivamente definiu sua posição
sobre os principais pontos levantados pelos Reformadores, e os quais Roma nunca revogou
— ocorre o seguinte: “Se alguém afirmar que, desde a queda de Adão, o livre-arbítrio do
homem está perdido, seja anátema”. Foi por sua fiel adesão à verdade da eleição, com tudo
o que ela envolve, que Bradford e centenas de outros foram queimados na fogueira pelos
agentes do Papa. Indescritivelmente triste é ver tantos Protestantes professos de acordo
com a mãe das meretrizes neste erro fundamental.
Mas seja qual for a aversão que os homens tenham quanto à está bendita verdade, eles
serão obrigados a ouvi-la no último dia, ouvi-la como a voz de decisão final, inalterável e
eterna. Quando a morte e o inferno, o mar e a terra seca, darão os mortos, então virá o
Livro da Vida — o registo no qual foi gravado antes da fundação de todo o mundo a eleição
da graça — que será aberto na presença dos anjos e demônios, com a presença dos salvos
e dos perdidos, e aquela voz soará dos mais altos arcos do Céu, às mais baixas profun-
dezas do inferno, ao extremo limite ao universo: “E aquele que não foi achado escrito no
livro da vida foi lançado no lago de fogo” (Apocalipse 20:15). Assim, esta verdade que é
odiada pelos não-eleitos acima de todos os outros, é o que deve soar nos ouvidos dos
perdidos enquanto eles entram sua condenação eterna! Ah, meu leitor, a razão pela qual
as pessoas não recebem e devidamente apreciam a verdade da eleição, é porque elas não
sentem a sua devida necessidade.
A eleição é uma doutrina que separa. A pregação da soberania de Deus, como exercida
por Ele em preordenar o destino eterno de cada uma das Suas criaturas, serve como um
mangual eficaz para dividir o joio do trigo. “Quem é de Deus escuta as palavras de Deus”
(João 8:47). Sim, não importa quão contrárias sejam às suas ideias. É uma das marcas dos
regenerados que eles estabeleceram por seu selo que Deus é verdadeiro. Nem eles esco-
lhem no que desejam acreditar, como hipócritas religiosos o fazem, uma vez que eles perce-
bem que uma verdade é claramente ensinada na Palavra, mesmo que seja totalmente
oposta à sua própria razão e inclinações, eles humildemente se curvam a ela e, implici-
tamente, a recebem, e faria assim, embora nenhuma outra pessoa no mundo inteiro acre-
dite nela. Mas é muito diferente com os não-regenerados. Como o apóstolo declara: “Do
mundo são, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que
conhece a Deus ouve-nos; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos
nós o espírito da verdade e o espírito do erro” (1 João 4:5-6).
Nós não sabemos de nada que aparte as ovelhas dos bodes como uma exposição fiel
dessa doutrina. Se um servo de Deus aceita um novo cargo, e ele quer saber quem do seu
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
povo deseja o leite puro da Palavra, e quais preferem substitutos do Diabo, que ele trans-
mita uma série de sermões sobre este assunto, e este será rapidamente o meio de “apar-
tares o precioso do vil” (Jeremias 15:19). Foi assim na experiência do Divino pregador,
quando Cristo anunciou “Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu
Pai não lhe for concedido. Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já
não andavam com ele” (João 6:65-66)! Verdade é que, de forma alguma nem todos os que
recebem intelectualmente o “Calvinismo” como uma filosofia ou teologia, dão provas (em
suas vidas diárias) de regeneração; mas é igualmente verdade que aqueles que continuam
a contrariar e firmemente recusar qualquer parte da verdade, não têm direito de serem
considerados como Cristãos.
A doutrina da eleição é uma doutrina negligenciada. Apesar de ocupar um lugar tão proe-
minente na Palavra de Deus, é pouco pregada, e menos ainda compreendida. Claro, não é
de se esperar que os “altos críticos” e seus ingênuos cegos pregariam aquilo que faz do
homem um nada; mas mesmo entre aqueles que desejam ser vistos como “ortodoxos” e
“evangélicos”, há pouquíssimos que dão a esta grande verdade um lugar real tanto em suas
ministrações no púlpito quanto em seus escritos. Em alguns casos, isso é devido à igno-
rância, não tendo sido ensinados no seminário, e certamente nem nos “Institutos Bíblicos”,
eles nunca perceberam sua grande importância e valor. Mas, em muitos casos, é o desejo
de ser popular com os seus ouvintes que amordaça suas bocas. No entanto, nem a igno-
rância, nem o preconceito, nem inimizade podem acabar com a própria doutrina, ou diminuir
sua importância vital.
Ao concluir estas observações introdutórias, que seja salientado que esta doutrina aben-
çoada precisa ser tratada com reverência. Não é um assunto a ser discutido ou espe-
culado, mas abordado num espírito de reverência e devoção. Ele deve ser tratado com
seriedade: “Quando estás em disputa, engajado em uma justa discussão apenas para vin-
dicar a verdade de Deus da heresia e distorção, olhe para o teu coração, estabeleça uma
vigilância em teus lábios, tenha cuidado com o fogo selvagem em teu zelo” (E. Reynolds,
1648). No entanto, esta verdade deve ser tratada com intransigência e independentemente
do temor ou favor do homem, confiantemente deixando todos os “resultados” na mão de
Deus. Que seja graciosamente concedido a nós escrevermos de uma maneira que agrade
a Deus, e que você receba tudo que é dEle.
A Fonte da Doutrina da Eleição
Precisamente falando, a eleição é um ramo da predestinação, sendo este último um termo
mais abrangente do que o anterior. Predestinação diz respeito a todos os seres, coisas e
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
eventos; mas a eleição é restrita aos seres racionais — anjos e humanos. A palavra predes-
tinação significa que Deus desde toda a eternidade, soberanamente ordenou e imutável-
mente determinou a história e o destino de todas e cada uma de Suas criaturas. Entretanto
neste estudo nos limitaremos à predestinação enquanto ela se relaciona ou diz respeito às
criaturas racionais. E aqui também deve ser notado uma outra distinção. Não pode haver
uma eleição sem uma rejeição, uma seleção sem uma reprovação, uma escolha sem uma
recusa. Como o Salmo 78 expressa: “Além disto, recusou o tabernáculo de José, e não
elegeu a tribo de Efraim. Antes elegeu a tribo de Judá; o monte Sião, que ele amava” (vv.
67-68). Assim a predestinação inclui tanto a reprovação (a preterição ou o passar pelos
não-eleitos, e então preordená-los para a condenação — Judas 4 — por causa de seus
pecados) e a eleição para a vida eterna, o primeiro destes nós não discutiremos agora.
A doutrina da eleição significa, então, que Deus escolheu alguns em Sua mente tanto entre
os anjos (1 Timóteo 5:21) e dentre os homens, e ordenou-lhes para a vida eterna e bem-
aventurança; que antes que Ele os criasse, Ele decidiu o destino deles, assim como um
construtor desenha seus planos e determina todas as partes do edifício antes que qualquer
um dos materiais sejam reunidos para a realização de seu projeto. A eleição pode ser assim
definida: é a parte do conselho de Deus pelo qual Ele, desde toda a eternidade, propôs em
Si mesmo mostrar a Sua graça sobre algumas de Suas criaturas. Isto foi feito eficaz por um
decreto definitivo relacionado a eles. Agora, em cada decreto de Deus três coisas devem
ser consideradas: o início, a matéria ou substância e o fim ou propósito. Vamos oferecer
algumas observações sobre cada uma.
O início do decreto é a vontade de Deus. Origina-se unicamente em Sua própria determina-
ção soberana. Quanto à determinação da condição de Suas criaturas, a própria vontade de
Deus é a causa única e absoluta da mesma. Como não há nada acima de Deus para
governá-lO, assim também não há nada fora dEle mesmo que seja de algum modo uma
causa que o impulsione; dizer o contrário é fazer da vontade de Deus, uma vontade total-
mente nula. Nisto Ele é infinitamente exaltado acima de nós, pois não somos apenas sujei-
tos a Alguém superior de nós, mas nossas vontades estão sendo constantemente modifica-
das e dispostas por causas externas. A vontade de Deus não poderia ter nenhuma causa
fora de si mesma, ou de outro modo haveria algo anterior a si mesma (pois uma causa
sempre precede o efeito) e algo mais excelente (pois a causa é sempre superior ao efeito),
e, portanto, Deus não seria o Ser independente que Ele é.
A matéria ou substância de um decreto Divino é o propósito de Deus de manifestar um ou
mais de Seus atributos ou perfeições. Isto é verdade para todos os decretos Divinos, mas
como há variedade nos atributos de Deus, assim há nas coisas que Ele decreta trazer à
existência. Os dois principais atributos que Ele exerce sobre as Suas criaturas racionais
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
são a Sua graça e Sua justiça. No caso dos eleitos, Deus determinou exemplificar a riqueza
da Sua maravilhosa graça, mas no caso dos não-eleitos, Ele achou por bem demonstrar a
Sua justiça e severidade, retendo Sua graça deles, porque foi a Sua boa vontade fazê-lO.
No entanto, não deve ser admitido, sequer por um momento, que este último foi um traço
de crueldade em Deus, pois Sua natureza não é somente graça, nem somente justiça, mas
os dois juntos; e, portanto, na determinação de exibir os dois não poderia haver um ponto
de injustiça.
O fim ou propósito de cada decreto Divino é a própria glória de Deus, pois nada menos do
que isso poderia ser digno dEle mesmo. Como Deus jura por Si mesmo porque Ele não
pode jurar por ninguém maior, assim por que um maior e mais grandioso fim não pode ser
proposto além de Sua própria glória, Deus estabeleceu isto como o fim supremo de todos
os Seus decretos e obras. “O Senhor fez todas as coisas para atender aos seus próprios
desígnios” (Provérbios 16:4), para a Sua própria glória. Como todas as coisas são dEle
como a primeira causa, então todas as coisas são para Ele (Romanos 11:36), como a
finalidade última. O bem de Suas criaturas é apenas o fim secundário; Sua própria glória é
o fim supremo, e todo o restante é subordinado a isso. No caso dos eleitos, é a maravilhosa
graça de Deus que será magnificada; no caso dos réprobos, Sua pura justiça será glorifica-
da. O que se segue neste capítulo será em grande parte uma ampliação destes três pontos.
A fonte da eleição, então, é a vontade de Deus. Deve ser malmente necessário salientar
que por “Deus”, queremos dizer, Pai, Filho e Espírito Santo. Embora existam três pessoas
na Divindade, há apenas uma natureza indivisível comum a todas Elas, e assim, apenas
uma vontade. Eles são um, e Eles concordam em um: “Mas, se ele resolveu alguma coisa,
quem então o desviará?” (Jó 23:13). Que também seja pontuado que a vontade de Deus
não é uma coisa à parte de Deus, nem deve ser considerada apenas como uma parte de
Deus, a vontade de Deus é o próprio Deus disposto, ou seja, se assim podemos dizer, Sua
própria natureza em atividade, de forma que a Sua vontade é a Sua própria essência. Nem
a vontade de Deus é sujeita a qualquer flutuação ou mudança, quando afirmamos que a
vontade de Deus é imutável, estamos apenas dizendo que no próprio Deus “não há mudan-
ça nem sombra de variação” (Tiago 1:17). Por isso, a vontade de Deus é eterna, pois visto
que o próprio Deus não teve princípio, e posto que a Sua vontade é a Sua própria natureza,
então Sua vontade deve ser eterna.
Para continuar e dar um passo adiante. A vontade de Deus é absolutamente livre, não
influenciada e não controlada por qualquer coisa fora dEle mesmo. Isso aparece a partir da
criação do mundo, bem como de tudo que nele há. O mundo não é eterno, mas foi feito por
Deus, mas se esse seria ou não seria criado, foi determinado por Ele mesmo somente. O
momento em que ele foi feito, se mais cedo ou mais tarde; o seu tamanho, se maior ou
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
menor; a duração do mesmo, se para uma época ou para sempre; a condição dele, se ele
permaneceria “muito bom” ou seria contaminado pelo pecado; tudo foi determinado pelo
decreto soberano do Altíssimo. Houvesse Ele se agradado, Deus poderia ter trazido este
mundo à existência milhões de anos mais cedo do que Ele o fez. Se assim Lhe aprouvesse,
Ele poderia ter feito isso e todas as coisas nele em um instante do tempo, em vez de em
seis dias e noites. Houvesse Lhe agradado, Ele podia ter limitado a família humana a alguns
milhares ou centenas, ou tê-la feito milhares de vezes maior do que é. Nenhuma outra razão
pode ser atribuída ao porquê, como e quando Deus o criou assim como ele é, além de Sua
própria vontade imperial.
A vontade de Deus era absolutamente livre em relação à eleição. Na escolha de um povo
para a vida eterna e glória, não havia nada fora de Si mesmo, que moveu Deus a formar
um tal propósito. Como Ele declara expressamente: “Compadecer-me-ei de quem me com-
padecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia” (Romanos 9:15), a linguagem
não poderia afirmar mais definitivamente o caráter absoluto da soberania Divina nesta
questão. “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segun-
do o beneplácito de sua vontade” (Efésios 1:5), aqui novamente tudo se resolve no mero
prazer de Deus. Ele concede Seus favores ou os retém como agrada a Si mesmo. Nem Ele
fica em qualquer necessidade de que vindiquemos o Seu procedimento. O Todo-Poderoso
não deve ser levado ao tribunal da razão humana, em vez de tentar justificar a elevada
soberania de Deus, nós somos apenas obrigados a acreditar nela, segundo a autoridade
de Sua própria Palavra. “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas
coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim
te aprouve” (Mateus 11:25-26), o Senhor Jesus estava contente em descansar ali, e assim
devemos estar.
Alguns dos expositores mais hábeis desta profunda verdade afirmaram que o amor de Deus
é a causa motriz de nossa eleição, citando “em amor, nos predestinou” (Efésios 1:4-5);
ainda assim fazendo, nós pensamos isto é imputável de uma ligeira imprecisão ou afasta-
mento da regra de fé. Embora concordando plenamente que as duas últimas palavras de
Efésios 1:4 (tal como estão na Versão Autorizada [da KJV]) pertencem adequadamente ao
início do versículo 5, no entanto, deve ser cuidadosamente observado que o versículo 5
não está falando de nossa eleição original, mas de nossa predestinação para a adoção de
filhos, as duas coisas são totalmente distintas, atos separados da parte de Deus, o segundo
seguindo o primeiro. Há uma ordem nos conselhos Divinos, como existe nas obras da
criação de Deus, e é tão importante prestar atenção no que se diz ao primeiro, quanto é
observar o procedimento Divino nos seis dias de trabalho de Gênesis 1.
Um objeto deve existir ou subsistir antes que possa ser amado. A eleição foi o primeiro ato
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
na mente de Deus, no qual Ele escolheu as pessoas dos eleitos para que sejamos santos
e irrepreensíveis (v. 4). A predestinação foi o segundo ato de Deus, pelo que Ele ratificou
por decreto a condição daqueles a quem Sua eleição havia dado uma verdadeira subsis-
tência diante dEle. Tendo os escolhidos em Seu amado Filho para uma perfeição de santi-
dade e justiça, o amor de Deus seguiu adiante deles, e lhes concedeu a mais importante e
maior bênção que Seu amor pode conferir, torná-los Seus filhos por adoção. Deus é amor,
e todo o Seu amor é exercido sobre Cristo e sobre os eleitos nEle. Tendo feito a eleição de
Seus próprios, pela soberana escolha de Sua vontade, o coração de Deus foi estabelecido
sobre eles como o Seu tesouro peculiar.
Outros atribuem a nossa eleição à graça de Deus, citando “Assim, pois, também agora
neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça” (Romanos 11:5). Mas
aqui novamente devemos distinguir entre coisas que diferem, ou seja, entre o início de um
decreto Divino e sua matéria ou substância. É verdade, abençoadamente verdade, que os
eleitos são os objetos sobre os quais a graça de Deus é especialmente exercitada, mas
isso é outra coisa bem diferente de dizer que a Sua eleição teve origem na graça de Deus.
A ordem a que estamos aqui insistindo é claramente expressa em Efésios 1. Em primeiro
lugar, “Como também [Deus] nos elegeu nele [Cristo] antes da fundação do mundo, para
que fôssemos santos e irrepreensíveis [justos] diante dele” (v. 4), esse foi o ato inicial na
mente Divina. Em segundo lugar, “em amor, e nos predestinou para filhos de adoção por
Jesus Cristo, para si mesmo”. E isso “de acordo com o beneplácito de sua vontade” (v. 5),
isso foi Deus valorizando aqueles sobre quem Ele havia estabelecido o Seu coração. Em
terceiro lugar, “Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no
Amado” (v. 6), esse foi tanto o sujeito e o propósito do decreto de Deus: a manifestação e
magnificação de Sua graça.
“A eleição da graça” (Romanos 11:5), portanto, não deve ser entendida como o genitivo de
origem, mas como o objeto ou característica, como em “Rosa de Sarom”, “A árvore da vida”,
“os filhos da desobediência”. A eleição da igreja, como todos os Seus atos e obras, deve
ser traçada de volta à não limitada e irreprimível vontade de Deus. Em nenhum outro lugar
nas Escrituras a ordem dos conselhos Divinos é assim definitivamente revelada como em
Efésios 1, e em nenhum outro lugar é tão forte a ênfase sobre a vontade de Deus. Ele pre-
destinou para filhos de adoção “segundo o beneplácito de sua vontade” (v. 5). Ele fez co-
nhecido a nós “o mistério da sua vontade” (não a “graça”) e isso “segundo o seu beneplácito,
que propusera em si mesmo” (v. 9). E então, como se isso não fosse suficientemente
explícito, a passagem termina com “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança,
havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas,
segundo o conselho da sua vontade; com o fim de sermos para louvor da sua glória” (vv.
11-12).
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Detenhamo-nos por mais um momento nesta notável expressão: “daquele que faz todas as
coisas, segundo o conselho da sua vontade” (v. 11). Observe bem que não é: “o conselho
de seu próprio coração”, nem mesmo “o conselho da sua própria mente”, mas da VONTADE,
não “a vontade de seu próprio conselho”, mas “o conselho da sua própria vontade”. Nisto
Deus difere radicalmente de nós. Nossas vontades são influenciadas pelos pensamentos
de nossas mentes e modificam-se pelos afetos do nosso coração; mas não é assim com
Deus. “Segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra”
(Daniel 4:35). A vontade de Deus é suprema, determinando o exercício de todas as Suas
perfeições. Ele é infinito em sabedoria, mas a Sua vontade regula as operações da mesma.
Ele é cheio de misericórdia, mas a Sua vontade determina quando e para quem Ele a de-
monstra. Ele é inflexivelmente justo, mas a Sua vontade decide se a Sua justiça deve ou
não ser expressada, observe cuidadosamente que não é: “Que ao culpado não pode ter
por inocente” (como é tão comumente mal interpretado), mas “que ao culpado não tem por
inocente” (Êxodo 34:7). Deus em primeiro lugar quer ou determina que uma coisa aconte-
cerá, em seguida, Sua sabedoria efetua a execução da mesma.
Apontemos agora o que tem sido negado. De tudo o que foi dito acima, é claro, primeira-
mente, que as nossas boas obras não são o que induziu Deus a nos eleger, pois esse ato
aconteceu na mente Divina na eternidade, muito antes que nós tivéssemos qualquer exis-
tência real. Veja como este ponto é posto de lado em: “Porque, não tendo eles ainda nas-
cido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse
firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama)” (Romanos 9:11). Novamente,
lemos: “Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais
Deus preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:10). Desde que, então, fomos
eleitos antes de nossa criação, então, as boas obras não poderiam ser a causa motriz da
mesma, não, elas são os frutos e os efeitos da eleição.
Em segundo lugar, a santidade dos homens, seja no princípio ou na prática, ou ambos, não
é a causa motriz da eleição, pois, como Efésios 1:4 tão claramente declara: “Como também
nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis
diante dele”, não porque éramos santos, mas para que sejamos santos. Que nós “fôssemos
santos” era algo futuro, que segue sobre isso, e é o meio para um outro fim, ou seja, a
nossa salvação, para o que os homens são escolhidos: “por vos ter Deus elegido desde o
princípio para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade” (2 Tessalonicenses
2:13). Desde que, então, a santificação do povo de Deus que foi o propósito de Sua eleição,
não poderia ser a causa da mesma. “Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação” (1
Tessalonicenses 4:3), não meramente a aprovação da vontade de Deus, como sendo
agradável à Sua natureza; nem meramente a Sua vontade preceptiva, conforme exigido
pela Lei; mas a Sua vontade decretiva, Seu conselho determinado.
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
Em terceiro lugar, nem a fé é a causa da nossa eleição. Como ela poderia ser? Ao longo
de seu estado não-regenerado, todos os homens estão em uma condição de incredulidade,
vivendo neste mundo sem Deus e sem esperança. E quando tivemos fé, não foi de nós
mesmos, ou de nossa bondade, poder ou vontade. Não, antes foi um dom de Deus (Efésios
2:9), e a operação do Espírito (Colossenses 2:12), que flui de Sua graça. Está escrito: “e
creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna” (Atos 13:48), e não “todos
que creram, foram ordenados para a vida eterna”. Uma vez que, então, a fé brota da graça
Divina, a fé não pode ser a causa de nossa eleição. A razão pela qual os outros homens
não creem, é porque eles não são as ovelhas de Cristo (João 10:26); o motivo pelo qual
alguém crê é porque Deus lhe dá a fé, e por isso é chamada “a fé dos eleitos de Deus” (Tito
1:1).
Em quarto lugar, não é a previsão de Deus dessas coisas nos homens que O levou a elegê-
los. A presciência de Deus do futuro está fundamentada sobre a determinação de Sua
vontade em relação ao mesmo. O decreto Divino, a presciência Divina e a predestinação
Divina é a ordem estabelecida nas Escrituras. Em primeiro lugar, “que são chamados se-
gundo o seu propósito”; segundo, “por que os que dantes conheceu”; terceiro, “também os
predestinou” (Romanos 8:28-29). O decreto de Deus, como precedente de Sua presciência
também é afirmado em “a este que vos foi entregue pelo determinado conselho e
presciência de Deus” (Atos 2:23). Deus prevê tudo o que acontecerá, porque Ele ordenou
tudo o que há ocorrer; portanto, estamos colocando a carroça na frente dos bois quando
fazemos da presciência a causa da eleição de Deus.
Em conclusão, que seja dito que a finalidade de Deus em Seu decreto da eleição é a mani-
festação de Sua própria glória, mas antes de entrar em detalhes sobre este ponto citaremos
várias passagens que estabelecem amplamente o fato em si. “Sabei, pois, que o Senhor
separou para si aquele que é piedoso; o Senhor ouvirá quando eu clamar a ele” (Salmos
4:3). “Separou” aqui significa escolheu ou apartou do restante; “aquele que é piedoso”
refere-se ao próprio Davi (Salmos 89:19-20); “para si mesmo”, e não apenas para o trono
e o reino de Israel. “Porque o Senhor escolheu para si a Jacó, e a Israel para seu próprio
tesouro” (Salmos 135:4). “Porque porei águas no deserto, e rios no ermo, para dar de beber
ao meu povo, ao meu eleito. A esse povo que formei para mim; o meu louvor relatarão”
(Isaías 43:20-21), isto é paralelo com Efésios 1:5-6. Assim, no Novo Testamento, quando
aprouve a Cristo dar a Ananias um relato da conversão de Seu amado Paulo, ele disse:
“Vai, porque este é para mim um vaso escolhido” (Atos 9:15). Mais uma vez: “Reservei para
mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos a Baal” (Romanos 11:4), o que é
explicado no versículo seguinte como “um remanescente, segundo a eleição da graça”.
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
10 Sermões — R. M. M’Cheyne
Adoração — A. W. Pink
Agonia de Cristo — J. Edwards
Batismo, O — John Gill
Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo
Neotestamentário e Batista — William R. Downing
Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon
Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse
Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a
Doutrina da Eleição
Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos
Cessaram — Peter Masters
Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da
Eleição — A. W. Pink
Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer
Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida
pelos Arminianos — J. Owen
Confissão de Fé Batista de 1689
Conversão — John Gill
Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs
Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel
Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon
Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards
Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins
Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink
Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne
Eleição Particular — C. H. Spurgeon
Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —
J. Owen
Evangelismo Moderno — A. W. Pink
Excelência de Cristo, A — J. Edwards
Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon
Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink
Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink
In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah
Spurgeon
Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —
Jeremiah Burroughs
Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação
dos Pecadores, A — A. W. Pink
Jesus! – C. H. Spurgeon
Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon
Livre Graça, A — C. H. Spurgeon
Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield
Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry
Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill
OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.
— Sola Fide • Sola Scriptura • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —
Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —
John Flavel
Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston
Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.
Spurgeon
Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.
Pink
Oração — Thomas Watson
Pacto da Graça, O — Mike Renihan
Paixão de Cristo, A — Thomas Adams
Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards
Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —
Thomas Boston
Plenitude do Mediador, A — John Gill
Porção do Ímpios, A — J. Edwards
Pregação Chocante — Paul Washer
Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon
Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado
Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200
Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon
Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon
Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.
M'Cheyne
Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer
Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon
Sangue, O — C. H. Spurgeon
Semper Idem — Thomas Adams
Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,
Owen e Charnock
Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de
Deus) — C. H. Spurgeon
Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.
Edwards
Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina
é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen
Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos
Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.
Owen
Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink
Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.
Downing
Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan
Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de
Claraval
Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica
no Batismo de Crentes — Fred Malone
Issuu.com/oEstandarteDeCristo
2 Coríntios 4
1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está
encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
se manifeste também nos nossos corpos; 11
E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
nossa carne mortal. 12
De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13
E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
por isso também falamos. 14
Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15
Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
Deus. 16
Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
interior, contudo, se renova de dia em dia. 17
Porque a nossa leve e momentânea tribulação
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18
Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se
não veem são eternas.